Revista Caminho do Meio

Page 1

Caminho do meio revista

Revista Caminho do meio  ∙  Ano 1  ∙  Edição 1  ∙  N° 001

Sou a coletividade A evolução do ser humano como um todo.

Pg: 04

Transporte do saber Conheça os benefícios para o corpo e para a mente que a bicicleta pode trazer.

Pg: 22

Entrevista inédita com Chandra Lacombe Chandra nos conta tudo sobre seu novo CD, o Essenciais.  Pg: 26


Ilustração: Chrissy Angliker


Caminho do meio SETEMBRO 2015

índice 4 Sou a coletiidade

14 O que seu mês de nascimento revela sobre sua vida?

17 Não insista na dor

22 Transporte do saber

26 Chandra Lacombe e seu novo CD

CAMINHO DO MEIO ∙

3


Sou a coletividade Aline Valek

Desci da árvore. Foi meu primeiro grande-pequeno passo no mundo que logo passaria a chamar de “meu”. Essa percepção só foi possível quando um negócio chamado consciência começou a formigar dentro da caixa craniana. Que incômoda e curiosa foi a sensação de pela primeira vez me perceber como algo à parte do mundo. Logo vi que eu tinha muito a fazer. Arrumar abrigo, conseguir comida. O mundo, aquela coisa fora de mim, era o predador mais perigoso – especialmente porque estava cheio deles. Precisei aprender a me defender. Criei as primeiras armas. Comecei a transformar as coisas ao meu redor em extensões do meu próprio corpo. Lanças, machados, coberturas para aquecer a pele. Não estava mais nua, nem desarmada. Observando a natureza, descobri o fogo. Que era útil para aquecer, transformar comida em algo melhor de mastigar e digerir, afastar amea-

4

∙ CAMINHO DO MEIO

ças, iluminar a noite. Virei uma especialista naquela tecnologia. Esse domínio me deixou confiante, com a sensação de que eu finalmente estava acima das outras formas de vida. Comecei a contar histórias. Deixar as marcas de minhas mãos nas paredes de casa. Pintei as cenas de caçadas, registrei meu dia a dia. A lembrança passou a ser um alimento tão importante quanto a carne e as frutas. A segurança que adquiri me deixou mais à vontade para explorar lugares novos. Conheci novas paisagens. Atravessei continentes e milhares de anos. Descobri formas de me estabelecer nos lugares mais seguros, férteis, que me dessem melhores chances de desenvolvimento. Procurei formas de facilitar o trabalho e a sobrevivência. Criei animais, cuidei de rebanhos, construí comunidades. Plantei e colhi. Aprendi a ler as estações e as es-


trelas. Criei os primeiros mapas de tempo e de espaço. Inventei ferramentas, linguagens, deuses e rituais. Me reuni ao redor da fogueira, me preparei para a batalha. Competi por espaço na terra e na história. Lutei para que minha cultura, meus costumes e pensamentos sobrevivessem aos tempos. Me multipliquei e me dividi. Fundei as primeiras civilizações. Ergui pedras, monumentos e cidades. Fiz da escrita outra fundação sólida para abrigar minha memória e meu legado. Contei histórias reais e inventadas, gravadas na fala ou na pedra. Me revesti de grandeza. Virei o primeiro rei e os primeiros súditos. Comecei a planejar a expansão de meus territórios, o esmagamento de meus inimigos e a perpetuação da minha civilização. Dominei e fui dominada. Extingui e fui extinta. Criei palácios, pirâmides, monumentos em honra aos deuses. Sacrifiquei animais, virgens e hereges para aplacar a fome divina. Vi deuses nascerem e morrerem, engolirem-se uns aos outros ou mudarem de forma. No meio do deserto, matei deuses menores e antigos para alimentar o Deus com letra maiúscula, o único e soberano, o que sempre existiu, mesmo que aquele houvesse sido nosso primeiro contato. Estabeleci mandamentos para

erguer uma nova civilização: não matar, não roubar, não cobiçar. Escrevi histórias e regras sagradas em diversos pergaminhos, que foram se acumulando durante os séculos até se tornarem a Bíblia. Escrevi o Alcorão. Escrevi a Torá. Escrevi lendas mitológicas com heróis, impérios e deuses que transavam com os humanos. Escrevi as primeiras poesias e as primeiras obras de ficção. Comandei as grandes primeiras guerras e morri nos campos de batalha. Expandi meus domínios, construí a maior muralha, desenvolvi um comércio global. Troquei produtos, matérias-primas e conhecimento, num amadurecimento cosmopolita que não substituiu totalmente um desejo quase animalesco de querer tornar tudo meu. Entendi o movimento dos planetas, mas não aceitei que a Terra não estivesse no centro do Universo. Fui aprimorando ferramentas, teorias e cálculos apenas para confirmar certezas que eu não estava pronta para receber – ou derrubando as certezas das quais eu não queria me desapegar. Queimei meus próprios livros, fui torturada e jogada na fogueira acusada de bruxaria. Tive que fugir ou mentir para escapar da acusação de heresia. Morri condenada pela praga que se alastrou sem controle e pelo obscurantismo que me impediu por séculos de entender os mistérios do mundo.

