UM PARQUE URBANO ADORMECIDO...

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UM PARQUE URBANO ADORMECIDO...

GABRIEL CARPES DE CHAVES 1


UNIDADE CENTRAL DE EDUCAÇÃO FAI FACULDADES - UCEFF CENTRO UNIVERSITÁRIO FAI CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO MONOGRAFIA PRÉ TCC ACADÊMICO: GABRIEL CARPES DE CHAVES ORIENTADORA: MS. PATRÍCIA DALMINA DE OLIVEIRA

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UM PARQUE URBANO ADORMECIDO... UMA PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO PARA O PARQUE DE EXPOSIÇÕES EGON JÚLIO GOELZER NO MUNICÍPIO DE TRÊS PASSOS-RS

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AGRADECIMENTOS 4

À minha família, que desde o princípio foi minha base e sempre me apoiou em todas as etapas da vida, em especial durante este período tão importante. Agradeço pela ajuda em poder realizar o meu sonho. Agradeço a todos meus professores, em especial à minha orientadora Patricia Dalmina de Oliveira, por todo o apoio, paciência, empenho e amizade desde o início desta pesquisa.


O espaço está para a arquitetura concebida como arte, como a literatura está para a poesia; constitui sua prosa e lhe dá caracterização [...] no espaço coincidem vida e cultura, interesses espirituais e responsabilidades sociais. Porque o espaço não é só cavidade vazia, “negação de solidez“: É vivo e positivo. Não é apenas um fato visual: é, em todos os sentidos, e, sobretudo num sentido humano e integrado, uma realidade vivida. (Bruno Zevi 1996, p. 217) 5


Sumário 1

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INTRODUÇÃO

ASPECTOS RELATIVOS À TEMÁTICA

ASPECTOS RELATIVOS AO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

ESTUDOS DE CASO

Tema ___________________________________7 Problema e Justificativa __ ________________9

Objetivos__________________________12

Requalificação_____________________13 Lazer nos parques _________________15 Espaços bem-sucedidos_____________16

Metodologia _______________________18 Público Alvo _______________________19

Parque do Ibirapuera_______________21 Parc De La Villet___________________31

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RELAÇÕES ENTRE PROGRAMA SÍTIO E TECIDO URBANO

DIRETRIZES PROJETUAIS

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Área de estudo ___________________39 Características ___________________ 41 Levantamento fotográfico___________44 Condicionantes____________________48

Condicionantes legais ______________62 Programa de Necessidades e Prédimensionamento _________________65

Palavras do Autor _________________68

Referências ______________________69

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1. INTRODUÇÃO, PROBLEMA E JUSTIFICATIVA

FONTE: COREDE 2015 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

O município de Três Passos está localizado no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, situado a 464 km da capital Porto Alegre, sendo a capital da região celeiro. Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010) conta com a população de 23.965 pessoas em uma área territorial de 268,396 km².

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FONTE: COREDE 2015 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

A base econômica do município é voltada a agricultura e pecuária, na qual destaca-se a criação de bovinos e suínos, produção de soja, milho e fumo, além do setor de serviços e o setor industrial (COREDE, 2015). Esta base produtiva fez com que ao longo dos anos o município começasse a se destacar em relação a sua região, sendo referência de tecnologia e serviços, assim, surgiu a necessidade de um espaço que pudesse incentivar e valorizar a economia local através de feiras e exposições. Logo, em 1969 nasceu em conjunto com a primeira feira agroindustrial o Parque Egon Júlio Goelzer.

FONTE: COREDE 2015 ADAPTADOPELO AUTOR (2019)

INDICADORES DE CARACTERÍSTICAS AGROPECUÁRIAS

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O parque Egon Júlio Goelzer está inserido dentro do Bairro Ildo Meneghetti, na Avenida Costa e Silva, uma localização privilegiada do espaço urbano de Três Passos, visto que está em meio a malha urbana do município, perto da região central da cidade. O espaço que antigamente era utilizado como espaço de exposição, vem sendo utilizado pela população como espaço de lazer e recreação, porém o mesmo não oferece infraestrutura adequada para isto. Assim, nasce o tema deste trabalho, um projeto de Requalificação Urbana para o Parque Egon Júlio Goelzer, visando a criação de um espaço de lazer, valorizando a estrutura de exposição, bem como, o eixo cultural histórico do parque, além da identidade e uso atual do parque.


TEMA: UM PARQUE URBANO ADORMECIDO... Uma Proposta de Requalificação do Parque de Exposições Egon Júlio Goelzer no município de Três Passos-RS

FONTE: AUTOR (2019)

zado em exposições com um intervalo médio de1 2 a 3 anos, totalizando 14 edições já realizadas. Além da feira, Sachett, Volkmann, Lautert, Amarante, & Zarth, (1996) relatam que o espaço do Parque de Exposições foi explorado em alguns períodos por atividades diversas, como indústrias de confecções, parque de máquinas para a prefeitura municipal e inclusive como salas de aulas. Além de ser utilizados nas feiras, 4 dos 11 pavilhões são utilizados esporadicamente pelos grupos de etnia alemã, “Piquete de tradições gaúchas dos amigos”, CTG Missioneiro dos Pampas e do Lions Clube Tucumã.

Ao longo dos anos, o parque passou por algumas intervenções, entre elas destacam-se a implantação de bancos, churrasqueiras e alguns espaços de recreação como parques infantis. Assim, o espaço de feira começou a dar lugar a um ambiente urbano de lazer, porém sem a infraestrutura adequada conforme pode-se observar nas imagens da parte mais arborizada, onde a estrutura está ociosa e o sistema de água potável não está em funcionamento, o que torna as pias inutilizáveis assim como as churrasqueiras. O espaço possui potencial, pois além da vegetação refrescante, o parque infantil encontra-se logo ao lado dentro do campo de visão, possibilitando aos pais acompanhar a diversão dos filhos, por exemplo.

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FONTE: AUTOR (2019)

PROBLEMA E JUSTIFICATIVA O espaço do Parque de Exposições Egon Júlio Goelzer atualmente é utili-

Anos em que ocorreram as feiras: 1969, 1976, 1982, 1986, 1998, 2000, 2002, 2004, 2009, 2008, 2010, 2012, 2015 e 2017.

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ANTIGO MUSEU

FONTE: AUTOR (2019)

FONTE: AUTOR (2019)

Um dos fatores que influenciava a visitação da estrutura como atração turística era o Museu da Colonização que estava inserido dentro do parque, porém conforme o Jornal Atualidades (2019) o Museu da Colonização não apresentava condições de reforma ou de uso devido as más condições da sua estrutura de madeira, a situação precária não fornecia requisitos de segurança para visitantes e funcionários devido aos problemas com cupins em várias partes estruturais. Assim, iniciou-se um processo de desmanche, ocasionando a perda do espaço histórico e cultural do parque. Destaca-se, porém, que as mais de mil peças históricas que faziam parte do acervo do museu estão guardadas em um dos pavilhões. Com isso, um dos espaços que atraia visitas de convidados deixa de ser presente no parque e seu acervo não se encontra mais em exposição. Além da perda do espaço para exposição das peças a ausência do museu demostra a perda das raízes e a história do município de Três Passos. Segundo a Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (1972) qualquer que seja a deterioração ou a supressão de um bem do patrimônio cultural e natural funda uma lacuna no patrimônio de qualquer povo. O patrimônio perdido, infelizmente não pode ser restituído, entretanto deve-se rever a importância deste espaço urbano com um novo olhar, visto que o mesmo é rico em significados culturais e apresenta potenciais em relação a apropriação e utilização urbanas. Porém aliado a isto, o espaço apresenta uma arquitetura que não representa a identidade, cultura, bem como as vivências locais da população. Esse “sentimento de pertencimento” falta a área como um todo, dado que o espaço se encontra vazio durante o decorrer do ano, de maneira que a miscige- Assim, questiona-se: De que maneira é possível realizar a apropriação urnação da sua população possa “se encontrar” em um local, gerando vida e atraindo bana do Parque de Exposições Egon Júlio Goelzer com um ambiente mais atrativo diversos públicos que possam sentir sintonia e vínculo com o ambiente. e acolhedor? 10


A Requalificação Urbana do Parque Egon Júlio Goelzer possibilitaria um novo meio da infraestrutura adequada, segurança, facilidade de acesso e demais fatores olhar para esta estrutura existente, preservando os potenciais existentes, prerro- positivos, aumentam a possibilidade de frequência das pessoas e por consequência gativa de uma arquitetura mais sustentável, assim como defende o Crea-SP (2008): um comportamento fisicamente mais ativo, melhorando assim a qualidade de vida “Atualmente, a importância da preservação ganha (REIS, 2001). novo foco, decorrente da necessária consciência de Através dos parques urbanos, pode-se proporcionar qualidade de vida a diminuirmos o impacto sobre o ambiente, provocado pela produção de bens. A preservação e o reuso população, como um local de lazer, recreação e educação ambiental para os reside edifícios e objetos contribuem para a redução de dentes próximos a área, bem como a população local (MAYMONE, 2009).

