Os Contos de Grimm Os Contos clássicos dos Irmãos Grimm na Versão do Walt Disney ESCRITA POR IRMÃOS GRIMM, EDITADA POR
GABRIELA PEREIRA LAURA ZANIRATO EDITORA NOVA FRONTEIRA
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SumĂĄrio
Cinderela 3 Branca de Neve 11 Bela e a Fera 21 A bela adormecida 26 Rapunzel 32 Peter Pan 40 O gato de botas 43 JoĂŁo e Maria 47 A pequena sereia 52
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Cinderela
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Contos da Disney
Era
uma vez um fidalgo que se casou em segundas núpcias com a mulher mais soberba e mais orgulhosa que já se viu. Ela tinha duas filhas de temperamento igual ao seu, sem tirar nem pôr. O marido, por seu lado, tinha uma filha que era a doçura em pessoa e de uma bondade sem par. Nisso saíra à mãe, que tinha sido a melhor criatura do mundo. Assim que o casamento foi celebrado, a madrasta começou a mostrar seu mau gênio. Não tolerava as boas qualidades da enteada, que faziam suas filhas parecerem ainda mais detestáveis. Encarregava-a dos serviços mais grosseiros da casa. Era a menina que lavava as vasilhas e esfregava as escadas, que limpava o quarto da senhora e os das senhoritas suas filhas. Quanto a ela, dormia no sótão, numa mísera enxerga de palha, enquanto as irmãs ocupavam quartos atapetados, com camas da última moda e espelhos onde podiam se ver da cabeça aos pés. A pobre menina suportava tudo com paciência. Não ousava se queixar ao pai, que a teria repreendido, porque era sua mulher quem dava as ordens na casa. Depois que terminava seu trabalho, Cinderela se metia num canto junto à lareira e se sentava no meio das cinzas. Por isso, todos passaram a chamá-la Gata Borralheira. Mas a caçula das irmãs, que não era tão estúpida quanto a mais velha, começou a chamá-la Cinderela. No entanto, apesar das roupas suntuosas que as filhas da madrasta usavam, Cinderela, com seus trapinhos, parecia mil vezes mais bonita que elas. Ora, um dia o filho do rei deu um baile e convidou todos os figurões do reino – nossas duas senhoritas estavam entre os convidados, pois desfrutavam de certo prestígio. Elas ficaram entusiasmadas e ocupadíssimas, escolhendo as roupas e os penteados que lhes cairiam melhor. Mais um sofrimento para Cinderela, pois era ela que tinha de passar a roupa branca das irmãs e engomar seus babados. O dia inteiro as duas só falavam do que iriam vestir. “Acho que vou usar meu vestido de veludo vermelho com minha renda inglesa”, disse a mais velha. “Só tenho minha saia de todo dia para vestir, mas, em compensação, vou usar meu mantô com flores douradas e meu broche de diamantes,
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que não é de se jogar fora.” Mandaram chamar o melhor cabeleireiro das redondezas, para levantar-lhes os cabelos em duas torres de caracóis. Chamaram Cinderela para pedir sua opinião, pois sabiam que tinha bom gosto. Cinderela deu os melhores conselhos possíveis e até se ofereceu para penteá-las. Elas aceitaram na hora. Enquanto eram penteadas, lhe perguntavam: “Cinderela, você gostaria de ir ao baile?” “Pobre de mim! As senhoritas estão zombando. Isso não é coisa que convenha.” “Tem razão, todo mundo riria um bocado se visse uma Gata Borralheira indo ao baile.” Qualquer outra pessoa teria estragado seus penteados, mas Cinderela era boa e penteou-as com perfeição. As irmãs ficaram quase dois dias sem comer, tal era seu alvoroço. Arrebentaram mais de uma dúzia de corpetes de tanto apertá-los para afinar a cintura, e passavam o dia inteiro na frente do espelho. Enfim o grande dia chegou. Elas partiram, e Cinderela seguiu-as com os olhos até onde pôde. Quando sumiram de vista, começou a chorar. Sua madrinha, que a viu em prantos, lhe perguntou o que tinha:“Eu gostaria tanto de… eu gostaria tanto de…” Cinderela soluçava tanto que não conseguia terminar a frase. A madrinha, que era fada, disse a ela: “Você gostaria muito de ir ao baile, não é?” “Ai como gostaria”, Cinderela disse, suspirando fundo. “Pois bem, se prometer ser uma boa menina eu a farei ir ao baile.” A fada madrinha foi com Cinderela até o quarto dela e lhe disse: “Desça ao jardim e traga-me uma abóbora.” Cinderela colheu a abóbora mais bonita que pôde encontrar e a levou para a madrinha. Não tinha a menor ideia de como aquela abóbora poderia fazê-la ir ao baile. A madrinha escavou a abóbora até sobrar só a casca. Depois bateu nela com sua varinha e no mesmo instante a abóbora foi transformada numa bela carruagem toda dourada. Em seguida foi espiar a armadilha para camundongos, onde encontrou seis camundongos ainda vivos. Disse a Cinderela a portinhola da armadilha. Em cada camundongo que saía
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Contos da Disney dava um toque com sua varinha, e ele era instantaneamente transformado num belo cavalo; formaram-se assim três belas parelhas de cavalos de um bonito cinzacamundongo rajado. E vendo a madrinha confusa, sem saber do que faria um cocheiro, Cinderela falou: “Vou ver se acho um rato na ratoeira. Podemos transformá-lo em cocheiro.” “Boa ideia”, disse a madrinha, “vá ver.” Cinderela então trouxe a ratoeira, onde havia três ratos graúdos. A fada escolheu um dos três, por causa dos seus bastos bigodes, e, tocando-o, transformou-o num corpulento cocheiro, bigodudo como nunca se viu. Em seguida ordenou a Cinderela: “Vá ao jardim, e encontrará seis lagartos atrás do regador. Traga-os para mim.” Assim que ela os trouxe, a madrinha os transformou em seus lacais, que num segundo subiram atrás da carruagem com suas librés, e ficaram ali empoleirados, como se nunca tivessem feito outra coisa na vida. A fada se dirigiu então a Cinderela: “Pronto, já tem como ir ao baile. Não está contente?” “Estou, mas será que vou assim, tão maltrapilha?” Bas - tou que a madrinha a tocasse com sua varinha, e no mesmo instante suas roupas foram transformadas em trajes de brocado de ouro e prata incrustados de pedrarias. Depois ela lhe deu um par de sapatinhos de vidro, os mais lindos do mundo. deslumbrante, Cinderela montou na carruagem. Mas sua madrinha lhe recomendou, acima de tudo, que não passasse da meia-noite, advertindo-a de que, se continuasse no baile um instante a mais, sua carruagem viraria de novo abóbora, seus cavalos camundongos, seus lacaios lagartos. Cinderela prometeu à madrinha que não deixaria de sair do baile antes da meia-noite. Então partiu, não cabendo em si de alegria. O filho do rei, a quem foram avisar que acabara de chegar um principe cesa que ninguém conhecia, correu para recebê-la; deu-lhe a mão quando ela desceu da carruagem e conduziu-a ao salão onde estavam os convidados. Fez-se então um grande silêncio; todos pararam de dançar e os violinos emudeceram, tal era a atenção com que contemplavam a grande beleza da desconhecida. Só se ouvia um murmúrio confuso: “Ah, como é bela!” O próprio rei, apesar de bem velhinho, não se cansava de fitá-la e de dizer bem baixinho para a rainha que fazia muito tempo que não via uma pessoa tão bonita e
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tão encantadora. Todas as damas puseram-se a examinar cuidadosamente seu penteado e suas roupas, para tratar de conseguir iguais já no dia seguinte, se é que existiam tecidos tão lindos e costureiras tão habilidosas. O filho do rei conduziu Cinderela ao lugar de honra e em seguida a convidou para dançar: ela dançou com tanta graça que a admiraram ainda mais. Foi servida uma magnífica ceia, de que o príncipe não comeu, tão ocupado estava em contemplar Cinderela. Ela então foi se sentar ao lado das irmãs, com quem foi gentilíssima, partilhando com elas as laranjas e os limões que o príncipe lhe dera, o que as deixou muito espantadas, pois não a reconheceram. Estavam assim conversando quando Cinderela ouviu soar um quarto para a meia-noite. No mesmo instante fez uma grande reverência para os convidados e partiu chispando. Assim que chegou em casa foi procurar a madrinha, depois de lhe agradecer, disse que gostaria muito de ir de novo ao baile do dia seguinte, pois o filho do rei a convidara. Enquanto estava entretida em contar à madrinha tudo o que acontecera no baile, as duas irmãs bateram à porta; Cinderela foi abrir. “Como demoraram a chegar!” disse, bocejando, esfregando os olhos e se espreguiçando como se tivesse acabado de acordar; na verdade não sentira nem um pingo de sono desde que as deixara. “Se você tivesse ido ao baile”, disselhe uma das irmãs, “não teria se entediado: esteve lá uma bela princesa, a mais bela que se possa imaginar; gentilíssima, nos deu laranjas e limões.” Cinderela ficou radiante ao ouvir essas palavras. Perguntou o nome da princesa, mas as irmãs responderam que ninguém a conhecia e que até o príncipe estava pasmo. Ele daria qualquer coisa para saber quem era ela. Cinderela sorriu e lhes disse: “Então ela era mesmo bonita? Meu Deus, que sorte vocês tiveram! Ah, seu eu pudesse vê-la também! Que pena! Senhorita Javotte, pode me emprestar aquele seu vestido amarelo que usa todo dia?” “Com certeza”, respondeu a senhorita Javotte, “vou fazer isso já, já! Emprestar meu vestido para uma Gata Borralheira asquerosa como esta, só se eu estivesse completamente louca.” Cinderela já esperava essa recusa, que a deixou muito satisfeita; teria ficado terrivelmente embaraçada se a irmã tivesse lhe emprestado o vestido. No dia seguinte as duas irmãs foram ao baile,
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Contos da Disney e Cinderela também, mas ainda mais magnificamente trajada que da primeira vez. O filho do rei ficou todo o tempo junto dela e não parou de lhe sussurrar palavras doces. A jovem estava se divertindo tanto que esqueceu o conselho de sua madrinha. Assim foi que escutou soar a primeira badalada da meia-noite quando imaginava que ainda fossem onze horas: levantou se e fugiu, célere como uma corça. O príncipe a seguiu, mas não conseguiu alcançá-la. Ela deixou cair um dos seus sapatinhos de vidro, que o príncipe guardou com todo cuidado. Cinderela chegou em casa sem fôlego, sem carruagem, sem lacaios e com seus andrajos; não lhe restara nada de todo o seu esplendor senão um pé dos sapatinhos, o par do que deixara cair. Perguntaram aos guardas da porta do palácio se não tinham visto uma princesa deixar o baile. Responderam que não tinham visto ninguém sair, a não ser uma mocinha muito malvestida, que mais parecia uma camponesa que uma senhorita quando suas duas irmãs voltaram do baile, Cinderela perguntou-lhes se tinham se divertido novamente, e se a bela dama lá estivera. Responderam que sim, mas que fugira ao toque da décima segunda badalada, e tão depressa que deixara cair um de seus sapatinhos de vidro, o mais lindo do mundo. Contaram que o filho do rei o pegara, e que não fizera outra coisa senão contemplá-lo pelo resto do baile. Tinham certeza de que ele estava completamente apaixonado pela linda moça, a dona do sapatinho, poucos dias depois, o filho do rei mandou anunciar ao som de trompas que se casaria com aquela cujo pé coubesse exatamente no sapatinho. Seus homens foram experimentá-lo nas princesas, depois nas duquesas, e na corte inteira, mas em vão. Levaram-no às duas irmãs, que não mediram esforços para enfiarem seus pés nele, mas sem sucesso. Cinderela, que as observava, reconheceu seu sapatinho e disse, sorrindo: “Deixem-me ver se fica bom em mim.” As irmãs começaram a rir e a caçoar dela. Mas o fidalgo que fazia a prova do sapato olhou atentamente para Cinderela e, achando-a belíssima, disse que o pedido era justo e que ele tinha ordens de experimentá-lo em todas as moças. Pediu a Cinderela que se sentasse. Levou o sapato até seu pezinho e viu que cabia perfeitamente, como um molde de cera, O espanto das duas irmãs foi grande,
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mas maior ainda quando Cinderela tirou do bolso o outro sapatinho e o calçou. Nesse instante chegou a madrinha e, tocando com sua varinha os trapos de Cinderela, transformou-os de novo nas mais magníficas de todas as roupas. As duas irmãs perceberam então que era ela a bela jovem que tinham visto no baile, jogaram-se aos seus pés para lhe pedir perdão por todos os maus-tratos que a tinham feito sofrer. Cinderela perdoou tudo e, abraçando-as, pediu que continuassem a lhe querer bem. Levaram Cinderela até o príncipe, suntuosamente vestida como estava. Ela lhe pareceu mais bela que nunca e poucos dias depois estavam casados. Cinderela, que era tão boa quanto bela, instalou as duas irmãs no palácio e as casou no mesmo dia com dois grandes senhores.
