Concept Magazin

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EXPEDIENTE

Direção Criativa Danilo Rossi Gabriela Liberato Thiago Cavalho

Impressão SENAC - LAPA SCIPIÃO

Colaboradores Danilo Rossi Gabriela Liberato Thiago Cavalho

Agradecimentos Danilo Rossi Gabriela Liberato Thiago Cavalho

A REVISTA

Essa revista é pra você que vive a cultura da rua e curte o que é lançamento. Reúne um apanhado do que os editores amam em moda, música, arte, design e comportamento na cidade de São Paulo. Nessa edição você vai encontrar um especial sobre a Virada Cultural 2013, um bate papo com o quadrinista Marcatti, além de uma galeria dedicada ao nomes que estão surgindo no cenário independente como MODA, ILUSTRAÇÃO E DESIGN.


SUMÁRIO 08

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WHAT’S UP!?

por Ligia Canongia

por Ligia Canongia

Revista Veja

Festa Sintonia Uma das mais tradicionais no festas no quesito Black music, sob os com comandos dos Dj’s kljay, Ajamu, Marco e Will, nenhuma quinta feira é sem graça pra quem cola nessa festa, e na proxima edição, dia 16 receberá um convidado muito especial na discotecagem, vai ter a presença do Talib Kweli no comando dos toca discos.

Angelo Venosa A mostra parte de um repertório seleto de obras que expõem o percurso do método e suas questões fundamentais, com as formulações primordiais e os saltos poéticos operados ao longo do tempo. A exposição se orienta pelas mescla peças de diferentes datas e técnicas, procurando fomentar a compreensão de uma linguagem global, onde os processos e os conceitos se unem e se reclamam necessária e mutuamente. Pinacoteca - Estação Luz 13 de Abril a 30 de Junho

SP - Burguer Fest De segunda (3) até domingo (9), 21 endereços, entre restaurantes, bares e lanchonetes, sediarão a São Paulo Burger Fest. Cada um deles oferecerá um sanduíche inédito, com preços entre R$ 19,95 e R$ 58,00, que consegue traduzir o estilo de sua cozinha. Diversos endereços

Dj Club Bar Alameda Franca, 241 - Jardins


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EU RESPIRO Sテグ PAULO


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Foto: flight club ny

Objeto de DESEJO

“Aficcionados por pares exclusivos, raros e descolados.” Cultura Sneaker ? O termo pode ser desconhecido, mas uma caminhada pelas ruas dos grandes centros brasileiros já revela o número de pessoas ligadas na tendência e adeptas do estilo. Que o tênis é item obrigatório no figurino dos jovens não há dúvida, mas a cultura sneaker reúne os “aficcionados” e alucinados por tênis, não por um tênis qualquer, mas por pares exclusivos, raros e descolados.


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A mania, comum no exterior, que muitos dizem ter começado com o Original Air Jordan 1 Black Red lançado em 1985. A ele foi dado o apelido Banned (“Proibído” ou “Banido”) pois David Stern, comissário da NBA, disse que o OG Air Jordan 1 Black / Red não respeitava as regras da Liga Americana de Basquete. A regra dizia que os tênis dos jogadores tinham que ter branco em sua maior parte. Todos os jogos que Michael Jordan usou o Air Jordan 1 Black / Red Original, ele foi multado em U$5000,00 e a Nike arcava com essas despesas. O que Stern não sabia era que isto causaria efeitos colaterais. Desde que a NBA baniu o OG Air Jordan 1 Black / Red, fez com que as pessoas fossem à loucura atrás deste tênis, o que muitos acreditam que seja este o evento que começou a Cultura Sneaker.

SNE A KER S

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No Brasil a cultura ganha cada vez mais espaço, pipocam blogs, site e publicações para os colecionadores e interessados. Vale registrar que o mercado das grandes marcas já mergulhou fundo no fenômeno e movimenta com ele dezenas de milhões de dólares. Fila, Nike, Adidas, Converse, Puma e muitas outras empresas do setor já relançaram alguns clássicos e também produziram edições limitadas especialmente para esse público ávido que não liga de pagar pequenas fortunas por mais um par para a coleção. Como ícones incontestáveis da cultura urbana, os pares de tênis deste universo ganham status a medida que jogadores de basquete, grafiteiros. rappers e skatistas valorizam e moldam a atitude aliada a moda e arte de rua.