Assim o trabalho se embasa na prerrogativa de requalificar o Parque de Exposições Egon Júlio Goelzer visando transformá-lo em um Parque Urbano que alia-se a estrutura do espaço de exposições, com um espaço de lazer incentivando a valorizando da cultura local. Entende-se que dar mais ênfase a cultura do município e criar espaços para lazer, promoveria mais interesse por parte da população e despertaria o fascínio pelos espaços que seriam amplos e convidativos, pois a população teria a oportunidade de frequentá-los durante todo o ano e aprender mais sobre a história do município, dando continuidade à cultura local. De tal modo, a probabilidade de retomar as atividades do museu com um espaço novo e interativo agregará valor ao conjunto, além de fomentar outras áreas, como o turismo por exemplo. O aproveitamento de parques urbanos possibilita melhoria da qualidade de vida da população através de benefícios sociais, físicos e psicológicos para a comunidade que os utiliza, de acordo com fatores ambientais e características dos usuários. Em contrapartida a má qualidade e insatisfação em ambientes ruins ou negativos descaracteriza a qualidade e saúde pública (SZEREMETA e ZANNIN, 2013). Neste contexto, há estudos que demonstram que a boa qualidade social por

FONTE: betterwaterfront.org

energia e matéria-prima necessárias para a produção de novos (CREA-SP, 2008, p. 15).”

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1.1.1 Objetivo geral Requalificar o Parque de Exposições Egon Júlio Goelzer do município de Três Passos/RS visando a apropriação deste espaço, através de atividades ligadas a cultura e ao lazer.

1.1.2 Objetivos específicos

1.1 OBJETIVOS 12

• Estudar sobre os conceitos de requalificação e apropriação do espaço urbano. • Analisar e pesquisar Estudos de Casos relativos ao tema de pesquisa, de forma a compreender a complexidade da proposta e criar embasamento para o desenvolvimento do mesmo. • Analisar a área urbana e arquitetônica do espaço utilizado como parque Egon Júlio Goelzer.


Compreendo o conceito de Requalificação Urbana A intervenção urbana está diretamente ligada a medidas que possibilitam agregar valor economicamente e socialmente à utilização dos espaços, no entanto a complexibilidade das paisagens e suas diversas formas de intervenções requerem uma explicação para a compreensão, do que de fato seja possível aplicar ao seu meio. Os espaços urbanos e ambientes públicos passam por constantes mudanças, fazendo surgir a necessidade dos conceitos de requalificação, relacionado a outros como revitalização, reabilitação e renovação, com propósitos de recriação de espaços, reestruturação e reabilitação urbana (SILVA, 2011). CoO “Primeiro Encontro Luso-Brasileiro de Reabilitação Urbana” declara, na alínea b) do artigo 1, que a reabilitação urbana (1995 apud FORTUNA, 2009, p.44):

2. ASPECTOS RELATIVOS A TEMÁTICA

é uma estratégia de gestão urbana que procura requalificar a cidade existente através de intervenções múltiplas destinadas a valorizar as potencialidades sociais, econômicas e funcionais a fim de melhorar a qualidade de vida das populações residentes, isso exige o melhoramento das condições físicas do parque construído pela sua reabilitação e instalação de equipamentos, infra-estruturas, espaços públicos, mantendo a identidade e as características da área da cidade a que dizem respeito.

O termo requalificação é um instrumento para progresso das condições de vida da população, através da construção e recuperação de equipamentos, infra-estrutura e valorização do espaço público com medidas de catalisação social e econômica. Procura a (re)introdução de qualidades urbanas, de acessibilidade ou centralidade a uma determinada área. (MOURA, GUERRA, et al., 2006). 13


Para Peixoto (2009), a requalificação urbana refere-se à reestruturação dos espaços públicos urbanos, diante das nuances sofridos em áreas de entretenimento e lazer. As intervenções promovem reformas na estrutura física dos equipamentos públicos e medidas que incrementam o valor simbólico, a partir do planejamento de novos usos tais como os propiciados por meio de apresentações culturais, como danças, teatros, lançamentos de livros e etc. Ferreira, Lucas, e Gato (1999, citado por MOREIRA, 2007, p. 124) consideram que a requalificação urbana é um processo social e político de intervenção no território que visa essencialmente (re)criar qualidade de vida urbana, através de uma maior equidade nas formas de produção (urbana), de um acentuado equilíbrio no uso e ocupação dos espaços e na própria capacidade criativa e de inovação dos agentes envolvidos nesses processos. Segundo o Ministério das Cidades (20--) a reabilitação urbana é um processo de gestão para recuperação e reutilização de áreas já consolidadas do meio urbano, atingindo os espaços e edificações inativos, abandonados, insalubres ou deteriorados compreendendo a melhoria dos espaços e serviços públicos, da acessibilidade e dos equipamentos comunitários. Carvalho (2008) pensa que a requalificação urbana intenciona a melhoria da qualidade de ambiente e de vida nas cidades, e abrange a articulação e integração de diversos fatores como, a habitação, a cultura, a coesão social e a mobilidade. Para o Ministério do Meio Ambiente (2005) a requalificação pode ser considerada como uma estratégia preventiva que reduz o risco sanitário e ambiental capaz de melhorar o nível de qualidade de vida e o estado de saúde das populações. A requalificação urbana demonstra forte potencial de mobilizar e acelerar novos padrões estratégicos para o uso dos espaços, especialmente para a área econômica, pois provoca mudança de valor monetário, cultural, paisagístico e social (MOURA, GUERRA, et al., 2006). 14

Desta forma, a requalificação visa descobrir e qualificar a alma dos lugares, pela nossa memória, pela vivência, pelo patrimônio de modo que se importe em valorizar o que se herdou bem como construir o espírito do tempo com ações múltiplas da valorização interna e externa de infra estruturação (CEDRU, 1990, citado por MOREIRA, 2007, p. 118). O gráfico a seguir demonstra os principais aspectos que direcionam o processo da requalificação de um determinado espaço: REQUALIFICAÇÃO

REORIENTAR

PLANEJAR

RECUPERAR

REVALORIZAR

HUMANIZAR FONTE: AUTOR (2019)

Sendo assim, a requalificação está ligada a reabilitação, ambas norteadas principalmente na parte da infraestrutura, reorientando um local através do planejamento e transformando espaços degenerados e ociosos em áreas de lazer, com condições estruturais acessíveis a todos os cidadãos, recuperando e revalorizando, garantindo a humanização dos espaços de forma que a qualidade de vida da população melhore através do fator econômico, cultural, paisagístico e social. Podendo ser direcionada ainda a melhoria de espaços e transformados em áreas de lazer, com condições estruturais acessíveis a toda a população.


“Para uma praça você vai, num parque você se perde. Uma praça, às vezes, é para você ver o que está em volta, um parque é para você ver o que está dentro dele” (LERNER, 2011).

O LAZER NOS PARQUES URBANOS

Jacobs (2014) afirma que os parques são espaços efêmeros com popularidades altas e impopularidade de acordo com sua designação e utilização. Sendo que os populares possuem diversidade aflorada tornando-se ponto de encontro para as pessoas. Já os impopulares tendem a tornar o ambiente inseguro e negativos. Ainda, afirma que para que os parques tenham sempre vida, é necessário povoa-los com um determinado grupo que sempre possui tempo e não tem responsabilidades domesticas, formado por pessoas que buscam o lazer.

