Ficha de Caracterização dos Geossítios

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Associação Universidade-Empresa para o Desenvolvimento

Inventariação, Caracterização e Avaliação do Património Geológico do concelho de Macedo de Cavaleiros

Relatório de prestação de serviços

Entidade adjudicante: Município de Macedo de Cavaleiros Entidade executora: TecMinho, através da spin-off Pangeo – Geociências e Ambiente

Diamantino Pereira José Brilha Paulo Pereira

Fevereiro de 2012


Índice 1. Caracterização da área de estudo..................................................................................... 3 1.1. Materiais geológicos .................................................................................................. 4 1.1.1. O substrato Pré-Mesozóico ................................................................................. 4 1.1.2. Os sedimentos do Cenozóico .............................................................................. 7 1.2. Geomorfologia ........................................................................................................... 8 1.3. Compilação de outros elementos naturais e culturais ................................................ 10 2. Inventariação do património geológico ........................................................................... 12 2.1. Identificação de potenciais geossítios ........................................................................ 12 2.2. Avaliação qualitativa .................................................................................................. 12 2.3. Seleção de geossítios .................................................................................................. 12 2.4. Caracterização de geossítios ....................................................................................... 16 3. Quantificação do património geológico .......................................................................... 86 3.1. Avaliação numérica .................................................................................................... 86 3.2. Seriação e análise ....................................................................................................... 87 4. Considerações finais ........................................................................................................ 91 5. Referências bibliográficas ............................................................................................... 92 Anexos ................................................................................................................................. 95

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1. Caracterização da área de estudo O concelho de Macedo de Cavaleiros localiza-se em Trás-os-Montes e estende-se por uma área geográfica de cerca de 700 km2, distribuída por 38 freguesias, num total de 67 localidades onde residem cerca de 16500 pessoas (dados de 2010). Situado no centro do nordeste transmontano tem como vizinhos os concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais (figuras 1 e 2).

Figura 1 – Localização do concelho de Macedo de Cavaleiros no nordeste transmontano com representação das principais estruturas viárias e toponímia (http://mapas.sapo.pt).

Figura 2 – Localização do concelho de Macedo de Cavaleiros no nordeste transmontano com identificação de algumas referências geográficas (http://mapas.sapo.pt).

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O concelho está representado nas folhas nº 49, 50, 63, 64, 65, 77, 78, 79, 91, 92 e 93 da Carta Militar de Portugal na escala 1:25000, do Instituto Geográfico do Exército.

1.1. Materiais geológicos A constituição geológica do concelho de Macedo de Cavaleiros é complexa e comporta dois grandes conjuntos de unidades geológicas (figura 3). O primeiro agrupa as unidades e litologias que constituem o substrato pré-Mesozóico e o segundo as unidades sedimentares do Cenozóico, em seguida descritas em função da idade e características.

Figura 3 – Extrato da Carta Geológica de Portugal à escala de 1:200 000 (Pereira, 2000), com marcação dos limites do concelho de Macedo de Cavaleiros. A legenda está disponível em anexo.

1.1.1. O substrato Pré-Mesozóico As unidades geológicas e a tectónica associadas ao ciclo varisco e representadas no concelho de Macedo de Cavaleiros, têm sido objecto de diversas publicações que servem de base à presente

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síntese (e.g. Ribeiro et al., 1990; Pereira, 2000; Pereira et al., 2000; Pereira et al., 2004; Rodrigues et al., 2006). Estas unidades constituem os materiais mais antigos, maioritariamente do Paleozóico, formados, consolidados e metamorfizados durante o ciclo varisco e que envolvem, em alguns locais, materiais mais antigos. No Devónico, teve início a fase orogénica, de que resulta a deformação e subsducção dos materiais referidos. Uma parte das sequências metassedimentares e das sequências de crusta oceânica e de crusta continental foram obductada, pelo que se descrevem como unidades alóctones. De acordo com a características e distância percorrida pelos materiais obductados,! consideram-se ! diferentes! unidades ! tectonostratigráficas ! agrupada" ! em Complexos Alóctones e separadas por acidentes tectónicos maiores. O empilhamento dos diferentes mantos de carreamento constitui o aspecto mais relevante na perspectiva da tectónica varisca. A expressão física é encontrada nos contactos bruscos estabelecidas pelos carreamentos maiores, falhas inversas de baixo ângulo, que limitam as diferentes unidades alóctones. É ainda relevante o carreamento de Limãos que duplica o Complexo Alóctone Intermédio. As falhas da Vilariça e de Morais estabelecem contactos bruscos entre várias unidades e são também estrutura com movimento tardi-varisco, com relevância na evolução do relevo regional. No concelho de Macedo de Cavaleiros estão representadas as várias unidades alóctones, bem como o Complexo Parautóctone, com afinidades às unidades do Autóctone, não representadas no concelho. Indica-se sucintamente a constituição das unidades de acordo com Pereira (2000, 2006, sd).

Complexo Parautóctone O Complexo Parautóctone, está representado localmente pelas seguintes formações: ! Formação dos Quartzitos superiores, composta por quartzitos e quartzofilitos com idade provável do Silúrico Superior. ! Formação Pelito-grauváquica, constituída por xistos cinzentos com intercalações de xistos negros, ampelitos e liditos, bem como pelito, psamitos grauvaques e tufos vulcânicos, indicada anteriormente com idade provável do Silúrico, recentemente redefinida como Formação dos Xistos Cinzentos, com idade provável do Ordovícico Superior (Rodrigues et al., 2006).

O Complexo Alóctone Inferior O Complexo Alóctone Inferior é constituído por uma sequência litostratigráfica representativa de uma margem continental passive. No concelho de Macedo de Cavaleiros

estão representadas as

seguintes unidades:

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! Formação Filito-quartzítica, de natureza siliciclástica com filitos na base, quartzitos no topo e diques das rochas vulcânicas básicas e ácidas. Considera-se uma idade provisória de transição entre o Ordovícico e o Silúrico.

! Complexo Vulcano-silicioso, uma sequência vulcano-sedimentar, caracterizada por xistos variados em que se intercalam metavulcanitos básicos e ácidos e metacalcários. A idade desta unidade é considerada do Silúrico.

! Formação de Macedo de Cavaleiros é constituída por uma sucessão de filitos, de xistos negros, siltitos, tufitos e quartzofilitos, com intrusões de metadiabases e metagabros, A idade estimada situa-se entre o Ordovícico e o Devónico.

O Complexo Alóctone Intermédio ou Ofiolítico O conjunto formado pelos Complexos Intermédio e Superior constitui os Terrenos Exóticos do NW da Península Ibérica. No Maciço de Morais, encontra-se particularmente bem representado o Complexo Alóctone Intermédio ou Ofiolítico, uma sequência completa de crusta oceânica constituída do topo para a base por:

! Anfibolitos espessos e complexo de diques muito deformado; ! Complexo de diques em gabro (diques inferiores); ! "Flaser-gabros" , anfibolitizados e cumulados máficos; ! Rochas ultramáficas, essencialmente, dunitos, harzburgitos e serpentinitos xistificados, agrupados sob a designação genérica de peridotitos. No Maciço de Morais, observa-se a repetição desta sequência, em duas unidades, separadas pelo carreamento intermédio de Limãos. Na Unidade de Izeda-Remondes, inferior, estão melhor representados os termos superiores e inferiores da sequência ofiolítica, respectivamente, anfibolitos e peridotitos e na Unidade de Morais-Talhinhas, superior, encontra-se preservada a sequência completa de crusta oceânica, com domínio dos termos gabróicos e ultramáficos.

O Complexo Alóctone Superior O Complexo Alóctone Superior representa uma sequência completa de crusta continental oriunda de uma margem longínqua relativamente ao domínio autóctone. A sequência está representada, do topo para a base, por:

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! Micaxistos de Lagoa com intrusões de metavulcanitos básicos; ! Gnaisses de Lagoa, ortognaisses; ! Granulitos máficos, blastomiloníticos; ! Peridotitos com granada. A sequência está, por vezes afectada, por metamorfismo de alto grau, como nas ocorrências da unidade de Vale da Porca.

Granitóides No concelho de Macedo de Cavaleiros são ainda relevantes as ocorrências de rochas ígneas, que cortam de forma discordante as unidades metassedimentares e metavulcânicas referidas anteriormente. Para além dos filões, maioritariamente de quartzo, diferenciam-se diferentes fácies de rochas granitóides, sucintamente descritas em seguida (Pereira, 2000; Noronha et al., 2006).

! Granito e Granodiorito de Rebordelo, porfiróides, de grão médio a grosseiro, essencialmente biotíticos, ante a sin-D3, ocorrem no sector ocidental do concelho, na freguesia de Vilarinho de Agrochão.

! Granito de Lebução, granito de grão médio de duas micas, sin-D3, ocorre no sector ocidental do concelho, na freguesia de Vilarinho de Agrochão.

! Granito da Serra de Bornes e Pombares, granito de duas micas, grão médio, porfiróide. tardi a pós-D3. Evidencia cataclase e forte arenização no contacto com a falha da Vilariça.

! Granito de Romeu, granito de grão médio, moscovítico, tardi a pós-D3. ! Granito de Torre de Dona Chama, granito grosseiro, porfiróide, de duas micas, tardi a pós-D3, ocorre na freguesia de Vilarinho de Agrochão, no limite oeste do concelho.

! Granito de Burga, microgranito moscovítico, tardi a pós-D3, ocorre na freguesia de Burga, no limite sul do concelho.

1.1.2. Os sedimentos do Cenozóico Os sedimentos pouco consolidados que ocasionalmente cobrem o substrato antigo, constituem testemunhos de um sistema de drenagem anterior ao atual. Este paleossistema fluvial está representado por paleovales escavados no substrato pré-mesozóico e preenchidos posteriormente por sedimentos variados que refletem as condições tectónicas e climáticas do Neogénico. Trabalhos realizados anteriormente permitiram identificar as características sedimentológicas dos depósitos

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terciários e sugerir os modelos arquiteturais que lhes estão associados (Pereira, 1997; 1999a; 1999b; Pereira et al., 2000b; Pereira, 2006b; Pereira & Brilha, 2000; Pais et al., 2012). No concelho de Macedo de Cavaleiros estão descritas três unidades litostratigráficas que foram correlacionadas com etapas tectono-sedimentares descritas na Bacia Terciária do Douro, bem como nas Bacias do Mondego e do Baixo Tejo, nomeadamente:

! Formação Vale Álvaro, caracterizada pela presença de paligorsquite, cimento carbonatado e clastos exclusivamente de rochas máficas e ultramáficas que traduzem condições de confinamento

morfológico

e

origem

em

leques

aluviais

alimentados

por

relevos

correspondentes às rochas máficas e ultramáficas do Maciço de Morais.

! Formação Bragança, constituída por dois membros de tendência negativa, e constituição semelhante, com alternâncias de conglomerados, areias e argilas. Cada um dos membros sedimentares constitui a resposta a impulsos tectónicos que se relacionam o com rejogo da falha da Vilariça durante o Neogénico e o soerguimentos das serras de Bornes e da Nogueira. Estes sedimentos estão bem representados num paleovale de orientação W-E, situado entre Macedo de Cavaleiros e Talhinhas. As características destes sedimentos sugerem leques aluviais que alimentavam as fácies proximais de um modelo fluvial principal, entrançado de baixa sinuosidade drenando para leste, em direção à Bacia Terciária do Douro e uma idade provável do Miocénico superior a Pliocénico inferior.

! Formação Aveleda, constituída por depósitos sedimentares imaturos, essencialmente conglomeráticos, com origem nos relevos tectónicos da serras de Bornes e da Nogueira. As características destes sedimentos sugerem uma idade do Pliocénico Superior. Os sedimentos mais recentes, de idade Holocénico, preenchem os fundos de vales mais largos, instalados, em geral, nas depressões. Estes materiais areno-argilosos ou cascalhentos, em geral remobilizados das unidades mais antigas, têm maior expressão no rio Macedo e ribeira de Carvalhais (depressão de Macedo de Cavaleiros), ribeira de Salsas (depressão de Sta. Combinha, rio Azibo, ribeira Vale Meçados e ribeira vale de Moinhos (depressão Vale da Porca-Talhinhas).

