REDEFININDO O ESPAÇO URBANO ORLA PORTUÁRIA DE SANTOS
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
Gabriela Santos Nuñez Orientação Profª Maria Carolina Maziviero
São Paulo, 09 de novembro de 2016
“Espaço é a paisagem mais a vida que a anima” - Milton Santos
SUMÁRIO
1.APRESENTAÇÃO 1.1 Aproximação com a área ...................................................................................................................................................................... 01 2. CONTEXTO DA ÁREA 2.1 O retorno ao centro: Investimentos no centro histórico no século XXI ............................................................................................... 05 2.1.1 Museu Pelé: Projeto âncora do Alegra Centro .................................................................................................................................. 07 2.1.2 Marina Porto de Santos: Projeto de Revitalização da Área Portuária .............................................................................................. 08 2.1.3 Pré-Sal: A implantação da Petrobrás e Hotel Ibis ............................................................................................................................ 10 3.ASCENSÃO E DECLÍNIO DOS NÚCLEOS CENTRO E VALONGO: PANORÂMA DE FORMAÇÃO 3.1 História da formação da cidade e do porto de Santos .......................................................................................................................... 15 3.2 Núcleos Urbanos: Centro e Valongo ................................................................................................................................................... 18 3.3. Os armazéns do porto: Armazéns 1 ao 4 ............................................................................................................................................ 20
4. LEVANTAMENTO DE DADOS E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA 4.1 Mapeamento ........................................................................................................................................................................................ 25 4.1.1 Uso e Ocupação do Solo ................................................................................................................................................................... 25 4.1.2 Fluxos ............................................................................................................................................................................................... 29 4.1.3 Futuros Projetos ................................................................................................................................................................................ 35 4.2 Legislação ............................................................................................................................................................................................ 38 4.2.1 Plano Diretor ..................................................................................................................................................................................... 38 4.2.2 Alegra Centro .................................................................................................................................................................................... 41 4.2.3 Alegra Centro Habitação .................................................................................................................................................................. 41 4.2.4 Plano de Mobilidade Urbana ............................................................................................................................................................ 44 5.ESTUDOS DE CASOS E REFERÊNCIAS 5.1 Relação Centro Histórico e Orla Portuária .......................................................................................................................................... 54 5.2 Espaços Públicos: Ativando o meio urbano ........................................................................................................................................ 57 5.3 Ligação com o mar .............................................................................................................................................................................. 62 5.4 Intervindo no Patrimônio Histórico ..................................................................................................................................................... 64
6.PROJETO: Redefinindo o Espaço Urbano – Orla Portuária de Santos 6.1 Desenvolvimento do Conceito e Aproximação com a área ............................................................................................................... 70 6.1.1 Exposição Temática ........................................................................................................................................................................ 70 6.1.2 Aproximação com a área ................................................................................................................................................................ 72 6.2 Processo de Investigação da Área e Projeto ...................................................................................................................................... 73 6.2.1 Escala de Estudo ............................................................................................................................................................................. 73 6.2.2 Escala do Masterplan ...................................................................................................................................................................... 75 6.2.3 Escala do Detalhe ........................................................................................................................................................................... 75 6.2.4 Proposta para os Armazéns ............................................................................................................................................................ 102 6.2.5 Cortes ............................................................................................................................................................................................. 114 6.2.6 Perspectivas ................................................................................................................................................................................... 118 7. BIBLIOGRAFIA
1.APRESENTAÇÃO
1 Como
podemos
observar,
as
cidades
litorâneas sempre estabeleceram de alguma maneira uma relação com suas áreas portuárias. No início de suas histórias, como o caso de Santos, a relação estava atrelada ao fato de o porto ter sido o ponto de desembarque das primeiras embarcações que chegaram à cidade. Desempenhando atividades marítimas que impulsionaram a economia local transformou-se a região adjacente ao porto em um centro de importância comercial e, no decorrer dos anos adquiriu valor histórico. As novas atividades
desempenhadas
pelo
porto,
desvincularam de forma gradativa a relação com seu centro devido, principalmente, as novas tecnologias implantadas na área portuária; como o aumento da dimensão dos navios que necessitavam de maior calado e a utilização de contêiner, deslocando
assim, o porto para áreas mais afastadas. (SOUZA,2012). Inicia-se desta maneira um processo de afastamento entre as partes; o que resulta em regiões com dinâmicas urbanas distintas e, com entraves que dificultam sua reaproximação.
Adotando como
premissa o restabelecimento das relações urbanas entre o porto e seu centro histórico, a cidade de Santos torna-se objeto de estudo e de intervenção devido às condições existentes que possibilitam a reaproximação entre as partes. A ideia de reaproximação entre o porto e a cidade é estabelecida através de projetos com âmbito
cultural,
habitacional,
econômico
buscando
sempre
e a
vinculação entre as propostas, assim, como o meio urbano e social existente.
2 1.1 APROXIMAÇÃO E ESCOLHA DA ÁREA
Figura 1 - Mapa da cidade de Santos
A região central de Santos e o trecho do Porto Valongo apresentam condições propícias para a implantação do projeto de requalificação urbana, além de abrigar um acervo arquitetônico histórico de suma importância. A delimitação do perímetro foi definida a partir de pré-existências (indicados no mapa) que darão suporte à proposta de projeto, assim como, por ser uma área em foco, de desenvolvimento do centro. Tomando como premissa a aproximação entre o porto e a cidade, a Rua São Bento será o eixo estruturador do projeto, que ligará as áreas dos armazéns ao centro histórico.
Fonte: Desenvolvido pelo autor baseado no Google Mapas
3
4
2.1 O RETORNO AO CENTRO: INVESTIMENTOS NO CENTRO HISTÓRICO NO SÉCULO XXI O
processo
de
retomada
do
Alegra Centro. Esse programa caracteriza-
Em 2008 é criado o Alegra Centro
desenvolvimento do centro histórico de
se pela revitalização e desenvolvimento da
Habitação,
Santos teve início no Plano Diretor de
região central histórica de Santos. Foi
complementar, que objetiva a reabilitação
1968, mas sua real implantação ocorreu a
transformado em Lei Complementa nº 470
do uso residencial na região adjacente ao
partir do Plano Diretor de 1998, através do
em 2003, e tem como objetivo a retomada
perímetro do Alegra Centro. A questão
instrumento de proteção, conhecido como
do desenvolvimento socioeconômico do
habitacional para a população de baixa
A.P.C (Áreas de Proteção Cultural),
centro histórico da cidade de Santos. As
renda em Santos passa por conflitos em
definidas a partir dos Corredores de
estratégias do programa são a preservação
relação a sua localização desde a segunda
Proteção
C.P.C.
do patrimônio histórico cultural, renovação
metade do século XIX. Ela está atrelada
(MAZIVIERO,2013). O retorno ao centro
urbana com a implantação de edifícios
principalmente ao fato de haver a
histórico está vinculado com a questão da
dotados de infraestrutura e alta tecnologia
valorização de terrenos a beira-mar e, a
preservação do patrimônio histórico, a qual
no Valongo e Paquetá, assim como a
inexistência de terrenos para a implantação
chegou a Santos em 1940, através da
requalificação urbana. O Alegra Centro
das mesmas. Desta forma impossibilita a
SPHAN
incentiva a implantação de atividades e
fixação da população e as força a migrarem
empreendimentos voltados ao comércio e,
para regiões com menos infraestruturas e,
ao turismo aliados à valorização da
até mesmo, cidades vizinhas para a
paisagem urbana e do patrimônio histórico.
instalação
Cultural
(Secretaria
-
do
Patrimônio
Histórico Nacional). Como instrumento de recuperação desta região foi criado em 2001 o programa
como
de
(MAZIVIERO,2013).
projeto
suas
de
lei
moradias.
5 No entanto, devido ao desenvolvimento
portuária em desuso, que garanta a
expulsão
econômico da baixada, estar localizada na
integração entre as partes.
processo conhecido como gentrificação
cidade de Santos, essa população é conduzida a se deslocar diariamente à cidade para trabalhar.
A política de reformulação do centro histórico de Santos é válida, no entanto, implica em alguns impasses como: a valorização dos bens patrimoniais pela
se dá pelo Movimento Centro Vivo, que
comunidade, através da participação no
reúne empresários interessados na sua
processo de tomada de decisões, a
revitalização. Já em 1999, o novo plano
implantação de projetos e programas
diretor do Município contempla o centro
oficiais. O reconhecimento e a preservação
histórico com o Potencial de Crédito
do patrimônio histórico ocorrerão, a partir
Construtivo,
a
do momento em que sua utilização
valorização do patrimônio arquitetônico
responda as necessidades da coletividade.
do centro da cidade de Santos. Em 2000, a
Assim a restauração dos bens culturais e
inauguração da linha do bonde turístico
dos conjuntos urbanos e as intervenções
consolida o processo e o centro histórico
projetuais no centro, deverão atender às
passa
do
necessidades dos usuários locais e, não
desenvolvimento da cidade; havendo a
somente, atrair a população solvente, a
necessidade de uma reestruturação da área
qual ao longo dos anos provocará a
a
ser
contribuiu
roteiro
para
obrigatório
primeiros,
através
do
(KRUSE,2011). No capitulo a seguir estão
Outra iniciativa de recuperação do centro
que
dos
descritos os principais projetos realizados no centro da cidade de Santos, a partir dessa retomada de investimentos no século XXI, sendo eles, Museu Pelé, Marina Porto de Santos, sede da Petrobrás e Hotel Íbis.
6 2.1.1 MUSEU PELÉ: PROJETO ÂNCORA DO ALEGRA CENTRO configuração
central da cidade e foi um dos projetos
construção
seu
tradicional, construindo-se dentro desta
âncoras do programa de revitalização
interior
estilo
“casca” um novo edifício, com estrutura
Alegra Centro, além de estar inserido
neoclássico do século XIX, e que foi
independente. Atualmente, o Museu Pelé é
também no projeto Marina Porto de
considerado bem tombado pelo Patrimônio
um dos pontos turísticos da área de
Santos. O Museu ocupa um dos antigos
Histórico. Houve a recuperação das
intervenção, junto com a estação do
casarões do Valongo, século XIX, que
fachadas,
Valongo.
antigamente sediou a Prefeitura Municipal.
original e os acabamentos. Refez-se a
contemporânea,
se
caracteriza
reconstruído
onde pelo
a
volumetria
Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/ - Acesso em 24/03/2016
volumétrica
e
estética
Figura 4 – Museu após o restauro
Figura 3 – Museu antes do restauro
SÉC. XX: Restauro
Figura 2 – Sede da Prefeitura
SÉC. XX / XXI: Abandono
O edifício foi adaptado em uma nova
SÉC. XX: Sede da Prefeitura
O Museu Pelé está instalado na região
7 2.1.2 MARINA PORTO DE SANTOS: PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DA ÁREA PORTUÁRIA Figura 5 – Projeto do Porto Valongo - Arup
A região do Porto Valongo em Santos e seu centro histórico estão no foco de projetos de intervenção nos últimos anos. Esse processo se deu devido aos programas de revitalização da área; como o Alegra Centro, aliado ao descobrindo do pré-sal. Dentro
deste
panorama,
está
em
desenvolvimento o projeto Marina Porto de Santos, desenvolvido pelo escritório Arup. Com o objetivo de estimular a economia da cidade através do aumento das atividades turísticas e atração de sedes de empresas corporativas, o projeto prevê um novo terminal de cruzeiros na cidade, tornando-o um dos mais movimentados do mundo.
