O HABITAR DO ESTUDANTE NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO Gabriela S A Fernandes
O HABITAR DO ESTUDANTE NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO Gabriela S A Fernandes
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA
O HABITAR DO ESTUDANTE NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
Trabalho final de graduação Curso Arquitetura e Urbanismo
GABRIELA SANDES ARAUJO FERNANDES Orientadora: Prof.ª Naia Alban Suarez Salvador, BA Outubro, 2016
RESUMO A partir da experiência de um intercâmbio realizado em Madrid pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), foi possível morar durante alguns meses em um edifício estudantil e mergulhar um pouco no que é este tipo de habitação. Foi possível também, visitar algumas residências universitárias na Europa, a partir disto, surgiu o interesse em conhecer um pouco mais sobre este tema na cidade de Salvador. Durante o último ano de faculdade foi desenvolvido em grupo, pelo Atelier 5 coordenado pela Profª Paola Berenstein, uma espécie de Plano diretor para UFBA, momento em que foi possível ver claramente a dimensão do território da universidade na cidade de Salvador e quais eram as necessidades e as demandas da UFBA, sendo uma delas a necessidade por mais residências universitárias. Tema proposto neste trabalho é o Habitar do estudante e pretende discutir a habitação estudantil produzida pela UFBA hoje e sua importância através de uma proposta projetual de uma Nova Residência Universitária no Campus de Ondina.
AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, força maior que me permitiu chegar até aqui, ouviu minhas orações e guiou a minha trajetória profissional. Agradeço também a minha querida orientadora Naia Alban, grande mestra, que abriu os braços para mim e me acolheu em suas orientações, não só como professora, arquiteta e urbanista, mas como amiga e conselheira, me ouviu com paciência, instigou minha curiosidade e contribuiu com este processo árduo que é o TFG (Trabalho Final de Graduação), fosse algo leve e divertido. Agradeço aos membros desta banca, Adriano Mascarenhas, Ariadne Moraes e Fábio Velame, por aceitarem o convite. Agradeço muitíssimo as orientações e contribuições dos professores Fábio e Ariadne. Agradeço aos meus amados pais, Cesar e Nola, por ser a minha base emocional, por me apoiarem em todas as minhas escolhas, por enxugarem minhas lágrimas, por participarem desde a primei-
ra maquete na faculdade, por não me deixarem desistir dos meus objetivos, por acreditarem mais em mim do que às vezes eu mesma, toda a minha gratidão a vocês. Agradeço ao meu querido irmão Flavio, meu gurí prodígio do Photoshop que contribuiu nesta jornada. Agradeço aos meus avós Zezé e Georges, minha vózinha por todas as orações e meu avô por todas as palavras de incentivo. E a todos os familiares que fizeram parte destes anos. Agradeço a minha “FAUmília”, me falta palavras para descrever o que vocês representam, grandes amigos, colegas de profissão, parceiros de trabalhos, de noites viradas, de alegria, de uma energia tão boa que só quem conhece sabe, meu muito obrigada a todos, sem vocês estes anos de FAUFBA não teriam sido tão prazerosos. Em especial a Léo Stanziola, Tairan Leite ,Thi Cruz, Lucinho Goulart, Lu Fraga, Isa Rios e Lú Spínola que me ajudaram e me apoiaram de alguma forma neste último trabalho.
Agradeço também aos lugares onde pude estagiar, todos complementaram muitíssimo na minha formação, aos queridos da DB Arquitetos e as minhas “DBetes”, aos meus grandes lideres e parceiros da equipe Odebrecht, aos amigos do GAM Arquitetos, aos meus professores Carlos Bahia e Gabriela Sampaio pelos ensinamentos na monitória, a minha professora querida Paola Berenstein pelos ensinamentos na Pesquisa e contribuições com o tema e a todos os colegas do Laboratório Urbano da UFBA. Agradeço a todas as “Hermanas Madrileñas”, hoje arquitetas que contribuem com a minha formação desde o intercâmbio em Madrid. Agradeço também a todos os professores e amigos de Universidad de Alcalá de Henares, foram meses incríveis de muito aprendizado. Agradeço também ao meus “compañeros de piso” da residência estudantil em Madrid que me inspiraram neste trabalho.
Agradeço a todos os amigos, amigas e pessoas queridas que me apoiam e mesmo não sendo arquitetos me aguentam falar de projeto por horas e horas, em especial minhas queridas “Fris”e a minha amiga/ psicóloga Ju Lima pelo apoio neste trabalho final. Agradeço também de modo geral a todos os membros da Universidade Federal da Bahia. Todos os meus professores, em especial aos de Atelier, aos colegas e aos funcionários e servidores queridos. Agradeço a todas as orientações extras e conversas que contribuíram com este trabalho, Prof. Graça Ribeiro de Introdução ao TFG, Prof. Cereno e a querida Prof. Rosana Muñoz de estruturas, Prof. Naiara Amorim de Paisagísmo, Prof. Sandra Miranda de Conforto, a Arquiteta Denise Marques da SUCOM, a toda equipe da PROAE (Pró reitoria de assistência estudantil) em especial a Cassia Maciel e Francisco Ribeiro, a toda equipe da SUMAI pela
colaboração e receptividade com este trabalho e ao meu primeiro aluno da monitoria, que foi meu professor nas maquetes virtuais, Joab Cordeiro. E por último e não menos importante, meu agradecimento especial aos residentes da Universidade Federal da Bahia, que me acolheram em todas as visitas, contribuíram com os meus questionários, abriram suas intimidades, seus sonhos, compartilharam ideias, me deixaram viver um pouquinho do universo residência universitária em Salvador e me ajudaram a realizar este projeto. Este trabalho além de ser uma realização pessoal e um desejo de contribuir com uma das demandas da Universidade, ele é todo dedicado a vocês e é para nós estudantes.
À todos, Obrigada!!!
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO
Pg 12 | Pg 14 | Pg 15 | Pg 16 |
Apresentação do Tema Objetivos O Habitar Histórico
Pg 50 | Pg 51 | Pg 52 | Pg 53 | Pg 54 | Pg 56 | Pg 57 |
Plano diretor UFBA de 2004 Projeto SUMAI Mapa de Transportes Mapa BUZUFBA Análise da Topografia Estudos Climáticos Legislação
7. MAQUETE VIRTUAL
Pg 90 | Imagens 3D
8. PROCESSO DE CRIAÇÃO
Pg 104 | Croquis, Maquetes, Esquemas
2. CONTEXTUALIZAÇÃO
Pg 20 | Pg 21 | Pg 22 | Pg 24 |
Contexto Salvador Pesquisa ACEB Contexto UFBA Visitas as Residências UFBA
3. JUSTIFICATIVA
Pg 32 | Demanda UFBA Pg 35 | Direito a Habitação
4. REFERÊNCIAS
Pg 38 | Estudo de caso
5. O TERRENO
Pg 44 | Localização e justificativa Pg 46 | Imagens do terreno Pg 48 | Histórico
6. O PROJETO Pg 62 | Pg 64 | Pg 65 | Pg 66 | Pg 68 | Pg 69 | Pg 70 | Pg 71 | Pg 72 | Pg 74 | Pg 76 | Pg 78 | Pg 80 | Pg 82 | Pg 84 |
Perspectiva Geral Resposta aos objetivos Diretrizes Partido Programa Funcionograma Paisagismo Pré-dimensionamentos Estrutura Implantação Planta Térreo Planta Pav. Tipo Tipos de habitações Cortes Fachadas
9. CONCLUSÃO
Pg 109 | Conclusão
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Pg 112 | Fontes de pesquisa
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INTRODUÇÃO
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
APRESENTAÇÃO
RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA
O Tema proposto neste trabalho tem como objetivo questionar a habitação estudantil e recursos de permanência que são dados aos estudantes de baixa renda da UFBA (Universidade Federal da Bahia), quais são os seus direitos e como eles se inserem na cidade e habitam os espaços dentro e fora dos campi. Atualmente, existe uma demanda alta por moradia estudantil que a universidade não consegue suprir, o total de estudantes matriculados é de mais de 40.000 alunos, segundo o relatório de Gestão UFBA de 2015, deste universo, 50% são oriundos de vagas por cotas e 20% destes estão em situação de extrema vulnerabilidade socioeconômica (aproximadamente 2.000 alunos), segundo a PROAE (Pró-reitoria de assistência estudantil). Entretanto, mesmo com este cenário são oferecidas cerca de 400 vagas em residências universitárias, com algumas em estado de conservação muito ruim e sem infraestrutura adequada, quem não é contemplado com o direito a residência, solicita
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a PROAE por um auxilio financeiro de moradia. Este trabalho visa à reflexão sobre o espaço que o estudante universitário, em situação de vulnerabilidade ou não, ocupa na cidade e na sociedade, qual o seu papel, que lugares ele tem direito ou deveria ter de habitar e como o investimento na qualidade de vida do estudante pode influenciar na formação acadêmica e na potencialização deste individuo que é futuro do local onde ele está inserido. É preciso levar em consideração que investir em educação vai além, de investir em locais como as salas de aula e é muito mais do que oferecer professores bem preparados, ou mobiliário adequado. É preciso dispor de recursos de permanência, infraestrutura, mobilidade, moradia e estimulo a vivência do ambiente universitário. Desta forma será possível diminuir o número de desistências dentro das faculdades, aproximar o desnível de alunos que entram por cotas, ter uma formação de profissionais mais qualifica-
dos, aproximar as diferenças sociais e trazer ao mercado, profissionais mais preparados e cientes das suas ações dentro da cidade e do mundo. Com isto, através da investigação e pesquisa de edifícios residenciais para estudantes universitários, produzidos em grande escala na Europa e nos Estados Unidos, além de estudos de exemplos no Brasil e na própria UFBA e como acontece esta habitação nos campi e no entorno urbano, foi possível estabelecer parâmetros para uma possível proposta desta forma de habitação. Com base nestas referências, esta proposta resulta em um projeto que é uma experimentação, do que hoje é mais adequado em relação realidade da cidade de Salvador e da UFBA, considerando os aspectos socioculturais e climáticos do local, além dos anseios dos residentes que foram expostos através de diversas rodas de conversa e entrevistas realizadas ao longo deste processo de trabalho.
INTRODUÇÃO
ESTUDANTES, PROFESSORES E COMUNIDADE HABITANDO O ESPAÇO UFBA Fotografia da Praça das Artes: Acervo pessoal | Julho de 2016
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O HABITAR DO ESTUDANTE
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OBJETIVOS
GERAL E ESPECÍFICOS DO PROJETO GERAL | (Re)Pensar a habitação estudantil produzida pela UFBA e propor um novo edifício residencial para estudantes no bairro de Ondina, oferecendo uma condição de moradia mais apropriada e um projeto voltado para a necessidades específicas do estudante desde a sua concepção. 01 | Mostrar os benéficos de se investir em residências universitárias e não simplesmente oferecer ajudar financeira ao aluno. Oferecer um projeto de habitação estudantil em terreno próprio da UFBA, a fim de dar um primeiro passo para suprir a demanda dos estudantes de baixa renda, com um projeto que ofereça não só um abrigo, mas um programa que contemple um lugar para viver bem, que atenda as necessidades de serviços do cotidiano universitário, que seja complementar ao espaço de ensino e fortaleça o convívio coletivo e as relações interpessoais.
edifício funcionará como uma janela da produção da UFBA para a sociedade.
02 | Estimular através do edifício residência universitária, uma conexão do estudante com a cidade e da cidade com o ambiente universitário. A proposta é que este projeto não traga barreiras psicológicas ou físicas que sejam fixas, como muros, por exemplo. A Nova Residência terá espaços de convivência para os alunos e a sociedade, pois com espaços públicos e de livre acesso é possível aumentar a segurança, a utilização do espaço e a interação cultural entre vários tipos de pessoas, o
04 | Romper uma herança política segregadora e propor multiplicidade dos usuários. Apesar das vagas nas residências universitárias da UFBA serem apenas para estudantes de baixa renda da graduação e prioritariamente os que não são residentes em Salvador, a proposta do projeto é que este edifício contemple não só estudantes carentes, mas também uma pequena porcentagem, por exemplo de 30% para estudantes da graduação, intercambistas, pós-graduação e professores
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03 | Propor um espaço com diversificação de usos nas varias temporalidades (manhã/tarde/ noite/finais de semana e feriados). Além do edifício se caracterizar como residência universitária, ele irá contar com serviços de uso para a comunidade universitária como um todo, classificando o edifício em uso misto para geração de renda, a fim de sustentar a gestão do prédio e reinvestir os ganhos para novas residências.
(fixos ou visitantes) que tem condição de pagar, porém desejam estar em ambiente de residência universitária, como acontece em vários lugares do mundo, isto fortaleceria relações, convivío e troca interpessoal e todo o ganho poderia ser reinvestido em mais residências. 05| Inserir o estudante no mercado de trabalho. Na gestão atual da Universidade, quando acaba a graduação, o aluno tem direito a seis meses de permanência na residência, porém passado este período alguns não conseguem se inserir no mercado de trabalho, e acabam sem perspectivas por um tempo. Pensando nisto espaços coworking (espaços de escritórios compartilhados) são incluídos no programa, pensando no profissional autônomo e em espaços para trabalho e reuniões de estudantes dentro da UFBA, das empresas Junior e de outras universidades.
