Percurso Livre - O cortiço

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percurso livre O cortiço

ensino médio - língua portuguesa

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Índice › › › ›

Primeiras palavras ....................................................................................................... 5 Orientação para os alunos ........................................................................................... 7 Leitura de O cortiço, de Aluísio de Azevedo ................................................................. 9 O passo a passo da leitura ........................................................................................ 11 1º encontro - Leitura dos capítulos I e II: Essa história é de quê? ........................... 11 2º encontro - Leitura dos capítulos III, V, VI e VII: Personagens .............................. 15 3º encontro - Leitura dos capítulos IX, X e XI: Quando ........................................... 18 4º encontro - Leitura dos capítulos XIII, XIV e XV: Onde.......................................... 21 5º encontro - Leitura dos capítulos XVI, XVII, XIX, XXI, XXII e XXIII: Esse cortiço é o quê? ............................................................................................ 24

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Momento de culminância....................................................................................... 29 Glossário ................................................................................................................... 30 Entrelinhas ................................................................................................................. 51 Ficha de leitura .......................................................................................................... 56 Sugestões bibliográficas ............................................................................................ 57

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Primeiras palavras Professor, professora, Este caderno destina-se a orientar o trabalho do Percurso Livre de Língua Portuguesa para o Ensino Médio, uma proposta que tem como primeiro objetivo propiciar o prazer pela leitura. Isso significa que, no decorrer das atividades realizadas, o mais importante é ler e gostar, simplesmente. Para se apreciar o que se lê, é necessário atribuir-lhe sentido – entendendo, lendo as entrelinhas, relacionando e deduzindo. E também criando, criticando e partilhando sentidos e experiências. O sentido do que se comunica em um texto verbal vai além das frases e depende da maneira pela qual cada participante apreende o que é transmitido. Por isso mesmo, a apreensão da mensagem varia entre as pessoas, depende da vivência de cada um, do conhecimento que tem do mundo e até mesmo do momento do ato de comunicação. Assim, há vários fatores, além das palavras e frases da língua, que são acionados em um ato comunicativo: o conhecimento de mundo, a situação em que acontece esse ato e a finalidade da comunicação. Para fazer uma leitura eficiente, o leitor deve ser capaz de compreender tanto os dados explícitos, quanto o que fica implícito, isto é, o que se percebe nas entrelinhas de um texto. Toda essa riqueza é potencializada quando a proposta é que os leitores discutam e troquem o entendimento que têm de um mesmo texto. A produção de sentido, nesse caso, pressupõe o diálogo entre a obra e as várias vozes – não só aquelas que dialogaram com o autor, mas também as que recriam o texto no ato da leitura coletiva. Ao pensar sobre e a partir do que ler, o aluno vai lançar sua reflexão num raio amplo de um momento histórico cultural e social, discutindo as contradições e os conflitos da realidade. E acabará pensando também em seu próprio momento histórico, através dessa conversa entre o universo da ficção e o do real. Trabalhar textos literários, comparando-os ou aproximando-os de outros gêneros de textos verbais e até não verbais ajuda a desenvolver o gosto por nossa cultura, além de levar a uma maior intimidade com a língua portuguesa. Sendo a língua o instrumento que o homem tem para entrar em contato com o que o cerca, ela também lhe possibilita atuar neste meio, interagir, dar opinião, discordar, viver, enfim, participando dessa vida. Ao melhorar-

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mos a capacidade de uso do português em nossos alunos (lendo, ouvindo, falando ou escrevendo), estamos, certamente, contribuindo para que ele viva melhor. No Percurso Livre, você recebe sugestões de atividades sempre em torno de livros de literatura. Cada aluno recebe, em cada módulo, seu próprio exemplar do livro a ser trabalhado durante cinco encontros. A leitura é progressiva e vai gerando outras leituras, discussões, reflexões, criações. Aqui oferecemos as ideias e o estímulo. Mas só você pode garantir que seja preservado o clima de prazer em cada um desses encontros, em que o ato de ler propicie a visualização de mundos possíveis pela construção dos sentidos do texto. Vamos fazer desse um momento esperado e desfrutado, em que todos querem e podem falar, criar, ouvir, trocar, imaginar e sentir, guiados pelas obras que já enterneceram e intrigaram outras gerações antes de nós. As propostas para o trabalho no Percurso Livre de Língua Portuguesa estão estruturadas por meio de seções permanentes, descritas a seguir. A seção prelúdio fundamenta o trabalho em cada encontro. Apresenta um conteúdo que pode ser aprofundado por meio de pesquisa nas fontes indicadas ao final do caderno, mas não precisa ser abordado diretamente na sala. Estabelecido assim o foco do encontro, você pode organizar o trabalho passo a passo: A atividade inicial tem caráter propiciatório, no sentido de que cria as condições necessárias (curiosidade, interesse, motivação, etc.) para o trabalho em cada encontro, por meio de perguntas instigantes, um enigma, um jogo, um poema ou canção, entre outras modalidades. A questão que ela suscita apenas inicia, não se esgota nesse momento. Após essa primeira atividade, faz-se a leitura compartilhada. Em cada encontro, realiza-se a leitura de alguns capítulos em voz alta. Enquanto um aluno (ou um grupo de alunos) lê, o restante da turma a acompanha pelo livro. Para que os alunos façam uma boa leitura, é fundamental que deem sentido ao texto. É preciso que tenham uma ideia global da obra que está sendo lida; que tirem as principais dúvidas sobre o sentido das palavras; e saibam que sensações e emoções desejam despertar nos ouvintes. Após a leitura, o grupo constrói uma compreensão mais ampla do texto por meio de uma discussão estimulada por questões como as encontradas na seção Comentários. Atente para o fato de que esta etapa é bem informal e puramente oral. Realiza-se, então, a atividade em grupo, que quase sempre retoma alguma proposta anterior. É comum que ela represente um desdobramento da atividade inicial. Ao propô-la, torne clara a ligação entre ela e as demais atividades do encontro. Em diferentes momentos - na preparação para a leitura, na hora dos comentários ou durante a atividade de grupo – a compreensão do significado de palavras e expressões, bem como do contexto em que se inserem os capítulos lidos, pode ser facilitada pela consulta às informações adicionais que se encontram nas seções glossário e entrelinhas.

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Orientação para os alunos No primeiro encontro você vai explicar aos alunos a proposta de trabalho com a leitura.

Ler com prazer Explique que cada encontro será um tempo de diversão, de descanso, de criação, de fantasia. A sala de aula, na atividade do Percurso Livre, deve ser transformada em um espaço ainda mais agradável. Para tanto, a turma pode providenciar almofadas, plantas, gravuras, fotos – enfim, o que a turma decidir que pode contribuir para criar um espaço que desperte ou evoque sensações agradáveis.

Ler e entender Comente que o sentido de um texto verbal depende da maneira própria de cada leitor apreender o que está sendo transmitido. Esclareça que há vários fatores, além das palavras e frases da língua, que são acionados em um ato comunicativo: o contexto, o conhecimento de mundo, a situação em que acontece esse ato e a finalidade da comunicação. Todo processo de leitura pressupõe uma interação entre autor e leitor, que passa por uma negociação dos possíveis sentidos. Assim, relacionando a palavra ou expressão que temos dificuldade de entender com o restante do texto (seja ele um conto, uma crônica, um capítulo de romance, etc.), com a nossa experiência sobre o assunto, ou com leituras anteriores que tenhamos feito, podemos deduzir um sentido que certamente não estará muito longe daquele com o qual a palavra ou expressão foi empregada. Não é preciso, portanto, parar a cada palavra ou construção obscura para pesquisar o seu sentido. A própria leitura do que vem antes ou depois dela vai ajudar na compreensão.

Ler e partilhar Informe aos alunos qual será o ritmo adotado no Percurso Livre. Diga que, em cada encontro dedicado ao Percurso Livre, serão lidos e trabalhados em sala alguns capítulos do livro, adotando-se os seguintes passos:

• Realização da atividade inicial, que estimulará os alunos a refletirem a respeito das ideias do conto.

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• Distribuição prévia de trechos dos capítulos entre os grupos. • Divisão da leitura entre os integrantes do grupo. • Leitura em voz alta, para que todos tenham a chance de se expressar pelo e sobre o livro.

• Troca de comentários a respeito dos capítulos lidos. • Esclarecimento de dúvidas que tenham ficado, inclusive com consulta ao dicionário. • Realização da atividade de grupo.

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Leitura de O cortiço, de Aluísio de Azevedo. Sobre o autor aluísio tancredo gonçalves de azevedo caricaturista, jornalista, romancista e diplomata, nasceu em São Luís, MA, em 14 de abril de 1857. Era filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo e de Emília Amália Pinto de Magalhães e irmão mais moço de Artur Azevedo. Sua mãe havia casado, aos 17 anos, com um rico comerciante português, de quem se separou. Tempos depois, conheceu David e passaram a viver juntos. Até a adolescência, Aluísio estudou em São Luís. Trabalhou como caixeiro e guarda-livros e desde cedo se interessou por desenho e pintura. Em 1876, embarcou para o Rio de Janeiro e matriculou-se na Imperial Academia de Belas Artes, atual Escola Nacional de Belas Artes. Para manter-se, passou a fazer caricaturas para os jornais como O Figaro, O Mequetrefe, Zig-Zag e A Semana Ilustrada. Com a morte do pai em 1878, voltou a São Luís. Começou então sua carreira de escritor, com a publicação, em 1879, do romance Uma lágrima de mulher. Em 1881, Aluísio lançou O mulato, romance naturalista que, abordando o preconceito racial, causou escândalo na sociedade maranhense, mas teve grande sucesso e foi bem recebido na Corte. Com isso, Aluísio voltou para o Rio de Janeiro, passando a ganhar a vida como escritor. O romance Casa de pensão lhe trouxe a consagração e O cortiço é considerado sua obra mais importante. Em 1895 ingressou na diplomacia, encerrando a carreira literária. Serviu na Espanha, no Japão, na Argentina, na Inglaterra e na Itália. Em 1910, nomeado cônsul de 1a classe, foi removido para Assunção e depois para Buenos Aires, onde faleceu, em 21 de janeiro de 1913, aos 56 anos. É o fundador da Cadeira n. 4 da Academia Brasileira de Letras. Obras: Uma lágrima de mulher, romance (1880); O mulato, romance (1881); Mistério da Tijuca, romance (1882; reeditado com o título Girândola de amores); Memórias de um condenado (1882; reeditado como A condessa Vésper); Casa de pensão, romance (1884); Filomena Borges, romance (1884); O homem, romance (1887); O coruja, romance (1890); O cortiço, romance (1890); Demônios, contos (1895); A mortalha de Alzira, romance (1894); Livro de uma sogra, romance (1895). Além disso, escreveu peças de teatro em colaboração com Artur de Azevedo e Emílio Rouède.