Fonte:http://www.arup.com/projects/santos_valongo_waterfront_regeneration?sc_lang=pt-BR Acesso em 02/04/2016
8 O projeto visa transformar a área crítica da
em um parque e facilitando a mobilidade
e terá um caráter conflitante devido ao fato
orla de 1,2 km de extensão e o centro
de pedestres entre a orla e a área urbana da
de os navios de carga ainda exercerem as
histórico em um polo turístico e cultural,
cidade. Além disso, o escritório Arup, irá
atividades portuárias, assim como, a
entre os armazéns um ao oito. Essa área
propor a construção de edifícios sobre a
estreita largura do canal que também é um
contemplará um novo terminal para navios
água. Eles alegam a falta de solo edificável
impasse para a implantação do projeto.
de cruzeiros, uma marina, espaços de
na região para acomodar o novo terminal,
varejo e escritórios, além, de instalações de
a esplanada de pedestre e as outras funções
hospitalidade
propostas próximas à orla.
e
entretenimento.
O
escritório será responsável, também, pelo redesenho urbano, planejamento e análise da viabilidade econômica da regeneração como
o
desenvolvimento
de
uma
concessão público/privado.
Figura 6 – Projeto do Porto Valongo - Arup
Este projeto tende a trazer investimentos para a região, mas, podemos observar, que os meios de intervenção propostos visam a atração de uma população solvente, proporcionando
o Além,
processo da
questão
de
Como forma de resolver o problema do
gentrificação.
do
tráfego intenso de caminhões, o projeto
processo de mudança da população local,
Marina Porto de Santos, irá incorpora o
também, algumas propostas como a
projeto
subterrânea
criação de um novo terminal para navios
destinada aos veículos. Liberará desta
de cruzeiros e uma marina gerará mais
maneira, o espaço acima transformando-o
fluxos de navios turísticos e barcos,
Fonte:http://www.arup.com/projects/santos_valongo_
Mergulhão,
via
waterfront_regeneration?sc_lang=pt-BR Acesso em 02/04/2016
9 2.1.3 PRÉ-SAL: A IMPLANTAÇÃO DA PETROBRÁS E HOTEL IBIS
Com a descoberta do Pré-sal na bacia de
Santos, e por estar próxima ao centro da
Santos, muitas especulações econômicas
cidade e a chegada de São Paulo.
foram criadas; o que começou a ser motivo
Figura 7 – Projeto que era previsto para a sede da Petrobrás - Valongo
de investimentos imobiliários na cidade. Em 2011, iniciou-se a construção da sede definitiva da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos da Petrobrás, instalada em área próxima à antiga Estação Ferroviária do Valongo, no centro e junto três armazéns históricos. O projeto previa a construção de três torres, sendo o primeiro prédio concluído em 2013. A escolha do local se deu devido à proximidade com o canal do estuário, com acesso por lancha à base aérea de Fonte:http://www.melhordesantos.com/2011/07/petrobras-inicia-construcao-de-sede-no.html Acesso em 02/04/2016
-
10 No entanto, devido à desaceleração
Consequentemente,
econômica,
os
investimentos acreditando na descoberta
investimentos, pois foi construída apenas
do pré-sal; levando alguns proprietários de
uma das três torres previstas em projeto,
imóveis colocar à venda ou alugar suas
que também não está totalmente ocupada.
propriedades, mas com a crise financeira
Desta maneira, igualmente a Petrobrás,
não obtiveram o lucro pretendido ficando
outros
salas
desta maneira, ociosos estes imóveis e, não
comerciais, foram lançados na região. No
exercendo atividades que impulsionariam
entanto, também não vingaram devido à
a economia local.
a
estatal
empreendimentos
paralisou
de
crise econômica e a própria paralização das
houveram
Figura 8 – Hotel Íbis - Valongo
obras da Petrobrás, que seriam o alavanque de desenvolvimento da região. Porém, incentivado pelos fatores citados acima, houve ainda, a construção do Complexo Comercial e Hoteleiro do Valongo Íbis na região de intervenção deste trabalho, onde apesar de estar em funcionamento, não apresenta o fluxo de atividades que era esperado. Fonte: http://www.melhordesantos.com/2011/07/hotel-ibis..html - Acesso em 02/04/2016
11
12 3.1 HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA CIDADE E DO PORTO DE SANTOS A cidade de Santos teve sua origem nos
Enguaguaçu, hoje centro da cidade, em
dois núcleos, o Valongo a oeste e, Quartéis
primeiros anos de colonização do Brasil,
1541, como a verdadeira fundação da
a leste, ligados pela antiga rua Direita,
mais exatamente em 1502, quando o litoral
cidade. Nesta ocasião foi instalado o
atual XV de Novembro. Através do porto,
paulista e a Ilha de São Vicente foram
primeiro hospital da América, a Santa Casa
com a construção da Calçada de Lorena e
descobertos. Posteriormente, habitados por
de Misericórdia de Todos os Santos por
o caminho da Serra do Mar, a cidade
imigrantes Europeus, sendo que a partir
iniciativa de Brás Cubas e, acabou
começou a se desenvolver em direção ao
dessa ocupação fundaram os primeiros e
originando o nome da cidade. No período
planalto.
pequenos núcleos urbanos. O início da
em que Brás Cubas se estabeleceu em
povoação de Santos ocorreu com a chegada
Santos, grande parte do centro era utilizado
de Brás Cubas de Portugal em 1532, que
para atividade pastoril que abastecia os
conseguiu as terras situadas no Enguaguaçu
curtumes localizados próximos ao Morro
e, sediava uma pequena igreja sobre o
do Pacheco, instalações consideradas as
outeiro de Santa Catarina.
primeiras indústrias da cidade.
A economia da cidade neste momento estava relacionada com a política nacional de exportação de produtos agrícolas e a importação
de
mercadorias
industrializadas, o porto começa sua expansão na segunda metade do século
a
Foi em 1546 que Santos foi elevada à
XIX. Junto ao porto se desenvolveu o
transferência do porto, que ficava na Ponta
categoria de vila e em 26 de janeiro de 1839
centro histórico de Santos.
da Praia, na atual Ponte dos Práticos, para o
passou a ser cidade. A cidade era limitada
outro lado da ilha, o lagamar de
até o século XVIII por
No
entanto,
muitos
consideram
Desde a sua fundação em 1545, até meados do século XIX teve um lento ritmo
13 de crescimento, mantendo sua estrutura
o Cais do Valongo, armazéns 1 e 2. Em
Brito, responsável por desenvolver o plano
física e urbana estagnada por dois séculos.
1929, com a quebra na bolsa de Nova York,
sanitarista como forma de solucionar o
Foi a partir de 1850, através da chegada do
diversos empresários foram a falência,
problema de salubridade da cidade, propôs
café no estado de São Paulo e com a
sendo toneladas de café queimados por
um plano baseado no futuro crescimento
inauguração da ferrovia São Paulo Railway
falta de compradores, ocorre assim o
populacional
em 1867, construída para escoar a produção
deslocamento
caracterizado por uma rede de canais de
de café do interior para o porto, que colocou
comercial de Santos para outras áreas.
Santos em um novo ciclo de sua história. Assim, a cidade começou seu processo de desenvolvimento
econômico,
impulsionado por esses dois fatores, sendo seu crescimento prolongado por cem anos até meados de 1967, ano em que seu vasto patrimônio histórico foi construído.
do
desenvolvimento
Em 1980, o porto entra em processo de estagnação, e o deslocamento de carga para outros portos ocorre devido ao alto custo das operações portuárias em Santos. A cidade adquire uma imagem de cidade colonial insalubre, onde a higienização e a modernidade tornam-se fatores primordiais
A chegada do café e a construção da
para seu desenvolvimento. Dentro deste
Ferrovia levou a cidade ao crescimento,
panorama a Câmara Municipal elabora um
possibilitando desta maneira o início da
plano de crescimento para ordenar a
construção, neste mesmo período, do
expansão populacional, em uma estrutura
primeiro trecho de cais organizado do país,
quadricular. O engenheiro Saturnino de
urbano.
Plano
este
drenagem, possibilitando o povoamento de toda a ilha para o uso residencial; anteriormente só haviam mangues. A implantação dos canais possibilitou o surgimento
de
outros
crescimento
da
cidade:
vetores a
de
avenida
Conselheiro Nébias e a avenida Ana Costa, houve a ocupação da orla da praia em direção à zona sul, o que resultou na discrepância cidade.
do
desenvolvimento
da
14 A cidade foi dividida em dois núcleos,
Figura 9 – Expansão da cidade ao longo dos anos
ocorreu o abandono da área central e da região norte e noroeste, e a valorização da orla da praia. Havia neste período um plano de expansão para a área portuária, baseado na continuação da cidade, apesar de seu caráter específico e, não havia um desenho que contemplasse e garantisse a harmonia entre porto/cidade. Desta maneira, a expansão da ferroviária para o transporte de cargas, também não foi previsto. A cidade sempre esteve submissa às atividades portuárias, e as intervenções realizadas nela, sempre estiveram em segundo plano, sendo que a prioridade, era a expansão do porto.