INTRODUÇÃO
O HABITAR
DIREITO DO INDIVÍDUO
O direito a habitação é uma necessidade fundamental do indivíduo, e é preciso assegurar que aqueles que estão em situação de vulnerabilidade socioeconômica, que é uma parte significativa do país, tenham acesso a este direito. O grande problema da falta de habitação para tantos cidadãos, além de proceder de um passado histórico, é fruto da ausência de políticas públicas voltadas para o coletivo que são realmente efetivadas. O direito a uma moradia digna foi reconhecido e implantado como pré-requisito para a dignidade do ser humano em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e depois foi propagado na Constituição Federal de 1988, por advento da Emenda Constitucional nº 26/00, em seu artigo 6º. “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”
No que diz respeito à educação, a lei nº 9.394 de 1996, indica a moradia como um dos quesitos para uma educação de qualidade. No ensino superior de graduação, as universidades brasileiras iniciam a assistência estudantil na década de 1930 com os programas de alimentação e moradia universitária, entretanto o seu desenvolvimento e ampliação como uma poltica, somente, ocorre em 1970, com a criação do DAE (Departamento de Assistência Estudantil). Atualmente, no Brasil existe a PROAE (Pró-reitoria de Assistência Estudantil), ela é responsável por gerir esta assistência ao estudante e oferecer recursos a fim de garantir à permanência dos estudantes de graduação que estão em situação de vulnerabilidade econômica na universidade. Na UFBA a PROAE surgiu em 2006 e é conhecida como Pró-reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil. Ela a responsável pelos auxílios dos alunos e está regulamentada pelo PNAES (Programa Nacional de Assistência Estudantil) que
dispõe no Decreto nº 7.234, de 2010, suas obrigações com o estudante, entre elas: moradia estudantil, alimentação, transporte, atenção à saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche, apoio pedagógico; e acesso, participação e aprendizagem de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação. Entretanto, mesmo contando com toda a legislação ao favor dos estudantes vulneráveis e políticas de inclusão social, os recursos que temos hoje na UFBA ainda não atendem a todos que precisam.
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
HISTÓRICO Segundo artigo da pesquisadora Nelma Barbosa, as universidades como instituição tiveram sua origem no período da Idade Média com as corporações de estudantes que se uniam e contratavam professores para ministrar aulas. A isso chamavam universitás que era um ensino com a pretensão de ser universal. Esses estudantes de origens diferentes reuniam-se em habitações, conhecidas na época como nações, pois cada uma abrigava alunos vindos de diversos lugares. As primeiras residências surgem na Itália, em 1088. Nesta época as acomodações estudantis se assemelhavam a pensões. O termo “Residência universitária” se refere a uma edificação alugada ou própria, vinculada a uma universidade especifica ou não que pode ser publica ou privada e tem como objetivo proporcionar moradia para alunos universitários e/ou professores. No Brasil, a assistência estudantil é institucionalizada no governo de Getúlio Vargas, entretanto o primeiro relato de habitação para universitários no país tem mais de 140 anos, está na Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP. Sua criação deu-se pela necessidade de fixação dos alunos e professores vindos de fora do interior mineiro, na Escola de Minas de Ouro Preto, que tinha os cursos isolados da área de mineração, engenharia e geologia.
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Em Salvador, na UFBA, a primeira residência que surge é a do Corredor da Vitória, chamada de residência 01 (Fig.01), ela foi o primeiro espaço de convivência universitária. Foi adquirida em 1940 e abrigada dentro de um Casarão antigo. Contava desde o início com um restaurante universitário que recebia autoridades acadêmicas, políticas e culturais, além de alunos, professores e servidores da UFBA. Foi palco de movimentos políticos de grande importância, como a resistência à ditadura militar. No mesmo lugar havia torneios esportivos, um balneário, bailes, cinema, palestras e gabinete, segundo foi divulgado no site das Residências da UFBA. Um pouco depois, em 1956, foi inaugurada a Residência Universitária Feminina da UFBA, localizada no bairro do Canela (Fig.02) para abrigar as estudantes. Em 1962, foi adquirido, no Largo da Vitória, o casarão que serviria de alojamento para os estudantes e professores oriundos do sistema de intercâmbio da UFBA com universidades estadunidenses. Surgia, assim, a Residência dos Estudantes Estrangeiros que, após o termino da permanência dos estadunidenses nesta moradia estudantil, transformou-se na Residência Universitária 02. Até o final da década de 1960, não havia um grande fluxo migratório de estudantes para Salvador, as
moradias estudantis eram basicamente fornecidas pela UFBA. Isto mudou, no entanto, na década de 1970. A abertura do Polo Petroquímico de Camaçari, do Centro Industrial de Aratu e da modernização da Refinaria Petrolífera Landupho Alves, ambos na Zona Metropolitana de Salvador, desencadeou o primeiro grande fluxo migratório de pessoas para Salvador. Dentre essas pessoas, muitos eram estudantes, que vieram em busca de oportunidades de crescimento acadêmico (pois a UFBA era o único centro de excelência em ensino superior da época, além de que os melhores colégios secundaristas se encontravam também em Salvador) e profissional (visto que, nestas circunstâncias, Salvador passou a concentrar muitas propostas de emprego e de capacitação profissional, nas mais diversas áreas, aos profissionais tecnicamente capacitados . Em 2012, com a oficialização da Lei das cotas, a quantidade estudantes vindos do interior e em situação de vulnerabilidade aumenta, destacando ainda mais a necessidade do equipamento dência estudantil, a fim de buscar a permanência e conclusão destes alunos na universidade. residência estudantil, a fim de buscar a permanência e conclusão destes alunos na universidade.
INTRODUÇÃO
Neste mesmo ano de 2012, a Residência Univer-sitária Estudante Frederico Perez Rodrigues Lima é inaugurada na Av. Garibaldi, representando uma conquista dos estudantes da UFBA e uma nova concepção de moradia estudantil na cidade de Salvador. Diferentemente das outras residências, que são casas que foram improvisadas para tal uso, a Frederico Perez, inaugura um novo modelo arquitetônico de construção das moradias. Ela possui um formato de construção similar a um prédio residencial convencional da classe média, são apartamentos de dois quartos com cozinha, banheiro e área de serviço atendendo a quatro pessoas. Entretanto, embora represente uma novidade no que diz respeito à estrutura de moradia estudantil para UFBA, é importante que se reflita se esse projeto de residência atende de fato às demandas sociais inerentes a um espaço de moradia coletiva para universitários, já que o projeto praticamente não contempla áreas comuns. Afinal muito além que um espaço para morar, é preciso de um espaço para habitar, socializar, viver em comunidade, estudar, ter lazer, fazer amigos, para que não se fuja do objetivo do convívio coletivo que tem uma casa de estudantes. Figura 01 - Imagem da Fachada principal da Residência do universitário 01, foto da década de 1950. Fonte: http://www.residencia.ufba.br/historia/decada_50/3.htm (Acesso em Setembro de 2016)
Figura 02 - Imagem da antiga Residência Universitária 03, hoje desativada por problemas estruturais, foto da década de 1960. Fonte: http://www.residencia.ufba.br/historia/decada_50/17.htm (Acesso em Setembro de 2016)
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CONTEXTUALIZAÇÃO
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
CONTEXTO SALVADOR TIPOS DE MORADIAS ESTUDANTIS
Existem alguns tipos de moradia estudantil em Salvador além das mais conhecidas que são as residências universitárias da UFBA, muitas vezes o estudante opta por essas, por conta da falta de vaga e não acesso a uma moradia vinculada a universidade. Dentre essa opções estão: O pensionato, a república particular e apartamentos alugados em conjunto. | República particular: São aquelas onde grupos de estudantes alugam um imóvel particular e dividem o custo para manutenção da casa, isto pode ser organizado pelo estudante ou por outro responsável. Este tipo de moradia é comum em cidades universitárias. | Pensionato: Neste tipo de estabelecimento, o proprietário do apartamento aluga quartos de apartamentos, alguns alugam até mesmo da sua própria casa. São espaços informais e sem um convívio coletivo pensado na vida estudantil. | Apartamentos alugados em conjunto: Os apartamentos alugados em conjunto, são de estudantes que se unem para conseguir morar próximo a universidade, já que o aluguel nestas áreas é muito caro, geralmente, os estudantes que recebem auxílio moradia da PROAE fazem este tipo opção e por não conseguirem morar sozinhos e assim podem escolher os seus colegas de apartamento. É uma opção interessante, entretanto não proporciona um convívio coletivo tão amplo.
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CONTEXTUALIZAÇÃO
PESQUISA ACEB
DADOS RELEVANTES PARA O PROJETO De acordo com pesquisa realizada pela ACEB (Associação de Casas dos estudantes da Bahia) no ano de 2010, existia na cidade de Salvador um total de 52 residências universitárias cadastradas, que abrigavam cerca de 1500 estudantes. Nesta pesquisa a ACEB entra em contato com 32 destas residências para verificar alguns dados que poderiam ser relevantes em relação ao um diagnóstico de demanda de público e local para implantação de novas residências. O primeiro fator analisado foi a distribuição de estudantes por sexo, sendo o resultado encontrado de 54,8% homens e 45,2 % mulheres. Gráfico 01 | Distribuição de residentes por sexo:
54,8%
45,2%
Residêntes do sexo feminino Residêntes do sexo masculino
FONTE: Gráfico elaborado pela autora com dados da ACEB, referente a cidade de Salvador e ao ano de 2010.
No gráfico 02 é possível perceber, que a maioria dos estudantes que estão nas residências analisadas pela ACEB, são vinculados ao ensino público. Gráfico 02 | Distribuição de residentes por sexo: 67
167
Intituição de Ensino superior público
451 243
Intituição de Ensino superior privado Curso pré vestibular Curso técnico e outros
FONTE: Gráfico elaborado pela autora com dados da ACEB, referente a cidade de Salvador e ao ano de 2010.
Já com relação à localização destas moradias estudantis, é possível observar na tabela 01, que a maioria delas estão localizas próximas dos campi das universidades públicas e demais instituições de ensino, estas residências representam também uma resistência a especulação imobiliária e uma possibilidade do estudante garantir uma maior mobilidade e qualidade de vida de estudar próximo de onde mora, gastando pouco ou através de auxílios de assistência estudantil.
Entertanto, apesar da quantidade de residências registradas é importante salientar que estes números ainda não atendem a demanda, que muitas delas possuem infraestrutura ruim ou inadequada e que muitas delas são residências da prefeitura e não são voltadas, prioritariamente, ao público universitário. Tabela 01 | Distribuição das residências estudantis por localidade em Salvador. LOCALIDADE NUMERO PORCENTAGEM % BARRIS 3 9,38 CAMPO 1 3,13 GRANDE CANELA 2 6,25 2 DE JULHO 1 3,13 GRACIA 2 6,25 GRAÇA 1 3,13 NAZARÉ 10 31,25 SAÚDE 3 9,38 TORORÓ 7 21,88 VITÓRIA 2 6,25 TOTAL 32 100% FONTE: Tabela elaborada pela autora com dados da ACEB, referente a cidade de Salvador e ao ano de 2010.
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O HABITAR DO ESTUDANTE
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CONTEXTO UFBA
AS QUATRO RESIDÊNCIAS DA UNIVERSIDADE A Universidade possui quatro Residências Universitárias, chamadas de R1, R2, R3 e a Residência Frederico Perez de Lima Rodrigues, que tem em esse nome para homenagear um estudante que foi morto na frente do edifício devido a um assalto, ela é também conhecida como R5. O edifício da Reitoria é considerado a Residência de numero 4, por ideologia, que é encarado como um possível lugar de luta e ocupação. Para simplificar a analise de cada residência foi elaborada uma pequena ficha técnica para permitir um comparativo entre as moradias.
R1 | CORREDOR DA VITÓRIA
Imagem da fachada principal da Residência 01. Foto do ano de 2016. Fonte: Acervo pessoal
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FICHA TÉCNICA |Capacidade: 90 estudantes |Projeto: Não foi projetada para ser uma Residência universitária. |Infraestrutura: Inadequada e em mal estado de conservação. |Habitações: De 2 à 5 pessoas |Sanitários: Coletivos para toda residência. |Cozinha: Coletiva para toda a residência. |Áreas Comuns: Academia, espaço para ensaios, salas multiuso, lavanderia coletiva, etc. Entretanto todos os espaços em situação muito ruim de conservação. |Extra: Possui um Restaurante Universitário e já teve ampliações além do casarão.
R2 | LARGO DA VITÓRIA
Imagem da fachada principal da Residência 02. Foto do ano de 2016. Fonte: Acervo pessoal
FICHA TÉCNICA |Capacidade: 34 estudantes |Projeto: Não foi projetada para ser uma Residência universitária. |Infraestrutura: Inadequada, estado de conservação regular. |Habitações: De 3 à 5 pessoas. Sendo apenas 1 hab. para uma pessoa. |Sanitários: Coletivos para toda residência |Cozinha: Coletiva para toda a residência |Áreas Comuns: Salas multiuso, lavanderia coletiva, etc. Entretanto todos os espaços improvisados. |Extra: Os alunos tem uma pequena horta no quintal.
CONTEXTUALIZAÇÃO
R3 | BAIRRO DA GRAÇA
Imagem de uma da hospedárias alugadas para abrigarem os estudantes da Residência 03. Foto do ano de 2016. Fonte: Acervo pessoal
FICHA TÉCNICA |Capacidade: 99 estudantes |Projeto: É um antigo edifício de escritórios que funciona como hospedaria e a UFBA aluga desde que a antiga R3 no bairro do Canela foi desocupada. |Infraestrutura: Inadequada, algumas paredes são divisórias de escritório, por exemplo, sem tratamento acústico, estado de conservação regular. |Habitações: De 3 à 5 pessoas. Sendo 2 hab. para uma pessoa. |Sanitários: Coletivos para toda a residência. |Cozinha: Coletiva para toda a residência. |Áreas Comuns: Salas multiuso, lavanderia coletiva, etc. Entretanto todos os espaços improvisados.