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Sobre a obra O cortiço conta a história de João Romão, imigrante português que, tendo chegado pobre ao Brasil, trabalha numa venda. Ele se amasia com a escrava de ganho Bertoleza, de cujas economias se apossa, com o pretexto de usá-las na compra de sua carta de alforria. À custa de muito trabalho, mas também de muita exploração, João Romão vai juntando dinheiro, com o qual adquire a pequena venda e logo constrói um cortiço. Ali, paralelamente à história do vendeiro, desenrolam-se as histórias dos moradores. Gente como Pombinha, moça bem-educada, que, aos dezoito anos, espera apenas a chegada da primeira menstruação para casar. Ou como Jerônimo, português trabalhador e honesto, que, empregando-se na pedreira explorada por João Romão, vai morar no cortiço, onde se apaixona por Rita Baiana, amante de um capoeirista, Firmo. Ao se comparar com o dono do sobrado vizinho - Miranda, português que se casa por interesse e que adquire o título de Barão - João Romão sente inveja e começa a pensar em mudar de vida. Com a ajuda de Botelho, agregado de Miranda, aproxima-se do barão e torna-se pretendente à mão de sua filha, Zulmira. Os moradores do cortiço seguem suas trajetórias, degradando-se mais e mais a cada dia. Pombinha se casa, finalmente, mas, influenciada por tudo o que viu e viveu, abandona o marido e torna-se prostituta. Jerônimo começa a mudar seus hábitos e acaba por abandonar a esposa, Piedade. O romance com Rita Baiana leva-o a assassinar seu amante Firmo, o que provoca uma guerra entre o cortiço São Romão e o cortiço rival, o Cabeça-de-gato, onde mora o capoeirista. Durante a batalha, o cortiço é incendiado. João Romão reconstrói e multiplica os cômodos, criando uma estalagem. O próximo passo é casar-se. Mas, para tal, deve livrar-se de Bertoleza. Romão avisa ao antigo proprietário da escrava o seu atual paradeiro. O dono vai buscá-la. Ao compreender a traição do vendeiro e o destino que a aguarda, Bertoleza suicida-se.

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O passo a passo da leitura 1º encontro Leitura dos capítulos I e II: Essa história é de quê? Prelúdio Quando você era criança e alguém anunciava que ia contar uma história, você, provavelmente, perguntava algo como: “É história de príncipe e princesa? Tem bruxa? É história de bicho?” A resposta para as suas perguntas só surgiam no decorrer da narrativa, mas o narrador ou narradora procurava diminuir sua ansiedade e, ao mesmo tempo, despertar o seu interesse, dando alguma informação que lhe permitissem antecipar o que estava por vir. Guardadas as devidas proporções, é o que todos nós costumamos procurar na contracapa dos livros antes de começar a lê-los: pistas sobre as emoções que nos aguardam nas suas páginas. Em O cortiço, os dois primeiros capítulos apresentam alguns dos personagens, dando conta, em ritmo acelerado, de acontecimentos anteriores aos que serão narrados daí por diante. A leitura dos dois e as atividades propostas, neste primeiro encontro, permitirão que os estudantes da sua turma formulem uma primeira resposta para a eterna pergunta: Essa história é de quê?

Atividade inicial Divida a turma em sete grupos e peça que, assim reunidos, escolham um dos seguintes provérbios. O olho do dono engorda o cavalo. Quem agarra muito fica com pouco. Um corvo não tira o olho de outro corvo.

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Mais vale ser dono de uma moeda que escravo de duas. Com tempo e perseverança tudo se alcança. Duro com duro não faz bom muro. Manda e faz: servido serás. Não há boa terra sem bom lavrador. O mau é ter mais olhos do que barriga. Quem a boa árvore se encosta, boa sombra o acolhe. Quem compra terras, compra guerras. Tostão a tostão se faz um milhão. Ponha à disposição dos alunos jornais e revistas. Cada grupo vai discutir o sentido do provérbio escolhido, criar uma história a respeito e procurar uma gravura ou fazer um desenho para ilustrá-la.

Leitura dos capítulos I e II Organize a leitura destes capítulos em partes ou blocos, distribuindo-os pelos grupos já formados. Avalie se é possível fazer a leitura integral dos capítulos; se não, selecione alguns blocos para serem lidos. Neste primeiro encontro, deixe os grupos organizarem à vontade a distribuição dos trechos.

1ª parte de: início do capítulo I até: “Ora! bastava já, e não era pouco, o que lhe tinham sugado durante tanto tempo!”

2ª parte (capÍtulo I) de: Bertoleza representava agora ao lado de João Romão o papel tríplice de caixeiro, de criada e de amante.

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até: Pôs lá seis homens a quebrarem pedra e outros seis a fazerem lajedos e paralelepípedos, e então principiou a ganhar em grosso, tão em grosso que, dentro de ano e meio, arrematava já todo o espaço compreendido entre as suas casinhas e a pedreira, isto é, umas oitenta braças de fundo sobre vinte de frente em plano enxuto e magnífico para construir.

3ª parte (capÍtulo I) de: Foi por isso que o Miranda comprou o prédio vizinho a João Romão. até: - Adeus!

4ª parte de: Desde que a febre de possuir se apoderou dele totalmente, todos os seus atos, todos, fosse o mais simples, visavam um interesse pecuniário. até: o fim do capítulo I

5ª parte de: início do capítulo II até: Que tenho de meu, se a alma do meu crédito é o dote, que me trouxe aquela sem-vergonha, e que a ela me prende como a peste da casa comercial me prende a esta Costa d’África?

6ª parte (capÍtulo II) de: Foi da supuração fétida destas ideias que se formou no coração vazio do Miranda um novo ideal – o título. até: À noite, às vezes, quando o tempo estava bom, Dona Estela saia com ele, a filha e um moleque, o Valentim, a darem uma volta até à praia, e, em tendo convite para qualquer festa em casa das amigas, levava-o em sua companhia.

7ª parte de: Botelho conhecia as faltas de Estela como as palmas da própria mão. até: o fim do capítulo II

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Comentários Após a leitura, estimule os alunos a darem suas impressões e a fazerem comentários, dirigindo-lhes perguntas como estas: • O que vocês acharam do início da história? • Que personagens vocês conheceram até agora? • O que vocês ficaram sabendo sobre esses personagens? • O que acham que vai acontecer daqui para frente? • E afinal, essa história é sobre o quê?

Atividade em grupo Peça que os grupos considerem novamente os provérbios da atividade inicial e escolham aquele(s) que se apliquem ao conjunto dos dois capítulos lidos. Em seguida, devem tentar expressar o conteúdo desse conjunto, fazendo uso das diferentes linguagens.

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2º encontro Leitura dos capítulos III, V, VI e VII: Personagens Prelúdio Neste encontro, vamos falar dos personagens da narrativa. De acordo com a função que desempenha na narrativa, um personagem pode ser:

• protagonista - a personagem principal, em torno do qual se constrói toda a trama; • antagonista - a personagem que cria o clima de tensão, opondo-se ao protagonista; • secundário - participa da ação, mas não desempenha um papel decisivo; • figurante - de menor importância, apenas ajuda a compor um ambiente ou espaço social. Protagonista e antagonista são, muitas vezes, identificados como bom e mau, herói e vilão, mocinho e bandido. Em O cortiço, entretanto, o protagonista João Romão está longe de ser um mocinho por quem os leitores torcem. Os personagens também podem ser classificados segundo a maneira como são caracterizados: indivíduos - possuem características pessoais marcantes, que acentuam a sua individualidade. caricaturas - seus traços de personalidade ou padrões de comportamento são exagerados e até ridículos. São personagens muito comuns em novelas de televisão. tipos – são identificados pela profissão, pelo comportamento, pela classe social, enfim, por um traço distintivo comum a todos os indivíduos duma categoria. É interessante perceber como os personagens de O cortiço se enquadram (ou não) nessas categorias. As lavadeiras, por exemplo, são consideradas tipos: suas ações e características estão fortemente associadas à atividade que exercem. A obra O cortiço se distingue no cenário literário de sua época por lançar luz sobre muitos perfis do cotidiano que não apareciam em outros romances. São os trabalhadores braçais, os capoeiristas, os mascates, como o vendedor de artigos de armarinho, e os fornecedores de serviços, como o padeiro, o tripeiro, o peixeiro e o leiteiro acompanhado de vaca e bezerro.

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Atividade inicial Escreva em pequenos papéis: Lavadeira

Capoeirista

Trabalhador braçal

Vendedor ambulante

Distribua entre os presentes os papeizinhos. Peça que comecem a andar pela sala. Cada participante deve representar, sem palavras, apenas por meio de gestos, expressões e atitudes, a atividade que lhe coube e, assim, juntar-se aos seus “iguais”. Quando os quatro grupos estiverem formados, vão criar uma pequena cena muda para que os outros identifiquem a atividade.

Leitura dos capítulos III, V, VI e VII Organize a leitura destes capítulos em partes ou blocos, distribuindo-os pelos grupos. Se não for possível fazer a leitura integral do capítulo, selecione alguns blocos para serem lidos. Estimule os grupos a distribuírem o seu bloco considerando as vozes do narrador e dos personagens.

1ª parte (capÍtulo III) de: A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a “Machona”, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo. até: Não fumava, não bebia espíritos e trazia sempre as mãos geladas e úmidas.

2ª parte de: início do capítulo V até: Foi então que lhe indicaram a do João Romão, que, depois do desastre do seu melhor empregado, andava justamente à procura de um homem nas condições de Jerônimo.

3ª parte de: início do capítulo VI até: Podiam contar como certo!

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4ª parte (capÍtulo VII) de: Em casa de Rita Baiana a animação era inda maior. até: Vamos ao café, é o que é, antes que esfrie!

5ª parte de: Nisto começou a gemer à porta do 35 uma guitarra; era de Jerônimo. até: o fim do capítulo VII. Comentários Incentive impressões e comentários dos alunos, fazendo perguntas como estas: • O que aconteceu nestes capítulos? • O que vocês estão achando da história? • O domingo no cortiço é como vocês tinham imaginado? • O que acham que vai acontecer daqui para frente? • Que recado vocês mandariam a Jerônimo?

Atividades em grupo 1. Peça que os grupos retomem as suas atividades assumidas no início deste encontro. Agora, porém, devem colocar sons (barulhos de ferramentas, cantos de trabalho, chulas e pregões). 2. Em seguida, cada grupo vai escolher um dos seguintes personagens: João Romão

Bertoleza

Rita Baiana

Jerônimo

Cada grupo vai descrever, com base nos capítulos lidos até agora, o modo de ser e pensar do personagem escolhido. Além disso, vai escolher (e apresentar!) a música-tema para o seu personagem.

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3º encontro Leitura dos capítulos IX, X e XI: Quando Prelúdio Neste encontro, vai-se falar de um aspecto essencial da narrativa: o tempo. Muitas histórias se passam em um curto espaço de tempo; outras têm um enredo que se desenvolve por muitos anos. Nos romances, novelas e contos, há um tempo que é fictício, ou seja, não é o nosso tempo real. Esse tempo da história pode ser cronológico, histórico ou psicológico. As narrativas históricas, que fazem referência a fatos históricos reais, à realidade histórica do passado usam o tempo histórico. Já as de ação usam o tempo cronológico, objetivo, marcado pelo ritmo do relógio, pela alternância dia-noite, pelo calendário, pelas estações do ano, etc. Mas nem sempre os fatos são narrados em ordem cronológica. O uso da técnica de flashback permite introduzir elementos explicativos do passado, ajudando a compreender as ações dos personagens e os conflitos do presente. A ela se associa, frequentemente, o tempo psicológico, interior, que não obedece à cronologia e se alarga ou se encurta conforme o estado de espírito do personagem, trazendo o conteúdo de suas emoções, reflexões, devaneios e recordações. Um excelente exemplo de flashback está no capítulo XI. Em O cortiço, algumas referências de tempo permitem contextualizar os fatos narrados. Fala-se do movimento abolicionista em mais de uma passagem do livro, assim como das discussões em torno da Lei Rio Branco, conhecida como “Lei do Ventre Livre”, aprovada em 28 de setembro de 1871. A chegada de imigrantes europeus ao Rio de Janeiro (como os italianos que vêm morar no cortiço) é bastante notável nas décadas de 1870-1880.

