Revista Partilha

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Foto: Repdodução Start Se


ANTES DE COMEÇARMOS ESTA PARTILHA...

INOVAÇÃO É AVANÇO! Nossa profissão, assim como o mundo como um todo, tem mudado muito rapidamente. Uma nova ferramenta, um novo conceito, um novo app e uma nova forma de fazer o nosso trabalho. Sabemos que isso em si não é uma novidade, como diria Lavousier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Na comunicação essa mesma verdade é aplicada. Mas, se tudo se transforma, como daremos conta de nos adaptar a tamanhas mudanças em tão pouco tempo? Bom, o caminho mais acertivo seria buscar o conhecimento necessário, não? Por isso, a Partilha nasceu. Em nenhuma faculdade do mundo encontraremos todos os recursos e ensinamentos necessários para o mercado atual, simplesmente porque ele é volátil. Além disso, para além do ensino direcional da universidade, a Partilha anseia com sua primeira edição chegar aos estudantes e trazer novas formas de pensar sua profissão. Inovação é avanço e nós devemos avançar com nossos pensamentos. Já pensou como o Google se

tornou a 5º maior empresa em valor de mercado? Ou quais profissões estão surgindo agora? Espero que ao final desta edição, você saiba isso e consiga pensar fora da caixa. Há um mundo além de redações e agências! Agora sim, vamos começar esta Partilha?

Ana Gabriela Moura

Criadora, produtora, repórter, diagramadora e editora da Revista Partilha. Ilustrações por: Pch.vector by Freepik


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MULTIPROFISSIONALISMO

RELACIONAMENTO COM O TRABALHO

A ERA DO VIRTUAL

A INOVAÇÃO NO ENSINO DA COMUNICAÇÃO

QUANDO CRESCER EU QUERO SER...

COMO MANTER A INOVAÇÃO NA EMPRESA?

E TEM LOCAIS DE INOVAÇÃO EM SÃO LUÍS?

A PARTILHA, PARTILHA


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eportagem é sinônimo de mobilidade! Engana-se quem pensa que as grandes produtoras de TV tem várias câmeras pesadas e cinegrafistas em todas as reportagens em campo hoje em dia. O jornalista que antes era responsável pela apuração, captação e compilação de fatos e dados, hoje também é produtor, fotógrafo e repórter cinematográfico. Três ou quatro papéis em um só profissional. E, o digital mudou a forma que atuamos hoje na comunicação.

placas, enfim, várias coisas. Foi 07 bom, eu entender de todas essas áreas porque elas em conjunto me dão mais liberdade criativa e isso nos ajuda enquanto profissionais”, contou Alexandre. Erick Sousa, estudante de Rádio e TV e atualmente repórter, tem uma opinião parecida. “Comunicação se tornou uma área extremamente ampla, ainda mais com as redes sociais. Então, não existe mais aquela separação: ou você trabalha só com imagem, ou você trabalha só com vídeo, ou você é só o repórter, o cara que está lá na frente da câmera. Basicamente hoje, quem tem mais dessas habilidades se dá melhor, tem mais oportunidade no mercado”.

O século XXI tem exigido cada vez mais habilidades do profissional da área, as ciências se misturaram. Mas o que realmente o mercado profissional tem elencado como capacidade do É claro que quem sabe mais se dá melhor. comunicólogo hoje? Mas não basta sair por aí buscando saber A Partilha conversou com dois profissionais tudo sobre tudo. Como a procura por de comunicação atuantes em São Luís profissionais aumentou, e esse é um e ouviu sobre como o mercado tem se mercado em ascensão, para que haja posicionado e buscado habilidades. crescimento, e como o Alexandre falou, >>>>> Você pode ouvir as entrevistas referência, é necessário estudo. Confira algumas habilidades que podem te ajudar completas através do nosso Spotify. a não somente flutuar pelas ondas da comunicação, mas fincar âncora e ser um bom marinheiro.

ESPECIALISTA OU FAZ TUDO?

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omo a procura por comunicadores e profissionais da área digital têm aumentado em todos as empresas, de ciência a vendas, ainda mais após a pandemia do novo coronavírus, fica a dúvida, aprender um pouco sobre tudo ou se especializar em uma área? Para o publicitário Alexandre Moraes, os dois são importantes. “É bom ser especialista, porque isso significa que você é dominante em um determinado assunto e isso te torna uma referência. E quando você entende de muitas coisas, por exemplo quando eu comecei a trabalhar como consultor de marketing, eu era esse faz tudo, além de estratégia, redes sociais, eu fazia produção de papelaria, produção de


HABILIDADES

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profissional acompanha as tendências de mercado. Nenhuma empresa busca hoje um certificado de datilografia, não é mesmo? Por isso, um diferencial para qualquer profissional, inclusive para o comunicador é a capacidade de se adaptar ao novo. Alexandre, que trabalha e ensina sobre redes sociais, afirma que com a internet, nós precisamos procurar nos diferenciar para concorrer no mercado. “A internet nos trouxe inúmeras ferramentas e a gente não encontra (como se apropriar delas) fácil em qualquer lugar, fica até difícil ter um posicionamento profissional, porque tudo é muito novo e rápido, então nós precisamos ter adaptabilidade, para conseguir acompanhar toda a evolução que está acontecendo”, disse o publicitário. Além disso, como o mercado é muito amplo, há nichos de Jornalismo, Marketing, Relações Públicas, Rádio e TV, Design, etc., e tudo se integra, é importante buscar ampliar o conhecimento teórico para não ser só mais um fazendo comunicação. Cursos complementares, workshops, especialização e MBA’s, são diferenciais para a conquista profissional.

Alexandre Moraes (de azul), em uma das suas turmas de ensino sobre marketing (Foto: Repdodução)

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Para o Erick essas habilidades inicialmente podem ser adquiridas através justamente da internet. “Com a internet, é mais fácil para um comunicador ter acesso a todas essas habilidades. Com um celular ou com um computador e internet, você facilmente pode aprender a editar foto, vídeo, áudio” disse o profissional. Mas não é só ter um certificado e um bom portfólio. Segundo a Forbes hoje as empresas buscam além das “Hard Skills” que são essas habilidades que adquirimos ao longo de uma carreira profissional e estudos, as Soft Skills, que são habilidades relacionadas à inteligência emocional das pessoas.

