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Vira Mundo
de 7 a 8 de novembro de 2012
Pós Graduação A Unicamp possui mais de 11.000 estudantes de pósgraduação, que vêm buscar formação de qualidade numa universidade de excelência. Mas será que tudo é tão bonito quanto parece? Para nós, pós-graduandos da chapa ViraMundo, há muitas coisas que precisam melhorar e serem melhor debatidas por nós. Acreditamos que devemos nos organizar enquanto estudantes para garantir essas mudanças.
Por compreender que os espaços de representação discente são um direito garantido a nós estudantes, estamos nos candidatando como RDs na CCPG (Comissão Central de PósGraduação) e no CONSU (Conselho Universitário) e trazemos neste material alguns dos pontos principais (e iniciais) para debatermos com os demais pós-graduandos. Esperamos que vocês venham construir e debater com a gente uma Universidade que realmente nos proporcione a formação completa que desejamos!
Curso de línguas para todos os estudantes O CEL é um “órgão prestador de serviços da Pró-reitoria de Graduação”, ligado ao IEL. Ele está vinculado assim hoje, pois sua origem foi no Instituto de Estudo da Linguagem (que antes fazia parte do que é o IFCH hoje), deste modo não é um Instituto a serviço de toda a Universidade. Somente os cursos ligados a essa origem tem vagas garantidas para o estudo de uma segunda língua . Precisamos começar a pensar sobre essa desigualdade dentro da Universidade, não faz sentido que poucos cursos tenham esse “privilégio”, afinal todos os alunos tem necessidade do domínio de uma segunda língua para os estudos em suas áreas. E, se essa já é uma realidade na graduação, na pós-graduação temos essa obrigatoriedade do domínio do segundo idioma ainda mais acentuado.
Somado a isso, muitos estudantes são excluídos de programas que fomentem a ida de pós-graduandos para fora do país, como o Ciências sem Fronteiras, visto que nunca tiveram a possibilidade de cursar outra língua. Com isso as bolsas ficam “empacadas” enquanto milhares de pós-graduandos gostariam de internacionalizar seus estudos e o fariam se tivessem acesso à cursos de línguas. Por isso é fundamental que comecemos a encampar a reivindicação do segundo idioma para todos os alunos de graduação e pós-graduação e que o CEL se torne o Instituto responsável por isso, com o devido funcionamento institucional, como todos os demais institutos da Universidade.
PED O Programa de Estágio Docente (PED) deveria ter a função de preparar pós-graduandos para a futura atividade de docente, através de um estágio supervisionado em disciplinas de graduação. Contudo, a função do PED tem sido desvirtuada para substituir o próprio d o c e n t e , sobrecarregando o pósgraduando. Na prática, o P E D v a i s e transformando em instrumento de precarização do ensino e do trabalho docente na universidade pública,
pois propicia uma reserva de “professores substitutos” a baixo custo e na mera condição de estagiários, além de afetar diretamente o ensino na graduação e prejudicar a formação e a atividade de pesquisa do pós-graduando. A função original do PED deve ser reafirmada, como estágio devidamente supervisionado, com carga horária compatível com as exigências da pós-graduação, que contribua para a formação de futuros docentes e que inclua a perspectiva dessa carreira dentro da universidade, o que remete à luta pela contratação de novos docentes. Os critérios para a seleção do PED também devem ser explícitos, e a participação em disciplina de graduação o mais integrada possível com a pesquisa desenvolvida pelo pósgraduando.
Permanência Estudantil A permanência do estudante na universidade é um direito garantido pela constituição (Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) tanto dos estudantes da graduação quanto dos de pósgraduação. Porém, o que se verifica hoje na Unicamp é uma “desassistência estudantil”. Fato que pode se comprovar com a falta de vagas e falta de manutenção da moradia, número de bolsas insuficiente, ausência de creche para as(os) filhas(os) das(os) estudantes. Conforme dados do Anuário Estatístico da Unicamp, existem mais de 27.000 estudantes matriculados na Unicamp, incluindo graduação e pós- graduação, para concorrer a 1087 vagas oferecidas no programa de moradia estudantil. Os estudantes da pós-graduação representam em torno de 37% do total de alunos matriculados, mas ocupam menos de 15% das vagas na moradia. Diante da evidente falta de vagas na moradia, a universidade tem dado bolsas aluguel aos estudantes. No entanto, sabemos que a especulação imobiliária em Barão Geraldo é
crescente e que a permanência do estudante não é garantida com essa medida. É urgente a construção de novos prédios da moradia para atender a demanda. Além disso, vários estudantes que conseguem uma bolsa pesquisa, não conseguem vaga na moradia. Além disso, boa parte dos estudantes estrangeiros não têm permanência estudantil garantida. É necessário garantia de assistência a todas(os) estudantes da Unicamp. Em 2011, dos 11.101 estudantes de pós-graduação da Unicamp, 6.265 não tinham bolsa CAPES, CNPq ou FAPESP, ou seja, pelo menos 56% exercem alguma atividade remunerada além da pesquisa para se manterem na universidade. Reivindicamos! - Construção de mais prédios na moradia, mais estúdios -Creche para os filhos e filhas dos estudantes
Reajuste de Bolsas Neste semestre, a CAPES e o CNPq divulgaram o primeiro reajuste nos valores das bolsas de pós-graduação dos últimos quatro anos, com o qual as bolsas de doutorado passaram para R$2000,00 (12,5% de aumento) e as de mestrado atingiram R$1350,00 (11,11%), e fizeram a promessa de um novo reajuste de cerca de 10% no início do próximo ano. Esse reajuste significa uma importante vitória dos estudantes de pós-graduação, porém também evidencia que as políticas empregadas nos últimos 10 anos são de manutenção do valor da bolsa, visto que o reajuste apenas se propõe a recuperar as perdas tidas com a inflação no período. Entre 1995 e 2002, as bolsas perderam 50% do seu valor real, de modo que em 2002 seu poder de compra era 50% do que era em 1995, de modo que as políticas empregadas pelo governo federal nos últimos 17 representam apenas perdas no valor das bolsas de pós-graduação. Somado a isso é importante ressaltar que hoje não temos nenhum tipo de regulamentação referente ao valor das bolsas, ao contrário do que já aconteceu. Entre 1994 e 2002 as bolsas CNPq eram reguladas por uma portaria interna, com referência à carreira docente nas federais. Em 2003 essa norma foi substituída por um valor de base, que logo em seguida foi extinto. Hoje, a pauta levantada pelo movimento estudantil é de 40% de reajuste já e se discute a possibilidade de criar uma data base para debater o valor da bolsa com o governo federal.
Defendemos o reajuste de 40% já! Propomos aos estudantes de pós-graduação da Unicamp a criação de um grupo de estudos para avaliarmos qual a melhor forma para garantir um reajuste periódico e que represente um ganho real! Queremos que a Universidade se posicione e cobre, junto conosco, o reajuste no valor das bolsas de pósgraduação.
extraído do texto ‘‘Bolsas de Pós-Graduação - A Política por trás dos números’’ de Ester Majerowicz Gouveia - 2012
para Representante Discente vote: CONSU CCPG Denise Vazquez (FEC) Guilherme (FEC) Elisa Coelho (IEL) Pedro Abreu (FCM)
Gabriela Zanotto Bosshard (IQ) Jenifer Pereira (FEC) Jean Peres(IE)
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