1.2. Geomorfologia A interpretação do relevo do norte de Portugal tem enfatizado a importância do acidente tectónico que se desenvolve entre Bragança, Vilariça e Manteigas, conhecido por Falha da Vilariça. Este acidente tectónico tem forte expressão no concelho de Macedo de Cavaleiros, no âmbito da qual se desenvolveram bacias de desligamento, como as de Sta. Combinha, Macedo de Cavaleiros ou da Vilariça, e relevos soerguido num modelo de push-up, como as serras de Bornes e da Nogueira (Cabral, 1995; Pereira, 1997; 2002; 2006a, 2010). No âmbito regional a Falha da Vilariça constitui

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também o limite entre o sector a ocidente de maior regularidade da superfície fundamental da Meseta Ibérica e o sector ocidental de relevo mais irregular, marcado pelos altos planaltos centrais dissecado a sul do Douro e pela depressão de Mirandela a norte do Douro. No concelho de Macedo de Cavaleiros destacam-se alguns aspectos geomorfológicos que se descrevem sucintamente. A superfície regular de aplanamento do Maciço de Morais desenvolve-se a norte da Falha de Morais, a cerca de 750 metros de altitude, e é representativa da Superfície Fundamental da Meseta Norte. Esta superfície bem conservada nos peridotitos do Maciço de Morais, constitui uma referência para a interpretação das restantes superfícies regionais. Porções da mesma superfície estão também conservadas mais a norte, entre Sta. Combinha e Vinhas. A norte do Maciço de Morais, entre Vale da Porca e Talhinhas desenvolve-se uma depressão de orientação E-W, situada cerca de 150 metros abaixo das superfícies do referido Maciço de Morais e de Vinhas. A sul da Falha de Morais é perceptível o bloco abatido, cerca de 100 metros, no sector entre Talhas e Lagoa, bem como a expressão da escarpa de falha. No sector NW do concelho, destaca-se o flanco sul da Serra da Nogueira, que atinge uma cota de 1231 metros no vg Pena Mourisca, em granitos do Maciço de Pombares. Este relevo tectónico com orientação NNE-SSW, situa-se a oeste do ramo principal da Falha da Vilariça. Os sectores de Macedo de Cavaleiros e de Sta. Combinha, são identificados como pequenas depressões com orientação NE-SW e NNE-SSW, individualiza entre falhas definidas no contexto do acidente tectónico (Falha da Vilariça). A SW, a Serra de Bornes destaca-se como um relevo tectónico de orientação NNE-SSW, paralelamente à Falha da Vilariça, com o topo regular próximo dos 1200 metros. No limite sul do concelho, na freguesia de Burga, desenvolve-se a escarpa de falha de orientação aproximada N-S, com prolongamento para a depressão da Vilariça. No sector ocidental do concelho de Macedo de Cavaleiros subsistem alguns retalhos aplanados, ligeiramente abatidos relativamente aos níveis mais regulares da Superfície Fundamental e que constituem também um degrau tectónico para a depressão de Mirandela. Relativamente à rede de drenagem fluvial, constitui uma particularidade o facto da depressão de Macedo de Cavaleiros ser drenada no sentido do rio Tuela, pelo rio Macedo e ribeira de Carvalhais. O restante território enquadra-se na sub-bacia do rio Sabor, que limita o concelho a leste. O rio Sabor, com vertentes de declive acentuado e um encaixe pronunciado, com cerca de 200 metros nas margens e 400 metros relativamente á superfície fundamental. Os vales dos afluentes, como o rio

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Azibo e das ribeiras referidas anteriormente têm vales encaixados que se abrem nas depressões tectónicas, onde correm em fundo aplanado.

1.3. Compilação de outros elementos naturais e culturais O concelho de Macedo de Cavaleiros detém um notável conjunto de valores naturais e culturais, para além do elevado interesse geológico demonstrado pelo presente inventário. A título de exemplo, refere-se a Serra da Nogueira, particularmente relevante por possuir a mancha florestal de carvalhos mais extensa de Portugal, onde ocorre também fauna local como os lobos, raposas, gatobravo, cegonha-branca, salamandras, etc. O Vale do rio Sabor, inserido na Rede Natura 2000, possui um valor ecológico elevado, sobretudo ao nível da flora, onde se destaca a presença de extensos e bem conservados azinhais e sobreirais da região. Algumas destas ocorrências naturais estão integradas em áreas classificadas do concelho: os Sítios Montesinho/Nogueira (PTCON0002), Rios Sabor e Maçãs (PTCON0021), Morais (PTCON0023) e Romeu (PTCON0043) e as Zonas de Proteção Especial (ZPEs) Rios Sabor e Maçãs (PTZPE0037) e Montesinho/Nogueira (PTCON0002), para além da área de Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo. Uma geodiversidade marcada pela ocorrência de rochas ultrabásicas, conjugada com um clima temperado, dá origem a solos com uma particularidade notável. A concentração anómala de determinados elementos químicos, como o níquel, determina um elevado grau de toxicidade para a flora mas, simultaneamente, justifica a presença de espécies autóctones adaptadas a este meio particular (Alves et al., 2011; García-Barriuso et al., 2011; Menezes de Sequeira & Pinto da Silva, 1992; Pinto da Silva, 1970). De destacar ainda a ocorrência de águas mineralizadas associadas à ocorrência de fraturas que permitem a circulação de água e a dissolução dos minerais das rochas encaixantes. As termas da Abelheira, atualmente desativadas, e a ocorrência das águas de Escarledo, são 2 das principais ocorrências deste tipo de águas no concelho de Macedo de Cavaleiros (Machado, 2009). De

acordo

com

a

informação

divulgada

no

website

da

Associação

Terra

Quente

(http://www.terrasquentes.com.pt), existem 151 arqueossítios identificados no concelho de Macedo de Cavaleiros, representativos de diversos períodos (Calcolítico, Neolítico, Idade do Ferro, Idade do Bronze, Romano, Idade Média e Moderno). Destacam-se alguns locais com interesse como a Terronha de Pinhovelo, a Fraga dos Corvos de Vilar do Monte e a Mamoa de Santo Ambrósio, assim como a estrada romana que passa por Argana, Lamalonga e Vila Nova da Rainha, entre outros. Ainda no que diz respeito ao património cultural, de destacar os cinco imóveis classificados como “Imóveis de Interesse Público”: Pelourinho de Pinhovelo, Pelourinho de Nozelos, Pelourinho de

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Chacim, Pelourinho de Vale de Prados e a Igreja Paroquial de Vilarinho do Agrochão/ Igreja de Santo Antão. O concelho de Macedo de Cavaleiros é igualmente rico em património cultural imaterial, em atividades de carácter etnográfico com destaque para os Caretos de Podence e numa gastronomia de relevo como a alheira, o chouriço, o botelo e morcela-doce, o presunto e o queijo de ovelha e cabra. Especialidades como a posta mirandesa, o cabrito assado na brasa, as casulas com fumeiro e o javali com castanhas são considerados ex-libris regionais.

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2. Inventariação do património geológico De acordo com o Dec. Lei nº 142/2008, de 24 de Julho, por património geológico entende-se “o conjunto de geossítios que ocorrem numa determinada área e que inclui o património geomorfológico,

paleontológico,

mineralógico,

petrológico,

estratigráfico,

tectónico,

hidrogeológico e pedológico, entre outros”, sendo geossítios definidos como “a área de ocorrência de elementos geológicos com reconhecido valor científico, educativo, estético e cultural”. A identificação de geossítios deve estar suportada por uma avaliação objectiva do seu valor, segundo critérios de valor científico, valor adicional (ecológico, cultural, estético e didático), valor de uso e valor de proteção (Pereira, 2006). A inventariação de geossítios consiste na primeira etapa de uma estratégia de geoconservação, quer ela seja aplicada a uma escala nacional ou local (Brilha, 2006).

2.1. Identificação de potenciais geossítios O processo de avaliação do património geológico do concelho de Macedo de Cavaleiros iniciou-se com a identificação de potenciais geossítios. Esta etapa teve por base o conhecimento empírico da elevada geodiversidade que caracteriza o território do concelho, complementado com análise bibliográfica e trabalho de campo. Enfatizou-se a seleção de locais com base no seu valor científico. Foram identificados 82 potenciais geossítios, relacionados com ocorrências mineralógicas, petrológicas, estruturais, geomorfológicas e hidrogeológicas.

2.2. Avaliação qualitativa De forma a suportar a seleção de geossítios, os potenciais geossítios foram avaliados de acordo com critérios de valor científico, valor adicional, valor de uso e valor de proteção (tabela 1).

2.3. Seleção de geossítios Dos 82 potenciais geossítios, foram selecionados 34 (tabela 2), cuja distribuição geográfica no concelho de Macedo de Cavaleiros se apresenta na figura 4. Esta selecção teve por base a avaliação dos locais referida no ponto anterior, com incidência no seu valor científico e no seu enquadramento nas categorias temáticas criadas no âmbito do inventário nacional de património geológico (Brilha et al., 2010).

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Tabela 1 – Critérios utilizados na avaliação de potenciais geossítios.

Tipo de valor

Científico

Adicional

Uso

Proteção

Critérios de avaliação Representatividade Raridade Diversidade Integridade Conhecimento científico associado Ecológico Cultural Estético Didático Acessibilidade Visibilidade Uso atual do interesse geológico Outros interesses, naturais e culturais Proteção oficial e limitações ao uso Equipamentos e serviços de apoio ao uso Estado de conservação Vulnerabilidade

Os geossítios inventariados no concelho de Macedo de Cavaleiros foram distribuídos pelas categorias temáticas criadas no âmbito do inventário nacional de património geológico (Brilha et al., 2010). A definição de categorias temáticas num processo de inventário nacional de património geológico corresponde à prática em curso em muitos países europeus. As categorias geológicas temáticas correspondem aos principais temas que melhor representam a evolução geológica do território a inventariar. Esta metodologia, bem adaptada a inventários de âmbito nacional, é usada há mais de quinze anos pela Associação Europeia para a Conservação do Património GeológicoProGEO e pela União Internacional das Ciências Geológicas-IUGS. Das 27 categorias geológicas temáticas de relevância nacional ou internacional, os geossítios inventariados no concelho de Macedo de Cavaleiro integram-se em 6 destas categorias (tabela 3). Alguns dos geossítios localizam-se em áreas classificadas (tabela 4) o que lhes confere já um estatuto legal de proteção, apesar da maior parte destas áreas classificadas não ter sido criada especificamente com o objectivo de proteger a geodiversidade.

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Tabela 2 – Lista dos 34 geossítios inventariados no concelho de Macedo de Cavaleiros. As 3 letras da referência correspondem a uma abreviatura da freguesia onde os geossítios se localizam: Arc – Arcas; Bor – Bornes; Bur – Burga; Cac – Chacim; Cot – Cortiços; Esp – Espadanedo; Lag – Lagoa; Lal – Lamalonga; Mor – Morais; Mur – Murçós; Olm – Olmos; Pod – Podence; Sal – Salselas; Tal – Talhas; Tan – Talhinhas; Vbf - Vale Benfeito; Vpc - Vale da Porca; Vin – Vinhas.

Referência Arc 1 Bor 1 Bur 1 Cac 1 Cac 2 Cot 1 Esp 1 Lag 1 Lag 2 Lag 3 Lal 1 Lal 2 Lal 3 Mor 1 Mor 2 Mor 3 Mor 4 Mur 1 Olm 1 Pod 1 Sal 1 Sal 2 Sal 3 Tal 1 Tal 2 Tan 1 Tan 2 Vbf 1 Vbf 2 Vin 1 Vpc 1 Vpc 2 Vpc 3 Vpc 4

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Nome do geossítio Meandros do Rio de Macedo Escarpa da falha da Vilariça Microgranito de Burga Termas da Abelheira Falha de Morais Granito de Romeu em Cernadela Alto da Serra Gnaisses de Lagoa Carreamento de Lagoa Carreamento da Foz do Azibo Vale do Rio Tuela Granito de Torre de Dona Chama Contato litológico em Vila Nova da Rainha Gabros de Sobreda Diques anfíbolíticos de Paradinha Talco e asbesto de Morais Micaxistos de Lagoa Complexo mineiro de Murços Águas de Escarledo Falha da Vilariça em Azibeiro Carreamento de Limãos Depressão de Salselas Calcários de Salselas Cabeço Berrão Gabros de Xaires Carreamento do Castelo Peridotitos do Castelo Falha da Vilariça em Vale Bemfeito Panorâmica de Bornes Sedimentos de Castro Roupal Sedimentos de Vale da Porca Xistos anfibolíticos do Alto do Montinho Calcários do Alto da Carrasqueira Talcos de Vale da Porca

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Figura 4 – Distribuição dos 34 geossítios inventariados no concelho de Macedo de Cavaleiros, representados sobre a carta topográfica, à escala de 1:25 000.

Tabela 3 – Geossítios inventariados e sua integração nas categorias temáticas do inventário nacional de património geológico.

Categoria temática

Geossítios do concelho de Macedo de Cavaleiros

Granitóides pré-mesozóicos

Bur 1; Cot 1; Lal 2; Lal 3

Neotectónica em Portugal Continental

Arc 1; Bor 1; Cac 1; Cac 2; Olm 1; Pod 1; Sal 2; Vbf 1

Província metalogénica W-Sn Ibérica

Mur 1

Relevo e drenagem fluvial no Maciço Ibérico português

Arc 1; Bor 1; Cot 1; Esp 1; Lag 2; Lag 3; Lal 1; Lal 2; Olm 1; Sal 2; Tal 1; Vbf 1; Vbf 2; Vin 1; Vpc 1

Sistemas cársicos

Sal 3; Vpc 3

Terrenos Portugal

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exóticos

do

nordeste

de

Lag 1; Lag 2; Lag 3; Mor 1; Mor 2; Mor 3; Mor 4; Tal 2; Sal 1; Sal 3; Tan 1; Tan 2; Vpc 2; Vpc 3; Vpc 4

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Tabela 4 – Geossítios que se localizam no interior de áreas classificadas do concelho de Macedo de Cavaleiros.

Áreas classificadas

Geossítios do concelho de Macedo de Cavaleiros

Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo

Vpc4

Sítios Montesinho/Nogueira (PTCON0002)

Esp1

Sítio Rios Sabor e Maçãs (PTCON0021)

Lag1; Lag2; Tal1

Sítio Morais (PTCON0023)

Cac1; Lag3; Mor1; Mor2; Mor3; Olm1; Sal1; Sal2; Sal3; Tan1; Tan2; Vpc1; Vpc2; Vpc3; Vpc4

Sítio Romeu (PTCON0043)

Cot1

ZPE Rios Sabor e Maçãs (PTZPE0037)

Lag1; Lag2; Lag3; Tal1; Tal2

ZPE Montesinho/Nogueira (PTCON0002)

Esp1

2.4. Caracterização de geossítios Os geossítios inventariados foram caracterizados com base numa ficha-tipo que apresenta os seguintes campos:

Nome do local: Designação do geossítio. Refª: A referência é constituída por 3 letras, correspondentes à abreviatura da freguesia onde se localiza o geossítio, e um número que corresponde às ocorrências de geossítios em cada freguesia (p.e. Arc 1). Abreviaturas usadas: Arc - Arcas Bor - Bornes Bur - Burga Cac - Chacim Cot - Cortiços Esp - Espadanedo

Lag - Lagoa Lal - Lamalonga Mor - Morais Mur - Murçós Olm - Olmos Pod - Podence

Sal - Salselas Tal - Talhas Tan - Talhinhas Vbf - Vale Benfeito Vpc - Vale da Porca Vin - Vinhas

Tipo (P, A, L): O geossítio pode corresponder a um local panorâmico para observação da paisagem (P), uma área que integra vários pontos de interesse situados relativamente próximos (A) ou uma ocorrência bem localizada (L). GPS: Coordenada obtida por GPS (Datum WGS 84) em formato ddd°mm'ss.s". A título indicativo, é ainda apresentada a cota lida no receptor GPS.

