Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo / EAU-UFF

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CENTRO DE PESQUISAS AVANÇADAS EM RESTAURO ARQUITETÔNICO

gabriel soares da costa universidade federal fluminense trabalho de conclusão de curso professor orientador: josé pessôa professora supervisora: ana lúcia 2017.2


agradecimentos É difícil traduzir em alguns parágrafos todos os agradecimentos que gostaria. Foram tantos momentos, tantas pessoas que passaram pela minha vida nestes sete anos de Universidade Federal Fluminense, sendo seis na Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFF. Por isso começo agradecendo à Deus por guiar meus caminhos e por colocar pessoas tão maravilhosas nesta caminhada, em especial meus pais e familiares, que sempre me deram todo o suporte e amor de que precisei. Agradeço pelos meus queridos amigos, que busco cativar e manter apesar das distâncias e da correria do cotidiano. Amigos de longa data, sejam do CEFET, da Engenharia Química, da Escola de Arquitetura, da Enel, do Fisk, do Salesiano, de Sevilha, ou da vida mesmo, cuja amizade são de valor inestimável para mim. Inicialmente pensei em citar nomes, mas para evitar esquecimentos, agradeço de forma geral e irrestrita. Agradeço aos professores desta querida Escola, por me passarem conhecimentos não só profissionais e técnicos, mas também conhecimentos sobre o ser humano e seus sonhos. Fico muito feliz que alguns professores tenham se tornado meus amigos, e espero continuar encontrando com vocês não só nos corredores da Universidade, mas também, quem sabe, na Cantareira ou num café. Agradeço também a todos os profissionais que me ajudaram, principalmente em meus estágios, contribuindo para meu desenvolvimento e formação. Enfim, é um ciclo que se encerra, mas que não quer dizer que é o fim. O mundo continuará girando, a vida seguirá e novos encontros se darão. Novas pessoas, novos lugares, novos desafios que se somarão ao acervo já existente. E reforçando o já dito, agradeço mais uma vez, de coração, a todos, todos, todos, que me auxiliaram nesta caminhada. Seja nos trabalhos em grupo, nos bate-papos casuais, nas risadas, cinemas, outbacks, viagens de estudo, orientações de projeto, levantamentos e reuniões de trabalho. Sou realmente muito grato e sempre friso o quão acredito que são estes momentos que fazem a vida valer a pena. São as pequenas coisas que tornam a vida gostosa de se viver. 2017 foi um ano muito difícil, mas 2018 com certeza será melhor.

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sumário justificativa

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objetivos

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INTRODUÇÃO

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METODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

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VISITAS TEMÁTICAS

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o projeto

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referências projetuais de intervenção no patrimônio histórico referência específica programa de necessidades inicial estudo de implantação PAISAGISMO o casarão

DIAGNÓSTICO

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08 plantas

ESCOLHA DO IMÓVEL LEGISLAÇÃO DA ÁREA o imóvel plantas corte longitudinal corte transversal e fachada fachadas mapa de esquadrias análise de indivíduos arbóreos relevantes ANÁLISE DOS MATERIAIS UTILIZADOS ANÁLISE DAS PLANTAS E CORTES UTILIZADAS COMO BASE MAPA DE ALTERAÇÕES mapa de danos

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40 41 42 45 47

08 09 10 12 16 17 18 21 22 23 25 31 33

o anexo

50 54

plantas estrutura

57 62

CORTES

64

fachadas

69

perspectivas

78

referências bibliográficas

83

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JUSTIFICATIVA Motivado pela convicção pessoal de que a vida segue em ciclos, quis abraçar tudo de mais relevante nestes sete anos de

universidade federal fluminense- um de engenharia química e seis de arquitetura - neste trabalho de conclusão de curso. Estes anos que foram de extrema importância para meu desenvolvimento pessoal e profissional, período de intensa autodescoberta que moldou e construiu meu ser presente. Unindo as paixões pela Química, pela Arquitetura e por Niterói, surgiu a ideia de um projeto que pudesse congregar profissionais de diferentes áreas, transformando-se num espaço multidisciplinar por excelência. A proposta de um centro de pesquisas avançadas em restauro arquitetônico vem ao encontro deste desejo na medida que permite que arquitetos, cientistas, biólogos, químicos, marceneiros entre tantos outros ofícios conversem entre si com o objetivo de traçar novas soluções e fazer ciência. Em um momento tão conturbado de nosso país, onde vemos os trabalhadores serem sistematicamente desvalorizados, o projeto vem de encontro à essa lógica perversa de abandono da ciência e da educação. Mais do que ajudar na preservação dos edifícios históricos de nosso País, um centro de pesquisas de arquitetura colabora na preservação da memória e na valorização de nossa cultura. Acredito que pesquisa e educação são essenciais na construção do futuro do Brasil, na medida em que seus resultados são fontes de transformação social e se traduzem na melhora de qualidade de vida de muitos brasileiros.

objetivos Diante das questões apresentadas, o objetivo deste Trabalho Final de Graduação é apresentar um anteprojeto de centro

de pesquisas avançadas de restauro para o município de Niterói. A proposta é criar um ambiente trans e multidisciplinar de laboratórios e ateliês com espaços para cursos e eventos. Um local onde diversos profissionais poderiam interagir e produzir experimentos e conhecimentos úteis para a prática de restauro. Apesar do foco na pesquisa, o centro teria espaços de oficina, ensino e pequenos eventos. Para abrigar tal ideia, buscou-se um edifício antigo em terreno com grande espaço ao ar livre para a construção de um espaço anexo. O projeto dará diretrizes gerais de ocupação do espaço do casarão, baseado na coleta de dados, visitas e pesquisa bibliográfica priorizando um uso “menos intenso” para o edifício histórico enquanto as atividades mais pesadas seriam alocadas no anexo a ser construído. O diálogo entre os edifícios (o novo e o antigo) e a busca por um programa enxuto e assertivo são desafios deste anteprojeto. Este projeto não tem a pretensão de ser referência, mas sim, um exercício projetual que tenta resgatar a memória ao mesmo tempo que visa adequar-se aos usos dos novos tempos.

É preciso enfrentar-se a contraposição (...) que se estabelece entre os conceitos de permanência e mutação, duas maneiras de relacionar-se com a realidade (...) e representam duas opções conflitivas e antiéticas, mas que ambas são necessárias para o mesmo equilíbrio. BARDESCHI, Marco Dezzi.1991

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A conservação integrada conclama à responsabilidade os poderes locais e apela para a participação dos cidadãos. Os poderes locais devem ter competências precisas e extensas em relação à proteção do patrimônio arquitetônico. Aplicando os princípios de uma conservação integrada, eles devem levar em conta a continuidade das realidades sociais e físicas existentes nas comunidades urbanas e rurais. O futuro não pode nem deve ser construído às custas do passado. (...) O esforço de conservação deve ser calculado não somente sobre o valor cultural das construções, mas também pelo seu valor de utilização. Os problemas sociais da conservação integrada só podem ser resolvidos através de uma referência combinada a essas duas escalas de valores. (...) A conservação integrada conclama à promoção de métodos, técnicas e aptidões profissionais ligadas à restauração e à reabilitação. Os métodos e técnicas de restauração e reabilitação de edifícios e conjuntos históricos deveriam ser melhor explorados e seu espectro alargado. (...) Declaração de Amsterdã. 1975

No Brasil, os institutos de Patrimônio - sobretudo o IPHAN - já buscam trabalhar desta forma integrada. Projetos como a recuperação do sítio histórico de Alcântara (MA) e o escritório permanente do órgão em Ouro Preto (MG) são exemplos desta interface do restauro com a comunidade local e com a interdisciplinaridade. http://www.juliomoraes.com.br/conservacao-e-restauro-de-bens-culturais-imoveis/

introdução A prática de restauro de bens e imóveis históricos é algo que está em constante evolução não só pela questão tecnológica mas pela própria evolução nas discussões acerca do conceito de patrimônio. As cartas patrimoniais - documentos resultantes de encontros internacionais, regionais ou nacionais, de especialistas do campo da preservação do patrimônio - são registros desta constante revisão.

Cada vez mais ,ressalta-se a importância da interdisciplinaridade nos projetos de restauro, além da presença da sociedade na proposição de novos usos, no sentido que os imóveis guardam a memória passada, mas apresentam função presente na vida e no cotidiano das pessoas. A Declaração de Amsterdã de 1975 reafirma a importância da “conservação integrada” , em que valoriza-se o método, a tecnologia, a multidisciplinaridade e a participação popular nas decisões a serem tomadas:

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Iniciativas como essas esbarram em problemas crônicos do Brasil, como a morosidade do Estado em responder às demandas da população, devido à burocracias e más práticas impregnadas no contexto político nacional. A conjuntura de crise que se prolonga desde 2015 já causou a redução em 45.4% do PAC - Cidades Históricas segundo a CBN (http://cbn.globoradio. globo.com/editorias/economia/2016/10/15/DAS-MAIS-DE-400-OBRAS-PREVISTAS-NO-PAC-CIDADES-HISTORICAS-ATE-2019-MENOS-DE-5-ESTAO-P.htm). Até outubro de 2016, apenas 5% das 400 obras previstas estavam prontas. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) também teve corte de 44% de seu orçamento em 2017 (http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/corte-no-ministerio-da-ciencia-compromete-pesquisas-da-ufmg-e-ufop-dizem-professores.ghtml)) representando inúmeras perdas no avanço das pesquisas no País. Porém, o tempo segue implacável em seus efeitos sobre o patrimônio material do Brasil, exigindo cada vez mais criatividade e assertividade nas soluções apresentadas, visto que as condições ideias não existem. Dentro da própria Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense, celeiro de grandes arquitetos e restauradores, a situação da falta de orçamento implicou na interdição do Chalé (tombado pelo INEPAC) após problemas na cobertura. Apesar do cenário desalentador, pesquisadores como os da Fundação Oswaldo Cruz seguem aportando conhecimento à área de projetos de restauro por meio de publicações e consultorias, inclusive para a própria EAU-UFF no caso do nosso Chalé. Sob a perspectiva de avançarmos na pesquisa do restauro no País, ainda realizado quase de forma “heroica” e de certa forma concentrada, o presente projeto busca colocar foco sobre o tema e quem sabe incentivar outras iniciativas que ultrapassem o campo acadêmico e se concretizem. A rica arquitetura brasileira agradeceria.

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metodologia e estratégias de ação

1.FASE INICIAL 1.1Escolha de tema e professor orientador. 1.2 Diretrizes básicas de projeto: objetivos e localização 1.3 Busca por referências bibliográficas 1.4 Visitas temáticas em instituições envolvidas com o tema 1.5 Escolha do imóvel 1.6 Definição do layout do caderno 2. DIAGNÓSTICO 2.1 Busca por dados do imóvel na Prefeitura Municipal de Niterói 2.2 Levantamento de plantas com o proprietário do imóvel 2.3 Visitas ao imóvel 2.4 Levantamento da legislação 2.5 Levantamento arquitetônico do imóvel 2.6 Transcrição do levantamento para o AutoCAD 2.7 Análise de materiais 2.8 Aprofundamento do levantamento 2.9 Relacionar o levantamento realizado com as plantas levantadas previamente 2.10 Mapa de alteração e danos 3. PROJETO 3.1 Definição de linha teórica a ser seguida 3.2 Definição de partido e conceito do Centro de Pesquisas ( Casarão + Anexo) 3.3 Busca por referências projetuais e específicas já sob a luz do partido e conceito definidos 3.4 Criação de um programa de necessidades inicial para o Casarão e o para o Anexo 3.5 Análise do entorno 3.6 Criação de croquis de zoneamento para implantação e fluxogramas 3.7 Croquis de volumetria do conjunto 3.8 Definição dos partidos de intervenção específica para cada edifício 3.9 Estudos de setorização dos usos para o Casarão e para o Anexo 3.10 Estudos de paisagismo e finalização das ideias- base de cada edifício 3.11 Transcrição das ideias para o AutoCAD 3.12 Escolha dos materiais 3.13 Estudos de fachada 3.14 Detalhamento de estrutura, caixa d’água e indicações de outras soluções arquitetônicas 3.15 Modelagem do conjunto do Centro de Pesquisas 4. FINALIZAÇÃO DO CADERNO E DAS PLANTAS TÉCNICAS

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visitas temáticas

Campus Manguinhos da FIOCRUZ 15/08/2017

Campus Maracanã do CEFET/RJ - 13/09/2017

A Fundação Oswaldo Cruz,criada em 1900, possui um rico patrimônio construído ao longo de décadas de funcionamento, e em 1986 foi criada a Casa de Oswaldo de Cruz com o objetivo de preservar a memória e a história da Instituição. Dentro da COC há o DPH - Divisão de Patrimônio Histórico - que desde 1987 responde pela conservação dos bens do Nahm - Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos.

O Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca é reconhecido como um dos melhores polos de ensino profissionalizante do Brasil, e dentre os cursos oferecidos está o de Edificações. Fui recebido pelo técnico administrativo Guilherme Velasco, que me mostrou o Pavilhão do curso de Edificações, incluindo as partes destinadas à esquadrias, alvenarias, instalações hidráulicas e elétricas, pinturas e mecânica dos solos.

Durante a visita, fui muito bem recebido pelo arquiteto Daniel Lopes Moreira, que trabalha no DPH, e que mostrou diversas dependências da Instituição voltadas para a área de restauro. Conheci o barracão onde são feitos o restauro de peças, além da oficina-escola e da parte administrativa. A Fiocruz é a referência existente no Rio de Janeiro mais próxima à proposta do projeto.

Apesar de não ser objetivo deste projeto criar uma escola técnica, a visita ao CEFET/RJ foi importante como referência de espaços de ensino e de como posso trabalhar a ideia de um barracão anexo ao casarão. A configuração do espaço e a arquitetura do próprio pavilhão me fez refletir sobre os pontos positivos e negativos. Pavilhão Mourisco

Pavilhão do curso de Edificações CEFET/RJ

Palácio da Praia Vermelha 30/08/2017

Laboratório RECAT EQ-UFF- 11/10/2017

Construído entre 1842 e 1852, por ordem de D. Pedro II, o Palácio da Praia Vermelha tinha o objetivo de comportar um complexo para tratamento de doenças mentais.

O laboratório RECAT, vinculado ao curso de Engenharia Química da UFF, trabalha com catalisadores e é utilizado por estudantes da graduação e da pós-graduação. Fui recebido pela coordenadora do curso, professora Ana Carla, que me mostrou em detalhes o cotidiano de um pesquisador da área.

