TFG - Habitação de Interesse Social Central

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HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL CENTRAL

Da vulnerabilidade social às condições mínimas de desenvolvimento humano

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL CENTRAL

ORIENTADORA: Ana Lucia Correa Velásquez

DISCENTE: GABRIEL AUGUSTO BARROS RioBranco,Acre,2022

CAPÍTULO I CAPÍTULO II CAPÍTULO III CAPÍTULO IV CAPÍTULO V CAPÍTULO VI justificativa referências projetuais estudo de entorno do terreno conceituação tecnicidades pag. 15 pag. 07 pag. 31 pag. 49 pag. 69 pag. 87

A T E N Ç Ã O

Para melhor visualização do presente trabalho como peça gráfica completa, a qual o trabalho se propõe, ACESSE ESSE LINK

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, que em sua infinita bondade me permitiu encontrar minha paixão e motivação nesta vida além de me dar forças para prosseguir e triunfar nela. Agradeço aos meus pais, Célia da Cruz e Clóves Augusto, pelo apoio financeiro e emocional, imprescindível para a minha permanência e manutenção neste curso, além do exemplo de persistência e fidelidade aos valores pessoais. Gratidão à minha noiva, Lorenna Camila, também formanda do curso, pelo seu afago, companheirismo e pela manifestação diária do seu amor e bondade. Para além de meus sogros, Lucinéia Rocha e Benigno Júnior, que se tornaram meus pais adotivos no meio da caminhada.

Agradeço à minha orientadora Prof. Ana Lucia Velásquez, por sua paciência e confiança em meus esboços iniciais. Agradeço ao meu chefe, mentor e amigo, Hebert Costa, pelo seu exemplo de fidelidade à sua arquitetura. Agradeço aos meus amigos Luiz Gustavo, Carina Rodrigues, Katrielly Souza, Natália Gabriela e Beatriz Vale, pelo inefável suporte em todos os dias desta jornada.

Por fim, agradeço ao meu falecido avô, Salvador de Moura Barros, de quem pego emprestada a ótica e observo toda a vida através de suas lentes.

"Então a casa distende-se na intensa inteligência de estarmos a ver as coisas amarem-se a si mesmas. Ou com a forma a difundir seu espaço

" (Fernando
Echevarría)
Fotografia: Miguel Castelo

CAPÍTULO I JUSTIFICATIVA

d a d e m a n d a s o c i a l

Dentro da demanda social vigente, é possível observar duas perspectivas de análise diferentes dentro da mesma problemática. A primeira trata da ótica teórica, da análise fundamental, do morar, da dignidade, da necessidade de habitação para o desenvolvimento humano básico. Já a segunda trata da análise matemática, numérica, do déficit habitacional e das projeções de futuro possíveis para o retratamento do tema.

A problemática habitacional é uma grave questão urbana que interfere diretamente nos fatores sociais e econômicos, principalmente para a população de menor renda, fato que foi evidenciado pela selvagem explosão de demanda de habitação com os processos de urbanização da segunda metade do século XX. Nem mercado nem Estado foram capazes de suprir tal demanda. (BALBIM e KRAUSE, p. 190, 2014)

É importante ressaltar que a ilegalidade é sequela da segregação social, portanto, não deve ser interpretada como imoralidade populacional, nem como ímpeto ou desejo popular de moradia irregular. Ao contrário, a condição de legalidade da posse repercute e permeia sobre todas as outras relações sociais.

A desigualdade social é, ao mesmo tempo, subproduto e força motriz da segregação urbana. Às dificuldades logísticas de acesso aos serviços básicos, ocasionada pela segregação, somam se à vulnerabilidade habitacional, sujeição a intempéries, menos oportunidades profissionalizantes e de emprego formal, maior exposição à violência, dificuldade de acesso à justiça, formando um ciclo vicioso no qual o integrante desprovido de capital é sempre desfavorecido. (MARICATO, 2003)

No Brasil, existem hoje cerca de 5.876.699 de casos de déficit habitacional. Este número, proporcional, é agravado pelo fato de que pouco mais de 40% de sua composição total é composta por pessoas com renda de até 1 salário-mínimo. Não obstante, é possível observar que este número disparou de forma vertiginosa no período entre 2016 e 2019, com um aumento total no déficit habitacional de mais de 25%. (CBIC, 2019).

J U S T I F I C A T I V A
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Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontam que, na região Norte, mais de 50% dos casos de habitação precária, coabitação ou habitação onerosa partem de famílias cuja renda é menor que 1 salário-mínimo. Em análise mais minuciosa, é possível destacar no Acre 7.612 habitações precárias (rústicas ou improvisadas), 9.000 coabitações e 6.673 habitações onerosas por aluguel, totalizando um déficit habitacional de 23.285 habitações (CBIC, 2021).

PARTICIPAÇÃO DAS FAIXAS DE RENDA NOS COMPONENTES DO DÉFICIT HABITACIONAL DO BRASIL

Até1saláriomínimo 2saláriosmínimos 3saláriosmínimos Maisde3salários

Fonte: Fundação João Pinheiro, 2018

Elaboração: Gabriel Augusto

Observa se, portanto, que a demanda habitacional e a ineficácia na aplicação de instrumentos para sanar a inflação dela, são princípios que tem moldado o direcionamento expansivo das cidades, ou seja, o traço constante da urbanização brasileira é marcado mais pela falta de organização do que sua presença, na exponencial busca por moradia que permita condições de trabalho, criação de componentes sociais, redes de confiança e afins. Isso implica que a cidade comum brasileira e sua formação é moldada de acordo com a disponibilidade de moradia e as possibilidades de implantação existentes dentro dela. Desta forma, caberia ao poder público, instigado por lei, garantir acesso à moradia de qualidade para a população de baixa renda.

