ARTE TOTAL
CONCEITO APLICADO A O P R O J E T O CONTEMPORANEO P R O P O S TA D E U M A G A L E R I A P A R A R I B E I R A O P R E T O G A B R I E L
A U K A R
-
2 0 1 6
Centro Universitário Moura Lacerda Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
GABRIEL AUKAR
ARTE TOTAL:
conceito aplicado ao projeto contemporâneo. Proposta de uma galeria para Ribeirão Preto
Trabalho final de Curso da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Moura Lacerda sob a orientação da Prof. Me. Tânia Maira Bulhões Figueira Ribeirão Preto 2016
Agradeço primeiramente a minha mãe, Ana Paula, pela confiança depositada em mim e por todo o incentivo ao longo de minha graduação. Agradeço a minha orientadora Prof. Me. Tânia Bulhões pelo conhecimento compartilhado comigo, pela paciência e compreensão e também pelas risadas e momentos de descontração quando as coisas estavam difíceis. Agradeço a todos os professores do Centro Universitário Moura Lacerda pelos anos maravilhosos. Em especial a Rita Fantini e suas aulas de arquitetura brasileira que despertaram em mim a paixão pelo Modernismo, ao Onésimo Lima por sempre ser um exemplo e ao Francisco Gimenes pelos anos de convivência e sabedoria compartilhados. Por fim, agradeço a minha amiga de todos os dias, Gabriela Assali, com quem compartilhei momentos únicos durante a faculdade e ao Lucas Lourenço, meu amor e companheiro, por estar sempre ao meu lado. Muito Obrigado!
Dedico este trabalho a minha avó, Maria Therezinha.
C O N C E I T U A Ç A O
T E O R I C A . 1
O
P R O P O S T O . 4 3
O B J E T O
Programa – organograma - fluxograma. 44 Premissas.45
L E I T U R A S
P R O J E T U A I S . 7
Residência Castor Delgado Perez ,Rino Levi. 8 Residência C.J, Andrade Morettin.12 Galeria Blau Projects, ARKIZ.16 Bar/Piscina/Galeria, BCMF + MACh.18
O
P
R
O
J
E
T
C
I
O
4
.
8
Volumetria. 49 Estrutura. 50 Fechamentos e aberturas.52 Detalhamentos.53 Cobertura - implantação. 57
L E V A N T A M E N T O S . 2
6
Aproximações. 27 Mapas.30
D E
I N T E R V E N Ç A O . 3 9
Cortes.61 Vistas.62 Perspectivas.65
R
E
F
E
R
E
N
A
S
.
7
1
Caracterização física. 40
O presente trabalho visa, a partir de um breve contexto histórico, apresentar o conceito de Arte Total (também conhecido como Síntese das Artes) e sua evolução. Assim, pretende-se com a devida compreensão de tal conceito, utiliza-lo como base criativa para a proposta de um projeto para a cidade de Ribeirão Preto: uma galeria de arte contemporânea.
A P R E S E N T A Ç A O
A R E A
Plantas.58
O I R A M U O ideal de uma síntese das artes deriva do conceito formulado por Wagner, compositor alemão do século XIX. Em sua obra “A obra de arte do futuro”, 1849, citava o conceito Gesamtkunstwerk (arte total/síntese das artes): convergência entre linguagens artísticas resultando em um espetáculo completo. Wagner ao imaginar o teatro grego como um exemplo de obra de arte total, ou um exemplo de síntese das artes, teorizava sobre questões já trabalhadas séculos antes por compositores do Alto Barroco quando procuraram resgatar a cultura grega na transição para o Classicismo. (MARTINS, 2011, p.3)
Wagner retoma suas discussões na segunda metade do século XIX identificando-se com correntes e artistas que encontravam-se frustrados com vida urbana após a revolução industrial. Martins (2011) afirma que: Como exemplo desta relação entre uma promessa não cumprida pela vida metropolitana e certa nostalgia da comunidade perdida [...] se estabelece uma ligação entre o Arts & Crafts de Morris e as discussões wagnerianas [...] Morris e Wagner buscavam a cura dos males de sua época, sinônimo do desencanto com a civilização moderna. (MARTINS, 2011, p.3)
Aliado ao movimento inglês Arts & Crafts o conceito foi amplamente repercutido na Europa e fundamentou o estilo Art Nouveau. A idéia de uma arte total teve bastante repercussão no final do século XIX, com o conceito Wagneriano de Gesamtkunstwerk e do movimento inglês Arts and Crafts, liderado por William Morris, que propuseram abolir as fronteiras entre
T E O R I C A
. 1
S
C O N C E I T U A Ç A O
artista e artesão para que a arte pudesse ser encontrada em todas as atividades quotidianas. (LOBO, 2009, p.2)
Liderado por William Morris o movimento Arts & Crafts visava a arte como única saída para alienação da metrópole em um panorama de transformações industriais e o reestabelecimento da união entre as artes e os ofícios na contramão da produção em massa. Sobre Morris, Martins diz:
[..] foi responsável pela aplicação do conceito de síntese das artes ao design e a arquitetura. Propôs uma arte que se estendesse a todas as esferas da sociedade, uma arte que estivesse presente nos objetos de uso cotidiano e do ambiente da vida. Promovendo uma aproximação entre artes maiores e menores. [...] (FERNANDES, apud Martins (2011), p. 18)
Ao unir-se com Philip Webb em um estúdio, visando a aplicação dos princípios do movimento (técnica com o uso da ferramenta, material com qualidade e magnitude, função pelo uso do material, composição pela elaboração do design) ficaram conhecidos pela ideia da residência como uma obra de arte total, pela qual o projeto e todos os objetos que o compunham eram projetados pelos arquitetos. Sobre esta afirmação, Maria Rita Lobo diz: [...]os artistas do Arts and Crafts reivindicavam serem totalmente polivalentes, pois podiam desenhar tanto para uma encadernação quanto para uma tapeçaria ou um vitral, uma jóia, uma roupa ou um móvel[...] (LOBO, 2009, p.2)
O R
I
O movimento teve curta duração devido ao não alinhamento com princípios da industrialização, tais como a seriação e a ideia de produção em larga escala, porém a ideia de associar arte, artesanato e indústria esteve presente também nos movimentos de vanguarda do final do século XIX e início do XX, na Europa. Baseado no Arts & Crafts o estilo internacional Art Nouveau (inspirado nas formas livres e orgânicas da natureza, com caráter romântico) é marcado pela valorização da produção industrial, na tentativa de aliar o bom design ao uso de novos materiais na indústria, Ducher (2001) afirma:
A
Movimento europeu, o estilo “art nouveau”, ao contrário do ecletismo, procede mais por fusão ou por síntese do que por adição ou acumulação. Tende a criar uma relação orgânica entre o ornamento e a função do objeto. (DUCHER, 2011, p.200)
U
As questões sobre Gesamtkunstwerk/síntese das artes estiveram presentes nas discussões sobre arquitetura e design dos séculos XIX e XX, percorrendo um arco temporal que abarca o Arts & Crafts e deságua na Bauhaus. A vanguarda sempre foi tributária da noção de Gesamtkunstwerk e a Bauhaus nasceu diretamente desta tradição. (MARTINS, 2011, p.3)
S
M
O estilo expressa a filosofia da arte como modo de vida e a partir de tal premissa é considerado um estilo total, amplo, cujas escalas hierárquicas vão desde a arquitetura ao design. A aspiração pela síntese das artes é considerada uma tendência na Europa entre 1890 e 1910, e em meio a um cenário industrial crescente, o estilo Art Nouveau iniciou o processo de transição para Modernismo.