A habitação, o trabalho, a circulação e o lazer são os quatro pontos chaves para a arquitetura, sendo que a temática do lazer está diretamente ligada aos demais, embora possua preponderância a habitação (CARTA DE ATENAS, 1933). O lazer atualmente, segundo Andrade (2010), está inserido dentro da modernidade da cidade e assume três papeis básicos, o do cotidiano, o do semanal e do anual, sendo que para cada uma dessas modalidades é necessário percorrer distâncias diferentes para se manifestar, bem como se deve ter um espaço apropriado para cada um deles. No âmbito de promover o lazer os espaços públicos estão inseridos para a população, que incentivam interações entre pessoas em si e entre pessoas e a cidade, propiciando comunidades mais saudáveis e felizes (HEEMANN e SANTIAGO, 2015). Segundo Andrade (2010) os parques dão a possibilidade de as pessoas terem acesso a um local que promove a restauração da força e da energia. Ainda, se caracteriza como a forma mais elevada de atividade humana, superior as demais, uma vez que no meio moderno, as pessoas relacionam ao parque o seu tempo livre do trabalho. 15


Como tornar os espaços urbanos bem-sucedidos Atualmente é primordial pensar em projetos urbanos que atendam as expectativas da cidade e que promovam a socialização das pessoas bem como a interação homem-

-cidade. Com base nesse conceito o Guia do espaço público por Heemann (2015) estabelece quatro fatores chave capazes de promover o desenvolvimento dos espaços públicos:

SOCIABILIDADE

USOS E ATIVIDADES

A “socialidade” deve ser promovida para que os espaços se tornem pontos de encontro, onde a interação não se restrinja apenas ao grupo de amigos mas também com terceiros, tendo assim sensação de pertencimento. O espaço deve ser convidativo a todas as faixas etárias de usuários, a fim de incentivar as apropriações. A gestão desses espaços deve envolver não só o poder público, mas também a população local. É importante o envolvimento da população através do cooperativismo e voluntarismo, a fim de preservar o bem comum (Santiago, Marchesano, 2016).

Através de atividades diversificadas, o uso do espaço e o aspecto funcional, torna as opções de lazer urbano como fator atrativo e convidativo, permitindo servir de chamarisco à população. Além disso, um espaço divertido com ampla população fomenta a economia local, agregando valor aos imóveis em seu entorno.

CONFORTO E IMAGEM

ACESSOS E CONEXÕES O espaço público deve ser de fácil visualização, assim como a entrada e saída conectadas às ruas ao seu entorno. Deve também estimular a diversidade dos meios de locomoção, permitindo conforto para o pedestre, o ciclista e a facilidade de acesso por meio do transporte público. Além disso, deve prever áreas de estacionamento para os usuários que chegam por meio de transportes particulares. Todos os aspectos são voltados para o bem-estar da população onde é possível avaliar os espaços a partir do lugar, sendo os campos em roxo o ponto de 16

O “conforto e imagem” dizem respeito ás percepções dos usuários quanto aos itens relacionados à segurança, limpeza, aspectos visuais e a disponibilidade de locais para o descanso. Os “usos e atividades” devem ser os pilares básicos do espaço, sendo motivo principal da atração das pessoas ao local. Esse espaço deve ser ativo e divertido, com propostas de atividades diversificadas. Além disso, deve ser especial e real, possibilitando maior vivacidade.

avaliação. No anel em azul estão os aspectos de qualidade do lugar e no amarelo os aspectos quantitativos, medidos a partir de estatísticas.

FONTE: HEMMANN 2015 ADAPTADO PELO AUTOR(2019)


Quando moramos em um lugar, fazemos dele nossa casa, ou quando fazemos um investimento permanente nele, dizemos que o habitamos. Um bom lugar é aquele no qual nos sentimos confortáveis, que nos cai bem... Os arquitetos paisagistas não projetam lugares meramente fotogênicos ou escultóricos, eles criam paisagens que foram projetadas para serem habitadas e muitas vezes os projetos resultantes são discretos (WATERMAN, 2010, p. 84).

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Elaboração de estudo através de índices urbanísticos dos equipamentos comunitários. Estudo através de levantamento e informações pertinentes sobre. Embora exista poucas referências para este tipo específico de projeto, a pesquisa foi focada em atender a população através de conceitos gerais utilizados por arquitetos urbanistas renomeados. Os autores selecionados seguem os mesmos conceitos e procuram abordar as melhores condições possíveis para que o ambiente seja atrativo, convidativo e que possua atividades para todos os públicos no decorrer do ano. Baseado em dados científicos, analises bibliográficas e visitas ao Parque de Exposições Egon Júlio Goelzer a proposta irá proceder conforme as seguintes etapas:

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Coleta de dados e informações relativas ao tema proposto de forma a criar embasamento teórico sobre o assunto, buscando uma solução para a problemática da pesquisa.

Análise morfológicas do espaço urbano com utilização de mapas mentais para estudos de casos embasados por Philippe Panerai, objetivando conhecer as potencialidades, condicionantes e deficiências que serviram para a construção da proposta.

3. ASPECTOS RELATIVOS AO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO 18

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Levantamento e análise física de dados in loco relativos ao parque, para compreender o entorno e as condicionantes do local e assim, seja possível desenvolver o programa de necessidades, organograma, estudo de manchas e as diretrizes iniciais para o projeto de requalificação.

Elaboração do projeto de requalificação através de softwares de arquitetura como Revit, Lumion, AutoCAD e etc.

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O espaço é projetado para oferecer as mais diversas atividades, quanto maior a gama de variedades melhor, pois possibilita maior envolvimento da comunidade. Ainda, atenta-se para que haja um equilíbrio entre o número de homens e mulheres, de diferentes idades que o usufruam. Por isso ele é projetado afim de que seja possível a sua utilização em diversos turnos, para que haja a presença de pessoas sozinhas ou em grupos. O espaço em questão é pensado afim de que ocorra a socialização dos indivíduos, através de um espaço de lazer cultura e exposições, uma vez que o sucesso do espaço depende do modo como a comunidade em geral o utiliza e do seu gerenciamento. Conforme Matos (2010) um espaço público é por sua natureza mais aberto e a primeira função que o distingue do espaço privado é a facilidade de acesso. O espaço público é de todos e de ninguém em particular, a princípio todos podem utilizar com os mesmos direitos.

CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO ALVO

No entanto, os bairros ou quarteirões limitam-se ao uso e atividades residentes locais, enquanto nível de cidade ou região dependendo de sua escala, podem existir espaços maiores ou menores, uma vez que não são usados somente pela população que ali reside, mas também terceiros, vindo de outros lugares para visitar ou conhecer os espaços de exposições, cultura e etc. Sendo assim, não há um público específico, faixa etária ou demanda mínima. Procura-se atender com qualidade o maior número de pessoas possível. 19


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4. ESTUDOS DE CASOS

Para obter embasamento teórico dos aspectos relativos à temática, realizou-se dois estudos de caso com questões que se assemelham a proposta de requalificação do parque urbano. Os estudos serão analisados conforme seu uso realizado no local, bem como a estética e conceitos urbanísticos. Dessa forma ambos estudos serão efetivados com o propósito de captar o contexto inserido, assim como o projeto urbano, as diretrizes, acessos, setorização, percursos, pontos nodais, organograma, limites, marcos, infraestrutura e legibilidade urbana.


PARQUE DO IBIRAPUERA Justificação da Escolha

FONTE: GOOGLE EARTH 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

FONTE: GOOGLE EARTH 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

Embora o Parque Ibirapuera não tenha nascido como um parque, este local 1 representa relevância a nível nacional em sentidos culturais, espaços de lazer e de exposições, talvez por se localizar no maior centro mercantil da América do sul. Há espaços verdes, abertos, fechados e áreas cobertas criando caminhos orgânicos. Assim sendo, sua função encaixa com o tema da pesquisa.

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Em 1926 na área muito alagadiça e cheia de córregos foram plantados eucaliptos australianos para drenagem, com o intuito de resolver um problema sanitário devido as áreas alagadiças e de difícil ocupação para fins que não fossem de pastagem. Em 1951 Oscar Niemeyer é contratado pela Prefeitura de São Paulo para realização do projeto com o objetivo de tornar o parque um marco para a capital, através de uma proposta com viés cultural e de carácter de lazer para a população. Além disso, era esperado uma proposta que abrigasse um conjunto de edifícios caracterizados artisticamente para celebração dos 400 anos da cidade. O parque está localizado no centro de São Paulo, na Avenida Pedro Álvares Cabral- Vila Mariana, São Paulo- SP, Brasil (KABASHIMA, ANDRADE, et al., 2011). O parque conta com espaços culturais como o Museu Afrobrasil, o Pavilhão das culturas brasileiras, o Auditório Niedermeyer, MAM (Museu da Arte Moderna de São Paulo) além do pavilhão da Bienal que pode ser utilizado com diversas combinações diferentes de acordo com o tipo e porte do evento desejado. Os responsáveis foram capazes de utilizar um formato orgânico nas áreas pisoteáveis, bem como uma marquise em formato orgânico, permitindo assim o fluxo das pessoas em diversos pontos verdes do parque de maneira que sirva de abrigo e ainda possa ser utilizado como ponto de encontro (KABASHIMA, ANDRADE, et al., 2011). 22

FONTE: GOOGLE EARTH 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

Projeto


Ficha técnica

Arquiteto: Oscar Niemeyer Eng. Agrônomo e paisagista: Otávio Augusto Teixeira Mendes Área: 158,4 hectares (1 milhão e 584 mil m²) Ano do projeto:1951 Conclusão: 1954 Localização: Av. Pedro Álvares Cabral- Vila Mariana, São Paulo- SP, Brasil

A forma orgânica, possibilita a integração com o ambiente e com o ser humano, criando aspectos de continuidade, simplicidade, plasticidade, integridade, gramática e natureza dos materiais. Permitindo assim, uma interação do homem-natureza capaz de tornar o próprio ambiente um organismo vivo.

