Um convite à cidade | Espaços de encontro e passagem

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Gabriela Massuda Orientação Artur Rozestraten Trabalho Final de Graduação FAU USP Julho de 2016


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AGRADECIMENTOS Aos meus queridos pais, Lidia e Clovis, por toda dedicação, amor e apoio para eu chegar até aqui; À minha irmã, Fabíola, por estar sempre por perto e se preocupar comigo; Ao meu namorado, Victor, meu companheiro de aventuras, pelo apoio sempre presente, pela paciência e atenção que me dedica sem questionamentos, e pela ajuda essencial neste trabalho; Às minhas amadas faunas e faunos, que me acompanharam durante todos esses anos de FAU ... sem vocês, isso tudo não faria o menor sentido! Ao meu professor orientador Artur Rozestraten, pelas conversas no banco da biblioteca, pela orientação calma e atenciosa, imprescindíveis para a conclusão deste trabalho; À Ruth e a Lígia, pela amizade e pelos desabafos de quarta-feira; Ao professor Jorge Bassani, por aceitar participar deste trabalho e pelas aulas durante a FAU; Ao Ricardo Corrêa, Tchê, por aceitar participar deste trabalho e pela inspiração ao querer transformar as cidades em lugares melhores; À todos os meus familiares e amigos que sempre torcem por mim; À minha família de Gregre, por participarem do ano que inspirou este trabalho.



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SOBRE

o que me motiva

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o que me inspira

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o ensaio

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o lugar

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a passagem

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o observar

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o projeto

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as referĂŞncias

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o encerramento

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a bibliografia

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SOBRE O QUE ME MOTIVA Vejo no trabalho final do curso de Arquitetura e Urbanismo da FAU USP uma oportunidade em registrar e disseminar aos demais interessados aquilo que me motiva e me comove em meus passos como futura, ou já, arquiteta e urbanista. Estudando diariamente sobre a arquitetura, os espaços e a cidade, a vida do arquiteto se torna um tanto exaustiva, sob um olhar constantemente crítico e questionador. Portanto, a ideia para este trabalho surgiu de uma inquietação sobre a cidade de São Paulo, lugar onde vivo desde sempre, e da possibilidade de transformá-la em uma cidade mais agradável, mesmo que a intervenção ocorresse em uma escala mínima. Percebo entre São Paulo e seus habitantes uma desconexão em muitos sentidos. A nós paulistanos falta um sentimento coletivo de pertencimento pela cidade, de cuidado com ela. Ao sairmos pela porta de casa parece que entramos num espaço transitório e funcionalista, a morada ficou para trás, ao passar da chave.

Fernanda e Lucas caminhando. Quando a Paulista dá lugar às pessoas, quando a cidade humaniza-se aos domingos. Foto de Victor Yamakado.

Me interesso por esse “espaço transitório”, na verdade, o espaço público. Fui atrás de uma leitura que abraçasse esse interesse e me desse uma consciência teórica do sentido desses espaços nas grandes cidades do mundo. Minha porta de entrada para a questão central desse trabalho saiu do livro “Cidade para as Pessoas” do também inquieto arquiteto, o dinamarquês Jan Gehl. O livro me abriu os olhos para algumas questões sobre o planejamento urbano moderno e sua abordagem na construção dos espaços públicos, quando nem sempre foi pensado na escala das pessoas.

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Teorias e ideologias começaram a substituir a tradição como base para o desenvolvimento. O modernismo teve enorme influência, com sua visão de cidade como máquina e com suas partes separadas por função. Aos poucos, um novo grupo, o de planejamento de tráfego, entrou em cena com suas ideias e teorias de como garantir as melhores condições – para o tráfego de veículos. Nem os urbanistas, nem os planejadores de tráfego colocaram o espaço urbano e a vida nas cidades no topo de suas agendas e, por muitos anos, havia pouco conhecimento sobre como as estruturas físicas influenciam o comportamento humano. As consequências drásticas desse tipo de planejamento sobre o uso da cidade pelas pessoas não foram reconhecidas até muito tempo depois. 1 Percebi então que a temática do urbanismo tomou novos rumos nos últimos anos. Cidades europeias, como no caso de um dos estudos de Gehl, Copenhagen, enfrentaram os problemas e repercussões do urbanismo moderno e propuseram novas configurações de cidade, novos planos para a mobilidade, novas diretrizes para o espaço público, incluindo a dimensão do pedestre – o principal agente na ativação dos espaços dentro da cidade. A cidade moderna sistematizada e adaptada à circulação dos carros transformou os espaços públicos e os reduziram à um simples serviço em favor de sua mobilidade, deixando em segundo plano o projetar para as pessoas, para o pedenstre, não apenas no seu deslocamento, mas os espaços dedicados ao lazer e ao estar. O ambiente urbano de nossas cidades densificadas pede por espaços de recreação. As longas horas de trabalho, as férias reduzidas, o 10