R5 | ONDINA
Imagem da fachada de entrada da Residência 05. Foto do ano de 2016. Fonte: Acervo pessoal
FICHA TÉCNICA |Capacidade: 199 estudantes |Projeto: Foi projetado para ser uma residência estudantil, mas assemelha-se a um edifício residêncial padrão. |Infraestrutura: O estado de conservação é bom. Não há acessibilidade universal, uma pessoa com deficiência não tem acesso a todos os andares e a áreas como a lavanderia, por exemplo. É mal servida de áreas coletivas e estudantes reclamam do conforto térmico. |Habitações: São aptos para 4 pessoas com cozinha e sanitário. |Áreas Comuns: Sala de estudos e uma lavanderia coletiva. |Extra: A ausência de áreas coletivas diminui o convívio, o que descaracteriza um pouco a real intenção do que pode ser um habitar universitário.
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O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
VISITA AS RESIDÊNCIAS UFBA APREENSÃO DO ESPAÇO
Para compreender melhor o contexto de cada residência universitária pertencente a UFBA, além da elaboração da ficha técnica, entrevistas e bate papo com os estudantes, foram necessárias visitas para apreensão do que é este espaço em cada uma das edificações. Observar o que cada residência tem de positivo ou negativo, como estes estudantes estão vivendo hoje e as singularidades de cada espaço. 01|INFRAESTRUTURA E QUALIDADE DO ESPAÇO: R1
R2
R1
R1
R3
R1
Nas fotos ao lado, é possível verificar a falta de infraestrutura e manutenção das residências, de modo geral. Os banheiros, muitos não funcionam, algumas forrações já caíram devido à falta de manutenção, alunos têm livros para iniciarem uma pequena biblioteca, mas falta um espaço adequado, espaços de refeições são formados pelos corredores com geladeiras trancadas. A exceção da R5 que foi o único edifício projetado para uso de moradia estudantil, em todas as outras três nota-se falta de cuidados com o patrimônio.
R3
Imagens do ano de 2016 Fonte: Acervo Pessoal.
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CONTEXTUALIZAÇÃO
02 | COMO SÃO AS COZINHAS: Com relação às cozinhas, desde o início existia uma preocupação grande se estas deveriam ser individuais, comunitárias ou para pequenos núcleos de pessoas neste projeto. De acordo com as observações notou-se que a cozinha comunitária, quando existe, é usada esporadicamente e em momentos de festas, mas que é pouco usada no dia a dia, geralmente os alunos formam grupos de 3 a 6 pessoas e compram geladeira e micro-ondas, estes são espalhados pelos corredores ou colocados dentro dos próprios quartos, isto acontece na R1 e na R3, como é possível ver nas fotos ao lado. Na R2 eles conseguem utilizar conjuntamente a cozinha, sem muitos transtornos, entretanto vale ressaltar que o universo é de cerca de 30 estudantes. Na R5 eles gostam de dividir cozinha e banheiro apenas entre as 4 pessoas e falam que é mais fácil para determinar tarefas de limpeza, por exemplo, embora sintam falta de um espaço para estarem juntos. Imagens do ano de 2016
R1
R3
R1
R1
R3
R2
R5
Fonte: Acervo Pessoal.
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O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
03|SOBRE AS HABITAÇÕES: R1
R2
R1
R3
R5
R5
As habitações foram estudadas uma a uma com seus pontos positivos e negativos, habitações no contexto deste trabalho significa o espaço privado de moradia de cada residente. No caso da R1, R2 e R3, estas habitações são quartos compartilhados, com algumas raras exceções individuais, sem banheiro e sem cozinha. Na R5 são apartamentos de 2 quartos compartilhados, com sala, cozinha, banheiro e área de serviço. Durante as entrevistas, a grande maioria dos residentes disse que preferia quartos compartilhados mais amplos, a quartos pequenos individuais. Falaram também, das necessidades cotidianas, de como seria bom ter um lugar para estender toalhas e roupas íntimas, da possibilidade de fechamento das camas com cortinas ou divisórias, da necessidade de armários individuais e de coisas simples no mobiliário como tomadas, iluminação e prateleiras que poderiam ter. Imagens do ano de 2016 Fonte: Acervo Pessoal.
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CONTEXTUALIZAÇÃO
04 | ÁREAS DE USO COMUM: Sobre as áreas de uso comum, a R1 é a que possui mais espaços coletivos, embora não tenham boa infraestrutura, são bastante utilizados inclusive por outros residentes e alunos UFBA. A R1 possui salas de conveniência, sala de televisão, espaços livres abertos, uma unidade do Restaurante Universitário que atende a todos os residentes que não desejam ir até Ondina, além disso, possui um espaço, muito pedido pelos estudantes das outras residências que é um salão de estudos e ensaios para alunos de musica, dança, teatro, etc. Na demais residências os espaços são mais limitados, na R2, alunos improvisam um hora no quintal, na R3 os espaços são adaptados e na R5 que foi projetada para ser uma residência universitária, não possui áreas coletivas, a acessão dos corredores, uma pequena lavanderia e um sala de estudos com apenas cinco mesas.
R1
R2
R1
R1
R2
R5
Imagens do ano de 2016 Fonte: Acervo Pessoal.
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“A gente passa semestres lutando para entrar aqui, apesar de tudo” Residente da R5
“ A residência fortalace o movimento estudantil e é um lugar de luta” Residente da R2
“Todo mundo aqui não tem condição, vem do interior, sem este lugar eu não conseguiria estudar, é um sonho” Residente da R2
“Existe um pré-conceito sobre as residências da UFBA, acham que é droga e festa, mas não é”
Residente da R5
“ A interdiciplinaridade é um ganho enorme aqui na Residência” Residente da R1
“O lugar onde eu consegui fazer amigos e ganhei uma família.”
Residente da R5
“ já moro aqui há 5 anos, acho que não falta verba, falta interesse, mas a gente se vira” Residente da R3
Trechos de falas dos residentes que foram gravadas ao logo do processo de investigação do tema. Elas retratam o aspecto positivo da existência das Residências Universitárias da UFBA, memo diante das dificuldades apresentadas.
CONTEXTUALIZAÇÃO
VISITA AS RESIDÊNCIAS UFBA
ENTRE AS ADVERSIDADES A IMPORTÂNCIA DE UMA RESIDÊNCIA ESTUDANTIL Apesar, das adversidades, problemas com a estrutura, dificuldades na manutenção e falta de espaços adequados e projetados para a vida estudantil, o que se percebe é uma riqueza de usos destes espaços, uma criatividade grande por parte dos estudantes e uma vontade enorme de driblar os problemas e usar ao máximo cada parte do lugar onde habitam. Abaixo algumas das atividades que são realizadas nas Residências da UFBA, todas abertas ao público externo.
Imagens do Caruru da diversidade – fornecidas pelo GGR (Grupo Gay das Residências), eles realizam o Caruru desde de 2009, inicialmente era na R2 e agora, acontece na R1. Imagens da R1 no dia do Caruru da Diversidade do ano Eles consideram um grande ato político e social. de 2016. Fonte: Acervo pessoal.
Imagem das aulas de Tecido acrobático que acontecem na R1. Fonte: Imagem retirada do Facebook – Pétalas do Vento na R1.
Imagem do Grupo TEA da peça Auto da compadecida na R1. Fonte: Imagem retirada do perfil no Facebook da R1.
Imagem dos corredores e espaços livres utilizados para comemorar a formatura. Fonte: Imagem retirada do perfil no Facebook da R5.
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JUSTIFICATIVA
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
“Neste cenário, a demanda por residências estudantis é comumente tratada em uma abordagem de reivindicação por Políticas Públicas de Assistência Estudantil colocada principalmente pelo Movimento Estudantil Universitário, mas é pouco problematizada ou compreendida dentro do debate do acesso aos direitos à moradia digna e à cidade, sendo crucial articular essas dimensões, na perspectiva de avançar na promoção dos direitos sociais deste segmento - jovens estudantes de baixa renda - e dos grupos sociais que o constituem, atualizando a premência da democratização do acesso à Universidade, já que há uma problemática das residências estudantis marcadas pela ocorrência de déficit habitacional básico e inadequação de domicílios urbanos, pra ficar na categorização difundida pela Fundação João Pinheiro ¹ (2006). A ocorrência de déficit por incremento de estoque é evidenciada pela parcela significativa dos estudantes que demandam moradia estudantil e que não estão atendidos, a julgar pelos dados da Associação Nacional dos Dirigentes das IFES (Andifes), que mostram que apenas 10,1% do total de alunos dessas instituições são beneficiados por algum programa de assistência estudantil, apesar de 44,3% dos estudantes das mesmas pertencerem às denominadas classes C, D e E (UNE, 2006).” ACEB (Associação de casas dos estudantes da Bahia) Nota ¹ : Fundação João Pinheiro é uma instituição de pesquisa e ensino vinculada à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais.
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JUSTIFICATIVA
DEMANDA UFBA GRÁFICOS DA PROAE
Atualmente, são 6000 alunos cadastrados na PROAE (Pró Reitoria de Assistência Estudantil) que tem perfil para receber algum tipo de auxílio, entre eles o de moradia ou de uma vaga em uma das residências universitárias da UFBA. Entretanto, somente 1369 alunos recebem auxílio financeiro para moradia e 388 alunos tem uma vaga em alguma das residências estudantis. Estes são números foram concedidos pela própria PROAE e são referentes ao ano de 2015. Abaixo alguns gráficos que ilustram o número de alunos que em 2015 pediram por auxílio moradia e foram aptos ou indeferidos e dos que foram aptos quantos não foram atendidos, é possível notar a grande demanda da universidade por este tipo de assistência através destes gráficos com dados internos.
Resultado das análises do Auxílio Moradia
Atenção à Demanda Absoluta do Auxílio Moradia - ATÉ 18/05
40% 60%
23%
Aptos Indeferidos
Gráfico fornecido pela PROAE onde mostra a porcentagem de alunos que pedem por auxilio moradia e não estão aptos a receberem por não preencherem todos os requisitos, como por exemplo de aspectos de vulnerabilidade. (GRÁFICO REFERENTE AO ANO DE 2015).
77%
Inscritos e contemplados Inscritos e não contemplados
Gráfico fornecido pela PROAE onde mostra a porcentagem de alunos que pedem por auxilio moradia são aptos, porém não são atendidos (293 pessoas).(GRÁFICO REFERENTE AO ANO DE 2015)
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O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
DEMANDA UFBA
SITUAÇÃO DAS RESIDÊNCIAS EM 2009
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JUSTIFICATIVA
DIREITO À HABITAÇÃO PORQUE INVESTIR EM RESIDÊNCIAS?
A principal justificativa, para a construção de uma nova residência universitária para UFBA em Salvador, independentemente da proposta, é a demanda que pode ser caracterizada como uma grande problemática. Como é possível perceber na reportagem do Jornal Correio, em Março de 2009, que esta demanda é uma questão que perpétua há alguns anos e que as dificuldades não estão apenas na falta de vagas, mas também na infraestrutura inadequada. Como já mencionado, anteriormente, a UFBA tem mais de 40.000 alunos matriculados, entre graduação e pós-graduação (segundo o relatório UFBA em números de 2015) nos diversos cursos e somente cerca de 400 vagas nas residências universitárias. Com o advento das cotas nas universidades federais, e a possibilidade de mobilidade com as provas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) a inclusão de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica só aumentou nos últimos anos nas vagas das universidades públicas e a migração de estudantes, nesta condição vindos de outras cidades, também. Com isto, surge o questionamento de como fazer
com que este estudante permaneça na universidade. Não basta apenas garantir o seu ingresso, é necessário que haja um programa de permanência eficiente onde se coloque como pauta na assistência estudantil, prioridade em itens como, moradia, mobilidade e inserção na cidade e garantindo que todos que precisem tenham acesso a isto e possam concluir a graduação com este aparato. Atualmente, os estudantes somam um universo hoje de quase 50% de baixa renda, segundo a ACEB, ou seja, são pessoas que muitas vezes não tem condições de custear a vida se dedicando apenas a universidade e como já mencionado o estudante que não possui acesso à residência recebe um auxilio moradia no valor de R$ 400,00 que é um valor muito baixo, levando em consideração que os campi da UFBA estão inseridos nos bairros que possuem um dos “metros quadrados” de venda ou alugueis mais caros de Salvador. Assim, muitos acabam alugando apartamentos na periferia e não conseguindo se adaptar as distâncias, devido ao transporte ainda deficiente da cidade, com isto, ocorrem às desistências dos cursos, que são uma perda de dinheiro por auxílios ineficientes e mesmo aqueles que resistem e conse-
guem manter-se na universidade são privados de uma moradia para estudantes que poderia ampliar a sociabilidade e a evolução enquanto indivíduos. Outro benefício de se construir residências e não simplesmente oferecer ao estudante algum tipo de assistência em dinheiro, é a garantia de segurança e de estabilidade na formação do aluno. Já que a residência é algo físico e que em um período de crise financeira ou cortes nos gastos, como acontece agora no ano de 2016, por exemplo, os alunos que moram nas residências acabam se sentindo mais seguros dos que os que recebem bolsa moradia, com ameaças de serem cortadas. Criar estes edifícios além de dar tranquilidade aluno, amplia o patrimônio da Universidade. É preciso compreender que uma residência universitária não é apenas um lugar para morar, mas um lugar para habitar, de vivência, que fortalece relações, que tem um viés político, que proporciona o amadurecimento do estudante, o qual deve ser entendido como agente transformador da sociedade e para isto é preciso ter um espaço pensado que possibilite tudo isto.