Situado na avenida Pasteur, 250,no bairro de Botafogo, o palácio neoclássico pertence hoje à Universidade Federal do Rio de Janeiro, abrigando os cursos de Administração, Educação, Comunicação e Economia.

Esta visita foi muito importante como referência de um laboratório voltado para análise de materiais e compostos, sendo que muitos equipamentos presentes no RECAT também estarão presentes no meu projeto do Centro de Pesquisas Avançadas em Restauro. Além disso, questões como segurança, instalações e a própria logística de um espaço como este puderam ser observadas in loco.

Atualmente, o complexo passa pela primeira fase de uma restauração, que contempla as fachadas, telhados e forros. O incêndio ocorrido na capela em 2011 a destruiu completamente, o que dificultou ainda mais o restauro dos edifícios. Durante a visita, fui recebido pelo arquiteto-doutorando do PPGAU-UFF Renato Alves, arquiteto do escritório técnico da UFRJ, e que me apresentou os edifícios, explicou os procedimentos já realizados e me levou ao barracão, onde são realizados diversos trabalhos.

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A própria professora Ana Carla trabalhou na concepção da parte mais nova do laboratório, situada no pavimento inferior, e relatou às dificuldades de se projetar e manter um espaço como este em uma universidade federal. Palácio da Praia Vermelha

Laboratório RECAT UFF - Engenharia Química/Niterói

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diagnóstico

escolha do imóvel Uma das premissas básicas deste projeto era que o edifício histórico se situasse em Niterói em uma localização próxima

ao Centro e à Universidade Federal Fluminense. Isto permitira o fácil acesso de profissionais e alunos vindos da Região Metropolitana do Rio. Além da localização, outro requisito era ter grande área disponível, se possível área livre que permitisse a construção de um edifício anexo. Caminhando por bairros como Centro, Ingá, Boa Viagem e São Domingos, percebi que este casarão situado à rua Visconde do Rio Branco, 731 apresentava os dois requisitos anteriores, além ter uma vista privilegiada da Concha Acústica - grande parque urbano da cidade de Niterói. O fato deste imóvel não ter nenhum tombamento, e correr o risco de ser demolido pelo novo dono do imóvel - uma construtora - foi o motivo que faltava para ser objeto deste projeto. De certa forma, este trabalho seria uma forma de “eternizar” este edifício, e preservar um pouco a memória do bairro. De uma maneira figurativa, este casarão materializa o desejo de construir pontes entre passado e futuro, por meio de pesquisas envolvendo a área de restauro.

LOCALIZAÇÃO

CENTRO uff SÃO DOMINGOS

nITERÓI DENTRO DO ESTAD0 LOCALIZAÇÃO DO BAIRRO DENTRO DA CIDADE

LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL DENTRO DO BAIRRO Casarão situado à rua Visconde do Rio Branco, n 731. Bairro de São Domingos - Niterói/RJ

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Em uma planta encontrada na prefeitura datada de 1973, o edifício nº 731 aparece colado na divisa do lote em seu lado direito. Tal informação contradiz com o projeto executado, pois há esquadrias deste lado da fachada, o que seria impossível caso o implantação do edifício seguisse a planta da prefeitura. Uma das possibilidades é que o loteamento presente na prefeitura não tenha sido plenamente executado, visto que os remembramentos são posteriores à construção do casarão. Ocupação dos lotes antes da demolição dos imóveis. Prefeitura Municipal de Niterói.1973

Quanto à preservação, o imóvel não apresenta qualquer tipo de proteção patrimonial e não se encontra em nenhuma das 4 APAU’s - Área de Preservação do Ambiente Urbano - situando-se à margem da APAU de São Domingos. Estas áreas definidas no Plano Diretor foram mapeadas e tiveram seus imóveis catalogados. Como a área não foi incluída na lei 3069/2013 que delimita a área de atuação da OUC - Operação Urbana Consorciada de Niterói - a legislação vigente é o PUR das Praias da Baía de 2002. O imóvel está no Sub-setor Centro CT-13 e apresenta os seguintes parâmetros urbanísticos: Taxa máxima de ocupação:50% Afastamento frontal:5 metros Afastamento mínimo lateral: 4metros Afastamento mínimo fundos: 4metros Gabarito máximo lâminas: 11 pavimentos

Niterói em diferentes escalas - vista do estacionamento interno do terreno.

legislação da área O lote onde está situado o casarão é resultado de dois remembramentos sucessivos abarcando 6 lotes da rua Visconde do

Rio Branco em Niterói (731, 735, 739, 741, 745 e 747) realizado no ano de 1985 no bairro de São Domingos. Na época, o terreno já pertencia à Companhia elétrica do Estado do Rio de Janeiro (CERJ) que foi privatizada e hoje está no comando da holding internacional Enel. A Enel já não é mais dona do imóvel, sendo este uma propriedade de uma construtora atualmente. A grande valorização da área e a falta de qualquer tipo de proteção patrimonial tornam o casarão vulnerável a ser demolido em breve.

APAU - Áreas de Preservação do Ambiente Urbano. Prefeitura Municipal de Niterói. 2013 Projeto de remembramento,lotes 735,739,741, 745 e 747. Prefeitura Municipal de Niterói.1985

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Setores PUR das Praias da Baía. Prefeitura Municipal de Niterói.2002

Projeto de remembramento,lotes 731 e 735A. Prefeitura Municipal de Niterói.1985

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o imóvel DADOS GERAIS

O imóvel situado na rua Visconde do Rio Branco, número 731, data de 1928 segundo registros na Secretaria Municipal de

Urbanismo (não foram encontradas as plantas baixas, somente dois cortes e plantas referentes ao remembramento). Possui dois pavimentos e cerca de 12 metros de altura. Apesar do uso original ser de residência unifamiliar, o Casarão sediou durante anos o escritório da empresa de energia de Niterói. Recentemente ele era usado como depósito, enquanto a área livre era pátio de estacionamento. Além do casarão, a área possui mais duas edículas, usadas como depósito e área administrativa, além de uma guarita na entrada principal. Após a venda, o imóvel não pertence mais à Enel. Dados quantitativos: Área total do terreno: 1.730,52 m2 Lote original do número 731: 483,91 m2 Área construída do casarão: 423,88 m2 Área total construída (casarão + edículas): 596,02 m2

DO LOGRADOURO

O imóvel se localiza no bairro de São Domingos , próximo à região central de Niterói. É um bairro bem serviço de escolas, universidades, comércios, além de ter boa infraestrutura urbana, dispondo de iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água e coleta de lixo regular.

O logradouro é uma via asfaltada delimitada por calçadas cimentadas com leito carroçável de 13 metros e calçadas de intenso fluxo nos horários de pico por ser uma via coletora que conecta o Centro à Zona Sul de Niterói. Tal rua apresenta um skyline variado de edifícios residenciais variando de 8 a 14 pavimentos e alguns casarões tombados pela APAU de São Domingos. Ao lado do imóvel encontra-se a Casa do Estudante Fluminense, sobrado tombado municipalmente, contemporâneo do casarão deste projeto e atualmente abandonado. Do outro lado do terreno, situa-se um edifício residencial de 8 pavimentos provavelmente construído na segunda metade do século passado.

Casarão número 731

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Skyline da rua Visconde do Rio Branco visto da Concha Acústica de Niterói. O casarão encontra-se encoberto pela vegetação. Bairro de São Domingos - Niterói/RJ

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DO CASARÃO

Segundo documentos encontrados na Secretária Municipal de Urbanismo, o projeto do sobrado data de 1928, apresen-

tando características da arquitetura residencial burguesa desta época. A qualidade dos materiais empregados, como os ladrilhos hidráulicos, o assoalho com ripas de madeira nobre, as esquadrias detalhadas, os adornos de fachada e a grande área do casarão denotam a condição social da família responsável pela construção. O imóvel apresenta porão alto, o que pode ser observado pela presença de seteiras com gradis de ferro, e a entrada principal se dá pela varanda frontal. A elevação do nível do pavimento térreo é recorrente na arquitetura do início do século XX por dois motivos principais: privacidade e salubridade, no sentido que dificulta a visão de transeuntes sobre os espaços internos e evita a subida de umidade por capilaridade. Além da entrada principal, há uma outra entrada pelos fundos, de feições muito simples, funcionando como uma entrada de serviço. Quanto à disposição dos espaços internos, percebe-se uma característica presente nas residências burguesas da época, que seria a presença de uma circulação externa coberta - a varanda - cuja entrada principal permite acesso ao maior aposento da casa, além de conectar-se com a área de serviço. No caso deste casarão, a varanda térrea conecta três ambientes, sendo dois da área social e ao final da varanda, a parte de serviço. Essa divisão de “área social” e “serviço” pode ser deduzida pelo tipo de piso - ripado de madeira para as sociais (ainda conservado) e ladrilhos hidráulicos nas de serviço (atualmente presente somente em um compartimento, sendo recoberto por piso do tipo Paviflex ou trocado por piso cerâmico nos outros ). A circulação ocorre por meio de uma escada de madeira situada em um cômodo com função de hall, conferindo maior privacidade aos ambientes privativos que provavelmente se localizavam no pavimento superior, cujo piso também é revestido por lâminas de madeira (exceto as áreas molhadas). A ausência de um corredor interno que interconectasse os cômodos, típico na casa colonial brasileira, e a passagem para uma disposição de espaços conectados por portas, sem simetria, é algo que se nota em construções da classe média do início do século XX. A presença das áreas molhadas (copa, cozinha, banheiro e áreas de apoio) dentro do imóvel e não em edículas fora da edificação também são evoluções que expressavam modernidade, e o fato de tais áreas estarem juntas economizava na tubulação de ferro galvanizado. Uma possibilidade que pode ser lançada sobre o edifício é a presença de cômodos para empregados no pavimento térreo, conectados com a área de serviço, sendo uma prática que perdurou nas residências burguesas até pouco tempo atrás.

Acesso principal

Seteira com gradil de ferro

Vista da varanda superior

Escada de madeira

Hall de circulação superior

Varanda

O casarão é muito bem iluminado por grandes janelas e portas feitas de madeira pintada e vidro, tal como recomendado pelas normas sanitárias vigentes à época, que preconizavam a ventilação e a insolação como métodos para evitar doenças. A decoração presente nestas esquadrias tal como nos frisos, colunas e guarda-corpos, apresentam diversas influências de caráter eclético, cujo intuito possivelmente era aparentar requinte. A ausência da planta de situação original não permite identificar corretamente a implantação no edifício no terreno, porém pode inferir-se que o edifício ocupa o centro do terreno, cerca de 50% da área do lote, com o beiral de telhas cerâmicas se projetando cerca de 70 centímetros. O escoamento da água se dá por meio de quatro águas que dirigem a água para cada uma das fachadas. A ausência de platibanda e a opção por um cobertura de telhas vistosa confere ao imóvel um quê de bangalô, reforçando o caráter eclético do imóvel. As esquadrias variadas e a grande profusão de orçamentos também reforçam o estilo arquitetônico. A seguir serão apresentadas as plantas atuais do imóvel, fruto do levantamento realizado, e uma posterior discussão acerca das alterações no projeto original e os mapas de danos. Do lado direito do casarão, na esquina da rua Visconde do Rio Branco com a rua Prof. Hernani Mello, situa-se a Casa do Estudante

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11


RUA PROF ESS

OR HERNA

NI MELLO

PLANTAS

A DE AULA

Nº 02

Nº 731

Nº 735

483,91 m²

HALL

Nº 739

264,00 m²

245,22 m²

Nº 741

276,66 m²

Nº 745

292,09 m²

Nº 747

157,55 m²

CIRCULAÇÃO

ALINHAMENTO PROJ. PARA CONSTRUÇÃO

FAIXA DE RECUO 5.52

ALINHAMENTO PROJ. DO LOTE ALINHAMENTO EXIST. DO LOTE

AUDITÓRIO

CAFÉ

MEIO-FIO EXISTENTE E DEFINITIVO

CAFÉ

RUA VISCONDE DO RIO BRANCO

1.27

1.27

MEIO-FIO EXISTENTE E DEFINITIVO

0.37

ALINHAMENTO EXISTENTE

LOTES ORIGINAIS 01LOTES esc.:ORIGINAIS 1/250

ÃO ATUAL

01

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esc.: 1/250

00

01

03

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00 01

02

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plantAS plantas

SALA DE AULA

SALA DE AULA

SALA DE AULA

HALL

CIRCULAÇÃO

5.52

FOYER

AUDITÓRIO

CAFÉ

CAFÉ

NÍVEL 0.00 1.27

1.27

NÍVEL +0.17

0.37

NÍVEL +0.37

01

MAPA DE ESQUADRIAS esc.: 1/50

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01

PLANTA DE SITUAÇÃO ATUAL esc.: 1/250

01

LOTES ORIGINAIS esc.: 1/250

00

01

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05

13


plantAS

CONCRETO

PAVIFLEX 01

CARPETE

SOLEIRA DE MÁRMORE SOLEIRA DE MARMORITE LADRILHO EXTERNO LADRILHO INTERNO PISO CERÂMICO TÁBUA CORRIDA

14

14

14


plantAS

PAVIFLEX 02

SOLEIRA DE MÁRMORE SOLEIRA DE MARMORITE LADRILHO EXTERNO LADRILHO INTERNO PISO CERÂMICO TÁBUA CORRIDA

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15


CORTE longitudinal

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CORTE transversal e fachada

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fachadas

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fachadas

A escada caracol foi omitida nesta representação para melhor visualização das esquadrias, da alvenaria e do guarda-corpo

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fachadas

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mapa de esquadrias

ESQUADRIAS ORIGINAIS VISTA EXTERNA SALA DE AULA

SALA DE AULA

SALA DE AULA

HALL

CIRCULAÇÃO

5.52

FOYER

AUDITÓRIO

CAFÉ

CAFÉ

ESQUADRIAS ORIGINAIS VISTA INTERNA ESQUADRIAS NÃO ORIGINAIS EXTERNAS

1.27

1.27

0.37

PLANTA BAIXA

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MAPA DE ESQUADRIAS esc.: 1/50

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PLANTA DE SITUAÇÃO ATUAL esc.: 1/250

01

LOTES ORIGINAIS esc.: 1/250

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análise de indivíduos arbóreos relevantes O terreno apresenta in-

Estas árvores proporcionam grande sombra ao terreno e criam um microclima agradável que dialoga com o parque à sua frente.