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A OCA conta com mais de 10.000 m² de espaço expositivo, que já serviu de Museu da Aeronáutica de São Paulo e para o Museu do Folclore, atualmente é palco de grandes exposições culturais (PARQUE IBIRAPUERA CONSERVAÇÃO, 2018).

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FONTE: ARCHDAILY 2019 ADAPTADO PPELO AUTOR (2019)

FONTE: ARCHDAILY 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

LAGO DO IBIRAPUERA Dividindo a área cultural da área de contemplação o Lago Ibirapuera transmite a alma do parque. Sua existência melhora o conforto térmico nos dias de verão, uma vez que, as pistas de caminhada passam por suas águas (PARQUE IBIRAPUERA CONSERVAÇÃO, 2018).

OCA DO IBIR APUERA


“São as bordas características dos setores e marcam visualmente seu término” (PANERAI, 2014, p. 33) No caso do Parque Ibirapuera os limites são expressados basicamente pelas vias que delimitam todo o perímetro do parque.

A partir da alagadiça e posteriormente a proposta de Oscar Niemayer, o parque é composto por obras arquitetônicas que juntamente com o paisagismo proporcionam diferentes atividades para um público amplo, contemplando áreas históricas com monumentos, espaços culturais, de exposição e de lazer. Setor é uma porção do território urbano identificada como uma totalidade, podendo apresentar mais do que um limite nítido e englobar percursos e núcleos (PANERAI, 2014).

FONTE: AUTOR (2019)

Diretrizes projetuais:

FONTE: GOOGLE EARTH 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

Área delimitada do parque

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MARCOS E ACESSOS

PERCURSOS caminhos e percursos principaiss edificações principais

Os marcos são pontos de identificação bem como pontos de encontro. No Parque Ibirapuera a grande marquise é o marco principal, pois a partir dela é possível derivar diversos caminhos, assim como pontos de encontros. Os acessos são pontos de entradas no ambiente, sejam peatonais, por bicicletas, carros, transporte público e afins.

Acessos de veículos: 1,2, 3, 3A, 5,7

Acessos peatonais: 1,2,3,3A, 4,5,6,7, 7A,8, 9, 9A, 10

Acesso por bicicletas: 1,2,3,3A, 4,5,6,7, 7A,8, 9, 9A, 10

FONTE: PARQUE DO IBIRAPUERA ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

Marcos (landmarks): são, em geral, elementos construídos, edifícios excepcionais, monumentos ou parte de monumentos, dotados de uma forma particular que facilita sua identicação (PANERAI, 2014, p. 33).

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FONTE: PARQUE DO IBIRAPUERA ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

AUTOR(2019)

“O ‘percurso’ não é somente a sucessão de peripécias turísticas ... que dele fazem parte os espaços mais organizados e os mais banais, qualquer porção de rua ou um itinerário importante (PANERAI, 2014, p. 30).”


Pontos nodais: “Os pontos nodais são os focos estratégicos nos quais o observador pode entrar; são tipicamente, conexões de vias ou concentrações de alguma característica (LYNCH, 2011, p.80). Dessa forma, os pontos nodais são caracterizados pela união de vias que geram pontos estratégicos no qual os caminhos delimitam o espaço por onde se torna possível transitar.

FONTE: ARCHDAILY (2019)

O paisagista e engenheiro Otávio Augusto Teixeira Mendes utiliza em sua proposta um traçado de caminhos que se harmonizam com o conjunto de edificações, de maneira que possibilitasse perspectivas paisagísticas e arquitetônicas aos visitantes. O desenho dos percursos é sutil, delicado, sinuoso e com certa flexibilizações nas larguras, criando em determinados pontos (principalmente próximo as edificações) espaços amplos e abertos, inclusive áreas de convívio e de observação aos prédios e marquises. O traçado dos caminhos em formato orgânico permite uma interação entre as edificações de maneira que ambos possam ser sentidos, e uma ampla área aberta em gramado permite um espaço de lazer conforme observa-se na imagem:

Figura 2 Google Earth adaptado por Chaves (2019) FONTE: ARCHDAILY (2019)

Assim sendo, a praça apresenta-se de forma orgânica, onde os caminhos vão percorrendo os principais ambientes que ocorrem as atividades mais predominantes. No primeiro ponto nodal, no momento em que se tem acesso ao parque, a marquise já direciona estrategicamente para as áreas caminháveis, peatonais e ciclovias que contornam e levam para os diferentes espaços existentes. 27


ORGANOGRAMA

Através do organograma é possível visualizar os diferentes setores e atividades que são executadas no parque bem como seus acessos. Percebe-se que o espaço apresenta diversificados ambientes de lazer e cultura, para públicos variados, possibilizando a interação entre os usuários.

AUTOR (2019)

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LEGIBILIDADE URBANA

A legibilidade está relacionada a percepção visual, podendo ser aplicada a vegetação, mobiliário urbano, iluminação e etc. A maior legibilidade do parque é representada pelos caminhos, principalmente pela amplitude da marquise em concreto que possui aspecto modernista. Todas as obras de Oscar Niemeyer possuem a mesma linguagem, material este que pode ser visualizado nas edificações em todos os percursos do parque, inclusive em monumentos. A curva além de conceitual faz parte do parque e permite criar pontos chaves no projeto.

(PARQUE IBIRAPUERA CONSERVAÇÃO, 2018)


29 FONTE: ARCHDAILY 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)


ANÁLISE CRÍTICA A arborização inicialmente implantada para resolver um problema sanitário acaba se tornando o início de um dos maiores parques urbanos do Brasil. O espaço criado é atrativo para as mais diferentes faixas etárias devido a grande possibilidade de atividades, como espaço cultural, áreas de lazer, espaço para esportes e um amplo espaço aberto. Além do auxílio da função sanitária, o paisagismo do parque conta com caminhos em formatos orgânicos, esculturas e edifícios ligados com o ambiente em si, proporcionando um espaço aberto de lazer. Promove também espaços com práticas esportivas, além de permitir a ligação e interação do espaço com o homem. Embora as espécies arbóreas não estejam agrupadas em conjuntos que favoreçam de certo modo a harmonia e visualização paisagística, seus grupos proporcionam espaços atrativos de convívio. Além disso, poderiam ser implantados diferentes tipos de forrações, inclusive com a utilização de arbustos no decorrer dos percursos para que tornem-se mais convidativos. Os pontos com água, próximos as lagoas poderiam ser mais explorados, de maneira que fossem utilizados chafarizes, cascatas ou espelhos d’água, elementos vivos em um projeto. Um ponto positivo do paisagismo do parque é a fácil visualização dos edifícios, de maneira que nenhuma vegetação impeça o olhar integral para os elementos da obra, e ainda contribua agregando valor a arquitetura. Neste sentido, os zoneamentos são bem implementados e possibilitam uma diversificação de atividades, permitindo atrair diversos públicos. O parque do Ibirapuera é um dos maiores do Brasil, sendo referência em espaços diversificados. Apresenta diversos pontos positivos através de atividades que abrem um leque enorme para eventos sociais, culturais e de lazer. De outro modo, o funcionamento do parque se restringe em períodos determinados e em alguns momentos permanece fechado. Ainda, o auto índice de vandalismo acaba degradando o espaço. A manutenção se dá através do incentivo público que proporciona melhorias gradativas. O Parque é apresentado como referência para o projeto de parque urbano em Três Passos, uma vez que a proposta é a mesma, embora as escalas sejam diferentes.

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PARC DE LA VILLETTE Justificação da Escolha

Localização

Através do conceito este projeto apresenta uma legibilidade visual e uma identidade diferenciada, sendo muito fácil a visualização dos elementos construtivos 1 que configuram o parque. Através da ampla diversificação de atividades culturais e de áreas de lazer o ambiente tornou-se um ícone da arquitetura e do turismo, agregando valor cultural e econômico para a comunidade.