1. GHEL, Jan. Cidade para as pessoas, 2013, p.14.


tempo gasto no deslocamento das pessoas mostra o por quê da necessidade de espaços públicos nos centros das cidades. A esfera pública têm a função de promover espaços públicos de lazer, espaços verdes, espaços que promovam cultura e educação à população, sem que haja nenhuma relação com o consumo, aos quais todos tenham acesso gratuito e sem discriminação. As ciências sociais convencionam que um espaço torna-se público quando determinadas relações sociais o definem/o constituem como tal. Ele se torna público quando permite uma vida pública na qual as relações sociais entre seus indivíduos acontecem independentemente do seu papel ou posição social.” [...] “Um espaço público é indissociável de um modo de relação igualitário, no qual o sentimento de pertencimento e apropriação abrange a todos nesse espaço ou lugar. 2 Acontece que, em São Paulo, um grande número de espaços que deveriam ser destinados ao uso público está atrelado ao setor privado. As iniciativas privadas ou parcerias público-privada vêm exercendo grande influência no planejamento desses espaços, relacionando estes à prática do consumo e delineando uma lógica de “espaços privados abertos ao público”3, não necessariamente à todo o público.

2. e 3. GOBIN, Cynthia. Réinventer le sens de la ville: Les espaces publics à l’heure globale 2003, p.06. Tradução própria.

Diante de tantas questões a serem tratadas sobre a qualidade dos espaços de lazer e estar em São Paulo gostaria de, através do presente trabalho, me debruçar sobre o planejamento de um espaço público de qualidade, que seja projetado para as pessoas que moram em São Paulo. Proponho então um convite à cidade e anseio em transformar um ponto de São Paulo em um local de encontro, que estimule a coletividade e ative o espaço ali existente. 11


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4. GHEL, Architects. The human scale.“Será que a nossa forma de construir cidades permite a interação humana, a inclusão e a intimidade? Onde está a escala para medir a felicidade em uma cidade?”. Tradução da autora.

Jan Gehl e Ingrid Gehl, sua esposa, discutem as idéias centrais do planejamento urbano sob uma abordagem que valorize as pessoas e sua dimensão dentro das cidades - “Por que arquitetos não se importam com as pessoas?”. Fonte: Gehl Architects. Tradução da autora.

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“Does the way we build cities invite for human interaction, inclusion and intimacy? Where is the scale for measuring happines in a city?�4

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SOBRE O QUE ME INSPIRA Talvez a idéia deste trabalho tenha surgido da vontade de voltar no tempo e trazer de volta sensações de cidade tão apreciadas e vivenciadas no meu ano de intercâmbio. Estudei e morei na cidade de Grenoble, na França, onde conheci uma nova escala de cidade e um novo modo de vida. Ali, como em outras cidades europeias, pude dimensionar o quanto uma cidade pode ser agradável quando ela oferece aos seus moradores um sistema de transporte acessível, equipamentos públicos adequados, espaços de lazer para todos, segurança ao se deslocar pela cidade, entre outras coisas. Essa imersão num novo país e numa nova cultura me mostrou um mundo de possibilidades e referências que me revelaram uma grande inquietude com aquilo que eu conhecia e de como eu, no meu papel de agente transformadora do espaço, poderia trazer para São Paulo algumas dessas qualidades de cidade.

Sobre o cap.1.3 A cidade como lugar de encontro do livro Cidade para as pessoas: Locais atrativos e que estimulam a permanência tornam as cidades muito mais vivas. Os trajetos tem que significar muito mais do que o simples deslocamento. 1. Quai du Rhône, Lyon. 2. Place Masséna, Nice. 3. Beira do rio Tejo, Lisboa. 4. Praça do Parlamento, Budapeste. 5. Piazza del Duomo, Milão.

O que senti dessa experiência em viver em outras cidades foi a sensação de liberdade e segurança por onde eu passava. O hábito de simplesmente sentar em alguma praça e admirar a cidade, de aproveitar um espaço para descansar durante meu trajeto diário, tornou-se uma atividade corriqueira. E por que nunca havia feito aquilo em São Paulo? Talvez porque a cidade não me oferecesse isso de forma acessível, além de me impor algumas barreiras cotidianas como: as horas gastas com deslocamento, a escassez de espaços públicos destinados ao lazer ou à simples contemplação, a dificuldade de acessar o transporte público, a insegurança, as calçadas destruídas. Ou seja, São Paulo não é tão agradável como poderia ser, e acredito que grande parte da população acaba reduzindo seu dia no trajeto casa – trabalho – casa, sem outras possibilidades, e esse hábito acaba se tornando algo inconsciente, estressante e cansativo. 15