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Moral
É um tesouro para a mulher a formosura, Que nunca nos fartamos de admirar. Mas aquele dom que chamamos doçura Tem um valor que não se pode estimar. Foi isso que Cinderela aprendeu com a madrinha, Que a educou e instruiu com um zelo tal, Que um dia, finalmente, dela fez uma rainha. (Pois também deste conto extraímos uma moral.) Beldade, ela vale mais do que roupas enfeitadas. Para ganhar um coração, chegar ao fim da batalha, A doçura é que é a dádiva preciosa das fadas. Adorne-se com ela, pois que esta virtude não falha.
Outra moral
É por certo grande vantagem Ter espírito, valor, coragem, Um bom berço, algum bom senso Talentos que tais ajudam imenso. São dons do Céu que esperança infundem. Mas seus préstimos por vezes iludem, E teu progresso não vão facilitar, Se não tiveres, em teu labutar, Padrinho ou madrinha a te empurrar.
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Branca de Neve
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uma vez, há muito tempo mesmo, no coração do inverno, enquanto flocos de neve caíam do céu como fina plumagem, uma rainha, nobre e bela, estava ao pé de uma janela aberta, cuja moldura era de ébano. Bordava e, de quando em quando, olhava os flocos caindo maciamente; picou o dedo com a agulha e três gotas de sangue purpurino caíram na neve, produzindo um efeito tão lindo, o branco manchado de vermelho e realçado pela negra moldura da janela, que a rainha suspirou. e disse consigo mesma: Quem me dera ter uma filha tão alva como a neve, carminada como o sangue e cujo rosto fosse emoldurado de preto como o ébano! Algum tempo depois, teve uma filhinha cuja tez era tão alva como a neve, carminada como o sangue e os cabelos negros como o ébano. Chamaram à menina de Branca de Neve; mas, ao nascer a criança, a rainha faleceu. Decorrido o ano de luto, o rei casou-se em segundas núpcias, com uma princesa de grande beleza, mas extremamente orgulhosa e despótica; ela não podia suportar a idéia de que alguém a sobrepujasse em beleza. Possuía um espelho mágico, no qual se mirava e admirava freqüentemente. E então, dizia: - Espelho, espelho meu, Responde-me com franqueza: Existe alguém mais bela do que eu ? 0 espelho respondia: - É Vossa Realeza a mulher mais bela desta redondeza. Ela, então, sentia-se feliz, porque sabia que o espelho só podia dizer a pura verdade. No entanto, Branca de Neve crescia e aumentava em beleza e graça; aos sete anos de idade era tão linda como a luz do dia e muito mais que a rainha. Um dia a rainha, sua madrasta, consultou como de costume o espelho. - Espelho, espelho meu , responde-mo com franqueza: Existe alguém mais bela do que eu ? 0 espelho respondeu: - Real senhora, sois aqui a mais bela, Porém Branca de Neve é de vós ainda mais bela ! A rainha estremeceu e ficou verde de ciúmes. E daí, então, cada vez que via Branca de Neve, por todos adorada pela sua gentileza,. seu coração tinha verdadeiros sobressaltos de raiva. - Sua inveja e seus ciúmes desenvolviam-se qual erva daninha, não lhe dando mais sossego, nem de dia, nem de noite. Enfim, já não podendo mais, mandou chamar um caçador e disse-lhe: - Leva essa menina para a floresta, não quero mais tornar a vê-la; leva-a como puderes para a floresta,
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onde tens de matá-la; traze-me, porém, o coração e o fígado como prova de sua morte. 0 caçador obedeceu. Levou a menina para a floresta, sob pretexto de lhe mostrar os veados e corças que lá haviam. Mas, quando desembainhou o facão para enterrá-lo no coraçãozinho puro e inocente, ela desatou a chorar, implorando: - Ah, querido caçador, deixa-me viver! Prometo ficar na floresta, e nunca mais voltar ao castelo; assim, quem te mandou matar-me, nunca saberá que me poupaste a vida. Era tão linda e meiga que o caçador, que não era mau homem, apiedou-se dela e disse: Pois bem, fica na floresta, mas livra-te de sair Ia, porque a morte seria certa. E, em seu íntimo, ia pensando: Nada arrisco, pois os animais ferozes vão devorá-la em breve e a vontade da rainha será satisfeita, sem que, eu seja obrigado a suportar o peso de um feio crime. Justamente nesse momento passou correndo um veadinho; o caçador. matou-o, tirou-lhe o coração e o fígado e levou-os à rainha como se fossem de Branca de Neve. 0 cozinheiro foi incumbido de prepará-los e cozê-los; e, no seu rancor feroz, a rainha comeu-os com alegria desumana,. certa de estar comendo o que pertencera, a Branca.,. de Neve... Durante esse tempo a pobre menina, que ficara abandonada na floresta, vagava trêmula de medo, sem saber, que fazer. Tudo a assustava, o ruído da brisa, uma folha que caía, enfim, tudo produzia nela um terrível pavor. Ouvindo o uivar dos lobos, pôs-se a correr cheia de terror; os pezinhos delicados, feriam-se nas pedras pontiagudas e estava toda arranhada pelos espinhos. Passou ao pé de muitos animais ferozes., mas estes não lhe fizeram mal algum. Enfim, à noitinha, cansada e ofegante, encontrou-se diante de uma linda casinha situada no meio de uma clareira. Entrou, mas não viu ninguém. Contudo, a casa devia ser habitada, pois notou que tudo estava muito asseado e arrumadinho, dando gosto de se ver. Numa graciosa mesa coberta com uma fina e alva toalha, achavam-se postos. sete pratinhos, sete colherinha e sete garfinhos, sete faquinhas e sete copinhos, tudo perfeitamente em ordem. No quarto ao lado, viu sete caminhas uma junto da outra, com seus lençóis tão alvos. Branca de Neve, que morria de fome e sede, aventurou-se a comer um pouquinho do que estava servido em cada pratinho, mas, não querendo privar nem um
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Contos da Disney só dono de seu alimento, tirou somente um bocadinho de cada. e bebeu apenas um golinho do vinho de cada um. Depois, não agüentando cansaço, foi deitar-se numa caminha, mas a primeira era curta demais, a Segunda muito estreita, experimentando-as todas até que a sétima tinha a medida justa. Então fez sua oração, encomendou-se a Deus e em breve adormeceu profundamente. Ao anoitecer chegaram os donos da casa; eram os sete anões, que trabalhavam durante o dia na escavação de minério na montanha. Cada qual acendeu uma lanterninha e, quando a casa se iluminou, viram que alguém entrara em sua casa, porque não estava tudo na ordem perfeita conforme haviam deixado ao sair. Sentaram-se à mesa, e então, disse o primeiro: - Quem mexeu na minha cadeirinha? 0 segundo: - Quem, comeu do meu pratinho? 0 terceiro: - Quem tocou no meu pãozinho? 0 quarto: - Quem usou o meu garfinho? 0 quinto: - Quem tirou um pouco da minha verdurinha? 0 sexto: - Quem cortou com a minha faquinha? E o sétimo: - Quem bebeu do meu copinho? Depois da refeição, foram para o quarto; notaram logo as caminhas amassadas; o primeiro reclamou: - Quem deitou na minha caminha? - E na minha? - E na minha? - gritaram os outros, cada qual examinando a própria cama. Enfim, o sétimo descobriu Branca de Neve dormindo a sono solto na sua caminha. Correram todos com suas lanterninhas e cheios de admiração exclamaram: - Ah, meu Deus!Ah, meu Deus! que encantadora e linda menina! Sentiam-se tão transportados de alegria, que não quiseram acordá-la e deixaram-na dormir tranqüilamente. 0 sétimo anão dormiu uma hora com cada um de seus companheiros; e assim passou a noite. No dia seguinte, quando Branca de Neve acordou e levantou-se, ficou muito assustada ao ver os sete anões. Mas eles sorriram-lhe e perguntaram com a maior amabilidade: - Como te chamas? - Chamo-me Branca de Neve, respondeu ela. - Como vieste aqui à nossa casa? Ela contou-lhes como sua madrasta mandara matá-la e como o caçador lhe permitira que vivesse na floresta. Após ter corrido o dia todo chegara aí e, vendo a linda casinha, entrara
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para descansar um pouco. Os anões perguntaram-lhe: - Queres ficar conosco? Aqui não te faltará nada, só tens que cuidar da casa, fazer nossa comida, lavar e passar nossa roupa, coser, tecer nossas meias e manter tudo muito limpo e em ordem; mas; quando tiveres acabado o teu trabalho, serás a nossa rainha. - Sim, anuiu a menina - ficarei convosco de todo o coração! E ficou morando com eles, procurando manter tudo sempre em ordem. Pela manhã, eles partiam para as cavernas em busca- de ouro e minérios e, à noite, quando voltavam, todos jantavam juntos muito alegres. Como a menina ficava só durante ó dia, os anões advertiram-na que se acautelasse: - Toma cuidado com a tua madrasta; não tardará a saber onde estás, por isso, durante nossa ausência, não deixes entrar ninguém aqui. A rainha, entretanto, certa de ter comido o fígado e o coração de Branca de Neve, vivia despreocupada, ela pensava, satisfeita, que era, novamente, a primeira e mais bela mulher do reino. Certo dia, porém, teve a fantasia de consultar o espelho, e certa de que lhe responderia não ter mais nenhuma rival em beldade. Assim mesmo disse: - Espelhinho, meu espelhinho, Responde-mo com franqueza: Qual a mulher mais bela de toda a redondeza? Imaginem o seu furor quando o espelho respondeu: - Real senhora, do país sois a mais formosa. Mas Branca de Neve, que por trás dos montes vive e em casa dos sete anões, é de vós mil vezes mais formosa! A rainha ficou furiosa, pois sabia que o espelho não podia mentir. Percebeu, assim, que o caçador a enganara e que Branca de Neve continuava a viver. Novamente devorada pelo ciúme e pela inveja, só pensava na maneira de suprimi-la encontrando algum alívio só quando julgou ter ao alcance o meio desejado. Pensou, pensou, pensou, depois tingiu o rosto e disfarçou-se em velha vendedora de quinquilharias, de maneira perfeitamente irreconhecível. Assim disfarçada, transpôs as sete montanhas e foi à casa dos sete anões; chegando lá, bateu à porta e gritou: - Belas coisas para vender, belas coisas; quem quer comprar? Branca de Neve, que estava no primeiro andar e se aborrecia por ficar sozinha todo o santo dia, abriu a janela e perguntou-lhe o que tinha para