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Categoria temática: Cada geossítio enquadra-se numa das categorias temáticas do inventário nacional de geossítios, sendo referenciado o respectivo número: 1. Granitóides pré-mesozóicos; 2. Neotectónica em Portugal Continental; 3. Província metalogénica W-Sn Ibérica; 4. Relevo e drenagem fluvial no Maciço Ibérico português; 5. Sistemas cársicos; 6. Terrenos exóticos do nordeste de Portugal. Caracterização geral: Breve descrição geológica que destaca o valor científico do geossítio, bem como outros eventuais interesses. Localização: Localização do geossítio num excerto de 4 km2 da Carta Militar de Portugal na escala de 1:25 000. Enquadramento geológico: Localização do geossítio num excerto de 25 km2 da Carta Geológica de Portugal à escala de 1:200 000 (a legenda é a mesma da figura X). Acessibilidade: Descreve as condições de acesso ao geossítio. Visibilidade: Descreve as condições de visibilidade dos principais aspectos geológicos do geossítio. Fotografia: Cada geossítio é identificado com uma fotografia. Uso atual e limitações ao uso: Descreve o uso atual do local enquanto geossítio e, caso este não esteja implementado, se existem limitações ao seu uso. Identifica ainda se o geossítio se encontra no interior de uma área classificada. Condições de segurança: Descreve eventuais problemas de segurança que possam afetar o público na sequência do uso do geossítio. Estado de conservação: Descreve o atual estado de conservação dos principais aspectos geológicos que caracterizam o geossítio. Propostas de intervenção: Identificam-se eventuais ações imediatas que devam ser implementadas com vista a promover o uso do local enquanto geossítio.

Apresentam-se, seguidamente, as fichas relativas aos 34 geossítios selecionados.

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NOME DO LOCAL MEANDROS DO RIO DE MACEDO REF Arc1 TIPO A FREGUESIA ARCAS / VILARINHO DE AGROCHÃO CATEGORIA TEMÁTICA: 2

GPS N 41º31’28.5” W 7º02’33.3” Alt. 320 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Neste sector do vale do rio de Macedo, o curso de água corre encaixado e meandrizado nos metassedimentos da Formação Pelito-grauváquica do Parautóctone, nomeadamente xistos cinzentos. No local, é possível perceber o elevado controlo estrutural, por falhas, com direção aproximada N-S, na configuração do vale. Ao valor científico acrescem valores estético e cultural pela presença, por exemplo, dos lameiros (que ocupam as margens nas curvas côncavas dos meandros), de um moinho e de uma cascata artificializada, que reduz localmente o declive longitudinal do rio em zona de rápidos.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 49 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Boa, com a estrada que liga Arcas a Vilarinho de Agrochão a cruzar este local; o acesso ao moinho e cascata artificializada é feito através de um caminho em terra batida, a partir da ponte e em cerca de 300 metros, apenas transitável por veículo todo-o-terreno.

VISIBILIDADE O observação de todos os elementos em destaque obriga à movimentação do visitante. Contudo, a visualização ideal do vale e dos meandros deve ser efectuada dos locais mais elevados, como por exemplo, na estrada que sobe em direção a Arcas.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual e sem limitações ao uso, excepto o facto do geossítio (sendo uma área extensa) incluir terrenos privados como, por exemplo, campos de cultivo. Contudo, a sua observação não implica o uso desses terrenos.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA No geral, o local oferece boas condições de segurança, sendo apenas a realçar a necessidade de precaução na estrada, a partir da qual se efetua a melhor observação.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Os elementos em destaque possuem bom estado de conservação.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Propõe-se a limpeza e arranjo do caminho de acesso ao moinho e à cascata artificializada, bem como a requalificação do parque de merendas situado junto a esse local.

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NOME DO LOCAL ESCARPA DA FALHA DA VILARIÇA REF Bor1 TIPO P FREGUESIA BORNES CATEGORIA TEMÁTICA: 4; 2

GPS N 41º26’20.8” W 7º01’04.8” Alt. 870 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Ponto panorâmico situado na vertente sudoeste da Serra de Bornes, a partir do qual se pode observar a expressão morfológica da falha da Vilariça no sector sul do concelho. Do local é observável o controlo da falha na instalação da ribeira da Burga, formando um vale rectilíneo até cerca da povoação com o mesmo nome. Do mesmo local observa-se igualmente a expressão da falha na região a sul do concelho, especialmente no âmbito da depressão da Vilariça.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 91 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa, sendo um local situado na estrada nacional 315 (km 46,7), com possibilidade de parar veículos automóveis.

VISIBILIDADE Ponto panorâmico com a observação dos elementos em destaque feita à distância, sem obstáculos.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual enquanto ponto de interesse.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Ponto panorâmico situado junto a estrada com algum trânsito, o que poderá gerar alguma perigosidade para os visitantes.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Os elementos geológicos em destaque, devido à sua elevada dimensão, não perdem o seu valor científico devido às atividades humanas, embora seja de assinalar a instalação do IP2 como deteriorante da paisagem.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Sugere-se a exposição de informação que descreva e interprete a falha da Vilariça e o seu significado na evolução da paisagem local e regional.

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NOME DO LOCAL MICROGRANITO DE BURGA REF Bur1 TIPO A FREGUESIA BURGA CATEGORIA TEMÁTICA: 1

GPS N 41º25’41.2” W 7º02’20.4” Alt. 570 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Junto à aldeia de Burga ocorre um granito de grão fino moscovítico, denominado de microgranito de Burga. Trata-se de um granito tardi a pós-tectónico relativamente a D3, com a particularidade de ocorrer em pequenas manchas, neste sector do concelho. Realça-se igualmente a sua utilização enquanto material de construção predominante na aldeia, ainda que esta esteja implantada onde afloram metassedimentos.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 91 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Boa até à aldeia, pela estrada municipal 577. Contudo, para se observar os afloramentos in situ, é necessário subir a vertente por caminhos apenas transitáveis por veículos todo-o-terreno e onde é difícil parar viaturas.

VISIBILIDADE Nos afloramentos in situ é difícil perceber a textura do granito devido à ocorrência de líquenes a revestir os blocos. Para o efeito sugere-se a observação do granito nos muros e edifícios da aldeia.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual enquanto ponto de interesse. Os terrenos onde ocorrem os blocos graníticos poderão ser privados.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA No geral, existem condições de segurança, sendo de assinalar apenas cuidados no acesso, pela elevada inclinação dos caminhos.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Os elementos geológicos em destaque mantém as condições naturais.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Sugere-se a implementação de sinalética e a exposição de informação que descreva e interprete estes materiais geológicos.

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NOME DO LOCAL TERMAS DA ABELHEIRA REF Cac1 TIPO L FREGUESIA CHACIM CATEGORIA TEMÁTICA: 2

GPS N 41º28’31.5” W 6º51’34.2” Alt. 429 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Balneário termal com atividade suspensa. Água sulfúrea sódica, silicatada, hipotermal, alcalinosódica, silicatada, de elevado pH, contendo também fluoreto, com temperatura de 17,9 ºC e pH=10,34 (Machado, 2009). Usadas para tratamento de doenças reumáticas e de dermatoses crónicas. A água brota de diaclases nos anfibolitos, relacionando-se com a falha de Morais. Do local observa-se o monte de Balsamão, relevo de dureza em serpentinitos, no contacto com a falha de Morais.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 78 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Boa até às termas, através de estrada própria, a partir do acesso ao monte de Balsamão. Possibilidade de parar veículos automóveis.

VISIBILIDADE Boa para os elementos associados à exploração termal, embora os aspectos relacionados com a água não estejam acessíveis aos visitantes.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Situado no Sítio Morais (PTCON0023) da Rede Natura 2000. Exploração termal que poderá ser propriedade privada.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA No geral oferece boas condições de segurança.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Edifícios da exploração termal em estado degradado.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Sugere-se a produção de sinalética e requalificação do espaço.

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NOME DO LOCAL FALHA DE MORAIS EM CHACIM REF Cac2 TIPO L FREGUESIA CHACIM CATEGORIA TEMÁTICA: 2

GPS N 41º28’07.2” W 6º52’21.4” Alt. 463 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Em talude da estrada que liga Chacim e Paradinha de Morais é possível observar a falha de Morais, sendo o melhor local para o efeito. A falha tem um comprimento de cerca de 20 km na direção ENE-WSW e uma inclinação de cerca de 70ºS. No local, a falha delimita anfibolitos do topo do Complexo Ofiolítico, a norte, dos quartzofilitos e xistos da Formação de Macedo de Cavaleiros (Alóctone Inferior). É possível identificar a caixa de falha com elementos de interesse como estrias em espelhos de falha e brecha.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 78 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até ao local, situado na estrada entre as povoações de Chacim e Paradinha. Contudo, há dificuldade em parar veículos automóveis próximo do local.

VISIBILIDADE Boa para os elementos geológicos em destaque.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Situa-se numa estrada com algum trânsito, o que poderá impor limitações ao uso.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Situado numa estrada com algum trânsito, sem bermas e sem local próprio para observação a não ser no meio da estrada, o que poderá gerar alguma perigosidade para os visitantes.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO A área não mantém condições naturais devido a ser um talude de estrada, embora seja de considerar que é esta a condição que permite expor os elementos geológicos em destaque.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Necessidade de garantir a preservação do talude onde ocorre a falha. Possibilidade de criar um ponto de observação que evite a posição de observação no meio da estrada. Sugere-se também a produção de sinalética que descreva e interprete a falha e a sua expressão geomorfológica regional.

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NOME DO LOCAL GRANITO DE ROMEU EM CERNADELA REF Cot1 TIPO A FREGUESIA CORTIÇOS CATEGORIA TEMÁTICA: 1

GPS N 41º31’12.4” W 7º02’27.4” Alt. 478 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL O maciço granítico de Romeu abrange parte do concelho de Macedo de Cavaleiros, sendo constituído por uma fácies granítica dominante, moscovítico, de grão médio, e por uma fácies interna, de duas micas, grão médio e tendência porfiróide, designada por granito de Cernadela, situada a sudoeste da povoação com este nome. Neste local podemos observar a fácies principal e a sua expressão morfológica local.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 77 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Boa até ao local, por estrada de acesso à exploração industrial de granitos situada próxima deste local, a partir da estrada nacional 102-1 (Macedo de Cavaleiros – Mirandela). Há possibilidade de parar viaturas automóveis junto do local.

VISIBILIDADE Obriga a movimentação para observar diversidade de formas graníticas. Nos afloramentos in situ é difícil perceber a textura do granito devido à ocorrência de líquenes a revestir os blocos. Para o efeito sugere-se a observação do granito em blocos partidos e usados em muros.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual enquanto ponto de interesse. Os terrenos onde ocorrem os blocos graníticos poderão ser privados. A Estrada de acesso poderá ser de uso privado, associada à pedreira de granite que existe próxima do local. Este geossítio está localizado na área do Sítio Romeu (PTCON0043) da Rede Natura 2000.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA No geral, existem condições de segurança, na medida em que existe espaço para parar viaturas. No entanto, deve considerar-se que se trata de uma estrada de acesso a uma pedreira em atividade, com trânsito frequente de camiões, o que poderá constituir perigosidade.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Os elementos geológicos em destaque mantém as condições naturais, embora a grande exploração industrial nas proximidade constitua um elemento de degradação da paisagem granítica deste sector do concelho.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Sugere-se a implementação de sinalética e a exposição de informação que descreva e interprete estes materiais geológicos e a sua morfologia.

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NOME DO LOCAL ALTO DA SERRA REF Esp1 TIPO A/P FREGUESIA ESPADANEDO CATEGORIA TEMÁTICA: 4

GPS N 41º38’53.4” W 6º54’23.7” Alt. 1176 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Geossítio situado na extremidade sul da Serra da Nogueira, no sector NW do concelho de Macedo de Cavaleiros, onde existe elevada diversidade de elementos geológicos em destaque. Na área ocorre o granito de Pombares que caracteriza a morfologia deste sector da serra, com destaque para geoformas acasteladas do tipo tor e castle kopje (como, por exemplo, no vg Pena Mourisca) através das quais é possível identificar o típico diaclasamento das rochas graníticas. É também um ponto panorâmico a partir do qual se pode observar a morfologia geral do concelho, nomeadamente o acidente tectónico Bragança-Vilariça-Manteigas (Falha da Vilariça), o seu prolongamento até à base da Serra de Bornes, a albufeira do Azibo, o Monte de Morais e um conjunto de superfícies escalonadas.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 50 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Área situada no sector mais elevado do concelho, com caminhos em terra batida transitáveis de preferência por veículos todo-o-terreno, a partir de Edroso ou de Soutelo Mourisco.

VISIBILIDADE A observação da morfologia granítica em pormenor impõe a movimentação do visitante. Enquanto ponto panorâmico a visibilidade é muito boa, principalmente para sul e para oeste.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Área de montanha, sem campos de cultivo ou outras atividades humanas que limitem o uso enquanto geossítio. Localizado nos Sítio e ZPE Montesinho/Nogueira (PTCON0002) da Rede Natura 2000. CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Boas condições de segurança para os visitantes. ESTADO DE CONSERVAÇÃO A área mantém condições naturais.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Sem propostas de intervenção para o local (que preserva as características naturais) excepto a produção de informação de apoio para o visitante.

