Mudanças Climáticas

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Coleção Educação para a sustentabilidade Vol. 2

Mudanças climáticas – uma preocupação de todos

uma preocupação de todos

2a edição


Carlos Eduardo de Souza Braga Governador do Estado do Amazonas Omar José Abdel Aziz Vice-governador do Estado do Amazonas Nádia Cristina d’Avila Ferreira Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Gedeão Timóteo Amorim Secretário de Estado da Educação e Qualidade de Ensino


Mudanças climáticas uma preocupação de todos 2a edição


Coordenação Geral Equipe Técnico-Pedagógica

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/SDS Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino/SEDUC

Apoio Técnico-Científico

Centro Estadual de Mudanças Climáticas/CECLIMA Fundação Amazonas Sustentável/FAS

Consultoria Técnico-Científica

Marina Thereza V. do Amaral Campos Luis Henrique Piva Rodrigo Mauro Freire Carlos Rittl Francisco Higuchi Anderson Bittencourt

Colaboradores

Virgílio Maurício Viana Mariano Colini Cenamo Kamila Botelho do Amaral Antonio Luiz Menezes de Andrade Professores das escolas da rede pública estadual de ensino de Manaus (Esc. Est. Djalma Batista, Petrônio Portela, Marcantonio Vilaça e Marquez de Santa Cruz) e dos municípios de Itacoatiara, Iranduba, Carauari e Lábrea.

Revisão de Texto

Benayas Inácio Pereira e Assessoria de Comunicação da SDS

Projeto Gráfico e Diagramação

Gabi Juns

Ilustração

Eric Peleias

Foto da Capa

Arquivo da AGECOM — Governo do Amazonas

Romilda Araújo Cumaru Ozenete Aguiar De Mozzi Tania Ribeiro Moço Maria Edilene Neri de Souza

FICHA CATALOGRÁFICA Ycaro Verçosa dos Santos Bibliotecário CRB-11 287

M965 Mudanças climáticas: uma preocupação de todos - Manaus: Governo do Estado do Amazonas/SDS, 2008. 64p.

ISBN 85-7512-272-3

1. Meio Ambiente

2. Clima

3. Aquecimento Global

4. Efeito Estufa CDD 363.7 22. Ed.

2009 Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/SDS Av. Mário Ypiranga, 3280 — Parque Dez de Novembro 69050-030, Manaus, AM Fones: (92) 3642.4724/8898 www.sds.am.gov.br


MENSAGEM DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS

Amigo e amiga educador(a), O Governo do Amazonas publica mais um livro da “Coleção Educação para a Sustentabilidade”. O tema mudanças climáticas deve estar no foco de nossas preocupações, principalmente se quisermos deixar um mundo melhor para os nossos filhos e netos. Os conceitos relacionados às mudanças climáticas devem ser compreendidos e repassados aos nossos estudantes na busca de uma geração com maior consciência ambiental. É importante compreender o papel estratégico do nosso Amazonas no combate às mudanças climáticas globais. Estamos, sim, na vanguarda do combate às mudanças do clima e provamos isso ao criar a primeira Lei Estadual de Mudanças Climáticas do Brasil, em junho de 2007. Dedico esta apresentação a todos os guardiões das florestas – homens e mulheres – que vivem no interior do Amazonas, conservando o que é nosso, conciliando renda e desenvolvimento com a conservação do ambiente.

Bom aprendizado!

Eduardo Braga

Governador do Amazonas


MENSAGEM DA SECRETÁRIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – SDS

Caro professor (a), O Governo do Amazonas, através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS, e da Secretaria Estadual de Qualidade do Ensino – SEDUC, apresenta o Livro: Mudanças Climáticas: uma preocupação de todos, destinado aos docentes da rede estadual de ensino. Trazer a realidade do dia-a-dia para a sala de aula é tarefa desafiadora, pois requer uma atualização constante dos diferentes temas que se relacionam com os diversos saberes. A Educação Ambiental, como tema transversal, é cada vez mais necessária, pois aborda a problemática ambiental causada pela ação humana, buscando mudanças em relação a hábitos e valores que construímos. Desse modo, estimular atividades escolares que discutam os problemas ambientais constitui importante iniciativa na formação de alunos cidadãos, conscientes de suas responsabilidades em relação à problemática ambiental. A proposta do livro é inovadora, pois inicia com uma abordagem conceitual de expressões utilizadas nas diferentes reportagens da mídia escrita e televisiva, apresenta os diferentes cenários das políticas públicas mundial e nacional; e informa aos professores sobre o que o Estado do Amazonas tem feito para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Apresenta, também, dicas para que o professor e aluno sejam estimulados a serem melhores consumidores e melhores formadores de opinião. Finalmente, propõe estratégias educativas sobre o tema para serem desenvolvidas com o aluno, a família e a sociedade. Neste contexto, o tema mudanças climáticas é uma oportunidade para o desenvolvimento de projetos multidisciplinares, criando condições para que as diversas disciplinas do currículo dialoguem, troquem experiências, aproximem conceitos e envolvam toda a comunidade. Esta é uma oportunidade para o diálogo entre os professores das diferentes áreas do conhecimento, entre os alunos, entre alunos e professores, entre a escola e a comunidade, pois é a partir das trocas que os projetos enriquecem. A contribuição de diferentes atores faz com que o projeto não pertença a ninguém e pertença a todos, passando a ser um projeto da Escola. Nossa expectativa é que possamos apresentar em breve uma 2ª edição ampliada e revisada deste livro, enriquecida com a prática pedagógica dos nossos professores. Todas as contribuições serão bem-vindas. Boa leitura!

Profa. Nádia Cristina d’Avila Ferreira

Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS


MENSAGEM DO SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E QUALIDADE DE ENSINO

Professor (a): A Educação Ambiental avança na construção de uma cidadania responsável, estimulando interações mais justas entre os seres humanos e os demais seres que habitam o Planeta, para a consolidação de um presente e um futuro sustentável, sadio e socialmente justo. Seus princípios e objetivos se coadunam com os princípios gerais da Educação contidos na Lei 9.394, de 20/12/1996 (LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) que, em seu Artigo 32, assevera que o Ensino Fundamental terá por objetivo a formação básica do cidadão mediante: (...) II – a compreensão do ambiente natural e social do sistema político, da abordagem das artes e dos valores que se fundamenta a sociedade e em seu Artigo 35, quando assevera que o Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, (...) terá como finalidades: (...) III – aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e desenvolvimento da autonomia intelectual do pensamento crítico. Assim também o Artigo 36 que, ao determinar que os currículos do Ensino Fundamental e Médio tenham uma base em comum a ser complementada por uma parte diversificada exigida pelas características regionais e locais da sociedade, prevê, em seu § 1º – os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, (...) o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente no Brasil. Com base nestes preceitos legais a proposta central da Educação Ambiental é permanente, sistemática e constante, pois sua essência consiste na mudança de comportamentos e na construção de uma sociedade educada e ambientalmente sustentável, a partir de conhecimentos que permitam aos indivíduos refletir de forma crítica, acerca da realidade. Nessa perspectiva, não se trata apenas de conservar e proteger a natureza, mas de repensar a sociedade de forma global. Dessa forma, urge construir novos textos e novos estilos de desenvolvimento que facilitem as diversas manifestações culturais, sociais e de respeito às diversidades, desenvolvendo potencialidades individuais e coletivas. Assim, a Educação Ambiental permite a você, professor e professora, repensar sua prática pedagógica e trabalhar de forma transversal e contextualizada, permeando todas as áreas do conhecimento, de forma interdisciplinar. Este livro está escrito com uma linguagem simples com o objetivo de ampliar o seu conhecimento sobre os impactos e consequências das mudanças climáticas e o acesso ao debate a respeito deste tema, tanto em sala de aula como na comunidade. Na perspectiva de contribuir com uma melhor relação do homem com a natureza, oferecemos a você este livro que traz informações sobre Mudanças Climáticas, abordando desde os seus aspectos conceituais até a indicação de alternativas positivas que contribuam, efetivamente, para combater o aquecimento global. Um grande abraço,

Prof. Gedeão Timóteo Amorim

Secretário de Estado de Educação e Qualidade de Ensino – SEDUC


MENSAGEM DO DIRETOR GERAL DA FUNDAÇÃO AMAZONAS SUSTENTÁVEL

Professor (a), Os relatórios do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas mostram uma quadro alarmante. Se nada for feito para diminuir os impactos ambientais das atividades humanas, teremos sérias consequências sociais e econômicas. São necessárias ações concretas e urgentes. A mudança do clima global apresenta riscos e oportunidades. Um dos maiores riscos é o aumento da frequência de eventos climáticos extremos: grandes secas e cheias, vendavais etc. A grande oportunidade que surge é a relação entre gás carbônico e as florestas. Para atenuar a mudança do clima é necessário reduzir a produção de fumaça que contenha gás carbônico. Isto significa diminuir as queimadas e o uso de derivados de petróleo. Já existem mecanismos para pagar pelo reflorestamento em áreas desmatadas antes de 1990, como parte do Protocolo de Kyoto. Atualmente está surgindo um novo instrumento, chamado de “pagamento de serviços ambientais”. Em poucas palavras, isto que dizer que nossas florestas prestam serviços para a humanidade: produzem água para chuva, conservam a biodiversidade e armazenam gás carbônico. Estes serviços, especialmente o armazenamento de gás carbônico, começam a ter um valor monetário. O Governo do Estado do Amazonas vem trabalhando neste assunto desde 2003. Este trabalho tem recebido crescente reconhecimento nacional e internacional. Com isto esperamos construir um novo horizonte para a conservação de nossas florestas e a melhoria da qualidade de vida para nossas populações ribeirinhas, caboclas e indígenas. Isto é parte da missão da Fundação Amazonas Sustentável, criada no início de 2008. A Fundação será responsável pela implementação do Programa Bolsa Floresta, que é o primeiro sistema de pagamento por serviços ambientais para populações tradicionais do Brasil. Este livro representa uma contribuição muito importante para a política de mudanças climáticas do Brasil, da Amazônia e do Amazonas. Esperamos que os professores da rede pública e privada de ensino possam se inspirar neste texto para inserir na sala de aula o tema de mudanças climáticas globais e suas alternativas de mitigação e adaptação.

Prof. Virgílio Maurício Viana

Diretor Geral da Fundação Amazonas Sustentável – FAS


Mudanças Climáticas - uma preocupação de todos

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Apresentação

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Capítulo 1 - Introdução

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Capítulo 2 - Conceitos importantes para entender as mudanças climáticas

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Qual a diferença entre clima e tempo?

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O que são mudanças climáticas?

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O que é efeito estufa?

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O que é o Aquecimento Global?

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Por que os gases de efeito estufa estão aumentando?

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O Ciclo do carbono e sua relação com as mudanças climáticas

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Qual é a ligação da Fotossíntese com o Ciclo do carbono?

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Capítulo 3 - Principais emissores de gases de efeito estufa (GEE)

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Principais países emissores

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Principais fontes emissoras de gases de efeito estufa no Brasil

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Principais fontes emissoras na Amazônia brasileira

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Como os cientistas sabem o quanto de carbono uma árvore possui?

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Capítulo 4 - Efeitos das mudanças climáticas no mundo e no Amazonas

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Capítulo 5 - Ações de combate, mitigação e adaptação às Mudanças Climáticas

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Políticas públicas mundiais

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O Brasil e as mudanças climáticas

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O Amazonas e as mudanças climáticas

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Criação e gestão de Unidades de Conservação

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Capítulo 6 - Alternativas e propostas de combate às mudanças climáticas

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Hidrelétricas

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Biocombustíveis

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Energia solar

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Biomassa

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Energia eólica

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Gestão dos resíduos sólidos no Estado do Amazonas

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Urbanização

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Manutenção das Florestas e serviços ambientais

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Capítulo 7 - Você e as mudanças climáticas

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Capítulo 8 - Finalizando...

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Apêndices

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Anexos

sumário


apresentação

© Antonio

Inhamuns

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Figura 1 Enchente na comunidade Baixio. Iranduba, junho de 2006.

A interação do homem com o meio ambiente é inerente à vida, mas, apenas ao perceber as reações adversas do clima e do ambiente ao comportamento do homem, conseguimos valorizar e nos preocupar com essa interação. O clima do Planeta está mudando. É nosso dever entender porque isso está ocorrendo e mudar nossas atitudes para vivermos num mundo saudável. Na perspectiva de contribuir com o seu trabalho, elaboramos este livro com informações sobre o tema Mudanças Climáticas. Vários aspectos relacionados com este tema tais como: principais conceitos, dados atuais, ações de mitigação e de combate às causas de mudanças no clima serão discutidos, bem como as estratégias de adaptação da sociedade à nova realidade ambiental. A Educação Ambiental integrada ao cotidiano da escola, contribui certamente para a implementação de soluções ecologicamente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis. Ainda mais, quando trabalhada transversalmente com todas as disciplinas e atividades escolares, objetivando a formação do cidadão consciente e atuante. Nesse contexto, é essencial que o estudante tenha contato e aprenda com a natureza enquanto estuda, para despertar um maior interesse pelo ambiente. Usando jogos, dinâmicas de grupo, dramatizações, trabalhos de campo e outras atividades bem direcionadas, você, professor, torna o aprendizado mais divertido e acessível aos estudantes. Professor, você é um importante agente educador, que ao trabalhar este tema com seus estudantes estimulará mudanças de comportamento e de ações para a melhoria de vida de nossa sociedade através da formação de cidadãos mais conscientes e ativos com relação à questão ambiental e à mudança do clima.


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Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

nota sobre a segunda edição

É com imensa alegria que apresentamos a segunda edição do livro “Mudanças Climáticas, uma preocupação de todos”, segundo volume da coleção Educação para a Sustentabilidade. A coordenação de Educação em Mudanças Climáticas do Centro Estadual de Mudanças Climáticas (CECLIMA) iniciou o processo de disseminação dos conteúdos em agosto de 2008, por meio de um projeto piloto em cinco municípios do Amazonas – Manaus, Itacoatiara, Iranduba, Lábrea e Carauari – escolhidos em função de estarem situados na região metropolitana ou no arco do desmatamento. Na primeira etapa do projeto foi feito uma sondagem sobre o trabalho que as escolas estavam desenvolvendo sobre a Educação Ambiental e posteriormente foi realizada uma oficina de formação que teve início com a capacitação de 25 técnicos da SEDUC, por profissionais especializados da SDS (CECLIMA, Secretaria Executiva Adjunta de Articulação Institucional – SEARTI e da Secretaria Adjunta de Florestas e Extrativismo – SEAFE). Durante a formação foram trabalhados conceitos e diferentes diálogos para as propostas das políticas públicas no Amazonas, sendo uma oportunidade de troca de conhecimentos sobre o que Estado tem realizado para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e as ações de fomento ao manejo florestal sustentável na região. Logo após a oficina de formação para os técnicos da SEDUC, foi iniciada a capacitação dos professores da Rede Pública de Ensino, cujo objetivo para 2008 foi atingir aproximadamente 300 professores. Em Manaus ocorreu no período 15 a 26 de setembro de 2008 envolvendo quatro escolas de tempo integral e atendeu cerca de 100 professores e técnicos. Nos municípios de Iranduba e Itacoatiara a capacitação ocorreu entre 29 de setembro a 9 de outubro, e nos municípios de Lábrea e Carauari no período de 21 a 24 de outubro do mesmo ano. O ponto relevante na oficina foi a construção dos projetos interdisciplinares envolvendo as duas temáticas. Uma das metas alcançadas foi o fortalecimento das parcerias para uma gestão conjunta no tratamento das temáticas ambientais, realizando oficinas de formação continuada para o público local. Esta 2ª edição, ampliada e revisada, somente foi possível em função da valorosa contribuição dos docentes capacitados, que adequaram nesta 2ª edição, os conteúdos e a linguagem empregada na primeira versão em escala que atenda os 62 municípios do Estado do Amazonas. A obra também foi validada pela Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado do Amazonas – CIEA-AM que gentilmente encaminhou suas preciosas contribuições que foram imediatamente incorporadas. O desafio desta Coleção é sensibilizar os professores à construírem conjuntamente, novos olhares para a conservação das florestas e das ações preventivas para mitigar as mudanças do clima, em busca de melhorias da qualidade de vida da Amazônia, do Brasil e do Planeta. Outro desafio é incentivar os professores a criarem núcleos e projetos interdisciplinares, numa perspectiva multiplicadora de aproximar a realidade cotidiana para dentro da escola e da comunidade, nortear a educação escolar, na formação do indivíduo para o espírito crítico, hábil para trabalhar a criatividade, ser conhecedor de sua realidade histórica, política, social, cultural e ambiental, capaz de perceber-se agente sócio-ambiental. Portanto, a Educação Ambiental, promovendo mudanças na escola poderá apontar novos rumos para a formação do cidadão.


capítulo 1

o Baleia /Rodrig npeace © Gree

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o ã ç u d o r t in

Figura 2 Enchente no Amazonas. Careiro da Várzea, junho de 2006.

A preocupação com as mudanças climáticas e aquecimento global já começa a fazer parte do cotidiano das pessoas em todo o Planeta. Esses temas são considerados os maiores problemas ambientais enfrentados pelo ser humano em todos os tempos. Por isso, o tema mudanças climáticas está atualmente em grande foco na mídia mundial, sendo constantemente enfatizado pelos meios de comunicação ao longo destes últimos anos. Ouve-se falar diariamente na televisão, nas rádios e nos jornais que a temperatura do Planeta está aumentando e que isto promoverá consequências catastróficas para a vida de todos. Entretanto, as informações passadas ao público tem sido quase sempre simplistas demais e por vezes imprecisas. Assim, este livro direcionado aos professores do Estado do Amazonas tem como função contribuir para o aprimoramento teórico e prático sobre o tema mudanças climáticas e indicar ações educacionais, pessoais e coletivas, que fazem a diferença para combater as mudanças do clima.


