Série Hades Hangmen- Souls Unfractured #3 - Tillie Cole

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Disponibilizado: Stella Marques Tradução e Pré-revisão: Tempestade Revisão Inicial: Stella Marques Revisão Final e Formatação: Niquevenen Leitura Final: Stella Marques


Rotulada como uma mulher Amaldiçoada de Eva desde o nascimento, Maddie sofreu apenas dor e repressão nas mãos do ancião mais abusivo da Ordem, Moses. Agora, vivendo com sua irmã no complexo privado dos Hangmen, finalmente, Maddie é livre. Livre da fé sufocante em que ela não acreditava. Livre dos intermináveis anos de tormento físico e mental. Apenas... Livre... Com vinte e um anos, a tímida e envergonhada Maddie se contenta em viver dentro dos limites de sua nova casa — segura do mundo exterior, segura de danos e, estranhamente, protegida pelo membro mais volátil dos Hangmen; o completamente perfurado e tatuado, Flame. Flame. O homem que a observa incessantemente com seus olhos negros como a meianoite e ardentes. O homem que a protege com uma intensidade de tirar o fôlego. E o homem que agita algo profundo dentro de seu coração anestesiado. Mas quando as circunstâncias conspiram para Flame precisar da ajuda DELA, Maddie bravamente arrisca tudo pelo homem quebrado que cativou sua alma frágil. O membro mais infame das Hangmen, Flame é governado por uma coisa: a raiva. Assombrado por demônios de seu passado, uma raiva que consome tudo e isolado por um ódio repugnante de ser tocado, os dias de Flame estão cheios de escuridão sufocante, perfurada apenas por um único raio de luz, Maddie. A mulher tímida e bonita que ele não consegue tirar de seus pensamentos. A mulher que ele tem uma enorme necessidade de possuir... ... a única pessoa que foi capaz de tocá-lo. A missão de Flame na vida é proteger Maddie, mantê-la segura. Até um gatilho de seu passado conturbado enviá-lo em uma espiral de loucura, o prendendo no mais profundo recesso de sua mente perturbada. Seus irmãos Hangmen temem que Flame esteja além da salvação. Sua única esperança de salvação: Maddie e sua luz curadora. Romance Obscuro Contemporâneo. Contém situações sexuais explícitas, violência, temas perturbadoramente sensíveis e tabus, linguagem ofensiva e temas adultos. Recomendado para maiores de 18 anos.


Dedicat贸ria Para Thessa, a original Puta do Flame. Voc锚 me implorou por esta hist贸ria. Seu desejo 茅 uma ordem.


Nota da Autora Souls

Unfractured

começa

imediatamente

onde

Heart

Recaptured termina. Para desfrutar plenamente deste romance, Livro 1 - It Ain’t Me, Babe, e Livro 2 - Heart Recaptured, deve ser lido em primeiro lugar. Como o tema da Série Hades Hangmen, Souls Unfractured possui crenças religiosas e práticas que, embora possa parecer extremo e chocante para muitos, são inspirados por ideologias reais existentes, ou cultos e seitas cristãs pré-existente. Este romance também inclui o cultivo, e muito controversa prática de manipulação de serpente e consumo de veneno em serviços religiosos. Mais uma vez, isto foi inspirado pela ideologia de seitas cristãs existentes. Algumas cenas foram exageradas para o propósito da história, especialmente na forma como o protagonista masculino, Flame, vê unicamente o mundo, e em particular, estas práticas controversas. Eu também gostaria de salientar que existem muitas pessoas ao redor do mundo nessas seitas particulares e nunca abusam das doutrinas

ou

sermões

pregados.

Muitos

seguem

essas

seitas

pacificamente, com segurança e devotadamente assim como qualquer outra fé. Este romance explora o abuso apenas destas práticas. Por favor, esteja ciente de que Souls Unfractured contém cenas de abuso sexual grave, temas tabu, violência e agressão sexual.


Glossário A Terminologia da Ordem A Ordem: Novo Movimento Religioso Apocalíptico. Crenças baseadas em ensinamentos cristãos selecionados, acreditam fortemente em um apocalipse iminente. Anteriormente liderada pelo Profeta David (que se auto-intitula um Profeta de Deus e um descendente do rei Davi), os anciãos e os discípulos. Sucedido pelo Profeta Cain (sobrinho do Profeta David). Os membros vivem juntos em uma comunidade isolada; baseada em uma vida tradicional e simples, poligamia e práticas religiosas não-convencionais. Acreditam que o "mundo exterior" é pecaminoso e mal. Não têm nenhum contato com os não membros. Comuna: Propriedade da Ordem, controlada pelo Profeta Cain. Onde vive a comunidade segregada. Policiada por discípulos e pelos anciãos, e abastecida com armas em caso de um ataque do mundo exterior. Homens e mulheres são mantidos em áreas separadas da Comuna. As Cursed1 são mantidas longe de todos os homens (Exceto os mais velhos) em seus próprios aposentos privados. A terra é protegida por um grande muro perimetral. Nova Sião: Nova Comuna da Ordem. Criada após a Comuna anterior ser destruída na batalha contra Hades Hangmen. Anciãos: Grupo formado por quatro homens: Gabriel (falecido), Moisés (falecido), Noé (falecido) e Jacob (falecido). Encarregados de controlar o dia-a-dia da comuna. Segundo em Comando do Profeta David (falecido). Responsáveis pela escolaridade das Cursed.

1

Amaldiçoadas.


Conselho de Anciãos da Nova Sião: Compreende três homens: Irmão Luke, Irmão Isaiah (falecido), Irmão Micah (falecido). A Mão do Profeta:Cargo ocupado por Judah, irmão gêmeo de Cain. Segundo em comando do Profeta Cain. Executa as ações em Nova Sião, seja decisões religiosas, políticas ou militares relativas a Ordem. Profeta Conselheiro: Terceiro no comando do Profeta Cain. Cargo ocupado pelo irmão Luke (ex Membro do Conselho de Nova Sião). Aconselha em assuntos religiosos, políticos e militares. Trabalha com Mão do Profeta. Discípulo

Guardas:

Membros

masculinos

da

Ordem.

Encarregados da proteção das terras comunais e os membros da Ordem. Compartilhamento de Deus: Ritual de ato sexual realizado entre membros masculinos e femininos da Ordem. Acredita-se que é feito para ajudar o homem a se aproximar do Senhor. Realizada em cerimônias coletivas. Narcóticos frequentemente são usados para uma experiência transcendental. As mulheres são proibidas de experimentar prazer como punição por carregar o pecado original de Eva e devem realizar o ato, quando necessário, como parte de suas funções de irmandade. Despertar:

Ritual

de

Passagem

na

Ordem.

No

oitavo

aniversário de uma menina, ela é sexualmente "Despertada" por um membro da comuna ou, em ocasiões especiais, um ancião. Círculo Sagrado: Prática religiosa que explora a noção de 'amor livre'. A relação sexual e comportamento com muitos parceiros em um ambiente público. Irmã Sagrada: Uma mulher escolhida da Ordem, tem a tarefa de deixar a comuna para espalhar a mensagem da Ordem por via sexual.


As Amaldiçoadas: Mulheres/Meninas da Ordem consideradas naturalmente muito bonitas e pecaminosas. Vivem separadamente do restante da comuna. Vistas como muito tentadoras para os homens. As amaldiçoadas acreditam serem significativamente mais propensas a influenciar os homens no caminho da retidão. Pecado Original: Doutrina Augustina Cristã que diz que a humanidade nasce pecadora e tem um desejo inato de desobedecer a Deus. O pecado original é o resultado da desobediência de Adão e Eva a Deus quando comeram o fruto proibido no Jardim do Éden. Nas doutrinas da Ordem (criadas pelo Profeta David), Eva é acusada de tentar Adão ao pecado, assim as irmãs da Ordem são vistas como nascidas sedutoras, e devem obedecer aos homens. Sheol: Antigo Testamento, palavra que significa "o poço" ou "o túmulo” ou “Submundo”. Lugar dos mortos. Glossolalia: Incompreensível discurso exibido por crentes religiosos durante um episódio de religioso êxtase. Abraçando o Espírito Santo. Diáspora: A dispersão de pessoas de sua pátria original. Monte da Perdição: Colina nos arredores da comuna. Usado para isolamento dos habitantes de Nova Sião e para as punições. Homens do Diabo: Referência aos Hades Hangmen MC.

Terminologia Hades Hangmen Hades Hangmen: Um porcento Outlaw MC. Fundado em Austin, Texas, 1969. Hades: Senhor do Submundo na mitologia grega.


Mãe

Capítulo:

Primeira sede do clube. Localização do

fundador. Um porcento: Há rumores que a Associação de Motociclistas Americana (AMA) teria dito que 99% dos motociclistas eram cidadãos cumpridores da lei. Motociclistas que não cumprem as regras da AMA nomearam-se "um porcento” (o restante, 1% não cumpridores da lei). A grande maioria dos "um porcento” pertencem a Outlaw MC. Corte: Colete de couro usado por motociclistas fora da lei. Adornado com remendos e obras de arte que exibem cores exclusivas do clube. Remendado: Quando um novo membro é aprovado para a plena adesão. Igreja: Reuniões do clube para os membros de remendados completos. Liderados pelo presidente do clube. Old Lady: Mulher com status de casada. Protegida por seu parceiro. Estado considerado sagrado por membros do clube. Vagabunda de Clube: A mulher que vem para o clube para se envolver em atos sexuais casuais com os membros do clube. Cadela: Mulher na cultura do motociclista. Termo carinhoso. Indo/Ir para o Inferno: Gíria. Referindo-se à morte/morto. Encontrando/Indo/Ir para o barqueiro: Gíria. Morrer/morto. Referindo-se a "Caeronte" na mitologia grega. Caeronte foi o barqueiro dos mortos, um demônio do submundo (Espírito). Transportando almas para Hades. A taxa para a travessia sobre os rios Styx e Acheron para Hades são moedas colocadas em ambos os olhos ou a boca dos mortos no enterro. Aqueles que não pagarem a taxa são deixados para passear pelas margens do Styx por cem anos. Neve: Cocaína.


Gelo: Metanfetamina

A estrutura organizacional do Hades Hangmen Presidente (Prez): Líder do clube. Titular do Gavel, que é um símbolo do poder absoluto que o Presidente exerce. O Gavel é usado para manter a ordem na Igreja. A palavra do presidente é lei dentro do clube. Ele toma o conselho de membros sêniores do clube. Ninguém contesta as decisões do presidente. Vice-presidente (VP): Segundo em comando. Executa as ordens do presidente. Principal comunicador com outros integrantes do clube. Assume todas as responsabilidades e deveres do Presidente na sua ausência. Capitão de Estrada: Responsável pelo funcionamento de todos os clubes. Pesquisa, planeja e organiza corridas de clube e as saídas de passeio. Dirigente do clube, responde apenas ao presidente ou vicepresidente. Sargento de armas: Responsável pela segurança do clube, o policiamento e manutenção da ordem em eventos do clube. Relata comportamento

inadequado

para

o

presidente

e

vice-presidente.

Responsável pela segurança e proteção do clube, de seus membros e seus Prospects. Tesoureiro: Mantém registros de todas as receitas e despesas. Mantém registros de todos os membros efetivos e todas as cores permitidas do clube. Secretário: Responsável por fazer e manter todos os registros do clube. Deve notificar membros de reuniões de emergência.


Prospect: Membro estagiĂĄrio do MC. Vai a corridas, mas ĂŠ proibido de assistir a Igreja.


"Almas fraturadas são como ímãs. Desenhadas para colidir em uma felicidade impossível..."


"Você matou mais alguém?" Eu assisti a pequena cadela de cabelos negros — irmã da Mae — perguntar ao Prez se nós matamos alguém mais deste maldito culto do inferno. Prez acenou com a cabeça. "Onde ele está?" Ela perguntou. Prez não respondeu, e minha cabeça se contraiu e minha pele picou quando seus olhos verdes se estreitaram. "Por favor! Preciso vê-lo!" Ela gritou. Seu rosto pálido ficou vermelho e suas mãos começaram a tremer em seus lados. Prez apontou para a floresta, e sem perder nenhuma porra de tempo, ela correu para as árvores. Minha mandíbula contraiu e minhas mãos apertaram em punhos enquanto eu a assisti ir. Viking inclinou-se, parando pouco antes de me tocar. Ele sabia que nenhum fodido me toca. "Você esculpiu aquele filho da puta ao estilo Krueger2, não é, irmão?" Eu fiquei olhando para a floresta, vendo o vestido da cadela desaparecer na distância. "Flame?" Viking empurrou.

Freddy Krueger é um personagem fictício da série de filmes de terror "A Nightmare on Elm Street" (no Brasil, A Hora do Pesadelo) 2


Meus dentes cerraram, lembrando de penetrar nele com minhas fodidas lâminas e eu rosnei. "Eu cortei o filho da puta muito bem. Esse fodido pedófilo fanático merecia morrer assim." "Então, isso é um sim. Um enorme fodido sim à reforma extrema, edição Krueger." Mas eu não respondi a Viking. Não respondi por que a cadela de cabelos negros estava andando de volta. Eu a assisti por todo o caminho. Contei cada passo dela enquanto se aproximou. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze... Eu vi seu peito subir e descer. Ela estava respirando com dificuldade. Ela estava com a respiração fodida e muito forte. Certamente ela não estaria chateada que o discípulo pedófilo estava morto? "Irmã?" Mae correu até ela, mas a pequena cadela de olhos verdes estava olhando para o Prez. "Quem

o

matou?"

Ela

perguntou,

empurrando

Mae

e

passando por ela. Seu rosto mudou-se de um irmão para o outro, olhando-nos nos olhos. E eu encarei. Olhei e me contrai, senti meu sangue começar a ferver. O filho da puta merecia morrer. Eu tinha ficado para assistir aquele maldito morrer. Eu assisti a vida deixar seus olhos. Assisti o seu sangue derramando. E porra, adorei. Em seguida, a pequena cadela me atingiu. Seu corpo minúsculo ficou abaixo de mim e aqueles enormes olhos verdes encarando os meus. "Foi você?" Ela perguntou.


Meu sangue correu mais rápido através do meu corpo, e balancei a cabeça. "Sim, eu matei o filho da puta", cuspi. Fiquei tenso, meus músculos saltando, esperando por ela para defender aquele cuzão. Para me dizer que eu era mau, errado e um assassino — essa merda que eu já sabia. Mas antes que pudesse pensar, um grito saiu de sua garganta e ela pulou para frente e colocou os braços em volta da minha cintura. Meu coração disparou no meu peito como um maldito canhão e minhas mãos em punhos se levantaram no ar enquanto as suas mãos tocavam minha pele. Eu não poderia ser tocado. Não poderia ser tocado, porra. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, comecei a contar, esperando as chamas me machucarem. Esperando a dor... oito, nove, dez, onze... Meus olhos estalaram para baixo quando alcancei o onze, à espera de ver a sua dor. Onze. Mas ela não se feriu. Onze. Eu tinha passado do onze. Os braços da pequena cadela apertaram em volta da minha cintura e eu olhei para baixo em estado de choque. E vi seu grosso cabelo preto. Eu vi a ascensão e queda com sua respiração. "Obrigada", ela sussurrou e apertou sua bochecha contra meu peito. "Muito obrigada." Meus pulmões congelaram quando ela me agradeceu. Mas eu não entendia. Como sempre. Eu não entendo porra nenhuma. Por que ela não estava ferida com meu toque?


Por que ela estava me agradecendo, porra? Então seus braços se apertaram de novo, e eu queria tocá-la de volta. Eu desejava muito tocá-la. Com o coração ainda bombeando forte da agitação da matança, pulso batendo no meu pescoço, fechei os olhos. Forçando meus braços para baixo, respirei fundo, e apertei minhas mãos em suas costas. Quando minhas mãos tocaram o material de seu vestido, respirei fundo, sentindo seu corpo saltar sob minhas palmas. Eu quase puxei para trás, a sensação dela em meus braços fodia com a minha mente. Mas isso foi mandado para o inferno quando senti a umidade no meu peito, na minha pele, e a cadela, gritou: "Você me libertou. Você me libertou dele". Com essas palavras os meus olhos se fecharam. Meu coração disparou no peito, mas as chamas em meu sangue, o calor no meu sangue, se acalmaram. As chamas nunca se acalmavam. Elas sempre malditamente queimavam. Mas com ela... Eu queria um abraço mais apertado. Eu queria abraçá-la mais perto, mas depois ela deixou cair os braços e se afastou. Minhas mãos se apertaram ao meu lado enquanto a observava ir, em seguida, pouco antes de ela alcançar suas irmãs, ela olhou para mim e perguntou: "Qual é seu nome?" Sua voz tremia, como se estivesse com medo. Mas seus olhos nunca deixaram os meus. Eles queimavam nos meus, fazendo meu coração bater mais forte. Então pensei em sua pergunta. Meu nome…


"Flame", disse, empurrando meu outro nome longe da porra da minha mente, o nome que eu não podia suportar. Congelei quando ela mergulhou os olhos e sorriu. Minhas unhas cravaram em minhas mãos, para que eu pudesse tentar manter a porra da calma com aquele sorriso. "Você tem minha eterna gratidão, Flame. Eu te devo uma." O ar explodiu da minha boca quando ela se virou e foi embora, mas eu não conseguia parar de olhar para ela. Meus olhos caíram para as minhas mãos e olhava para minha palma. Eu a tinha tocado. Eu a tinha tocado e não a machuquei. Então, meu estômago caiu. Porque as chamas ainda estavam sob a minha pele. Eu podia senti-las. E se eu a tocasse poderia machucá-la. "Foda-se homem, você está bem?" AK estava na minha frente bloqueando o meu caminho para a pequena cadela de cabelos negros. Levantei minhas mãos, palmas das mãos para o alto. "Porra, eu a toquei," sussurrei. "Porra, eu a toquei." AK assentiu. "Eu sei, irmão. Você está bem? Você não vai ficar psicótico na bunda dela, certo? Você não está tendo pensamentos de cortar a garganta dela passando por sua cabeça, não é?" Movendo-me para o lado, olhei para cima do ombro de AK e perguntei: "Qual era o nome dela? Qual a porra do nome que Mae disse que era?" AK olhou para trás também, e disse, "Maddie, eu acho?" Ele respirou fundo. "Sim, Maddie." Maddie, eu pensei, então sussurrei seu nome em voz alta em meus lábios. "Maddie..."


Poucas horas depois voltamos para o complexo junto com os irmãos de fora do estado, junto com a maioria de nosso clube, que bebeu e fodeu a noite toda. Mas eu só podia ver Maddie. Só podia vê-la da janela do apartamento de Styx, de onde ela tinha tomado posição. Eu não bebia, nem fumava, em vez disso a observava sentada no parapeito da janela, olhando-me de volta. Andei abaixo de sua janela até AK e Viking me arrastarem para casa e para meu quarto. Mas eu não podia tirá-la da minha mente. Ficava vendo seus olhos verdes e longo cabelo preto na minha cabeça. Ainda sentindo suas mãos em minha cintura. Agarrando minhas lâminas, estourei para fora da porta e corri toda a porra do caminho para o complexo. Quando rompi a linha de árvores, corri até chegar à janela do apartamento de Styx... então parei completamente. A janela. Sentada na porra da janela estava Maddie. Meu coração chutou em uma arrancada enquanto eu olhava para ela. Então, ela olhou para baixo e me encarou. Eu observei sua boca cair aberta. Eu observei seus olhos verdes se alargarem. Eu observei suas mãos pressionarem no vidro. Eu observei seus lábios, quando articulou, "Flame..." Agarrando minhas lâminas ao meu lado, invadi para frente. Comecei a andar abaixo de sua janela. Porque nenhum fodido iria chegar

perto

dela

novamente.

Ninguém

novamente. Se o fizessem, eles morreriam.

jamais

a

machucaria


Mortos sob minhas l창minas do caralho. Porque ela era minha. A pequena cadela de cabelo preto, chamada Maddie era minha.


Flame

Não. Não. NÃO! Corri pela estrada de cascalho para meu quarto, incapaz de parar a porra desarrumada dos pensamentos preenchendo minha cabeça. Eles a têm. Eles vão machucá-la. Eu empurrei minhas pernas mais forte. Elas rangeram com a dor, ainda fracas de todas as malditas semanas que passei amarrado a uma cama de hospital, mas eu precisava chegar a Maddie. Ela precisava de mim para detê-los. Ela precisava de mim para impedi-los de machucá-la também. Eu tinha tomado uma bala por ela. Quando Lilah surtou depois de ter sido resgatada da comuna, e acidentalmente disparou a arma em suas mãos — a arma que estava apontada direitamente para Maddie — eu tinha que salvá-la. Tinha que salvar a porra da sua vida. Mas foi tudo por nada, agora eles a tinham naquela igreja. Alcançando meu quarto, abri a porta e irrompi na sala de estar. Encontrei as chaves da minha moto na bancada, agarrei-as na minha mão e corri para minha moto do lado de fora. Jogando-me no assento, girei a chave e o motor rugiu para a vida. Meu coração explodiu como um fodido trovão enquanto a moto vibrava debaixo de mim.


Chutando o pedal lateral, vi Viking e AK descendo a colina correndo atrás de mim. Eles estavam gritando para eu parar, mas eu não podia. Precisava chegar a Maddie. Não podia deixá-la ali, com aquelas pessoas. Ela não. Não Maddie. Não a minha Maddie! Derrapando a roda na unidade de cascalho, saí como um maldito morcego fora do inferno na estrada de terra. Eu peguei o som de uma moto me seguindo a distância, mas não parei, as palavras da cadela de Ky perfurando a porra do meu cérebro. "Maddie está na Igreja do Nosso Salvador... Ela tem estado lá por um tempo agora. Todas nós temos." Eu corria mais, sem saber se estava muito atrasado. Mas sabendo que se eu não chegar lá, poderia ser tarde demais. Eles a fizeram gritar. E eu não podia ouvi-la gritar. Não podia suportar os gritos. Fervia o meu sangue. Isso acende as chamas debaixo da minha carne. Isso assombra meu fodido cérebro. Minhas mãos tremiam nas barras da minha Harley enquanto lutei para não explodir de raiva. Imaginei os olhos verdes de Maddie. Imaginei sua pele pálida. Seu longo cabelo preto. Então tudo que vi na minha cabeça era ela coberta de sangue; pressionada paea baixo e ferida. E eu poderia imaginá-la gritando. Podia ver aqueles olhos verdes assustados,

podia

ver

aqueles

olhos

chorando

quando

eles

a

amarraram. Todas as pessoas na igreja amarrando-a e causando sua dor. E eu não poderia salvá-la. Não poderia salvá-la. Mais uma... mais uma seria tirada de mim. Porque eu não estava lá para protegê-la.