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REFERÊNCIAS
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
REFERÊNCIAS ESTUDO DE CASO
Para fundamentar o início de escolhas relativas ao projeto proposto, como por exemplo, escolha do terreno, decisão do partido, criação do programa, entre outros, foi feita uma investigação e pesquisa de projetos de habitação estudantil que já foram construídos, sendo a maioria deles bem conceituados, no que diz respeito à pertinência do tema. O objetivo era analisar distintos edifícios, com relação a lugares, implantação geográfica, escala, tipologia, etc. FICHA TÉCNICA: | Local: França | Ano: 1933 | Arquitetos: Le Corbusier e Pierre Jeanneret | Tipo: Privado vínculado com a Universidade | Pavimentos: 5 andares | Habitações: 42 de 22 m² (individual) | Leitos: 42 | Usuários: | Planta Tipo:
Imagem retirada do site: http://www.fondationlecorbusier.fr/ (Acesso em Setembro de 2016)
01 |PAVILHÃO SUÍÇO DA CIDADE UNIVERSITÁRIA DE PARIS Essa referência é escolhida, pelo fato de ser um edifício muito conhecido, quando o assunto é residência estudantil. Foi interessante estudá-la para se ter um exemplo modernista, pois o local de implantação do projeto é o campus de Ondina onde a maioria dos edifícios seguem este estilo. Ela tem o térreo livre em pilotis, o que é uma boa estratégia de conexão com a cidade. É toda acessível para pessoas com deficiência e possui espaços de uso coletivo nos seus 5 andares. 40
REFERÊNCIAS
FICHA TÉCNICA: | Local: Cambridge, Estados Unidos | Ano: 1949 | Arquitetos: Alvar Aalto. | Tipo: Privado vínculado com a Universidade | Pavimentos: 6 andares | Habitações: 280 de 22m² (dupla) e 13m²(ind.) | Leitos: 353 | Usuários: | Planta Tipo:
Imagens retiradas do site: https:// histarq.wordpress.com/2011/12/02/ aula-6-alvar-aalto-ate-1976/ (Acesso em Setembro de 2016)
02 | CASA DO ESTUDANTE DE MIT (BAKER HOUSE) Esta referência é escolhida a fim de observar seu sistema construtivo e fluxograma. Quando ela foi feita tinha que ser toda com iluminação natural, máxima quantidade de apartamentos dentro da área proposta e mesmo assim o arquiteto se preocupa com circulações generosas que gerem espaços de convivência.
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O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
FICHA TÉCNICA: | Local: Barcelona, Espanha. | Ano: 1997 | Arquitetos: E. Terrades e R. Cáceres | Tipo: Público/ Privado | Pavimentos: 6 andares | Habitações: 140 de 25 m² (dupla) | Leitos: 256 | Usuários: | Planta tipo: Imagens retiradas do site: http://caceresarquitectes.com/1995-97%20Residencia%20de%20 estudiantes.html e http://www.spanishintour.com/pt/data/lodging/ grandes-cidades/barcelona/residencia-pere-felip-monlau.html (Acesso em Setembro de 2016)
03 | PERE FELIP MONLAU Esta referência é trazida com objetivo de ilustrar um exemplo de gestão público x privado. Ela recebe intercambistas e alunos visitantes.
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REFERÊNCIAS
FICHA TÉCNICA: | Local: Copenhague, Dinamarca. | Ano: 2006 | Arquitetos: Lundgaard e Tranberg | Tipo: Privado vínculado com a Universidade | Pavimentos: 7 andares | Habitações: 380 hab. de 26 m² a 30 m² (ind.) | Leitos: 380 | Usuários: | Planta Tipo:
Imagens retiradas do site: http://www.archdaily. com/474237/tietgen-dormitory-lundgaard-and-tranberg-architects (Acesso em Setembro de 2016)
04 | TIETGEN Nesta referência o foco de estudo foi à estética, a textura da fachada é gerada pelos volumes das habitações o que traz um dinamismo interessante ao volume de forma simples. A intenção deste projeto foi o foco na vida em comunidade e nos espaços comuns que o edifício gera, por exemplo, o pátio central.
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O TERRENO
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
LOCALIZAÇÃO
JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA O Terreno escolhido para o desenvolvimento do projeto da nova residência universitária para Universidade Federal da Bahia, pertence à própria instituição, isto foi levado em conta devido à quantidade de espaços vazios dentro dos campi que estão sem utilização. Portanto, não será necessário nenhum investimento financeiro por parte da universidade na aquisição do terreno para a Nova Residência | UFBA. A localização do terreno dentro do campus e no bairro de Ondina também foi estratégica. Ondina é um bairro múltiplo que possuí diversos usos, o que favorecem a uma vida mais cômoda para o estudante diante da proximidade de diversos serviços como mercados, padarias, farmácias, bancos, etc. Além disto, está dentro do campus de Ondina e próximo aos campi de Federação, São Lazaro e Canela, o local é bem servido de transporte público e ônibus do Buzufba, que apesar de já passar pelo bairro, atualmente, é incluído no projeto com um ponto mais próximo. Para o campus de Ondina-Federação existem propostas de integração através da cumeada de São Lázaro, considerando esta mobilidade, o terreno se aproxima ao restaurante universitário, aos cursos de
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extensão da universidade e a biblioteca central, o local apesar de está vazio e sem usos rotineiros, possui usos sazonais bem específicos como festas realizadas pelos alunos e o carnaval. As pesquisas sobre o terreno também fortaleceram a sua escolha, elas serão apresentadas posteriormente, mas demonstram que já tinha estudos de uma residência universitária próxima ao local proposto, segundo o Plano diretor da UFBA de 2004 e além deste estudo, existe também um projeto pronto na SUMAI (Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura) para a área vizinha ao terreno de um Complexo esportivo e unidade da faculdade educação, que pensando que um dia será construído ele funcionará como uso complementar as atividades do edifício da residência. O terreno se adequa aos objetivos específicos já explicitados, apesar de estar dentro do campus ele se conecta com a Av. Oceânica diretamente, o que aproxima a Universidade da cidade. O objetivo é além propor o edifício residência, criar uma praça de acesso que integre todos os equipamentos pensados para esta região. Esta praça vai gerar uma nova entrada para o campus de Ondina
e para o futuro complexo esportivo, além de um novo espaço público para a cidade de Salvador, onde os alunos e residentes poderão realizar manifestações artísticas, reuniões, atividade de lazer, aulas ao ar livre, etc., com a possível participação da vizinhança. E a sua implantação também tem como diretriz manter o camarote universitário que é construído durante o período de carnaval e até servir como apoio a este uso, potencializando este espaço e demarcando o território da UFBA .
| LEGENDA: | Zoológico | Área pertencente a UFBA | O Terreno (área de intervenção projetual) Mapa de Localização produzido pela autora com utilização de Ortofoto, do ano de 2010, cedida pela Conder (Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia).
O TERRENO
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O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
VISTA SUPERIOR DA ÁREA DE INTERVENÇÃO - OCUPAÇÃO NO DOIS PRIMEIROS PLATÔS Fotografia: Acervo pessoal | Setembro de 2016
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O TERRENO
IMAGENS DO TERRENO
ÁREA DE INTERVENÇÃO NAS DIVERSAS TEMPORALIDADES
|Foto com vista superior frontal do campo de Fultebol do futuro complexo Esportivo. Ano de 2016. (Fonte: Acervo pessoal)
|Foto com vista superior lateral do campo e dos platôs do futuro complexo Esportivo. Ano de 2016. (Fonte: Acervo pessoal)
|Foto com vista da atual entrada do Complexo e sua relação com a Av. Presidente Vargas. Ano de 2016. (Fonte: Acervo pessoal)
|Foto com vista para o terreno de intervenção e sua relação com o entorno. Ano de 2016. (Fonte: Fotografia cedida pela SUMAI)
|Imagem aérea, onde é possivel análisar os níveis do terreno e o porte da estrutura do Camarote Universitário. (Fonte: Google Earth, Acesso em Maio de 2016)
|Imagem do camarote Universitário no caranaval. (Fonte: http://www.assufba. org.br/novo/comunidade-celebra-os-70-anos-da-ufba-no-camarote-universitario/ Acesso em Agosto de 2016)
|Foto do platô primeiro platô que abrigará uma pequena praça no projeto. Ano de 2016. (Fonte: Acervo pessoal)
|Imagem da festa "Bye Bye Semestre" em Junho de 2016 no terreno de intervenção. (Fonte https://www.ufba.br/sites/devportal.ufba.br | Acesso em Junho de 2016)
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O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
HISTÓRICO
TERRENO EM ESTUDO Nos anos 60, teve início a implantação do Campus Federação-Ondina. Sobre o terreno escolhido para intervenção, ele está situado na av. Oceânica, dentro do campus de ondina e foi adquirido pela UFBA, parte dele em 1973, através de doação e outra parte em 1974. Essas informações de formação do campi UFBA foram retidas da dissertação de mestrado de Antônio Nelson Fontes. Posteriormente, ainda na década de 70 inciaram-se as obras de terraplenagem no terreno. Desde a década de 70 já existiam estudos para que neste local fosse implantada um área dedicada à esportes.
Fonte: Imagens cedidas pela SUMAI referentes a década de 1970.
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O TERRENO
Desde a década de 1970 até hoje vários planos foram desenvolvidos para o campus de Ondina-Federação, este do ano de 1973, ano de aquisição de parte do terreno, mostra como era a primeira ideia de implantação para o campus. Ao lado também o primeiro esboço de como seria esta área de esportes.
Projeto de Ocupação Física do Campus da Federação ETA/UFBA – 1973
Plano de Ocupação Física do Centro de Esporte e Educação Física - CEEF/UFBA revisada pelo arquiteto Guilherme dos Santos Ramos, parcialmente realizado - 1984 Fonte: Mapa cedido pela SUMAI
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O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
PLANO DIRETOR | UFBA PROPOSTA DO ANO DE 2004
Da década de 1970 até os dias atuais, a UFBA teve alguns planos de intervenção, alguns nunca saíram do papel em sua integridade, mas foi importante estudá-los para observar o que já havia sido proposto para a área em estudo deste trabalho final de graduação. Foi visto que, além do espaço dedicado ao complexo esportivo, que se um dia for toda construído será um ganho enorme para a comunidade, existem outras propostas para o local.
|Proposta PlanUFBA de local para implantação de Residências Universitárias |Poligonal terreno da Nova Residência Universitária
Nesta pesquisa foi possível encontrar também o Plano Diretor da UFBA de 2004, chamado de “Plan UFBA” que foi realizado sob coordenação do professor Heliodoro Sampaio, o objetivo do plano era provocar uma discursão em torno de alternativas espaciais para orientar a organização territorial dos campi Canela e Federação-Ondina. O mapa abaixo é uma das opções de proposta para o Campus Federação-Ondina, onde é possível verificar a diretriz de construção de residências universitárias próximas ao terreno de intervenção e de uso complementar ao futuro complexo esportivo que faz parte deste plano como proposta, o fato de encontrar esta diretriz já pensada e debatida com a comunidade UFBA fortaleceu ainda mais a decisão pela escolha do terreno. 52
Mapa concedido pelo professor Heliodoro em aparesentação ao Atelier 05, no ano de 2015, ministrado pela professora Paola Berenstein. Fonte: Plan UFBA 2004
O TERRENO
PROJETO SUMAI
ZONEAMENTO DO PROJETO DA SUMAI COM ÁREA DE INTERVENÇÃO A imagem abaixo é referente ao estudo preliminar do Complexo esportivo elaborado pela SUMAI ¹ em 2011, nela é possível ver como ficará a implantação de cada edifício, admitindo que um dia ele seja construído. O programa que conta com: Unidade de Apoio Multifuncional, reforma do campo, Centro Aquático, Ginásio Poliesportivo e Unidade Universitária. Além disto, foi pensada a acessibilidade dentro do campus com torres verticais para melhor integração entre os campi, São Lazaro e Ondina e passarelas para pedestres, no mapa ao lado, em azul. Este mapa trás também o zoneamento do estudo do Complexo adaptado à proposta deste trabalho final de graduação, que é a Nova Residência Universitária para UFBA. A Residência tem este projeto como uso complementar, a proposta é ter uma portaria de acesso que sirva para as habitações e a parte de esportes e manter os cinco acessos propostos pela SUMAI, melhorando a conexão e mobilidade entre os campi. A Residência ocupará parte do espaço da Unidade de apoio e no seu andar térreo terá alguns dos itens que foram pensados para ela, como espaço multiuso, salas de exposição, foyer, café, etc. Sugere-se que esta unidade possa está em um dos platôs, junto por exemplo, com a unidade universitária ou no platô das quadras (área em cinza no mapa) em um espaço reduzido verticalizado. |LEGENDA:
UNIDADE UNIVERSITÁRIA
CENTRO POLIESPORTIVO
ESPORTES CAMPO
CENTRO AQUÁTICO
| Imagem 1 - Vista aérea da maquete virtural do estudo do Complexo Esportivo. Imagem concedida pela SUMAI. UNIDADE DE APOIO
Mapa produzido pela autora, baseado no zoneamento da SUMAI, e inclusão da área de intervenção deste projeto para Nova Residência. Ortofoto do ano de 2010, cedida pela Conder (Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia).