CAMINHO DO MEIO ∙

5


Naveguei pelos oceanos no impulso desbravador que desde sempre me moveu. A curiosidade e o fascínio pelo novo me moveram pela água, mas a ganância foi o que me moveu quando pisei em terra. Olhei com fascínio para aquele mundo completamente novo e comecei a pensar nas possibilidades que eu poderia tirar dali. Olhei com o mesmo fascínio para aquela cultura alienígena que chegava de além-mar para as terras que sempre chamei de casa, apenas um segundo antes de saber que aquele desembarque muito provavelmente representaria o meu completo extermínio. Colonizei novos continentes, extraí suas riquezas e matei tudo o que se colocasse no meu caminho. Escravizei e fui escravizada. Fui sequestrada, tirada de minhas origens, apenas para descobrir uma nova terra hostil onde eu nunca teria lugar, a não ser como alguém subalterno. Paguei impostos à Coroa, planejei rebeliões e fui explodindo uma sequência de atos de independência. Me recusei a ser colônia, mas também me recusei a conceder qualquer tipo de liberdade sem guerras ferozes. Derrotei e fui derrotada. Expulsei e fui expulsa. Fiz o vapor e a eletricidade trabalharem para mim, em trens, navios, fábricas e laboratórios. Acelerei o tempo, o ritmo de produção e de consumo. Desenvolvi remédios

6

∙ CAMINHO DO MEIO

mais avançados para ajudar em cirurgias e tratamentos que estendessem meu tempo de vida. Aprimorei as armas que me matariam com muito mais eficiência. Levei as artes e as ciências a um nível muito mais sofisticado. Estudei minha história com afinco para aprender com o passado que há muito havia deixado para trás. Olhar para trás era ver o quanto eu era talentosa e inteligente, engenhosa e inspirada, o quanto eu já havia construído e tudo o mais que eu ainda poderia fazer. Me dediquei a inventar e construir coisas muito maiores e audaciosas. Voei no primeiro avião. Ergui o primeiro arranha-céu. Desenvolvi o carro e, com ele, o trânsito moderno. Construí e destruí. Transformei minhas maiores construções em ruínas quando veio a Primeira Guerra. E depois a Segunda. Depois da escravidão, precisei reinventar novas formas de crueldade genocida e criei o nazismo. Enchi campos de extermínios e morri sufocada em câmaras de gás. Fiquei tentada pelo fascismo e assustada com seu avanço. Precisava dar um basta e pensei que seria uma boa forma de intimidação jogar uma bomba nuclear para mostrar o meu poder. Bombardeei Hiroshima, morri carbonizada em Nagasaki. Assinei tratados de paz, com o compromisso de fazer diferente dali


“Assinei tratados de paz, com o compromisso de fazer diferente dali em diante. Quis paz e amor.”

CAMINHO DO MEIO ∙

7


em diante. Quis paz e amor. Sexo e drogas. Inventei o rock n’ roll e queimei minha guitarra – não como um gesto de autoritarismo velho como em ocasiões anteriores, mas de pura rebeldia jovem. Chegava em casa para ficar em volta da TV como um dia fiquei em volta da fogueira, mas agora quem contava as histórias era ela. Viajei para o espaço e olhei para o planeta de fora, pela primeira vez, com os olhos cheios d’água – a mesma água salgada que brilhava em azul lá embaixo. Pisei na lua e dei outro grande-pequeno passo na minha existência, para depois pisar de volta na Terra, pegar uma metralhadora e voltar para a guerra. Fui comer pipoca no cinema e depois ganhei um Oscar. Vesti um all-star, comprei um carro novo, tomei coca-cola, comi tudo o que eu podia e depois fui revirar o lixo procurando algum resto para matar minha fome. Ganhei meus quinze minutos de fama na TV, mas não fui convidada para a festa e fiquei na porta estacionando os carros. Fiquei milionária inventando o computador pessoal e o Google. Fiz minha primeira conta de e-mail, criei um novo vocabulário para definir coisas que até então não existiam, passei a morar na internet e tirei várias selfies para mostrar ao mundo meu melhor ângulo. Meus domínios eram tão vastos e globais que precisei de uma realidade paralela e digital para abrigar toda uma nova cultura e uma quantidade de informação milhões de vezes maior do que tudo que eu havia produzido e criado até então. Perfil 1 lotado, add no perfil 2. Usei os bancos de dados para expandir minha memória e braços robóticos para expandir minha força de produção. Deixei as máquinas fazerem o trabalho pesado, enquanto me concentrava em uma vida mais criativa e leve, indo de bicicleta para o trabalho, tomando iogurte natural e comendo salada orgânica ao mesmo tempo em que derramava litros de petróleo no oceano. Fiz novas descobertas, compus os novos clássicos, criei formas novas de arte, escrevi de forma febril as mais variadas histórias que se eternizaram em forma de canções, filmes, livros e quadrinhos. Ensinei e aprendi. Inventei e destruí. Matei animais para exibir no altar sagrado das prateleiras de supermercado e tantos outros para exibir no mural de bichos ameaçados de extinção. Cacei por esporte e devastei por profissão. Aumentei o termostato jogando mais carvão nas fornalhas e mais gasolina nos tanques de combustível, até as geleiras derreterem e a água vir bater na minha bunda. Criei as primeiras máquinas inteligentes para continuarem os cálculos