Apertando as mãos nas barras da Harley, deixei um grito rasgar da minha garganta ferida. E eu continuei empurrando minha moto mais forte até que puxei para as ruas abertas do centro da cidade. Passei em cada sinal vermelho. Cortei as ruas e cruzamentos. Em seguida, mais duas voltas à direita e a filha da puta veio à tona. Branca. Grande. A porra da casa do mal disfarçado do bem. Igreja de Nosso Salvador. E eles tinham minha Maddie. Derrapando até parar na frente, pulei fora da minha moto. Quando minhas botas bateram no asfalto, lutei com as coisas martelando na minha cabeça por estar perto desse maldito inferno. As drogas que me deram no hospital ainda estavam em meu sangue, mas eu não tinha escolha a não ser avançar. Olhei para as minhas mãos abertas e elas tremiam, meus músculos da perna tensos. E como um maldito fodido, olhei para os degraus brancos íngremes e não conseguia fazer um fodido movimento. E então, em minha mente, eu o vi de pé na minha frente, me mandando chegar mais perto da porta da igreja. Eu vi o olhar frio em seus olhos quando ele olhou para mim, seu lábio enrolado em desgosto. Pecador. Você é um garoto pecador, ele sussurrou, a memória muito real, e meu coração afundou-se no chão. Você precisa purgar as chamas de seu sangue. Você precisa limpar o mal de sua alma escura. Com a respiração ofegante, tive que usar o assento da minha moto para manter o equilíbrio quando pensei que minhas pernas amoleceriam com a lembrança. Eu não quero ceder à memória. Não


quero voltar para lá. Não quero ver a porra do seu rosto em minha mente. Mas o que quero não significa nada. Porque ele estava sempre lá. Ele sempre veio para mim. Ele nunca me deixou sozinho. Um rugido de motor de outra Harley soou atrás de mim e eu deixei cair minhas mãos levantadas. Sabia que era AK e Viking, sem sequer olhar para trás. Eles tentariam me parar. Eu sabia que eles iriam, porque eles não entendem o que acontece atrás daquelas portas de madeira, onde ninguém mais poderia ver. Empurrando-me para me equilibrar, eu olhava para a igreja novamente. Forçando minhas pernas a se moverem, segui em frente para a parte inferior dos degraus íngremes. Mas não conseguia ir mais longe. Eu tentei forçar meus pés a se moverem, para dar esse fodido primeiro passo, mas não consegui. Elas não se moviam. Minha fodida bunda estava com muito maldito medo de enfrentar o que estava por trás dessas portas. Abaixando minha cabeça, bati no meu crânio com a parte inferior da palma da minha mão. "Mova-se!" Eu me ordenei. "Maldito, mova-se, seu fodido!" Sem conseguir subir os degraus, comecei a andar pela calçada. Eu andei para trás e para frente, para trás e para frente, a minha cabeça tornando-se muito cheia. Fodidas imagens em minha mente. Avisos em meu cérebro. "Eles vão machucar Maddie. Eles estão machucando Maddie," Eu disse a mim mesmo. E as chamas queimaram mais quente nas minhas veias. Eu lutei por ar enquanto andava mais rápido e imaginava o rosto de Maddie novamente. De uma forma ou de outra, eu ia arrancar ela dessa porra.


Maddie Por hora, eu tinha ficado sentada abrigada nas sombras, escondida atrás da grande estátua de mármore branco de Jesus. Eu não conseguia ficar no complexo por mais tempo, embora fosse o dia do casamento de Lilah e Ky. Eu não podia suportar mais um segundo de estar presa naquele quarto, olhando para fora da janela, orando desesperadamente para Flame sair da linha das árvores. Mas ele nunca fez. Fechei os olhos e imaginei-o mergulhando na frente da bala para salvar a minha vida. Então tudo o que eu podia ver era sangue. Permitindo aos meus olhos a reabrir, minha cabeça caiu contra as pernas da estátua e minha mão agarrou sobre a dor vazia no meu peito. Instantaneamente, minha mente se encheu com ele — olhos escuros, barba curta, nariz ligeiramente torto e seu enorme corpo tatuado em pé protetor debaixo da minha janela, lâminas em suas mãos. Eu perdi o foco, olhando para o chão de madeira da igreja, mas levantei minha cabeça quando meu som favorito começou a tocar. As cordas de uma guitarra ecoaram pelas paredes altas. Em seguida, as teclas do piano se juntaram ao som mágico do hino que sempre me fez sorrir. Minhas mãos começaram a relaxar lentamente, e meu corpo começou a balançar suavemente no tempo com a batida.


De onde estava, eu não podia ver o coro, mas podia ouvi-los. Foi por isso que vim a Igreja. Não foi pela religião, mas por esta música madrigal3. “Essa minha pequena luz, eu vou deixá-la brilhar. Essa minha pequena luz, eu vou deixá-la brilhar. Essa minha pequena luz, eu vou deixá-la brilhar. Deixar brilhar, deixar brilhar, deixar brilhar...”

4

Meus lábios se moviam, em silêncio, murmurando as letras. Mas eu não iria cantar. Não podia dizer as palavras em voz alta. Jamais ousaria cantar. Eu sempre tinha sido ensinada que cantar era proibido, um pecado. Mas eu podia ouvir. Podia ouvir e sentir-me segura... senti um lampejo de felicidade, mesmo que apenas por alguns curtos minutos enquanto o doce som continuou. O hino tocava, e eu sorri até a última letra bonita desaparecer... “A cada dia, a cada dia, eu vou deixar a minha pequena luz brilhar...” Exalando um profundo suspiro lento, inclinei-me mais para as pernas da estátua, feliz de ouvir o ensaio do coral gospel. Mas no breve silêncio entre os hinos, um som fora da igreja pôde ser discernido. "Maddie!" Meu corpo se endireitou no rugido áspero e gutural gritando meu nome. Meu coração começou a trovejar em meus ouvidos. "Maddie!" Um grito chamou de novo. Minhas mãos começaram a tremer. Murmúrios de questionamento do coro podiam ser ouvidos do andar de cima na sua galeria. A porta do escritório da Pastora James se abriu. Ela chegou correndo, a tensão em seu rosto. Pastora James, a

Nt.: Madrigal. Música. Composição vocal polifônica a cappella, ou monódica com acompanhamento, que busca traduzir as menores inflexões de um poema. 3

4

Nt.: This Little Light Of Mine – The Steeles.


mulher que convidou eu e minhas irmãs para sua igreja sem questionamentos. A mulher que tinha casado Lilah e Ky apenas algumas horas antes. E a mulher que havia retornado à igreja pouco depois de mim, para que eu não me sentisse sozinha aqui. Eu me tornei tão imóvel quanto à estátua ao meu lado, o meu corpo congelado de terror. Pastora James dirigiu-se a meu caminho, preocupação escrita por todo o rosto. Ela abriu a boca para falar, quando o som ensurdecedor de um motor explodiu além das portas, seguido por outro grito. "MADDIE!" Este grito foi mais alto, mais frenético. Uma mão tocou meu ombro. Assustando-me com este toque inesperado, avancei para trás até que o meu corpo ficou preso entre a parede do altar e da estátua de Jesus. Meus joelhos automaticamente vieram até meu peito e meus braços imediatamente envolveram em torno de minhas pernas. As mãos da Pastora James voaram para o ar enquanto seus olhos caíram sobre mim. "Maddie, sinto muito. Eu não deveria ter tocado você." Eu tentei respirar, tentei me livrar da sensação escaldante do toque da Pastora James no meu corpo. Mas quando consegui encher meus pulmões com ar, um grito desesperado soou novamente. "MADDIE!" Pastora James ficou de pé e olhou para as portas da frente abertas. Lançando-me um olhar, ela nervosamente ordenou: "Fique aqui, Maddie." Um membro masculino do coro veio descendo as escadas da galeria e se encontrou com a Pastora James na metade do corredor. Ele olhou para mim após para a Pastora James que disse algo a ele e, juntos, eles cautelosamente fizeram seu caminho para a


entrada. Eu os assisti atentamente, meus olhos mal piscando, perguntando o que eles iriam encontrar. "MADDIE!" A voz chamou novamente, seu som raspando cortante malévolo fazendo-me estremecer. Mas então ouvi outra coisa que diminuiu o meu medo. "Caralho! Os Demolidores bíblicos vão chamar os porcos5! Você está entendendo, idiota? Styx vai esfolar seu traseiro psicótico! Você acabou de voltar para casa, porra!" Minhas mãos pararam de tremer ao ouvir a familiar voz e nome. Quando outro grito de "MADDIE!" foi filtrado para dentro da igreja, pulei para os meus pés e saltei das sombras. Reunindo meu vestido longo em minhas mãos, corri pelo corpo da igreja, correndo para frente até que o sol brilhante da entrada aberta iluminou o chão de madeira escura. "Eu não vou dizer de novo. Preciso que você saia ou vou chamar a polícia." Pastora James estava falando quando cheguei às grandes portas. O homem do coro imediatamente me viu e bateu em seu braço. Pastora James virou e empalideceu. "Maddie, querida, fique na igreja e ligue para sua irmã, ou melhor, o Sr. Nash." Seu rosto traiu seu medo, mas seus protestos rapidamente se viraram para o ruído branco em meus ouvidos quando alcancei a saída e vi, esperando abaixo, à beira da estrada movimentada era ele... Flame. Ele estava andando para frente e para trás. Como sempre, eu contei seus passos. Onze para a direita, onze para a esquerda. Eu bebi na forma como ele parecia, temia que minhas pernas entrariam em colapso. Aquela sensação confusa se precipitando em meu estômago bateu em mim, quando meus olhos focaram em suas

5

Nt.: neste contexto ele está se referindo aos policiais.


pernas cobertas com roupas de couro e o colete dos Hangmen parcialmente cobrindo seu torso nu. Seu cabelo escuro cortado estranhamente estava em seu estado normal de desordem. Sua pele estava pálida e tinha perdido peso. Eu fiz uma careta. Seus músculos estavam se contraindo mais do que o habitual. Suas mãos se apertavam em punhos mais que o normal. Seus lábios estavam murmurando algo inaudível desta distância, ainda assim... ele era Flame. Ele ainda era o homem que me protegeu. Ele ainda era a sombra silenciosa que me manteve segura. O homem que eu tinha sentido falta com o fervor mais incrível. Seus amigos, Viking e AK, estavam ao seu lado. Viking, o enorme irmão de cabelos vermelhos, parecia afligido quando ele falou com AK de cabelos escuros, e quando ele passou a mão pelos cabelos, se virou, e sua atenção fixou em mim. O grande peito de Viking esvaziou no que parecia ser alívio e ele disse algo a AK. AK olhou para mim e jogou um pequeno aceno cansado. Mas eu não tinha tempo de sobra para eles. Tudo que eu podia concentrar-me agora era em Flame. Estremeci quando avistei gaze branca ao lado do seu pescoço. Onde o tiro passou. A bala que deveria ter me acertado se ele não tivesse se jogado em meu caminho... ... Para me proteger. O ritmo de Flame aumentou. Eu podia ver suas mãos tremendo quando seus punhos se tornaram incrivelmente apertados. Então, com um pescoço musculoso, ele começou a gritar. Com sua voz rouca e áspera soltou "MADD—" antes que seus olhos chicoteassem o topo das escadas...


... Onde colidiram com os meus. O grito de Flame ficou preso na garganta e seu corpo veio a uma parada abrupta. Ele cambaleou em seus pés inquietos como se estivesse cansado demais para estar de pé. Mas aquele olhar meia-noite permaneceu fixo. As mãos dele pararam de tremer, o grande peito nu bombeou a uma velocidade estonteante, mas um estranho tipo de calma parecia fluir sobre ele. Eu queria falar com ele. Eu queria tomar sua mão na minha e agradecer-lhe. Agradecê-lo além das palavras por salvar minha vida. Mas não consegui. Eu não tinha coragem. Então, ao invés disso, levantei minha mão trêmula para o meu pescoço. Coloquei no mesmo lugar onde estava sua lesão. Certificando que eu tinha a sua atenção, curvei a cabeça em agradecimento. Flame acalmou com meu gesto, então, com as narinas dilatadas, e com o peito arfando, ele pisou para frente. Meu coração disparou quando pensei que ele estava prestes a subir as escadas e me encontrar. Mas depois de apenas um passo, era como se algo o detivesse completamente em sua trilha. Meu coração caiu. Eu poderia dizer que ele queria vir a mim. Poderia dizer que ele queria falar comigo. Mas como eu, não era tão simples. Sentindo alguém vir atrás de mim, meu estômago revirou quando o comportamento calmo de Flame de repente estalou quando ele olhou por cima do meu ombro. O homem torturado que testemunhei controlar sua raiva a cada noite quebrou de volta através de um grunhido.


"Maddie?" Pastora James chamou. O som da voz da Pastora e sua presença ao meu lado parecia enviar Flame sobre a borda. Seus olhos nublando com raiva. Seus pés levaram-no para frente. Com uma ameaça assustadora, seu comportamento severo atingido com uma promessa de dor. Mal respirando, segui os meus instintos e desci correndo os degraus da igreja. Flame voltou de onde quer que ele estivesse em sua mente torturada com cada passo que eu dava para ele. AK falou. "Maddie, precisamos que você volte com a gente." Flame respirava tão pesado como se tivesse corrido por horas intermináveis, um brilho de suor cintilando em seu pálido e desenhado rosto. Sem olhar para AK, balancei a cabeça. AK foi para o lado de Flame e disse calmamente: "Ela voltará com a gente, ok? Ela pode vir na caminhonete comigo". Flame endureceu e balançou a cabeça, como se o que AK havia dito não o tivesse agradado. AK se aproximou e disse: "Olhe para mim, irmão." Flame não tirou os olhos de mim. AK tentou novamente. "Flame, olhe para mim." Desta vez Flame o fez. Mas não foi uma expressão amigável. AK segurou sua mão sobre o peito. "Você confia em mim? Depois de tudo que nós passamos, você confia em mim para levar Maddie para casa com segurança?" Viking mudou-se para o lado de AK. Eu assisti quando Flame lançou seu olhar entre os dois. Com uma queda visível de seus ombros e um longo suspiro, Flame resmungou com sua voz rouca: "Sim."


AK relaxou. Olhando para mim, ele estendeu a mão na direção da caminhonete. Eu andei para frente, mas recusei o assento na frente do veículo, em vez disso escolhi sentar na parte de trás. Deslizando para o banco, vi o olhar apreensivo de Flame enquanto me observava entrar na caminhonete e balancei a cabeça, oferecendo um sorriso para acalmá-lo. Os lábios de Flame se separaram, quando AK escorregou para o assento do motorista, Flame correu em direção a sua moto. O motor ligou e, em pouco tempo, nós puxamos para fora, para a rua movimentada. AK não disse nada para mim, mas o vi me olhando no espelho pendurado no teto da caminhonete. Querendo escapar de sua atenção, olhei para fora da janela. Quando a cidade deu lugar às estradas, o rugido de uma motocicleta soou ao meu lado. Em segundos, Flame acelerou até que sua moto estava paralela a nossa caminhonete... até que seu lugar era paralelo ao meu. Nós permanecemos desta forma até em casa. Quando paramos, Mae veio correndo da varanda. Ela ainda estava vestida com seu vestido de dama de honra, parecendo tão incrivelmente bela como sempre. E como de costume, Styx estava logo atrás. Alcançando minha porta, Mae abriu. Imediatamente, vi a preocupação em seu rosto. "Maddie", ela sussurrou, claramente aliviada. "Você está bem?" Eu balancei a cabeça. Tomando a mão estendida de Mae, a deixei me puxar da caminhonete para a grama. Mae colocou o braço em volta dos meus ombros e começou a me levar para dentro. Mas quando nós passamos por Styx, eu o vi olhando para Flame, suas mãos se movendo em movimentos rápidos. Eu não conhecia a linguagem de sinais que Styx usava, Mae e a maioria dos homens conheciam, mas poderia dizer que ele estava zangado com Flame.


"Styx. Prez—" Eu ouvi Viking tentar falar com Styx, mas claramente Styx lhe tinha cortado. Mae continuou me empurrando para frente, mas a memória do rosto de Flame quando ele tinha me visto saindo da igreja, seu corpo fraco da lesão, e seu rosto pálido, me fez parar. Seja qual for a razão, ele tinha colocado sua recuperação de lado para me salvar de algo que ele via como uma ameaça. Eu exalei. Ele não deveria ser punido. "Maddie? O que está errado?" Disse Mae do meu lado. Saindo do braço protetor de Mae, eu girei. Assim que o fiz, um Flame parecendo cansado ficou perto de mim. Styx ainda estava falando com as mãos, mas Flame me observou enquanto dei um passo hesitante para frente. Seus

olhos

escuros

se

arregalaram

enquanto

continuei

lentamente, e com apreensão, a abordagem. Suas mãos cerradas em seus lados, e sua mandíbula se tornou rígida com a tensão. Ouvi o som tranquilo de Mae correndo para Styx, sussurrando algo que eu não podia ouvir, mas eu tinha uma intenção, e somente uma intenção. O cheiro de óleo e couro bateu-me em primeiro lugar, em seguida, algo que não poderia distinguir, algo distintamente de Flame. Agora, apenas um milímetro de distância de Flame, os meus olhos para o chão, um silêncio desceu sobre o grupo. Apertando as mãos unidas para manter minha compostura, levantei minha cabeça. Por fim, percebi que tinha sentido falta dele com uma intensidade devastadora. Percebi que não teve uma vez que me senti segura desde que ele tinha ido. Flame engoliu em seco e me observava. Meu coração acelerou quando admiti para mim mesma que gostava do jeito que ele me olhava.


Eu gostava que, quando eu estava perto, a expressão de dor que ele sempre usava, caía fora. Fortalecendo

os

meus

nervos

desgastados,

sussurrei,

"Obrigada." Eu inalei uma respiração rápida para firmar a agitação em minha voz, deixei cair os olhos de seu olhar penetrante, e acrescentei: "Obrigada. Obrigada por salvar minha vida." O pesado silêncio parecia como se estivesse me sufocando. Eu podia ouvir a brisa, as aves noturnas nas árvores, e então ouvi uma expiração rápida de respiração. Levantando os olhos novamente, vi os lábios Flame se abrirem, como se um fardo pesado tivesse sido tirado de seus ombros. Rangendo os dentes, as gengivas tatuadas com a palavra „DOR‟ entraram em plena vista. Flame deu um passo para frente até sua presença roubar minha compostura. Eu pisquei em rápida sucessão tentando me preparar para o que ele poderia fazer. Os músculos pesados de Flame ficaram tensos. Sua mão começou a subir. Meu corpo ficou rígido, pensando que ele ia me tocar. Meu instinto foi o de afastar-me, dar um passo para trás e recusar o contato. Mas quando olhei para cima, em seu rosto cansado, eu não conseguia fazer nada além de ficar parada. A mão de Flame tremia enquanto tentava chegar para o meu rosto, mas quando ele pairou parado apenas algumas polegadas afastada, pendurado em suspensão no ar. Os olhos vidrados de Flame sobre mim. Então, com um suspiro reprimido, ele retirou a mão e cambaleou para trás. Virando minha cabeça para a minha direita, Mae estava olhando para mim, sua boca se abriu em choque. Styx estava nos olhando com muita atenção, seus olhos se estreitaram. Minha pele instantaneamente parecia em fogo, meu rosto em chamas de vergonha.


Voltando atrás, fui em direção ao apartamento, desesperada para escapar da atenção. Mae correu ao meu lado. Assim que estava prestes a ganhar o santuário da casa, ouvi, "Maddie..." um sussurro em uma gutural, voz triste. Imediatamente interrompi. Olhei por cima do ombro para ver Flame de pé a poucos passos diante de seus irmãos. Ele olhou para mim com esses olhos tão tristes que eu temi que meu coração fosse quebrar bem no meio. Havia tanta saudade em sua expressão, como se ele estivesse desesperado para me dizer alguma coisa. Qualquer coisa. Forçando um sorriso, coloquei meu cabelo atrás da minha orelha e sussurrei: "Boa noite, Flame. Eu... Eu estou feliz que você voltou." Na minha cabeça eu acrescentei, "para mim", mas isso nunca iria ser dito em voz alta.


Flame Eu a assisti ir até que a porta do apartamento do Prez se fechou. Eu não me mexi. Só olhava para a porta de madeira, sentindo um enorme buraco fodido no meu estômago. Levantando minha mão, olhei para os meus dedos rígidos. Eles pareciam como todos os outros, mas eles não funcionam da mesma forma. Porque outras pessoas podiam tocar outro alguém. Poderiam ter colocado sua mão em seu rosto depois que ela disse obrigado. Poderiam sentir sua pele. Poderiam talvez a ter feito sentir-se melhor. Mas, em seguida, a frustração encheu meu coração, e eu pensei. Seu toque é veneno. Você vai machucá-la. Flexionando meus dedos, enrolei-os em punho e meu sangue ferveu. Eu odiava isso: odiava que não podia tocá-la. Odiava que quando ela olhou para mim com aqueles olhos verdes, eu não consegui falar uma maldita palavra. Eu não sabia como falar com ela. Eu simplesmente sabia que não podia. Porque eu estava errado na cabeça. Porque eu não era como todos os outros. Porque as pessoas disseram que eu era uma merda de aberração. Toda a minha vida eles me disseram que nasci errado. "Flame?" Virando a cabeça, AK e Viking estavam ao lado do Prez. Styx cutucou a cabeça para mim. Vike, em seguida, olhou para Styx e de volta para mim. "Venha aqui, irmão."