Fonte¹: SOUZA,
2012
1: SOUZA D.C Clarissa“Planejamento urbano e políticas públicas em projetos de requalificação de áreas portuárias: Por de Santos – desafio
deste novo século”.2006 Dissertação (Mestre em Arquitetura e Urbanismo) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de São Paulo, São Paulo.2006
15 3.2 NÚCLEOS URBANOS: CENTRO E VALONGO O porto de Santos teve sua primeira
Monte Serrat e o estuário. Este processo
casas e armazéns que se concentravam
implantação entre o trecho Valongo e
começou por volta de 1543 e atualmente
entre a atual praça Antônio Telles até o
Paquetá, e o primeiro núcleo urbano surgiu
estão situadas as praças da República e
Santuário do Valongo. O crescimento
devido à proximidade com planalto, por sua
Antônio Telles, no centro da cidade,
lento da população consequentemente
fácil defesa e melhores condições naturais.
próximo ao antigo Outeiro de Santa
afetava na também lenta expansão da área
Devido a sua localização, junto ao tecido
Catarina.
urbanizada. A economia era movida em
A partir desta região, no século XVI, a
torno da importação do sal, e o porto
urbanização foi se expandindo na direção
santista possuía o monopólio na capitania,
oeste, junto ao estuário, no sentido do
e da transação de produtos de menor valor.
Valongo, mais próximos a Cubatão. Isto
Foram vários os fatores que contribuíram
facilitava a relação com a cidade de São
para o lento desenvolvimento nesse
Paulo. Em 1570, novos estabelecimentos
período sendo algum deles: o fator físico,
comerciais foram construídos na região,
por ser um sítio plano, apresentava
situada no atual bairro do Valongo e
características de mangue e abrigava três
O processo de urbanização, no período
transformando o local em uma área
ribeirões. Estes cortavam no sentido
colonial, se iniciou com a construção das
movimentada. A expansão urbana de
Norte-Sul e, além dos fatores históricos,
primeiras casas, igrejas e conventos, entre o
Santos se caracterizou pela construção de
também contribuíram como a dissociação,
urbano, esta área se sobrecarregou, pois não foram previstas áreas apropriadas para armazenagem e circulação das cargas. O mesmo ocorreu com as águas pouco profundas por não haver largura necessária entre a cidade e a muralha, assegurando o transporte e o espaço para estação da via férrea.
16
de interesses com a Metrópole. E, ainda o
mais antigos, construindo novas casas
insucesso de se criar uma economia voltada
apenas quando totalmente necessário. Em
para o exterior na marinha; a agricultura de
1892 a Companhia Docas inaugurava os
subsistência praticada
pela população
primeiros trechos do cais acostável nas
planaltina e, também, a imigração da
proximidades, atual Secretaria do Turismo
população santista em busca de ouro. Em
e antiga estação Valongo.
1822,
a
apresentava
região uma
central
de
Santos
morfologia
urbana
cortada por quatro cursos d’água; estes nasciam na encosta do morro e desaguavam no porto. Estes cursos d’água dificultavam a construção de novas vias.
A inauguração da linha férrea SantosJundiaí
foi
o
primeiro
passo
para
transformar a cidade em uma das mais importantes do país. A partir da ferrovia estabeleceu a remodelação urbana no centro velho. No entorno da estação
Na década de 40, o Valongo se tornou
apareceram novos locais de convivência; a
núcleo notável de progresso comercial.
saber, os quiosques, como pontos de
Este fato ocorreu porque essa região está
encontro da população, que estimulavam
próxima a saída para a cidade de São Paulo.
novos empregos atraindo desta maneira
Neste período, a malha urbana era
mão-de-obra.
relativamente pequena e pobre. A regra de expansão se baseava na conservação, adaptação e reaproveitamento dos edifícios
17 3.3 OS ARMAZÉNS DO PORTO: ARMAZÉNS 1 AO 4
Figura 10 – Cais do Valongo
O Porto de Santos, até 1888 funcionava
particular
através de pontes de pedra, madeira ou
organizar e aperfeiçoar a infraestrutura.
ferro,
os
chamados
trapiches,
estes
avançavam as margens rasas do estuário até as águas mais profundas, e podiam, então, os navios ancorarem.
muitos navios a carregar e descarregar ao mesmo tempo, além de dificultar a instalação de guindastes e máquinas.Com a crescente exportação de café, houve um onde
as
se
comprometesse
a
Após concessão a diversas empresas, em 1888, a Gaffrée, Guinle & Cia., ganhou o direito de investir e estruturar a área portuária e, em 1889, iniciaram as obras.
Este sistema de atracação impossibilitava
momento
que
sacas
Foi em 1892 o primeiro trecho de cais inaugurado no Valongo, sob o comando de Cândido Gaffrée e Eduardo Guinle, e a
Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/ - Acesso em 24/03/2016 Figura 11 – Armazéns em 1911
concessionária do porto chamada agora de Companhia Docas de Santos.
ficavam
acumuladas pelas ruas, aguardando o
Os armazéns surgiram em 1903 nos bairros
momento de serem carregadas nos navios.
do Valongo, Paquetá e Macuco e até esse
Como forma de solucionar este problema
momento, os fazendeiros eram obrigados a
de armazenamento, o governo concedeu a
negociar a safra ainda no pé, pois não havia
exploração do porto à uma empresa Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/ - Acesso em 24/03/2016
18 um local para que o produto fosse
telhado metálica, através do sistema de
armazenado depois de colhido. Mediante o
tesouras com telhas do tipo francesas, como
pagamento de taxas, os cafeicultores
demostrado no corte A-A. Atualmente, os
conseguiam armazenar seu produto, e
armazéns 1 ao 8, exceto 5 e 6, foram
assim, aguardar o melhor momento para
demolidos para viabilizar a construção do
venda.
terminal de travessia entre Santos e São
Ao longo dos anos, as zonas produtoras passaram a controlar, ainda mais, o comércio do café, e os grandes armazéns começaram a ser construídos perto das fazendas, provocando o abandono da maioria dos armazéns santistas. A partir da década de 1980, Santos passou a ser um terminal portuário, ou seja, o café já vinha
Vicente.
Eles
estão
em
desuso
Figura 12 – Trem e Armazéns em 1968
e
subutilizados para armazenar materiais e embarcações
antigas.
O
estado
de
conservação da construção é precário, e
Fonte:http://www.museudapessoa.net/public/editor/ca
parte de alguns destruído como podemos
minhos_do_mar.pdf - Acesso em 27/04/2016
ver na imagem 13, apesar de estarem
Figura 13 – Armazéns Atualmente
contidos no programa de proteção cultural. Figura 14 – Corte A-A
negociado e preparado para embarcar em contêineres diretamente nos navios. Os primeiros armazéns a serem construídos foram o 1 e 2, localizados no Porto Valongo, em alvenaria, e a estrutura do
Fonte:http://www.museudapessoa.net/public/editor/ca minhos_do_mar.pdf -Acesso em 27/04/2016 Fonte: Arquivo cedido pela CODESP
19
20 4.1 MAPEAMENTOS
Figura 15 – Galpão
4.1.1 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Para compreender de forma mais clara a
No perímetro de intervenção, as edificações se
dinâmica
caracterizam pelo seu caráter de patrimônio
e
características
da
área
de
intervenção, fez-se necessária a ampliação do
histórico,
perímetro, devido a diversidade apresentada na
atividades turísticas, como o Museu Pelé e
região. O centro histórico de Santos abriga,
Secretária de Turismo, de lá saem os
atualmente, uma grande diversidade de usos,
bondinhos, sendo essas as atividades de maior
caracterizando-se por apresentar comércios de
funcionamento durante os finais de semana.
grande e pequeno porte, serviços, como
Esta região também apresenta galpões, em uso
aqueles ligados às atividades financeiras e
ou abandonados, pequenos comércios e, a sede
administrativas, institucional, sendo igrejas,
da Petrobrás e o Hotel Ibis, os quais são
museus e pontos turísticos, as habitações em
construções mais recentes.
condições de cortiço e, galpões de suporte às
voltados
principalmente
às
Fonte: Arquivo Pessoal Figura 16 – Prefeitura de Santos
Figura 17 – Armazéns 1 ao 4
atividades ao porto.
Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/ - Acesso em 24/03/2016
Fonte: Arquivo Pessoal
21
22
23 4.1.2 FLUXOS Figura 18 – Acesso a balsa
O acesso a área central de Santos, em relação
linha férrea, responsáveis pelo transporte de
aos outros pontos da cidade, pelo transporte
cargas do porto, é feito pela Rua Antônio
público e por veículo particular. Em relação ao
Prado, cujo o fluxo é intenso. As regiões de
transporte público, a região concentra muitos
estudo e intervenção apresentam dinâmicas
ônibus, que, apresentam parada na Rua
distintas em relação ao fluxo de pedestres,
Visconde de Rio Branco, dando acesso as
veículos e caminhões durante a semana e aos
principais ruas que abrigam os serviços e
finais de semana. Observou-se que, durante a
comércios. Outro meio de mobilidade local
semana o fluxo de pessoas se concentram nas
ocorre pela balsa. Ela faz a travessia entre
proximidades da sede da Prefeitura, como na
Santos e Itapema, onde o fluxo de pessoas é
Rua Visconde do Rio Branco, devido à
intenso, tanto durante a semana como nos
localização de edifícios comerciais, além de
finais de semana. Em conversa com morador
serviços e comércios varejistas utilizados pelos
local, ele relatou que durante a semana a
trabalhadores. Quanto aos veículos, o maior
embarcação atinge sua lotação máxima, muitas
fluxo acontece na Rua Senador Feijó, Rua Brás
delas saem de Itapema em direção a Santos a
Cubas e Rua General Câmara as quais dão
trabalho. A balsa atraca na região, e caracteriza
acesso ao centro e, também, as Rua Xavier
as ruas do entorno com grande fluxo de
Silveira e Avenida Visconde de São Leopoldo
pedestre. O acesso dos caminhões e a
que são vias responsáveis por realizar a ligação
localização da
entre a região Norte da cidade com as demais áreas.
Fonte: Arquivo Pessoal Figura 19 – Rua Visconde de Rio Branco
Fonte: Arquivo Pessoal
24
25 Figura 20– Rua Xavier Silveira
Já o fluxo de caminhões é intenso na Rua Xavier Silveira, pois ela dá acesso à área portuária, e a Avenida Visconde de São Leopoldo apresenta um fluxo intenso devido o acesso a cidade de São Paulo. Outra via de grande fluxo de caminhões é a Avenida Conselheiro Nébias próximo, a área Portuária que concentra galpões. Aos finais de semana, o fluxo tanto de pessoas, como veículos e caminhões é reduzido. A região durante o dia não concentra muitos pedestres e o fluxo de automóveis também é
Fonte: Arquivo Pessoal
Figura 21– Bonde aos finais de semana
reduzido. O maior fluxo ocorre nos finais de semana na Rua São Bento devido o bonde turístico e o Santuário Santo Antônio Valongo. No entanto, durante o período da noite ocorre a concentração de pessoas na Rua General Câmara, pois existem bares com atividades noturnas.