1 Ricardo, B; Campanili, M. Almanaque Brasil Socioambiental. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2007.

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Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

Para um melhor entendimento, este livro define as mudanças climáticas como sendo o conjunto de alterações nas condições do clima da Terra, como por exemplo, alterações dos períodos e nas intensidades das chuvas, das secas, nas mudanças das médias de temperaturas entre outros. Este conjunto de alterações está ocorrendo devido ao processo de aquecimento global. E este é causado pelo aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre, em especial nos últimos cento e cinquenta anos. Não existe mais dúvida entre os cientistas de que o clima do planeta Terra realmente já está mudando e que os seres humanos são os maiores responsáveis por estas mudanças climáticas. É importante saber que essas mudanças climáticas terão consequências graves, como o aumento da probabilidade de catástrofes climáticas extremas (furacões, tufões, fortes secas e enchentes, elevação do nível do mar), com profundas consequências para a economia, saúde, qualidade de vida e sustentabilidade dos ecossistemas naturais. O Brasil é um País que também contribui para o processo de aquecimento global. Ele está entre os cinco países que mais emitem gases de efeito estufa do Planeta. Destas emissões muito pouco vem das atividades referentes às indústrias e do setor de transporte. Ao contrário da maioria dos demais países, o Brasil possui uma matriz energética relativamente limpa, com uma grande participação de energias renováveis, como as hidrelétricas. A grande maioria das emissões brasileiras (cerca de 70%) vem do desmatamento e das queimadas florestais, principalmente na região Amazônica1. Em relação à Amazônia, os cenários mais pessimistas apontam para um fenômeno chamado de colapso total da floresta amazônica, com o seu virtual desaparecimento e substituição por cerrados até 2050. Isto afetaria radicalmente a navegabilidade dos rios, a reprodução de peixes, a produtividade agropecuária, a qualidade de vida nas cidades e a sustentabilidade dos sistemas tradicionais de vida dos povos indígenas e ribeirinhos da Amazônia. Entretanto, não se deve desesperar frente às notícias assustadoras sobre o futuro do Planeta ou da Amazônia. Neste momento, o importante é ver esta situação como uma oportunidade “única” de o Brasil obter um reconhecimento, também financeiro, por ser um País que conserva suas florestas. Sabe-se hoje que a floresta amazônica ajuda a manter o ciclo das chuvas, regula o clima do Planeta e também contribui para a manutenção da biodiversidade mundial. Com a floresta em pé ganham as comunidades que vivem destes recursos e ganha o mundo também, portanto, a preocupação de evitar que as florestas sejam derrubadas e queimadas devem fazer parte de uma estratégia global de controle do clima. Além disso, controlar o desmatamento interessa à sociedade amazonense não apenas pelas suas consequências para o aquecimento global, pois sem igapós não existem peixes, e sem as florestas, rios, lagos e igarapés ficam comprometidos. Como seria a vida no Amazonas num cenário destes? Seguramente muito pior para todos: ricos e pobres. Cuidar das florestas, dos rios e das pessoas é garantir, portanto, o desenvolvimento e a sustentabilidade do Planeta.


capítulo 2

r as e d n e t en a r a p s nte a t r o p s im o t i e c n co

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s a ç n a d mu ticas á m i cl São apresentados a seguir alguns conceitos chaves para o entendimento do tema sobre mudanças climáticas e de suas consequências para o planeta bem como para a realidade de nós brasileiros. Estes conceitos básicos aqui transmitidos são importantes para entendimento do conteúdo do livro, como um todo. Também estão apresentadas possíveis perguntas relacionadas ao tema mudanças climáticas e suas respectivas respostas.


Qual a diferença entre

clima e tempo? A meteorologia chama de tempo as condições instantâneas e variáveis da atmosfera, tais como mudança de temperaturas de um determinado lugar, do dia para a noite, mudanças de pluviosidade de um dia para o outro, mudanças de umidade, entre outros1. Clima, por outro lado, são variações do tempo que tendem a seguir um padrão regular, característico de cada região do Planeta. O clima de cada região depende de diversos fatores, como latitude, seu relevo, sua vegetação, a proximidade do mar, e outros. Estes fatores, em geral, não variam rapidamente, de forma que o clima de cada região tende a permanecer constante ao longo dos anos1.

O que são mudanças climáticas? Mudanças climáticas são alterações nas condições do clima da Terra, tais como aquecimento do Planeta, redução das chuvas em determinadas regiões geográficas, aumento da intensidade de furacões, ciclones e secas. As mudanças climáticas são geradas pelo aquecimento global. Este é resultado do aumento do efeito estufa na atmosfera terrestre.

Nossa atmosfera

O que é efeito estufa? A atmosfera é uma camada de gases que envolve o Planeta Terra. Os principais gases são o nitrogênio (N2) e o oxigênio (O2) que, juntos, compõem cerca de 99% da atmosfera. Outros gases encontram-se presentes, mas em pequenas quantidades, incluindo os conhecidos “gases de efeito estufa”. Entre estes estão o gás carbônico (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), o ozônio (O3), os compostos de cloro, flúor e carbono (geralmente chamados de CFCs) e também o vapor d’água (H2O). Esses gases são denominados gases de efeito estufa por terem a capacidade de reter

Argônio

Metano

0,93%

0,0002%

N2

78,1%

Hélio

0,0005%

Neon

abaixo de

0,002%

CO2

O2

próximo de

0,3%

21%

H2O Vapor de água 0 a 4% Figura 3 Gases de efeito estufa

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

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o calor na atmosfera, funcionando do mesmo modo que uma estufa para o cultivo de plantas. Eles permitem que as radiações solares atravessem a atmosfera e aqueçam a superfície terrestre, mas esta camada de gases dificulta a saída da radiação infravermelha emitida pela Terra, impedindo assim que ocorra grande perda de calor para o espaço, principalmente à noite. Esse processo mantém a Terra aquecida1. A temperatura da superfície terrestre é controlada por muitos fatores, entre os quais o efeito estufa, que funciona de forma semelhante a uma estufa de vidro. Os gases-estufa, contudo, absorvem a radiação infravermelha conservando-a e aquecendo partes mais baixas da atmosfera. O efeito estufa (figura 3) é um fenômeno natural que acontece há milhões de anos, ele é muito importante para a manutenção da vida no Planeta, tal como conhecemos, pois sem ele a temperatura média da Terra seria 33ºC mais baixa1. As ações do homem nos últimos 150 anos, relacionadas principalmente à utilização de combustíveis fósseis e ao desmatamento das florestas tropicais mundiais, têm contribuído para emissões cada vez maiores destes gases de efeito estufa na atmosfera. Este acréscimo está promovendo o aumento do efeito estufa, gerando consequentemente o aquecimento global.

parte dos raios são refletidos pela atmosfera

es

atmosfer at err

tre

raios solares

raios infra-vermelho retidos pela atmosfera

Figura 4 Efeito estufa Parte dos raios solares que atingem a Terra atravessa a atmosfera e aquece a superfície terrestre. Aquecida, ela emite raios infravermelho. Parte deles é retida pelos gases de efeito estufa que compõe a atmosfera. Dessa forma, o planeta Terra não perde muito calor, mesmo à noite. Esse efeito de retenção de calor ao redor do Planeta se chama 2 http://www.climaedesmatamento.org.br/abc

Efeito Estufa.


Aquecimento Global?

O aquecimento global basicamente é um fenômeno climático de grande proporção que provoca um crescente aumento da temperatura média da superfície terrestre. Este processo vem sendo determinado pelos últimos 150 anos de civilização humana. Isso vem ocorrendo em razão de um progressivo aumento na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre, principalmente devido à ação do ser humano. O aquecimento global é resultado da amplificação do efeito estufa.

Por que a concentração dos gases de efeito estufa está aumentando? O excesso de gás carbônico (CO2) que atualmente é lançado para a atmosfera resulta da queima de combustíveis fósseis (gás natural, carvão mineral e, especialmente, petróleo) principalmente pelos setores industriais e de transporte. Os reservatórios naturais de carbono e os sumidouros (ecossistemas com a capacidade de absorver gás carbônico) também estão sendo afetados por ações antrópicas, ou seja, pelas ações promovidas pelos seres humanos. O desmatamento e as queimadas florestais estão contribuindo para o efeito estufa, uma vez que liberam principalmente gás carbônico para a atmosfera1. O metano (CH4) é o segundo gás estufa em importância antrópica e é 20 vezes mais potente que o gás carbônico, e suas concentrações vem aumentando rapidamente, chegando a duas vezes e meia o valor referente há um século. As principais fontes antroContribuições dos pogênicas do metano estão na atividade agrícola, produzidas pela fermentação 2 gases de efeito estufa das bactérias anaeróbicas associadas aos arrozais, pela fermentação entérica dos ruminantes e pela queima de biomassa. O óxido nitroso (NO2) de origem antró18% pica é emitido, principalmente, no processo biológico da nitrificação e desnitrificação do solo, especialmente pelo emprego em grande quantidade de fertilizantes ni12% 53% trogenados nas últimas décadas. A concentração de gases de efeito es2 2 tufa, na atmosfera, começou a aumentar 17% no final do século XVIII, quando teve início a Revolução Industrial, a qual demandou a utilização de grandes quanti4 dades de carvão mineral e petróleo como fontes de energia. Figura 5

outros

NO

CO

CH

Percentual dos gases-estufa

1 http://www.climaedesmatamento.org.br/abc 2 Fonte: Robert Henson, 2006. Climate change. The symptoms. The science. The solutions.

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Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

O que é o


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As figuras a seguir mostram a correlação entre concentração de gás carbônico atmosférico e variação da média de temperatura da atmosfera nos últimos anos. Por meio destes gráficos, pode-se perceber que as médias das temperaturas globais acompanharam as variações de concentração de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Quanto mais concentrações de gás carbônico na atmosfera terrestre, maior é o efeito estufa e, consequentemente, maior será a média de temperatura mundial. Nesses mesmos gráficos, percebe-se que as concentrações de gás carbônico atmosférico (e consequentemente da temperatura média mundial) sofreram um rápido aumento em valor, nas últimas décadas. Também é possível perceber que esse rápido aumento coincide com o início da Revolução Industrial (fim do século XVIII). Com isso, confirma-se que o aumento de temperatura global atual tem forte correlação com as emissões de gás carbônico resultantes de ações antropogênicas.

Aumento na concentração global de CO2 (partes por milhão)

Aumento da temperatura média do planeta (ºC)

Figura 6 Correlação entre concentrações atmosféricas de gás carbônico e variações de temperaturas médias mundiais, nos últimos anos. É importante observar que houve um grande aumento de emissões de gás carbônico, e consequentemente, um grande aumento da temperatura mundial, nos últimos 150 anos (após o início da Revolução Industrial).

Gráfico do aumento de temperatura: Fonte: UCAR & NOAA. Outubro de 1997. Reports to the Nation on Our Changing Climate. Gráfico do aumento de emissões de CO2: Fonte: TP Whorf Scripps, Mauna Loa Observatory, Hawai, Instituto de Oceanografia (SIO), Universidade da Califórnia, EUA, 1999 .


O Ciclo do carbono

e sua relação com as mudanças climáticas: 19

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

Existem dois tipos de ciclo do carbono: o geológico e o biológico. O geológico opera numa escala de milhões de anos e está integrado a própria estrutura do planeta, desde sua formação, cerca de 4,5 bilhões de anos. Neste caso, mais de 99% deste carbono está contido na litosfera, sendo a maioria, armazenado em rochas sedimentares (carbono inorgânico) e também em depósitos de combustíveis fósseis (carbono orgânico). O ciclo do carbono inorgânico funciona da seguinte maneira: Por meio dos processos de erosão (ex.: chuva), o carbono contido nas rochas é arrastado para os oceanos, e é depositado no fundo do mar. Estes sedimentos vão se acumulando ao longo de milhares de anos, formando rochas sedimentares, como as rochas calcárias. O ciclo continua quando as rochas sedimentares do leito marinho são arrastadas para o manto da Terra, por um processo de subducção (processo pelo qual uma placa tectônica descende por baixo de outra). Desta forma, as rochas sedimentares são sujeitas a grandes pressões e temperaturas debaixo da superfície da Terra, derretendo e reagindo com outros minerais, libertando gás carbônico. O CO2 é devolvido a atmosfera através das erupções vulcânicas e outro tipos de atividades vulcânicas, completando-se assim o ciclo. Em comparação com o ciclo geológico, o ciclo biológico do carbono é relativamente rápido e estima-se que a renovação do carbono atmosférico leve aproximadamente 20 anos. Na ausência da influência antropogênica (causada pelo homem), no ciclo biológico existem três reservatórios: terrestre, atmosfera e os oceanos. Este ciclo desempenha um papel importante nos fluxos de carbono entre os diversos reservatórios, através dos processos da fotossíntese e da respiração. Por meio do processo da fotossíntese, as plantas absorvem a energia solar e o CO2 da atmosfera, produzindo oxigênio e compostos de carbono (açúcares como a glicose), que servem de base para o crescimento das plantas. As plantas, assim como os animais, utilizam essa glicose pelo processo de respiração, utilizando a energia contida nos compostos de carbono e emitindo CO2. Juntamente com a decomposição orgânica (forma de respiração das bactérias e fungos), a respiração devolve o carbono, biologicamente fixado nos reservatórios terrestres, para a atmosfera, fechando o ciclo. O reservatório oceânico é o maior dos três, representa quase 50 vezes mais que o atmosférico. A quantidade de CO2 que o oceano absorve depende da temperatura do mesmo e da concentração já presente. Temperaturas baixas da superfície do oceano potencializam uma maior absorção do CO2 atmosférico, enquanto temperaturas mais quentes podem causar a emissão de CO2. O homem moderno passou a interferir em ambos os ciclos: geológico e biológico. Até antes da Revolução Industrial, o carbono orgânico armazenado na litosfera, estava equilibrado. Com a industrialização e a intensificação da queima de combustíveis fósseis (como o carvão mineral) para a geração de energia, a emissão de gás carbônico para a atmosfera tornou-se maior


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que a capacidade natural de absorção. A degradação do meio ambiente, como a poluição de rios e oceanos e o desmatamento de florestas, alterou o ciclo biológico do carbono, diminuindo a vida nos oceanos e a cobertura florestal. O carbono, na forma de petróleo e carvão mineral, que havia levado milhares de anos para ser armazenado no solo e nos oceanos, passou a ser liberado pelas atividades humanas de volta para atmosfera em um espaço de tempo muito curto, impossibilitando que o ciclo natural o traga de volta para os reservatórios naturais. As florestas possuem um papel muito importante porque são capazes de retirar parte do gás carbônico (CO2) da atmosfera por meio da fotossíntese. Porém, estas florestas vem sendo destruídas pela ação do homem em um ritmo acelerado e alarmante, sendo que as florestas do hemisfério norte, principalmente Europa e Estados Unidos, já estão praticamente dizimadas. Os oceanos, que possuem o maior estoque de carbono, vem sendo degradado regularmente fazendo com que a capacidade de absorção de carbono diminua cada vez mais. Como o clima está intimamente associado a estes ciclos, a interferência humana desequilibra a concentração de carbono nos reservatórios (oceanos, atmosfera e terrestre) e como consequência o processo natural de aumento de temperatura é acelerado, causando mudanças drásticas no clima.

queima de combustíveis fósseis

respiração dos seres vivos (animais e plantas)

queimadas florestais

fotossíntese das plantas terrestres

Figura 7 O ciclo do carbono

fotossíntese das algas

respiração das algas e animais marinhos


Qual é a ligação da fotossíntese

com o ciclo do carbono?

oxigênio (O2) Figura 8 Processo de fotossíntese

21

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

A fotossíntese é um processo essencial à sobrevivência dos vegetais (plantas, árvores e algas), pois ela é a responsável pela produção de nutrientes e energia para tais organismos. Trata-se de um processo que transforma energia luminosa em energia química processando o dióxido de carbono (CO2), água e minerais, produzindo compostos orgânicos e oxigênio (O2). Durante o dia, com a ajuda da energia solar, a planta transforma gás carbônico em compostos orgânicos, que são utilizados no seu processo de respeiração, que nada mais é que o inverso da fotossíntese, para gerar a energia vital ou para formação de massa ou biomassa. O crescimento das florestas e os reflorestamentos são grandes ações para a redução dos efeitos das A formação de biomassa significa crescimento mudanças climáticas por causa de sua capacidade estrutural da planta e/ou árvore. Isso quer dizer de sequestrar o carbono atmosférico (CO2) para a que a medida que a árvore fica mais alta ou grosprodução de energia dessas árvores pela fotossíntese sa ela está acumulando massa, ou compostos de como consequente formação de biomassa vegetal. carbono (madeira, celulose entre outros). Esse crescimento vegetal, em termos de carbono, pode ser entendido também como fixação ou sequestro de carbono. Desta forma, quanto mais árvores forem plantadas e crescerem, maior será o sequestro de carbono atmosférico para a transformação em biomassa, e menor será a concentração de CO2 na atmosfera, reduzindo-se assim as causas do aquecimento global, e das mudanças climáticas. É importante lembrar que as árvores sequestram (e estocam) o carbono atmosférico em sua biomassa, quando crescem. Mas, elas também podem emitir grandes quantidades de gases de efeito estufa (ex.: gás carbônico e metano), quando morrem energia solar e são decompostas gás carbônico (CO2) pela ação do tempo ou quando derrubadas e/ou queimadas O crescimento das florestas e pelo homem. os reflorestamentos são ações importantes para reduzir os efeitos das mudanças climáticas por causa do sequestro do carbono atmosférico (gás carbônico - CO2) para a formação de biomassa vegetal (fixação do carbono).