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SOBRE O ENSAIO Realizar uma proposta projetual para a discussão dos espaços públicos e da escala do pedestre foi o principal direcionamento do meu trabalho. Meu primeiro ensaio foi realizado na disciplina de Ateliê Livre da FAU USP, ministrada pelo professor Antônio Carlos Barossi. O intuito do projeto desenvolvido na disciplina era o de agregar ao planejamento urbano das grandes cidades – no caso a cidade de São Paulo, aspectos mais pessoais e de pequena escala. Tinha vontade de criar um local atrativo para as pessoas, que estimulasse a permanência dos passantes e as interações sociais, para que aquele lugar não fosse apenas um lugar de passagem. O projeto deveria ser acessível a um grande número de pessoas,, portanto, próximo ao transporte público e numa região central da cidade. Diante dessas exigências, além da intimidade com o lugar, cheguei à Avenida Paulista, um dos pontos mais importantes e ativos de São Paulo.

Fotos da Alameda Rio Claro e imagem produzida digitalmente - representação do projeto “Respiro na Cidade” desenvolvido na disciplina Ateliê Livre da FAU.

Chamei o projeto de “Respiro na cidade”, literalmente situado no respiro do metrô Trianon MASP, na Alameda Rio Claro, travessa de pedestres da Av. Paulista. O projeto é essencialmente um banco contínuo e orgânico que atravessa longitudinalmente a alameda, aliado à uma estrutura modular central e adaptável, que permite diversos usos como: bibicletário, espaço de leitura, cafeteria.

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SOBRE O LUGAR A escassez de espaços públicos para lazer e estar em São Paulo é uma realidade que deve ser repensada, e devido a essa falta de lugares adequados e dedicados às pessoas e seu bem estar, considero qualquer lugar da cidade favorável para se projetar uma praça, ou mesmo requalificar as existentes. Por esse motivo, as possibilidades eram muitas para a proposta deste trabalho. Após a realização do projeto “Respiro na Cidade” na Avenida Paulista e considerando o importante valor simbólico da região como local de ativismo político, centralidade econômica, diversidade artística e cultural, diversidade socioeconômica e importância histórica, encontrei ali, novamente, uma possibilidade para criar um espaço dedicado aos pedestres de São Paulo. Escolhi como ponto de análise e projeto, em sua potencialidade como espaço, a Praça Marechal Cordeiro de Farias, mais conhecida como a “Praça dos Arcos”, no fim da Avenida Paulista e começo de quatro outras importantes avenidas: Avenida da Consolação, Avenida Angélica, Avenida Rebouças e Avenida Dr. Arnaldo.

Fotos da Praça dos Arcos. Os arcos, que dão o nome à praça, foram uma escultura realizada em comemoração ao centenário da Avenida Paulista, em 1991. Seus autores o arquiteto Jorge Bassani e a artista plástica Lilian Amaral, marcam a passagem e o caminho dos pedestres através dos arcos coloridos e ritmados.

A Praça dos Arcos se apresenta como uma “ilha” que sobrou em meio aos prédios, ruas e viadutos da cidade. Tanto a Praça como algumas áreas verdes remanescentes são espaços desconexos, considerados hoje como um lugar perigoso e de difícil acesso, ou seja, não muito frequentado. O que me direcionou também para esse local da Avenida Paulista é justamente por ele fazer parte da avenida numa região tão favorável à renovação dessa praça. Considerada um dos mirantes da Paulista,

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a Praça dos Arcos está escondida pela confluência de vias e pelas diversas barreiras que a separa do fluxo mais intenso dos pedestres. Essas barreiras surgiram na década de 70, com a implantação do projeto viário “Nova Paulista”5, que visava descongestionar, na época, a já comprometida circulação de automóveis e ônibus da avenida. Recentemente, em agosto de 2015, a Prefeitura de São Paulo em associação com iniciativas privadas, realizaram ações de ativação do espaço da Praça dos Arcos. Foram implantados um bicicletário, um restaurante móvel (container), um mobiliário de apoio – bancos e mesas, e uma iluminação mais adequada. São pequenas iniciativas que estão aos poucos tomando espaço na cidade, estimuladas também pelo aumento da malha cicloviária de São Paulo e por uma nova agenda voltada para a questão da mobilidade na cidade.

5. O projeto de infraestrutura urbana “Nova Paulista” foi um plano lançado pela prefeitura de São Paulo para modernização e melhoria do fluxo viário da Avenida Paulista na década de 60, na gestão de Paulo Salim Maluf.

Projeto viário Paulista x Consolação. PMSP. São Paulo. Fonte: Nadir Meserani, Arcoweb.