8

∙ CAMINHO DO MEIO


que não consegui resolver sozinha. Emprestei humanidade a elas e peguei emprestado delas seus melhores atributos para eu mesma virar um pouco ciborgue. Inventei novas línguas, enterrei deuses antigos e abracei a tecnologia como religião. Construí naves para fazer viagens mais longas, resgatando o espírito desbravador que me levou a pilotar as primeiras caravelas. Entrei em hibernação para acordar anos-luz depois, fora do sistema solar que assistiu meu nascimento. Vaguei pelo espaço flertando com outros planetas que nem de longe me lembravam o ambiente acolhedor de casa; mas nem a Terra, a esta altura, podia ser considerada o ambiente acolhedor para mim como um dia foi. Explodi a Terceira e a Quarta Guerra, sendo que em uma usei as máquinas para lutarem por mim, e na outra vi elas se rebelarem e lutarem contra mim. Morri por sufocamento, doença, fome e teimosia. Assisti à minha civilização desmoronar nas bases já não tão seguras de um planeta tão esburacado quanto um queijo suíço. Quase sumi. Sentei de frente para as estrelas me lembrando da infância, quando elas eram as únicas coisas luminosas que eu podia ver no meu mundo, bem antes dos letreiros das lojas e das explosões das bombas iluminarem os céus. Tentei me lembrar

onde foi que as coisas começaram a dar errado, mas confiei demais na minha memória fora de mim e agora ela jazia na Terra, debaixo dos escombros do que havia sido uma grande e poderosa nação. Eu me vi ameaçada pela proximidade da extinção e do esquecimento. Foi um longo caminho que percorri, das florestas hoje inexistentes até as galáxias antes inimagináveis. E, durante todo esse tempo, todas as evidências e sinais que recebi apontam que estou sozinha, sem mais ninguém para compartilhar minhas tragédias e grandes feitos, meus arrependimentos e alegrias. Pelo menos, não há ninguém para me culpar ou balançar a cabeça reprovando minhas atitudes lamentáveis. O distanciamento permitiu que eu me lembrasse do dia em que desci da árvore e parti em uma jornada que agora parecia dar em um beco sem saída. Tudo isso pra nada? Por muito tempo, tentei entender qual era meu papel nisso tudo e o objetivo da minha existência, até criando deuses para me dar respostas que eu achasse mais confortáveis. Mas agora, tão longe de casa e tão perto do fim, eu finalmente pude entender. Eu era a mensagem dentro da garrafa, destinada a alguém, em algum canto do Universo, que iria precisar saber o que deu errado e como conduzir as coisas de uma forma

CAMINHO DO MEIO ∙

9


melhor do que eu consegui. Eu era a mensagem que servia como um lembrete do próprio Universo para si mesmo do que acontece quando uma espécie se desliga das outras e do mundo ao seu redor. Eu era uma mensagem de alerta, mas também de esperança: de que, em outro lugar e em outro tempo, alguém poderia construir um mundo completamente diferente e se desenvolver como uma espécie muito mais avançada e generosa do que eu fui. Então sentei e esperei, por centenas de séculos e de anos-luz, até que alguém recebesse a mensagem e continuasse a história. Desci da árvore apenas para esperar, com alguma sorte, cair no buraco de minhoca mais próximo. ◊

10 ∙ CAMINHO DO MEIO


11

CAMINHO DO MEIO ∙


N達o precisa viajar pra t達o longe,

pra ir longe.


Fotografia: Mitja Kobal


O que o seu mês de nascimento revela sobre a sua vida? Higher Perspective

Janeiro

As pessoas nascidas em janeiro são trabalhadoras com opiniões fortes e não tem medo de demonstrar suas opiniões. Elas tendem a ser teimosas e não gostam de ser mandadas. Tendem a ser bons líderes, dada a sua persistência para o sucesso. Têm dificuldade para ouvir ordens.

Fevereiro

As pessoas nascidas em fevereiro são os tipos imaginativos, criativos. Elas gostam de dedicar-se a projetos grandes e amor profundo, conversas filosóficas. Pessoas rasas as irritam. Elas são chamadas de espírito livre por pessoas próximas e o mundo todo é uma aventura para elas.

Março

As pessoas nascidas em março são imaginativas, mas, ao contrário das nascidas em Fevereiro, tendem a ser mais introvertidas e tranquilas.

14 ∙ CAMINHO DO MEIO

Elas vivem em suas próprias cabeças e criam obras-primas mentais, por assim dizer. Elas são as pessoas mais gentis e atenciosas e anseiam por paz.