Olhando de relance para a porta fechada mais uma vez, deixei cair a minha cabeça e caminhei de volta para o Prez. Styx me observava todo o caminho, meus lábios se movendo enquanto contei meus passos debaixo de minha respiração. "Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito..." Cheguei a Styx no oito. Nove, dez, onze... Em onze olhei para cima. Minha cabeça contorceu-se sob seu duro olhar. Enrolando meus dedos em minhas mãos, minhas unhas escavaram na carne, apreciando a mordida afiada. Styx balançou a cabeça e assinalou: "Não sei o que diabos foi tudo isso com Madds, nem sei se quero saber." Ele olhou para cima para AK e Vike, mas meus olhos nunca o deixaram. Voltando-se para mim, ele assinalou, "Eu sei que você tem alguma fodida obsessão por ela, isso é o seu maldito negócio. Mas se, ou quando, você machucá-la, você fere Mae; e essa merda não vai voar." Meus dentes rangeram tão forte que dava para ouvir como se fosse em voz alta. Balançando a cabeça, assobiei, "Eu nunca vou machucar Maddie. Nunca." Styx não disse nenhuma merda por um tempo, em seguida, acenou com a cabeça, seguindo em direção ao seu apartamento. Meus olhos o seguiram até o fim, quando ele assinalou, "Fico feliz em ter você de volta, irmão. Não era o mesmo sem você. A vida era muito foda de calma." Eu relaxei minhas mãos. Styx entrou em seu apartamento, deixando-me com Vike e AK. AK passou a mão pelo rosto. "Vamos para casa." Mas eu não queria sair. Precisava ficar fora da janela de Maddie. Eu precisava mantê-la segura.


AK pegou minha linha de visão. "Amanhã, irmão. Comece a sua guarda de merda de novo amanhã. Você é um morto em pé agora. Você precisa de comida e precisa dormir. Você perdeu peso. Tem enormes olheiras pretas sob seus olhos. Nem fodendo você está pensando direito." Eu balancei a cabeça, a ponto de dizer-lhes para ir embora, quando Vike se juntou a AK. "Flame, é verdade. Não lute conosco sobre isso, irmão. Nós não dormimos muito desde que você se foi, um de nós sempre estava atento a você naquela maldita casa de doentes, no caso de você acordar e foder tudo por estar amarrado. Então, basta dar-nos um descanso do caralho, sim? Só por uma noite de merda." Eu queria lutar. Queria dizer-lhes para se foderem e me deixar com Maddie. Minha cabeça se contorceu sob seu olhar, mas finalmente concordei. Os ombros de Vike relaxaram, e ele começou a caminhar em direção às árvores que levavam aos nossos quartos. AK seguiu atrás. Eu caí em dar passos. Mas, assim que estava prestes a quebrar a entrada de árvores, algo me fez olhar para trás. Maddie. Maddie sentou-se à janela, observando-me sair. Meus pés pararam. Ela estava de joelhos, sua mão pressionada contra o vidro. Meu coração bateu contra minhas costelas. Quando ela sorriu para mim, minhas mãos relaxaram ao meu lado, e por um minuto, as batidas na minha cabeça do caralho pararam. Os espasmos pararam. E a sensação de que algo estava rastejando sob a minha pele, parou. "Flame?" AK chamou de perto das árvores. Mas eu não conseguia desviar o olhar. Não quero que este sentimento me deixe. Eu não queria deixá-la. Só queria estar perto dela. Porra, só precisava estar perto.


Maddie, ouvindo AK chamar, afundou-se sentada no parapeito da janela. Seus olhos verdes entorpecidos e a mão no vidro mexeu para me dar um pequeno aceno. Eu não me mexi. Ela não se mexeu. AK voltou através das árvores. Meu irmão veio para o meu lado e meu corpo ficou tenso com sua proximidade. Eu o ouvi suspirar. Vi Maddie inclinar sua cabeça enquanto ela nos observou. "Flame. Você precisa vir para a maldita casa. Deixe sua pequena sozinha hoje à noite." AK esperou em silêncio. Então a expressão de Maddie mudou, e inclinando a cabeça, ela retirou-se da janela. "Ela vai dormir, Flame." Quando ela não voltou para a janela, me virei e segui AK para nossos quartos. Quando começamos a nossa pequena descida, Vike estava fora de seu quarto disparando acima do grill. "Sente-se, eu tenho bifes grelhados e cerveja gelada." Fui até Vike e tomei meu lugar habitual. AK sentou do lado oposto. Alcançando o cooler, Viking entregou uma cerveja para AK e eu. Rachei a parte superior com os dentes e tomei em um longo gole. Nada foi dito enquanto Viking cortava os bifes, AK brincava com rótulo de sua cerveja.

Em

seguida,

colocando

os

bifes

em

um

prato,

Viking entregou um para mim. Eu balancei minha cabeça. Viking empurrou-o na frente do meu rosto. "Coma-o, irmão. Você perdeu um inferno de muito peso." Peguei o prato, mas meus olhos seguiam para a floresta. Eu sabia que ela estava lá em cima. Perguntei-me se ela estava dormindo agora?


Fiquei imaginando como ela parecia adormecida? Eu queria vê-la dormir. Uma tosse soou de Viking. Quando olhei para ele, tanto ele quanto AK tinham suas atenções fixas em mim. Eu me mexi no banco e perguntei: "O que?" Viking enfiou um pedaço de seu sangrento bife em sua boca, mas AK não se mexeu. Eu olhei para trás, minhas pernas começaram a tremer, as chamas interiores iniciaram o inflamar do seu escrutínio6. "O quê?" Eu bati novamente. Vike olhou para AK e deu de ombros. Fortalecendo sua expressão, AK sacudiu o queixo, e perguntou: "Por que a pequena, irmão?" Minhas pernas que estavam balançando pararam. Todos os meus músculos apertados. AK sentou-se para frente. "Por que salvar a pequena? Por que proteger o quarto dela? Eu estou tentando entender essa porra toda." Ele olhou para Viking que agora derrubava sua cerveja, e olhando de volta para mim, acrescentou: "Você a quer? É isso?" Eu não disse nada e minha mandíbula se fechou. Deixei meus olhos, minha cabeça se contorcendo nesta conversa, então me encontrei girando a cabeça, olhando para as árvores novamente. "Será que é porque ela tocou em você?" Quando a pergunta foi feita, minha cabeça virou para AK. Minhas mãos apertaram enquanto me lembrava de Maddie envolvendo os braços em volta da minha cintura depois que eu tinha matado o fodido do Moisés, naquela comuna meses atrás. Ela caminhou direto até mim e me tocou. Mas as chamas não a machucaram.

6

Nt.: Escrutínio: Figurado. Exame extremamente detalhado.


Eu ainda não sabia o porquê. Mas algo aconteceu naquele dia. Ela fez algo para mim. De alguma maneira ela entrou em minha maldita mente. Mas, desde então, o pensamento de ser tocado tinha piorado. Porque agora eu queria que ela me tocasse. Mas eu não poderia deixá-la. "Irmão. Fale comigo." "Sim. Ela me tocou. Depois que eu tinha fodido a porra do Moses, muito ruim ela me agradecer. Ela olhou para mim com aqueles grandes olhos verdes e, em seguida, ela me tocou." Eu olhei para AK e Viking. "E eu podia tocá-la de volta. Não posso tocar em ninguém a menos que esteja os matando, por causa das chamas." Eu balancei a cabeça enquanto meus olhos nublaram e meu estômago apertou tanto que eu não conseguia respirar. Pisquei os olhos, e disse: "Mas ela me tocou. As chamas não a machucaram. Eu a fiz se sentir bem." Meu peito doía com o quanto eu queria tocar Maddie novamente. Mas um poço profundo escavou em meu estômago quando disse a mim mesmo que não podia. Que era uma coisa de uma vez apenas. Então vi uma gota de água atingir a minha coxa. Minha mão se moveu sobre a água, meu dedo empurrando a umidade. Então outra gota atingiu. "Merda!" Eu ouvi AK assobiando. Quando levantei minha cabeça, Viking e AK estavam turvos. Minha mão foi ao meu rosto, e senti minha pele molhada. Molhada dos meus olhos. AK se levantou. "Flame, homem. Porra. Desculpe, eu não deveria ter empurrado. Não deveria ter perguntado sobre a pequena, e o toque, e como você se sente sobre ela. Essa a porra é somente da sua conta." "Ela nunca iria me querer. Eu sou um retardado." Eu bati o lado da minha cabeça com a palma da minha mão enquanto meus olhos borraram novamente. "Eu não estou certo aqui. Estou fodido —


não entendo as pessoas, eles não me entendem. Nunca vou ser capaz de ler as pessoas. Por que alguém tão perfeito como ela iria querer alguém tão fodido como eu? Alguém que não está bem da cabeça?" AK estendeu a mão. "Pare de falar assim, caralho. Aquela cadela olha você tanto quanto você o faz. E eu não estou pensando, depois do que ela viveu que ela é tão perfeita quanto você pensa. Mae não é. Lilah não é. O que faz você pensar que ela é diferente?" "Porque ela é perfeita. Tudo nela é fodidamente perfeito. Cadafodida-coisa". AK deu um passo adiante, as palmas das mãos no ar. "Irmão, acho que você precisa dormir. Apenas... isso. Apenas dormir." Vike se juntou a AK. "Vá, Flame. Vá para seu quarto e durma. Toda essa merda vai se parecer melhor quando você tiver alguma força de volta." Descartando o bife intocado, levantei-me e virei para o meu quarto, mas pouco antes de alcançar a porta, olhei para trás. "Eu tinha que salvá-la. Tinha que salvá-la daquela bala. Não posso tocá-la. Eu não posso nunca... estar com ela. Não posso... fazer isso. Mas posso salvá-la. Posso mantê-la segura." AK passou as mãos pelo seu cabelo escuro. "Eu sei, cara. Porra, sei." Ele baixou a cabeça. "E vou dizer outra vez. Aquela cadela vê algo em você também. Como se ela quisesse você ou alguma merda..." Ele arrastou e sua voz ficou mais áspera. Eu senti que deveria saber o porquê. Mas nunca entendi as outras pessoas. Vike apontou para a minha porta do quarto. "Entre. Descanse sua cabeça."


Abri a porta e entrei, confuso com a emoção de meu irmão. Fazendo a varredura do meu quarto, minhas coisas estavam como as deixei: facas, couros, armas. Então olhei à minha direita, e para o chão. O sangue escaldante em minhas veias me atingiu como um trem de carga quando fixei meu olhar sobre a escotilha, na parte de trás da sala de estar. Prendi a respiração quando uma fatia de dor esfaqueou através do meu estômago e senti as chamas mais uma vez. Fechei os olhos e tropecei na direção de minhas facas. Peguei a velha faca de aço. A que sempre usava. Olhei para a faca. Senti o mal enchendo minhas veias; o fogo rastejando para a superfície. Então senti meu pau ficar duro. Senti empurrar o zíper da minha calça de couro. E eu sabia que estaria na minha cabeça a qualquer minuto. Respiração rápida, os músculos bombeando e pau duro, tropecei para a escotilha. Levantando a faca, segurei entre meus dentes. Estava escuro, sem luz deste lado da sala, mas os meus olhos estavam fixos na escotilha. Então a voz na minha cabeça agitou. A voz dele. A maldita voz que nunca me deixou sozinho. "Tire", ordenou, sua voz alta áspera na minha cabeça. Dentes mordendo o punho da faca, eu assobiei, e meus olhos rolaram. Em segundos fiz o meu corte. "Tudo, garoto," ele rosnou, e eu ouvi o estalo de seu cinto de couro seguir o comando. Meu pau latejava e testou o zíper da minha calça. Alcançando para baixo, minhas mãos bateram em concha em minhas mãos. Eu segurei e apertei mais forte de novo, meu punho de ferro firme até


minhas pernas tremerem, em seguida, um rugido saiu de minha garganta. "Tudo, garoto," ele exigiu novamente. "Consiga tudo fora." Soltando meu pau duro, bati o botão do couro, o arrancando e descendo a calça por minhas pernas. Meus ombros apertaram e meu peito arfava esperando o próximo comando. Minhas mãos estavam enroladas em punhos ao meu lado, o meu dolorido pau intocado, duro e na espera. Meus olhos estavam fechados, os dentes apertando mais forte a lâmina, quando a voz de repente comandou, "Fique no chão." Minhas pernas caíram de debaixo de mim para a pequena escotilha embutida no chão do meu quarto. Agarrei a lâmina da minha boca, e com a outra mão, peguei meu pau. Enrolando meus dedos em volta da minha carne, deixei minhas longas unhas cavarem, sibilando para o flash de dor cegante. Eu gemia. Eu gemia alto e meus quadris empurraram para frente. Minha mão começou a se mover; para trás, para frente e para trás. Isso dói. Queimou... me fez sentir tão bom para caralho. Isso era o que eu precisava. Isso era a maldita merda que eu precisava. Meu queixo caiu quando a minha mão trabalhou mais rápido. Meu corpo ficou tenso quando senti o fogo cravando minha espinha. A pressão construindo em minhas bolas. Mas eu não poderia gozar. Estava lá. O fogo, as chamas a necessidade de sair. Mas eu precisava... Eu precisava... Em um flash, a lâmina de aço cortou minha coxa, o corte afiado em minha carne. Sangue acumulado na ferida, quando a voz sussurrou, "Um". Ele contou sobre cada pancada. "Dois." Minha mão


trabalhou mais e mais rápido para cima e para baixo do meu pau, minhas unhas afiadas arranhando a minha pele fina. "Três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove..." Eu curvei, minha respiração sibilante por entre os dentes cerrados quando a voz, e os cortes profundos da lâmina, construíam mais e mais alto. "Dez", a voz disse mais alto, o sangue escorrendo pelas minhas coxas e sobre a escotilha. Enrijecendo o corpo, me preparei para o comando final. Minha mão apertou forte, as unhas rasgando meu pau, a lâmina cortando profundamente minha coxa. Então a voz trovejou, "ONZE!" Com uma onda de calor puro, todos os músculos dentro do meu corpo vibravam com o fogo. Meus ossos sacudiram com raiva reprimida, e com um grito de dor, eu gozei. Gozei tão forte que a minha cabeça caiu para trás e minha faca caiu no chão. Lutei para respirar, meu corpo exausto caiu para frente. Mas quando tomei minha respiração, a habitual batida de náusea rolou no meu estômago, meu corpo balançando para o lado enquanto pegava o miserável balde a minha espera ao meu lado. Quando não havia mais nada no meu estômago, o vazio foi substituído com a onda de vergonha que eu sentia toda noite. Toda noite depois que me cortava, purguei e obedeci a voz dele. Minha cabeça pendurou quando senti o esperma sobre minhas pernas, misturando com o sangue no chão debaixo de mim. Mexendo meu dolorido corpo cansado, passei meus braços em volta da minha

cintura

e

cai

deitado

no

chão.

Sugando

um

respiração falha, meu peito ofegante de minha liberação, deitei sobre a escotilha no chão duro e frio. Fechei os olhos e tentei o meu melhor para dormir. Sua voz, dentro da minha cabeça, calma, por enquanto.


Maddie Eu adorava desenhar. Era algo que tinha descoberto em minhas muitas noites passadas sozinha no meu quarto. E eu era boa. Pelo menos acho que era. Mas mais do que isso, era a minha fuga. Tenho que viver a vida de fantasia que tinha sonhado para mim mesma, se minha educação tivesse sido diferente... se eu fosse diferente. Um vento frio passou em volta do meu corpo enquanto estava sentada do lado de fora. O sono não me encontrava, e minhas mãos coçavam para desenhar. Era o meio da noite, e as estrelas brilhavam no céu escuro como diamantes. Fechando os olhos, inalei. Eu amava respirar o ar da noite. Amava estar lá fora. Simplesmente amava a paz. Sentada na cadeira do gramado, peguei o bloco de desenho de três quartos amplo deitado na grama. Abrindo o livro encadernado, passei as primeiras páginas; imagens de folhas, pássaros e árvores. Pulando as páginas de uma jovem em um prado, sorrindo para o grande sol. Quatro jovens irmãs andando de mãos dadas — três de cabelos escuros e uma brilhante loira — ainda inocente e intocada. Então,

quando

virei

a

página

seguinte,

parei,

mãos

congelando, quando um conjunto familiar de olhos meia-noite, olhavam


para mim da página, como se fossem reais e brilhando à luz da lua debaixo da minha janela. Com um dedo tímido, segui a borda dos olhos e desejei que eu fosse capaz de tocá-lo realmente. Eu segurei minha mão direita no ar, e com a mão esquerda, entrelacei os dedos imaginários como se pudesse senti-los. Uma mão segurando a minha. Um simples toque. Um toque que dizia tanto. Uma fatia de dor bateu no meu peito, e eu, suspirei profundamente em tristeza. Porque desde meu encontro com Flame, meus pensamentos haviam mudado muito. Na comuna, eu costumava sonhar que era uma borboleta. Que iria abrir minhas asas coloridas e voaria para longe de toda a dor. Mas agora, quando Flame estava perto, eu sonhava de novo. Sonhava que um dia saberia como me sentiria com sua mão segurando a minha. Meu

coração

afundou

nesta

impossibilidade.

Largando

minhas mãos, deixei meus dedos caírem e quebrar o seu aperto. De repente, a minha atenção foi puxada pelo som de árvores sussurrantes. Sentei-me na cadeira e olhei para a linha escura da floresta. Meu coração bateu contra meu peito, quando uma figura emergiu da vegetação densa. Minha respiração parou, o medo tomando conta, em seguida, um par familiar de botas de couro e calças entraram no gramado iluminado pela lua. Lâminas pendiam de seu cinto, e seu torso estava nu sob o colete de couro pesado. Flame.


Meu coração, que já estava correndo, parecia bater em uma velocidade impossível. E, em seguida, Flame ergueu a cabeça, e ele deixou de bater. A cara feia que estava em seu rosto apagou imediatamente. Seus lábios murmurando algo sob sua respiração, acalmando seu discurso. Eu agarrei o cobertor que se encontrava sobre meus joelhos no meu peito. Permaneci congelada, como fez Flame. Eu não esperava que ele viesse hoje à noite, seus amigos tinham-lhe levado de volta para sua casa. Eu podia ver da minha janela quão exausto ele estava. Podia ver, mesmo na neblina do luar, como estava cansado ainda. As mãos de Flame ficaram tensas em seus lados. Seu peito arfava com o movimento que era muito rápido, então ele abruptamente girou nos calcanhares, e com as costas rígidas, voltou para a floresta. Meu estômago afundou quando ele se virou para sair, e sem um pensamento consciente, bati o meu bloco de desenho fechado, embaralhando com a borda do assento e gritei: "Espere! Não vá!" Flame parou. Como eu. Engolindo meus nervos, meu choque com o que eu tinha acabado de fazer, disse: "Por favor, Flame. Não vá… Eu... Estou feliz que você está aqui." Os dedos de Flame enrolaram e desenrolaram, em seguida, endireitando seus ombros, ele se virou lentamente. Sua grande estrutura estava rígida quando ele me encarou mais uma vez. Em seguida, ele apenas ficou lá. Parou no final da floresta, a atenção fixa para frente. Mas eu o queria mais de perto.


Ainda à beira do meu assento, perguntei, "Você gostaria de vir mais perto? Eu... eu fico sentada aqui sozinha quando não consigo dormir. Isso..." Eu respirei fundo, lutando contra o meu instinto natural para fugir, e continuei. "Seria bom ter alguma companhia." Flame

permaneceu

imóvel,

com

o

corpo

rígido

me

convencendo de que ele não viria mais perto. Então, para minha surpresa, ele começou a andar, suas pernas poderosas o trazendo mais perto de onde eu estava. Na noite quieta e silenciosa, eu podia ouvi-lo contar seus passos do um ao onze, em seguida, repetindo de volta para si mesmo em voz baixa. Minha cabeça inclinou para o lado quando ele se aproximou, um redemoinho de antecipação e medo misturados no meu estômago. A pele em seus braços parecia recém-cortada, e eu não podia me segurar, apenas me sentia triste por ele. Para o que tinha acontecido para fazê-lo precisar fazer mal a si mesmo de tal maneira. Segurando uma lâmina de seu cinto, seus dedos apertavam o punho. Como se ele precisasse da lâmina como um conforto. Como se ele estivesse nervoso por estar aqui agora comigo. Inalando uma respiração longa, perguntei baixinho: "Você gostaria de se sentar?" Apontei para a cadeira em frente a minha. Flame olhou para a cadeira através de seus longos cílios negros, e exalou fortemente pelo nariz, sentou ao meu lado. Senti o cheiro de óleo e couro. Eu senti o rico cheiro de almíscar e especiarias, um perfume que só pertencia a Flame, e o calor encheu meus ossos. Ele estava sentado ao meu lado. Flame estava sentado ao meu lado.


Descartando os meus olhos para as bordas desgastadas do cobertor cinza em volta de mim, joguei com os fios de lã apenas para ter algo a ajudar com os nervos abordando meu corpo. Mas Flame estava absolutamente imóvel. Absolutamente silencioso. Olhei para o lado, só para vê-lo observando. Assim que nossos olhos se encontraram, ele deixou cair o seu. Um rubor correu enchendo minhas bochechas, e por alguma razão desconhecida, um sussurro de um sorriso puxou no canto de minha boca. Levantando minha cabeça, olhei para a grande lua, e encontrei coragem para falar. "Eu não pensei que você viria me ver hoje à noite." Após alguns segundos de silêncio, eu acreditava que Flame não iria responder. Até que peguei ele se mexendo no assento, e ele disse grosseiramente: "Eu não consegui ficar longe." Meu pulso correu em sua resposta e eu sussurrei, "Por quê?" Os ombros de Flame balançaram, em seguida, com foco de volta na lâmina na mão, ele disse: "Eu não conseguia parar de pensar em você. E eu..." Flame parou. "E o quê?" Eu empurrei. "Eu precisava estar perto de você. Precisava saber que estava a salvo." Eu assisti os dedos de Flame cair ao longo da borda de sua lâmina, mas suas palavras circularam em minha cabeça e meu coração floresceu. "Estou feliz que você veio", disse em resposta. Respirando, acrescentei: "Eu... eu senti sua falta..."


