EDIÇÃO 01 - NOV 2015 - R$ 15,00 LITERATURA ESSENCIAL
UNIVERSOS ESPACIAIS
STAR WARS TRILOGIA CÓSMICA GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS SAGA DUNA HÉROIS DO ESPAÇO
CARTA AO LEITOR Olá, jovem padawan! Seja bem-vindo a primeira edição da revista Bookmark. Que já inicia levando você a lugares incríveis e bem distantes desse planeta azul que chamamos de lar. Estão preparados para viajar pelos distintos universos espaciais existentes na literatura? Se sim, coloque seu traje espacial, separe seu sabre de luz, pegue sua toalha, aperte o cinto, abra mente e aprecie a vista. O itinerário pode parecer longo, mas acredite, não será nem um pouco cansativo. Visite galáxias e planetas distintos, espacial foram capazes de criar. Conheça os personagens, suas histórias, e tudo o que é essencial saber sobre cada obra. Saiba mais sobre o incrível universo criado por George Lucas - Star Wars - descubra mais sobre seus heróis alienígenas preferidos, como é a vida em Marte ou Malacandra, se assim preferir chamar e passeie pelos desertos de Duna. A revista Bookmark reuniu os principais mundos espaciais para você, apaixonado por literatura, conhecer ainda mais sobre as histórias que já conhece ou descobrir que existem muitas outras que te levarão a permanecer nessa viajem por mais algumas horas. Desenvolvida para a disciplina de Prática Projetual do Santa Catarina - UDESC. sob a orientação de Israel Braglia e Genilda Araújo, a revista Bookmark vem com o intuito de suprir a necessidade de uma publicação sobre cresceram em Hogwarts, que lutaram contra a Capital ou mesmo os que um pouco antes viram na Terra Média um segundo lar. Cada edição mensal promete abrir um leque de possibilidades para você, se aventurar por uma temática especialmente escolhida e descobrir mais ou tudo sobre o que a literatura tem a oferecer. E é com muito orgulho que nós, Paula Martins, Gabriela Garcia Cera e Maria Eduarda de Souza, criadoras da revista Bookmark, damos as boas vindas e desejamos que você se divirta a cada nova página.
EXPEDIENTE Esta revista é um projeto acadêmico do curso de Design Gráfico da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC
05 Best seller 07 Entrelinhas 11 Curtas
Conceito, projeto gráfico e editoração: Gabriela Garcia Cera, Maria Eduarda de Souza e Paula Martins. Assessoria de Imprensa e revisão: Israel Braglia e Genilda Araújo. Imagens e artigos: Revista Mundo Estranho, Revista Galileu, ConversaCult, Um Viajante, Literatura Tortura, Nerd Geek Feelings, Deviantart: AARONTP, O que é que o livro tem?, Livros e Fuxicos, @cesso Escrevivendo, Gia dos Qadrinhos, Universo HQ, Dark Side Books, Star Wars Universe, Info Abril, Tec Mundo, Agência Febre. Agradecimentos: Bruna Goddini, Gabriela Soares, Bruna Baltazar, Diangelo Hélio dos Santos, Fernanda Amorim, Augusto Queiroz, Luana Marques, Carolina Tavares, Rodrigo Lago Quiquio, Luísa Castro, Letícia Teche Fontoura, Maria Laula Cabral, Pedro Henrique Fernandes, Sidney Junior, Ana Carolina Terhorst, Paola Moraes, Israel Braglia, Genilda Araújo, Manuela Cunha Soares, Walter Dutra, Roberta Garcia Cera. Impresso: Open Brasil Graf BOOKMARK é uma publicação mensal. Avenida Prefeito Osmar Cunha, 000, Centro - Florianópolis / SC - 880000-000 Telefone: (00) 1234-5678 Fax: (00) 5678-1234 revistabookmark@bookmark.com www.bookmark.com.br facebook.com/revistabookmark
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STAR WARS
15 Entrevista 70 Palavras 76 Lello e Irmão por números 19 Os discos 78 Agenda voadores 72 Chegou o verão 81 Um livro para 24 Perdidos cada signo no Espaço
45 Guia do 61 Heróis mochileiro das do Espaço galaxias
49 Duna 53 Trilogia Cósmica
65 Na estante
BEST-SELLER
OS 5 LIVROS MAIS VENDIDOS
1º
A HERDEIRA KIERA CASS EDITORA SEGUINTE
No quarto volume da série que já vendeu mais de 500 mil exemplares no Brasil, descubra o que vem depois do “felizes para sempre”. Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, filha do casal. Prestes a conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, ela não tem esperanças de viver um conto de fadas como o de seus pais. Mas assim que a competição começa, ela percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto parecia.
2º
3º
4º
5º
ENTRELINHAS
SE EU FICAR RESENHA POR PAOLA ALEXANDRA
Depois do acidente, Mia ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.
“NÃO SEI AO CERTO O QUE ACONTECEU COMIGO, E PELA PRIMEIRA VEZ NO DIA, NÃO ME IMPORTO NEM UM POUCO. NÃO DEVERIA ME IMPORTAR. NÃO DEVERIA TER TENTADO TANTO. PERCEBO AGORA QUE MORRER É FÁCIL. VIVER É QUE É DIFÍCIL.” Se eu ficar é um livro que toca profundamente o leitor. Independente de gostarmos ou não da história, é fato que a obra nos faz refletir sobre o destino e suas imprevisibilidades, sobre como um milésimo de segundo é capaz de mudar completamente o rumo de nossas vidas e daqueles que mais amamos. Ao falar de tragédias, de planos para o futuro perdidos em um acidente de carro, e da vida como ela realmente é: frágil e passageira, a autora nos faz mergulhar em uma história envolvente, profunda e extremamente emocionante. A trama gira em torno de pouco mais de um dia, contudo é justamente por isso que ela é tão comovente, por mostrar como cada minuto de nossas vidas é único e valioso. Em uma manhã de neve, dia em que todos são liberados de suas obrigações, Mia sai com sua família para um passeio de carro que, infelizmente, acaba em tragédia. O acidente é abrupto e ocorre logo nas primeiras páginas do livro, depois disso temos então uma Mia perdida, que não sabe onde está e que, aos poucos, entre relatos diários e memórias do passado, vai assimilando sua triste realidade ao mesmo tempo em que relembra os momentos mais especiais de sua vida: o nascimento de seu irmão mais novo, o início de sua paixão pelo violoncelo e pela música clássica, como Adam – seu namorado – entrou em sua vida e roubou seu coração, e os planos que ela tinha
GAYLE FORMAN, é uma autora e jornalista premiada premiada. Em 2007
ela publicou eu primeiro romance para jovens adultos, intitulado Sisters In Sanity onde ela se baseia em um artigo que tinha escrito para a revista Seventeen. Se eu ficar encontra-se publicado em mais de 35 países e recebeu diversas distinções, incluindo ser considerado um dos melhores livros juvenis de 2009. Ganhou o prêmio, Indie Choice Award de 2010.
para o futuro. Desta maneira, somos abocanhados pelo presente e pelo passado dessa jovem que está à beira do precipício, que está perdida entre a linha que separa a vida da morte; e acompanhá-la nessa jornada – em sua luta para tomar a decisão mais importante da sua vida e escolher em qual lado ficar – é, no mínimo, angustiante.De começo não consegui sentir a emoção implícita na narrativa. Os fatos pareciam distantes de mim e acredito que isso tenha ocorrido porque, da mesma forma que a Mia, eu estava perdida entre as incertezas da atual realidade da protagonista. Os primeiros capítulos parecem um pesadelo do qual Mia não acredita fazer parte, portanto é apenas quando ela se dá conta do quanto perdeu no acidente que eu finalmente compreendi a emoção dessa história. Não vou dizer que o livro é puramente emocional; não, não se trata de um drama escrito para deixar o leitor em lágrimas, contudo quando Mia fala das perdas do acidente, em um momento de profunda e verdadeira dor, confesso que chorei ao lado dela. Fora que o drama por trás da situação de Mia também é algo que comove, afinal o dilema da protagonista é abandonar a vida e a dor para sempre, ou aceitar o futuro e a dor que ele trará. A escolha pode parecer simples para alguns, mas ao lado dessa jovem percebemos o quão difícil essa decisão é, o quanto ela precisará ser forte para resolver se deve ir ou ficar. A trama é rápida e fácil de se ler, do tipo de história que fluí e que faz o leitor ansiar pelas páginas finais. Outro ponto importante é que, indo além da tragédia, a autora aborda também os conflitos diários de um jovem adulto, dando voz ás dúvidas da protagonista que, por exemplo, tem medo de não ser aceita na universidade dos sonhos, não tem certeza a respeito do local ao qual pertence, e teme estar se distanciando do grande amor da sua vida. Também me surpreendi com a força da personagem principal, com o amor familiar descrito nessas páginas, e com a bela mensagem deixada pela autora. Além disso, me apaixonei por Adam e por sua banda de rock, e adorei a maneira como ele e Mia, dois jovens tão diferentes, se completam de uma forma única. Meu único erro foi ter lido o primeiro capítulo da continuação dessa história, se Se eu ficar acabou com meu coração, Para onde ela foi, sem dúvida, me deixará aos prantos. Não sei se estou preparada para essa continuação, mas ainda assim, estou ansiando por ela.
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GAYLE FORMAN FAZ UMA ENTREVISTA COM A ATRIZ QUE INTERPRETOU MIA NO FILME “E SE EU FICAR” Gayle Forman: Você disse que se identificou com a Mia logo que começou a ler o livro e o roteiro de Se eu ficar. Por qual motivo? Chloe Grace Moretz: A Mia lembra a garota que eu sou - por trás da atriz e tudo o mais, ela sou eu... essa garota entusiasmada, a jovem que quer viver a vida, mas que ao mesmo tempo é muito determinada. Ela sabe exatamente o que quer e como chegar até lá. Minha tinha cinco ou seis anos quando tocou o violoncelo pela primeira vez, e eu tinha cinco quando comecei a atuar. Sempre me senti muito próxima dela nesse sentido. GF: E como foi se apaixonar pelo Adam? CGM: Quando eu estava no hospital, tudo foi muito sério, mas, enquanto estavámos filmando as cenas dos personagens em vida, foi muito engraçado. Nos divertimos muito Jamie é um cara muito bacana. Fica fácil quando as pessoas são legais e normais. É só deixar fluir. GF: Qual cena foi a mais comovente? CGM: Descobrir que o Teddy estava morto. Foi muito, muito complicado. Adorei o Jakob, e foi muito difícil para mim pensar naquela possibilidade... muito sinistro. Saio correndo pelo corredor, caio sobre os meus joelhos e começo a gritar. A Mia desiste naquele momento. Ela não só descobre que o Teddy está morto como também exclama: “Para o inferno tudo isso! Já chega!” GF: E qual foi a cena mais engraçada? CGM: Por algum motivo, amei fazer a cena em que eu e a Liana estamos na cafeteria, conversando. É uma cena rápida, mas nos divertimos muito naquele dia. Foi realmente um dos dias mais engraçados. Não sei por quê. Só sei que foi muito, muito divertido mesmo. GF: Adorei todo o figurino da Mia. Todos os casaquinhos. Estilo meio patricinha. Meio grunge... Muito fofo. CGM: Nem patricinha demais. Nem “boazinha” demais. Apenas Mia.
CURTAS
A FIM DE UM PASSEIO LITERÁRIO? CONFIRA O GOOGLE MAPS DE LIVROS A organização britânica Lovereading elaborou um mapa de livros através do Goolge Maps, cadastrando as mais diversas obras literárias. Por enquanto “só” 200 livros foram colocados no mapa. Contudo, o mais bacana é que eu e você também podemos contribuir, acrescentando obras e mais obras. A maioria dos livros contém capa e uma breve sinopse, do tamanho de um tweet. Ainda não existem livros cadastrados no Brasil, mas vários clássicos mundiais já estão na primeira versão do mapa. O Reino Unido é o mais recheado de obras, desde os romances policiais de Arthur Conan Doyle até a série Harry Potter de J.K. Rowling. O legal de ter um mapa de livros é que você pode organizar um passeio literário para o local onde se passa seu livro favorito! Não achou seu livro favorito no mapa? Calma! Você mesmo pode adicioná-lo. Mas vai ter que esperar até a próxima atualização do mapa, por que as alterações precisam ser aprovadas pela equipe da Lovereading.
EDDIE REDMAYNE E J.K. ROWLING. Um dos atores mais celebrados dessa nova geração se Juntará com uma das escritoras mais aclamadas do universo infanto-juvenil em novo e aguardado projeto cinematográfico. Estamos falando do vencedor do Oscar Eddie Redmayne e J.K. Rowling. Eddie irá adentrar no fantástico universo mágico no muito aguardado filme Animais Fantásticos e Onde Habitam, criação da escritora responsável por criar nada mais nada menos que a saga Harry Potter. Eddie Redmayne tem 33 anos e foi premiado neste ano com o Oscar de melhor ator por sua mágica interpretação do físico Stephen Hawking em A Teoria de Tudo; neste novo projeto ele viverá o magizoólogo Newt Scamander. A história de Animais Fantásticos e Onde Habitam se passa em Nova York, 70 anos antes do início do universo de Harry Potter, e não antecede nem dá sequência à saga do aprendiz de feiticeiro, sendo antes uma ampliação do Mundo Mágico criado pela escritora J.K. Rowling.
