Helsing

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Universidade Anhembi Morumbi Trabalho de Conclus達o de Curso Design Digital - MA8 Diego Vieira Felipe Vasconcelos Gabriel Miranda Galv達o Julio C辿sar Falco Maria Do Carmo Gallo S達o Paulo 2008/2


06 de Agos to - Ams terdã Decidi, no dia de hoje, começar es te diário. Aqui nes tas páginas deixarei algumas informações sobre meus es tudos, pesquisas e rela tos de minha vida como cienti s ta e médico.

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13 de Agos to _ 23:17 Hoje na universidade es at va ensinando aos meus alunos sobre a transfusão de sangue _ método onde es te é transferid o das veias bem supridas de alguém para as de quem necessi at dele. Um recurso da medicina bem interessante e mui to impor at nte para salvar a vida das pessoas. Es tou ansioso pela aula de amanhã, trarei para meus alunos analisarem algumas plantas carnívoras, mos trarei o quão fascinantes elas são.

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21 de Agos to Me perdi no tempo, fiquei sem rela at r aqui algumas aulas, mas como minha roti na não me ajuda, deixarei aqui uma breve descrição daquelas magníficas plantas que analisei a alguns dias em uma das minhas aulas. Plantas carnívoras têm a habilidade de captu rar animais e, a través de enzimas diges ti vas, extrair compos tos ni tr ogenados ni tr ogenados para seu próprio aprovei at mento. São normalmente habi at ntes de solos pobres e encharcados, com pouca disponibilidade de Ni tra tos (essenciais para a síntese da molécula de clorofila), dependendo assim do ni tr ogênio contid o nas proteínas dos animais. Trouxe como exemplo para minha aula uma planta da família Droseraceae, em especifico do gênero Dionaea, que possui 7


folhas bilobadas, de cor avermelhada, com cerdas nas bordas e 3 pêlos em cada lobo. Ao pousar sobre a folha a traente os inse tos acidenta lmente esbarram nos pêlos, o que causa uma rápida reação fisiológica resultando no fechamento da folha. Os lobos, ao se fecharem sobre o inse to, entrelaçam cerdas exis tentes em suas bordas, como uma boca cerrando seus dentes. Com o movimento no seu interior, a folha tende a fechar - se cada vez mais, a té que suas bordas selam-se, e a diges tão começa. Fascinante!

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ceae a r e os r D : ia íl Fa m ea a n o i D : o r Gêne Mar gem d os lobos den teada Cerdas sens oriais

Pecíolos

Li mbos

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23 de Agos to Visi tei no dia de hoje um amigo em Haarlem, seu nome é Vanderpool. Fui lá rapidamente, somente para buscar algumas ervas medicinais de urgência, pois recebi um chamado de ou tr o amigo solici tando ajuda. Queria que eu analisasse um paciente com uma doença es tranha e solici tou - me que levasse es tas ervas.

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24 de Agos to _ caso porfiria Cheguei ao hospi ta l e fui analisar o paciente, que apresentava dis túrbios menta is, sensibilidade à luz e pilificação. É uma doença um tanto incomum, mas já me deparei com isso antes, tra ta - se de Porfiria. É uma doença es tranha, a té porque é uma explicação u tilizada para a origem dos mi tos dos vampiros e lobisomens... quem acredi ta nessas crendices? A anemia, pele clara e a sensibilidade à luz são caracterís ti cas do mi to do vampiro, enquanto que desfigurações em casos mais avançados, acompanhados de dis túrbios menta is, poderiam ter levado ao mi to do lobisomem. Es tes dis túrbios se manifes ta m a través de problemas na pele ou com complicações neurológicas, somente isso. 11


29 de Agos to _ Ams terdã - 01:32 Hoje, voltando da u niversidade e passando em frente a uma praça, achei um cadáver de morcego, e eu como um curioso cienti s ta quis analisar um pouco mais es te mamífero. Tra at - se de um morcego Raposa Voadora, que per tence à subordem dos megaquirópteros, que inclui todos os grandes morcegos. Todos comem fru tos, e algumas espécies ta mbém se ali menta m de néctar. Espalham-se por todas as regiões tr opicais, com exceção das Américas...só não entendo como um ani mal des te veio parar aqui.