Fonte: Arquivo Pessoal
26
27 4.1.3 FUTUROS PROJETOS
Figura 22– Projeto do Mergulhão
A região central de Santos, como já descrito, vem passando por investimentos e sendo alvo de projetos de requalificação tanto no âmbito público como privado. Como forma de demonstrar mais claramente a localização dos futuros projetos para a região, assim como alguns já implantados, e como eles influenciaram na escolha da área, os quais darão suporte a proposta deste trabalho, foi elaborado o mapa a seguir. Projeto de maior impacto para a proposta deste projeto é o Mergulhão, que liberará a esplanada acima dele para a implantação da praça e requalificação dos armazéns.
Fonte:http://www.beachco.com.br/v2/desenvolvimento/modernidadelazer-empreendimentos.html – Acesso em 26/03/2016
28
29 4.2 LEGISLAÇÃO O Plano Diretor vigente em Santos, foi
e gestão da política urbana, sendo uma das
infraestrutura;
aprovado em 2013, sofreu revisão e está em
estratégias a aproximação das moradias
processo de aprovação. Ele é articulado
X – criar incentivos ao investimento e
com o trabalho. Quanto ao Plano Diretor
com outros planos, como o Alegra Centro,
vigente, podemos destacar na área de
Alegra Centro Habitação e Plano de
estudo as seguintes premissas, que servirão
Mobilidade, os quais serão aplicados em
de apoio à proposta de projeto:
consolidação do “Projeto de Revitalização Capítulo III
Portuária – Porto Valongo Santos”;
4.2.1 PLANO DIRETOR Desenvolvimento Econômico
Como destacado na Seção I, o incentivo de
Em 2013/2014, o Plano Diretor de Santos
a promover o desenvolvimento sustentável no município, através de um novo ordenamento territorial e aperfeiçoamento
Seção I Desenvolvimento das Atividades
desenvolvimento econômico objetiva a
Portuárias
integração entre a área portuária e o centro
e
Logísticas,
Art.
8º
O
desenvolvimento das atividades portuárias
da
e logísticas tem como objetivos, os itens:
consolidação do Projeto de Revitalização
de políticas. A nova proposta visa as
I- fortalecer a relação Cidade-Porto nas
melhorias na mobilidade, habitação, meio
ações de planejamento estratégico e
ambiente, economia/mercado de trabalho,
monitoramentos dos investimentos em
uso do solo
Município; XIV- empreender ações de coordenação e
projeto.
sofreu revisão e, as novas diretrizes, visam
integração do sistema portuário com o
cidade
e,
consequentemente,
a
Porto Valongo. O incentivo e a integração entre porto e cidade estão pautados na ideia de transformar a região em um polo turístico, como descrito na Seção IIIDesenvolvimento das Atividades
30 A área em estudo, se encontra nas zonas
Turísticas.
cultural, natural e construído;
Quanto a ordenação territorial, a cidade está
VIII – investir na Macroárea Centro, da
dividida em quatro zonas, segundo o Título
Macrozona Insular do Município, visando
IIII – Ordenação territorial, presente no
prioritariamente à fixação da população de
Capítulo I. São elas:
baixa e média rendas, o adensamento
I – macrozonas;
sustentável e garantindo o direito à moradia, o acesso à infraestrutura e aos
II- macroáreas
especiais de uso e de ocupação do solo, que são porções do território definidas para efeitos
de
parcelamento,
aproveitamento
e
uso
ocupação,
do
solo,
e
encontram-se delimitadas e normatizadas em
leis
específicas
e,
ainda,
complementares ao Plano Diretor. A área
serviços públicos;
onde se encontram os armazéns estão
III – zonas de uso e de ocupação do solo
Neste capítulo, podemos destacar a questão
inseridos
IV – zonas especiais de uso e de ocupação
do adensamento sustentável, e a fixação da
Intervenção e Diretrizes Estratégicas e
do solo
população de baixa e médias rendas na
compreendem as porções do território com
Macroárea
dos
destinação específica, incentivos fiscais e
instrumentos com mais dificuldades de
normas próprias de uso e ocupação do solo.
implantação, visto que a região central
Desta forma, visará a uma intervenção
Art. 30. São objetivos de ordenação
prioriza o investimento privado e, não
urbanística renovadora, capaz de criar
territorial:
dispõem de incentivos para a implantação
condições ao desenvolvimento social,
VII – implantar mecanismos de incentivo à
de residências de baixa renda.
econômico e ambiental, priorizando as
Seção I Dos Objetivos e Diretrizes da Ordenação Territorial:
recuperação e conservação do patrimônio
Centro.
Este
é
um
na
NIDE,
Núcleos
de
atividades de lazer, cultura, esporte e turismo. O centro histórico, compreende a
31 área da ZC1A, que está inserido na
urbano, através do aumento na densidade
adequados
Macroárea Centro, que é considerada a
construtiva, demográfica, habitacional e de
3.Qualificar as centralidades existentes e
área urbanizada. Agrega grande número de
atividades urbanas articuladas com oferta
estimular a criação de novas centralidades
estabelecimentos
de
de serviços, equipamentos e infraestruturas;
com a instalação de atividades não
prestadores de serviços, bem como o acervo
incrementar a oferta de comércios, serviços
residenciais em áreas com baixa oferta de
de bens de interesse cultural, objeto de
e espaços produtivos nos bairros mais
oportunidades de emprego;
programa de revitalização urbana. Neste
distantes da região central, aumentando as
local pretende-se incentivar a proteção do
oportunidades de trabalho, emprego e
patrimônio cultural, a transferência dos
geração de renda;
comerciais
e
usos não conformes, o incentivo ou a
2. . Ampliar a oferta de Habitações de
instalação do uso residencial. Nas áreas
Interesse Social – HIS e de Habitação de
limítrofes ao Porto e nas retroportuárias,
Mercado Popular – HMP para a população
caracterizadas pela existência de pátios e atividades
portuárias
impactantes,
minimizar os conflitos existentes com a
Mapa de de baixa eFigura média23– rendas, emZoneamento áreas em que
há oferta de emprego e de atividades econômicas e serviços públicos em níveis
malha urbana. E, a região próxima ao Hotel Ibis e a sede da Petrobrás está inserida na AAS-N,
Área
de
Adensamento
Sustentável, que tem por objetivo: 1.Promover o aproveitamento do solo Fonte:
gfgfgf
Plano Diretor de Santos
ao
adensamento
previsto;
4. Melhorar as condições urbanísticas dos bairros existentes com oferta de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas em níveis adequados ao adensamento previsto.
32 4.2.2 ALEGRA CENTRO O Alegra Centro, criado em 2001 e
I – Nível de Proteção 1 (NP 1) – Proteção
forneçam atividades comerciais e de
aprovado
em
2003
Prefeitura
total, atinge imóveis a serem preservados
serviço; a política de isenções descarta a
Municipal
de
Santos,
meio
integralmente, toda a edificação, os seus
questão habitacional.
pela por
da
Secretaria de Planejamento (Seplan), se
elementos
caracteriza
como
Revitalização
e
construtivos
e
decorativos,
programa
de
interna e externamente;
Desenvolvimento
da
II – Nível de Proteção 2 (NP 2) – Proteção
um
Região Central Histórica.
parcial, atinge os imóveis a serem
Transformado
preservados parcialmente, incluindo apenas
em
Lei
Complementa
4.2.3 ALEGRA CENTRO HABITAÇÃO O Alegra Centro Habitação, é um programa
de
reabilitação
do
uso
residencial na Região Central Histórica de
470/03, que tem como objetivo a retomada
as fachadas, a volumetria e o telhado;
do desenvolvimento socioeconômico do
III – Nível de Proteção 3 (NP 3) – Livre
habitabilidade dos imóveis, fixa normas,
Centro. Estabelecido em consonância com
opção de projeto, mantendo-se, porém, a
padrões e incentivos fiscais específicos. A
a lei de uso e ocupação do solo, o programa
tipologia predominante dos imóveis NP1 e
área de abrangência do programa que trata
teve
NP2 existentes na testada da quadra;
esta lei complementar é formada pelos
como
abrangência
os
imóveis
localizados nas APC que integraram a Zona Central I, a Zona Central II e a Zona Portuária entre os armazéns 1 ao 8 enquadrados em um dos quatro Níveis de Proteção (NP):
Os itens destacados acima, estão presentes na área de intervenção. Quanto as isenções fiscais, elas somente são válidas para os imóveis restaurados e preservados que
Santos, que dispõe sobre as condições de
bairros da Região Central Histórica de Santos: Centro, Paquetá, Vila Nova e Vila Mathias, excluída a área de APC 1. Conforme o Art. 3.º, os objetivos do
33 Programa visam promover a melhoria da
d) promoção da preservação e recuperação
enquanto o Alegra Centro incentiva a
qualidade de vida da comunidade por meio
do meio urbano e das relações de cidadania;
recuperação da área central
de:
e) incentivo à geração de trabalho e renda
a) viabilização da requalificação das
priorizando o recrutamento de mão de obra
condições de moradia dos imóveis de uso
local;
residencial precário da Região Central
com a
valorização do solo urbano e, o alto padrão dos serviços instalados de caráter elitizado; o Alegra Centro Habitação, lida com o resgate
e
melhoria
das
condições
Desta forma, o Alegra Centro Habitação,
habitacionais de imóveis ocupados. O
visa o investimento em habitação de baixa
impasse está justamente na questão de que
b) incentivo à reabilitação dos imóveis de
renda
por um lado há valorização do solo e do
uso residencial plurihabitacional precário
proximidade com os postos de trabalho e
outro
aos parâmetros mínimos de habitabilidade
transporte. No entanto, pode ser observado
populacional.
contidos nesta lei complementar, a partir de
que as diretrizes de desenvolvimento
um plano de ação que vise à permanência
previstas
da população local e melhoria de sua
contemplam a implantação de habitação na
qualidade de vida;
região central e direciona a mesma para as
Histórica de Santos;
c) incentivo à implementação de novas unidades para imóveis com uso residencial unihabitacional plurihabitacional;
e
residencial
na
região
no
central,
Alegra
devido
Centro
à
não
regiões fora do perímetro do programa, o que consequentemente expulsa a população de baixa renda da região. Podemos concluir quanto
aos
instrumentos
desenvolvimento do centro, ou seja,
de
a
questão
da
permanência
34 Figura 24– Planta do Alegra Centro
Fonte: http://www.portal.santos.sp.gov.br/alegra/alegra.htm - Acesso em 15/03/2016
35 4.2.4
PLANO
DE
MOBILIDADE
URBANA de
remodelação do sistema de transporte
Desenvolvimento Urbano (Sedurb) da
coletivo; promovendo a integração entre os
cidade de Santos está em processo de
sistemas municipal e metropolitano e,
elaboração
do
facilitando a mobilidade entre as cidades.