Precários Coabitação Aluguelexcessivo Déficit 75 50 25 0
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Fotografia: banco de fotos do Canva

d a g a r a n t i a l e g i s l a t i v a Mais que um problema urbanístico que escancara as mazelas sociais advindas das divisões políticoeconômicas, o desejo de moradia digna é intrínseco à subsistência humana e garantia por lei. (BRASIL, 1988)

É possível separar três momentos distintos da produção social da moradia no país: o primeiro ocorre de 1964 a 1986, com o fim do populismo da Era Vargas dando lugar ao Estado central e tecnocrata; de 1986 a 2003, com o período de abandono estatal da questão habitacional dada a forte crise econômica e baixa de investimentos externos; e por fim o terceiro momento, que configura em 2003 a criação do Ministério das Cidades e a retomada do Estado como órgão central regulador da política habitacional do Brasil, até os dias de hoje. (BALBIM e KRAUSE, 2014)

Embora a legislação atual seja encorajadora, no que diz respeito aos instrumentos urbanísticos legais para cumprimento das funções sociais da cidade e propriedade, a atuação capitalista privada encontra na rasa tecnocracia municipal um amparo para avanços imobiliários imorais. (QUINTO JÚNIOR, [F1] 2003)

Não obstante, o Estatuto da Cidade, aprovado em 2001, não faz frente às experiências europeias de uso de instrumentos urbanísticos de regulação do mercado imobiliário realizadas um século antes. Ainda assim, as políticas de compensação social sofrem fortes represálias do mercado imobiliário. (QUINTO JÚNIOR, 2003)

Da atuação conjunta com movimentos sociais em prol da moradia digna nasceu a Assistência Técnica à Habitação de Interesse Social (ATHIS), que juntamente com legislações municipais garantindo a assistência técnica para projetos habitacionais no final dos anos 90, ajudou a espalhar a ideia da Arquitetura como direito comum e dever do Estado. (INSITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL, 2010)

Há, portanto, em meio a análises de políticas de distribuição de solo urbano e debates dos papéis de órgãos públicos e agentes privados, uma característica marcante e urgente que ultrapassa debates teóricos da mais fina arquitetura social; o desabrigo.

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Fotografia: banco de fotos do Canva

d a n e c e s s i d a d e d e a t u a l i z a ç ã o d o m o d e l o a t u a l Contribuindo para o caso da periferização, é possível observar a anuência do Estado para uma legislação dúbia quando se trata da realocação de moradores em área de interesse público. A informalidade e a fraca autoridade legislativa de documentos de posse ou concessão de uso são, por via de regra, subjugadas por interesses mercadológicos. A realocação dos que outrora habitavam em área de interesse de mercado é feita em áreas onde a infraestrutura urbana não confere o menor suporte para o desenvolvimento urbano. (SANTOS et al., 2017)

É o caso da “Cidade do Povo”, conjunto habitacional de interesse social que foi implantado severamente afastado do centro urbano e dos equipamentos urbanos que este oferece. Não obstante, a falta de interdisciplinaridade na implantação concebeu problemas sociais tais como a latente ineficácia do transporte público, falta de acesso a equipamentos básicos como correis, unidades de saúde, escolas e afins, além do ostensivo e evidente aumento da criminalidade (PIMENTEL, 2017)

Portanto, é possível observar que a implantação da Cidade do Povo acabou por produzir mais problemas sociais do que resolvê los, além de não trazer soluções eficazes para a garantia de direitos fundamentais aos beneficiários do programa. Exclusão e desigualdade social são resultados de uma política urbana que compromete o Estado Social (PIMENTEL, 2017).

Por conseguinte, dada a evidente falta de adesão social a projetos como o apresentado, faz-se necessária a implantação de uma habitação de interesse social que atenda aos interesses do povo atendido, sem se desfazer da malha social a que pertence, que tenha acesso a equipamentos urbanos básicos para manutenção da cidadania, que seja útil e lhe dê condições mínimas de desenvolvimento humano.

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Fotografia: Jesús Granada

CAPÍTULO II REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Av.jornalistaRobertoMarinho

Habitação de Interesse social Jardim Edite é um projeto localizado em São Paulo, Brasil, em um logradouro onde outrora se alocava uma favela com o mesmo nome da obra. A mesma se dá no cruzamento das avenidas Engenheiro Luís Carlos Berrini e Jornalista Roberto Marinho, perto da ponte estaiada, que é hoje importante ponto de interesse turístico municipal.

Autor: H+F Arquitetos, MMBB Arquitetos nício do Projeto: 2008 Entrega da obra: 2010 Área construída: 25.714 m² Tipologia: Residencial Tipo de projeto: Habitação de Interesse Social Materialidade: Alvenaria e pintura Estrutura: Concreto armado e estrutura metálica ocalização: São Paulo, Brasil.

H
E D I T E
I S - J A R D I M
E S T U D O D E C A S O
Fonte: Archdaily, 2018
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Fonte: Archdaily, 2018

O projeto se baseia em 3 torres (Torre 1, Torre 2 e Torre 3) com 60 unidades habitacionais cada, além de 2 edifícios "lâmina" (Lâmina 2 e Lâmina 1) com 32 e 40 unidades habitacionais, respectivamente. Para além das unidades habitacionais, o projeto foi implantado em área de vigente interesse comercial, em área central, com equipamentos urbanos suficientes para aquecer o mercado imobiliário. O projeto encara o sensível desafio de implantar uma habitação de interesse social dentro de um contexto urbano complexo, de várias variáveis.