Atividade inicial As notas que seguem foram transcritas de jornais do Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX. Mande dizer àquele sujeito morador da Rua da Alfândega, com estabelecimento defronte de certo botequim, que seja mais humano e civilizado com os seus subordinados ou caixeiros, chegando ao arrojo de dar-lhes bofetadas, como ainda ultimamente fez com um com quem é relacionado pelos laços de sangue, como foi público e notório. (Correio Mercantil, p. 2, 5 fev. 1852)

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Peça ao chefe de polícia lance suas vistas sobre os bárbaros castigos praticados diariamente sobre os cinco aprendizes/.../de charuteiro, em uma fábrica da Rua de D. Manoel quase em frente ao Beco da Boa Morte. (Correio Mercantil, p. 2, 5 fev. 1852) Rogamos a S. Ex. o Sr. Dr. Chefe de polícia lançar suas vistas sobre duas desmoralizadas mulheres da Rua Sete de Setembro próximo à travessa de S. Francisco que, com suas impudicas palavras, ofendem as famílias decentes que têm a desgraça de passar pelas proximidades da morada dessas audaciosas messalinas. Um vizinho. (PUBLICAÇÕES a pedido. Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro, 13 fev. 1877) E os capoeiras? Quando se extinguirá essa raça maldita, que traz em contínuo sobressalto os honrados burgueses desta muita heroica? (O Mequetrefe. Rio de Janeiro, ano XI, n. 368, 10 de março de 1885) Distribua as notas pelos grupos e peça que as comentem, relacionando seu conteúdo à sociedade da capital do Império naquela época.

Leitura dos capítulos IX, X e XI Organize a leitura destes capítulos em partes ou blocos, distribuindo-os pelos grupos. Tente fazer a leitura integral do capítulo, mas, se não for possível, selecione alguns blocos para serem lidos. Oriente a leitura dos alunos: recomende-lhes que atentem para as atitudes do narrador e dos personagens.

1ª parte de: início do capítulo IX até: - Estás a queixar-te da sorte sem razão! Que Deus te não castigue.

2ª parte (capÍtulo IX) de: A taverna, como a casa de pasto, fervia de concorrência. até: - Basta! Se quiser, por muito favor, ficar aqui até à noite, há de ficar calado; ao contrário rua!

3ª parte (capÍtulo IX) de: O escândalo não deixou de ser, durante o dia, discutido um só instante. até: E, sem dar tempo a que se opusessem, tirou da carteira uma nota de dez mil-réis, que deu a Agostinho para ir buscar três garrafas de Carls Berg.

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4ª parte (capÍtulo X) de: Bertoleza chamava-o aquele domingo, como todas as manhãs, para ir buscar o peixe, que ela tinha de preparar para os seus fregueses. até: - Não! aqui dentro não! Tudo lá fora! na rua! gritou ele, quando os carregadores quiseram depor no pátio os trens de Marciana. Lá fora do portão! Lá fora do portão!

5ª parte (capÍtulo X) de: A noite chegou muito bonita, com um belo luar de lua cheia, que começou ainda com o crepúsculo; e o samba rompeu mais forte e mais cedo que de costume, incitado pela grande animação que havia em casa do Miranda. até: E, enquanto os homens guardavam a entrada do capinzal e sustentavam de costas o portão da frente, as mulheres, em desordem, rolavam as tinas, arrancavam jiraus, arrastavam carroças, restos de colchões e sacos de cal, formando às pressas uma barricada.

6ª parte (capÍtulo XI) de: Às onze para o meio-dia era tal o seu constrangimento e era tal o seu desassossego entre as apertadas paredes do número 15, que, malgrado os protestos da velha, saiu a dar uma volta por detrás do cortiço, à sombra dos bambus e das mangueiras. até: O sol, vitorioso, estava a pino e, por entre a copagem negra da mangueira, um dos seus raios descia em fio de ouro sobre o ventre da rapariga, abençoando a nova mulher que se formava para o mundo. Comentários Provoque os alunos por meio de perguntas como: • O que aconteceu nestes capítulos? • O que vocês estão achando da história? • O que o João Romão está pretendendo? • O que acham que vai acontecer daqui para frente?

Atividade em grupo Reunidos em grupos, os alunos vão criar pequenos textos que pudessem aparecer nos jornais da época, informando e/ou comentando fatos mencionados na obra O cortiço.

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4º encontro Leitura dos capítulos XIII, XIV e XV: Onde Prelúdio Numa narrativa, o espaço, ou ambiente, é o cenário em que se desenrola a história, onde se movem e interagem os personagens. Quando se mostra apenas o lugar onde se dão os acontecimentos, trata-se do espaço físico. Se a caracterização do ambiente permite entender melhor o comportamento e o modo de ser de um personagem, tem-se o espaço social. Em ambos os casos, o espaço é visto como um elemento real, se assim se pode dizer. Mas se o espaço é o da emoção, da lembrança, da imaginação ou do sonho de um personagem, está-se falando do espaço psicológico. Nos romances do Naturalismo, o espaço é elemento essencial. A necessidade de explicar o comportamento dos personagens por fatores biológicos e sociais torna o ambiente uma das chaves para a compreensão de qualquer obra desse estilo. Para os naturalistas, o homem é produto do meio. Para melhor entender os fatos narrados em O cortiço, é importante saber que na época ocorre na capital federal uma expansão da área urbana, do antigo Centro em direção à zona sul. O Centro continua sendo área residencial, mas se desenvolvem novos bairros, como Lapa, Glória e Catete. A expansão finalmente atinge Botafogo, onde se localiza o cortiço de João Romão. Para escrever sua obra, Aluísio de Azevedo inspirou-se no maior dos cortiços do Rio de Janeiro: o Cabeça-de-porco, localizado no Centro, que acabou invadido por autoridades policiais e sanitárias em 26 de janeiro de 1893. Responsável pela operação, o prefeito Barata Ribeiro permitiu que os moradores expulsos retirassem as madeiras que pudessem ser aproveitadas. Eles assim fizeram: carregando móveis e entulhos, subiram o Morro da Providência, criando a primeira das favelas cariocas.

Atividade inicial Apresente aos alunos imagens do Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX. Peça que eles façam a leitura das imagens. Enfatize os aspectos sociais levantados por eles. Comente que, para melhor compreender a história que está sendo contada, é importante situar os fatos narrados no espaço urbano do Rio de Janeiro do fim do século XIX.

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Para esta atividade, consulte: http://virzionair.com/biblioteca/work/augusto-malta/ http://www.museuhistoriconacional.com.br/ http://www.ermakoff.com.br/banco/thumbnails.php?album=4 http://portalaugustomalta.rio.rj.gov.br/

Leitura dos capítulos XIII, XIV e XV Organize a leitura deste capítulo em partes ou blocos, distribuindo-os pelos grupos. Tente fazer a leitura integral do capítulo. Oriente os alunos a fazerem uma leitura dramatizada dos blocos que trazem diálogos.

1ª parte (capÍtulo XIII) de: Desde que o vizinho surgiu com o baronato, o vendeiro transformava-se por dentro e por fora a causar pasmo. até: - Ah! Isso é dos livros! Arranje-me você o negócio e não se arrependerá...

2ª parte (capÍtulo XIII) de: O Botelho não faltou ao prometido: dias depois do contrato selado e assinado, João Romão recebeu uma carta do vizinho, solicitando-lhe a fineza de ir jantar com ele mais a família. até: - E se ela morresse?...

3ª parte (capÍtulo XIV) de: Jerônimo, com efeito, tivera alta e tornara aquele domingo ao cortiço, pela primeira vez depois da doença. até: - E será feito, se Deus quiser!

4ª parte (capÍtulo XV) de: O Pataca deu à Florinda um “até logo” rápido e, fingindo-se de novo muito bêbedo, encaminhou-se na direção em que vinha o mulato. até: Jerônimo entrou sem ruído; foi até à casa, espiou pelo buraco da fechadura; havia luz no quarto de dormir; compreendeu que a mulher estava à sua espera, acordada tal-

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vez; pensou sentir, vindo lá de dentro, o bodum azedo que ela punha de si, fez uma careta de nojo e encaminhou-se resolutamente para a casa da mulata, em cuja porta bateu devagarinho. Comentários Instigue a troca de ideias entre os alunos, lançando questões como: • O que aconteceu nestes capítulos? • O que vocês estão achando da história? • O que vocês acharam da atitude de João Romão? • Que conselhos vocês dariam a Bertoleza? • Na sua opinião, como a filha de Miranda deveria agir?

Atividades em grupo Quando estamos lendo ou ouvindo uma história, construímos as cenas em nossa cabeça. Nossa compreensão de um texto depende, em grande parte, da nitidez que essas imagens têm em nossa mente. Cada grupo vai escolher, do trecho que lhe coube, um cenário para desenhar. Não é preciso colocar os personagens. Ao apresentar para os outros grupos, deve explicar os detalhes com base no próprio texto. Outra sugestão de atividade é exibir o filme O cortiço, de 1978, dirigido por Francisco Ramalho Jr. e promover um debate sobre o desafio representado pela adaptação de uma obra literária para o cinema.

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5º encontro Leitura dos capítulos XVI, XVII, XIX, XXI, XXII e XXIII: Esse cortiço é o quê? Prelúdio O gênero romance, tal como o conhecemos – uma narrativa longa em prosa, com muitos personagens e cenários, dividida, geralmente, em capítulos – tem pouco mais de duzentos anos e está associado ao incremento da imprensa escrita. Em seus primórdios, tinha o formato de folhetim - narrativa em episódios, publicada em jornais. Para assegurar o interesse dos leitores, o folhetim mantinha um ritmo narrativo intenso, com muitos acontecimentos, reviravoltas e ganchos para os próximos capítulos. Tal como o fazem, atualmente, as novelas. Muitos romances foram inicialmente publicados em folhetins e só depois editados em livros. Várias obras de escritores brasileiros do século XIX, no entanto, tiveram sua primeira edição em livro. O cortiço, lançado em 1890, é uma delas. Aluísio Azevedo foi um dos primeiros profissionais das letras no Brasil a viver da produção literária. Os seus romances-folhetim tinham tramas românticas. Já O mulato, Casa de pensão e O cortiço eram naturalistas e abordavam temáticas que não agradariam ao público dos jornais. Apesar disso, foram essas obras que o consagraram em âmbito nacional. O cortiço, considerado seu romance mais importante, é, no dizer de Antonio Candido, uma daquelas obras que, além de contarem uma história, cumprem uma missão: elas explicam um pouco o que é o Brasil, mostrando as peculiaridades e contradições da sociedade e da vida brasileira.

Atividade inicial Muitas obras literárias tentaram decifrar o Brasil e seu povo. Divida a turma em grupos e entregue a cada um deles um dos seguintes trechos: Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.