CAPA DE LIVROS EM 3D?! A designer Aniko Kolesnikova, sob o pseudônimo de Mandarin Duck, é especializada em criar capas temáticas de dragões, animais, pássaros, fantasia, natureza e ocasionamente faz trabalhos personalizados. Dizem que suas capas foram inspiradas, talvez, no Jogo Jumanji. Aniko Kolesnikova aperfeiçou-se em criar capas personalizadas e tridimensionais para livros e cadernos. Seu trabalho é impressionante. Uma obra mais incrível que a outra, e pasmem, ela faz tutoriais, para ensinar quem quiser se aventurar no mundo dessas incriveis capas 3D. Os tutoriais podem ser encontrados no canal do Youtube da Designer: www.youtube/mymandarinducky. Suas obras podem ser encontradas para venda no site dae Aniko, junto as capas de livros é possive comprar outros produtos produzidos por ela, como camisetas, acessórios , enfeites, entre outros. Todos produzidos com essa inacreditavel técnica de 3D.
ATOR DE “AVATAR” VAI ESTRELAR NA ADAPTAÇÃO DE “A CABANA” Sam Worthington (Jake Sully em “Avatar”) foi confirmado para interpretar Mack na adaptação da Lionsgate do bestseller A Cabana. Stuart Hazeldine vai dirigir, com Gil Netter responsável pela produção através da Netter Productions junto a Brad Cummings. Ele vai atuar ao lado da ganhadora do Oscar, Octavia Spencer. Ela será personificação feminina de Deus e Graham Greene (“À Espera de um Milagre”) será a personificação masculina. Baseada no romance de William P. Young publicado em 2007, a história gira em torno de um homem que teve sua filha levada durante as férias em família, com evidências encontradas em uma cabana que levam as autoridades a acreditar que a garota foi assassinada. Quatro anos após, o homem recebe uma nota, aparentemente de Deus, invitando-o a voltar a cabana e, contra seus melhores julgamentos, ele aceita e encontra algo que mudará sua vida para sempre.
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ENTREVISTA
TATIANA FELTRIN COM TANTAS TAREFAS DIÁRIAS, PARECE QUE A LEITURA SE TORNA QUASE IMPOSSÍVEL. E FOI COM ESSA SENSAÇÃO QUE EU ENCONTREI, POR ACASO, O VLOG LITERÁRIO TINY LITTLE THINGS, DE TATIANA FELTRIN. COM VÍDEOS QUE INDICAM LEITURAS DOS MAIS VARIADOS GÊNEROS, A VONTADE É DE SAIR LENDO TUDO O QUE É INDICADO PELA TATI. O VLOG LITERÁRIO TINY LITTLE THINGS É COMPOSTO POR VÍDEOS INDIVIDUAIS SOBRE UMA OBRA EM ESPECÍFICO, ALÉM DE VÍDEOS SOBRE OS LIVROS LIDOS EM UM MÊS.
ENTREVISTADORA: MARINA FRANCONETI
Como você chegou à decisão de que faria um canal direcionado a literatura? Seria o vídeo uma maneira mais prática e que facilita a aproximação com outros leitores?
mostro dvds. Fiz um canal só sobre mulherzices, outro apenas sobre seriados com meu marido e tenho esse de livros, o Tiny Little Things, do qual eu cuido mais.
Com certeza. Quando comecei, eu não fazia apenas vídeos de livros, eu colocava outras coisas também, como um modo de complementar o meu blog. E tinham algumas coisas que eu achava que ficariam mais legais se eu fizesse vídeo, mais dinâmico. Eu estava começando ainda um blog que eu fiz na época da faculdade, final de 2006, comecinho de 2007. Então ninguém lia. Eu tinha colegas da faculdade que, de vez em quando, liam alguma coisa. Eu recebia caixa de compra que eu tinha feito na Amazon, eu abria e mostrava no vídeo. Certo dia, um amigo meu que estava começando a dar aula de inglês, me pediu dicas de livros, porque ele sabia que eu comprava muito livro de metodologia e como ensinar inglês. E aí eu falei assim para ele “você quer que eu faça uma lista para você? Ah, vou fazer um vídeo”. Fiz um vídeo mostrando os livros e coloquei no Youtube, não mandei para o blog. Porque naquela época tinha um jeitinho de você deixar só aparecendo no blog. Algumas pessoas, 3 ou 4, apareceram. E estava na moda aqueles canais de maquiagem. Eu estava chegando aos 30, achei legal descobrir isso, queria aprender a me cuidar. Então eu fazia vídeo de livros, de maquiagem, falava de música. As coisas que eu gostava viravam vídeos. Meu canal nunca foi uma coisa só. Até que começou a ter demanda para livros, era do que eu mais gostava de falar. As pessoas sempre me perguntavam o que eu estava lendo. Então, comecei a fazer os vídeos a cada 15 dias, eu mostrava o que estava lendo, em que página havia parado, se estava gostando ou não. Assim eu nunca decidi que falaria só sobre livros. O pessoal foi pedindo para que eu falasse, foi aos poucos. Até que agora ele é predominantemente sobre livros, mas ainda faço o meu top 10 de música,
Qual a maior diferença que você nota entre os perfis de leitores de alguns anos atrás e os atuais? Hoje em dia, as pessoas querem ler algo mais dinâmico, um livro que vai virar filme. Ou ler o livro depois de ter visto o filme ou seriado. Está muito mais multimídia. E não estou falando só de adolescente, mas de adulto também. Precisa ser mais dinâmico e chamar mais atenção, de alguma forma. Antes, sem internet, como é que a gente lia, sem ter canal no youtube, sem ter blog? Antes de ter o canal no youtube, havia muito blog literário, mas resenhas de praticamente os mesmos
livros. Hoje, ainda tem um pouco disso, se você procurar alguns blogs literários, pode ter resenha só dos mesmos lançamentos. Por exemplo, Menino de ouro, que é o livro novo da Globo. Todos os blogs vão ter uma resenha dele. Pode ser chato repetir, só encontrar a resenha de um mesmo livro. Eu gosto de saber sobre outros, até porque uma editora grande não está lançando só um livro. E também não havia muitas megastore, a pessoa tinha que ir a livraria e perder um pouco de tempo para pedir a indicação ao vendedor, saber mais do livro, dos lançamentos. Hoje, o vendedor só pega o livro e te entrega, ele não te fala sobre o livro, foi o que vi muito na bienal do livro, é muito fast food. Então acho que antes a gente comprava mais pela indicação e hoje, dá para ver um vídeo e buscar o livro indicado ou pelo filme também. Os vlogs literários estão ganhando cada vez mais popularização e tomando proporções positivas. Com isso, felizmente os vídeos incitam as pessoas a se tornarem novos leitores assíduos. Você acha que alguns limites podem ter sido rompidos quanto ao contato que temos com a literatura? Acho que sim. Eu recebo muito comentário de gente que diz “eu não lia nada, comecei a ler depois de ver seus vídeos” ou “agora eu leio outras coisas também”, então a gente tem um feedback muito bacana. Se a gente for pensar no número de pessoas que acessam esses canais, a gente vê que está fazendo algo certo. E é importante que as pessoas entendam que não tem dinheiro envolvido! Da última vez que eu vi tinham 50 mil inscritos. PC Siqueira? Não, né? Não tem patrocínio nenhum, a gente faz porque gosta da troca ou realmente leu um livro tão legal que quer comentar com as pessoas. A gente tem certo cuidado com o canal, com as pessoas que assistem. Então acho que falar de livro sem soar muito erudito, só falando que é legal, o que você gostou ou não, aproxima, sim, das pessoas. Tem bastante adolescente que assiste o canal e pede pra fazer vídeos sobre os livros da Fuvest. Mas por que eles pedem isso? Porque do jeito que às vezes é dado na escola é muito teórico, cheio de termos técnicos. E aí quando você vê alguém dizendo o que gostou no livro, se o personagem é legal, faz com que se interesse também. Enfim, aproxima e as pessoas estão cada vez mais buscando isso. As ficções se manifestam por diversas vertentes. E uma delas é a história em quadrinhos. Como você visualiza a criação literária presente nesse gênero? Por exemplo, Neil Gaiman, que consegue dialogar livremente entre romance e quadrinhos. Isso entra um pouco naquilo em que falamos sobre a literatura ser dinâmica. É bom para quem precisa muito dessa coisa mais visual, mas que tenha uma história além de um super-herói apenas salvando o mundo, ou como você citou o Neil Gaiman, que bota mitologia, cultura pop e referências de
livros que ele leu. Por exemplo, o super-herói da Marvel é diferente, você terá O Cavaleiro das Trevas, não fica só na ideia do herói salvando um personagem e acabou. Os quadrinhos já vêm tomando uma parte da literatura há certo tempo, é uma outra forma de expressão. Não sei se a gente pode substituir ler um Machado em prosa por uma adaptação para o quadrinho. Uma coisa não substitui a outra. Mas é simplesmente uma outra linguagem. Num primeiro momento, a pessoa que precisa do apoio visual, o estímulo das cores, se começar pelos quadrinhos, ok. Mas se nesse quadrinho tiver uma referência a um livro ou personagem de um livro, de repente ela pode se interessar a procurar. E o Neil Gaiman faz muito isso, coloca bastantes referências nas histórias dele. Para finalizar, Jogos Vorazes, Harry Potter, Carrie – a estranha. São apenas alguns exemplos de obras literárias que foram adaptadas ao cinema. O fato de se tornar mais popular um livro por meio de seu filme pode ser benéfico para formar novos leitores? E quanto às adaptações: elas podem ser livres ou fiéis ao original? Adaptações para o cinema existem há muito tempo, desde a época do cinema mudo. Mas acho que, hoje, se você tem um livro de sucesso, já começa a imaginar quando vai para o cinema. Por exemplo, A culpa é das estrelas, do John Green. O livro foi lançado aqui no Brasil e as pessoas já estavam falando “estão fazendo filme”. Antes era mais surpreendente quando se dizia que estavam fazendo o filme do livro. Hoje, já se sabe que terá um filme um seriado se o livro fizer sucesso. Para adolescentes, isso ocorre muito. Neste ano tivemos Dezesseis Luas, Jogos Vorazes, Percy Jackson. E até Carrie, para esse público. E, surpreendentemente, estão redescobrindo Stephen King. É bacana por causa desse dinamismo que desejam entre filme e livro, mas ao mesmo tempo não podem parar no filme. O que está legal nesses filmes atuais é que as crianças, adolescentes leram e agora vão ver os filmes. Para mim, adaptação ao cinema me incomoda, gosto de ler sempre o livro antes, porque gosto de imaginar a história do meu jeito. Por exemplo, você vai ler O grande Gatsby imaginando o Leonardo DiCaprio? E esse negócio de colocar capa do filme no livro, todo mundo odeia e continuam fazendo, não adianta a gente reclamar. Recolhem os livros e lançam com a capa do filme. Até em relação a títulos. Há poucos dias, fiz vídeo do livro Deixa ela entrar. Eu pensei “não, eu li errado”, até escrevi para a moça responsável pelo marketing, por que não era “deixe-me entrar, deixa-a entrar”? Por causa do nome do filme, que foi traduzido assim. E em inglês está certinho, “Let me in”, no sueco também. Pelo menos não colocou a capa do filme, felizmente. Ah, achei que Hunger Games é um avanço, se o YA continuar desse jeito, ótimo. Enfim, tudo o que leva a pessoa a leitura é bom, tem seu benefício, sim. bookmark
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ERA UMA VEZ...