Para tanto, o projeto visa criar alguns equipamentos urbanos (sendo eles: Restaurante-Escola, Unidade Básica de Saúde e Creche) que são de uso de toda a comunidade dentro das imediações da HIS. Dessa forma, o uso democrático destes equipamentos tem a função de atrair o público externo e integrar as edificações residenciais com a sua circunvizinhança. Além disso, os equipamentos acabam por demarcar de forma harmoniosa os espaços públicos e privados, oferencendo uma barreira entre a rua e seus trasntornos e os espaços de convivência das edificações residenciais.

Fonte: Archdaily, 2018 19
Fonte: Archdaily, 2018

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2 3 6 R . E n g e n h e i r o L u í s C a r l o s B e r r i n i

R. Charles Coulomb

7 4 1 5 Av.

R. Georg e Ohm

Fonte: Archdaily, 2018 Manipulação: Autor

1 Acesso Torre 01

2 Acesso Restaurante Escola 3 Acesso Lâmina 2 4 Acesso Torre 2 5 - Acesso Torre 3 6 Acesso Lâmina 1 7 - Acesso Creche
jornalista Roberto Marinho
O projeto contempla vários acessos de ruas diferentes, já que tem a oportunidade de tangenciar 4 ruas diferentes, além de uma rua criada em projeto, dividindo a quadra em 2 blocos diferentes. O número de acessos é justificado pela iniciativa de integrar o projeto com o seu entorno edificado, com os equipamentos urbanos alocados nos pavimentos térreos dos edifícios. Os acessos são dispostos de tal forma a recusar a premissa da entrada em via mais movimentada, fazendo com que a Avenida Jornalista Roberto Marinha, via principal e mais movimentada, seja desprovida de acessos e favorecendo a rua Charles Coulomb. Desta forma, a disposição das edificações não prejudicam o trânsito local e facilitam a integração com o entorno.

estudos bioclimáticos

A implantação do projeto se dá de forma a dispor as fachadas verticlamente baixas dos edifícios lâmina à incidência solar, todavia, o sombreamento de elementos próximos mais altos como prédios vizinhos e os próprios edifícios tipo torre se encarrega de controlar a temperatura dos edifícios menores.

Fonte: Archdaily, 2018

Manipulação: Autor

No caso dos edifícios verticalmente maiores, como os edifícios tipo torre, as fachadas dispostas ao sol da tarde contam com cobogós na alvenaria para proteção, enquanto a disposição linear se utiliza dos ventos predominantes de 7 km/h em média e da relativamente baixa temperatura para realização da ventilação cruzada e higiênica, configurando assim soluções adequadas e viáveis para o conforto climático sem a utilização de ventilação e climatização mecânica.

Fonte: Google Metereologia, 2022

Fonte: INMET, 2020

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edifício tipo lâmina

Fonte: Archdaily, 2018.

Manipulação: Autor Fonte: Archdaily, 2018.

No edifício tipo lâmina, os prédios são dispostos com unidades habitacionais iguais, espelhadas, separadas por área de circulação vertical e horizontal, sem necessidade de mecanização, dado o gabarito baixo deste tipo de edificação. É possível observar o conceito aberto em planta do prédio, porém com divisão de usos bem definida.

Manipulação: Autor

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edifício tipo lâmina

SaladeEstar Quarto01 Quarto02 Cozinha ÁreadeServiço BWC

Na distribuição espacial, é possível contemplar a simplicidade dos ambientes em favor do melhor aproveitamento das áreas construídas e observando a onerosidade da edificação, dado o caráter social.

Esta mesma característica pode ser observada na modulação estrutural, onde vãos evidentemente pequenos numa disposição simétrica facilitam e viabilizam a implantação do projeto.

Fonte: Archdaily, 2018 Manipulação: Autor

Fonte: Archdaily, 2018 Manipulação: Autor

1 2
A B
3 4 5 6 7
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Fonte: Archdaily, 2018 Manipulação: Autor

No diferentes, co ocratizado e pacial, os me ção clara, eficiente e moderna.

Serviço Íntimo Social Circulação

Fonte: Archdaily, 2018 Manipulação: Autor.

e
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edifício tipo torre

Fonte: Archdaily, 2018 Manipulação: Autor

Fonte: Archdaily, 2018

Manipulação: Autor

SaladeEstar Quarto01 Quarto02 Cozinha

Neste edifício, são duas unidades-tipo, logo, a disposição dos ambientes é diferente, o que não altera o princípio de viabilidade econômica e social do projeto. De forma semelhante ao edifício tipo lâmina, a malha estrutural segue com vãos diminutos e composição simétrica, facilitando a mplantação não onerosa do projeto.

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Archdaily, 2018

O projeto ainda conta com brises verticais formados pela própria alvenaria deslocada em diferentes blocos para a infiltração controlada de luz solar.

Já nos pavimentos mais baixos, onde a intenção é mais convidativa, já se observa a predominância de formas não ortogonais não regulares, além de cores impactantes, vivas, marcando o dia-a-dia do transeunte.