DEPÓSITO

BAIA DE RESÍDUO

BAIA DE RESÍDUO

BAIA DE RESÍDUO

NANI MEL LO

DEPÓSITO

EDÍCULA

RUA PROF ESSOR HER

divíduos arbóreos de grande porte, principalmente em suas bordas. As espécies observadas foram mangueiras e amendoeiras.

As árvores aparentam estar em bom estado e deverão ser mantidas no projeto, incluindo a árvore do terreno aos fundos que se projeta sobre o terreno.

CASARÃO

GUARITA

RUA VISCONDE DO RIO BRANCO

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02

PLANTA DE SITUAÇÃO esc.: 1/250

00 01

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análise dos materiais utilizados REVESTIMENTOS DE PISO

REVESTIMENTO PAREDE

No térreo, grande parte da área de serviço (copa, depósito, cozinha, banheiro) cujo piso provavelmente era o ladrilho

As paredes internas são revestidas com tinta acrílica variando as cores entre branco, azul celeste e bege. Os rodapés são de

hidráulico (ainda presente em um cômodo) foi recoberto por piso vinílico do tipo Paviflex. Os banheiros apresentam piso cerâmico com soleiras de mármore, que provavelmente também não são originais do edifício. A área social e a área privativa do segundo pavimento são revestidas de tábuas de madeira corrida. Os pisos estão assentados sobre lajes de concreto, conforme pode ser visto através do porão. A única escada interna é toda feita de madeira, assim como o guarda-corpo ornamentado. As varandas possuem revestimento em um tipo diferente de ladrilho hidráulico e as soleiras das portas que dão acesso para essas áreas são de marmorite. Parte da varanda térrea foi coberta com carpete, sem finalidade aparente. As escadas de acesso são feitas de concreto, juntamente com o corrimão e guarda-corpo da varanda. De forma geral, os pisos estão em bom estado, necessitando de intervenções de manutenção como limpeza e enceramento ( no caso da madeira). Não é possível saber o estado dos ladrilhos que foram recobertos com o piso tipo Paviflex.

Piso Paviflex no primeiro pavimento

Tábua corrida

Externamente o casarão foi pintado com o mesmo tom de bege de alguns ambientes internos, exceto frisos e alguns detalhes pintados de branco. A varanda da fachada principal apresenta azulejo de tom esverdeado até a altura de 1.50 metros que percorre toda a varanda. As fachadas laterais e a dos fundos apresentam reboco com marcação de aparelhamento de alvenaria de pedra, de traçado retangular.

Soleira de marmorite

Piso Paviflex no pavimento térreo

Soleira de mármore

Carpete

Ladrilho Hidráulico

Piso cerâmico dos sanitários

Ladrilho externo

23

madeira sem pintura com largura de 10 centímetros. Os tetos não apresentam forro, sendo pintados de branco com sancas em gesso também na cor branca. Os sanitários possuem revestimento em azulejo quadriculado 20x20cm na cor bege até a altura de 2.00m.

Pintura em tom pastel

Pintura branca

Pintura azul celeste

Textura na fachada dos fundos

Azulejo em fachada principal

Azulejo em sanitário

23


ESTRUTURA

análise dos materiais utilizados

O sistema estrutural do casarão é de alvenaria portante, com paredes externas de espessura de 40 centímetros (fiada dupla de tijolos) e paredes internas de 15 centímetros, já com argamassa. As colunas abauladas com capitéis de estilo jônico são estruturais e suportam a carga das varandas. Analisando o porão do casarão, percebe-se a presença de lajes e vigas de concreto no porão compondo um sistema estrutural misto. Não observou-se vigas e pilares que não estivessem alinhados com a alvenaria, não podendo desta forma, verificar realmente a presença destas nos pavimentos, tal como observado no porão.

ESQUADRIAS

As esquadrias são feitas basicamente de madeira pintada e vidro, apresentando pequenas diferenças de composição dos

detalhes. Em geral, as portas são constituídas de quatro folhas e bandeira, variando cores, presença de veneziana e detalhes de marcenaria. As portas duplas apresentam vão de 1.20x3.10m ou de 1.00x3.10m enquanto janelas possuem vão de 1.20x2.10m. No caso das portas de folha simples, o vão é de 0.80x2.10m exceto na janela do W.C feminino no pavimento térreo e nas janelas da fachada principal, cujo vão é de 0.70x2.10m. Algumas portas apresentam venezianas em suas folhas exteriores, porém na fachada principal não se observa a presença destas. A cor da caixilharia também varia: na fachada principal a pintura é branca, enquanto nas fachadas laterais foi usada uma tinta marrom escuro ou com o mesmo tom da fachada. Internamente todas as esquadrias apresentam pintura em tom pastel,exceto as da sala de visitas, que são pintadas de branco. Ocorreram aberturas de novos vãos com uso de esquadrias não originais em alguns espaços internos e no acesso da rampa externa. Interessante notar que alguns vãos de janela apresentam o vão de mesmo tamanho de uma porta, como se tivesse havido uma mudança posterior. Porém, o fato disto ter acontecido em três locais e com o uso de janelas do mesmo tipo das originais, reforça que possa ter sido talvez, uma mudança durante a construção do imóvel.

Abertura de vão

Fachada principal

24

Fechamento de vão

Fachada lateral

COBERTURA A cobertura é formada por telhas cerâmicas dispostas em quatro águas com um beiral de cerca de 70 centímetros. Em uma análise visual externa não são perceptíveis danos à cobertura e também não foram observados focos de infiltração através da laje no pavimento superior. ILUMINAÇÃO A grande quantidade de aberturas possibilita que o casarão seja bem iluminado pela luz solar durante o dia. A iluminação artificial dentro do casarão é feita por meio de lâmpadas tubulares presas por correntes metálicas. ACESSOS O acesso principal ocorre pela varanda frontal através de uma escada de concreto de desenho curvo em leque. Há mais três acessos: pelos fundos através de uma escada simples de concreto, uma rampa de concreto na fachada lateral não original e por fim, uma escada metálica também não original do edifício cuja saída é no meio do guarda-corpo, não havendo como utilizá-la.

Janela em vão de porta

Vista interna

Beiral da cobertura

Alvenaria autoportante

Luminária

Acesso principal ao imóvel

Estrutura de concreto sob o primeiro pavimento

Escada metálica termina no meio do guarda-corpo

24


ANÁLISE DAs plantas e cortes utilizados como base

Prancha com cortes do edifício Prefeitura Municipal de Niterói.1928

25

25


ANÁLISE DAs plantas e cortes utilizados como base

8.00

MELO

13.00

32.25

N.M 8.45

10.00

5.20

34.79

N°731

N°02

N°735

N°739

264,00m2

245,22m2

N°741

276,66m2

N°745

292,09m2

N°747

157,55m2 32.35

304,10m2

29.05

33.00

RUA

PROF.

HERNANI

8.60

8.00

alinhamento para construção (projetado)

8.45

15.00

8.80

5.00

cuo faixa de re

8.56 4.54

2.00

alinhamento projetado alinhamento existente

meio fio existente

VISCONDE

DO

RIO

e definitivo

BRANCO

3.00

12.60

RUA

2,00

23.00

Lotes originais 1/250. ENEL. 2005

26

26


RUA PRO F. HERNA NI M ELO

ANÁLISE DAs plantas e cortes utilizados como base

EDíCULA

Depósito

Depósito S 01

2.3

02

meio fio imaginário

03

04 05

COZINHA

10.34m2

16.38m2

meio fio imaginário

5.7

5.33m2

BANHEIRO MASC.

DEPÓSITO

3.7

2.00

4.20

2.65

BANHO FEM.

5.33m2

1.8

3.90

3.90

4.17

4.9

1.50

2.25

4.80m2

CABIDEIRO

COPA 16.26m2

2.1

VESTIÁRIO 7.99m2

2.2

2.8

3.90

9.7

4.10 3.80

4.10

2.6 QUARTO 13.50m2

SALA DE JANTAR 20 19

3.80

31.78m2

18 17 16 15

14

HALL

13.50m2

13 10

9 8

meio fio imaginário

7

5.40

1.4

4.2

11

2.8

12

1

3

2

5

4

3.50

6

7.75

3.55

1.2

1.1

2.7

10.2 3.9

SALA DE VISITAS 19.71m2

VARANDA

06

2.9

05

2.3

3.5 1.4

2.7

3.4

S

12.6

2.6

04 03

02

01

GUARITA 3.6

1.0

4.5

6.5

2.7

meio fio imaginário

3.65

11.75

7.6

21.73m2

alinhamento existente

meio fio existente e definitivo

RUA VISCONDE DO RIO BRANCO

Planta de situação. ENEL. 2005

27

27


01

2.00

1.50

20

19

18

17

16

15

14

13

12

11

10

9

8

7

BANHEIRO MASC.

3.65

5.40

01

ANÁLISE DAs plantas e cortes utilizados como base

6

5.33m2

5

3.90

4.20

3

13.50m2

VESTIÁRIO

BANHO FEM.

4

QUARTO

7.99m2

HALL

13.50m2

5.33m2

2 1

SALA DE VISITAS

2.25

3.55

19.71m2

3.80

4.10

3.80

COZINHA 16.38m2

CABIDEIRO 4.80m2

01

01 3.90

01

01 SALA DE JANTAR

05

31.78m2

3.50

04

01

03

02

S

COPA

4.10

16.26m2

S

7.75

03

02

06

01

4.17

2.65

3.90

05

21.73m2

10.34m2

04

VARANDA

DEPÓSITO

11.75

1°Pavimento Esc.: 1/100

01 2.25

2.10

3.65

01

01

5.40

01

BANHEIRO MASC. 8.50m2

CIRCULAÇÃO

SALA

4.05

17.66m2

13.69m2

5.40

2.35

7.85

CAB.

19.71m2

3.75

5.35

9.52m2

QUARTO

01

01

QUARTO

01

QUARTO

18.36m2

22.68m2

01

3.50

3.65

QUARTO 20.05m2

QUARTO 17.82m2

TERRAÇO

4.40

3.40

4.20

21.73m2

11.75

2°Pavimento Esc.: 1/100

Planta baixa do térreo e do primeiro pavimento. Sem escala. ENEL. 2005

28

28


ANÁLISE DAs plantas e cortes utilizados como base

QUARTO

COPA

QUARTO

SALA

CABIDEIRO

SALA

VESTIÁRIO

COPA

CABIDEIRO

VESTIÁRIO

Corte 1-1` Esc.: 1/100

Corte 1-1` Esc.: 1/100

QUARTO

QUARTO

QUARTO

QUARTO

SALA DE VISITAS

QUARTO

COPA

SALA DE JANTAR

QUARTO

DEPÓSITO

Corte 2-2` Esc.: 1/100

SALA DE VISITAS

SALA DE JANTAR

COPA

DEPÓSITO

Cortes transversal e longitudinal. Sem escala. ENEL. 2005

29

29


ANÁLISE DAs plantas e cortes utilizados como base COMPARANDO O LEVANTAMENTO COM AS PLANTAS E CORTES DISPONÍVEIS

As plantas disponíveis na empresa Enel sobre o casarão número 731, antiga proprietária, foram o ponto de partida para o reconhecimento do imóvel. Elas

datam de 2005 e, de forma geral, possuem grande correspondência com o que foi visto durante as três visitas ao imóvel,exceto pela planta de implantação, cujo projeto de estacionamento nunca saiu do papel. Desde o fim de agosto, a empresa estava retirando tudo o que havia depositado no Casarão, pois tinha o prazo de até o fim do mês de setembro para ceder ao novo proprietário todas as chaves. Como não foram encontradas na prefeitura as plantas baixas do imóvel, apenas o corte, as plantas da Enel foram o principal guia para o levantamento. Porém havia muitos erros nas plantas, incluindo medidas e alinhamentos que não batiam entre si, necessitando um grande trabalho de correção cômodo a cômodo e esquadria a esquadria. Além disso, elas possuíam uma apresentação muito básica, requerendo um tratamento melhor e uma nova configuração de camadas. O único desenho de fachada feito era a principal, sendo necessária a realização do desenho das outras três. Os nomes dos cômodos foram mantidos como os das plantas da Enel por falta de referência anterior, mas sobretudo pela nomeação ter correspondência com a arquitetura residencial burguesa da época e também com os pisos e a lógica de circulação observada. A altura da cobertura também não pode ser medida, mas tanto o corte apresentado pela Enel quanto o visto na Prefeitura apresentam medidas parecidas. As principais mudanças observadas de 2005 para a atual planta - que poderiam já existir à época mas que não estão registradas na planta - são o emparedamento de diversas esquadrias, a abertura de vãos e a instalação de um arquivo deslizante do primeiro pavimento - como pode ser visto no mapa de alterações a seguir. Aparentemente, tanto o corte longitudinal quanto o transversal da empresa Enel coincidem com os da planta da Prefeitura. Verificando as esquadrias, a posição das portas e o que é visto de cada corte, pode se deduzir que passam pelos mesmos planos, o que facilita a análise do que realmente foi construído do projeto.

Comparação entre o projeto original e o levantamento. Sem escala.

A primeira diferença que chama a atenção no projeto original é que, aparentemente, a estrutura do piso seria de barrote de madeira, sendo de contrapiso e entulho apenas nas áreas molhadas (como indicado no corte longitudinal). Porém, observando o porão, percebe-se uma estrutura de vigas e lajes de concreto que se estendem desde dos fundos até a frente do imóvel. O ruído provocado ao caminhar sobre as lajes também supõem que haja uma estrutura mais rígida por debaixo. Segundo o desenho de 1928, haveria uma laje mais robusta no limite com o solo, possivelmente para evitar a capilaridade da umidade para a madeira. A decisão de construir lajes contínuas de concreto provavelmente se deu durante na construção do edifício ou pode ter sido um reforço estrutural providenciado pela Companhia de Energia ao utilizar-se do prédio. Outra divergência está nas esquadrias. Pelo corte de 1928, pode-se inferir que as portas apresentam folha única, o que contradiz com a realidade, em que todas as portas originais - exceto as dos sanitários - apresentam folha dupla. Essa diferença pode explicar o fato de no corte longitudinal do projeto haver 4 portas no espaço que seria o salão de jantar enquanto que de fato, há 3 portas duplas de frente ao corredor da varanda. No último quarto, observa-se que no projeto há uma janela e no corte do levantamento não há nenhuma, porém, na visita ao imóvel, era visível que havia uma porta emparedada entre os dois cômodos, supondo que a conexão entre eles se dava por meio desta porta( ainda sim, representando uma diferença com relação ao projeto). Outro ponto interessante com relação às esquadrias, é que em alguns casos, como o da janela da copa, quem construiu deixou um vão igual a de uma porta, supondo que no projeto original fosse porta e durante a obra mudou-se para janela. Porém, o corte de 1928 não deixa dúvida que era uma janela, não havendo porquê terem deixado um vão para janela sem o parapeito observado no resto do edifício. No corte transversal, há divergências com relação às esquadrias, supondo que o projeto original foi alterado na hora da construção,pois não há indícios de que algum dia houve 3 portas no primeiro pavimento neste plano de corte. A posição das esquadrias que foram efetivamente construídas também está deslocada. A falta das plantas originais dificulta a compreensão total da evolução do edifício, porém, a partir do conhecimento prévio do tipo de arquitetura que se fazia na década de 1920, além do corte original e das plantas posteriores da Enel é possível fazer inferências sobre a evolução do edifício dentro desses quase 90 anos de existência.