Os discos voadores CONTO: RACHEL DE QUEIROZ
e
u por mim acredito. Por que não acreditaria? Nada vejo que justifique a descrença. Acredito em tudo. Que têm 15 metros de diâmetro, que são feitos de um metal desconhecido, brilhante como uma prata polida, que se compõem de três círculosconcêntricos dos quais só um - o do meio - gira, fazendo o engenho mover-se; acredito que deixem um rastro luminoso por onde andam - decerto a poeira fosforescente dos mundos siderais que percorreram. E acredito, principalmente, que sejam pilotadas por homúnculos de meio metro de estatura, macrocéfalos, horrendos, vindo sabe Deus de que planeta, Marte, Vênus ou Saturno. Ah, acredito. Por que não seria verdade? Todo o mundo os tem visto, no Oriente e no Ocidente, no Pacífico e no Atlântico, nas costas da Califórnia, no Peru e no Amazonas, em Maceió, no Uruguai; e até mesmo aqui no Rio teve um cavalheiro que os viu durante 45 minutos; viu-os com os seus olhos que a terra há de comer, se nos permitem a expressão, e por sinal chamou a radiopatrulha, no que seu mostrou muitíssimo avisado. Ilusão coletiva uma conversa. Também a bomba voadora dizia-se que era ilusão coletiva. O povo sabe muito bem onde põe os olhos e os jornais contam muito mais verdades do que o supõe o ingênuo público, viciado a acreditar em desmentidos. Se tanta gente tem visto discos voadores, [e porque há discos voadores. E afinal de contas, neste mundo de aparência, quem é que pode distinguir da realidade a dita aparência, e até onde se pode afirmar que uma coisa é concreta ou é ilusão dos sentidos? Arco-íris também é ilusão dos sentidos e neste mesmo instante lá está um, brilhando no céu, entre as nuvens molhadas, luminoso e autêntico como um corpo vivo... Eu creio nos discos e tenho medo deles. Sei muitíssimo bem que são o sinal positivo do fim do mundo. Se está nos livros, se foi profetizado há muito tempo! E por que não seria o fim do mundo? Quais são os nossos méritos assim tão grandes para nos defenderem da catástrofe? Os dez justos que faltaram a Sodoma, com razão ainda maior, nos faltariam a nós. Quem tiver os seus pecados trate de ir-se arrependendo que a hora chegou e chegou feia. Quem não viu o que tinha de ver, procure olhar e fartar os olhos; quem não amou ame depressa, quem não se vingou se vingue. O tempo urge - faça-se o que é
mister ser feito, que o relógio já bateu. O mundo vai acabar-se. Pelo menos o nosso mundo. Outro pode nascer do nossos destroços, mas há de ser um mundo diferente, povoado sabe Deus por quem - só o não será pelos nossos netos, que esses não chegarão sequer a formar-se nas entranhas das nossas filhas. E estas estarão mortas conosco, belas, inocentes entranhas das nossas filhas. E estas estarão mortas conosco, belas, inocentes e malfadadas, perdendo a chama da vida antes de a poderem passar adiante. O mundo que virá depois há de ser deles, que já nos vigiam e já preparam o caminho. Então vocês não compreendem, irmãos, que esses discos misteriosos que pairam no alto, librando-se no ar como um gavião peneirando em cima da presa, pairam no alto e depois vão-se embora são os olheiros deles, são os quintas-colunas, os esculcas das multidões de homenzinhos de cabeça grande que estão destinados a ser os nossos senhores? Depois dos observadores, chegarão os exércitos com armas tão assombrosas que, perto delas, a bomba de hidrogênio do presidente Truman é como uma ronqueira de São João. E que idade terão atingido eles, se já minguaram assim no tamanho e cresceram tanto a cabeça? Como hão de estar apurados, refinados, 90% de matéria bruta - e não tão bruta assim, já que pode ser tão pouca? Que poderemos nós contra ele, lerdos gigantes microcéfalos, mal saídos da grosseira idade do ferro e gatinhando ainda na infância da era atômica? Que pensarão de nós, vendo-nos tão atrasados, tão primitivos, tão irremediavelmente presos à carne e às suas misérias, divertindo-nos barbaramente com guerras de selvagens, usando engenhos grosseiros de metal e rude e brutas explosões de pólvora e nitroglicerina? Ah, tenho medo, tenho medo. Que será de nós quando eles do céu se despencarem aos cachos, tão estranhos e terríveis, implacáveis na convicção cega do divino direito da sua sobrevivência à custa da nossa? De que modo nos irão destruir ou de que meios usarão para nos escravizar - como animais de força bruta ao seu serviço? E como serão eles - transparentes, gelatinosos, todo o músculo e osso apurado em matéria nobre, cérebros andantes, quase sem vísceras, talvez libertos das baixas da necessidades da comida e do repouso? E terão um peito capaz de piedade, terão olhos capazes de ver além da nossa grotesca
feiúra, da nossa maldade e da nossa imperfeição? Quem sabe são anjos; e virão destruir como os anjos destroem, sem ódio, sem prazer na carnificina, apenas cumprindo ordens mais altas, com a sua espada de fogo, coração feito de diamante, que nada empana, mas nada amolece. Contudo, também podem ter evoluido apenas na direção da besta, e como bestas na quinta-essência do aperfeiçoamento serão ferozes e implacáveis - serão os próprios descendentes do Leviatã. Cuidado que eles estão chegando. Primeiro foi o aviso, mas em breve já não haverá avisos. Hão de baixar aos milhares e aos milhões, pequeninos e atrevidos, hão de conhecer todos os segredos, decerto se multiplicam em massa, ao sabor das vãs necessidades, produzem guerreiros e chefes ao seu gosto, terão aprendido o processo de reduzir a infância a apenas alguns meses, produzindo por sistema adiantadíssimo adultos temporões de corpo transparente e cabeça grande, no mesmo espaço de tempo que nós gastamos para fabricar um automóvel. Ah, os que não acreditam! Ah, os que zombem! Ah, os sábios que espiam nos seus estúpidos telescópios e negam o que o olho nu enxerga! Medem as estrelas com suas réguas, e depois vêm-nos dizer que não há perigo, que nos assustamos com simples meteoro. Isso mesmo deviam declarar os pajés das tribos americanas aos guerreiros assustados que pela primeira vez avistaram as asas das caravelas subindo no horizonte. São pássaros, são raios de sol - são sonhos dos olhos! E assim os brancos chegaram, e acharam os guerreiros desprevenidos e inermes. O mesmo sucederá conosco. É mais cômodo duvidar, é muito mais fácil afirmar que tudo é engano e mentira. E, enquanto isso, os discos voadores partem aos milhares das suas bases de céu além, e cortam zumbindo o éter vazio, e escolhem para o seu pouso o que há de mais bonito e mais sedutor no mundo - a Califórnia, o golfo do México, a Itália, as praias amenas do Atlântico Sul...
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CIENTIFICAMENTE FALANDO
PERDIDOS NO ESPAÇO DESLUMBRAMENTO, DESCONEXÃO, DEPRESSÃO... COM O BARATEAMENTO E O AVANÇO DO TURISMO ESPACIAL, ESPECIALISTAS DEBATEM SOBRE OS EFEITOS PSICOLÓGICOS CAUSADOS POR VIAGENS PARA FORA DA TERRA.
TEXTO: ANDRÉ BERNARDO
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uando a cantora britânica Sarah Brightman terminar o treinamento que levará à Estação Espacial Internacional (ISS), Algo previsto para 2016, ela será a oitava pessoa “comum” a chegar ao espaço. O estreante foi o magnata americano Dennis Tito, de 72 anos, que, em 2001, desembolsou US$ 20 milhões para passar sete dias a bordo de uma nave russa. Agora, ele quer mais. Em 2018, pretende enviar um casal a Marte, em uma viagem de 501 dias, entre ida e volta. Mas, para alguns especialistas, quem conhece o espaço não volta ileso. Segundo o psiquiatra Nick Kanas, da Universidade da Califórnia, além da depressão, tédio e ansiedade, uma expedição a Marte oferece outro risco, ainda não experimentado por nenhum viajante interplanetário: o earth out of view (ou “falta de visão da Terra”, em tradução livre). A uma distância estimada de 500 milhões de quilômetros, nosso planeta ficará reduzido a um ponto insignificante. Ou, como diria o astrônomo Carl Sagan, a um “grão de poeira suspenso num raio de sol”. “Pela primeira vez, os astronautas vão experimentar uma sensação de abandono e solidão, agravada dela defasagem de até 44 minutos na comunicação com a base”, alerta Kanas. “Para piorar, olhar pela escotilha e não avistar uma bela esfera azul solta no espaço pode ter um impacto devastador na saúde mental da tripulação”, especula o cientista. Das empresas que querem mandar o homem a Marte, nenhuma é tão audaciosa quanto a Mars One. Não satisfeita em fornecer um passeio ao planeta vermelho, a companhia holandesa quer colonizá-lo. Isso em 2025. A cada um dos 24 colo-
nizadores será dada uma passagem – só de ida. Por enquanto 705 candidatos estão na corrida. Entre eles há dois brasileiros: o designer paulista Vynicius Takada, 21 anos, que mora no Japão, e a publicitária carioca Norma Portal, 36 anos, radicada em Portugal. “Sabemos tanto dos riscos como da segurança do projeto. Não me preocupo com nenhum eventual obstáculo”, afirma Norma. Coordenadora do Centro de Microgravidade da PUC-RS e ph.D. em filosofia espacial, Thais Russomano é a única brasileira entre os 26 consultores do projeto. “Pouco se pode antecipar. Mas fenômenos como o earth out of view podem, sim, ocorrer”, ela admite. Para minimizar os riscos de uma viagem a Marte, simulações são feitas a todo momento. A mais recente delas a Mars-500, ocorreu em Moscou, na Rússia, em 2010. Durante 520 dias, seis voluntários – três russos, um chinês, um francês e um italiano – ficaram confinados em uma “espaçonave” de 72 metros quadrados, hermeticamente fechados e sem poder ver a luz do Sol. Uma das poucas distrações a bordo era o game Guitar Hero. Para o psicólogo Vadim Gushin, do Instituto de Problemas Biométricos da Rússia, um dos parceiros da agência Espacial Europeia (ESA) ma empreitada, o inimigo oculto do astronauta numa aventura interplanetária é a longa duração. Enquanto uma viagem a Lua leva, em média, uma semana, uma expedição a Marte dura em torno de dois anos. “Missões de longa duração, acima dos trÊs meses, tendem a ser bem mais problemáticas”, alerta Gushin. A história conta que a viagem nem precisa ser assim tão long para despertar sentimentos negativos na tripulação. Caso famoso é o do astronauta norte-americano John Blaha, 72 anos. Em
1996, ele entrou em depressão após colocar os pés na estação espacial russa Mir. Felizmente, a estadia durou “apenas” 118 dias. A esses e outros efeitos colaterais os cientistas dão o nome de efeito break off (“sentimento de desconexão”). “Muitos astronautas sofrem emocionalmente por se sentirem afastados da Terra. É como se estivessem desconectados de tudo o que conhecem”, explica Thais Russomano. A engenheira aeronáutica e psicóloga Valerie Gawron relatou uma série de histórias do tipo de um capítulo do livro Spacial Desorientation in Aviation. Uma das ilusões foi batizada como “a mão esquerda de Deus”, por causa do sentimento, segundo alguns astronautas, de ter uma mão gigan-
te pressionando a nave para baixo. O pesquisador Jordan Bimm, da Universidade de York, no Canadá, afirma que o break off não é privilégio de viajantes espaciais, acontece também com quem pilota aviões em altitudes muito elevadas, como Gawron notou. Depois de perder um filho, um piloto informou a psicóloga que ouviu a voz da criança dizendo: “Papai, cuidado!”. Foi quando percebeu que estava indo em direção ao solo. Outros 20 pilotos compartilharam histórias semelhantes. Os primeiros casos foram relatados por pilotos de caça da força aérea dos Estados Unidos, na década de 1950. Na ocasião, o psicólogo Brant Clark e o cardiologista Asthon Graybiel entrevistaram 137 pilotos.
“Um em cada seis admitiu ter sentido algo estranho durante o vôo”, registra Jordan Bimm. Durante o projeto Mercury, que durou em 1958 a 1963, Clark e Gaybriel bem que tentaram entrevistar astronautas, mas não tinham êxito. A NASA não deixou. Os viajantes espaciais, por sua vez, também não se sentiram muito à vontade para expor seus pontos fracos. “Se contar a verdade representasse um risco às chances de voar, eles preferiam mentir”, afirma Bimm. Não à toa, assim que a corrida espacial começou a se intensificar,na década de 1970, a discussão sobre os efeitos psicológicos das viagens espaciais sumiu do meio acadêmico.
COMO SÃO AS REAÇÕES PROVOCADAS PELOS PRINCIPAIS EFEITOS ESPACIAIS BREAK OFF autor de Space Psychology and Psychiatry, o alemão Dietrich Manzey, do Instituto Tecnológico de Berlim, explica que o que mais aflige os astronautas, além da desconexão, é a saudade. “Eles temem não ser capazes de ajudar os conhecidos na Terra, se precisarem.” OVERVIEW James Irwin nunca mais foi o mesmo desde que voltou da missão Apollo 15 e se deslumbrou com a vista. Pediu dispensa da NASA e fundou uma Igreja, a High Fligth (“voo alto”). “Jesus caminhando sobre a Terra é mais importante quante que o homem sobre a Lua”, justifica.
ERAM OS DEUSES ASTRONAURAS? Segundo Bimm, o aparecimento do break off coincidiu com o do over view (“visão global”). Enquanto primeito evoca um sentimento ruim, de isolamento e desconexão, o segundo desperta uma sensação boa, de deslumbre e encantamento. Quase uma epifania, descrevem alguns astronautas no livro The Overview Effect, de Frank White. “O que vi era demasiadamente belo, ordenado e cheio de propósito para ser fruto de um mero acidente cósmico. No espaço, me senti na obrigação de louvar a Deus”, afirmou Eugene Cernan, 80anos, comandante de Apollo 17, a última das missões Apollo a pousas na Lua em 1972. “Cada um reage de uma maneira. Pessoas diferentes tendem a
experimentar sensações diferentes em órbita”, analisa Bimm. Primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes, 51 anos, garante não ter sentido nenhum efeito psicológico, positivo ou não. “Não tive tempo para isso”, desconversa ele que teve de realizar oito experimentos durante sua estada no espaço. Segundo Marcos, os piores inimigos de um astronauta são o estresse e o cansaço. Dono de uma agência de turismo espacial, ele vê como ressalva a iniciativa de empresas como Space X. “Esse tipo de viagem demanda tripulação experiente. Em uma situação de emergência, turistas não terão a mesma estrutura emocional que nós. Se eles entrarem em pânico, aí sim teremos um problema”, avisa o astronauta, cauteloso.
EARTH OUT OF VIEW perder a Terra de vista pode gerar um misto de tédio e depressão. “Cortar os laços da tripulação com o planeta mãe pode levar os astronautas a agir de maneira estranha”, pondera o psicólogo Dietrich Manzey.