Abril

As pessoas nascidas em Abril são as candidatos a atenção, adoram estar no centro das atenções. Não gostam de receber ordens de outros, o que vai contra seu outro desejo: ser famoso. Elas querem novas aventuras e estão constantemente à procura de uma descarga de adrenalina. Podem parecer fortes e desagradáveis.

Maio

As pessoas nascidas Maio tendem a ser um pouco mais insossas e inconstantes, muitas vezes mudando de idéia de repente e freqüentemente. Elas são expressivos e desfrutam de conhecer novas pessoas. Gostam de ter uma vida social vibrante e não


gostam de estar sozinhas.

Junho

As pessoas nascidas em Junho são as heroínas. Eles são sensíveis e carinhosas e só querem o que é melhor para o mundo. Eles tendem a ser criativas e pensar muito no futuro. Estão constantemente à procura de como trazer suas idéias para a vida. Tão sensíveis, tendem a ter dificuldades para expressar como se sentem.

Julho

As pessoas nascidas em Julho são quase exatamente como as pessoas nascidas em Junho, mas tendem a ser ainda mais extrovertidas. Elas são confiantes e felizes, mas têm uma natureza muito mais grave abaixo da superfície. Assim como as de Junho, elas escondem seus medos e sentimentos.

Agosto

As pessoas nascidas em Agosto conduzem o mundo. São, por vezes, opinativas a uma falha e as delegante finais. Elas costumam pensar demais e se dão bem em áreas que envolvem o pensamento crítico. Não costumam mostrar o seu lado humano.

te altas expectativas das pessoas ao seu redor. Elas podem parecer teimosas. Seus altos ideais, muitas vezes levam à decepção.

Outubro

As pessoas nascidas em Outubro são o oposto da época em que nasceram. Quando o clima está mudando e as coisas são ou morrendo ou voltando à vida (dependendo do hemisfério), as pessoas de Outubro gostam que as coisas sejam sólidas e estáveis. Elas não gostam de confrontos.

Novembro

As pessoas nascidas em Novembro são as mais enigmáticas do grupo. Escondem seus sentimentos, mas não têm muitos medos. Isso leva a uma combinação interessante. A vida não as detém. Elas têm uma forte paixão pela vida.

Dezembro

As pessoas nascidas em Dezembro são as mais generosas, mas tendem a ser orgulhosas e fortes com suas crenças. Elas trabalham duro e não podem ficar paradas por muito tempo. Seus amigos chamam-lhes de mal-humorada por sua atitude de espírito livre. ◊

Setembro

As pessoas nascidas em Setembro, por vezes, têm irrealisticamen-

15

CAMINHO DO MEIO ∙


Meditação da

Lua Cheia

Fotografia: Gergö Kapás

Dia: 28 de outubro Horário: 20h Local: Centro Cultural Banco do Brasil


Não insista na dor Louise Vernier e Marina Oliveira

Uma separação sempre vem acompanhada de sofrimento, mesmo quando o amor acabou e já não há mais motivos para manter o relacionamento. E é por isso mesmo que muitos casais insistem em tentar preservar uma relação que já chegou ao fim. “Muitas pessoas não se separam quando deixam de amar porque criaram raízes poderosas naquele relacionamento”, diz o psicólogo especializado no estudo do relacionamento amoroso Ailton Amélio, professor do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo). “A identidade da pessoa se mistura com a do par. O ‘eu’ e ‘você’ vira ‘nós’. As pessoas começam a tratar o casal como uma unidade, que também se vê, psicologicamente, assim. Recuperar a identidade de solteiro após a separação pode levar até três anos”, explica. A psicóloga Carmen Cerqueira

Cesar concorda. “Muitas pessoas permanecem juntas pois, emocionalmente, não se sustentam sozinhas. Precisariam amadurecer. Mas crescer dói, dá trabalho. O ganho em manter essa situação é permanecer protegido do esforço que implica o processo de individualização”, afirma. Abrir mão de um relacionamento é, também, desistir de sonhos e planos feitos com a outra pessoa. A viagem que aconteceria no ano que vem, a casa que comprariam, o negócio que abririam na aposentadoria. Tudo isso rui quando o fim da união é decretado. “A pessoa que se separa tem de desfazer todo o seu planejamento para o futuro e recomeçar”, diz Amélio. Se há filhos, a dificuldade aumenta. Além de ter de começar uma vida nova sozinho, será preciso lidar com o convívio com o ex-parceiro. Caso uma das partes dependa da outra financeiramente, surge, ainda,