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O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
MAPA DE TRANSPORTES VIAS E PONTOS DE ÔNIBUS DA REGIÃO
Mapa elaborado pela autora com base nas informações fornecidas pelo aplicativo GoogleMaps e observações no local. Ortofoto de 2010 condedida pela CONDER.
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MAPA BUZUFBA
MARCAÇÃO DAS ROTAS PRINCIPAIS
Nota: BUZUFBA é o nome dado as linhas ônibus internas da UFBA. | Mapa elaborado pelo aluno Nicholas Beloso para informativo do ENEPEA no ano de 2016 e editado pela autora.
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
TOPOGRAFIA
TOPOGRAFIA DO TERRENO E ENTORNO
VISTA MAQUETE DA TOPOGRAFIA DO TERRENO E ENTORNO Fotografia: Acervo pessoal | Setembro de 2016 | Maquete elaborada pelo Labotátorio de maquetes da UFBA
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O TERRENO
Foi feita uma análise da topografia, através da Base SICAR, maquetes de estudo, análise da maquete UFBA, cadastros disponibilizados pela SUMAI e visitas ao terreno, onde foi possível compatibilizar e conferir as informações reunidas, como medidas, níveis, acessos, etc. Como é possível observar através dos dados colocados, o terreno em análise é formado por platôs, está acima do nível da rua e em alguns trechos, este desnível chega a 1.60 metros acima, entre os platôs que serão utilizados para a Nova Residência a diferença de nível é de aproximadamente 3.50 metros, também já existe uma pista de acesso definida. O objetivo é não fazer grandes movimentações de terra e interferir o mínimo possível neste local, para evitar um desprendimento de verba e de tempo desnecessários, o que torna uma possível execução mais viável.
| LEGENDA: Poligonal áreas UFBA Topografia de 5 em 5 m Edificações UFBA
ALTITUDES De 70 a 60 m De 50 a 60 m De 40 a 50 m De 30 a 40 m De 20 a 30 m De 10 a 20 m De 10 a 0 m
Imagem da maquete virtual topográfica do terreno com o entorno produzida pela autora. Fonte: Acervo pessoal
Base do mapa topogáfico desenvolvido pelo Plan UFBA no ano de 2004 e editádo pela autora em 2016.
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O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
ESTUDOS CLIMÁTICOS VENTOS E INSOLEJAMENTO
VENTOS | A cidade de Salvador possui clima tropical úmido com temperaturas em média de 25 graus, durante o verão a temperatura passa dos 30 graus, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia. A sensação de calor na cidade diminui, devido aos ventos incidentes. Com Base nos estudos de ventos e no software SOL-AR, foi possível verificar quais são os ventos predominantes¹ na região em estudo e quais têm maior ocorrência². Verificou-se que predominam os ventos Sul, Sudeste e Leste, além da Brisa marítima que no caso deste terreno também influência. Através do mapa ao lado é possível ver um esquema da ventilação sobre a implantação do projeto no terreno, representado pelas setas azuis. O formato côncavo do edifício, escolhido no partido, permite com que todas as habitações recebam os ventos predominantes, através das múltiplas janelas e varandas. Além disto, todas elas possuem ventilação cruzada, é possível observar como esta ventilação ocorre em uma das habitações, na imagem 3, feita através do software Fluxo-Vento.
Imagem 1- Ventos Predominantes
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Indicação esquemática dos ventos mais frenquentes na região pela setas. Fonte: Mapa produzido pela autora com Ortofoto do ano de 2016 concedida pela CONDER.
Imagem 2- Ventos mais frequentes
Imagem 3- Esquema de ventilação cruzada na habitação pelo programa Fluxo-Vento, em vermelho os ventos.
INSOLEJAMENTO | Foi feito um estudo mais detalhado sobre a fachada Noroeste deste projeto, pois ela foi considerada a fachada que mais recebe a incidência do sol. Para minimizar fluxo de calor nesta fachada, foi criado um corredor aberto de circulação onde a própria estrutura de laje e viga já protegem as habitações da incidência do sol e para complementar esta proteção foram especificados painéis móveis com venezianas horizontais. Depois do desenho pronto do projeto, verificou-se através da máscara de sombra abaixo, que as habitações e corredores estariam protegidos do sol até às 16 horas todos os dias do ano e até o por do sol, só não estaria protegida no mês de Dezembro, onde seria possível locar o painel de proteção conforme a necessidade do usuário. A escolha das vedações foram as tradicionais de alvenaria de bloco cerâmico com reboco e pintura em textura de “cimento queimado” equivalente a cor cinza claro, esta escolha está dentro da Norma de desempenho NBR 15575 do ano de 2013, no que diz respeito à transmitância térmica das paredes externas.
IMácara de sombra produzida pela autora junto a Professora de conforto Sandra Miranda.
O TERRENO
LEGISLAÇÃO
USOS E ÍNDICES - LOUOS (LEI DE ORDENAMENTO DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO) A ideia projetual inicial é um edifício que atenda uma demanda de habitantes igual ou maior que a Residência Frederico Perez, também conhecida como R5, já mencionada anteriormente. Conforme os objetivos específicos outra diretriz é uma diversificação de usos nas diversas temporalidades, e o uso misto vem como uma sugestão de solução para isto. Admitindo a possibilidade de viabilizar este trabalho final, foi verificada a legislação vigente, em um esforço de tornar o projeto o mais factível possível, mesmo sendo ele uma experimentação acadêmica, conforme a LOUOS de 1984, é possível o uso misto tipo 01 e 02, no terreno de intervenção apontado pela seta, na tabela ao lado, também se podem verificar outros índices a serem cumpridos, como índices de permeabilidade, ocupação e recuos.
|LOUOS 1984 - TABELA VII.1
Imagem gerada do programa da LOUOS. Fonte: LOUOS 1984
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O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
LEGISLAÇÃO
CAB E CAM -PDDU (PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO) |PDDU 2008 - ANEXO 02 - QUADRO 01
Com relação a índices como CAB e CAM, que significam respectivamente, Coeficiente de Aproveitamento Básico e Coeficiente de Aproveitamento Máximo, e representa a área construída dividida pela área do terreno ou no caso do máximo o aproveitamento calculado mediante a Outorga Onerosa. Foram analisados os valores que a legislação dita e posteriormente calculados, entretanto neste trabalho o índice CAB é fictício, pois como o Campus Universitário de Ondina representa uma Gleba só, muito grande, com obras sem cadastro e outras ainda inacabadas, seria impossível calcular o valor real deste coeficiente. Como método de cálculo a gleba considerada foi a poligonal da área de intervenção.
Recorte do mapa PDDU de Zoneamento e corpo da Lei. Fonte: http://www.sucom.ba.gov. br/legislacoes/ (Acesso em Julho de 2016)
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O TERRENO
LEGISLAÇÃO
GABARITO -PDDU (PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO) |MAPA PDDU 2008
|MAPA LOUOS 2016 (AINDA EM ESTUDO) |LEGENDA:
Recorte mapa PDDU de gabaritos. Fonte: http://www.sucom.ba.gov.br/legislacoes/ (Acesso em Julho de 20016)
Com relação ao Gabarito, a Legislação atual a qual estabelece as alturas máximas de construção é o PDDU de 2008. Embora este dado, geralmente seja informado pela LOUOS, o gabarito estabelecido pelo PDDU para a área de intervenção deste trabalho é de 18 metros, ou seja, um edifício em torno de 6 andares. Entretanto, a maioria dos terrenos vizinhos possui gabarito maior que isto, inclusive os que estão na faixa de areia, como é possível verificar no item anterior, Imagens do Terreno. Juntamente à SUCOM (Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município), foi possível ter
Fonte:http://www.plano500.salvador.ba.gov.br/noticias/72-pl-da-louos--conhea-as-propostas-de-gabarito-da-orla-atlntica (Acesso em Julho de 20016)
acesso também aos estudos da LOUOS de 2016 (que ainda está em estudo) ela faz parte do Plano 500 para Salvador, caso ela seja aprovada a altura máxima de construção da área de intervenção será de 75 metros de altura, já que ela se encontra situada na Faixa 4. Pensando nesta possibilidade da LOUOS 2016, no fato da vizinhança já ter altura superior, na liberdade da experimentação do trabalho final, foi adotada uma flexibilidade no quesito gabarito, afim de cumprir a demanda, mas sem grande estrapolação, pensando a priori na paisagem, no conforto térmico e no sombreamento. 61
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O PROJETO
ha.bi.tar vt. 1. Residir, morar em. 2. Ocupar, povoar. 3. Estar, PERMANECER UM LUGAR DE PERMANÊNCIA Nova Residência Universitária | UFBA
VISTA FRONTAL DA PROPOSTA | NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D.
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
RESPOSTA AOS OBJETIVOS NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
O projeto arquitetônico tem intenção de responder aos objetivos gerais e específicos traçados na fase de pesquisa, eles funcionaram como as primeiras diretrizes, desde a escolha do terreno até posteriormente, a definição do programa. A metodologia utilizada foram às pesquisas, a busca por referências de diversos lugares, as visitas às moradias estudantis pertencentes a UFBA e principalmente as entrevistas e rodas de conversa com os residentes, foram elas que nortearam as escolhas do projeto, como o programa, zoneamentos, definição dos espaços, mobilidade, segurança, etc. 01| Mostrar os benéficos de se investir em residências universitárias e não simplesmente oferecer ajudar financeira ao aluno. Resposta: Estética e tipologia arquitetônica que permitam um espaço convidativo para que alunos tenham lugares apropriados para mostrar a produção da UFBA. 02| Estimular através do edifício residência universitária, uma conexão do estudante com a cidade e da cidade com o ambiente universitário. Resposta: Praça de integração aberta à sociedade.
Roda de conversa com residentes da R2. Em Agosto de 2016. Fonte: Acervo Pessoal
03| Propor um espaço com diversificação de usos nas diversas temporalidades. Resposta: Uso Misto com lojas que sejam complementares a vida do estudante, por exemplo, uma copiadora, restaurante à kg, padaria, farmácia, etc./ Espaço Multiuso (podendo funcionar, para shows, palestras, conferências, etc.)/ Espaços de exposições/ Áreas livres cobertas/ Espaços coletivos para os residentes. 04| Romper uma herança política segregadora e propor multiplicidade dos usuários. Resposta: Espaços de Habitação sem hierarquia para os residentes de graduação e quartos para professores visitantes para bancas, congressos, etc. (Despesa grande da UFBA, atualmente). 05| Inserir o estudante no mercado de trabalho. Resposta: Espaço Coworking (Espaço de escritório compartilhado). 66
Roda de conversa com residentes da R5. Em Setembro de 2016. Fonte: Acervo Pessoal
DIRETRIZES
ESTÉTICA QUE CHAME ATENÇÃO JANELAS
"Falta cores aqui" Residênte da R2
FORMA CONVERGENTE
EDIFÍCIO QUE MOSTRE A PRODUÇÃO DA UFBA
HABITAR
MAIS DO QUE O SIMPLES MORAR - ESPAÇOS FLEXÍVEIS
EDIFICÍO INTERATIVO
CONEXÃO
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA UFBA
UFBA X SALVADOR
CÉLULA MÍNIMA X CONVÍVIO MÁXIMO CUSTO
PILARES DO PROJETO
EDIFÍCIO QUE ABRACE
COMPLEXO ESPORTIVO
USO COMPLEMENTAR
CAMAROTE UNIVERSITÁRIO
FAIXA NÃO EDIFICANTE
INDIVIDUALIDADE X COLETIVIDADE
ATENÇÃO PARA ECOEFICIÊNCIA
VENTILAÇÃO CRUZADA PAINEIS FOTOVOLTAICOS PAISAGISMO COMÉSTIVEL PAINEIS PROTEÇÃO SOLAR
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
O PARTIDO
DECISÕES FORMAIS O partido da Nova Residência Universitária UFBA é pautado nos objetivos específicos e nas diretrizes, as quais podem ser consideradas “pilares” deste projeto. Para solução formal existem três definições que foram principais: O conceito de Janela da produção da UFBA para a cidade, a unidade mínima versus o convívio máximo e um edifício que abrace a praça proposta. O edifício como janela da produção da UFBA será retratado no programa, com o espaço de exposição, o espaço multiuso para apresentações e as áreas livres onde poderão ocorrer vários tipos de manifestações artísticas e culturais. Além do programa o conceito janela aparece na forma do edifício como signo através das diversas “janelas” emolduradas na edificação, as quais, ora são molduras para possíveis intervenções, como pinturas, grafites, anúncios UFBA, protestos, etc; ora são varandas, onde os residentes poderão estender suas roupas, dar um respiro, contemplar a paisagem, etc; e ora são janelas mesmo para ventilação natural.
|Croqui elaborado pela autora com varandas das habitações.
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O segundo conceito importante que embasou no estudo formal e direcionamento do partido, foi à unidade mínima e o convívio máximo, como solução foi estipulado núcleos de quatro pessoas, para compartilharem banheiro e cozinha e viverem juntos em um apartamento sem divisórias fixas para os dormitórios. Isto diminui gastos com a manutenção e gera mais segurança e sensação de pertencimento, baseado nos estudos de caso e programa da Residência número 5 da UFBA. Entretanto, mesmo buscando o espaço mínimo, e tendo como referência a R5, era preciso melhorar alguns quesitos: armários individuais para todos, camas maiores e banheiros otimizados para todos do núcleo usarem ao mesmo tempo. Por fim, quanto ao edifício que abraça a praça foram pesquisadas referências e estipulada uma forma convergente que não se fecha e propõe de alguma forma um pátio central.
|Croqui elaborado pela autora com planta esquemática da habitação para 4 pessoas ela possui 44 m ².
|Croqui elaborado pela autora com solução de camas altas para da pessoa.