Diagrama do Complexo Viário Rebouças-Consolação-Paulista-Dr. Arnaldo. Parte do projeto “Nova Paulista”. Fonte: CORREIA, Ana Carolina. Subsolo Urbano. São Paulo, 2014. vias entregues até set. de 1971 galerias - conclusão em nov. de 1971 vias rebaixadas - conslusão em nov. de 1971 vias em superfície - conclusão em nov. de 1971

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HISTÓRICO Os registros históricos sobre a Praça dos Arcos são quase inexistentes. Não foram encontradas fotos do local datados destes períodos observados nos mapas. Em uma busca pelos registros cartográficos da cidade de São Paulo, no acervo da FAU USP, foram selecionados esses dois mapas datados do ano de 1930 e 1957. Em ambos os períodos observa-se a existência da Praça, na época com o nome de “Praça do E. Brasil”. A conformação viária era outra, de modo que a Rua Minas Gerais não era interrompida pela praça, e a implantação desta encerrava pontualmente a Avenida Paulista, tornando o lugar em um verdadeiro belvedere.

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mapa do ano de 1957 mapa do ano de 1930

N 50m

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TOPOGRAFIA O resultado do mapa topográfico mostra claramente a formação acentuada do relevo justamente a partir do posicionamento da Praça dos Arcos, confirmando sua condição de mirante no fim da Avenida Paulista. O relevo íngreme destacado no mapa caracteriza o bairro do Pacaembu, para onde o espectro de visão se dirige e não encontra obstáculos.

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espectro da vista do mirante ponto de observação | Praça dos Arcos curvas de nível 1m

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MOBILIDADE A construção desse mapa foi dedicada à espacialização dos diversos modos de deslocamento ao redor da área do projeto. Apesar do acesso em menor escala ser prejudicado pelas barreiras físicas impostas pela configuração viária do entorno da Praça, tratadas adiante no projeto, a intenção deste mapa foi mostrar o potencial da área e a facilidade de acesso por meio do transporte público, da bicicleta e a pé. O mapa de vias e transporte foi primeiramente pensado para se exaltar essa condição da Praça dos Arcos como um ponto nodal da cidade. Apesar de importantes vias começarem ou terminarem ali, a praça é um lugar que não cumpre plenamente seu papel como espaço público de lazer e estar. Cercado de vias e acessos, os automóveis são os protagonistas, o que dificulta ainda mais o usufruto daquele espaço pelos pedestres. A representação gráfica do mapa de mobilidade foi baseada nos estudos e planos de mobilidade desenvolvidos pelo Gehl Architects, que priorizam o pedestre e o alcance do seu deslocamento nas conexões dentro da cidade, permitindo ser observada a distância aproximada versus o tempo despendido no trajeto (1 quilômetro pode ser percorrido em aproximadamente 12 minutos de caminhada).

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500 m 6 min

1000 m 12 min

pedestre estação de metrô ponto de ônibus ciclovia | ciclofaixa correor de ônibus

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USO DO SOLO Como ferramenta de leitura do contexto do projeto, considero importante a realização de um mapa de uso do solo, pois obtém-se graficamente as condições do entrono imediato a serem observadas. Neste mapa o resultado foi interessante, pois ficou destacada a região do bairro residencial do Pacaembu, demarcando uma quebra abrupta na tipologia de uso em relação à região da Avenida Paulista. A praça mostra-se como um divisor entre a turbulenta Avenida Paulisa e o tranquilo bairro residencial. Nota-se também a formação de ilhas verdes em meio ao entroncamento das vias e viadutos na conformação física desse espaço compreendido pela Praça. A Praça dos Arcos afasta-se um pouco da zona comercial e de serviços, mostrando a necessidade de se incentivar a ativação de fachadas, com a ocupação dos térreos dos edifícios por comércio, serviços e equipamentos voltados para a praça, para intensificar o fluxo de pessoas nessa área e tornar o lugar mais atrativo e seguro. Essa questão não foi abordada projetualmente, mas poderia constituir uma diretriz de uso do solo nessa área.

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uso serviรงo uso comercial uso misto uso residencial horizontal uso residencial vertical uso institucional รกrea verde

N

50m

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EQUIPAMENTOS O mapa de equipamentos públicos de lazer e estar complementa o mapa de mobilidade. Os raios concêntricos à Praça dos Arcos demarcam a distância de 500 metros, permitindo a espacialização desses equipamentos em relação ao ponto de estudo, além de oferecer uma visão ampla da oferta desse tipo de espaço na região.