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MARCATTI

Quadrinhos escatológicos e de gosto bem duvidoso

Marcatti é um quadrinista bem conhecido no underground paulistano. Ficou famoso pelo seu estilo “escroto” como ele mesmo diz. Seu interesse pela arte começou antes de aprender a ler e escrever. Sempre estimulado pela família, principalmente por sua mãe que já aos seis anos de idade lhe comprava materiais para pintar e despertar sua criatividade.


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Onze -Dizem que apesar do teor escatológico das suas histórias, a narrativa é toda inspirada nos grandes mestres do cinema. Confere? Marcatti – A forma que utilizo no desenvolvimento de roteiros é calcado na metodologia de roteiros do cinema americano dos anos 40 e 50. Em particular, admiro muito os filmes de Alfred Hitchcock, John Huston e Billy Wilder. Quando estou construindo a mecânica narrativa de uma história, conduzo meu trabalho como esses diretores faziam com seus roteiristas – “domando” o tempo e manipulando as sequências. De certa forma, essa é a etapa que eu mais gosto na produção de uma HQ. Onze – Para quem gosta do seu trabalho, que outros autores você recomendaria? Marcatti – De cara, eu cito Hunt Emerson, Gilbert Shelton e Harvey Kurtzman como essenciais. Mas também acho importante ler autores e trabalhos bem diferentes do meu. Gosto de pensar que meu trabalho pode ser melhor saboreado quando o leitor tem outros costumes de leitura. Onze – Como foi a experiência de publicar na revista MAD? Por que saiu? Marcatti – Foi muito gratificante. Desde a segunda metade dos anos 1980 eu não publicava em uma revista de coletivo de autores. Ao longo dos anos, fui aumentando o volume de páginas de cada história nova até chegar aos formatos que venho trabalhando hoje. Colaborar com a MAD me fez voltar às raízes e dimensionar meu trabalho à 2 ou 3 páginas apenas. Além disso, a MAD foi uma das revistas que me inspirou no início da carreira. Em 2010, acabei me envolvendo em um projeto que, de início, tomou muito o meu tempo e fui obrigado a fazer algumas escolhas. A colaboração com a MAD estava me consumindo um tempo precioso pois eu ainda não havia me adaptado plena-

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mente à retomada deste formato editorial. Eu queria que meu trabalho soasse melhor e mais contundente e o novo projeto iria comprometer meu tempo de dedicação à MAD. Mas gostaria de retomar o desafio um dia… Onze – Poucos sabem, mas você também é luthier e trabalha fazendo customização de automóveis. Como é ser o Ed “Big Daddy” Roth brasileiro? Marcatti – Já que tocou nesse assunto… Restauração e customização de carros antigos é o tal projeto que me obrigou a parar com a MAD. Guitarras eu fabrico desde 1990 e isso nunca me atrapalhou em nada a produção de quadrinhos já que minha oficina é rigorosamente o mesmo lugar onde desenho. Já o trabalho com carros antigos mudou minha rotina pois a oficina é em outro espaço físico, perto de minha casa, mas muito longe para quem trabalhou a vida inteira a poucos metros da própria cozinha… Agora, essa coisa de “Ed Roth brasileiro” é demais para mim. Tenho gostado muito de trabalhar com carros antigos, mas meu conhecimento técnico e mecânico na área é quase vexatório. Ed Roth foi não apenas um monstruoso artista como um exímio engenheiro/projetista. Eu precisaria reencarnar 3 vezes para talvez sonhar com a possibilidade de aspirar essa insígnia. Se isso fosse uma corrida e um objetivo, o genial artista Magoo Felix está quilômetros na minha frente. Para mim, “Big Daddy”,


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é uma grande inspiração assim como o monstro sagrado da aerografia Mike Lavallee. Onze – Quais são seus próximos projetos de quadrinhos?