30

Comparação entre o projeto original e o levantamento. Sem escala.

30


MAPA DE alterações As plantas a seguir buscam apresentar as principais alterações sofridas pelo casarão verificadas pelo levan-

05

06

03

04

02

01

tamento como: alteração de esquadrias, pisos, criação de nova entrada na lateral direita, instalação de escada externa metálica, construção de muro contíguo à edificação, construção de divisórias, instalação de arquivos deslizantes entre outros pontos.

01

02

03

04

05

S S

1.27

0.37

01 02 03

INSTALAÇÃO DE ESCADAS E RAMPAS

04 05 06 07

TROCA DO PISO ORIGINAL

08

09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

ABERTURA DE VÃO A/C E ESQUADRIAS EMPAREDAMENTO DE VÃO

01

ALTERAÇÕES TÉRREO esc.: 1/75 - Nível 1.27

S

00

01

03

05

FIAÇÃO ELÉTRICA EXPOSTA TUBULAÇÃO DE DRENAGEM EXPOSTA

31

31


MAPA DE alterações

5.52

INSTALAÇÃO DE ESCADAS E RAMPAS TROCA DO PISO ORIGINAL ABERTURA DE VÃO A/C E ESQUADRIAS INSTALAÇÃO DE DIVISÓRIA DE MDF EMPAREDAMENTO DE VÃO

01

ALTERAÇÕES 1º PAVIMENTO esc.: 1/75- Nível 5.52

00

01

03

05

INSTALAÇÃO DE ARQUIVO DESLIZANTE TUBULAÇÃO DE DRENAGEM EXPOSTA

32

32


MAPA DE DANOS PISO

01

BOM: sem danos físicos aparentes, necessitando limpeza e enceramento/polimento REGULAR: danos físicos leves como riscos, ranhuras, necessitando processo de lixamento (no caso da madeira) ou pequenos reparos nas peças RUIM: danos físicos médios necessitando a retirada PÉSSIMO: sem recuperação viável

05

06

03

04

S

TETO BOM: sem danos físicos e pintura em bom estado necessitando apenas de limpeza e repintura REGULAR: presença de trincas ou falhas na pintura, necessitando lixamento e posterior emassamento e repintura com tinta acrílica RUIM: danos físicos médios que levem à caída do revestimento. PÉSSIMO: problemas estruturais

01 02 03 04 05 06 07 08

09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

ESQUADRIAS BOM: sem danos físicos, pintura e vidros em bom estado necessitando apenas de limpeza e repintura REGULAR: danos físicos leves, necessitando de lixamento, repintura e envernizar a madeira RUIM: danos médios, necessitando de um trabalho de marcenaria para recomposição da peça de madeira, ou troca da vidros PÉSSIMO: sem recuperação viável

33

01

02

03

04

05

S

BOM: sem danos físicos; pintura ou azulejos em bom estado, necessitando apenas de limpeza e repintura REGULAR: danos físicos leves, necessitando emassamento, lixamento e repintura no caso da pintura acrílica das paredes e do rodapé, ou reparos no assentamento dos azulejos. RUIM: danos físicos provocados por infiltração, atrito ou choque, que afetem diretamente à alvenaria ou que tenha provocado a queda de azulejos. PÉSSIMO: problemas estruturais

02

PAREDE

01

MAPA DE DANOS TÉRREO esc.: 1/75 - Nível 1.27

S

00

01

03

05

33


S

00

01

03

05

00

01

03

05

MAPA DE DANOS PISO BOM: sem danos físicos aparentes, necessitando limpeza e enceramento/polimento REGULAR: danos físicos leves como riscos, ranhuras, necessitando processo de lixamento (no caso da madeira) ou pequenos reparos nas peças RUIM: danos físicos médios necessitem a retirada PÉSSIMO: sem recuperação viável PAREDE BOM: sem danos físicos; pintura ou azulejos em bom estado, necessitando apenas de limpeza e repintura REGULAR: danos físicos leves, necessitando emassamento, lixamento e repintura no caso da pintura acrílica das paredes e do rodapé, ou reparos no assentamento dos azulejos. RUIM: danos físicos provocados por infiltração,atrito ou choque, que afetem diretamente à alvenaria ou que tenha provocado a queda de azulejos. PÉSSIMO: problemas estruturais TETO BOM: sem danos físicos e pintura em bom estado necessitando apenas de limpeza e repintura REGULAR: presença de trincas ou falhas na pintura, necessitando lixamento e posterior emassamento e repintura com tinta acrílica RUIM: danos físicos médios que levem à caída do revestimento. PÉSSIMO: problemas estruturais ESQUADRIAS BOM: sem danos físicos, pintura e vidros em bom estado necessitando apenas de limpeza e repintura REGULAR: danos físicos leves, necessitando de lixamento, repintura e envernização da madeira RUIM: danos médios, necessitando de um trabalho de marcenaria para recomposição da peça de madeira, ou troca de vidros PÉSSIMO: sem recuperação viável

34

01

MAPA DE DANOS 1º PAVIMENTO esc.: 1/75- Nível 5.52

34


MAPA DE DANOS

ABERTURA DE VÃOS PARA A/C RESÍDUOS DE POLUIÇÃO EM TODA A FACHADA

RESÍDUOS DE POLUIÇÃO EM TODA A FACHADA ELEMENTO NÃO ORIGINAL

EMPAREDAMENTO

ELEMENTO NÃO ORIGINAL

TUBULAÇÃO DRENAGEM

MANCHAS DE MOFO

PROBLEMAS DE PINTURA E QUEDA DE REBOCO

GRADIS NÃO ORIGINAIS

0.37

0.17

0.00

EMPAREDAMENTO

01

35

FACHADA PRINCIPAL

02

esc.: 1/75

INSTALAÇÃO DE ESCADAS E RAMPAS

00

ABERTURA DE VÃO A/C E ESQUADRIAS

01

03

EMPAREDAMENTO DE VÃO

05

FIAÇÃO ELÉTRICA EXPOSTA

FACHADA FUNDOS esc.: 1/75

00

TUBULAÇÃO DE DRENAGEM EXPOSTA

01

PROBLEMAS DE PINTURA

03

05

MANCHAS DE MOFO

35


MAPA DE DANOS

RESÍDUOS DE POLUIÇÃO EM TODA A FACHADA

ABERTURA DE VÃOS PARA A/C

FIAÇÃO ELÉTRICA EXPOSTA

PROBLEMAS DE PINTURA EMPAREDAMENTO

MANCHAS DE MOFO

0.37 0.17

ELEMENTO NÃO ORIGINAL

01

36

INSTALAÇÃO DE ESCADAS E RAMPAS

GRADIS NÃO ORIGINAIS

FACHADA LATERAL DIREITA esc.: 1/75

ABERTURA DE VÃO A/C E ESQUADRIAS

00

EMPAREDAMENTO DE VÃO

FIAÇÃO ELÉTRICA EXPOSTA

TUBULAÇÃO DE DRENAGEM EXPOSTA

01

03

PROBLEMAS DE PINTURA

05

MANCHAS DE MOFO

36


MAPA DE DANOS

RESÍDUOS DE POLUIÇÃO EM TODA A FACHADA

ABERTURA DE VÃOS PARA A/C

TUBULAÇÃO DRENAGEM

ESQUADRIAS ALTAMENTE DANIFICADAS

GRADIS NÃO ORIGINAIS

0.37

MANCHAS DE MOFO

PROBLEMAS DE PINTURA E QUEDA DE REBOCO 0.00

AZULEJOS ALTAMENTE DANIFICADOS

01

INSTALAÇÃO DE ESCADAS E RAMPAS

37

MANCHAS DE MOFO

FACHADA LATERAL ESQUERDA esc.: 1/75

ABERTURA DE VÃO A/C E ESQUADRIAS

00

EMPAREDAMENTO DE VÃO

FIAÇÃO ELÉTRICA EXPOSTA

TUBULAÇÃO DE DRENAGEM EXPOSTA

01

PROBLEMAS DE PINTURA

03

05

MANCHAS DE MOFO

AZULEJOS DANIFICADOS

37


MAPA DE DANOS - conclusões

A partir dos mapas de danos algumas conclusões podem ser obtidas quanto à conservação do edifício. A mais clara, é

que o segundo pavimento apresenta condições melhores que o pavimento térreo, o que pode ser explicado pelo uso mais intenso da parte de baixo do imóvel como depósito, o que leva inevitavelmente à choques e desgaste de piso. No próprio pavimento térreo, também se percebe diferenciação na conservação entre a “parte social” e a “parte de serviço”. O ladrilho hidráulico recoberto com o piso vinílico Paviflex oferece mais resistência que o piso em madeira, favorecendo o uso de armazenamento de mobiliário da empresa. O estado do ladrilho não pôde ser analisado, mas após a retirada do piso vinílico,é possível que este esteja conservado ou com danos mais significativos. Já nos banheiros, houve a troca de piso cerâmico, o que sugere que não seja possível recuperar o pavimento original. No segundo pavimento, a instalação de arquivos deslizantes em dois espaços pode ter danificado o piso de madeira. Não foi possível analisar o estado das tábuas do cômodo com piso do tipo Paviflex azul, mas após a retirada, é possível que haja danos na madeira.

Infiltração na fachada voltada para a Casa do Estudante

Provável instalação e retirada de aparelho eletrônico danificou a parede

Sala de visitas no pavimento térreo apresenta boa conservação

Vista interna da esquadria acima

Esquadria em bom estado de conservação presente em um dos quartos do segundo pavimento

Apesar do aspecto sujo, a varanda do segundo pavimento apresenta bom estado de conservação

Abertura de vão e construção de rampa de acesso

Arquivo deslizante no primeiro pavimento

Mancha de mofo pode ser vista na fachada dos fundos do imóvel

Tanto a pintura das paredes e do teto quanto às esquadrias estão melhores conservadas no primeiro pavimento do que no térreo. Não foram encontradas no andar superior portas e janelas com danos significativos, ao contrário do térreo, no qual se pode notar a falta de venezianas ou vidros. Quanto à umidade, percebe-se que a fachada próxima à Casa do Estudante sofre mais com este problema devido a menor insolação e também pela presença de um cano de descida de águas pluviais. Em um dos sanitários também se observou a presença de mofo proveniente de umidade. Consequência direta deste problema, as esquadrias voltadas para esta fachada acabam sofrendo maior dano, principalmente as do pavimento térreo. Dentre os problemas vistos, estão a falta dos vidros, venezianas danificadas e folhas faltando. Não foram observados problemas de infiltração provenientes da cobertura e nem problemas de estrutura, apesar de alguns vãos terem sido abertos. A parte das fachadas mais próxima ao solo se encontra em pior estado, inclusive com problemas sérios no recobrimento da alvenaria em alguns pontos, sugerindo problemas de umidade e choques mecânicos. Apesar dos acessos estarem trancados, já foram relatados alguns casos de invasão e roubo de materiais do casarão, principalmente cabos elétricos e alguns aparelhos eletroeletrônicos, muitas vezes arrancados das paredes, o que se nota por pequenos buracos na alvenaria de alguns compartimentos. Apesar dos danos resultantes do tempo, do uso e de outros agentes, é notável a resiliência e a qualidade dos materiais empregados. Certamente ações de manutenção corretivas possibilitaram o casarão chegar a 2017 neste estado, mesmo que diversas ações durante seu uso possam ser questionadas do ponto de vista da conservação patrimonial.

38

38


o projeto

RESTAURAÇÃO, INTERVENÇÃO E CASARÃO 731 As noções de restauração e as ideias sobre como intervir no patrimônio mudaram bastante com o tempo e são reflexos do

contexto dos pensadores, teóricos e todos que se debruçaram sobre tais questões. O próprio conceito de patrimônio, que está atrelado ao de valor, também foi se transformando, visto que atribuir a um objeto material, seja ela uma escultura, um imóvel ou um traçado urbano, uma “condição especial”, requer justificativas. Estas justificativas devem ser embasadas por meio de critérios, que por mais sistemáticos que sejam, acabam sendo permeados por questões subjetivas, inerentes ao ser humano. A ideia de restaurar, supõe que o objeto de ação não foi conservado devidamente, ou que perdeu características que se traduziam em seu “valor” para a sociedade em questão, necessitando de ações que retomem tais predicados. Se no início do século XIX, Violet Le Duc na França defendia o restauro estilístico, com a recuperação da unidade do edifício e recomposição de elementos faltantes, no início do século XX, arquitetos como Camillo Boito preconizavam pela distinção formal dos elementos novos e antigos, base do restauro científico. Pensadores mais atuais, como Bardeschi retomam propostas de Ruskin e Morris, que defendiam que as mudanças do edifício são parte de sua história, admitindo então, contradições e conflitos no projeto de restauração. Essa ideia dá maior liberdade aos arquitetos em seus projetos, à medida que estes autores são contra o “congelamento” dos imóveis e a favor do uso de tecnologias para adaptar edifícios a novos usos. A “conservação integral” defendida por Bardeschi, pressupõe que as diversas camadas do edifício sejam visíveis, inclusive as intervenções a serem propostas, refutando qualquer tipo de mimetismo que possa levar a um “falso histórico”. No caso específico deste projeto, o casarão número 731 de São Domingos junto à Casa do Estudante são os únicos representantes da arquitetura do início do século XX naquela vizinhança. O processo de verticalização da cidade de Niterói, iniciado na zona central na década de 1950, expandiu-se com a Ponte Rio-Niterói pela Zona Sul na década de 1970, atingindo principalmente os bairros de Icaraí, Ingá e São Domingos. Após décadas de adensamento urbano, somente na década de 1990 Niterói criou o Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural e o Departamento de Preservação e Reabilitação do Patrimônio Cultural visando levantar e estudar medidas de proteção patrimonial. Até então, o IPHAN voltara-se em Niterói à proteção de imóveis da época colonial, sobretudo religiosos e militares, como a Igreja de São Francisco Xavier e a Fortaleza de Santa Cruz. O INEPAC, órgão estadual de proteção patrimônio, já desenvolvia uma atuação mais ampla, incluindo imóveis de arquitetura civil como o Palácio do Ingá, e também bens naturais, como a Pedra de Itapuca na praia de Icaraí.