A aproximação entre arte e vida e a concepção moderna de síntese das artes é tema central das propostas das vanguardas artísticas do início do século XX, tais como o Neoplasticismo, o Construtivismo Russo e a Bauhaus. Estes buscavam, a partir de sua dimensão utópica, transcender as separações entre pintura, escultura e arquitetura. (MARTINS, 2011, p.4)
No manifesto de fundamento da Bauhaus estava presente o conceito de “obra de arte total”, direcionando o trabalho em conjunto em que a arquitetura é tida como peça fundamental. Para Gropius:
A busca por uma arte total modificou-se com os movimentos do início do século XX. Entretanto, a ideia de aliar o design de qualidade a produção industrial, formulada no movimento Art Nouveau, ainda estava presente: [...]formas geométricas puras, as cores básicas, os elementos, a grade e a estrutura construiriam os objetos, as casas e as cidades novas do novo homem e do novo mundo. A síntese das artes das chamadas vanguardas construtivas confluiu para a ‘estética da máquina’, a começar pela Deutscher Werkbund criada por Muthesius[...] (LOBO, 2009, p.2)
Muthesius, em 1907, cria a Werkbund no intuito de promover a aproximação entre o artista e a máquina e a padronização na arquitetura, adequando-se ao novo panorama da época. A Bauhaus, fundada em 1919, foi uma das principais influencias para a incorporação do conceito de síntese das artes no pensamento moderno devido a metodologia utilizada que, aproximava a pintura e escultura a arquitetura. A escola obteve sucesso também na elevação da qualidade do design e da arquitetura produzidos industrialmente. Segundo Martins (2011, p. 4): “A Bauhaus se constitui como um espaço no qual a formação dos artistas e arquitetos teve como central a necessidade da comunicação entre as artes”.
A construção completa é o objeto final das artes visuais. [...] Os arquitetos, pintores e os escultores devem reconhecer o caráter compósito do edifício como uma entidade unitária. [...] Juntos concebemos e criamos o novo edifício do futuro [...] (GROPIUS, 1919 apud Benévolo, 1976, p. 404)
“O Brasil é um dos países que absorveu os princípios da arquitetura moderna da maneira mais interessante. Pode-se dizer, inclusive, que a arquitetura moderna contribuiu para o fortalecimento da identidade nacional brasileira.” (LAGO, 2014)
No século 20, o Brasil destacou-se no cenário internacional, devido a sua produção arquitetônica. Apesar da herança histórica, a arquitetura moderna é que passa a ser reconhecida como a arquitetura nacional. Diferenciandose dos demais países com destaques arquitetônicos e urbanísticos, o Brasil encontrava-se em um processo de desenvolvimento rápido e desequilibrado, muitas vezes mal visto por críticos internacionais: “A arquitetura brasileira, quando considerada boa, era caracterizada como não representativa do país real e, quando considerada interessante, como uma anomalia entre outros países pobres: sua contribuição não podia ser considerada integrada a corrente dominante.” (LAGO, 2014)
“[...] no Brasil, ao contrário do que acontece na maioria dos países, os poucos que se esforçaram para abrir o país para a modernidade foram os mesmos que foram as zonas rurais em busca de suas raízes e tradições.” (COSTA apud LAGO, 2014)
A vinda de Le Corbusier e, suas sugestões de utilizar elementos materiais e culturais locais, influenciou fortemente os jovens arquitetos daquela época e o modernismo brasileiro segundo Martins (2011, p.7) pode ser caracterizado pelo trabalho integrado de pintores, escultores, arquitetos e paisagistas. A construção do Palácio Gustavo Capanema,
Enfim, encontrava-se na temática nativista e na paleta de cores e materiais locais o ponto de contato entre a arte e arquitetura: ambas compartilhavam a busca de uma identidade nacional. A integração das artes transcorria pacificamente sob o autoritarismo do Estado Novo, lançando mão de recursos limitados disponíveis para estabelecer uma linguagem moderna global. (GUERRA, 2002 apud Luccas 2013, p. 5)
Durante o governo ditatorial de Vargas (1937-1945) emergiram grandes nomes da arquitetura e arte brasileira. Todavia o período era instável e de grandes preocupações. Com o fim do Estado Novo, o Brasil iniciou um período com maior liberdade politica. Porém, no panorama internacional eclodia a Guerra Fria, “o anticomunismo americano [...] recrudescia gradualmente, aliciando países latino-americanos através de cooperação” (LUCCAS, 2013, p. 5). No cenário brasileiro, tais influencias foram sentidas pela arquitetura, dividida a esquerda ou a direita, com seus respectivos discursos políticos. Nos anos 50, Luccas (2013) acredita em um ponto de inflexão da arquitetura brasileira:
Na arquitetura brasileira, ao longo dos anos cinquenta, o modelo dominante começou a dividir espaço gradativamente com uma produção sintética sem os traços autóctones e matrizes corbusianas responsáveis pelo seu êxito. [...] alternativas que foram convencionadas de modo reducionista como “estilo internacional”. (LUCCAS, 2013, p.7)
O I R
O modelo de arquitetura moderna ali inaugurado tornou-se hegemônico no país nas duas décadas seguintes, atingindo êxito internacional através de traços autóctones e matrizes corbusianas. A integração das artes também se tornaria uma prescrição a ser seguida. (LUCCAS, 2013, p.2)
A
Nos anos seguintes, a arquitetura brasileira seria marcada por importantes publicações: Brazil Builds, 1946, reconhece internacionalmente o movimento moderno brasileiro; As grandes exposições Internacionais de Arquitetura na bienal de São Paulo, 1951; Report from Brazil, reunindo artigos de arquitetos e críticos, 1954; Modern Archictecture in Brazil, 1956. A respeito de tais publicações; Gropius (1954) afirmou: “os brasileiros desenvolveram uma arquitetura com caráter próprio”, Argan (1954) disse: “a presença de Le Corbusier marcou uma época”, Giedion (1956) esclarece: “o prodígio da arquitetura brasileira floresce como uma planta tropical [...] a visita de Le Corbusier foi a centelha que incitou talentos a encontrar seu próprio meio de expressão”.