Mobilidade
Urbana;
A
Secretaria
Municipal
Plano
Municipal
este
deverá
de
Figura 25– Trajeto do VLT
ser
integrado ao Plano Direto. O Plano Municipal de Mobilidade Urbana visa estimular modos sustentáveis de transporte, assim
como,
o
uso
racional
da
infraestrutura viária. A cidade conta com projetos para melhoria da mobilidade urbana, sendo eles o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, Mergulhão, Teleférico e Ampliação da ciclovia. 4.2.4.1 VLT - Veículo Leve sobre Trilhos A cidade irá implantar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que implicará na
Fonte:
http://www.emtu.sp.gov.br/emtu/empreendimentos/empreendimentos/vlt-
da-baixada-santista-veiculo-leve-sobre-trilhos.fss - Acesso em 15/03/2016
36 O primeiro trecho do VLT terá a extensão
férrea, contornará o Morro até o Canal 1
de 9,5 km entre Barreiros (São Vicente) e
(Santos) e retornará ao canteiro central na
Conselheiro Nébias (Santos). Já o segundo
Francisco Glicério. Depois irá até a
trecho compreenderá as regiões do Porto –
Conselheiro Nébias e seguirá pela linha
Conselheiro Nébias – Valongo e, terá dois
férrea para adentrar a região do Porto. Com
terminais no Porto e Valongo, uma Estação
a implantação do VLT, o trajeto do Bonde
de Transferência na Conselheiro Nébias,
Histórico será reformulado.
pátio de manobras no Porto e 14 estações
Figura 26– Estação do VLT
de embarque/desembarque. O segundo trecho encontra-se ainda em fase de licenciamento ambiental. Desta maneira as obras só serão iniciadas após a obtenção das licenças junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e à Cetesb. O VLT terá duas vias (ida e volta): do Terminal Barreiros (São Vicente) até o Morro do Itararé. O VLT circulará no canteiro central, na faixa da antiga linha
Fonte:
http://www.emtu.sp.gov.br/emtu/empreendimentos/empreendimentos/vlt-
da-baixada-santista-veiculo-leve-sobre-trilhos.fss - Acesso em 15/03/2016
37 4.2.4.2 Mergulhão O projeto do Mergulhão consiste na
Figura 27– Projeto do Mergulhão - Perspectiva
construção de uma via subterrânea na Avenida Perimetral, próximo ao Porto Valongo. Seu objetivo é o de eliminar o conflito
rodoferroviário
histórico,
liberando a região para uma esplanada ampla para pedestres e, desta maneira, contribuir para a futura revitalização portuária. Para atingir os objetivos propostos, o projeto prevê a transposição de 1,5 km da atual via portuária para a passagem subterrânea entre a região do prédio da Alfândega e a rua Cristiano Otoni. A principal função do Mergulhão será retirar os caminhões do entorno dos antigos armazéns,
restando
área
circulação de trens e vagões.
livre
para
Fonte:http://piniweb.pini.com.br/construcao/infra-estrutura/sistema-viario-proximo-aoporto-de-santos-sera-reformulado-240656-1.aspx - Acesso em 27/03/2016
38 Figura 28– Projeto do Mergulhão – Cortes e Planta 1
O projeto considera, ainda, aspectos ambientais com a redução de tráfego de carga e poluição sonora e, a criação de áreas verdes. Do ponto de vista econômico haverá o aumento do valor agregado na área do Centro histórico e a captação de impostos gerados pelos usos comerciais do projeto. A implantação do Mergulhão eliminará o conflito rodoferroviário na região. No
Figura 29– Projeto do Mergulhão – Planta 2
entanto, não prevê um projeto para esplanada que será criada sobre o mesmo e nem para os galpões do Porto Valongo, assim como, não lida concretamente com a questão da integração do porto com a cidade, visto que o traçado da linha férrea não foi modificado configurando-se como uma barreira física para a implantação de um projeto consistente. Fonte: SOUZA D.C Clarissa“Santos e o processo de requalificação de áreas portuárias sobre a perspectivas do planejamento urbano”.2012 Tese (Doutor em Arquitetura e Urbanismo) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
39 4.2.4.3 Teleférico Figura 30– Trajeto do Teleférico
O Teleférico faz parte do projeto de mobilidade urbana e o sistema contará com cinco pontos de embarque e desembarque nas cabines do teleférico. Seguindo o modelo adotado nos morros do Rio de Janeiro. As estações estarão localizadas no Valongo, São Bento, Vila Progresso, Nova Cintra e Caneleira e ligará o Morro São Bento ao centro histórico da cidade. No Valongo, a estação ficará próxima rodoviária. O tempo de viagem previsto, de ponta a ponta, é de apenas 15 a 20 minutos. O teleférico funcionará integrado a outros meios
de
transporte
público
com Fonte:
capacidade para atender até mil passageiros por hora, nos dois sentidos. O projeto do teleférico que ligará os morros de Santos à cidade baixa continua na gaveta. O motivo é a falta de verba para bancar a obra.
http://www.emtu.sp.gov.br/emtu/baixada
Acesso em 16/03/2016
-
40 4.2.4.4 Ciclovia
Figura 31– Trajeto da Ciclovia
A cidade de Santos se caracteriza pelas suas ciclovias, atualmente ela apresenta 30.430 metros. Este sistema interliga a orla ao centro de Santos, a divisa com São Vicente até a área do Porto e, a zona Leste à Zona Noroeste. Na região de intervenção deste trabalho, atualmente
ocorrem
investimentos
de
ampliação das ciclovias, o qual foi utilizado em projeto. Devido ao estímulo que dá ao uso desse meio de transporte, Santos é considerada ‘cidade amiga da bicicleta’ pela ABC (Associação Brasileira dos Ciclistas). A condição de ser uma cidade quase totalmente plana favorece a adesão a esta modalidade de transporte, pois é econômica, saudável e ambientalmente correta.
Fonte:
http://www.emtu.sp.gov.br/emtu/baixada
Acesso em 16/03/2016
-
41 Conclusão
para
definições
projetuais A partira da legislação e dos futuros
visam o reinvestimento na área central,
centro a área do projeto. Todos estes
atração da população e futuras aquisições.
projetos servirão de embasamento e serão
projetos foi possível tomar as decisões
Partindo do que vem sendo previsto para a
projetuais, pois através do levantado foi
região, os projetos futuros, servirão de
identificada a principal área de intervenção
embasamento para as propostas de projeto.
e a definição do perímetro.
Pretende-se a integração entre esses futuros
Através dos levantamentos e da legislação foi possível identificar a área com necessidades urbanas, devido as novas
projetos desenvolvidos pela prefeitura da cidade de Santos com as propostas projetuais.
atividades implantadas na região. Assim
A utilização do mergulhão como solução
como a definição do perímetro do projeto,
para o tráfego intenso de veículos,
identificado a partir de áreas com maior
liberando o espaço urbano e a integração
flexibilidade de intervenção.
entre a orla portuária e a cidade. O
Os futuros projetos de mobilidade urbana que veem sendo propostos para o centro da cidade de Santos, como o mergulhão, ciclovia, teleférico e VLT configuram um cenário de novas perspectivas para essa área. Pode-se concluir que esses projetos
teleférico e o VLT próximos a região de intervenção, demonstram o interesse em atrair a população para a área central e facilitará a mobilidade urbana, assim como a ciclovia que terá uma extensão, ligando o
utilizados como escopo para as propostas deste trabalho.
42
43 5.1 RELAÇÃO CENTRO HISTÓRICO E ORLA PORTUÁRIA Os centros históricos das cidades passam
menor
muitas vezes pelo processo de requalificação
CASTILHO,
urbana
esvaziamento,
recuperação dos centros das cidades significa
descaracterização de seus espaços públicos e
revalorizar o lugar, dando à população, o
perda de moradores. Desta maneira, o fato de
espirito de comunidade e pertencimento. Isto
concentrar atividades e ter valor arquitetônico,
acontecerá através da reutilização dos
o torna um local estratégico pela sua
edifícios e sua valorização pela população.
funcionalidade
referências
Consequentemente estimulará a utilização da
socioculturais (VARGAS e CASTILHO,
infraestrutura, o crescimento do comércio e a
2015).
geração de novos empregos.
O processo de degradação nos centros urbanos
O projeto deve buscar através de sua
se intensificou após os anos 50, devido à
intervenção a atração de investimentos com
expansão do espaço urbano surgindo, assim,
moradores, usuários locais e turistas. Assim,
locais mais interessantes para morar e viver.
reativarão a economia local e melhorarão a
Inicia-se um processo de êxodo das classes
qualidade de vida. (VARGAS e CASTILHO,
nobres e as atividades geradas por elas. Foram
2015). Para a requalificação dessas áreas são
substituídas
identificados os trechos urbanos em
após
seu
ou
por
por
suas
atividades
de
menor
rentabilidade, praticadas por moradores de
poder
Figura 32– Waterfront – Porto de Belém
aquisitivo 2015).
(VARGAS Atualmente,
e a
Figura 33– Anfiteatro – Porto de Belém
Fonte: http://www.estacaodasdocas.com.br/ Acesso em 29/05/2016
44 degradação, abandonados ou subutilizados,
água e logística, normalmente próximos aos
preservados, restaurados e utilizados para
como ocorre nos casos das áreas portuárias.
centros urbanos. Além disso, essas áreas
atividades turísticas e, ainda equipamentos
Estas estabeleceram relação com seus
podem,
que
culturais, como restaurantes, teatro, espaços
centros históricos como é o caso da cidade de
promovam
eventos
abertos anfiteatro, terminal de barcos, etc.
Santos. Ligadas aos centros urbanos, as áreas
ocasionais, como exposição, feiras e festas,
Também a waterfront com espaço de lazer
portuárias foram esvaziadas à medida que os
utilizando a centralidade e a acessibilidade
e estar voltados para o mar.
métodos de produção e armazenagem se
como fatores determinantes.
modernizaram
novas
Dentro deste panorama de intervenção
tecnologias implantadas nos portos. Devido a
portuária e centro histórico, podemos
estes novos processos, a requalificação de
analisar o caso do Porto de Belém.
áreas
das
Igualmente as diversas cidades brasileiras,
intervenções urbanas internacionais. Desde a
Belém apresentava problemas na sua área
segunda metade do século XX, aposta-se na
central, com edificações degradadas ou
recuperação do espaço público e sua efetiva
abandonadas em sua orla. A cidade de
retomada de utilização.
