Plataforma: A Voz do Brasil

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Plataforma* edição 2022

A VOZ DO BRASIL Zuzu Angel, Milena Nascimento, Airon Martin, Igor Dadona & Breno Samel: nomes que construíram a história da moda brasileira press


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A VOZ DO BRASIL Zuzu Angel, Milena Nascimento, Airon Martin, Igor Dadona & Breno Samel: nomes que construíram a história da moda brasileira press


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A VOZ DO BRASIL Zuzu Angel, Milena Nascimento, Airon Martin, Igor Dadona & Breno Samel: nomes que construíram a história da moda brasileira press


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A VOZ DO BRASIL Zuzu Angel, Milena Nascimento, Airon Martin, Igor Dadona & Breno Samel: nomes que construíram a história da moda brasileira press


Plataforma* Foto: Instituto Zuzu Angel

edição 2022

A VOZ DO BRASIL Zuzu Angel, Milena Nascimento, Airon Martin, Igor Dadona & Breno Samel: nomes que construíram a história da moda brasileira press




CONTEÚDO

2022 Carta editorial Gabriel Green Fusari

Feed

Seleção de acesórios

Highlight

Análise Millelab SPFW N52

Perfil

Igor Dadona

Política internacional

Kim Jong un proibiu roupas de moda na Coréia do norte?

Política latinoamericana

O casaco de Lula

História

Zuzu Angel a estilista do Brasil

Beleza

O perfume de Gala

Beleza

O mundo de Carol Delmondes


CONTEÚDO

2022 Editorial + Entrevista

A arquitetura da moda de Breno Samel

Editorial + Entrevista O inteiror de Airon Martin

Editorial fotográfico

Brand new day, de Dona Bellocas

Editorial fotográfico Abraço, de Oh, Lívia!

Variedades finais: Design Karol Suguikawa: Método Vértice

Variedades finais: Arte Lipe Oliveira, o Mr Illustrated

Variedades finais Livro O futuro chegou, de Domenico de Masi

Variedades finais: Cinema Matrix Resurrections

Último look

Caipirinha vestida de Yves Saint Laurent


Plataforma* jornalismo moderno é nosso plano de negócios Dando a voz para assuntos emergentes e de relevância pública sob a ótica da editoria de moda

GABRIEL GREEN FUSARI DESENVOLVIMENTO Jociene BIanchini SUPERVISÃO Lipe Oliveira (Mr. Ilustrated) ILUSTRAÇÃO Narciso Lucchetti Valentina F. Garavani Lívia Mestriner Bella Beraldo Breno Samel COLABORADORES

Esta revista foi projetada, produzida e editada pelo editor Canva OS TEXTOS DESTA REVISTA FORAM ESCRITOS POR GABRIEL GREEN FUSARI UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO / CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA

MAISONPRESS EDIÇÃO ________________________________ @FVSARI REDES SOCIAIS






Plataforma* Revista Plataforma* Barra do Garças (MT) Novo Horizonte (SP)

Carta Editorial

Gabriel Green Fusari

2022

Em dez anos de São Paulo Fashion Week, a perspectiva sempre era a mesma. Marcas replicando pensamentos capitalizados da gringa, fingindo que o público alvo não era o brasileiro. O brasileiro fica a mercê da falta de identidade talqual diz Domenico de Masi. Mas o futuro chegou, e com ele novos artistas estão no mapa. Nesta revista, eu apresento alguns dos artistas que despontam na produção autoral. Se o jornalismo tem papel fundamental na retratação de um momento, Plataforma propõe-se a fazer parte desse narrativa para contar a história de grandes novos nomes de impacto no cenário brasileiro.



FEED S E L E Ç Õ E S

D E

A C E S S Ó R I O S

Imagem: Shein

Hoje é dia de jacaré! Não apenas na moda, com esta linda bolsa verde esmeralda com estampa crocodilada e correntes douradas. Mas também é época de se vacinar, não perca tempo!


FEED

Este Ear cuff dourado em formato de cobra entrelaça em sua orelha de forma confortável. É perfeito para quem não tem furos e gosta de exibir uma joia diferenciada de forma discreta e elegante.

Imagem: Shein


FEED

ele está de volta com o movimento do e-boy que faz tanto sucesso no TikTok e entre a juventude.