A confissão foi feita em um sussurro, minha voz nervosa demais para ser ousada. Embora quis dizer isso com todo meu coração. Eu tinha sentido falta dele mais do que jamais imaginei ser possível. Um exalar afiado escorregou dos lábios de Flame. "Eu não podia aguentar que tinha ficado longe de você por tanto tempo. Isso estava fodendo com a minha cabeça". Minha atenção caiu para a cicatriz vermelha ao lado de seu pescoço, sua gaze tinha ido agora, e eu perguntei "Você está com dor?" Meu estômago virou. "Eu não posso suportar a ideia de você sentir dor por minha causa." "Não", Flame disse friamente. "Não há nenhuma dor. Eu sou bom com dor. Mas eles me prenderam. Eles me amarraram e eu não poderia suportar essa porra. Em seguida, eles me drogaram. Me drogaram para que eu não pudesse chegar até eles. Não poderia matar os homens que me amarraram". Flame estava ofegante, suas narinas dilatadas. Minha cabeça caiu. "Foi minha culpa", eu sussurrei. "Foi minha culpa que você teve que passar por isso." "Eu tinha que protegê-la." Ele então se mexeu na cadeira e admitiu: "Quando acordei, quando AK e Viking me acordaram, você foi a primeira pessoa em quem eu pensei. E eu tinha que te ver. Eu só... Eu só tinha de te ver." Meu lábio virou no canto, sua necessidade desesperada de me ver acendeu uma centelha de felicidade no meu coração. Mas quando olhei para seu rosto, com os círculos escuros abaixo de seus olhos, meu sorriso desbotou. "Você parece cansado", eu disse calmamente, e Flame brevemente fechou os olhos. "Eu não durmo. Nunca consigo cair no maldito sono."


O torso de Flame ficou rígido, os nós dos dedos brancos quando ele segurou a lâmina e eu sussurrei, "Por quê?" A cabeça de Flame sacudiu e seus dentes cerraram. Então, olhando para longe, respondeu: "Eu malditamente não consigo". Entendendo que não queria falar sobre isso, eu o deixei. "Eu entendo", acalmei. "Eu não durmo muito." O rosto do irmão Moses passou pela minha mente, e eu expliquei: "Eu tenho muitas memórias que me visitam à noite... memórias que prefiro não reviver." Flame puxou uma respiração rápida, mas não disse nada em resposta. Outra varredura de vento frio chicoteou ao redor do gramado, e puxei o cobertor até meu queixo. Deslocando no meu lugar, me virei para enrolar-me em direção a Flame. A cabeça de Flame estava descansando contra o encosto alto da cadeira. Enquanto eu bebia em sua grande estrutura, seu escuro cabelo e barba, seu pesado corpo coberto de tatuagens e seus muitos piercings, me encontrei sentindo mais aliviada do que estive em semanas. "Estou feliz que você está de volta, Flame. Eu senti sua falta." "Você sentiu?" "Senti muito. Você... você é a única pessoa que sempre me faz sentir segura. Quando você foi..." Eu parei, incapaz de expressar o quanto sua ausência me fez sentir. Flame gemeu. "Maddie..." Meu coração batia forte no tom desesperado em sua voz. "Flame", sussurrei de volta, seus olhos escuros presos nos meus. O ar estava estático entre nós, uma espessa neblina encobrindo onde nos reunimos. Meu coração batia irregularmente, e


respiração instável deslizou pelos meus lábios. Então, uma voz chamou do lado da casa, estilhaçando o momento. "Maddie?" Olhei para trás, só para ver Lilah correndo na clareira. Minhas sobrancelhas puxaram para baixo. "Lilah?" Mudei para a frente em minha cadeira. "Você está bem? É no meio da noite. Por que você está aqui?" Lilah se aproximou, então seus passos vacilaram quando viu Flame ao meu lado. Corei, temendo como isto seria percebido. Encontrando a compostura, ela acenou com a mão. "Vocês foram chamados. Todos nós fomos. Ky recebeu uma chamada do complexo. Ele está com a caminhonete pronta para nos levar lá." Eu me levantei, me perguntando por que fomos chamados, então senti Flame de pé atrás de mim. Lilah olhou por cima do meu ombro, e eu suspirei de alívio quando ouvi: "Eu estou indo também." Lilah girou nos calcanhares e eu segui seu exemplo, Flame logo atrás. Quando chegamos à frente da casa, Mae, Styx, e Ky estavam lá. Todos os olhos se voltaram a nós enquanto caminhamos para lá. Ky olhou para Flame e disse: "Foda-se, irmão. Você não deveria estar dormindo ou algo assim?" Ouvi a respiração profunda de Flame, e ele cuspiu, "Eu vou com você." Styx balançou a cabeça, e Mae me olhou com os olhos apertados. Ky quebrou o silêncio constrangedor. "Vamos conversar sobre essa merda no clube." Todos nós entramos na caminhonete, Flame pulando na base na parte de trás. E em silêncio, partimos para a estrada secundária.


Quando nós saímos da caminhonete foi para atender a uma multidão, incluindo Tank, Beauty, Tanner, Bull, Smiler e Letti. Todos eles nos encontraram em nosso caminho quando nos ouviram chegando. Eu fiquei perto do lado de Flame. Lá também estavam muitos homens. Demasiadas pessoas. Eles me faziam sentir nervosa. "Todos para fora daqui!" Ky ordenou, parecendo entender. O resto dos homens e mulheres que eu não conhecia entraram no clube. Beauty adiantou. "Ela acabou de chegar. Estávamos todos bebendo no bar quando ouvimos a porra do seu grito do lado de fora. A jovem cadela estava em um estado de merda real, batendo no portão da frente, levantando o inferno e tudo o que ela continua pedindo são as três

irmãs

Amaldiçoadas

da

Ordem,"

Beauty

apontou

para

Lilah, Mae e eu, "e que todas vocês são boas ladies." "O quê?" Mae sussurrou em descrença. Mae avançou, Lilah logo atrás; ela passou por Tank e Bull. Ouvi seu suspiro, em seguida, disse: "Não há problema. Nós não vamos te machucar." Beauty me viu chegar mais perto de Flame. Ela acenou com a mão para eu me aproximar. Eu hesitei, em seguida, Beauty insistiu: "Vamos lá, querida, ela está chamando por vocês pessoalmente." Eu dei um passo para frente e andei na frente de Beauty para ficar ao lado de Mae. Eu abruptamente interrompi. Imediatamente, meu coração rasgou em pedaços. Uma menina. Talvez quatorze ou quinze anos, suja, cortada e sangrando, vestida com um longo vestido cinza rasgado e sujo. O vestido cinza da Ordem. Sua branca touca estava meio pendurada em sua cabeça, seu cabelo loiro escuro debaixo confrontado com lama. E seus olhos, seus profundos olhos azuis estavam vidrados de medo. Ela tinha recuado para o canto do portão, suas mãos à frente, tentando manter as pessoas à distância.


Eu vi seus olhos incendiarem quando Lilah, Mae e eu estávamos diante dela. Em um soluço de dor, ela caiu no chão, a mão cobrindo a boca. Lilah olhou para mim e eu podia ver o pânico em seu rosto. Mae, no entanto, apenas avançou para frente, as mãos estendidas também. "Tenha calma," Mae acalmou. A menina congelou. "Meu nome é Mae", explicou Mae. Ela apontou para trás de nós. "Esta é Lilah e Maddie." Os lábios ensanguentados da moça tremiam e ela perguntou: "Vocês são as Irmãs Amaldiçoadas de Eva?" Meu corpo sacudiu quando ela disse esse título, mas Mae apenas assentiu com a cabeça. "Nós costumávamos ser. Eu sou Salome. Esta é Dalilah. E esta é Magdalene," Mae explicou, apontando para Lilah e eu mais uma vez. A menina lançou outro soluço, seus frágeis ombros curvados. "Eu achei vocês", ela sussurrou entrecortada, em meio às lágrimas. "Eu realmente encontrei vocês." Mae olhou para trás, perguntas evidentes em seus olhos. Lilah se juntou a Mae, e agachou-se para olhar nos olhos da menina. "Você tem um nome?" A menina parecia controlar a respiração, e disse calmamente: "Sarai. Meu nome é Sarai." Lilah sorriu gentilmente. "Sarai, você pode nos dizer o que aconteceu. De onde você veio?" Sarai endireitou, estremecendo enquanto movia as pernas. Sem ela falar uma palavra, eu sabia que ela tinha sido violada. Senti vontade de gritar em voz alta. Ela era uma criança. Aquele lugar horrível tinha machucado outra criança. "Eu... eu vim de Nova Sião. Eu consegui escapar." Sarai fechou os olhos por um breve momento, em seguida, encontrou os olhos


de

Lilah,

e

disse:

"Eles

continuaram

nos

machucando.

Eles

continuaram fazendo essas coisas para nós. Coisas más." Eu lutei contra náuseas enquanto ela falava, conhecendo o sentimento muito bem. "Algumas das garotas tinham falado sobre as Irmãs Amaldiçoadas que tinham escapado. Muitas das meninas falam de como vocês foram embora... e quando... quando... quando eles me machucaram... nos feriram esta noite, nós corremos muito." Lilah engoliu em seco e perguntou: "Quem é nós, Sarai?" O rosto de Sarai franziu com dor e outro soluço escapou de sua garganta. "Minhas amigas. Mas... mas elas foram capturadas no portão. Elas não disseram aos guardas que eu estava lá, escondida. Elas me ajudaram a ficar livre. Eu tenho viajado por horas. Alguém me ajudou a chegar aqui. Um estranho, alguém que me viu perdida em uma estrada em algum lugar..." Sarai quebrou novamente. Lilah se levantou, e olhou para Mae. "Mae?" Mas antes que Mae pudesse falar, Ky disse: "Vocês estão acreditando nessa merda?" Os olhos arregalados de Lilah foram para seu marido. "Ky! Por favor." Sarai, pelo tom áspero de Ky, enrolou em si mesma, ela arranhou os tornozelos inchados aparecendo sob o vestido. "O quê? Uma cadela do culto aparece no meio da porra da noite e ninguém está pensando que isso pode ser uma maldita armadilha? O culto que definitivamente nos quer todos mortos". Ele se virou para Styx. "Diga-me que não estou sozinho nessa, irmão?" Styx assinalou algo e Mae balançou a cabeça. "Ela está apavorada, baby. Eu entendo o que você está dizendo. Entendo que você é cauteloso, mas olhe para ela. Qualquer um pode ver que ela está petrificada".


Eu segui o dedo de Mae para Sarai, que estava encolhida no chão. Seu belo rosto estava pálido e seu corpo tremia de medo. A respiração de Mae engatou, e olhando para Styx, ela disse: "Assim que eu estava. Eu era como esta garota. Eu era esta menina correndo para escapar daquele inferno." Mae deu um passo para Styx e correu o dedo pela sua face. "A garota que você salvou." Mae balançou a cabeça e baixou os olhos. "Nós não podemos deixá-la. Ela precisa da nossa ajuda. Eu não posso mandá-la embora." Styx inclinou a cabeça para trás, em seguida, olhando para sua mulher, assinalou algo de volta. Mae endireitou os ombros e disse: "Precisamos limpa-la. Ela precisa de comida e um médico. Acho que ela foi estuprada." "Pelo amor de Deus!" Ouvi Ky pressionar, mas eu não conseguia tirar os olhos da jovem. Ela estava machucada, espancada e quebrada... Eu sabia exatamente como ela se sentia. Styx assinalou algo para Tank e ele pulou em sua moto. "Onde falo para o doc ir?" Lilah ergueu a mão. "Ao nosso apartamento. Ela pode ficar com a gente." "O quê?" Ky rugiu. Raiva em sua voz. Lilah enfrentou Ky. "Maddie vive com Mae. Não há espaço. Nós temos em abundância, e..." As palavras de Lilah sumiram e ela respirou fundo. "Ky você não entende. Você não entende o que é a vida naquele lugar para uma jovem. Como corajosa ela foi em deixar aquela vida, e na idade dela. Ela—" As palavras de Lilah pararam quando Ky puxou-a para seu peito. "Porra, Li. Tudo bem. Ela vem com a gente. Só não traga essa merda para si mesma. Não volte a ter esses malditos pensamentos."


"Obrigada", Lilah sussurrou, segurando firmemente no colete de Ky. Lilah rompeu com Ky, e ela e Mae se aproximaram de Sarai, ajudando-a a ficar de pé. Eu não me mexi. E quando ela gritou de dor entre as pernas dela, pensei que minhas pernas iriam ceder. Eles a tinham machucado. Machucaram-na como fizeram com a gente. Mae e Lilah levaram Sarai de volta para a caminhonete de Ky. Eu segui atrás, Flame do meu lado. Quando chegamos, Flame e Styx pularam na carroceria da caminhonete, e em poucos minutos estávamos seguindo para a cabana de Lilah. Mae e Lilah levaram Sarai diretamente para dentro, Styx e Ky seguindo

de

perto.

Eu

saí

da

caminhonete,

e

Flame

estava

imediatamente atrás de mim. Virando-me para encará-lo, eu disse: "É melhor eu ir para dentro com minhas irmãs". Flame não disse nada em resposta. Mas, assim que me mexi para caminhar para dentro, parei, e de frente para ele, disse: "Eu... Eu gostei de conversar com você hoje à noite." As narinas de Flame queimaram. Lutando contra os nervos, eu disse: "Talvez... Se você quiser... nós poderíamos conversar mais amanhã?" A mão de Flame apertou a lâmina em sua mão, e ele disse: "Sim." Minhas bochechas aqueceram com emoção. Deixando cair meus olhos, eu disse: "Então boa noite, Flame. Vejo você amanhã."


Entrei no quarto, ajudando Mae e Lilah a apoiar a jovem espancada. Mas nĂŁo foi uma surpresa, quando olhei para fora da janela, Flame estava em pĂŠ abaixo dela.


Profeta Cain

"Cain, por que você está aqui?" Virei-me ao som da voz do meu irmão Judah. Ele estava andando em minha direção, seu longo cabelo castanho amarrado para trás em um rabo de cavalo, e uma cara feia firmemente em seu rosto; o rosto de meu irmão gêmeo idêntico. Olhei para o outro lado dos jardins de nossa mansão, vendo nosso povo cuidando dos vastos gramados. A Consorte de Judah, Phebe, estava trabalhando no jardim de ervas. Eu estava aqui por um par de horas e agora ela ocupava a maior parte do meu foco, enquanto ela silenciosamente derrubava no solo as sementes plantadas. Durante as últimas semanas sua personalidade brilhante havia esmaecido. Ela ainda estava ao lado de Judah, e ainda em sua cama, mas algo em seu comportamento tinha mudado. A mão de Judah, de repente pousou no meu ombro. Ele manteve-a lá quando se sentou ao meu lado nos degraus que levam até o caminho do jardim. Seu rosto ficou instantaneamente voltado para o meu. "Irmão? Você está bem?" Bati minha mão em seu joelho. "Estou bem. Eu precisava de algum espaço. Os sermões diários, os encontros com o Klan, e as questões dos Hangmen, são cansativos."


Judah acenou com a cabeça em compreensão. Ele tirou o braço do meu ombro e descansou-o em seu colo. "Agora que mencionou, parece que você tem se tornado cada vez mais distante." Corri a mão pelo meu rosto, meu estômago revirando com o medo de que eu estava deixando Judah para trás. Deixando nosso povo para trás. "Eu sei. Há tanta coisa para fazer. Nossos povos são muitos; tendo sua fé e expectativas de nossa salvação exclusivamente em minhas mãos é um grande fardo." Judah olhou para os jardins, os olhos castanhos voltados ao nosso povo trabalhando no jardim. Segui seu olhar. Um menino novo, evidentemente sentindo a nossa atenção, olhou para cima. Assim que o seu olhar caiu sobre o meu, com a cabeça mergulhada ele fez uma reverência. Meu peito se apertou quando ele voltou para seu trabalho, sua cabeça não subiu novamente. Enquanto estudava o menino, percebi que ele devia ter cerca de quinze anos. Todos os membros desengonçados e movimentos desajeitados. Voltei a pensar no que estava fazendo naquela idade. Memórias de Judah e eu trancados em um quarto por horas a cada dia, aprendendo as escrituras. Nosso professor queria ter certeza que sabíamos nossas escrituras de cor. O retrato do nosso tio — o Profeta David — na parede era a única decoração. Não havia hora de brincadeira para nós, nenhum relaxamento. Nossa fé nos tinha ensinado que devemos constantemente trabalhar duro. Trabalho duro, por isso, quando chegou o dia para a minha ascensão, nós estávamos prontos. Não houve nenhum contato humano, apenas um com o outro e nosso professor. Não tinha havido nenhum amor, além do que sentíamos um pelo outro. E não havia ninguém em quem confiar, para fazer perguntas, do que um ao outro.


Esta vida era tudo o que eu tinha conhecido até que fui enviado em uma missão para me infiltrar nos Hangmen. Uma missão do nosso Profeta. Uma que iria garantir as nossas finanças, conseguindo os seus contatos comerciais de arma bem debaixo de seu nariz — para abrigar e manter nosso povo seguro até que Dia do Juízo caísse em cima de nós. Judah de repente se inclinou ao meu lado e disse em voz baixa: "Veja como nossos seguidores te adoram, irmão? Você pode ter dúvidas sobre quem é para nós, mas nós não temos. Não foi o mesmo com Jesus? Ele também tinha dúvidas, mas os seus discípulos o mantiveram forte. Assim como faço para você." A mão de Judah descansou sobre a minha. "Olhe para mim, Cain." Eu fiz. "Você está destinado a isso. E eu farei qualquer coisa que você pedir de mim. Qualquer coisa." Sentindo a tensão afrouxar no meu estômago, apertei a mão de Judah e suspirei de alívio. "Eu sei, Judah. Tenho certeza de que fará, e só você, que faz com que este chamado seja suportável." Judah sorriu para as minhas palavras, e voltamos a olhar para os jardins. Judah se sentou, descansando em suas mãos, e disse: "Eu fiz contato com o Klan. Eles estão colocando nosso plano em ação hoje. Eles fizeram um ataque, ao norte de Georgetown, com um dos seus maiores compradores. Foi o primeiro alvo perfeito. O Klan vai deixar claro que qualquer negociação com os Hangmen é um potencial alvo. Então, entre nós e os Grandes Feiticeiros do Klan, podemos colher os seus negócios perdidos". Judah sorriu largo e continuou. "Imagine o que poderíamos criar para o nosso povo, Cain. Com o dinheiro podemos realmente fazer da Nova Sião um paraíso na Terra. Podemos realizar a profecia. Sou eternamente grato que o filho do governador Ayer desertou do Klan e juntou-se aos Hangmen. Ele jogou gasolina no fogo já latente dos


Cavaleiros Brancos. Com sua vingança pessoal contra o seu filho e o MC, estou convencido de que o Klan não falhará." Eu ouvia as palavras de Judah, mas disse: "Os Hangmen são fortes, Judah. Passei cinco anos fingindo ser um deles. O seu alcance vai além do que nós ou o Klan pode enfrentar no momento. Para fazernos vitoriosos sobre o MC, temos que esperar. Tudo vai levar tempo, como o governador Ayer disse. Nós devemos utilizar nossos cartões de forma adequada. Não fazer qualquer coisa para cutucar o fogo. Se eles escolhem nos atacar agora, iríamos enfrentar outro massacre como o da velha comuna. Nós não iríamos sobreviver a mais um ataque." Judah franziu a testa, mas, em seguida, afirmou: "Este ataque da Klan é um começo. A guerra está chegando para todos nós, quer gostemos ou não. E para isso precisamos de seu comércio de armas. O Klan virá em seus ataques graduais, tenho certeza. Então, a nossa visão para o nosso povo vai começar". Eu podia imaginar claramente este sonho na minha cabeça, mas quando pensei do Klan visando os Hangmen para um ataque, ataques que eu costumava executar, rebati, "pessoas inocentes vão morrer no ataque. Os Hangmen sempre conduziram seus negócios publicamente.

Secretamente

planejando

e

organizando,

mas

publicamente carregando os planos para fora, para garantir que ninguém os ataque sem serem vistos." A expressão feliz de Judah caiu. "Esta é uma guerra santa, Cain. Vidas inocentes serão reivindicadas, mas o Senhor vai salvar suas almas. Suas mortes não devem estar em sua consciência. É assim que deve ser". A princípio não respondi, mas isso não parecia bem para mim, então adverti: "Você precisa dizer a Landry para seus homens manterem o número de vidas inocentes a um mínimo possível. Isso não pode ser traçado de volta para nós, isso se tornaria notícia. Nosso anonimato é a única coisa que nos protege. Os pecadores no mundo


exterior não vão compreender nossos costumes. Nós seremos alvos e tudo o que temos construído será destruído." Judah exalou. "Certo, irmão. Eu vou fazer uma ligação". Ficamos em silêncio. Eu podia ver Judah assistindo sua consorte. Ela olhou para cima e fez uma reverência para nós dois, mas rapidamente voltou a seus deveres. Eu fiz uma careta. "Sua consorte tem estado bem tranquila esta tarde, Judah". Judah se inclinou para frente, entrando em minha linha de visão. Sua expressão mostrou que ele não estava muito preocupado com este desenvolvimento. "Ela foi minha primeira consorte. Ela me teve unicamente para si mesma por um tempo, mas agora tomei outra. Ela está de mau humor sobre isso." Ele olhou para mim e encolheu os ombros. "Ela sabe que

é

a

vontade

de

Deus

que

nós

tomamos

muitas

mulheres sob nossa orientação, elas aprendem que devem ser obedientes aos homens, e precisamos de muitos para impregnar e espalhar a mensagem de nossa fé. Ela não pode ultrapassar com seu ciúme. Se ela continuar a resistir, vou fazê-la superar." Eu olhei para a consorte trabalhando com as ervas. "Você tomou outra? Eu não sabia disso." Judah suspirou. "Eu a levei, mas não lhe disse. Você não toma consortes sendo o profeta. Eu não quero que você seja invejoso que sou livre para tomar quantas desejar, sem a necessidade de casamento". Meu estômago se contraiu enquanto ele falava essas palavras. "Judah, por favor, não mantenha qualquer coisa de mim. Não você." Colocando a mão na parte de trás da minha cabeça, ele me puxou para baixo para colocar um beijo na minha cabeça. "Não mais. Juro."