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NOME DO LOCAL GNAISSES DE LAGOA REF Lag1 TIPO L FREGUESIA LAGOA CATEGORIA TEMÁTICA: 6

GPS N 41º25’30.0” W 6º45’45.7” Alt. 390 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Ocorrência de ortognaisses do Complexo Alóctone Superior que resultaram do metamorfismo de um granitóide pré-varisco. Os gnaisses ocelados de Lagoa são fundamentais, não só enquanto representantes do soco do continente que foi carreado sobre o Terreno Ibérico, mas também porque preservam critérios cinemáticos extremamente claros que constituem um elemento precioso para a reconstituição geodinâmica do Varisco Ibérico.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 93 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até próximo do local, situado na estrada entre a povoação de Lagoa e a foz do Azibo (km 59,4). Existe a possibilidade de parar veículos automóveis num pequeno largo. É necessário aceder por um trilho, a pé, em cerca de 30 metros, até ao curso de água (ribeira da Eirinha) onde os gnaisses estão melhor expostos.

VISIBILIDADE Muito boa sobre os elementos geológicos em destaque, no leito do rio, onde os gnaisses estão polidos pela ação erosiva fluvial.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Local usado como de interesse geológico em excursões científicas dedicadas à geologia do Maciço de Morais. Situado no Sítio Rios Sabor e Maçãs (PTCON0021) e na ZPE Rios Sabor e Maçãs (PTZPE0037) da Rede Natura 2000.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA No geral oferece boas condições de segurança, sendo de considerar apenas o acesso íngreme ao local e o piso escorregadio, principalmente dos próprios gnaisses, polidos pela ação da água.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO A área mantém condições naturais, não havendo artificialização dos afloramentos em destaque.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Sugere-se a produção de sinalética que descreva e interprete as litologias.

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NOME DO LOCAL CARREAMENTO DE LAGOA REF Lag2 TIPO P/L FREGUESIA LAGOA CATEGORIA TEMÁTICA: 6; 4

GPS N 41º25’06.1” W 6º45’50.5” Alt. 323 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL No topo da vertente sobre o rio Sabor, ocorre o carreamento da base da Unidade Alóctone Superior. Trata-se de um afloramento fundamental para a compreensão da dimensão dos processos associados ao orógeno Varisco. É possível visualizar o contacto tectónico entre segmentos da crusta continental superior (representada pelos gnaisses ocelados de Lagoa) com a crusta continental inferior (representada pelos granulitos) e o manto (representado pelos peridotitos). Do local, é igualmente possível observar (na margem oposta do rio Sabor) a expressão geomorfológica dos mantos de carreamento.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 93 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até próximo do local, situado a cerca de 200 metros da estrada entre a povoação de Lagoa e a foz do Azibo (km 60,4), que podem ser transitados por veículos automóveis em caminho em terra batida.

VISIBILIDADE Boa sobre os elementos geológicos em destaque, embora a visibilidade para os afloramentos esteja limitada pela presença de vegetação arbustiva. Muito boa visibilidade do ponto de vista panorâmico, para a margem sul do rio sabor.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Local usado como de interesse geológico em excursões científicas dedicadas à geologia do Maciço de Morais. Situado no Sítio Rios Sabor e Maçãs (PTCON0021) e na ZPE Rios Sabor e Maçãs (PTZPE0037) da Rede Natura 2000. Há colmeias situadas no caminho, com possibilidade do acesso ser privado.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA No geral oferece boas condições de segurança.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO No geral a área mantém condições naturais, embora seja de assinalar a artificialização dos taludes onde afloram os elementos geológicos em destaque e alguma falta de limpeza no local.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Sugere-se a produção de sinalética que descreva e interprete as litologias, estruturas e a sua expressão geomorfológica.

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NOME DO LOCAL CARREAMENTO DA FOZ DO AZIBO REF Lag3 TIPO A FREGUESIA LAGOA CATEGORIA TEMÁTICA: 6; 4

GPS N 41º24’24.7” W 6º48’12.1” Alt. 240 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Afloramento fundamental para compreender a sobreposição tectónica entre os principais terrenos envolvidos no Varisco Ibérico. Com efeito, é aqui possível visualizar a sobreposição entre o continente que foi carreado sobre o Terreno Ibérico (representado pelos gnaisses ocelados de Lagoa) e o ofiolito que representa os restos do oceano paleozóico que outrora separou estes dois continentes (representado pelos anfibolitos). Junto a este local, o canal fluvial do rio Sabor exibe formas em substrato rochoso e barras cascalhentas móveis.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 92 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até à ponte da foz do Azibo, onde é possível parar veículos automóveis. O acesso ao afloramento principal, onde o carreamento tem melhor expressão, é feito a pé, numa subida íngreme com vegetação com cerca de 100 metros de extensão.

VISIBILIDADE Visibilidade para os afloramentos perturbada parcialmente pela presença de vegetação arbustiva, embora se reconheça claramente as diferenças litológicas.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Local usado como de interesse geológico em excursões científicas dedicadas à geologia do Maciço de Morais. Situado no Sítio Morais (PTCON0023) e na ZPE Rios Sabor e Maçãs (PTZPE0037) da Rede Natura 2000. Existe a possibilidade de parte da área do geossítio ficar abaixo da cota de enchimento máximo da albufeira da futura barragem do Alto Sabor.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA No geral oferece boas condições de segurança, sendo de considerar apenas a dificuldade moderada no acesso ao afloramento principal.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO No geral a área mantém condições naturais.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Sugere-se a produção de sinalética que descreva e interprete as litologias e estruturas, bem como da paisagem fluvial adjacente.

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NOME DO LOCAL VALE DO RIO TUELA REF Lal1 TIPO P FREGUESIA LAMALONGA CATEGORIA TEMÁTICA: 1

GPS N 41º42’31.5” W 7º06’41.4” Alt. 421 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Vale em canhão, provocado pelo encaixe acentuado do rio Tuela, que atinge aqui uma profundidade máxima de cerca de 300 metros. O rio está encaixado nos granitos de Lebução e de Rebordelo que afloram nas duas margens. É possível observar os granitos em pormenor e a morfologia granítica. Trata-se do único local, no concelho de Macedo de Cavaleiros, onde o rio Tuela assume um carácter encaixado, formando um canhão fluvial, por processo de antecedência. O local contém valor estético e há elementos culturais (aproveitamento hidroeléctrico) associados às características geomorfológicas do local.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 49 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE A partir da aldeia de Fornos de Ledra, apenas em veículo todo-o-terreno e até cerca de 300 metros do local. Esta distância é necessariamente percorrida a pé, através de um caminho abandonado, atualmente ocupado por vegetação arbustiva, que dificulta a acessibilidade.

VISIBILIDADE Do ponto panorâmico, a visibilidade é boa, principalmente para a vertente da margem oposta do rio Tuela. É possível observar o fundo do vale.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual; inexistência de vedações, mas o caminho de acesso parece cruzar uma propriedade privada.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Necessários cuidados no ponto panorâmico, devido ao abrupto no local, principalmente em condições de chuva, quando os blocos graníticos se tornam escorregadios.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Mantém condições naturais nos elementos em destaque, embora a existência, junto ao local panorâmico, de um poste e linha de alta tensão perturbem o local. Há despejo de entulho no caminho de acesso, próximo do local.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO O uso do local pressupõe a limpeza no caminho de acesso, quer do entulho aí depositado quer na vegetação arbustiva que dificulta a acessibilidade.

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NOME DO LOCAL GRANITO DE VILA NOVA DA RAINHA REF Lal2 TIPO A FREGUESIA LAMALONGA CATEGORIA TEMÁTICA: 1; 4

GPS N 41º40’33.9” W 7º06’42.2” Alt. 428 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Este local situa-se num dos poucos sectores do concelho onde ocorre o granito de Torre de Dona Chama. Nos taludes do caminho, observam-se aspectos da formação das bolas graníticas em profundidade, no perfil de alteração. Nas bolas graníticas à superfície, evidencia-se uma rede de fracturação bem definida, bem como processos de exfoliação nas mesmas. Há diversidade de elementos (mineralogia e geomorfologia) e valor estético associados ao granito.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 49 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Local situado junto da estrada que liga Lamalonga a Torre de Dona Chama, sendo necessário percorrer cerca de 50 metros em caminho de terra batida até ao afloramento principal, no talude provocado pela abertura do caminho. Para se poder ver os melhores blocos graníticos é necessário atravessar uma área sem caminho, com vegetação arbustiva.

VISIBILIDADE Boa para todos os elementos em destaque mas obriga a deslocação para se observar os diferentes aspectos em proximidade. No entanto, a morfologia granítica pode também ser observada à distância.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual. O acesso a blocos graníticos à superfície parece cruzar uma propriedade privada.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Local seguro, embora parte dos elementos se situem num talude de caminho, com trânsito ocasional.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Mantém condições naturais nos elementos em destaque, embora o arranjo recente do caminho afecte o aspecto natural do local. Existe a possibilidade de degradação associada ao desmonte do talude para arranjo do caminho.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Propõe-se o controlo do desmonte do talude de granito alterado.

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NOME DO LOCAL CONTACTO XISTO/GRANITO REF Lal3 TIPO L FREGUESIA LAMALONGA CATEGORIA TEMÁTICA: 1

GPS N 41º40’50.0” W 7º05’32.5” Alt. 504 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Neste local ocorre o contacto litológico entre os metassedimentos (Formação Pelito-grauváquica) do Parautóctone e o granito (granito de Torre de Dona Chama). Este tipo de metassedimentos ocorre sobretudo neste sector do concelho de Macedo de Cavaleiros. O contacto litológico não é rectilíneo, mas é perceptível ao longo do talude da estrada.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 49 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Local situado na estrada que liga Lamalonga a Torre de Dona Chama, embora sem possibilidade de estacionamento de veículos automóveis nas proximidades.

VISIBILIDADE Boa para todos os elementos em destaque, no talude, em ambos os lados da estrada.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual e sem limitações ao uso, excepto o facto de se situar na estrada.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Necessária precaução devido a situar-se numa estrada com trânsito frequente. Sem condições de paragem de automóveis em segurança.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Os elementos em destaque são visíveis devido a taludes artificiais, em estrada antiga, o que lhes confere um bom estado de conservação.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Propõe-se o controlo do estado dos taludes, não permitindo a sua destruição ou o seu revestimento.

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NOME DO LOCAL GABROS DE SOBREDA REF Mor1 TIPO A FREGUESIA MORAIS CATEGORIA TEMÁTICA: 6

GPS N 41º29’58.9” W 6º49’24.6” Alt. 685 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Nas proximidades da povoação de Sobreda ocorrem as unidade de gabros grosseiros melanocráticos e de flasergabros, da sequência de crusta oceânica (Complexo Ofiolítico). Os gabros grosseiros melanocráticos têm estrutura maciça e os flasergabros são metagabros de grão grosseiro com estrutura orientada, reforçada por cisalhamento e desenvolvimento da foliação de D1 hercínica. Nesta área, é possível observar as duas fácies em contacto.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 78 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até ao local, situado na estrada entre as povoações de Sobreda e Paradinha de Morais. Existe a possibilidade de parar veículos automóveis, junto de um caminho que sai da estrada principal e ao longo do qual se observam os elementos geológicos em destaque.

VISIBILIDADE Boa mas obriga a movimentação para se observar os elementos geológicos em destaque. Nos muros de divisão de propriedade é possível observar as rochas menos alteradas.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Local usado como de interesse geológico em excursões científicas dedicadas à geologia do Maciço de Morais. Integrado no Sítio Morais (PTCON0023) da Rede Natura 2000. Alguns afloramentos ocorrem em propriedade privada.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Apesar de se situar junto de uma estrada, há condições para observar os afloramentos em segurança.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Elementos geológicos em destaque sem degradação assinalável, embora haja blocos removidos do local original devido a trabalhos agrícolas e construção de muros.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Para o uso deste local enquanto geossítio sugere-se a produção de sinalética que descreva e interprete as litologias.

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NOME DO LOCAL DIQUES ANFIBOLÍTICOS DE PARADINHA REF Mor2 TIPO L FREGUESIA MORAIS CATEGORIA TEMÁTICA: 6

GPS N 41º29’30.6” W 6º49’42.1” Alt. 658 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Entre as povoações de Sobreda e Paradinha de Morais, em talude da estrada e na vertente, ocorrem vários tipos de diques anfibolíticos intrusivos em flasergabros, constituindo a fácies do topo da sequência de crusta oceânica (Complexo Ofiolítico), bem representada entre estas duas povoações.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 78 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até ao local, situado na estrada entre as povoações de Sobreda e Paradinha de Morais. Existe a possibilidade de parar veículos automóveis em pequenos largos situados junto à estrada.

VISIBILIDADE Obriga a movimentação para se observar os elementos geológicos em destaque, sobretudo a subida da vertente. A vegetação no talude da estrada limitam a visibilidade.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Local usado como de interesse geológico em excursões científicas dedicadas à geologia do Maciço de Morais. Integrado no Sítio Morais (PTCON0023) da Rede Natura 2000. Alguns afloramentos ocorrem em propriedades que aparentam ser privadas.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Com alguma perigosidade devido ao facto de se situar numa estrada, embora com pouco trânsito automóvel.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Elementos geológicos em destaque sem degradação assinalável, embora a vegetação no talude afecte a mais correta percepção dos elementos geológicos em destaque.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Para o uso deste local enquanto geossítio sugere-se a produção de sinalética que descreva e interprete as litologias.

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NOME DO LOCAL TALCOS E ASBESTOS DE MORAIS REF Mor3 TIPO A FREGUESIA MORAIS CATEGORIA TEMÁTICA: 6

GPS N 41º30’32.4” W 6º45’24.2” Alt. 631 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Ocorrência de mineralizações de talco e asbesto na fácies peridotítica do Complexo Ofiolítico (Unidade de Morais-Talhinhas). Neste local é possível observar pequenas explorações mineiras artesanais abandonadas, relevantes pelo tipo de ocorrência mineral (sendo particularmente evidente a mineralização de asbestos, em filões) e pelos vestígios dessa exploração.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 79 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até ao local, situado junto da estrada entre as povoações de Morais e Izeda (km 48,2). Existe a possibilidade de parar veículos automóveis num pequeno largo situado do lado oposto da estrada.