PRAÇA DOS ARCOS

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PARQUE BUENOS AIRES

PRAÇA ROTARY PRAÇA DA REPÚBLICA PRAÇA ROOSEVELT

PARQUE AUGUSTA

PARQUE TRIANON

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SOBRE A PASSAGEM O projeto que proponho para a Praça dos Arcos não se trata apenas da qualificação do espaço da praça, mas a consideração com seu entorno, seus acessos e a proposição de programas e atividades para o local, que permitam a construção desse espaço de convivência. A intenção é de que a Praça não seja apenas fruto de uma demanda existente, mas que o projeto crie novas possibilidades para a área, e ele estimule novos usos. Vejo como principal problema a ser resolvido pelo o projeto a questão da acessibilidade do local e sua conexão com o entorno. Chegar até a Praça do Arcos é um grande desafio para o pedestre, existem os mais diversos tipos de obstáculos e barreiras como as vias de carros e motos, os corredores de ônibus, as ilhas centrais dos pontos de ônibus, o grande fluxo da saída do metrô.

Fotos da Passagem Literária da Consolalção.

6. A Passagem Literária da Consolação é administrada pela Associação de Livreiros da Paulista desde 2004, em acordo junto à subprefeitura da Sé. A sessão expositiva de arte do local já teve curadoria do CCSP (Centro Cultural São Paulo), e hoje é utilizada por artistas independentes.

Diante disso me deparei com a Passagem Literária da Consolação. Essa passagem subterrânea é um importante elemento de transposição da Avenida da Consolação. O fluxo de pedestres não é intenso, considerando que descer escadas já é uma barreira para o pedestre. Mesmo assim, muitos optam e preferem descer as escadas para realizarem suas travessias.Talvez porque o farol de pedestres seja demorado, ou consideram agradável passar pela passagem e ouvir uma música, ou olhar alguns livros, ou simplesmente um hábito. Pensei então na possibilidade daquela passagem subterrânea servir como um possível acesso à Praça dos Arcos, de modo que sua expansão pelo subsolo pudesse ser transformada em uma proposta arquitetônica, com a ampliação do programa já existente da passagem – a galeria expositiva de arte independente e o sebo/livraria6.

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Tanto a Passagem Literária como a própria Avenida da Consolação são locais bastante relevantes para o projeto. Neste encontro com a Paulista, a Consolação agrega valor histórico e cultural para a região. Locais como o Cinema Belas Artes, ou mesmo o antigo e boêmio Bar Riviera, transformaram esse cruzamento de avenidas um importante ponto de encontro dos paulistas.

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Fotos antigas da Avenida da Consolação, do Riviera Bar, da Passagem Literária e do Cinema Belas Artes. 1. Entrada e aberturas zenitais da Passagem da Consolação. Fonte: Acervo histórico de São Paulo - Arquiamigos. 2. Riviera Bar. Fonte: Ubirajara Dettmar. 3. Riviera Bar. Fonte: Ubirajara Dettmar. 4. Gaumont Belas Artes. Fonte: Mouzar Benedito.


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SOBRE O OBSERVAR O observador deve ter um papel ativo na percepção do mundo e uma participação criativa no desenvolvimento de sua imagem. Deve ser capaz de transformar essa imagem de modo a ajustá-la a necessidades variáveis. 7 A responsabilidade de se projetar um espaço público e a vontade de projetar para as necessidades das pessoas me ensinou a ver a cidade não apenas como um lugar de potencialidades construtivas e transformadoras, mas um lugar de acontecimentos da vida urbana. Percebi como meu papel de urbanista e “manipulador do ambiente” é uma atividade que envolve minha condição de observadora do espaço da cidade, no entendimento da importância da imagem pública que determinado lugar oferece às pessoas que o utilizam e passam por ele. Dessa ideia de imagem do lugar, parti para uma investigação mais focada na própria praça e em seu entorno imediato, ou seja, em uma escala aproximada. O observar é, portanto, um método no estudo dos espaços das cidades.

7. LYNCH, Kevin. A imagem da cidade, 2011, p.6. 8. GEHL, Jan. How to study public life, 2013, p.7. Tradução livre: “Public life studies can serve as an important tool for improving urban spaces by qualifying the goal of having more people-friendly cities.”

Amparada mais uma vez pelas pesquisas de Gehl, encontrei em seu livro “How to study public life” a descrição dos métodos desenvolvidos por ele e sua equipe pelos últimos 50 anos, observando a interação entre a vida pública e o espaço das cidades. Os estudos sobre a vida pública podem servir como importante ferramenta para melhorar os espaços públicos e qualificá-los para construirmos cidades mais agradáveis para as pessoas. 8