17

CAMINHO DO MEIO ∙


o medo de diminuir o padrão de vida econômico atual. As razões para insistir em uma relação que já acabou são inúmeras. E todas legítimas. No entanto, há consequências negativas em manter uma união sem amor, a começar por conviver com o constante sentimento de insatisfação. Segundo os especialistas, dividir a vida alguém, o que inclui abrir mão de alguns desejos, só é possível se existe amor. Quando o sentimento acaba, a vida a dois pode se tornar um martírio. “A insatisfação desgasta a relação do casal e o convívio familiar. Mal resolvidos, os dois se machucam e afetam as pessoas que estão ao redor, inclusive os filhos”, diz Carmen. A terapeuta familiar e de casal Margarete Volpi, mestre em psicoterapia pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), bate na mesma tecla: “Não dá para ter uma família saudável sem antes ser um casal saudável”. E quanto antes o casal se der conta disso, menos sofrimento os filhos terão. “Se a parceria for madura, os filhos entenderão e poderá haver um bom relacionamento entre os pais. Dessa forma, as crianças receberão um bom exemplo de como se busca a felicidade”, afirma a médica Sylvia Marzano, especializada em psicoterapia sociodramática de família, casais e grupos pela PUC-Goiás (Pontifícia Universidade Católica de Goiás). 18 ∙ CAMINHO DO MEIO

Colocando na balança

Ao sentir dificuldade de tomar uma decisão, é preciso avaliar os prejuízos no presente e no futuro. “Às vezes, adiando a separação, a pessoa evita um desconforto no momento, mas, a médio prazo, pagará custos altíssimos, como o fato de ter de viver uma vida que não lhe satisfaz, sem energia, sem motivação para seguir adiante”, afirma Ailton Amélio. Por outro lado, é preciso avaliar se o amor realmente acabou. Se ainda houver sentimento, vale tentar descobrir o que foi que deteriorou a convivência. A distância que se instaurou entre o casal pode ser resultado de uma comunicação deficiente, de expectativas irreais em relação ao outro e de conflitos mal resolvidos. Dando uma atenção especial a essas questões, em alguns casos, é possível reerguer o relacionamento. Ou, ao menos, evitar a culpa, no futuro, por achar que não lutou o suficiente pela relação. “O companheirismo e a amizade até podem sustentar uma relação. Mas depende de quais são as expectativas de vida de cada um”, diz Carmen. Porém, se todas as tentativas de estabelecer uma convivência feliz e prazerosa forem frustradas, o melhor a fazer é encarar a mudança, com a certeza de que o fim de um relacionamento é sempre muito triste, mas, depois dele, vem o recomeço e um mundo de possibilidades se abrirá.


“Não é impossível começar do zero. Mas é preciso colocar a felicidade em primeiro lugar e responder a uma pergunta importante: o que você valoriza na vida? E, a partir daí, começar a se dedicar aos seus sonhos”, diz Margarete.

19

CAMINHO DO MEIO ∙




Transporte do saber Jornal de Santa Catarina

A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que para sermos considerados não-sedentários precisamos de 150 minutos de atividade física moderada por semana. São 30 minutos por dia. A bicicleta é uma forma interessante de colocar isso em prática porque é um exercício democrático, que pode ser praticado por pessoas com condicionamentos físicos diferentes. Tirar a bicicleta de casa pode prevenir e até curar doenças como depressão e ansiedade. Muito além de conquistar um corpo sarado e economizar com gasolina, quem anda de bicicleta garante uma série de benefícios para o bem-estar físico e mental do organismo. Segundo Fábio Cardoso, especialista em Medicina do Esporte,

22 ∙ CAMINHO DO MEIO

pedalar regularmente é investir em uma vida mais saudável no médio e longo prazo. — A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que para sermos considerados não-sedentários precisamos de 150 minutos de atividade física moderada por semana. São 30 minutos por dia. A bicicleta é uma forma interessante de colocar isso


em prática porque é um exercício democrático, que pode ser praticado por pessoas com condicionamentos físicos diferentes — afirma. O ciclismo ao ar livre também pode ser a solução para desestressar. De acordo com Catarina Gewehr, doutora em Psicologia Social e professora da Furb, a atividade estimula os três processos responsáveis pelo bom funcionamento cerebral: atenção, memória e percepção. — A bicicleta trabalha a dinâmica aeróbica e mental ao mesmo tempo: você aumenta a capacidade respiratória e cardiovascular e consequentemente intensifica o bom funcionamento do cérebro — aponta. Os que precisam abandonar o sedentarismo e eventualmente fazer as pazes com a balança — evitando problemas nas articulações e na coluna — podem contar com a bicicleta. A fisioterapeuta Claudia Wanderck explica que a atividade não exerce impacto sobre articulações, músculos e tendões, facilitando a execução para pessoas com problemas articulares. Ela recomenda começar com passeios curtos em terrenos planos: — Assim a pessoa aumenta a capacidade cardiovascular sem afetar tornozelos, quadris e joelhos. Há ainda o diferencial das variações de marcha, que tornam possível intensificar o fortalecimento muscular —

destaca. Vendedor e professor de Educação Física, o blumenauense Bruno Schwede, 27 anos, usa a bike para se deslocar do bairro Velha, onde mora, até o trabalho. Ele conta que percurso diário, de aproximadamente cinco quilômetros, ajuda a manter o corpo bem condicionado. De quebra, diz que a atividade física reforçou a imunidade do organismo: — Nem lembro quando foi que fiquei doente pela última vez.