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UNIVERSO STAR WARS O DIA É 17 DE DEZEMBRO DE 2015. NESTA DATA, AQUELA GALÁXIA MUITO, MUITO DISTANTE, NÃO ESTARÁ MAIS TÃO LONGE ASSIM. AO FIM DESTE ANO, OS FÃS DA SAGA ESTRELAR STAR WARS TERÃO A OPORTUNIDADE DE SE REENCONTRAREM COM PERSONAGENS QUERIDOS COMO LUKE SKYWALKER, PRINCESA LEIA E HAN SOLO. NO NOVÍSSIMO EPISÓDIO VII - O DESPERTAR DA FORÇA, DIRIGIDO POR J.J. ABRAMS, TRÊS DÉCADAS SE PASSARAM DESDE QUE O IMPERADOR PALPATINE E DARTH VADER PERECERAM E UMA NOVA REPÚBLICA FOI INSTAURADA NA GALÁXIA, MAS POUQUÍSSIMO SE SABE A RESPEITO DO FILME, A NÃO SER QUE O TRIO DE PROTAGONISTAS, NOVAMENTE INTERPRETADOS POR MARK HAMILL, CARRIE FISCHER E HARRISON FORD, ESTARÁ DE VOLTA. PORÉM, PARA AQUELES QUE ESTÃO ANSIOSOS PARA O RETORNO DE STAR WARS, E NÃO AGUENTAM ESPERAR ATÉ O PRÓXIMO MÊS, SAIBA QUE HÁ MUITO MAIS DESSE UNIVERSO INCRIVEL CRIADO POR GEORGE LUCAS NOS LIVROS. DURANTE TODOS ESSES ANOS DESDE O ULTIMO FILME, O UNIVERSO GANHOU NOVOS PERSONAGENS E HISTÓRIAS E VOCÊ PODE ACOMPANHAR MAIS SOBRE ISSO, AGORA.
O FUTURO DE 'STAR WARS' ESTÁ NOS LIVROS POR: ANDRÉ HENRIQUES
O volume número um da trilogia, Herdeiro do Império, já está nas livrarias de todo o País, pela Aleph. Dark Force Rising (sem título em português) e O Último Comando, chegam às lojas em maio e agosto de 2015. "Deram permissão para que a história começasse de três a cinco anos após O Retorno de Jedi", conta Zahn, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. Ele recebeu a ligação apenas oito anos depois do lançamento do último filme da primeira trilogia de Star Wars. "Poderia usar qualquer personagem que quisesse, desde que não tivesse morrido no filme." O império foi derrotado, mas um homem ainda luta para tentar manter os planos de Palpatine vivos. Zahn criou o Grão-Almirante Thrawn, um gênio das batalhas e estrategista nato - e um vilão à altura de Vader. “Uns dos meus objetivos na Trilogia Thrawn foi evitar usar o mesmo tipo de inimigos que havíamos visto nos filmes. Isso significa: nenhuma superarma (como a Estrela da Morte) ou vilões que usam a Força (poder de Jedis e seus inimigos Siths)”, explica Zahn. “Então, decidi criar um personagem que as tropas imperiais seguiriam de bom grado em uma batalha. Alguém que seja um gênio militar. Ele tinha que se importar com seus militares, capaz de se retirar caso a batalha estivesse contra ele. Assim, Thraw nasceu.”
O texto de Zahn, como era de se esperar, passou pelo aval do próprio George Lucas, conhecido, até a venda da Lucasfilm pela Disney, pelo lado controlador quando o assunto é a principal obra. O esboço do autor passou por uma revisão e algumas mudanças foram sugeridas, como a não utilização de Obi -Wan Kenobi, personagem interpretado por Alec Guinness (versão mais velha) e Ewan McGregor, e a não utilização do termo “Sith”, que depois seria revelado ser uma versão antagônica dos Jedis. “Minha meta foi simplesmente tentar imaginar como a galáxia estaria cinco anos depois dos filmes. E criar uma boa história ali”, ressalta. O novo filme de Star Wars não terá interferência de George Lucas - ele, inclusive, disse que nenhuma das suas ideias para Episódio VII foram aceitas pela Disney. O também diretor J.J. Abrams e Lawrence Kasdan, roteiristas de dois filmes da saga, assinam a nova história. Em meio a tanto mistério e apenas um trailer de pouco mais de um minuto revelado, a busca pelo futuro de Star Wars está nos livros, em um mundo imaginado por Zahn, entre outros. “Espero que algo que eu criei esteja nos novos filmes. Todos os autores do universo expandido têm essa esperança”, diz ele. “Mas vamos saber nos cinemas, como outros milhões de fãs”.
IMAGEM DO FILME QUE ESTREIA EM DEZEMBRO
KENOBI FOI O SEGUNDO LIVRO DE STAR WARS LANÇADO PELA ALEPH
EDITORA ALEPH LANÇARÁ LIVROS DE STAR WARS POR: GUEGO ARGOLLO
Animem-se fãs brasileiros, finalmente nosso país entra no hall daqueles que têm livros em quantidade e qualidade sobre Star Wars. Devo confessar que sempre que via imagens de colecionadores internacionais com um monte de livros, sentia aquela “pontinha” de inveja. Como meu inglês é básico, ler no idioma do Tio Sam para mim é muito complicado! Porém, depois de ver circular na internet notícia de que lançariam livros por aqui, o Star Wars: The Universe correu atrás, enviou e-mail para a Editora Aleph e confirmou a notícia! Inicialmente estão confirmados Herdeiro do Império e Kenobi. Herdeiro do Império é o primeiro livro da Trilogia de Thrawn, de Timothy Zahn, e se passa 5 anos após o Episódio VI. Segundo texto da própria editora na capa da versão brasileira: “Herdeiro do Império é considerado um dos mais importantes marcos do universo expandido de STAR WARS. Desde seu lançamento, tem sido aceito pelos fãs da franquia como a verdadeira continuação da trilogia original. Além disso, a obra foi usada como base criativa para vários outros produtos da série, incluindo elementos de jogos, filmes e animações.”, acrescentamos ainda que diversos personagens do livro foram lançados como actions figures e fazem muito sucesso entre os fãs. O lançamento será em 10 de novembro de 2014.
Kenobi, do escritor John Jackson Miller, conta a história do exílio de Obi -Wan Kenobi em Tatooine após a Ordem 66. Trata de como ele acompanhou à distância o crescimento de Luke, como se escondeu do Império, entre outras aventuras vividas pelo Mestre Jedi. A previsão de lançamento é para o início de 2015.
RESENHA: HERDEIRO DO IMPÉRIO Não é à toa que o livro tornou-se um marco, Timothy Zahn não apenas criou uma história nova, ele de fato expandiu o universo Star Wars, criando animais, planetas, personagens, espécies e explicando conceitos que até aquele momento não explicados. Para quem lamenta o fato da Disney não ter oficializado a história e tê-la classificado como Legends. Nossa opinião: O livro é daqueles de não querer largar! Timothy Zahn conseguiu realmente fazer com que a história fosse uma continuação da saga, praticamente dá para ouvir a trilha sonora de John Williams, as vozes das personagens conhecidas e nos faz desejar que os outros dois livros da trilogia sejam lançados o quanto antes!
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DARTH VADER ESTÁ EM CASA! POR: DARKSIDE BOOKS
A saga que atravessou o espaço e inúmeras gerações de fãs retorna ao público brasileiro em grande estilo. As histórias clássicas de Luke Skywalker, Han Solo, Princesa Leia, Mestre Yoda e Darth Vader vão ganhar as páginas luxuosas de Star Wars, A Trilogia, lançamento da DarkSide® Books previsto para o dia da toalha. Star Wars, A Trilogia reúne os romances inspirados nos três primeiros filmes do universo fantástico criado por George Lucas: Uma Nova Esperança, O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi. Os três títulos chegaram a ser lançados no Brasil, sendo o último deles em 1983. Mas esta será a primeira vez que a trilogia completa é editada em nosso país num único volume, ilustrado e em capa dura. O acabamento segue o padrão quase psicopata de qualidade da editora DarkSide®. Um novo filme da série tem previsão para chegar aos cinemas em 2015, dirigido por J.J. Abrams, criador da série Lost e diretor de Star Trek (2009) e Star Trek Além da Escuridão (2013). Mas os fãs brasileiros não precisarão esperar tanto. O lançamento de Star Wars, A Trilogia pela DarkSide® é uma grande notícia para quem quer matar saudades ou mesmo se aprofundar na maior épico das últimas quatro décadas.
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STAR WARS CONCEDEMUDANÇA NA VIDA DE HAN SOLO POR: ANDRÉ HENRIQUES E GABRIEL GARCIA
ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS DE STAR WARS #6! O escritor Jason Aaron concedeu um "twist" interessante no fascículo Star Wars #6, culminando na surpreendente revelação de que Han Solo , além de ser um caçador de recompensas, mercenário, prisioneiro de Jabba the Hutt e piloto da Millennium Falcon, é casado, e sua esposa chama-se Sana Solo. Os livros de Star Wars criados por Aaron, decorrem entre o Episódio IV e V e focam-se em grande parte nos esforços dos Rebeldes, que tentam tirar partido dos eventos da destruição da Death Star. No quinto livro vemos Leia e Han juntarem forças para uma nova missão. No final observamos os dois vagueando por um planeta remoto, depois de terem falhado em esgueirar-se para uma embarcação Imperial. Essa é a principal mudança no cânone feita desde que a Disney resolveu passar uma borracha em tudo que aconteceu até agora fora dos seis filmes oficiais. O casamento de Han não foi o único momento de grande impacto no livro. Neste fascículo vemos o confronto entre Luke Skywalker e Boba Fett, após este ter sido contratado por Darth Vader para matar o piloto das forças Rebeldes, responsável pela destruição da Death Star. Fett não é bem-sucedido na sua missão e não pretende continuar a perseguição a Luke, depois de saber uma informação vital para Vader. Resta saber o que Vader pretende fazer, agora que descobriu que o seu filho está vivo.
AUTOR DE LIVROS DE "STAR WARS" É SUCESSO SURPRESA NA COMIC CON POR: GUILHERME SOLARI
Com paciência jedi, o escritor Timothy Zahn, escritor da trilogia Thrawn, do universo expandido de “Star Wars”, enfrentou uma fila perpétua para autógrafos no stand da editora Aleph. Nas pausas entre as sessões de duas horas de autógrafos, os fãs aguardavam sentados, e durante as sessões ela era preenchida tão rapidamente quanto as pessoas a deixavam. A popularidade do autor, que está lançando no Brasil “Herdeiro do Império”, surpreendeu a editora, que viu os mil exemplares que levaram para a Comic Con se esgotarem rapidamente. Até o final da feira, o livro havia vendido 1.600 unidades. “Apostamos bastante no livro, que tem uma tiragem de 50 mil”, disse o editor da Aleph Daniel Lameira sobre “Herdeiro do Império”. Lameira contou que a editora planeja apostar mais ainda em literatura “Star Wars” em 2015, lançado os demais livros da trilogia Thrawn, assim como obras de outros autores. O escritor conversou com o UOL sobre como o amor pela saga iniciada por George Lucas passa entre gerações, o processo de criação e sua expectativa para os novos filmes. UOL - Você parece uma máquina de autografar. Timothy Zahn - Bem, têm pessoas comprando livros, então é pra isso que eu estou aqui. O que você achou da recepção aqui no Brasil? Eu tinha ouvido que os brasileiros eram muito amigáveis e calorosos, e agora descobri que isso é verdade. Fãs muito animados e entusiasmados. E vemos diversas crianças na fila de assinatura. Isso é
ótimo. A próxima geração está aprendendo a gostar de "Star Wars". Você esperava tantos jovens comprando seus livros? Tipicamente em convenções há uma variedade de pessoas mais velhas, mais jovens e crianças. Não é tão surpreendente porque as pessoas aqui amam "Star Wars" e passam esse amor para os seus filhos, e depois para os netos. Mas é algo muito gratificante de ver. Alguns fãs ficaram desapontados com o fato de que as histórias do universo expandido não foram mais consideradas canônicas depois que a Disney adquiriu "Star Wars" de George Lucas. Qual a sua opinião sobre isso? Eu penso como se fosse uma grande mesa, no qual existem diversos brinquedos, e o George Lucas fez diversos deles. E nós, do universo expandido, adicionamos novos soldadinhos e casas. E como eles não sabiam exatamente o que fazer com os filmes, eles decidiram tirar tudo que não era do George Lucas e colocar numa gaveta. Mas isso não significa que eventualmente eles não possam abrir de novo essa gaveta e dizer: "Esse personagem cabe bem no novo universo, assim como esta outra história, ou um pouco dessa narrativa". Eu acho que foi mais uma questão de conveniência e de não ficar bloqueados com o que é canônico ou não antes de eles saberem realmente o que queriam fazer com os filmes. Então eles tiraram tudo, mas eu acho que eles vão colocar pedaços novamente na mesa eventualmente.
No seu livro "Scoundrels" você criou uma história de assalto como "Onze Homens e um Segredo" dentro de "Star Wars". Você acha que na literatura é o lugar onde autores podem ser mais criativos, levando o universo para outros subgêneros? E fizeram isso com o livro "Death Troopers", que basicamente é uma história de zumbis. E temos histórias médicas também. "Star Wars" é um universo enorme e qualquer tipo de história que quisermos contar vai ter um público. Essa é uma grande virtude desse universo. A história favorita de cada um pode ser um pouco diferente. Estilos e sabores diferentes de narrativas "Star Wars". E eu espero que, depois que os novos filmes sejam lançados e começarem a fazer novos livros, essa característica permaneça. Que tenha espaço para histórias engraçadas, de horror, aventura, romance. Tudo está disponível no universo "Star Wars".
ficar sabendo de tudo. As informações do universo expandido, que é chamado agora de "Star Wars Legends", ainda está lá, mas provavelmente não vai ser tão usado como nos últimos quinze anos.