Guitarra customizada

Ilustração da capa No Money no English

Capa do Gibi Frauzio

Marcatti – Está na fase final de redação e edição uma HQ chamada “A risada de Arnaldo”. Trata-se da adaptação de um conto inédito escrito por um de meus filhos, André Pijamar. Encontrei esse conto dele entre alguns textos ainda em fase embrionária. Decidimos adaptá-lo para quadrinhos e será ser o primeiro de uma série de textos inéditos escritos por ele e adaptados para quadrinhos. Este livro está programado para ser lançado neste primeiro semestre. Outro projeto: acabo de acertar o lançamento de um novo álbum do Frauzio a ser lançado pela Devir no segundo semestre deste ano (2012). Aliás, neste ano de 2012 completo 35 anos desde a publicação da minha primeira HQ (revista Papagaio, nº 1, agosto de 1977). Gostaria muito de poder organizar um evento para celebrar a ocasião.

Onze – De onde surgiu a inspiração para revistas com nomes como Mijo? Marcatti – Quando ainda tinha minha impressora offset, lançava minhas HQs em revistas de 24 ou 28 páginas. Nessa época, buscava todas as formas de desvincular meu trabalho da imagem de regimes editoriais. Assim, cada vez que eu montava o volume de uma nova revista, ao invés de tratá-lo como um novo número de uma antiga revista, optei por lançar novos títulos. E a escolha do título era sempre pelo sentido e pela sonoridade das palavras. Olhando para trás, percebo que, apesar desse aparente raciocínio lógico, tinha uma coisa inexplicável que conduzia esse conceito. Cada revista lançada, parece ser levemente temperada por uma linha editorial específica. Um detalhe importante: isso se aplica apenas às revistas que publicaram exclusivamente HQs minhas. As revistas de coletivo tiveram seus nomes discutidos e debatidos entre os colaboradores. Para ficar mais claro, “Refugo” (4 números), “Cupim” (1 número), “Pântano”(1 número) são exemplos de revistas de coletivos de autores. Já “Lôdo” (assim mesmo: com acento circunflexo), “Soslaio”, “Mijo”, “Um dia a casa cai” foram revistas com apenas HQs minhas. Onze – Você já ilustrou capas (“Brasil”) e revistas para a banda Ratos de Porão (aliás, sensacionais!). Existe alguma banda hoje em dia que possui o “espírito Marcatti” e mereceria ser ilustrada por você? Marcatti – Nada disso! Mérito não tem nada a ver com as capas que aceitei fazer. Fiz capas de bandas HC, Punk, Oi, Heavy Metal, Surf Music… Meu critério, quando convidado, é ouvir uma ou duas faixas, conversar com os músicos e perceber suas vontades e anseios. Se a banda é honesta, no sentido mais amplo da palavra, faço com prazer (frequentemente mais por prazer do que financeiramente). Procuro apenas uma identificação com meu conceito de profissionalismo, seriedade e responsabilidade.


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Onze – Quais quadrinistas brasileiros e estrangeiros você admira atualmente?

Saudosa Velhota.

Marcatti – Agora você me colocou numa saia justa… Eu lamento confessar que sou péssimo leitor de quadrinhos. O lado negativo em fazer HQ é que não consigo mais ler com desprendimento. Toda vez que leio uma HQ, automaticamente, analiso condução, narrativa, contextualização… É um exercício técnico e de aprendizagem muito produtivo, mas tirou de mim todo o prazer em ler quadrinhos. Recentemente me flagrei “avaliando” e “criticando” possíveis (na minha miserável cabeça) erros de condução do gigante Hergé! É… Pode rir… Admito que é ridículo. Mas é um secreto (agora não mais) método de autocrítica. É proveitoso pensar “se eu fosse o Will Eisner não teria feito desse modo”. Para mim, isso se resolve como um desafio monumental: superar os mestres. Mas é um caminho muito perigoso. Sinceramente, não recomendo a ninguém esse trajeto. Você fica se equilibrando entre o precipício de uma frustração irreparável e o buraco de uma ridícula e insustentável arrogância. Para mim, desvendar minúsculas imperfeições dos mestres é uma poderosa e dolorosa fonte de aprendizado. Mas esse método tem um preço muito desgastante: não sei mais “ler” prazerosamente uma HQ… Onze – O politicamente correto está acabando com o humor? Marcatti – A grande virtude de um país como o Brasil é seu amplo espaço à diversidade. O “politicamente correto” não só não colou por aqui, como não foi capaz de coibir as manifestações do humor. Prova disso é o sucesso estrondoso da forma discutível de humor praticado pelo “Pânico na TV”. Discutível, sim. Porém, jamais, combatível. Não quero polemizar nesse assunto mas minha premissa parte do seguinte: humor é humor e ponto final. Contaminá-lo com excesso de “responsabilidade social” alimenta em igual proporção a efervecência do inconsequente e do preconceito. E vice-versa…


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O cara é um exemplo de “faça você mesmo” e sempre produziu, distribuiu e vendeu seus quadrinhos por conta própria.