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Contos da Disney vender. - Oh! coisas lindíssimas, - respondeu a velha - olhe este fino e elegante cinto. A o mesmo tempo, mostrava um cinto de cetim cor de rosa, todo recamado de seda multicor. Esta boa mulher posso deixar entrar sem perigo, calculou Branca de Neve; então desceu, puxou o ferrolho e comprou o cinto. Mas a velha disse-lhe: - Tu não sabes abotoá-lo! Vem, por esta vez, eu te ajudarei a fazê-lo, como se deve. A menina postou-se confiante na frente da velha, deixando que lhe abotoasse o cinto; então a cruel inimiga, mais que depressa, apertou-o com tanta força, que a menina perdeu a respiração e caiu desacordada no chão. - Ah, ah! - exclamou a rainha, muito contente - Já foste a mais bela! E fugiu rapidamente, voltando ao castelo. Felizmente, os anões, nesse dia, tendo terminado o trabalho mais cedo que de costume, voltaram logo para casa. E qual não foi seu susto ao verem a querida Branca de Neve estendida no chão, rígida como se estivesse morta! Ergueram-na e viram que o cinto absoluta beleza, o que para ela soava mais deliciosamente que tudo, e perguntou: - Espelhinho, meu espelhinho, Responde-me com franqueza: Qual a mulher mais bela de toda a redondeza? Como da outra vez, o espelho respondeu: - Real senhora, do país sois a mais formosa. Mas Branca de Neve, que por trás dos montes vive o em casa dos sete anões... é de vós mil vezes mais formosa! A essas palavras a rainha sentiu o sangue gelar-selhe nas veias; empalideceu de inveja e, depois, torcendo-se de raiva, compreendeu que a rival ainda estava viva. Pensou, novamente, num meio de perder a inocente, causa de seu rancor. Ah, desta vez hei de arranjar alguma coisa que será. a tua ruína! E, como entendia de bruxedos, pegou num magnífico pente. cravejado de pérolas e besuntou-lhe os dentes com o veneno feito por ela própria. Depois, disfarçando-se de outro modo, dirigiu-se para a casa dos sete anões; aí bateu à porta, gritando: - Belas coisas para vender! coisas bonitas e baratas; quem quer - comprar? Branca de Neve abriu a janela e disse: - Podeis seguir vosso caminho boa mulher; eu não posso abrir a ninguém. - Mas olhar, apenas, não te será proibido! - disse a velha - Olha este pente. cravejado de pér - Foi ainda a tua madrasta quem te pregou essa peça. Preciso que nos
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prometas que nunca mais. abrirás a porta,. seja lá a quem for. Branca de Neve prometeu tudo o que os anões lhe pediram. Apenas de volta ao castelo, a rainha correu a pegar no espelho e perguntou: - Espelhinho, meu espelhinho, Responde-me com franqueza: Qual- a mulher mais bela de toda a redondeza? Mas a resposta foi como das vezes anteriores. 0 espelho repetiu: - Real senhora, do pais sois a mais formosa, Mas Branca de Neve, que por trás dos montes vive e em casa dos sete anões, é de vós mil vezes mais formosa! Ao ouvir tais palavras, ela teve um assomo de ódio, grito a raiva malvada: - Hás de morrer, criatura miserável, ainda que eu tenha que o pagar com minha vida! Levou vários dias consultando todos os livros de bruxaria; finalmente fechou-se num quarto, ciosamente oculto, onde jamais entrava alma viva e aí preparou uma maçã, impregnando-a de veneno mortífero. Por fora era mesmo tentadora, branca e vermelha, e com um perfume tão delicioso que despertava a gula de qualquer um; mas, quem provasse um pedacinho, teria morte infalível. Tendo assim preparado a maçã, pintou o rosto e disfarçou-se em camponesa e como tal encaminhou-se, transpondo as sete montanhas e indo bater à casa dos sete anões. Branca de Neve saiu à janela e disse: - Vai embora, boa mulher, não posso abrir a ninguém; os sete anões proibiram. - Não preciso entrar, - respondeu a falsa camponesa - podes ver as maçãs pela janela, se as quiseres comprar. Eu venderei alhures minhas maçãs, mas quero dar-te esta de presente. Vê como ela é magnífica! Seu perfume embalsama o ar. - Prova um pedacinho, estou certa de que a acharás deliciosa! - Não, não, - respondeu Branca de Neve - não me atrevo a aceitar. - Receias, acaso, que esteja envenenada? - disse a mulher - Olha, vou comer a metade da maçã e tu depois poderás comer o resto para veres que deliciosa é ela. Cortou a maçã e pôs-se a comer a parte mais tenra pois a maçã havia sido habilmente preparada, de maneira que o veneno estava todo concentrado na cor vermelha. Branca de Neve, tranqüilizada, olhava cobiçosamente para a linda maçã e, quando viu a camponesa masti- gar a sua metade, não resistiu, estendeu a mão e pegou a parte envenenada. Apenas lhe deu a primeira dentada, caiu no chão, sem vida. Então a pérfida madrasta
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Contos da Disney contemplou-a com ar feroz. Depois, - saltando e rindo com uma alegria infernal, exclamou: - Branca como a neve, rosada como o sangue e preta como o ébano! Enfim, morta, morta, criatura atormentadora! Desta vez nem todos os anões do mundo poderão despertar-te! Apressou-se a voltar ao castelo; mal chegou, dirigiuse ao espelho e perguntou: - Espelhinho, meu espelhinho, Responde-me com franqueza: Qual a mulher mais bela de toda a redondeza? Desta vez o espelho respondeu: - De toda a redondeza agora, Real senhora, sois vós a mais formosa! Sentiu-se transportada de júbilo e seu coração tranqüilizou-se, enfim, tanto quanto é possível a um coração invejoso e mau. Os anões, regressando à noitinha; encontraram Branca de Neve estendida no chão, morta. Levantaram-na e procuraram, em vão, o que pudera causar-lhe a morte; desabotoaram-lhe o vestido, pentearam-lhe o cabelo. Lavaram-na com água e vinho, mas tudo foi inútil: a menina estava realmente morta. Então, colocaram-na num esquife é choraram durante três dias. Depois cuidaram de enterrá-la, porém ela conservava as cores frescas e rosadas como se estivesse dormindo. Eles então disseram: - Não, não podemos enterrá-la na terra preta. Fabricaram um esquife de cristal para que fosse visível de todos os lados e gravaram - na tampa, com letras de ouro o seu nome e sua origem real; colocaram-na dentro e levaram-na para o cume da montanha vizinha, onde ficou exposta, e cada um por sua vez ficava ao pé dele para a guardar contra os animais ferozes. Mas podiam dispensar-se disso; os animais, todos da floresta, até mesmo os abutres, os lobos, os ursos, os esquilos e pombinhas, vinham chorar ao pé da inocente Branca de Neve. Muitos anos passou Branca de Neve dentro do esquife, sem apodrecer; parecia estar dormindo, pois sua tez era ainda como a desejara a mãe: branca como a Neve, rosada como o sangue e os longos cabelos pretos como ébano; não tinha o mais leve sinal de morte. Um belo dia, um jovem príncipe, filho de um poderoso rei, tendo-se extraviado durante a caça na floresta, chegou à montanha onde Branca de Neve repousava dentro de, seu esquife de cristal. Viu-a e ficou deslumbrado com tanta beleza, leu o que estava gravado em letras de ouro e não mais a esqueceu. Pernoitando em casa dos anões disse-lhes: - Dai-me
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esse esquife; eu vos darei todos os meus tesouros para poder levá-lo ao meu castelo. Mas os anões responderam: - Não; não cedemos a nossa querida filha nem por todo o ouro do mundo. 0 príncipe caiu em profunda tristeza e permaneceu extasiado na contemplação da beleza tão pura de Branca de Neve; tornou a pedir aos anões: - Fazei-me presente dele, pois já não posso mais viver sem a ter diante de meus olhos; quero dar-lhe as honras que só se prestam ao ser mais amado neste mundo. Ao ouvirem essas palavras, e vendo a grande tristeza do príncipe, os anões compadeceram-se dele e deram-lhe Branca de Neve, certos de que ele não deixaria de colocá-la na sala de honra do seu castelo. 0 príncipe tendo encontrado seus criados, mandou que pegassem no caixão e o carregassem nos ombros. Aconteceu, porém, que um dos criados tropeçou numa raiz de árvore e, com o solavanco, pulou da boca meio aberta o bocadinho de maça que ela mordera mas não engolira. Então Branca de Neve reanimou-se; respirou profundamente, abriu os olhos, levantou a tampa do esquife e sentou-se: estava viva. - Meu Deus, onde estou? - exclamou ela. 0 príncipe, radiante de alegria, disse-lhe: - Estás comigo. Agora acabaram todos os teus tormentos, bela garota; a mais preciosa que tudo quanto há no mundo; vamos ao castelo de meu pai, que é um grande e poderoso rei, e serás a minha esposa bem amada. Como o príncipe era encantador e muito gentil, Branca de Neve aceitou-lhe a mão. 0 rei muito satisfeito com a escolha do filho, mandou preparar tudo para umas núpcias suntuosas. Para a festa, além dos anões, foi convidada também a rainha que, ignorando quem era a noiva, vestiu os seus mais ricos trajes, pensando eclipsar todas as damas e donzelas. Depois de vestida, foi contemplarse no espelho, certa de ouvir proclamar sua beleza triunfante. Perguntou: - Espelhinho, meu espelhinho, Responde-me com franqueza: Qual a mulher mais bela de toda a redondeza? Qual não foi seu espanto ao ouvi-lo responder: - Real senhora, de todas aqui solo a mais bela agora, Mas a noiva do filho do rei, é de vós mil vezes mais formosa! A perversa mulher soltou uma imprecação e ficou tão exasperada que não podia controlar-se e não queria mais ir à festa. Entretanto, como a inveja não
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lhe dava tréguas, sentiu-se arrastada a ver a jovem rainha. Quando fez a entrada no castelo, perante a corte reunida, Branca de Neve logo reconheceu sua madrasta e quase desmaiou de susto. A horrível mulher fitava-a como uma serpente ao fascinar um passarinho. Mas sobre o braseiro já estavam prontos um par de sapatos de ferro, que haviam ficado a esquentar em ponto de brasa; os anões apoderaram-se dela e, calçando-lhe à força aqueles sapatos quentes como fogo, obrigaram-na a dançar, a dançar, a dançar, até cair morta no chão. Em seguida, realizou-se a festa com um esplendor jamais visto sobre a terra, e todos, grandes e pequenos, ficaram profundamente alegres.