VISIBILIDADE Boa sobre os elementos geológicos em destaque, embora seja necessária a movimentação para se observar os vários vestígios de exploração mineira artesanal que ocorrem neste sector.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso enquanto local de interesse natural. Integrado no Sítio Morais (PTCON0023) da Rede Natura 2000. Os vestígios de explorações artesanais ocorrem em propriedades que aparentam ser privadas.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Apesar de se situar junto de uma estrada, há condições para observar os afloramentos em segurança. São necessárias precauções junto dos buracos provocados pelas explorações, principalmente quando estas acumulam águas da chuva.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO A área não mantém condições naturais devido aos trabalhos artesanais de exploração mineira, embora seja de considerar que foram estes trabalhos que permitiram expor os elementos geológicos em destaque.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Para o uso deste local enquanto geossítio sugere-se a produção de sinalética que descreva e interprete as litologias e mineralizações.

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NOME DO LOCAL MICAXISTOS DE LAGOA REF Mor4 TIPO L FREGUESIA MORAIS CATEGORIA TEMÁTICA: 6

GPS N 41º28’06.4” W 6º46’14.6” Alt. 587 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Nos taludes da estrada entre Morais e Lagoa ocorrem micaxistos, que representam os sedimentos relacionados com o continente que foi carreado sobre o Terreno Ibérico durante a orogenia Varisca. Estão no topo do Complexo Alóctone Superior, o qual representa uma sequência completa de crusta continental oriunda de uma margem longínqua relativamente ao domínio autóctone. Os micaxistos de Lagoa resultaram do metamorfismo de metapelitos e metassiltitos. Neste local é possível determinar a atitude de estratificação e de xistosidade e lineação de intersecção entre estas duas estruturas. LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 79 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até ao local, situado na estrada entre as povoações de Morais e Lagoa (km 54). Existe a possibilidade de parar veículos automóveis num pequeno largo situado a cerca de 50 metros dos taludes.

VISIBILIDADE Muito boa sobre os elementos geológicos em destaque, em taludes artificiais, em ambos os lados da estrada.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Local usado como de interesse geológico em excursões científicas dedicadas à geologia do Maciço de Morais. Situa-se numa estrada com algum trânsito, o que poderá impor limitações ao uso.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Situado numa estrada com algum trânsito, sem bermas e sem local próprio para observação a não ser no meio da estrada, o que poderá gerar alguma perigosidade para os visitantes.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO A área não mantém condições naturais devido a ser um talude de estrada, embora seja de considerar que é esta a condição que permite expor os elementos geológicos em destaque.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Necessidade de garantir a preservação do talude onde afloram os micaxistos. Possibilidade de criar também um ponto de observação por cima de um dos taludes da estrada, para o talude oposto. Sugere-se a produção de sinalética que descreva e interprete as litologias.

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NOME DO LOCAL COMPLEXO MINEIRO DE MURÇÓS REF Mur1 TIPO A FREGUESIA MURÇÓS CATEGORIA TEMÁTICA: 3

GPS N 41º40’10.2” W 6º59’34.1” Alt. 633 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Junto à povoação de Murçós existem vestígios mineiros, nomeadamente frentes de exploração a céu aberto e ruínas de complexos de lavaria e preparação de materiais, localmente denominadas como minas da Ceirinha, Vale Escuro, Coelheira e Cabeça Branca. Estes vestígios estão principalmente associados à exploração de volfrâmio, estanho e scheelite, mineralizações que ocorrem em filões de quartzo e que ainda podem ser observadas no local. Os trabalhos de mineração industrial remontam até à década de 1970, embora haja vestígios de explorações artesanais em todo este sector. Notar também o contacto entre os xistos cinzentos e o granodiorito de Rebordelo. LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 49 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Área situada junto à povoação de Murçós, sendo necessário transitar por uma estrada em terra batida cerca de 400 metros até chegar junto da exploração mineira da Ceirinha. O acesso às pedreiras abandonadas está vedado.

VISIBILIDADE Trata-se de uma área extensa e a observação de todos os elementos em destaque obriga à movimentação do visitante, preferencialmente de automóvel. O acesso às pedreiras abandonadas está vedado, impossibilitando a observação em pormenor de aspectos da mineralização dos filões, por exemplo.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual mas com algumas limitações ao uso, nomeadamente o facto dos terrenos onde ocorrem os elementos em destaque serem de propriedade privada e estarem, na sua maioria, vedados com redes de proteção e com portões de acesso.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA São necessárias precauções devido ao facto de se tratar de uma área mineira abandonada, com desníveis e buracos originados por esses trabalhos e com as pedreiras abandonadas acumulando grande quantidade de águas acidificadas. Nalguns locais existe sinalização de perigosidade.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO A área não mantém condições naturais devido aos trabalhos de exploração mineira, embora seja de considerar que foram estes trabalhos que permitiram expor os elementos geológicos em destaque.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Propõe-se a requalificação do espaço, nomeadamente ao nível dos acessos da informação de apoio e de segurança para o visitante.

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NOME DO LOCAL ÁGUAS DE ESCARLEDO REF Olm1 TIPO L FREGUESIA OLMOS CATEGORIA TEMÁTICA: 2; 4

GPS N 41º29’45.9” W 6º51’28.8” Alt. 473 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Fonte de águas termais, sulfúreas, com ruínas de termas, situadas a cerca de 4 km da aldeia de Olmos, no rio Azibo. A nascente principal ocorre em anfibolitos, na margem direita do rio, a cerca de 2 metros do seu leito, numa falha oblíqua com orientação N60-70E, sendo a água recolhida num pequeno tanque. Há indícios de outras nascentes pela presença de laivos esbranquiçados junto das diaclases (Machado, 2009). Este local tem igualmente interesse geomorfológico, sendo possível observer o vale do rio Azibo, onde este está mais encaixado. LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 78 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE O acesso ao local é feito por caminho em terra batida transitável por veículos todo-o-terreno, em cerca de 4 km, a partir da aldeia de Olmos. Próximo do local, o acesso é feito a pé.

VISIBILIDADE A vegetação de fundo de vale perturba parcialmente a visibilidade.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual enquanto ponto de interesse geológico, mas é divulgado na internet como termas abandonadas. Situado no Sítio Morais (PTCON0023) da Rede Natura 2000. Terrenos onde há ruínas da exploração termal poderão ser propriedade privada.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA No geral, existem condições de segurança, mas são devidas precauções relacionadas com o piso escorregadio no acesso à emergência.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Local situado num dos sectores do rio Azibo onde a paisagem é menos humanizada. A área não mantém completamente as condições naturais devido a haver vestígios da exploração termal, embora neste se considere este aspeto com valor cultural adicional.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Sugere-se a implementação de limpeza da vegetação no local, sinalética e a exposição de informação que descreva e interprete os elementos em destaque.

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NOME DO LOCAL FALHA DA VILARIÇA EM AZIBEIRO REF Pod1 TIPO L FREGUESIA PODENCE CATEGORIA TEMÁTICA: 2

GPS N 41º36’03.1” W 6º54’03.9” Alt. 642 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Afloramento, em talude artificial, do acidente tectónico Bragança-Vilariça-Manteigas (Falha da Vilariça), junto ao itinerário principal 4 (IP4), próximo da povoação de Azibeiro. Trata-se de um excelente local para observação da falha no concelho de Macedo de Cavaleiros, sendo possível observar uma caixa de falha vertical com cerca de 10 metros de largura, que coloca em contacto xistos do substrato antigo com depósitos sedimentares cenozoicos, testemunhando a sua atividade recente.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 64 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até às proximidades do local, através do IP4, embora as obras no local dificultem a aproximação até ao afloramento, sendo necessária autorização. Este situa-se num talude artificial originado pela abertura de acessos ao IP4, que atualmente está a ser reconstruído.

VISIBILIDADE Muito boa junto ao afloramento, no talude e nas condições atuais, com obras a decorrer.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual enquanto ponto de interesse e atualmente com elevadas restrições ao uso, na medida em que as obras no local, com trânsito de maquinaria pesada, impedem a aproximação até junto do afloramento.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Atualmente com elevada perigosidade para os visitantes devido às obras no local.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Elevada degradação antrópica na envolvente do local provocada pelo IP4 e respectivos acessos. No entanto, é necessário notar que as obras recentes melhoraram a exposição dos elementos geológicos em destaque.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Necessidade de preservação do talude onde aflora a falha, sem revestimento, e de preparação de um acesso até junto do afloramento, após a conclusão das obras.

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NOME DO LOCAL CARREAMENTO DE LIMÃOS REF Sal1 TIPO A FREGUESIA SALSELAS CATEGORIA TEMÁTICA: 6

GPS N 41º31’34.3” W 6º49’34.0” Alt. 614 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Junto à casa de guarda florestal de Limãos, no cruzamento para Castro Roupal, é possível observar o carreamento que, dentro do Complexo Ofiolítico, estabelece a sua duplicação. Pode ver-se a transição entre a Unidade de Izeda-Remondes, inferior, constituída por anfibolitos, para a Unidade de Morais-Talhinhas, superior, representada por peridotitos. Trata-se de um local com relevância científica na medida em que há uma sobreposição tectónica de peridotitos mantélicos infra-crosta oceânica sobre os anfibolitos que representam os basaltos metamorfizados da antiga crosta oceânica. Junto à paragem de autocarro, é possível identificar que os anfibolitos sofrem retromorfismo na proximidade do carreamento, com ocorrência de asbestos e opalas. A cerca de 100 metros deste local ocorrem sedimentos cenozoicos da Formação Vale Álvaro, formados num modelo de leque aluvial alimentado exclusivamente pelo Maciço de Morais, em resposta ao seu soerguimento tectónico do Monte de Morais.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 78 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até ao local, situado na estrada entre Macedo de Cavaleiros e Morais, junto ao cruzamento para Castro Roupal. Existe a possibilidade de parar veículos automóveis no próprio local, junto à paragem de autocarro ou da casa de guarda florestal.

VISIBILIDADE Obriga a movimentação entre os ambos lados da estrada. A vegetação que reveste algumas partes do taludes e vertentes dificulta a observação.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Local usado em excursões científicas dedicadas à geologia do Maciço de Morais. Integrado no Sítio Morais (PTCON0023) da Rede Natura 2000. Há a possibilidade de alguns afloramentos (principalmente os anfibolitos) se situarem em terrenos privados (por detrás da paragem de autocarro).

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Com alguma perigosidade devido ao facto de se situar numa estrada com algum trânsito frequente.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Parte dos elementos geológicos em destaque são expostos em taludes artificiais, embora seja de considerar que é esta condição que os permite expor.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Para o uso deste local enquanto geossítio sugere-se a limpeza da vegetação que reveste parte dos afloramentos principais e a produção de sinalética e informação que descreva e interprete as litologias e estruturas.

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NOME DO LOCAL DEPRESSÃO DE SALSELAS REF Sal2 TIPO A FREGUESIA SALSELAS CATEGORIA TEMÁTICA: 4

GPS N 41º33’33.0” W 6º52’02.3” Alt. 611 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Imediatamente a norte da povoação de Salselas e associado à ribeira com o mesmo nome existe um vale de fundo largo e plano, no qual ocorrem sedimentos de cobertura. Neste local, tem especial interesse a geomorfologia do pequeno vale, de orientação paralela à do acidente tectónico Bragança-Vilariça-Manteigas (Falha da Vilariça), o que evidencia o seu controlo estrutural.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 64 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até ao local, situado na estrada entre as povoações de Salselas e Valdrez. Existe a possibilidade de parar veículos automóveis em vários locais do vale.

VISIBILIDADE Sendo uma área de grande dimensão, a visibilidade deste geossítio varia em função da posição do observador. No entanto, tendo em consideração o interesse principal (geomorfologia), a sua melhor observação terá de ocorrer a partir de pontos elevados, em relação ao fundo do vale.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual do interesse natural. É necessário ter em consideração que a maioria dos terrenos incluídos neste geossítio têm carácter privado.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Com boas condições de segurança, sendo apenas de assinalar alguma perigosidade devido ao facto de uma estrada atravessar o geossítio.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Embora contendo elementos culturais (atividades agrícolas), os elementos em destaque não estão perturbados, devido à magnitude espacial do local.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Para o uso deste local enquanto geossítio sugere-se a preparação de um ponto panorâmico de onde o local possa ser melhor observado e a exposição, no local, de informação que interprete a paisagem geomorfológica.

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NOME DO LOCAL CALCÁRIOS DE SALSELAS REF Sal3 TIPO L FREGUESIA SALSELAS CATEGORIA TEMÁTICA: 5; 6

GPS N 41º32’45.6” W 6º52’53.4” Alt. 573 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Entre as povoações de Salselas e Vale da Porca, junto à linha férrea desativada, ocorrem vestígios de uma antiga exploração artesanal de calcários, intercalados nas unidades do Alóctone Inferior. Têm particular interesse a raridade e a especificidade destas rochas neste contexto geográfico, os aspectos culturais associados à sua exploração e os elementos geomorfológicos, nomeadamente as evidências de carsificação, de que são exemplo as estalactites que podem ser observadas no local.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 78 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Boa até ao local, a cerca de 100 metros da estrada entre as povoações de Salselas e Vale da Porca. É possível aceder ao local através da linha férrea desativada e transformada em caminho de terra batida, em veículos todo-o-terreno. A descida ao interior da exploração (pedreira) apresenta dificuldade moderada.

VISIBILIDADE Boa no que diz respeito à observação geral da exploração e da litologia mas obriga à movimentação por parte do observador. A observação em pormenor requer a descida à pedreira o que diminui a visibilidade, com perda de luz natural.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual do interesse natural. É necessário ter em consideração que este local poderá ser privado.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Local onde são necessárias precauções no acesso, devido à existência de um desnível provocado pela pedreira e também pela ocorrência de poços de acumulação de águas pluviais.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO O local não mantém condições naturais devido a ser uma pedreira desativada, embora seja de considerar que é esta condição que permite expor os elementos geológicos em destaque. Atualmente é um local de despejo de entulho e lixo, o que o deteriora.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Para o uso deste local enquanto geossítio sugere-se a limpeza do entulho e lixo aí depositados, bem como a instalação de um acesso mais facilitado ao interior da pedreira.