A implantação do projeto é baseada no bom relacionameto do mesmo com o entorno, o que também é visto na volumetria da edificação, quando em suas cores, formas e volumes mais verticais é observada uma predominânica do arquétipo de edifícios comerciais, linhas ortogonais e cores sóbrias, mesmo que com materiais convencionais como alvenaria, concreto e pintura, em favor da viabilidade da implantação do projeto.

Fonte:
Fonte:Archdaily, 2018 Fonte:Archdaily, 2018 Fonte:Archdaily, 2018 forma e volumetria 26
Fonte: Archdaily, 2018

topografia e vegetação

Fonte: topographic map.

Manipulação: Autor

A topografia, dado o entorno severamente adensado e edificado, além do fato de o terreno ser a antiga localização de uma favela, é majoritariamente plana, o que não impede a utilização de diferentes níveis para acessos. A vegetação, por sua vez, traz ares de sofisticação e minimalismo reconhecíveis pela pouca intervenção e na cooperação do envolvimento da edificação pelo seu entorno.

Fonte:Archdaily, 2018 Fonte:Archdaily, 2018 Fonte:Archdaily, 2018
0 200 600
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considerações finais

A preocupação com a vertente social do projeto é princípio norteador de sua implantação, além da integração das edificações implantadas com o seu entorno através da criação de equipamentos urbanos de uso comum e a escolha de um terreno em área de alto valor e interesse econômico e mercadológico, contrariando a lógica da especulação imobiliária. Portanto, o projeto atende com louvor aquilo que se propõe. O atendimento à população carente, a integração e garantia da percolação dos usos comuns e privados e as soluções bioclimáticas adotadas são apreciáveis no aspecto arquitetônico e significativamente progessista no que diz respeiro ao âmbito social do urbanismo.

O projeto contempla malhas sociais diferentes, priorizando o acesso democrático à propriedade, apreciando e especificando sua função social.

Não obstante da preocupação social, as soluções arquitetônicas apresentadas sobre volumetria, materialidade, estética e funcionalidade são louváveis, para além do óbvio que circunda o edifício sem destoar com seu entorno, além de atuar com níveis de intervenção diferentes com seu entorno imediato.

Fonte:Archdaily, 2018 Fonte:Archdaily, 2018 Fonte:Archdaily, 2018
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QUINTA MONROY

Autor: Alejandro Aravena, ELEMENTAL Início do Projeto: 2003 Entrega da obra: 2003 Área construída: 5.000 m² Tipologia: Residencial Tipo de projeto: Habitação de Interesse Social Materialidade: Alvenaria e pintura Estrutura: Bloco estrutural e estrutura metálica Localização: Iquique, Chile

Neste projeto, o arquiteto ganhador do Prêmio Pritzker em 2014 Alejandro Aravena, encara o problema da habitação social de forma completamente inovadora. Ao alocar 100 famílias em projeto, com viabilidade para uma área construída consideravelmente menor que a encontrada como ideal, o arquiteto trata de construir o que seria a metade de uma casa ideal, deixando o restante da área como área passível de expansão, já alocando pilares e vigas que farão parte da construção como um todo.

Fonte:Archdaily, 2018 Fonte:Archdaily, 2018 Fonte:Archdaily, 2018
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Fonte: Archdaily, 2018

Portanto, a utilização dessas soluções arquitetônicas e a implantação correlacionada com o seu entorno, bem como a adaptatibilidade e possibilidade de expansão dos ambientes são artifícios louváveis, que devem ser utilizados como referência neste TFG.

2018 Fonte:Archdaily, 2018 Fonte:Archdaily, 2018 Fonte:Archdaily, 2018 Q U I N T A M O N R O Y
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CAPÍTULO III

ESTUDO DE ENTORNO

c h e i o s e v a z i o s

De acordo com a análise do mapa de cheios e vazios, é notório que esta região é bastante adensada, com a presença de poucos vazios urbanos. E grande parte destes vazios existentes são as que se encontram as margens do Rio Acre e as praças. Percebe se ainda que a própria área onde será inserido o terreno é um enorme vazio urbano, com área subutilizada, única e singular no seu contexto bem adensado. Este vazio torna se ainda mais absurdo quando percebe se que aproximadamente 50% do adensamento considerado no recorte encontra se em área de risco, nas cheias do rio Acre, enquanto o vazio encontra-se em área fora de risco. A utilização do terreno proposto especifica uma medida de ocupação de solo, além de abordar a problemática do desordenamento urbano, ocasionado principalmente por assentamentos e habitações irregulares, sem o devido planejamento urbano e sem respeito pelas legislações ambientais.

0 150 450 35

á r e a s v e r d e s

Pela verificação do mapa de Área de Preservação Permanente (APP) e áreas verdes, é possível analisar que a área possui grande parte considerada APP, pois sua delimitação considera parte da área de mata ciliar do Rio Acre, enquanto outras são consideradas somente vegetação comum, sem maiores restrições vigentes.

No terreno proposto, existe uma APP que compõe aproximadamente 25% da área total. Essa condicionante limita o projeto até certo ponto, mas proporciona uma delimitação já existente para implantação de áreas verdes, necessárias na implantação de um projeto de habitação de interesse social.

Áreas verdes

Área de Preservação Permanente (APP)

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LEGENDA

u s o d o s o l o

No mapa de uso do solo é possível observar uma das principais condicionates auxiliadoras da escolha do terreno: a proximidade com equipamentos urbanos que vão propiciar a melhoria da qualidade da habitação, bem como as condições e alternativas econômicas dos usuários da habitação. Portanto, a área central do mapa é predominantemente de uso comercial e de serviço, enquanto áreas adjacentes são residenciais. Através do mapa é perceptível a ocupação de edificações em quase 90% dessa área. Vale ressaltar ainda o grande desordenamento urbano existente nesse local, já demonstrado pelo mapa de cheios e vazios. Neste caso específico, o adensamento demonstra uma viabilidade projetual, onde o objetivo é inserir habitações dentro de um contexto equipamentos urbanos, conferindo capacidade de exercimento das atribuições da cidadania.