O PROJETO
| REFERÊNCIAS QUANTO A FORMA:
01 Janelas| Wozoco em Amsterdam. Fonte: https://www.mvrdv.nl/projects/wozoco/ (Acesso em Agosto de 2016.)
02 Molduras janelas| Habitação social em Paris. Fonte: http://www.archilovers.com/projects/58948/ dpu-social-housing.html (Acesso em Setembro de 2016.)
03 Forma que abrace| TIETGEN na Dinamarca. Fonte: https://www.reddit.com/r/ArchitecturePorn/ comments/1qjfy7/the_tietgen_residence_ (Acesso em Agosto de 2016.)
04 Praça| Woolwich Squares em Londres. Fonte: http://www.gustafson-porter.com/woolwich-squares/ (Acesso em Agosto de 2016.)
05 Solução para desnível praça| Escada Rampa do Illinois Institute of Tecnology nos EUA. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/275001120975036386/ (Acesso em Setembro de 2016.)
06 Mobiliário móvel e versátil| Intervenção nos EUA. Fonte: http://diply.com/different-solutions/11-unique-public-seating-from-around-world/21023 (Acesso em Setembro de 2016.)
|Croqui elaborado pela autora com esboço de possíbilidade para a fachada.
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O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
PROGRAMA
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA O Programa de necessidades da Nova residência universitária começou a ser traçado com os objetivos e posteriormente às diretrizes. O dimensionamento de cada espaço foi estipulado com base nas referências pesquisadas, nas Residências existentes na UFBA e no Brasil, na experiência pessoal e nos relatos de vivência dos estudantes. O programa é pensado para um universo máximo de 240 residentes. Além disto, conta com um térreo com pequenas lojas no nível da rua de cerca de 30 m²/cada, no nível superior tem um espaço multiuso com arquibancada retrátil para conferências de capacidade de até 110 pessoas, espaço para pequenas exposições e Coworking (escritório compartilhado) para cerca de 40 pessoas. As habitações, já ilustradas seguem a diretriz da unidade mínima para existirem mais espaços coletivos que em todos os andares, estão presentes nos pequenos núcleos de estar, corredores amplos com varandas e salão de uso comum de cerca de 100 m²/cada que muda sua função conforme o pavimento. A praça proposta também já funciona como um grande espaço de convivência e possibilidades, ela é aberta a sociedade e como pode eventualmente ser fechada, com elementos móveis, traz a necessidade de uma portaria de acesso.
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AMBIENTES
EXTERNO
m²
SANITÁRIOS
ESTACIONAMENTO ‐ 57 VAGAS
m²
CIRCULAÇÃO COM ESTAR
PARACICLOS
m²
PONTO DE ÔNIBUS (BUZUFBA)
m²
VAGA CARGA E DESCARGA
m²
CASA DE GÁS
m²
LIXO SELETIVO
m²
PORTARIA DE ACESSO
m²
LIXO
m² m²
DML 02 PAV
PEQUENAS SALAS DE ESTAR E ESTUDO LAVANDERIA HABITAÇÕES ESPAÇO ARTE SANITÁRIOS CIRCULAÇÃO COM ESTAR DML
03 PAV
PEQUENAS SALAS DE ESTAR E ESTUDO
ADM
m²
ÁREAS TÉCNICAS, SUBSTAÇÃO , MEDIDORES, CASA DE BOMBAS E RESERVÁTORIOS
m²
HABITAÇÕES
m²
ESPAÇO LIVRE ABERTO SANITÁRIOS
DEPÓSITOS DML (DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPESA)
m²
LAVANDERIA
CIRCULAÇÃO COM ESTAR
VESTIÁRIOS PARA FUNCIONÁRIOS SALA FUNCIONÁRIOS E COPA LOJAS ENTRADA INDEPENDENTE NO NÍVEL DA RUA 5 FOYERS / HALL DE ENTRADA RESIDÊNCIA
m² m² 04 PAV m²
DML
ESPAÇO COWORKING (ESCRITÓRIO COMPARTILHADO)
m²
HABITAÇÕES
CAFÉ
m²
ESPAÇO DE EXPOSIÇÕES
m²
SALA DE LEITURA E INFORMÁTICA SANITÁRIOS
ESPAÇO MULTIUSO PARA CONFERÊNCIAS, PALESTRAS, PEÇAS TEATRAIS, SHOWS PEQUENOS, ETC.
m²
SANITÁRIOS EM TODOS OS AMBIENTES
m² 05 PAV
PEQUENAS SALAS DE ESTAR E ESTUDO
m²
LAVANDERIA
m²
HABITAÇÕES
SANITÁRIOS CIRCULAÇÃO COM ESTAR DML 01 PAV
AMBIENTES
PRAÇA COM ESQUIPAMENTOS DE LAZER
PARTE LIVRE COBERTA
TÉRREO
ÁREA ÚTIL
m²
5,06 m²
PEQUENAS SALAS DE ESTAR E ESTUDO LAVANDERIA HABITAÇÕES SALA DE JOGOS E TV
AMBIENTES
m² COBERTURA 12.50 m²
m² 93.00 m²
ÁREA ÚTIL
SANITÁRIOS
m²
CIRCULAÇÃO COM ESTAR
m²
PEQUENAS SALAS DE ESTAR E ESTUDO LAVANDERIA
CIRCULAÇÃO COM ESTAR DML
COZINHA COMUNITÁRIA CASA DE MÁQUINAS RESERVATÓRIOS ÁREAS TÉCNICAS
O PROJETO
FUNCIONOGRAMA TÉRREO
NOÇÃO DE FUNÇÕES X FLUXOS
RUA
PORTARIA
O Funcionograma foi feito diversas vezes ao longo do processo de estudo do partido e do programa até o desenvolvimento do projeto formal. Com ele foi possível estabelecer relações de funções, fluxos, e noções do que é público, semi-publico, público de acesso restrito e privado. E posteriormente no projeto desenvolver melhor lógicas de segurança, mobilidade e acessibilidade.
PRAÇA
ESTACIONAMENTO
PARACICLO
LOJAS
ÁREA COBERTA
ÁREAS TÉCNICAS
HALLS DE ENTRADA COWORKING UNIVERSITÁRIO
PORTARIA
ESPAÇO MULTIUSO
EXPOSIÇÕES ADM
ÁREAS TÉCNICAS
SUPORTE
HALL
CAFÉ
VESTIÁRIO CIRCULAÇÃO VERTICAL FUNCIONÁRIOS 1º PAV. AO 5º PAV.
ACESSO RESIDÊNTES LAVANDERIA
HABITAÇÕES APTOS.
CIRCULAÇÃO E ESTAR
| LEGENDA DML SANITÁRIOS
PÚBLICO
1º PAV.
SEMI-PÚBLICO RESTRITO À RESIDÊNCIA
SALA DE JOGOS E TV 2º PAV.
ESPAÇO ARTE PRIVADO
3º PAV.
ESPAÇO LIVRE ABERTO 4º PAV.
SALA DE LEITURA E INFORMÁTICA
5º PAV.
COZINHA COMUNITÁRIA
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O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
PAISAGISMO
INTENÇÕES DE ESCOLHA NA VEGETAÇÃO
| REFERÊNCIAS:
PRAÇAS COM VEGETAÇÃO COMESTÍVEL E EXEMPLOS QUE VEGETAÇÃO QUE PODEM SER ESPECIFICADAS PARA A PRAÇA:
Para o paisagismo da praça que é abraçada pelo edifício Residência universitária, a intenção é de potencializar a pequena plantação de temperos que acontecem nos quintais das residências 1 e 2 da UFBA. A proposta é criar um paisagismo sensitivo e comestível para que este local não aguce apenas a visão dos usuários, mas também o toque, o olfato e o paladar. E gere áreas verdes cultiváveis. Para isto é proposto uma pequena horta de temperos e chás na lateral da praça, onde será possível além do cultivo, cobrir o muro vizinho com vegetação, um pomar com árvores frutíferas no talude atrás do edifício com árvores de médio porte como pitangueira, cajueiro, goiabeira, etc. o que ajudaria junto a outros tipos vegetação a fixar a terra deste talude. E para o centro da praça árvores frutíferas de médio e grande porte, além de vegetações coloridas para complementar à paleta de cores escolhida para edificação e dar sombra estimulando a permanência da população nos horários de sol intenso. Já na faixa de praça onde acontece o camarote universitário no período do carnaval a intenção é de colocação de espécies arbustivas que não interfiram neste uso sazonal. 72
01 |Praça em São Paulo com Pomar e árvores Frutíferas Fonte: http://come-se.blogspot.com.br/2010/01/pomar-urbano.html (Acesso em Setembro de 2016)
03 | Aceroleira (Malpighia glabra) é adaptada ao clima da região e pode está na borda marítima. Fonte:http://www. bonsaikai.com.br/textosparaleitura/GuiadeCuidados/Acerola.htm (Acesso em Setembro de 2016)
06 | Horta vertical de tempeiros feitas com garrafas PET.Fonte:http://www.bonsaikai.com.br/textosparaleitura/GuiadeCuidados/Acerola.htm (Acesso em Setembro de 2016)
02| Parque do Flamengo no Rio de Janeiro com árvores Frutíferas. Nas fotos, imagens de Pitangueiras (Eugenia uniflora L.) são especies que podem estar na praça do projeto, pois são bem adaptadas ao clima da cidade e a áreas de borda marítima. Fonte: http://arvorescariocas.blogspot.com.br/2014/02/pitangueiras-no-parque_13.html (Acesso em Setembro de 2016)
04 | Imagem de uma instalação de arte em Goiabeira (Malpighia glabra) no Parque Bosque dos Buritis, em São Paulo. Fonte:http://divinosobral.blogspot.com.br/2010/08/coral-de-arvore-no-bosque-dos-buritis.html (Acesso em Setembro de 2016)
07 | Parede verde com horta de tempeiros. Fonte:http://www.regatec. com.br/site/noticia.php?id=46 (Acesso em Setembro de 2016)
05 | Cajueiro (Anacardium occidentale L.) Bem adapta ao clima e áreas de borda. Fonte:http://poderdasfrutas.com/a-historia-do-caju/ (Acesso em Setembro de 2016)
08 | Ipê amarelo, árvore adaptada ao clima e um exemplo de cor no paisagismo. Fonte: http://www.fazfacil.com. br (Acesso em Setembro de 2016)
09 | Dracena, exemplo de espécie arbustiva decorativa. Fonte: http://www.fazfacil. com.br/jardim/dracena-de-madagascar (Acesso em Setembro de 2016)
O PROJETO
PRÉ-DIMENSIONAMENTOS NOÇÕES DE ÁREAS E QUANTIDADES
01|VAGAS ESTACIONAMENTO: As vagas para automóveis foram
dimensionadas de acordo o Anexo 04-Tabela IV da LOUOS de 1984. Na legislação, não existe uso referente a residência universitária, por conta disto as vagas para as habitações foram uma estimativa, atentando para o fato de 70% ou mais dos residentes estarem em situação de vulnerabilidade socioeconômica e não possuírem carro. PRÉ-DIMENSIONAMENTO: | Residência (240 habitantes) – 70 habitantes fora de vulnerabilidade. TOTAL: 20 vagas por estimativa. | Praça de acesso – 10 vagas por estimativa Legislação - Valores aproximados: | 7 lojas uso indeterminado (30 m²) – CS-2.2 comercio varejista ou CS-3.1, 1 vaga cada 70m³. TOTAL: 3 vagas | Espaço coworking universitário (150 m²) – CS-1.1 ou CS-7.1 ou CS-2.2 vagas a cada 50 m². TOTAL: 3 vagas | Espaço multiuso (auditório) - 110 pessoas (200 m²) – CS-3.4 até 500 m² 1 vaga a cada 8 acentos. TOTAL: 10 vagas | Espaço para exposições (120 m²) – CS-3.1 até 250 m² - 1 vaga a cada 70 m³. TOTAL: 2 vagas | Café (50 m²) – CS 2.2 vaga a cada 70 m². TOTAL: 1 vaga TOTAL = 49 vagas + 15 % extra = 56 vagas + 1 vaga carga e descarga. OBS.:Tamanho vagas: 2.30x4.50 e 30% das vagas 2.50x5.00 (LOUOS 84)
02|INCÊNDIO: Segundo o Decreto 23.252(2012) / Código de obras, capítulo IV (Seção 02), Art. 103. A nova residência deve possuir escada protegida. E segundo a NBR 9077 a distância percorrida máxima entre as escadas em caso de fuga é 40 m, já que o edifício é do Tipo Z (estrutura resistente ao fogo e isolamento entre pavimentos). Com isso devido ao comprimento do prédio ele possui 4 escadas de emergência.