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NOME DO LOCAL CABEÇO !ERRÃO REF Tal1 TIPO P FREGUESIA TALHAS CATEGORIA TEMÁTICA: 4

GPS N 41º28’42.3” W 6º39’42.9” Alt. 454 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Miradouro sobre o rio Sabor, onde este está mais encaixado (cerca de 250 metros) no concelho de Macedo de Cavaleiros. Neste sector, é possível testemunhar o forte encaixe da rede fluvial no planalto transmontano, onde existem vestígios de uma drenagem anterior à atual, a cotas próximas dos 500 metros. Para além do valor científico associado à geomorfologia, este local possui valor cultural porque aí existem ruínas de uma muralha (Cerca dos Mouros) atribuída à Idade do Ferro, para a qual foram utilizadas as rochas do local (xistos anfibolíticos e gabros).

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 79 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Local acessível por caminho em terra batida, a cerca de 4 km da povoação de Talhas, transitável de preferência por veículos todo-o-terreno.

VISIBILIDADE Muito boa para o vale do rio Sabor, sendo possível observar o fundo do rio, com ocorrência de rápidos.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual enquanto ponto de interesse natural, mas com divulgação enquanto local arqueológico. Local situado no Sítio Rios Sabor e Maçãs (PTCON0021) e na ZPE Rios Sabor e Maçãs (PTZPE0037) da Rede Natura 2000.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Sem perigosidade assinalável, excepto o facto do local panorâmico se situar sobre um abrupto, o que requer precauções por parte do visitante.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Local que mantém as suas características naturais.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Para o uso deste local enquanto geossítio sugere-se a colocação de sinalética e arranjos nos caminhos de acessos e de proteções/plataforma no ponto panorâmico.

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NOME DO LOCAL XAIRES REF Tal2 TIPO A FREGUESIA TALHAS CATEGORIA TEMÁTICA: 6

GPS N 41º28’42.3” W 6º40’34.5” Alt. 530 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Nas proximidades do v.g. Xaires afloram gabros, diques em gabros e anfibolitos da sequência de crusta oceânica (Complexo Ofiolítico) do Maciço de Morais. É possível observar estas litologias nos afloramentos e também nos muros de divisão de propriedades construídos com estas rochas. Este é um dos melhores locais do concelho para observar a referida sequência.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 79 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Local acessível por caminho em terra batida, a cerca de 2 km da povoação de Talhas, transitável de preferência por veículos todo-o-terreno.

VISIBILIDADE Boa nos afloramentos situados nos olivais, embora obrigue a deslocação para se observar a diversidade de litologias que aí ocorrem. Os aspectos geológicos em destaque estão ainda melhor expostos nos blocos usados para construir os muros junto ao caminho principal.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual enquanto ponto de interesse natural. Local situado na ZPE Rios Sabor e Maçãs (PTZPE0037) da Rede Natura 2000. Os afloramentos principais ocorrem em olivais que serão, em princípio, privados.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Sem perigosidade assinalável para o visitante.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Local que mantém, no geral, as suas características naturais, embora seja de assinalar que existem vestígios de exploração artesanal dos afloramentos principais, possivelmente para fins de construção dos muros.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Para o uso deste local enquanto geossítio sugere-se a colocação de sinalética e arranjos nos caminhos de acessos.

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NOME DO LOCAL CARREAMENTO DO CASTELO REF Tan1 TIPO L FREGUESIA TALHINHAS CATEGORIA TEMÁTICA: 6

GPS N 41º31’32.7” W 6º45’07.4” Alt. 566 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Neste local observa-se o carreamento que, dentro do Complexo Ofiolítico, estabele a sua duplicação. Pode ver-se a transição entre a Unidade de Izeda-Remondes, inferior, constituída por anfibolitos, para a Unidade de Morais-Talhinhas, superior, representada por peridotitos. Os anfibolitos sofrem retromorfismo na proximidade do carreamento. Os peridotitos são do tipo dunito e harzburgito, com poucas relíquias de olivina, estando alterados para serpentina, talco, clorite e cromite. Os anfibolitos evidenciam uma xistosidade N 45º W / 40 º SW enquanto que nos peridotitos essa xistosodade tem uma orientação N 75º W / 50 º SW.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 79 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até ao local, correspondente a talude da estrada entre Izeda e Morais (km 45,5). Contudo, há dificuldade em parar veículos automóveis.

VISIBILIDADE A vegetação que reveste algumas partes do talude dificulta a observação.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Local usado em excursões científicas dedicadas à geologia do Maciço de Morais. Integrado no Sítio Morais (PTCON0023) da Rede Natura 2000.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Com alguma perigosidade devido ao facto de se situar numa estrada com algum trânsito frequente.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Elementos geológicos em destaque são expostos em taludes artificiais, onde existem vestígios de uma pequena exploração artesanal destas litologias, na vertente.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Para o uso deste local enquanto geossítio sugere-se a limpeza da vegetação que reveste os afloramentos principais e a preparação de um local para paragem de automóveis.

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NOME DO LOCAL PERIDOTITOS DO CASTELO REF Tan2 TIPO L FREGUESIA TALHINHAS CATEGORIA TEMÁTICA: 6

GPS N 41º31’17.3” W 6º45’08.3” Alt. 590 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Neste local podem observar-se em pormenor as rochas peridotíticas da Unidade de MoraisTalhinhas (Complexo Ofiolítico – Alóctone Intermédio), as quais afloram no sector mais elevado do Monte de Morais. Os peridotitos são do tipo dunito e harzburgito, com poucas relíquias de olivina, estando alterados para serpentina, talco, clorite e cromite, possuindo uma xistosidade segundo N 75º W / 50 º SW. Nas proximidades, uma pedreira de inertes de grande dimensão expõe estas rochas, na qual é possível a sua observação com melhor qualidade.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 79 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até ao local, correspondente a talude da estrada entre Izeda e Morais (km 46,1). Existe a possibilidade em parar veículos automóveis, junto de um caminho que sai da estrada principal.

VISIBILIDADE Boa para o afloramento no local, mas é ainda melhor na pedreira de inertes situada a cerca de 100 metros deste local, onde é possível a observação das rochas com maior magnitude. Essa observação tem que ser feita a partir da estrada, uma vez que a pedreira está em atividade e vedada.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Local integrado no Sítio Morais (PTCON0023) da Rede Natura 2000.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Com alguma perigosidade devido ao facto de se situar numa estrada com trânsito frequente, embora haja espaço em frente ao afloramento para a sua observação. São devidas precauções com o trânsito de camiões provenientes da pedreira.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Elementos geológicos em destaque são expostos em taludes artificiais, onde existem vestígios de uma pequena exploração artesanal destas litologias. A pedreira de inertes de grande dimensão degrada o ambiente natural do local, embora exponha as litologias.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Para o uso deste local enquanto geossítio sugere-se a limpeza da vegetação que reveste os afloramentos principais.

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NOME DO LOCAL FALHA DA VILARIÇA EM VALE BENFEITO REF Vbf1 TIPO L GPS N 41º28’40.1” FREGUESIA VALE BENFEITO W 6º58’37.0” CATEGORIA TEMÁTICA: 1; 4 Alt. 692 m CARACTERIZAÇÃO GERAL Afloramento na base da vertente ocidental da Serra de Bornes, relevo soerguido do tipo push-up, associado à Falha da Vilariça. Neste local observam-se os indicadores do movimento da Falha da Vilariça durante o Cenozóico. Destacam-se a brecha constituída por blocos de granito, quartzo e calhaus rolados da cobertura sedimentar cenozóica. No local, a falha coloca em contacto o granito da Serra de Bornes (de duas micas, de grão médio, porfiróide) e os xistos da Formação de Macedo de Cavaleiros (Alóctone Inferior). No caminho de acesso, em viaduto sobre o IP2, pode observarse para norte a depressão de Macedo de Cavaleiros, controlada por este acidente tectónico.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 91 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Acesso por caminho em terra batida transitável de preferência em veículos todo-o-terreno, a partir de Vale Benfeito, povoação situada a cerca de 1 km. Neste trajeto passa-se, por viaduto, sobre o Itinerário Principal 2 (IP2). No local onde aflora a caixa de falha não há espaço, junto ao caminho para parar veículos, pelo que estes deverão ficar cerca de 50 metros abaixo.

VISIBILIDADE Boa, embora a vegetação que ocorre no talude dificulte parcialmente a observação.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual enquanto ponto de interesse. Há vestígios da exploração do interesse económico junto ao local, nomeadamente vestígios de uma pedreira nos granitos, entretanto desativada e tapada.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Com boas condições, sendo de notar apenas a antiga pedreira situada muito próximo deste local, que poderá constituir alguma perigosidade.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Não mantém condições naturais devido à falha ser observável num talude de caminho, embora seja de considerar que é esta a condição que a permite expor. Existe a possibilidade do talude ser alterado no futuro, para arranjo do caminho.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Necessidade de preservação do talude onde aflora a falha. Melhoria dos acessos e sinalética, bem como exposição de informação sobre a falha e a sua importância na geologia e geomorfologia local.

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NOME DO LOCAL MIRADOURO DA SERRA DE BORNES REF Vbf2 TIPO P FREGUESIA VALE BENFEITO CATEGORIA TEMÁTICA: 4

GPS N 41º28’52.2” W 6º56’25.1” Alt. 1064 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Ponto panorâmico situado no sector norte da cumeada da serra de Bornes, a partir do qual se pode observar a maior parte da morfologia do concelho de Macedo de Cavaleiros. Têm especial destaque as panorâmicas para noroeste, observando-se a depressão de Macedo, associada à Falha da Vilariça, e para o quadrante leste, onde se observa a paisagem associada às litologias exóticas do Maciço de Morais (com superfícies escalonadas e com o Monte de Morais a sobressair) e o controlo morfológico da Falha de Morais na orientação dos vales.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 78 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE O acesso a este sector da serra é feito por caminhos em terra batida, atualmente bem conservados devido às obras de instalação do parque eólico aí localizado. O caminho em melhor estado parte do sector sul da serra, através da estrada de acesso ao v.g. Bornes, e daí, sempre pela cumeada até ao local. No entanto, é possível aceder a este ponto a partir das aldeias de Vilar do Monte e Castelãos.

VISIBILIDADE Sendo um ponto panorâmico, a observação dos elementos em destaque é feita à distância. As árvores (pinheiros) que ocupam a cumeada da serra prejudicam a visibilidade para ambas as vertentes, obrigando a movimentação do observador.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual enquanto ponto de interesse.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Com boas condições de segurança para o visitante.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO No geral, o local panorâmico é agradável, embora seja de considerar que atividades humanas como a florestação e a recente instalação de aerogeradores modifiquem as condições naturais dos pontos mais elevados da Serra de Bornes.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Propõe-se a colocação de um patamar de observação da paisagem, de modo à visibilidade para os diversos sectores do concelho não serem afectados pelas copas das árvores que rodeiam o local. Uma alternativa seria o abate controlado de algumas destas árvores.

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NOME DO LOCAL SEDIMENTOS DE CASTRO ROUPAL REF Vin1 TIPO L FREGUESIA VINHAS CATEGORIA TEMÁTICA: 1

GPS N 41º32’26.8” W 6º48’29.7” Alt. 598 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Ocorrência de sedimentos cenozóicos (Formação de Bragança) em talude de estrada junto da povoação de Castro Roupal, que testemunham uma antiga drenagem fluvial regional, anterior à drenagem atual no âmbito da bacia hidrográfica do Douro. Trata-se de um dos melhores afloramentos destes materiais, constituindo um corte perpendicular ao eixo de drenagem E-W e onde é possível identificar as estruturas sedimentares, predominando a estratificação cruzada em ventre de um sistema fluvial entrançado de baixa sinuosidade.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 78 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até ao local, estando o local situado na estrada junto a Castro Roupal. Existe possibilidade de estacionamento próximo do local, junto à placa indicativa de povoação.

VISIBILIDADE Muito boa para os elementos geológicos em destaque, sendo possível observar os sedimentos e a respectiva estratificação cruzada nos taludes de ambos os lados da estrada.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual enquanto ponto de interesse, sendo de notar que se situa numa estrada com algum trânsito, o que poderá impor limitações ao uso.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Situado numa estrada com algum trânsito, sem bermas e sem local próprio para observação a não ser no meio da estrada, o que poderá gerar alguma perigosidade para os visitantes.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Bom estado, mas é necessário considerar que se trata de taludes artificiais, os quais poderão ser modificados no futuro.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Necessidade de garantir a preservação do talude onde afloram os sedimentos. Possibilidade de criar um ponto de observação por cima de um dos taludes da estrada, para o talude oposto, evitando assim a posição de observação no meio da estrada.

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NOME DO LOCAL SEDIMENTOS DE VALE DA PORCA REF Vpc1 TIPO L FREGUESIA VALE DA PORCA CATEGORIA TEMÁTICA: 4

GPS N 41º31’34.4” W 6º53’36.5” Alt. 558 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Em talude da estrada municipal 564, no interflúvio entre o rio Azibo e a ribeira de Salselas, ocorrem depósitos cenozóicos da Formação de Bragança. Estes sedimentos testemunham uma drenagem fluvial anterior à atual, efectuada para o interior da Peninsula Ibérica. Destaca-se a ocorrência de pequenas falhas a afectar os sedimentos, o que evidencia a importância da neotectónica, associada ao acidente tectónico Bragança-Vilariça-Manteigas (Falha da Vilariça). Estes materiais são visíveis em vários locais neste sector do concelho, principalmente onde existe ou existiu exploração industrial dos mesmos, como acontece nas proximidades deste local.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 78 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até ao local, situado na estrada entre Macedo de Cavaleiros e a povoação de Limãos. Existe a possibilidade de parar veículos automóveis no próprio local, numa das bermas com cerca de 10 metros de largura.