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Como os próprios autores do livro apontam, a interação entre a vida e a forma geram uma lista infindável de questionamentos, sendo que cada cidade e cada área de estudo têm suas especificidades, são únicas em suas características. Por esse motivo, o observador deve estar ciente de que cada lugar e seu contexto na cidade são determinantes no método de análise a ser escolhido. De qualquer forma, mesmo em meio às diferentes condições ambientais, culturais, climáticas, etc, Gehl propõe questionamentos considerados básicos e perguntas chaves que permitem uma compreensão geral sobre os espaços públicos da cidade e o comportamento das pessoas nesses espaços. Uma vez que começamos a observar a vida na cidade e sua interação com o ambiente físico que a cerca, mesmo a esquina mais comum pode fornecer interessantes questões sobre essa relação entre a vida e a froma, em qualquer lugar no mundo. Nós podemos sistematizar nossas observações fazendo perguntas básicas como quem, o quê, onde.9 Frente a esses questionamentos realizei algumas experimentações e fui à campo. Foi simplesmente sentar em um ponto da Praça, com boa visibilidade, e observar as pessoas que por ali passavam, sentavam, namoravam, brincavam, dormiam. Realizei algumas contagens de acordo com o método de Gehl10, em diferentes horários e dias da semana, apenas para entender o fluxo de pessoas e sua passagem pela praça, tentando compreender a relação das pessoas com o lugar.

9. GEHL, Jan. How to study public life, 2013, p.11. Tradução livre: “Once we begin observing city life and its interaction with physical surroundings, even the most ordinary street corner can provide interesting knowledge about the interplay of city life and form - anywhere in the world. We can systematize our observations by asking basic question like who, what and where.” 10. Método de contagem de fluxo: contar durante 10 minutos o número de pessoas circulando e atravessando o local, em diferentes horários ao longo do dia.

Fotos e anotações sobre as pessoas usando a Praça dos Arcos.

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NOTAS PESSOAIS Ensolarado com temperatura agradável, pouco quente. Por volta das 10 da manhã, passam muitas mães levando seus filhos (de uniforme e mochila) provavelmente para a escola. Passam também muitos jovens, por volta dos 20 anos, estudantes e trabalhadores. Constantemente atravessam a praça moradores de rua, que moram ali nas redondezas, principalmente embaixo dos viadutos. O fluxo nesse horário foi de 30 pessoas, entre as 10h10 até as 10h20. Nublado e com leve chuvisco. É horário de almoço, 13h30, e apesar do dia feio as pessoas passam intensamente pela praça. Contei aproximadamente 62 pessoas passando (em 10 minutos), a maioria grupos de pessoas que devem trabalhar na região, indo almoçar. O foodtruck da praça movimenta o lugar, mas apenas algumas pessoas param para comer lá no momento.

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Praça dos Arcos e marcação dos fluxos e principais elementos.

QUANTO? É possível levantar dados qualitativos através da contagem de pessoas, pois esses dados podem ser usados para qualificar um projeto, um espaço: quantas pessoas passam por ali? Quantas delas ficam? Sentam? Usam? E mesmo quanto tempo permanecem no lugar, ou quão rápido passam por ele. QUEM?

Quem usa aquele espaço? Quais grupos de gênero, idade, atividade ocupam e circulam naquele espaço? É interessante essa observação, pois segundo uma das análises realizadas pela equipe de Gehl foi que quando há uma grande porcentagem de mulheres utilizando certo espaço, pode significar que este é mais seguro.

ONDE?

É vital conhecer e observar onde as pessoas gostam de ficar, por onde elas se deslocam, seus caminhos.

O QUÊ?

Mapear que tipo de atividades são realizadas nesses locais. Estas podem ser divididas em duas categorias: NECESSÁRIAS (compras, deslocamento para chegar ao transporte público, policiamento) ou OPCIONAIS (praticar caminhada, sentar numa escada, usar um banco para desnanso).

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BICICLETÁRIO

COZINHA SP

SEGUNDO CAMINHO MAIS USADO

CAMINHO MAIS USADO

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SOBRE O PROJETAR O exercício do projetar coloca em prática as questões tratadas até este ponto do trabalho, resultado de um conjunto de inspirações, referências e do contínuo imaginar. O redesenho deste espaço público e a requalificação de um lugar com tanto potencial, foi uma oportunidade para desenvolver um projeto dedicado às pessoas que habitam e vivenciam a cidade. A ideia de conectar a Praça dos Arcos à Passagem Literária da Consolação surgiu a partir da necessidade de solucionar o problema de acessibilidade da Praça., numa região marcada pelo dinamismo e pelas complexas camadas da cidade (níveis de uso como subsolo, viadutos, túneis). O desafio foi criar essa conexão sem que a ampliação dessa galeria no subsolo se transformasse em um corredor claustrofóbico, apenas de travessia. Além disso, a requalificação desses dois extremos do projeto (passagem e praça) pretendeu exaltar suas qualidades essenciais como sebo/galeria e mirante, respectivamente. O desenho do projeto foi realizando de duas formas. Uma delas, a mais tradicional, com o estudo das curvas de nível em planta e corte, e desenhos bidimensionais em geral. A outra, com a construção tridimensional do projeto. O modelo 3D é um exercício em tempo real do projetar. Todos os detalhes do lugar, desde o terreno aos edifícios do entorno foram desenhados e inseridos na maquete virtual. A liberdade e a precisão do modelo 3D me ofereceram o contato minucioso com todos os elementos do projeto. Detalhes como iluminação, acabamentos, aberturas e vistas foram projetadas e simuladas a partir da maquete virtual. O resultado foi a construção do projeto por inteiro e de todos os seus elementos como o piso, o mobiliário, as esquadrias, e as estruturas.