CONCEITO

O conceito do projeto deste Centro de Pesquisas é o contraste entre passado e futuro por meio da manutenção da ambiência constituída pelo casarão antigo em relação ao seu entorno adensado, resultado do crescimento e progresso da cidade. Contraste este que se expressa no próprio tema do projeto, visando o uso de tecnologia para restauração de imóveis antigos.

PARTIDO

A partir do conceito adotado, pensou-se o partido de maneira a manter a ambiência formada pelo terreno do casa-

rão em contraste ao entorno já adensado, tomando como valor do objeto arquitetônico, justamente sua resistência à passagem do tempo e sua preservação como um pequeno gesto de retomada da escala humana da cidade. A grande massa arbórea presente acentua o microclima bucólico a ser preservado e dialoga com o parque da Concha Acústica à sua frente, corroborando com o desejo de se criar um espaço mais intimista do que um grande espaço público como este parque. A ideia é que o Casarão e o Anexo formem um conjunto de mesma proporção, constituindo entre eles uma pequena praça de recepção, que seja convidativa e aprazível, contrastando com a pressa representativa dos tempos modernos. O Anexo tem a proposta de ser uma “caixa” de arquitetura contemporânea, não pretendendo romper de forma brusca com o ecletismo do casarão, mas sim fundir-se a este de maneira que Teoria e Prática estejam conectadas tal como o passado e futuro em uma linha de tempo. Tal conexão se daria por meio de uma passarela ligando os espaços educacionais, administrativos e de sociabilidade do Casarão com os ateliês e laboratórios de análise do Anexo, respeitando os afastamentos obrigatórios e as árvores existentes. As intervenções no Casarão não seguem uma linha rígida, permitindo que alterações sejam feitas para melhor adaptação ao uso proposto, à acessibilidade e à formação de uma unidade com o Anexo. O partido arquitetônico da “caixa” para o Anexo objetiva a adoção de uma arquitetura limpa, porém marcante, de forma a contrastar com o ecletismo do Casarão. Desta forma, unidos fisicamente, Casarão e Anexo constituem-se como um centro de pesquisas que rompe com o ritmo dos blocos multifamiliares da rua Visconde do Rio Branco e se constituem como um marco de uma ambiência e de uma escala urbana típica do início do século XX em Niterói.

O imóvel em questão não apresenta nenhum tipo de proteção, apesar de ser um exemplar bem conservado do estilo eclético. Talvez, comparando com seus pares, o casarão não seja o melhor exemplar deste estilo, apresentando uma miscelânea de elementos em sua fachada principal que parecem desconexos com o restante do edifício em certos momentos. Porém, o valor de preservação do edifício, e que guiou o conceito e o partido a serem adotados, é seu valor simbólico e representativo de uma parte da história de Niterói que foi apagada com a profusão de edificações multifamiliares e com o aterrado Praia Grande que destruiu a orla original daquela região. Ancorado na história e no conhecimento de técnicas de restauro, mas sem ter a pretensão de “voltar ao tempo” ou “congelar a história”, este projeto tem a romântica visão de abraçar passado e futuro em um mesmo instante temporal retomando uma ambiência preocupada com a escala humana da cidade.

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS de intervenção no patrimÔnio histórico

Fachada externa. Pinterest. 2017

Fachada Externa Museu Rodin. Archdaily..2006

MIEC + MMAP. Archdaily. 2012

CARRÉ D’ART

PALACETE DAS ARTES / MUSEU RODIN

MIEC + MMAP

Arquiteto: Norman Foster Localização: Nimes, França 1987-1993

Arquiteto: Escritório Brasil Arquitetura Localização: Salvador, Brasil - Brasil 2002-2006

Arquiteto: Álvaro Siza + Eduardo Souto de Moura Localização: Santo Tirso, Portugal 2012

Motivo da escolha:

Motivo da escolha:

Motivo da escolha:

A dificuldade de intervir em um terreno ao lado do templo romano Maison Carre seria um grande desafio para qualquer arquiteto. Norman Foster resolveu a ideia de construção de um grande espaço de cultura, abrigando biblioteca, exposições de arte contemporânea além de outras atividades, ao lado de um imóvel histórico tão importante para os franceses por meio do contraste entre arquiteturas. O Carre d’Art é uma grande caixa envidraçada de estruturas em concreto, com amplos espaços internos e iluminados.

O escritório Brasil Arquitetura possui outros projetos de restauração de edifícios histórico com a construção de anexos, porém o projeto do Museu Rodin em Salvador é um dos que possui mais semelhanças com o projeto em questão. O contexto urbano de edifícios altos ao redor de um edifício eclético em um grande terreno apresenta paralelismos com o casarão de Niterói - observando que o Palacete de Salvador apresenta maior porte e maior qualidade e importância arquitetônica que o casarão da rua Visconde do Rio Branco.

A reabilitação do Museu Municipal Abade Pedrosa (MMAP) situado no Mosteiro de São Bento e a criação do Museu Internacional de Escultura Contemporânea(MIEC) conectado ao primeiro foi um desafio aceito por Siza e Souto de Moura.

Apesar da escala e da proporção deste projeto serem superiores ao programa deste trabalho, a forma de diálogo pelo contraste de arquiteturas, a utilização de alta tecnologia e a leitura simples proporcionada pela forma e pelos materiais das fachadas são motivos da escolha deste projeto como referência de projeto de intervenção ao patrimônio.

O escritório buscou dar protagonismo ao Palacete construindo um volume integrado a este e interferindo o mínimo nas grandes árvores existentes. A ideia era permitir um espaço de caminhabilidade e fluidez para o visitante, por meio de caminhos entre os edifícios de momentos históricos diferentes em meio a um a quadra adensada de Salvador .

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A volumetria do mosteiro serviu de base para a criação do MIEC, de forma que ambos estivessem conectados, porém seguissem independentes na forma e na linguagem. A maneira com que os arquitetos resolvem a circulação do novo edifício, trabalhando com os diferentes níveis das ruas circundantes, além da circulação pré-existente do mosteiro, é algo que diferencia este projeto. No que tange ao edifício antigo, a intervenção preza pela preservação do existente e reposição de elementos de sua composição original, além de dotá-lo de estruturas necessárias para dar suporte aos novos usos e a questões de segurança.

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REFERÊNCIA ESPECÍFICA A infraestrutura analítica do Laboratório HERCULES compreende 300 m2 de instalações laboratoriais que integram cinco laboratórios, nomeadamente o Laboratório de Microscopia e Microanálise, o Laboratório de Cromatografia, o Laboratório de Espectrometria de Massa, o Laboratório de Caracterização de Materiais, o Laboratório de Biodegradação e Biotecnologia. Um componente importante do Laboratório HERCULES é a unidade móvel - o HERCULES móvel - com equipamentos para análise in situ.(...) O Laboratório de Microscopia e Microanálise compreende vários equipamentos de última geração que permitem a análise química de microamostras e inclui um microscópio eletrônico de varredura de pressão variável acoplado ao espectrômetro de raio X (VP-SEM-EDS), um microspectômetro Raman, um X- microdifractômetro de raio (micro-XRD), um micro-FTIR, microscópio óptico e um equipamento TG-DTA.

Descrição retirada do site do Laboratório Hércules da Universidade de Évora, Portugal (tradução e grifo pessoal) O laboratório de HERCULES, criado em 2009, é uma infraestrutura de investigação da Universidade de Évora, dedicada ao estudo e valorização do patrimônio cultural, com especial enfase na integração de metodologias das ciências físicas e dos materiais em abordagens interdisciplinares. Situa-se em Évora, uma cidade Patrimônio Mundial da UNESCO, e compreende vários laboratórios com equipamentos de ponta com a capacidade de desenvolver investigação inovadora que compreende a análise in situ não destrutiva, microanálise, análise química de alta resolução e desenvolvimento de materiais e produtos inovadores, tornando-se único em Portugal e um dos mais atrativos do seu tipo na Europa. Objetivo Principal Criação de uma infraestrutura de referência dedicada ao estudo da conservação e valorização do Patrimônio Cultural Visão Produzir ciência de ponta Valorizar e preservar o Patrimônio Cultural Inspirar e formar as gerações jovens Estrutura A equipe HERCULES é composta por pesquisadores altamente motivados de diferentes áreas do conhecimento, com um objetivo comum desde o início: estabelecer uma infraestrutura analítica que possa trazer uma nova abordagem para a pesquisa do patrimônio em Portugal e que possa colocar Portugal no mercado principal da pesquisa do patrimônio europeu .

O Laboratório de Espectrometria de Massa inclui um cromatógrafo líquido com espectrômetro de massa (LC-MS), um cromatógrafo de gás com espectrômetro de massa (GC-MS), um espectrômetro de massa de plasma acoplado indutivamente, acoplado ao sistema de ablação a laser (LA-ICP-MS) (um equipamento exclusivo em Portugal) e um espectrômetro de massa de razão isotópica com analisador elementar (EA-IRMS). O Laboratório de Biodegradação está equipado para permitir estudos de agentes e processos de biodegradação e o desenvolvimento de novos produtos baseados em biotecnologia para aplicação em diagnóstico e conservação, e inclui uma sala de limpeza biológica, sistema de incubação de micro-organismos, sequenciador de nova geração, biorreatores, PCR de Master PCR , sistemas de eletroforese em gel, sistema de imagem e microscópios ópticos. O HERCULES móvel, também único em Portugal, compreende um conjunto de equipamentos concebidos para permitir análises in situ de artefatos e patrimônio construído, nomeadamente, uma unidade de radiografia de raios-X portáteis com fontes de 150kV e 300 kV, uma câmera de reflexão de alta resolução IR (OSIRIS), um equipamento de fotografia IR-visível-IR, um colorímetro de mão, um espectrômetro de raio X portátil, um espectrômetro de raio-X portátil e um espectrômetro portátil FTIR. Veja a lista completa de equipamentos: MICROSCOPIA E INSTRUMENTAÇÃO DE MICROANÁLISE INSTRUMENTAÇÃO DE LABORATÓRIA MASSA DE ESPECTROMETRIA LABORATÓRIO DE MATERIAIS ORGÂNICOS INSTRUMENTAÇÃO DE BIODEGRADAÇÃO E BIOTECNOLOGIA INSTRUMENTAÇÃO DE MATERIAIS MOBILE UNIT - HERCULES MOBILE Algumas pesquisas desenvolvidas pelo laboratório:

Com isso em mente, os pesquisadores HERCULES têm trabalhado desde 2009 para obter o apoio financeiro para adquirir equipamentos de última geração para o estudo material de artefatos de patrimônio cultural e para construir o know-how científico para fazê-lo.

Estudos no Azulejo Português para Candidatura a Patrimônio da Humanidade

Isso levou a novas oportunidades e campos de pesquisa que permitiram fomentar atividades do Laboratório quatro linhas principais de pesquisa:

EXPLORA – Definição de novos vetores de conhecimento geológico, geofísico e geoquímico para a região setentrional de Neves Corvo

Abordagens Arqueométricas de Culturas Passadas/ Ciência para as Artes/ Ciência para a Conservação do Patrimônio/ Novos materiais e ferramentas para o Patrimônio Cultural

DB-HERITAGE: Base de dados de materiais de construção com interesse histórico e patrimonial

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ColourStone – Cor de mármores e calcários comerciais: causas e alterações

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PROGRAMA de necessidades inicial A partir das visitas de campo, da leitura sobre o tema e da escolha do partido arquitetônico foi possível criar um programa

de necessidades inicial para o Centro de Pesquisas Avançadas em Restauro Arquitetônico. A partir deste programa foram desenvolvidas as plantas dos edifícios. As modificações nas áreas e/ou inclusão de novos espaços estão descritos no quadro de áreas tanto do Casarão quanto do Anexo. As diretrizes que guiaram a constituição deste programa, foram que no Casarão se situaria toda a parte de “Teoria”, que envolve os setores educacional, administrativo e de serviços voltados ao público externo, e que o Anexo abrigaria a parte de “Prática”, cujo pavimento térreo se destinaria aos ateliês de restauro e o pavimento superior aos laboratórios de análise química. A parte externa seria composta pela praça de conexão dos edifícios, em mesmo nível, compondo a principal entrada do Centro de Pesquisas, além de guaritas de segurança, estacionamento, bicicletários e depósitos de resíduos. As edículas atuais seriam demolidas e rampas seriam construídas para dotar todo o espaço externo de acessibilidade.

ESPAÇO

ATIVIDADES

USUÁRIO

EQUIPAMENTOS

ÁREA EXTERNA

Praça interna

433 m²

Local de circulação, conversas, descansos, exposições temporárias

Estacionamento

Vagas de estacionamento

Bicicletário

Aparcamento de bicicletas

Baia de resíduos (orgânico) Baia de resíduos (ateliês) Guarita

Área técnica

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METRAGEM QUADRADA QUALITATIVO

Armazenamento de resíduos provenientes das atividades do café Armazenamento de resíduos provenientes das atividades dos ateliês e dos laboratórios Vigilância dos acessos de entrada Espaço externo destinado à localização da cisterna e outros equipamentos que por ventura sejam adicionados no Anexo

250 m²

Local de integração entre o Casarão e o Anexo, de frente à entrada principal, possuirá um paisagismo que possibilite a instalação de exposições temporárias e facilite a evacuação em caso de emergências.

Diretor, pesquisadores e professores Pintura no piso intertravado Alunos dos cursos ministrados, pesquisadores, professores, funcionários e visitantes Paraciclos metálicos

150 m²

Se situará em área não visível aos visitantes, aproveitando-se do afastamento requerido pela legislação, e mantendo as árvores existentes.