VISIBILIDADE Muito boa para os elementos geológicos em destaque, nos taludes em ambos os lados da estrada.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual do interesse natural. Situa-se numa estrada com algum trânsito, mas existe espaço para a observação, pelo menos num dos taludes. Local situado no Sítio Morais (PTCON0023) da Rede Natura 2000.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Situado numa estrada com algum trânsito, mas com possibilidade de parar veículos e com espaço para observação em segurança num dos lados da estrada.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO A área não mantém condições naturais devido a ser um talude de estrada, embora seja de considerar que é esta a condição que permite expor os elementos geológicos em destaque. Existe a possibilidade destes materiais serem explorados no futuro, numa zona onde a exploração industrial dos mesmos é intensa.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Necessidade de garantir a preservação do talude onde ocorrem os sedimentos. Sugere-se também a produção de sinalética que descreva e interprete estes materiais e o seu significado na evolução da paisagem.

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NOME DO LOCAL XISTOS ANFIBOLÍTICOS DO ALTO DO MOINHO REF Vpc2 TIPO L GPS N 41º31’37.4” FREGUESIA VALE DA PORCA W 6º53’20.3” CATEGORIA TEMÁTICA: 6 Alt. 544 m CARACTERIZAÇÃO GERAL Em talude da estrada municipal 564, nas proximidades da ribeira de Salselas, ocorrem anfibolitos retrogradados da unidade basal do Complexo Ofiolítico. Este local reveste-se de elevada importância científica na medida em que é possível observar a interação entre os processos de deformação e os processos metamórficos. Para além de diversas dobras nos materiais rochosos, observam-se elementos de metamorfismo prógrado dos basaltos oceânicos a anfibolitos e a posterior retrogradação em xistos verdes.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 78 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Muito boa até ao local, situado na estrada entre Macedo de Cavaleiros e a povoação de Limãos. Há a possibilidade de parar veículos automóveis próximo do local, numa berma mais ampla da estrada.

VISIBILIDADE Boa para os elementos geológicos em destaque, sendo apenas de assinalar a vegetação que reveste o talude, a qual perturba parcialmente a visualização.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Local usado como de interesse geológico em excursões científicas dedicadas à geologia do Maciço de Morais. Situa-se numa estrada com algum trânsito, o que poderá impor limitações ao uso. Local situado no Sítio Morais (PTCON0023) da Rede Natura 2000.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA Situado numa estrada com algum trânsito, com possibilidade de parar veículos num pequeno largo junto da estrada, embora este se situe do lado oposto da estrada, relativamente ao afloramento.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO A área não mantém condições naturais devido a ser um talude de estrada, embora seja de considerar que é esta a condição que permite expor os elementos geológicos em destaque. Existe entulho despejado no largo situado no lado oposto da estrada, o que deteriora o local.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Necessidade de limpeza no largo junto da estrada e da vegetação que reveste parcialmente o afloramento. Sugere-se também a produção de sinalética que descreva e interprete as litologias e estruturas.

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NOME DO LOCAL CALCÁRIOS DO ALTO DA CARRASQUEIRA REF Vpc3 TIPO A GPS N 41º32’05.0” FREGUESIA VALE DA PORCA W 6º53’28.7” CATEGORIA TEMÁTICA: 6; 5 Alt. 597 m CARACTERIZAÇÃO GERAL A sul da aldeia de Vale da Porca, no Alto da Carrasqueira, ocorrem calcários, intercalados nas unidades do Alóctone Inferior. Há vestígios de antigas explorações destas rochas, em pedreiras a céu aberto entretanto tapadas. Têm interesse a raridade e a especificidade destas rochas e os aspectos culturais associados à sua exploração.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 78 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE O acesso a este local é feito através de caminho em terra batida, transitável em veículos todo-oterreno, a partir da povoação de Vale da Porca (situada a cerca de 1 km) ou da estrada municipal 564 (junto ao geossítio Vpc1).

VISIBILIDADE Boa para os afloramentos de calcário, embora exista vegetação rasteira e arbustiva que prejudica parcialmente a observação dos mesmos. Obriga a movimentação para se observar a totalidade da área. Antigas explorações foram tapadas propositadamente ou então encontram-se cobertas por vegetação.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual do interesse natural, com vestígios da exploração do interesse económico. Os terrenos poderão ser privados, associados às antigas explorações dos calcários. Local situado no Sítio Morais (PTCON0023) da Rede Natura 2000.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA São necessárias precauções devido aos abruptos provocados pelos trabalhos de exploração de calcário, entretanto abandonados.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO O local não mantém condições naturais devido a integrar vestígios de antigas pedreiras, embora seja de considerar que poderá expor parcialmente elementos geológicos em destaque. De salientar a existência de uma antena de telecomunicações nas proximidades, o que deteriora as características naturais do local.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Para o uso deste local enquanto geossítio sugere-se a requalificação dos acessos e do espaço envolvente dos principais afloramentos de calcário.

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NOME DO LOCAL TALCOS DO AZIBO REF Vpc4 TIPO A FREGUESIA VALE DA PORCA CATEGORIA TEMÁTICA: 6

GPS N 41º33’14.6” W 6º53’18.0” Alt. 583 m

CARACTERIZAÇÃO GERAL Junto à barragem do Azibo ocorrem várias explorações mineiras a céu aberto, em estado ativo. Trata-se da exploração industrial de talco, mineralização que ocorre nos peridotitos do Alóctone Superior, carreados sobre a Formação de Macedo de Cavaleiros do Alóctone Inferior.

LOCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Fonte: Carta Militar de Portugal na escala 1/25.000, folha nº 64 - (excerto de 4 km2)

Fonte: Carta Geológica de Portugal na escala 1/200.000 (excerto de 25 km2); legenda em anexo.

ACESSIBILIDADE Boa até à barragem do Azibo. A partir daí o acesso às várias de exploração é feito através de caminhos em terra batida. A pedreira principal situa-se a cerca de 300 metros da estrada.

VISIBILIDADE Obriga a movimentação entre as várias frentes de exploração para se observar a totalidade da área. Contudo, na pedreira principal é possível observar os elementos geológicos em destaque.

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FOTOGRAFIA

USO ACTUAL E LIMITAÇÕES AO USO Sem uso atual do interesse natural mas com uso do interesse económico. Apesar do local se situar na Área de Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, existe limitação ao uso devido aos trabalhos de mineração, com circulação de máquinas. A sede desta área protegida fica nas proximidades (a cerca de 200 metros), havendo percursos pedestres e cicloturísticos a sair desse ponto.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA São necessárias precauções devido aos trabalhos de exploração.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO O local não mantém condições naturais devido a ser constituído por pedreiras, embora seja de considerar que é esta condição que permite expor os elementos geológicos em destaque.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Para o uso deste local enquanto geossítio sugere-se a preparação de acessos e pontos de observação seguros.

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3. Quantificação do património geológico 3.1. Avaliação numérica Os 34 geossítios foram sujeitos a uma avaliação quantitativa do valor científico e da vulnerabilidade. Desta forma, é possível conhecer quais os geossítios que necessitam, mais urgentemente, de ser sujeitos a uma estratégia de geoconservação. O método de avaliação quantitativa aplicado foi o mesmo usado no inventário nacional de geossítios (Brilha et al., 2010). O valor científico foi calculado com base em 6 critérios ponderados (tabela 5) a partir de parâmetros numerados de 0 a 4 (ver anexo).

Tabela 5 – Critérios usados no cálculo do valor científico e respectivos pesos relativos.

Critérios

Peso

A. Representatividade

30

B. Carácter de local-tipo

20

C. Conhecimento científico

10

D. Integridade

15

E. Diversidade

10

E. Raridade

15

Total

100

A avaliação da vulnerabilidade foi calculada a partir de 5 critérios ponderados (tabela 6) a partir de parâmetros numerados de 1 a 4 (ver anexo).

Tabela 6 – Critérios usados no cálculo da vulnerabilidade e respectivos pesos relativos.

Critérios

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Peso

A. Conteúdos

35

B. Proximidade a zonas potencialmente degradadoras

20

C. Regime de proteção

20

D. Acessibilidade

15

E. Proximidade a povoações

10

Total

100

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3.2. Seriação e análise Os resultados da avaliação do valor científico e da vulnerabilidade apresentam-se nas tabelas 7 e 8, respectivamente. Dos 34 geossítios inventariados, 7 são geossítios já incluídos no inventário nacional do património geológico (Dias & Ribeiro, 2010) adquirindo, desta forma, uma relevância científica maior que os restantes: Lag 1 - Gnaisses de Lagoa; Mor 1 - Gabros de Sobreda; Sal 1 - Carreamento de Limãos; Lag 2 - Carreamento de Lagoa; Lag 3 - Carreamento da Foz do Azibo; Mor 4 - Micaxistos de Lagoa; Vpc 2 - Xistos anfibolíticos do Alto do Montinho. Dos restantes 27 geossítios, verifica-se a existência de 19 que possuem também um assinalável valor científico: Pod 1 - Falha da Vilariça em Azibeiro; Cac 2 - Falha de Morais; Mor 2 - Diques anfíbolíticos de Paradinha; Vin 1 - Sedimentos de Castro Roupal; Vpc 1 - Sedimentos de Vale da Porca; Tan 1 - Carreamento do Castelo; Tan 2 - Peridotitos do Castelo; Bor 1 - Escarpa da falha da Vilariça; Tal 1 - Cabeço Berrão; Vbf 2 - Panorâmica de Bornes; Vpc 4 - Talcos de Vale da Porca; Sal 3 - Calcários de Salselas; Arc 1 - Meandros do Rio de Macedo; Esp 1 - Alto da Serra; Lal 1 Vale do Rio Tuela; Mur 1 - Complexo mineiro de Murços; Cac 1 - Termas da Abelheira; Sal 2 Depressão de Salselas; Lal 2 - Granito de Torre de Dona Chama. Finalmente, os restantes 8 geossítios têm um baixo valor científico, embora a sua presença neste inventário se justifique plenamente por serem representativos de elementos da geodiversidade regional: Vpc 3 - Calcários do Alto da Carrasqueira; Cot 1 - Granito de Romeu em Cernadela; Tal 2 - Gabros de Xaires; Vbf 1 - Falha da Vilariça em Vale Bemfeito; Olm 1 - Águas de Escarledo; Lal 3 - Contato litológico em Vila Nova da Rainha; Mor 3 - Talco e asbesto de Morais; Bur 1 Microgranito de Burga.

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Tabela 7 – Lista de geossítios ordenada pelo valor científico decrescente (este índice pode variar entre 0 e 100).

Geossítios Lag 1 - Gnaisses de Lagoa Mor 1 - Gabros de Sobreda Sal 1 - Carreamento de Limãos Lag 2 - Carreamento de Lagoa Lag 3 - Carreamento da Foz do Azibo Mor 4 - Micaxistos de Lagoa Vpc 2 - Xistos anfibolíticos do Alto do Montinho Pod 1 - Falha da Vilariça em Azibeiro Cac 2 - Falha de Morais Mor 2 - Diques anfíbolíticos de Paradinha Vin 1 - Sedimentos de Castro Roupal Vpc 1 - Sedimentos de Vale da Porca Tan 1 - Carreamento do Castelo Tan 2 - Peridotitos do Castelo Bor 1 - Escarpa da falha da Vilariça Tal 1 - Cabeço Berrão Vbf 2 - Panorâmica de Bornes Vpc 4 - Talcos de Vale da Porca Sal 3 - Calcários de Salselas Arc 1 - Meandros do Rio de Macedo Esp 1 - Alto da Serra Lal 1 - Vale do Rio Tuela Mur 1 - Complexo mineiro de Murços Cac 1 - Termas da Abelheira Sal 2 - Depressão de Salselas Lal 2 - Granito de Torre de Dona Chama Vpc 3 - Calcários do Alto da Carrasqueira Cot 1 - Granito de Romeu em Cernadela Tal 2 - Gabros de Xaires Vbf 1 - Falha da Vilariça em Vale Bemfeito Olm 1 - Águas de Escarledo Lal 3 - Contato litológico em Vila Nova da Rainha Mor 3 - Talco e asbesto de Morais Bur 1 - Microgranito de Burga

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Valor científico 66.25 66.25 66.25 58.75 58.75 58.75 58.75 38.75 37.50 33.75 32.50 32.50 31.25 31.25 30.00 30.00 30.00 30.00 26.25 25.00 25.00 25.00 23.75 22.50 22.50 20.00 17.50 15.00 15.00 15.00 12.50 10.00 10.00 7.50

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Tabela 8 – Lista de geossítios ordenada pelo índice de vulnerabilidade decrescente (este índice pode variar entre 400 e 100). * A cota máxima de enchimento da albufeira da futura barragem do Baixo Sabor irá colocar este geossítio muito perto do nível de água. O atual acesso a este geossítio irá ficar submerso.