Imagem: Divulgação / Dior

o tênis que fez sucesso nas fotos dos desfiles foi o all star, modelo conhecido do basquete




Imagem: Agência Fotosite


N

o dia da Consciência Negra, 20 de novembro, a São Paulo Fashion Week apresentou seu maior desfile histórico, a apresentação de MileLab De Milena Nascimento. A marca de streetstyle com perspectiva periférica foi originada na comunidade do Grajaú, no ano de 2015. Neste ano, na edição 51 do evento, a marca fez sua estreia na semana de moda, mas foi na última edição, N52, que ela chamou atenção. Apresentado pelo projeto Sankofa, plataforma de artistas negros do SPFW, a marca de Milena Nascimento abriu a apresentação com um poema declamado por Breno Luan onde ele relata o background criativo da coleção, que é o questionamento sobre ocupações de espaços. "A gente cria, recria, enquanto eles fazem imitação. Mais de 400 anos tentando recuperar uma cultura, que não foi mostrada nem na escola, muito menos nos livros da faculdade. Vocês querem uma cota de marcas negras nos seus espaços para se dizer apoiadores e colaboradores da luta da diversidade", manifesta. Após o fim do poema, iniciaram a chegada dos modelos que substituíram o carão e o Catwalk por muita ginga e passinhos de funk. Outro ponto da criação é a inspiração do funk, como forma de expressão e resistência dos corpos marginalizados. Nos looks, é possível ver hoodies e camisetas que fazem alusão a pipa, que também estava presente no rolê como acessório. Os modelos também usaram camisetas e os gorros como máscaras para dar melhor destaque aos óculos Juliet espelhados. A importância desse desfile entra direto na história da moda no Brasil, com sua criatividade e ousadia de contar uma história que antes era ignorada pela moda nacional e comercial. A apresentação pegou para si o certificado de desfile mais emblemático do São Paulo Fashion Week que antes pertencia a Jum Nakao e seu desfile de papel, merecendo esse mérito pela desconstrução de espaços classistas.


IGOR DADONA:

Ilustração: Lipe Oliveira

“Eu quero acabar com esse negócio blasé da moda”


U

Nessa época, a conexão com o jornalista foi essencial para o fomento da carreira do artista, que teve acesso à lendária biblioteca de Lula, além de criar uma forte ligação, dizendo que Rodrigues se via muito em Dadona. Mesmo atuando temporariamente com comunicação de moda, Igor não considera ter sido jornalista de moda por não ter estudado para tal e por sempre querer seguir na área do design. Agora atuando no mercado de criação, o jogo muda e é sobre ele que os jornalistas escrevem. Embora o jornalismo de moda no Brasil dê mais atenção para grifes de luxo internacionais, Igor vê uma melhora no cenário: “de tempos pra cá, eu acho que os jornalistas do segmento começaram a dar uma atenção especial para marcas independentes. No meu caso, eu me sinto muito acolhida por essas grandes mídias“.

Imagem: Divulgação / Igor Dadona

m dos nomes mais esperados do São Paulo Fashion Week (SPFW) de 2021, Igor Dadona, estilista residente de São Paulo, teve o início de sua história na moda de forma convencional. Desde pequeno, sempre foi interessado em desenhar. Sua especialidade púbere foi desenhar personagens de videogame, sempre dando atenção para as roupas. Com o tempo, ele foi substituindo os personagens por modelos, e uniforme de luta por figurinos. Sua primeira entrada no mundo fashion foi quando viu no Facebook um anúncio de estágio com o jornalista de moda Lula Rodrigues. “Lula me ensinou tudo que eu sei sobre moda masculina. Eu cobri o Fashion Week para o site dele, escrevendo releases sobre desfiles e matérias“, recorda o início de sua trajetória.


Durante a pandemia, a marca teve seu maior crescimento. Inclusive, Igor Dadona brinca que a marca foi até melhor que ele, que enfrentou bastante dificuldade no que se refere à saúde mental. “Eu fiquei muito bad da mente mas a marca foi bem, ela cresceu muito durante a pandemia“. O crescimento baseou-se no aproximamento virtual com seus clientes e seguidores, fazendo colaborações, desenvolvendo práticas de marketing digital sem ao menos produzir uma roupa física no ponto mais crítico do lockdown um paulistano.

Imagem: Divulgação/ Acervo pessoal

De fato, em 10 anos de carreira, é possível ver uma mudança mais agradável do jornalismo para o mercado da moda nacional, que foi fundamental para enfrentar desafios de se ter uma marca independente. Para Dadona, o maior desafio é a questão financeira, que pode auxiliar e muito a estabilização de uma marca no cenário nacional. De acordo com ele, “é muito difícil manter uma marca quando não se tem patrocínio por trás“, mas que se considera muito sortudo de estar no cenário com sua marca. Atualmente, a marca funciona prioritariamente sob encomenda. Depois de realizar desfiles, fashion filmes ou editoriais fotográficos, ele vende suas peças piloto e caso haja mais demanda, ele produz para venda a peça em questão. Com uma pequena equipe ele diz optar pela exclusividade, fazendo roupas com a medida dos clientes, pois assim eles também preferem.


Imagem:Divulgação / Igor Dadona

Para o legado da moda brasileira, Igor teve grande impacto na criação de uma marca jovem, de imensa qualidade que hoje se encontra madura o suficiente para apresentar uma releitura do Emo para 2021 com características brasileiras. Mas Dadona permanece modesto, quando diz “não tenho pretensão de deixar um legado, Mas o que eu espero deixar são os valores de bondade e leveza, e acabar com essa coisa blase da moda”, conclui.