Quais as dificuldades como autor de criar algo dentro de um universo fixo, com regras e personagens já estabelecidos? Existe algo chamado o Holocron, que é mantido atualizado com todas as informações dos filmes, quadrinhos, jogos e livros. Nele podemos procurar o que, por exemplo, o Lando Caurisian estava fazendo em uma época específica. Tem um jeito de
E o que você espera dos novos filmes de "Star Wars" que estão por vir? Eu estou muito ansioso para assisti-los e todas as mudanças que acontecerão. Podem vir novos shows de TV, assim como novos livros e quadrinhos. Eu vou poder ser novamente um fã indo assistir a um filme de "Star Wars".
Em que projetos você está trabalhando agora? Eu estou terminado um livro da minha série "Cobra". Eu estou começando uma nova série com David Webers que se passa no seu universo Honor Harrington. Ela é uma personagem muito popular nos EUA entre fãs de ficção científica militar. Também trabalho em outros projetos que ainda não posso comentar. Aqui no Brasil, a Aleph vai trazer o restante da trilogia Thrawn e presumo que virão outros livros meus e de outros autores de "Star Wars". Então acho que o Brasil vai estar bem abastecido de livros de "Star Wars" para o futuro próximo.
QUAL A ORIGEM DE O GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS? TEXTO: LORENA DANA
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O britânico Douglas Adams se inspirou num guia de viagem pela Europa (Hitchhiker’s Guide to Europe) para escrever a obra. O insight veio Durant um sonho, quando ele dormia bêbado em um campo da Áustria, arrasado por não conseguir se comunicar com ninguém. Adams guardou a idéia e, oito anos depois, lançou o primeiro dos cinco livros da coleção, que se tornou um clássico de ficção científica. O sucesso foi imediato: em apenas três meses, 250.000 cópias foram vendidas. O curioso é que a história original foi escrita para um programa de rádio, transmitido pela BBC Radio 4. Um dos principais temas da saga, como todo mundo sabe, é a relevância da toalha para os viajantes.
QUEM ERA O GRADE ÍDOLO DOUGLAS ADAMS? O escritor nunca escondeu que era um grande fã da banda de Liverpool, muito menos o seu fascínio pelo talento de Paul McCartney. Quando ficou famoso, ele vivia na expectativa de conhecer o autor de Hey Jude em alguma festinha privada – e até chegou a conferir um show intimista de Paul, pelo qual, declarou depois, “teria cortado uma das pernas para ir”. O encontro de Douglas Adams com o beatle só rolou em 1987, por influência de Linda McCartney, então esposa do músico. Mas eles nunca se tornaram amigos.
UM NOME ETERNO NAS ESTRELAS Astrônomos fazem dupla homenagem ao criador do melhor guia de viagens interplanetárias. Dois dias antes da morte de Douglas Adams, em 11 de maio de 2001, a União Astronômica Internacional (UAI) anunciou que o asteróide 18610, descoberto em 1998, passaria a ser conhecido como Arthurdent, em homenagem ao terráqueo que é protagonista involuntário de viagens e desventuras improváveis no tempo e no espaço.
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A PARTE MAIS BREGA DA GALÁXIA! POR: GESSAN ANDRADE
QUAIS FORAM AS MAIORES CONTRIBUIÇÕES DO AUTOR PARA A TV? Uma série inspirada na versão radiofônica de O Guia do Mochileiro das Galáxias e episódios para Doctor Who e Monty Python. Depois de se formar em literatura inglesa, Douglas Adams estava determinado a conseguir trabalho no rádio ou na televisão. Um encontro com Graham Chapman, da trupe de Monty Python, serviu para lhe dar um empurrãozinho. Confira os principais scripts assinados por ele.
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Com o sucesso dos primeiros episódios da série radiofônica de O Guia do Mochileiro das Galáxias, exibidos em 1978, o autor foi chamado para adaptar a trama para a TV. Os produtores mantiveram boa parte do elenco radiofônico, mas a série teve vida curta. Os seis episódios foram mostrados pela BBC em 1981. Douglas Adams e Neil Innes foram os únicos artistas que não pertenciam ao famoso sexteto cômico britânico a contribuir com os roteiros de Monty Python’s Flying Circus, exibido pela BBC entre 1969 e 1974. Além de escrever um dos quadros do 45º e ultimo episódio da série, Adams também fez participações à frente das câmeras nos episódios 42 e 44.
Não foi apenas com o Coração de Ouro que Adams se aventurou pelo universo. Ele Foi editor de roteiros de Doctor Who, a série de ficção científica mais longeva da história – lançada em 1963, ainda está no ar. Adams assinou dois arcos de quatro episódios estrelados pelo 4º Doutor, Tom Baker: The Pirate Planet (1978) e City of Death (1979). Ah para quem não sabe, Tardis era a nave usada pelo protagonista para explorar outros mundos. A produção de Shada, história pensada como um arco de seis episódios de Doctor Who, foi abortad antes de ir ao ar em razão de uma greve na BBC. Em 2012, a aventura “perdida” escrita por Adams foi recontada pelo roteirista do seriado, Gareth Roberts, em um livro homônimo lançado pela Suma de Letras.
Se você esta cansado de historias complexas, sem graça, e que se izem inteligentes, a melhor maneira de acabar com isso é lendo esse livro, o humor de Douglas Adams é extraordinariamente fantástico, você se diverte e cria ao mesmo tempo uma opinião critica da sociedade e de seus lideres, Adams faz criticas ferrenhas à burocracia das instituições, à "Lideres de outdoor", dentre outros. Você vai conhecer um lado da galáxia que nunca havia sido vista, e nem contada dessa maneira. Boa viagem, e, a sim, não esqueça sua toalha, item indispensável para um mochileiro das galáxia!
DUNA NA LUTA PELO CONTROLE DE UM PLANETA DESÉRTICO QUE PRODUZ O BEM MAIS VALIOSO DA GALÁXIA, PÕE À PROVA O JOVEM PAUL ATREIDES E REVELA NELE O CUMPRIMENTO DE ANTIGAS PROFECIAS QUE IRÃO MUDAR COMPLETAMENTE O DESTINO DO IMPÉRIO.
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TEXTO: FERNANDO SACCHETTO
Seria bom começar dizendo que Duna é bem diferente da maioria das obras de ficção científica que conhecemos hoje e, na época em que foi escrito (1965), o livro foi nada menos do que revolucionário, por Frank Herbert, é uma saga épica de proporções monumentais, sendo considerado por muitos críticos e pela grande maioria do público como o melhor livro de ficção científica de todos os tempos. Frank Herbert não teve medo de pensar grande e escreveu uma estória que inicia-se mais 21000 anos no futuro. É considerado o primeiro romance de ecologia planetária em grande escala. Após esse livro outros escritores começaram a tratar o tema de alterações climáticas e mudanças ecológicas mais seriamente. Talvez o mais curioso sobre Duna é que apesar de ser uma saga tão rica e admirável, ela não penetrou na cultura popular da forma como O Senhor dos Anéis ou Star Wars, entretanto não tem como não reconhecermos Star Wars, ao ler a obra de Frank Herbert. Com seus sabres de luz, misticismo religioso, profecias sobre um “Escolhido”, a influência de Duna nos filmes de George Lucas é inegável. Não é à tôa que um dos locais mais importantes para a história de Star Wars é um planeta desértico. Se Star Wars estabelece seu caráter mitológico ao dizer no texto de abertura que se passa “há muito tempo atrás, em uma galáxia muito, muito distante”, Duna ainda se situa no futuro de nossa própria civilização humana, mas toma o cuidado de se distanciar bastante de nossa realidade ao se passar em um futuro bem distante. Duna se destaca pelo cenário ricamente detalhado e cuidadosamente pensado, comparável somente ao de Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien e que vai sendo mostrado pouco a pouco ao longo dos livros da série. bookmark
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O livro é um épico. A começar pelo tamanho – a edição da Editora Aleph tem 498 páginas só no texto principal, e isso porque a letra é meio pequena. Mas o caráter épico do livro vai muito além de seu tamanho; Duna conta a história de um grande herói, desde seu início despretensioso, mas cercado de presságios, passando por sua queda e por provações extremas, até chegar a seu triunfo e consagração. No entanto, como o autor fez questão de deixar claro em seus comentários, aqui o “herói” é analisado também em seus aspectos mais sombrios – Herbert costumava dizer que a tendência das pessoas de confiar em “heróis” é nefasta, pois os heróis também são sujeitos ao erro, e, ao receberem uma grande
a quem a consome, por esse motivo, a Especiaria é extremamente valiosa, pois controlá-la significa controlar uma das instituições mais poderosas do universo. Essa situação torna Arrakis um planeta altamente disputado, e quem o controla passa a ser alvo de todo tipo de conspiração, em meios a tantos perigos, Paul encontrará seu destino e o caminho que o levará à glória. Outro tema importante de Duna, e algo que praticamente não se falava na época, é a ecologia. Consta que a inspiração para escrever este livro veio de um artigo que Herbert escreveu sobre a maneira que o Departamento de Agricultura dos EUA encontrou para “domar” as dunas de areia do estado de Oregon, que estavam se espalhando
AO TODO A SAGA DUNA SE DESDOBRA AO LONGO DE SEIS LIVROS, SENDO QUE O PRIMEIRO PODE SER LIDO DE FORMA ISOLADA. AQUI NO BRASIL A SAGA DUNA SE ENCONTRA EM FASE DE REPUBLICARÃO E JÁ ESTÁ EM SEU SEGUNDO VOLUME PELA EDITORA ALEPH quantidade de poder sobre as pessoas, seus erros passam a ter consequências enormemente amplificadas por sua influência e popularidade; além disso, mesmo que o herói eventualmente caia ou morra, o movimento que se forma em torno de si ganha vida própria e foge ao seu controle, muitas vezes descambando para o fanatismo desenfreado e destrutivo, outra preocupação constante ao longo do livro. O herói em questão é Paul Atreides, o jovem filho do duque Leto Atreides, que logo no início do livro recebe do imperador-padixá a incumbência de governar o planeta desértico chamado Arrakis. Este planeta é especial por ser a única fonte da Especiaria uma substância capaz de conferir poderes especiais
descontroladamente sobre as cidades. O livro foi tido como uma influência considerável no movimento de conscientização ecológica que começou a tomar corpo na década de 1960. Duna possui uma linguagem pautada predominantemente na política e na economia. O texto é um pouco denso às vezes – a tentação de consultar o glossário a cada palavra nova torna a leitura mais lenta, apesar de isso não ser estritamente necessário. Comporta duas leituras diferentes: uma mais descontraída, sem qualquer tipo de consulta para absorver a história do ponto de vista da novidade; e uma segunda, já consultando os glossários e apêndices para compreender todas as referências obscuras do livro.
Franklin Patrick Herbert Jr. nasceu em Tacoma, Washington (EUA). Trabalhou nas mais diversas áreas antes de se tornar escritor em tempo integral. Em 1952, publicou seu primeiro conto de ficção, Looking for Something?, na revista Startling Stories, mas a consagração ocorreu apenas em 1965, com a publicação de Duna. Morreu em 1986, lutando contra um câncer no pâncreas.
TRILOGIA CÓSMICA FICÇÃO CIENTÍFICA CONTRA O CIENTIFICISMO
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TEXTO: PAULO CRUZ
live Staples Lewis (1898 – 1962) – C. S. Lewis – foi um dos mais importantes intelectuais do séc. XX. Teve sua formação intelectual profundamente influenciada pela literatura imaginativa de sua infância e juventude. Inclusive, foi essa mesma paixão que o encaminhou à conversão. E mesmo em suas obras mais teóricas é possível notar essa marca pungente da imaginação. Tal maneira de encarar a fé o ligou, de maneira indelével, às figuras extraordinárias de seus mentores (tais como George MacDonald e G. K. Chesterton), e de seus amigos (como J. R. R. Tolkien e Dorothy L. Sayers), expoentes e defensores dos Contos de Fadas. Além de autor de obras teológico-filosóficas importantes – tais como O problema do sofrimento e A abolição do Homem – foi um notável escritor de histórias de Fantasia, dentre as quais se destaca a série infanto-juvenil As Crônicas de Nárnia. No entanto, antes de escrever as Crônicas, Lewis se viu diante dos eventos que antecederam a Segunda Guerra Mundial. Lewis sabia muito bem quais horrores uma guerra poderia produzir. Mais do que isso, percebia que a influência muito sutil de certo Evolucionismo e Darwinismo Social começava a povoar o imaginário das pessoas comuns, e que esse fato, certamente, contribuía para dar crédito à aura cientificista que se iniciara na metade do séc. XIX, e encontrara seu correspondente imaginativo na obra de autores como H. G. Wells, Olaf Stapledon, Bernard Shaw etc., grandes homens da literatura de ficção científica daqueles tempos. Lewis fora leitor voraz de Wells em sua infância, e afirma que o fascínio por outros planetas exercia sobre ele um sentimento arrebatador, semelhante à luxúria.