Onze – Você acha que o mercado de histórias em quadrinhos cresceu nos últimos anos? Marcatti – Não tenho a menor dúvida disso. Penso que, hoje, o quadrinho não tem mais como crescer sozinho. Ele está completamente consolidado dentro do mercado editorial brasileiro. Na medida em que todo o mercado editorial crescer, os quadrinhos evoluirão proporcionalmente. Quando comecei a fazer HQs, ainda eramos tratados como sub-espécie. Atualmente, uma publicação em quadrinhos goza de espaço, de respeito e de credibilidade jamais vistos em nossa história. Se isso não repercurte em vendas, tiragens etc, é porque todo o resto deste segmento sofre do mesmo mal.


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Animal Nacional

Novo CD da Vespas Mandarinas: fôlego de rock nacional

Foto: Divulgação

O disco reúne elementos característicos da época como linhas de baixo marcantes e em bom volume, riffs de guitarra com timbres criativos e letras que fogem das obviedades amorosas que conhecemos bem. Fica o destaque para Cobra de Vidro, O Vício e o Verso, O Amor e o Acaso, Distraídos Venceremos e O Herói Devolvido. Na realidade, a união de todas elas, que não se parecem, mas vivem bem juntas, faz a força de Animal Nacional.

A banda é formada por Chuck Hipolitho (guitarra e voz), Thadeu Meneghini (guitarra e voz), André Dea (bateria) e Flávio Guarnieri (baixo).

Texto Osmar Portilho


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Seu Jorge

Novo álbum com participações especiais.

Foto: Divulgação

Texto Vagalume

Seu Jorge está aproveitando sua influência em Hollywood para gravar um novo disco. Em entrevista, contou que seu novo trabalho, contará com a colaboração de diversos nomes da música internacional.

“Estou gravando um disco novo, com participações especiais. É o primeiro disco que eu faço com várias participações e estou bem animado”, contou. Questionado se poderia adiantar algumas delas revelou: “Erykah Badu, Chaka Khan, o rapper Mos Def, Marisa Monte, Anthony Kiedis e Flea (Red Hot Chili Peppers).” Ainda comentou a possibilidade de dar vida ao lendário Jimi Hendrix no cinema.


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Quer ser originalmente criativo? Fazer parte da Inovação? Expor suas ideias?


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ESPECIAL ONZE

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Foto: Divulgação

A tradicional Virada Cultura da cidade de São Paulo acontecerá nos dias 18 e 19 de maio e todas as atrações já foram confirmadas. Em 2012, o evento levou às ruas da cidade mais de 4 milhões de pessoas, e cerca de mil atrações durante os finais de semana dos dias 5 e 6 de maio. Os veteranos do rock nacional Titãs e o cantor Gilberto Gil foram as principais atrações da última edição. Dentro desta nova edição os destaques são: a presença da

cantora baiana Daniela Mercury, que toca no Palco Julio Prestes no dia 18 às18 horas junto com Zimbo Trimbo, o cantor americano George Clinton junto com P. Funk veem no dia 19 às 3 horas, no mesmo palco, trazer o melhor do funk dos anos 1970.


ESPECIAL ONZE

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Destaques PALCO THEATRO MUNICIPAL Dia 18 18h Orquestra Sinfônica Municipal Dia 19 9h Wanderléa

PALCO 25 DE MARÇO Dia 18 20h Lucas Santana Dia 19 6h Vanguart

PALCO PRAÇA DA REPÚBLICA Dia 18 18h Raça Negra Dia 19 16h Jorge Aragão

PALCO MERCADO MUNICIPAL Dia 18 22h Regional do Véio Dia 19 6h Izaías e Seus Chorões

PALCO PRAÇA ROOSEVELT Dia 18 18h Cia. Elevador Panorâmico: “Ifigênia” Dia 19 5h45 “Quartos de Hotel” de M. Bortolotto