Imagem: Reuteurs

KIM JON UN PROIBIU ROUPAS DE MODA NA CORÉIA DO NORTE?


N

Fotografia: Shane Horan (YPT) / Dazed Confused

as últimas semanas a internet foi bombardeada pela notícia de que o líder norte-coreano Kim Jong Un havia proibido o uso de calças skinny. Mas será que esse banimento é verídico? Publicado originalmente no ocidente pelo The Mirror, tabloide britânico conhecido por publicações sensacionalistas, é reportado que não apenas as calças skinny foram proibidas, mas também piercing, calças jeans e calças rasgadas. A justificativa era de que tais peças podem trazer a influência “decadente” do Ocidente, que é destrutiva para a juventude socialista do país.

O texto do The Mirror obteve essas informações pela agência sul-coreana Yonhap News, que por sua vez, diz ter extraído informação da agência Rodong Sinmum da Coreia do Norte. O editorial em questão não aponta a data da publicação, apenas dizendo que foi feita no final de semana de maio de 2021. Durante a apuração desta matéria, foi buscado nos arquivos digitais da agência norte coreana alguma postagem que tenha relação com as publicações e nada foi encontrado. Pela falta de informações que sirvam para apurar os dados da forma correta, a notícia dada tem sua credibilidade posta em cheque, isso juntando com o histórico controverso de Yohap. Ano passado o mesmo jornal noticiou de forma exclusiva a possível morte do líder norte-coreano, que na verdade estava em repouso após procedimentos médicos.


festival de roupa feito desde 2001 por indústrias têxteis

Imagens: Dazed Confuzed

PYONGYANG Fashion Exhibition


Já que as informações dos portais são tendenciosas e pouco confiáveis, o que resta é tentar descobrir o que acontece no país por meio de estudiosos da cultura que já estiveram lá. Uma dessas pessoas é o pesquisador do Centro de Estudos Políticos de Songum Lucas Rubio (@camarada_rubio). Lucas teve a oportunidade de conhecer pessoalmente a cultura do país em 2018, a convite do governo norte-coreano através da Associação Coreana de Cientistas Sociais. Para ele, o que acontece, na verdade, é uma perseguição cultural contra o país pela sua posição política e costumes culturais mal interpretados.

Imagens: Acervo Pessoal

“Existem sim passagens em publicações falando de lideranças que mencionam a preservação do modo de vida coreano em detrimento a dominação estrangeira que pode vir em forma de cultura, só que isso não significa que o país se fechou”, diz o pesquisador. Ele menciona que o povo coreano é mais conservador nos costumes que a população ocidental e que lá eles interpretam as relações sociais de um jeito diferentemente normal e que isso é o resultado da preservação cultural. “Essa notícia tem um teor racista por considerar os norte-coreanos atrasados ao ponto deles não poderem escolher o que vestir. Ela também é falsa pois não saiu nada na mídia local que houvesse alguma lei que proíbe o uso das peças“, complementa.


Imagem: Dazed Confused

De acordo com a revista DAZED AND CONFUSED, as bolsas ditas femininas na Coreia do Norte são ítens Inspirados em marcas de luxo, como Prada e Dior, sem mencão as marcas e importados da China Ternos como deste rapaz são feitos sob medida e escolhidos pela numeração de apresentação do desfile anual de Pyongyang


Imagem: Dazed Confused

Rubio reiterou que no país existem semanas de moda promovidas por fábricas têxteis locais com roupas modernas e que as roupas como calças skinny, piercing e afins não são proibidas, no entanto, não são vistas de forma atraente culturalmente como aqui. O depoimento de Lucas tem o mesmo teor que é dito no documentário australiano “The Haircut” (2017) que explora o boato de que os homens da Coreia deveriam usar cor de cabelo semelhante ao de Kim Jong Un. No curta, eles abordam a moda da Austrália de corte de cabelo de surfista comparado com os cortes

culturais locais da Coreia. Eles associam a moda dos países apresentando uma visão negativa que a do país socialista no Ocidente, atrelando a um espetáculo midiático anticomunista para se crer que os norte-coreanos não são inteligentes ou não tem autonomia de vida. O país costuma ignorar boatos que interpreta como “propaganda anticomunista”. Para a produção deste texto, a Embaixada da Coréia do Norte no Brasil em Brasília (DF) foi contactada, mas até o fim da produção da matéria não houve resposta.