Área: 55 hectares Ano do projeto: 1983 Localização: 211 Avenue Jean Jaurès, 75019 Paris, França 1858: Centraliza o matadouro da região, 1867- início até 1974. 1979: Ideia de tornar um parque público 1982: Concurso, com 800 inscrições

FONTE: GOOGLE EARTH 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

Ficha técnica Arquiteto: Bernard Tschumi

Mapa do Parque 31


Limites

SISTEMA VIÁRIO, TRANSPORTES E ENTORNO

STREETMAP (2019) ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

STREETMAP (ADAPTADO POR PELO AUTOR 2019)

A sudoeste do Parque La Villette situam-se as estações ferroviárias, Gare de L’Est e Gare du Nord. O limite leste-norte do parque é delineado pelo Boulevard Macdonald, junto ao qual passam as linhas das ferrovias que demandam a região leste da França. A leste o Boulevard Sérurier separa o parque da Perimetral de Paris, que estabelece uma interrupção da malha urbana em relação aos arrabaldes (banlieues) por sua elevação e seus taludes. A divisa oeste é definida pelo Canal de Saint Denis e pela rua Adolphe Mille. Ao sul fica a Avenida Jean Jaurès. O tecido urbano, nas proximidades do parque, se caracteriza pelos grandes quarteirões originados pela forma do desenvolvimento urbano da região. 32

Diretrizes projetuais O grande desafio do projeto não era apenas criar uma área verde que acomodasse a Cidade das Ciências e da Indústria, a Cidade da Música e a Grande Halle, mas sim criar um novo modelo de parque para o século XXI. Palavras como “Pluralismo e Inovação”, nortearam a competição pela criação de um grande espaço verde que proporcionasse além das atividades culturais, educacionais, esportivas, mas também a miscigenação cultural de uma população com ideias do novo século (GUATELLI, 2017). O arquiteto Bernard Tschumi parte dos pontos, das linhas e superfícies para criar sua proposta conceitual. A camada dos pontos é a única que segue uma ordem, deriva um grid de 120 metros em que estes pontos são denominados folie, na


FONTE: LAVILLETTE 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

tradução literal significando loucura e delírio. Sem funções determinadas, estes espaços permitem a criação de funções diferenciadas, criando pontos de apoios, como café, estação salva vidas, ponto de informações e etc. Há uma diversidade de variações, embora siga um padrão inicial, todos os 26 pontos são construídos em aço ou concreto na cor vermelha, criando uma identidade uns aos outros de maneira que entende-se que sejam ligados fisicamente.

FONTE: LAVILLETTE 2019 ADAPTADO PELO AUTOR(2019)

A segunda camada são as linhas, estas criam os principais percursos em um encontro de formas perpendiculares e sinuosas. No maior percurso, o sinuoso, o caminho com suas curvaturas cria alusão a fita de um filme, passando por jardins temáticos diferenciados a cada instante. Nesta camada encontram-se os principais percursos peatonais, bem como as ciclovias. 33


SUPERFÍCIES E PONTOS

FONTE: LAVILLETTE 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

Na terceira e última camada, os jardins e áreas de lazer são destacados. Espaços para prática de esportes, lazer, descanso, festas, mercados e demais atividades são caracterizados pelas superfícies (GUATELLI, 2017). Todos os espaços são acessíveis a pé ou através do uso de bicicletas. É comum encontrar no parque grupos de pessoas e principalmente de estudando passeando no parque e realizando atividades (GUATELLI, 2017).

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SETORIZAÇÃO

CAMINHOS PEADONAIS

FONTE: STREET MAP 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

FONTE: STREET MAP 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

Acessos de veículos: 1,2,4,9,10,11,12,13,14,15 1,2,4,9,10,11,12,13,14,15

Acessos peatonais: 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10, 11,12,13,14,15

Como a grande parte do espaço do parque é aberto, exceto algumas edificalções culturais, a maior área é destinada para espaços dinâmicos e áreas verdes. A maior concentração de eficações encontra-se na parte sul do parque. Acesso por bicicletas: Na parte comercial é possível lanchar, tomar café, comprar presentes, as1,2,3,4,5,6,7,8,9,10, sistir filmes, jogar jogos e muito mais.

11,12,13,14,15

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FONTE: STREET MAP 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

MARCOS, PONTOS NODAIS E LEGIBILIDADE URBANA

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A Legibilidade urbana está relacionada a percepção visual, podendo estar relacionada com alguns pontos chaves, como a vegetação, o mobiliário urbano, a iluminação e outros. No caso do parque é fácil encontrar esta legibilidade que também está relacionada aos marcos. Os marcos são pontos chaves, pois são de fácil localização e identificam os setores existentes no projeto e fora dele. Em vermelho, contrastando com o verde do parque, os pontos folies, são capazes de representar tanto os marcos, quanto a legibilidade urbana por toda a extensão do parque.


ANÁLISE CRÍTICA No Parc de La Villette os pontos propiciam a sensação de estar no mesmo local, como uma identidade, no entanto a falta de determinação destes pode levar à ociosidade ou ainda, não ter a utilização adequada. Cada função demanda uma infraestrutura diferente e pode não ser atendida para determinada ocupação, neste sentido observa-se que a função poderia ser pensada de uma maneira mais específica ou ainda setorizada, permitindo diversificação sem comprometer um fluxo de atividades. Os pavilhões de ciência, cinema esférico, teatro, sala de conserto, espaço de lazer, esportes, com jardins temáticas, cidade da música, possibilitam diversas experiências a todos os públicos, com conteúdo e diversão à todos os gostos. As atrações culturais são destaques e fomentam o turismo, além de proporcionam a população local conhecimento intelectual. Através do estudo, percebe-se que a utilização de uma linguagem visual é capaz de criar identidade ao local, característica que pode ser implementada no Parque de Exposições de Três Passos. Além disso, o leque de diversidade funcional transmite a ideia para proporcionar a futura proposta, com diversos usos para distintos públicos.

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MAPA DA CIDADE

5. RELAÇÕES ENTRE PROGRAMA, SÍTIO E TECIDO URBANO 38


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A escolha do local é condicionado ao espaço que o parque ocupa atualmente, sua localização possui um espaço privilegiado, próximo ao centro da cidade e ao mesmo tempo pouco explorada, podendo oferecer funções e atrações diversificadas a comunidade, uma vez que quando não há eventos como as feiras, o ambiente é subutilizado. Já para fins de lazer importante mencionar que possui um amplo espaço com vegetação, outra vantagem é a próximidade aos bairros, A infraestrutura é precária e a proposta para a requalificação consiste em aprimorar o espaço existente, além de diversificar atividades para todos os públicos de maneira que se torne convidativo e atrativo durante todo o período.

PLANTA ESQUEMÁTICA DO PARQUE

O Parque de Exposições Egon Júlio Goelzer fica localizado em Três Passos, RS, Bairro Ildo Meneghetti. Possui uma área de 93.490,20m² ou seja, 9,34 hectares. Através das análises a seguir, busca-se compreender o espaço com o viés de proporcionar a requalificação do espaço, de maneira que possa enfatizar o lazer, a cultura e manter um bom espaço para as feiras, eventos e exposições.

FONTE: GOOGLE EARTH 2019 ADAPTADO PELO AUTOR(2019)

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CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE ESTUDO A área de estudo possui grande amplitude topográfica. A porção localizada na Avenida Costa e Silva até a Rua Prudente de Morais possui uma diferença de 14 metros, que inicia no Bairro Ildo Meneghetti e se estende até o Bairro Érico Veríssimo. Sua extensão em sentido longitudinal é de 507,47 metros por 361,33 metros totalizando uma área de quase 10 hectares. A morfologia do terreno mostra-se uma condicionante e um tanto desafiadora para que haja a integração de todos os espaços já existentes com a acessibilidade. As presenças das duas áreas verdes são expressivas, mostrando a necessidade de preservar e incentivar os espaços verdes e de qualidade para a comunidade.