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IMPLANTAÇÃO

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nível passagem literária nível praça

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MIRANTE

O projeto do mirante foi pensado como uma estrutura leve e elevada do solo de forma que não interferisse na vista do restante da praça, mas ao mesmo tempo permitisse uma visão mais interessante da paisagem revelada pelo mirante. A passarela elevada em arco é metálica com o piso em madeira, para mesclar-se à paisagem e conversar com o restante da linguagem do projeto. O mobiliário de apoio instalado na Praça dos Arcos foi inspirado no projeto do escritório norueguês LINK ARKITEKTUR, também associando a estrutura metálica com a madeira.

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PRAÇA DOS ARCOS

O projeto da Praça foi feito pensando-se na transformação do lugar em um ambiente mais acolhedor e agradável, que usufruísse da vegetação existente e ao mesmo tempo trouxesse mais lugares de permanência e convivência. A situação existente revelava uma desconexão entre os elementos da Praça, desde os arcos metálicos ao piso e bancos de concreto que conformavam barreiras à circulação dos pedestres, dando a sensação de um espaço descontínuo. A solução proposta foi o uso de um piso drenante com 3 variações de cores para dar ritimo à extensão do mesmo, de modo que as peças não ocupassem a totalidade do solo, e se desfizessem em alguns pontos para criar pequenas ilhas de gramado, quebrando a frieza do concreto e trazendo mais verde à praça. Para o talude arborizado que demarcava o desnível entre a Praça e a alça de acesso viário à avenida Rebouças, foi projetada uma arquibancada elevada em madeira, levando-se em consideração a existência das árvores ali presentes. O espaço transformou-se em um lugar de permanência e estar à sobra das árvores.

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MARQUISE DO SKATE

O entroncamento das vias nessa área resultou em uma ilha isolada, de difícil acesso, um espaço sem uso algum. Dessa forma foi pensada a criação de uma área destinada aos skatistas. O lugar é propício para essa atividade, já que o próprio viaduto acaba transformando-se numa marquise sobre a área. Espera-se que juntamente com o auxílio de medidas de redução de tráfego, como lombadas e faixa de travessia para os pedestres, que o acesso não seja um impedimento à proposição desse novo uso e àqueles que desejam aventurar-se nas rampas de concreto.

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ENTRADA DO TÚNEL + PARACICLO Um dos principais problemas da Praça dos Arcos tem sido a dificuldade em seu acesso. A conformação da estrutura viária, o trânsito de veículos e a inexistência de calçadas, configuram as mais diversas barreiras impostas ao deslocamento dos pedestres. Sendo assim, foi pensada a construção de um túnel pelo subsolo que permitisse um acesso seguro e atrativo até a Praça e seu entorno. Um novo caminho que fosse agradável e incentivasse a passagem das pessoas por ali. A criação do túnel não coincidentemente tornou-se uma conexão direta entre a Praça dos Arcos e a Passagem Literária da Consolação, que já constituía uma transposição pelo subsolo da Avenida da Consolação. Nesta imagem, observa-se a entrada do túnel direcionada à Praça dos Arcos, com abertura voltada para a rampa de acesso e para a arquibancada externa de madeira.

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BANCO CONTÍNUO + CINEMA PERMANENTE O túnel proposto em projeto para a interligação entre a Passagem Literária da Consolação e a Praça dos Arcos possui um banco contínuo de madeira, com três variações ergonômicas em sua extensão. Além da estrutura do banco, o programa proposto para o túnel é um “cinema” permanente, com projeções de mostras e filmes de acordo com a programação proposta, estabelecendo uma relação com as atividades culturais da região, a exemplo do Cinema Belas Artes.