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A Bela e a Fera
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uma vez um comerciante muito rico. Ele tinha três lindas filhas, porém a mais nova também era a mais linda, quando era criança todos a chamavam de Bela, o apelido pegou e ficou assim por anos e anos, as irmãs de Bela a invejavam porque ela também era a mais bondosa e mais inteligente das três, o pai delas perdeu todo o dinheiro que tinha porque seus navios afundaram no mar, a família então teve que se mudar para uma pequena casinha em um vilarejo, ele ia trabalhar todos os dias no campo pela manhã, enquanto Bela limpava a casa e fazia comida para todos, a única coisa que as irmãs dela faziam era acordar tarde, passear para lá e para cá o dia inteiro e reclamar que não tinham mais aquelas lindas roupas que costumavam vestir. Um ano se passou e num belo dia, o pai recebeu uma carta dizendo que um dos seus navios tinha retornado sem dano algum. Isso significava que a família era rica novamente, quando todos souberam da notícia, as irmãs mais velhas fizeram uma lista de coisas que queriam que o pai comprasse - vestidos, chapéus, sapatos, brincos, pulseiras e muito mais, “você quer que eu compre algo para você também?” perguntou o pai para Bela, ela achou que o dinheiro que tinham poderia não ser o suficiente para comprar todas as coisas da lista das suas imãs, então Bela disse, “Já que você perguntou, eu quero que me traga uma rosa, porque elas não florescem aqui.” Quando o pai chegou no navio, ele estava intacto, porém vazio, então ele teve que voltar para casa tão pobre quanto era antes, faltavam cerca de dez quilômetros para ele chegar em casa quando de repente começou uma tempestade de neve, a neve era tão espessa e os ventos tão fortes que ele caiu duas vezes do cavalo, já era noite, e o pobre homem pensou que fosse morrer de frio e de fome, foi quando ele avistou um castelo não muito distante, chegando no castelo, ele foi até um salão, existia uma lareira quentinha onde ele poderia secar suas roupas e uma mesa posta para apenas uma pessoa. O pai esperou para ver ser alguém viria, mas como ninguém apareceu, e ele não aguentava mais de fome, comeu a comida que estava na sua frente, sentindo-se bem melhor, o pai começou a explorar o castelo,
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até que achou uma cama, que parecia ter sido feita exatamente para ele, e não quis saber de esperar, deitou-se e imediatamente caiu no sono, quando acordou no dia seguinte, ficou surpreso ao ver que algumas roupas limpas foram deixadas para ele, tirou as suas próprias roupas sujas e vestiu as limpinhas, dirigiu-se então para fora em busca do seu cavalo, no caminho de saída do castelo, ele avistou um arco todo repleto de rosas, e lembrou-se de sua filha caçula que havia lhe pedido para levar uma de presente. Ele arrancou algumas rosas do arbusto, na mesma hora, escutou um rugido terrível e viu uma criatura feroz correndo atrás dele, “você é um mal agradecido! eu te dei comida, uma cama quentinha e roupas e mesmo assim está pegando minhas rosas! a única coisa que eu realmente amo! Prepare-se para morrer!” “por favor Mestre, não me mate,” o pai respondeu, “eu tenho três filhinhas esperando por mim em casa.”, “eu não sou seu mestre, eu sou uma fera! então não me bajule, mas você disse que tem filhas, você pode ir, mas tem que me prometer que uma das suas filhas virá para cá sozinha, e morrerá no seu lugar, caso contrário, você deverá voltar em três meses para morrer.” O pai não teve escolha senão concordar, a fera tinha uma última coisa para dizer, “eu não quero que você saia do castelo com as mãos vazias antes que você vá, pegue esta bolsa e encha com todo o ouro e preciosidades que você encontrar.” O pai foi para casa, estava muito triste, ele deu as rosas que pegou do jardim da fera para Bela e depois contou para todos o que tinha acontecido, as irmãs mais velhas começaram a chorar, mas Bela permaneceu calma. “Por que você não está chorando? ” Perguntaram as irmãs, “o papai vai morrer por causa das suas rosas estúpidas, ” “papai não vai morrer, ” disse Bela, “a fera disse para o papai que ele poderia mandar uma das suas filhas, então eu vou.” e nada podia tirar essa idéia da cabeça de Bela, no dia seguinte, ela partiu com o seu pai para chegar até o castelo da fera, no caminho, ele falou para a Bela sobre todo o ouro e riquezas que a fera fez ele pegar, ela aconselhou o seu pai a usar esse dinheiro como o dote das suas irmãs. Quando chegaram no palácio, a fera foi encontrá-los, “Você veio para
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Contos da Disney cá por vontade própria? ” Perguntou, “sim, ” Bela respondeu, “seu coração é tão bom! ” A fera exclamou, e os chamou para um jantar e uma boa noite de sono, “amanhã de manhã você pode deixar o castelo”, a fera disse ao pai, na manhã seguinte o pai deixou o palácio, e Bela começou a chorar, ela pensou que a fera queria matá-la, e com esses pensamentos horríveis na cabeça, ela começou a andar pelo palácio, que era muito lindo. Para sua surpresa, ela achou um quarto que tinha uma placa dizendo, “quarto da Bela”, ela abriu a porta e viu um dormitório lindo, com um piano e uma livraria, “a fera não quer que eu fique entediada”, ela pensou e recuperou sua coragem, “se pelo menos eu pudesse ver minha família, tudo poderia ser perfeito”, Bela pensou, nesse momento, o espelho da parede mostrou a sua casa, ela viu que uma das suas irmãs havia se casado, mas aí, a imagem desapareceu. “Isso provavelmente quer dizer que ele não quer me matar. ”, na hora do jantar, ela foi para a sala, e viu que a fera estava lá, “posso ver você comendo? ”, ele perguntou, “claro” Bela respondeu, “você é o Mestre aqui”, “não” a fera replicou, “você é a dona desse castelo, se você quiser que eu vá embora, vou agora mesmo, diga-me você me acha nojento, não é?.” Bela não conseguiu mentir, então ela respondeu, “é, realmente eu acho sim, mas eu acredito que você tem um bom coração”, “você está certa, não sou só nojento, como eu também não tenho cérebro, eu sou uma fera besta”, disse ele, e saiu para que ela jantasse sozinha, na noite seguinte, a Fera entrou na sala perto da hora do jantar, e perguntou uma coisa que deixou a Bela chocada, “você quer casar comigo? ” “não, fera”, ela respondeu, ele suspirou e saiu da sala novamente, e foi dessa forma que eles viveram por três meses - a felicidade de Bela seria completa se a fera não ficasse perguntando a mesma coisa todas as noites. Um dia, Bela estava em frente ao espelho, e viu a sua família novamente, ela viu que o seu pai estava muito doente, então correu para falar com a fera sobre o que tinha visto, “eu prometi que nunca te abandonaria, mas se você não me deixar ir lá, vou morrer de tristeza,” disse ela, “você pode visitar sua família”, disse ele, “mas você deve me
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prometer que voltará no oitavo dia, quando você estiver pronta para voltar, apenas coloque seu anel em cima da mesa,” na manhã seguinte, Bela já acordou na casa de seu pai, quando ele viu a sua caçulinha sã e salva, ficou muito feliz, as irmãs também correram para vê-la, e ficaram com inveja e raiva porque a Bela usava um lindo vestido e estava mais bela do que nunca. As irmãs criaram um plano malvado, queriam fazer com que Bela voltasse para o castelo depois do que ela havia prometido, e assim, a fera ficaria com muita raiva e a mataria, então, o oitavo dia chegou, elas começaram a chorar e pedir para a irmã mais nova ficar um pouco mais, o coração bondoso de Bela nem desconfiou de que aquilo era um plano das suas irmãs, ela realmente acreditou que sentiram sua falta, então Bela prometeu ficar por mais oito dias, mas no décimo dia, Bela teve um sonho, nesse sonho, Fera estava deitado no jardim, quase morto, ela acordou, correu e colocou seu anel em cima da mesa, na manhã seguinte, Bela acordou no castelo, ela chamou pela fera, mas ninguém respondeu. E procurou pela Fera por todos os lugares, mas ela não conseguia achar, finalmente, Bela relembrou seu sonho, e foi até o jardim, ali estava a fera, ele tinha só desmaiado, mas Bela pensou que ele estivesse morto, “ele morreu por minha causa!” pensou, e uma gota de lágrima caiu no peito dele, e quando as gotas de lágrimas caíram sobre o peito dele, a Fera transformou-se em um lindo príncipe, bela ficou maravilhada, “eu fui transformado em uma fera horrível por uma fada há muito tempo atrás, porque eu não tinha deixado ela se abrigar no castelo quando aconteceu uma tempestade,” explicou ele, “e somente encontrando o amor verdadeiro é que esse feitiço se quebraria, você quer casar comigo?” Bela concordou alegremente, e eles viveram por muitos e muitos anos juntos no castelo.
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A Bela adormecida
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uma vez, há muito tempo, um rei e uma rainha jovens, poderosos e ricos, mas pouco felizes, porque não tinham concretizado maior sonho deles: terem filhos, — Se pudéssemos ter um filho! — suspirava o rei, — E se Deus quisesse, que nascesse uma menina! —animava-se a rainha, — E por que não gêmeos? — acrescentava o rei. Mas os filhos não chegavam, e o casal real ficava cada vez mais triste. Não se alegravam nem com os bailes da corte, nem com as caçadas, nem com os gracejos dos bufões, e em todo o castelo reinava uma grande melancolia. Mas, numa tarde de verão, a rainha foi banhar-se no riacho que passava no fundo do parque real. E, de repente, pulou para fora da água uma rãzinha, — Majestade, não fique triste, o seu desejo se realizará logo: Antes que passe um ano a senhora dará à luz uma menina. E a profecia da rã se concretizou, e meses depois a rainha deu a luz a uma linda menina, o rei, que estava tão feliz, deu uma grande festa de batizado para a pequena princesa que se chamava Aurora, convidou uma multidão de súditos: parentes, amigos, nobres do reino e, como convidadas de honra, as treze fadas que viviam nos confins do reino, mas quando os mensageiros iam saindo com os convites, o camareiro-mor correu até o rei, preocupadíssimo. — Majestade, as fadas são treze, e nós só temos doze pratos de ouro. O que faremos? A fada que tiver de comer no prato de prata, como os outros convidados, poderá se ofender. E uma fada ofendida… O rei refletiu longamente e decidiu: — Não convidaremos a décima terceira fada — disse, resoluto. — Talvez nem saiba que nasceu a nossa filha e que daremos uma festa, assim não teremos complicações. Partiram somente doze mensageiros, com convites para doze fadas, conforme o rei resolvera. No dia da festa, cada uma das fadas chegou perto do berço em que dormia a princesa Aurora e ofereceu à recém-nascida um presente maravilhoso. — Será a mais bela moça do reino — disse a primeira fada, debruçando-se sobre o berço. — E a de caráter mais justo — acrescentou a segunda. — Terá riquezas a perder de vista — proclamou a terceira. — Ninguém terá o coração mais caridoso que o seu — afirmou a quarta.
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Contos da Disney — A sua inteligência brilhará como um sol — comentou a quinta. Onze fadas já tinham passado em frente ao berço e dado a pequena princesa um dom; faltava somente uma (entretida em tirar uma mancha do vestido, no qual um garçom desajeitado tinha virado uma taça de sorvete) quando chegou a décima terceira, aquela que não tinha sido convidada por falta de pratos de ouro. Estava com a expressão muito sombria e ameaçadora, terrivelmente ofendida por ter sido excluída. Lançou um olhar maldoso para a princesa Aurora, que dormia tranqüila, e disse: — Aos quinze anos a princesa vai se ferir com o fuso de uma roca e morrerá. E foi embora, deixando um silêncio desanimador e os pais desesperados. Então aproximou-se a décima segunda fada, que devia ainda oferecer seu presente. — Não posso cancelar a maldição que agora atingiu a princesa. Tenho poderes só para modificá-la um pouco. Por isso, Aurora não morrerá; dormirá por cem anos, até a chegada de um príncipe que a acordará com um beijo. Passados os primeiros momentos de espanto e temor, o rei, decidiu tomar providências, mandou queimar todas as rocas do reino. E, daquele dia em diante, ninguém mais fiava, nem linho, nem algodão, nem lã. Ninguém além da torre do castelo. Aurora crescia, e os presentes das fadas, apesar da maldição, estavam dando resultados. Era bonita, boa, gentil e caridosa, os súditos a adoravam. No dia em que completou quinze anos, o rei e a rainha estavam ausentes, ocupados numa partida de caça ,talvez, quem sabe, em todo esse tempo tivessem até esquecido a profecia da fada malvada. A princesa Aurora, porém, estava se aborrecendo por estar sozinha e começou a andar pelas salas do castelo. Chegando perto de um portãozinho de ferro que dava acesso à parte de cima de uma velha torre, abriu-o, subiu a longa escada e chegou, enfim, ao quartinho. Ao lado da janela estava uma velhinha de cabelos brancos, fiando com o fuso uma meada de linho. A garota olhou, maravilhada. Nunca tinha visto um fuso.