PALCO ESTAÇÃO DA LUZ Dia 18 15h Grupo Barbatuques “Tum Pá” Dia 19 14h Pequeno Cidadão

PALCO SÃO JOÃO Dia 18 20h Leslie West (EUA) Dia 19 06h Soft Moon (EUA)

PALCO SÃO LUÍS Dia 19 8h-18h Chefs na Rua

PALCO EDIFÍCIO COPAN Dia 18 19h Thiago Pethit Dia 19 15h Marisa Orth

PALCO PRAÇA DO PATRIARCA Dia 18 23h15 Diego Oliveira Dia 19 15h Trio Virgulino

PALCO LARGO DO AROUCHE Dia 18 23h Sidney Magal Dia 19 17h Fafá de Belém

PALCO PRAÇA DA SÉ Dia 18 20h -23h Stand Ups Dia 19 2h-17h30 Stand Ups


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App da Virada Assim como a versão anterior, o app traz toda a programação do evento, dividindo-a por horários, categorias ou atrações. Cada apresentação ou “mini-evento” conta com uma ficha própria, que traz a localização e opções para favoritar a atraçao e divulgá-la nas redes sociais. O aplicativo também permite ao usuário buscar pelos eventos – todos gratuitos – que mais interessam dentro da Virada. Os resultados que ela traz são baseados no local, no artistas e no tipo da apresentação. Além disso, ele conta com um recurso de geolocalização e opções para favoritar a atração e divulgá-la nas redes sociais.


ARTE ONZE

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2ª Bienal Internacional Graffiti

FINE ART

Traçar um panorama dos mais diversos estilos, técnicas e conceitos do graffiti, com trabalhos de artistas nacionais e estrangeiros reconhecidos na arte urbana mundial. Este é o objetivo da Bienal Internacional Graffiti Fine Art, que lança sua segunda edição no MuBE e fica de 22 de janeiro a 17 de fevereiro em todos os espaços expositivos do museu. Nomes internacionais de destaque estarão presentes nesta Bienal como Kongo, ECB, Kress, Daze e Wernz, além dos brasileiros Nunka, Speto, Finok, DMS e Minhau – que vai construir uma instalação de um gato em madeira com cerca de 4 metros. Os artistas nesta edição trarão painéis, instalações, telas, fotografias, pinturas e esculturas, além

de intervenções em dois carros A Bienal Internacional Graffiti Fine Art, que teve sua primeira edição em 2010, também no MuBE, apresentou a história do graffiti no Brasil e no mundo, suas influências com diferentes movimentos artísticos do século XX, sua relevância na contemporaneidade e suas manifestações culturais e artísticas diretamente relacionadas à cultura urbana.“Este ano contamos com 50 artistas que vão apresentar obras coletivas e individuais, todas inéditas. O formato da exposição também terá uma montagem totalmente diferente da edição anterior”, afirma Binho Ribeiro, curador da mostra, que completa:“O público terá acesso a obras de importantes artistas expoentes”.


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Hist贸rico da Bienal Inspirada no sucesso das mostras Graffiti Fine Art, o MuBE criou a Bienal Internacional Graffiti Fine Art para mostrar a diversidade e qualidade da arte de rua. A primeira aconteceu em setembro de 2010, ocupou toda 谩rea do museu e reuniu os principais nomes da arte urbana do Brasil e do mundo.

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Arte Urbana: Alfredo Maffei Alfredo Maffei é um artista plástico de São Carlos, com trabalhos expostos e reconhecidos internacionalmente.Sua mais famosa série de intervenções, “Inconstâncias”, carrega forte significado social e político, além de ter rendido ao autor participações e convites para apresentar e realizar obras em outros países. Tornando evidente e gritante a situação enfrentada por moradores de rua, Maffei busca sensibilizar um público que já se tornou insensível à essa realidade.