M
Uma das primeiras expressões do modernismo brasileiro ocorreu no âmbito das artes e da literatura, com a Semana de Arte Moderna de São Paulo e o manifesto Pau Brasil, neste período a arquitetura neocolonial ganhou representatividade no país. A revolução de 1930 e a nova liderança política estimularam ideais modernistas, devido ao rompimento com a sociedade agrária tradicional e a propulsão da indústria. A construção do Ministério da Educação e Saúde (MESP, Rio de Janeiro), primeiro edifício público modernista em território nacional, marca também a vinda de Le Corbusier ao Brasil e o apoio oficial do governo ao movimento moderno.
também conhecido como MESP marca o início do desenvolvimento da arquitetura moderna brasileira, com o conceito de síntese das artes. Luccas 2013 afirma:
U
“Apesar de reações negativas significativas por parte dos críticos internacionais e apesar dos problemas políticos e econômicos que afetaram o desenvolvimento da arquitetura no Brasil, anos de crise e isolamento fortaleceram [..] um sentido de arquitetura nacional.”
S
Sobre tais críticas, Lago (2014) diz:
Embora não exista um caminho único pelo qual a arquitetura de qualidade tenha evoluído, a maioria dos elementos da arquitetura contemporânea podem ser associados com a produção brasileira do período de 1936 a 1956 [...]. (LAGO, 2014, p.10)
A arquitetura brasileira passa então por uma série de desdobramentos, o confuso período pós-moderno e suas inúmeras referencias são superados, resultando em uma arquitetura contemporânea de qualidade, que reflete o movimento moderno brasileiro e a busca pela identidade nacional, porém com novas materialidades e tecnologias construtivas, gerando assim novas possibilidades. No período moderno brasileiro, a busca por uma arte total, surge do trabalho em conjunto de profissionais e artistas renomados, configurando uma síntese das artes, voltada exclusivamente para fins artísticos (pintura, escultura, murais, entre outros). O conceito (de arte total) perde-se na situação contemporânea devido a inúmeras evoluções dos campos de trabalho, atualmente, o projeto é resultado de inúmeros projetos complementares, que configuram sua totalidade. Porém os outros campos, como o design e o paisagismo, desenvolvem-se e aprimoram-se. O conceito evolui e no período atual, em foco no objeto proposto, é completado pelo artista que interverá na obra. A obra de arte, no caso, o projeto arquitetônico, fica em aberto e aguarda o complemento dos demais projetos para configurar-se no conceito.
P R O J E T U A I S Os projetos de referencia a seguir foram selecionados por possuírem estratégias que dialogam com o tema e o objeto proposto. São observadas e ressaltadas soluções projetuais pertinentes a estrutura, volumetria, fechamentos. aberturas, espacialidades e circulação que resultaram nas premissas iniciais do projeto. Os edifícios escolhidos refletem a arquitetura de seu tempo.
. 7
J U S T I F I C A T I V A
L E I T U R A S
Residência Castor Delgado Perez, Rino Levi
Projeto – 1958 Conclusão – 1959 Localização – Bela Vista, São Paulo – SP
mobiliário fixo (lareira)
Planta baixa
O lote, estreito e comprido, situado no meio da quadra, é ocupado pela casa que desenvolve-se em três volumes: o primeiro, frontal, abriga a garagem e as dependências de serviço; o segundo, central, é o corpo principal da casa, contendo a área social, íntima e de serviço, e o t e r c e i r o , p o s t e r i o r, a b s o r v e a irregularidade do terreno e recebe o salão de festas e dependências para hóspedes. O projeto divide-se em duas alas proporcionalmente métricas e em cinco módulos transversais e três longitudinais a. convivência
a. íntima
a. serviço
pátio
Residência Castor Delgado Perez, Rino Levi
Corte longitudinal
volume elemento vazado elemento destaque
volume elevado por pilotis transição interno - externo
absorção da irregularidade do terreno
pátio de serviço com fechamento de elementos vazados, visualmente sugere um outro volume
circulação de serviço
circulação intima
pátio intimo
A partir da análise em corte revela-se, entre outros itens, a estrutura, a clareza na volumetria e a relação dos espaços internos com os pátios. A aplicação de vigas invertidas (destacadas em laranja) possibilita o uso de esquadrias que vão do piso ao teto, criando espacialidades que diluem o externo e o interno; e cria platibandas, devido a altura, que “escondem” a cobertura. O volume suspenso por pilotis (destacado em azul) rompe propositalmente, a horizontalidade do projeto. Os brises ortogonais e elementos vazados (destacados em vermelho) criam um invólucro nos pátios do prisma central, delimitando o corredor da ala de serviços e o corredor da ala íntima.
Nota: nas imagens foram destacados com cores elementos importantes para o desenvolvimento do projeto, o azul está associado a volumetria, o vermelho ao uso de elementos vazados e o laranja ao assunto tratado no texto. As palavras em negrito remetem as premissas projetuais.
Residência Castor Delgado Perez, Rino
Nota: nas imagens foram destacados com cores elementos importantes para o
Levi
desenvolvimento do projetos, já as palavras em negrito remetem as premissas projetuais.