5 m²

Próxima à entrada de veículos

Funcionários

Caçamba de lixo de plástico vedada

5 m²

Próxima à entrada de veículos

Funcionários Funcionários

Caçambas de lixo de plástico vedadas Televisão, bancada e cadeira

10 m² 4 m²

Próxima à entrada de veículos Próxima à entrada de veículos

Funcionários, professores

Espaço externo livre

15 m²

Espaço entre o Anexo e o muro

Alunos dos cursos ministrados, pesquisadores, professores, funcionários e visitantes Mobiliário externo como bancos, mesas

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ESPAÇO

ATIVIDADES

USUÁRIO

EQUIPAMENTOS

CASARÃO

Salas de aula

275 m²

Exposição teórica dos conteúdos, apresentações de trabalho

Alunos dos cursos ministrados, pesquisadores e professores

Alunos dos cursos ministrados, pesquisadores, professores e visitantes

Espaços dentro do Casarão antigo, com boa ventilação e iluminação natural. Provavelmente se localizando no segundo pavimento para que sejam espaços mais reservados.

Cadeiras tipo universitário, mesa e cadeira para professor, projetor, quadro branco, armário

20 m² x 3 salas

Trilhos metálicos no teto para fixar iluminação artificial e trabalhos, mesas, armários

Espaço dentro do pavimento térreo do Casarão, de fácil acesso aos visitantes, alunos e professores. Se possível, 20 m² (ampliável para a deverá manter comunicação com a varanda externa para área de varanda) ampliar o espaço disponível.

Foyer

Sala de apoio ao auditório, podendo ser usado para recepções, coffee breaks, pequenas exposições.

Auditório

Espaço destinado à eventos voltados para visitantes externos, premiações, formaturas dos alunos, debates Alunos dos cursos ministrados, com a comunidade entre outros pesquisadores, professores e visitantes

Hall de entrada

Recepção, inscrição em cursos e palestras do Balcão para duas pessoas, sofás, poltronas, instituto, informação sobre uso de espaços, Alunos dos cursos ministrados, agendamento de visitas, armazenamento das chaves pesquisadores, professores, funcionários e elevador, vasos de planta, estante para colocar visitantes prêmios da instituição do Anexo

Cafeteria

Alimentação, conversas, acesso à internet, descontração

Copa/cozinha

Preparação dos alimentos e bebidas vendidos na cafeteria e espaço para refeição de funcionários

Guarda-volume e Depósito de Material de Limpeza

20 poltronas fixas, mesa para convidados, projetor, quadro branco 30 m²

30 m²

Balcão de atendimento com espaço para comidas Alunos dos cursos ministrados, pesquisadores, professores, funcionários e quentes e frias, cafeteira, mesas, visitantes cadeiras,ombrelones 50 m²

Espaço mais nobre do casarão, com boa iluminação, ventilação e acesso ao hall e à varanda exterior. Espaço central do Casarão,onde se possa ter acesso tanto à parte aberta ao público externo ( a sala de exposições,auditório, cafeteria) quanto às salas de aula do pavimento superior.

Localizar-se-á na "zona molhada" do casarão e no pátio externo, com fácil acesso à recepção. Espaço ventilado, iluminado e aconchegante.

Funcionários

Fogão, geladeira, microondas, forno, pia, bancada, banquetas, coifa,lixeira 10 m²

Espaço na "zona molhada" do Casarão, com boa ventilação e iluminação. Acesso próximo à saída dos fundos e à cafeteria.

Local para funcionários deixarem seus pertences, armazenamento de material de limpeza

Funcionários

Guarda-volume individual e com chave para cada funcionário, armário para armazenamento de material de limpeza

Espaço mais reservado, situado próximo à saída dos fundos.

Higiene pessoal e necessidades fisiológicas

Em cada andar será necessário pelo menos um sanitário PNE. O andar que abrigar as salas de aula Alunos dos cursos ministrados, pesquisadores, professores, funcionários e deverão ter um espaço maior destinado aos visitantes sanitários 20 m² x 2 (andares)

Espaço na "zona molhada" do Casarão, se possível onde já existam sanitários, desde que não interfira na boa circulação do edifício. A ventilação será forçada para evitar-se abertura de novos vãos na fachada, além de conferir maior privacidade.

Secretaria

Atividades da secretaria do Centro de Pesquisas, incluindo sala dos professores

2 mesas e cadeiras para staff, impressora, Alunos dos cursos ministrados, computadores, mesa de reunião para 6 pessoas, pesquisadores, professores, funcionários quadro branco, projetor

10 m²

Espaço no segundo pavimento do Casarão, próximo à circulação.

Sala da Diretoria

Direção do Centro de Pesquisas

Diretoria

Mesa para o diretor, , cadeiras, armário

10 m²

Espaço no segundo pavimento do Casarão, amplo, ventilado e iluminado.

Hall de acesso à passarela

Circulação

Funcionários

Máquina de snacks, bebedouros, poltronas e catracas

15 m²

Espaço aos fundos do Casarão, com acesso direto à passarela

Lavabo e sanitários

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METRAGEM QUADRADA QUALITATIVO

5 m²

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ESPAÇO

ATIVIDADES

USUÁRIO

EQUIPAMENTOS

ANEXO

258 m²

Ateliê de Concreto

Aulas práticas sobre concreto (traço, composição, tipos de aglomerantes), recuperação de pequenas peças, confecção de moldes, estudo das patologias

Alunos dos cursos ministrados, pesquisadores e professores

Betoneira, local para armazenamento dos compostos (areia, cimento, brita, ferragens), equipamentos para testes mecânicos (resistência), bancadas, peneiras, prateleiras 20 m²

Local no térreo voltado para a praça interna, arejado, com conexão para outros ateliês e para área externa. Boa iluminação e ventilação.

Ateliê de Cerâmica

Aulas práticas sobre cêramicas (tipos de argila, técnicas de vitrificação e cozimento), recuperação de pequenas peças, confecção de ladrilhos e vitrais Alunos dos cursos ministrados, ,estudo de patologias pesquisadores e professores

Forno, local para armazenamento de argila, equipamentos para testes mecânicos (resistência) e pintura, bancadas, peneiras, prateleiras 20 m²

Local no térreo voltado para a praça interna, arejado, com conexão para outros ateliês e para área externa. Boa iluminação e ventilação.

Ateliê de Madeira

Aulas práticas sobre madeira( espécies, usos, tipos de corte e entalhe), recuperação de pequenas peças, Alunos dos cursos ministrados, confecção de esquadrias , estudo de patologias pesquisadores e professores

Local para armazenamento das madeiras, vernizes, equipamentos de corte, bancadas, prateleiras, 20 m²

Local no térreo voltado para a praça interna, arejado, com conexão para outros ateliês e para área externa. Boa iluminação e ventilação.

Ateliê de Metal

Aulas práticas sobre tipos de metal mais comuns nas construções brasileiras (cobre, aço, ferro fundido, alumínio), noções gerais de fabricação, recuperação Alunos dos cursos ministrados, de pequenas peças e estudo de patologias pesquisadores e professores

Local para armazenamento dos materiais, equipamentos de metalografia, ensaios não destrutivos,pintura, bancadas, prateleiras

Local no térreo voltado para a praça interna, arejado, com conexão para outros ateliês e para área externa. Boa iluminação e ventilação.

Laboratório de Caracterização de Materiais, Estudo de Patologias e Desenvolvimento de Tecnologias

Caracterização das amostras de materiais, análise de patologias e estudos de novas tecnologias ( dividido em zonas especiais de acordo com a utilidade e Alunos dos cursos ministrados, periculosidade de cada equipamento) pesquisadores e professores

Microscópios eletrônicos, espectômetros, cromatógrafos, aparelhos de raio-x, balanças, estufas, muflas, prateleiras, bancadas, lava-olho, pias, vidrarias, armários de reagentes, estantes, capelas, autoclaves

Depósito de cilindros

Armazenamento de cilindros de gases

Depósito de equipamentos elétricos

Armazenamento de no-breaks, compressor , secador No breaks, compressor de acionamento de ar, filtro Pesquisadores, professores e funcionários pneumático com secador de ar e filtro

Sanitários

Higiene pessoal e necessidades fisiológicas

Pesquisadores, professores e funcionários Cilindros de gases e tubulações

Alunos dos cursos ministrados, pesquisadores, professores, funcionários e Sanitários com pelo menos um cabine PNE para visitantes cada sexo

20 m²

3 m²

Local no segundo pavimento, de acesso restrito, iluminação e ventilação controlada, amplo e seguro Local no segundo pavimento, em ambiente externo e ventilado de fácil acesso.

3 m²

Local no segundo pavimento, em ambiente externo e ventilado de fácil acesso.

12 m² x 2 (andares)

Espaços de fácil acesso e boa acessibilidade.

70 m²

10 m² x 2

Espaço de fácil acesso, acessível e com controle de acesso por catraca no térreo.

Depósito inferior

Alunos dos cursos ministrados, Acesso à escada e ao elevador pesquisadores, professores e funcionários Catracas (térreo) Armazenamento de trabalhos realizados por alunos ou de acervo de exposições temporárias Pesquisadores, professores e funcionários Prateleiras e arquivo deslizante

40 m²

Espaço no subsolo de acesso restrito.

CFTV

Monitoramento das câmeras de segurança de todo o terreno Funcionários

Televisões, mesas, computadores, cadeiras e armários

6 m²

Espaço no subsolo de acesso restrito.

Armazenamento de material de limpeza Pequenas refeições, pausas para o café, descompressão e conversa

4 m²

Pesquisadores e professores

Prateleiras e armários Bancada, pia, microondas, cafeteira, mesa para 4 pessoas, armário

6 m²

Espaço no subsolo de acesso restrito. Espaço ventilado, próximo ao laboratório - pavimento superior do anexo

Funcionários

Suítes, cabos

2 m²

Espaço no subsolo de acesso restrito.

Hall de circulação

DML Copa/ sala de descompressão

Instalações de internet e rede de Material para processamento de dados em alta dados velocidade

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METRAGEM QUADRADA QUALITATIVO

Funcionários

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estudo DE IMPLANTAÇÃO A ideia da implantação do projeto respeita o partido de conservação da ambiên-

cia local em contraste com sua vizinhança adensada. A proposta de um microclima calmo e verde entre o Casarão e o Anexo representado pela praça norteou a implantação, tal como as limitações da legislação (linha tracejada no desenho) e a localização dos indivíduos arbóreos. Outro ponto-chave foi a conexão entre os edifícios de maneira a criar um conjunto coeso e acessível. O primeiro desafio a ser vencido era a acessibilidade, devido à elevação do Casarão em relação ao solo. A proposta consiste na elevação da praça para o mesmo nível do Casarão, de forma que o Anexo e o prédio histórico dialoguem com os mesmos níveis, facilitando sua integração e o deslocamento das pessoas. Para que o Casarão não ficasse “enterrado”, essa elevação do nível se deu por degraus, de forma a criar uma transição suave. Desta forma, a entrada principal do conjunto se dá no mesmo nível da calçada, onde logo se encontram uma rampa e uma escada que se conectam à praça, permitindo livre acesso ao Casarão, o Anexo e à cafeteria por detrás do Casarão. O portão em frente ao Casarão foi mantido, porém, como não oferece acessibilidade, este seria usado apenas em caso de eventos, possibilitando que os convidados externos acedam diretamente ao foyer do auditório. O outro acesso existente foi mantido, porém deslocado, servindo ao estacionamento. Nesta área do terreno também se encontram a guarita, o bicicletário, o depósito de lixo e o depósito para cilindro de gases. A localização destes espaços de serviço/aparcamento foi pensada para aproveitar o afastamento exigido pela legislação, além de separar o fluxo de pedestres de veículos motorizados, visto que não há acesso direto dos visitantes. As vagas estão em um nível abaixo da praça, diminuindo a quantidade de aterro no terreno; o acesso ao térreo do Anexo é garantido por meio de plataforma elevatória e escada. Pesquisadores que acedam ao conjunto pelo estacionamento, possuem acesso direto ao laboratório, por meio de um hall de entrada restrita. Os ateliês e o laboratório estão no Anexo e a implantação deste seguiu a lógica de se manter certo paralelismo com o casarão, respeitando os afastamentos. Os fundos do anexo seriam utilizados por equipamentos de infraestrutura envolvidos nas atividades de laboratórios, além da cisterna.

Estudos de implantação com os usos propostos.

O conceito da intervenção no Casarão é de manter a lógica de básica de circulação - espaços mais sociais na frente, áreas de alimentação e serviços atrás e espaços mais reservados no pavimento superior. Abre-se um grande hall de entrada a partir da praça, recepcionando alunos, professores, visitantes, funcionários e pesquisadores. Nos fundos do térreo, um café se estende até a parte externa, ajudando a compor o paisagismo; no primeiro pavimento, a passarela conecta o Casarão ao Anexo. Estudos de implantação com paisagismo.

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estudo DE IMPLANTAÇÃO Analisando a morfologia da quadra onde o terreno se encontra, percebe-se que esta

área do bairro é bem adensada, com edifícios multifamiliares de 8 a 14 pavimentos, além de térreo, PUC e às vezes garagem no embasamento. À frente do terreno há uma grande área verde da cidade subutilizada, a Concha Acústica, construída a partir do Aterrada da Praia Grande que aterrou a orla da zona central da cidade na década de 1970. Caminhando em direção á praça da Cantareira, começa a APAC de São Domingos que objetiva preservar o casario histórico. Ao lado do Casarão localiza-se a Casa do Estudante Fluminense, edifício eclético do século XX tombado pelo Município em 2001 e atualmente abandonado. Do outro lado há um edifício residencial de 8 pavimentos que aparente ser da década de 1970/80 pelos materiais utilizados em sua fachada. O Centro de Pesquisas volta-se para si mesmo, mantendo o baixo gabarito e contrastando com o entorno.

CASA DO ESTUDANTE

Estudo de fachada do Anexo em relação aos seus vizinhos próximos.