LEGENDA

Residencial Comercial Serviços Institucional Espaços Livres Religioso

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O volumoso amontoamento veicular na macro área se passa na Avenida Ceará e Getúlio Vargas, sendo essas vias com hierarquias especiais e seguem dando início e transformando em segmentações a vias coletoras e vias locais secundárias que interagem entre si e, portanto, dando contexto para todo o fluxo viário desse perímetro.

Vale ressaltar, conforme estipula o Plano Diretor de Rio Branco, Lei no 2.222 de 26 de dezembro de 2016, delibera a hierarquia viária da cidade, deste modo, a via principal de acesso ao terreno em delineamento é considerada uma via com hierarquia especial, a avenida Ceará e também por uma via coletora, a Rua Floriano Peixoto. Onde, as mesmas possuem grande circulação de carros.

O grande fluxo de veículos ocorre pelo intervalo de tempo entre ás 07h da manhã, devido ser o horário de início das atividades comerciais, governamentais, educacionais, tendo retorno da intensificação ás 18h e 19h. A Avenida Ceará, que tangencia o terreno proposto é a via principal da cidade de Rio Branco, oferecendo fluxo para diversos bairros mais distantes. É possível observar também através da hierarquia viária o tratamento especial que o acesso principal deve tomar para não prejudicar o trânsito local. O terreno é rodeado por vias locais principais, vias coletoras, além de algumas vias locais secundárias.

A via de maior fluxo, entretanto, é a via que tange o terreno em seu acesso principal, caracterizada como uma via de hierarquia especial, pelo Plano Diretor.

Via Local Principal

Via Local Secundária

Via Coletora

Via com Hierarquia Especial

Via Arterial

Via de Trânsito Rápido

h i r a r q u i a v i á r i a
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LEGENDA

Analisando o uso dos gabaritos na macrozona, percebemos que quanto mais próximos chegamos ao centro da cidade, mais pavimentos as edificações possuem. E que nos bairros que o ladeiam, a predominância é de edifícios térreos e com dois pavimentos. De acordo com a análise podemos dizer que ainda possuímos poucas edificações entre 3 e 9 pavimentos, sendo que apenas 1 tem 9 pavimentos e outras 3 possuem 8 pavimentos. A baixa verticalização do entorno é indubitavelmente uma condicionante projetual que será levada em conta para que não se desrespeite a morfologia urbana encontrada no entorno, tadavia sem desobedecer princípios de modernidade e viabilidade projetual.

g a b
a r i t o
1 PAV 2 PAV 3 PAV 4 PAV 5 PAV 6 PAV 7 PAV 8 PAV 9 PAV 0 150 450 LEGENDA 43

o p o g r a f i a

Através da análise da topografia do entorno, é possível observar o que já era de certa forma evidente: a proximidade com o rio Acre vem atrelada a um declive considerável. Logicamente, este desnível deveria ser ocupado única e exclusivamente pela mata ciliar do rio, o que não acontece na prática. Todavia, há no mapa uma área mais alta, no Centro Histórico de Rio Branco, onde ficam locados o Palácio Municipal, o Museu dos Autonomistas e afins. O terreno proposto, por se tratar de um antigo estádio da cidade onde a atividade prevista pressupõe um terreno nivelado, é uma área com relativo baixo desnível, sendo que este ocorre de forma mais acentuada apenas na Área de Preservação Permanente que está locada dentro do terreno, com um desnível de 7 metros.

t
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LEGENDA

e q u i p a m e n t o s u r b a n o s

Os centros das cidades têm sido apontado como o lugar mais dinâmica da vida urbana, movimentado pelo fluxo de pessoas, veículos e mercadorias resultante da forte presença das atividades terciárias, convertendo se no referencial simbólico das cidades. Factualmente eleitos para a locação de múltiplos edifícios que incluem instituições públicas, religiosas, comércio e os serviços varejistas, além de serviços de lazer, educação, financeiros, hospedagem e etc. Ademais, a centro de Rio Branco não poderia ser diferente, sua extensão está atrelada de grandes equipamentos urbanos que dão vida a cidade. Escolas Públicas e particulares, que a exemplo podemos mencionar os predominantes como o Colégio Acreano, Colégio Estadual Barão de Rio Branco (CEBRB) e Instituto São José; Biblioteca Estadual Adonay Barbosa; Terminal de Ônibus como o Terminal Urbano; Correios; Praças e Espaços Públicos que nesse plano são os mais importantes, como o Calçadão da Gameleira, Praça da Bandeira e Praça da Revolução.

Para além do número de comércios e de ser pólo passível de desenvolvimento econômico, são os equipamentos urbanos que tornam a área ideal para a implantação de uma HIS, pois os equipamentos proporcionam aos possíveis moradores a possíbilidade de crescimento profissional, desenvolvimento de cultura e lazer, além de opções de mobilidade que proporcionam o delocamento para qualquer área da cidade em tempo hábil para o desenvolvimento de atividades econômicas.