Sentado de volta, eu perguntei, "Como ela é? Esta nova consorte?" O sorriso no rosto de Judah foi imediato. "Ela é incrível. Admito que ela ganhou minha benevolência. Ela é obediente e disposta a fazer qualquer coisa pela causa do Senhor. Ela foi apresentada a mim pelo irmão Luke. Ele garante que os nossos irmãos aqui em Nova Sião estão fazendo sua parte na expansão espiritual das nossas mulheres." Judah se sentou e olhou para mim. "Na verdade, existem algumas que você deve conhecer. Você pode gostar delas. Irmão Luke tem vídeos para você assistir, algumas mulheres que são um pouco melhores que as outras, mulheres que poderiam tornar-se sua mulher. Uma que seja digna do Profeta." Minhas sobrancelhas puxaram para baixo. "Sou a favor da mulher Amaldiçoada profetizada, Judah." "Nosso tio tinha muitas mulheres. Certamente, desde que você ganhe a mão da Amaldiçoada, eventualmente, isso é tudo o que importa. A escritura não diz que você devia tê-la e somente ela. Você está sempre sozinho. Isto é uma existência miserável, você poderia ter tantas mulheres que quisesse para ficar ao seu lado." "Irmão Judah?" Uma voz chamou por trás. Quando me virei, o irmão Luke estava na porta. Ele inclinou a cabeça para mim, então disse a Judah: "Irmão, recebi a ligação que estávamos esperando." Judah levantou a mão sinalizando que ele estava indo. Assim que ele se virou para mim disse, "Eu sei que você acha isto tudo sufocante, mas estou trabalhando em maneiras de ajudá-lo. Novos desenvolvimentos para nos fazer incrivelmente fortes. Eu sou a mão do Profeta, o meu dever é servir e aconselhá-lo. Mas, mais do que isso, sou seu irmão gêmeo. E quero ver todas as profecias da Ordem realizadas.


Eu juro, Cain, nada vai impedir-me de alcançar este objetivo para você. Nada." Respirando fundo, me senti mais leve por suas palavras, abaixei a cabeça. "Obrigado, Judah. Isso significa muito para mim. Apenas... apenas não faça nada tolo. Lembre-se, nossa salvação virá, mas vai levar tempo." Judah bateu a mão nas minhas costas, em seguida, desapareceu na mansão. Deixando-me com meus pensamentos, me inclinei para frente, empurrando minhas mãos pelo meu cabelo, cotovelos nos joelhos. A sirene soou, chamando nosso povo para suas orações. Eu assisti os trabalhadores começarem a sair. Mas a consorte de Judah ficou. Era como se ela não quisesse ir. Eu mantive meu foco sobre ela, vendo como continuou cuidando das ervas. Então, ela olhou para cima e me viu. Um rubor profundo preencheu imediatamente suas bochechas. A consorte pulou sobre seus pés e foi apressada para suas orações. Enquanto a observei encontrar seu caminho para fora do jardim, algo dentro de mim me empurrou para chamar seu nome. "Irmã Phebe!" Ela parou, e com cabeça abatida, se virou para mim. Seu cabelo vermelho brilhante estava amarrado para trás, longe de seu rosto. Mesmo com essa distância eu podia vê-la mastigando seu lábio inferior. "Venha aqui", ordenei, registrando que agora estávamos sozinhos. Irmã Phebe pegou a bainha de seu longo vestido e caminhou em minha direção. Quando chegou aos pés da escada, ela parou. Sua cabeça manteve-se baixa, como era requerido na presença do profeta do Senhor. "Fique à vontade, irmã," pedi. Irmã Phebe relaxou os ombros, mas seus olhos permaneceram baixos. "Olhe para mim."


Vendo-a expulsar um longo suspiro, ela levantou a cabeça e seus olhos azuis encontraram os meus. Estudei suas feições. Ela era bonita. Sua pele era pálida, clara e suave, seu cabelo era marcante e seus olhos pareciam calorosos. Eu poderia entender por que meu irmão levou-a como uma de suas mulheres. Irmã Phebe olhou para baixo com meu escrutínio e, por um momento, eu podia discernir um pouco de sua irmã em seu rosto. Eu podia ver a Amaldiçoada Delilah. A Consorte de Judah nervosamente balançou em seus pés, então me sentei em frente e perguntei: "Como você está, irmã Phebe?" Os olhos de Phebe estalaram nos meus e ela engoliu. "Estou bem, meu Senhor". Seus lábios começaram a tremer. "Eu não acho que você está, irmã. Você não está agindo normalmente por semanas." Fiz uma pausa e observei sua cabeça abaixar novamente, em seguida, acrescentei: "Será que é porque Judah tomou uma segunda mulher?" Erguendo a cabeça, os olhos de Phebe se arregalaram com a minha pergunta. Ela rapidamente balançou a cabeça. "Não, meu Senhor". "Você tem certeza? Sua mudança de humor não é devido ao ciúme? Porque o ciúme não tem lugar nesta comuna, nem em seu coração. Você sabe que nossas escrituras condenam a inveja e a ganância." Com uma expressão firme no rosto de Phebe, ela respondeu: "Eu absolutamente não sou ciumenta, meu Senhor. Sei que o homem deve tomar várias consortes, é o que a nossa escritura aconselha." Descansando os cotovelos sobre os joelhos, perguntei: "Então o que é?" Ela abriu a boca, quando ordenei asperamente: "E não minta para o seu Profeta".


A boca de Phebe se fechou. Um sentimento súbito de vazio encheu meu estômago. Então, um pensamento passou pela minha mente. "Judah não a machucou, não é?" Os lábios de Phebe se separaram, mas ela balançou a cabeça. Ela mexeu-se para falar, mas então algo a deteve. "Fale", eu queria saber. Phebe balançou a cabeça em negativa. "O que está me incomodando é pecaminoso, meu Senhor. É errado, mas não posso parar de pensar nisso tudo". Tentei imaginar o que poderia ser pecaminoso para ela, então me lembrei de sua intenção de evitar o chamado para a oração. "É por causa destes pensamentos que você perdeu as orações?" Phebe hesitou, depois relutantemente concordou com a cabeça. "Eu sou impura. Não sou digna de oração." Lágrimas encheram seus olhos, e encontrei-me levantando. Desci os degraus até que estava bem diante dela. Phebe, tão perto, estava tremendo. Alcançando minha mão, coloquei meu dedo sob seu queixo, até que seus olhos entraram em confronto com os meus. Uma lágrima caiu por sua bochecha. "Diga-me o que você teme que é pecaminoso." Phebe tentou se afastar. "Não!" Eu ordenei. Ela congelou. "Você vai me dizer, agora!" O lábio de Phebe tremeu, mas ela se forçou a sussurrar: "É... é a minha irmã. É minha Rebek—," Ela corrigiu o nome. "É minha Delilah". Eu imediatamente soltei minha mão. Phebe baixou a cabeça mais uma vez. "Eu lhe disse que era pecadora, meu Senhor. Estou


errada em manter o pensamento nela. Em manter o pensamento no que foi feito com ela todas aquelas semanas atrás". Eu dei um passo para trás. Pensei no rosto de Delilah quando disse a ela para confessar seus pecados para mim, quando ela tinha sido recapturada do complexo dos Hangmen. Ela se recusou. E eu tinha lavado minhas mãos dela. Ela era irmã de Mae. Eu não poderia lidar com alguém que Mae amava. Ela ainda era a minha fraqueza. Judah assumiu sua instrução quando saí em reclusão, para padecer a minha fraqueza dessa mulher. Salome. Minha mulher destinada. Eu nunca perguntei o que Judah fez para Delilah. Eu não pude. Eu não conseguia fazer-me ouvir o que ela recebeu como punição por desobedecer nossos caminhos. Phebe interrompeu minha reflexão. Ela levantou a cabeça e gritou: "Meu Senhor, não posso livrar minha mente do que foi feito para ela. De como ela estava quando a encontrei no monte da Perdição, pendurada em uma estaca e sendo limpa espiritualmente pelos irmãos." Ela

chorou,

e

continuou:

"Então,

vendo

que

os

homens do diabo vieram para recuperá-la. Do que eles fizeram para os irmãos em sua raiva". Engolindo em seco enquanto ela falava dos irmãos caídos, de suas punições, de Delilah, dos Hangmen invadindo minha comuna despercebidos, cortou o restante do elo que eu ainda tinha com Mae. Colocando minha mão em seu ombro, a tranquilizei: "Em verdade, foi demais para você testemunhar, irmã. Para você ver os corpos mortos dos irmãos." Phebe chorou mais e balançou a cabeça. "Não..." ela sussurrou. Eu afastei minha mão. "Não o quê?"


Fungando, Phebe enxugou os olhos, em seguida, confessou, "peco porque regozijo-me com o que os homens do diabo fizeram. Estou feliz que eles mataram nossos irmãos." Seus olhos azuis olharam para frente, perdendo o foco. "Depois do que eles tinham acabado de fazer com Delilah, eu estava feliz. Eles foram mais longe do que Judah tinha ordenado, mesmo que o que ele ordenou não foi com base em nossa escritura. Mas... mas eu não podia falar nada. Não me atreveria a questionar um comando da ‗Mão do Profeta‘." Seus olhos fixos nos meus e ela disse friamente: "Eles a violaram. Eles a levaram, a machucaram uma e outra vez. Mas isso não era para ser sua punição. Judah... Judah ordenou-lhes fazer Delilah sofrer. Claro, eu não deveria ter ouvido o seu comando. Mas... mas ouvi." Limpando a garganta, ela endireitou os ombros e continuou. "Quando os homens do diabo levaram Delilah; quando o homem com longos cabelos loiros a salvou e a segurou protetoramente em seus braços... Eu fiquei feliz." Phebe passou a mão sobre a testa, claramente aflita. O que ela tinha dito correu pela minha mente. Judah tinha emitido uma punição fora das escrituras? Delilah tinha sido colocada em uma estaca? Eles tinham... repetidamente a tomado7? Phebe estava olhando para mim quando abaixei meu olhar. "Meu Senhor, acredito que se você tivesse feito a punição, não teria sido dessa natureza." Ela respirou fundo e corajosamente perguntou: "Estou certa?" Eu lutei para respirar com o pensamento de que Phebe tinha tão graficamente descrito. Mas ela estava errada. Certamente ela tinha que estar errada?

7

Nt.: Estuprado.


Eu reuni, então, perguntei: "Você estava amarrada a uma árvore, não estava? Judah informou que sua consorte foi encontrada amarrada a uma árvore, desidratada e angustiada". O que parecia esperança desapareceu rapidamente dos olhos de Phebe. "Sim, meu senhor." Cruzando os braços sobre o peito, sondei, "Então você não pode ter visto o que pensa que eles fizeram?" "Eu—" Ela abriu a boca, em seguida, fechou rapidamente. "Os homens do diabo a amarraram, irmã. Seu corpo estava ferido quando foi encontrada, não estava?" Ela assentiu com a cabeça. "Por causa das muitas horas que fiquei lá, não porque aqueles homens me machucaram." Ela piscou. Então piscou novamente. "Na verdade, o homem com o cabelo longo castanho que me amarrou foi gentil. E ele… e ele olhou para mim o tempo todo. Havia algo em seus olhos. Ele—" ela parou de falar quando suas bochechas ficaram vermelhas. Meu queixo doía com o quão duro estava rangendo os dentes. Eu acreditava em Judah. Acreditava que meu irmão não teria sancionado tais atos contra a Amaldiçoada Delilah. Olhei para Phebe novamente. Seus grandes olhos estavam olhando para mim, muito atentamente. Meu estômago revirou quando percebi que isso poderia ser um ardil. Contendo minha raiva, perguntei, "Você tem certeza que simplesmente não está com ciúmes de Judah por tomar uma segunda? Uma,

que

segundo

sua

própria

confissão,

é

uma

perfeita

consorte? E tudo isso, não é tudo sua imaginação, apenas para recuperar a sua atenção?" O rosto de Phebe empalideceu a um branco mortal. "Não, meu Senhor".


"Mas você poderia ter imaginado tudo isso devido a sua desidratação e muitas horas amarrada, incapaz de se mover?" Phebe fez uma pausa, em seguida, eventualmente, seus ombros caíram. "Sim, meu senhor." Alívio preencheu minhas veias e eu recuei. "Você tem deveres a cumprir esta noite, irmã?" "Sim", ela respondeu: "Eu sou a cabeça das ‗Irmãs Sagradas‘. Estamos para sair da comuna hoje à noite para espalhar o Amor do Senhor". "Não", eu respondi. Phebe se encolheu. "Você vai entrar em reclusão até que se livre de seus pecaminosos pensamentos. Vou informar a Judah." Os olhos de Phebe se tornaram assustadoramente grandes. "Mas, meu Senhor. Judah, ele irá—" "Não

me

questione,

irmã,"

Eu

gritei

friamente.

Phebe

imediatamente caiu para o chão, prostrando-se aos meus pés. "Sinto muito, meu Senhor". Virando-me, deixei Phebe no chão. Rapidamente subi os degraus, correndo em direção a solidão da minha mansão. Com cada passo que dava, pensava no que Phebe tinha dito sobre Judah, Delilah, e os irmãos caídos. E a cada passo, disse a mim mesmo que o que ela tinha acabado de me contar, de forma alguma, poderia ser verdade. Judah não seria capaz de tal crueldade, de tal depravação. E ele nunca iria quebrar os decretos da escritura, desafiar o que nós consideramos verdadeiro. Ele é meu irmão. Ele nunca iria me trair dessa forma.


Flame Eu segui atrás de AK, Vike à minha direita, Hush e Cowboy na traseira da caminhonete. Foi um realmente rápido ataque em Georgetown, e eu era bom para caralho com isso. Minha pele estava fervendo tão malditamente que mal podia me segurar. Nós puxamos para dentro da movimentada rua principal. As pessoas estavam ao redor, mas mantive minha cabeça para frente, apertando meu queixo, tentando manter minha merda junta. Styx não me queria nesta corrida de hoje. Na verdade, ele proibiu, porra. Disse que eu não estava muito bem, desde que acabei de voltar do hospital. Disse que achava que eu estava malditamente fodido para essa corrida de dinheiro. Eu quase fodi a porra toda. Fui a todos os lugares com AK e Vike. Eu estava com eles em cada corrida. Este foi o acordo com AK, e isso significava que estava indo a essa porra. AK havia dito a Styx que precisava de mim, que ele ia me observar. Tive que morder minha língua maldita, mas Vike tinha sussurrado para eu manter minha boca fechada. Styx permitiu, mas me alertou para acalmar a minha merda. Balançando a cabeça para me concentrar, vi AK levantando sua mão e sinalizou para a esquerda. Ele nos levou para uma rua lateral.


Uma rua muito mais silenciosa do que a estrada principal. Menos testemunhas. Vendo o carro dos chechenos à frente, paramos. AK saiu de sua moto. Vike e eu paramos alguns metros em suas costas. Hush e Cowboy puxaram logo atrás de nós. Ouvimos eles saírem da caminhonete e caminharem para frente. Em seguida, uma corrida ofuscante de calor subiu pelo meu corpo. Elas vinham cada vez mais, desde que fui amarrado nessa porra de hospital por semanas a fio. Eu enrolei minhas mãos, unhas afiadas cavando minha palma. Eu contei minha respiração, dentro e fora, engolindo de volta o desejo de levar a minha lâmina para fora em via pública. "Você está bem, cara?" Eu ouvi por trás. Virando a cabeça, Cowboy estava olhando para mim, seus óculos agora na mão, Stetson8 protegendo seus olhos semicerrados. Ele estava à direita de Hush, meu irmão de raça mista com os olhos azuis brilhantes. Ele estava sentado sobre o capô da caminhonete com seus grossos braços dobrado em seu peito. Os irmãos Cajun9 recémremendados estavam sempre juntos. Eu grunhi, assim que outra onda quase me bateu fora de minha moto. "Ele está bem", disse Vike na minha frente. Fixei minha atenção a frente, vendo AK conversando com um cara em um terno. Enquanto minhas unhas se enterravam em minhas palmas, segui as pessoas nas ruas com os olhos. Homens, mulheres, crianças.

8

Stetson: chapéu de cowboy.

Os cajun são os descendentes dos acadianos expulsos do Canadá e que se fixaram na Luisiana, um estado do sul dos Estados Unidos da América. Esta população tem uma cultura própria, em especial uma variedade de música popular e de culinária que já ultrapassaram as fronteiras daquele país. 9


Então meus olhos pararam em uma mulher segurando um pequeno bebê em seus braços, um menino ao seu lado, segurando seu vestido. Como se tivesse tomado uma pancada nas costas com um pé de cabra, todo o ar saiu dos meus pulmões. Minhas unhas se enterraram mais profundas em minhas palmas. A mulher estava sorrindo para o menino, então ela sorriu para o bebê. Eu podia sentir meu corpo tremer. Podia sentir meu estômago apertar. Cale sua maldita boca, garoto, e vá para lá. Ouvi sua voz dizer na minha cabeça. Pecadores pertencem ao escuro. Então eu podia ouvi-la implorando, Deixe-o em paz. Por favor, apenas deixe-o sozinho... Eu pisquei. Balancei a cabeça, tentando desesperadamente colocar suas vozes para fora da minha cabeça. Atirei meus olhos para AK. Ele ainda estava falando com o checheno. Eu podia ouvir grunhidos e rosnados vindos de minha garganta. Eu estava fora de minha moto. A cabeça de Viking virou para mim. "Flame?" Ele disse lentamente, mas não olhei para ele. Precisava que AK apressasse essa porra. Eu tinha que sair desse maldito lugar. Olhei à minha direita. A mulher ainda estava lá com o bebê e o menino. Eles estavam atravessando a rua. Em seguida, o sangue drenou do meu rosto. O menino estava olhando para mim enquanto eles esperavam. Seus olhos estavam me observando, somente a mim. Ele apontou para minha moto e disse algo para sua mãe. Ela sorriu para ele. Sua mãe sorriu para ele. Depois ele acenou. Minhas unhas se enterraram mais duro. Mas vômito estava arranhando a minha garganta. A dor das unhas afiadas não removeu a sensação de mal estar no estômago, do vômito subindo minha garganta. Estava de pé, olhando o menino acenar, quando ele começou a atravessar a rua, e eu congelei.


Meus olhos estavam cheios de manchas pretas. Minha garganta estava fechando, enquanto a escuridão se arrastou. Eu não podia tomar a escuridão. Não podia suportar a escuridão filho da puta. Eu estava perdendo minha merda. "Flame. Irmão. Você precisa acalmar a porra. Você precisa respirar. Você está rosnando alto. Você está chamando a atenção." Vike estava na minha frente, mas os pontos negros estavam borrando seu rosto. "Você está tendo um dos seus ataques. Basta tentar respirar." "As chamas", disse eu quando meus dedos começaram a arranhar a pele na minha garganta. "As chamas estão me sufocando. Essas fodidas estão me sufocando". "Foda-se!" Viking cuspiu. Eu vi AK à frente virando-se para olhar para mim. Seus olhos me encontraram. Ele disse rapidamente algo para o checheno. AK

começou

a

andar

para

trás.

Contei

seus

passos

apressados. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete— Então, três estrondos altos dispararam de repente para a rua, o claro som de tiros perfurando minha cabeça. "Para baixo!" Hush gritou por trás. Mas não consegui. Meus olhos percorreram a rua, acompanhando as pessoas caindo ao chão. O checheno tinha sido atingido. Seu corpo esparramado no asfalto, vazando sangue de seu crânio. Meu corpo queimou, queimava com necessidade de matar enquanto eu procurava os atiradores. Em seguida, um grito estridente quase estourou meus ouvidos. Eu corri para frente. Mas quanto mais os gritos vinham, mais perdi minha merda. Então parei completamente, coração batendo rápido demais, pontos negros ainda enchendo meus olhos. A mãe tinha sido baleada. O menino sentava-se ao lado dela, chorando... e o bebê... o bebê não


estava mais em seu branco cobertor. Ele estava no chão. Suas pernas estavam chutando. Seus braços estavam se debatendo. Seu rosto estava vermelho com seu choro. Eu olhei de volta para o menino que estava ao lado de sua mãe. Ele estava chorando, desta vez olhando para o bebê no chão. Mas ele não podia tocá-lo. Ele não podia tocá-lo, porra. Então ele olhou para mim. Ele olhou para mim e estendeu os braços. Seu rosto estava implorando. Sua mãe foi baleada, mas ele levantou seus braços para mim. Dor correu pela minha cabeça e minhas mãos fecharam em punhos ao meu lado. O menino estava gritando, ainda estendendo as mãos. O bebê ainda estava no chão, chorando. Então o menino se moveu. Ele começou a rastejar em direção a mim. Seus olhos escuros olhando para mim, mas eu estava preso ao chão. Ele estava rastejando para mim, querendo que eu o segurasse... que o tocasse. Não, não, não... Ele estava se aproximando, eu ainda não podia me mover. Seus gritos ficaram mais altos. A porra dos gritos do bebê ficaram mais alto. Os gritos foram enchendo minha cabeça, a ponto de explodir. Eles estavam envenenando minha cabeça. O menino chegou mais perto ainda. Eu tinha que me mexer. Tinha que colocar uma maldita distância. Então, o menino parou em meus pés. Ele estendeu a mão. Quase tocou minha perna. Então, sentindo a raiva tomar posse, eu rugi, "NÃO!"


O menino caiu para trás em estado de choque. Eu virei. Hush e Cowboy estavam correndo em minha direção. Eles correram por mim e vi Hush pegar o garoto. Vi Cowboy pegar o bebê. Deram-lhes a uma mulher na rua; ela estava falando em um celular. Os gritos foram ficando mais altos na minha cabeça, gritos que eu não conseguia parar. Gritos do bebê. Os gritos do menino... porra, eles eram seus gritos... Na minha cabeça, eles eram seus gritos! "Pare!" Eu gritei, quando AK e Viking correram em minha direção. Quando eles me atingiram, AK levantou as mãos. "Flame, porra," foi tudo o que disse. Meus olhos pularam para ele. "Preciso de sangue", eu rosnei. "Preciso matar." "Eles foram para o norte," Viking informou. Ouvi o som de uma moto ao longe, bem abaixo da estrada. Eu não hesitei em uma porra de movimento. Corri para a minha moto. Em segundos, estava cortando estrada, AK e Viking correndo bem atrás. Ouvi a caminhonete, ouvi AK chamando meu nome, mas não abrandei. Eu tinha que matar os desgraçados. Tinha que matar os desgraçados que atiraram na mulher. Isso fez o menino chorar. Isso fez o bebê chorar. Com a garganta tensa, gritei enquanto queimei mais gás. E então eu podia vê-los. Duas motos na nossa frente. Duas motos sujas. Dois homens brancos nas baratas motos sujas de merda — os atiradores. Eu acelerei quando saímos dos limites da cidade, mas além de terras dava para ver. Sem carros na estrada. Não havia nada, apenas eu e os homens mortos andando à minha frente. Os homens mortos que eu estava bem perto. Os que iriam pagar pela gritaria.