O CASACO DE LULA

Imagem: Medium

A origem do novo uniforme presidencial latino-americano de esquerda usado por Lula, Evo Morales e Pedro Castillo


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Imagem: Divulgação / PT

esde que começou a conceder entrevistas aos meios de comunicação após liberto da prisão poĺítica, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva constantemente vira Trending Topics no Twitter. O motivo, em especial, não são críticas ou dúvidas sobre a possível candidatura em 2022, mas sim sobre o casaco que usava. De tecido azul marinho,em forma estruturada e faixas tricolores, a jaqueta de Lula na história da moda tem um simbolismo importante tal qual o casaco de Marx. Assim como a vestimenta do teórico alemão, o casaco do presidente foi um presente de amigo. Evo Morales, então presidente da Bolívia, costumava sempre revolucionar suas produções em aparições públicas. Sua posse presidencial aconteceu em 2006, onde ele usava o memorável paletó de lã de alpaca da estilista boliviana Beatriz Canêdo Patiño.

A estilista foi a responsável por desenvolver um protótipo do que viria a ser chamado Evo Fashion: casacos com desenhos referentes à cultura aymara, comunidade indígena que Evo faz parte. A criação da estilista também esteve em um suéter e chompa feitos com lã de alpaca e lhama que ele usou diversas vezes e até chegou a ser reproduzido em poliéster por fábricas locais. Mas o que fez sucesso mesmo foram as jaquetas como a que Morales presenteou Lula.


Imagem: Acervo Pessoal


Manuel Sillerico é alfaiata de descendência aymara que tem há 60 anos seu humilde atelier no coração de La Paz, hoje fechado pela pandemia do novo coronavírus. Em seu currículo, ele produziu roupas para diversas pessoas importantes, para governantes de esquerda, para governantes de direita, e uma delas foi Evo Morales, para quem desde os seus primeiros mandatos é o responsável pelo figurino. Quando questionada pelo jornalista sobre o papel de Sillerico na criação do Evo look, Beatriz ameaçou encerrar a entrevista dizendo: “não gostaria de aparecer nas mesmas páginas que este homem (Sillerico)”. E a justificativa foi inacreditavelmente elitista, dizendo que “não é que eu seja preconceituosa, mas é que eu sou uma fashion designer e ele um mero alfaiate”.

Imagem: Divulgação / PT

Essas jaquetas, nacionalmente, são envolvidas em polêmicas. Por se tratarem de um modelo semelhante ao da posse, a criação diversas vezes é creditada a Patino, que aceitava sem pestanejar o crédito pelo chamado Evo Fashion. Falecida desde 2016, Patiño enquanto viva, concedia entrevista falando sobre ser a única responsável pelo estilo. Ao New York Times, disse que Evo foi pouco descritivo ao que gostaria de produzir. Ao El País, disse ter ido às montanhas buscar 45 artesãos analfabetos que pudessem produzir os desenhos de sua roupa. Entretanto, em 2013, quando o jornalista cronista Alex Ayala Ugarte a entrevistou, ela não contava com a indagação que colocaria em xeque seu legado. como a rainha da alpaca: “E Sillerico?“


Imagem: Acervo Pessoal


O simbolismo que o traje decolonial traz, desapropria dos europeus a propriedade do bom gosto em moda formal. Para o estilista, historicamente este traje é simbolismo do empoderamento indígena, pois a América Latina foi colonizada como propriedade privada em que os indígenas não eram considerados pessoas civis, mas sim escravos. E num momento onde um indǵ ena chega à presidência, muita coisa muda, como a roupa, que é reflexo dos nossos tempos. “Assim, eu criei um estilo próprio para presidente, pensando na imagem do cargo e não na personalidade de quem o ocupa”, comentou. Sem formalidade, desconstruído dos padrões estéticos do colonizador, é como uma mensagem de esperança sobre o que podemos esperar do nosso futuro rosado.

Imagem: Divulgação: Sillerico

A disputa da criação foi ampliada pelos veículos de comunicação bolivarianos, onde jornais conservadores de direita creditavam a criação à Beatriz Canedo Patiño como forma de apontar uma suposta hipocrisia de um governante de esquerda que usava roupas de estilista de luxo. Os veículos independentes e os de esquerda apontam Sillerico pela criação , como forma de visibilidade a um alfaiate indígena, que foi invisibilizado pela luta de classes na moda. Sociólogos como David Mendoza Salazar creditam a criação ao sincretismo, e a interferência de vários autores na criação do Evo Fashion Look. Look esse que agora se transforma no novo uniforme da nova onda rosa que vem por aí, com Pedro Castillo no Peru e Lula no Brasil em 2022.




ZUZU ANGEL: A ESTILISTA DO BRASIL

Imagem: Divulgação / Instituto Zuzu gel

Foto: Instituto Zuzu Angel

Perfil da primeira maior estilista do Brasil e símbolo da luta contra a ditadura pela arte.