Em 1937, ele e seu amigo J. R. R. Tolkien – autor da saga O Senhor dos Anéis – julgaram, numa conversa informal, haver muito pouco do que eles realmente gostavam nas histórias de ficção científica, e decidiram fazer uma aposta: cada um deveria tentar escrever uma história do gênero. Tolkien escreveria uma “viagem no tempo”, e Lewis uma “viagem no espaço”. Dessa aposta surgiu Além do Planeta Silencioso (Out of Silent Planet), primeiro volume daquela que seria conhecida como a Trilogia Cósmica. A trilogia está dividida em: Além do Planeta Silencioso (Out of Silent Planet), Perelandra (Perelandra) e Uma força medonha (That hideous strength), publicados em 1938, 1943 e 1945, respectivamente. Costuma-se dividir a Trilogia por tema: Além do Planeta Silencioso como uma viagem cósmica; Perelandra como uma fantasia edênica, e Uma força medonha como uma sátira à Academia moderna. E é exatamente em seu primeiro livro que se encontra a crítica mais contundente ao cientificismo de Wells.
da próxima dali, mas ainda não voltara de lá – e isso a estava preocupando, pois já deveria estar em casa. Ransom, então, promete tentar descobrir o que estava acontecendo (e conseguir um local para descansar). Chegando à propriedade, viu que o portão estava trancado e havia uma sebe que servia de muro. Decidiu, por conta da promessa feita à mulher, entrar por um vão embaixo do portão. Ao entrar, logo ouviu vozes, e, aproximando-se, viu que se tratava de uma briga entre três homens; um deles, visivelmente mais jovem, parecia ser Harry. Interveio na confusão com um tímido “Ei! Ora essa...” e os homens tiveram um sobressalto. Irritado, um deles pergunta: “Posso perguntar quem é você e o que está fazendo aqui?” Ransom se apresenta e é reconhecido por um dos homens, que fora seu colega de faculdade. O dono da propriedade chamava-se Edward Weston, um cientista; o outro chamava-se Dick Devine (o antigo colega de Ransom). Após uma conversa um tanto confusa, os dois resolvem soltar Harry, mas – numa ati-
“VALE LEMBRAR QUE LEWIS NÃO ERA CONTRA CIÊNCIA EM SI, MAS CONTRA A SUA SUPERVALORIZAÇÃO, COMO SE TAL PERSPECTIVA [...] PUDESSE RESOLVER TODOS OS PROBLEMAS DA HUMANIDADE” Em Além do Planeta Silencioso Lewis faz, ao mesmo tempo, uma homenagem a Wells, pela grande influência que este exercera em sua imaginação juvenil, e fornece uma resposta crítica à sua visão de mundo, numa brilhante inversão de paradigma. Há, inclusive, referências diretas ao livro Os primeiros homens da Lua (1901). Além do Planeta Silencioso conta a história de Elwin Ransom, um filólogo (em homenagem a Tolkien), e sua viagem ao planeta Malacandra. Ransom está fazendo uma viagem a pé quando encontra uma senhora e resolve perguntá-la sobre um local onde pudesse pernoitar. A mulher diz que não tinha nada por perto, mas aproveita para falar de seu filho Harry, que trabalhava numa fazen-
tude um tanto sinistra – convidam Ransom para ficar. Mesmo estranhando um pouco, ele entra. Oferecem-lhe uma bebida. Ransom bebe, sente-se tonto, desmaia e acorda no que descobre ser uma nave espacial. Neste ponto já é possível perceber a índole maldosa, diabólica, dos raptores de Ransom, característica que Lewis deixa transparecer nos vilões da Trilogia. Note-se que não se trata somente de uma maldade ética ou social, mas teológica. Tais personagens abusam das imprecações blasfematórias e revelam uma mentalidade claramente maligna. Weston revela a Ransom que eles estão a caminho de Malacandra – planeta cujo nome, diz a Ransom, descobriu pelo próprios habitantes, evidenciando
que estivera lá anteriormente. Não diz qual o motivo da viagem, mas deixa claro que seus objetivos visam algo muito maior: “salvar a humanidade”. Tal aparente superioridade apregoada por Weston é, em Além do Planeta Silencioso, claramente uma inversão na filosofia de H. G. Wells presente em outro de seus best-sellers: A Guerra dos Mundos. A começar pelo fato de serem os terráqueos a invadir um outro planeta, e não o contrário. O darwinismo social de Wells transmite uma ideia de progresso e evolução totalmente materialista e cientificista, que era criticada por Lewis. Vale lembrar que Lewis não era contra ciência em si, mas contra a sua supervalorização, como se tal perspectiva, baseada no culto à racionalidade, desenvolvimentista e reducionista, pudesse resolver todos os problemas da humanidade – pretensão que, em certo sentido, perdura até os dias de hoje. Ao chegarem em Malacandra – que, posteriormente, descobrirá se tratar do planeta Marte –, Ransom consegue fugir de Weston e Devine em meio a uma confusão entre os terráqueos e algumas criaturas malacandrianas que encontram, os sorns, mesmo sem saber ainda por qual motivo fora capturado. Depois de correr muito, Ransom tem o primeiro deslumbramento de estar a milhões de quilômetros de casa: o planeta parece mais convidativo que amedrontador. Toma contato com a estranha vegetação do local, bebe água e come de um não menos estranho fruto, que o sacia imediatamente. Anda mais um pouco e encontra uma criatura (parecida com uma doninha gigante) num pequeno barco: um hross. Consegue estabelecer contato, utilizando todos os seus dotes de filólogo, e percebe que a criatura é bastante amigável. É levado à aldeia dos hrossa e lá permanece por um longo tempo. Não só aprende a língua daquelas estranhas (e afetuosas) criaturas, como se dá conta de que são portadoras de uma moralidade bastante elevada e de uma religião curiosíssima. Surpreendeu-se ainda mais ao saber que existiam outros seres, de natureza sutil, chamados eldila, semelhante bookmark
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C. S. LEWIS_ foi um professor universitário, escritor, romancista, poeta, crítico literário e apologista cristão britânico. Ele é mais conhecido por seus trabalhos envolvendo a apologia cristã, em obras como Problema do Sofrimento (1940) e Cristianismo Puro e Simples (1952), e a ficção e a fantasia, em obras como As Crônicas de Nárnia (1950-56), Cartas de um diabo ao seu aprendiz (1942) e Trilogia Cosmica (1938-45).
H. G. WELLS_ foi um escritor britânico, nascido em Londres, em Agosto de 1946. Nos seus primeiros romances, inventou uma série de temas que foram mais tarde aprofundados por outros escritores de ficção científica. Seu primeiro livro publicado foi “A Máquina do Tempo”, em 1895. Depois escreveu A Ilha do Doutor Moureau (1896), O Homem Invisível (1897) e A Guerra dos Mundos (1898), trabalhos que o consagraram como um pioneiro da ficção científica.
aos anjos do Cristianismo. E também os pfifltriggi, mineradores hábeis para trabalhar com o “sangue do Sol” – ouro, o que fez Ransom entender o interesse de Devine por Malacandra, já que o de Weston era “científico”. Por fim Ransom descobre, para seu completo espanto, que essa variedade de seres de Malacandra – cujo coletivo era conhecido como hnau – viviam em perfeita harmonia e paz, governadas por um Oyarsa, uma inteligência tutelar guardiã de todo o planeta. Eram hnau criados por Maleldil, e importava a eles permanecerem como este os criara. Na audiência posterior com o Oyarsa de Malacandra, descobre que o nosso mundo também possui um Oyarsa, mas este se tornou Torto e fora expulso da presença de Maleldil. Depois, o Oyarsa malacandriano pede a Ransom que lhe conte mais especificamente sobre o que Maleldil fez a Thulcandra (a Terra). Ransom contar a história (que Lewis não narra, mas deixa entender que é a História da Redenção Cristã). A semelhança com a doutrina cristã não é mera coincidência. Porém, não é uma semelhança, digamos, ortodoxa. A abordagem que Lewis faz é imaginativa, permitindo-se alterações para adequá -las à sua narrativa. Não é exatamente uma alegoria, mas um modo de, como ele mesmo disse, “imaginar em voz alta [...] o que Deus poderia ter feito em outros mundos”. Quando ocorre o tão temido reencontro com Weston e Devine. Ransom foge e é orientado por outro hrossa a ir, imediatamente, ao encontro do Oyarsa. Já em presença do Grande Eldil, Ransom tem esclarecida sua ida a Malacandra: fora chamado. O Oyarsa tentara contato amigável com Weston e Devine quando estes estiveram pela primeira viagem em Malacandra, e enviou alguns sorns ao encontro dos “tortos”. Sem sucesso, pediu aos sorns que lhes dissessem que não seria permitido pegar “sangue do Sol” enquanto não trouxessem alguém com quem pudesse conversar. Ou seja, a ida de Ransom foi arquitetada pelo próprio Oyarsa de Malacandra.
Quando Ransom esclarece que Devine estava interessado em ouro, e Weston na dominação de Malacandra e extermínio dos hnau para a expansão dos domínios terrestres, a pergunta do Oyarsa é uma clara ironia à ideia de dominação interplanetária presente nos livros de H. G. Wells: “Eles têm alguma lesão no cérebro?”. Por fim, quando os dois “tortos” são trazidos à presença do Oyarsa, dá-se a cena mais irônica de Além do Planeta Silencioso. Primeiro porque Weston e Devine não entendem de onde sai a voz do Grande Eldil, pois não o veem; e como racionalistas ateus, duvidam de sua autenticidade. Outra curiosa ironia é a conversa entre os “tortos” e o Oyarsa, que tem de ser traduzida por Ransom, pois o conhecimento de Weston da língua malacandriana era bastante rudimentar. Inclusive, o discurso arrogante e grandiloquente de Weston foi amenizado por Ransom. O que se segue é absolutamente emblemático. Weston declara todo seu cientificismo prepotente e retrógrado – apesar de Malacandra ser um mundo aparentemente primitivo no que se referia à tecnologia, eram muito mais avançados moralmente. A resposta de Oyarsa não poderia começar melhor: “– Foi bom ouvi-lo. Pois, embora sua mente seja mais fraca, sua vontade é menos torta do que eu pensava. Não é para si mesmo que você faria tudo isso”. E após alguma discussão sobre as motivações de Weston, Oyarsa declara: – Agora vejo como o senhor do mundo silencioso modificou você. Existem leis conhecidas por todos os hnau, leis de piedade, justiça, vergonha etc., e uma destas é o amor aos seus semelhantes. Ele ensinou você a desobedecer a todas elas, exceto esta última, que não é uma das maiores. Ele deturpou-a de tal maneira que a transformou em loucura e tomou conta de seu cérebro onde governa tudo como se fosse um pequenino Oyarsa cego. Nada mais lhe resta senão obedecê-la; apesar disto, se lhe perguntarmos porque ela é uma lei, você não poderá dar uma razão diferente da que faz as outras serem leis; estas, no entanto, embora maiores que ela, são desobedecidas.
“Você não pergunta por que meu povo, cujo mundo é velho, não foi para o seu e apoderou-se dele há muito tempo? (...) Há milhares de anos atrás, quando ainda não existia vida em seu mundo, a morte gelada estava invadindo meu harandra. Neste tempo eu estava muito preocupado, (...) com os pensamentos que o senhor do seu mundo, (...) O Oyarsa Mau teria feito com que eles fossem como vocês são agora, bastante sábios para perceber a aproximação do fim de sua espécie, mas não para suportá-lo. (...) Eram perfeitamente capazes de construir naves de espaço. Maleldil, porém, fez com que parassem, através de minha pessoa. Curei
alguns, desencarnei outros.. Há uma coisa que abandonamos de vez na harandra: o medo. O mais fraco entre todo o meu povo não tem medo da morte. É o Espírito Mau de seu mundo que estraga suas vidas fazendo com que procurem fugir daquilo que no fim a todos alcançará. Se vocês fossem súditos de Maleldil teriam paz. O desfecho dessa audiência é a expulsão dos terráqueos. Oyarsa mesmo se encarrega de enviá-los de volta à Terra em sua nave danificada. Faz uma proposta a Ransom de que ele poderia ficar se quisesse; o que ele, humildemente, nega. Por fim, ao término do livro perce-
bemos bem o que C. S. Lewis pretendia combater. Além do Planeta Silencioso é um livro escrito com muita delicadeza, e Lewis utiliza toda sua capacidade, bem como sua grande apreciação por histórias de ficção científica, para nos brindar com uma história cuja criatividade imaginativa só encontra paralelo n’O Senhor dos Anéis, de seu amigo Tolkien.
LIVROS DA TRILOGIA CÓSMICA:
SINOPSE: Dr. Ransom, um professor da Uni-
SINOPSE: Ransom é chamado ao paradisíaco
SINOPSE: Os recém-casados Mark e Jane Stud-
versidade de Cambridge, é sequestrado por
planeta de Perelandra, ou Vênus, que revela ser
dock são arrastados para acontecimentos muito
dois cientistas do nosso planeta e levado numa
um mundo belíssimo, como um Éden. Ele fica
além do extraordinário. Na manhã seguinte a
espaçonave ao planeta vermelho de Malacan-
horrorizado, porém, ao descobrir que seu anti-
um pesadelo horrendo com uma cabeça decapi-
dra, que ele conhecia por Marte. Seus seques-
go inimigo, o doutor Weston, também chegou
tada, Jane vê o rosto do seu sonho no jornal e
tradores planejam saquear os tesouros do pla-
ali e, mais uma vez, representa um perigo para
tem uma sensação cada vez maior de estar sendo
neta e oferecer a vida de Ransom em sacrifício
o planeta que os hospeda e para a vida de Ran-
alertada de algum fato real e ameaçador.