FONTE: AUTOR(2019)

No espaço estão distribuídas algumas edificações:

O Pavilhão A é o principal galpão de exposições do parque, possui a maior área construída com 2.207,32 m², com banheiros masculinos e femininos, copa e depósitos. No entanto, este não possui acessibilidade devido as escadas internas. Em anexo ao pavilhão A, há um espaço utilizado para exposição em piso de brita, durante o ano o mesmo não é utilizado para nenhuma outra função. O Pavilhão B é utilizado como Sede do Lions Club Tucumã, sendo locado muitas vezes para festas e eventos, sua área é de 607,20 m² possui copa, banheiro, mezanino e hall de entrada. Este espaço foi executado em estruturas pré-moldadas com fechamento em tijolos de concreto a vista. Há apenas dois apoios com Sanitários, um deles encontra-se próximo ao parque infantil com área de 27,04 m² em uma estrutura nova e outro mais antigo em anexo ao espaço da Rádio que conta com 126,36 m², este espaço é especifico para informações durante as feiras. 41


A Pirâmide (pavilhão C) é destinada exclusivamente à exposições durante as feiras, não recebe nenhum uso diverso a este. Com área de 479,61 m² possui radier e uma cobertura piramidal responsável por sua forma. Em anexo a pirâmide, há uma área em alvenaria convencional de 832,27 m², com instalações básicas para os animais bovinos e equinos durante a feira.

Próximo aos pavilhões A e a Pirâmide o Pavilhão D foi construído em tijolos a vista com área de 376,99 m², tem seu destino à exposição de pequenos animais durante a feira, permanecendo fechado quando não há eventos. Sua estrutura é básica, apresentando alguns pontos de energia, ventilação e iluminação natural.

O Espaço de alimentação com área de 1.424,10 m² é destinado à refeição dos visitantes em época de feira, no entanto este espaço não supre a demanda uma vez que, há poucas mesas e assentos. Ainda, neste espaço o Palco B é instalado, promovendo shows e atividades, quando não há eventos neste espaço é possível observar a existência de quadras pintadas sobre o concreto liso. Mesmo assim, este ambiente não é utilizado devido a falta de infraestrutura mínima para prática de esportes.

O Pavilhão E com área de 299,40 m² em alvenaria convencional é utilizado principalmente nas feiras e serve muitas vezes de depósito para a prefeitura municipal. Este espaço conta com sanitários masculinos e femininas e copa. O CTG é o maior espaço cultural do parque com 1.911,93 m². Sede do Centro de Tradições Gaúchas Mis42


sioneiro dos Pampas, este por sua vez é utilizado durante todo o ano, principalmente nos meses comemorativos a cultura gaúcha. Em anexo ao galpão a instalação de equitação possui uma área de 3.263,06 m², no local e ocorrem poucos eventos, raros os rodeios anuais e eventos promovidos pelo CTG. O Parque conta ainda, com um parque infantil de 187,13 m² próximo ao Bosque que possui um pequeno percurso. Em 12.967,24 m² encontram-se árvores e um pequeno percurso em pavimentação asfáltica. Não apresenta espaços de estar ou lazer para a comunidade, funcionando somente como um espaço verde. O pavilhão da Etnia alemã demostra uma arquitetura típica e é um dos espaços mais chamativos do parque, com uma área de 791,89 m² conta com espaço dançante, cozinha industrial e sanitários. Este espaço é utilizado durante todo o ano, tanto em locações para eventos quanto pela sociedade cultural alemã.

Em 9.745,26 m² encontra-se a área de shows, local do palco principal nas feiras e é utilizado exclusivamente para este fim, pois no decorrer do ano não recebe nenhum evento ou apresentação. Quando há sanitários neste local, são químicos e com pouca infraestrutura.

O pavilhão da Etnia Italiana, possui uma estrutura menor com área de 532,82m², conta com uma cozinha defasada e sanitários. A parte externa não possui manutenção e o pavilhão necessita de uma reforma, principalmente na parte externa. Mesmo assim, recebe eventos e é local de encontros culturais. 43


Levantamento Fotogrรกfico:

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Área de estudo

O terreno do parque está inserido na Zona de uso Misto, indicando tanto o uso residencial quanto comercial, uma vez que se encontra no Bairro Ildo Meneghetti e próximo ao centro da cidade. O uso específico está no mapa nº 01 da Lei Complementar nº 10, de 03 de outubro de 2006 que institui o plano diretor de desenvolvimento integrado de Três Passos.

Mapa de Zoneamento:

FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS PASSOS ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

Para o estudo, foi estipulado um determinado raio em torno do lote que serão utilizados para levantamento dos estudos de ocupação, gabaritos, entre outros.

FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS PASSOS ADAPTADO PELO AUTOR(2019)

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FONTE: GOOGLE EARTH 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

ACESSOS

Os acessos aos galpões se dá pelo eixo central em pavimentação asfáltica, o percurso segue linhas retas direcionadas aos pavilhões com poucas lixeiras e mobiliários urbanos para estar e descanso.

Existem 8 acessos possíveis ao parque, sendo 4 deles principais mais facilitados aos vitantes e expositores e 4 que durante o perído das feiras permanecem exclusivos aos expositores e para a comissão organizadora. Estes acessos não possuem infraestrutura e acessibilidade para utilização da comunidade. O principal acesso está localizado na Avenida Costa e Silva e possui um portico como ponto de referência. Os acessos segundários se dão pela Rua Campos Sales e pela Avenida Repuclica, sendo que as pessoas do Bairro Érico Veríssimo o utilizam de forma peatonal como atalho para a Avenida Costa e Silva. 47


FONTE: GOOGLE EARTH 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

Condicionantes Físicas

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O clima predominante na região noroeste é sub-tropical, com terperaturas entre 18 a 19 ºC, conforme (PMTP, 1994). O sol nasce no sentido leste, de maneira que no período da manhã há poucos locais com sombra, existindo somente a sombra das projeções do pavilhão A, da Pirâmide, dos Centros Culturais e da área verde encostada na Quadra nº 132. Já na parte da tarde, o bosque localizado ao Oeste sombria certa parte do parque, principalmente o parque infantil. Os ventos são oriundos predominantemente do sentido Noroeste.


Infraestrutura e Pavimentação Com excessão da Rua Hugo Kanitz, todas as vias em torno do Parque são asfálticas. Há boa iluminação, sendo que além dos postes na figura ainda não postes no canteiro central. No entanto, são disponibilizadas poucas lixeiras nesta região. Há uma faixa de pedestres que dá acesso ao portão principal do espaço, facilitando o caminho peatonal. Isso devido a feira que ocorreu recentemente (30/04/2019) pois nos demais períodos do ano o local recebe pouca manutenção e as faixas acabam se desgastando e não recebem a repintura.

FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS PASSOS ADAPTADO PELO AUTOR(2019)

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TOPOGRAFIA

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O município de Três Passos não apresenta mapa planimétrico da sua extensão, assim, para que seja possível realizar o levantamento das curvas de nível foi realizado um levantamento in loco e utilizado as informações do Google Earth. O relevo apresenta-se pouco acentuado se considerado sua área, apenas um declive no sentido Norte Sul e alguns pontos com maiores desníveis, uma vez que boa parte da área do parque apresentou alterações para a construção das edificações existentes.


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CORTES

A

B 52


A partir das curvas de nĂ­veis, as imagens mostram um corte longitudinal e outro transversal dos pontos mais altos e mais baixos da ĂĄrea estudada. 53


Vegetação Urbana

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FONTE: AUTOR (2019)

FONTE: GOOGLE EARTH 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

É perceptível a grande área verde ocupada pelo parque, além da Área de Preservação Permanente entre o Bairro Webers e o Centro e as margens da BR-468 na área non aedificant. Ao lado, algumas imagens da vegetação existente no parque,


Fundo Figura O mapa indica o desenvolvimento e ocupação do solo na área estudada, assim, percebe-se que em torno da avenida as áreas são mais ocupadas, e conforme ocorre o afastamento desta os vazios vão aumentando. O maior vazio encontra-se na área do parque e as margens da BR-468.

FONTE: AUTOR (2019)

FONTE: GOOGLE EARTH ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

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FONTE: GOOGLE EARTH 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

Sistema viário

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Há predominância de vias locais inseridas nos bairros que levam o fluxo para duas principais avenidas, uma delas que dá acesso ao parque e outra que além de oferecer acesso à via arterial (BR- 468) leva a uma das principais escolas estaduais do município. Ainda, a via arterial é muito utilizada por caminhoneiros que transportam cargas para a maior indústria da cidade a JBS. As vias proporcionam bom fluxo à circulação de veículos, raras exceções em que o trânsito apresenta dificuldades em dias de chuvas e horários de picos.


Transporte Público O transporte público é pouco utilizado no município, embora haja uma única linha de ônibus a mesma supre as necessidades dos munícipes, uma vez que percorre toda a região urbana em um trajeto que abrange todos os bairros da cidade e as Avenidas Ijuí, Júlio de Castilhos, Costa e Silva e se finda no Bairro Padre Gonzales.