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s o l o Ă­ c Pe

C a l c â n e o

Pe

la g e m

Co tovelo

ha l l o F asa N

Membraana da As

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2 de Se te mbro _ Ams terdã Recebi na da ta de hoje uma correspondência de um grande amigo meu, Dr. John Seward, que necessi ta de minha ajuda com mui ta urgência para examinar uma jovem que apresenta sinais de aba ti mento físico, dificuldades respira tórias, sonambulismo e terríveis pesadelos. Por ter sido meu alu no e pupilo não posso desapontá-lo, a té porque tenho uma divida com ele. Par to i media ta mente.

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3 de Se te mbro _ Hillingham Chegando na Ingla terra, necessariamente em Hillingham, fui ao encontr o de meu amigo Seward e sua paciente Lucy. Examinei - a minuciosamente, e depois de algum tempo cons at tei que a senhori at perdeu mui to sangue, e que suas condições não são de na tu reza anêmica. Preciso voltar para casa e pensar...qual será a causa para es te problema? Pedi a John que me informasse todo dia, e se necessário me enviar um telegrama rela at ndo a condição de Lucy.

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7 de Se te mbro _ Hillingham Obti ve quase todos os dias noti cias sobre Lucy, e pelo que Seward me informou ela es tava aparente mente bem de saúde. Tive de re tornar porque de repente ocorreu uma terrível mudança para pior, acho que des ta vez tenho de ficar mais te mpo e analisar coerentemente o mau que aflige a pobre senhori ta. Já tenho algumas idéias do que seja, mas prefiro ter cer teza absolu ta. Trouxe comigo algu ns equipamentos e medicamentos para analisar a moça, mas quando cheguei a seus aposentos, um choque! A pobre senhori ta es tava bem mais aba tida, quase uma mor ta. Sua aparência era cadavérica, o sangue parecia ter evaporado de suas veias, seus lábios e gengivas já não ti nham cor, seus ossos 17


ficaram proeminentes e sua respiração bem difícil. Nes ta si tuação percebi que as coisas iam de mal a pior, e cons ta tei que a senhori ta poderia morrer por falta de sangue, por isso solici tei a Seward uma transfusão. Nes te exa to momento chegou aqui na casa o Sr Ar thur, noivo de Lucy. Explicamos a si tuação e ficou decidido que ele seria o doador. Apliquei um narcóti co em Lucy, para tranqüilizá-la, e ajus tei os u tensílios para efe tuar a transfusão. Após algum te mpo já consegui mos ver uma nova vida re tornando a face dela. Ar thur ficou um pouco aba tido, mas contente contente por ter ajudado sua amada. Eu e John percebemos es tranhas marcas no pescoço da jovem, como se fossem furos fei tos por es tile tes. 18


Sua aparência não era mui to agradável, mas não possuía infecção, as bordas do orifício eram esbranquiçadas e como se ti vessem sid o fei at s superficialmente. Achei por um ins at nte que es at lesão poderia ter causado a perda de sangue, mas abandonei a suposição, pois se fosse fa to a roupa de cama es at ria encharcada de sangue. Preciso voltar para Ams terdã es tá noi te e pesquisarei mais a respei to, tenho a sensação de já ter vis to algo parecid o. Deixarei Lucy sob os cuidados de Seward, tenho cer teza que ela es tá em boas mãos.

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9 de Se tembro _ 3: 57 _ Ams terdã Cheguei da Ingla terra bem exaus to. As caracterís ti cas físicas da moça me preocupam, e ainda não consegui associar seu mau a nada exis tente. Sempre tento, da melhor forma possível, solucionar essas ques tões de um modo racional. Analiso, pesquiso e ti ro minhas conclusões, mas nesse caso tenho minhas dúvidas...como curiosidade, decidi estudar sobre mi tos e lendas as quais ouvi mui to tempo a trás. Explorei mais o anti go mi to romeno sobre o vampiro Nosfera tu, que é uma palavra moderna derivada do eslavo anti go Nosufur-a tu, extraída do grego Nosophoros, ou “por at dor de pragas”. Nas nações da Europa Orienta l, vampiros eram considerados os por at dores de mui at s doenças, e isso me traz cer at s relações com as marcas no pescoço 20


da jovem e sua cons at nte necessidade por sangue...enfim, somente curiosidades.