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— Bom dia, vovozinha. — Bom dia a você, linda garota. — O que está fazendo? Que instrumento é esse? Sem levantar os olhos do seu trabalho, a velhinha respondeu com ar bonachão: — Não está vendo? Estou fiando! A princesa, fascinada, olhava o fuso que girava rapidamente entre os dedos da velhinha. — Parece mesmo divertido esse estranho pedaço de madeira que gira assim rápido. Posso experimentá-lo também? Sem esperar resposta, pegou o fuso. E, naquele instante, cumpriu-se o feitiço. Aurora furou o dedo e sentiu um grande sono. Deu tempo apenas para deitar-se na cama que havia no aposento, e seus olhos se fecharam, na mesma hora, aquele sono estranho se difundiu por todo o palácio. Adormeceram no trono o rei e a rainha, recém-chegados da partida de caça, adormeceram os cavalos na estrebaria, as galinhas no galinheiro, os cães no pátio e os pássaros no telhado. Adormeceu o cozinheiro que assava a carne e o servente que lavava as louças; adormeceram os cavaleiros com as espadas na mão e as damas que enrolavam seus cabelos. Também o fogo que ardia nos braseiros e nas lareiras parou de queimar, parou também o vento que assobiava na floresta. Nada e ninguém se mexia no palácio, mergulhado em profundo silêncio. Em volta do castelo surgiu rapidamente uma extensa mata. Tão extensa que, após alguns anos, o castelo ficou oculto, nem os muros apareciam, nem a ponte levadiça, nem as torres, nem a bandeira hasteada que pendia na torre mais alta, nas aldeias vizinhas, passava de pai para filho a história da princesa Aurora, a bela adormecida que descansava, protegida pelo bosque cerrado. A princesa Aurora, a mais bela, a mais doce das princesas, injustamente castigada por um destino cruel, alguns cavalheiros, mais audaciosos, tentaram sem êxito chegar ao castelo, a grande barreira de mato e espinheiros, cerrada e impenetrável, parecia animada por vontade própria: os galhos avançavam para cima dos coitados que tentavam passar: seguravam-nos, arranhavam-nos
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Contos da Disney até fazê-los sangrar, e fechavam as mínimas frestas, aqueles que tinham sorte conseguiam escapar, voltando em condições lastimáveis, machucados e sangrando, outros, mais teimosos, sacrificavam a própria vida, um dia, chegou nas redondezas um jovem príncipe, bonito e corajoso. Soube pelo bisavô a história da bela adormecida que, desde muitos anos, tantos jovens a procuravam em vão alcançar. —Quero tentar também — disse o príncipe aos habitantes de uma aldeia pouco distante do castelo. Aconselharam-no a não ir. — Ninguém nunca conseguiu! — Outros jovens, fortes e corajosos como você, falharam… — Alguns morreram entre os espinheiros… — Desista! Muitos foram, os que tentarem desanimá-lo. No dia em que o príncipe decidiu satisfazer a sua vontade se completavam justamente os cem anos da festa do batizado e das predições das fadas, chegara, finalmente, o dia em que a bela adormecida poderia despertar, quando o príncipe se encaminhou para o castelo viu que, no lugar das árvores e galhos cheios de espinhos, se estendiam aos milhares, bem espessas, enormes carreiras de flores perfumadas, e mais, aquela mata de flores cheirosas se abriu diante dele, como para encorajá-lo a prosseguir; e voltou a se fechar logo, após sua passagem. O príncipe chegou em frente ao castelo, a ponte elevadiça estava abaixada e dois guardas dormiam ao lado do portão, apoiados nas armas, no pátio havia um grande número de cães, alguns deitados no chão, outros encostados nos cantos; os cavalos que ocupavam as estrebarias dormiam em pé. Nas grandes salas do castelo reinava um silêncio tão profundo que o príncipe ouvia sua própria respiração, um pouco ofegante, ressoando naquela quietude. A cada passo do príncipe se levantavam nuvens de poeira. Salões, escadarias, corredores, cozinha… Por toda parte, o mesmo espetáculo: gente que dormia nas mais estranhas posições. O príncipe perambulou por longo tempo no castelo. Enfim, achou o portãozinho de ferro que levava à torre, subiu a escada e chegou ao quartinho em que dormia A princesa Aurora. A princesa estava tão bela, com os cabelos soltos, espalhados nos travesseiros,
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o rosto rosado e risonho. O príncipe ficou deslumbrado. Logo que se recobrou se inclinou e deu-lhe um beijo. Imediatamente, Aurora despertou, olhou par ao príncipe e sorriu, todo o reino também despertara naquele instante. Acordou também o cozinheiro que assava a carne; o servente, bocejando, continuou lavando as louças, enquanto as damas da corte voltavam a enrolar seus cabelos. O fogo das lareiras e dos braseiros subiu alto pelas chaminés, e o vento fazia murmurar as folhas das árvores. A vida voltara ao normal, logo o rei e a rainha correram à procura da filha e, ao encontrá-la, chorando, agradeceram ao príncipe por tê-la despertado do longo sono de cem anos, o príncipe, então, pediu a mão da linda princesa em casamento que, por sua vez, já estava apaixonada pelo seu valente salvador, eles então, se casaram e viveram felizes para sempre!
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Peter Pan
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uma vez uma criança, as crianças crescem, menos uma. Elas logo sabem que vão crescer, e Wendy descobriu assim: um dia, quando tinha dois anos de idade e estava brincando num jardim, colheu mais uma flor e correu com ela até a mãe. Imagino que devia estar muito bonitinha, pois a sra. Darling pôs a mão no coração e exclamou: – Ah! Por que você não pode ficar assim para sempre? Isso foi tudo o que elas falaram sobre o assunto, mas desde então Wendy soube que teria que crescer. A gente sempre sabe depois dos dois anos. Dois anos é o começo do fim. É claro que eles moravam no número 14 e, até Wendy aparecer, sua mãe era a principal pessoa da casa. Era uma moça encantadora, dona de uma mente romântica e de uma boca tão doce e debochada. Sua mente romântica era como aquelas minúsculas caixinhas que vêm do misterioso Oriente, uma dentro da outra, e, por mais que você encontre mais uma caixinha, sempre tem outra menor. E sua boca doce e debochada continha um beijo que Wendy nunca conseguia ganhar, embora ele estivesse bem ali, perfeitamente conspícuo no cantinho direito. Foi assim que o sr. Darling a conquistou: os muitos cavalheiros que haviam sido meninos na época em que ela era menina descobriram simultaneamente que estavam apaixonados por ela, e todos correram para sua casa para lhe pedir em casamento. Com exceção do sr. Darling, que pegou um táxi, chegou primeiro e ficou com ela. Ficou com ela por inteiro, menos com a caixinha mais de dentro de todas e o beijo. Ele nunca soube da existência da caixinha e, com o tempo, desistiu de tentar ganhar o beijo. Wendy achava que Napoleão teria conseguido ganhá-lo, mas eu posso vê-lo tentando e em seguida indo embora num ataque de fúria, batendo a porta. O sr. Darling costumava se gabar para Wendy, dizendo que a mãe dela não apenas o amava, como também o respeitava. Ele era um desses homens profundos que entende de ações e fundos de investimento. É claro que ninguém entende disso na verdade, mas ele bem que parecia entender, e muitas vezes dizia que algumas ações estavam subindo e alguns investimentos estavam caindo de um jeito que teria feito qualquer mulher respeitá-lo. A sra. Darling se casou de branco e, no início, anotava minuciosamente tudo o que gastava, quase com ale-
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Contos da Disney gria, como se fosse uma brincadeira, sem deixar passar nem mesmo uma folha de alface; mas, após algum tempo, couves-flores inteiras foram ficando de fora, e no lugar delas apareciam desenhos de bebês sem rosto. A sra. Darling os desenhava quando deveria estar calculando as despesas da casa. Eles eram os palpites dela. Wendy veio primeiro, depois João, e depois Miguel. Durante as primeiras semanas após a chegada de Wendy, eles não sabiam se iam poder ficar com ela, pois era mais uma boca para comer. O sr. Darling estava terrivelmente orgulhoso dela, mas ele era um homem muito honroso, e sentava na beirada da cama da sra. Darling, segurando a mão dela e fazendo contas, enquanto ela o observava, suplicante. A sra. Darling queria arriscar, não importava o que acontecesse, mas ele não era assim; com ele tinha que ser tudo na ponta do lápis e, se ela o confundia com sugestões, ele tinha que começar do começo de novo. – Não me interrompa – implorava ele. – Eu tenho uma libra e dezessete aqui, mais dois xelins e seis no escritório, posso cortar o café no escritório, digamos que sejam menos dez xelins, o que dá duas, nove e seis, com mais os seus dezoito xelins e três, dá três, nove e sete, mais as cinco libras no meu talão de cheques, dá oito, nove e sete… Quem está se mexendo aí? Oito, nove e sete, e vai sete… Não fale, meu amor… E a libra que você emprestou para aquele homem que bateu à porta… Quieta, menina. Sete, e vai menina… Pronto, agora errei tudo! Eu tinha falado nove, nove e sete? Tinha, nove, nove e sete. A pergunta é: nós conseguimos passar um ano com nove, nove e sete? – É claro que conseguimos, Jorge! – exclamou a sra. Darling. Mas ela tinha uma queda por Wendy, e o sr. Darling é que tinha maior firmeza de caráter no casal. – Não se esqueça da caxumba – avisou ele, quase em tom de ameaça, e lá se foi de novo. – Caxumba custa uma libra, foi isso que eu anotei, mas talvez esteja mais para uns trinta xelins… Quieta… Sarampo, uma libra e cinco; rubéola, meio guinéu; dá duas libras, quinze e seis… Não sacuda o dedo… Coqueluche, digamos uns quinze xelins… E assim foi indo, e cada vez a conta dava um resultado diferente; mas, no fim, Wendy passou raspando, com a caxumba reduzida a doze xelins e seis, e o sarampo e a rubéola sendo tratados como uma doença só. João