FONTE: GOOGLE EARTH 2019 ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

w

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Mapa Uso e Ocupação:

FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS PASSOS ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

Através do mapa de Zoneamento e do levantamento de Uso e Ocupação de solo, verificou-se que o mesmo não segue restritamente o zoneamento proposto pelo Plano Diretor, uma vez que boa parte da zona mista ainda possui uma grande quantidade de edificações exclusivamente residenciais. No entanto, percebe-se ainda que o uso comercial é predominante na Avenida Costa e Silva, a qual dá acesso ao parque.

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Qualidade Construtiva

Como a área de estudo está localizada próximo a área central, há forte influência de comércio e residências, apresentando um padrão construtivo predominantemente médio/alto.

FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS PASSOS ADAPTADO PELO AUTOR(2019)

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Gabaritos de Altura Através do levantamento verificou-se que a predominância é de edificações de 1 pavimento, visto o uso residencial. Seguindo de 2 pavimentos, onde na maioria das vezes deriva da topografia ou então do comércio no primeiro pavimento e apartamento no segundo. Ainda, há poucas edificações com 3 ou 4 pavimentos, sendo que todas possuem histórico de construção rescente, quando a taxa de ocupação da região começou a ser mais explorada.

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FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS PASSOS ADAPTADO PELO AUTOR (2019)


Por meio da análise da disposição dos equipamentos urbanos expõem-se uma relação entre oferta dos serviços e os moradores, principalmente na avenida, o que ocasiona à área de acesso ao parque bastante movimento durante a semana, diferentemente dos finais de semanas pois os comércios ao seu redor permanecem fechados.

FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS PASSOS ADAPTADO PELO AUTOR (2019)

Equipamentos e Serviços

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Condicionantes legais

6. DIRETRIZES PROJETUAIS 62

A Lei nº 3.210 de 1995 institui o Código de Obras do Município de Três Passos, RS. O Capitulo IV aborda a iluminação e a ventilação, assim o artigo 81 estabelece que o total da área dos vãos para o exterior precisa obedecer a fração de 1/7 para compartimentos principais, 1/8 para cozinhas e lavanderias, 1/7 para salas, escritórios, hotéis, hospitais, clinicas, edifícios administrativos, locais para refeições, etc., e 1/12 para lojas, pavilhões, galerias e centros comerciais, auditórios e outros locais de reunião de público. Acerca dos pés-direitos, o artigo 90 fixa a altura mínima de 2,60m para escritórios e salas individuais para prestação de serviços, altura mínima de 3,00m em compartimentos até 100,00m² de área, 3,30m² em compartimentos com área maior a 100,00m² e que não ultrapassam 300,00m², e 3,50m² em compartimentos com área superior a 300,00m². Conforme o artigo 94 os corredores, escadas e rampas das edificações devem obedecer a seguinte classificação quanto aos serviços de saúde e institucionais: 1 pessoa/9,00m² de área bruta. O Capitulo VIII, artigo 108 retrata quanto as áreas de estacionamento de veículos, assim no artigo 109 observa que a área mínima por vaga é delimitada em 11m², com largura mínima de 2,30m. A classificação das edificações constante no Titulo IX, classifica as edificações conforme o uso a que se destinam conforme o artigo 136, neste sentido insta salientar o inciso V, que versa sobre as edificações institucionais. Estas são destinadas às atividades de educação, cultura, saúde, assistência sócia, religião, recreação, lazer e administração pública. Quanto as áreas verdes de lazer e recreação, o artigo 13 define as exigências a que se submetem, em atenção ao presente trabalho importante mencionar que conforme o inciso III, nas áreas maiores de 5 mil metros quadrados deve possuir taxa máxima de


ocupação de 40%, taxa mínima de 40% de ocupação, taxa de permeabilidade de no mínimo 40% e índice de áreas verdes de no mínimo 0,4. As áreas de circulação de pedestres são redigidas pelo artigo 41 e seguintes. Para tanto é obrigatória à construção e pavimentação dos passeios em todas as vias urbanas pavimentadas obedecendo a declividade transversal mínima de 2% e máxima de 4%, conforme o artigo 41. A Lei Complementar nº 10 de 03 de outubro de 2006, institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Três Passos e dá outras providências. O artigo 5 define os principais objetivos do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Três Passos, dentre eles destacam os constantes nos incisos VI e IX, os quais retratam sobre o objetivo de preservar, proteger e conservar o patrimônio histórico; cultural, paisagístico e os recursos naturais e estimular o desenvolvimento econômico, cultural, sócia e urbano do Município. O artigo 10 aborda as Áreas Especiais as quais são instituídas no território urbano definidos através da Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano, observadas as legislações superiores e as normas/requisitos especiais de proteção ao equilíbrio dos ecossistemas e recursos hídricos, afim de promover condições de segurança tanto a população como ao patrimônio histórico-cultural e arqueológico. Ademais, o artigo 11 da LC aborda as demarcações de Áreas Especiais, neste caso o poder público deve regular o uso e a ocupação do solo, observando o constante nesta Lei e na Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano, devendo designar os limites da área e a sua demarcação física, os entornos de proteção e ambientação, os principais aspectos e características do locas, as normas gerais de ocupação do local e implantação de edificações, que serão harmonizadas com as características da área. O próprio artigo 11 delimita o prazo máximo de um ano do início da vigência da LC para que o Poder Executivo declare as áreas e edificações referidas e implemente programas de manutenção e recuperação nos termos desta lei. Posterior a demarcação de uma

Área Especial, é proibido a utilizar em desacordo com a finalidade principal. Insta observar o parágrafo único do artigo 12 que frisa que, para a realização de vida urbana provida de dignidade, deve ser consideradas como condições básicas de infraestrutura o provimento de equipamentos urbanos e comunitários e o atendimento de serviços essenciais. Os equipamentos comunitários conforme o artigo 14, são aqueles públicos ou privados destinados à prestação de serviços de educação, cultura, recreação, esporte e lazer, entre outros. O artigo 16, por sua vez, define o que são as áreas verdes de lazer e recreação, para tanto, são todos os espaços livres de uso público resultantes do parcelamento do solo, exceto as áreas destinadas para o sistema de circulação conforme a Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano. Conforme descreve o mapa número 02 (que não está anexo na lei, mas em consulta ao Setor de Obras da prefeitura foi disponibilizado um arquivo) o território do município de Três Passos subdivide-se em Zona Rural e Urbana, assim como prevê o artigo 63 da LC. O artigo 72 prevê que as Áreas Especiais encontram-se na Zona Urbana e são regidas por legislação superior e por normas ou requisitos especiais de proteção ao equilíbrio dos ecossistemas e aos recursos hídricos, às condições de segurança da população e ao Patrimônio Histórico e Cultural. Para tanto o artigo 73 aborda a subdivisão das áreas especiais, cabe ressaltar as áreas de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural e as áreas de Interesse Turístico, de Esporte e Lazer. As Áreas Mencionadas, conforme o parágrafo primeiro, estão indicadas no Mapa Anexo IV, exceto se a escala não permitir ou as condições de mapeamentos não forem satisfatórias. Como o mapa também não estava incluso na lei em questão, em consulta a Câmara Municipal de Vereados, foi possível fazer um registro fotográfico do anexo em questão: 63


FONTE: CAMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE TRÊS PASSOS(2019)