Geossítios

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Índice

Pod 1 - Falha da Vilariça em Azibeiro Vin 1 - Sedimentos de Castro Roupal Mor 4 - Micaxistos de Lagoa Lal 2 - Granito de Torre de Dona Chama Vbf 1 - Falha da Vilariça em Vale Bemfeito Mor 3 - Talco e asbesto de Morais Lal 3 - Contato litológico em Vila Nova da Rainha Tan 1 - Carreamento do Castelo Tan 2 - Peridotitos do Castelo Vpc 1 - Sedimentos de Vale da Porca Vpc 2 - Xistos anfibolíticos do Alto do Montinho Mor 1 - Gabros de Sobreda Vpc 3 - Calcários do Alto da Carrasqueira Cot 1 - Granito de Romeu em Cernadela Mor 2 - Diques anfíbolíticos de Paradinha Sal 1 - Carreamento de Limãos Mur 1 - Complexo mineiro de Murços Lag 1 - Gnaisses de Lagoa Vpc 4 - Talcos de Vale da Porca Cac 2 - Falha de Morais Sal 3 - Calcários de Salselas Cac 1 - Termas da Abelheira Tal 2 - Gabros de Xaires Arc 1 - Meandros do Rio de Macedo Lag 2 - Carreamento de Lagoa Lag 3 - Carreamento da Foz do Azibo * Vbf 2 - Panorâmica de Bornes Bor 1 - Escarpa da falha da Vilariça

400 400 390 355 355 350 340 340 340 340 340 325 320 315 315 315 310 305 305 295 295 245 235 225 220 220 220 200

Bur 1 - Microgranito de Burga

180

Lal 1 - Vale do Rio Tuela

180

Sal 2 - Depressão de Salselas

175

Olm 1 - Águas de Escarledo

165

Esp 1 - Alto da Serra

130

Tal 1 - Cabeço Berrão

120

Vulnerabilidade

Alta

Moderada

Baixa

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O resultado da avaliação da vulnerabilidade evidencia a existência de 19 geossítios classificados com alta vulnerabilidade, 8 com média e 7 com baixa. A conjugação dos resultados expressos nas tabelas 7 e 8 permite identificar qual os geossítios que necessitam de uma maior atenção por parte do município, em termos da sua geoconservação, ou seja, os geossítios que associam uma alta vulnerabilidade com um elevado valor científico (tabela 9). Foram também incluídos nesta tabela 2 geossítios que, apesar de apresentarem uma vulnerabilidade moderada, apresentam um elevado valor científico: Lag 2 - Carreamento de Lagoa e Lag 3 - Carreamento da Foz do Azibo.

Tabela 9 – Geossítios prioritários para geoconservação, ordenados por ordem decrescente.

Geossítios Mor 1 - Gabros de Sobreda Sal 1 - Carreamento de Limãos Lag 1 - Gnaisses de Lagoa Mor 4 - Micaxistos de Lagoa Vpc 2 - Xistos anfibolíticos do Alto do Montinho Pod 1 - Falha da Vilariça em Azibeiro Mor 2 - Diques anfíbolíticos de Paradinha Vin 1 - Sedimentos de Castro Roupal Vpc 1 - Sedimentos de Vale da Porca Tan 1 - Carreamento do Castelo Tan 2 - Peridotitos do Castelo Mur 1 - Complexo mineiro de Murços Lal 2 - Granito de Torre de Dona Chama Lag 2 - Carreamento de Lagoa Lag 3 - Carreamento da Foz do Azibo

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4. Considerações finais O concelho de Macedo de Cavaleiros apresenta uma geodiversidade notável. Em cerca de 700 km2, ocorrem testemunhos de uma longa e complexa história geológica do nosso planeta, muitos deles raros a nível nacional e internacional. A partir de 82 potenciais geossítios, foram inventariados e avaliados 34, com base na recolha de dados bibliográficos e de campo. Destes geossítios, 7 estão incluídos no inventário nacional de património geológico, o que é bem demonstrativo da relevância geológica deste concelho. A maior parte dos geossítios inventariados apresenta uma vulnerabilidade alta e moderada o que exige do município uma atenção redobrada na conservação e gestão destes geossítios. Apesar de alguns geossítios se encontrarem incluídos em áreas classificadas, nomeadamente ao abrigo da rede Natura 2000, recomenda-se que os geossítios de maior valor científico e de maior vulnerabilidade sejam classificados pelo município como Monumento Natural Local, ao abrigo do Dec. Lei nº 142/2008, de 24 de Julho. De destacar o impacto que a futura barragem do Baixo Sabor irá produzir num dos geossítios (Lag3) em virtude de este se encontrar muito perto da cota de enchimento máximo da albufeira. Uma vez que se trata de um geossítio de relevância nacional, recomenda-se que seja criado um novo acesso a ele, uma vez que o atual irá ficar submerso. A relevância do património geológico inventariado no Concelho de Macedo de Cavaleiros não oferece qualquer dúvida. Há muito que este território é bem conhecido pelos geólogos, nacionais e estrangeiros, como um dos mais carismáticos da geologia ibérica. A fundamentação geológica para justificar a criação de um geoparque neste território não oferece qualquer dúvida. Porém, a futura entidade gestora do eventual geoparque tem um enorme desafio para o futuro: promover uma adequada interpretação geológica da geodiversidade que aqui aflora. Com efeito, a complexidade das rochas e processos nesta região é extremamente elevada o que vem dificultar, e muito, a tarefa de explicar esta geologia ao público leigo. Recomenda-se, desta forma, que para além de uma adequada gestão dos geossítios inventariados neste trabalho, sejam tomadas as medidas necessárias de modo a assegurar a sua eficaz divulgação junto dos não especialistas, cumprindo assim um dos objectivos de um geoparque.

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5. Referências bibliográficas Alves, S., Trancoso, M., Goncalves, M., Santos, M. (2011). A nickel availability study in serpentinised areas of Portugal. Geoderma, 164, 155–163. Brilha J. (2006). Proposta metodológica para uma estratégia de geoconservação. Livro de resumos do VII Congresso Nacional de Geologia, J. Mirão e A. Balbino (Coord.), Estremoz, 925-927. Brilha J., Alcala L., Almeida A., AraúJo A., Azeredo A., Azevedo M.R., Barriga F., Brum Da Silveira A., Cabral J., Cachão M., Caetano P., Cobos A., Coke C., Couto H., Crispim J., Cunha P.P., Dias R., Duarte L.V., Dória A., Falé P., Ferreira N., Ferreira Soares A., Fonseca P., Galopim De Carvalho A., Gonçalves R., Granja H., Henriques M.H., Kullberg J.C., Kullberg M.C., Legoinha P., Lima A., Lima E., Lopes L., Madeira J., Marques J.F., Martins A., Martins R., Matos J., Medina J., Miranda R., Monteiro C., Moreira M., Moura D., Neto Carvalho C., Noronha F., Nunes J.C., Oliveira J.T., Pais J., Pena Dos Reis R., Pereira D., Pereira P., Pereira Z., Piçarra J., Pimentel N., Pinto De Jesus A., Prada S., Prego A., Ramalho L., Ramalho M., Ramalho R., Relvas J., Ribeiro A., Ribeiro M.A., Rocha R., Sá A., Santos V., Sant’ovaia H., Sequeira A., Sousa M., Terrinha P., Valle Aguado B., Vaz N. (2010). The national inventory of geosites in Portugal. Abstracts Book of the International Conference on Geoevents, Geological Heritage and the Role of IGCP (First Meeting of ProGEO Regional Working Group SW Europe), Ayuntamiento de Caravaca de la Cruz, Spain, 18-24. Cabral, J. (1995). Neotectónica em Portugal Continental. Memórias do Instituto Geológico e Mineiro, 31, 265p. Dias R. & Ribeiro A. (2010). Terrenos exóticos do NE de Portugal; um contributo para o inventário do património geológico português. e-Terra, Volume 18(7), 4p. García-Barriuso, M., Fernández-Castellano, C., Rocha, J., Bernardos, S., Amich, F. (2011). Conservation study of endemic plants in serpentine landscapes: Antirrhinum rothmaleri (Plantaginaceae), a serpentinophyte with arestricted geographic distribution. Plant Biosystems - An International Journal Dealing with all Aspects of Plant Biology: Official Journal of the Societa Botanica Italiana, DOI:10.1080/11263504.2011.607194 Machado J. (2009). Ocorrências hidrominerais do NE de Portugal Continental: inventariação, sistematização e aproveitamentos didácticos. Tese de Mestrado da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 470p. Menezes de Sequeira, E., Pinto da Silva, A.R. (1992). Ecology of serpentinized areas of North-East Portugal. In: Roberts B.A., Proctor J. (Eds.), The Ecology of Areas with Serpentinized Rocks. A World View. Kluwer Academic Publishers, Dordrecht, 169–197. Noronha, F., Ferreira, N. & Marques de Sá, C. (2006). Rochas granitóides: Caracterização Petrológica e Geoquímica, in Pereira, E. (coord): Notícia Explicativa da folha 2 da Carta Geológica de Portugal à escala 1/200000. Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Lisboa, 119p. Pais, J., Cunha, P., Pereira, D., Legoinha, P., Dias, R., Moura, D., Silveira, A., Kullberg, J. C & González-Delgado, J. A. (2012). The Paleogene and Neogene of Western Iberia (Portugal): A Cenozoic Record in the European Atlantic Domain. SpringerBriefs in Earth Sciences, 2012, 158p, DOI: 10.1007/978-3-642-22401-0_1.

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ANEXOS

Legenda do extrato da Carta Geológica de Portugal à escala de 1:200 000 (modificado de Pereira, 2000).

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Critérios e parâmetros de avaliação do valor científico dos geossítios. VALOR CIENTÍFICO (avaliado com 6 critérios) Para cada geossítio são atribuídas pontuações de 0 a 4, de acordo com os parâmetros indicados, para cada um dos 6 critérios. O valor 0 poderá ser atribuído em cada critério, quando o geossítio não possua o interesse mínimo valorado com 1. A. Representatividade (exprime a qualidade do geossítio para ilustrar adequadamente os aspectos geológicos associados a esta categoria temática) O geossítio ilustra razoavelmente elementos e processos associados à categoria temática 1 ponto O geossítio é um bom exemplo para ilustrar elementos e processos associados à categoria temática 2 pontos O geossítio é o melhor exemplo conhecido para ilustrar elementos e processos associados à categoria temática 4 pontos B. Carácter de local-tipo (exprime a importância do geossítio como referência nacional e internacional do ponto de vista estratigráfico, paleontológico, mineralógico, tectónico, etc.) Geossítio usado, do ponto de vista científico, como referência nacional 1 pontos Geossítio usado, do ponto de vista científico, como referência internacional 2 pontos O geossítio é um estratotipo aceite pela IUGS ou uma localidade tipo da IMA

4 pontos

C. Conhecimento científico (indica que o valor científico do geossítio o torna objecto de estudos científicos e publicações) Existem referências ao geossítio em publicações científicas de carácter nacional (revistas, livros de resumos, teses, etc.) 1 ponto Existem publicações científicas de carácter nacional (revistas, livros de resumos, teses, etc.) dedicadas ao geossítio ou existem referências ao geossítio em publicações científicas de carácter internacional 2 pontos Existem publicações científicas de carácter internacional dedicadas ao geossítio 4 pontos D. Integridade (exprime o estado de conservação atual do geossítio) Geossítio com deterioração que impede a percepção de algumas características geológicas importantes Geossítio com deterioração mas que não afecta, de modo determinante, as suas características geológicas Geossítio bem conservado e praticamente íntegro

1 pontos 2 pontos 4 pontos

E. Diversidade (exprime a ocorrência de mais do que um interesse geológico no mesmo geossítio, por exemplo, existem aspectos paleontológicos e mineralógicos associados) Geossítio com dois interesses geológicos com valor científico 1 pontos Geossítio com três interesses geológicos com valor científico 2 pontos Geossítio com mais de três interesses geológicos com valor científico 4 pontos F. Raridade (exprime a raridade de ocorrência nacional e internacional dos aspectos geológicos descritos para o geossítio) O geossítio é um dos poucos exemplos conhecidos a nível nacional 1 pontos O geossítio é um o único exemplo conhecido a nível nacional 2 pontos O geossítio é o único ou um dos poucos exemplos conhecidos a nível internacional 4 pontos

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Critérios e parâmetros de avaliação da vulnerabilidade dos geossítios.

VULNERABILIDADE (avaliada com 5 critérios) A. Conteúdos (exprime a maior ou menor facilidade de perda de conteúdos geológicos em resultado de características intrínsecas (pe. dimensão do conteúdo, facilidade de colheita, resistência do material, etc.), de atividades antrópicas (pe. turismo; agricultura, obras, etc.) e ação natural (erodibilidade, exposição, intensidade dos agentes erosivos, etc.) Possibilidade de deterioração de todos os conteúdos geológicos 4 pontos Possibilidade de deterioração de conteúdos principais 3 pontos Possibilidade de deterioração de conteúdos secundários 2 pontos Sem possibilidade de deterioração 1 ponto B. Proximidade a zonas potencialmente degradadoras (minerações, instalações industriais, áreas recreativas, estruturas rodo e ferroviárias, áreas urbanas, etc.) Geossítio situado a menos de 50 m de uma atividade potencialmente degradadora 4 pontos Geossítio situado a menos de 200 m de uma atividade potencialmente degradadora 3 pontos Geossítio situado a menos de 500 m de uma atividade potencialmente degradadora 2 pontos Geossítio situado a menos de 1 km de uma atividade potencialmente degradadora 1 ponto C. Regime de Proteção (geossítio dentro de área protegida ou integrado em Rede Natura 2000 ou classificado a nível municipal. Controle de acesso refere-se à existência de obstáculos à livre visitação, pe. propriedade privada, vedações, entrada sujeita a pagamento, atividade extractiva em curso, etc.) Geossítio situado em área sem regime de proteção e sem controle de acesso 4 pontos Geossítio situado em área sem regime de proteção e com controle de acesso 3 pontos Geossítio situado em área com regime de proteção e sem controle de acesso 2 pontos Geossítio situado em área com regime de proteção e com controle de acesso 1 ponto D. Acessibilidade (maior ou menor facilidade de acesso ao geossítio por estrada) Geossítio a menos de 100 m de estrada asfaltada com estacionamento para autocarro Geossítio a menos de 100 m de estrada asfaltada Geossítio a menos de 100 m de estrada sem asfalto ou geossítio situado entre 100-500 m de estrada asfaltada Geossítio a mais de 100 m de estrada sem asfalto ou a mais de 500 m de estrada asfaltada E. Proximidade a populações (estimativa da pressão urbana sobre os geossítios) Geossítio situado a menos de 1 km de uma povoação Geossítio situado entre 1 e 2 km de uma povoação Geossítio situado entre 3 e 5 km de uma povoação Geossítio situado a mais de 5 km de uma povoação

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4 pontos 3 pontos 2 pontos 1 ponto

4 pontos 3 pontos 2 pontos 1 ponto

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