Eu estava chegando mais perto. Os homens montavam lado a lado. Um dos homens olhou para trás. Eles tentaram aumentar sua velocidade, mas eu era mais rápido. Minha Harley chegou perto. Eu manobrei para correr ao lado desses fodidos. Seus rostos estavam cheios de medo quando eles me viram correr paralelo a eles. O olhar em seus rostos virou meu sangue como lava derretida, escaldando em minhas veias. E eu precisava colocar isso para fora. Eu precisava deixar as chamas saírem. Eu precisava matar. Levantando minha perna, chutei, batendo a roda dianteira da moto mais próxima de mim. A moto caiu, esmagando o filho da puta à sua direita, ambos caíram na vala na estrada. Os idiotas gritaram quando caíram na grama. Eu diminuí a minha Harley e, correndo de volta, parei. Os bastardos estavam rastejando, tentando fugir. Tudo o que eu podia ver era vermelho. Alcançando o meu cinto, puxei minhas duas facas favoritas e cheguei perto para matar. Minhas narinas inflamaram. Minha pele estava formigando com vontade de rasgar os filhos da puta longe. Afundar minha lâmina em sua carne. Ver o derramamento de sangue no chão. Sorri de emoção, os músculos do braço esticaram, segurando minhas facas. Eles tinham ossos quebrados da queda. Eles não podiam fugir. Eles eram meus para matar. Suas vidas eram minhas para tomar. Eles entraram em pânico quando viram eu me aproximar. Eu lambia ao longo da borda de minha faca, provando o sabor metálico de aço na minha boca. Meu pau ficou duro. Ficou duro só de imaginar esfaqueando sua carne. Ouvi-los gritando. Ouvi-los gritar como o garotinho. O pequeno bebê.


Eu estalei. Lancei um rugido e mergulhei no primeiro homem que vi. Enviando bruscamente o fim da minha faca em seu rosto, bati para trás e montei em suas pernas. Inclinando para frente, vi seus olhos se arregalarem com medo, e eu sorri. Sorri, sabendo que meu fodido rosto era a última coisa que ele veria. Colocando uma faca entre os dentes, apertei sua garganta, prendendo-o no chão. Eu podia sentir seu pulso sob a minha mão. Podia sentir isso correndo. Eu senti isso parar. Levantando minha lâmina, enviei a primeira estocada em seu estômago. "Um," eu assobiei quando as costas do desgraçado se curvou. "Dois," ataquei novamente, sentindo o sangue correr sob minha faca. Meu coração batia forte de emoção. "Três," rosnei quando bati o estômago mais uma vez. O filho da puta tentou se mover, tentou gritar, mas eu estava bloqueando seus gritos. Sem mais gritos. Sem mais fodidos gritos! "Quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez." Eu cortei seu estômago, seu sangue salpicando o meu peito nu. O sangue quente revestindo minha pele. O filho da puta morreu, seus olhos envidraçados. Mas eu precisava chegar ao onze. Puxando a faca de volta, levantei-o. Então, com um rugido alto, enviei em linha reta através de sua testa, dividindo seu crânio. Rasgando a lâmina de volta do seu crânio, pulei para os meus pés. O outro filho da puta estava rastejando para longe. Meus músculos se contraíram quando cheguei perto. Ele me ouviu, e olhando para trás por cima do ombro, ele gritou.


"Foda-se, por favor. Merda, não me mate." Eu ignorei seus apelos. Mas ele continuou gritando, gritando como um maldito filho da puta. Sua voz me irritou. Ele precisava morrer, porra. Inclinando-me para baixo, agarrei seu cabelo, inclinando sua cabeça para trás para descobrir sua garganta. Eu não esperei mais tempo, a necessidade de derramar sangue, queimava muito forte. Levantando minha mão, enviei a lâmina em sua garganta — uma vez, duas vezes, três vezes, quatro. E eu contei todo o caminho. Eu contei cada facada, o seu sangue espirrando em meus braços e pelas minhas bochechas. Contei do um ao onze até que aquele filho da puta estava frio de pedra, morto. Mas as chamas ainda estavam fortes demais em minhas veias. As mortes não levaram os gritos. Os gritos estavam na minha cabeça... Seus gritos estavam em minha cabeça. Aqueles gritos. Em seguida, os gritos acalmaram. Então, o silêncio. O silêncio filho da puta. Então pensei em seu rosto. E não podia tocá-lo. Quando ele mais precisava que eu o tocasse, eu não podia. Porque eu era mal. Tinha maldade nas minhas veias. As chamas. Elas precisavam sair. Todas elas precisavam sair. Finalmente, todas elas, de uma vez por todas... Eu cambaleei através da vala. Deixei cair uma faca no chão e apertei meu domínio sobre a outra. "Porra! Flame! Não, irmão. Pare. Fale comigo. O que há de errado, porra? Fale comigo!" Levantei minha cabeça. AK... AK estava lá, ele estava falando comigo, mas o som das chamas rugindo enchiam meus ouvidos, me


queimando por dentro. Vi sua boca se mexer enquanto levantei minha faca e cortei através do meu estômago. Eu assobiei quando senti meu sangue escorrer. Fechei meus olhos quando senti algumas das chamas filtrando para longe. Mas eu precisava de mais. Precisava que todas fossem embora. Eu não poderia viver com os gritos na minha cabeça mais. Eu cortei em meu braço. Cortei meu peito. E o sangue correu para fora. Mas as chamas ainda estavam dentro, eu podia senti-las sob a minha pele. Os gritos ainda estavam lá dentro. Seus gritos, seus gritos ainda estavam lá. Os gritos dela. Os gritos dela quando ele a machucou, enquanto ele batia nela. As lágrimas corriam pelo meu rosto quando eu pensava em seu pequeno rosto. Seu pequeno rosto gritando. Suas mãozinhas estendendo para mim. Mas eu não podia tocá-lo. Eu era mal. Eu tinha o diabo no meu sangue. Eu iria machucá-lo. Eu iria machucá-lo. Registrei um movimento. Cabelo vermelho? Então vi Vike. "Flame, pare. Você vai se matar, porra! Eu não quero te tocar, irmão, mas que Deus me ajude que eu vou, se você não parar." "Não", eu rosnei e recuei, minha lâmina segura em minha frente. Vike parou. Ele viu quando levantei a lâmina e cortei meu abdômen. Mas não era o suficiente. Elas não iam embora. Nada disso. Minha cabeça estava muito cheia. Tudo estava muito cheio; meu peito, minhas veias, minha cabeça... tudo muito cheio. Uma mão de repente bateu a lâmina da minha mão. Cheguei à frente, mas um braço me agarrou por trás. Meu corpo tremia cada vez mais forte quando o braço enrolou em volta do meu pescoço. Ele apertou e eu rugi. Lutei como o diabo para ficar livre. Mas a mão era muito forte. Outro conjunto de mãos agarrou meus braços. Não podia me mover. Eu não podia fazer um


fodido movimento! E agora mais mãos estavam me tocando. Tocando minha pele. Parando as chamas de saírem. "Levem-no para a porra da caminhonete! Nós vamos pegar as motos e despejar os cadáveres. Vou ligar para Smiler, nós precisamos de mais homens aqui. Porra! Levem-no de volta para o complexo antes que sua bunda psicótica leve-nos todos para fora!" Os pontos pretos encheram meus olhos novamente quando o braço em volta do meu pescoço bloqueou a minha respiração. A escuridão estava chegando, eu não poderia suportar a porra da escuridão. "Porra, Flame. Que diabos está acontecendo?" Alguém gritou, mas eu estava indo para baixo. Podia sentir a escuridão chegando. "Que diabos deu errado, AK?" "Foda-se, quem sabe, mas acho que o dia chegou." "Que dia?" "O dia em que a porra de Flame estalou de uma vez por todas." "Merda!" Uma voz gritou. Então escuridão veio, mas as chamas? As chamas e os gritos de merda permaneceram.


Maddie Viking estourou através das árvores que levaram de seu quarto até a casa de Mae e Styx, meu coração começou a correr. Alguma coisa tinha acontecido a Flame em sua corrida. Eu sabia quando ele não apareceu ao anoitecer como nós planejamos. E o que quer que fosse, tinha o levado para longe de mim por dois dias. Dois longos dias. E seus melhores amigos AK e Viking estava desaparecidos também. Meus nervos estavam em frangalhos perguntando o que poderia ter acontecido com ele? E a maneira como Viking tinha se apressado, do jeito que ele corria para cá agora, tinha me enviado um arrepio de medo pela minha espinha. De repente, vozes soaram na sala de estar diretamente abaixo. Era Viking. Eu reconheci sua voz. Aproximei-me da porta fechada. Minha mão pairava sobre a maçaneta da porta, mas eu só olhava. O medo me segurou em suas garras. Mas então a voz de Viking subiu as escadas. Sua voz frenética... Angustiada e perturbada voz. Flame, eu pensei, ele estava aqui por causa de Flame. Movendo-me por instinto, minha mão pousou na maçaneta da porta e eu escorreguei através da porta, uma cacofonia de vozes oprimia meus sentidos.


Fortalecendo meus nervos, escorreguei escada abaixo. No patamar lá embaixo, me enfiei nas sombras. Lá eu esperava e escutei. "Ele está perdido dessa vez, Styx. A porra toda bateu para fora. Eu não sei o que diabos fazer. O que vai acontecer com ele?" Eu podia ver Viking andando pela sala, Styx e Ky estavam sentados ouvindo os comentários da boca de Viking. O resto dos Hangmen

olhavam,

confusão

e

apreensão

gravados

em

suas

características. Viking, que parecia cansado e despenteado, estava coberto com sangue seco em sua camisa. Ele passou a mão através de seu cabelo vermelho longo desarrumado. "Ele apenas virou, muito ruim. E por dois dias ele não se acalmou. Foda-se!" A voz de Viking ficou presa na garganta e um gemido estrangulado escapou de seus lábios. "Nós tivemos que tocá-lo, contê-lo. E eu jurei a meu irmão que isso nunca iria acontecer. A forma como seus olhos pareciam para mim, como se não pudesse acreditar que eu o tinha traído. PORRA!" Ky sentou-se a frente. "Calma, Vike. Precisamos pensar, porra". Viking engasgou com uma risada sem humor. "Acalmar? Você ainda não o viu, cara. Eu acho... Eu acho que nós o perdemos. Não tenho certeza se ele vai ficar bem de novo. E não sei o que fez ele partir. Não sei o que ele viu para empurrá-lo sobre a borda. Sim, houve um tiroteio, mas o irmão esteve em tiroteios mais do que posso contar. Era como se estivesse vendo algo em sua cabeça fodida. Vendo alguma memória em sua cabeça como uma merda real." Viking agachou-se no chão e, com as mãos sobre a cabeça, disse: "Se eu e AK não conseguimos acalmá-lo, porra, quem diabos pode?" Viking silenciou com uma voz triste.


O silêncio encheu a sala. Todos os homens ficaram calados, machucados, com dor emocional. Em vez de o medo tomar conta do meu corpo, algo dentro de mim inflamou. O rosto de Flame entrou na minha mente e fez meus pés se moverem para frente. Caminhei lentamente para assumir uma posição no grupo. "Eu", sussurrei alto o suficiente somente para me ouvirem, quando emergi das sombras. Todos os homens me encararam com óbvia descrença, mas mordi de volta todo o medo e ofereci, "Deixe-me tentar. Deixe-me tentar acalmar Flame." Endireitei meus ombros, encontrando os olhos de Styx em cima de mim. Ele não se moveu do seu lugar no sofá. Ky olhou para Styx, em seguida, olhou para mim. "Maddie, está é uma reunião de negócios. Você não pode estar aqui." Eu ignorei Ky, e dei um passo à frente. Sem tirar meus olhos de Styx. "Deixe-me tentar. Deixei-me ir ver Flame" "Porra," cuspiu Ky, mas eu podia ver nos olhos calmos de Styx que ele estava pensando sobre isso. Virando-me para Viking, que estava olhando para mim, a boca aberta, eu disse: "Deixe-me tentar. Eu... eu sinto que posso ajudar." "Maddie?" A voz de Mae chamando do corredor me fez endurecer. Quando me virei, ela e Lilah estavam lado a lado, com os rostos bonitos em estado de choque. Mae olhou para o marido, em seguida, entrou na sala. "Maddie. Você não pode. Flame... Flame não está bem agora. Ele poderia machucar você." "Ele não vai me machucar," soprei de volta com toda a convicção.


"Sua merda toda bateu para fora, Madds. Ele não é o Flame que você conhece." Ouvi Ky, mas balancei minha cabeça. Foi então que Viking deu um passo ao meu lado. Eu vacilei em sua proximidade, mas recusei a ser impedida de fazer o que eu estava determinada. "Ela está certa," Viking murmurou, minha atenção virou direta para o rosto dele. Viking estava falando diretamente para Styx. "Agora acho que ele iria matar qualquer um em seu caminho, AK e eu incluídos. Mas esta pequena", Viking disse, apontando para mim. "Não sei. Mesmo fodido e longe como ele está agora, ela pode ser a nossa única fodida esperança." "Não!" Gritou Mae, quando Styx começou a assinalar algo para os irmãos. Meu coração batia tão alto quanto chuva pesada de uma tempestade que bate em uma janela. Eu não sabia o que estava sendo dito e, do nada, uma onda de raiva inflamou minha alma. Os irmãos começaram a discutir uns com os outros. Mae estava articulando com Styx para recusar o meu pedido. E eu sacudi com raiva incandescente por ser ignorada. Eu tinha sido ignorada o suficiente na minha vida, posta de lado, vista como fraca e sem importância. Agora não. Hoje não. "Parem!" Eu guinchei sobre o volume das vozes frenéticas, minha voz forte e inflexível. De repente, a sala caiu em silêncio atordoado. Todos os olhos focados em mim. Eu fixei meus olhos em Styx. "Eu não preciso de sua permissão. Sou uma mulher adulta, e não vou discutir como se fosse uma criança". "Maddie—" Mae tentou acalmar, mas afastei os braços abertos e balancei a cabeça. "Chega!" Mae recuou em choque. "Vou fazer isso."


"Mas, irmã, ele é perigoso", Lilah nervosamente falou. "Temos estado em maior perigo do que isso em nossas vidas, Lilah. E Flame me salvou. Duas vezes. Se for a minha vez de ser a sua salvadora, então ficarei feliz de entrar no fogo." Eu olhei para Viking e pedi: "Leve-me para Flame." Viking nem sequer olhou para Styx para pedir permissão, ele simplesmente me levou para fora da porta. Quando passei por Mae, ela olhou para Styx. "Eu vou com ela." Eu fechei os olhos lutando para segurar

minha

raiva.

Mas,

quando

Mae

deu

um

passo ao meu lado, achei sua presença tranquilizadora. Virei-me para Lilah que estava de pé ao lado da sala, a ponta de

seu

polegar

na

boca.

Rapidamente

me

aproximei

e

disse

calmamente: "Eu vou ficar bem." Os olhos azuis de Lilah reduziram. Tomando minha mão, ela sussurrou: "Por favor, reconsidere isso, Maddie. Deixe isso para os irmãos. O pensamento de você se machucando, de ser ferida pelo único homem que você nunca temeu, me enche de pavor". Apertando a mão de Lilah, eu disse: "Essa é a beleza do livre arbítrio, Lilah. Nós escolhemos nossas próprias ações. Ao contrário da comuna, aqui temos que ser os donos do nosso destino. Eu vou para o Flame. O que quer que tenha que acontecer, vai acontecer." "Maddie, ouvi coisas ao longo dos últimos dois dias sobre Flame. E pelo que tenho ouvido, ele parece possuído. Temo que ele tenha o mal correndo em suas veias. A maneira como ele se comporta, o jeito que corta a si mesmo. A escuridão de sua alma." Eu bufei, incrédula. "E por anos, irmã, nós — você, Mae, Bella e eu fomos vistas como más por causa de nossa aparência. Acreditávamos nisso. Nós nunca duvidamos das escrituras que afirmavam isso. Eu acho que talvez, se você disser algo muitas vezes,


acabe acreditando. Mas talvez, apenas talvez, alguém entre em sua vida e faz você questionar-se. Faz você acreditar que vale alguma coisa." Lilah desviou o olhar, então suspirou em derrota. "Como Ky fez comigo?" Eu balancei a cabeça e acrescentei: "Como Flame faz comigo." Lilah engasgou com a minha confissão, em seguida, disse: "Mas você mal falou com ele. Como pode pensar nele desse jeito?" Eu sorri, lembrando o seu desejo de me tocar em meu rosto. De sua mão trêmula pairando no ar, e respondi: "O que são palavras? Às vezes, o toque de um par de olhos ou o rubor da pele revela tudo o que você precisa saber. As palavras podem ferir. O silêncio pode curar." Uma lágrima caiu dos olhos de Lilah. Seu aperto aumentou. "Madd—" "Ele precisa de mim, Lilah. Ele salvou-me de Moses, de todos os homens que fizeram... que fizeram..." "Shh..." Lilah acalmou. Tentando livrar nossos dias da comuna da minha mente, disse: "Eu não estaria viva sem ele. Agora é a minha vez de retribuir na mesma moeda." Aquiescendo com a minha determinação inabalável, Lilah me puxou para seu peito. Quando ela me soltou, Ky estava ao nosso lado. Lilah se voltou para Ky e colocou a mão em seu braço. Ky acenou com a cabeça sem Lilah dizer uma palavra. "Eu vou com ela, baby. Não se preocupe." Quando Lilah deu um beijo nos lábios de Ky, saí de casa. Mae, Styx e um Viking ansioso, esperavam por mim lá fora. Ky, em seguida, correu para fora da porta e se juntou a nossa festinha.


Viking olhou para mim. "Você tem certeza sobre isso, pequena?" Um nervosismo paralisante de repente me possuiu, mas escondi o melhor que pude. "Sim." Mae caminhava ao meu lado, segurando firme a mão de Styx. Eu podia ver a preocupação que assombrava seu belo rosto. Quando Styx soltou a mão dela e colocou seu braço ao redor de seus ombros, puxando-a para perto de seu peito, me senti culpada. "Eu vou ficar bem, Mae", disse, enquanto rompemos a linha de árvores e descemos o aterro. Mae ficou tranquila, em seguida, ela simplesmente respondeu: "Eu sei. Você é você, Maddie. Você é a pessoa mais corajosa que conheço." Este elogio inesperado quase me fez vacilar em meus passos. Eu encontrei-me olhando para Mae. Ela sorriu. Sua confiança em mim me fez sentir muito grande. Viking levou-nos pela trilha em direção ao conjunto de apartamentos onde Flame, AK e Viking moravam. Gritos agonizantes de repente entraram em erupção. Meu sangue gelou com os gritos de dor e torturados provenientes de um dos quartos na parte inferior do morro. Assim que Viking ouviu os gritos, pegou velocidade e correu à frente. "É ele?" Ky questionou em descrença, enquanto nós tentamos seguir. Viking passou a mão pelo cabelo. "Sim. Merda!" Respondeu ele. Quanto mais perto chegávamos, mais alto os gritos se tornaram. Desta vez, o medo genuíno apreendeu minha respiração. Eu tinha certeza, antes desta noite, que um humano não seria capaz de soar tão


feroz. Mas eu não tinha dúvida de que Flame era o homem proferindo estes sons. Este Flame estava desfeito. Este Flame estava com dor agonizante. "Meu Senhor," Ouvi Mae murmurar baixinho, mas mantive meu foco no quarto. Forcei meus pés a se moverem. Se eu parasse, não tinha certeza se poderia reunir a coragem para continuar. Nós

rompemos

na

clareira

com

os

três

apartamentos

pequenos. Fora deles na parte de trás, estava sentado AK sozinho. O homem com longos cabelos castanhos debruçado sobre uma mesa com as mãos em seu cabelo. Suas roupas estavam muito sujas com sangue. "AK", Viking chamou. AK levantou a cabeça. Seus olhos escuros estavam vermelhos e seu rosto estava mortalmente pálido. "Ele está ficando pior", AK disse agoniado, quando olhou para o amigo. "Toda vez que entro, ele fica pior. Porra, cara. Eu acho que é isso. Acho que nós o perdemos para sua cabeça fodida." A voz áspera de AK traiu a profundidade de sua tristeza e dor. Quando um grito arrepiante veio batendo para fora da porta da frente de seu apartamento, AK se levantou e colocou a mão no braço enorme de Viking. Viking acalmou, e com os olhos vidrados, AK assentiu resolutamente a Viking. A cabeça de Viking caiu em derrota. A conversa entre eles me assustou mais do que qualquer coisa em minha vida. Eles não tinham falado em palavras. Mas algo significativo tinha acontecido entre eles. Algo em seus corpos tensos e expressões de dor estava prestes a rasgar seus mundos separados. AK olhou para Styx e ele estava com sua mandíbula apertada. Ele envolveu Mae em seu peito apertado e beijou-a em sua cabeça. Seus


olhos estavam fechados, e sua respiração parecia trabalhar quando ele soprou o cabelo de Mae. Eu assisti cada homem em grande detalhe, e podia sentir a mudança neles, sentir a tensão grossa preencher esta clareira aberta. "Eu tenho que vê-lo", Ky disse, e deu um passo adiante. Styx soltou Mae. Relutantemente, Viking e AK se afastaram. Styx e Ky passaram para o quarto. Eu vacilei quando o volume de angústia de Flame alcançou um nível ensurdecedor. De repente, a mão de Mae escorregou na minha. Ergui os olhos para ver Mae observando atentamente a porta do apartamento. Styx. Ela estava apavorada pelo bem estar de seu noivo. Eu queria dizer alguma coisa. Queria tranquilizar ela, dizendo que ele ficaria bem. Mas os gritos peçonhentos de Flame rendido me desproveram de expressão. "Por que ela está aqui, Vike?" Disse AK. Eu o vi elevar seu queixo para mim. Viking suspirou. "Pensei que ele poderia responder a ela. Foi idéia dela. Não minha." O foco da AK flutuou para dentro da floresta. Ele balançou a cabeça. "Não vai funcionar, irmão. Nada vai. A forma como ele se sente sobre a cadela não vai trazê-lo de volta disto." Meu coração despencou. A porta da cabine se abriu. Styx e Ky escorregaram para fora. Seus rostos tinham uma expressão de profunda angústia quando eles caminharam direto para Viking e AK.