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gonçalves dias

Temos, pois, o estado mais propício ao progresso da riqueza pública. No Brasil, o trabalho anda à procura do homem e não o homem à procura do trabalho. Ninguém, querendo trabalhar, morrerá de fome. Parece país de milionários, tão largamente se gasta. afonso Celso

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! não verás nenhum país como este! Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, É um seio de mãe a transbordar carinhos. Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos, Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! Vê que grande extensão de matas, onde impera Fecunda e luminosa, a eterna primavera! olavo Bilac

Cada grupo vai ler e discutir o trecho seu para apresentá-lo de maneira bem criativa ao restante da turma. Em seguida, vai dizer se gostou do trecho, se já o conhecia e se concorda com a visão do Brasil que ele apresenta. Para ajudá-los nessa atividade, pode ser interessante situar os autores e as obras das quais foram retirados os trechos usados nesta atividade.

GonçalVes DIas antônio gonçalves dias (1823 - 1864), poeta, advogado, jornalista, etnógrafo e teatrólogo. O trecho é do poema “Canção do exílio”, escrito em julho de 1843, em Coimbra, Portugal, onde vivia o poeta na época.

conDe afonso celso afonso Celso de assis Figueiredo Júnior (1860 - 1938), professor, poeta, historiador e político brasileiro. É um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. O trecho foi extraído da sua obra “Por que me ufano de meu país”, de 1900, em que aponta motivos para que os brasileiros se orgulhem de sua pátria, entre os quais a grandeza territorial, a beleza da terra, as riquezas naturais, a amenidade do clima, a ausência de calamidades naturais, o caráter do povo e a história do país.

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olaVo BIlac olavo Braz martins dos guimarães Bilac (1865 - 1918), jornalista e poeta. É um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. O trecho é de um de seus poemas para crianças, intitulado “Pátria”. Olavo Bilac, que foi inspetor da Instrução Pública do Distrito Federal, escreveu várias obras de cunho didático.

Leitura dos capítulos XVI, XVII, XIX, XXI, XXII e XXIII Organize a leitura destes capítulos em partes ou blocos, distribuindo-os pelos grupos. Faça a leitura integral de ambos os capítulos. Oriente os alunos a fazerem uma leitura dramatizada dos blocos que trazem diálogos.

1ª parte de: Piedade entrou carrancuda na estalagem; não vinha triste, vinha enfurecida; soubera na rua a respeito do marido mais do que esperava. até: o fim do capítulo XVI

2ª parte de: início do capítulo XVII até: o fim do capítulo XVII

3ª parte (capÍtulo XIX) de: Esses meses, durante as obras, foram uma época especial para a estalagem. até: Parecia indiferente a tudo, a tudo que a cercava.

4ª parte de: início do capítulo XXI até: Mas agora, depois de todas aquelas reformas de vida; depois da separação das camas, e principalmente depois que corresse a noticia do casamento, não faltaria decerto quem o acusasse, se a negra aparecesse morta de repente!

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5ª parte (capÍtulo XXI) de: O vendeiro mandou o seu empregado dizer lá defronte à família do Barão que seu Botelho não ia ao almoço. até: - E o resto fica a meu cuidado! Pode dá-la por despachada!

6ª parte de: Pobre Pombinha! até: o fim do capítulo XXII

7ª parte (capÍtulo XXIII) de: Entraram todos na confeitaria e apoderaram-se da primeira mesa que se esvaziou. até: o fim do romance

Comentários Neste último encontro de leitura, o momento dos comentários deve permitir formar uma ideia mais clara do romance como um todo. Para isso, dirija aos alunos perguntas como estas: • Vocês gostou da história? • Você acha esse enredo atual? • Que sentimento(s) esse romance despertou em você? • Você mudaria alguma coisa no desfecho da história? • Você indicaria a leitura desse livro para alguém?

Atividade em grupo Não só os romancistas e poetas tentam explicar o Brasil. Exaltando-o ou criticando-o, os nossos compositores vêm fazendo o mesmo. Distribua entre os grupos trechos de canções como estes: Oi, esse Brasil lindo e trigueiro É o meu Brasil brasileiro Terra de samba e pandeiro ari Barroso

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O Brasil não conhece o Brasil O Brasil nunca foi ao Brasil maurício tapajós e aldir Blanc

Brasil Mostra tua cara Quero ver quem paga Pra gente ficar assim Cazuza

Também a beleza desse céu Onde o azul é mais azul A aquarela do Brasil Eu cantei de norte a sul davi nasser, Clotilde arias e alcyr pires

Peça que cada grupo explique o sentido da frase que lhe coube, dizendo se concorda ou não com ela. Em seguida, os alunos vão dizer o que significou para eles a leitura desse romance, assim como a experiência com o Percurso Livre.

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Momento de culminância Para este momento de culminância, a turma pode encenar uma parte da história, ou optar por realizar um espetáculo. Em ambos os casos, incentive-os a reproduzir, com cenário, roupas e utensílios antigos, um ambiente semelhante ao descrito no romance. Para o espetáculo, deve-se pensar em apresentações de dança e capoeira. Conforme decisão da turma, pessoas da escola ou da comunidade poderão ser convidadas a assistir à peça ou ao espetáculo.

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Glossário Capítulo i alcateia (ficar de): vigia, espreita. arbítrio: decisão dependente apenas da vontade. atamancar: executar um trabalho às pressas e sem cuidado. Braça: medida equivalente à extensão que vai de um punho ao outro, ou da extremidade de uma mão aberta à outra, num adulto com os braços estendidos horizontalmente para os lados. Em Portugal e no Brasil, equivale a 2,2 m. Burla: artifício usado para enganar; logro, embuste; fraude. Cafuzo: relativo a, filho ou qualquer mestiço descendente de negros e índios. Caibro: peça de madeira que forma a armação para o assentamento das tábuas de um assoalho, forro, etc. Capitoso: que tem cabeça grande; que sobe à cabeça, inebriante. Casa de pasto: estabelecimento que serve almoço, jantar ou refeição ligeira; restaurante. empolgar: segurar fortemente com a(s) mão(s) ou as garras, agarrar; apoderar-se. Faina: trabalho árduo que se estende por muito tempo. Finório: astuto, espertalhão; malandro, pelintra. Hasta: venda pública a quem oferecer lance mais alto; leilão, arrematação. Jirau: armação de madeira semelhante a estrado ou palanque, que pode ser usada como cama, depósito de utensílios domésticos, secador ou fumeiro. Jornal (pagar de): ordenado, pagamento estipulado. Jornaleiro: trabalhador a quem se paga jornal, diária. legítima: porção da herança reservada por lei aos herdeiros necessários. lubricidade: propensão para a luxúria; sensualidade exagerada; excitação, lascívia. mourejar: trabalhar muito, como um mouro. nesga: retalho; terreno reduzido; pedaço pequeno. o que for soará: provérbio português que recomenda paciência, pois o esclarecimento com certeza virá. ‘Não esquenta a cabeça!”

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pândego: alegre, engraçado; indivíduo farrista. pecúlios: economias, reservas em dinheiro. perjuro: que ou aquele que perjura, que falta a seu juramento. por dez réis de mel coado: muito barato. Quadrilongo: quadrilátero que tem lados paralelos dois a dois, dois mais compridos que os outros. refolhos: parte mais profunda, interior. repontar: vir aparecendo de novo; começar a surgir; responder asperamente. revérbero: intensa luminosidade; claridade. riscado: tecido barato de algodão com riscos coloridos; riscadinho. sarrafo: pedaço de madeira estreito e comprido; ripa. sopear: refrear, conter; subjugar. tacheado: ataviado, ornado com tachas. taverna: taberna. Estabelecimento de venda de vinho, jeropiga e bagaceira, para consumo local, além de petiscos (queijo, chouriços etc.). ter pra peras: ter motivos de grandes sofrimentos ou preocupações por muito tempo. Referência ao instrumento de tortura denominado pera. Venéreo: relativo ao ato sexual ou por ele produzido; erótico, sensual. Zuarte: tecido de algodão, por vezes mesclado, encorpado e tosco, ordinariamente azul ou preto. Capítulo ii África: enorme dificuldade, objetivo difícil de ser alcançado; proeza, façanha; Costa d’África. atracação: luta corporal, engalfinhamento; contato físico intenso de parceiros amorosos, com beijos e abraços, chegando ou não à cópula; esfregação, agarração, amasso. Baronato: título ou dignidade de barão; baronia, baronagem. Capilé: xarope feito com suco de avenca ou capilária; água adoçada com esse xarope ou com outro qualquer; bebida alcoólica feita de polpa ou suco de fruta e aguardente. Coito: relação sexual, cópula. Condescendente: complacente, transigente; tolerante, flexível.

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empertigar-se: endireitar-se, aprumar-se; encher-se de vaidade, mostrar-se altivo. encanecido: embranquecido (o cabelo) gradativamente. estopada: aquilo que é maçante; chateação, maçada. estorricar: deixar secar demais, quase queimando; queimar muito; torrar. estrompado: tornado inútil em função do gasto; deteriorado; sem força física; extenuado, cansado, fatigado. Fartum: cheiro intolerável de ranço; bafio; bodum; cheiro nauseabundo. imprecação: praga, maldição, vociferação; pedido de favor ou graça; rogo, súplica. ladinagem: vivacidade, inteligência; manha, astúcia. ludíbrio: ato ou efeito de ludibriar, enganar; ardil; zombaria. macilento: magro e pálido; sem brilho. malogro: dano, prejuízo, perda; resultado ruim; insucesso, fracasso, desdita. minar: abrir mina(s) em; invadir sorrateiramente; propagar-se; retirar pouco a pouco a energia; debilitar. mofa: troça, zombaria. preguiçosa: espreguiçadeira. recrudescer: tornar-se mais intenso; agravar-se. sensaboria: característica do que não tem sabor; insipidez; conversa enfadonha; texto monótono; incidente desagradável, que causa aborrecimentos; contratempo. supuração: processo ou resultado de formação de pus. tramontana (perder a): vento que sopra do norte; rumo do norte; direção. Vituperar: afrontar, insultar; repreender; tratar com desprezo; menosprezar. Capítulo iii achamalotada: semelhante ao chamalote, tecido de pelo ou lã, muitas vezes misturado com seda. algaraviar: falar ou escrever de modo confuso, ininteligível; atrapalhar-se, confundir-se. alvião: utensílio que é uma combinação de enxadão e picareta. arrepanhar: apanhar, recolher; arrebatar; arregaçar; roubar.

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aviar: concluir, executar; apressar-se, aprontar-se. Bandó: cada uma das duas partes em que, num certo tipo de penteado, o cabelo é repartido ao meio e esticado para os lados da cabeça, cobrindo as orelhas, sendo preso geralmente por meio de um coque. Cabravasco: cabra, sujeito. Cachaço: parte posterior do pescoço, nuca; pescoço grosso; arrogância, soberba. Caiporismo: má sorte constante ou frequente de alguém. Canastra: cesta larga e baixa com ou sem tampa, feita de verga ou fasquias entrançadas. Comezaina: refeição abundante. de uma assentada: de uma só vez; sem interrupção. exortar: animar, estimular. Folha (vasilhame de): folha-de-flandres, ferro em folha passado por um banho de estanho e que se emprega no fabrico de numerosos utensílios. Frege: restaurante popular; tasca; barulho, briga. intermitência: interrupção, descontinuação. lânguido: sem forças, abatido, frouxo; doce, brando; voluptuoso. martelo: copo pequeno, de paredes grossas e fundo ainda mais grosso, para aguardente; quantidade de aguardente que cabe nesse copo. mascarada: grupo de pessoas com máscara; festa ou festejo com pessoas mascaradas. renque: alinhamento, fila, fileira, ala; série de coisas ou pessoas na mesma linha. reverberar: resplandecer; refletir-se. rezinga: resmungo; altercação. rol: catálogo, lista, relação; série; categoria. trapejar: agitar-se; produzir som breve e seco; estalar, estalejar. Capítulo iV afeiçoar: fazer sentir ou vir a sentir afeto, amizade ou amor por (alguém ou algo); estimar; fazer desenvolver ou desenvolver gosto por (algo). Calhau: pedra; pedaço de rocha dura.