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........ o Brasil, dizem que moda é frivolidade. Eu digo que moda é comunicação”. Quem disse essa frase é Zuzu Angel, reconhecida como a primeira fashion designer do Brasil e símbolo da moda brasileira no mundo. Ela foi uma estilista brasileira nascida como Zuleika de Souza Netto, em 05 de junho de 1921, em Minas Gerais. Vinda de uma família humilde, Zuzu começou a costurar desde nova para auxiliar nas despesas de casa. No seu tempo livre, continuava a costurar roupas para suas bonecas e de amiguinhas. Na adolescência, mudou-se para Salvador, onde ficou até 1939. Lá, Zuzu deixou-se influenciar pela cultura afro-brasileira e as cores quentes, além das referências religiosas do estado da Bahia. Com essas referências criativas, depois de 1939, mudou-se para o Rio de Janeiro sozinha. Para custear sua ida, ela costurou para vizinhas até conseguir um trabalho formal em um atelier de moda. Depois de dez anos de trabalho, ela pode usar toda sua bagagem cultural para criar modelos, e a partir daí, com apoio de amigos e da família, passou 20 anos guardando suas economias para abrir sua primeira loja e atelier em Ipanema, que fez muito sucesso.

Imagem: Instituto Zuzu Angel


Imagem: Instituto Zuzu Angel


Imagina só, um país que estava recebendo a influência das revoluções culturais dos países vizinhos, que estava saturado da moda européia e de seus moldes da Vogue Patterns precisava da criação verdadeiramente nacionalista (no bom sentido). Zuzu apresentou ao Brasil e para o mundo belos modelitos feitos com fibra de bambu, madeiras, conchas, chita, tecido de colchão, tudo aquilo que ninguém pensou em usar antes. A aclamação foi tão grande que ela começou a se apresentar nos grandes desfiles de Nova York e teve suas coleções vendidas na Bergdorf Goodman.

Imagem: Instituto Zuzu Angel

Os anos 70 fizeram a vida de Zuzu Angel mudar totalmente. Além da fama mundial e seu estouro em vendas, no ano de 1971 a estilista teve sua vida arrasada após o desaparecimento de seu filho Stuart Angel Jones, de 25 anos. Stuart foi um estudante de economia da UFRJ e membro do Movimento Revolucionário 8 de Outubro, MR-8, organização política marxista que participou da luta armada contra a ditadura brasileira. Pelo seu envolvimento com o comunismo, Stuart foi preso, torturado e assassinado pelo estado na base aérea do Galeão. Foi considerado desaparecido político desde então. Seu paradeiro foi revelado no dia das mães em uma carta direcionada à sua mãe, como diz o relator e ex-guerrilheiro Alex Polari, que assistiu de sua cela Stuart ser torturado e morto. Após a leitura detalhada com precisão das torturas feitas ao seu filho, Zuzu passou a usar de seu prestígio e fama para buscar respostas do sumiço e morte de seu filho. Criou dossiers, cartas, tentava levar sua história para personalidades, veículos de comunicação e até políticos norte-americanos.


Imagem: Instituto Zuzu Angel


O ápice do seu protesto foi em seu desfile que aconteceu em Nova York, na casa do Cônsul do Brasil, em setembro de 1971. Nele, Angel trouxe uma coleção estampada com manchas vermelhas, anjos feridos, sol trancafiado, soldados vestidos de palhaço e instrumentos bélicos desenhados em bordados. Zuzu vestia um vestido preto, simbolizando o luto, com um cinto cravejado de crucifixos e um colar como uma silhueta de um anjo. Segurando um santinho com a foto de seu filho, Zuzu representava a imagem de Maria em busca do corpo de seu filho Jesus. Esse manifesto ficou anos apenas na mente daqueles que presenciaram e nas páginas da história do Brasil escrita em sangue. Mas em 2014, a TV Cultura encontrou em seu acervo o desfile gravado e disponibilizado para a população. Este é um dos desfiles de moda mais importantes do mundo. E não por menos. Esse evento além de pegar todos de surpresa, foi perspicaz. Aconteceu em um território brasileiro no exterior, num momento em que era proibido falar mal do Brasil fora do território brasileiro, sendo possível extradição e prisão de quem não cumprisse a lei.

Imagem: Instituto Zuzu Angel


Imagem: Instituto Zuzu Angel

Seu desfile foi noticiado massivamente dias depois em diversos veículos, mas em uma boa resumida. O que resumiria esse desfile foi o que o Chicago Tribune trouxe em sua manchete; “As mensagens políticas de Zuzu Angel estão impressas em suas roupas”. Anos se passaram, e Zuzu ainda buscou seu filho. Por conta de sua militância, ela começou a ser seguida e perseguida pelos órgãos de repressão do regime militar brasileiro. Tanto que ela enviou diversas cartas aos seus amigos dizendo “Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos de meu amado filho.” Uma semana após o envio das cartas, na madrugada de 14 de abril de 1976, Zuzu sofreu um atentado, na época chamado de acidente de carro, que lhe tirou a vida. Seu carro derrapou a saída do túnel dois irmãos e caiu pela ribanceira de 10 metros. 44 anos depois de seu assassinato, a justiça brasileira reconheceu que a estilista foi morta por agentes da ditadura militar brasileira. Desde então, sua memória é homenageada e lembrada pelos precursores da moda brasileira.