às criaturas que lá vivem. Ransom descobre
som. Enquanto Weston, dominado por forças
Enquanto isso, Mark é induzido a entrar para
que a Terra é conhecida pelas criaturas de Ma-
do mal, tenta prejudicar Perelandra, Ransom
o Instituto Nacional de Experimentos Coor-
lacandra como “planeta silencioso”, cuja trági-
empenha-se numa luta desesperada para salvar
denados, cujo objetivo é controlar a sociedade
ca história é conhecida por todo o Universo.
a inocência do planeta.
humana.
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QUADRINHOS
GUARDIÕES DA GALÁXIA
o
TEXTO: SÉRGIO CODESPOTI
s Guardiões da Galáxia são um supergrupo da Marvel Comics, criado por Arnold Drake e Gene Colan, na revista Marvel Super-Heroes # 18, em janeiro de 1969. Durante algumas décadas, os personagens foram coadjuvantes, sem revistas próprias, aparecendo em aventuras do Coisa (no título Marvel-Two-in-One), Defensores, Thor, Homem-Aranha e Vingadores. Os personagens ganharam revista própria na década de 1990, com enredo e desenhos de Jim Valentino. O título durou 62 edições, mas poucas dessas aventuras foram publicadas no Brasil. Diversos novos membros surgiram nessa fase. Em muitas aventuras, o principal inimigo da equipe dos Guardiões da Galáxia eram a Irmandade Badoon, uma raça de répteis humanóides conquistadores, que tinha invadido os mundos de cada herói. A equipe atual dos Guardiões é formada por Peter Quill, um humano que foi rapitado quando criança por piratas espaciais, Gamora, uma alienígena que é a ultima de sua espécie, Rocket Raccoon, um guaxinim modificado geneticamente, Groot, uma criatura que tem a aparência de uma arvore humanóide e Drax o Destruidor, seus poderes são maior resistência, vôo, e a capacidade de projetar rajadas de energia de suas mãos. No Brasil algumas revistinhas da séries foram publicadas pela Editora Abril.
OS GUARDIÕES DA GALÁXIA AJUDARAM OS VINGADORES NA LUTA CONTRA KORVAC, NUMA DAS GRANDES SAGAS DA EQUIPE. SEGUNDO TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO O PAI DE PETER QUILL É UM SOBERANO E DITADOR DAS GALÁXIAS.
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O Guerreiro do Martelo Mágico
e
TEXTO ANTÔNIO LUIZ RIBEIRO
m busca de novos conceitos, Stan Lee imaginou um super-herói inspirado na mitologia nórdica. O autor esboçou uma ideia básica e passou para seu irmão Larry Lieber, enquanto Jack Kirby cuidou da arte. Na história de estréia, durante uma viagem de férias pela Noruega, o doutor Donald Blake fica preso numa caverna. Em seu interior, o médico encontra uma câmara secreta, que guarda uma bengala de madeira. Ao batê-la contra o chão, Blake se transforma em Thor, O deus nórdico do trovão, enquanto a bemga vira um martelo capaz de controlar o clima e fazê-lo voar. Anos depois, Blake descobriu que na verdade sempre foi Thor: para aprender o valor da humildade, o deus do trovão foi transformado por seu pai, Odin, num mortal, sem lembranças de sua vida anterior. Quando aprendeu a lição, Thor foi mentalmente guiado para encontrar a caverna e a bengala. Quanto ao martelo Mjolnir, foi explicado que se trata da mais fiel e potente arma possível e que foi Odin que o deu para seu filho. A arma é feita de um metal especial (fictício) chamado “uru”, forjado pelos anões de Asgard. Capaz de criar tempestades e furacões, gerar raios, abrir portais entre dimensões, desferir golpes poderosos, possibilitar que Thor voe, e os mais diversos encantamentos misteriosos. Mas sem ele o deus do trovão não está desprotegido, pois ainda conta com sua força descomunal e sua resistência. Isso sem contar os muitos séculos de experiências em batalhas. Com o passar dos meses, outras figuras nórdicas foram aparecendo na série: Odin, Fricka, Loki etc. Thor eventualmente visitou Asgard (o céu dos nórdicos, numa dimensão acima de Midgard, a Terra). Foi quando os leitores ficaram sabendo que por lá existem outros reinos, como a Terra dos Gigantes de Gelo e Valhalla, o lugar para onde vão os espíritos dos guerreiros que morrem em combate. Os nove mundos de Asgard são ligados pela Ponte do Arco-Íris. Thor também fez muito sucesso na TV. Em 1966 foi produzida uma série de 13 desenhos animados, realizada pela canadense Grantray-Lawrence Animation. Esse desenho fez um enorme sucesso na época em que foi lançado, e serviu de “aperitivo” para o lançamento do personagem no Brasil, em quadrinhos (pela EBAL).
DIFERENTE DO QUE ROLA NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, O THOR DA MITOLOGIA NÓRDICA É RUIVO E, EM MUITAS VERSÕES, É UM VERDADEIRO BEBERRÃO.
O Homem de Aço
i
TEXTO: MUNDO ESTRANHO
nspirados por ficção científica, histórias policiais e heróis da mitologia, como Hércules e Sansão, Jerry Suegel (roteito) e Joe Shuster (arte) criaram o Superman, considerado o ponto zero dos super -heróis. Com o imediato sucesso do personagem, várias editoras criaram seus próprios combatentes do crime uniformizados, dando origem a um novo gênero. Foram necessários muitos anos de aventuras para chegar à origem mundialmente conhecida pelos fãs: com o planeta Kryoton prestes a explodir, o cientsta Jor-El envia seu filho Kal-El dentro de um foguete para a Terra. Criado por um casal de fazendeiros e batizado como Clark Kent, o garoto começa a desenvolver poderes incríveis. Já adulto, ele se torna repórter e passa a usar suas habilidades para combater o crime e as injustiças sociais como o Superman. Em suas primeiras histórias, Superman era á prova de balas, podia erguer um carro, dar grandes saltos e correr mais rápido do que uma locomotiva. Com o tempo, o personagem se tornou praticamente um deus, capaz de qualquer feito. A primeira vez que seus poderes fora diminuidos foi numa reformulação feita pela DC Comics e 2006. As habilidades do Superman são uma reação de seu metaboliso à radiação do nosso Sol aarelo. Se o herói passar longos períodos longe do astro-rei, seus poderes diminuiem. Mas a sua principal fraqueza é a kryptonita, umm minério verde criado pela explosão de Krypton, cuja radiação é mortal para o Homem de Aço e só pode ser contida por chumbo, o único metal que bloqueia a visão de raios X do herói. O Superman também é vulnerável a magia. O Superman teve cinco séries animadas entre 1941 e 1996 e alguns desenhos de longa-metragem, lançados direto para DVD. Nos longas, destaque para Grandes Astros Superman (2011), adaptação da premiada minissérie em quadrinhos lançada de 2006 a 2008, ganhadora de trÊs prêmios Eisner, o Oscar dos quadrinhos. Na trama, após receber uma dose mortal de radiação, o herói precisa resolver tdas as pontas soltas de sua vida, numa comovente homenagm à mitologia do Homem de Aço.Qunado o assunto são séries de televisão o kryptoniano é um campeão de audiência. Ele já teve quatro e o ponto alto fica para Smallville, com dez temporadas.
A KRUPTONITA NÃO FOI CRIADA NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, MAS NA POPULAR RADIONOVELA DO SUPERMAN, QUE FOI TRANSMITIDA DE 1940 A 1951 NOS ESTADOS UNIDOS.
NA ESTANTE
EM ALGUM UNIVERSO PARALELO POR AÍ... O UNIVERSO DA LITERATURA CIENTIFICA ESPACIAL É INCRIVELMENTE AMPLO. CHEIO DE MUNDOS NOVOS, ESPECIES NOVAS, SOCIEDADES DISTINTAS. NAVES, PLANETAS, EXPLOSÕES, ESTRELAS, GALAXIAS, GUERRAS, INVASÕES.... E SE VOCÊ ACHA QUE JÁ CONHECE TUDO SOBRE O QUE ESSE GENERO TEM A OFERECER,, DESCUBRA AGORA QUE EXISTEM MUITO MAIS UNIVERSOS POR ONDE SE PODE VIAJAR.
2001 UMA ODISSEIA NO ESPAÇO - ARTHUR C. CLARKE
O LIVRO FAZ PARTE DE UMA SÉRIE COM MAIS TRÊS LIVROS: 2010, 2061 E 3001
Nas primeiras páginas vemos os nossos ancestrais, os homens-macaco, sendo apresentados a uma primeira versão do monolito – uma unidade alienígena que, através de estímulos mentais, forma um novo tipo de inteligência e a própria humanidade. Depois somos levados a um futuro em que a Guerra Fria acabou reunindo um tipo de inteligência espacial., Estados Unidos e Rússia exploram a Lua, cada um com seu espaço, mas juntos. Finalmente, somos apresentados à viagem da Discovery a Saturno/Júpiter. A nave, totalmente automatizada e operada pelo supercomputador Hal 9000, leva 5 passageiros, dois despertos e 3 hibernados. Sua missão é iniciar um processo de reconhecimento do planeta, pela primeira vez o homem será capaz de viajar tão longe, e é esperado que eles voltem com alguma informação.
AS CRÔNICAS MARCIANAS - RAY BRANDBURY As Crônicas Marcianas é uma coletanea de contos de Ray Bradbury que descrevem a chegada e posterior conquista de Marte pelos colonos terráqueos. Bradbury lançou os contos em separado desde 1942, em forma de pulps. Ao reuni-los nas Crônicas Marcianas, ele faz uma crítica ao grande medo da época (década de 50), a Guerra Nuclear, críticando também as forças políticas antagônicas da época, em plena Guerra Fria. De uma forma geral, As Crônicas Marcianas é impressionante. E diferente de tudo o que você já leu. Cada conto passa sua mensagem, sua história, impõe suas perguntas e verdades e ainda consegue deixar espaço para uma grande reflexão. É marcante e vai deixar você acordado à noite, pensando na história. Se esses não são motivos suficientes para você pegar no livro, então leia pela diversão que ele proporciona.
RAY BRADBURY É UM DOS MAIS PROEMINENTES AUTORES DE FICÇÃO CIENTÍFICA, É A LETRA B DO ABC DESSE GÊNERO, JUNTO COM ASIMOV E CLARKE.
TRILOGIA FUNDAÇÃO - ISAAC ASHMOV
É INTERESSANTE SINALIZAR QUE A TRILOGIA FUNDAÇÃO GANHOU O PRÊMIO HUGO COMO A MELHOR SÉRIE DE FICÇÃO CIENTÍFICA E FANTASIA NO ANO DE 1966.
A humanidade se expandiu para toda a galáxia. Apesar da distancia, as garras do Império Galático chegaram em toda a parte e com ela, cresceu a força a burocracia do império – única forma de regulamentação para um universo tão vasto e cheio de planetas e facções. Em Trantor, capital do Império, Hari Seldon está sendo julgado por traição. Ele, inventor da psico-história, uma ciência capaz de prever o futuro da sociedade, alega que o Império galáctico está em declínio e que caíra em uma “era das trevas” durante 10 mil anos. – Besteira – clamam eles – este é apenas mais um louco que deseja difamar o estado. O Império nunca esteve melhor! A série Fundação de Asimov, foi originalmente um grupo de oito histórias que foram publicadas na revista “Astounding Magazine” entre Maio de 1942 e Janeiro de 1950. Sua história foi criada, segundo Asimov, a a partir da leitura de “O Declínio e Queda do Império Romano”
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O JOGO DO EXTERMINADOR - ORSON SCOTT CARD Em um futuro tecnológico, a Terra já passou por duas guerras diferentes e quase pereceu. Uma raça alienígena se mostrou uma grande ameaça, e o ataque foi quase fulminante e os humanos só venceram por causa de um comandante que estava no lugar certo e na hora certa, Mazer Rackham, que consegue derrotar as frotas inimigas e se consagrar herói. Temendo que os aliens voltem a atacar, a Frota Internacional é criada e com ela algumas regras que os humanos devem seguir, como exemplo só poderem ter dois filhos. Acontece que os Wiggin tem três crianças, Peter, Valentine e Andrew, graças a uma permissão especial do governo pois seus dois primeiros filhos são gênios, mas não exatamente o que eles estavam procurando. Talvez Andrew ou Ender, seja a resposta da qual eles precisam. ENDER’S GAMES FOI ADAPTADO PARA O CINEMA EM 2013, COM HARRISON FORD NO ELENCO.
A HOSPEDEIRA - STEPHENIE MEYER Nosso planeta foi dominado por um inimigo que não pode ser detectado. Os humanos se tornaram hospedeiros dos invasores: suas mentes são extraídas, enquanto seus corpos permanecem intactos e prosseguem suas vidas aparentemente sem alteração. A maior parte da humanidade sucumbiu a tal processo. Porém, Melanie, um dos humanos “selvagens” que ainda restam, é capturada, e Peregrina, a “alma” invasora tem que viver com dificuldade que a antiga ocupante de seu corpo impõem se recusando a desistir da posse de sua mente. Peregrina investiga os pensamentos de Melanie com o objetivo de descobrir o paradeiro dos remanescentes da resistência humana. O LIVRO FOI ADAPTADO EM 2013 PARA O CINEMA, COM SAOIRSE RONAN COMO MELANIE/PEREGRINA
THE 100 - KASS MORGAN
THE 100 É O PRIMEIRO DE TRÊS LIVROS, SEGUIDO POR: DIA 21 E HOMECOMING
Desde a terrível guerra nuclear que assolou a Terra, a humanidade passou a viver em espaçonaves a milhares de quilômetros de seu planeta natal. Mas, próximo ao centenário de sua ida ao espaço, com uma população em crescimento e recursos se tornando escassos, governantes sabem que devem encontrar uma solução. Assim, cem delinquentes juvenis — considerados gastos inúteis para a sociedade restrita — são mandados em uma missão extremamente perigosa: recolonizar a Terra ou morrer caso a terra ainda esteja sob radiação. O livro mostra o ponto de vista de 4 desses adolencentes, Clarke, Wells, Bellamy e Glass. Os três primeiros nós mostram a vida nova e periogosa em terra firme, já pelos olhos de Glass vemos como a vida na Arca continua sem os cem.