03|RESERVATÓRIOS: Os reservatórios foram pré-dimensionados com base na NBR 5626/1998 de instalações prediais, na NBR 13.714/2000 Sistemas de hidrantes e combate a incêndio e consulta a referências de valores fornecidos pelo Corpo de bombeiros. PRÉ-DIMENSIONAMENTO:
| População da máxima Residência: 240 pessoas (200 Litros/pessoa/Dia) = 48.000 l | Espaço Multiuso (Auditório): 110 pessoas (2 Litros/acento) = 220 l | Café: 20 pessoas (25 Litros/refeição) = 1.000 l | Exposições: 30 pessoas (2 Litros/acento) = 60 l | Coworking (Escritório compartilhado): 40 pessoas (50 Litros/pessoa) = 2.000 l | 7 Lojas: Considerando 3 funcionários, 21 pessoas (50 Litros/ pessoa) = 1.050 l | Funcionários: Considerando 10 fixos, (50 Litros/ pessoa) = 500 l | Áreas de vegetação: Estimativa = 1190 l | Total = 54.000 l x 2 (Reserva em caso de falta de abastecimento) = 108.000 l Pelo comprimento do edifício são adotados, 4 torres de abastecimento de água, este valor será distribuído entre elas. Sendo 27.000 l/torre. Deste valor 3/5 do consumo estão em um reservatório inferior = 16.200 l e 2/5 em um reservatório superior= 10.800 l + RTI. Obs.: O Reservatório superior ainda precisa ter a RTI (Reserva técnica de incêndio), para este edifício foi considerado 4500 l + 4 hidrantes por pavimento com 600 l para cada e 1 para o Térreo no nível da rua. Total de RTI = 19.500 l distribuídos nas 4 torres. 04|ENERGIA SOLAR: Conforme pesquisas e orçamentos fictícios com empresas que fornecem equipamentos para produção de energia renovável, foi estipulado um valor para o pré-dimensionamento do sistema de captação solar para aquecimento da água destinada ao banho dos residentes. Segundo a empresa, Solar e Sol, por exemplo, empresa de referência no ramo. Foi adotado que cada um usaria 40 litros de água aquecida diária, considerando um banho por dia para cada morador, média de 10 min/banho e chu-
veiro com vazão de 4 l/min. Considerando a quantidade máxima de residentes de 240 pessoas x 40 litros = 9.600 litros no total. Como não existem reservatórios nesta dimensão, a indicação é de 2 Boilers (Reservatório térmico em aço inox) de 5.000 l. Foi preciso dimensionar também as placas fotovoltaicas, um Boiler precisa de 25 placas, elas são em cobre e possuem dimensões de 1.00 x 2.00 m². Logo, este edifício terá 2 reservatórios térmicos e 50 placas solares que devem estar posicionadas para o Norte podendo variar 20° para Nordeste ou Noroeste. Boiler especificado da marca Solar e Sol.Imagem, Fonte: http://www.solaresol.com.br/loja/kit-completo-grande-porte-5000-litros.html#fancy-zoom-gallery-image-5 (Acesso em Setembro de 2016)
05|ELEVADORES: Devido à verticalização do edifício, quantidade de pessoas, legislação e a fim de garantir a acessibilidade universal, ele precisa ter elevadores. Com base na NBR 5665 de Cálculo de tráfego para elevadores e consulta realizada com a empresa Orona que fornece elevadores para empreendimentos deste tipo, verificou-se que 2 cabines grandes passariam no cálculo de trafego, entretanto devido ao grande comprimento do edifício e a largura estreita e na expectativa de garantir o conforto dos usuários optou-se por aproveitar a necessidade das 4 torres de escadas de emergência e posicionar 4 elevadores de tamanho menor próximo a elas. O modelo escolhido para os elevadores foi um de capacidade para (450 kg) 6 pessoas, com velocidade de 1m/s, com casa de máquinas, portas do tipo abertura lateral e vão livre de 80 cm para garantir a passagem de PCD (pessoa com deficiência). 06|CASA DE GÁS E LIXO: Apesar de algumas áreas de Ondina já possuírem gás encanado, segundo a Bahia Gás esta área do terreno ainda não possui, com isto foi proposto um casa de gás que está localizada dentro do terreno, afastada da edificação e próxima a pista de acesso, para uma possível manutenção ou substituição de gás quando necessário. A casa de lixo geral (a qual acumula lixo dos espaços semi-públicos do térreo e da residência) se encontra ao lado da portaria de acesso para que o caminhão de lixo não precise entrar na edificação. Foi colocada também outra casa de lixo dentro da edificação a fim de acumular o lixo produzido pelos residentes.
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01| LAJES: A opção foi por lajes pré-mol-
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
SISTEMA ESTRUTURAL PRÉ-DIMENSIONAMENTO
O sistema estrutural do edifício é composto por uma estrutura mista de pilares de concreto em concreto armado moldado no local e vigas metálicas. A escolha da fundação será fundamentada a partir dos dados de sondagem a ser realizada no terreno. O uso do concreto deu-se em função das características de desempenho, durabilidade, resistência ao fogo, variação de formas e aspectos econômicos. O aço foi utilizado para deixar a estrutura mais esbelta e conseguir vencer os vãos livres da proposta.
0
5
10
PLANTA BAIXA | ESQUEMA ESTRUTURAL Esquema da estrutura do um pavimento tipo. Imagem produzida pela autora
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dadas treliçadas unidirecionais com preenchimento com bloco EPS (Poliestireno Expandido). Segundo informações dos fabricantes, esta laje pode ser utilizada em qualquer tipo de quer tipo de estrutura, pois ela é capaz de vencer grandes vãos e suportar elevadas cargas, favorece a execução de projetos arquitetônicos arrojados, possui rápida montagem, diminui gastos com forma e escoramentos, facilita instalações embutidas, tem fácil transporte vertical de peças, além de favorecer no conforto termoacústico, por conta do EPS. Sua altura deverá ser definida pelo fabricante e capeamento deve ser de 5 cm. Para os balanços serão utilizados dois tipos de laje, o primeiro corresponde ao balanço da laje pré-moldada treliçada e o segundo é em concreto moldado em loco, com armadura negativa entrando no capeamento da laje pré-moldada. A cobertura, quando houver, destes balanços será apoiada em alvenaria estrutural de blocos de concreto que vão estar ligados as vigas metálicas por meio de tela soldada colocada nas juntas de argamassa. 02| PILARES: Foram utilizados neste projeto, pilares de concreto, para diminuir os custos. O calculo de pré-dimensionamento dos pilares levou em consideração um carregamento da laje de 12 KN/ m² por pavimento, coeficientes de segurança e fck do concreto de 30 MPa. O cobrimento utilizado foi de 3,5 cm, uma vez que se trata de uma edificação localizada próxima a borda marítima da cidade de Salvador. As dimensões encontradas foram: Pilares gerais com seção de 55 cm x 30 cm e Pilares dos salões de uso comum de 35 cm x 65 cm. Foram pensadas também em concreto as escadas e as caixas de elevadores que funcionarão na estrutura e contribuirão com o contraventamento. 03| VIGAS: A opção das vigas metálicas foi vencer grandes vãos, com uma estrutura que não fosse tão robusta. Como o edifício fica próximo à borda marítima, será necessária pintura galvanizada nos perfis. Conforme cálculo de pré-dimensionamento, os perfis escolhidos foram: Para as vigas gerais Perfil W (Tipo I) 410 x 38,8 Kg/m e para as vigas dos salões de uso comum Perfil W (tipo I) 530 x 82 Kg/m. As vigas serão cobertas com placas de argamassa armada.
VISTA GERAL DA DA ESTRUTURA DO EDIFÍCIO Imagem: Modelagem 3D - Acervo pessoal
O HABITAR DO ESTUDANTE
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IMPLANTAÇÃO PLANTA-BAIXA
A Nova Residência Universitária | UFBA foi implantada na área de intervenção de forma a criar uma praça de integração que funciona como um espaço de transição entre a UFBA e a cidade de Salvador. Ela é aberta a sociedade e traz com isto a intenção deste local de funcionar como “Janela da UFBA” para Salvador com potencial para grandes eventos e manifestações de todos os tipos. Este espaço pode se fechar sazonalmente ou para eventos restritos a comunidade universitária, com painéis metálicos móveis, embora o objetivo principal seja tratar este ambiente como um local público que possa trazer mais um lugar de convívio para a cidade e que consiga estimular a permanência e bem estar dos usuários.
QUADRO DE ÁREAS E ÍNDICES
APARTAMENTOS 4 PESSOAS
55 UNID.
ATIVIDADE:
Com relação à edificação o formato côncavo permitiu convergir à atenção para a praça sem limitar espaços. A pavimentação utilizada foi blocos intertravados permeáveis em tons de cinza, colocados formando diagonais que representam os múltiplos caminhos que os usuários podem fazer, devido à diversidade de funções e serviços deste projeto. Áreas de deck, sombra, parque infantil e exercícios são propostas para de estimular esta variedade de usuários e o convívio coletivo do espaço. Como o projeto considera a implantação do complexo esportivo e as propostas de mobilidade, se entende que este local será mais um espaço de recepção e chagada do campus.
APARTAMENTOS 2 PESSOAS
10 UNID.
ZONA DE USO:
Foi também proposto um ponto de ônibus do circuito BUZUFBA pensando em aproximar distâncias de e diminuir os deslocamentos dos residentes.
76
8975.65 m²
ÁREA DO TERRENO EM ESTUDO: ÁREAS:
ÍNDICES PERMITIDOS:
ÍNDICES ATINGIDOS:
OCUPADA
Io
0.5
Io
0.13
COEFICIENTE
CAB
1.5
CAB
0,78
Ip
0.2
Ip
0,44
PERMEÁVEL 27 m
GABARITO
EMPREENDIMENTO: EDIFÍCIO DE APARTAMENTOS RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA ZR-3
TOTAL DE VAGAS: TOTAL DE VAGAS EXIGIDAS:
57 VAGAS 52
VAGAS GRANDES (2.50 x 5.00)
21
VAGAS PEQUENAS (2.30 x 4.50) 35
ÁREAS CONSTRUÍDAS: TÉRREO + PORTARIA + CASA DE GÁS E LIXO
1.152,08 m²
1º ao 5º PAVIMENTO
5641.55 m²
BARRILETE / C. MÁQUINAS ÁREA TÉCNICA
215.00 m²
| OBS.: Este quadro é um exercício em função da área de intervenção, pois para extrair os índices verdadeiros seria preciso cálculo com base em toda gleba do Campus Federação-Ondina, segundo a SUCOM. Como nem todos os prédios da universidade possuem cadastro e ainda há obras inacabadas, optou-se calcular desta forma levando em consideração o fato de ser um trabalho acadêmico.
O PROJETO
|LEGENDA: Poligonal de projeto Áreas verdes Pavimentação com blocos intertravados Áreas de Deck Telha metálica inclinação = 5% Lajes impremeabilizadas Placas solares em cobre
| Planta de Implatação humanizada produzida pela autora.
77
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
PAVIMENTO TÉRREO PLANTA-BAIXA
São tratados como pavimento térreo neste trabalho os dois níveis de implantação. Existe o pavimento térreo nível 12.40 metros e o de nível 15.80 metros, será possível verificar isto melhor, posteriormente, nos cortes que foram feitos. A planta do nível 12.40 metros (mais próximo à rua) é composta da área destinada às pequenas lojas do edifício e um Hall de acesso à residência. A planta do nível acima que pode ser acessada, pela circulação vertical, pista de acesso ou escada-rampa da praça. Este nível conta com o resto do programa destinado ao uso semi-público como pode ser verificado nas plantas ao lado.
| Planta humanizada do Pavimento térreo nível 12.40 m produzida pela autora.
|LEGENDA:
78
O PROJETO
| Planta humanizada do Pavimento térreo nível 15.80 m produzida pela autora.
Escala Gráfica: 0
2
5
79 10
20 m
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
PAVIMENTO TIPO
ÁREAS LIVRES, CORREDORES, SALÕES DE USO COMUM E HABITAÇÕES A Nova Residência Universitária conta com cinco andares destinados as habitações e uso restrito aos residentes, conforme já mostrado no programa. Na planta tipo se repetem as áreas de corredores e sacadas, as habitações e os halls de chegada. O que muda é o posicionamento das varandas de cada unidade, que pode ser observado, posteriormente, nas fachadas, e os Salões de uso comum de aproximadamente 100 m² de área que tem um uso específico por pavimento. No primeiro andar é colocada uma Sala de jogos e TV, pensando em um ambiente descontraído e para as horas de lazer dos estudantes. No segundo, propõe-se o Espaço Arte, este ambiente foi citado entre os residentes como algo muito necessário e que muitas vezes não é colocado nas residências estudantis. O Espaço Arte é um salão destinado aos estudos de cursos como: Música, teatro, artes plásticas, dança, etc. Foi pensado um espaço com vão livre que possa abrigar grandes instrumentos musicais, cavaletes, armários e mobiliário flexível. Como “puffs” e sofás desmontáveis, por exemplo. Além disto, é especificado forro acústico de gesso acantonado perfurado por conta dos ensaios. No terceiro andar, a ideia é que exista um Espaço livre aberto, onde os estudantes poderão usar conforme necessidade. No quarto pavimento está a Sala de Leitura e Informática, ela conta com estantes para livros, formando uma pequena biblioteca, computadores e mesas de estudo. Por fim, no último pavimento, está a Cozinha comunitária, apesar de cada módulo habitacional contar com uma pequena cozinha, foi visto a importância desse espaço coletivo. Ela poderá ser usada também para comemorações e festas, possui mesas quadradas que podem ser arrumadas juntas ou separadas, está no ultimo pavimento para possibilitar uma coifa e exaustão.
80
| AMPLIAÇÃO DAS PLANTAS-BAIXAS DOS SALÕES DE USO COMUM POR ANDAR:
1 ANDAR | Sala de Jogos e TV
2 ANDAR | Espaço Arte
3 ANDAR | Espaço livre aberto
|LEGENDA:
4 ANDAR | Sala de leitura e informática
5 ANDAR | Cozinha comunitária
| Planta de Pavimento tipo humanizada produzida pela autora.