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10 de Se tembro _ Hillingham Re tornei a Ingla terra, precisava verificar como andava a saúde da pobre moça. Desper tei Seward de um breve sono. Coi at do, acho que es at exaus to, mas sem delongas ele levantou e me levou para ver a senhori at . Vimos de imedia to que sua feição não era das melhores, e cons at tei que era necessária ou tra transfusão. Como não dispúnhamos mais do jovem Ar thur recomendei que John doasse seu sangue, já que ele é bem mais jovem do que eu. Após a transfusão, percebi que meu amigo es at va aba tid o e necessi at va descansar, foi o que ordenei e mandei dei at r - se. Um pouco mais at rde fui a uma agência de telegramas para fazer conta to com Vanderpool. Já de volta mandei Seward para casa e fiquei vigiando Lucy. 22


11 de Se te mbro _ 1:23 Hoje recebi de meu amigo Vanderpool um enorme buquê das flores da qual solici tei. De i media to entreguei - as a Lucy, que ficou ani madíssi ma achando que era um agrado, mas expliquei - lhe na seqüência que se tra tavam de flores medicinais e que elas a ajudariam a melhorar melhorar. Comecei a espalhar as flores por todo o quar to, desde a janela, soleira a té em torno da lareira. Fiz ta mbém um colar para deixar no pescoço de Lucy. John ficou meio intr igado com es te ri tual e me pergu ntou se tra tava de algum ti po de exorcismo, se es tava querendo espantar algum espíri to do mal. Não deixei claro ainda, a té porque tenho minhas dúvidas sobre tudo que es ta ocorrendo, mas as coisas es tão ficando 23


um pouco mais claras na medida em que faço meus es tudos. Coloquei em Lucy o colar fei to com as flores, dei - lhe algumas orientações para que não o ti re em hipótese alguma e, ju nto com Seward, fomos embora. Já não agüentava mais e precisava descansar das duas noi tes de viagem, dois dias de es tudo e uma noi te de vigília, o cansaço me consumia.

lh o a e d Flor 24


13 de Se te mbro Dia fa tídico o de hoje. Seward me encontr ou em Berkeley para irmos ver a garota Lucy. Tudo es tava indo mui to bem, o dia es tava tranqüilo e agradável, mas quando chegamos, por volta das 8 da manhã, a Sra Wes tenra nos informará que Lucy es tava bem melhor mas conti nuava a dormir. Até então não me preocupei, porque o sono era comum em seu es tado, e es tava confiante que meu tra ta mento es tava sur ti ndo efei to, mas quando recebi a informação da mesma que Lucy só es tava melhor porque ela re ti rou de seu quar to todas as flores que eu ti nha deixado me desesperei, fiquei desnor teado, chorei. Como alguém, mesmo que inocente mente e cheia de boas intenções, colaborou para a perdição do corpo e alma da filha? 25


Sem mui tas delongas fomos ver Lucy, e já era de se esperar que a jovem es ti vesse aba tida e pálida, e novamente necessi tava de uma transfusão. Fiz ques tão de ser o doador, a té porque John já o ti nha fei to e Ar thur ta mbém. Depois da transfusão a jovem dormiu e, após o sono, seu âni mo e disposição já es tavam bem melhores. Fizemos ques tão de explicar a todos que era de extrema i mpor tância ninguém re ti rar as flores do quar to, pois elas eram medicinais e ajudariam no processo de cura da garota.