água e sais minerais


capítulo 3 ais p i c n i r P 22

s e r GEE) ( o a s f u s emaises de Efeito Est de

G

Principais países emissores Historicamente, os países industrializados tem sido responsáveis pela maior parte das emissões globais de gases de efeito estufa. Um relatório das Nações Unidas, divulgado em novembro de 2007 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas-IPCC, indica que as emissões de gás carbônico de países do Anexo I (Alemanha, Austrália, Áustria, Bielo Rússia, Bélgica, Bulgária, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos da América, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretânia, Irlanda do Norte, Romênia, Suécia, Suíça, Turquia, e Ucrânia) atingiram em 2005 seu segundo maior nível desde 1990. Os Estados Unidos, maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, e a Rússia foram os que mais emitiram. Atualmente, porém, vários países em desenvolvimento, enVale lembrar que os países tre eles China, Índia e Brasil, também se encontram entre os desenvolvidos converteram suas florestas para outras formas de grandes emissores. A China já é o segundo maior emissor munuso da terra bem antes de 1950. dial. No entanto, numa base per capita, os países em desenvolvimento continuam tendo emissões mais baixas do que os países industrializados. Em relação às fontes emissoras de gases de efeito estufa, também é possível observar um padrão global. Enquanto a maior parte das emissões decorrentes da queima de combustíveis fósseis provém dos países industrializados, as emissões decorrentes das mudanças no uso da terra (desmatamento e queimadas) tem como seus maiores responsáveis os países em desenvolvimento. Os países desenvolvidos foram responsáveis por mais de 75% das emissões de gás carbônico até o momento. Por outro lado, as emissões do gás carbônico, nos países em desenvolvimento, foram basicamente devidas às mudanças de uso da terra. Segundo o Quarto Relatório de Avaliação do IPCC (2007)1, as distribuições das emissões globais de gases de efeito estufa, por setor, em 2004, são os do gráfico na página seguinte.

1 ONU, IPCC, 2007. Fourth Assessment Report. Climate Change 2007: Synthesis Report.


suprimento de energia indústria

7,9%

25,9%

13,1% 13,5%

19,4%

17,4%

mudança de uso do solo

resíduos edificações comerciais e residenciais transporte agricultura Figura 9 Percentual de emissões por setor

© Greenpeace/Daniel Beltrá

Principais fontes emissoras de gases de efeito estufa no Brasil No Brasil, aproximadamente 70% das emissões de gases de efeito estufa decorrem do desmatamento e de outros usos da terra. Os 30% restantes são provenientes da queima de combustíveis fósseis para obtenção de energia. A proporção de emissão de gases de efeito estufa pelo setor energético brasileiro é baixa em razão da existência de uma matriz energética relativamente limpa, baseada na energia hidrelétrica. Esses dados indicam que a melhor forma de o Brasil contribuir para a mitigação das mudanças climáticas globais é através da diminuição efetiva do seu desmatamento, principalmente na Amazônia. Além disso, vale lembrar que também se faz necessário a transformação da atual matriz energética brasileira em uma outra mais limpa e menos dependente de combustíveis fósseis.

Figura 10 Fogo na floresta Amazônica, Pará, agosto de 2007

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Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

2,8%

Emissões mundiais


Principais fontes emissoras na Amazônia brasileira:

24

A Amazônia brasileira tem perto de 5 milhões de km² distribuídos na região Norte do Brasil (TCA, 1992)1. A média de área desmatada anual na região, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe, 2009)2 é de, aproximadamente, 12 mil km². Ao aplicar o modelo matemático, calcula-se que perto de 150 milhões de toneladas de carbono são emitidas na região amazônica, anualmente. Isso sem considerar as emissões através da geração de energia, queima de combustíveis fósseis, emissões na agricultura e durante o tratamento de resíduos. No Amazonas, um dos estados que possui menor taxa de desmatamento da região Norte, tendo 98% da floresta preservada, estão armazenadas cerca de 24 bilhões de toneladas de carbono. Se suas florestas forem derrubadas para criação de pastos ou para produções agrícolas, boa parte desse carbono será emitida para a atmosfera, agravando mais ainda o aquecimento global. Além da Floresta Amazônica servir atualmente como um gigantesco reservatório de carbono, ela também retira parte do gás carbônico atmosférico, para desenvolver-se. Esse “sequestro de carbono”, feito por meio do processo fotossíntese, é em média, de 1,16 toneladas de carbono por hectare. Para cada hectare de floresta não desmatada, uma tonelada de carbono é sequestrada da atmosfera para a biomassa florestal por ano. Analisando-se com calma esta questão, pode-se perguntar: Quanto todo esse estoque de carbono e a emissão de gases de efeito estufa representam em medidas popularmente conhecidas?

Uma tonelada de carbono é equivalente a 3,7 toneladas de CO2. Um litro de gasolina gera 2,164 kg de CO2. Ao desmatar um hectare de floresta são emitidos 592 toneladas de CO2. O equivalente a queimar 274.500 litros de gasolina. Um carro popular, por exemplo, possui um tanque com capacidade de 45 litros de gasolina, essa quantidade de gasolina é suficiente para abastecer mais de 6 mil carros populares de tanque cheio. Então, desmatar um hectare de floresta amazônica é equivalente, em quantidades de carbono emitido, à combustão de gasolina por 6 mil carros populares.

1 TCA (Tratado de Cooperação Amazônica). Amazonia Without Miths. Comission on Development and Environment for Amazônia. Quito - Equador, p. 99, 1992. 2 PORTAL DO INPE: http://www.inpe.br


Como os cientistas sabem a quantidade de carbono uma árvore possui?

Mas, como os cientistas chegaram a esses números?

A primeira etapa para calcular a biomassa e carbono de árvores é definir uma área de floresta (por exemplo, uma área no tamanho de 10m x 10m) chamada de “parcela florestal”. Na segunda etapa, os diâmetros de “todas” as árvores dentro dessa área são medidos numa altura padrão de 1,30m do solo. A terceira etapa envolve a derrubada de todas essas árvores medidas e as suas partes são separadas em folhas, frutos, galhos, raízes e tronco, para cada árvore. Por ser a parte mais pesada, o tronco é cortado em pedaços pequenos. O próximo passo é pesar separadamente essas porções. Para isso é utilizada uma balança “especial” e a somatória dos pesos de todas essas partes é igual ao peso total da árvore. Todos esses procedimentos são feitos na própria floresta. Para a obtenção da quantidade de carbono contida na árvore, uma amostra de cada uma de suas partes é retirada, ou seja: separa-se um pouco das folhas, alguns pedaços de galhos e de raízes e, do Para saber o quanto de carbono existe na tronco, é cortada uma fatia fina, de 1 cm de espesfloresta toda, basta fazer uma regra de três. sura. Os pesos de cada uma destas amostras são obLembrando que 1 hectare tem 10.000 m². Suponha que em 100 m² exista 1 tonelada tidos e assim teremos o chamado “peso fresco”. de carbono, em 10.000 m² tem 100 tonelaDepois disso, essas amostras são colocadas para das de carbono. E assim se estima quanto de secar em uma estufa. Os pesos das amostras são carbono existe na floresta amazônica. monitorados diariamente até que não haja mais diminuição, devido à perda de água. Quando ocorre essa estabilidade, sabemos que o peso seco das amostras foi atingido. As amostras secas são 100 m2 . . . . . . 1 tonelada enviadas para um laboratório, que, com métodos sofisticados e equipamentos avançados, determina 10.000 m2. . . . x toneladas a quantidade de carbono existente. Para cada árvore contida na parcela é realizax = 10.000/100 do esse mesmo procedimento. Assim se obtém a quantidade, em quilos, de carbono existente na x = 100 toneladas área estudada.

1 Silva, R.P. 2007. Alometria, estoque e dinâmica da biomassa de florestas primárias e secundárias na região de Manaus (AM). Tese de Doutorado, Curso de Ciências de Florestas Tropicais do INPA. 135p.

25

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

Atualmente sabe-se que, em média, 40% do peso total de uma árvore é água. Desconsiderando-se o peso da água, o que sobra é o chamado de “peso seco” ou “biomassa seca”. Aproximadamente 50% da biomassa seca é composta exclusivamente de carbono.


capítulo 4

Enofeitos das mudanças climáticas mundo e no amazonas 26

O que pode acontecer se nada for feito para mitigação e combate das mudanças climáticas? As figuras a seguir mostram o que pode ocorrer no Planeta Terra caso o aquecimento global gere um aumento médio da temperatura terrestre de até 5º C.

Principais impactos em função do aumento da temperatura média do globo saúde * aumento da gravidade da desnutrição, diarréia, doenças cardiorespiratórias e infecciosas * aumento da morbidade e mortalidade com ondas de calor, inundações e secas * mudança de distribuição de vetores de algumas doenças

* sobrecargas substanciais sobre serviços de saúde

zona costeira

* aumento de danos por inundação e tempestades

* milhões de pessoas podem sofrer inundações costeiras anualmente

* em torno de 30% de várzeas costeiras perdidas na terra

alimentos

* impactos negativos localizados e complexos para pequenos produtores e pescadores * tendência de alguns cereais sua produtividade em média a altas latitudes * tendências à redução de produtividade

* redução de produtividade de todos os cereais em baixas latitudes * queda de produtividade de cereais em algumas regiões

ecossistema

* aumento do branqueamento de corais * aumento de deslocamento das espécies e riscos de incêndios silvestres * até 30% de espécies com aumento de risco de extinção * biosfera terrestre tende a ser fonte de carbono com -15% * mudanças nos ecossistemas pela debilidade do giro da circulação meridional

água * aumento da disponibilidade de água nos trópicos úmidos e altas latitudes * redução de disponibilidade de água e aumento de secas em latitudes médias e latitudes baixas semi-áridas * centenas de milhões de pessoas expostas ao agravamento do stress de água

* mortalidade massiva de corais * -40% do ecossistemas afetados * significativas extinções na terra

Figura 10 Mudança média da temperatura


Principais impactos no mundo em função do aquecimento global 27

Regiões polares América do Norte * aumento de ondas de calor * 70 a 120% de aumento de incêndios florestais no Canadá

Europa * diminuição da disponibilidade de água * diminuição do potencial de colheita de trigo

* deserto polar substituído por tundra * aumento do degelo anual, reduzindo de 20 a 30% as áreas permanentemente congeladas

Ásia * mais de 7 milhões de pessoas em risco de enchentes costeiras * redução de milho e trigo na Índia e na China

América do Sul * provável extinção de espécies do Cerrado, Pantanal e Amazônia * mais de 200 milhões de pessoas com problemas de inundação

África * aumento da desertificação * mais pessoas com problemas de inundação * espécies do Sub-Saara com risco de extinção

Pequenas ilhas * aumento de casos de inundação costeira * colonização de ilhas de médias e alta latitudes por espécies exóticas * perdas na agricultura

Austrália e Nova Zelândia * de 3 a 5 milhões de mortes causadas por calor por ano * branqueamento anual da Grande Barreira de Corais * redução de água disponível no sul e leste da Austrália e partes do leste da Nova Zelândia

Figura 11 Mudança média da temperatura

O quadro acima mostra quais são as possíveis consequências do aquecimento global para os continentes do globo terrestre. Observando-se os quadros fica fácil perceber o quão catastrófico pode ser o destino humano caso nada seja feito, imediatamente, para conter o aquecimento global.


capítulo 5

Ações de combate,

mitigação e adaptação 28

às

Mudanças Climáticas

Neste capítulo, é apresentado um histórico do que já foi feito no mundo, no Brasil e no Estado do Amazonas em termos de políticas públicas de mitigação, de combate e de adaptação às mudanças climáticas.

1) Políticas públicas mundiais A primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente foi em Estocolmo, na Suécia, em 1972. Esta conferência teve um papel muito importante, pois foi a primeira vez que vários países do mundo discutiram seriamente a questão ambiental. Nesta época, já estavam preocupados, principalmente, com o grande consumo de combustível fóssil no período do pós-guerra. Dois anos depois, cientistas ameMitigação é definida como a intervenção humana ricanos e europeus identificam alguns gases para reduzir as emissões de gases de efeito estufa como gases de efeito estufa (clorofluorcarboe melhorar os sumidouros de carbono, tais como nos, metano e óxido nitroso). florestas e oceanos. É qualquer medida, política ou Enquanto o mundo se preocupava com o alto ação como: evitar o desmatamento, ampliar o uso de consumo de combustíveis fósseis, no Brasil, o energia renovável e expandir o transporte público são problema era outro. A principal fonte de emisalguns exemplos de medidas de mitigação. Adaptação refere-se a ajustes nos sistemas natural são brasileira já era a derrubada e queimada e humano, em respostas a estímulos climáticos e seus das florestas (substituição da cobertura vegetal efeitos, de forma a reduzir os seus danos e explorar do solo). Desde então já havia a consciência suas oportunidades benéficas. O tempo de adaptação de que o desmatamento na Amazônia era alarrefere-se ainda às medidas necessárias para adaptar mante. Em 1988, o Brasil fez o primeiro leatividades humanas aos impactos irreversíveis de vantamento do desmatamento na Amazônia, e mudança de clima. Por exemplo, se em determinada região houver diminuição de chuvas, eventualmente com isso, o mundo se chocou com as notícias o sistema de captação e abastecimento público de referentes a um grau de desmatamento superior água terá que ser adaptado aos mananciais que a 20 mil km² (o equivalente à uma área de 2,5 continuarem disponíveis. milhões campos de futebol) de florestas desmaMitigação e Adaptação são estratégias distintas tadas, no período de 1978 a 1987. de resposta à mudança do clima: enquanto mitigação Em 1988, o Painel Intergovernamental sobre é a prevenção indireta de danos, por meio de emissões, a adaptação é a prevenção direta de danos. Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês)


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Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Este painel é composto por um grupo internacional de cientistas de referência mundial na área de mudanças climáticas. O IPCC é encarregado de publicar atualizações regulares sobre o estado de conhecimento das mudanças no clima mundial. Em 1989, a Assembléia Geral das Nações Unidas decide realizar uma segunda Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, e no ano seguinte o IPCC divulga o seu primeiro relatório, registrando que os níveis de gases de efeito estufa produzidos pelo homem estavam aumentando na atmosfera, e que isto causaria o aquecimento global. Em 1992, no Rio de Janeiro, os países membros da ONU voltaram suas atenções ao combate do desmatamento, e deram mais atenção às mudanças climáticas. Esse encontro ficou conhecido como a Rio-92. A preocupação com o tema mudanças climáticas foi unânime, tanto que durante a Rio-92 foi criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC, sigla em inglês). Nesta convenção foi acordado que as emissões de gases de efeito estufa deveriam ser estabilizadas. Depois da Rio-92, foi assinado o primeiro acordo internacional sobre mudanças climáticas, no dia 21 de março de 1994, por 182 países, inclusive o Brasil. O objetivo era estabilizar, voluntariamente, as emissões dos gases de efeito estufa. Em 1997, percebeu-se que as emissões de gases de efeito estufa não diminuiram em ao menos 5% em relação ao que era emitido em 1990. Neste momento foi criado o Protocolo de Kyoto. O protocolo estabelece metas de redução de emissão dos gases causadores do efeito estufa aos países desenvolvidos. As nações desenvolvidas (anexo 1) que assinaram o documento deveriam diminuir suas emissões de gases de efeito estufa em 5,2% em relação ao que foi emitido em 1990. O prazo estabelecido para atingir tais metas é de 2008 a 2012. Este prazo é conhecido como primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto. O protocolo entrou em vigor em fevereiro de 2005, depois que a Rússia (um dos maiores emissores mundiais) ratificou o Protocolo em 2004 e, este passou a ser uma lei internacional e representa o primeiro passo concreto no sentido de evitar o aquecimento global e, consequentemente, reduzir as consequências trágicas que vêm sendo traçadas em razão da intensificação das mudanças climáticas. As negociações agora giram basicamente em torno do que será feito depois de 2012, quando termina a vigência do protocolo.


2) O Brasil e as mudanças climáticas

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O Brasil ratificou a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em 1994. No mesmo ano, o Brasil criou a Coordenadoria de Mudança do Clima, por meio do Dec. 1.160/1994, no âmbito da Comissão Interministerial para o Desenvolvimento Sustentável (Cides). Em 1999 foi criada a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima (CIMGC), sob a presidência do Ministro da Ciência e Tecnologia e vice-presidência do Ministro do Meio Ambiente, destinada a coordenar “a implementação das ações necessárias ao cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil por força da Convenção do Clima”. A Comissão funciona na sede do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e dispõe de um site (www.mct.gov.br/clima) onde reúne as informações referentes à construção da Comunicação Nacional, fonte principal deste estudo. O Governo Federal vem, desde o início da década de 1990, promovendo algumas políticas de combate às mudanças climáticas: Dentre as principais políticas podemos citar: • 1991 - Criação da Unidade de Assessoria para Mudanças Climáticas, dentro do Ministério de Ciência e Tecnologia. • 1999 - Criação da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, que tem como responsabilidade tratar das questões dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). • 2000 - Formação do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que objetiva promover discussões e conscientização social relativos ao tema mudanças climáticas. • 2004 – Elaboração do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal. Nesse plano foram criados cerca de 20 milhões de hectares de Unidades de Conservação Federais. • 2007 – Aplicação do Programa Brasileiro de Álcool Combustível que, desde julho do mesmo ano está adicionando 25% de álcool à gasolina comercializada. • 2007 – Criação da Secretaria Nacional de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, no Ministério do Meio Ambiente (MMA). Essa secretaria está, no momento, subsidiando o Governo Federal a elaborar o “Plano Nacional de Ação de Enfrentamento das Mudanças Climáticas”.

Para atualizações, quanto às ações do Governo Federal sobre mudanças climáticas acesse:

www.mct.gov.br/clima.