Belém iniciou em 1999 o processo de
O interesse pela requalificação dessas áreas
requalificação urbana. Destaca-se neste
passou a adquirir um valor turístico cultural,
processo, a construção do complexo Estação
e foi impulsionada pelas suas qualidades
Docas, área dos antigos armazéns do porto.
paisagísticas devido à proximidade com a
Neste complexo a área dos armazéns foram
assim
portuárias
se
como,
torna
as
alvo
também,
serem
espetáculos
locais ou
45 CENTRO E ORLA: ESTAÇÃO DOCAS DE BELÉM Figura 34– Planta de Uso
Figura 35– Planta de Acesso
Fonte: Desenvolvido pelo autor com base em http://www.estacaodasdocas.com.br/ - Acesso em 29/05/2016
46
5.2 ESPAÇOS PÚBLICOS: ATIVANDO O MEIO URBANO O conceito de espaço público apresenta
práticas sociais, de manifestações de vida
utilização dela por parte da população,
inúmeros
entanto,
urbana e comunitária e de prestigio, e
portanto, a rua quanto mais movimentada,
podemos perceber que ele é o resultado da
consequentemente de funções estruturais”.
cuidada e segura, atrairá mais público. Caso
forma de viver na cidade e se transformou
Como
se
apresente características opostas a essa,
ao longo dos anos, conforme a dinâmica
caracteriza como um lugar, ou seja, um
escura, malcuidada e isolada, menos
estabelecida pelos cidadãos. O espaço
espaço
apreciada
público é o espaço por onde conhecemos a
necessariamente evocam uma imagem e
caracterizem como espaço público.
cidade, onde nele podemos caminhar e ver
sensação
o
No decorrer dos anos, as praças foram
a cidade.
observador
uma
sofrendo mudanças conceituais, levando-se
significados,
no
descrito
que
acima,
se
positivas e,
deve
a
praça
atribui
destas
valor;
com
apresentar
será,
embora,
ambas
se
conexão com aquele que a vivencia.
em conta os diversos aspectos funcionais,
2012, p. 22), define o espaço público em
Segundo Jane Jacobs, (2003, in Morte e
usos e concepções que as envolvem. No
três esferas, sendo a rua definida como o “
vida de grandes cidades, apud KRUSE,
entanto, elas sempre desempenharam um
lugar de circulação”, os largos como
2011, p. 53) é o uso que se dá ao espaço
papel representativo no espaço públicos de
“vazios ou alargamentos da estrutura
público, e não os próprios que determina a
grande importância no cotidiano urbano.
urbana e que com o tempo foram
vivência nesses espaços. A praça como
Podemos observar que, muitas praças,
apropriados e usados”, e a praça seria o “
elemento aberto no espaço urbano, não é
atualmente, não desempenham apenas o
lugar
necessariamente suficiente para a
papel de um local para encontros, além
Lamas (2004, p.102, apud CERQUEIRA,
intencional
do
encontro,
permanência, dos acontecimentos, de
da
47 Figura 36– Praça Colinas Anhanguera
disso, abrigam diversas atividades as quais
O
dinamizam o espaço urbano. Observa-se que a
característica longilínea, entre duas vias. Essa
transformação desses espaços ao longo do
configuração fez com que os projetistas
tempo se dá pela transformação das funções e
optassem em setorizar a praça em locais de
necessidades de seus usuários.
encontro,
A busca por novos espaços públicos é continua,
terreno
da
praça
manifestações
apresentava
públicas,
uma
feiras,
shows, área esportiva e de passeio.
assim, a transformação de antigas áreas portuárias reabilitadas em praças ou parques
Figura 37– Praça Colinas Anhanguera
podem ser alternativas a essa necessidade. Através dos conceitos estabelecidos quanto a usos e dinâmica do espaço urbano, foram selecionados dois projetos de referência que buscam concretizar o exposto anteriormente. O primeiro projeto trata-se da Praça Colinas de Anhanguera, em Santana de Parnaíba de
Fonte:
http://www.archdaily.com.br/br/01-
26700/1-graus-lugar-concurso-de-projetospraca-colinas-de-anhanguera-hus - Acesso
autoria
do
escritório
HUS
Arquitetura,
Urbanismo e Desenho da Paisagem em 2011.
em 23/07/2016
48
OTIMIZANDO O ESPAÇO PÚBLICO: PROJETO PRAÇA COLINAS ANHANGUERA Diagrama 1: Partido Figura 38– Praça Colinas Anhanguera - Partido
Fonte: Desenvolvido pelo autor, baseado em http://www.archdaily.com.br/br/01-26700/1-graus-lugarconcurso-de-projetos-praca-colinas-de-anhanguera-hus - Acesso em 23/07/2016
Como mostrado, a praça está implantada entre
diagrama acima, que o partido do projeto surgiu
dois eixos viários, o que configura seu formato
a partir de pontos existentes, focais, para o
mais delgado e setorizado em duas partes (Setor
desenho de piso que se abre em um arco para as
Sul e Setor Norte). Podemos observar no
vias existentes, estabelecendo assim uma relação entre os dois lados.
Legenda Ponto Focal Eixos para Pedestres Ruas
49 Diagrama 2: Usos
Figura 39– Praça Colinas Anhanguera - Usos
Fonte: Desenvolvido pelo autor, baseado em http://www.archdaily.com.br/br/01-26700/1-graus-lugarconcurso-de-projetos-praca-colinas-de-anhanguera-hus - Acesso em 23/07/2016
50
Diagrama 3: Vegetação
Figura 40 – Praça Colinas Anhanguera - Vegetação
Fonte: Desenvolvido pelo autor, baseado em http://www.archdaily.com.br/br/01-26700/1-graus-lugarconcurso-de-projetos-praca-colinas-de-anhanguera-hus - Acesso em 23/07/2016
A vegetação foi utilizada como proteção física,
onde há atividade, abrigando esses lugares,
assim, estabelece uma relação mais “gentil”
abrindo-se em alguns pontos a uma passagem
com a cidade e ciclovia, não se tornando de fato
mais ampla de pedestres, como apontado com
uma
setas vermelhas no diagrama.
barreira,
mas
sim
uma
proteção.
Verificamos que ela é utilizada perto de locais
51
5.3 LIGAÇÃO COM O MAR: REVITALIZAÇÃO DO SPIKERI SQUARE E DAUGAVA WATTERFRONT PROMENADA Figura 41 – Ver descrição 1
Figura 43– Ver descrição 3
O segundo projeto analisado como referência, foi a Revitalização do Spikeru Square e Daugava Waterfront Promenada, localizado na cidade de Riga na Letônia, dos escritórios Arplan e A plus Architects, sendo o ano do projeto 2013. O projeto apresenta um limite de intervenção que se estende da cidade à orla, havendo a intervenção em uma quadra e na waterfront, como referencial projetual, foi
Figura 44– Ver descrição 2
Figura 45– Ver descrição 4
analisada somente a orla marítima. Buscou também, estabelecer a aproximação entre o mar e as pessoas, requalificando sua waterfront, estabelecendo diferentes espaços de estar e encontro voltados para o mar.
Fonte: Desenvolvido pelo autor, baseado em http://www.archdaily.com/613568/revitalisation-of-spikeri-squareand-daugava-waterfront-promenade-arplan-a-plus-architects - Acesso em 26/07/2016 Acesso em 23/07/2016
52 Figura 46– Planta Geral
Fonte: Desenvolvido pelo autor, baseado em http://www.archdaily.com/613568/revitalisation-of-spikeri-squareand-daugava-waterfront-promenade-arplan-a-plus-architects - Acesso em 26/07/2016 Acesso em 23/07/2016
1: Neste ponto foram criadas
2:
foram
3: Área de maior proximidade com
4: Local de estar com bancos e
“varandas” com piso permeável,
estabelecidos somente balizadores
o mar, onde as pessoas podem
vegetação para contemplação da
onde se pode parar a bicicleta e
não há gradil.
descer em um deck.
paisagem.
observar o mar.
Neste
ponto
53 5.4 INTERVINDO NO PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Segundo
Brandi,
“entende-se
por
restauração qualquer intervenção voltada a dar novamente eficiência a um produto da atividade humana” (BRANDI,2004, p.25). A preservação do patrimônio histórico cultural tem ganhado cada vez mais força e espaço
na
sociedade
contemporânea,
muitas vezes vinculada ao turismo cultural patrocinada pelo governo e empresas privadas ampliando, desta maneira, o acesso à cultura.
propõe o tempo como reversível e não pode induzir o observador ao engano de confundir a intervenção ou eventuais acréscimos com o que existia anteriormente, além de dever documentar a si própria;
entende-se
Reversibilidade: pois a restauração não deve impedir, tem, antes, de facilitar qualquer intervenção futura; portanto, não pode alterar a obra em sua substância, devendo-se inserir com propriedade e de modo respeitoso em relação ao preexistente;
mera recomposição estética ou que se
Mínima intervenção: pois a restauração não pode desnaturar o documento histórico nem a obra como imagem figurada;
novos usos que as edificações serão
(CESARI,Brandi
desempenha um papel simbólico relativo as
Estes princípios têm como objetivo
Segundo os princípios apresentados por
garantir a restauração um processo
Brandi, a restauração em patrimônio
metodológico,
histórico deve ter em vista três princípios
transmissão do bem cultural as futuras
fundamentais:
gerações sem suprimir ou alterar as
Distinguibilidade: pois a restauração (que é vinculada às ciências históricas) não
assegurando
a
características do tempo. Baseado nos conceitos apresentados por Brandi,
que
as
intervenções
no
patrimônio histórico devem apresentar propriedade distintas da época que a produziu, sem que a restauração seja uma
produza um falso histórico. Além da questão estética do restauro, entra em pauta na intervenção do patrimônio histórico, os
destinadas.
O
patrimônio
histórico
representações sociais, portanto, se faz necessária uma destinação útil para que haja a preservação deste bem, já que sua degradação
se
deu
justamente
pelo
abandono. No entanto, impor usos que não sejam coerentes com o lugar, aumenta o risco de sua destruição. (RODRIGUES; CAMARGO,2010).
54 INTERVINDO NO PATRIMÔNIO HISTÓRICO: MUSEU PELÉ E TEATRO GUARANY peculiaridades históricas, entendendo o
externa
o
edifício como um símbolo arquitetônico e
maneira um edifício novo dentro da “casca”
projeto do Museu Pelé e o Teatro Guarany.
cultural, por isso o interior recebeu espaços
de um edifico com características de outra
com
época.