OBS: Tenho a sensação de realmente estarmos lidando com algo oculto, sobrena ut ral, uma força além do que conhecemos ou já vimos. 26


17 de Se tembro Hoje re torno a Ams terdã, tenho de realizar alguns es tudos para ti rar uma conclusão exa at sobre o que es tá acontecendo com a jovem Lucy. Preciso me recordar, mas acho que tenho regis tr o de uma doença bem intrigante que se assemelha um pouco com os sintomas dela, mas agora fico na dúvida. Todo esse mal é resultado de forças ocultas, ou uma pa tologia a té então não conhecida? Quero voltar para Hillingham com es at dúvida já solucionada. Enviei um telegrama para Seward para que ele es teja na companhia de Lucy a té eu chegar. 27


18 de Se te mbro Cheguei na casa de Lucy e Jonh já es tava lá. Pergu ntei - lhe se ti nha recebido meu telegrama, disse que si m, só que a té o momento ninguém viera lhe receber...achei es tranho e comecei a me preocupar. Decidi mos que deveríamos entrar de qualquer jei to na mansão, fomos a té os fu ndos da casa, onde ficava uma janela da cozinha, re ti rei de minha male ta uma serra cirúrgica e pedi a John que removesse as barras e des travasse o ferrolho, para adentrarmos na residência. Já dentr o do i móvel percorremos percorremos vários cômodos e, quando chegamos na sala de jantar, encontramos qua tr o criadas desmaiadas. Pensando no pior nos dirigi mos para o quar to de Lucy, e lá nos deparamos com ela e sua mãe falecidas em sua cama, um choque! 28


Percebi que nem tudo es at va perdid o e que, de alguma forma, poderíamos ajudar a jovem ainda. Solici tei a Seward que me tr ouxesse uma bebida for te, então ele re tornou com um cálice, e tra tei de esfregar uma pequena quantidade do liquid o nos lábios, pulsos, gengiva e na palma da mão dela. Seward foi reani mar as criadas para que elas pudessem nos ajudar preparando um banho quente, pois a garota es tava pálida e fria como sua mãe falecida. Imergi mos Lucy no banho quente e vimos que sua feição melhorará um pouco, seu ri tmo cardíaco já se tornara mais audível a través do es te toscópio e ela começava a ofegar progressivamente, evidenciando que os pulmões voltavam a fu ncionar. Sabia que ainda era pouco o que fizemos 29


por ela, e de que era necessária mais uma transfusão de sangue. Nessa confusão toda nem ti nha percebido que na casa da senhori ta encontrava - se um amigo seu, um ta l de Quincey Morris, que trazia consigo uma mensagem do noivo de Lucy. Vendo toda aquela cena, o rapaz se dispôs a doar sangue. Pela quar ta vez efe tuamos o procedi mento com sucesso. Achei junto a Lucy um memorando. Os manuscri tos me preocuparam mui to, pois davam a impressão que a senhori at já esperava a mor te.

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19 de Se tembro _ 22:15 Revezei com John na vigília de Lucy e pela manhã, com o raiar do sol, vimos o quão a jovem es at va aba tida e sem forças, e nem ao menos se alimentar conseguia. Era mui to es tranho, pois quando a noi te chegava sua feição era bem mais agradável, ela parecia mais for te e sua respiração mais suave, mas como sua boca permanecia aber at pude perceber que seus dentes pareciam mais longos e pontiagudos. A pobre donzela sempre perguntava de seu noivo, Ar thur. Telegrafamos para ele e Quincey foi buscá-lo na es at ção. O rapaz chegou por volta das 18 horas. Sua aparição foi de extrema impor tância pois es ti mulou a garota, que teve uma pequena melhora. Ficarei es tá noi te na vigília junto com Ar thur. Seward irá nos subs ti tuir para podermos dormir um pouco. 32


20 de Se te mbro Fui subs ti tu ir John na vigília as 6 da manhã. Não quis acordar o jovem Ar thur pois seu cansaço era visível. Pedi que abrissem a persiana para entrar mais luminosidade, curvei - me sobre a jovem a fi m de analisá - la melhor e em seguida re ti rei o colar de flores de alho e o lenço de seda ao redor do seu pescoço. Foi então que me deparei com algo incomum e um tanto intr igante: as lesões no pescoço de Lucy desapareceram. Daí já percebi que não ti nha mais volta, a jovem iria morrer a qualquer ins tante. Solici tei a Seward que chamasse Ar thur para se despedir de sua amada. 33