Erick Souza, repórter, cinegrafista e produtor de TV (Foto: Arquivo Pessoal)


SOFT SKILS MAIS R E Q U I S I TA D A S

COMUNICAÇÃO EFICAZ

RESILIÊNCIA

EMPATIA

LIDERANÇA

PENSAMENTO CRIATIVO

ÉTICA NO TRABALHO

Veja aqui 9 executivos e empresários que são exemplos em soft skills Para Alexandre, isso está também ligado ao match entre empresa e profissional. “Uma coisa que tem que estar alinhado, é o propósito da empresa com a pessoa. Às vezes as empresas buscam aquela pessoa que talvez seja perfeita em um currículo ou que tenha um portfólio maravilhoso, mas as vezes ela não está alinhada com o propósito da empresa. É bem clichê isso de vestir a camisa e proatividade, mas isso é uma coisa que eu comecei a enxergar melhor, você querer fazer algo porque você gosta, porque você quer ajudar, porque você quer ver resultados. Antes de buscar saber de tudo e se candidatar a todo tipo de vaga, se conhecer e aprimorar essas habilidades é o seu diferencial no mercado hoje.

Fonte: Forbes

Foto: Escola de Podcast

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RELACIONAMENTO COM O TRABALHO Como a geração Z, entende e vivencia isso? Trabalho nem sempre tem a ver com o salário no início do mês na conta bancária. Para algumas pessoas, ele excede essa função de providência financeira e entra em um campo social, como propósito ou simplemente experiência.

A Revista Partilha conversou com duas mulheres que participam de projetos independentes para entender a relação da Geração Z, ou Centennials, dos nascidos entre 1995 e 2010 com o trabalho. Ouça o bate papo no Spotify!


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omo parte das características desta geração, diferentemente das dos seus pais, o trabalho não é algo que buscam como forma de enriquecimento, mas uma estabilidade financeira que lhes proporcionam equilíbrio entre o labor, a família e o lazer. Para Lais Fonseca, estudante de design e criadora do Clandestina Podcast, o trabalho vai além de algo regular remunerado. “Eu considero várias outras instâncias como trabalho na minha vida, o trabalho doméstico é um trabalho. Quando por exemplo, a gente dispensa a nossa energia e tempo investindo em projetos pessoais, que façam sentido para gente, eu entendo como trabalho. O Clandestina para mim é um trabalho, pode não ser remunerado, mas é um espaço onde eu dedico o meu tempo, minha energia e meu lado profissional”, disse Lais. Plano de carreira também não é algo que os Centennials buscam. Para a Patrícia Adélia, profissional de Rádio e TV, a realização pessoal está acima de um plano de carreira. “Na nossa geração é muito difícil uma pessoa, ter apenas um emprego. E eu digo emprego não só nesse sentido de pagar as contas, mas de coisas a fazer, de projetos, de afazeres profissionais além do salário. O entendimento de classe hoje faz que a gente tenha mais noção, de conseguir sair de um lugar e procurar outro quando aquilo não tiver mais fazendo sentido pra

Lais Fonseca, criadora do Clandestina Podcast e do Fonsequices, instagram de colagens. (Fotos: Reprodução Instagram)

81,4%

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da Geração Z vê trabalho como uma mistura entre ganhar dinheiro, realização pessoal e propósito.

12,5%

veem trabalho apenas como uma forma de ganhar dinheiro.

6.3 %

veem trabalho apenas como uma forma de realização pessoal.

“Não dá para restringir a definir trabalho só como aquilo que paga minhas contas” Lais Fonseca


gente, não tem a história de subir e plano de carreira. Acho que a gente não se liga mais tanto a essas coisas, mas mais em uma realização individual”, disse Patrícia. Para a Laís, uma empresa não reflete a totalidade dos valores e crenças de uma pessoa, por isso, a medida que esses sistemas mudam, o desejo por permanecer em um mesmo local também muda. “Eu como profissional criativa, não consigo me enxergar nem por cinco anos num mesmo lugar. Falando do meu nicho de mercado, é ainda mais difícil essa questão da suposta estabilidade, porque é um mercado muito rotativo, híbrido. Além de eu sentir que a nossa geração não se prende tanto a estabilidade, até porque ela não existe, também existe essa questão que a gente muda muito e o mercado muda. Outras coisas começam a fazer sentido para gente depois de um tempo e as que faziam sentido, deixam de fazer sentido”, disse a podcaster. Trabalhar com comunicação é mais que narrar fatos ou histórias, é contar o desconhecido e levar outros a ver realidades completamente diferentes da que vivenciam. Contando sobre sua história e envolvimento social com o trabalho a Patrícia destacou que começou na comunicação para ampliar e dar voz ao que não é ouvido. “Quando eu via os filmes, me dava uma perspectiva de vida que, na minha casa não tinha a menor condição de ter. Então, de alguma

forma a gente consegue ampliar as vozes e os lugares”, disse Adélia. Mas, nem sempre é assim, essas mulheres levantaram uma importante questão que vivenciamos hoje, a da bolha estrutural e ideológica que paira sobre veículos e redes sociais, tanto online quanto offline. Falando nisso a Lais destacou que seu projeto nasceu do desejo de debater aquilo que na profissão dela não é bem visto. “O Clandestina vem, para ser um espaço onde é permitido meter o pé na porta, que a gente coloque essas coisas em pauta de forma muito aberta. Tem temas no design que são tabus, que não se discute, e eu me orgulho de dizer que (o podcast) é um espaço confortável e de certa forma transgressor, da gente colocar esses temas em pauta e de alguma forma a gente repensar esses cânones do design”, disse Lais.