Vista frontal
Aproximação – entrada principal
Vista interna - pátio
A expressão volumétrica proposta pelo arquiteto prioriza as formas geométricas puras. Devido a horizontalidade no prisma principal, o volume suspenso por pilotis, que abriga a garagem e as dependências de serviço é evidenciado, resultando em uma contraposição entre a horizontal e vertical.
Rino Levi propõe a integração entre o externo e o interno, articulando espaço abertos e semiabertos. Vedado por elementos vazados, o pátio de serviços, une-se a garagem e visualmente sugere um outro volume na parte frontal do lote.
O volume principal é dividido por dois pátios cobertos por brises ortogonais que relacionam-se metricamente com o elemento vazado que define os corredores, formando assim um envoltório reticulado. As aberturas tipo piso-teto definem a continuidade visual entre a sala e os jardins.
Nota: nas imagens foram destacados com cores elementos importantes para o
Residência Castor Delgado Perez, Rino
desenvolvimento do projetos, já as palavras em negrito remetem as premissas projetuais.
Levi
Vista interna – área de convivência
Vista interna – cozinha e área de serviço
Vista interna – área de convivência
O prisma central que abriga a área de convivência assume características que aproximam-se do conceito de pavilhão. A lareira, mobiliário fixo, delimita e ordena os usos no grande espaço livre. Na imagem acima, pode ser observado o efeito de sombra devido a incidência de luz nos brises ortogonais.
O uso de esquadrias basculantes superiores garante melhor ventilação ao espaço de serviço e os blocos de vidro, próximos a bancada de serviço, adequados ao mobiliário fixo, traz luminosidade a bancada. As escolhas demonstram a preocupação projetual relacionada ao uso e melhor aproveitamento.
Os brises ortogonais que cobrem os jardins internos foram projetados como extensão do forro da área de convivência. Com a aplicação das vigas invertidas, o arquiteto utilizou esquadrias piso-teto integrando a sala aos pátios, criando uma espacialidade única que indefine o interior do exterior.
Residência C.J, Andrade
Morettin
Projeto: 2011 – Conclusão: 2013 A. terreno: 1.732m2 - A. construída: 527m2 Localização – São Paulo - SP
a. convivência a. serviço/apoio
deck íntimo
deck de acesso
brises (não executados)
w.c. deck
Planta baixa
Devido ao programa, uma área de convivência para amigos e convidados, o projeto desenvolveu-se como um grande pavilhão horizontal e transparente com uma quebra em sua volumetria, que se dobra ao jardim possibilitando uma maior integração visual. A residência foi implantada em meio a um jardim, que complementa os espaços internos, a transição é feita por meio de decks de madeira. A materialidade; aço, madeira e vidro, e a elevação do pavilhão do solo, garantem leveza ao volume. Há um subsolo técnico, com espaços de serviço e apoio, deixando o jardim mais livre e preservando a integridade do pavilhão.
circulação vertical – a. convivência
Residência C.J, Andrade
a laje de cobertura fica mais delgada após “ultrapassar” o pilar
Morettin
cortinas definindo os espaços internos
recuo dos pilares
circulação vertical – serviço/apoio
deck de acesso
Cortes: transversal e longitudinal
Com a análise dos cortes, pode ser compreendida a leveza na estrutura. Os pilares estão recuados do fechamento, em vidro, as lajes tornam-se mais delgadas ao “ultrapassarem” os pilares, em balanço. Ao elevar o pavilhão do solo, criam-se aberturas superiores no subsolo, para ventilação e iluminação natural. O volume mantem a horizontalidade ao distribuir as áreas de serviço e apoio no subsolo. volume deck elemento destaque
ventilação e iluminação natural no subsolo
deck íntimo
detalhe que garante leveza ao pavilhão
horizontalidade ritmo na estrutura
Nota: nas imagens foram destacados com cores elementos importantes para o
Residência C.J, Andrade
desenvolvimento do projetos, já as palavras em negrito remetem as premissas projetuais.
Morettin
Aproximações
Ao elevar o pavilhão do solo, foi criado um deck de acesso com escadas, reforçando a leveza do volume proposto, em conjunto com o recuo dos pilares. As cortinas são utilizadas como elementos arquitetônicos de controle de luminosidade e inter namente, definindo espaços. Aproximações
A quebra do volume, dobrando-se ao jardim, contraria o conceito de pavilhões lineares porém proporciona uma amplitude visual da ala oposta e da área ajardinada.
Nota: nas imagens foram destacados com cores elementos importantes para o
Residência C.J, Andrade
desenvolvimento do projetos, já as palavras em negrito remetem as premissas projetuais.
Morettin
Vista externa – deck intimo
Vista externa - volume
Vista interna – área de convivência
A circulação vertical de serviço e apoio, possui fechamento opaco, contrapondo com o fechamento transparente da área de convívio. O piso em madeira tanto na área interna quanto na externa, reforça a continuidade visual entre os espaços.
Detalhe da estrutura metálica mais delgada nas extremidades e seus encaixes com o forro e o fechamento transparente, e do volume elevado do solo com o piso elevado interno. As cortinas atuam como elementos arquitetônicos de fechamento, como um filtro translucido.
Esquadrias metálicas deslizantes piso-teto unem a área do pavilhão aos decks. As cortinas quando fechadas controlam a luminosidade de forma suave e leve, como o volume. O forro de gesso dá flexibilidade as instalações elétricas (em trilho) e sistemas de som e ar condicionado.
Galeria Blau Projects, ARKIZ Projeto – 2013 A. terreno: 500m2 - A. construída: 230m2 Localização – São Paulo - SP
a. jardim
a. serviço/apoio
a. administrativa
acervo
a. expositiva
w.c. visitantes
Planta baixa
abertura para entrada de luz natural
O lote de miolo de quadra, estreito e comprido, abriga o programa proposto para a galeria. Os espaços expositivos são caracterizados pela neutralidade e flexibilidade. A rampa de acesso cria espaços de convivência no percurso até a entrada da galeria. Os espaços destinados a serviço, apoio e estocagem, localizados no fundo do lote, são acessados por um corredor lateral e conectados ao acervo.
acesso
Galeria Blau Projects, ARKIZ
a. convivência
circulação visitantes e funcionários
abertura para entrada de luz natural difusa
abertura para entrada de luz natural difusa
armazenamento obras/acervo
abertura para entrada de luz natural
circulação serviço/apoio
apoio/ recebimento
esquadria forro mobiliário
Corte longitudinal
A rampa de acesso recebe patamares com bancos e canteiros, configurando áreas públicas de convivência. O volume, térreo, mantém a horizontalidade diferenciando internamente a altura do pé direito por meio dos forros. As grandes esquadrias visam aproveitar ao máximo a iluminação e ventilação natural.
rampa e patamares de acesso
forro rebaixado
banco
detalhe do forro
forro rebaixado
módulo de armazenagem
Galeria Blau Projects, ARKIZ
Nota: nas imagens foram destacados com cores elementos importantes para o desenvolvimento do projetos, já as palavras em negrito remetem as premissas projetuais.