Onze – Como você começou a se interessar por arte? O meu primeiro contato com a arte veio logo na infância, desde cedo sou fascinado por quadrinhos e filmes épicos. Sempre senti uma necessidade de exteriorizar minhas ideias e imagens mentais através do desenho. Quando criança, passava horas inventando meu próprios personagens. Aos 15 anos, comecei a praticar aulas de pintura e desenho, além de explorar novas linguagens, adquirindo muito gosto e intimidade com o fazer artístico. Onze – Como se iniciou o projeto Inconstâncias? O projeto Inconstâncias aconteceu de maneira gradual e lenta. Quando me mudei para São Paulo para cursar artes visuais, tive um choque muito grande ao vivenciar os problemas urbanos – principalmente as condições precárias na qual vivem milhares moradores de rua na capital. Isso tudo era muito novo para meu cotidiana: evidenciar a existência de pessoas em situação de abandono e descaso total; foi como tomar um tapa na cara. Talvez por ser natural de uma cidade menor, de caráter mais íntimo, ao me deparar com essas pessoas em São Paulo pude notar o que muita gente não pode: eles também possuíam uma identidade, histórias, vontades e necessidades. Inicialmente, o choque foi inevitável, mas a sensibilidade


ARTE ONZE

Inicialmente, o choque foi inevitável, mas a sensibilidade apareceu quando passei a me interessar pela história daqueles indivíduos. Por conta da condição de invisibilidade em que vivem, percebi que as identidades dos moradores de rua eram enfraquecidas ou apagadas. Frente a isso e após muitas reflexões sobre a imagem deste personagem diante a sociedade geral, me senti na necessidade de tentar retratar esses indivíduos e fazer com que pudessem ser realmente vistos e notados. Minha intenção era transmitir todas as angústias que notava em seus olhares. Em consequência, meu envolvimento com a arte urbana veio dessa necessidade de identificação dessas pessoas. Na busca por um lugar adequado para a obra, visualizei nas rachaduras da parede de uma casa abandonada as rugas do rosto de um morador de rua. Entrei naquele lugar e percebi uma semelhança muito grande com a fisionomia dos sem-teto. Assim como eles, a casa também teve suas histórias, suas marcas do tempo, suas peculiaridades. Agora, se encontrava em total esquecimento. A similaridade era inevitável. “Inconstâncias” foi o nome que dei para essa série de intervenções – que retrata o rosto de moradores de rua em paredes de casas abandonadas. Essas pinturas de grande formato, feitas com tinta acrílica preta, muitas vezes cobrem toda a extensão de uma parede, mostrando um rosto expressivo, porém anônimo.

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Onze – Neste trabalho, foi possível notar uma curiosa, porém triste, contradição: Ao mesmo tempo em que existem pessoas sem casas, também existe casas sem pessoas. Os retratados são pessoas que conheci nas ruas, pessoas que eu consegui me aproximar e criar um vínculo, pessoas que me contaram suas histórias de vida e se abriram para mim e para meu trabalho. Onze – Como é realizado o trabalho? O trabalho se fundamenta por várias etapas. Primeiro entro em contato com o morador de rua e, depois de ter criado um vinculo de confiança, esclareço minha proposta e o convido a ser retratado. Depois vem a busca pela casa abandonada, onde esse rosto será integrado no espáco por meio da pintura. Por último vem o registro fotográfico. Esclareço que a pintura e as fotos são apenas procedimentos deste trabalho; uma pequena parcela visual do que se é vivido. A verdadeira potencia artística está na busca, na ação e no contato com o morador de rua, além de minha interferência no espaço, e seus resultados. Onze – O que você pensa sobre a arte brasileira de hoje? No Brasil a arte traz um severo cunho político e crítico e, por consequência, explora meios menos convencionais para acontecer. Estamos nos desprendendo muito rapidamente das amarras do passado, buscando nossos próprios olhares e criando novas possibilidades. É cada vez maior o número de pessoas que se dedicam à arte urbana no país. Possuímos uma característica de busca por independência e negação ao institucional. É nesse aspecto que vejo a força da arte no Brasil; nessa característica marginal e ousada. Onze – Defina a arte em sua vida. Acredito que a arte é a expressão mais sensível e completa do pensamento humano. Pela qualidade dessa potência, devemos explorar mais esse meio. Acredito que vivemos um momento em que os artistas devem assumir a responsabilidade de estabelecer laços entre todos os outros humanos. Devem se envolver com as