O AMAZONAS

E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS:

O Estado do Amazonas, através do Projeto de Lei 3.135 de 5 de junho de 2007, instituiu a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas. Com esta política estadual de mudanças climáticas, pioneira no Brasil, o Amazonas está voluntariamente colaborando para evitar que as florestas virem fumaça, reduzindo as suas emissões dos gases de efeito estufa. Esta Lei estadual, também institui sete programas visando a mitigação das mudanças climáticas, a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Tais programas são:

I - Programa Estadual de Educação sobre Mudanças Climáticas

Criado para difundir os conhecimentos sobre as mudanças climáticas entre a rede estadual escolar, as instâncias do Governo do Estado e a sociedade civil. A principal ferramenta de trabalho é a publicação deste livro, que é direcionado aos professores de ensino fundamental e médio do sistema estadual de ensino. Também organiza cursos e palestras para os líderes do movimento social, para funcionários públicos e para diversos segmentos da sociedade. Tem como finalidade instituir uma agenda local para a mudança com ênfase na Educação Ambiental direcionada para a compreensão e busca de superação das problemáticas ambientais por meio da ação coletiva e organizada;

II - Programa Estadual de Monitoramento Ambiental Tem o objetivo de monitorar e inventariar, periódica e sistematicamente, os estoques de carbono da cobertura florestal e da biodiversidade das florestas públicas e das Unidades de Conservação do Estado do Amazonas. Esse monitoramento tem como finalidade a gestão sustentável das florestas, a sustentabilidade das suas comunidades e utilização dos futuros mercados financeiros referentes às reduções de emissões de desmatamento;

III - Programa Estadual de Proteção Ambiental Visa o fortalecimento dos órgãos de fiscalização, de licenciamento ambiental e auxilia na formação de agentes ambientais voluntários;

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

O QUE O AMAZONAS TEM FEITO PARA MITIGAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

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IV - Programa Bolsa Floresta 32

É um dos primeiros programas brasileiros a instituir o pagamento por serviços e produtos ambientais às comunidades tradicionais pelo uso sustentável dos recursos naturais e conservação da floresta. Este programa objetiva reconhecer, valorizar e compensar as populações tradicionais do Amazonas (os guardiões da floresta) pelo seu papel na conservação das florestas, dos rios, dos lagos e dos igarapés. Com o Bolsa Floresta, o Governo do Amazonas está reconhecendo que a conservação das florestas é resultado das atitudes das pessoas, especialmente daquelas que vivem nos beiradões e no interior da floresta. Ele é um benefício repassado para quem ajuda a manter a floresta em pé. Pois a floresta em pé gera serviços ambientais. O Programa Bolsa Floresta teve suas primeiras ações em setembro de 2007. Até abril de 2008, foi executado e coordenado pelo Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS. A partir de abril de 2008, o Bolsa Floresta passou a ser executado e coordenado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), uma instituição privada com a missão de gerenciar os serviços ambientais das unidades de conservação do Estado do Amazonas.

Demonstrativo dos serviços oferecidos Tipos de Bolsa Floresta Beneficiado

Valor

Pagamento

Uso do recurso

Bolsa Floresta

Família – Esposa R$ 50,00 por mês

Cartão específico do Programa

Despesas da família

Bolsa Floresta Associação

Associação de Moradores da Reserva

10% do valor anual recebido por todas as famílias de moradores

Repasse direto para a Associação ou crédito no comércio local.

Despesas discutidas e aprovadas pelas comunidades em Assembléia

Bolsa Floresta Renda

Comunidade

Em média R$ 4.000,00 Repasse em equipamento, mate- Para geração por comunidade por ano riais ou crédito no comércio local. de renda na comunidade

Bolsa Floresta Social

Comunidade

R$ 4.000,00 por comunidade por ano

Direto para as Associações.

Para o desenvolvimento social na comunidade

Figura 12 Categorias do Bolsa Floresta


V - Programa Estadual Ambientalmente Responsáveis

de

Intercâmbio

de

Tecnologias Limpas

e

Visa a criação de incentivos para o desenvolvimento de ações e de projetos que utilizem energias alternativas no Estado do Amazonas; de

Capacitação

de

Organismos Públicos

e

Juntamente com o primeiro programa citado, objetiva a difusão da educação ambiental e o conhecimento técnico na área de mudanças climáticas, conservação ambiental e desenvolvimento sustentável;

VII – Programa Estadual de Incentivo à Utilização de Energias Alternativas Limpas e Redutoras da Emissão de Gases de Efeito Estufa Visa a adoção de novas tecnologias ou de mudança da matriz energética, em especial, incrementando o uso do biodisel. Estes programas estão sendo estruturados e implementados no Amazonas pelo Centro Estadual de Mudanças Climáticas (CECLIMA/SDS) em parceria com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

Figura 13 Energia limpa

33

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

VI - Programa Estadual Instituições Privadas


CRIAÇÃO E GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

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Criado pelo Governo do Amazonas em 2003, o Programa de Criação e Implementação de Unidades de Conservação – UCs foi ampliado em 2005 e se transformou na Rede de Conservação do Amazonas. A principal meta dessa rede é promover a gestão das Unidades de Conservação, por meio de equipes técnicas multidisciplinares. As Unidades de Conservação representam um componente fundamental nas estratégias para o equilíbrio do clima, a conservação da biodiversidade e recursos hídricos, melhoria da qualidade de vida e valorização do etnoconhecimento. Foram firmadas novas parcerias e o Estado passou a ter como aliado o programa internacional de áreas protegidas, o Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA). Áreas protegidas são aquelas que têm o seu uso determinado por uma legislação específica. Existem três categorias: terras indígenas, unidades de conservação de proteção integral (Reservas Biológicas – REBIO, Parques Estaduais-PAREST) e unidades de conservação de uso sustentável (Reservas Extrativistas - Resex, Reservas de Desenvolvimento Sustentável - RDS, Área de Proteção Ambiental – APA, florestas públicas etc.) Área (%) Categorias Atualmente as UCs do Estado estão sendo gerenciadas pelo Terras Indígenas 29,15 Centro Estadual de Unidades de Conservação – CEUC sendo UC Federal 14,13 35 unidades de conservação estaduais no Amazonas, no total UC Estadual 10,45 são 16,5 milhões de hectares de áreas protegidas por unidades TOTAL 53,72 de conservação.

Figura 13 Localização das UCs no Estado do Amazonas


UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS

APA CAVERNA DO MAROAGA

APA DA MARGEM DIREITA DO RIO NEGRO – SETOR PADUARI SOLIMÕES

APA DA MARGEM ESQUERDA DO RIO NEGRO SETOR ATURIÁ/APUAUZINHO

APA MARGEM ESQUERDA DO RIO NEGRO - SETOR TARUMÃ-AÇU/TARUMÃ MIRIM

APA NHAMUNDÁ

FLOREST DE APUÍ

FLOREST DE MANICORÉ

FLOREST DE MAUÉS

FLOREST DO ARIPUANÃ

FLOREST RIO URUBU

FLOREST DO SUCUNDURI

PAREST DA SERRA DO ARACÁ

PAREST DO GUARIBA

PAREST DO RIO NEGRO - SETOR NORTE

PAREST DO RIO NEGRO SETOR SUL

PAREST DO SUCUNDURI

PAREST NHAMUNDÁ

PARQUE ESTADUAL SUMAÚMA

RDS AMANÃ

RDS ARIPUANÃ

RDS BARATI

RDS CANUMÃ

RDS CUJUBIM

RDS DO JUMA

RDS DO RIO AMAPÁ

RDS MAMIRAUÁ

RDS PIAGAÇU – PURUS

RDS DO RIO MADEIRA

RDS DE UACARI

RDS DO UATUMÃ

RSD RIO NEGRO

REBIO MORRO DOS SEIS LAGOS

RESERVA EXTRATIVISTA CATUÁ IPIXUNA

RESERVA EXTRATIVISTA DO GUARIBA

RESEX RIO GREGÓRIO

01

02

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34

35

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

Eurunepé e Ipixuna

Apuí

Tefé e Coari

São Gabriel da Cachoeira

Iranduba, Novo Airão e Manacapuru

Itapiranga e São Sebastião do Uatumã

Carauari

Novo aripuanã, Manicoré e Borba

Anori, Beruri, Coari e Tapauá

Fonte Boa, Japurá, Maraã. Uarini, Juruá e Tonantis

Manicoré

Novo Aripuanã

Jutaí

Borba

Apuí

Apuí

Barcelos, Coari, Codajás e Maraã

Manaus

Nhamundá

Apuí

Manaus

Novo Airão

Apui

Barcelos

Apuí

Rio Preto da Eva

Apuí

Maués

Manicoré

Apuí

Parintins e Nhamundá

Manaus

Manaus, Novo Airão e Presidente Figueiredo

Novo Airão, Iranduba e Manacapuru

Presidente Figueiredo

MUNICÍPIOS

09.03.1990 05.09.2003 03.07.2006 01.06.2005 25.06.2004 26.12.2008 09.03.1990 05.09.2003 01.06.2005 25.04.2007

809.268.02 283.117,00 632.949,02 424.430,75 102.978,83 36.900,00 217.486,00 150.465,32 477.042,30

06.07.1989

56.71,15

1.124.000,00

21.01.2005

808.312.18

01.06.2005

02.04.1995

157.807,00

03.07.2006

22.05.2001

146.028,00

216.108,73

1901.2005

72.296,33

589.611,28

09.03.1990

1.818.700,00

05.07.2003

20.01.2005

492.905,27

2.450.381,56

22.12.2003

27.342,00

22.05.2005

19.01.2005

336.040,06

22.354,87

19.07.2003

438.440,32

25.01.2005

19.01.2005

83.381,03

21.01.2005

24.01.2005

185.946,16

113.606,43

09.03.1990

195.900,00

224.290,81

22.05.2001

56.793,00

04.08.1998

22.05.2001

586.422,00

2.313.000,00

22.05.2001

566.365,00

05.09.2003

09.03.1990

374.700,00

51,00

CRIAÇÃO

ÁREAS(ha)

35


capítulo 6

Alternativas 36

e propostas de combate às Mudanças Climáticas O Brasil possui uma matriz energética considerada limpa, por ser baseada em sua maior parte em hidrelétricas e com uma parcela considerável de biocombustíveis. O País figura entre os maiores emissores de gases de efeito estufa, em função das queimadas oriundas do desmatamento, principalmente da Amazônia. Isto representa 70% das emissões brasileiras. A redução do desmatamento aliada à adoção de um pacote de eficiência energética e de fontes não-convencionais de energia (solar-térmica, eólica e biomassa sustentável) poderá levar o País a ser líder e referência no combate às causas do aquecimento global. A seguir são apresentadas algumas propostas e ações para fazer frente a este desafio.

Energia e mudanças climáticas: barreiras e oportunidades para o Brasil O debate internacional desenvolvido especialmente durante os últimos dez anos estabeleceu importantes relações entre o consumo de energia fóssil e suas contribuições para acelerar processos de mudanças climáticas. É crescente a percepção entre cientistas e governantes de alguns países que o processo de decisão sobre desenvolvimento social, e política energética em particular, deve lidar com novas incertezas e riscos de alterações irreversíveis com consequências ambientais e econômicas de difícil predição. As concentrações atmosféricas dos gasesestufa considerados no Protocolo de Quioto (especialmente o CO2) vem aumentando con- “Energia, como educação e a saúde, é um elemento tinuamente devido ao crescente uso de energia essencial ao desenvolvimento da sociedade. Isso fóssil (petróleo, carvão, gás natural) e a mudan- porque a energia está na base da maioria dos processos que visam a satisfação das necessidades humanas: ças no padrão de uso do solo (agricultura, ur- domésticas e comunitárias, agrícolas e industriais. Ela banização, desmatamento). O uso de energia é é necessária para a iluminação, refrigeração, produção responsável por mais de dois terços das emis- de bens, educação e saúde, permitindo uma melhoria do nível de vida em geral.” sões de gases-estufa.


O assunto é complexo, os desafios enormes, mas vale a pena discutir algumas barreiras e mais especialmente, algumas oportunidades que uma transição energética para combustíveis renováveis e tecnologias mais limpas e eficientes podem oferecer a países em desenvolvimento.

A Matriz Elétrica é composta pelas fontes de

geração de energia elétrica utilizadas.

A Matriz Energética é a soma de todas as formas de energia produzidas pela sociedade, incluindo a energia elétrica, mas também combustíveis para transporte, uso residencial e industrial, entre outros. A principal fonte da matriz energética brasileira é o petróleo, que dá origem a derivados, como gasolina, óleo diesel, óleo combustível e querosene.

Fontes de energia não-renováveis

renováveis

Urânio

Geotérmica

Solar

Petróleo

Ondas Gás natural

Hídrica

Marés

Carvão Biomassa

Eólica

Figura 15 Energia

37

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

89% da energia elétrica no Brasil é gerada de fontes renováveis. A média mundial é de 18%.


Geração de energia Ondas

Refinaria

Carvão

38

Gasolina / Gasóleo

Transportes

Gás natural Central térmica Indústria

Biomassa

Eólica

Hídrica

Residencial Eletricidade

Ondas Solar

Geotérmica

Calor

Serviços

Figura 16 Geração de energia da fonte ao consumidor

Quanto à renovabilidade das fontes, em princípio todas podem ser produzidas e repostas na Natureza. Entretanto, para várias delas o processo de reposição natural envolve milhares de anos e condições favoráveis (como é o caso do petróleo), enquanto que a reposição artificial quando não é impossível é absolutamente inviável, envolvendo um gasto de energia igual ou superior à quantidade de energia a ser obtida, ou custos proibitivos (como é o caso da energia nuclear). Estas fontes são aqui classificadas de não renováveis. Da mesma forma, em princípio nenhuma fonte de energia pode ser considerada inesgotável. Entretanto, aquelas cuja utilização pela humanidade não representa qualquer variação significativa em seu potencial, que em muitos casos está avaliado para uma duração de vários milhões (ou bilhões) de anos (energia solar, gravitacional), e aquelas outras, cuja reconstituição pode ser feita sem grandes dificuldades em prazos de apenas alguns anos e até menos, como no caso da biomassa, são aqui designadas fontes renováveis de energia.


Hidrelétricas

Figura 17 A Usina Hidrelétrica de Tucuruí com capacidade de 7.960 Mega Watts (MW) é a maior usina hidrelétrica 100% brasileira.

A alta participação da energia hidráulica na matriz energética é um indicador positivo de nossa contribuição histórica para controle de emissões, mas ao mesmo tempo nos coloca reféns das próprias mudanças climáticas que acrescentam incertezas quanto a vazões de nossos rios e à crescente pressão sobre recursos hídricos para usos múltiplos da água. O regime de chuvas está mudando e temos que providenciar um melhor entendimento do comportamento das vazões de nossos rios que não respondem aos modelos de previsões utilizados durante décadas pelo setor elétrico. Em paralelo, é notório o crescimento de atividades agrícolas, industriais e de abastecimento da população que demandam maiores quantidades de água. A situação de crise de abastecimento de eletricidade vivida durante o ano de 2001 mostrou claramente os limites do sistema hidroelétrico atual, da necessidade de melhor gestão desses recursos e de seu planejamento para diminuição de riscos. Maior diversificação da matriz de geração de eletricidade está sendo buscada através de maior participação de centrais térmicas utilizando principalmente gás natural, que na verdade aumentarão as emissões nacionais de gases-estufa.

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

Arquivo Eletronorte

39


Geração de usinas hidrelétricas participação na matriz energética

11,5%

participação na matriz elétrica

77,4%

potência instalada

40

77.508MW

Brasil no ranking mundial de geração

ores (2007)

Os maiores gerad 1 China

430 TWh 371 TWh

2 Brasil

365 TWh

3 Canadá os 4 Estados Unid

248 TWh

5 Rússia

177 TWh

(por potência) s a ic tr lé e as hidr rasil (%) ncia (MW) B As maiores usin Estado Potê

1º 2º

Ranking Tucuruí I e II o Brasil) Itaipu (parte d

PR

8.370 7.000

... ...

56º

PA

Balbina

AM

250

8,19

6,85

0,24

Figura 18 Dados sobre usinas hidrelétricas


Biocombustíveis

41

© Greenpeace/Rodrigo Baleia

Figura 19 Plantação de cana-de-açúcar no Sudeste brasileiro.

Os biocombustíveis são fontes de energias renováveis, derivados de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, plantas oleaginosas, biomassa florestal e outras fontes de matéria orgânica. Em alguns casos, os biocombustíveis podem ser usados tanto isoladamente, como adicionados aos combustíveis convencionais. Como exemplos, podemos citar o biodiesel e o etanol. O biodiesel é um combustível menos poluente que o diesel tradicional. Apesar de também gerar emissões de gás carbônico (CO2). Estudos indicam que o uso deste tipo de combustível gera emissões de gás carbônico até 80% menores do que o promovido pela queima do diesel de petróleo. Devido a essa característica, ele se torna uma opção menos agressiva ao meio ambiente. O que faz do biodiesel um combustível renovável é o fato de que boa parte do gás carbônico emitido em sua combustão é fixado pelas novas plantações geradoras de biodiesel (cana-de-açúcar, milho, mamona, canola, entre outros).8 O etanol (álcool obtido por meio da cana-de-açúcar) é hoje largamente utilizado como combustível na forma hidratada ou misturado à gasolina. Merece destaque como uma das principais fontes energéticas do Brasil, além de ser renovável e não é muito agressiva ao ambiente.

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

(soja, cana, mamona e outros)


Energia solar

© Greenpeace/Rodrigo Baleia

42

A radiação solar é disponível em praticamente toda a superfície do planeta possuindo um valor máximo de 1000 W por metro quadrado. Obviamente esse tipo de energia não é constante ao longo do dia (ou ano) e utiliza-se a terminologia insolação, justamente para representar essa variação ao longo do tempo por unidade de área. Medições no plano horizontal mostram que a insolação anual na superfície terrestre varia de 800 kilo Watts-hora (kWh) por metro quadrado na Escandinávia a um máximo de 2.500 kWh por metro quadrado em áreas de deserto. Utilizando esses valores para estimar a disponibilidade anual de energia solar, verifica-se que ela é muitas vezes superior ao total de energia consumida no mundo. É, portanto, enorme o potencial da energia solar. No entanto, ainda existem importantes barreiras técnicas no campo de eficiências de conversão e armazenamento que conferem limites bem modestos para sua exploração atual como uma fonte de energia. Mesmo assim, pode-se aumentar consideravelmente a utilização da energia solar em nossa economia. Outra característica desta fonte renovável é a sua “baixa densidade energética” em comparação com combustíveis fósseis, o que oferece desafios para sua utilização nos padrões de consumo que nossas sociedades estão estabelecendo. Para melhor se avaliar o potencial de energia solar disponível é importante considerar suas aplicações. O potencial de maior utilização da energia solar dependerá de como a sociedade será capaz de modificar e adequar as necessidades de energia para seu conforto e produção econômica. Existem duas grandes áreas de aplicações da energia solar: a produção de eletricidade, e suas utilizações para finalidades térmicas. A energia solar pode ser convertida em eletricidade através do efeito fotoelétrico (também chamada conversão fotovoltaica). É ainda, um processo caro e pouco eficiente, muito embora se tenha tido progressos contínuos nas últimas décadas. Além da conversão fotovoltaica, existem ainda as possibilidades de utilização de energia solar com finalidades térmicas, seja para a produção de eletricidade ou não. A radiação solar pode ser empregada para produzir calor à alta temperatura que por sua vez Figura 20 pode ser utilizado para produção de vapor e geraInstalação de painéis solares no escritório do ção de eletricidade. Este é o processo de conversão Greenpeace. São Paulo, dezembro de 2006


Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

43

Figura 21 Média anual de insolação diária no Brasil (horas)1

termo-solar para produção de eletricidade. Essa não é uma forma que tem sido extensivamente utilizada, pois existem diversas barreiras econômicas. É uma tecnologia apropriada para regiões com grande insolação e necessidade de produção remota de eletricidade. Existem possibilidades economicamente mais interessantes de integrar esses sistemas com fontes convencionais criando usinas híbridas solar-fóssil (gás ou diesel, por exemplo). 1 ATLAS Solarimétricodo Brasil. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2000.