Vista externa - acesso
Acesso a galeria
Vista rampa de acesso e área de convívio externa
O portão, único acesso a galeria, assume papel de marquise quando aberto, a iluminação embutida o emoldura e instiga os visitantes a entrarem pela rampa que articula-se com a rua.
Os blocos de alvenaria de fechamento foram revestidos com o mesmo ladrilho hidráulico da pavimentação externa, reforçando a ideia de continuidade visual. O volume, térreo, mantem a horizontalidade.
A rampa de acesso possui bancos e canteiros para uso público e o patamar final configura-se como uma área de convivência. O mobiliário fixo define o uso dos espaços.
Nota: nas imagens foram destacados com cores elementos importantes para o
Galeria Blau Projects, ARKIZ
desenvolvimento do projetos, já as palavras em negrito remetem as premissas projetuais.
Vista interna – área expositiva
Vista interna – recepção
Vista interna - acervo
A área expositiva possui um pé direito maior, devido ao forro que não abriga instalações técnicas, a iluminação artificial é disposta em eletrocalhas no perímetro do espaço e a pouca iluminação natural difusa é resultante de um rasgo vertical, que abre-se para o pátio.
A circulação de funcionários administrativos e de visitantes ocorre na recepção, em sentidos opostos. A iluminação artificial da bancada, mobiliário fixo, desprende-se do forro, adequando-se ao uso, que no espaço é delimitado também pelo mobiliário.
O acervo conta com portas deslizantes que podem unir ou segregar o espaço com a área expositiva. O jardim é projetado para levar iluminação natural a área, permitindo assim a observação das obras armazenadas nos painéis deslizantes em luz natural.
Bar/Piscina/Galeria, BCMF + MACh
deck
Projeto – 2014 A. construída: bar 125m2 - galeria 110m2 Localização – Nova Lima, MG
recuo da esquadria recortes na laje
Planta baixa - térreo
Situado em um condomínio, o projeto desenvolve-se como um belvedere e resume-se em dois volumes lineares com uma área livre em comum, o deck e a piscina. O “tubo de concreto” abriga o bar e enquadra a paisagem, internamente é organizado de forma linear. A laje nervurada modulada recebe uma série de aberturas zenitais dispostas de for ma irregular garantindo a iluminação natural do espaço. O piso, de mesma materialidade, proporciona continuidade visual entre os espaços internos e externos.
rompimento da linearidade eixo de circulação
circulação a. convívio bar destaque recuo da esquadria
Bar/Piscina/Galeria, BCMF + MACh acesso principal
Planta baixa - subsolo
O volume que abriga a galeria está semienterrado, estratégia que possibilitou a c r i a ç ã o d e u m d e c k n a c o b e r t u r a, aumentando a área da piscina. A circulação principal, por meio de rampas e escadas, na lateral do lote proporciona um percurso com a fruição da paisagem. circulação
w.c.
a. expositiva
acervo/apoio
eixo de circulação
hall para o w.c.
esquadria piso-teto
Bar/Piscina/Galeria, BCMF + MACh
recortes irregulares na laje aberturas superiores
Cortes transversais esquadria
laje
área do bar aberturas superiores galeria recortes regulares na laje
recortes irregulares na laje
recuo da estrutura
galeria
Bar/Piscina/Galeria, BCMF + MACh
área do bar
Nota: nas imagens foram destacados com cores elementos importantes para o desenvolvimento do projetos, já as palavras em negrito remetem as premissas projetuais.
Vista externa - acesso
Vista externa - deck
O volume que abriga o bar caracteriza-se pela horizontalidade e pela forma pura, rompida pelo desenho do deck que “invade” o bar. O fechamento recuado na parte frontal cria uma “marquise” sombreada no hall. O deck, o solário e o piso interno do bar são do mesmo material, madeira, unindo de forma sútil os espaços.
A materialidade do volume em concreto contrapõe com o deck em madeira. As esquadrias acompanham o desenho do deck, afunilando, internamente o bar e definindo a área de espera.
Bar/Piscina/Galeria, BCMF + MACh
Nota: nas imagens foram destacados com cores elementos importantes para o desenvolvimento do projetos, já as palavras em negrito remetem as premissas projetuais.
Vista interna - bar
Vista interna - galeria
Vista interna - galeria
Grandes aberturas laterais configuram o volume do bar e emolduram a paisagem. A laje nervurada modulada ora é perfurada (aberturas zenitais) ora recebe peças de iluminação artificial.
As aberturas basculantes superiores da galeria garantem ventilação e luz natural difusa no espaço, já a iluminação artificial é resolvida por meio de calhas retro iluminadas suspensas.
Próximo a grande abertura piso-teto da galeria, a materialidade muda, antes em concreto, agora em madeira, configurando um espaço de observação da paisagem.
L
E
V
A
N
T
A
M
E
N
T
O
S
.