Parque Urbano Escola Particular

Praça Igreja Correio Secretaria

Escola Pública Biblioteca

Terminal Urbano Saúde

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LEGENDA

m a r c o s

A maioria dos marcos urbanos desta região está concentrada na Avenida Ceará e vias coletoras que fluem diretamente da avenida, onde se percebe o grande número de comércio e instituições. São considerados marcos em virtude de seu alto fluxo de pessoas e automóveis, além do porte que muitos deles apresentam. Outros são marcos devido ao seu gabarito, como a Assembleia Legislativa. Estes marcos também são catalizadores do desenvolvimento social buscado na escolha do terreno. É perceptível que a proximidade com estes instrumentos é, acima de tudo, uma forma de potencializar o exercício da cidadania para população outrora excluída do convívio social marginalizado na malha urbana.

LEGENDA

Museu da Borracha

Praça da Revolução

Procuradoria Geral da União Quartel de Polícia Militar

IMAC

Praça Povos da Floresta

Delegacia Geral ECA Palácio Rio Branco

Prefeitura Municipal

Parque Capitão Ciríaco

Novo Mercado Velho

Oca

Terminal Urbano

Galeria Cunha

Teatro Hélio de Melo

Catedral

Assembleia Legislativa

Tribunal de Justiça do Acre

Secretaria de Infraestrutura

Casarão

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CAPÍTULO IV DO TERRENO

158,40 1 8 5 ,10 2 02 ,76 43,35 3 5, 6 8 57,03 49,11 54 ,86

l o c a l i z a ç ã o d o t e r r e n o

O terreno proposto se encontra no Brasil, na região Norte, estado do Acre, na mesoregião Vale do Acre, Regional Baixo Acre, na cidade de Rio Branco, capital do estado, Zona Consolidada, bairro Base, na avenida Ceará, número 1.276.

O terreno conta com 34.943,36 m² de área total, com perímetro de 765,56 metros e 158,40 metros de comprimento de fachada.

O terreno proposto está localizado na Zona Consolidada, pela classificação do Plano Diretor. Esta classificação implica numa Taxa de Ocupação de 70%, significando que a área da projeção da edificação não pode corresponder a mais que 70% da área do terreno. Coeficiente de Aproveitamento máximo de 6, ou seja, a soma das áreas de todos os pavimentos da edificação não podem sobrepujar o valor de 6 vezes a área do terreno. Taxa de permeabilidade de 20%, onde a quinta parte do terreno deve ser destinada a solo permeável e, por fim, gabarito de 20, carrespondendo ao número máximo de pavimentos que a edificação a ser construída pode ter. Além disso, o Plano Diretor cocebe usos permitidos para a Zona Consolidada, são eles: Usos Residenciais R1 (edificação residencial isolada), R2 (edificação residencial não isolada), R3 (edificação residencial agrupada), R4 (moradia econômica e R5 (apartamentos). Além dos usos residenciais, são permitidos comércios, serviços e indústria (CSI 1), pólo gerador de tráfego (PGT 1, 2 e 3), gerador de ruído diurno (GRD) e noturno (GRN), além de atividades agroflorestais (AGF).

0 100 300
53
A01 A02

r i n c i p a i s a c e s s o s

O acesso principal (A01) se dá pela via de maior hierarquia, maior volume de trânsito e maior opções de mobilidade urbana. Com isso, o terreno atende questões básicas de integração da edificação com seu entorno, ao ter grande proporcionalidade de fachada em área movimentada, além do grande uso de equipamentos urbanos circunvizinhos pelos transeuntes. O terreno proposto conta ainda com um acesso secundário (A02), por trás, que confere ao terreno a possibilidade de integrar uma via mais movimentada à uma via de menor volume de trânsito através de um via criada em projeto, separando a implantação em duas porções distintas e separadas, por consequência. Logicamente, a utilização do terreno implica no emprego de soluções urbanísticas e de engenharia de trânsito a fim de não comprometer o já frágil trânsito do seu entorno.

p
0 100 300 55

i n t e r e s s e s d o e n t o r n o i m e d i a t o

Por se tratar de área central, é evidente que a localização é privilegiada por diversos equipamentos urbanos que serão imprescindíveis para um empreendimento habitacional social de sucesso. Terminal Urbano, praças, museus, bibliotecas, hopitais, casas de cultura são equipamentos que influenciam a capacidade de uma propriedade de cumprir sua função social. Neste caso, o terreno tem enrome potencial para tanto, com a quantidade de equipamentos urbanos de qualidade, especialmente os aparatos de mobilidade urbana, que conferem aos usuários do projeto a ser implantado enorme flexibilidade e maior disponibilidade na aplicação de sua força de trabalho. Estes equipamentos, por sua vez, são responsáveis pela valorização do imóvel e, por tabela, pela especulação financeira realizada através do mesmo, impedindo o da realização de sua função social, prevista no Estatuto da Cidade.

Terreno proposto Aquiri Shopping

Ponto de ônibus José de Melo Concha Acústica

Museu da Borracha Casarão

Terminal Urbano Praça da Revolução Oca Biblioteca Pública

0 100 300 LEGENDA 57

á r e a d e p r e s e r v a ç ã o p e r m a n e n t e

O terreno tem uma particularidade que é a presença de uma Área de Preservação Permanente (APP) em suas imediações. Tal caracterização traz consigo um preocupação social no caráter da preservação absoluta da porção da propriedade destinada à APP, não obstante, traz uma série de implicações urbanísticas de cunho projetual sobre a utilização de tal área. Todavia, a caracterização de uma APP dentro da propriedade carrega algumas soluções e tipos ocupacionais pré-definidos que têm muito a acrescentar em um projeto habitacional de cunho social. Por exemplo, a especificação de uma praça comum, definida em projeto, já viria precedida de soluções arquitetônicas de muita estima e baixíssimo custo, como o resfriamento evaporativo, inércia térmica para resfriamento, umidificação e sombreamento.