23

CAMINHO DO MEIO ∙



Foto: Jay Mantri


Chandra Lacombe e seu novo Cd Cdesseniais.blogspot.com.br

Muito provavelmente seus compromissos com uma música inspirada essencialmente pela espiritualidade pode ser uma das explicações pela discrição na mídia de massa. Porém, essa entrevista parece indicar um grande divisor de águas na sua carreira musical. Chandra revela que esse ano foi o período que ele mais compôs na sua carreira e que sua música chegou num ápice de fruição para poder ser espalhada de forma mais organizada e numa abordagem mais acessível para os 4 cantos do planeta. Seu estilo é captado rapidamente pela internet em 3 abordagens, mas todos parecem ter um compromisso inquebrantável com o auto conhecimento. Uma das abordagens, mais conectada com o centro de desenvolvimento espiritual que dirige, outra numa sofisticação especial e popular de arranjos para os mantras indianos e outra mais pop, mas ainda assim, conectada com o

26 ∙ CAMINHO DO MEIO

auto conhecimento e a alegria e devoção que lhe são características. E agora, tudo requintado por um período de maturidade de sua nova banda, iniciado em 2010 que tem Xico Leite ( Produtor musical do CD Esssenciais) no violão, Giuliano Laurenza na percussão, Rafa Caldeira na Flauta, Alfredo Farné no baixo, Mel Alleman e Nara Prem no backing vocal.

Quantas composições novas nasceram desde seu último aniversário e qual estilo delas? Esses últimos 12 meses, foram o primeiro período que passei com estruturas mais básicas estabelecidas no sítio para onde mudei em 2011/12 com a missão de construir um Ashram com minha parceira Matry Surya. Poder ficar mais tempo por aqui, sustentando uma vida mais conectada com a essência e a natureza foi muito inspirador para o


estado de composição, sendo esse um dos períodos mais férteis no sentido de quantidade de novas composições que já vivenciei. Entre novas versões para os mantras, canalizações espirituais e músicas para o projeto do Oráculo, foram mais de 10 com certeza, o que já nos impulsionou para gravar dois novos CDs que podem sair ainda esse ano: um gravado ao vivo no Mahashivaratri que vai surpreender definitivemente à todos e está praticamente pronto para ir para prensagem e outro na linha mais pop com canções associados ao projeto do Oráculo que tem duas canções em especial que já está no nosso repertório de shows : Carruagem e Ação de Graças.

O CD Essenciais, tem como um dos principais objetivos expandir o diálogo entre culturas e tradições e essa inspiração nasceu da dor do preconceito. Você já sofreu algum tipo de preconceito com sua forma de se conectar a Deus? Como lidou com isso? Tem alguma música que nasce também dessa dor? No início da minha busca espiritual tive duas iniciações que se caracterizavam fortemente pelo uso de indumentárias, pela Kun-

dalini e depois Osho. E um dia num almoço de família sofri um certo rechaçamento... e família sabe como é, sempre desafiante lidar com isso. O arcano-canção 22 Saga, expressa meus sentimentos com a liberação desse incômodo quando canto “ que deus anda solto” citando uma contemplação do fogo quando eu era menino.

Sua música expressa um constante convite e exemplo para reconexão com a essência e menciona muitas tradições. Quando o choque de egrégoras pode ser real ou ilusão? Sim, pode existir choque de egrégora quando se tentam fusões manipuladas por uma mente isolada no racional, fora das bençãos do fluxo divino ou mesmo quando uma mente precisa da forma para se conectar com o sagrado e acaba se apegando excessivamente a ela, sem poder acreditar que existam outras formas de se conectar com o amor. Nesse caso, é preciso respeitar o processo e forma de cada um, porém, ressaltar princípios comuns à várias culturas e tradições ajuda-nos na liberdade de convivência amorosa e devoção à todos os nomes de Deus. Porém, a ilusão só se dissolve

27

CAMINHO DO MEIO ∙


de forma ainda mais pura, quando o amor essencial que brota de dentro vem a tôna e traz o senso de união e de aprendizagem que se pode ter no contato com diferentes culturas e tradições.E nesse lugar não há mais choque de egrégoras e sim expansão do diálogo e da união.

Qual a importância do princípio do Sanatana Dharma para vc? Reverencio o Sanatana Dharma solenemente sempre que o sol nasce e se põe no sadhana aqui no Ashram, junto com uma série de outras expressões de devoção. Apesar de ser um princípio de legado hindu, ele expressa a experiência da essência que permeia as diferentes linguagens. O pulsar da fé que não precisa de roupas e fronteiras. A verdade universal e atemporal que permeia toda humanidade.

Hoje, muitos jovens trocam o primeiro carro e a saída de casa, por viajar pelo mundo. Quanto que esse contato com os 4 cantos do planeta influenciou na sua percepção? Viajar pelo mundo é a melhor forma de sentir essa onda de multiculturalidade e religiosidade? Sem sombra de dúvida o intercâmbio cultural me ajudou nesse sentido, mas sinto que isso vem como um programa da minha alma,

28 ∙ CAMINHO DO MEIO

talvez não seja para todos. Já antes do Intercambio com Escandinavia América Central, Estados Unidos, Índia entre outros, eu sentia que isso aconteceria. Estava programado pelo arquiteto maior.