Pesquisa no Mercado A Partilha fez uma pesquisa de opinião com diversos profissionais atuantes em São Luís, para ver a relação deles com o trabalho, confira os resultados ao lado!

Patrícia Adélia, profissional de Rádio e Tv, fotógrafa e colunista no Sobre o Tatame. (Foto: Arquivo Pessoal)

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Apuração do Questionário Quando a Geração, 55,2% responderam ser da Geração Z ou Centennials, 34,5% da Geração Y ou Millennials e 10,5% da Geração X. Quando questionados sobre o que seria trabalho, 75,9% das pessoas respoderam que é uma mistura entre propósito, realização pessoal e modo de ganhar dinheiro, 13,8% responderam que é apenas uma forma de ganhar dinheiro, 6,9% falaram que é uma forma de realização pessoal e 3,4% responderam que tem o trabalho como propósito. Quando apurados somente entre a Geração Z, as respostas que misturam um pouco dos três sobe para 81,3%, confira nos dois gráficos ao lado. Quando questionados sobre o porquê da busca pelo trabalho, 55,2% responderam que era pela estabilidade, 24,1% pelo financeiro, 17,2% responderam que para gerar mudanças e 3,4% responderam pelo prazer de servir o próximo. Se os questionados não precisassem se preocupar com o ganho de dinheiro, 48,3% responderam que continuariam na mesma área e 41,4% responderam que largavam tudo e 3,4% responderam que continuariam na mesma área mas trabalhando só para si, ou mudariam de área ou investiriam em uma outra área.

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Foto: Repdodução Linkedin


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A ERA DO VIRTUAL: PARA


A ONDE ESTAMOS INDO?


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digital mudou muito a vivência e o trabalho do profissional de comunicação, ainda mais após a pandemia. Em menos de 10 anos a internet cresceu exponencialmente e o número de pessoas conectadas em tempo real também. Uma pesquisa feita pelo International Communications Union mostra em números esse crescimento. Em 2020, das mais de 7,7 bilhões de pessoas no planeta, quase 5 bilhões acessam a internet, isso equivale a 63,2% da população mundial. Esse número cresceu 1.266% em relação ao ano 2000.

Para Alessandra Medina, jornalista e apresentadora do podcast “Não Confio em Charts” do grupo Voltz, a relação com esse veículo é antiga e de muito significado. “A minha família sempre tem o costume de ouvir rádio. Sempre de manhã cedo estamos conectados a uma estação AM ou FM e eu sempre tive o hábito de ouvir com a minha família. Com o tempo eu fui crescendo e selecionando as estações que eu tinha como favorita, por causa das músicas ou programas específicos que eu gostava de acompanhar mesmo. E até hoje eu tenho esse costume, voltando pra casa do caminho pro trabalho, eu pego carona com uma amiga e a gente sempre ouve e se o programa permite participação do ouvinte, a gente manda mensagem”, disse Alessandra.

No Brasil, segundo a TIC Domicílios de 2019, três em cada quatro brasileiros acessam a internet, o que equivale a 134 milhões de pessoas. Com toda essa era digital e No Brasil, uma pesquisa feita pelo conectada para onde os comunicólogos Kantar Ibope Media, de abril a junho deste estão caminhando? ano, mostrou que o rádio é ouvido por 78% da população de 13 regiões metropolitanas pesquisadas, dentre as quais estão Curitiba e Recife. Cada ouvinte desse, passa cerca de 4h41min ouvindo rádio por dia.

Online x offline: será que existe um vencedor?

O rádio, desde a sua criação passou por diversas reinvenções. Com a chegada da TV, muitos profissionais chegaram a cogitar a falência deste veículo. Mas a verdade é que com criatividade, o rádio tem se transformado e hoje ainda é um dos meios de comunicação mais utilizados no mundo.

Acesse o site e veja o relatório completo!

Alessandra Medida, jornalista na Assessoria de bla bla bla e apresentadora do Podcast “Não Vivemos de Chart”. (Foto: Arquivo Pessoal)

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Já um estudo feito pela Deezer, nos anos de 2018 e 2019, revelou que houve um aumento de 67% no consumo de podcasts no Brasil. Entretanto, segundo a pesquisa do Kantar, 81% dos ouvintes de rádio ainda preferem o modelo tradicional, contra 23% pelo celular. Mas o consumo da internet não aumentou nos últimos anos, como que a população ainda ouve tanto rádio?

todos os estágios. Do ensino infantil ao pós-doutorado, todos precisavam desta ferramenta.

Entretanto, no Brasil, 30% dos brasileiros, ou um quarto destes, não possuem acesso a internet. Por isso, algumas escolas, principalmente públicas, utilizaram o rádio ou a tv aberta para ofertar aulas aos alunos que não possuíam internet em Para Alessandra, o rádio continua sendo um casa. meio muito influente e por isso continua se Em uma reportagem a Folha de São Paulo, reinventando. “O rádio sempre fez parte da o professor da rede pública estadual vida das pessoas e eu acho que as pessoas maranhense, Elvis John afirmou que essa continuam ouvindo, até por uma questão foi uma solução inovadora aos estudantes de tradição e por gostarem, além de em que tanto necessitam continuar os alguns municípios do Brasil o rádio ser a estudos. Veja a reportagem da Folha! principal fonte de informação. A TV não conseguiu desbancar o rádio, os serviços de Então, apesar do digital mudar a realidade streaming musicais não vão conseguir, vai de muitas profissões, inclusive a do ser uma coexistência e vamos ver o rádio comunicólogo, às vezes a inovação mais se movendo para essas plataformas”, disse poderosa é voltar aos meios tradicionais e trazer soluções às necessidades reais do Medina. momento. A pandemia mudou drasticamente a forma que as pessoas recebem informações. Um Isso é importante para o profissional de setor que precisou se adaptar rapidamente comunicação atual pois não somente para conseguir vencer os desafios deste estamos nos preparando para um mercado ano foi o educacional. Aulas online foram cada vez mais tecnológico, mas também uma alternativa para garantir o ano desigual. Por isso, a necessidade de estudar escolar de milhares de estudantes em o contexto brasileiro comunicacional para que a mensagem a ser passada chegue ao destinatário, como no caso dos estudantes. Nem só de revoluções tecnológicas vive o comunicólogo, mas também de toda onda eletromagnética produzida pelo rádio. Por isso, como destacou Alessandra, os comunicadores sempre precisam estudar, aprender e se reinventar. “A rotatividade de emprego para gente é muito alta, um dia a gente tá trabalhando na assessoria e no outro a gente está em um veículo de comunicação, e no outro em uma empresa de eletricidade, então não dá para gente passar muito tempo com uma habilidade estática. É uma questão de todo dia a gente acabar se re-inovando. Precisamos pesquisar coisas novas, estar sempre estudando. Estudar faz parte da nossa formação e faz parte da nossa profissão. Então é um exercício diário que temos que fazer” disse a jornalista.