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Canteiro: trabalhador em pedras de cantaria. Cavouqueiro: indivíduo que trabalha em rochas para abrir minas ou passagens subterrâneas; aquele que escava pedreiras para extração de rochas. Ciclópico: enorme, gigantesco; pesado, rude; diz-se do concreto preparado com pedras grandes em vez de pedras britadas. Cordoveia: veia grossa e saliente; veias e tendões do pescoço. Cunhar: imprimir cunho ('marca'); converter (metal) em moeda. empáfia: arrogância, insolência, presunção. ensombro: coisa que dá sombra; abrigo, amparo, proteção. enxárcia: conjunto de cabos e degraus roliços feitos de cabo ('corda'), madeira ou ferro, que sustentam mastros de embarcações a vela e permitem acesso às vergas. escalavrado: arranhado, esfoladado; que ameaça arruinar-se. escopro: ferramenta metálica para lavrar pedras, madeiras etc. intumescido: túmido, inchado. macaco: máquina para levantar grandes pesos; paralelepípedo de pedra para calçamento. macaqueiro: aquele que trabalha em macacos (paralelepípedos) para calçamento. marimbar: enganar por meio de artimanhas; lograr, tapear; andar sem destino; perambular, vagabundear. membrudo: que tem membros grandes e fortes; vigoroso. mono: macaco. picão: instrumento pontiagudo com que se lavra a pedra. pletórico: que apresenta superabundância ou excesso de qualquer coisa; exuberante. resfolgar: recuperar o fôlego; respirar com dificuldade; recuperar-se de fadiga; golfar. toutiço: parte posterior da cabeça; nuca; cabeça ou alto da cabeça de uma pessoa. trescalante: que exala; exalante. Capítulo V alcobaça: lenço grande de algodão, geralmente vermelho. Bonomia: característica ou procedimento próprio de pessoa bondosa, sem afetação e sem malícia.

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Cabeção: corpinho largo de senhoras. Colono: empregado na lavoura. esquadria: pedra de cantaria. Fazenda: mercadoria. Fulvo: cor amarelada, alaranjada ou amarelo-ouro; castanho-avermelhado, louro, ocre; que tem essa cor. guitarra: instrumento de cordas semelhante à viola, com as cordas afinadas em mi, lá, ré, sol, si, mi. manga (de vidro): chaminé de lampião. opalino: que brilha como a opala; que tem uma cor azulada e leitosa como opala; opalescente. palangana: grande tigela feita de barro. pressago: que pressagia, que faz presságios; agourento. unto (caldo de): banha de porco. Capítulo Vi aniagem: tecido grosseiro de algodão ou linho cru para sacos e fardos; serapilheira. Bispar: ver ou perceber, espiar de longe; entrever, vislumbrar. Cheirar: dar indícios; parecer; dar a perceber. Chorado: tipo de dança com ritmo de retumbão e sapateado (PA); baião (NE). Chufa: troça, chalaça. Freguês: comprador ou vendedor habitual; frequentador. Harmônica: sanfona, concertina; gaita de boca. lameiro: lamaçal; terra alagadiça onde cresce pasto. pantomimice: ato, dito ou modos de quem representa uma pantomima; gestos exagerados. patuscada: reunião festiva para comer, beber, cantar e dançar. pipo: parte do cachimbo que fica presa entre os lábios. placa: espécie de jogo. polimento: couro envernizado usado para fazer calçados. Quartos (atirar os quartos): ancas, quadris.

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roga (pagode de): ritos, que acontecem geralmente nos três dias que antecedem a Ascensão, em que se recita a ladainha de Todos os Santos a fim de pedir proteção contra calamidades e bênçãos para a plantação e a criação. sobrescritar: escrever nome e endereço do destinatário; endereçar. tisnada: de tonalidade escura; enegrecido, escurecido. Capítulo Vii acidular: ferir, irritar por meio de ácido. alacridade: grande alegria, animação intensa. Bestialógico: besteirada, asneirada; béstia; coisa sem nexo. Bogari: arbusto escandente (Jasminum sambac) da família das oleáceas, nativo da Índia, de flores brancas, dobradas, muito perfumadas, e bagas pretas; bogarizeiro; a flor do bogarizeiro. Bródio: banquete ou refeição farta e alegre; farra, patuscada. Cantárida: besouro (Lytta vesicatoria) da família dos meloídeos, do Sul da Europa, de coloração verde brilhante, de cujos élitros pulverizados se extrai cantaridina. Capadócio: impostor; trapaceiro, charlatão; canalha. Cassange: indivíduo do grupo ou descendente dos caçanjes (de Angola); o português falado em Caçanje. Chubregas: pessoa humilde, mal ajambrada, bronca. Chuchurrear: bebericar; fazer ruído com os lábios ao beber ou ao beijar. dar o cavaco: aborrecer-se. dar palha: enganar (alguém) com uma boa conversa; dar trela. dar por paus e pedras: ficar furioso. encordoar: ficar aborrecido; chatear-se, zangar-se. enticar: provocar questão, discutir com; altercar, brigar. escorvar: meter pólvora na escorva. espipar: sair, furar; rebentar. Fariscar: farejar.

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Farripas: cabelos curtos e ralos. Fosquinha: gesto, trejeito, careta; troça. gaforina: cabelo alteado sobre a testa; topete. Hilaridade: alegria súbita; explosão de riso. ilharga: lado do corpo por sobre os quadris, ao longo das primeiras costelas. infusa: vasilha de barro, vidro, metal etc. semelhante a uma bilha. labrego: homem rude do campo; camponês; alcunha que se deu aos portugueses nos tempos coloniais. lúbrico: caracterizado pela luxúria, dado à luxúria ou que a desperta; lascivo, sensual. lustrina: tecido de algodão, seda ou lã, que é tratado para ter uma aparência lustrosa e hirta. meneio: movimento do corpo ou de uma de suas partes. moscardo: mosca grande; moscão; mutuca. obra: fato (verídico). pachola: indivíduo preguiçoso, vadio; indivíduo que tem pretensão de se vestir com elegância. pé de boi: trabalhador incansável; pessoa trabalhadora, que encara qualquer tipo de trabalho sem reclamar; conservador; burguês. ratice: coisa engraçada; excentricidade. regabofe: festa em que há fartura de comidas e bebidas. sem tugir nem mugir: sem dizer uma palavra; em silêncio; sem esboçar reação. servir de palito: servir de divertimento, de alvo ao escárnio, ser objeto de mofa. sesta: repouso após o almoço. setentrional: localizado ao Norte; do Norte. sôfrego: próprio do que come ou bebe com pressa ou avidez; esganado, voraz. sumítico: somítico, avarento. Volúpia: grande prazer dos sentidos. Zorô: ensopado de camarões e quiabos feito com coentro, sal, cebola e azeite de dendê.

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Capítulo Viii À porfia: em disputa; com obstinação. azoinar: perturbar com ruído, com palavras insistentes etc.; atordoar. Bacio: recipiente em que se recolhem excrementos humanos; penico, urinol. Bichanar: dizer em voz baixa; falar soprando de leve as palavras. Biraia: prostituta. Calaçaria: comportamento ou modo de vida de calaceiro; preguiça, ociosidade, vagabundagem. Congraçar: fazer voltar ou voltar às graças, à boa disposição, à paz; reconciliar. dar à língua: tagarelar, conversar. desinsofrido: muito impaciente; agitado, insofrido. dispêndio: gasto, consumo, despesa; gasto excessivo ou desastrado. eflúvio: emanação imperceptível exalada de um fluido; efluência; perfume. enfarar: causar ou sentir enfaro; enfastiar(-se), enfadar(-se), entediar(-se). esfuziar: lançar como projéteis; atirar, dardejar. espojar-se: deitar-se e rolar no chão, remexendo-se. evolar-se: exalar-se (aroma, odor). Fecha-fecha: desordem, briga; pânico que leva os comerciantes a fechar as portas de seus estabelecimentos. Furo: buraco; abrigo. Hausto: aspiração longa, profunda; sorvo; gole, trago. insociável: que foge ao convívio social; solitário, retraído; de difícil convivência; intratável, incômodo, importuno; que não é amável; indelicado, grosseiro. lobrigar: enxergar com dificuldade na escuridão ou penumbra; ver a custo; entrever. morrinhento: sem forças, sem vigor; alquebrado, abatido; triste, melancólico, deprimido. muscar: moscar; desaparecer, sumir. punhada: golpe com o punho; murro, soco. refle: sabre-baioneta usado por forças policiais.

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salamaleque: cumprimento exagerado; polidez afetada; rapapé, mesura. sobraçado: preso debaixo do braço; seguro entre o braço e o tórax. Capítulo iX abjeção: ato, estado ou condição que revela alto grau de baixeza, torpeza, degradação. açorda: caldo transparente, temperado com coentro e alho, que se despeja sobre fatias de pão e se come geralmente com um ovo poché, entre outros acompanhamentos; sorda. Bandulho: ventre pronunciado; barriga, pança, pandulho. Cânhamo: fibra, fio ou tecido de cânhamo. Cocada: golpe dado com a cabeça; cabeçada; tabefe. Cocote: meretriz elegante; cortesã. Compungido: aflito; pesaroso, arrependido. Condolente: penalizado, compassivo. descaimento: queda; inclinação. discretear: falar discretamente; discorrer com calma, reflexão, discernimento. embalde: em vão, inutilmente; debalde. espavento: assombro, espanto, susto; grande aparato para impressionar ou causar assombro; ostentação. gazear: faltar; ausentar-se de (aulas, escola, trabalho) para vadiar; fazer gazeta. gengibirra: cerveja de gengibre; aguardente de cana; cachaça. inquiridor: aquele que inquire; inquisidor, averiguador. loureira: prostituta, meretriz. negócio de três vinténs: virgindade; hímen. palavrada: palavrão. pantafaçudo: muito estranho; excêntrico, grotesco. pitéu: iguaria saborosa; guisado. rala (pão de rala): trigo. recendente: que recende, exala; aromático.