No Brasil, a geração fotovoltaica é pouco desenvolvida e grande parte do uso é feita como alternativa off-grid (fora da rede elétrica) em comunidades afastadas da rede elétrica, principalmente em caráter experimental. Com capacidade de apenas 0,02 MW, a Usina de Araras, em Rondônia, é a única solar do país registrada na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).


Energia eólica

© Greenpeace/Rodrigo Baleia

44

© Greenpeace/Rodrigo Baleia

O maior potencial eólico brasileiro está situado em áreas litorâneas do Nordeste e temos cerca de 143 GW1, e até o fim de 2008 o país utilizava apenas 0,2% desse total. A grande parte dos empreendimentos se localizam em pontos bastante fracos da rede de eletricidade do NE, locais onde não se previa a inserção de unidades geradoras de eletricidade e que podem comprometer a qualidade do fornecimento para toda a rede. A tecnologia de geração eólica já se encontra bastante desenvolvida e madura no mercado internacional, mas será necessário adaptálas e rapidamente desenvolver procedimentos para poder prever o comportamento da geração eólica e inseri-la na operação do sistema interligado nacional. É desejável também que um programa energético se preocupe também em gerar bons empregos e desenvolver a indústria nacional.

Figura 22 e 23 O parque eólico de Osório (RS) tem uma capacidade instalada estimada em 150 MW (energia capaz de atender uma cidade de 700 mil habitantes), sendo a maior usina eólica da América Latina.


Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

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Figura 24 Velocidade média anual do vento a 50m de altura1 1 FEITOSA, E. A. N. et al. Panorama do Potencial Eólico no Brasil. Brasília 2003.


Biomassa

46

No campo da biomassa, em que pese a experiência nacional com a implantação do maior programa de biomassa líquida do mundo: o Pró-alcool, que promove a substituição da gasolina. É necessário estabelecer outras iniciativas para substituir outros derivados de petróleo, como o diesel. Muitas das tecnologias para o uso energético da biomassa já são dominadas no país, mas ainda não existe um mercado estável e para isso, deve haver maior participação da indústria nacional. Existem ainda, oportunidades de avanços tecnológicos nessa área que podem colocar o país em condições de destaque e com possibilidades de exportar conhecimentos. Duzentos e cinquenta e nove termelétricas utilizam bagaço de cana como insumo e respondem por 15,2% da potência das termos. Na busca de soluções para promover maior diversificação da matriz energética brasileira, desenvolver e introduzir tecnologias limpas e eficientes que auxiliem e expandam os serviços de energia de maneira econômica e com menores impactos sociais. Esses recursos, se bem coordenados, poderão alavancar e mobilizar outras iniciativas do setor privado que são fundamentais para que o país possa planejar sua transição energética na direção de combustíveis com menor conteúdo de carbono, maior eficiência energética e crescente participação de energia renovável. É necessário, no entanto, que o setor público possua uma alta capacidade de liderança e competência técnica para utilizar os instrumentos mencionados e coordenar atividades entre o setor produtivo, consumidores, governo e centros de pesquisa. O uso de combustíveis Combustível das de biomassa na geração tertermelétricas Usinas por combustível melétrica representava 20% 4% da potência total desse tipo Óleo diesel de usina em novembro de outros 2008, ante 76% de combusBagaço de cana tíveis fósseis. No entanto, o avanço da biomassa tem Gás natural 20% sido muito expressivo. biomassa Resíduos de madeira

21% foi o avanço da energia gerada por biomassa no Brasil em 2007. O volume total foi de 15,5 TWh.

76% fóssil

(unidade) 596 252 85 27

Óleo combustível

20

Outros

61


NOVA ENERGIA A eficiência energética

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ≠ LIGA – DESLIGA O “liga - desliga”. O que é... exatamente ? Cuidado para não criar uma “obsessão” contra o desperdício ligando e desligando, a toda hora, qualquer equipamento ou iluminação. Ao ligarmos qualquer aparelho, (Computador, ar condicionado, reator de lâmpada fluorescente, etc...) há um “choque” elétrico que eleva o consumo ao máximo até a estabilização do funcionamento do aparelho! É ainda bom lembrar que o tempo de vida útil de qualquer equipamento ou aparelho elétrico é muito mais em função do número de vezes que se ligou /desligou que do seu funcionamento em si! Economizar energia, além de reduzir o custo da fatura de energia elétrica, também contribui para

Geração termo e usinas Participação na matriz energética

1,8%

Participação na matriz elétrica

11,9%

Potência instalada

22.392 MW

Geração de energia (2007)

58 TWh

Brasil no ranking mundial de geração

40º

Figura 25 Dados de usinas termelétricas

Diminuição da exploração de recursos naturais não renováveis como o petróleo;

Diminuição dos impactos ambientais entre os quais: redução da queima de combustíveis fósseis, emissão de CO2, compostos nitrogenados e enxofre, chuvas ácidas, efeito estufa, alagamentos, desmatamentos, radiação nuclear etc e

Redução do desperdício e dos gastos possibilitará destinar mais recursos para a área social e contribuirá para a redução dos investimentos públicos na expansão do setor elétrico e para a minimização do impacto ambiental causado pelas estruturas de geração, transmissão e distribuição de energia.

47

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

“Usar energia de forma inteligente e eficiente é conseguir produzir mais com menor quantidade desse insumo, mantendo a qualidade dos produtos e serviços e garantindo o conforto e a segurança.”


Um olhar sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos no Estado do Amazonas 48

Os resíduos sólidos são, sem dúvida alguma, um dos mais sérios e preocupantes problemas brasileiros. Seja pelos aspectos ligados à veiculação de doenças relacionadas com o lixo, onde se proliferam vetores e roedores e, portanto, à saúde pública; seja no que diz respeito às questões ambientais, evidenciada através da contaminação do solo e de cursos d’água, lençóis freáticos, poluição atmosférica oriunda da fumaça/fulige, gases tóxicos resultante da queima do lixo, produção de odores e; seja pelas questões sociais ligadas aos catadores em especial às crianças que vivem nos lixões, em ambiente insalubres, onde se proliferam catadores, que existem na maioria dos municípios, vivendo em condições subumanas.

O Governo do Estado e a Gestão dos Resíduos Sólidos Consciente da grave problemática que é a gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos no Estado do Amazonas, desde sua produção, coleta e disposição final, e do desafio colocado as sedes dos municípios e à sociedade como um todo na minimização dos impactos relacionados com o lixo, o Governo do Amazonas, criou na estrutura orgânica do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas – IPAAM, uma Assessoria Técnica específica de Resíduos Sólidos1. Esta gerência tem por finalidade assessorar os agentes municipais responsáveis pelos serviços de limpeza urbana na elaboração de Plano Local de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos, incluindo os arranjos institucionais necessários ao gerenciamento adequado dos serviços, capacitação e orientações para elaboração de planos de operação e manutenção, abrangendo a coleta e serviços congêneres, e ainda orientações para elaboração de planos de tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos. A Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos compreende um conjunto de ações integradas, articuladas e participativas entre o poder público e a sociedade civil organizada, na busca por soluções compatíveis com a realidade local e com o interesse da comunidade, nas etapas de levantamento do problema, discussão, elaboração, implantação e acompanhamento do plano de gerenciamento proposto. É imperativo, estimular o fortalecimento das relações dos diferentes níveis do setor público com a iniciativa privada, visando ao estabelecimento de “parcerias” para enfrentar os “desafios comuns” e conseguir soluções educativas comunitárias em benefício da comunidade e da melhoria do meio ambiente. Oportuna e estratégica foi à iniciativa do Governo do Amazonas através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS, em promover meios para dotar alguns municípios amazonenses, em especial os da Área da de Influência do Gasoduto Coari-Manaus e da Região Metropolitana, de subsídios para orientação e condições técnicas, organizacionais e gerenciais para o desenvolvimento de seus Planos Locais de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos.


A geração de resíduos sólidos

O Acondicionamento Acondicionar os resíduos sólidos domiciliares significa prepará-los para a coleta de forma sanitariamente adequada, ou ainda compatível com o tipo e a quantidade de resíduo. A qualidade da operação de coleta e transporte dos resíduos depende de seu acondicionamento. A importância do acondicionamento adequado está em: • Evitar acidentes; • Evitar a proliferação de vetores e roedores; • Minimizar o impacto visual e olfativo; • Reduzir a heterogeneidade dos resíduos; • Facilitar a realização da etapa de coleta.

A Coleta e transporte dos resíduos sólidos Coletar o lixo significa recolher o lixo acondicionado por quem produz para encaminhálo a seu local de destinação final. Nos municípios Amazonenses, a prática da coleta regular unificada é utilizada para os resíduos domiciliares e comerciais. Por razões climáticas, no Amazonas, o tempo decorrido entre a geração do lixo e seu destino final não deve exceder três dias para evitar proliferação de vetores e roedores e aumento do mau cheiro.

A Limpeza de Logradouros Públicos A limpeza das ruas e logradouros públicos é de interesse comunitário e deve ser tratada priorizando o aspecto coletivo em relação ao individual, respeitando os anseios da maioria dos cidadãos. Uma cidade limpa aumenta a auto-estima de seus habitantes, melhora a aparência da comunidade, ajuda a atrair novos residentes e turistas, valoriza os imóveis e movimenta os negócios. As operações de limpeza são: • Serviços de varrição; • Serviços de capina e raspagem; • Serviços de roçagem; • Serviços de limpeza de ralos e bueiros.

49

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

A geração de resíduos sólidos é diretamente proporcional ao tamanho da população e ao seu poder aquisitivo. Quanto maior a população e o poder aquisitivo, mais se consome, mais recursos naturais são utilizados e, consequentemente, mais lixo é produzido. Segundo dados do Ministério das Cidades (2008), no Estado do Amazonas a geração per capita de lixo varia de 0,50 a 1,00 kg/hab/dia, ou seja, cada cidadão produz, entre 500 gramas a 1 quilo de lixo por dia, dependendo do porte da cidade onde mora. Atualmente, o grande desafio dos gestores municipais é reduzir ao mínimo sua geração, aumentar ao máximo a reutilização e reciclagem do que foi gerado, promover o depósito e tratamento ambientalmente saudável dos rejeitos e universalizar o atendimento.


Tratamento dos Resíduos Sólidos Define-se tratamento como uma série de procedimentos destinados a reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos, seja impedindo descartes do lixo em ambientes ou local inadequado, seja transformando-o em material inertes ou biologicamente estável, através da incineração, reciclagem e compostagem. 50

A Redução Todo o cidadão, quando possível, deve aprender a reduzir a quantidade dos resíduos sólidos que gera. Deve entender que redução não implica padrão de vida menos agradável. É simplesmente uma questão de reordenar os materiais que usamos no dia-a-dia.

A Reutilização Existem inúmeras formas de reutilizar os objetos, até por motivos econômicos: escrever nos dois lados da folha do papel, usar embalagens retornáveis e reaproveitar embalagens descartáveis para outros fins são apenas alguns exemplos.

A Incineração A incineração é também um tratamento eficaz para reduzir o seu volume, tornando o lixo totalmente inertes em pouco tempo, se realizada de forma adequada. Entretanto, devido seu alto custo de implantação e funcionamento em função da necessidade de instalação de filtros e implementos tecnológicos são pouco utilizados.

A Reciclagem Denomina-se de reciclagem a separação de materiais do lixo, tais como papéis, plásticos, vidros e metais, com a finalidade de fazê-los de volta ‘a indústria para serem beneficiados. Esses materiais são novamente transformados em produtos comercializáveis no mercado de consumo. A reciclagem ideal é aquela proporcionada pela população que separa os resíduos recicláveis em casa, jogando no lixo apenas o material orgânico. Vantagens da reciclagem: • Preservação e conservação dos recursos naturais; • Economia de energia; • Combate ao desperdício; • Economia na frota de veículos da limpeza pública; • Geração de emprego e renda; • Conscientização da população para as questões ambientais. A reciclagem é vista pelos governos e defensores da causa ambiental como solução para o lixo inorgânico (plásticos, vidros, metais e papéis).


A Compostagem

A Destinação Final O processo recomendo para a disposição adequada do lixo domiciliar é o Aterro Sanitário. O aterro sanitário é um método para disposição final dos resíduos sólidos urbanos, construído sobre terreno natural, através do seu confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ao meio ambiente, em particular à saúde e à segurança pública. Em geral, é importante saber que ações de geração de lixo e as formas de tratamento de resíduos estão diretamente relacionados com o aquecimento global e com a mudanças climáticas. A produção exagerada de lixo, assim como a falta de tratamento adequado (não recilagem de materiais) fazem com que mais energia seja gasta para a obtenção de novas matérias primas necessárias para os de produtos comerciais.

papéis/papelão

plástico

vidros

metais

madeira

resíduos perigosos

resíduos de saúde

resíduos orgânicos

Figura 26 Código de cores dos resíduos sólidos recicláveis

51

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

A compostagem é um processo natural de decomposição biológica de materiais orgânicos (aqueles que possuem carbono em sua estrutura), de origem animal e vegetal, pela ação de microorganismos em presença ou não de oxigênio. O composto resultante da compostagem é o Húmus, que é a matéria orgânica homogênea, totalmente bioestabilizada, de cor escura e rica em partículas que aplicada ao solo melhora suas característica físicas para uso agrícola.


Informações adicionais

52

O princípio do “poluidor pagador” encontra-se estabelecido na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81). Isso significa dizer que “cada gerador” é responsável pela manipulação e destino final de resíduo. Integram o sistema de limpeza urbana as etapas de geração, acondicionamento, coleta, transporte, transferência, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos, além da limpeza de logradouros públicos. Lixo ou Resíduos sólidos: restos das atividades humanas, consideradas pelos geradores consideradas pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semi-sólido ou líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional. O manejo ambientalmente correto do lixo deve ir além da simples deposição ou aproveitamento por métodos seguros dos resíduos gerados é necessário mudança de atitude, ou seja, mudar os padrões não-sustentáveis de produção e consumo. Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é a maneira de conceber, implementar e administrar sistemas de Limpeza Pública considerando uma ampla participação dos setores da sociedade com a perspectiva do desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade é vista de forma abrangente, envolvendo as dimensões ambientais, sociais, culturais, econômicas, políticas e institucionais. Isso significa articular políticas e programas de vários setores da administração e vários níveis de governo, envolver o legislativo e a comunidade locais, buscar garantir os recursos e a continuidade das ações, identificar tecnologias e soluções adequadas à realidade local.

Urbanização A forma de urbanização das sociedades modernas afetam diretamente nas causas das mudanças climáticas, pois estão relacionadas ao processo de aquecimento global. Entre os principais fatores urbanísticos que contribuem para as mudanças climáticas, pode-se citar: • Pequena quantidade de áreas verdes urbanas; • Desperdício energético nos locais de trabalho e nas moradias; • Que no Brasil as prefeituras coletam diariamente 228.413 • Pouco aproveitamento de transtoneladas de lixo? portes urbanos eficientes; • Que dos 5.670 municípios brasileiros apenas 1.814 coletam o lixo em 100% das residências? • Impermeabilização do solo atra• Que cerca de 20% do lixo é jogado nos rios e nas várzeas? vés de grandes áreas concretadas • Que 73% do lixo coletado pelas prefeituras é enterrado, e asfaltadas nas cidades, forman3% é transformado em adubo e 4% é reciclado? do-se assim ilhas de calor nos • Que apenas 8% dos municípios brasileiros têm programas de coleta seletiva de lixo? grandes centros urbanísticos.

Você sabia?

No Brasil, não existe legislação para coleta e reaproveitamento dos resíduos eletroeletrônicos (celulares, computadores, impressoras, dentre tantos outros), que em sua maior parte vão parar em aterros sanitários e lixões.


Figura 27 Urbanização

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Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

Como alternativas ao combate e à mitigação das mudanças climáticas, algumas ações são sugeridas: • uso de técnicas para climatização natural, utilização de materiais de melhor desempenho térmico nas construções e uso de materiais reciclados em residências; • substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas comuns • inovação tecnológica nos transportes coletivos e mais incentivos aos transportes públicos, • medidas restritivas ao uso do automóvel particular através de pedágios urbanos e da maior taxação; • estímulo ao uso de veículos híbridos (gasolina/eletricidade/biocombustíveis) e • arborização urbana e o uso de espécies nativas para preservação da biodiversidade.


Manutenção das Florestas

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Proteger, conservar e preservar as florestas nacionais são ações necessárias para mitigar a emissão de gases de efeito estufa no Brasil. Uma vez que o desmatamento, a degradação e as queimadas das florestas brasileiras são responsáveis por mais de 70% to total das emissões do país. Além disso, também geram perda de biodiversidade, prejudica a regulação do ciclo hidrológico, ou seja, das águas, a ciclagem de nutrientes do solo entre outros serviços ambientais prestados pelas florestas.