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Foto: Repdodução Gamer Info



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A inovação no ensino da comunicação

Como trazer o ambiente de criatividade para dentro da sala de aula? Ouça as entrevistas no Spotify!


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universidade é o ponto de partida de qualquer profissional. Por isso, dentro desse ambiente, os estudantes precisam de estímulos teóricos e também práticos para aprender uma boa conduta no mercado de trabalho. Uma pesquisa feita pela Revista Partilha com alunos de três universidades de São Luís, UFMA, Ceuma e Estácio, de diferentes períodos revelou que dentro desse ambiente, há uma carência em relação Professora dra. do Departamento às atividades voltadas para inovação nos de Comunicação Social da UFMA, cursos de Comunicação Social. De um quantitativo de 35 respostas Carol Libério (Foto: Layo Bulhão) recebidas pela pesquisa, apenas quatro afirmaram estar satisfeitos com as estratégias de inovações aplicadas pelos cursos, o que corresponde a 11,4% da amostra.

O professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), e do Mestrado em Comunicação Profissional, Marcio Carneiro, afirmou que o ensino da inovação na universidade é muito importante. Para ele, é necessário primeiro entender o que de fato é inovação. “Primeiro devemos entender que inovação não é a busca pelo santo graal, que é uma coisa muito complicada, mas que você pode com criatividade olhar para o que existe e pensar em melhorias” afirmou o professor.

Professor dr. Márcio Carneiro, do Departamento de Comunicação Social da UFMA (Foto: Arquivo Pessoal)

Em concordância, Marcio Carneiro afirma Para a professora Carol Libério da UFMA, que a visão dos alunos é ampliada quando o que deve haver para possibilitar essa eles são postos para resolver problemas inovação, é o diálogo com problemáticas reais da sociedade. que são do cotidiano. “O alunos são orientados à pesquisa “A gente tem que partir do ponto de aplicada, ou seja, o desenvolvimento de vista que a comunicação é um ato produtos ou processos, direcionados a diário e que os meios de comunicação resolver problemas reais. Na hora que e as tecnologias da comunicação e da eu estou pensando em alguém ou em informação, fazem parte da nossa vida um conjunto de pessoas ou empresas cotidiana, e que nesse dia a dia com o uso que tem um problema e eu penso em desses meios, surgem questões que são uma solução, eu indiretamente estou por si só, atuais. Além disso, uma parte trabalhando com inovação. O mais dessa questão de trazer a inovação com importante é orientar o desenvolvimento os alunos, é pensar o que é inovação, o para a solução de problemas reais e para a que de fato é novo e pensar isso de uma compreensão desse problema e de como forma crítica, a partir da reflexão sobre os as pessoas vão utilizar aquela solução”, usos cotidianos e também uma reflexão afirmou o professor. sobre novas formas de fazer”, disse a professora.

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Segundo a pesquisa da Revista Partilha com os alunos de comunicação das três maiores universidades de São Luís, o ensino de comunicação em geral foi positivo. 57,1% dos alunos responderam que o ensino da sua universidade é bom e 14,3% responderam ótimo, 22,9% responderam que o ensino é regular e 2,9% respondeu ruim e péssimo. Quando questionados o porquê de tal escolha, as respostas, são diferenciadas. Confira algumas: Existe algumas falhas na grade, no exercício da profissão pouco se aprende na universidade quando se trata de auxílio de técnica prática. Noan Ramos, jornalismo, Ceuma.

Apesar de ser um curso que considero bom, ainda assim deixa a desejar em alguns aspectos, como a prática do que foi aprendido na teoria, atualização dos conteúdos da grade curricular, adequação dos conteúdos as evoluções tecnológicas, entre outros aspectos. Yara Sila, jornalismo, UFMA.

Os métodos utilizados, as questões abordadas, o conhecimento teórico e a constante atualização da informação pelo corpo docente são suficientes para entregar um bom ensino de comunicação para os alunos. Caio Valois, Relações Públicas, UFMA.

Considero bom, porque para ser ótimo, precisa de mais políticas de inclusão para as pessoas com deficiência visual. JeCkson Ferreira, Rádio e TV, UFMA.

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A maioria dos professores é qualificada, tem aulas interessantes, usam de meios para deixar a aula mais dinâmica, porém, o curso em si carece de equipamentos que possam auxiliar os alunos, como câmeras, salas etc. Ivo Erick, Rádio e TV, UFMA.

A instituição é ótima, bem organizada e com alguns projetos de estágio muito bons também. Porém os professores, principalmente da área de comunicação, são poucos. Então eles precisam se dividir com as disciplinas ofertadas, o que permite não serem especialistas em determinadas disciplinas a quais lecionam. Erika Araújo, Publicidade, Faculdade Estácio.

Eu sou da grade de disciplina antiga do curso de RP. Antes o curso preparava mais o aluno para ser professor do que para atuar no mercado, porém a grade foi atualizada fazendo com que o curso tenha equilíbrio entre formação de professor e profissional para o mercado. Edvilson Vieira, Relações Públicas, UFMA.