Partindo
das
anteriormente,
questões foram
levantadas
selecionados
Museu Pelé
maiores
qualidades
plásticas
e
do
imóvel,
criando-se
espaciais, sem intervir na linguagem Localizado no centro histórico da cidade de
Figura 47 – Museu Pelé Fachada e Internamente
Santos. Com o objetivo de restaurar o edifício histórico e transformá-lo no Museu Pelé, o projeto arquitetônico teve como premissa a reconstrução das paredes externas
conforme
as
características
originais, refazendo assim a tipologia neoclássica e resgatando a imagem do edifício arruinado, valorizando assim o conjunto
arquitetônico
do
entorno.
Contrapondo-se a imagem neoclássica da da fachada, internamente a arquitetura do museu
buscou
uma
linguagem
contemporânea. O projeto valorizou as Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/14.165/5320 Acesso em 29/10/2016
desta
55 Teatro Guarany Localizado na cidade de Santos, seguindo a
Figura 48 – Teatro Guarany Fachada e Internamente
mesma linha de intervenção do Museu Pelé tem também, o Teatro Guarany. Destruído por um incêndio em 1981, que poupou apenas as paredes externas, o prédio foi totalmente reconstruído em 2008, o novo projeto
propôs
a
recuperação
das
características ecléticas do início do século XX. Segundo o arquiteto responsável pela recuperação do edifício Ney Caldatto Barbosa, internamente foram projetados novos espaços permitindo a construção de salas de aulas e laboratórios, além de um novo volume horizontalizado instalado no anexo lateral, para viabilizar as atividades da escola de teatro que funcionará no local.
Fonte: http://mirada.sescsp.org.br/2014/pt/espaco/teatroguarany/- Acesso em 29/10/2016
56
57 6. DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO E APROXIMAÇÃO COM A ÁREA 6.1 Exposição Temática A proposta projetual está pautada no conceito
de
RENOVAÇÃO
DO Ativação do espaço
ESPAÇO URBANO em uma área
público
central consolidada e alvo de futuros investimentos.
Atração da população
Geração de novas
local
atividades
Novos usos
ÁREA DEGRADADA
RENOVAÇÃO DO ESPAÇO URBANO
do Patrimônio histórico
58 6.1.2 Aproximação com a área Mapa 1: Escala de Estudo O processo de investigação e intervenção do projeto foi realizado em três escalas urbanas. Foi necessária a investigação em um plano maior para que se chegasse a área de intervenção. Foram definidas as seguintes escalas, a escala de estudo (mapa 1), a escala do masterplan (mapa 2) e a escala do detalhe. (mapa 3). Mapa 2: Escala do Masterplan
Mapa 3: Escala do detalhamento
59 6.2 PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO DA ÁREA 6.2.1 Escala de Estudo
O perímetro de estudo do projeto, que resultou nos levantamentos anteriormente expostos, foi definido a partir das principais vias de acesso ao Centro Histórico de Santos, assim como a necessidade de compreender a diversidade de usos e como eles impactam na dinâmica de fluxos da região, visto que temos atividades portuárias comércios e serviços em uma mesma área. Além disso a necessidade de entender como os futuros projetos como a ciclovia, o VLT e o mergulhão, desenvolvidos pela Prefeitura de Santos, impactariam e colaborariam na proposta deste trabalho. E o já implantado Hotel Íbis, fechou o perímetro de estudo, pois este trecho do centro vem sendo investido nos últimos anos. O mapa a seguir demonstra os critérios expostos anteriormente para a definição desta escala de estudo.
60
São
Rua General Câmara: via de acesso
Leopoldo: via de acesso a São Paulo e trecho
ao centro histórico, próxima à Prefeitura de
de implantação da futura ciclovia.
Santos, ponto de geração de fluxos.
Avenida
Hotel Íbis
Visconde
de
Futura estação do VLT Av. Conselheiro Nébias: via de acesso ao centro e área portuária.
Av. Conselheiro Nébias: via de acesso ao centro histórico e área portuária.
Projeto para o mergulhão
61 6.2.2 Escala do Masterplan A partir do perímetro de estudo apresentado anteriormente, foi identificada a área que seria foco de intervenção. O perímetro foi definido a partir de fatores principais, sendo eles: 1. Ser a região do centro de Santos que está em foco de desenvolvimento e alvo de futuros projetos, como o mergulhão; 2. A existência dos armazéns 1 ao 4 subutilizados,
próximos
a
área
em
desenvolvimento; 3. O fato de grande parte do centro ser classificado
como
patrimônio
histórico,
dificultaria a implantação de uma área destinada a habitação, e podemos observar no programa Alegra Centro, que a região em amarelo apontada a seguir, está fora do programa, o que possibilita mais flexibilidade de implantação da diretriz do projeto;
62 Diagrama 1: Eixos e Projetos existentes Para a definição das diretrizes do masterplan, foram identificados primeiro os principias eixos e projetos existentes.
Legenda
Eixos Principais
Eixo Secundário
Linha Férrea
Linha do Bonde
63 Diagrama 2: Áreas de Intervenção
A
partir
do
levantado
anteriormente,
foram
- Área 1: Como já exposto a escolha se deu ao fato de
determinados os novos usos e fluxos em projeto, os
estar fora do perímetro do Programa Alegra Centro,
quais estão expostos nos diagramas 2 e 3 a seguir.
sendo possível a implantação de um projeto mais
As áreas de intervenções foram identificadas no
flexível.
diagrama 2 e os critérios de escolhas estão descritos a
- Área 2: Será o ponto de ligação entre a orla
seguir:
portuária, o eixo da Rua São Bento e a área 1, “costurando” desta maneira todo o projeto. -Área 3: Será o foco da intervenção, apresentando o projeto urbano e diretrizes de uso para os armazéns 1 ao 4.
64
3 1 2
Legenda Áreas de Intervenção: Diretrizes de usos
1: Uso predominante de galpões e lotes sem uso 2: Uso predominante de galpões e serviços
Áreas de Intervenção: Detalhamento Praça Rua São Bento: Eixo de ligação entre cidade e orla portuária
3: Armazéns sem uso
65
Diagrama 3: Eixos de Fluxos Propostos
A partir da ciclovia proposta pela prefeitura
de
Santos,
foi
determinada uma extensão dela, chegando
até
as
áreas
dos
armazéns; Um ponto para empréstimo de
A
implantação
do
parque
determinará os novos fluxos de veículos, como indicado, visto que não teremos mais a via perimetral;
O projeto do Mergulhão já prevê o desvio da linha férrea no trecho em que ele não é mais subterrâneo, no entanto, ainda estabelece uma barreira que dificulta a integração entre os armazéns e o parque
bicicletas e um bicicletário serão
proposto.
implantados, visto a tradição da
definido o desvio da mesma como
cidade.
indicado em azul no diagrama acima.
Desta
maneira,
foi
66
Legenda Veículos
Linha Férrea
Projeto de Ciclovia da Prefeitura de Santos
Linha do Bonde
Extensão do Projeto de Ciclovia
67 Diagrama 4: Diretrizes de novos usos
próximo ao centro. Foi determinado
No diagrama 4 foi elaborada as diretrizes de uso
desta maneira que na área indicada em
do masterplan levando em consideração os
vermelho o uso residencial deverá ser
levantamentos realizados e as necessidades locais.
predominante, atendendo assim as
A determinação dos novos usos, seguiu os seguintes parâmetros:
necessidades locais, aproximando a população ao centro da cidade;
O projeto tem como principal objetivo a requalificação da orla portuária, buscando sua reintegração com a cidade. Para tanto, foi determinado o uso institucional e de serviço para os armazéns 1 ao 4 (ateliês de artes, música,
A área residencial, definida como HMP,
A
partir
das
novas
atividades
danças
e
bordado),
bicicletário,
foi determinada a partir das diretrizes do
implantadas na área de intervenção,
Programa Alegra Centro e Alegra Centro
Petrobrás e Hotel Íbis, assim como as
Utilizando-se do projeto Mergulhão da
Habitação.
propostas de projeto deste trabalho para
prefeitura de Santos, foi determinada a
Como temos a condição exposta no
a região, foi determinado o uso
criação de uma praça na esplanada criada
capitulo legislação, a qual determina que
comercial que dará suporte a essas
sobre o mesmo. Ela abrigará atividades
segundo o Alegra Centro, a habitação
novas atividades, visto que conforme
relacionadas as realizadas nos armazéns;
não poderá está dentro do perímetro do
levantamento de uso, foi observado que
As atividades propostas buscam a
programa, enquanto o Alegra Centro
há uma predominância de industrias e
requalificação da área e o uso do centro
Habitação estimula o uso residencial
serviços;
de Santos pela população.
restaurante e espaço para eventos;
68
Legenda Uso Residencial Uso Comercial
Uso Institucional e Serviรงos Praรงa
69 Diagrama 5: Masterplan
Legenda Uso Residencial Uso Comercial
Uso Institucional e Serviços Praça
Eixos de ligação Ciclovia
70 6.2.3 Escala do Detalhe
A orla portuária será a área onde o projeto será detalhado. Seu perímetro foi definido a partir dos armazéns 1 ao 4, entre a Rua São Bento e a Praça Barão do Rio Branco. Nesta escala de projeto serão projetados a Praça e os Armazéns. O espaço público, praça sobre o mergulhão, como articulador entre a cidade e a orla do porto, abrigará as seguintes atividades: Feira livre, para venda de artesanatos, comidas e etc.; Quadra Poliesportiva e de Vôlei; Pista de patinação; Áreas de descansos e encontros com bancos, pergolados, mesas, cadeiras e coberturas; Playground; Equipamento aquático infantil; Ponto de aluguel de bicicletas; Área externa para apresentações; Área para lual.