No livreto de artes e artigos do CD, tem uma frase sua dizendo que a música em diferentes estilos pode ser uma ponte de diálogo para a paz. Você poderia nos dizer um momento na sua trajetória onde você testemunhou isso de forma mais tocante? Foram vários, mas uma das últimas versões de mantras onde cito Adonai, Alelulia.... foi um desses momentos. No CD Meeting the Forest tem também uma saudação à vários santos que me inspiraram em algum momento esse diálogo para a paz, na canção Ritual. Me inspirei para essa em Matutu. As montanhas de lá e de Minas, são um lugar muito marcante na minha trajetória.

Também no livreto do Essenciais, tem um trecho de um hino seu “Flor do Oriente” associado com o princípio da Receptividade. Você poderia falar um pouco mais desse hino, princípio e da sua percepção sobre o papél do feminino no atual momento.


Nosso trabalho de auto desenvolvimento no Ashram, tem uma ênfase muito especial para o feminino e sinto minha companheira como uma forte expressão desse resgate. Esse é um tema muito profundo, tivemos uma época onde a voz e ação masculina muitas vezes sobrepôs os limites do feminino. A Índia, por exemplo, é um país que me transmite uma energia essencialmente feminina, Yin, que expressa esse desequilíbrio, as vezes, com um comportamento afetivo, as vezes com fatos mais violentos. Gandhi foi um símbolo, nesse sentido, através da não violência diante a hostilidade masculina e tentativa de domínio e invasão da cultura inglesa. Nossa mente ocidental está muito masculinizada, precisando um pouco da receptividade e acolhimento do feminino. O trecho citado do hino que diz: “ Minha mente é um cálice vazio, onde o Manah da verdade se produz” poderia dizer que minha mente está, em receptividade, entregue ao feminino como um cálice vazio.

Como foi o nascimento da canção “Recado da Mãe Divina”? Estava na minha casa no bairro da Pompéia, meu último filho tinha menos de um ano 1 ano e estava muito embebido pela energia da

maternidade e dentro de um processo pessoal profundo e iniciático em conexão com expressões da santidade feminina na Terra como mother Meera, Amma e no campo espiritual, fui tomado por essa canção que marca um momento especial na trajetória mesmo.

Como vc conta em outras entrevistas, sua relação com a kalimba foi total intuitiva e de auto descoberta. Além da forma diferenciada de tocar com os dedos que você criou, que outros elementos peculiares desse instrumento se revelaram para você nessa auto descoberta? Realmente no início tudo aconteceu numa espécie de transe, eu sinto que fui instrumento de uma força maior no contato com a kalimba. Eu saia tocando de uma forma muito espontânea e fui evoluindo de forma rápida na expressão melódica e rítmica com o instrumento. Tinha uma certa tendência a dispersão que parecia ser remediada de forma precisa com o instrumento e aos poucos foi nascendo o estilo Chandra de tocar. Hoje tem algumas pessoas que já evoluíram esse estilo de forma especial como o.Vinicius que já tocou kalimba com Gilberto Gil e Edisberto Gismonte e o Ariel ( Prashanto) que está fazendo trabalho de conclusão de curso de ´Músi-

29

CAMINHO DO MEIO ∙


ca na Unicamp sobre o instrumento. Não sei se descobri algo mais além do que o jeito de tocar, mas descobri o que já se sabe também da conexão desse instrumento com os atributos da infância. Minha música é muito conectada com o auto conhecimento e reviver a infância é um tesouro nesse processo. O timbre da kalimba no remete ao resgaste de experiências na infância.

Tem alguma canção que você destacaria ter florescido nessa conexão com a infância? Tem algumas, destacaria o Arcano Incompreensível presente.

Sua participação no Essenciais além da voz, tem bastante da sua habilidade impressionante para percussão. Na canção “É só quem eu devo amar” e “ Exemplo de brasileiro” um derbak que chama que inspira demais, “Se conheça com reverência” e “Guerreiros Beira mar”, um pandeiro e “Pincel Co-criador” e “Exemplo de brasileiro” um marcante bongô, isso sem falar no repinique do “Samba da Felicidade” . Existe alguma relação entre percussão e kalimba? Qual habilidade veio primeiro? Ótima pergunta. Isso me remete a uma curiosidade muito peculiar da

30 ∙ CAMINHO DO MEIO

minha relação com a música. Minha obsessão inicial com 13 anos, era buscar melodias diferenciadas nas percussões. Era obcecado pelas percussões asiáticas como a Tabla e o Derbak. Buscava técnicas para tirar timbres diferentes utilizando formas diferenciadas de tocar com os dedos. Queria transformar o jeito de tocar o bongo afro brasileiro Minha primeira experiência como percussionista foi numa peça de teatro ( 13 anos). Cheguei a tocar até repinique em uma escola de samba e no Essenciais fiz no Samba da Felicidade. A kalimba veio depois, aos 19 anos e talvez meus dedos tenham sido preparados pela minha obsessão anterior. E de certa forma encontrei na kalimba uma boa combinação entre percussão e melodia que meu coração tanto pedia. Talvez isso também tenha gerado a capacidade peculiar de cantar e tocar percussão como fiz na época do Udyana Bandha com a tabla.