Serviços Ambientais (SA), também chamados por Serviços Ecossistêmicos ou por Serviços Ecológicos são os benefícios prestados pela Natureza aos seres humanos. Como exemplos dos principais Serviços Ambientais que as florestas prestam ao homem, podemos citar: a oferta de comida (frutos, raízes, carne); a oferta de água doce; a oferta de fibras vegetais que servem para produção de cestas, telhados, utensílios pessoais; a manutenção do clima, que ocorre pela regulação das chuvas e pelo estoque e sequestro de carbono promovido pelas árvores; e a disponibilização das belezas cênicas naturais, com possibilidades de recreação, turismo, atividades culturais e espirituais. No entanto, os benefícios que a Natureza presta gratuitamente à humanidade, e que aqui chamado de “Serviços Ambientais”, só começou a ser valorizado a partir da década de 1960, quando começaram a surgir os primeiros estudos mostrando que as sociedades modernas estavam sendo prejudicadas, em diferentes níveis e de diferentes formas, devido à grande degradação que o homem estava produzindo na Natureza.

Figura 28 Esquema do fluxo de vapor de água que sai do oceano atlântico, passa pela floresta Amazônica (onde é reciclado) e chega até o a região Sul do Brasil. Adaptado de Marengo et al, 2004.11


Você sabia?

Hoje em dia, após anos de pesquisa, a comunidade científica reconhece que as florestas tropicais brasileiras são enormes reservatórios de carbono e seqüestram parte do dióxido de carbono da atmosfera, colaborando na “limpeza” do ar. Por exemplo, só as florestas primárias ou matas virgens do Amazonas possuem estocadas, entre 130 e 160 toneladas de carbono, por hectare. Portanto a conservação e preservação da floresta Amazônica e das outras florestas como o cerrado, caatinga e a mata atlântica, é providencial para o combate às mudanças climáticas, e sendo assim, a conservação das florestas além de gerar benefícios para as populações que delas vivem, gera também um benefício para o Brasil e para o mundo todo. Com o objetivo de combater o desmatamento na Amazônia, em março de 2004, o Governo Federal lançou o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), cujos principais eixos de trabalho são: I.Ordenamento territorial (regulamentação fundiária e combate à grilagem de terras); II.Monitoramento e Controle (fortalecimento dos órgãos federais, estaduais e municipais de fiscalização ambiental); III.Desenvolvimento de atividades sustentáveis (fortalecimento das cadeias produtivas extrativistas, dos produtos da floresta, e melhoria da produção agropecuária em regiões já utilizadas). Desde então o padrão dos desmatamentos na Amazônia que vinham alcançando as maiores taxas históricas, se modificou. O quadro se reverteu e as taxas caíram expressivamente, em comparação com os anos anteriores, chegando em 2008 a uma taxa 66% inferior à de 2004.

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Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

A Floresta Amazônica tem uma função essencial no ciclo hidrológico, do Brasil e da América do Sul. O vapor d’água que vem do Oceano Atlântico forma as nuvens que levam as chuvas para a região norte do Brasil, passando por Belém, Manaus e chegando até Buenos Aires. Este processo tem influencia sobre a produtividade agrícola de várias regiões do Brasil (centro-oeste, sudeste e sul). Cerca de 44% do vapor d’água que entra no norte do pais, e “reciclado” pelas florestas, vai para outras regiões brasileiras e de países vizinhos. Desta forma, grandes área desmatadas na Amazônia alteram a quantidade de chuvas, o que afetaria a reserva de água das hidrelétricas do sul e sudeste do Brasil, comprometendo o abastecimento de energia nestas regiões. Assim qualquer mudança na quantidade de chuvas devido ao desmatamento da Amazônia traria graves consequências para o Brasil e para a America do Sul.


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Figura 29 Dinâmica de desmatamento na Amazônia Brasileira de 1988 a 2008. (PRODES/Inpe)

Várias são as ações feitas por organizações da sociedade civil e do próprio governo federal, estadual e municipal que indicam o sucesso relativo na redução das taxas de desmatamento. A partir de 2007, quando foi iniciado o processo de avaliação e revisão do PPCDAm, um novo rumo foi dado, com destaque para o maior protagonismo dos governos estaduais. Essa mudança estratégica se consolidou com a exigência de aprovação de Planos Estaduais de Prevenção e Controle dos Desmatamentos para participação dos Estados amazônicos no Comitê Orientador do Fundo Amazônia, criado para gerir recursos internacionais de doações voluntárias para o controle do desmatamento na Amazônia brasileira. Os planos estaduais são, portanto, instrumentos fundamentais para organizar e dar publicidade às prioridades dos Estados no combate aos desmatamentos. Em relação ao Estado do Amazonas, é comum a noção de que o desmatamento ainda não é um problema muito importante. No entanto, quando consideramos a escala local de desmatamento em alguns municípios, onde a fronteira agropecuária é dinâmica e grande, ou mesmo se considerarmos previsões futuras de desmatamento, em condições de baixa governança, o tema passa a merecer grande preocupação. As áreas prioritárias para controle do desmatamento no Amazonas são os municípios com grande produção agropecuária, principalmente na região sul do Estado. Sabe-se hoje que os maiores desmatamentos acumulados entre 2004 e o ano 2008 ocorreram nos municípios: Lábrea, Apuí, Canutama, Manicoré, Boca do Acre e Novo Aripuanã. Estes seis municípios correspondem atualmente por cerca de 75% do desmatamento no Amazonas todo, e são chave para qualquer estratégia que vise reduzir significativamente o desmatamento a curto e médio prazo.


Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

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O Amazonas está em vias de finalizar o seu plano Estadual de Prevenção e Combate ao Desmatamento, e em julho de 2009 entregará tal documento à Casa Civil do Governo Federal. A partir de então, o Estado possuirá um política clara e muito bem definida de como o desmatamento deverá ser combatido em todo seu território, principalmente na região sul do Estado. Felizmente, o Amazonas já possui um histórico (a partir de 2003 até os dias de hoje) de estar na vanguarda da formulação e implementação de políticas públicas que conciliem a conservação ambiental com o desenvolvimento social e econômico. O Programa Zona Franca Verde (ZFV) é um grande destaque nesse sentido, pois possui a missão de promover o desenvolvimento sustentável, com geração de renda, aliado à conservação da natureza, principalmente através do fortalecimento das cadeias produtivas sustentáveis, como por exemplo, o manejo florestal de castanha do Brasil, de cupuaçu, de tucumã, de óleos essenciais e de pescada, além de promover a valorização dos serviços ambientais das florestas do Amazonas. Desta forma, o Estado do Amazonas busca promover a valorização e valoração das florestas e dos seus produtos e serviços ambientais para que elas valham mais em pé do que derrubadas.


capítulo 7

58

e as

Mudanças Climáticas

Neste livro você, professor, pode perceber que algumas medidas para combater as mudanças climáticas dependem dos governos de países e dos nossos governos estaduais e municipais. Cabe a nós cobrar dos nossos governantes políticas e ações que ajudem a diminuir as emissões de gases de efeito estufa, mas o seu papel, bem como o dos seus estudantes, não param por aí. Veja, a seguir, o que você e seus estudantes podem fazer para ajudar a mitigar os efeitos das mudancas climáticas. Afinal esta deve ser uma preocupação de todos nós.

Ao comprar madeira Procure o conhecer a procedência da madeira. O desmatamento, como já foi discutido, é o principal responsável pelas emissões brasileiras de gases causadores do efeito estufa. Madeiras sem procedências ou provenientes de madeireiras multadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), instituição brasileira de fiscalização ambiental, estão contribuindo diretamente com o aquecimento global.

Ao comprar e consumir carne bovina Pergunte no seu açougue ou ao supermercado que você frequenta de onde vem a carne que você compra. Cerca de 70% das áreas desmatadas são para abertura de novas pastagens, diz a organização não governamental WWF.


Ao comprar vegetais e verduras Prefira alimentos da estação, e de preferência aos itens produzidos localmente. São mais baratos, requerem menos transporte e refrigeração.

Se você vai trabalhar de carro, verifique se seus vizinhos trabalham próximos ao seu trabalho ou se ficam no mesmo caminho, pois caso isso ocorra, você pode dar carona para eles, economizar combustível e contribuir para a diminuição de emissões de gases de efeito estufa. Nos finais de semana, procure utilizar o transporte público ou utilize meios de transportes alternativos, como bicicletas. Em viagens curtas, prefira o transporte público seja a trabalho ou a turismo, pois além de evitar emitir gases de efeito estufa, você não se cansa tanto quanto ter de dirigir. Entre viajar via terrestre (de carro) ou via aérea (de avião), prefira o carro: apesar de poluente, não emite tantos gases estufa na atmosfera quanto as aeronaves.

Cuidados com o carro Faça sempre a revisão do seu carro no tempo certo. Um carro que funciona corretamente consome menos combustível e emite menos gases causadores do efeito estufa. Calibre bem os pneus do seu carro. Os pneus bem calibrados não se desgastam tão rapidamente, evitam um consumo excessivo de gasolina e dão mais segurança. Ao comprar o seu carro, dê preferência aos veículos multicombustíveis e econômico. Carros movidos a álcool emitem menos gases poluentes. Se puder, abasteça com álcool e não com gasolina.

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Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

Ao utilizar o transporte


Em casa

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O ar-condicionado

O ferro elétrico

• O condicionador de ar é um dos eletrodomésticos de maior consumo de energia. Utilize-o apenas o estritamente necessário. • Mantenha portas e janelas bem fechadas para evitar entrada de ar do ambiente externo. • Se possível, instale o aparelho onde ele não fique exposto ao sol.

• O ferro elétrico é responsável por cerca de 5% a 7% do consumo total de uma residência. • Habitue-se acumular a maior quantidade possível de roupas, para passá-las de uma só vez. • Use a temperatura indicada para cada tipo de tecido, no caso de ferro automático. • Quando precisar interromper o serviço, desligue o ferro.

O chuveiro • O chuveiro elétrico é responsável por cerca de 25% do consumo de uma residência. • Limite seu tempo debaixo da água quente ao mínimo indispensável. • Não tente aproveitar uma resistência queimada, isso aumenta o consumo. • Nos dias quentes, mantenha a chave de temperatura na posição “verão” (na posição “inverno”, o consumo é aproximadamente 30% maior).

O televisor • O televisor é responsável por cerca de 5% a 15% do consumo total de uma residência. • Não deixe o televisor ligado sem necessidade. • Não durma com o televisor ligado. • Evite acidentes. Não tente consertar o televisor: mesmo desligado existe o risco de choque.


A iluminação

• A geladeira é responsável por cerca de 30% do consumo total de uma residência; • Coloque a geladeira em local ventilado, afastada de paredes, fora do alcance dos raios solares e distante de fogões e estufas; • Não use a parte traseira da geladeira para secar panos ou roupas; • Não a deixe aberta, nem fique abrindo desnecessariamente; • Não coloque alimentos quentes na geladeira; • Verifique se as borrachas de vedação da porta estão em bom estado; • Descongele sua geladeira regularmente; • Observe as recomendações do fabricante.

• A iluminação é responsável por cerca de 20% do consumo total de uma residência. Habitue-se a apagar as lâmpadas dos ambientes desocupados. • Evite acender qualquer lâmpada durante o dia, utilizando melhor a iluminação natural. • As lâmpadas fluorescentes dão melhor resultado, duram mais e gastam menos energia. E lembre-se: lâmpadas de maior potência consomem mais energia.

A máquina de lavar • A máquina de lavar roupa consome 2% a 5% do consumo total de uma residência. • Procure lavar de uma só vez a quantidade de roupa indicada pelo fabricante. • Utilize a dosagem correta de sabão para que você não tenha de repetir a operação enxaguar. • Leia com atenção o manual do fabricante para tirar maior proveito de sua máquina de lavar.

Ações Coletivas: Participe ativamente de iniciativas e políticas contra o desmatamento florestal e a favor de políticas públicas de incentivo e adoção de matrizes energéticas limpas; Pressione empresas e governos a utilizarem fontes de energia limpas e renováveis ao invés de combustíveis de origem fóssil; Exija da sua prefeitura sistemas eficientes de transporte coletivo; Participe de campanhas de conscientização ambiental.

Importante: Uma lâmpada incandescente de 60W custa R$ 1,00 enquanto que uma lâmpada Fluorescente compacta de 15W custa R$ 6,00. Considerando uma frequência de uso diário de seis horas, o consumo mensal da lâmpada de 60W = 10,8kWh e a lâmpada de 15W = 2,7kWh Caso seja feita a substituição, isso representa uma economia mensal no consumo de 8,1kWh e de R$ 2,21. São necessários apenas três meses para pagar o investimento feito na lâmpada fluorescente compacta de 15W.

Lâmpada Incandescente (Normal)

Lâmpada Fluorescente Compacta (Eficiente)

40W

9W

60W

15W

100W

23W

Lâmpada Fluorescente (Normal)

Lâmpada Fluorescente (Eficiente)

20W

16W

40W

32W

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Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

A geladeira


capítulo 8

62

Finalizando... Professor (a), espera-se que com o conteúdo deste livro você se sinta pronto(a) e principalmente estimulado (a) a trabalhar com o tema mudanças climáticas na sua sala de aula. Hoje, o tema das mudanças climáticas globais é um dos assuntos ambientais mais debatidos pela nossa sociedade. Portanto, esse tipo de discussão com seus estudantes é não só fundamental como também é urgente. Este senso de urgência se deve ao fato que estamos diante de um fenômeno que afetará a todos nós, independentemente do lugar, da situação financeira ou da religião. Pela sua própria natureza multidisciplinar, este tema possibilita o trabalho em sala de aula de forma transversal, conciliando diversas disciplinas e conhecimentos. Caberá a você, professor, escolher a melhor forma de trabalhá-lo. As mudanças climáticas e principalmente suas consequencias, não devem ser passadas como uma fatalidade sem solução. É fundamental que seus estudantes incorporem não só os diversos conceitos aqui discutidos, mas principalmente se sintam protagonistas de ações que busquem uma mudanca. Mudanças de comportamento, de postura e de percepção. Pois cabe a TODOS NÓS trabalharmos de diferentes formas para a estruturação de uma nova sociedade que leve em conta o desenvolvimento sustentável e uma interação do homem com o ambiente mais consciente e saudável.


Glossário Antrópico: Resultado ou efeito produzido pela ação humana. Atmosfera: Camada fina de gases presa à Terra pela força da gravidade. A atmosfera consiste quase que inteiramente do nitrogênio (78,1%) e do oxigênio (20,9%). Entre os outros gases que compõem a atmosfera, estão os gases de efeito estufa, tais como o gás carbônico e o ozônio. Adicionalmente, a atmosfera contém vapor d’água (também um gás de feito estufa), em qualidade altamente variável, mas tipicamente ao redor de 1%.

Camada de Ozônio: a estratosfera contém uma camada onde a concentração de ozônio é a maior, a chamada camada de ozônio. Esta camada se estende por perto de 12 a 40 km acima da superfície terrestre. Esta camada está sendo alterada por emissões humanas de compostos clorados e bromados. Clima: é definido como a média do tempo ou, de forma mais rigorosa, como uma descrição estatística de certas variáveis (temperatura, precipitação e vento). Biodiversidade: é formada pelo conjunto de espécies de uma região (plantas e animais). Biomassa: é todo tipo de matéria orgânica, tanto de origem vegetal, animal e de microrganismos, formada pela ação da fotossíntese. Pode ser utilizada como combustível, biogás ou como biocombustíveis.

Carbono: é o elemento fundamental na constituição das moléculas orgânicas. Utilizado pelos seres vivos, combinado ao oxigênio e formando as moléculas de gás carbônico presentes na atmosfera ou dissolvidas nas águas dos mares, rios e lagos. O carbono passa a fazer parte da biomassa através do processo da fotossíntese. O carbono também é trocado entre os oceanos e a atmosfera. Isto acontece em ambos os sentidos na interação entre o ar e a água. Convenção do Clima: Acordo multilateral voluntário constituído durante a Conferência para o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, em 1992, cujo objetivo é a estabilização dos níveis de concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Desenvolvimento Sustentável: É aquele que harmoniza o crescimento econômico com a promoção da equidade social e preservação do patrimônio natural, garantindo assim que as necessidades das atuais gerações sejam atendidas sem compromisso o atendimento das necessidades das gerações futuras.

Ecossistema: é a comunidade total de organismos, junto com o ambiente físico e químico no qual vivem. Efeito Estufa1: denominação ao aumento da temperatura superficial da terra, numa escala global, decorren-

te do acréscimo das concentrações atmosféricas de gases. O fenômeno atual deve-se à intensidade e à natureza do calor retido, que passou a constituir um risco global.

Efeito Estufa2: Os gases de efeito estufa efetivamente absorvem a radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra, pela atmosfera devido a esses gases e pelas nuvens. Os gases de efeito estufa “seguram” o calor entre a superfície e a atmosfera. Este é o chamado efeito estufa.

Emissões: ação de produzir, transmitir, liberar. El Niño: é um evento oceânico associado com a flutuação de um padrão de pressão de superfície. Este fenômeno de ligação da atmosfera ao oceano promove impacto no vento, na temperatura de superfície do mar. Tem efeitos climáticos ao longo da região do oceano Pacífico e muitas outras partes do mundo.

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Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

1

apêndices


secidnêpa Energia: Expressa a capacidade de um determinado arranjo de objetos a realizar ou fornecer trabalho físico. A energia é utilizada na forma de eletricidade e de combustível. Energia Renovável: É aquela que é obtida de fontes naturais capazes de se regenerar, e portanto, praticamente inesgotáveis. IPAM: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia é uma ONG ambientalista que tem como uma das principais ações, o combate às mudanças climáticas.

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IPCC: Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, sigla em inglês. É um grupo de cientistas internacionais que desenvolvem pesquisas sobre às causas e efeitos das mudanças climáticas. Além de propor estratégias de combate ás mudanças do clima. Litosfera: é a camada sólida mais externa do planeta Terra, constituída por rochas e solo. É também denominada como crosta terrestre.