Imagem: Insituto Zuzu Angel




O PERFUME DE GALA

Imagem: Divulgação: Salvador Dali Parumfs

Salvador Dali eternizou sua paixão com Gala Éluard Dalí no mundo da perfumaria com fragrância e frasco como obras de arte.


S

alvador Dali é um dos maiores artistas do mundo, reconhecido internacionalmente como o rosto do surrealismo. Mesmo sendo renegado pelo movimento, por seu comportamento polêmico e controverso, Dalí chama a atenção não apenas pelas suas obras oníricas e “bizarras”, mas também pelas parcerias no cinema, livros e pela indústria da estética. Uma das primeiras parcerias foi em 1946, com a estilista Elsa Schiaparelli. Nessa colaboração, Dali desenvolveu não apenas - pontualmente - roupas e jóias, mas também as embalagens de perfumes da modista francesa. Posteriormente, Salvador embarcou novamente na aventura da perfumaria. Não é surpresa a volta dele ao mundo aromático, já que ele constantemente afirmava que “o perfume é o mais belo mensageiro”. Em 1957, com o lançamento do perfume Rock n’ Roll, o artista encontrou uma maior conexão com Gala Dali, sua esposa e companheira desde 1929. Gala foi uma grande musa inspiradora de Dali, sendo representada em suas obras como uma rosa diversas vezes. Gala chamou a atenção de Dali quando manteve consigo por anos um dos frascos de seu perfume especial direcionado ao mercado norte americano.Em 1981, 24 anos depois do lançamento de seu último perfume, o empresário Jean Pierre Grivory, da Casa de perfumes ConfinLuxe, convidou Salvador Dali para criar uma nova fragrância. De 1981 a 1983, o perfume passa pelo processo de desenvolvimento e aprimoramento. Em 1983, com a morte de Gala, Dali decidiu homenagear o perfume em significado ao amor do casal.


Imagem: Salvador Dali Parumfs


Uma das frases que o pintor diz para justificar a escolha é “Dentre os cinco sentidos, o olfato é o que melhor transmite a sensação de imortalidade”. Na caixa, ele reproduz a obra “A aparição do rosto de Afrodite”, em referência à deusa grega do amor. No frasco, ele representa esculpido o nariz e os lábios de Gala, sua amada. Com cheiro marcante, o tipo do perfume é conhecido como Floral Ocidental. A fragrância criada por Alberto Morillas tem em sua composição: incenso, aldeídos, frutas cítricas e madeiras. De flores, que representam as notas do coração, Narciso, representando o mito, a flor e o complexo; Rosa, representado Gala em obras de arte por anos e Jasmim, representando Dali. Jasmin era a flor que mais aparecia em suas obras, junto com a rosa. O delírio pela flor era tanta que o pintor costumava criar com alguns punhados da flor atrás de sua orelha. Com o passar dos anos, a casa de perfumaria começou o processo de licenciamento para uso de marca e desenvolveu diversas outras colônias, com seus frascos fazendo relação direta com as criações de Salvador. Os perfumes de Salvador Dalí são como arte, tanto pela fragrância incomparável quanto pela escultura do frasco da colônia. As fragrâncias femininas de Salvador - em especial, Dali Parfum de Toilette - são um acorde sensual que mistura as variedades incomparáveis de notas de saída, de coração e de fundo.




O MUNDO DE CAROL

Imagem: Acervo Pessoal

Conheça Ana Carolina Delmondes, uma das makeup artists e criadora de conteúdo sobre maquiagem mais promissoras do Vale do Araguaia


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............om bastante alcance em seus vídeos de makeup challenges, a estudante de biomedicina Ana Carolina Delmondes encontrou na maquiagem uma forma de encontrar um sentido após concluir o Ensino Médio. Mesmo sendo vaidosa desde a infância e uma acompanhante assídua de canais de beleza no Youtube, ela acredita que essa nova fase foi fundamental para ela dar um up no marasmo. “Em 2019, me encontrei extremamente perdida e sem nenhum prazer, foi quando os tutoriais e challenges começaram a explodir no Instagram e aí pensei: “Por que não começar a fazer vídeos também?” comenta Carol. Para ela, a maquiagem é arte, algo como uma das mais belas formas de expressão, sendo possível ser e sentir ser quem se quer. Então, por que não expressar essa paixão pelas redes sociais? Assim que começou a praticar as pinturas, seus amigos apoiaram que ela lançasse vídeos na internet. E lá começou.