Alguns dos apontamentos dos alunos que responderam a pesquisa convergem para a desatualização da grade curricular dos cursos. Na Universidade Federal do Maranhão, as habilitações de Relações Públicas e Rádio e TV tiveram a grade atualizada que entrou em vigor respectivamente no primeiro semestre de 2019 e 2020. A grade do curso de Jornalismo, em Imperatriz também atualizada, com previsão para entrar em vigor no segundo semestre deste ano, enquanto a grade da habilitação Jornalismo em São Luís, ainda está em processo de atualização. Para a professora Carolina Libério, que participou da mudança da grade do curso de Rádio e Televisão, a postura de pensamento crítico dos professores também colabora com a inovação nas universidades. Para ela, no campo da comunicação existe uma relação entre o pensamento crítico, a pesquisa dos professores e alunos e a prática. “Muitas das mudanças já estão implementadas no sentido do conteúdo que aparece na disciplina. Mais do que apenas a mudança na grade curricular, a questão é exatamente o exercício cotidiano das aulas, de atualização dos conteúdos, textos e problemáticas que pelo ao menos no nosso curso até onde eu sei é constante”, destacou a professora. Falando sobre a atualização da grade de Jornalismo em São Luís, que está em andamento, com mudanças planejadas e já decididas, o professor Márcio destacou a importância do ensino de mídias convergentes aos futuros profissionais de comunicação. “Hoje em dia você concebe o conteúdo pensando sempre na integração de mídia, isso é uma coisa que está acontecendo agora. Então essa multimidialidade se ampliando em formas diferentes, o pessoal que tá produzindo pro Youtube, os podcasts, o sites tradicionais, as rede sociais, enfim essas plataformas integram formatos multimídia e então você precisa exercitar sua narrativa não mais linear e monotônica, centrada apenas no texto. É essa integração que gera

métricas interessantes como o número de visualizações ou o tempo que a pessoa passa em um determinado site jornalístico ou de uma empresa” destacou Márcio. Além disso, a pesquisa mostrou a necessidade dos alunos em relação a mais ações práticas dentro da universidade para melhorar o preparo deles para o mercado de trabalho. Veja algumas respostas: A academia é muito focada em formar novos professores, metódicos, sistemáticos e que às vezes pouco têm contato com o mercado, o que limita o ensino, com foco só no mundo acadêmico. O aluno sente quando tem contato com o mercado, tem coisa que a gente nunca nem viu nas aulas ou viu muito superficialmente. Rainara Moraes, Rádio e TV, UFMA.

Não é suficiente para se destacar entre os concorrentes no mercado de trabalho. Juliana Mendes, Design, Ceuma.

Sim, pois temos muita prática no curso de Relações Pública e boa parte das disciplinas já exigem que façamos algum projeto para empresas de nossa região. Ravyane Sayva, Relações Públicas, UFMA.

Com o currículo que eu tive, não. Como entrou em vigor um novo, creio que esteja começando a se adequar às necessidades do mercado. Larissa Andrade, Rádio e TV, UFMA.

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Para Carol Libério, uma questão que deve ser frisada é que não é função da universidade ficar a reboque do mercado, mas propor soluções dentro do ambiente de pensamento crítico que vão além do mercado. “Há também a questão de que nem sempre o que a gente vê em um contexto (no caso academia) se aplica ao outro (mercado). É importante trazer egressos dos cursos, recém formados, formados a mais tempo que já passaram por diversas situações profissionais dentro do campo local e quem tem iniciativas e experiências. Mas é sempre importante lembrar que o mercado de trabalho não é um estacionamento, não tem vaga. Você não vai simplesmente chegar e estacionar em um lugar. Hoje o que existe é você exatamente ir afinando as suas habilidades, encontrando o seu nicho, um lugar e um ponto de interesse para ir refinando o seu potencial dentro dele”, disse a professora.

a atualização do currículo ajuda, mas a formação do aluno depende também de outras atividades e até uma postura dos próprios alunos. Em concordância, Libério, afirma que na universidade começa a carreira profissional do aluno. “Acho que esse é um caminho, colocar para os alunos produções que já são produções profissionais porque é necessário que os alunos entendam que a vida profissional deles começa no momento em que eles entram na faculdade, com os trabalhos que eles realizam, com os contatos, com até mesmo as parcerias de outro trabalhos com os colegas. Então eu acredito muito nisso, os trabalhos que são feitos nos contextos das disciplinas sejam encarados como trabalhos para o mercado”, instruiu a professora.

Mas o processo de aprendizado não é somente unilateral, então para Carneiro

você Sabia? Com certeza, você já ouviu falar em inteligência artificial. Elas estão em toda parte hoje em dia, no celular, na televisão, na previsão do ônibus, etc. Mas você sabia que exite um sistema baseado em aprendizado de máquina que possui a capacidade de escrever textos muito parecidos com o de qualquer trabalho humano?

Questionado sobre essa revolução tecnológica já aderida a comunicação, o professor Márcio fez um alerta.

Isso mesmo, o GPT-3 (Generative Pretrained Transformer), sistema desenvolvido pela OpenAI, é considerado o mais avançado software de comunicação gerada por inteligência artificial do mundo.

“Em tese, automatização não é um problema, porque ela sendo bem implementada, tira do jornalista o trabalho mecânico para dar tempo a ele de fazer o trabalho de jornalista, de apurar de conversar com as pessoas. O que não pode acontecer é você se automatizar. É você ir para o mercado só porque sabe fazer um release ou porque trabalhou um mês em uma redação, você sabe fazer tudo. Tem uma nova lógica entre produtores e consumidores de conteúdo no ambiente digital”, disse o professor!

Nos jornais brasileiros, esses recursos já estão sendo utilizados para otimizar o serviço de informação. Veja a notícia do G1 Maranhão que foi escrita de forma automática!

Fica a dica aos produtores de conteúdo que estão aprendendo agora e os que estão no mercado há um tempo, não dá para você se automatizar, é necessário sempre pesar fora da caixa.

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Foto: Reprodução UFMA


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QUANDO CRESCER EU QUERO SER...