Matriz Energética: É um instrumento gráfico que mostra a participação das diversas fontes energéticas de

um País (por exemplo, quanto da energia consumida vem de usinas hidrelétricas, quanto vem da queima de combustíveis e outros).

Mecanismo de Desenvolvimento Limo (MDL): Instrumento que permite aos países desenvolvidos, que firmaram compromisso no Protocolo de Kyoto, financiar projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa, em países em desenvolvimento.

Meio ambiente: é o conjunto dos agentes físicos, químicos, biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de exercerem um efeito direto ou indireto, imediato ou a longo prazo, sobre todos os seres vivos.

Mudança do Clima: refere-se a uma mudança do clima que pode ser identificada por mudanças na média e/ou na variabilidade de suas propriedades. A mudança do clima pode resultar de processos naturais internos ou forçamentos externos, ou de mudanças antrópicas persistentes na composição da atmosfera ou em uso da terra. Países Emergentes: Denominação dada aos países chamados de segundo e terceiro mundos, que se industrializaram e continuam se desenvolvendo. Placas tectônicas: São os gigantescos blocos que compõem a camada sólida externa do nosso planeta, sustentando os continentes e os oceanos. Protocolo de Kyoto: Acordo internacional firmado na cidade de Kyoto, no Japão, em 1997, e entrou em vigor em fevereiro de 2005, em que estabelece metas de redução de emissões de gases do efeito estufa para os países desenvolvidos. Revolução Industrial: Um período de rápido crescimento industrial com consequências sociais e econômicas muito grandes, iniciadas na Inglaterra durante a segunda metade do século XVIII. A revolução industrial marca o início de um forte aumento no uso de combustíveis fósseis e emissões de, particularmente, gás carbônico. Savanização: Conversão de mata em cerrado. Serviços Ambientais: Os serviços ambientais são os benefícios prestados pelo meio ambiente, em especial

pelas florestas, como a estabilidade do clima, manutenção das chuvas, armazenamento de carbono nas árvores e conservação das plantas e animais (biodiversidade). Além disso, podemos considerar como outros serviços ambientais a ciclagem dos nutrientes e amenização da ocorrência de efeitos climáticos drásticos.


Sites para consultas

www.akatu.com.br

www.ipam.org.br

www.ambientebrasil.com.br

www.ipcc.ch

www.aneel.gov.br

www.mct.gov.br

www.climaeconsumo.org.br

www.mma.gov.br

www.fas-amazonas.org

www.sds.am.gov.br

www.forumclima.org.br

http://unfccc.int

www.greenpeace.org.br

www.wwf.org.br

65

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

2

apêndices


soxena ATIVIDADES PARA OS EDUCADORES DESENVOLVEREM COM OS ESTUDANTES SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS 66

Caros educadores, As atividades pedagógicas sugeridas neste livro têm como finalidade colaborar com algumas sugestões práticas de como o tema de Mudanças Climáticas poderá ser trabalhado em sala de aula. É importante que essas atividades sejam planejadas de modo a tornar compreensível a transposição didática destes conhecimentos. Durante as atividades, tanto você educador como estudantes, terão a oportunidade de socializar o aprendizado, bem como reconstruir o processo de ensino por meio da pesquisa, da descoberta, da experimentação, da reflexão e da criatividade. Ao desenvolver essas atividades, você estará trabalhando novos conceitos, a noção do cuidado com o meio ambiente e a revitalização dos valores humanos ( respeito, solidariedade e desprendimento). Estas atividades representam um valioso estímulo e colaboração ao pensamento pedagógico e a valorização do trabalho dos profissionais de educação na busca de melhoria da qualidade do ensino. Cabe a você educador, escolher as atividades e adaptá-las, caso necessário, à realidade da sua sala de aula.

1. ENTREVISTANDO A SUA COMUNIDADE: OBJETIVO: Obter de pessoas mais idosas na sua comunidade suas impressões sobre possíveis mudanças ocorridas na comunidade a respeito do clima e o porquê destas mudanças. CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Mudanças climáticas, clima, tempo, queimadas florestais, temperatura do ambiente. MATERIAL: Caderno de campo para registrar as informações e cartolinas para apresentação dos trabalhos. PROCEDIMENTOS: Em sala de aula, desenvolva com os estudantes um roteiro de perguntas para entrevistar moradores do local. Estas perguntas podem, por exemplo, focar

1


anexos

na percepção destas pessoas sobre as mudanças que têm notado no clima da região. As chuvas têm aumentado ou diminuído? Hoje tem mais queimadas do que quando eram crianças? E outras perguntas semelhantes. Peça aos estudantes que identifiquem três pessoas idosas da sua vizinhança que tenham sempre morado neste local e que estejam dispostos a fornecer informações sobre o assunto. Depois de realizadas as entrevistas peça aos estudantes que escrevam um resumo dos resultados coletados e que apresentem em sala de aula. Finalmente, avalie com os estudantes o que descobriram de novo com a atividade e façam uma discussão em sala de aula debatendo as impressões destas pessoas sobre as mudanças climáticas. As respostas foram semelhantes?

2. CONFECÇÃO DE CARTAZES PARA SEREM UTILIZADOS COMO ANÚNCIO DE TELEVISÃO: OBJETIVO: Sensibilizar a comunidade escolar sobre a importância da redução dos impactos das mudanças climáticas, bem como estimular sua habilidade de convencimento das suas idéias. CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Impactos das mudanças climáticas, consumo consciente, desmatamento, reflorestamento, fontes de energias alternativas, desenvolvimento sustentável. MATERIAL: Papel madeira, revistas, jornais, cola, pincel atômico PROCEDIMENTOS: Peça aos alunos que construam cartazes com material de revistas, jornais ou desenhos sobre os impactos das mudanças climáticas e apresentem em sala de aula. A apresentação dos cartazes deverá ser feita como um anúncio de televisão sobre uma idéia que eles tenham aprendido de como reduzir os impactos. Exemplos de temas: uso de lâmpadas fluorescentes, diminuição das queimadas, deixar o carro em casa um dia por semana, plantar árvores, fontes alternativas de energia e outros. Ao final, os estudantes devem apresentar em sala de aula seus cartazes como se estivessem fazendo comercial de um produto ou idéia, e depois peça que esses cartazes sejam afixados nos murais da escola.

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

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soxena 3. DRAMATIZAÇÃO SOBRE AS MUDANCAS CLIMÁTICAS: OBJETIVO: Explicar conceitos das mudanças climáticas por meio de peça teatral.

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CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Efeito estufa, aquecimento global, energia renovável e não renovável, desmatamento, fenômenos drásticos (enchentes, secas, furacoes) MATERIAL: Roupas usadas, papel madeira, tinta guache, cartolina, papelão, resíduos vegetais (pedaços de madeira, folhas, cascas de árvores, de frutas e outros) PROCEDIMENTOS: Separe os estudantes da sala de aula em quatro ou cinco grupos (dependendo do número de estudantes), e peça que eles encenem uma peça de teatro explicando diversos aspectos ou conceitos sobre as mudanças climáticas como: efeito estufa e aquecimento global, consequências do aquecimento global, energia renovável, energia não-renovável e desmatamento. Esta atividade trabalhará a desinibição pessoal de cada estudante, bem como possibilitará a compreensão e consolidação de conceitos mais complexos.

4. DEBATE SOBRE IMPLICAÇÕES DO DESMATAMENTO OBJETIVO: Discutir diferentes implicações do desmatamento na comunidade e no mundo e sensibilizar acerca das estratégias usadas nas situações de conflito. CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Desmatamento, desenvolvimento econômico, fiscalização ambiental, atmosfera, aquecimento global, gases de efeito estufa, conservação ambiental, reflorestamento. MATERIAL: Revistas, matérias jornalísticas e/ou pesquisa na internet PROCEDIMENTOS: Nesta atividade os estudantes representarão diferentes personagens e defenderão suas posições de acordo com os papéis estabelecidos. Motivar os diferentes grupos a discutir antes suas estratégias de convencimento e frases a serem usadas no debate sobre as diferentes implicações do desmatamento. Peça que a turma indique cinco estudantes para representar os papéis descritos abaixo: Grande Fazendeiro: Defende o desmatamento de grandes áreas de terras e depois as queima para poder criar seu pasto. Sua posição é a favor desta atividade, pois defende que ela gera desenvolvimento econômico para a região.


anexos Prefeito: Deve procurar criar incentivos fiscais ou econômicos para diminuir o desmatamento no seu município. Cientista: Apresenta estudos e pesquisa sobre o desmatamento e as subsequentes queimadas levam ao aumento da quantidade de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Os pastos devem ser manejados de forma que possam ser utilizados por mais tempo.

A sala de aula deverá ser arrumada em forma de plenário, com uma mesa grande para os estudantes expositores apresentarem, um a um seus papéis e os outros alunos serão a platéia que poderão expor os comentários e depoimentos sobre as apresentações.

5. ENTENDENDO O EFEITO ESTUFA OBJETIVO: Facilitar a compreensão do efeito estufa na atmosfera CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Aquecimento global, gases de efeito estufa, mudanças climáticas, atmosfera terrestre. MATERIAL: Dois termômetros, duas folhas de papel, um vidro com tampa, relógio. PROCEDIMENTOS: Num dia de sol, no início da aula, coloque um termômetro sobre uma folha de papel e deixe sob o sol. Coloque o segundo termômetro num vidro fechado debaixo de uma folha branca. Meça as temperaturas depois de 30 minutos e peça para os estudantes explicarem porque o termômetro do vidro ficou com a temperatura mais alta. Esta experiência serve para se ter uma idéia do efeito estufa. Neste caso, o vidro representa os gases da atmosfera terrestre, pois quando o sol atinge a folha de papel e o termômetro o calor fica retido dentro do vidro, assim como o calor do Planeta terra fica retido na atmosfera.

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

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Sociedade Civil: Demonstra sofrer com as queimadas, apresenta problemas respiratórios e fala das consequências da sujeira causada pelas queimadas. Pressiona para que as autoridades façam sua parte e aumentem a fiscalização.


soxena 6. ENTENDENDO COMO O AQUECIMENTO GLOBAL AFETA O DERRETIMENTO DAS GELEIRAS NOS POLOS: OBJETIVO: Proporcionar a aprendizagem do processo de derretimento dos pólos e o aumento do nível do mar. 70

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Derretimento dos pólos, aumento do nível do mar, aquecimento global, risco de extinção de espécies biológicas. MATERIAL: Dois copos ou bacias com água, gelo, relógio. PROCEDIMENTOS: Com a ajuda dos estudantes, meça a mesma quantidade de água e coloque em dois copos de tamanhos diferentes. Depois, acrescente em um dos copos, uma grande quantidade de gelo. Os estudantes serão convidados para ver o que ocorreu depois de 30 minutos. Peça para os estudantes medirem novamente a quantidade de água e explicarem o que aconteceu. Eles vão relacionar o aumento da temperatura e o derretimento dos pólos. Esta experiência serve para fazer uma comparação com o derretimento dos gelos nos pólos e o aumento do nível do mar. Deve ser lembrado aos estudantes que um novo congelamento desta água nos pólos vai depender do inverno seguinte ser frio suficiente. Assim, num cenário da Terra mais quente devido ao aquecimento gloFatos Científicos Opiniões bal, este derretimento deve ser cada vez Segundo o IPCC as mudanças climáticas Minha vó disse que quando ela era mais pronunciados. são decorrentes da ação humana

moça chovia mais por aqui

A temperatura da Terra já está 0,7 C mais alta que nas últimas décadas

O aumento de temperatura poderá aumentar as áreas para agricultura no mundo

A queima das florestas tropicais contribui para o agravamento do efeito estufa

Em época de queimada a gente sente mais calor

)!

r(a Professo

dam que tes enten e pesquisa n a d u t s e á que os ltados d e permitir baseados em resu or outro lado, há d a id iv t a cos ta. P Esta pazes do cientis tos científi ão são ca existem fapendem da opiniãouas opiniões mas n s. que inde e podem emitir s ravés de pesquisa dantes e como u estu as at . pessoas q de prová-l selecionados pelos erentes interesses if s d io r ” á m t esconde s comen Discuta oiferentes opiniões “ estas d


anexos 7. DESCUBRINDO A DIFERENÇA ENTRE FATOS CIENTÍFICOS E OPINIÕES: OBJETIVO: Discutir com os estudantes a diferença entre fatos científicos e opiniões acerca dos diversos aspectos sobre mudanças climáticas.

MATERIAL: Recortes de jornal, artigos de revistas, cópias do material a ser trabalhado. PROCEDIMENTOS: Para realizar esta atividade o(a) professor(a) deverá selecionar recortes de jornal, artigos de revista, ou livros que falem sobre os diferentes aspectos de mudanças climáticas. Selecione alguns recortes mais interessantes, faça cópias e distribua para todos os estudantes. Como tarefa de casa, solicite que eles façam leitura dos artigos e separem os comentários que são fatos científicos e os que são opiniões, conforme se demonstra abaixo:

8. ESCREVENDO SOBRE O MEIO AMBIENTE OBJETIVO: Discutir assuntos relacionados aos cuidados com o meio ambiente CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Meio ambiente, biodiversidade, ecossistemas, sustentabilidade, qualidade de vida MATERIAL: Folha de papel e caneta PROCEDIMENTOS: Discuta e analise com os estudantes assuntos pertinentes que podem estar causando prejuízos ao meio ambiente. Sugestão de temas para serem trabalhados: • Inexistência de compromisso social e ambiental para a sustentabilidade da vida no Planeta; • Volume elevado do lixo descartável – uma preocupação de todos; • Desperdício de alimentos, de energia, de água; • Mudanças de hábitos e costumes cotidianos para melhorar a qualidade de vida.

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Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Mudanças climáticas, teorias científicas, conhecimento popular, queima de florestas tropicais


soxena 9. PESQUIDANDO SOBRE O MEIO AMBIENTE OBJETIVO: Propor uma pesquisa sobre mudanças climáticas

72

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Mudanças climáticas, aumento de temperatura, fenômenos drásticos (enchentes, secas, ciclones, furacões), ações de combate às mudanças climáticas. MATERIAIS: Caderno, lápis, internet, livros PROCEDIMENTOS: Proponha para os estudantes a realização de pesquisas sobre as mudanças climáticas e suas consequências para a Amazônia, o Brasil e o mundo. Depois disto, sugira aos estudantes uma apresentação de suas pesquisas em sala de aula ou na escola, com sugestões de combate às mudanças climáticas e ações de adaptação as suas consequências.

10. CONHECENDO PESSOAS COM IDEAIS ECOLÓGICOS E AÇÕES PRATICAS RELACIONADAS COM MUDANCAS CLIMÁTICAS OBJETIVO: Proporcionar a interação de conhecimentos entre estudantes e pessoas com ideais ecológicos CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Reflorestamento, educação ambiental, mudanças de atitudes, desenvolvimento sustentável. PROCEDIMENTOS: Convidar pessoas com atuação em práticas ecológicas relativas ás mudanças climáticas (pesquisador, projetos de reflorestamento, militantes ambientalistas, agricultores, educador ambiental, entre outros) para participarem do momento de entrevistas em sala de aula. Na ocasião, os estudantes convidariam o entrevistado para contar sua trajetória de vida e como vêm atuando na mudança de hábito do dia-a-dia, em relação às mudanças climáticas.

11. PESQUISANDO A MEMÓRIA DO AMBIENTE OBJETIVO: Analisar com os estudantes como as mudanças das paisagens locais estão ou não contribuindo para o aquecimento global e as mudancas climáticas. CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Meio ambiente, revitalizando a história natural e social do local, consequências das mudanças na paisagem para aquecimento global e as mudancas climáticas


anexos MATERIAL: Jornais ou revistas antigas, cadernos, e lápis

12. TRILHA ECOLÓGICA INTERATIVA – ENTENDENDO O ESTOQUE E A DINÂMICA DO CARBONO OBJETIVO: Realizar uma trilha ecológica interativa observando e medindo as diferentes espécies de árvores. CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Estoque e dinâmica do carbono MATERIAL: folha de papel, lápis e fita de costureiro. PROCEDIMENTOS: Para realizar esta atividade, você pode organizar uma trilha ecológica com os estudantes, ou seja, um passeio ou uma caminhada no bosque ou na floresta, onde eles medirão as circunferências das árvores. Com a fita de costureiro, meça as circunferências do tronco das árvores, a 1,30m do solo. Para transformar a circunferência em diâmetro basta dividir o valor da circunferência por “π” (pi), ou 3,14. Não é necessário ter muita precisão, você pode trabalhar com números inteiros. Depois de medir as circunferências das árvores, com auxílio da tabela de conversão (anexo I), determine o peso total de cada árvore. Divida o peso total de cada árvore por dois, tem-se o peso seco. Em seguida divida o peso seco por dois e tem-se a quantidade de carbono em quilos. Lembrete: metade do peso total de cada árvore é água. Metade do peso seco, é igual a quantidade de carbono.

peso peso = seco => seco = C (kg) /2 /2

Sabendo-se o quanto cada árvore possui de carbono, é possível calcular quanto de carbono existe numa floresta. Para isso, basta multiplicar a quantidade de carbono contida em uma árvore pela quantidade total de árvores existentes no bosque ou na floresta. Ao total de carbono encontrado, tanto no bosque, tanto na floresta, damos o nome de estoque de carbono.

73

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

PROCEDIMENTOS: Por ser feito por meio de entrevistas ou escutando a história dos mais velhos sobre como era o lugar no passado; consultando antigos documentos e jornais em busca de opiniões e disputas que envolveram diferentes visões da natureza e do uso dos bens ambientais; investigando os modos de vida que conviveram ali em tempos passados (em harmonia ou em conflito) deixaram alguma marca na paisagem e nos costumes do lugar. Para finalizar os estudantes podem analisar, depois de ouvido o entrevistado, o que foi comentado foi causado por mudanças climáticas – interpretação do contexto, se melhorou ou piorou o ambiente.


soxena 13. TRABALHANDO O CONCEITO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSERVAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE OBJETIVO: Sensibilizar os estudantes sobre o uso eficiente de energia elétrica e propor uma campanha de economia em suas residências e/ou em suas escolas. 74

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Eletricidade, circuitos elétricos, física, consumo consciente, matemática, português, meio ambiente. MATERIAL: Lápis, papel e pranchetas PROCEDIMENTOS: Antes de iniciar a atividade, você professor, pode questionar os estudantes sobre o hábito de uso de energia em suas residências. Depois disto, questione os estudantes sobre seus conhecimentos relativos ao consumo energético e ao valor das faturas de energia em suas casas.