O PROJETO
Escala Grรกfica: 0
2
5
81 10
20 m
O HABITAR DO ESTUDANTE
NOVA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA | UFBA
TIPOS DE HABITAÇÕES PLANTAS-BAIXAS
São 55 habitações tipo para os residentes e 10 para os professores, com 10% das unidades adaptadas. Observa-se no layout da primeira planta tipo a ideia das células mínimas do partido, com núcleos individuais obtidos, por conta das camas elevadas. Caso existam visitas existe um armário livre para colchões.
01 | HABITAÇÃO PARA 4 RESIDENTES - DE 43,75 m ² à 45,41 m ² As áreas das habitações variam conforme tamanho das varandas, o interior tem área últil padrão de 41,44 m ².
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02 | HABITAÇÃO PARA PROFESSORES - DE 26,00 m ²
O PROJETO
01 | HABITAÇÃO ACESSÍVEL PARA 3 RESIDENTES - DE 43,75 m ² à 45,41 m ² Esta planta demonstra a acessíbilidade à PCD (Pessoa Com Deficiência), 10 % das unidades são acessíveis, entretanto todas as habitações tipo podem ser adaptadas.
02 | HABITAÇÃO ACESSÍVEL PARA PROFESSORES - DE 26,00 m ² 10 % das unidades são acessíveis. Escala Gráfica: 0
1
2
3
4
5 metros
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O HABITAR DO ESTUDANTE
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CORTES AA, BB E CC
A
Através do desenho dos cortes do projeto é possível perceber como acontece a implantação do edifício com relação à topografia, o objetivo é tentar fazer o mínimo de movimentação de terra, para evitar custos, portanto se preservam os platôs nos níveis em que estão hoje e o edifício se estrutura parte no primeiro platô (nível 12.40 m) e parte no segundo (nível 15.80 m). No nível mais próximo a rua estão as lojas e no nível acima os acessos a residência e as área semi-públicas, como o Espaço Multiuso (auditório e eventos), Sala de Exposições e Coworking (escritório compartilhado).
B B
C
01 | CORTE AA Corte passando pelos Salões de uso comum e vista da fachada de fundo.
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A
C
|PLANTA CHAVE - EDFÍCIO Sem Escala
O PROJETO
| Cortes Humanizados produzidos pela autora.
02 | CORTE BB Corte das escadas e elevador.
03 | CORTE CC Corte passando pelas Habitações, Espaço Multiuso (Auditório), Exposições e Lojas.
Escala Gráfica: 0 1 2 3 4 5
10 m
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O HABITAR DO ESTUDANTE
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FACHADAS FACHADA SUL
No desenho técnico humanizado da Fachada Sul é possível ter uma vista geral frontal de como é a entrada da Nova Residência Universitária. Nela são vistas as esquadrias e as varandas em balanço das habitações que são em formato de moldura, todas estão voltadas para a praça. A estrutura, como já foi descrita, é mista e os fechamentos são em alvenaria de bloco cerâmico com reboco, a exceção das varandas que tem alvenaria estrutural de bloco de concreto. A pintura da fachada é impermeabilizada, nas vedações gerais tem acabamento do tipo cimento queimado e nas varandas tem pintura acrílica fosca colorida. As esquadrias, os guarda-corpos e como será visto na próxima página, os painéis móveis do fundo são especificados em PVC (Policloreto de vinila). Para estes elementos poderia ser eleito o alumínio como material por conta do fator econômico, já que este é mais barato, porém por se tratar de uma área de borda marítima foi eleito o PVC que é um material de grande aceitação no mercado, segundo os fabricantes. Dentre suas características principais ele possui: Maior qualidade em vedação, isolamento térmico e flexibilidade de acabamento de acordo com a necessidade. O cus-
to mais alto compensa pela qualidade do produto, alta resistência e durabilidade, diminuindo assim investimentos em manutenção. As “molduras” aparecem não só nas varandas, elas ganham também significado na fachada do edifício, com espaços para um convite a intervenções artísticas, politicas ou acadêmicas, como pinturas, grafites, protestos ou ainda funcionando como um grande painel de avisos de peças, congressos e eventos produzidos pela UFBA. A escolha da paleta de cores das molduras foi intencional e vem das diretrizes, em conversa com os residentes, um dos quesitos muito comentados era a falta de cores nos edifícios de moradia estudantil da UFBA, tudo era igual aos prédios onde eles tinham aula, mobiliário, iluminação, revestimentos, pintura, a maioria das paredes eram brancas e isso trazia uma sensação pouco acolhedora, segundo alguns entrevistados. Por isso a decisão por um prédio colorido. A paleta escolhida foi de cores quentes, que segundo a cromoterapia são tons que dão energia, aguçam a criatividade e dão sensação de bem estar e felicidade.
| Fachada Humanizada produzida pela autora.
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Escala Gráfica:
0
1
2 3
4 5
10 m
O PROJETO
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O HABITAR DO ESTUDANTE
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Escala Gráfica:
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0
1
2
3
4
5
10 m
O PROJETO
FACHADAS
FACHADA NOROESTE
No desenho técnico humanizado da fachada Noroeste observa-se como é o fundo da edificação. As janelas que dão para cozinha são baixas para aproveitar a luz, a ventilação e ainda funcionarem como um eventual passa-pratos potencializando os usos dos corredores largos com prolongamento da sacadas em mais epaços de estar e convívio. Esta fachada foi estudada com mais detalhes em comparação com as demais, com relação ao conforto térmico, por conta de ser praticamente voltada para o poente. Para minimizar o calor e a incidência de luz são propostos, painéis móveis de proteção solar ripados na horizontal em PVC, com trilhos fixos na laje. A escolha do dimensionamento de cada painel e deste formato ripado foi baseada nos estudos de máscara de sombra, como já mencionado e grau de incidência de raios solares na edificação. Com os painéis móveis e a própria estrutura estes raios podem ser barrados o ano inteiro melhorando os ganhos térmicos do projeto.
| Estudo esquemático elaborado junto a Professora de conforto Sandra Miranda.
| Fachada Humanizada produzida pela autora.
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MAQUETE VIRTUAL
O HABITAR DO ESTUDANTE
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| VISTA AÉREA DA INSERÇÃO DO PROJETO COM ENTORNO | Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D do edifício e imagem retirada do Google Earth.
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MAQUETE VIRTUAL
| VISTA AÉREA DA INSERÇÃO DO PROJETO COM ENTORNO E CAMAROTE UNIVERSITÁRIO |
Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D do edifício e imagem retirada do Google Earth.
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O HABITAR DO ESTUDANTE
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| VISTA PÓRTICO DE ENTRADA DO CAMPUS COM ACESSO A RESIDÊNCIA E AO FUTURO COMPLEXO ESPORTIVO | Na imagem a fachada de fundo com extensão dos corredores, a portaria de acesso e o ponto de ônibus BUZUFBA proposto. Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D.
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MAQUETE VIRTUAL
| VISTA DA FACHADA NOROESTE E PISTA DE ACESSO |
Na imagem, vista da pista existente reformada, fundo do edifício e pequena área de esportes proposta para a praça. Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D.
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O HABITAR DO ESTUDANTE
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| PLATÔ NÍVEL 15.80 |
Na imagem ocupação da praça pela comunidade universitária e a sociedade em um final de semana. Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D.
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MAQUETE VIRTUAL
| SHOW NO ESPAÇO MULTIUSO ABERTO PARA PRAÇA |
Na imagem um "residênte" canta no palco do espaço multiuso aberto para a para a praça, esta é uma das dinâmicas possíveis deste espaço. Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D.
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O HABITAR DO ESTUDANTE
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| ESPAÇO MULTIUSO USADO COMO AUDITÓRIO | Na imagem uma possiblidade de utilização do espaço multiuso com arquibancada, a sugestão é que ela seja desmontável ou retrátio com funcionamento manual ou mecanizado. Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D.
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MAQUETE VIRTUAL
| ESPAÇO MULTIUSO USADO COMO SALÃO DE APRESENTAÇÕES | Nesta imagem a arquibancada aparece recuada formando um salão versátil e mais amplo que pode ser usado para festas, shows, etc. Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D.
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O HABITAR DO ESTUDANTE
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| HALLS DE CHEGADA COMO ESPAÇOS DE ESTAR| Os Halls de de chegada de elevadores e escadas possuem mobiliário para potencializar o uso destes espaços de circulação, conforme mostra a imagem. Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D.
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MAQUETE VIRTUAL
| ESPAÇO ARTE - SALÃO DE USO COMUM| Dos 5 salões de uso comum. Foi escolhido "Espaço Arte" para ser mostrado, por ser um grande pedido dos residentes, ele possui isolamento acústico de gesso cartonado perfurado. Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D.
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O HABITAR DO ESTUDANTE
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| VISTA INTERIOR DA HABITAÇÕES TIPO PARA 4 RESIDENTES |
Através desta imagem é possível ver como são as camas elevadas, a maioria da marcenaria possui rodinhas o que proporciona um mobiliário flexível. Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D.
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MAQUETE VIRTUAL
| VISTA DOS MODULOS INDIVIDUAIS COM CAMAS ELEVADAS |
Esta marcenaria contempla mesa de estudos, armรกrios, cadeiras individuais e camas largas com tomadas prรณximas, luminรกrias de leitura e cortinas para. Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D.
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PROCESSO DE CRIAÇÃO
O HABITAR DO ESTUDANTE
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FOTOMONTAGEM
CROQUIS, MAQUETES, ESQUEMAS O processo de criação projetual deste trabalho passou por diversas etapas, como se pode observar na fotomontagem ao lado, conforme o avanço das pesquisas, a diversidade das entrevistas com os residentes, o amadurecimento nas orientações, novas referências e por fim as considerações da pré-banca, os croquis e modelos volumétricos foram modificados. Ao longo, deste processo, além das visitas, utilizou-se a maquete, realizada pelo Laboratório da UFBA, maquetes virtuais com o entorno realizadas pela autora e imagens do Google Earth, para estudo da topografia, níveis e outras verificações, conforme já indicado. Foram feitos também alguns estudos volumétricos do edifício com papel kraft. As diretrizes e o partido foram gerados através de esquemas, com graus de prioridade e cores indicativas. Depois, os desenhos a mão livre foram importantes, com eles era possível criar uma dinâmica mais rápida nas modificações, antes de realiza-las nos softwares 3D, que também foram de grande relevância, já que com eles era possível ter dimensões melhor definidas. Foram feitos inúmeros estudos volumétricos até chegar a forma final, com testes de fachada, implantação, sombreamento e luz. Como é possível observar, as formas variariam muito antes de chegarem ao resultado final, mas todas as opções estavam conectadas as diretrizes e ao partido, o que mostra que existem diversas formas que poderiam concretizar as intenções de projeto iniciais, a forma final foi um experimento resultado de um processo de amadurecimento de ideias em conjunto com os residentes, na tentativa de atender ao máximo as proposições de cada um e do coletivo.
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O PROCESSO
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CONCLUSÃO
O HABITAR DO ESTUDANTE
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ESTUDANTES, PROFESSORES E COMUNIDADE HABITANDO O ESPAÇO UFBA Fotomontagem realizada pela autora utilizando modelagem 3D.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ambiente universitário tem a função de formar não só profissionais, mas também cidadãos que irão contribuir para o desenvolvimento social, politico e econômico do país. Este trabalho visou mostrar que o estudante que tem acesso à educação precisa ser entendido como um potencial agente transformador da sociedade e que os auxílios de permanência precisam ir além de ajudas financeiras, para que este aluno consiga ter seu desempenho máximo. Este projeto tem a intenção de trazer como questionamento: O que é o habitar do estudante da Universidade Federal da Bahia e que espaços ele ocupa, para isto foi desenvolvido o projeto da Nova Residência Universitária da UFBA, que tem função de não só ser um local de moradia para alunos que precisem deste serviço, mas como já expresso, um local de premência e de encontro que se conecte com a cidade e mostre a produção estudantil para a sociedade.
Suprir a demanda da UFBA foi um dos pontos mais instigantes durante o processo, que é a necessidade por mais moradias estudantis, entretanto poder discutir através deste projeto os anseios debatidos com os residentes e poder deixar isto como um modesto legado para a Universidade e para os estudantes foi a real motivação. As diretrizes eram muitas e a resposta precisava ser factível e real, para isto o estudo da Residência 05, que é um edifício recente e foi construído para ser uma moradia de estudantes desde a sua concepção, necessitou ser realizado. Foi feito um comparativo entre a relação de habitantes por área da R5 e da Nova Residência, sem considerar as áreas de praça e do térreo de uso público do edifício proposto. Esta comparação teve o seguinte resultado: 21,35 m²/hab. para a R5 e 23,16 m²/hab. no projeto, uma diferença de 2 m² que permitiu através de espaços individuais mínimos e otimizados criar mais áreas comuns,
por exemplo, na R5 tem menos de 70 m² destinados a áreas comuns, que englobam uma pequena sala de estudos e uma lavanderia, para 200 pessoas. A Nova Residência conta com mais de 700 m² de áreas projetadas para o coletivo, como já mostrado, são áreas de uso livre, salas de jogos e TV, salão de estudos e informática, cozinha comunitária, uma lavadeira por andar, espaço para alunos de arte, musica, dança, etc. O que mostra como otimizar espaços e racionalizar o projeto pode influenciar em um programa mais amplo e diverso. Preservar a individualidade, potencializando a coletividade com racionamento de áreas foi a uma das premissas do projeto e um grande desafio, este trabalho é uma experimentação deste conceito levando em consideração de que habitar um espaço vai além de estar ou morar nele.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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O HABITAR DO ESTUDANTE
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TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO | UFBA