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reviscerar: dar novo ânimo; refazer; reconstruir para melhor. sobranceria: condição, atitude ou maneiras de superioridade; soberba. urbano: soldado da polícia. Capítulo X a cavaleiras: com traje de montaria; elegantemente, garbosamente. acha: arma antiga com a forma de machado; pedaço de pau. acoito: abrigo; proteção; acolhida. aljofrado: salpicado com pequenas gotas. Barretina: barrete alto, de formato cilíndrico, de feltro ou de peles, usado antigamente pelos militares. Borco (de borco): posição voltada para baixo. Calaçaria: preguiça, ociosidade, vagabundagem. Capitoso: inebriante. Carcamano: indivíduo nascido na Itália; macarrone. Comuna: na Idade Média, cidade que se tornava emancipada pela obtenção de carta de autonomia fornecida pelo seu suserano; colônia de judeus ou de mouros que eram obrigados a viver em arruamentos determinados; agrupamento semelhante a esse. em desfilada: rapidamente, a galope. embastilhado: aprisionado. encintado: rodeado; guarnecido de cinta. esfuziar: sibilar ou zunir como balas de uma fuzilaria; soprar com força, com grande intensidade. estrompado: sem força física; extenuado, cansado, fatigado. Fanico: pequena porção, migalha; pequeno ganho ou lucro. Florão: ornato em forma de disco, com folhagens, disposto numa chave de arco ou num encontro de nervuras, nas abóbadas. Fona: indivíduo avarento, sovina, mesquinho. Forrobodó: baile popular, arrasta-pé, festança.

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gigo: engradado de verga ou de junco, revestido de palha na parte interna e usado para transportar louça. grã-cruz: o grau mais alto, em condecorações; insígnia em forma de cruz, ostentada numa fita a tiracolo, correspondente a esse grau. Hábito: insígnia, distintivo de ordem religiosa ou militar. infrenesiar: provocar frenesi; apoquentar(-se), incomodar(-se). ir às do cabo: ameaçar; bater. langoroso: que evoca ou suscita o langor amoroso. maracajá: jaguatirica; gato-do-mato. murta: arbusto ou árvore pequena (Myrtus communis), cultivada como ornamental e por usos medicinais. paquete: navio mercante a vapor que prestava serviço de correio e transportava mercadoria e passageiros. pega: altercação violenta. permeio (de permeio): no meio. plangente: que se lastima; triste. projetil: qualquer corpo lançado por impulsão de alguma força, para atingir uma ou um grupo de pessoas ou coisas; corpo disparado por uma arma; bala. pulha: que ou aquele que é sem brio, sem caráter, sem distinção; cafajeste, calhorda, velhaco. rabujar: resmungar; choramingar. salseiro: conflito, briga, desordem, escândalo. sarilho: situação de desordem; barafunda, confusão, rolo. serrazinar: importunar, cacetear, insistindo no mesmo assunto ou pedido. surriada: vaia, assuada, apupo. surumbamba: briga que envolve várias pessoas; confusão, rolo. trêfego: que se agita sem cessar; turbulento, irrequieto, traquinas. troca-queixos: soco. Venera: medalha condecorativa de cavaleiros ou de qualquer um dos graus das ordens militares. Vituperar: afrontar, insultar; repreender.

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Capítulo Xi alinho: ato ou efeito de alinhar(-se); alinhamento; arrumação. ascético: que ou aquele que se volta para a vida espiritual, mística; místico, contemplativo. atufar: adentrar-se na água, lodo, mato etc.; embrenhar-se. Burlesco: relativo a comédia; cômico. Casquilho: diz-se de ou indivíduo que se veste com apuro excessivo; janota. Corrido: envergonhado, vexado. desgalgar: precipitar(-se) por declive abaixo; despenhar(-se). dobadoura: situação de grande pressa; correria. encasar: pôr em ou recolher à casa. enleio: sentimento de perplexidade; confusão, embaraço, indecisão. espolinhar: espojar-se, revolver-se. exânime: desmaiado; desfalecido. Farândola: grupo de pessoas que se movem em fila; grupo de maltrapilhos. Foie-gras: fígado de ganso ou de pato, servido em forma de patê. impúbere: que ou quem ainda não atingiu a puberdade. inefável: que não se pode nomear ou descrever em razão de sua natureza, beleza; indizível, indescritível; que causa imenso prazer; inebriante, delicioso, encantador. languescer: perder a vitalidade; definhar(-se); abater(-se), entristecer(-se). macarronear: conversar em italiano; falar misturando português e italiano. morcego: soldado que fazia ronda noturna; meganha. negaça: artifício para iludir ou seduzir; ardil, logro; negativa; recusa. pistilo: unidade do órgão feminino das flores, o gineceu, formado de ovário, estilete e estigma. [Nas flores em que ocorre um único pistilo, o termo é sinônimo de gineceu.] poma: seio de mulher. Quebranto: segundo a crença popular, efeito malévolo que o olhar de algumas pessoas produzem em outras; estado de torpor, cansaço, languidez. rebate: assalto repentino; ataque, incursão.

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rebordo: parte lateral; orla, beira. revolutear: agitar (algo) ou agitar-se em várias direções ou sentidos, dando voltas; revolver(-se). tépido: um tanto quente, morno. Capítulo Xii algibeira: pequeno bolso integrado à roupa, em geral cosido pelo lado de dentro do vestuário. atassalhar: retalhar; destroçar. Bisca: denominação genérica de diversas modalidades de jogo para duas ou quatro pessoas, em que se usa um baralho de 52 cartas. Camarinha: cada uma das gotículas de um líquido que se espalham sobre uma superfície. Carpir: expressar tristeza; lamentar, prantear; lamuriar(-se), lastimar(-se). Cerdoso: que tem cerdas; peludo, hirsuto; que se parece com cerda. Concupiscente: que expressa concupiscência, ou seja, desejo libidinoso. dar-se a maços: ocupar-se de atividade cansativa. encabrestar: pôr(-se) em cabresto (a cavalgadura); submeter(-se) ao domínio; prender(-se), subjugar(-se). enrubescida: rubro; avermelhado; corado; ruborizado. estorvar: causar impedimento, embaraço ou dificuldade a; importunar(-se), incomodar(-se). Fímbria: beira, orla; linha, traço; franja. garrulice: hábito de muito falar, de tagarelar; loquacidade, tagarelice. genital: que gera; que se destina à procriação; próprio da relação sexual. insigne: notável por suas obras ou realizações; famoso, ilustre. perspicácia: capacidade de penetração, de agudeza do espírito; sagacidade. repelão: empurrão violento; encontrão; tranco, solavanco. ressumbrado: ressumado; ressudado, gotejado, vertido. salsugem: restos, detritos que flutuam à tona da água do mar, nos portos, praias etc. sazonar: tornar(-se) maduro, amadurecer; tornar(-se) saboroso. solícito: que tem cuidado; zeloso; que não poupa esforços para ajudar, servir, ser útil; prestimoso, atencioso.

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tabaqueira: acessório (caixa, bolsa etc.) próprio para guardar fumo. tísica: tuberculose pulmonar. toscanejar: cabecear com sono, abrindo e fechando os olhos repetidamente; dormitar, cochilar. tubérculo: tumor como verruga que se cria nas artérias leves, nos pulmões, e que causa sufocação. Verônica: a imagem de Cristo estampada, gravada ou pintada sobre um tecido. Capítulo Xiii a passos de granadeiro: rapidamente. À socapa: à sorrelfa; disfarçadamente; com dissimulação. Bagada (em bagada): grande quantidade de gotas ou pingos grossos (p.ex., de lágrimas, de suor etc.), como bagas. Bodum: mau cheiro forte e nauseante; fartum. Brunir: dar lustro, fazer brilhar, por alisamento, polimento. Calojio: caloji; cabana, casebre; cortiço. Cepa (na cepa torta): tronco; sola de tamanco. Com piegas de: a fazer-se de. derreado: cansado; extenuado; enfraquecido. deslavado: desprovido de sal ou de sabor; insípido, insosso. desvanecimento: sentimento de orgulho; vaidade, presunção; sensação de satisfação, de prazer. engelhar: criar ruga; encarquilhar(-se), enrugar(-se). escanhoar-se: barbear(-se) com perfeição, cortando bem rente toda a barba e deixando a pele homogeneamente lisa. Facetear: galhofar, gracejar. Fundura: profundeza, profundidade. Hediondo: que causa horror; repulsivo, horrível; que exala odor nauseabundo; fedorento, fétido. maganão: espertalhão; velhaco, malandro; pouco escrupuloso.

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neófito: iniciante, aprendiz de qualquer ofício; novato, principiante; aquele que está em um local pela primeira vez. obsequiado: mimado; mimoseado; presenteado. refestelar-se: sentar-se ou estender-se sobre algo, para descansar; estirar-se, recostar-se. retrete: compartimento fechado, com vaso sanitário ou escavação no solo para dejeções; quartinho; latrina, retreta. rodízio: pequena roda, metálica ou de borracha, que se fixa aos pés dos móveis para que possam ser movidos com facilidade. sangria desatada: algo urgente, que não pode esperar. Geralmente usado na negativa: “não é sangria desatada.” sorrelfa (pela sorrelfa): dissimulação silenciosa para enganar ou iludir; sonsice, socapa. Capítulo XiV À fidalga: com luxo, com ostentação; de modo afidalgado. Bafio: cheiro peculiar ao que é ou está úmido ou privado de renovação do ar; bolor, mofo. Cábula: pessoa indigna. Cavaquear: conversar despretensiosamente, de maneira amigável; papear. Com poucas: em pouco tempo. Compungido: pesaroso, arrependido; aflito. desforço: desafronta, desagravo, vingança. embesourada: carrancuda. maldizência: maledicência. mela: surra, coça, sova. mouro na costa: expressão que indica desconfiança: tem mouro na costa, anda mouro na costa. parolar: falar demais; tagarelar; trocar ideias; conversar. rabanada: meneio de quadris; saracoteio; gesto brusco. tasca: casa de pasto reles; baiuca.

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Capítulo XV agebado: endinheirado, rico. apuração: exame cuidadoso; averiguação, investigação; etapa final da lavagem do cascalho diamantífero; depuração. Bisbórria: indivíduo destituído de valor, desprezível, reles; borra. Bordo (dar bordos): cada uma das duas partes simétricas em que se divide longitudinalmente o casco das embarcações. Congênere: que tem natureza, finalidade ou caráter semelhante (aos de outro); similar, semelhante; que tem a mesma origem (que outro). Cumaru: fava-de-cheiro, fava-da-índia, fava-de-tonca ou feijão-tonca, cuja semente tem cumarina, usada como remédio e aromatizante. empírico: baseado na experiência e na observação, metódicas ou não; limitado ao que pode ser captado do mundo externo, pelos sentidos. enfarar: enfastiar(-se), enfadar(-se), entediar(-se). Facínora: diz-se de ou indivíduo que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada. Fátuo: fugaz, fugidio, transitório; ilusório. laranjinha: cachaça aromatizada com casca de laranja. massagada: mistura de coisas diversas; miscelânea, mixórdia. melindroso: que provoca ou em que há certa dificuldade; embaraçoso, complicado; que envolve risco; arriscado, perigoso. mesológico: relativo ao meio. ninar-se: deixar-se cair no sono (a criança); adormecer, dormir; fazer pouco caso. propender: ter tendência, pendor ou gosto para (algo); inclinar-se, tender. rótula: gelosia ('grade de ripas'). soturno: sombrio, grave; assustador, sinistro. Capítulo XVi Chufa: caçoada, troça, chalaça; dito malicioso ou mordaz. Crapuloso: dado à devassidão, à libertinagem; devasso.