Meus olhos ficaram colados aos homens e sua discussão. Eu cheguei um pouco mais perto, Mae seguindo atrás. "Porra, eu... Eu não tenho porra nenhuma do que dizer dessa merda lá", Ky disse, rispidamente. Styx assinalou algo para AK e Viking. AK balançou a cabeça. "Nem mesmo isso então, Prez. Ele estava de uma forma muito ruim, verdadeiramente fodido, mas ele não era assim. Porra, eu servi no Oriente Médio e nunca vi alguém se perder em sua cabeça assim". Viking caiu em uma cadeira. Ky colocou a mão em seu ombro. "Merda," Viking disse asperamente. "Ele nos pediu para detê-lo, certo, AK? Isto é o que ele queria, certo?" AK cruzou os braços sobre o peito largo e assentiu. "Sim, irmão. Ele não gostaria nunca de viver assim. Sabe o que ele disse para fazer, se ele se tornasse nuclear. Se em algum momento ele não voltasse para fora de sua fodida cabeça." Viking jogou a cabeça para trás e lançou um rugido alto. Sua cabeça caiu para frente novamente. "Eu vou fazer isso", anunciou AK. Minha respiração parou e minha mão imediatamente se separou de Mae. Não, eu pensei para mim mesma, meu coração acelerado com escuridão e pavor. Eles não poderiam estar falando do que eu pensava que eles estavam... "Irmão, ele é seu melhor amigo", disse Ky. AK não levantou os olhos assombrados do chão. "É por isso que tenho que fazer isso. Ele confiava em mim. Depois de tudo que passamos..." AK balançou a cabeça quando ele não podia mais falar. "Eu encontrei-o. Encontrei-o quando era um adolescente. Eu o tirei daquela porra de manicômio, o irmão estava amarrado a uma cama com tanta merda sendo bombeada em suas veias, que parecia a porra


de Walking Dead. Ele esteve ao meu lado do caralho desde então. Não, VP. Eu tenho que fazer isso. Começamos essa merda juntos, tenho que ser o único a acabar com isso." Puro terror tomou conta de mim. Eu senti uma mão no meu braço enquanto olhava para a porta do quarto, enquanto ouvia os gritos por trás da madeira. "Maddie", sussurrou Mae, tristeza gravada em sua voz. Tudo o que eu podia ver em minha mente eram os olhos de Flame me observando. E se... se... Um soluço engatou na minha garganta quando pensei naqueles olhos, drenados de vida. Quando pensei que eles já não estariam guardando permanentemente minha janela. Já não observando cada movimento meu, sempre que eu estava próxima. Não, AK não poderia levá-lo de mim. Minha alma iria rasgarse em dois. Eu precisava dele. Ele precisava de mim. Apertando os lábios para silenciar um grito de dor, a energia subiu pelo meu corpo. Do canto do meu olho vi AK começar a caminhar em direção a seu próprio quarto para recuperar alguma coisa. Mae já tinha se juntado a Styx e Ky ao lado de Viking. Viking tinha enterrado seu rosto em suas mãos. Mas eu ainda estava perto da porta do quarto de Flame. A porta do quarto que Styx e Ky tinham acabado de encostar, mas estava destrancada. Instantaneamente, eu sabia o que tinha que fazer. Não me dando nenhum tempo para mudar minha mente, levantei meu vestido longo e corri para a porta. Minha respiração ofegante ecoou em meus ouvidos enquanto eu corria. Cheguei à porta


do quarto, assim que a voz de Mae gritou meu nome. Mas não parei. Eu tinha que entrar. Arrancando a porta aberta, corri para dentro, batendo-a. Com as mãos trêmulas, eu fechei a porta. Peguei uma cadeira próxima e coloquei sob a maçaneta da porta. "Maddie!" Gritou Mae. "Abra a porta!" Vozes masculinas altas seguiram o exemplo, exigindo que eu saísse. Descansei as palmas das mãos na madeira, como se reforçando a porta, gritei: "Eu não vou deixar vocês machucarem ele. Por favor... deixe-me acalmá-lo. Deixe-me acalmar sua fúria." Como uma deixa, Flame gritou atrás de mim. Minha pele se arrepiou em solidariedade com a dor no som. Fechei os olhos. Tomei uma respiração profunda. Virei-me. Minha respiração estava áspera enquanto eu ainda estava de pé, sabendo que estava de frente para o homem que pensava constantemente. Então vacilei quando outro rugido deixou sua garganta. Contei até três, então me forcei a abrir os olhos. Minhas costas bateram na porta quando fiz isso. Minhas pernas perderam a força, e as lágrimas escaldantes saltaram aos meus olhos. Quando caí no chão, um par de olhos negros torturados queimou através dos meus, e eu sussurrei, "Flame... não…"


Flame Eu não conseguia parar as chamas. Homens tinham me amarrado. Eu não conseguia chegar a minhas lâminas. E ele estava aqui comigo. Mesmo com os olhos abertos, podia vê-lo. Eu podia vê-lo pelos olhos da minha mente. Eu podia ouvir sua voz no ouvido de minha mente. Eu não conseguia silenciar sua voz. Ele me chamava de pecador, xingando sobre o mal no meu sangue. Mas eu não sabia o que ele queria de mim. Não quero lembrar do seu rosto quando ele grita comigo. Não quero lembrar daquele frio local escuro. Não quero lembrar o cinto amarrando minha pele. Mas eu não conseguia chegar a minhas lâminas para parar essas memórias... parar as memórias que estavam fodendo com meu cérebro... "Ele é um retardado, Mary. Ele senta-se durante todo o dia em seu quarto, jogando com esse conjunto de Lego fodido. Construindo e construindo, nunca mostrando felicidade ou alegria por qualquer maldita coisa! Ele não fala, não responde a qualquer coisa que digo. Ele não rir ou chora. Onde está a porra da sua emoção?" Eu me encolhia no canto da sala, observando-o gritar com a minha mãe. Seus olhos estavam tristes quando ela olhou para mim. Mas ela não chorou. Minha mãe nunca ria ou gritava ou chorava mais. "Michael", ela implorou. "Por favor, apenas deixe-o sozinho. Ele simplesmente não é como as outras crianças. Mas ele é nosso... ele é


meu. Eu sei que ele é especial. Eu posso ver isso na forma como ele pensa e se comporta, mas—" "Especial? Ele é um retardado maldito!" Ele estava falando de mim. Estava com raiva de mim, novamente. Mas eu não entendia o que tinha feito para deixá-lo tão louco? Eu tentei. Sempre tentei fazê-lo feliz. Mas nunca funcionou. Ele acabava mais furioso. Ele só me machucava mais e mais. E eu sentia seu desapontamento dentro de mim. Eu não conseguia dormir, e toda preocupação fazia minhas mãos tremerem. Eu... Eu estava tão confuso. Não tinha intenção de deixá-lo louco. Eu tentei... Eu realmente tentei. Ele mudou-se para a mesa onde minha mãe estava preparando alimentos. Ele bateu o braço e todos os pratos caíram no chão. Coloquei minhas mãos sobre meus ouvidos quando meu irmão bebê começou a chorar. Eu balançava no chão, cantarolando baixinho para bloquear os sons. Eu odiava o som de gritos. Doíam meus ouvidos. Isso fazia meu peito doer e meu estômago se sentir mal. Mas minhas mãos cobrindo meus ouvidos não conseguiam bloquear os sons — as coisas quebrando, meu irmãozinho gritando, sua voz retumbante. "Eu falei com o pastor Hughes. Ele acredita que o menino pode ter o mal em seu corpo. Chamas do Inferno poderiam fluir em suas veias. É por isso que ele age assim. Por isso ele age como um retardado." Eu parei de balançar e estendi os braços. Virei-os para inspecionar minhas veias. Mas não consegui ver as chamas. Minha mente começou a correr. Mal? Eu tinha o mal dentro de mim? Chamas corriam em minhas veias? Eu não as queria dentro de mim, arranhei as veias do meu pulso. Eu não queria chamas dentro de mim.


Talvez se tirar as chamas fora do meu sangue, ele gostará de mim? Talvez eu saberia o que ele quer de mim? Ao ouvir o ranger da tábua no chão, olhei para cima. Ele deu um passo adiante. Eu olhei para seu rosto. Sua pele tinha ficado mais pálida. Ele e mamãe estavam ambos olhando para mim. Seus olhos tinham ficado cada vez maiores. A mão de mamãe tinha levantado a sua boca. Seu rosto estava vermelho, sua boca estava apertada. Algo estava errado, mas eu não sabia o que. Sem tirar os olhos de mim, ele disse: "Você vê, Mary? Você vê como ele sente o fogo sob a sua pele? Veja como ele se arranha para tirar as chamas de seu corpo? O Pastor nos avisou de tudo isso na igreja. Ele nos disse sobre os sinais do mal em nossos parentes." Meus dedos congelaram na minha pele. Olhei para baixo e havia sangue escorrendo da veia. Senti meu peito relaxar sabendo que ia deixar algumas das chamas escaparem. Levantei meu pulso para mostrar a ele. Para mostrar a ele que as chamas do mal estavam deixando meu corpo, exatamente como ele queria. Mas ele deu um passo para trás, a boca não estava apertada. Em vez disso, seus lábios se separaram. Ele se virou para minha mãe. "Eu vou chamar o Pastor Hughes. Vou levá-lo direto para a igreja." Minhas mãos pararam de se mover quando ele mencionou a igreja. Eu não gostava daquele lugar. Eu não gostava do Pastor. Eu não gostava das cobras que eles mantinham. Eu não gostava da bebida que fazia seus corpos pular no chão. Mamãe correu e agarrou seu braço. "Por favor, Michael. Deixe-o. Ou," minha mamãe respirou fundo, "talvez nós devemos levá-lo a um médico? Talvez isto é mais do que podemos compreender? Talvez desta vez devemos chamar um médico de verdade para nos ajudar... para ajudá-lo."


Ele parou, e seus olhos se estreitaram no braço de minha mãe. "Um médico? Você conhece a nossa fé, Mary. Você sabe que nós evitamos cuidados médicos. Se orarmos duro o suficiente, se formos puros e humildes, Deus vai curar... se não..." Ele empurrou minha mãe de volta até que ela bateu na mesa na sala. Mamãe gritou de dor, e meu estômago revirou. Ele apontou na minha cara. "Então você acabará assim. Crivado de pecado, do mal e retardado!" Eu vacilei e enrolei no chão. Ele me assustou. Eu o vi chegar para as chaves do carro. Então, ele caminhou em minha direção. Mas eu não queria ir. Encolhi-me, tanto quanto podia para o canto da parede, o tempo todo estendendo meus braços. Ele agarrou meus pulsos. Começou a me puxar do canto, mas lutei para voltar atrás. Eu chutei minhas pernas, bati para fora com meus braços. Ele só apertou meus braços mais. Doeu, mas continuei lutando para ficar livre. "Não! Por favor!" Minha mãe chorou ao meu lado. "Ele não é do mal. Ele não é—" Mas ele jogou para trás a mão e deu um tapa na minha mãe no rosto. "Volte! Volte e veja seu outro filho que está chorando. O filho que, se Deus quiser, não vai ser nada como este!" Minha mãe tropeçou para trás, em seguida, de repente, ele bateu no meu rosto. Doeu tanto que caí no chão. Ele me pegou pela gola da minha camisa, e colocou seu rosto próximo ao meu. "Há um mal que vive dentro de você, garoto. Um mal que vou ter a maldita certeza que será exorcizado. Fazer você normal. Fazer você direito. Não mais olhando através de mim quando eu falar. Sem mais pessoas estranhando quando você entra na sala. Fazendo-nos passar vergonha de tê-lo como um filho."


Ele me arrastou para fora da casa. Olhei para mamãe, mas ela estava na parte de trás da cozinha, amamentando meu irmãozinho. Ela olhou para mim enquanto eu passava, e lágrimas corriam de seus olhos. Ela nunca chorou. Por que ela estava chorando? "Mamãe!" Eu chamei, mas em um soluço ela virou as costas. Ele me amarrou apertado no banco de trás do carro. Eu lutei contra o cinto de segurança. Eu não queria ir para a igreja. Minha cabeça latejava. Eventualmente parei de me mover. Eu não conseguia sair e ele não ia me deixar ir. Porque eu tinha o mal dentro de mim. Porque tinha chamas fluindo no meu sangue. Levantando meus dedos, eu os coloquei em meus braços e comecei a me arranhar com minhas unhas. Eu pensei no fogo, nas chamas. Pensei em suas cores laranja e amarelo. Pensei em seu calor. Mas eu não podia ver as chamas nas veias do meu pulso. Eles pareciam normais. Mas eles não eram normais. Ele disse que era por isso que eu não entendia o que as pessoas queriam de mim. Por causa do mal trazendo o fogo no meu sangue. Eu sabia que era diferente. Eu sabia que não entendia o que as pessoas queriam de mim. Eu sabia que não reagia direito para algumas das coisas que as pessoas diziam. Foi por isso que não falava com ninguém. Foi por isso que não tinha amigos. Foi por isso que não respondia às perguntas das pessoas. Porque eu sabia que não iria fazê-lo direito. Eu não sabia que resposta dar. E as pessoas iriam ficar com raiva de mim. Elas iriam chorar. Elas iriam embora. Elas iriam me deixar em paz e eu não entenderia o que tinha feito de errado. E algumas pessoas iriam rir de mim, essas eram pior. Elas iriam apontar e rir e chamar-me de retardado.


Então me sentiria triste. Suas palavras me deixavam triste. E eu não iria dormir. Ficava acordado pensando em seus rostos, seus rostos quando elas riam. Quanto mais pensava nas reações das pessoas para mim, mais cravei minhas unhas em minha carne. Olhando para baixo, vi sangue começar a pingar da veia. Eu assobiei para o aguilhão de dor que minhas unhas trouxeram, mas, em seguida, uma sensação de calor encheu meu corpo. Porque as chamas invisíveis, o fogo do Inferno vivendo em meu corpo, estavam sendo lançadas para fora. Ele disse isso, se as chamas fossem embora, eu poderia ser normal. Poderia ser certo. O carro parou e olhei para fora da janela. Nós estávamos em uma estrada tranquila. No lado da estrada tinha um pequeno edifício branco — nossa igreja. Eu lutava para respirar, meu peito apertava, enquanto olhava para a igreja. Então a porta se abriu, e o Pastor Hughes saiu com o Ancião Paul. Eles eram grandes homens e eles me assustavam. Eles lidavam com as cobras na igreja. Eles davam às pessoas o veneno para beber, para testar sua fé. Ele saiu do carro e eu o assisti se aproximar dos homens. Sua mão passou por cima de sua cabeça, então ele olhou para mim e balançou a cabeça. Eu não podia ouvir o que estava sendo dito. Mas ele devia estar dizendo sobre as chamas em meu sangue. Ele estaria dizendo a eles que eu tinha o mal em mim. Em pânico, olhei para o meu pulso. Eu arranhei as veias, cavando minhas unhas. Mas minhas unhas não eram afiadas o suficiente. Elas não podiam fazer sair mais sangue. Então, com o canto do meu olho, o vi caminhando para o carro. O Pastor e o ancião da igreja voltaram para dentro do prédio. Ele abriu a porta ao meu lado, desabotoou o cinto de segurança e pegou meu braço.


Ele não falou enquanto me arrastou para fora do carro. Eu levantei meu pulso para mostrar a ele que estava tentar tirar as chamas. Que não precisava da igreja, que poderia fazer isso sozinho. Eu poderia tirar as chamas sozinho, se ele simplesmente deixasse-me tentar. Mas ele apenas bateu meu pulso para baixo, então me pressionou na parte de trás da minha cabeça. Meus olhos ardiam de dor. Engoli em seco quando chegamos à porta de madeira. Eu podia ouvir o Pastor falando lá dentro, então ele me puxou para dentro da igreja. Nós estávamos no topo do corredor. Pastor Hughes e ancião Paul estavam no altar. Eu podia ouvir o chocalho. Podia ouvir os assobios. Meu estômago caiu. Cobras. Eles estavam com as cobras. Ele me fez andar para frente, empurrando em meu pescoço o tempo todo, mas plantei meus pés firmemente no piso de madeira e estendi a mão para segurar um banco. Ele parou de puxar, em seguida, movendo-se em minha frente, bateu no meu rosto. A dor explodiu na minha cabeça. Minha mão arrancou o banco e eu podia sentir o gosto de sangue na minha boca. Mas eu estava com medo; meu sangue continha o mal e as chamas. Cuspi o sangue no chão do corredor, tossindo tanto que vomitei. "Traga-o aqui, Michael." A voz Pastor Hughes disse do altar, enquanto eu tentava limpar o sangue e vômito de minha boca. Ele engatou ambas as mãos debaixo dos meus braços e me levou até o altar. Eu não podia lutar contra isso. Eu estava cansado. Minha cabeça e meu rosto ferido pela dor de seus golpes. "Ponha-o sobre a mesa," Pastor Hughes dirigiu. De forma rude, ele me colocou sobre a mesa. "Tire suas roupas."


Eu queria gritar. Não queria que eles retirassem minhas roupas. Mas ele e o Ancião Paul começaram a me despir. E estava frio. Estava tão frio. Torci minha cabeça de um lado para outro, tentando escapar, mas eu não podia ficar livre de suas fortes mãos. Então, quando minha cabeça rolou para a direita, congelei. Havia uma cobra. Uma cobra em uma caixa clara do meu lado. Senti minhas calças saindo, então ele e o Ancião Paul pressionaram meus pulsos e tornozelos. Pastor Hughes foi até a caixa clara e abriu a tampa. O som de chocalho ficou mais alto e o Pastor Hughes levantou a serpente. Quando ele a segurou em suas mãos, disse: "A serpente é a encarnação do diabo. Se o seu filho é fiel e puro, se ele abraça o Espírito Santo, o Senhor deve protegê-lo. Mas se o mal corre em seu sangue, a cobra vai ver e atacar." Minhas narinas dilataram enquanto eu tentava respirar. Pastor Hughes ia colocar a cobra em mim. Eu não queria a serpente em mim. Eu não queria ser mordido. O domínio sobre meus pulsos e braços apertou mais. Fechei os olhos quando o Pastor colocou a cobra no meu estômago. O barulho da cauda da serpente ficou mais alto e mais alto em meus ouvidos. Eu podia sentir seu frio corpo começando a deslizar. Pastor Hughes começou a orar, o Ancião Paul também. E em seguida ele. Mas eu mantive meus olhos fechados. Mantive meus olhos fechados e esperava que a serpente não atacasse. Esperava que eu não tivesse as chamas no meu sangue. Que o mal não corresse em minhas veias. Enquanto a cobra se movia pelas minhas pernas, ouvi um assobio alto e uma dor aguda atravessou minha coxa.


Gritei de dor, os dentes rangendo juntos. Então, de repente, a cobra foi tomada de meu corpo. Eu podia sentir as mãos tremendo enquanto segurava para baixo meus pulsos. Abri meus olhos, ao vê-lo olhando para a ferida na minha perna. Seus olhos pareciam os meus. Eu não entendia o que seu olhar significava. Eu estava cansado. Estava com dor, e meus olhos começaram a fechar. Mas eu ainda podia ouvir vozes. Podia ouvi-los, Pastor Hughes e Ancião Paul conversando. "Algo está vivendo dentro dele, Michael. Algum mal corre em suas veias. Um mal que devemos exorcizar". Ouvi seu engasgo baixo. E tudo que conseguia pensar era que havia chamas no meu sangue. Chamas que tinham que sair. Mas eles estavam me segurando. Eu não conseguia me livrar das chamas. Precisava levá-las fora do meu sangue. Cortá-las para fora do meu sangue. Mas eu não conseguia ficar livre. A escuridão chegou e me levou. Quando acordei, estava em um quarto escuro, sujeira no chão e nas paredes. Minha cabeça latejava, minhas coxas machucadas, mas eu não conseguia sentir metade do meu corpo. Então me lembrei... E eu podia sentir as chamas. Podia sentir as chamas sob a minha pele. Chamas que precisavam sair. Ouvi passos acima de mim. Passos pesados. Eu podia ouvir mamãe chorando, implorando-lhe para não fazer algo. Eu podia ouvir meu irmão bebê chorando. Seus gritos machucando minha cabeça. Os passos pararam bem em cima de mim. Meu corpo começou a tremer. De repente, um portal acima de mim se abriu, a luz brilhante


cintilou bem onde eu estava deitado, fazendo-me estremecer. Então ele pulou do meu lado. Estava segurando um cinto. Olhei em seus olhos quando ele deu um passo adiante. Eu me lembro da dor. Lembro da dor, do número onze... E as chamas... As chamas invisíveis que derramam para fora com o meu sangue... Um teto de madeira voltou à vista e eu estava na luz. Mas estava amarrado. Meus pulsos e tornozelos foram amarrados. Homens vieram dentro e fora de uma porta a minha esquerda. Homens que iam me machucar. Esses mesmos homens... Eles disseram coisas para mim, mas não podia ouvi-los sobre os gritos, sobre o som das chamas em meu sangue. Eu golpeei, tentando quebrar os laços, quando a porta a minha esquerda abriu novamente. Era um deles. Um dos que me amarraram. Um dos filhos da puta que eu queria matar. Os ruídos de gritos, gritos e portas batendo eram demais. Então ouvi uma voz dizer, "Eu não vou deixar vocês machucarem ele. Por favor... deixe-me acalmá-lo. Deixe-me acalmar sua fúria." Eu congelei, minhas costas arquearam achatando em tudo o que eu tinha previsto. O som do sangue correndo através de meus ouvidos, mas a pessoa no quarto comigo agora era novo... A voz... Sua voz fez os gritos na minha cabeça pararem... Eu respirei duramente, meus olhos olhando para o teto. Então ouvi um grito e minha cabeça virou para o lado. O chão. No chão, havia uma mulher. Uma pequena mulher, com os braços em volta dos joelhos. Meus olhos borrados piscaram rapidamente e eu lutei para ver, meu estômago apertou em quem ela poderia ser. Cabelo preto... Pequeno corpo... As mãos, mãos pequenas...


Então vi seus os olhos. Olhos verdes. O pulsar no meu pulso e pescoço correu ao ver aqueles olhos verdes. E as chamas se acalmaram. O fogo ainda estava lá, queimando sob os meus músculos. O mal ainda infundido no meu corpo, mas eu conseguia respirar. Eu respirei. Suei. Mas podia respirar. Quando olhei para ela, conseguia respirar. Mas eu estava cansado. E não aguentava mais. Não podia mais lutar. Eu não queria mais ser assim. Eu olhei para a mulher. Ela olhou de volta. Meu batimento cardíaco mais lento no meu ardente peito cru. Uma lágrima deslizou pelo seu rosto. Eu assisti o pingo da lágrima pelo seu rosto, me perguntando por que ela estava chorando? Então,

não

antes

das

chamas

se

acalmarem,

aquele

sentimento de início de incêndio reconstruiu, a tortura novamente inundado de volta. As chamas nunca ficavam longe por muito tempo. Eu não podia mais fazer isso. Combatendo a escuridão ameaçadora, respirei fundo. Vendo a mulher congelando enquanto me observava, abri minha boca e sussurrei: "Mate-me..."