EDIFÍCIO RESIDENCIAL MULTIFAMILIAR

CONCHA ACÚSTICA

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PAISAGISMO A

implantação seguiu o indicado no esboço anterior, possibilitando a acessibilidade aos edifícios projetados por meio de uma rampa e uma escada na área central do terreno que acedem diretamente à praça. O paisagismo seguiu uma linha contemporânea e minimalista de blocos regulares formando um mosaico de pedras portuguesas brancas e pretas entre blocos intertravados e pisos cimentícios. Na praça há um espelho d’água com espaços de convivência ao redor, de forma que alunos, pesquisadores, visitantes e professores possam interagir entre si e apreciar o microclima formado pela arquitetura projetada e pelas grandes árvores. O fato do nível da praça estar elevado e do muro ser de vidro, permite que todos tenham a vista da Avenida Rio Branco e do parque da Concha Acústica por detrás. Placas de bloco cimentício no espelho d’água permitem que pessoas possam cruzá-lo de forma lúdica, como forma de propiciar relaxamento e criatividade nos percursos internos. Em meio ao mosaico formado pelas diferenças de pisos, os jardins propiciam áreas de infiltrabilidade de águas pluviais, além de serem contrapontos aos tons de cinza do paisagismo. O jardim ao lado do Casarão torna menos árida a abrupta divisa de terreno com a Casa de Estudante e valoriza a entrada do auditório. O jardim próximo ao café transmite sensação de leveza e continuidade, enquanto o verde a frente do Anexo serve também como divisa entre os espaços de livre circulação e o estacionamento. As espécies escolhidas para o jardim são as que se adaptam a longos períodos de sombra, como a grama pelo de urso, marantas e antúrios. O objetivo do paisagismo foi dar suporte ao partido do projeto, de forma a criar uma ambiência acolhedora, porém com um olhar contemporâneo e minimalista. Todas as edículas presentes foram demolidas por não se adequarem ao projeto.

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O CASARÃO O projeto de intervenção do Casarão para este Centro de Pesquisas buscou não descaracteri-

zá-lo como uma residência do início do século XX, porém não objetivou “congelá-lo”, de forma que a proposta se apropria e transforma os espaços presentes de maneira a melhor contemplar o programa de necessidades. A ideia era que os espaços voltados para o público externo, como auditório, recepção e cafeteria fossem alocados no pavimento térreo, enquanto as salas de aula e a administração ficassem no primeiro pavimento. O primeiro desafio foi o acesso, visto que a entrada principal não é acessível devido à curta distância do muro. Nesta circunstância, aproveitando a existência de uma entrada não original na lateral do casarão e somando a ideia de uma praça no mesmo nível do térreo, pensou-se em ampliar esta entrada para que fosse a principal do Casarão. Diante desta nova entrada, precisou-se aumentar o espaço para recepção, de forma que esta abrigasse um balcão de atendimento e conseguisse conectar todos os espaços principais do térreo (foyer, auditório, cafeteria) além do acesso vertical, constituído por um elevador panorâmico sem casa de máquinas. Ao auditório com capacidade para 20 pessoas foi dedicado o salão mais nobre da residência, com acesso direto pela varanda e vista para o novo jardim ao lado do Casarão. O foyer ao lado serve como recepção para eventos no Centro de Pesquisa , e pode abrigar pequenas exposições , coffee breaks, recepções, lançamentos de livros... Seria um espaço multiuso, inclusive com a instalação de trilhos metálicos suspensos com uso tanto para suporte de obras quanto para iluminação direcionada.

QUADRO DE ÁREAS Terreno: 1.730,52 m Casarão: 423,88 m2 Anexo+Passarela: 632,60 m2 Guarita: 6,41 m2 Depósito de Lixo: 30,42 m2

QUADRO DE ÁREAS

QUADRO DE ÁREAS

TÉRREO

1º PAVIMENTO

2

OUTROS DADOS Taxa de ocupação: 28,53 % Altura máxima: 12,62m (a partir da calçada) 7 vagas de estacionamento (1 PNE) Bicicletário para 18 bicicletas

Varanda Foyer Auditório Hall de recepção Cafeteria (interno) Cafeteria (externo) Copa/cozinha Lavabo W.C feminino W.C masculino

20,80 m2 19,71 m2 31,78 m2 41,90 m2 31,16 m2 29,67 m2 9,75 m2 6,57 m2 4,21 m2 4,49 m2

Varanda Sala de aula 01 Sala de aula 02 (ampliável) Sala de aula 03 (ampliável) Secretaria Diretoria Circulação Hall Acesso à passarela Lavabo W.C feminino W.C masculino Passarela

20,80 m2 19,71 m2 22,68 m2 18,36 m2 10,25 m2 9,75 m2 17,66 m2 25,40 m2 9,54 m2 6,57 m2 4,21 m2 4,49 m2 39,47 m2

A cafeteria ocupa a “área molhada” do Casarão - identificada pela presença do ladrilho hidráulico- possuindo acesso direto à varanda externa, ao hall de recepção e aos fundos do Casarão, onde se encontram mesas e ombrelones para que as pessoas possam desfrutar de um café apreciando a ambiência externa. Uma cozinha integrada à copa dá suporte ao preparo dos alimentos e das bebidas. Por fim, o lavabo e os sanitários ocupam o mesmo lugar original nos dois andares, sendo um sanitário para cada sexo e totalmente acessíveis. No primeiro pavimento os quartos foram transformados em sala de aula, sendo que uma parede foi demolida e transformada em divisória retrátil para casos em que se precise de um espaço para mais de 30 alunos. A falta de paredes livres para a instalação de quadros foi resolvida com o uso de telas retráteis. A Administração constituída pela secretaria e a diretoria ocupam o espaço de um antigo quarto e são acessados pelo hall - criado com a demolição de uma parede - que também dá acesso à passarela conectada ao Anexo. Poltronas, bebedouros, máquinas de snacks e café servem como espera para a secretaria. A escolha dos revestimentos buscou ao máximo preservar os elementos originais, retirando adições como o carpete e o paviflex e restaurando os ladrilhos e a madeira originais. Nas zonas onde o ladrilho foi substituído por piso cerâmico, a proposta é mudar o revestimento para cimento queimado, deixando clara a intervenção e também como forma de dialogar com o Anexo. Para paredes internas foi proposta a repintura em tom branco e para o teto, tom pastel. Para as esquadrias foram adotaram o tom branco. A fachada mantém o tom pastel, porém sem as texturas e “elementos estranhos” como a escada helicoidal e os aparelhos de ar condicionado de janela.

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48


O CASARÃO

ESTRUTURA Pelo visto nas visitas de campo, o Casarão apresenta um sistema estrutural misto de alvenaria estrutural (paredes perimetrais) e concreto armado (como visto no porão). Caminhando por seu interior, não se percebe a presença de vigas e pilares, o que pode sinalizar que estes estejam nas linhas das paredes. Desta forma, os novos vãos foram abertos mantendo uma boneca de 10 centímetros, além de respeitar a altura máxima das portas. Desta maneira, além de promover uma unidade nas alturas das esquadrias, não se corre o risco de danificar a estrutura do edifício, visto que as paredes externas não sofreram alterações consideráveis, apenas pequenas ampliações nos vãos. A passarela não se apoia no Casarão, sendo suportada por pilares externos. NOVAS ESQUADRIAS Outra decisão quanto às esquadrias, é que todas as novas são de vidro e do tipo de correr, marcando a diferença entre as originais e ás novas, além de proporcionarem melhor aproveitamento do espaço interno. As portas de correr da recepção e da cafeteria são automáticas devido ao intenso fluxo de pessoas e para manter o ar refrigerado na parte interna do Casarão AR CONDICIONADO O modelo a ser adotado no Casarão é o split dutado no pavimento térreo, onde se encontram ambientes de maior circulação, enquanto no andar superior os splits teriam acionamento individual para cada sala, já que o uso destas, exceto a parte administrativa, não é contínuo. As condensadoras ficariam alocadas entre o Casarão e a divisa com a Casa de Estudante, em meio ao jardim de acesso restrito. ILUMINAÇÃO No pavimento térreo, os espaços do auditório, recepção e cafeteria terão iluminação cenográfica, com pendentes e arandelas. O foyer terá trilho com spots para valorização das obras a serem expostas. Cozinha, sanitários, salas de aula e administração terão lâmpadas de LED tipo paflon de sobrepor. ELEVADOR O elevador possui medidas compatíveis com o que a NBR9050 discorre sobre a acessibilidade em cabinas e possui contrapeso lateral de forma que não haja casa de máquinas, apenas um fosso e um acesso de manutenção pelo pavimento da cobertura. O elevador é panorâmico e é suportado pela estrutura do edifício, reforçada em sua parte inferior. PISOS No caso das paredes que foram suprimidas, foram realizadas duas ações com relação ao piso, visando marcar a intervenção: para o piso de madeira, a faixa foi recoberta com laminado, e no caso do ladrilho adotou-se o cimento queimado ou mármore, de acordo com o tamanho da área a sofrer intervenção.

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Esboço de zoneamento do Casarão

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plantas

CIMENTO QUEIMADO

50

TÁBUAS DE MADEIRA RESTAURADAS

PISO LAMINADO

LADRILHO INTERNO RESTAURADO

LADRILHO EXTERNO RESTAURADO

SOLEIRA DE MARMORITE RESTAURADA

SOLEIRA DE MÁRMORE

50


plantas

CIMENTO QUEIMADO

51

TÁBUAS DE MADEIRA RESTAURADO

PISO LAMINADO

LADRILHO INTERNO RESTAURADO

LADRILHO EXTERNO RESTAURADO

SOLEIRA DE MARMORITE RESTAURADA

SOLEIRA DE MÁRMORE

51


plantas

TODOS OS VÃOS DE AR CONDICIONADO SERÃO VEDADOS

RETIRADA DE CARPETE

MOBILIÁRIO FIXO

1.27

0.37

RETIRADA DE PISO EXISTENTE (PAVIFLEX E CERÂMICO)

DEMOLIR

CONSTRUIR

01

52

TÉRREO: CONSTRUIR-DEMOLIR esc.: 1/75 - Nível 1.27

00

01

03

05

52


plantas

RETIRADA DE PISO EXISTENTE (PAVIFLEX E CERÂMICO)

DEMOLIR

CONSTRUIR

01

53

1º PAV: CONSTRUIR-DEMOLIR esc.: 1/75 - Nível 5.52

00

01

03

05

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O ANEXO O

partido de uma “caixa” para a concepção do Anexo do Centro de Pesquisas surgiu pelo desejo de que a nova construção conseguisse agregar-se ao Casarão de forma pacífica e clara, sem tomar o protagonismo do conjunto. A ideia da caixa, objeto regular de faces retangulares e uniformes, constitui um contraste com a arquitetura eclética do Casarão; contraste este reforçado pelo uso de uma textura única na fachada do Anexo, propiciando a leitura clara desta arquitetura contemporânea. Como forma de potencializar a ideia da praça como símbolo da manutenção da ambiência bucólica, além de dar mais unidade ao conjunto, foi proposta uma passarela entre o Casarão e o Anexo. Tal passarela se afirma como uma extensão do novo edifício que se prolonga até tocar e se integrar ao edifício antigo.

QUADRO DE ÁREAS

QUADRO DE ÁREAS

QUADRO DE ÁREAS

SUBSOLO

TÉRREO

1º PAVIMENTO

Depósito Lab. Química Depósito Ateliês Depósito Manutenção D.M.L Guarda-volumes funcionários CFTV Circulação W.C PNE Rede de dados/suítes

15,46 m2 15,06 m2 5,62m2 2,85 m2 5,40 m2 5,30 m2 27,30 m2 4,28 m2 1,70 m2

Ateliê Metal Ateliê Concreto Ateliê Madeira Ateliê Cerâmica Circulação W.C masculino W.C feminino W.C PNE No Break/ Compressor de ar Hall de acesso Depósito de cilindros de gás

22,30 m2 20,75 m2 20,75 m2 22,30 m2 83,10 m2 5,42 m2 5,42 m2 4,82 m2 1,70 m2 9,60 m2 4,41 m2

Laboratório de Análises 78,30 m2 Sala dos professores 7,21 m2 Circulação 83,10 m2 W.C masculino 5,42 m2 W.C feminino 5,42 m2 W.C PNE 4,82 m2 No Break/ Compressor de ar 1,70 m2 Hall de acesso 9,60 m2 Passarela 39,47 m2

O Anexo concentraria os ateliês para aprendizado e restauro de pequenas peças,um o laboratório para análise química de componentes e depósitos para materiais, reagentes e peças trabalhadas. O laboratório seria o “coração” do Centro de Pesquisas, visando o estudo de patologias e o avanço de novas tecnologias para o enfrentamento dos problemas vistos nos processos de restauração arquitetônica. Este abrigaria equipamentos como espectômetros, balanças, lava-olhos, estufas, autoclaves, raio-x entre outros. Para encerrar estes usos dentro da Caixa, alguns parâmetros foram estabelecidos para que o conjunto ficasse harmonioso, e que nem a praça e nem o estacionamento fossem sacrificados para sua implantação. Assim, buscou-se a maior compacidade possível para este edifício, de forma que sua altura e largura fossem compatíveis com o Casarão, mantendo os mesmos níveis nos pavimentos para que a integração pudesse ocorrer através da passarela. Os afastamentos obrigatórios foram respeitados, assim como as árvores existentes. Diversos zoneamentos foram pensados para caixa, de maneira a contemplar o programa de necessidades, a segurança dos usuários e o fluxograma desejado para o Centro de Pesquisas. A circulação era um elemento importante na concepção da ideia, visto que as exigências e os usuários de cada espaço são distintos. Chegou-se a conclusão que a circulação externa seria a opção que melhor congregaria o desejo de manter a fachada uniforme, além de propiciar uma evacuação mais lógica e rápida em caso de incidentes (devido à altura o Corpo de Bombeiros não exige escada enclausurada). Com a circulação resolvida e por conseguinte a “pele da caixa”, o desafio foi pensar na distribuição dos usos seguindo premissas projetuais presentes desde o início na concepção da ideia do Centro de Pesquisas. Dividiu-se a caixa em três partes, em que 2/3 seriam reservados aos “usos-fim” e 1/3 para a circulação vertical (elevador e escada) e para os sanitários. O intuito era que os pavimentos fossem bem racionais e se repetissem. Visto que apenas dois pavimentos não seriam suficientes para cumprir todo o programa, julgou-se interessante a construção de um subsolo para abrigar áreas de serviço e depósito. Seguindo premissas iniciais, pensou-se que o mais interessante seria que os ateliês ficassem integrados à praça no pavimento térreo e que o laboratório - que requeria acesso controlado e maior privacidade - ficasse no segundo pavimento do edifício Anexo. Para os ateliês foram escolhidas quatro áreas temáticas: madeira, concreto, cerâmica e metais.