E sua voz quando descobriu que tinha algo que podia acessar tantos corações? Começou no teatro, depois no grupo de colégio no Rio e assim foi indo... não dá para explicar muito isso. Mas minha música é comprometida com o auto conhecimento desde o início e aí tem uma pista


Foto: Divulgação

“Nossa mente ocidental está muito masculinizada, precisando um pouco da receptividade e acolhimento do feminino.”


bem importante.

Essa conexão da sua música com a espiritualidade e o auto conhecimento foi um obstáculo para propagá-la? Sim, isso é uma tendência nova, mas que sempre acreditei. Música Devocional Brasileira. Você me disse que uma cantora evangélica de destaque já está cantando em vários programas de TV de massa. Isso é novo. E tudo que é novo, demora para expandir. Mas agora chegou a hora.

No pré-lançamento do CD voce esteve junto com o produtor musical, compositor e outros participantes no palco do Ibirapuera e viu balões com princípios essenciais serem lançados aos céus ao som do mantra Loka Samasta. Se tivesse que escolher 3 princípios mais Essenciais para seus alunos e fãs sempre lembrarem, qual indicaria hj? O primeiro que me vem hoje nesse processo de expansão dos valores de um Ashram é a Disciplina que é até citada no Essenciais. O Ashram respira isso, fazemos sádhana todos os dias de manha e a noite sustentando a vibração do local O segundo a Verdade, quanto essência que permeia toda busca.

32 ∙ CAMINHO DO MEIO

E o terceiro, Empatia, o elo necessário para amarmos o próximo e construirmos o senso de união verdadeiro aspirado.

Quais canções do Essencias mais te atraíram em especial ? Gayam foi uma das primeiras que ouvi na época de pré-produção e até disse que seria uma canção que iria inspirar muitas pessoas. Foi uma das que participei ao lado da Nicole Salmi no pré-lançamento do Essenciais no Festival Mundial da Paz. Gosto muito também de Viver em Gratidão, e da melodia, empolgação, energia de uma que cantei também da Lua...“ Lua Cheia de Paz”. Aproveitando que você tocou no assunto.... Você alguma vez se inspirou para cantar com os significados contidos em seu nome espiritual Chandra? Rs....Sim tem uma que expressa essa conexão. Só que não fala nada sobre lua é totalmente instrumental, chama-se Miramor. O Essenciais é o primeiro trabalho de produção musical do Xico Leite(Ritam). Foi feito na conclusão do curso de formação dele. Teve algo em especial que te surpreendeu positivamente na produção musical do Essenciais? Sim claro, já é surpreendente o trabalho de mixagem com tantas


pistas de áudio, diferentes estilos musicais e timbres de instrumento. Exige muita dedicação, paciência e sagacidade, de qualquer profissional. Soma-se isso os desafios de captação e o processo de masterização. Mas pela idade dele, fica ainda mais surpreendente. Os jovens podem aprender mais rápido hoje, Um jovem de 20 pode fazer algo melhor do que um adulto de 30 fazia há 20 anos atrás.

Segundo a astrologia, quando você veio ao mundo no dia 24 de Maio de 1965, através de sua mãe, as vibrações de Mercúrio e do signo de Gêmeos, te influenciaram fortemente. A astrologia já te inspirou a reconhecer seu potencial e pontos de precaução? Qual canção sua você diria que é mais Geminiana? Rs... Acho que alguma canção que passe por várias melodias e tons .... rssss.... e seja bem diplomática, Meu pai também era geminiano e era muito forte isso nele.

Como a cidade de Brasília influenciou sua música?

quele momento. Chama-se “Mares da eternidade”. Na verdade além do Renato ela também é um dos sinais fortes na minha trajetória da minha conexão com Babagi que considero um ser bastante conectado com Cristo também.

Você tem algum sonho especial a se realizar com a música ainda? Tenho evidente. Eu sinto que agora ... agora a nave vai decolar de verdade. E não é um sonho. É uma sensação de que me sinto mais preparado. Com as questões intrapessoais mais alinhadas. O que permitirá que essa música atinja sua fruição máxima que poderá disponibilizar esse trabalho para mais gente. Tenho mais consciência dessa responsabilidade e dom. Da ferramenta que essa música é para evolução mesmo da consciência humana. Então aproveitando que estamos projetando um Studio especial aqui no Ashram além de outras obras, esse ano é Chandra na cabeça. Então pode ir para trilha de novela, filme, onde puder contribuir e expandir que assim seja.

Tem uma curiosidade especial com Brasília de uma canção que sem saber porque eu pensei muito no Renato Russo e até senti ele antes de compor. E depois fui saber que ele tinha feito a passagem na-

33

CAMINHO DO MEIO ∙


Arte gotejante Por Chrissy Angliker


35

CAMINHO DO MEIO ∙


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.