2
6
Proximidades
Av. Independência
Av. Pres. Vargas
O bairro, Alto da Boa Vista, situado no subsetor SUL S-1 na cidade de Ribeirão PretoSP foi projetado para atender as demandas residenciais da classe média-alta após a desvalorização do quadrilátero central para fins habitacionais. Com o crescimento da cidade e suas transformações a área reconfigurou-se, o uso residencial diminui e o bairro adquire um perfil voltado para prestação de serviços e comércio. A escolha do lote baseou-se na proximidade com importantes eixos viários (Av. Independência, Pres. Vargas e Prof. João Fiúsa), suas relações com pontos de interesse voltados para cultura e/ou lazer (Parque Raya, Luis Roberto Jábali e Ribeirão Shopping) e a presença de espaços destinados a arte contemporânea no entorno imediato. Centro
Região central
Entorno imediato
B. Alto da Boa Vista
Pontos de interesse
Entorno imediato A constituição original do bairro previu lotes com dimensões maiores, além da predefinição do corredor comercial e de prestação de serviços ao longo da Av. Presidente Vargas, o que contribuem positivamente para e escolha do lote, como será visto nos mapas levantados a seguir. Com a mudança dos usos predominantes, a área atraiu três espaços destinados a arte contemporânea na cidade, Instituto Figueiredo Ferraz – Galeria Marcelo Guarnieri – Espaço de arte W, que exercem um importante papel na área de cultura e lazer. Atualmente, os três espaços encontram-se desconexos fisicamente e subjetivamente, o objeto proposto toma partido do fato e visa como premissa projetual a criação de um roteiro e/ou percurso que una as galerias, visando a fortificação e difusão da arte na cidade.
IFF
A. interv.
3
2
1
Av. Prof. João Fiúsa
Entorno
O mapa ao lado explica graficamente a intenção projetual de unir os três espaços por meio do objeto que será desenvolvido e a premissa de um percurso, fortalecendo o diálogo entre as galerias. O lote escolhido para intervenção possui duas faces voltadas para ruas distintas, com o intuito de “abrir” a quadra para o usuário e para um percurso de arte.
A. intervenção Galerias Marcelo Guarnieri
Percurso W
Corredor comercial
Instituto Figueiredo Ferraz
Galeria Marcelo Guarnieri
Espaço de arte W
O espaço visa a difusão da arte e cultura. Além da coleção, exposição permanente, recebe exposições temporárias e promove debates, palestras e oficinas. O instituto irradia diretamente na região a produção artística contemporânea a nível nacional e internacional.
As atividades iniciaram-se nos anos 80, em Ribeirão Preto, atualmente existem mais dois espaços (São Paulo e Rio de Janeiro) destinados ao diálogo entre a arte moderna e contemporânea. A galeria exibe e representa artistas de diferentes gerações.
Ateliê particular da artista Weimar, o espaço de arte W realiza eventos de arte contemporânea na cidade, em sua área expositiva, além de exposições temporárias.
Macrozoneamento
ZUP
Zoneamento industrial
A. INTERV.
Determinado pela Lei de Parcelamento (N 2157/07), a área esta situada na ZUP, zona de urbanização preferencial.
AUM - 2
Áreas especiais
A. INTERV.
Área de uso misto II com índice de risco ambiental até 1, permitindo a implantação de usos destinados a serviço, cultura e lazer, desde que atendam a legislação pertinente.
APR
A. INTERV.
Área especial predominante residencial: atividades não residenciais não incomodas ao entorno permitidas, sem ruídos apos as 22h, polos geradores de tráfego e risco ambiental 0,5.
A. DAERP
Uso do Solo IFF
O entorno imediato a área de intervenção possui um grande número de lotes destinados a prestação de serviços e ao comércio concentrados ao longo da Avenida Presidente Vargas, caracterizada como um importante eixo de comércio/ serviço na cidade. O edifício multifuncional Trio gera um grande fluxo de usuários para a área. Com as transformações ao longo dos anos, o bairro voltado ao uso residencial (com exceção dos lotes as margens de vias principais, destinados a comércio/serviço) passa a ter outros usos em seu interior. A presença de três importantes espaços destinados arte e cultura, no entorno, influenciaram diretamente a escolha do objeto e a premissa de um circuito interligado de artes.
Av. Pres. Vargas
Estacionamento
Ed. Trio
Escola particular
Central comunicação - bombeiros
área interv.
W – Marcelo Guarnieri
vazio
residencial
área verde
serviço
comércio
ed. multifuncional
institucional
galeria de arte
Ocupação O gabarito predominante no entorno varia entre 1 a 2 pavimentos, o que, confere uma característica horizontal a área., porém, a horizontalidade é rompida pelo edifício multifuncional Trio, com 25 pavimentos, destacando-se na paisagem não verticalizada. Na quadra onde esta situado o lote para intervenção, predominam as edificações com 2 pavimentos, permitindo assim a exploração de bons visuais e iluminação e ventilação naturais. Preservar a horizontalidade do entorno imediato tornase uma premissa inicial para o projeto.
área interv. vazio área verde
3 pav.
1 pav.
4 a 6 pav.
2 pav.
20 a 25 pav.
Figura-fundo Devido ao processo de loteamento da área, voltado para o uso residencial da classe média-alta, configuram-se lotes com maiores dimensões. Tais dimensões, resultam em quadras abertas, com uma menor taxa de adensamento. A análise reflete no projeto, com a premissa de um lote aberto que funde-se ao entorno.
área interv. área verde
Vegetação O entorno imediato a área possui três praças, porém a vegetação apresentase um pouco escassa. As vias são pouco arborizadas, mesmo no canteiro central da Av. Presidente Vargas. Os maiores focos de vegetação ocorrem no interior dos lotes.
área interv. área verde
Equipamentos O entorno imediato a área de intervenção não possui grande diversidade de equipamentos. O edifício Trio, caracteriza-se como um importante equipamento pela sua multiplicidade de usos. A predominância é de usos destinados a arte e cultura, condicionantes para o desenvolvimento do projeto.
escala da cidade escala da zona área interv. Espaço de arte W
Central comunicação Bombeiros
Galeria Marcelo Guarnieri
Escola do Amanhã
Instituto Figueiredo Ferraz
Edifício Trio
área verde
Mobiliário urbano A área possui mobiliário urbano limitado e básico, faltam lixeiras ao longo da Avenida Presidente Vargas e mobiliário adequado nas áreas verdes, para tornaremse espaços de convivência e lazer público.
área interv. área verde ponto de ônibus poste
Hierarquia viária - física As vias presentes no entorno imediato a área de intervenção funcionam corretamente de acordo com sua hierarquia física. A proximidade com a via arterial, Av. Presidente Vargas, e a via coletora, R. Maestro Inácio Stábile, facilitam o acesso ao lote.
R. Maestro Inácio Stábile
Av. Pres. Vargas
R. Prof. Mário Roxo
R. Cap. Jarbas Vieira de Souza
R. Ângelo de Paschoal
área interv.