54

54


O ANEXO FACHADA A intenção do Anexo era que suas fachadas apresentassem uma textura tal como uma pele, que permitisse uma leitura clara do edifício. A “pele” de cobogós permite a passagem de ventilação e iluminação, ao mesmo tempo que a escolha pelo tom cerâmico estabelece o diálogo com o Casarão. Os recortes da Caixa se dariam na parte da frente dos ateliês, permitindo que visitantes vejam os processos de restauração sendo feitos, e também no acesso ao hall do lado oposto destes. PASSARELA A passarela, além do objetivo funcional de passagem, tinha o conceito de conectar as arquiteturas e ajudar na criação da praça. Por isso, ela foi pensada como uma continuação do próprio Anexo com seus cobogós. A localização desta nos fundos dos edifícios definiu uma espécie de praça, auxiliando na concepção de um espaço acolhedor. Seu tamanho foi limitado pela implantação dos edifícios e dos afastamentos obrigatórios. REVESTIMENTOS Seguindo o conceito minimalista que norteou a volumetria, os revestimentos utilizados seguem uma corrente industrial, buscando contrastar com os materiais do Casarão. O cimento queimado utilizado nos ateliês, laboratórios e depósitos é bonito, versátil e seguro do ponto de vista de incêndio. A pintura branca das paredes ajuda na sensação de limpeza requerida nos espaços de trabalho enquanto as cores provém das tubulações expostas que seguem pelas paredes e ajudam a identificar que gás ou líquido está passando pelos canos. Já no hall pensou-se em um laminado de madeira para transmitir maior sensação de acolhimento em contraposição com o cimento queimado das paredes e o aço corten da escada. Os sanitários são revestido com porcelanato e pastilhas, além de possuírem forro em gesso. A laje nervurada é aparente e os espaços destinados às formas criam um mosaico no teto dos espaços, cujas nervuras servem como apoio das luminárias pendentes. ACESSO O acesso aos ateliês seriam por meio dos professores das disciplinas ou por pesquisadores que poderiam obter as chaves na recepção dentro do Casarão. O acesso ao laboratório seria mais restrito devido à periculosidade das substâncias e equipamentos envolvidos, além do caráter mais de pesquisa do que de ensino. Sendo assim, haveriam catracas para liberar a entrada de pesquisadores e professores tanto no hall de acesso do Anexo, quanto na entrada da passarela.

55

Esboços para concepção do Anexo

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O ANEXO

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

CÁLCULO DA CAIXA D’ÁGUA

Segundo a NBR 9077/2001 - Saídas de emergência em edifícios, o Anexo se classifica como:

CASARÃO

Quanto à ocupação: I-1 - locais onde as atividades exercidas e os materiais utilizados e/ou depositados apresentam médio potencial de incêndio;

Não foi possível verificar o volume das caixas d’água presentes no Casarão, mas se fosse necessário, seria possível implantar mais alguma na laje de cobertura onde está apoiado o madeiramento do telhado

Quanto à altura:

ANEXO

M– Edificações médias – (6 a 12 metros)

Baseando-se na NBR 5626/98 e em outras fontes, estipulou-se um consumo de 50 litros/pessoa.

RESERVATÓRIO SUPERIOR

Quanto à área em planta: População do Anexo: Área do menor pavimento – P (menor que 750 m²) Com pequeno subsolo - R (menor que 500 m²) Área total – T (menor que 750 m²) Quanto às suas características construtivas:

44 (ateliês) + 24 (laboratório) + 4 (staff) = 72 pessoas 72 pessoas x 50 litros = 3.600 litros x 2 dias = 7.200 litros 20% (reserva de incêndio) = 1.440 litros 10% (sprinkler) = 720 litros

Y – edificações com mediana resistência ao fogo Total = 7.200 + 1.440 + 720 = 9.360 litros Esta classificação não obriga o edifício a possuir escada enclausurada. A distância a máxima a ser percorrida desde as saídas de emergência até a saída do Anexo é de 32 metros, o que se enquadra dentro da legislação que pede que a distância seja no máximo 55 metros em caso de mais de uma saída e com presença de chuveiros automáticos. O decreto nº 897, 21/09/1976 do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro classifica esta edificação como X - usos especiais diversos, não obriga que edifícios com 3 pavimentos mas abaixo de 900 m2 tenham escada enclausurada, mas obriga a canalização preventiva contra incêndio. Para isso, foi reservado no cálculo do consumo de água, 20% para reserva dos bombeiros e 10% para os chuveiros automáticos (sprinklers). Por fim, a Norma Regulamentadora 23 - Proteção contra incêndios - informa diretrizes muito gerais, como sinalização de emergência e saídas aprovisionadas corretamente. Como dado mais palatável afirma que as saídas de emergência devem ter no mínimo 1.20m e abrir no sentido da saída. No caso do Anexo, as duas entradas abrem no sentido de saída, sendo uma com 2 metros de vão e outra com 1.20 metros.

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RESERVATÓRIO INFERIOR

Reservatório superior (2/5) = 3.744 litros Reservatório inferior (3/5) = 5.616 litros No Anexo, ambos os reservatórios são de concreto armado. O superior possui capacidade para 4.500 litros e a cisterna, 5.800 litros. Uma ideia a ser implementada, é utilizar a água dos drenos do ar condicionado tipo split para reuso como água dos sanitários.

BARRILETE

SPRINKLER

RESERVA BOMBEIROS

CONSUMO

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PLANTAS

PORCENALATO

CIMENTO QUEIMADO

AÇO CORTEN

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PLANTAS Divisórias retráteis permitem que os ateliês se interliguem, possibilitando aulas em conjunto, como por exemplo, aula de “concreto armado” congregando o ateliê de concreto e o de metais.

PORCENALATO

CIMENTO QUEIMADO

AÇO CORTEN

PISO LAMINADO

JARDIM

58

58


PLANTAS Por serem equipamentos perigosos, a autoclave e o forno ficaram em um local separado do laboratório, cujo fechamento é em bloco de concreto reforçado para casos de explosão. Sua localização foi escolhida por proporcionar os menores danos em casos de acidente.

O laboratório comporta 28 pessoas, sendo 24 em bancadas de análise e 4 pessoas em mesa circular para análise de dados. A pia central concentra os pontos de água - uma para cada bancada - e equipamentos como cromatógrafos, espectômetros, destiladores...

PORCENALATO

CIMENTO QUEIMADO

AÇO CORTEN

59

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PLANTAS As chaminés possuem filtros que eliminam os componentes tóxicos,liberando apenas gases como CO2 e oxigênio. A orientação norte foi escolhida pois segundo o programa Climate Consultant, da Universidade da Califórnia, estes são os ventos mais constantes do Rio.

CIMENTO QUEIMADO

O ar condicionado do Anexo é do tipo split e as condensadoras ficarão localizadas no terraço, próximas à casa de máquinas, cuja tubulação descerá pela linha de parede que corta longitudinalmente o Anexo.

AÇO CORTEN

CONCRETO IMPERMEABILIZADO COM MANTA ASFÁLTICA

60

60


PLANTAS

CONCRETO IMPERMEABILIZADO COM MANTA ASFÁLTICA

61

61


estrutura O sistema construtivo escolhido para o Anexo foi o concreto armado constituído por pilares e laje nervurada bidirecional. A escolha foi feita principalmente pela estética proposta e pelas dimensões e condições de projeto.

O Anexo não apresenta grandes vãos (máximo de 8.60 em um único caso, não passando de 6 metros em geral) e a modulação foi pensada para que a área influência de cada pilar girasse em torno de 16 m2. Usando os seguintes parâmetros: Carga estimada de 10 KN/ m2 (incluindo a carga de uso, peso próprio, revestimento e cargas acidentais) Área de influência máxima de 16 m2 Concreto com fck de 35 MPa Tensão normal de uso FCK/2 = 17,5 MPa Chegou-se numa seção mínima de 18,2 cm2 para cada pilar, porém o mínimo recomendado em pilares de concreto são 400 cm2 (20x20) cobrindo com folga a seção estimada. Como o pé direito é alto (4 metros), preferiu-se adotar a seção de 25x25 (625 cm2) para evitar falhas por flambagem. A escolha da laje nervurada bidirecional (com o uso de cubetas de isopor como fôrma) foi principalmente estético, visto que os vãos não são grandes e o balanço da circulação horizontal equilibra o momento nas vigas. Porém seu uso facilita a passagem das tubulações, pois as vigas já estão inclusas na nervura, além de poder diminuir a altura e o peso da laje, diminuindo por conseguinte, as cargas nos pilares. Por causa do momento negativo, a laje deve ser maciça próxima aos apoios. Consultando um professor da área de engenharia, chegou-se na especificação inicial da laje nervurada bidirecional ATEX 800 da empresa ATEX Brasil, cujas dimensões básicas estão explicitadas no esquema ao lado. A caixa de elevador feita de bloco de concreto com 20 centímetros atua como núcleo rígido do Anexo não permitindo deslocamentos horizontais excessivos da estrutura. O terreno onde se encontra o Casarão provavelmente possui solo arenoso, visto que antes do Aterrado, a praia se estendia pela atual rua Visconde do Rio Branco. Esse tipo de solo permite o uso de fundações tradicionais sem estaqueamento. O fechamento em cobogó da circulação é estrutura pelos pilares perimetrais e pelas lajes do térreo e da cobertura. A passarela necessitou de pilares intermediários para sua estruturação, sendo realizados com concreto armado, para que se mantivesse a esbelteza da laje nervurada. A passarela possui estrutura independente , não se apoiando nem no Anexo e nem no Casarão.

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Esquema estrutural do Anexo.

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Vista de laje nervurada bidirecional ATEX 800. Escala 1/100.

Perspectiva do sistema construtivo de suporte à passarela. Escala 1/100. Seção do pilar e detalhe do corte da laje nervurada Escala

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cortes

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65

65


cortes

66

66


cortes

67

67


cortes

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fachadas

69

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FACHADAS

70

70


71

71


FACHADAS

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72


73

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FACHADAS

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fachadas

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FACHADAS

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fachadas

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perspectivas

Vista frontal do Centro de Pesquisas Avanรงadas

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perspectivas

AteliĂŞs

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Entrada posterior do Anexo

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perspectivas

Praรงa interna

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Cafeteria

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perspectivas

Auditรณrio

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Hall de entrada

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perspectivas

Laboratรณrio de anรกlises

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BIBLIOGRAFIA ANDRADE, Tarciele; LEITE, Andreza; LIMA, Jardson, MENEZES, Samara; SILVA, Gleice. Projeto de Elaboração de um laboratório de Química. Trabalho de graduação para disciplina: instrumentação para o ensino da Química. Curso de Licenciatura em Química – UFPA. Belém, 2010. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9077: Saídas de emergência em edifícios. Rio de Janeiro, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Desempenho de edifícios habitacionais de até cinco pavimentos. Rio de Janeiro, 2008. AZEVEDO, Marlice Nazareth Soares; COSTA, Gabriel Soares da; LOPEZ Thiago Oliveira Gonzalez. A Leitura da Cidade Pelo Usuário e Acesso à Informação do Patrimônio Urbano: o caso de Niterói. PPGAU-UFF. 4º Congresso Ibero-Americano: Arquitetura e Documentação. Belo Horizonte, 2015. CIVILE, Natalia Raiunec. Contribuição para o programa de necessidades de laboratórios didáticos de química do ensino superior. FAU-USP -Universidade de São Paulo –Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. São Paulo, 2010. CONGRESSO DO PATRIMÔNIO EUROPEU. Declaração de Amsterdã. Conselho da Europa. Outubro de 1975. [site do IPHAN] CONSELHO REGIONAL DE QUÍMICA – IV REGIÃO SP. Guia de laboratório para o ensino da química: instalação, montagem e operação. Comissão de Ensino Técnico – Projeto Selo de Qualidade. São Paulo, 2012. CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Decreto nº 897: Código de segurança contra incêndio e pânico. Rio de Janeiro, 1976. COTRIM, Marcio; FILHA, Maria Berthilde Moura; FILHO, Ivan Cavalcanti. Entre o Rio e Mar: Arquitetura Residencial na cidade de João Pessoa. PPGAU-UFPB. Editora UFPB. João Pessoa, 2015. CZAJKOWSKI, Jorge. Guia da Arquitetura Eclética no Rio de Janeiro. Casa da Palavra. Rio de Janeiro, 2000. GALLI, Claudio; ALVES, Jéssica de Fatima Rossone; FARIA, Juliana Maria Sampaio, TAGLIATI, Kelly Dias; MARI, Nicola; BECKER, Simone Patrícia; MINGUCCI, Roberto. A Teoria e Prática do Restauro Arquitetônico: a influência da cultura europeia e seus desdobramentos na realidade brasileira. Universidade São Judas Tadeu In revista arq.urb segundo quadrimestre de 2016. São Paulo, 2016. JUNIOR, Nivaldo Vieira Andrade. Metamorfose Arquitetônica: intervenções projetuais contemporâneas sobre o patrimônio edificado. Dissertação de mestrado orientada por Esterzildaberenstein de Azevedo. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – UFBA. Salvador, 2006. KUHL, Beatriz Muyagar. História e Ética na Conservação e na Restauração de Monumentos Históricos. FAUUSP. São Paulo, 2006. http://www.usp.br/cpc/v1/imagem/conteudo_revista_arti_arquivo_pdf/kuhl_pdf.pdf Acessado em 01/10/2017 Laboratório Hércules. Portugal. http://hercules.uevora.pt/. Acessado em 27/08/2017 LEMOS, Carlos A. C. Alvenaria Burguesa: breve história da arquitetura residencial de tijolos de São Paulo a partir do ciclo econômico liderado pelo café – Ed. Nobel 2 ed.rev. São Paulo, 1989. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Norma Regulamentadora Nº23. NR23: Proteção contra incêndios. 2011 PINHEIRO, Marcos José de Araújo; LOURENÇO, Bettina Collaro Goerlich de; DUARTE, Maria Cristina Coelho; FRANQUEIRA, Márcia Lopes Moraes; LOPES, Débora dos Santos. Metodologia e Tecnologia na Área de Manutenção e Conservação de Bens Edificados: o caso do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos. COC FIOCRUZ. Rio de Janeiro, 2009. PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI. Plano Diretor de Niterói. Lei 1157/92. Niterói, 1992. PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI. Projeto de Alinhamento. Lei 1595/1997. Niterói, 1997. PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI. PUR Praias da Baía. Lei 1967/2002. Niterói, 2002.

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