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apareceu quando passei a me interessar pela história daqueles indivíduos. Por conta da condição de invisibilidade em que vivem, percebi que as identidades dos moradores de rua eram enfraquecidas ou apagadas. Frente a isso e após muitas reflexões sobre a imagem deste personagem diante a sociedade geral, me senti na necessidade de tentar retratar esses indivíduos e fazer com que

pudessem ser realmente vistos e notados. Minha intenção era transmitir todas as angústias que notava em seus olhares. Na busca por um lugar adequado para a obra, visualizei nas rachaduras da parede de uma casa abandonada as rugas do rosto de um morador de rua. Entrei naquele lugar e percebi uma semelhança muito grande com a fisionomia dos sem-teto. Assim como eles, a casa também teve suas histórias, suas marcas do tempo, suas peculiaridades.“Inconstâncias” foi o nome que dei para essa série de intervenções – que retrata o rosto de moradores de rua em paredes de casas abandonadas. Essas pinturas de grande formato, feitas com tinta acrílica preta, muitas vezes cobrem toda a extensão de uma parede, mostrando um rosto expressivo, porém anônimo.


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Onze – Neste trabalho, foi possível notar uma curiosa, porém triste, contradição: Ao mesmo tempo em que existem pessoas sem casas, também existe casas sem pessoas. Os retratados são pessoas que conheci nas ruas, pessoas que eu consegui me aproximar e criar um vínculo, pessoas que me contaram suas histórias de vida e se abriram para mim e para meu trabalho. Onze – Como é realizado o trabalho? O trabalho se fundamenta por várias etapas. Primeiro entro em contato com o morador de rua e, depois de ter criado um vinculo de confiança, esclareço minha proposta e o convido a ser retratado. Depois vem a busca pela casa abandonada, onde esse rosto será integrado no espáco por meio da pintura. Por último vem o registro fotográfico. Esclareço que a pintura e as fotos são apenas procedimentos deste trabalho. A verdadeira potencia artística está na busca, na ação e no contato com o morador de rua, além de minha interferência no espaço, e seus resultados.

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Onze – O que você pensa sobre a arte brasileira de hoje? No Brasil a arte traz um severo cunho político e crítico e, por consequência, explora meios menos convencionais para acontecer. Estamos nos desprendendo muito rapidamente das amarras do passado, buscando nossos próprios olhares e criando novas possibilidades. É cada vez maior o número de pessoas que se dedicam à arte urbana no país. Possuímos uma característica de busca por independência e negação ao institucional. É nesse aspecto que vejo a força da arte no Brasil; nessa característica marginal e ousada. Onze – Defina a arte em sua vida. Acredito que a arte é a expressão mais sensível e completa do pensamento humano. Pela qualidade dessa potência, devemos explorar mais esse meio. Acredito que vivemos um momento em que os artistas devem assumir a responsabilidade de estabelecer laços entre todos os outros humanos. Devem se envolver com as atividades da economia, política, ciência, religião e principalmente educação. Um princípio básico da inserção da arte na sociedade é eliminar distâncias e preservar diferenças. Ao meu ver, a arte é a cola que irá fundir todas as formas de criatividade em um só objetivo: a reintegração dos seres da terra com a vida.

Alguma dica para quem está começando na área? Apenas uma: faça antes, pense depois. Depois, pense e faça mais ainda.


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Criatividade

Graduação Pós Graduação Extensão

Inovação

Ideias

Os cursos de Moda do Senac estão alinhados com as necessidades do setor. Técnica e competência no mesmo ambiente te preparando para o futuro.


FAÇA MODA 29

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SENAC

Centro Universitário - Campus Santo Amaro Av.Eng. Eusébio Stevaux, 823 - Santo Amaro Mais Informações Tel: 0800 883 2000 ou Acesse www.sp.senac.br.


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Espaço Independente

Essa seção é destinada aos artistas e designers que estão emergindo no cenário paulistano.

Bruno Miranda Diretor de arte


COMPORTAMENTO ONZE

Kym Kobayashi Designer Grรกfico

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MODA ONZE

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Gabriela Liberato Designer Moda

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MODA ONZE

Diego Maçã Designer Gráfico

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Patrocinador oficial do WBCP 2013 - New York 34

NOTA EDITORIAL Nesta primeira edição apresentamos a essência da ONZE: sem grandes ambições, trazemos um compilado do que é novo em arte, cultura, design na metropole cinza que move o país.


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