Á área estudada se encontra dentro do quadro de Institucional Comunitário por se tratar de uma área pública. Conforme análise segundo o Anexo IV, somente não poderão ser realizadas atividades de Subsistência, indústria, comércio e habitação. A taxa de ocupação para a área é de 75 %, sendo que a taxa mínima de Permeabilidade é de 20 %. Não há índices de áreas verdes e nem de número máximo de pavimentos. O artigo 99 retrata sobre as Áreas de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural, assim define que são as porções do território destinadas a resguardar e conservar edificações ou conjunto ou referenciam a identidade e a memória dos habitantes do município. As Áreas Institucionais – Comunitárias, as quais são destinadas às edificações e às instalações de administração e de segurança, de saúde, de educação, de atendimento à infância, ao adolescente e ao idoso, de cultura, de pesquisa, de esporte, recreação e lazer, 64

de centros comunitários e de abastecimento de uso público administradas pelo poder público ou com ele conveniadas, conforme artigo 107 da LC. Ainda, o parágrafo único do presente artigo fixa que o regime urbanístico é compatibilizado obrigatoriamente com aquele da área que se incluem, observadas também as disposições do Código de Obras e do Código de Meio Ambiente e de Posturas de Três Passos, além das normas técnicas pertinentes. Conforme o artigo 108, as Áreas Institucionais – comunitárias consistem em áreas e desses de órgãos públicos e de entidades comunitárias e inclusive de áreas verdes de lazer e recreação. O artigo 110 da presente alega que nas áreas verdes de lazer e recreação somente podem ser instaladas quadras de esporte, campos de futebol, playgrounds, sanitários, vestiários, quiosque e dependências necessárias para a sua conservação. Em seu parágrafo único traz que as edificações destinadas a quiosques possuem atividades comerciais para a venda de jornais, revistas, livros e correlatos, lanches e refeições, exclusivamente. Há ainda as chamadas Áreas Mistas, na qual área estudada também está inserida, para tanto o artigo 115 as define como aquelas destinadas a múltiplos usos, como o residencial e atividade econômica, para coexistirem precisar estar adequadas à capacidade instaladas/projetadas de infraestrutura, sem que haja prejuízos da utilização compatível com a qualidade ambiente, com a segurança e a saúde da coletividade. S obre a taxa de ocupação, o artigo 128 informa que não são computadas no cálculo da Taxa de Ocupação as projeções horizontais das áreas de piscina, playground, jardim e outros equipamentos de lazer recreação ao ar livre que encontram-se no nível natural do terreno, desde que sejam de uso comum. Bem como, a área de estacionamento e vias internas ao terreno. Quanto ao Sistema Viário o artigo 151 determina que as caixas de via obedecem no mínimo 20 metros nas Vias Principais e 14 metros nas Vias Secundárias.


PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO EXISTENTE

FUNÇÃO

ESPECIFICAÇÕES

ÁREA (m²)

PAVILHÃO A

EXPOSIÇÃO

BWC’S, COPA, BILHETERIA, DEPÓSITOS

2.207,32

PAVILHÃO A (ANEXO)

EXPOSIÇÃO

COBERTURA COM PISO DE CONCRETO

246,00

PAVILHÃO B

LIONS/ EXPOSIÇÃO

COPA, BWC, MEZANINO, ENTRADA

607,20

PAVILHÃO C (PIRÂMIDE)

EXPOSIÇÃO

INSTALAÇÕES HIDRAULICAS E ELETRICAS

479,61

PAVILHÃO C (PIRÂMIDE) ANEXO

EXPOSIÇÃO

INSTALAÇÕES HIDRAULICAS E ELETRICAS

832,27

PAVILHÃO D

EXPOSIÇÃO

COPA, BWC

299,40

PAVILHÃO E

EXPOSIÇÃO

COPA, BWC

376,99

PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO

APOIO

ESPAÇO ABERTO COM COPAS

1.424,10

CENTRO DE EVENTOS CTG

CULTURAL

COPA, BWC, PALCO, PISTA DE DANÇA

1.911,93

ETINIA ALEMÃ

CULTURAL

COZINHA INDUSTRIAL, BWC

791,89

ETINIA ITALIANA

CULTURAL

COZINHA INDUSTRIAL, BWC

532,82

BWC 01/ RADIO

APOIO

SANITÁRIO MASCULINOS E FEMININO

126,36

BWC 02

APOIO

SANITÁRIO MASCULINOS E FEMININO

27,04

PARQUE INFANTIL

ESPORTE/LAZER

BRINQUEDOS DIVERSOS

187,13

INSTALAÇÕES DE EQUITAÇÃO

ESPORTE/LAZER

ESPAÇO PARA EQUINOS

3.263,06

ÁREA DE SHOWS

CULTURAL

PALCO E BWC QUÍMICOS

9.745,26

BOSQUE

ESPAÇO BUCÓLICO

VEGETAÇÃO EXISTENTE COM CAMINHOS

12.967,24

TOTAL

36.025,62 65


PROPOSTO

ESPECIFICAÇÕES

ÁREA (m²)

GUARITA SECRETARIA SALA ADMINISTRATIVA SANITÁRIOS DML

Espaço de abrigo para vigias Espaço para atendimento Setor administrativo do parque Um masculino e um feminino com bacia sanitária e cuba Espaço para guarda de materiais

10,00 15,00 20,00 5,00 10,00

BANCA DE INFORMAÇÕES BILHETERIA ESTACIONAMENTO VEICULOS BICICLETÁRIO ESTACIONAMENTO ONIBUS ÁREA DE ALIMENTAÇÃO DML QUIOSQUES COM CHURRASQUEIRAS ARQUIBANCADAS SANITÁRIOS

Espaço para oferecer informações Espaço para compra de ingressos Espaço por veículo Espaço por bicicleta Espaço por ônibus Espaço para foodtrucks/quiosques Espaço para guarda de materiais Espaço com churrasqueiras, mesas e copa Espaço para sentar, sendo 2 espectadores por m² 6 distribuídos, sendo 3 masculinos e 3 femininos uma bacia e uma cuba por bwc

20,00 10,00 11,50 1,32 34,25 LIVRE 20,00 15,00 125,00 12,50

QUADRAS POLIESPORTIVAS QUADRA DE BOCHA ACADEMIA AO AR LIVRE PISTA DE SKATE/ BMX CACHORRODRÓMO CICLOVIA PLAYGROUND BOSQUE - TRILHAS JOGOS DE MESA QUADRA VOLEI AREIA TRILHAS

Duas para atividades físicas, espaço para cada Duas para atividades físicas, espaço para cada Uma para atividades físicas, espaço para 12 pessoas Uma para atividades físicas Uma para atividades recreativas Atividades físicas/ passeio extensão livre, medidas para um sentido Ambiente lúdico para crianças com brinquedos interativos Ambiente de passeio/ estar livre Atividades mentais Uma para atividades físicas extensão livre

968 72,00 40,00 200,00 LIVRE LIVRE 40,00 LIVRE 108,00 LIVRE

ESPAÇO PARA MUSEU

LIVRE

MARCOS HISTÓRICOS OFICINAS CONCHA ACUSTICA

Espaço cultural expositivo com espaço para biblioteca, pé-direito mínimo de 3 metros, área de acordo com a quantidade de exposições Ponto cultural e informativo Requalificação arquitetônica pavilho E Espaço para apresentações e ensaios, espao para o palco

LIVRE 376,99 200,00

EVENTOS

EXPOSIÇÃO ÁREA ABERTA PARA SHOWS

Requalificação dos pavilhões A, B, C e D Requalificação do espaço destinado a shows

4671,8 9.745,26

CONTEMPLAÇÃO

MIRANTE ÁREAS DE ESTAR

Espaço de observação Mobiliário com espaços para leitura, descanço, estar e etc

LIVRE

SETOR ADM

APOIO

ESPORTE E LAZER

HISTÓRICO/CULTURAL

ÁREA TOTAL DO PARQUE 66

93.369.815,87


ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA

67


7. PALAVRAS DO AUTOR... 68

O processo de desenvolvimento desse trabalho permitiu uma compreensão mais ampla a respeito do planejamento urbano e sua importância para as cidades e a sociedade. Pois os espaços públicos são influenciadores e as suas áreas são capazes de criar vínculos entre comunidades distintas e capazes de formar uma identidade local estimulando a convivência entre as pessoas e seu uso diverso. A requalificação de um espaço que traduz tanto a cultura quanto a identidade de um povo é uma forma de valorizar a cidade e as pessoas que fazem parte dessa história. Foi observado que essa identidade se encontra dormente e seu potencial não é aproveitado, por se tratar de uma área que não recebe atenção cotidiana acaba passando despercebida durante o dia a dia e é lembrada somente em épocas de eventos regionais. Buscou-se aprender mais sobre os parques urbanos e seus espaços através dos estudos de casos e conceitos essenciais e fundamentais para áreas inconstitucionais. As pesquisas somando com a análise da área permitiu identificar as potencialidades do amplo espaço e a viabilidade de uma maior diversificação de atividades. Tendo em vista estes aspectos a proposta surge através da requalificação do local, de maneira que seja possível aprimorar os pavilhões existentes bem como criar novos espaços. Esta proposta visa trazer a diversidade de usos, através de locais que possam ocorrer atividades e eventos culturais mantendo seu uso para exposição e que seja possível áreas mais apropriadas para o lazer e recreação. Sendo assim, a idealização do parque pretende “acordar” o espaço na cidade e estimular diversos usos, além de promover a FEICAP e gerar integração social através das atividades em outras áreas, como a cultura, lazer e o esporte.


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69


70


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