71 Diagrama 1: Setorização da Praça
Legenda Áreas de encontros e estar
Áreas de lazer e atividades
Vegetação de proteção
15 m em relação a linha férrea Linha férrea
72 Diagrama 2: Proposta de usos da Praça
Legenda Ponto Central
Eixos de ligação
Pontos de controle de passagem de pedestres
Praça da Feira livre Praça dos Esportes
Praça de Entrada Praça das Crianças e Estar
73 Diagrama 3: Proposta de Fluxos e Acessos
Legenda Eixos de acesso
Eixos de distribuição
76 Critério de escolha de Vegetação AV 1: Árvore Samambaia
AV 2: Ipê – Roxo
AV 3: Manduirana
Nome Popular: ÁrvoreSamambaia
Nome Popular: Ipê-Roxo
Nome Popular: Manduirana
Nome Científico: Tabebuia impetiginosa
Nome Científico: Senna macranthera
Nome Popular: Palmeira rabo – de -raposa
Porte: 6.0 a 10 m
Porte: 6.0 a 8.0 m
Critério:
Critério:
Nome Científico: Wodyetia bifurcata
Critério:
O ipê-roxo é uma ótima árvore
Árvore
É uma árvore bastante interessante
ornamental
arborização
indicada para reflorestamento, tem
Critério:
para uso paisagístico, devido ao
urbana, de crescimento moderado a
madeira leve, e é claro, excelente
As mudas pequenas ainda podem
apelo tropical, porte pequeno e copa
rápido, que não possui raízes
ornamental inclusive urbana sob a
ser plantadas sob sol pleno, ao
bem
e
agressivas. O ipê-roxo aprecia
rede elétrica devido ao seu porte
contrário da maioria das outras
oferece sombra
climas quentes, mas pode ser
médio. Por suas características de
espécies de palmeiras. Também
fresca no verão. Indicada para a
cultivada em regiões subtropicais,
espécie
pode ser conduzida em vasos,
arborização urbana, por não ter
tendo nestes casos uma redução na
crescimento, é ideal também para
raízes
velocidade de crescimento.
composição em áreas degradadas, e
Nome Científico: Filicium decipiens Porte: 4.7 a 6.0 m
fechada,
simétrica, que
arredondada
agressivas
e
por
qualidades como ornamental.
suas
para
bastante
pioneira
AV 4: Palmeira rabo – de raposa
ornamental
e
de
preservação permanente.
e
rápido
Porte: 6.0 a 9.0 m
quando jovem.
77 AB 1: Laranjinha-kinkan
AB 2: Bambu Multiplas Folhas
FO1: Grama-amendoim
FO2: Grama Preta
Nome Popular: Grama Preta Nome Popular: Laranjinha-kinkan Nome Científico:
Nome Popular: Bambu Multiplas Folhas
Nome Popular: Grama-amendoim Nome Científico: Arachis repens
Nome Científico: Ophiopogon japonicus
Porte: 1.8 a 2.4m, 2.4 a 3.0m, 3.0 a 3.6 m, 3.6 a 4.7 m
Nome Científico: Bambuseae
Porte: 0.1 a 0.3 m
Porte: 0.1 a 0.3 m
Porte: 2.0 a 4.0 m
Critério:
Critério:
Critério:
Critério:
É
A laranjeira-kinkan é um arbusto, frutífera e ornamental.
Demonstra grande versatilidade e
textura diferente, ela dispensa as
escuras,
invariavelmente cria uma atmosfera
podas periódicas.
uma excelente forração para áreas
É resistente à salinidade dos ambientes litorâneos, sendo própria para a casa de praia.
zen e tropical. Ele pode ser utilizado isolado, ou em grupos, formando pano
de
fundo.
É
bastante
interessante também seu uso em renques, na forma de cercas-vivas de aspecto tanto informal, como formal.
uma excelente forração,
com
Sem caule e com folhas finas e
sombreadas.
ela
é
87 6.2.4 Proposta para os Armazéns
Serão definidos neste trabalho somente as diretrizes de uso dos armazéns 1 ao 4, assim como as propostas de layout que
1
são esperadas, de forma a estabelecer uma relação com as novas atividades propostas para a praça. O layout dos armazéns seguirá as propostas que vem sendo usadas na cidade de Santos para outros edifícios, como o Museu Pelé, onde a “casca” do edifício é preservada, como estabelecido na legislação e é criado um novo edifício dentro, com estrutura independente. Não será tratado a questão do restauro do patrimônio histórico.
2 3 4
88 Armazém 1 - Alimentação Para definição dos programas dos
Armazém 1 Ambiente
armazéns foi considerado o déficit de uso
Ambiente
Área dividido
Capacidade
(Restaurante)
por 15
4 pessoas por
Área
mesa
Café
52 m²
Salão 1
1221 m²
81 mesas
Lanchonete 1
57 m²
Salão 2
217 m²
14 mesas
Lanchonete 2
57 m²
Salão 3
257 m²
17 mesas
Restaurante
104 m²
Total
1.695 m²
112 mesas= 448
Quiosque 1
06 m²
Quiosque 2
06 m²
Quiosque 3
06 m²
No Armazém 1, serão implantados
Administração
30 m²
restaurantes e quiosques de alimentação,
Secretária
30 m²
mantendo assim a área sempre ativada.
WC Masc. (2 unid)
22 m²
WC Fem. (2 unid)
22 m²
Vest. Func. Fem.
22 m²
Vest. Func.Masc.
22 m²
Copa Func.
16 m²
institucional de educação na região central, assim como atividades que darão suporte as futuras dinâmicas da área. O programa pretende atender aos novos usuários que serão atraídos, assim como os moradores da cidade.
Áreas Técnicas
40 e 60 m²
pessoas
90 Armazém 2 - Eventos O Armazém 2 abrigará o Espaço para
Armazém 2 Ambiente
Área
Capacidade
Foyer
115 m²
-
Salão
1534 m²
383,5 pessoas
WC Masc. (2 unid.)
22 m²
-
WC Fem. (2 unid.)
22 m²
-
Cozinha
130 m²
-
Depósito
22 m²
-
10. 50 m²
-
Administração
15 m²
-
DML
06 m²
-
Vest. Fun. Masc.
15 m²
-
Vest. Fun. Fem.
15 m²
-
Áreas Técnicas
40 e 60 m²
-
Eventos, onde poderão ser celebradas festas, casamentos, formaturas, e etc. Assim como o Armazém 1, destinado a restaurantes, o uso deste armazém visa a ativação da área em diversos momentos do dia.
Lixo
92 Armazém 3 Armazém 3 – Institucional 1
Ambiente
Área
Capacidade
Área de exposição e apresentações
590 m²
-
Atelier de pintura (03 salas)
30 m²
15 alunos
Atelier de desenho (03 salas)
30 m²
15 alunos
Atelier de artesanato (03 salas)
30 m²
15 alunos
Atelier de bordado (03 salas)
15 m²
6 alunos
Lojas de venda de bordado (03 un)
15 m²
-
Administração / Secretaria
72 m²
-
Sala dos professores
56 m²
Deposito de materiais
36 m²
-
Lixo
20 m²
-
DML
23 m²
-
Copa Func.
30 m²
-
Vest. Fun. Masc.
38 m²
-
pensado para abrigar e expor os
Vest. Fun. Fem.
38 m²
-
Bordado:
trabalhos
Áreas Técnicas
40 e 60 m²
-
Nos morros de Santos, a imigração de
alunos, assim como para realizar
portugueses foi intensa por volta do
apresentações de música.
No Armazém 3 a proposta de uso é o
na
institucional,
bordado, e essa tradição presente no
visando
atrair
a
renda
familiar
através
do
morro São Bento foi passada para as
população ao centro histórico. Atelier de Pintura, Artesanato e Bordado:
gerações seguintes. Os tempos mudaram, e atualmente as mulheres trabalham fora, o bordado não rende
Como observado no levantamento de
mais o dinheiro que um dia ajudou
usos, a região central não dispõe de
as famílias, mas ainda existem
instituições voltadas para o lazer da
mulheres interessadas na cultura
população local. Para atrair essa
Espaço
população ao centro da cidade foi
Exposição
e
Apresentações:
proposto tal uso, baseado na seguinte O
tradição:
século
XVII.
As
mulheres
que
acompanhavam os maridos ajudavam
espaço
para
exposição
desenvolvidos
foi
pelos
94 Armazém 4 Ambiente
Armazém 4 – Institucional 2
Salas de Música (12 salas)
O Armazém 4, também será destinado
Área 30 m² 1,5 m²/aluno
Capacidade -3 Salas de aulas teóricas: 20 alunos; - 6 Salas de aulas práticas em grupo: 2 a 10
para o uso institucional, assim como
alunos;
definido para o Armazém 3.
- 3 Salas de aulas práticas individuais: 1 aluno; Salas de Dança (02 salas)
200 m²
100 alunos
Administração / Secretaria
60 m²
-
Umas das tradições da cidade de Santos é
Sala dos professores
48 m²
-
o uso da bicicleta como meio de
Deposito de materiais
29 m²
-
locomoção. E como já exposto neste
Lixo
19 m²
-
trabalho a cidade conta com 30.430
DML
24 m²
-
metros
Copa Func
30 m²
-
Vest. Fun. Masc.
38 m²
-
Vest. Fun. Fem.
38 m²
-
Bicicletário
196 m²
-
Vest. Masc.
33 m²
-
Vest. Fem.
33 m²
-
40 e 60 m²
-
Bicicletário:
de
ciclovia.
Foi
proposto,
portanto, um local para guardar as bicicletas e vestiários para os usuários;
Áreas Técnicas
6.2.6 PERSPECTIVAS PERSPECTIVAS DAS ÁREAS EXTERNAS
DECK NA ORLA
BANCOS NA ORLA
ANFITEATRO
ÁREA ESPORTIVA
PERSPECTIVAS DAS ÁREAS INTERNAS
ARMAZÉM 1
ARMAZÉM 3
ARMAZÉM 2
ARMAZÉM 4
102
103 7. BIBLIOGRAFIA Teses MELLO, Gisele Homem de, ” Expansão e estrutura urbana de Santos (SP): aspectos da periferização, da deterioração, da intervenção urbana, da verticalização e da sociabilidade”. 2008 Dissertação ( Mestre em Sociologia) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, São Paulo. 2008. MAZIVIERO, Maria Carolina “Privatismo e gestão pública na urbanização de Santos, continuidades e mudanças: décadas de 1910, 1940 e 2000”. 2013 Tese ((Doutor em Arquitetura e Urbanismo) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de São Paulo, São Paulo.2013. SOUZA D.C Clarissa “Santos e o processo de requalificação de áreas portuárias sobre a perspectivas do planejamento urbano”.2012 Tese (Doutor em Arquitetura e Urbanismo) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de São Paulo, São Paulo.2012. FILHO Macedo M.José “Santos zona de fronteira: Mutações do Largo Marquês de Monte Alegre”. 2008 Dissertação (Mestre em Arquitetura e Urbanismo) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de São Paulo, São Paulo.2008. KRUS, Fabiana “ Intervenções em centros urbanos: O caso da antiga área portuária de Porto Alegre”. 2011 Dissertação (Mestre em Arquitetura e Urbanismo) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.2011. CERQUEIRA, Yasminie Midlej Silva Farias “Espaço Público e Sociabilidade Urbana: Apropriação e siginificadosdos espaços públicos na cidade contemporânea”. 2013 Dissertação (Mestre em Arquitetura e Urbanismo) Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. 2013.
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