R. Nélio Guimarães
arterial coletora local
Hierarquia viária - funcional O fluxo de veículos na área é classificado como médio-baixo, com exceção da Av. Presidente Vargas que recebe um fluxo intenso. O lote possui duas faces voltadas para as vias, a rua Ângelo de Paschoal, recebe um fluxo mais intenso quando comparado a rua Prof. Mário Roxo, por ligar a via arterial (Av. Presidente Vargas) a coletora (R. Maestro Inácio Stábile). A diferença entre o fluxos das duas vias, delimitará os acessos ao lote.
R. Maestro Inácio Stábile
Av. Pres. Vargas
R. Prof. Mário Roxo
R. Cap. Jarbas Vieira de Souza
R. Ângelo de Paschoal
R. Nélio Guimarães
área interv. fluxos - intensidade -
+
A R E A
D E
I N T E R V E N Ç A O
Caracterização Caracterização física física da área de
desenho - planta
intervenção
sol poente
N A
Quadro de restrições legais
Coeficiente de aproveitamento
5
615
uso misto ou não residencial: 80%
Taxa de permeabilidade
15%
Recuos
frontal: 4m lateral/fundo: 2m
Obs: a legislação vigente na área permite que se utilize recuo em apenas uma das laterais.
B 25m
Taxa de ocupação
613
58m
Área: 1.450m2 Ocupação máx.: 7.250m2
sol nascente
A
h= 10m
R. Prof. Mario Roxo
Gabarito
ventos predominantes
R. Ângelo de Paschoal
614
B
. 3 9
Caracterização física da área de intervenção
desenhos – corte longitudinal e transversal
O lote não possui topografia acentuada, 3m de diferença entre a cota mais baixa e a mais alta. As edificações ao lado tem gabarito de 2 pavimentos e recuos básicos de acordo com as restrições legais.
Corte A
Corte B
Caracterização Caracterização física física da área de intervenção
imagens
vegetação abundante na edificação vizinha
Perfil horizontal das edificações do entorno
Ed. Trio: ponto verticalizado no entorno
Calçamento sem projeto para paginação de piso
Vista frontal – Rua Prof. Mario Roxo (fonte: arquivo Gabriel Aukar)
Perspectiva – Rua Prof. Mario Roxo (fonte: arquivo Gabriel Aukar)
Perspectiva – Rua Prof. Mario Roxo (fonte: arquivo Gabriel Aukar)
O
B
J
E
T
O
P
R
O
P
O
S
T
O
. 4 3
A proposta de uma galeria de arte contemporânea, para a cidade de Ribeirão Preto foi definida após os l e v a n t a m e n t o s d a á re a d e intervenção e a escolha dos projetos de referência (inicialmente, apenas o conceito havia sido escolhido) aliados ao conceito de Arte Total e a ideia de pavilhão presente nos projetos lidos. Acredita-se que o edifício proposto irá unir e dialogar com os demais, destinados ao mesmo uso, presentes na área.
Programa de necessidades
Foi desenvolvido com base nas leituras e análises dos projetos de referência, visando atender as demandas técnicas, expositivas e adjacentes ao funcionamento de uma galeria de arte: - Área expositiva: galeria (interna/externa), sala multimídia - Área administrativa: recepção, secretaria, sala de reuniões, financeiro e diretoria - Área técnica: acervo, recebimento, triagem e armazenamento - Área aprendizado: oficina, espaço de leitura e e pequeno auditório - Área lazer: bar/café, loja - Funcionamento: DML, banheiros, cozinha/ estoque, copa circulação vertical/ horizontal
Organograma
Fluxograma
recepção loja
galeria
recepção secretaria
jardim expositivo
financeiro
w.c. e DML
reunião
espaço leitura multimídia
eixo circulação vertical
oficina
loja
galeria jardim expositivo
financeiro
w.c. e DML
reunião
diretoria
espaço leitura
copa
multimídia
w.c. e DML
oficina
auditório
secretaria
diretoria eixo circulação vertical
copa w.c. e DML
auditório
w.c. e DML
acervo
w.c. e DML
acervo
bar e café
armazenamento
bar e café
armazenamento
cozinha/estoque
triagem
cozinha/estoque
triagem
w.c. e DML
recebimento
w.c. e DML
recebimento
Premissas
módulos vigas rompe propositalmente, a horizontalidade
invertidas esquadrias que vão do piso ao teto diluem o externo e o interno do projeto um invólucro formas geométricas puras horizontalidade contraposição entre a horizontal e vertical integração entre o externo e o interno envoltório reticulado aberturas tipo piso-teto continuidade visual conceito de pavilhão efeito de sombra uso e melhor aproveitamento extensão do forro vigas invertidas espacialidade pavilhão horizontal quebra em sua volumetria materialidade elevação do pavilhão do solo leveza meio da quadra proporcionalmente métricas
leveza na estrutura balanço aberturas superiores no subsolo horizontalidade áreas de serviço e apoio no subsolo leveza do volume recuo dos pilares controle de luminosidade quebra do volume amplitude visual fechamento opaco fechamento transparente continuidade visual estrutura metálica volume elevado do solo piso elevado filtro translucido esquadrias metálicas deslizantes flexibilidade neutralidade flexibilidade espaços de convivência áreas públicas de convivência horizontalidade marquise iluminação embutida articula-se com a rua continuidade visual mobiliário fixo subsolo técnico jardim
iluminação natural difusa adequando-se ao uso delimitado portas deslizantes iluminação natural painéis deslizantes belvedere volume linear área livre aberturas zenitais continuidade visual horizontalidade forma pura fechamento recuado material materialidade esquadrias definindo a área grandes aberturas modulada perfurada ventilação e luz natural difusa abertura piso-teto materialidade configurando um espaço
3
2
1
4 6
4
O percurso de arte, diretriz projetual adotada após os levantamentos da área, visa fortalecer o diálogo entre os espaços de arte contemporânea do entorno imediato ao lote escolhido para o projeto. O caminho a ser percorrido é demarcado pela nova paginação do piso das calçadas (sinalizada em azul nas imagens ao lado) e pelas possíveis áreas para intervenções artísticas (sinalizadas em laranja) qualificando o entorno e os demais espaços.