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ocê já ouviu falar em profissões do futuro? Uma gama de profissões que existem hoje, não se sustentarão daqui há 30 anos.

Ele mesmo não tem uma resposta para o futuro profissional daqui há 50 anos, mas aponta uma das realidades emergentes: altos níveis de especialização.

Yuval Noah Harari, autor de Sapiens e Homo Deus, fala em seu livro “ 21 lições para o século 21”, que “a longo prazo, nenhuma atividade permanecerá totalmente imune a automação” e por isso, não adianta tentar competir com a máquina (IA)¹, ela vai acabar fazendo o nosso trabalho melhor que nós mesmos.

“Consequentemente, a criação de novos empregos e o retreinamento de pessoas para ocupá-los serão um processo recorrente”, disse Harari no livro.

Em comunicação, que novos empregos já estão surgindo e, daqui a pouco tempo, tomando o lugar de profissões Então, já que não nos cabe a competição, estabilizadas, para onde olhar e começar posto que entraremos em desvantagem, a se familiarizar? Confira três novas delas! o que resta aos profissionais?

ASSESSORIA DE CREATORS

COOL HUNTER

COMUNNITY MANAGER

Já ouviu falar de creators né? Essas pessoas que vivem de produção de conteúdo para a internert, também conhecidos como digital influencers.

Pensa em alguém antenado às mudanças do mundo automobilístico, por exemplo, e que cria caminhos de invação às empresas de automóvel, tipo o que os carros do futuro terão? Pensou? Então, esse é o Cool Hunter!

Gosta de pessoas? Conheça então o que é um Community Manager. O Gestor de Comunidades, no bom portugês, é a pessoa responsável por criar e administrar a gestão de uma comunidade.

Então, com esses novos produtores, surge a necessidade de mentoreiro de carreira. Aqui entra o Assessor de Creator. Os Assessores de Creators, são os responsáveis pela marca pessoal da pessoa na internet. Então, além de ajudá-los a conquistar novas parcerias com empresas, também orientam e fazem a gestão da saúde da carreira. Hoje em dia, já existem centenas de agências especializadas somente nesse nicho e cursos específicos para profissionais que desejam entrar no ramo. Foto: LinkedIn Sales Navigator via Unsplash

Esse profissional vai em busca dos sinais “cool”, ou legais, por isso está sempre atento as mudanças de comportamento das pessoas e das tendências. O objetivo do cool hunter é identificar essas transformações ainda nos primeiros sinais e interpretálas nas mais diversas áreas para que possa propor inovações às empresas. Saiba mais sobre o Cool Hunter através desse artigo da Rock Content. Foto: Agence Olloweb via unsplash

O propósito que esse gestor carrega é o de despertar nas pessoas o senso de união, de pertencimento e de confiança em torno de algo. É esse profissional que vai conhecer profundamente os colaboradores da empresa, saber quais os desejos, hobbies e medos, para alinhar a visão da empresa e fazer com que ambos se conectem da melhor forma possível. Leia mais sobre o Community Manager no artigo da Nou Hau. Foto: Akson via Unsplash

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Doodle de 22 anos do Google (Foto: Reprodução)

Nossa missão é organizar as informações do mundo para que sejam universalmente acessíveis e úteis para todos. Criado a partir de uma pesquisa de doutorado, o Google é hoje, segundo ele mesmo, uma empresa multinacional de serviços online e software dos Estados Unidos. Mas quem foi ou foram, as mentes por trás dessa façanha?

em Engenharia da Computação na Universidade do Michigan e Bin com 23 anos, formado em Ciências da Computação e Matemática na Universidade de Maryland estavam em um programa de doutorado da Faculdade de Stanford.

Larry Page e Sergey Brin. Nós não costumamos ouvir esses nomes, ao menos não tanto quanto Mark Zuckerberg, não é? Então, vamos conhecer mais as mentes dos dois.

A dupla começou a estruturar a internet na forma de um grande gráfico, no qual as páginas são conectadas por links. Esse projeto de mapeamento da internet foi chamado de BackRub, pois o sistema checava os backlinks para definir a importância do conteúdo. Então, para abrigar esses links eles desenvolveram um sistema de ranqueamento de páginas da internet chamado PageRank.

UM PROJETO DE DOUTORADO Em um TED Takls em 2004, Larry Page disse: “A ideia (de inovação) é, por 20% do seu tempo, se você trabalha no Google, você pode fazer o que acha que é o melhor a fazer. E muitas coisas no Google, surgiram a partir disso, como o Orkut e o Google Notícias” então a inovação não se trata de algo brilhante e grande feito do nada? Bom, para eles, a inovação é como algo que é construído a partir de pequenas ideias. Foi assim que a Google surgiu. Em 1995, Page com 24 anos, formado

Larry Page e Sergey Brin no início do Google (Foto: Reprodução)


Outros buscadores já existiam na época, como Yahoo, a diferença do buscador dos Google Boys, eram a qualidade da pesquisa, que analisava as relações dos usuários com as páginas visitadas, a quantidade e a qualidade dos links que apontam para elas, fazendo e mostrando aos usuários um ranking dos melhores aos piores domínios da internet, em vez de simplesmente classificar os domínios com base no volume em que o termo procurado, por exemplo “bolsa”, aparecia nos resultados como possíveis respostas. Como a pesquisa era feita na Universidade de Stanford, os dois jovens usavam a rede e o site da entidade para realizar esse mapeamento. Em 1996, os dois pesquisadores lançaram o projeto de rastreamento e a primeira versão dele no site da universidade continham cerca de 75 milhões de páginas indexadas e 207 gigabytes de conteúdo baixado, algo surreal para os padrões da época.