Era evidente a mu tação que ocorrera em Lucy naquele momento, como ocorreu em todas as noi tes. Seu olhar conti nha um brilho duro e inexpressivo, percebemos um espasmo de fúria desfigurar seu ros to, enquanto os dentes afiados se entrechocavam. Após algu ns ins tantes de sofri mento e agonia, a jovem faleceu. Seward achava que todo es te sofri mento enfi m terminará, mas logo o informei que ainda era cedo para ti rar qualquer conclusão e que era somente o começo. Ele ficou intr igado e não conseguiu absorver a respos ta, mas eu agora entendo. É só esperar para ver. Os fu nerais ficaram para a da ta de amanhã, para que Lucy e a mãe fossem enterradas ju ntas. Informei a John que necessi tava de lâminas bem afiadas e que iria fazer 34


uma necropsia em Lucy, ou melhor, expliquei que era necessário cor ta - lhe a cabeça e arrancar - lhe o coração. Ele não entendeu porque era preciso a mu tilação, não dei maiores de ta lhes apenas pedi que confiasse em mi m.

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23 de Se te mbro Escrevi na da ta de hoje uma car ta para a Sra. Mina, informando - lhe sobre a tragédia ins at urada sobre a família Wes tenra com a mor te de sua amiga Lucy. Sei disso por ter lid o diversas carat s dessa jovem demons trando sua enorme afeição por Lucy, então ninguém melhor do que ela para me informar direi to a respei to da vida da jovem. Preciso vê - la o mais rápid o possível e par ti rei para Exe ter quando receber uma respos at .

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25 de Se te mbro - Exe ter Hoje conheci a Sra. Mina, uma senhori ta generosa, de um coração puro e de uma bondade enorme. Fiquei curioso sobre algu ns fa tos que marcaram a vida das duas jovens enquanto ju ntas, em especifico um rela to que li no diário de Lucy, um incidente em que a jovem em es tado de sonambulismo foi fazer uma excursão notu rna. Recebi de Mina seu diário da tilografado contando o fa to, e nesse ins tante ti ve a cer teza do que es tava acontecendo, principalmente após ter recebido ta mbém o diário do Sr. Jona than descrevendo seus dias passados no exterior. A pobre dama ti nha receio que eu ia achar es tranho e bizarro os fa tos que o rapaz descreveu, mas como sou um homem de mente aber ta e não duvido das crenças 37


de ninguĂŠm por mais es tranhas que sejam, confor tei-a e disse para nĂŁo se preocupar.

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26 de Se te mbro _ Londres Mais at rde me dirigi ao consult贸rio de Seward para lhe mostrar a manche te do jornal cuja noticia me deixou intrigado, e de cer at forma explicar o que estava acontecendo.

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Meu amigo não conseguiu assi milar bem a informação e desis tiu de tentar achar explicação para os fa tos ocorridos. A noti cia do jornal tra tava de crianças que es tavam desaparecidas, e quando re tornavam apresentavam em suas gargantas pequenas incisões, parecidas com aquelas no pescoço de Lucy. O jornal falava da aparição de uma Dama dos Ardis, e como eu já ti nha conheci mento do que ocorria pelos rela tos lidos anteriormente, disse - lhe para começar a acredi tar em coisas que desconhecemos e que achamos bizarras e mis teriosas. Naquele momento fiz uma revelação que o deixou um tanto desconfor tável e abalado: as incisões fei tas nas crianças foram fei tas pela sr ta. Lucy. Tinha um plano em mente para provar tudo o que ti nha falado para John, que relu tou um pouco mas acabou acei tando. 40


Tínhamos que ir visi tar o ulti mo garoto a tacado e depois disso iríamos ao cemi tério, em especial visi tar o jazigo da família Wes tenra. Chegamos ao cemi tério por volta das 10 e meia e nos dirigi mos ao jazigo de Lucy. Utilizei algumas ferramentas minhas para abrir a urna onde es tava o corpo da jovem e, para nossa surpresa, o corpo dela não es tava lá. Seward ficou um tanto desconfor tável e me ques ti onou se ele não fora roubado por algum violador de túmulos. Fechamos a urna e ficamos de vigília por um período. Mandei que John ficasse em uma posição enquanto eu ficaria em ou tr o períme tr o. Foi nessa hora que encontrei uma criança desmaiada e a levei em direção ao meu amigo, lhe chamando a a tenção sobre o fa to mis terioso, dando a entender que fora Lucy 41


quem levará a criança para aquele lugar. Examinei a garganta dela para verificar a presença de feri mentos, mas por sor te chegamos bem na hora e nada de mais ti nha acontecido com a pobre criança. Não sabíamos o que fazer com ela, então decidi mos deixá - la em uma praça para que a policia a encontrasse e levasse em segurança.