Terreno proposto APP dentro do terreno

0 100 300
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LEGENDA
Foto 01 Foto 02 Foto 03 Foto 05 Foto 06 Foto 04
l e v a n t a m e n
o f
g
i c o Ângulo de foto 01. Fotografia: Acervo Pessoal 0 100 300 LEGENDA 02. Fotografia: Acervo Pessoal 03 Fotografia: Acervo Pessoal 04 Fotografia: Acervo Pessoal 05 Fotografia: Acervo Pessoal 06 Fotografia: Acervo Pessoal 61
t
o t o
r á f
A A B B CORTE AA CORTE BB 62

d i a g r a m a s e c o r t e

Pelos cortes apresentados é possível afirmar que o terreno encontra se em uma parte alta, considerando a topografia do entorno, e pode ser considerado plano. A parte do terreno que existe uma diferença de nível de 7 metros é a área da APP que econtra-se dentro do terreno. Neste caso, esse desnível facilita e norteia o conceito do projeto que será implementado dentro dessa área.

0 50 0 50
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64

r a m a s s o l a r

No diagrama solar, observa-se que a fachada que receberá maior incidência solar durante a maior parte do ano é a fachada norte. Esta fachada deve ser protegida com soluções bioclimáticas, brises e sua orientação deve ser obervada na concepção da volumetria. Observa se também, pelo estudo de sombras, que pelas dimensões do terreno, bem como o gabarito das edificações vizinhas, não há sombreamento efetivo destas edificações dentro do terreno.

d i
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a g
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d i a g r a m a s d e

m o b i l i á r i o

MOBILIÁRIO

Ponto de transporte público Poste de iluminação pública Banco

O mobiliário urbano que se encontra na vizinhança do terreno proposto são comuns, todavia, o ponto de ônibus localizado na frente do terreno é um dos pontos preponderantes para a escolha do local, sendo que, pressuponto a necessidade de mobilidade urbana dos usuários da HIS, o ponto no local é a segunda parada com mais ofertas de linhas de ônibus da cidade de Rio Branco. 67
68

É possível observar que o maior fluxo vem da via principal que tangencia o terreno proposto pela fachada principal. Este trânsito intenso ocasiona ruído considerável para o terreno. Não obstante, o fluxo averiguado na via principal é de mão dupla, embora não haja possibilidades viárias de saída do terreno para os dois sentidos da via. Esta condicionante pode requerer um projeto de tráfego urbano, para abordar a problemática do fluxo de veículos criado pela implantação de uma HIS em região central da cidade.

Sentido do fluxo

f l u x o
69
s d a s v i a s

CAPÍTULO V CONCEITUAÇÃO

NUVEM DE PALAVRAS

C O N C E I T O 72

Em linhas gerais, o projeto segue o conceito de arquitetura familiar, adaptável e identitária. Tendo em vista que o público alvo é em suma uma população vulnerável, buscou se alcançar uma arquitetura que fosse justa, digna e passível de transformação e adaptação para melhor atender este público alvo.

Para além da arquitetura, o urbanismo segue o conceito de integração do terreno com seu entorno, através da criação de uma identidade coletiva e do incentivo à apropriação do espaço comum tanto dos moradores quanto dos transeuntes.

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Á R E A H A B I T A C I O N A L Á R E A C O M E R C I A L P R O G R A M A D E N E C E S S I D A D E S E P R É - D I M E N S I O N A M E N T O ÁREA:15.020,00m² ÁREA:900,00m² 74
Á R E A I N S T I T U C I O N A L
75
Á R E A E S P O R T I V A ÁREATOTALDOTERRENO:34.943,36m² SOMATÓRIADASÁREAS:20.605,00m² ÁREA:3.625,00m² ÁREA:1.060,00m²

c r o q u i s d a i m p l a n t a ç ã o

De acordo com a legislação, é necessário um recúo frontal de 11,8 metros, dado o afastamento viário, além dos recúos laterais comuns.

Pela via mais movimentada ser a frontal, a fachada mais visada é a fachada principal, da testada voltada para a Avenida Ceará.

Logicamente, há divisas do lote que tem maior ruído, além da demarcação da APP, gerando uma área passível de construção ideal, demarcada no croqui.

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Pela quantidade de fluxo dentro do terreno, faz-se necessário interligar as vias do entorno, passando uma via pelo meio do terreno.

Pela divisão da área de construção pela via, observou-se a necessidade da demarcação de áreas verdes entre as edificações para refriamento evaporativo.

Observa-se a subdivisão dos blocos construtivos.

77

Pela divisão dos blocos de construção ideais no croqui anterior, observase a destinação destes.

Fluxos que serão detalhados posteriormente.

Plano de massas que será detalhado posteriormente.

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f l u x
79
o s e m c r o q u i
80

Dado o vasto programa de necessidades estabelecido, os usos foram separados por conglomerados diferentes, sendo que as áreas habitacionais foram subdivididos com a intenção de fornecer acesso igualitário aos equipamentos urbanos oferecidos dentro das dependências da HIS, bem como estes foram locados de forma a não desfavorecer o acesso comum e não preterir o trânsito humano ao tráfego de automóveis. Sendo assim, foi definida apenas uma via principal de veículos, com a intenção de dar preferência aos caminhos percorríveis apenas a pé.