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Cutruca: galego. desunhar-se: soltar-se, desprender-se. ensarilhado: misturado; confuso. escarranchado: montado ou sentado com as pernas abertas; escarrapachado. Frincha: qualquer abertura estreita; fenda, fresta. lúgubre: que inspira uma grande tristeza; que inspira pavor; escuro, sinistro, medonho. moscardo: moscão; grande mosca. mossa: marca, vestígio resultante de pressão exercida ou pancada desferida em um corpo; pancada, golpe. Queixada: porco-do-mato. rilhar: produzir rangido com os dentes; ranger, ringir, trincar; pensar ou refletir muito, remoer mentalmente; ruminar. sobre-excitação: grande excitação nervosa ou de ânimo; superexcitação, supraexcitação. surucuju: cobra venenosa. Vavau: confusão. Capítulo XVii desfilada (à desfilada): desfile. estrepitoso: em que há grande ruído; ruidoso, barulhento. Justa: conflito referente a ação, proposta ou questão sobre a qual duas ou mais pessoas divergem; pendência, disputa, contenda. rebentão: aquilo que brota; aquilo que arrebenta, irrompe; abscesso. sinistro: acontecimento que causa dano, perda, sofrimento ou morte; acidente, desastre. Voa-pé: certo golpe da luta de capoeira. Capítulo XViii Cetineta: tecido que imita ou se assemelha ao cetim, feito de algodão e seda ou apenas de algodão. desentulho: desbarranco, desentulhagem, desentulhamento, desobstrução.

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enriçado: crespo, ouriçado, riçado. Fariscar: farejar. objurgar: repreender severamente; censurar, arguir; acusar. peganhento: pegajoso. Capítulo XiX a trouxe-mouxe: ação desordenada, confusa. A trouxe-mouxe: desordenadamente, atabalhoadamente. apoquentar: incomodar(-se) com coisas menores e aparentemente pouco importantes; chatear(-se), aporrinhar(-se), azoretar(-se). arpejo: acorde em que as notas são tocadas em modulação continuada ou sequente. Boquejar: falar baixo, dizer entre dentes; murmurar; resmungar. escandescente (incandescente): muito excitado; exaltado, ardente, fogoso. espacejado: espaçado. madraço: que ou aquele que não se empenha em suas atividades, que é dado ao ócio; mandrião, preguiçoso, vadio. morgadinha: filha única; menina ou moça bem vestida. réstia: trançado formado por palhas, cebolas, etc.; feixe de luz que passa através de abertura estreita. Capítulo XX Cana-verde: dança em que dois grupos (de homens e mulheres) dançam em sentido contrário e trocam de pares. Fouveiro: castanho-claro, malhado de branco (diz-se especialmente de cavalo). mona (cozer a mona): bebedeira, embriaguez; cabeça. Capítulo XXi À vela de libra (tratar-se à vela de libra): como um rei. aladroado: diz-se de peso que é medido de maneira fraudulenta ou de estabelecimento comercial em que se rouba a freguesia.

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Concubinagem (concubinato): união livre e estável de um homem e uma mulher que não são casados um com o outro; amasio. Culatra: parte posterior e/ou fecho do cano de arma de fogo; traseiro, nádegas. em val de lençóis: entre lençóis, na cama. encanzinar-se: tornar(-se) colérico; zangar(-se); teimar, insistir. engazopar: iludir, ludibriar. entalação: dificuldade; embaraço, contratempo, aperto, apuro; engasgo. peniqueira: caixa ou mesa de cabeceira onde se guarda penico; criada de quarto. solfejado: trauteado, cantarolado (sem pronunciar as palavras, mas apenas as notas musicais). Capítulo XXii a decidir: entre a vida e a morte. a retalho: a varejo. Cama franca: prostituição. Cenóbio: colônia de organismos unicelulares (algas ou bactérias) com número definido de indivíduos em um arranjo específico, constituindo um único organismo funcional; habitação de religiosos; convento. Chinfrinada: coisa ridícula, grotesca; desordem; reuniões com desordem. Circunspecto: sério; que mantém atitude prudente e reservada, por vezes distante. estigmatizar: condenar; tachar; marcar com estigma ('sinal infamante'). praticante: que ou aquele que está no período de treinamento de alguma atividade. retórica: emprego de procedimentos enfáticos e pomposos para persuadir ou por exibição; discurso bombástico, enfático, ornamentado e vazio. Veemente: expresso com eloquência, combatividade, emoção. Zangão: pracista (representante). Capítulo XXiii Contrafeito: que demonstra certo embaraço; constrangido, sem jeito; forçado, coagido. escapula: escape.

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estroina: perdulário; leviano; irresponsável; que é inconsequente com seus bens ou posses. Janota: que ou quem se mostra afetado no vestir; que ou quem chama a atenção pela elegância. sifão: espécie de garrafa dotada de um dispositivo que faz jorrar a água gasosa sob pressão nela contida. Vitória: carruagem para dois passageiros, com quatro rodas, cobertura dobrável e boleia.

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Entrelinhas Água de seltz: água gasosa natural (assim chamada por causa da região alemã onde existe em abundância), tradicionalmente usada na produção de champanha. Água servida: água que já foi utilizada e se escoa pelo esgoto; o efluente de esgoto residencial ou municipal. Atualmente, a água servida de banhos e de limpeza (água cinza) é reaproveitada. O mesmo não se dá com a água servida contaminada por urina ou fezes (água negra). Na época em que se passa o romance, segunda metade do século XIX, é que se começa a fazer distinção entre lixo (resíduos sólidos) e águas servidas (fezes, urina, etc.), quando estas passam a ser coletadas separadamente através do esgotamento sanitário. Botafogo: bairro da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, conhecido pela imagem da Enseada de Botafogo com o morro do Pão de Açúcar ao fundo – um dos cartões-postais da cidade. No início do século XIX, muitos nobres, entre eles D. Carlota Joaquina, tinham lá suas casas de campo. Na segunda metade do século XIX, época em que se passa o romance, Botafogo experimentou grande desenvolvimento. Por iniciativa de grandes proprietários de chácaras, foram abertas novas ruas. Sua população cresceu e se tornou o bairro preferido pelos estrangeiros. Caixa econômica: as primeiras caixas econômicas do Brasil surgem em 1830, em Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Elas concediam empréstimos sob penhor e recebiam poupanças. Por essa época, já existiam por aqui centenas de casas de penhor, mais conhecidas como casas de prego. Em 1861, o imperador Dom Pedro II criou a Caixa Econômica e Monte de Socorro, cuja finalidade era conceder empréstimos e estimular o hábito de poupar entre a população. A Caixa recebia as pequenas poupanças das classes menos abastadas, incluindo os escravos, que podiam assim economizar para suas cartas de alforria. O Monte de Socorro, inspirado nos Montes Pio ou Montes de Piedade europeus, emprestava, a juro e sob penhor, as quantias necessárias para socorrer às necessidades urgentes das classes menos favorecidas. Casa pascoal: famosa confeitaria situada na Rua do Ouvidor. O Baile da Ilha Fiscal, último do Império, contou com o requintado serviço da Casa Pascoal. Catete: bairro da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Na segunda metade do século XIX, foram construídas mansões ao longo da rua do Catete. Nas encostas do morro da Nova Cintra, voltadas para o bairro do Catete, ficavam as grandes pedreiras da Glória e da Candelária. Cidade nova: bairro do Rio de Janeiro, localizado nas proximidades da Avenida Presidente Vargas e do bairro do Estácio. Até o início do século XIX, a região era um alagadiço por onde se ia do Centro à Tijuca e São Cristóvão. Para melhorar essa passagem, fizeram-se aterros. Em consequência, surgiu o projeto de promover o crescimento da cidade naquela

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direção. Na época do romance, a Cidade Nova era ocupada por casas operárias e, na primeira metade do século XX, foi se tornando uma zona de prostituição. Festas de regozijo nacional: referência à tradição milenar das festas de regozijo e de agradecimento com que se comemoravam as chuvas, as boas colheitas. O carnaval e algumas festas religiosas que reúnem multidões são comumente consideradas de regozijo. Hércules: o maior dos heróis da mitologia grega, filho de Zeus e Alcmena. Desde que nasceu, Hércules (ou Héracles) já mostrava que seria um grande herói. Sua primeira façanha foi estrangular as duas serpentes enviadas pela deusa Hera para matar a ele e seu irmão, ainda no berço. Tudo em Hércules era monumental: sua força, seu apetite, sua cólera. Arrependido por, num momento de loucura, ter matado sua esposa, Hércules foi consultar o oráculo de Delfos, que o orientou a submeter-se ao rei Euristeu, o qual lhe deu tarefas – os doze trabalhos de Hércules. Ao morrer, ele subiu ao Olimpo, onde assumiu seu lugar entre os deuses para toda a eternidade. Hospício de pedro ii: inaugurado em 1852, no Rio de Janeiro, foi o primeiro hospital psiquiátrico da América Latina. Após a proclamação da República, passou a chamar-se Hospício Nacional de Alienados. Era também conhecido como Hospital da Praia Vermelha. Ocupava o conjunto de prédios que formam, atualmente, o campus da Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro. igreja de são João Batista: de estilo neoclássico, criada em 1809, fica na Rua Voluntários da Pátria (antiga Rua Nova de São Joaquim). irmão de ordem terceira: as ordens terceiras são associações de leigos, os irmãos, que se reúnem em torno da devoção de um santo. O que as distingue das irmandades é o fato de estarem associadas às ordens religiosas da Idade Média. No Brasil, as ordens terceiras mais atuantes foram a Ordem Terceira do Carmo e a Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. irmão do santíssimo: aquele que pertencia à Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária, criada no Rio de Janeiro, entre os anos de 1567 e 1569 e destinada às elites brancas da cidade. Em 1763, fundou-se, no bairro de São Cristóvão, um hospital que a Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária passou a administrar. Jacarepaguá: o nome deste bairro carioca vem do tupi YACARÉ-UPÁ-QUÁ, que significa “vale ou lagoa rasa dos jacarés”. A grande região de Jacarepaguá era conhecida, no século XVIII, como a “Planície dos Onze Engenhos”, pela produção açucareira. No século XIX, nas novas fazendas que ali surgiram, passou-se a cultivar café. largo da Carioca: logradouro público do Centro do Rio de Janeiro. No século XVIII construiu-se ali o Hospital da Ordem Terceira da Penitência, que foi demolido na remodelação da cidade feita por Pereira Passos, no início do século XX. Lá está, até hoje, a Igreja de São Francisco da Penitência, uma das joias do Barroco brasileiro, criada na mesma época.