Mas no meio do processo, houveram diversos desafios que tinham tudo para amedrontá-la, como a insegurança, o bloqueio criativo e o algoritmo da plataforma. Entretanto, ela completa dizendo que o tamanho disso é pouco perante o sentimento de realização quando alguém manda mensagem dizendo que conseguiu aprender a fazer alguma make ou pegou alguma dica sua. Quando perguntada sobre qual dica ela daria para quem quer começar a fazer conteúdo, ela solta: “Comece com o que tem, mas comece. Com o tempo você vai descobrindo o que mais gosta, tanto em questão de edição, equipamentos e conteúdos. É muito importante estudar seu nicho, seu público e a enxergar a si mesmo, porque afinal, é muito melhor produzir com amor e com sua melhor versão”, conclui.





imagens / colagens: Breno Samel (Reprodução

A ARQUITETURA DA MODA Artista de Niterói desponta como o mais interessante designer de moda do Tiktok inspirado pelos traços do design de produção e arte, conheça Breno Samel.


E

..............studante do segundo ano de Design de moda na PUC-Rio, Breno Samel (20) fez sucesso com sua produção autoral no Tiktok feita com algodão cru, oxford e folhas de madeira de freijó natural e angelim. Em um vídeo compartilhado em sua rede social, o estilista bateu a marca de 642.800 views onde mostra uma de suas produções, sendo uma calça com ondulações inspirada no trabalho de David Hurwitz. A produção de suas peças começou em 2020, tendo como atelier o quarto e a sala da casa de sua mãe na cidade de Niterói (RJ) enquanto faz o curso de design online. "Quando comecei a faculdade, não deu duas semanas e a pandemia estourou. A partir daí, comecei a assistir as aulas de casa e produzir em meu espaço", comenta para a reportagem.



Breno diz que o gosto pela arte veio como herança cultural de sua família que trabalha com design. Entretanto, o gosto por moda veio aos 13 anos, mais voltado para o street style. Aos 15 anos, o artista começou a se interessar pelo trabalho de artistas belgas que tem como assinatura criativa o minimalismo arquitetônico, que hoje faz parte de sua criação. "Desde que eu comecei a me interessar por design, eu sempre tive uma mente pouco funcionalista. Eu achava que as coisas tinham que ser muito confortáveis e utilizáveis. Fui me desconstruindo recentemente, refletindo a curva em meu processo criativo".



Ele complementa que antes, ele pensava que a curva era algo pouco prático visualmente falando, mas que hoje ela é intrínseca ao trabalho dele. A coleção (que ainda não tem nome) tem no total 20 peças e por ser uma coleção fluida, ela ainda está em construção. Dentre outras inspirações, Breno apresenta referências de Hussein Chalayan, artista conhecido pelo desfile sobre refugiados com objetos de madeira; Alvar Aalto, arquiteto escandinavo; e Grete Jalk, criadora da cadeira que foi o ponto inicial da produção.



Q

uem acompanha a moda nacional, ano passado viu a volta da Gurgel e a ascensão do Brasil interior. Essas e outras referências vernaculares fazem parte do DNA da Misci, marca de Design do sinopense Airon Martin. O designer, que começou na produção mobiliária, sempre se interessou por roupas, mas só assumiu essa paixão de fato quando desconstruiu uma ideia preconcebida sobre moda. "Desde pequeno, eu desenhava roupas escondidas. Porque, imagina só, você mora no interior do Mato Grosso e mesmo sendo uma família só de mulheres, elas esperavam que eu fosse um Doutor", relata, por videochamada, o empresário. O processo de achar moda fútil até a compreensão da narrativa da moda foi pano de fundo no fashion film apresentado no último São Paulo Fashion Week. Chamada de Fuxico Lanches, a história da coleção é uma perspectiva da paixão pela moda, que acaba sendo uma paixão proibida. "O vídeo de Fuxico Lanches é muito essa história de repressão que ainda acontece muito no interior do Brasil, por ele sofrer por gostar de algo que é tido como mais feminino", contextualiza Airon Martin. Na infância, ele foi criado por uma família composta majoritariamente por mulheres e descreve o seio familiar como a base criativa. "Minha avó foi deixada pelo meu avô com quatro filhas. Ela é do Ceará e ele da Paraíba, e quando ele foi embora, ela teve que se virar", relembra, brincando que a história poderia render um filme.