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deu a mesma dor de cabeça, e Miguel escapou por um triz menor ainda; mas os dois ficaram, e logo foi possível ver as três crianças andando em fila até o Jardim de Infância da srta. Fulsom, acompanhadas pela babá. A sra. Darling gostava de cuidar de tudo com muito cuidado, e o sr. Darling era fanático por ser exatamente igual aos vizinhos; por isso, é claro que eles tinham uma babá. Como eram pobres, devido à quantidade de leite que as crianças bebiam, essa babá era uma cachorrinha terra-nova muito asseada que se chamava Naná e não pertencia a ninguém em particular até os Darling a contratarem. Mas ela sempre dera muita importância às crianças, e os Darling a haviam conhecido em Kensington Gardens, onde ela passava a maior parte de seu tempo livre enfiando o focinho nos carrinhos de bebês e sendo muito odiada pelas babás descuidadas, pois as seguia até suas casas e reclamava delas para as patroas. Naná se revelou um tesouro de babá. Era minuciosa na hora do banho, e se levantava a qualquer hora da noite se uma das crianças sob seus cuidados desse o menor gemido. É claro que sua casinha de cachorro ficava no quarto delas. Naná era um gênio na hora de saber se uma tosse era uma bobagem qualquer ou se era necessário enrolar um pano em volta da garganta. Até o fim de seus dias, acreditou em remédios antigos como folha de ruibarbo, e emitia sons de desprezo diante dessa mania moderna de falar de germes e coisas do tipo. Ver Naná acompanhando as crianças até a escola era uma lição de competência. Ela caminhava tranquilamente ao lado delas se estivessem se comportando bem, e lhes dava cabeçadas para fazê-las voltar para a fila quando se desgarravam. Nos dias em que João tinha futebol, Naná nunca esquecia o suéter dele, e em geral carregava um guarda-chuva na boca para o caso de o tempo mudar de repente. Havia uma sala no porão da escola da srta. Fulsom, onde as babás ficavam esperando. Elas se sentavam em bancos compridos e Naná se deitava no chão, mas essa era a única diferença. As babás fingiam não tomar conhecimento de Naná, acreditando que ela pertencia a uma classe social inferior; já Naná desprezava a mania das outras de fazer fofoca. Ela não gostava que as amigas da sra. Darling visitassem o quarto das crianças, mas, se elas aparecessem, Naná
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Contos da Disney primeiro trocava o macacão de Miguel pelo de fita azul, depois ajeitava a roupa de Wendy e finalmente dava uma penteada no cabelo de João. Nenhuma criança poderia ter recebido cuidados mais corretos, e o sr. Darling sabia disso, mas às vezes se inquietava, perguntando-se se os vizinhos comentavam. Ele tinha uma posição na sociedade a zelar. Naná também o deixava perturbado por outro motivo. Às vezes, ele tinha a sensação de que ela não o admirava. – Sei que ela o admira muitíssimo, Jorge – assegurava-lhe a sra. Darling, e então ressaltava para as crianças que elas precisavam ser excepcionalmente gentis com o pai. E assim tinham deliciosas sessões de dança, para as quais a única outra empregada, Lisa, às vezes era convidada. Ela parecia uma anãzinha com a saia comprida e a touca do uniforme, embora houvesse jurado, quando fora contratada, que passara dos dez anos há muito tempo. Como eram alegres essas brincadeiras! E a mais alegre de todas era a sra. Darling, rodopiando tão rápido que não era possível ver nada dela, só o beijo. E, se num momento desses alguém houvesse corrido para perto dela, talvez tivesse conseguido ganhá-lo. Nunca existiu uma família mais feliz, nem mais simples. Até a chegada de Peter Pan. A sra. Darling ouviu falar de Peter pela primeira vez quando estava organizando as mentes de seus filhos. À noite, todas as boas mães esperam seus filhos irem dormir para remexer suas mentes e arrumar tudo para a manhã seguinte, recolocando nos locais certos os diversos itens que saíram do lugar ao longo do dia. Se você conseguisse ficar acordado (mas é claro que não consegue), ia ver sua mãe fazendo isso, e ia achar muito interessante observá-la. É igualzinho a arrumar gavetas. Você a veria de joelhos, imagino eu, olhando divertida para parte do conteúdo, perguntando-se onde você arrumara aquilo, fazendo descobertas doces e outras nem tão doces, apertando as primeiras contra o rosto como se fossem tão lindas quanto um gatinho e escondendo as outras bem depressa num canto onde ninguém vai ver. Quando você acorda de manhã, as traquinagens e má-criações com as quais foi dormir foram dobradas até ficarem bem pequenas e guardadas no fim da pilha da sua mente; na parte de cima, bem arejados, estão espalhados seus pensamentos mais bonitos, prontinhos
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para você usar. Não sei se você já viu o mapa da mente de alguém. Os médicos às vezes fazem mapas de outras partes de você, e o seu mapa pode se tornar bastante interessante. Mas olhe o que acontece quando eles tentam fazer um mapa da mente de uma criança, que, além de ser confusa, dá voltas sem parar. O mapa tem linhas em zigue-zague iguais às dos gráficos de temperatura, e elas provavelmente são as estradas da ilha, pois a Terra do Nunca é sempre mais ou menos uma ilha, com pinceladas maravilhosas de cor aqui e ali, e recifes de coral e barcos velozes prontos para zarpar, e esconderijos selvagens e secretos, e gnomos que quase sempre são alfaiates, e cavernas atravessadas por rios, e príncipes com seis irmãos mais velhos, e uma cabana caindo aos pedaços, e uma velhinha bem baixinha com um nariz de gavião. Seria um mapa fácil se só tivesse isso; mas também tem o primeiro dia de aula, as rezas, os pais, o laguinho, as lições de costura, os assassinatos, os enforcamentos, os verbos transitivos diretos, o dia que tem sobremesa de chocolate, os primeiros suspensórios, o diga trinta e três, uma moeda se você arrancar seu dente sozinho, e por aí vai; e isso ou faz parte da ilha ou de outro mapa que aparece por baixo. E é tudo muito confuso, principalmente porque nada para quieto. É claro que as Terras do Nunca variam muito. A de João, por exemplo, tinha uma lagoa com flamingos voando em cima, nos quais ele atirava. Já a de Miguel, que era muito pequeno, tinha um flamingo com lagoas voando em cima. João morava num barco emborcado sobre a areia, Miguel numa oca de índio e Wendy numa casa de folhas muito bem costuradas. João não tinha amigos, Miguel tinha amigos à noite, Wendy tinha um lobo de estimação que havia sido abandonado pelos pais. Mas, em geral, as Terras do Nunca têm semelhanças entre si como os membros de uma família e, se elas ficassem paradas uma do lado da outra, você ia poder dizer que têm o mesmo nariz e coisas assim. Nessas praias mágicas as crianças sempre irão ancorar seus barquinhos. Nós também já estivemos lá; ainda podemos ouvir o barulho das ondas, mas nunca mais vamos desembarcar. De todas as ilhas deliciosas que existem, a Terra do Nunca é a mais aconchegante e compacta; não é grande e espalhada, sabe?, com aquelas distâncias chatas en-
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Contos da Disney tre uma aventura e outra. É bem apertadinha. Quando você brinca nela durante o dia, usando as cadeiras e a toalha da mesa, ela não é nem um pouco assustadora. Mas, nos dois minutos antes de você ir dormir, ela fica quase, quase real. É por isso que a gente sempre deixa uma luzinha acesa no quarto durante a noite. De tempos em tempos, em suas andanças pelas mentes de seus filhos, a sra. Darling encontrava coisas que não entendia e, de todas elas, a mais desconcertante era a palavra “Peter”. Ela não conhecia nenhum Peter, mas ele estava aqui e ali nas mentes de João e Miguel, enquanto na de Wendy seu nome começou a aparecer rabiscado por todo lado. O nome estava escrito em letras mais grossas que as de qualquer outra palavra e, quanto mais a sra. Darling olhava para ele, mais achava que tinha uma aparência estranhamente arrogante. – É, ele é muito arrogante mesmo – admitiu Wendy, um pouco chateada. Sua mãe a estava interrogando. – Mas quem é ele, meu amor? – Você sabe, mãe. É o Peter Pan. No início a sra. Darling não sabia, mas foi pensando em sua infância e se lembrou de um tal de Peter Pan que, diziam, morava com as fadas. Existem histórias estranhas sobre ele. Tem uma que diz que, quando as crianças morrem, Peter Pan fica com elas durante parte do caminho para que não tenham medo. A sra. Darling acreditara em Peter Pan na época, mas, agora que era casada e cheia de bom senso, duvidava muito que tal pessoa existisse. – Além do mais – ela disse para Wendy –, ele já deve ter ficado grande. – Ah, não, ele não é grande – garantiu Wendy, com toda a segurança. – É exatamente do meu tamanho. Ela quis dizer que Peter era do seu tamanho tanto em termos de mente quanto em termos de corpo. Wendy não sabia como sabia disso; só que sabia. A sra. Darling consultou o sr. Darling, mas ele deu um sorriso de pouco-caso. – Pode ter certeza – disse ele – que isso é alguma bobagem que a Naná está enfiando na cabeça deles. É exatamente o tipo de ideia que um cachorro teria. Deixe isso quieto, que vai passar. Mas não passou; e logo aquele menino levado deu um tremendo susto na sra. Darling. As crianças vivem as maiores aventuras sem se perturbar. Por exemplo, elas podem se lembrar de comentar, uma semana após o evento ter acontecido, que quando estavam passeando em
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meio às árvores encontraram seu falecido pai e brincaram muito com ele. Foi dessa maneira casual que Wendy, certa manhã, fez uma revelação inquietante. Foram encontradas no chão do quarto das crianças algumas folhas de árvore que certamente não estavam ali quando elas tinham ido dormir, e a sra. Darling estava observando as folhas, intrigada, quando Wendy disse com um sorriso tolerante: – Acho que foi o Peter de novo! – Do que você está falando, Wendy? – Foi muito feio ele não ter varrido as folhas – disse Wendy, suspirando. Ela era uma menina muito organizada. Wendy explicou, com a maior tranquilidade, que achava que Peter às vezes entrava no quarto à noite, sentava no pé de sua cama e tocava flauta para ela. Infelizmente, Wendy nunca acordava, e por isso não sabia como sabia, só que sabia. – Que bobagem, minha linda. Ninguém pode entrar na casa sem bater à porta antes. – Acho que ele entra pela janela – explicou Wendy. – Meu amor, o quarto fica no terceiro andar. – As folhas não estavam bem na frente da janela, mãe? Isso era verdade; as folhas haviam sido encontradas bem perto da janela. A sra. Darling não sabia o que pensar, pois tudo parecia tão natural para Wendy que ela não podia deixar o assunto para lá, dizendo que devia ter sido um sonho. – Minha filha! – exclamou a mãe. – Por que você não me falou isso antes? – Eu esqueci – respondeu Wendy, despreocupada, na pressa de tomar seu café da manhã. Ah, com certeza ela devia ter sonhado. Mas, por outro lado, lá estavam as folhas. A sra. Darling as examinou com cuidado; eram esqueletos de folha, mas ela tinha certeza de que não vinham de nenhuma árvore existente na Inglaterra. A sra. Darling se pôs de joelhos no chão e, usando uma vela, tentou encontrar pegadas feitas por um pé estranho. Enfiou o atiçador da lareira na chaminé e sacudiu-o de um lado para o outro. Deu batidinhas nas paredes. Deixou cair a ponta de uma fita métrica pela janela e viu que dali até o chão era uma distância de quase dez metros, e não havia nem um raminho pelo qual fosse possível escalar. Com certeza Wendy tinha sonhado. Mas Wendy não tinha sonhado, como foi provado na noite seguinte: a noite em que se pode dizer que as aventuras extraordinárias dessas crianças começaram.