EXPANDINDO OS HORIZONTES Em 1997, a empresa mudou de nome para o que conhecemos hoje. O nome era uma brincadeira com a expressão matemática para o número 1 seguido de 100 zeros e refletia bem a missão de Larry e Sergey de “organizar as informações do mundo e torná-las universalmente acessíveis e úteis”. Então, em 15 de setembro de 1997, o domínio google.com, foi registrado. A partir disso, a dupla começou a buscar investimentos para a empresa finalmente sair do quarto da universidade. Em 1998, com investimento de 100 mil dólares de Andy Bechtolsheim, o cofundador da Sun, eles se mudaram para o primeiro escritório oficial, localizado numa garagem em Menlo Park, na Califórnia, que pertencia a uma amiga, chamada Susan Wojcick (funcionária nº 16 e agora CEO do YouTube). Em 4 de setembro de 1998, Google Inc. foi registrada como uma empresa de capital fechado nos registros dos Estados Unidos.

Esse foi o primeiro layout do Google nos anos 1990 (Foto: Reprodução)

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Escritório do Google no México Foto: Eric Velazquez Torres


A INOVAÇÃO NO GOOGLE

A

pós o primeiro escritório da companhia, entre baixas e altas, tentativas de vendas e permanência da empresa, Larry Page e Sergey Bin, construíram um negócio que hoje vale US$ 1 trilhão em valor de mercado.

Escritórios do Google sempre com cores vibrantes (Foto: Shuterstock)

No caso do Google Notícias, eles tinham algumas pessoas trabalhando naquilo por um tempo, e então mais e mais pessoas passaram a usar, e então nós colocamos na internet, e mais e

Voltando ao Ted Talks de 2004, onde os dois fundadores falavam sobre o Google, Larry continua o pensamento sobre a inovação na empresa e descreve como o Google Notícias surgiu. “O Google Notícias que eu acabei de mencionar, foi a ideia de um pesquisador e ele, depois do acidente do 11 de setembro, se interessou muito por notícias. E ele disse “Por que não ver as notícias melhor?” Então ele começou a agrupá-las em categorias, e passou a usá-las, e então seus amigos passaram a usá-las. E então, [...] nós o tornamos um Googlette, que basicamente é um pequeno projeto no Google. Eram três pessoas, ou quase isso, e elas tentaram criar um produto. E nós não tínhamos certeza se isso iria funcionar.

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Sala de descanso do Google em Dublin, Irlanda (Foto: Divulgação Google)


mais pessoas passaram a usá-lo. Agora é um projeto real, independente, com mais pessoas trabalhando. E é assim, que nós fazemos nossas inovações funcionarem. Eu acho que normalmente, quando as companhias crescem, elas acham difícil ter projetos pequenos, inovadores. E nós enfrentamos esse problema também, por um tempo, e pensamos “Nós realmente precisamos de um novo conceito”, o Googlettes, que é um projeto pequeno que não sabemos se dará certo, mas esperamos que sim, e se fizermos o suficiente, alguns deles realmente irão progredir e nascer, como o Google Notícias. Segundo a pesquisa de Paulo Bastos e VItor Branco, intitulada “Do mainframe a nuvem: inovações, estrutura industrial e modelos de negócios nas tecnologias da informação”, existem dois padrões de inovação: um de caráter disruptivo e outro de natureza incremental. No Google, que é a empresa representada aqui, mas não somente ele, mas o Facebook, a Apple e outros, possuem os dois sistemas. A inovações de caráter disruptivo, são aquelas que fazem algo completamente

novo, sem se prender a trajetórias passadas ou ao rosto/padrão da empresa. E as inovações de caráter incremental, são aquelas que são feitas em cima de um produto, serviço ou processos existentes tornando-o melhor e mais eficiente. Veja mais sobre essas inovações aqui. Por exemplo, Gutenberg, em 1440 inventou a prensa móvel, para substituir o processo de cópias por escrita a punho que os monges executavam. Essa foi uma invenção disruptiva que impactou consideravelmente o processo de cópia da época. Uma evolução dessa máquina, foi a prensa de cilindro, criada por Friedrich Koenig e Andreas Friedrich Bauer, que agora tinha a capacidade de imprimir 1.100 folhas por hora. Essa portanto foi uma inovação de caráter incremental, que tornou o processo de impressão mais eficaz e rápido. No Google, no Facebook e no Snapchat, essas duas formas são notadas. De forma disruptiva, essas empresas romperam com a ideia de busca digital e comunidade virtual. E de forma incremental, elas continuam, a criar formas, usabilidades e tecnologias aperfeiçoando seus serviços e se mantendo no mercado como líderes criativas (apesar do Snapchat hoje ser menos usual que o Instagram, que executou o mesmo processo de instantaneidade com os storys e acabou sendo o preferido da maioria).

Como comunicadores, o que podemos aprender com isso? O mercado de comunicação hoje é imenso, existem várias oportunidades de inovação. Como o Larry e Sergey disseram, as inovações vêm de ideias, pequenas, que são trabalhadas e testadas. Então, hoje, cabe ao comunicador enxergar o mercado, entender quais as dificuldades que as pessoas/empresas enfrentam em relação a esse nicho e começar a pensar e executar ideias. Comunicação é bem mais que escrever um texto ou produzir um vídeo.

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E tem locais de inovação em São LUis?

S

im, São Luis e o Maranhão como um todo, tem crescido com ações de empreendedorismo. Muito embora esses ambientes de estímulo à inovação ainda não sejam muito conhecidos, esses espaços existem e estão espalhados por nossa amada cidade. Por isso, confira seis espaços públicos e privados para

visitar e aumentar sua visão sobre empreendedorismo e inovação. Tenho certeza que após uma visita a um destes espaços, você, como eu, vai desejar aprender mais sobre o ecossistema de inovação e quem sabe criar algo genial ou fazer um remake dentro da nossa área.


Se você é da UFMA… Conheça o Inovaceu

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O Inovaceu é um espaço de criação e colaboração dentro do Centro de Empreendedorismo (CEU) da UFMA. Inaugurado em 2017, o local é aberto a alunos, professores e demais colaboradores da instituição para realização de reuniões, colaborações, conferências e estudos em grupo. Ah, além disso, a Ufma está com edital aberto para seleção de propostas para Pré-Incubação de Projetos de Negócios Inovadores no Núcleo Avançado de Empreendedorismo da UFMA (NAVE - UFMA) até o dia 14 de janeiro. Acesse o documento e saiba mais!