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largo de são Francisco: logradouro público do Centro do Rio de Janeiro. Criado no século XVIII, o largo já possuía, na época do romance, duas importantes edificações que lá estão até hoje - a Igreja de São Francisco de Paula e a Escola Politécnica. manduca da praia: conhecido capoeirista que viveu no Rio por volta de 1850. Era temido pela polícia e pelos próprios capoeiristas. Não era exatamente um malandro, pois tinha uma banca de peixe que lhe dava bons lucros. Com boas relações entre pessoas ilustres e políticos, foi guarda-costas de muitos deles e, dessa maneira, conseguiu escapar aos 27 processos em que foi indiciado por lesões corporais. monte de socorro: ver caixa econômica. moscatel de setúbal: um dos mais tradicionais vinhos portugueses, cuja produção, segundo alguns, remonta ao século XII. ordem de santo antônio: trata-se, provavelmente, da Venerável Irmandade de Santo Antônio dos Pobres. passeio público: concebido e criado por Mestre Valentim no século XVIII, o parque localiza-se no Centro do Rio, próximo ao Largo da Lapa. O Passeio Público foi construído sobre o aterro da Lagoa do Boqueirão da Ajuda e se constituiu na primeira área urbanizada do Rio de Janeiro. Foi reformado pelo paisagista francês Auguste Glaziou, a partir de 1864, por ordem de D.Pedro II. pedreira de são diogo: o bairro de Santo Cristo pertenceu ao Alferes Diogo de Pina. Por isso, a capela e o manguezal levaram o nome de São Diogo. No prolongamento do Caminho de São Diogo, que levava à Praia Formosa, funcionava a Pedreira de São Diogo. porrete de petrópolis: porrete comprido, de madeira-de-lei, usado pelos valentões. praia da lapa: na primeira metade do século XIX, a Rua da Lapa era atingida por constantes ressacas, e muitas casas, que faziam fundo com o mar, foram destruídas. Diante da necessidade de proteger aquela faixa do litoral, executaram-se obras: um cais em curva sobre uma muralha que ficava um metro acima do mar, uma rua que acompanhava o cais e um paredão na parte alta da Rua da Glória. Além disso, árvores foram plantadas, e a velha praia, chamada então de Areias ou Mar de Espanha, tornou-se uma atração. A partir do século XX, sucessivos aterros recuaram o mar mais de 400 metros. praia da saudade: antiga praia que foi totalmente aterrada em 1935, numa área de mais de 80 mil metros quadrados, onde fica, hoje, a Avenida Pasteur. rua Bambina: antiga rua do Boi, no bairro de Botafogo, servia de pastagem. Foi rebatizada pelo Conselheiro José Bernardo de Figueiredo, Ministro-Presidente do Tribunal de Justiça do Império, proprietário de terras no bairro, que lhe deu o nome atual em homenagem a sua neta Luisa Bambina de Araújo Lima, mais tarde Viscondessa de Pirassinunga.

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rua direita: ligava o Morro do Castelo ao Morro de São Bento. Durante quase três séculos em torno dela giraram os grandes acontecimentos políticos e sociais da cidade do Rio de Janeiro. Em 1875, passou a chamar-se Rua Primeiro de Março, referência à data da vitória da Batalha de Aquidabã, em 1870, e não, ao contrário do que se pensa, por causa da fundação da cidade, em1565. No início do século XX, o eixo principal da capital passou a ser a nova Avenida Central, atual Rio Branco. rua da glória: principal rua do bairro da Glória, deve seu nome à Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, construída no século XVIII. Em torno da igreja, povoou-se o bairro, considerado o início da zona sul do Rio de Janeiro. A rua da Glória é uma continuação da rua da Lapa. rua do Hospício: a chamada Rua Detrás do Hospício recebeu esse nome por causa do hospício (hospedagem, abrigo) onde esteve, no século XVIII, um grupo de frades capuchinhos que, chegando ao Rio de Janeiro, não pudera seguir viagem para a Ilha de São Tomé, em virtude de uma grande tempestade. É a atual Rua Buenos Aires, localizada no Centro. rua da misericórdia: origina-se, assim como a Rua Direita, do Caminho do Manuel de Brito, berço histórico da cidade, que ligava o Largo da Misericórdia ao Morro de São Bento. Se na Rua Direita ficava a residência dos governadores, na da Misericórdia funcionaram a primeira Alfândega, a Cadeia, a Câmara e o Tribunal da Relação, onde foi condenado Tiradentes. rua do ouvidor: localizada no Centro do Rio de Janeiro, originou-se de um caminho que dava acesso aos armazéns ou trapiches do antigo porto do Rio. Deve seu nome ao fato ter nela residido, no século XVIII, o ouvidor-mor da cidade, Manoel Pena de Mesquita Pinto. Na época retratada no romance, nela tinha sede a maioria dos jornais cariocas e as lojas mais finas da cidade. rua gonçalves dias: rua do centro do Rio de Janeiro. Começa no largo da Carioca e termina na rua do Rosário. Esse nome foi adotado em 1865, em homenagem ao poeta Antônio Gonçalves Dias, após sua morte em naufrágio, em novembro de 1864. Antes, chamou-se Rua dos Latoeiros, pois nela se estabeleceram, por mais de um século, a maioria dos artesãos em trabalhos de fundição em latão e cobre. rua são Clemente: uma das primeiras ruas surgidas no bairro de Botafogo. Aberta nos anos de 1830 para servir de uso da Fazenda Olaria, propriedade de Joaquim Marques Barbosa de Leão - o Velho. Na época do romance, era um lugar nobre, onde moravam os barões do café. Na antiga São Clemente, no trecho entre o largo dos Leões e a lagoa Rodrigo de Freitas, o nome foi alterado, em 1860, para homenagear a Passagem de Humaitá pela esquadra brasileira na Guerra do Paraguai.

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rua da passagem: uma das principais vias de Botafogo, antigamente conhecida pelos nomes de Caminho de Botafogo e Caminho de Copacabana. O nome atual foi adotado em 1869 em homenagem ao ato da Guerra do Paraguai, conhecido por Passagem de Humaitá. rua de sorocaba: rua do bairro de Botafogo, fundada, em meados do século XIX, por Antônio Delfim Simões da Silva, dono de uma grande chácara na São Clemente. O nome é uma homenagem à sua sogra, a Baronesa de Sorocaba. sociedades carnavalescas: agremiações que promoviam desfiles na época do Carnaval. Também chamadas de clubes carnavalescos, as sociedades surgiram em meados do século XIX, no Rio de Janeiro, e foram, por muito tempo, o mais importante evento do Carnaval carioca. Segundo pesquisadores, os grandiosos desfiles das escolas de samba foram inspirados nos das sociedades.

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Ficha de leitura No Percurso Livre, os alunos vão ler várias obras de nossa literatura. Se o trabalho atingir seus objetivos, todos vão tomando gosto pela leitura, descobrindo os encantos escondidos entre as linhas, descortinando novos mundos dentro e fora de si mesmos. E se interessando em prosseguir, escolhendo outros livros, poemas, novos textos enfim. Para ajudar a armazenar um pouco do prazer encontrado em cada obra lida, vamos elaborar uma Ficha de Leitura ao final do trabalho com cada livro. Explique aos alunos que o objetivo de fazer uma Ficha de Leitura é reunir em uma pasta as referências de cada e de todos os livros que eles forem lendo daqui por diante. Mostre que há muitas vantagens em cultivar esse hábito:

• nos ajuda a organizar as nossas impressões a respeito da obra que acabamos de ler; • deixa à mão um resumo do livro, para podermos fazer consultas futuras; • fica também fácil se depois quisermos curtir de novo algum aspecto interessante da leitura;

• possibilita uma comparação entre os livros que vamos lendo e as experiências que vamos vivenciando. Peça que preparem cuidadosamente a Ficha de Leitura de O cortiço, e que, se ainda não o fizeram, providenciem um local (uma pasta, um envelope, uma gaveta etc.) para irem colecionando as fichas das leituras que vão fazer no Percurso Livre. FICHA DE LEITURA Título da obra: O cortiço Autor: Aluísio Azevedo Data de criação (aproximada): entre 1888 e 1889 Gênero do texto: Romance Lugar onde se passa: Rio de Janeiro Personagens: João Romão, Bertoleza, Jerônimo, Rita Baiana, Pombinha, Isabel Léonie, Miranda, Estela, Zulmira, Botelho, Henrique, Firmo, Leocádia, Bruno, Piedade, Alexandre, Augusta, Marciana, Florinda, Albino, Bruxa. Resumo da história: FAÇA NO QUADRO, JUNTO COM OS ALUNOS, O RESUMO DO QUE SE PASSA NO ROMANCE. De que você gostou e por quê? De que você não gostou e por quê? ESTAS DUAS ÚLTIMAS PERGUNTAS DEVEM SER RESPONDIDAS INDIVIDUALMENTE. DEPOIS SERIA A HORA DE SOCIALIZAR AS OPINIÕES ENTRE OS ALUNOS.

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Sugestões bibliográficas Se você achar que precisa se aprofundar em qualquer dos temas abordados nesses encontros, dê uma olhada na bibliografia abaixo e veja o que gostaria de ler: BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito da leitura. Trad. Octávio M. Cajado. São Paulo: Cultrix; Brasília, INL, 1977. CANDIDO, Antonio. Iniciação à Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2004. COUTINHO, Afrânio. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Mec/Fundação de Assistência ao Estudante, 1990. FULGÊNCIO, Lúcia, LIBERATO, Yara. A leitura na escola. São Paulo: Contexto, 2001. (Repensando a Língua Portuguesa) . Como facilitar a leitura. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2000 (Repensando a Língua Portuguesa) LAJOLO, Marisa. Descobrindo a literatura. São Paulo: Ática, 2003. (Série Saber mais) . Literatura: leitores e leitura. São Paulo: Moderna, 2001. MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 1997. (Coleção Primeiros Passos; 74) MASSAUD, Moisés. A criação Literária. São Paulo: Cultrix, 1987. MERQUIOR, José Guilherme. Breve história da literatura brasileira: de Anchieta a Euclides. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977. SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. São Paulo: Brasiliense, 1999. (Coleção Primeiros Passos; 110) SILVA, Ivanda Maria Martins. Literatura em sala de aula: da Teoria Literária à prática escolar. Recife: Programa de Pós-Graduação da UFPE, 2005. WALTY, Ivete Lara C. O que é ficção. São Paulo: Brasiliense, 1985. (Coleção Primeiros Passos; 156) E se você desejar conhecer um pouco melhor o que dizem críticos e estudiosos acerca da obra de Aluísio Azevedo, eis aqui algumas sugestões de leituras: BERNARDO, Gustavo (org.). Literatura e sistemas culturais. Rio de Janeiro: EDUERJ, 1998. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 2ª ed. São Paulo: Cultrix, 1975.

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CANDIDO, Antonio. Degradação do espaço. In: O discurso e a cidade. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1993. p. 55-94. . De cortiço a cortiço. In: O discurso e a cidade. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1993. p. 123-152. MÉRIAN, Jean-Yves (1988). Aluísio Azevedo, vida e obra (1857-1913). Rio de Janeiro: Espaço e Tempo/Banco Sudameris, 1988. MONTELLO, Josué. Aluísio Azevedo e a polêmica de O mulato. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975. TINHORÃO, José Ramos. A província e o naturalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.

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ficha técnica Fundação RobeRto MaRinho Percurso Livre - o cortiço

LÍNGUA PORTUGUESA - ENSINO MÉDIO Concepção e Supervisão Pedagógica

VILMA GUIMARÃES Coordenação Pedagógica

CÉLIA FARIAS FÁTIMA GABRIEL TEREZA FARIAS desenvolvimento de Conteúdo

SANDRA PORTUGAL organização de Conteúdo

SANDRA PORTUGAL (COORD.) JOSÉ HENRIQUE DE OLIVEIRA equipe de Materiais

HELENA JACOBINA (COORD.) ANNE ROCHA JACQUELINE BARBOSA PAULA REIS Produção

MONIQUE LIMA ilustração de capa

A-TOON ILUSTRAçÃO Projeto Gráfico e diagramação

INVENTUM DESIGN

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