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Rapunzel
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uma vez um distante reino, calmo e tranquilo até que um dia sua rainha, que está grávida, adoece. Seus súditos, para salvar a rainha, inventam um elixir com uma flor cultivada a partir de uma gota de luz solar. O medicamento restaura a saúde da rainha e concede poderes mágicos de cura para o bebê. No entanto, uma velha, malvada e ciumenta bruxa chamada Gothel seqüestra a pequena princesa, Rapunzel, logo após o nascimento, para poder usar os poderes dela para se manter jovem. Gothel tranca Rapunzel numa torre longe do mundo exterior e diz a Rapunzel que o mundo é perigoso e cheio de coisas horríveis, com pessoas egoístas. Rapunzel, acreditando nas mentiras de sua mãe, permanece dentro de sua torre, mas todos os anos no aniversário dela, Rapunzel observa os festivais das luzes, que acontece em um reino vizinho, sem saber que é em memória dela mesma, que foi roubada. Ela sonha um dia em ir para o reino para ver o festival. Finalmente, em seu aniversário de dezoito anos, ela reúne a coragem de pedir a Gothel para levá-la para o festival, ainda sem rodeios, Gothel se recusa, e ordena para Rapunzel que ela nunca vai pedir para deixar a torre novamente. Nesse mesmo dia, Flynn Rider, um ladrão charmoso e bonito, decide usar a torre de Rapunzel como esconderijo e depois, rouba as jóias da coroa. Rapunzel captura ele, leva a mochila contendo as jóias, e mantém ele refém, até decidir que se ele levar ela para o festival, ela dará a bolsa em troca. Para distrair a mãe, Rapunzel pede uma tinta especial feita de conchas para seu aniversário, o que levaria três dias para que ela conseguisse. Rapunzel e Flynn saem da torre, e acabam envolvidos em vários acidentes, e com o passar do tempo, acabam se respeitando e dependendo uns dos outros. Em um ponto, Rapunzel revela sua história para Flynn. De acordo com a Mamãe Gothel, as pessoas queriam Rapunzel por causa de seu cabelo mágico, e assim ela foi trancada na torre por sua segurança. No entanto, se seu cabelo for cortado, ela perderia seu poder e ele mudaria de cor. Mamãe Gothel, acaba descobrindo da fuga de Rapunzel, seguindo ela e enfrentando a mesma. Quando Rapunzel se recusa a voltar para casa, Gothel diz que a única razão de Flynn estar com ela, é por que ele quer a bolsa com as jóias. Gothel também contrata dois bandidos para um
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Contos da Disney esquema maior. Durante o festival, Rapunzel e Flynn se aproximam e começam a se apaixonar, antes que ele a leva para fora em um barco para finalmente ver as luzes flutuantes. Agora os sentimentos de Flynn para ela são genuínos, Rapunzel dá de volta a sua mochila. Depois de voltar para a praia, Gothel encena seu plano, sequestrando Rapunzel, deixando ela na torre, enquanto Flynn foge. Rapunzel, de coração partido com a traição de Flynn, concorda com Gothel para nunca deixar a torre novamente. No entanto, após examinar uma bandeira do festival percebe que tudo está ligado. Isso desperta memórias de infância de Rapunzel, e ela percebe que ela é a princesa perdida do reino. Ela confronta Gothel, e depois de descobrir a verdade, ela jura que não será mais usada por sua “mãe”. Flynn logo chega, e tenta resgatar Rapunzel. No entanto, ele a encontra amarrada e amordaçada e é fatalmente esfaqueado por Gothel. Rapunzel, pede para Gothel deixar ela curar Flynn e em troca, ela ficará na torre para sempre. Gothel concorda, mais Flynn, preferindo pela liberdade de Rapunzel, corta seus cabelos, fazendo ela perder sua força. Como a magia do cabelo desaparece, Gothel rapidamente começa a envelhecer e tropeça no cabelo cortado de Rapunzel e cai pela janela onde seu corpo se desfaz em pó antes que chegue ao chão. Agora, sem ter como curar ele, Rapunzel vê Flynn, que morre de seus ferimentos pouco tempo depois, mas não antes de confirmar seu amor por ela. No entanto, em sua tristeza, Rapunzel é capaz de terminar o seu encantamento de cura e uma única gota de lágrima revive ele. Flynn reúne Rapunzel com seus pais e, durante uma celebração no reino, ela toma seu lugar como princesa. Assim, os dois se casaram e eles viveram felizes para sempre.
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O gato de Botas
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uma vez um moleiro, que tinha três filhos, repartindo à hora da morte seus únicos bens, deu ao primogênito o moinho; ao segundo, o seuburro; e ao mais moço apenas um gato. Este último ficou muito descontente com a parte que lhe coube da herança, mas o gato lhe disse: — Meu querido amo, compra-me um par de botas e um saco e,em breve, te provarei que sou de mais utilidade que um moinho ou um asno. Assim, pois, o rapaz converteu todo o dinheiro que possuía num lindo par de botas e num saco para o seu gatinho. Este calçou as botas e, pondo o saco às costas, encaminhou-se para um sítio onde havia uma coelheira. Quando ali chegou, abriu o saco, meteu-lhe uma porção de farelo miúdo e deitou-se no chão fingindo-se morto. Excitado pelo cheiro do farelo, o coelho saiu de seu esconderijo e dirigiu-se para o saco. O gato apanhou-o logo e levou-o ao rei, dizendo-lhe: — Senhor, o nobre marquês de Carabás mandou que lhe entregasse este coelho. Guisado com cebolinhas será um prato delicioso. — Coelho?! — Exclamou o rei. — Que bom! Gosto muito de coelho, mas o meu cozinheiro não consegue nunca apanhar nenhum. Dize ao teu amo que eu lhe mando os meus mais sinceros agradecimentos. No dia seguinte, o gatinho apanhou duas perdizes e levou-as ao rei como presente do marquês de Carabás. O rei ficou tão contente que mandou logo preparar a sua carruagem e, acompanhado pela princesa, sua filha, dirigiu-se para a casa do nobre súdito que lhe tinha enviado tão preciosas lembranças. O gato foi logo ter com o amo: — Vem já comigo, que te vou indicar um lugar, no rio, onde poderás tomar um bom banho. O gato conduziu-o a um ponto por onde devia passar a carruagem real, disse-lhe que se despisse, que escondesse a roupa debaixo de uma pedra e se lançasse à água. Acabava o moço de desaparecer no rio quando chegaram o rei e a princesa. — Socorro! Socorro! — gritou o bichano. — Que aconteceu? — perguntou o rei. — Os ladrões roubaram a roupa do nobre marquês de Carabás!— disse o gato. — Meu amo está dentro da água e sentirá câimbras. O rei mandou imediatamente uns servos ao palácio; voltaram daí a pouco com um magnífico vestuário feito para o próprio rei, quando jovem. O dono do gato vestiu-o e ficou tão bonito que a princesa, assim que o viu, dele se enamorou. O rei
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também ficou encantado emurmurou: — Eu era exatamente assim, nos meus tempos de moço. O gato estava radiante com o êxito do seu plano; e, correndo à frente da carruagem, chegou a uns campos e disse aos lavradores: — O rei está chegando; se não lhes disserem que todos estes campos pertencem ao marquês de Carabás, faço-os triturar como carne para almôndegas. De forma que, quando o rei perguntou de quem eram aquelas searas, os lavradores responderam-lhe: — Do muito nobre marquês de Carabás.— Com a breca! — disse o rei ao filho mais novo do moleiro. — Que lindas propriedades tens tu! O moço sorriu perturbado, e o rei murmurou ao ouvido da filha: — Eu também era assim, nos meus tempos de moço. Mais adiante, o gato encontrou uns camponeses ceifando trigo e lhes fez a mesma ameaça: — Se não disserem que todo este trigo pertence ao marquês de Carabás, faço picadinho de vocês. Assim, quando chegou a carruagem real e o rei perguntou de quem era todo aquele trigo, responderam: — Do mui nobre marquês de Carabás. O rei ficou muito entusiasmado e disse ao moço: — Ó marquês! Tens muitas propriedades! O gato continuava a correr à frente da carruagem; atravessando um espesso bosque, chegou à porta de um magnífico palácio, no qual vivia um ogro que era o verdadeiro dono dos campos semeados. O gatinho bateu à porta e disse ao ogro que a abriu: — Meu querido ogro, tenho ouvido por aí umas histórias a teu respeito. Dize-me lá: é certo que te podes transformar no que quiseres? — Certíssimo — respondeu o ogro, e transformou-se num leão. — Isso não vale nada — disse o gatinho. – Qualquer um pode inchar e aparecer maior do que realmente é. Toda a arte está em se tornar menor. Poderias, por exemplo, transformar-te em rato? — É fácil — respondeu o ogro, e transformou-se num rato. O gatinho deitou-lhe logo as unhas, comeu-o e desceu logo a abrir a porta, pois naquele momento chegava a carruagem real. E disse: — Bem vindo seja, senhor, ao palácio do marquês de Carabás. — Olá! — disse o rei — que formoso palácio tens tu! Peço-te a fineza de ajudar a princesa a descer da carruagem. O rapaz, timidamente, ofereceu o braço à princesa e o rei murmurou-lhe ao ouvido: — Eu também era assim tímido,
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Contos da Disney nos meus tempos de moço. Entretanto, o gatinho meteu-se na cozinha e mandou preparar um esplêndido almoço, pondo na mesa os melhores vinhos que havia na adega; e quando o rei, a princesa e o amo entraram na sala de jantar e se sentaram à mesa, tudo estava pronto. Depois do magnífico almoço, o rei voltou-se para o rapaz e disse-lhe: — Jovem, és tão tímido como eu era nos meus tempos de moço. Mas percebo que gostas muito da princesa, assim como ela gosta de ti. Por que não a pedes em casamento? Então, o moço pediu a mão da princesa, e o casamento foi celebrado com a maior pompa. O gato assistiu, calçando um novo parde botas com cordões encarnados e bordados a ouro e preciosos diamantes. E daí em diante, passaram a viver muito felizes. E se o gato às vezes ainda se metia a correr atrás dos ratos, era apenas por divertimento; porque absolutamente não mais precisava de ratos para matar a fome…
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JoĂŁo e Maria
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uma vez nss margens de uma floresta existia, há muito tempo, uma cabana pobre feita de troncos de árvores, onde moravam um lenhador, sua segunda esposa e seus dois filhinhos, nascidos do primeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina, Maria. Na casa do lenhador, a vida sempre fora difícil, mas, naquela época, as coisas pioraram: não havia pão para todos. — Mulher, o que será de nós? Acabaremos morrendo de fome. E as crianças serão as primeiras. — Há uma solução… – disse a madrasta, que era muito malvada – amanhã daremos a João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos. O lenhador não queria nem ouvir um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo. No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou a chorar. — E agora, João? sozinhos na mata, vamos nos perder e morrer. — Não chore — tranqüilizou o irmão. — Tenho uma idéia. Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da Lua e as escondeu no bolso. Depois voltou para a cama. No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças. — Vamos cortar lenha na mata. Este pão é para vocês. Partiram os quatro. O lenhador e a mulher na frente, as crianças atrás. A cada dez passos, João deixava cair no chão uma pedrinha branca, sem que ninguém percebesse. Quando chegaram bem no meio da mata, a madrasta disse: – João e Maria, descansem enquanto nós vamos rachar lenha para a lareira. Mais tarde passaremos para pegar vocês. Os dois irmãos, após longa espera, comeram o pão e, cansados e fracos, adormeceram. Acordaram à noite, e nem sinal dos pais. — Estamos perdidos! Nunca mais encontraremos o caminho de casa! — soluçou Maria. — Quando a Lua aparecer no céu acharemos o caminho de casa — consolou-a o irmão. Quando a Lua apareceu, as pedrinhas que João tinha deixado cair pelo atalho começaram a brilhar, e, seguindo-as, os irmãos conseguiram voltar à cabana. Ao vê-los, os pais ficaram espantados. O lenhador, em seu íntimo, estava contente, mas a mulher não. Assim que foram deitar, disse que precisavam tentar novamente, com o mesmo plano. João,