Inauguração Inovaceu na Universidade Federal do maranhão (Foto: Marcus Elicius)

Locomotiva Hub Entregue em novembro deste ano, a Locomotiva Hub é o segundo espaço de inovação público do Maranhão. Instalado no primeiro pavimento da nova REFFSA, na Avenida Beira Mar, o espaço com arquitetura e ambientação high-tech, conta com ambientes multiuso para reuniões e encontros entre acadêmicos, além de uma fazenda de impressão e sala para montagem de itens makers. O espaço é aberto ao público e pode ser visitado de terça a domingo das 14h às 19h. Confira um pouco do espaço!

Locomotiva Hub localizada na Av. Beira Mar (Foto: Agência de Noticias GovMA)



Compartilhando Leituras - Black Swan 2019 (Fotos: Reprodução Redes Sociais Lais Fonseca)


Black swan A Black Swan é o maior centro de inovação aberta de iniciativa privada do Norte e Nordeste. É gerido pela Creative Pack, uma plataforma de inovação aberta que busca construir um mercado igualitário e desenvolver a cultura de inovação conectando o ecossistema. Ele foi inaugurado em 2018 e é abrigo para startups desenvolverem suas empresas com todo apoio jurídico, contábil e comunicacional. Além disso, todo mês há uma programação aberta com palestras, meetups e talk shows com pessoas atuantes no mercado local e nacional para tratar de um tema massa! Sim, e esse espaço fica em São Luís, meus caros, na Av. Daniel de La Touche, perto da Terra Zoo. Não dá orgulho? Ficou interessado(a)? Confere o site deles e já dá uma olhada na agenda do mês. Imersão NouHau 2020 na Black Swan (Fotos: Reprodução Redes Sociais NouHau)

Casarão Tech O Casarão Tech Renato Archer, localizado no centro da cidade, onde beira cultura e história, é o primeiro hub tecnológico do Maranhão. Conectando startups, grandes empresas, investidores e outras startups, o espaço conta com uma estrutura de laboratório maker e kids, espaço de coworking, auditório, sala de reunião, sala para incubação de empresas e sala de treinamentos. Para fazer visitas é só chegar em horário comercial e conhecer o espaço! Saiba mais pelo site Eventos no Casarão Tech (Fotos: Reprodução Redes Sociais)

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Entenda melhor o que é um Hub de Inovação


SEBRAELAB O SebraeLab é mais um ambiente de estímulo a criatividade aqui na cidade. Localizado na Av. Jerônimo de Albuquerque, no sítio do Rangedor, o espaço é recheado de inovação e experimentação e é apoiado por metodologias ágeis e flexíveis. Destinado a empreendedores, associações ou instituições e colaboradores e consultores credenciados Sebrae, o ambiente conta com com espaços coworking, cabines individuais ou coletivas, stage e o creator room, uma Sala para criação de conteúdos audiovisual e prototipagem de projetos/produtos. Para visitar a maioria dos espaços é só apresentarse na Recepção do Sebrae Sede e preencher Formulário de Uso do espaço. Saiba mais!

OWN LABS - CEUMA

Evento no SebraeLab (Foto: Reprodução Site)

O Own Labs é um espaço de aprendizagem coletiva voltado para o compartilhamento de conhecimento e desenvolvimento de ideias e negócios inovadores. Também é gerido pela Creative Pack e fica localizado na Universidade CEUMA. O espaço é destinado a alunos, coordenadores, professores e também a comunidade externa com o objetivo de conectar empreendedores e empresas. Fica aberto de 9h às 21h e para marcar eventos ou participar deles, basta acessar os links localizado no site.

Inauguração do espaço Own Labs no Ceuma (Foto: Reprodução Site)

E ai, depois de conhecer todos esses espaços qual você vai querer visitar primeiro?

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A PARTILHA, PARTILHA Quem não gosta de dicas, né? A Partilha conversou com alguns profissionais e pediu indicações de produtos visuais, bibliográficos e em áudio para que vocês pudessem entender mais sobre o universo da comunicação digital e inovação. Confira o que cada um trouxe nessa edição!

Podcast ETC & Tal - Erick Souza Descrição do Podcast: Toda semana um episódio novo relacionando um dos temas centrais do Grupo, a Economia da Confiança, com diversos fenômenos atuais: fake news, pós-verdade, corrupção, música e empreendedorismo.

O Dilema das Redes - Alexandre Moraes Sinopse Netflix - Especialistas em tecnologia e profissionais da área fazem um alerta: as redes sociais podem ter um impacto devastador sobre a democracia e a humanidade.

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Revista Cult - Lais Fonseca

“Uma coisa legal é consumir conteúdos de jornais que fogem a essa lógica da grande massa, que é o que a gente vê na TV aberta. Então existem conteúdos maravilhosos na Revista Cult, no Jornal Nexo, o Podcast Café da Manhã...”

Podcast Braincast - Patrícia Adélia Descrição do Podcast: Braincast é o seu posto avançado no futuro, que debate a intersecção entre a criatividade, tecnologia, cultura digital, inovação e negócios

Livro Falso Espelho - Alessandra Medina “A Jia escreveu um livro trazendo algumas reflexões da comunicação, internet, reality shows, uso de drogras e de mais outros temas. Ela trás muito o lado do profissional e do publico e como os dois estão se construíndo e se remodelando o tempo todo”.

LabCom e MediaLab - Carol Libério “Vemos hoje em dia, uma série de perfis online de grupos de estudo com publicações interessantes e analíticas. A dica que eu dou é o aluno se manter em constante estado de pesquisa para estar sempre atento ao que aparece, não apenas como novidade, mas coomo novas abordagens para fazer e penar a comunicação”.

Livro A Informação - Márcio Carneiro Descrição: O que é a informação? Neste trabalho ambicioso e acessível, o jornalista James Gleick traça uma ampla história desse fenômeno, com seus infinitos desdobramentos e peculiaridades.

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