5
6 (Imagens: arquivo Gabriel Aukar)
P
3
E
R
C
U
R
2
S
O
1
5
42
P
R
O
J
E
T
O
.
O conceito de Arte Total, como metodologia projetual, discutido na conceituação teórica do presente trabalho, é refletido no projeto. A atualização do conceito em todas suas escalas (da inserção urbana ao design de interiores) está presente nas peças gráficas que serão apresentadas a seguir. Com base nas leituras projetuais, o partido arquitetônico é evidenciado: a horizontalidade e seu rompimento com demais elementos, a composição volumétrica valorizando as formas geométricas puras e a neutralidade do edifício devido ao uso proposto. O projeto caracteriza-se como uma obra “aberta” oferecendo ao expositor inúmeras possibilidades, para que o finalize de sua maneira.
4
8
CONCEITO/PAR TIDO
O
V O L U M E T R I A
MS ET M R O U TRUI A R L A
A volumetria proposta baseia-se nas formas geométricas puras, valorizando a linearidade e a horizontalidade. O grande pavilhão expositivo horizontal é rompido pelo volume vertical, posicionado de acordo com a orientação solar, para sombrear o vazio e o pavilhão. A edificação é elevada do solo, afim de dar leveza ao volume.
E
A estrutura do edifício é mista: muro de arrimo em bloco de concreto e bloco jardim, concreto armado (caixas de elevadores e escada) e perfis metálicos (tipo caixão). Para uma maior flexibilidade nas instalações utilizou-se piso elevado e forro rebaixado em gesso.
D E TA L H A M E N T O S
Detalhe: laje alveolar – piso elevado – rebaixo de gesso piso elevado preenchimento a definir laje alveolar
viga metálica trilho para esquadria montante metálico
gesso acartonado
Detalhe: bloco jardim
corte
corte com guarda-corpo
(Fonte: arquivo Gabriel Aukar)
MEMORIAL
vista
Devido ao uso de estruturas metálicas, obteve-se uma planta livre, caracterizada por grandes planos. Os planos de vidro deslizantes e os brises pivotantes permitem o controle do tamanho das aberturas e de luminosidade, foram dispostos em todo o edifício. Os fechamentos externos e internos são em dry wall, e em espaços de maior flexibilidade foram dispostos painéis pivotantes e deslizantes.
(Fonte: arquivo Gabriel Aukar)
FECHAMENTOS E ABERTURAS
planta
isolante termo acústico
montante metálico
Detalhe: esquadria
vista – plano de vidro
vista – brise (aletas em madeira)
corte
planta – fechamento total
planta – abertura total
Detalhe: painéis pivotantes deslizantes
vista
corte
planta
D E T A L H A M E N T O S
placa de gesso
D E T A L H A M E N T O S
Detalhe: dry wall
corte vista
vista
corte
planta – fechamento total
planta
planta – recolhimento total
Loja
a. exposição planta – abertura total
vista - aberta dry wall
estoque
madeira
cortina rolô planta – fechamento total
vista - fechada
D E T A L H A M E N T O S
Guarda corpo deslizante
D E TA L H A M E N T O S
Guarda corpo fixo
C O B E R T U R A
-
I M P L A N T A Ç A O
P L A N T A
B A I X A
-
S U B S O L O
P
L
A
N
T A
B
A
I
X
A
–
T
E
R
R
E
O
PLANTA
BAIXA
–
PRIMEIRO
PAV I M E N T O
CORTES – A: TRANSVERSAL
B: LONGITUDINAL
V
I
S
T
A
2
V I S T A
1
3 V I S T A Aproximação – acesso Rua Prof. Mario Roxo
P E R S P E C T I V A S
Perspectiva isométrica do edifício
Aproximação: acesso Rua Ângelo de Paschoal
Aproximação: acesso Rua Ângelo de Paschoal
P E R S P E C T I V A S
Aproximação: relação de altura entre os volumes (acesso Rua Prof. Mario Roxo
P E R S P E C T I V A S
Aproximação: entrada de serviço
Vista interna: espaço expositivo
Vista interna: observador na sala de reuniões, olhando para o pátio interno
P E R S P E C T I V A S
Vista: área expositiva descoberta
P E R S P E C T I V A S
Vista: espaço para leitura, deck deslizante e corredor lateral
2015 NEUFERT, Ernst. Arte de projetar em arquitetura. Portugal: GG, 2013. RITO, Lucia. Joaquim Tenreiro: moderno ontem, hoje e sempre. Rio de Janeiro, Rio Design Center, 1991. SANTOS, Maria Cecilia Loschiavo. Móvel moderno no Brasil. São Paulo: Olhares, 1995.
R P E FR ES RP EE NC CT II AV SA . 7 S1
ACABAYA, Marlene Milan. Branco & Preto: uma história de design brasileiro nos anos 50. São Paulo: Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, 1994 ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. BARDI, P.M. Mobiliário brasileiro, premissas e realidade. São Paulo: Masp, 1971 BENÉVOLO, Leonardo. História da arquitetura moderna. São Paulo: Perspectiva, 1976. COSTA, Ana Elísia da; CUNHA, Marcio Cotrim. O pátio no Brasil: Da casa moderna à contemporânea. Arquitextos, São Paulo, ano 16, n. 181.07, Vitruvius, jun. 2015 <http:// www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.181/5560>.Acesso em: 15 setembro 2015 COLOMBO, Luciana Fornari. A Casa Núcleo de Mies van der Rohe, um Projeto Teórico sobre a Habitação Essencial. Arquitextos, São Paulo, ano 11, n. 130.03, Vitruvius, mar. 2011 <http:// www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.130/3782>. Acesso em: 5 de novembro 2015 DUCHER, Robert. Característica dos estilos. 2ªEd. São Paulo: Martins, 2001 DORFLES, Gillo. A arquitetura Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1986. GONSALES, Célia Helena Castro. Síntese das artes. Sentidos e implicações na obra arquitetônica. Arquitextos, São Paulo, ano 12, n. 144.06, Vitruvius, maio 2012 <http:// www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.144/4351>.Acesso em: 15 setembro 2015 LUCCAS, Luís Henrique Haas. Da integração das artes ao desenho integral: interfaces da arquitetura no Brasil moderno. Arquitextos, São Paulo, ano 14, n. 160.02, Vitruvius, set. 2013 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/14.160/4877>.Acesso em: 15 setembro