PROTOCOLO BLUEHAND: ALIENÍGENAS - JOVEN NERD Brasileirissimo o Protocolo Bluehand é um conjunto de diretrizes e conhecimentos que farão a diferença na subsistência e resistência contra os mais diversos perigos, ignorados pelo senso comum social. O codinome Bluehand nasceu no site Jovem Nerd como sinônimo de uma pessoa curiosa e interessada, o típico nerd, aquele sujeito que, por sua inteligência e sapiência, tornar-se-ia indispensável em uma situação de emergência. No entanto, esse termo deve ser extrapolado acima de um único indivíduo, se a raça humana aspira sobreviver a um evento de proporções cataclísmicas. Quem devemos procurar em uma sociedade fragmentada pela obliteração de organizações políticas, civis e militares? O livro é uma guia de sobrivivencia contra a ameaça de uma invasão extraterrestre, indispensável, caso esse evento aconteça.
O PROTOCOLO BLUEHAND AINDA POSSUI O GUIA PARA O APOCALIPSE ZUMBI. bookmark
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CIENTIFICAMENTE FALANDO
PALAVRAS POR NÚMEROS O MUNDO DA LITERATURA CONSISTE EM UM VASTO CAMPO DE ESTILOS, INDO DE POEMAS ÉPICOS À BREVES ROMANCES OU LONGAS SÉRIES. MAS QUAL ESCRITOR FEZ O TRABALHO COM MAIS PALAVRAS? QUAL OBRA PRIMA É MAIS CONCISA? AQUI NOS APRESENTAMOS OS NÚMEROS POR TRÁS DAS MAIORES OBRAS LITERÁRIAS DA HISTÓRIA.
LIVROS DE SENHOR DOS ANÉIS J. R. R. TOLKIEN
95,022 A SOCIEDADE DO ANEL: 455.125 AS DUAS TORRES: 143.436 O RETORNO DO REI: 134.462 O HOBBIT:
TEXTO: DANA MARTINS
Nos Estados Unidos, as editoras medem o tamanho de um livro pelas palavras, não pelas páginas. A maioria dos livros adultos têm por volta de 90.000 palavras e não muito mais do que 100.000 (a não ser que você seja a J.K. Rowling). Livros para adolescentes têm por volta de 55.000 palavras.
LIVROS DA JANE AUSTEN
87.978 RAZÃO E SENSIBILIDADE: 119.394 ORGULHO E PRECONCEITO: 123.880 EMMA: 155.887 PERSUASÃO:
Na literatura YA é mais comum por volta de 100 mil, enquanto os infanto-juvenis estão por volta de 70 mil. E, curiosamente os que clássicos da ficção científica são bem pequenos. Uma curiosidade que deve ser citada aqui é que primeiro livro do Crepúsculo tem por voltade 130.000 palavras, o que é muito para um escritor novato. Por acaso, a assistente que leu o manuscrito não sabia que 130k dá umas 500 páginas, se não ela provavelmente nem teria pedido para ler. Na época Stephenie Meyer não fazia ideia da sorte que teve.
SAGA HARRY POTTER J.K. ROWLING PEDRA FILOSOFAL: 76.944
CÂMARA SECRETA: 85.141
PRISIONEIRO DE AZKABAN: 107.253 CÁLICE DE FOGO: 190.637
ORDEM DA FÊNIX: 257.045
168.923 RELÍGUIAS DA MORTE: 198.227
ENIGMA DO PRÍNCIPE:
AS CRÔNICAS DE GELO E FOGO GEORGE R. R. MARTIN
298.000 A FÚRIA DOS REIS: 326.000 A TORMENTA DE ESPADAS: 424.000 O FESTIM DOS CORVOS: 300.000 A DANÇA DOS DRAGÕES: 422.000 A GUERRA DOS TRONOS:
O MAIOR ROMANCE DO MUNDO EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO, DO MARCEL PROUST:
1.267.069
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ERA UMA VEZ...
CHEGOU O VERÃO!
ILUSTRAÇÃO: JANICE NADEAU
CONTO: LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
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erão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose. Verão é picolé de Kisuco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca. Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis. Mas o principal ponto do verão é.... A praia! Ah, como é bela a praia. Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção. Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das véias. Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas. O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão chegando. Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias. Em menos de cinqüenta minutos, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia. E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem. As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do chinelo. Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como furar a areia pra fincar o cabo do guarda-sol.
É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar em pé. Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar! Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo. Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva. Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem àquela vontade de fritar na chapa. A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha. Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor!!!!! Mas, claro, tudo tem seu lado bom. E à noite o sol vai embora. Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo. O shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de privada. As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia oferece. Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas. O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família. Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical...
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PÁGINAS VIAJANTES
LELLO & IRMÃO A LIVRARIA FICA NA RUA DAS CARMELITAS 144, 4050-161 PORTO, PORTUGAL.
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TEXTO E IMAGENS POR ROBSON FRANZOI
uando comentei com alguns amigos que eu visitaria a cidade do Porto, em Portugal, eu imaginei que me perguntariam se eu estava empolgado para tomar o famoso vinho do porto ou conhecer algumas vinícolas, mas, para minha surpresa, várias pessoas me perguntaram “você vai na livraria do Harry Potter, né??” Oi? Como assim? Estou indo pra Portugal, não pra Hogwarts… Alguns amigos ficaram chocados quando eu disse que não fazia ideia do que eles estavam falando. Mas eu não perdi tempo e fui logo pesquisar sobre isso. Como fã da série e louco por livros, eu não podia deixar passar essa oportunidade. Foi então que eu descobri a “famosa” Livraria Lello e Irmão, também conhecida como Livraria Chardron ou simplesmente Livraria Lello. A história da livraria começa em 1869 quando foi aberta como casa-editora. Era conhecida como Livraria Internacional de Ernesto Chardron. Após a morte do dono, ela foi comprada por Mathieux Lugan que por fim acabou vendendo o negócio para José Lello. Este, em sociedade com o irmão, António Lello, mais tarde batizou a livraria de: Livraria Lello e Irmão. Hoje a Livraria Lello é considerada por muitos uma das livrarias mais lindas do mundo. Também não é para menos, o lugar é simplesmente fabuloso. Por fora o edifício já se destaca, sendo um dos mais emblemáticos edifícios do neogótico portuense. Mas é por dentro que ela deixa qualquer um de boca aberta. Ao entrar na livraria somos envolvidos por um clima mágico. Vitrais no teto, adornos em madeira e livros raros distribuídos por todos os lados tornam o ambiente único. No piso também temos um trilho, onde antigamente um carrinho ajudava no transporte dos livros. O carrinho ainda faz parte da decoração. Mas nada chama mais a atenção do que a impressionante escadaria que leva ao segundo andar. Trabalhada em madeira e com piso vermelho, ela se destaca triunfante no
centro da livraria. Juro que quando entrei fiquei de boca aberta e logo me veio na cabeça uma livraria chamada Floreios e Borrões. Para quem não sabe, ou não se lembra, é nela que Harry Potter compra seus livros para usar em Hogwarts. Existem boatos de que cenas do filme foram gravadas ali. Bom, não foi o que o pessoal da livraria me confirmou. Claro que eu não podia deixar de perguntar. Mas o mais certo é que sim, ela foi a inspiração para a livraria do filme, já que a autora J.K. Rownling viveu em Porto e freqüentou a livraria. Sim. Acreditem, essa é a parte real da história. Eu como fã da série fiquei super feliz com essa informação e daquele momento em diante aquela era a minha livraria favorita de todo o mundo. Bom, voltando ao mundo trouxa real, não posso deixar de dizer que a Lello foi considerada pela Lonely Planet, em 2010, como a Terceira Melhor Livraria do Mundo. Vale lembrar que você não paga nada para entrar na livraria e fotos lá dentro são absolutamente proibidas. Então é isso, se você for à Porto não pode deixar de visitar a Livraria Lello que fica na Rua das Carmelitas, número 144, bem próxima à Torre dos Clérigos. bookmark
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AGENDA
AGENDA DE NOVEMBRO FEIRA DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL (RJ)
06/11 09/11 13/11 15/11 18/11 25/11
Quando: 6 e 7, das 10h às 17h Onde: Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Entrada franca.
LITERATURA FORA DO ARMÁRIO (SP)
com Marcelino Freire e Santiago Nazarian Quando: 9 de novembro, às 19h30 Onde: Casa das Rosas – Avenida Paulista, 37, São Paulo -SP
31ª FEIRA DO LIVRO DE CANOAS (RS) Quando: de 13 a 27 de novembro Onde: Praça da Bandeira, Canoas, RS
ENCONTRO DE LEITORES DA EDITORA SEGUINTE Quando: 15 de novembro, às 15h Onde: São Luís Shopping, Sã Luá, MA
4º. ENCONTRO DAS JORNADAS CULTURAIS DE 2015
Quando: 18 de novembro, das 8h à 13h Itaú Cultural – Av. Paulista, 149, Paraíso, São Paulo/SP Inscrições no site oficial
FLI-BH – FESTIVAL LITERÁRIO INTERNACIONAL DE BELO HORIZONTE (MG) Quando: 25 a 28 de novembro Onde: Belo Horizonte (BH)
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ETC...
UM LIVRO PARA CADA SIGNO ESCORPIÃO 24/10 - 22/11
Escorpianos são conhecidos por sua profundidade, assim como a tendencia a vontade de viver paixões incontroláveis e mistérios. Logo, gostam de livros instigantes que lhe prendam até o final. LIVRO: A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS - MARKUS ZUSAK
SAGITÁRIO 23/11 - 21/12
O alegre e aventureiro sagitariano pode se identificar com diversos tipos de história. Gostam de observar o sentido de liberdade e o extinto aventureiro. LIVRO: AS CRÔNICAS DE NÁRNIA - C. S. LEWIS
CAPRICÓRNIO 22/12 - 20/01
AQUÁRIO 21/01 - 19/02
LIVRO: PODER E A LEI - MICHAEL CONNELLY
LIVRO: INFINITO ALYSON NOËL
PEIXES 20/02 - 20/03
ÁRIES 21/03 - 20/04
Prendem a atenção dos capricornianos histórias que tratam de determinação e ascensão do poder, a luta pela vida e a facilidade em fazer o que for preciso para se atingir o que deseja.
Este é o signo mais romântico do zodíaco, se identifica muito com histórias de romance, principalmente aquelas que tratam o amor da maneira mais dramática possível, cheio de desencontros e reencontros. LIVRO: O MELHOR DE MIM NICHOLAS SPARKS
Aquarianos tendem a se interessar por livros que os fazem pensar de maneira moderna, que tragam muita aventura e ficção, e a capacidade de refletir e pensar além de seu tempo.
Arianos são aventureiros e românticos, e costumar ser muito ligados à mitos e heróis. Guerras, lutas entre classes e lutas de aventura costumar fazer parte do repertório desse signo. LIVRO: JOGOS VORAZES SUZANNE COLLINS
TOURO 21/04 - 21/05
Os românticos e sensuais taurinos possuem os sentidos apurados. São próprios desse signo a sensualidade do amor romântico e a luta pela sobrevivência do amor. LIVRO: COMER, REZAR, AMAR - ELIZABETH GILBERT
GÊMEOS 22/05 - 21/06
Geminianos podem ser caracterizados por serem alegres, engraçados, extrovertidos e divertidos. Logo, para esse signo, são indicados livros que tratam de assuntos do cotidiano com muito bom humor.
LIVRO: DIÁRIO DE UM MAGRO - MÁRIO PRATA
CÂNCER 21/06 - 223/07
LEÃO 24/07 - 23/08
LIVRO: QUERIDO JOHN NICHOLAS SPARKS
LIVRO: MEMÓRIAS DE UMA GUEIXA - ARTHUR GOLDEN
São características das pessoas de Câncer o romantismo excessivo e muitas vezes fora da realidade em que vivemos, a busca pelo encontro do amor perfeito. Para o canceriano, uma pitada de drama é muito bem vinda.
VIRGEM 24/08 - 23/09
Já sabemos que os virginianos são obsessivos e perfeccionistas, independentemente do assunto em questão. Histórias que retratam determinação e paciência são a pedida certa para esse signo. LIVRO: O CAÇADOR DE PIPAS - KHALED HOSSEINI
O autoritarismo, a ambição e a necessidade de luxo e sucesso já são marca registrada dos leoninos, mas vale lembrar que indivíduos desse signo possuem também um lado extremamente apaixonado!
LIBRA 24/09 - 23/10
O libriano possui necessidade de exercer atividades sociais, culturais e especialmente artísticas. Identifica-se perfeitamente com livros que tratam do amor e a necessidade de se relacionar e o romantismo equilibrado e racionalizado. LIVRO: PARA SEMPRE - KIM E KRICKITT CARPENTER
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“que A FoRÇA ESTEJA CoM você”
- STAR WARS
BOOKMARK ED#01