A localização da área institucional já estaria, a priori, definida com a presença de uma APP dentro do terreno. Esta também serve como barreira vegetal para as edificações circunzivinhas. Sendo assim, foi definida no extremo oposto à APP uma outra barreira vegetal, que se somará a já existente com a finalidade de se obter estruturas bioclimáticas de sombreamento e isolamento acústico. Foi definida também, uma área para isolamento acústico ativo na fachada principal, dado o fato de que a via em que o terreno se insere é uma via de movimento e tráfego intenso. As soluções bioclimáticas usadas bem como as soluções acústicas serão melhor explanadas e exemplificadas na etapa projetual do caderno.

81
p l a n o d e m a s s a s
f l u x o g r a m a 82
83
84

Logicamente, a volumetria obedece o mesmo conceito exibido no plano de massas, mesmo que de forma extremamente preliminar, subentende se que a área comercial, já estabelecida no local do terreno, não vai ter sua localização alterada, servindo de fachada única e principal para toda a extensão do terreno. Os outros dois volumes massivos que encontramos na volumetria são a área esportiva e institucional, ambas cortando o terreno em duas partes e suspensas do chão por pilotis, inclusive passando por cima da via principal que corta o terreno. Por fim, os blocos habitacionais serão preferencialmente, em concepção inicial, de 4 pavimentos, com a finalidade de se evitar custos elevados de manutenção com circulação vertical motorizada, já que um dos conceitos do projeto é justamente a viabilidade.

Institucional Comercial Habitacional

v o l u m e t r i a e s e t o r i z a ç ã o
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c r o q u i s d a s e d i f i c a ç õ e s

t i p o c a s a

86

t i p o t o r r e

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CAPÍTULO VI TECNICIDADES

p l a n t a s t é c n i c a
t i p
1 o P a v . 0 1,5 3,0 90
s
o c a s a
0 1,5 3,0 2 o P a v . 91
C o b e r t u r a 92
0 1,5 3,0

F a c h a d a

Área do reservatório de água

Platibanda em alvenaria comum

Área passível de expansão

Alvenaria com acabamento em pintura com tinta acrílica azul Floreira em alvenaria

Telha metálica trapezoidal termoacústica, i=20% 93

0 1,0 2,0

Esquadria em vidro temperado com perfil em alumínio
0
2,0 C o r t e 0 1 94
1,0
0 1,0 2,0 C o r t e 0 2 95

P e r s p e c t i v a e x p l o d i d a i s o m é t r i c a

96

D e t a l h a m e n t o c o n s t r u t i v o

97
p l a n t a s t é c n i c a s t i p
0 4,0 2,0 1 o P a v . 98
o t o r r e
C o b e
99
0 4,0 2,0
r t u r a
0 4,0 2,0 C o r t e 0 1 100
0 4,0 2,0 C o r t e 0 2 101
0 4,0 2,0 C o r t e 0 3 102

Área do reservatório de água

Platibanda em alvenaria comum Área técnica

Esquadria em vidro temperado com perfil em alumínio Patamar intermediário da escada

Hall de entrada do apartamento

Alvenaria com acabamento em pintura com tinta acrílica branca

0 4,0 2,0
F a c h a d a 0 1 103

Platibanda em alvenaria comum

Alvenaria com acabamento em pintura com tinta acrílica marrom

Viga de sustentaçãoparede cobogó Floreira Guarda-corpo

Brise vertical em concreto armado

Alvenaria com acabamento em pintura com tinta acrílica cinza

Alvenaria com acabamento em pintura com tinta acrílica azul Esquadrias em vidro com perfil em alumínio

4,0
0
2,0
F a c h a d a 0 2 104

Platibanda em alvenaria comum

Guarda corpo da escada externa

Cobogó EcoBloco Taco Chinês LM10 Floreira

Brise vertical em concreto armado

Viga em concreto aparente

4,0
0
2,0
F a c h a d a 0 3 105

P e r s p e c t i v a e x p l o d i d a i s o m é t r i c a

106
107
I m p 108
AVEN I DA CEAR Á
40 0 109 TRAVESSA CAMPO DO RIO BRANCO T R A V E S S A D O E G I T O RUA DO EGITO
N 0 20 10 110
Detalhe de perfil da via

D e t a l h e d e

p e r f i l d a v i a

Cobertura vegetal na parada de ônibus

Calçada em piso intertravado Faixa de passeio

Ciclovia Via Barreira vegetaldividindo a via da ciclovia Rebaixo de acessibilidade na calçada

111
N Perspectiva 01 Perspectiva 02 Perspectiva 03 Redário Horta comunitária Quadra poliesportiva 0 20 10 112
01
Perspectiva 03
Perspectiva
Perspectiva 02
N
Varas de bambu gu weberbauri Ø4cm 0 20 10 Perspectiva 01 Perspectiva 02 Perspectiva 03 D e t a l h e d a p a s s a r e l a 114
Quadra de areia Passagem coberta (ver detalhe) Espelho d'água
01
Perspectiva 03
Perspectiva
Perspectiva 02

REFERÊNCIAS

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ARCHDAILY (Brasil). Conjunto Habitacional do Jardim Edite. ArchDaily, [S. l.], p. 1-5, 14 mar. 2019. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01 134091/conjunto habitacional do jardim edite slash mmbb arquitetos plus h-plus-f-arquitetos. Acesso em: 17 maio 2022.

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124

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125
FIM

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