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que tudo escutara, quis sair à procura de outras pedrinhas, mas não pôde, pois a madrasta trancara a porta. Maria estava desesperada. — Como poderemos nos salvar desta vez? — Daremos um jeito, você vai ver. Na madrugada do dia seguinte, a madrasta acordou as crianças e foram novamente para a mata. Enquanto caminhavam, Joãozinho esfarelou todo o seu pão e o da irmã, fazendo uma trilha. Desta vez afastaram-se ainda mais de casa e, chegando a uma clareira, os pais deixaram as crianças com a desculpa de cortar lenha, abandonando-as. João e Maria adormeceram, famintos e cansados. Quando acordaram, estava muito escuro, e Maria desatou a chorar. Mas desta vez não conseguiram encontrar o caminho: os pássaros haviam comido todas as migalhas. Andaram a noite toda e o dia seguinte inteirinho, sem conseguir sair daquela floresta, e estavam com muita fome. De repente, viram uma casinha muito mimosa. Aproximaram-se, curiosos, e viram, encantados, que o telhado era feito de chocolate, as paredes de bolo e as janelas de jujuba. — Viva!— gritou João. E correu para morder uma parte do telhado, enquanto Mariazinha enchia a boca de bolo, rindo. Ouviu-se então uma vozinha aguda, gritando no interior da casinha: — Quem está o teto mordiscando e as paredes roendo? As crianças, pensando que a voz era de uma menina de sua idade, responderam: — É o Saci-pererê que está zombando de você! Subitamente, abriu-se a porta da casinha e saiu uma velha muito feia, mancando, apoiada em uma muleta. João e Maria se assustaram, mas a velha sorriu, mostrando a boca desdentada. — Não tenham medo, crianças. Vejo que têm fome, a ponto de quase destruir a casa. Entrem, vou preparar uma jantinha. O jantar foi delicioso, e a velha senhora ajeitou gostosas caminhas macias para João e Maria, que adormeceram felizes. Não sabiam, os coitadinhos, que a velha era uma bruxa que comia crianças e, para atraí-las, tinha construído uma casinha de doces. Agora ela esfregava as mãos, satisfeita. — Estão em meu poder, não podem me escapar. Porém estão um pouco magros. É preciso fazer alguma coisa. Na manhã seguinte, enquanto ainda estavam dormindo, a bruxa agarrou João e o prendeu em um porão escuro, depois, com uma sacudida,
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Contos da Disney acordou Maria. — De pé, preguiçosa! Vá tirar água do poço, acenda o fogo e apronte uma boa refeição para seu irmão. Ele está fechado no porão e tem de engordar bastante. Quando chegar no ponto vou comê-lo. Mariazinha chorou e se desesperou, mas foi obrigada a obedecer. Cada dia cozinhava para o irmão os melhores quitutes. E também, a cada manhã, a bruxa ia ao porão e, por ter vista fraca e não enxergar bem, mandava: — João, dê-me seu dedo, quero sentir se já engordou! Mas o esperto João, em vez de um dedo, estendia-lhe um ossinho de frango. A bruxa zangava-se, pois apesar do que comia, o moleque estava cada vez mais magro! Um dia perdeu a paciência. — Maria, amanhã acenda o fogo logo cedo e coloque água para ferver. Magro ou gordo, pretendo comer seu irmão. Venho esperando isso há muito tempo! A menina chorou, suplicou, implorou, em vão. A bruxa se aborrecera de tanto esperar. Na manhã seguinte, Maria tratou de colocar no fogo o caldeirão cheio de água, enquanto a bruxa estava ocupada em acender o forno para assar o pão. Na verdade ela queria assar a pobre Mariazinha, e do João faria cozido. Quando o forno estava bem quente, a bruxa disse à menina: — Entre ali e veja se a temperatura está boa para assar pão. Mas Maria, que desconfiava sempre da bruxa, não caiu na armadilha. — Como se entra no forno? — perguntou ingenuamente. — Você é mesmo uma boba! Olhe para mim! — e enfiou a cabeça dentro do forno. Maria empurrou a bruxa para dentro do forno e fechou a portinhola com a corrente. A malvada queimou até o último osso. A menina correu para o porão e libertou o irmão. Abraçaram-se, chorando lágrimas de alegria; depois, nada mais tendo a temer, exploraram a casa da bruxa. E quantas coisas acharam! Cofres e mais cofres cheios de pedras preciosas, de pérolas… Encheram os bolsos de pérolas. Maria fez uma trouxinha com seu aventalzinho, e a encheu com diamantes, rubis e esmeraldas. Deixaram a casa da feiticeira e avançaram pela mata. Andaram muito. Depois de algum tempo, chegaram a uma clareira, e perceberam que conheciam aquele lugar. Certa vez tinham apanhado lenha ali, de outra vez tinham ido colher mel naquelas árvores… Final-
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mente, avistaram a cabana de seu pai. Começaram a correr naquela direção, escancararam a porta e caíram nos braços do lenhador que, assustado, não sabia se ria ou chorava. Quantos remorsos o tinham atormentado desde que abandonara os filhos na mata! Quantos sonhos horríveis tinham perturbado suas noites! Cada porção de pão que comia ficava atravessada na garganta. Única sorte, a madrasta ruim, que o obrigara a livrar-se dos filhos, já tinha morrido. João esvaziou os bolsos, retirando as pérolas que havia guardado. Maria desamarrou o aventalzinho e deixou cair ao chão a chuva de pedras preciosas. Agora, já não precisariam temer nem miséria nem carestia. E assim, desde aquele dia o lenhador e seus filhos viveram na fartura, sem mais nenhuma preocupação.
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A pequena Sereia
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uma vez o dia do concerto no reino do rei Tritão, no fundo do mar. Sereias e tritões apressavam-se em direção ao recinto para arranjar um bom lugar. Sebastião, o caranguejo compositor, dava os primeiros sinais para organizar a orquestra e assim poder começar o concerto. Ia ser uma noite muito especial pois além de seis das filhas do rei Tritão irem cantar e dançar no palco, ao som da orquestra subaquática, também a sereia Ariel iria cantar o seu primeiro solo! Os primeiros sons começaram a ouvir-se e as sereias começaram a cantar uma melodia mágica que encantava a todos os que a ouviam. Quando chegou a vez de Ariel cantar, a grande concha onde ela deveria estar abriu-se e, surpresa das surpresas, estava vazia! O rei, enfurecido, gritou por Ariel e mandou os seus tritões procurá-la. Perto dali, Ariel e o seu amigo linguado nadavam em volta de um navio naufragado, tentando encontrar alguma coisa interessante. Ariel tinha-se esquecido completamente do concerto! Estavam tão distraídos, que só se deram conta da presença de um tubarão quando este estava mesmo junto deles. Os dois amigos nadaram desesperadamente para poderem fugir do tubarão mas este, como era mais rápido, estava prestes a alcançá-los. Ariel puxou então o linguado, fazendo-o passar por um pequeno buraco de uma âncora. Quando o grande tubarão tentou fazer o mesmo, ficou preso, sem se conseguir mexer. “Bem feita!” Disse o linguado, e Ariel e o seu amigo afastaram-se tranquilamente. Entretanto, nas profundezas do mar, a bruxa Úrsula olhava pela sua bola mágica para espiar Ariel. Úrsula ansiava por poder ficar com a maravilhosa voz da Ariel. No navio naufragado, Ariel tinha encontrado um garfo, e como não sabia o que era aquilo, mostrou-o à gaivota Sabichão. “Isto é um garfo. Pertence ao mundo dos humanos e serve para pentear os cabelos”, dizia o Sabichão, muito convencido do que dizia. Ariel regressava a casa quando, pelo caminho se lembrou do concerto: “Oh, esqueci-me do concerto! O pai vai ficar tão zangado…”. E apressou-se a regressar a casa. Quando o rei falou com a Ariel, ficou a saber não só que ela se tinha esquecido do concerto como tinha vindo à superfície em busca de tesouros que pertenciam aos humanos. “Ordeno-te que não voltes à superfície!”, Gritou o pai, enfurecido. E a
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Contos da Disney seguir, o rei foi falar com o caranguejo Sebastião para que vigiasse a Ariel.Ariel continuava a sonhar com o mundo dos humanos e não percebia como é que um mundo que fazia coisas tão bonitas podia ser tão mau, como o pai lhe dizia. Numa noite de tempestade, um navio atravessava os mares com bastante dificuldade. Nele viajava o jovem príncipe Eric. O mar tornava-se cada vez mais agitado até que um dos seus marinheiros gritou: “Vem aí um furacão Senhor!”. Mas antes que pudessem fazer alguma coisa para se protegerem, ondas gigantes atiraram o barco contra as rochas e este afundou-se, lançando o príncipe Eric para o mar. Ariel ao dar-se conta que o príncipe se afundava, nadou até ele para o salvar. O príncipe foi levado pela sereia até à praia e cantou até ele acordar. Assim que acordou e olhou para Ariel, ouviu-a dizer: “Um dia hei de fazer parte do teu mundo”, e rapidamente se afastou do príncipe e mergulhou até ao fundo do mar. O príncipe foi encontrado por um criado que o levou até o palácio. Pelo caminho, Eric contou ao empregado que tinha sido salvo por uma linda rapariga com uma voz maravilhosa. Novamente o rei Tritão descobriu que Ariel tinha ido outra vez à superfície e ficou muito zangado, e, mais uma vez disse: “Ariel, os humanos são todos iguais! São selvagens e incapazes de amar!”. E com um golpe só, vindo do seu tridente, destruiu todos os tesouros de Ariel, deixando-a desconsolada. Enquanto Ariel chorava, duas enguias malvadas disseram a Ariel que todos os seus sonhos poderiam ser realizados se falasse com Úrsula, a bruxa do mar. Ariel decidiu ir ter com a bruxa e esta concordou em ajudar a sereia em troca da sua voz! Ariel queria tanto ter pernas para ir ter com o príncipe por quem se apaixonara e por isso aceitou. Mas a bruxa acrescentou: ” Terás três dias, até ao por do sol, para que o príncipe se apaixone por ti. Se isso não acontecer, voltarás a ser sereia e minha escrava para sempre!”. Ariel concordou e passado pouco tempo encontrava-se na praia, com a sua cauda transformada em lindas pernas. O príncipe Eric que passeava com o seu cão na praia viu Ariel e correu até ela, perguntando-lhe se já se conheciam. Mas Ariel, sem a sua voz, só conseguiu acenar que
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sim com a cabeça. Eric sentia que Ariel era a sereia que a tinha salvado, mas como? Ela não conseguia falar quanto mais cantar! Eric levou Ariel para o palácio e apresentou-a a todos. Os dias iam passando e os dois estavam muito felizes juntos. Entretanto no fundo do oceano, o rei Tritão estava preocupado pois não encontrava Ariel. Úrsula, com a sua bola mágica, observava Ariel e o príncipe, cada vez mais apaixonados. Então imaginou um plano para os separar. Transformou-se numa bela menina chamada Vanessa e usou a voz da Ariel, que se encontrava guardada num búzio mágico ao pescoço da bruxa, para enganar o príncipe. Quando o príncipe ouviu Vanessa cantar, ficou logo enfeitiçado e decidiu casar com ela. Ariel tinha perdido o amor da sua vida e iria ser escrava de Úrsula para sempre! Sabidão, a gaivota amiga de Ariel, que se encontrava a bordo do barco onde iam casar Eric e Vanessa, conseguiu descobrir que Vanessa afinal era Úrsula disfarçada e avisou o Sebastião. Os dois, juntamente com outros animais do mar tentavam impedir o casamento. No meio da confusão, o buzio da bruxa caiu ao chão e Ariel recuperou de novo a sua voz! Ao ver Eric, chamou por ele: ”Eric!”. O príncipe olhou para Ariel e exclamou. “Tu consegues falar… afinal és tu! Foste sempre tu…”. Ariel e Eric estavam prestes a beijar-se quando Úrsula se transformou num monstro marinho e arrastou Ariel para si. A noite caiu e as pernas de Ariel voltaram a ser cauda de sereia. O rei Tritão apareceu e Úrsula falou-lhe do acordo que tinha feito com a sua filha. O rei propôs à bruxa que libertasse Ariel ficando o rei como seu escravo. Úrsula aceitou e assim que adquiriu os poderes do rei, ficou ainda maior e mais malvada e gritou: “Agora sou eu quem manda no oceano!”. Ao ver isto, o corajoso príncipe levou o navio em direção a Úrsula, fazendo com que a parte da frente do barco lhe atravessasse o seu frio coração! O corpo da bruxa afundou-se no mar e os poderes do rei voltaram. O rei Tritão percebendo que Eric e Ariel gostavam um do outro, transformou a cauda de Ariel em pernas novamente, para que Ariel pudesse viver feliz para sempre junto do seu príncipe Eric, e viveram felizes para sempre
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