Lembretes: A energia elétrica consumida é medida em quilowatt-hora. O Relógio de luz é o aparelho que registra o consumo de energia elétrica. O quilowatt-hora (símbolo: kWh) é a unidade de medida de energia utilizada pelas companhias de distribuição de energia elétrica.

): tivas Professorvo(alte ao capítulo VI “Alternacom-

ro, para ssunto, sobre esse a ças Climáticas“ deste liv s. is a m r e d n n te na a Para en bate as Mud iz Energética do Amazo nsumo depende m o c e d a st e propo ica – o co re a Matr preender sob consumo de energia elétr ação. Essa potência é e tiliz (relógio de o conceito d o tempo de u Trabalhando o aparelho utilizado e d didor de energia elétrica e energia é d e da potência tts (W). Por meio do m e. A leitura do consumo d diferença a d w na a expressa em o consumo de eletricid do com base rior. la u lc a c é s ê a tr m luz) que regis lmente. O consumo do ento com a do mês ante elétrica. sa om n e m m le e a u d e energia q realiza da na ti b o ra mo mensal d ura do medidor, u it su n le o c o r e entre a b sa leit aneiras para adicional, realizando a m s do relógio a u d m e Exist ndo o papel o seus rma tr a fo liz a a é re a é ir a e ir n a nd ne A primeira m io de luz. A segunda ma lhos elétricos e calcula g are ou seja o reló endo a potência dos ap nsumos. c o e c h s n o vo c ti de luz, respec


anexos Professor(a)!

4

6

0

4 6 0 0

0

cálculo do consumo diário

cálculo do consumo diário

leitura do dia

leitura do dia 4

6

0

4

5

9

4 6 0 0

0

leitura do dia anterior

subtrair

subtrair

4 5 9 0

0

Consumo Diário: 10 kWh

leitura do dia anterior

resultado

Consumo Diário: 10 kWh

resultado

Medidor Ciclométrico funciona como um registrador de quilometragem percorrida por um veículo. A leitura é o número indicado no mostrador.

Atenção! Ao efetuar a leitura do medidor, alguns cuidados devem ser tomados, por exemplo: • Manter distância do equipamento e de seus acessórios. Em nenhuma hipótese devem-se tocar os fios, condutores e artes metálicas do medidor; • Não permitir a presença de crianças próximo do local de medição. Professor(a)! Para calcular o consumo mensal de energia elétrica de um aparelho, em quilowatt-hora é preciso saber: • A potência elétrica do aparelho, medida em quilowatt (w) • O tempo de uso mensal do aparelho, medido em horas (h) CONSUMO (kWh) = Potência (W) x nº horas de uso/dia x nº dias de uso/mês 1000

75

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

Conheça os tipos de medidores de energia e como funcionam. Medidor de Ponteiros é composto por quatro ou cinco círculos com números semelhantes a um relógio. É importante observar o sentido de rotação de cada “relógio”, que funciona em sentido horário e anti-horário (ver setas na parte superior de cada “relógio”). O valor do número registrado da leitura depende da posição em que se encontra o ponteiro. Se ele estiver entre dois números, prevalecerá sempre o anterior.


soxena arelhos ia dos ap watts c n ê t o p A a em é express eve estar s o ic r t lé d e ormação e esta inf m todos os apare e e a s s n s e re g ala imp suas emb e lhos, nas s seus manuais d o n m també de uso. instrução

HORAS DE USO POR DIA

0,5 h

=

30 minutos

0,1 h

=

6 minutos

0,2 h

=

12 minutos

76 FATORES DE CONVERSÃO DE UNIDADES

1 BTU

=

1 hp

=

1 cv

=

1/2 cv

=

1/4 cv

=

Veja os exemplos: Se um ferro elétrico de 1000 W de potência for 746 W utilizado por uma hora, por dia, durante 10 dias no mês, teremos que consumo mensal, em kWh? 736 W Resolução: 368 W Potência = P = 1000 W 184 W nº horas de uso/dia = 1 h / dia x nºdias de uso/mês = 10 dias / mês Consumo (kWh) = 1000 x 1 x 10 = 10 kWh 1000

0,15 W

Professor, resolva juntamente com os estudantes estes desafios: 1. Jogo videogame somente aos sábados e domingos, por três horas por dia. Quanto gasto de energia elétrica por mês jogando, se meu videogame tem 15 W de potência? (Suponha que o mês tenha cinco finais de semana) 2. João adora tomar banhos demorados de 20 minutos e descobriu um jeito de diminuir o gasto de energia por banho, sem diminuir o tempo. Ao invés de tomar banho com o chuveiro na posição INVERNO, que tem potência de 4.400 W, ela agora só toma banho com o chuveiro na posição VERÃO, que tem potência de 3.000 W. Quanto João passou a economizar de energia elétrica por mês, em kWh, apenas com esta mudança?

Reflexão sobre o aprendizado anterior Alguns aparelhos consomem mais eletricidade que outros. Como por exemplo a geladeira, embora permanentemente ligados só consomem energia quando o motor estiver funcionando. Não há como calcular o consumo EXATO dos aparelhos. Uma geladeira em que a porta é aberta a toda hora consome mais energia. Uma geladeira em que acabamos de colocar uma dúzia de refrigerantes para gelar, vai gastar muito até conseguir gelar todas as latas. Durante a noite, não é comum a gente ficar abrindo a geladeira. Então o consumo é mínimo. O aparelho de ar condicionado mesmo que ligado 24 horas, não funciona todo o tempo. Ele liga o compressor quando precisar resfriar o ar interno. Em dias em que a temperatura externa estiver quente,


presenta: re h W K 0 0 de 6 A Economia ono evitado rb a c e d g K 600 e petróleo 667 barris dde gasolina 278 litros sta primária 4 ha de flore

o condicionador vai ligar mais vezes. Em ambientes com poucas pessoas, ele vai ligar muito pouco. Em ambientes sem nenhuma pessoa o condicionador só vai ligar uma poucas vezes, se as paredes, teto e piso tiverem um bom isolamento térmico. Você mesmo poderia calcular o consumo aproximado da sua casa. Mas para isso vai precisar saber o número de vezes que o compressor da geladeira ligou e quanto tempo ficou ligado em cada vez. Fazer a mesma coisa com o chuveiro, o ferro de passar roupa, o secador de cabelo, o liquidificador e de todos os outros aparelhos elétricos da sua casa. Isso seria muito trabalhoso! Mas, você pode também, fazer um cálculo aproximado só para ter uma idéia de quem é que consome mais eletricidade. Imagine uma família média que tenha os principais aparelhos em casa e que faça um consumo normal, sem exageros. Os tempos de uso dos equipamentos são apenas exemplos que podem ser substituídos pelos seus hábitos de uso diário e mensal.

Reflexão: Evitar o desperdício de energia é uma maneira eficaz de preservar o meio ambiente e aumentar a vida útil dos aparelhos. Exemplo: Tomando o exemplo anterior como base, pode-se observar que aquela família possui um consumo mensal de 1663 kWh. Aplicando os conceitos de economia de energia aprendidos no capítulo “Você e as Mudanças Climáticas”, vamos considerar para feito de exemplo que houve uma economia de 36%, e o consumo mensal passou a ser de 1063, logo se reduziu 600kWh do consumo total. Uma economia mensal de 600 kWh durante representa uma economia anual de 7,2 MWh Desta forma, o cálculo das emissões de CO2 anualmente pelo uso de combustíveis em usinas termelétricas (a diesel) será feito utilizando a seguinte equação, Emissões = P.G. X F.E.c Emissões = 7,2 X 0,2785 Emissões = 2 ton CO2 / ano ou 0,6 ton C / ano Emissões – Emissões de CO2 (t) P.G. – Potência de Geração da Usina Termelétrica (MWh) F.E. – Fator de Emissão (tCO2/MWh) – Óleo Diesel: 0,2785 tCO2/MWh c – combustível (óleo diesel, óleo combustível, gás natural) – Exemplo: utilizamos o óleo diesel Ao final, os estudantes terão conhecimento sobre a relação entre consumo de energia elétrica e suas consequências para as mudanças climáticas. O consumo de energia é uma preocupação atual que coloca toda a sociedade em sistema de alerta. É preciso acabar com o desperdício e com o risco de um possível colapso energético mundial.

77

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

anexos


soxena 14. AVALIAR OS POLUENTES NOS AMBIENTES OBJETIVO: Avaliar as consequências da concentração de poluentes nos ambientes CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Poluentes, meio ambiente, ambientes saudáveis 78

MATERIAL: Roteiro de perguntas, caneta e pranchetas. PROCEDIMENTOS: Oriente os estudantes a localizarem áreas da sua comunidade, onde as pessoas pratiquem exercícios físicos ou outras atividades de lazer. Organize um roteiro de perguntas juntamente com os estudantes, levando em consideração a concentração de poluentes nas diversas áreas identificadas. Por exemplo: parques, praias ou mesmo, calçadas das vias públicas. Os estudantes irão entrevistar as pessoas que frequentam os locais identificados para ouvir as opiniões dessas pessoas sobre os danos causados pelos poluentes. A partir daí, pode ser organizado um debate na sala de aula ou na escola, após a coleta desses dados e informações, ressaltando como os poluentes estão afetando os ambientes.


TABELA DE TRANSFORMAÇÃO DE CAP

CAP

DAP

P. Fresco (kg)

P. Seco (kg)

carbono (kg)

CO2 (kg)

32

10,19

193,94

114,81

55,68

204,19

33

10,50

205,71

121,78

59,06

216,59

34

10,82

217,82

128,95

62,54

229,33

35

11,14

230,26

136,31

66,11

242,43

36

11,46

243,02

143,87

69,78

255,87

37

11,78

256,12

151,62

73,54

269,66

38

12,10

269,54

159,57

77,39

283,79

39

12,41

283,29

167,71

81,34

298,27

40

12,73

297,37

176,04

85,38

313,09

41

13,05

311,78

184,57

89,52

328,26

45

14,32

372,64

220,60

106,99

392,34

46

14,64

388,66

230,09

111,59

409,21

47

14,96

405,01

239,76

116,29

426,42

48

15,28

421,68

249,63

121,07

443,97

49

15,60

438,66

259,69

125,95

461,86

50

15,92

455,97

269,94

130,92

480,08

51

16,23

473,60

280,37

135,98

498,64

52

16,55

491,55

291,00

141,13

517,54

53

16,87

509,82

301,81

146,38

536,77

54

17,19

528,40

312,82

151,72

556,34

55

17,51

547,31

324,01

157,14

576,24

56

17,83

566,53

335,38

162,66

596,48

57

18,14

586,07

346,95

168,27

617,05

58

18,46

605,92

358,70

173,97

637,95

59

18,78

626,09

370,65

179,76

659,19

60

19,10

646,58

382,77

185,64

680,76

61

19,42

667,38

395,09

191,62

702,66

62

19,74

688,49

407,59

197,68

724,89

63

20,05

709,92

420,27

203,83

747,45

64

20,37

731,66

433,14

210,08

770,35

65

20,69

753,72

446,20

216,41

793,57

66

21,01

776,09

459,44

222,83

817,12

67

21,33

798,77

472,87

229,34

841,00

68

21,65

821,76

486,48

235,94

865,21

79

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

2

anexos


soxena TABELA DE TRANSFORMAÇÃO DE CAP

80

CAP

DAP

P. Fresco (kg)

P. Seco (kg)

carbono (kg)

CO2 (kg)

69

21,96

845,07

500,28

242,64

889,75

70

22,28

868,69

514,26

249,42

914,61

71

22,60

892,61

528,43

256,29

939,80

72

22,92

916,85

542,78

263,25

965,32

73

23,24

941,40

557,31

270,29

991,17

74

23,55

966,26

572,02

277,43

1017,34

75

23,87

991,43

586,92

284,66

1043,84

76

24,19

1016,90

602,01

291,97

1070,67

77

24,51

1042,69

617,27

299,38

1097,81

78

24,83

1068,78

632,72

306,87

1125,29

79

25,15

1095,18

648,35

314,45

1153,09

80

25,46

1121,89

664,16

322,12

1181,21

81

25,78

1148,91

680,16

329,88

1209,65

82

26,10

1176,24

696,33

337,72

1238,42

83

26,42

1203,87

712,69

345,65

1267,52

84

26,74

1231,81

729,23

353,68

1296,93

85

27,06

1260,05

745,95

361,79

1326,67

86

27,37

1288,60

762,85

369,98

1356,73

87

27,69

1317,46

779,93

378,27

1387,11

88

28,01

1346,62

797,20

386,64

1417,81

89

28,33

1376,08

814,64

395,10

1448,83

90

28,65

1405,85

832,26

403,65

1480,18

91

28,97

1435,93

850,07

412,28

1511,84

92

29,28

1466,31

868,05

421,01

1543,83

93

29,60

1496,99

886,22

429,82

1576,13

94

29,92

1527,98

904,56

438,71

1608,76

95

30,24

1559,27

923,09

447,70

1641,70

96

30,56

1590,86

941,79

456,77

1674,97

97

30,88

1622,75

960,67

465,93

1708,55

98

31,19

1654,95

979,73

475,17

1742,45

99

31,51

1687,45

998,97

484,50

1776,67

100

31,83

1720,26

1018,39

493,92

1811,20

CAP - Circunferência a altura do peito (1,30m do solo) DAP - Diâmetro a altura do peito (1,30m do solo) P. Fresco - Peso total da árvore, considerando a água também P. Seco - Peso da árvore sem contar com a água CO2 - Dióxido de carbono


TABELA DE VALORES CALCULADOS CONFORME POTÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS

Equipamentos

Consumo kWh por mês

Custo Mensal aproximado, calculado ao preço de R$ 0,27322 por kWh.

Aparelho de som completo, baixa potência (200 watts) funcionando 2 horas por dia.

4

R$ 1,09

Aparelho de som completo, alta potência (1.000 watts) funcionando 2 horas por dia.

10

R$ 2,73

Aquecedor Central (200 litros).

90

R$ 24,59

Aspirador de pó doméstico.

4

R$ 1,09

Cafeteira Elétrica doméstica

4

R$ 1,09

Chuveiro Elétrico de 2.000 Watts, banhos de 10 minutos

40

R$ 10,93

Chuveiro Elétrico de 4.000 Watts, banhos de 10 minutos

80

R$ 21,86

Chuveiro Elétrico de 6.000 Watts, banhos de 10 minutos

120

R$ 32,79

Condicionador de ar de 7.000 BTU com apenas 1 pessoa no ambiente, ligado 8 horas por dia.

72

R$ 19,67

Condicionador de ar de 10.000 BTU com 2 pessoas no ambiente, ligado 8 horas por dia.

136

R$ 37,16

Condicionador de ar de 20.000 BTU com 5 pessoas no ambiente, ligado 8 horas por dia.

342

R$ 93,44

Ferro Elétrico doméstico, poucas roupas

45

R$ 12,29

Ferro Elétrico doméstico, bastante roupa

60

R$ 16,39

Forno de Microondas pequeno

15

R$ 4,10

Forno de Microondas completo

20

R$ 5,46

Freezer pequeno

54

R$ 14,75

Freezer grande

72

R$ 19,67

Geladeira de 200 litros

36

R$ 9,84

Geladeira de 400 litros

42

R$ 11,48

Geladeira Duplex

55

R$ 15,03

Lâmpada incandescente 100 Watts

15

R$ 4,10

Lâmpada florescente (luminária com 2 lâmpadas de 40 Watts)

10

R$ 2,73

Lavadora de Roupa simples

7

R$ 1,91

Lavadora de Roupa completa com aquecimento de água

15

R$ 4,10

Microcomputador em configuração simples, com monitor cor de 12 polegadas e sem impressora. (4 horas por dia)

26

R$ 7,10

81

Mudanças climáticas: uma preocupação de todos

3

anexos


soxena TABELA DE VALORES CALCULADOS CONFORME POTÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS

Microcomputador em configuração completa, com monitor cor de 14 polegadas, impressora, modem e scanner. (4 horas por dia)

52

R$ 14,21

Equipamentos

Consumo kWh por mês

Custo Mensal aproximado, calculado ao preço de R$ 0,27322 por kWh.

O mesmo Microcomputador acima, ligado porém sem ninguém usando, em situação de waiting, de stand by, de espera.

2

R$ 0,55

Secador de Cabelo pequeno

4

R$ 1,09

Secador de Cabelo potente

7

R$ 1,91

Secador de Roupa pouco uso

12

R$ 3,28

Secador de Roupa bastante roupa uso

34

R$ 9,29

Televisor Preto e Branco, ligado das 19 às 23 horas.

10

R$ 2,73

Televisor Cor 14 polegadas

20

R$ 5,46

Televisor Cor 20 polegadas

35

R$ 9,56

Televisor Cor 30 polegadas

50

R$ 13,66

Torneira Elétrica de 2.000 Watts, na cozinha

10

R$ 2,73

Torradeira Elétrica

3

R$ 0,82

Ventilador pequeno, de mesa funcionando 4 horas por dia.

8

R$ 2,19

Ventilador grande (40 cm), de mesa funcionando 4 horas por dia.

12

R$ 3,28

Ventilador grande (50 cm), de parede ou pedestal, 4 horas por dia.

14

R$ 3,83

Ventilador grande (60 cm), de parede ou pedestal, 4 horas por dia.

16

R$ 4,37

TOTAIS

1663

R$ 454,36

82



Impresso em papel reciclado em processo livre de cloro. uma preocupação de todos 2a edição

MANEJO FLORESTAL

SUSTENTÁVEL PARA PRODUÇÃO DE MADEIRA

NO ESTADO DO AMAZONAS

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