No contexto da época, a BR-163 era a maior rodovia do país e o trecho de Sinop era parada do garimpo. Vendo a possibilidade de sobreviver, a avó de Airon abriu um cabaré nesta estrada e diariamente andava oito quilômetros para sair de casa e chegar ao trabalho. Com o cabaré, ela conseguiu fazer o sustento da família que logo cresceu e refletiu as raízes criativas do artista. Hoje a loja da marca de Martin fica em Pinheiros, na capital paulista. A cor do prédio sobrado na rua Mateus Grou foi feita em parceria com a Terra Cor Revestimentos, e ela foi pensada na memória afetiva que o estilista leva consigo: o barro. "Eu e minhas primas tomamos banho de lama quando criança. A nossa diversão era esperar a chuva fazer poça e a gente fingia que era piscina", justifica Airon Martin, destacando a textura e o tom da terra molhada. Ele também relata que a loja reflete o DNA da marca, por considerar a Misci terrosa, "As paredes são com um fundo mais rosado relacionado a brasa, assim como o tom vermelho. Penso na terra avermelhada, que é o chão do nosso Centro-Oeste". Além das linhas retas com linhas orgânicas que refletem o trabalho de Oscar Niemeyer e a paleta do cerrado, o empresário também tem como símbolo de sua marca o bolso frontal nos peitos e comenta que essas ideias vêm por osmose. "Meu processo criativo é louco. As ideias vem do nada, eu não tenho essa de 'parar para criar'. Me inspiro no parachoque do carro, da mulher colocando o dinheiro no busto, da boleia do caminhoneiro. Vou vivendo e construindo referências", conclui.



É perceptível que o estilista traz referências para além do Centro-Oeste, fazendo uma antropofagia cultural do interior de um país continental. Lançando narrativas e reflexões sobre a identidade do Brasil, a marca utiliza da mão de obra, matéria prima e histórias nacionais de forma correta. Por utilizar referências populares, o trabalho de Airon Martin é questionado sobre o valor da peça e como agrega a quem, assim como ele, detém as referências culturais. E responde que a Misci inclui esses detentores culturais ao debate que é levantado nas ações da marca. Também acrescenta que é feito para o consumidor final um produto de luxo com o que é feito aqui, sem deixar tudo para o estrangeiro. Por fim, faz um alerta. "Eu quero fazer o melhor produto possível, com o nosso melhor material possível, e tendo a melhor mão de obra possível. E isso tem um preço. O Brasil não pode ser vendido a preço baixo", reitera.










ABRAÇO;

Juliana Machado e Isabela Pezzo Imagem:Lívia Mestriner

Marca Oh! Lívia de Lívia Mestriner apresenta peças de tricô pensadas no slowfashion em um sentimento de calor materno transmitido pelo abraço.






VARIE DADES finais


DESIGN

KAROL SUGUIKAWA: METODO VÉRTICE Por Narciso Lucchetti

Imagens: Divulgação


DESIGN

Nascida em Barra do Garças (MT), Karol Suguikawa conquista o Brasil com suas peças arquitetônicas que flertam com o design italiano dos anos 70 e o neoconcretismo brasileiro. Formada pela Universidade do Estado de Goias (UEG), a arquiteta fez uma pós em design na Politécnico de Milão antes de retornar ao Brasil com sua produção chamada Método Vertice. .

Método Vertice é uma forma de releitura de ícones do design mundial, em que Karol faz suas considerações sobre gênero e narra sua vivência como mulher trans. "As peças curvas são lidas digitalmente e as curvas são quebradas e transformadas em retas. Eu crio um novo ser, como eu fiz comigo mesma", descreve.


ARTE

Lipe Oliveira é Mr Illustrated. Perfil que desde o início da pandemia fala sobre moda masculina por meio de ilustrações para narrar o estilo por trás da cultura pop mundial com uma linguagem leve e assertiva, além de muita arte. Lipe é o criador da arte de Igor Dadona nesta edição de Plataforma* / @mrillustrated


LIVRO

Durante 450 anos o Brasil foi pressionado a copiar o modelo europeu; há 50 anos tem copiado o dos Estados Unidos. Agora que os EUA e a Europa estão em profunda crise, o Brasil está sozinho consigo mesmo e é obrigado a desenvolver seu próprio modelo, que pode ser valioso para o mundo inteiro. Para o “país do futuro”, o futuro chegou! Essa é a missão épica de Domenico De Masi. Além de analisar a estrutura de países como Brasil, Índia, China e Japão, o autor perpassa pelos sistemas que mais marcaram a história social do mundo, os modelos católico, hebraico, muçulmano, protestante, clássico, iluminista, liberal, capitalista, socialista, comunista até nosso atual modelo pós-industrial.O objetivo é extrair o melhor de cada um deles para se construir um modelo de vida global inédito, que seja finalmente adequado à sociedade pós-industrial. / Texto: Divulgação


CINEMA MATRIX RESURRECTIONS Da visionária realizadora Lana Wachowski chega-nos MATRIX RESURRECTIONS o tão aguardado 4º filme do inovador franchise que redefiniu o género. O novo filme reúne os protagonistas originais Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss nos icónicos personagens que os tornaram famosos, Neo e Trinity / Texto: Warner Bros. - Divulgação.


ÚLTIMO LOOK

Caipirinha vestida de Yves Saint Laurent, TNG, Zoomp e marca desconhecida.


maison


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