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EXPANSÃO DA PASSAGEM LITERÁRIA + ARQUIBANCADA Na expansão da Passagem Literária da Consolação, foi proposta uma abertura em toda a extensão do projeto. Com estrutura metálica independente, a expansão constitui um espaço de uso livre, com as aberturas em vidro voltadas para o movimento das vias externas. Dessa forma as atividades ali desenvolvidas revelam-se também para o restante da cidade, permitindo essa conexão visual entre o interno e o externo. A criação de uma arquibancada interna permite a maior oferta de lugares de permanência e estar, além da possibilidade de tornar-se um local de apresentações diversas, já que a arquibancada acaba transformando-se em plateia. O espaço amplo da expansão permite também a continuidade do programa existente hoje na Passagem Literária, no incentivo à arte urbana e exposições de arte em geral. A ideia é que o lugar seja ponto de confluência das mais diversas manifestações artísticas.

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PASSAGEM LITERÁRIA DA CONSOLAÇÃO A Passagem Literária da Consolação sempre me pareceu um lugar com muito potencial. Apesar de sua aparência hostil para aqueles que não conhecem o lugar, quem o frequenta cotidianamente, como no meu caso, acaba se afeiçoando pela Passagem e apreciando o jazz das caixas de som dos livreiros e dos livros antigos do sebo. O projeto proposto visa a revitalização do local, tornando-o mais atrativo às pessoas, através da renovação do espaço expositivo e da iluminação. A idéia é que a Passagem permaneça como local de uso livre e passível de intervenções artísticas, sem perder suas características essenciais.

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1. Passeio à beira-mar em Oslo, Noruega. LINK Landskap. 2. River Quay on South Bank, Brisbane. 3. Reurbanização da orla do Laco Paprocany, RS+, Polonia. 4. Banco contínuo + passagem. Architects DSDHA, Castleford, Reino Unido. 5. Espaço púbico de lazer no subsolo. Mi5 + PKMN, Aragon, Espanha. 6. The Highline Park, Nova Iorque. 7. Drapers Field. Kinnear Landscape Architects, Londres. 8. City Square Developing, AllesWirdGut, Luxemburgo.

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SOBRE AS REFERÊNCIAS

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SOBRE O ENCERRAMENTO Encerro este trabalho com a mesma inquietude do início. Ao realizar este trabalho foi inevitável a relfexão sobre meu papel como arquiteta e urbanista. Dediquei-me diariamente a entender como podemos repensar nosso modo de vida e como reconfigurar certos espaços dentro da cidade, para que estes atendam às necessidades básicas do bem-estar das pessoas nos centros urbanos. Considero agora a questão do projetar para as pessoas uma prioridade em minha atuação pessoal e profissional. Aprendi com esse trabalho a dificuldade de enfrentar um projeto nesta escala, e solucionar questões projetuais sozinha, o que não pretendo repetir a partir de hoje, já que o pensar coletivamente é muito mais construtivo. O projeto do espaço público foi um exercício pouco enfatizado ao longo de toda minha formação, por esse motivo considerei tão reveladoras e enriquecedoras as referências que passei a estudar ao longo deste ano. Apesar do desafio, é um prazer imenso imaginar a existência de um lugar como este que desenvolvi para a cidade de São Paulo, e das infinitas possibilidades de uso e interações sociais permitidas a partir deste redesenho. A intenção sempre foi criar este espaço para que as pessoas se sintam parte dele e tenham um maior cuidado com o que a cidade pode nos oferecer. Almejo concretizar tais mudanças e que futuramente eu consiga tirar do papel esses ideais imaginados para nossa cidade.

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SITES CONSULTADOS www.landezine.com www.pps.org www.gehlarchitects.com www.prefeitura.sp.gov.br ÍCONES E IMAGENS www.thenounproject.com www.skalgubbar.se 70


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BIBLIOGRAFIA

LYNCH, Kenvin. A imagem da cidade. Tradução: Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: ed. Martins Fontes, 2011. GEHL, Jan. Cidade para pessoas. Tradução: Anita Di Marco. São Paulo: Perspectiva, 2013. GEHL, Jan & SVARRE, Birgitte. How to study public life. Tradução: Karen Ann Steenhard. Washington, Island Press, 2000. GOBIN, Cynthia Ghorra. Réinventer le sens de la ville: Les espaces publics à l’heure globale. Paris: Editions L’Harmattan, 2003. RYAN, Zoe. The Good Life: new public spaces for recreation. Van Alen InstituteNova Iorque: Princeton Architectural Press, 2006. ROFATTO, Marcel. Dos trilhos aos túneis: Um ensaio sob o Espigão Central. Trabalho Final de Graduação. São Paulo: FAU-USP, 2006. SCHULZ, Christian Norberg. Existence, space & architecture. Londres: Studio Vista London, 1972. SHIMURA, Selma. Os caminhos pela cidade-intervenção urbana na escala do pedestre. Trabalho Final de Graduação. São Paulo: FAU-USP, 2015. HUMAN scale, the. Direção: Andreas M. Dalsgaard. Gehl Architects. Dinamarca, 2012. 77min. Formato: HD.

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