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27 de se te mbro Seward e eu volta mos ao cemi tério novamente para verificar o túmulo de Lucy, afinal ti nha que convencer meu jovem amigo de que algo além de nossa compreensão es ta ocorrendo. Chegando a urna de Lucy, um choque de surpresa percorreu todo meu corpo: alia jazia a jovem com uma beleza radiante, lábios vermelhos e rubor nas maçãs do ros to, aparente mente igual a quando a vi mos na noi te anterior a seu fu neral. John, surpreso, não teve mais argumentos para duvidar do que eu falava. Abri os lábios da jovem e cons ta tei que seus caninos ti nham um ta manho avantajado, além de serem extremamente pontiagudos. Nesse momento tudo se encaixou, eu es tava diante de um legiti mo vampiro, um ser de dupla vida. 43


Enquanto se encontrava em es tado de transe, em uma crise de sonambulismo, ela foi mordida por ou tr o vampiro, um mons tr o que sugava grandes quantidades de seu sangue e agora, após sua mor te, se transformou em uma mor ta viva. Isso explica ta mbém as lesões quase idênti cas encontradas na criança recolhida ao hospi ta l, a urna mor tuária vazia na noi te anterior e o fa to de Lucy es tar mais bela agora que no momento de sua mor te. John ficou visivelmente abalado com todo o ocorrido, e entendo que ta l fa to não é de fácil assi milação. Fechamos a por ta do jazigo, nos re ti ramos e expliquei a ele meu plano para liber tar a alma da pobre jovem: devemos voltar ao local na próxi ma noi te, decepar sua cabeça e encher sua boca com um pu nhado de 44


flores de alho silves tre, seguindo as anti gas tradiçþes romenas.

!!!!!!! : o d a m r i f n cas o c om pi ra!

Va

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29 de se tembro _ Hillingham - 15:26 Na ulti ma noi te John e eu, junta mente com nossos amigos Quincey e Ar thur, realizamos nossa mórbida at refa, e finalmente demos paz ao espíri to de Lucy. Hoje expliquei a todos, em de at lhes, o mi to do vampiro Nosfera tu, o mor to vivo que tem a maldição da imor at lidade, e que caso nós não ti véssemos impedid o Lucy ela prosseguiria infes at ndo infes at ndo es te mundo com at ntos ou tr os mons tr os desse tipo. A par ti r do momento que um vampiro morre, suas vi ti mas re tornam a seu es at do normal, e as incisões provocadas em seus pescoços desaparecerão. A pri meira e tapa de nossa tarefa es tá cumprida, mas ainda nos res ta um dever gigantesco: descobrir quem é o au tor de toda essa tragédia e liquidá-lo. Já disponho de cer tas pis tas que podem 46


ajudar em nossa jornada. Eu e meus amigos prome te mos ir a té o fi m na terrível tarefa que nos aguarda e que, uma vez iniciada, não irá nos permi ti r desis tência.

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Este livro é parte integrante do Trabalho de Conclusão de Curso de Design Digital da Universidade Anhembi Morumbi, e sua história tem como base o romance de Bram Stoker, “Drácula”, publicado originalmente em 1897.

Adaptação da história: Diego Viera e Gabriel Miranda Galvão Ilustrações: Diego Vieira e Maria do Carmo Gallo, com excessão da ilustração da página 21, retirada do livro “Nosferatu”, publicado pela Devir Livraria, 2000.

Este livro foi impresso em São Paulo, em novembro de 2008, pela gráfica Finepapers. O tipo usado no texto foi Santos Dumont, no corpo 28/24. A diagramação do miolo foi feita por Gabriel Miranda Galvão.


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