Maddie Eu não podia acreditar no que ele parecia. Flame. Meu Flame. Quebrado, amarrado pelos tornozelos e pulsos na pequena cama no centro da sala. Seu torso estava nu e estava coberto de sangue. Sua pele tinha cortes. Em todos os lugares. Ele tinha marcas de cortes e marcas de arranhões em toda parte. Suas pernas estavam cobertas por suas calças de couro, mas ela

estava

retalhada,

vermelho

espreitava

através

da

pele

ensanguentada. Mas seus olhos... Seus belos olhos escuros tinham a minha alma em dor. Suas pupilas estavam dilatadas de modo que pareciam completamente pretas. Os brancos de seus olhos estavam vermelho brilhante, muitas veias explodindo. E era fácil perceber o porquê. Gritos de cortar o coração estavam saindo de sua garganta, suas costas arqueadas, seus membros rígidos como se ele estivesse sendo queimado por dentro. Minhas pernas tinham desabado com o choque de vê-lo neste estado torturado. E eu tinha acabado no chão. A magnitude do que Viking e AK descreveram agora me olhando na cara. Flame estava com tanta dor. Mais do que eu jamais havia testemunhado antes. Sua cabeça virou para olhar para mim. E toda a sua frenética forma debatendo, cessou. Prendi a respiração, com medo de fazer algum movimento brusco. E esperei por ele me ver, ver que era realmente eu, Maddie. A jovem mulher que ele incessantemente protegeu, mas seus


olhos pareciam olhar diretamente através de mim. Emoção inchou minha garganta. Sem mover uma polegada, uma lágrima caiu pelo meu rosto. Apanhando um lampejo de algo no olhar assombrado de Flame, meu coração saltou de esperança. Eu pulei para frente enquanto seus lábios secos machucados abriram, em seguida, isso quebrou em um milhão de pedaços. "Mate-me..." Sua voz murmurou, como se ele tivesse engolido pequenos cacos de vidro. Mas o seu pedido tinha navegado aos meus ouvidos tão alto como se fosse um grito. Os dedos de suas mãos tornaram-se rígidos e suas costas começaram a arquear. "Mate-me", ele rosnou de novo, desta vez mais duro. Eu podia ver que tudo o que ele segurou foi para recuperar sua força. Mas não havia dúvida sobre o que Flame queria. O que ele estava me implorando para fazer. As veias em seus braços cobertos de sangue endureceram, seus músculos rígidos saindo de seu torso quando os punhos cerraram. Seu corpo começou a tremer. A cabeça de Flame começou a se contorcer, seus olhos envidraçaram quando suas pernas puxaram as cordas o prendendo. Um grito de dor irrompeu de seus lábios; eu pulei para os meus pés incapaz de aguentar sua dor. Meu peito estava rachando com cada segundo que passava. Esta não era uma maneira de viver. Mas eu não poderia matá-lo. Eu não poderia... Quando seus olhos escuros caíram em cima de mim, eu podia ver seu apelo silencioso. Ele não queria mais viver desta maneira. Ele queria ser livre de sua dor. Como eu estive presa, por tantos anos, ele queria ser livre.


Sufocando um soluço, dei um passo adiante. Flame arqueou as costas e caiu, em seguida, arqueou novamente e caiu para o colchão encharcado de suor embaixo dele. Eu queria tocá-lo. Queria mais do que tudo colocar minha mão em seu braço, e dizer que ele ficaria bem. Eu queria soltar seus laços e segurá-lo nos meus braços. Mas não consegui. Nossos respectivos medos e barreiras me seguraram. Foi demais para eu lidar com isso agora. Fiquei suspensa no momento. Mas ninguém deveria existir assim; tão ferido e com tanta dor. Alguns

metros

da

cama,

minhas

mãos

tremiam

tão

gravemente que eu temia que nunca fosse ficar calma novamente. Meu olhar avaliador vagava ao longo dos vergões nos braços... e o sangue. Meus olhos rastrearam para o norte, observando sua pele saltar e os músculos se contraírem. Então, finalmente, cheguei naqueles olhos. Olhos que me roubaram o fôlego. Eles estavam me observando. A mão de Flame de repente estendeu a mão tanto quanto as cordas o permitiram, e ele sussurrou: "As chamas. As chamas são muito quentes. Eu não posso... Não consigo pará-las... amarrado... é muito... mate-me... por favor..." "Flame", eu disse em um soluço. Balancei minha cabeça. "Eu... eu não posso... eu—" "Por favor..." O timbre de sua voz áspera desesperada cortou em minha alma, apertando meu coração. A cabeça de Flame rolou para o lado quando outra onda de dor acumulou seu corpo. Ele tinha perdido peso. Sua pele estava de um branco mortal e seus olhos estavam crus com dor. Fechando os olhos, desenhei uma respiração profunda. Quando os abri, olhei para cima. Na parede tinha uma tira de metal,


metal magnético segurando filas e filas de facas. Um rugido derramou da garganta de Flame, e eu sabia que qualquer calma que ele tinha reunido acabou. Mate-me... as chamas são muito quentes... eu refletia sobre suas palavras e seu apelo. E encontrei em meus pés caminhando lentamente para frente. A cada passo um poço de tristeza enterrou ainda mais no meu estômago. Mas minhas pernas ainda me carregavam para frente. Parei abaixo da linha de facas e vi a que tinha visto que ele sempre mantinha enquanto passeava debaixo da minha janela. Tinha um cabo de madeira marrom. A lâmina era afiada, o aço polido que a luz fraca pendurada no teto brilhava sobre ele, lançando uma sombra no chão. A pequena cama rangia e Flame lançou um rugido alto. Fechei os olhos e me encolhi. Com uma profunda respiração, abri os olhos mais uma vez. Fortalecendo meus nervos, me virei, assim que as costas de Flame inclinaram, e sua cabeça se contorceu. Garantindo que eu tinha um controle apertado sobre a faca, engoli a ansiedade segurando meu corpo cativo, e me mexi para frente. Ao ouvir o meu movimento, Flame rosnou em minha direção, mas quando seu olhar caiu sobre a faca na minha mão, seu corpo congelou. E então eu vi, o olhar de alívio em seus olhos quando ele viu a lâmina. A lâmina frouxamente mantida ao meu lado. Narinas dilatadas, Flame rastreou meus movimentos até que cheguei a uma parada ao seu lado. Ele estava mais perto do que tinha ficado em muitos meses. Agora, pude ver cada detalhe de seu corpo. Eu podia ver todos eles, cada cicatriz, cada corte, cada contusão. Mas não conseguia tirar os olhos de seu rosto. Eu nunca tinha olhado para os homens. Depois do que eu tinha sofrido nas mãos dos homens, não podia pensar neles como bonitos. Eu nunca tinha


dado

nenhum

pensamento

para

isso

de

qualquer

jeito.

Eu

simplesmente não pensava assim. Nunca senti borboletas no meu estômago. Eu nunca tinha sentido meu coração vibrar, nunca tinha me sentido perder minha própria respiração. Quando Lilah e Mae me falavam de Ky e Styx, quando elas coravam apenas descrevendo seus rostos, olhos, os lábios do seu amor; Eu não compreendia. Mas aqui de pé, sobre Flame, agora, olhando para seu rosto, suas feições nítidas angustiadas — nariz ligeiramente torto, lábios carnudos, barba curta escura, e aqueles olhos com alma, aqueles incrivelmente longos cílios pretos —

um sentimento até então

desconhecido para mim floresceu em meu coração, me enchendo de luz. Com um incrível calor. Tão perto dele, senti uma faísca de tensão entre nós. Senti uma onda magnética no ar. Eu... Eu o queria para mim. Neste momento, vendo o homem que havia se tornado o centro do meu mundo, quebrando, não queria nada mais do que salvá-lo. Levar a paz que ele tanto merecia, mesmo que isso significasse sacrificar meu coração recém-despertado no processo. Em um assobio alto, o corpo de Flame endureceu. Meu aperto segurou forte no punho da faca. Senti como uma tonelada de peso em minha mão, mas sabia o que tinha que fazer. Por Flame, eu disse a mim mesma, Você deve fazer isso por Flame. Firmando meu aperto que estava tremendo, levantei a lâmina, deixando-a suspensa no ar. Eu respirei fundo, em seguida, olhei para Flame. Seus belos olhos me perseguiam. Com lágrimas enchendo meus olhos, sussurrei, "Flame... Eu sei que você está perdido agora. Mas quero salvá-lo. Quero salvar você, como você muitas vezes me salvou." Eu engoli o caroço obstruindo minha garganta e continuei. "Sei que você quer sua paz eterna, mas... mas... não posso... não posso tirar sua vida."


Com lágrimas nos meus olhos, abaixei minha boca para algumas polegadas de sua orelha. "Eu sei que as chamas o torturam muito. E sei que você vive com dor. Sei que você não quer mais viver. Eu..." puxei de volta minhas emoções quando Flame se tornou estranhamente imóvel. "Eu estive lá também. Senti o desejo de sumir, nunca mais acordar novamente. Mas então algo aconteceu comigo. Alguém me aconteceu... Você". Com a respiração irregular, Flame soprou contra o cabelo caindo sobre o meu rosto, mas ele não se mexeu. Seu corpo estava completamente e totalmente parado ainda. Elevando ligeiramente para trás, procurei seus olhos vidrados e orei ao Todo-Poderoso que ele estivesse me vendo. Que ele pudesse ouvir minhas palavras. Eu coçava para correr os dedos pelo seu cabelo, como vi Mae fazer com Styx, mas me segurei. "Eu observo você, Flame. Observo você enquanto me protege. E quero você livre das chamas. Estou contando com você embaixo da minha janela, enquanto você administra os cortes em sua carne, liberando o que você acredita que está correndo dentro de você." Minhas pernas começaram a tremer quando levantei a faca, e alinhei a lâmina sobre o seu braço. "Não vou tirar a sua vida, mas vou ajudá-lo a libertar as chamas. Irei ficar aqui com você, nesta sala, até que você volte para mim. Até que meu Flame quebre de volta". Baixei a ponta da lâmina para um pedaço de pele sem ferimentos no antebraço de Flame. Pouco antes de minha garganta fechar pelo que eu estava prestes a fazer, coloquei para fora, "Não vou tirar sua vida, Flame, por que isso é muito precioso para perder." Apoiando minha mão, apertei a lâmina afiada na pele de Flame e arrastei-a ao longo da carne. Quando a laceração veio à tona e o sangue começou a fluir, foi um bálsamo para o tormento de Flame. "Um," eu sussurrei em voz alta, incapaz de tirar os olhos de seu rosto. O


amplo olhar exausto de Flame permaneceu fixo sobre o meu. Mas eles ficaram inertes, escuros com alívio. Eu ataquei novamente. "Dois", eu continuei a contar, "três, quatro, cinco." O corpo de Flame começou a relaxar, seus braços e pernas esticados, sob a tração pesada das cordas, acalmaram. Olhei para o braço, agora revestido com um novo brilho de sangue, e me forcei a continuar. Tudo dentro de mim gritava para parar de machucálo, mas sabia que tinha que continuar. Eu tinha que chegar ao onze. Reposicionando a lâmina em seu braço, comecei o corte. "Seis, sete, oito, nove." Náusea construiu em minha garganta por ter que cortar ele. Eu não tinha certeza se poderia continuar, quando o braço de Flame tremeu, e eu o ouvi expressar em voz baixa, "Dez". Os olhos escuros de Flame agora alertas, me observando. Lágrimas caíam pelo meu rosto. Flame inalou uma dura respiração, e soprou novamente, "Dez". Sem mover os olhos dos dele, eu cortei-lhe a pele. As pálpebras de Flame vibraram em relevo quando eu disse, "Dez". Reposicionando a lâmina, o peito de Flame expandiu em uma respiração expectante. Com um corte profundo, botei para fora, "Onze". Como se um banho de água fria tivesse extinguido as chamas em seu sangue, Flame caiu de volta na cama, sua respiração tornandose fraca. Instantaneamente deixei cair à faca no chão, olhava para o meu lado, agora salpicado com sangue de Flame. Eu me sentia mal enquanto olhava para o líquido vermelho. Desviando o olhar, isso pousou no corpo propenso de Flame. Ele parecia exausto, suas mãos e pés agora imóveis sob as cordas apertadas. Mas foi seu rosto que encorajou-me a encontrar um pouco de paz com o que eu tinha acabado de fazer. Seu lindo rosto, com sua feição suave e descontraída.


E seus olhos. Seus olhos silenciosamente me agradecendo. Eu tive que lutar com sucesso com a escuridão que estava consumindo sua alma. Por agora. Chegando mais perto, sussurrei, "Durma, Flame. Descanse. Vou estar aqui quando você acordar." Não demorou muito para que seus olhos se fechassem e para que o sono reivindicasse sua mente exausta. Eu lutei contra a súbita vontade de pressionar um beijo em sua bochecha. O peito largo de Flame subia e descia em um movimento constante. Mas, quando Flame tinha encontrado uma paz temporária, encontrei-me de repente cheia de culpa. O que foi que fiz? Eu pensei, vendo o sangue em minhas mãos. Meus pés me levaram para trás, até que tropecei em um objeto. O pequeno quarto terrivelmente desarrumado, de repente registrou em minha mente. Era escassamente mobiliado, para salvar tinha somente uma pequena cama e uma única cadeira. Sem luz. Nada que fazia dele um lugar de conforto. As coisas de Flame estavam por toda parte; e poeira e teias de aranha cobriam as paredes. O chão estava cheio de roupas e pratos sujos, o que também parecia trapos cobertos de sangue. Com exceção de um pequeno ponto na parte trás do quarto. Parecia um alçapão no chão. Mas o alçapão de madeira estava coberto de arranhões, marcas de faca, e o que parecia ser sangue seco. Perto havia um balde logo ao lado. Isso era muito; Demais. Lágrimas cegaram meus olhos, meu peito apertou meus pulmões. Eu precisava de ar. Precisava respirar ar fresco, somente enquanto ele dormia. Encontrando a porta, silenciosamente puxei a cadeira sob a maçaneta da porta e deslizei através. Tão logo que bati no ar frio, caí


para o chão, deixando as lágrimas caírem livremente em minhas mãos ensanguentadas.


Maddie "Maddie!" A voz frenética de Mae cortou a minha dor. Pisquei os olhos para livrá-los das minhas lágrimas. Mae caiu agachada diante de mim. Quando minha visão retrucou com clareza, vi Mae chegar para apertar minhas mãos. Em surpresa, ela rasgou-as de volta. "Deus... Maddie", ela sussurrou apressadamente, seu sangue sendo drenado de seu rosto. "O quê aconteceu?" Quatro grandes silhuetas de repente bloquearam nossa luz quando eles chegaram sobre Mae para me ver. "Que porra é essa?" proclamou uma voz profunda. Eu vibrei meus olhos para encontrar o autor da pergunta. Viking estava me olhando de forma estranha. Seu rosto ainda estava tão triste como antes de eu entrar no quarto, mas agora, seus olhos azuis estavam paralisados. Meus olhos reduzidos em minhas mãos. Eu as levantei. Elas estavam tremendo. Elas tremiam tanto. A mão de Mae esfregava sobre meu joelho dobrado, então ela perguntou, "Maddie? O que aconteceu? Nós ouvimos Flame gritar, então tudo ficou em silêncio". Sentindo a força estressante de cinco olhares, respirei fundo e calmamente respondi: "Eu o cortei. Ele queria que o matasse... mas... mas eu não podia. Tinha que salvá-lo, como ele fez comigo."


"Ele pediu-lhe para matá-lo?" Alguém perguntou em tom gutural, devastação escorrendo de cada palavra. Eu olhei para cima. AK havia se adiantado. Eu balancei a cabeça e ele deu um passo atrás, seus lábios partindo. "E o quê?" Ky exclamou enquanto olhava para seu irmão. AK balançou a cabeça. "Ele conversou com ela. Durante dois dias, não fomos capazes de conseguir qualquer coisa dele. Nem uma coisa do caralho, apenas ele gritando e psicótico na cama." Meu batimento cardíaco saltou em uma corrida com suas palavras. A atenção de Mae passou de AK e de volta para mim. "Maddie. Você ouviu isso? Você conseguiu falar com ele." Eu balancei a cabeça, os olhos arregalados. Senti a mão de Mae pegar a minha, apesar do sangue. Repeti as minhas palavras, "Eu tive que liberar as chamas." As sobrancelhas de Mae franziram em confusão. "Você o cortou?" Viking moveu ao redor de Mae e se agachou ao lado dela. "Você cortou-o com uma lâmina", ele apontou para as minhas mãos, "é por isso que você tem sangue em suas mãos?" "Sim. Eu... eu o cortei." Um silêncio atordoado veio com minha confissão. Meu estômago deu um nó com culpa, mas continuei. "Eu não queria machucá-lo. Mas ele estava me pedindo para matá-lo. Ele disse que não aguentava mais as chamas. Que elas estavam ficando muito quente. Ele estava com dor, estava me implorando com seus olhos..." Eu parei quando um soluço derramou da minha boca. "Shh..." Mae acalmou quando ela se moveu para se sentar no chão ao meu lado. O braço dela veio aos meus ombros e eu caí em seu abraço quente.


"Eu o observei durante meses, Mae. Vi como ele luta contra sua dor interior. Vi como ele corta sua pele. Vi como ele faz isso. Então eu fiz o que ele faz para si mesmo. Eu o cortei... eu... eu peguei a lâmina e o cortei... Tinha que liberar as chamas." Minhas lágrimas fluíram como um rio, enchendo meu corpo de auto-aversão. Assim que pensei que não seria capaz de encher o buraco no meu estômago, Viking disse: "Você chegou perto?" Sua pergunta me pegou desprevenida, imediatamente secando minhas lágrimas. Lentamente levantei minha cabeça do ombro de Mae, vi a expressão chocada de Viking e balancei a cabeça. A cabeça de Viking virou-se rapidamente para olhar para AK. A testa de AK franzida. "E por que é que ele está quieto agora?" Limpando minha garganta, respondi: "Ele está dormindo. Os cortes colocaram as chamas para fora. Ele está descansando." Os olhos de AK se arregalaram e ele virou, caminhando em direção as árvores, correndo os dedos pelo cabelo longo. Sentado em frente, me dirigi a Viking. "Ele precisava descansar. Mas eu disse a ele que iria ficar. Que ficaria perto até que ele esteja livre dessa tortura." Ky se esquivou e foi até AK. Meu coração estava na minha boca quando Ky alcançou o melhor amigo de Flame. Ky colocou o braço em volta dos ombros de AK, que imediatamente cedeu. "Nós pensamos que ele estava perdido. Nós tentamos de tudo para dois dias. Mas nós naquela sala. Só o fez dez fodidas vezes pior. Eu não tenho nenhuma idéia de quem ele pensou que nós éramos, mas ele com certeza não nos via como seus irmãos. Estávamos prontos para arrancá-lo disso, então você veio, e em questão de minutos consegue acalmar a porra dele, você conseguiu fazê-lo dormir", revelou Viking.


Sua cabeça caiu. Ele parecia tão triste. Na verdade, AK e Viking pareciam completamente exaustos. Meu estômago deu um nó quando percebi o quanto eles amavam Flame. Eles devem ter se sentido tão impotentes. Meus dedos endureceram ao meu lado, então, respirando forte, cheguei timidamente a sua mão, mas pelo último minuto puxei-a para trás. A cabeça de Viking disparou. Ele olhou para mim, então seu lábio virou no canto, dando-me um sussurro de um sorriso. "Eu vou ficar com Flame." Viking lançou uma respiração longa reprimida. "Maddie", Mae cautelosamente ofereceu, "Ninguém espera que você fique. Você já ajudou Flame além de todas as nossas expectativas." Em um instante minhas costas endireitaram e me levantei. Vislumbrei Styx, em silêncio, me olhando, suas características escuras rastreando cada movimento meu. Mas eu continuei firme em minha vontade. "Eu vou ficar," Enfatizei. Mae ficou de pé. "Por que, Maddie?" Virei-me para a minha irmã e disse: "Porque é o meu Flame lá. E ele precisa de mim. Ninguém mais. Somente eu." "Seu Flame?" Ela sussurrou, e sua cabeça inclinou para o lado. Eu senti meu rosto corar e dei de ombros. "É assim que considero Flame. Como meu. No momento em que fui capaz de tocá-lo, e ele me tocou, fui reivindicada. Tenho sido sua todo este tempo." Tirando a poeira de minha saia longa, dando as minhas mãos ansiosas algo para fazer, perguntei a Mae, "Por favor, você pode nos


trazer alguma comida? Ingredientes para fazer sopa? E coisas para limpar seu quarto?" Mae assentiu com a cabeça atordoada. Styx estendeu a mão e, envolvendo um braço em torno de seus ombros puxou-a contra o seu peito. Seus lábios se moviam ao seu ouvido. Ele sussurrou algo que só os dois podiam ouvir. Os olhos de Mae fecharam, mas ela suspirou e acenou com a cabeça. "Eu vou trazê-los para cá imediatamente, Maddie," Mae anunciou. "Obrigada." Mae olhou para Ky, AK e Viking, em seguida, de volta para mim. "Está tudo bem em você ficar aqui enquanto pego o que me pediu?" Eu balancei a cabeça. Mae e Styx rapidamente desapareceram na floresta, deixandome sozinha com os três homens. Eu fiquei de pé, cabeça para baixo, brincando com minhas mãos, quando Viking limpou a garganta e falou. "Você precisa ser direta quando falar com ele." Curiosa com essa instrução, levantei minha cabeça, apenas para ver Ky e AK se juntarem a Viking. AK olhou para Viking, então focou em mim. "Ele não entende sutilezas. Se você quer algo dele, pergunte diretamente. Não dê dicas, porque ele não vai entender. Se você quer saber o que ele está pensando, pergunte isso a ele. Ele pode não dizer-lhe, o irmão não fala muito, mas ele pode. Ele é tímido, verdadeiramente tímido. Ele vai lutar para estar perto de você, para saber como agir. Mas se você falar com ele ou parecer agitada, isso o arrepia. E foda, se ele ficar fora desta merda toda que está agora, e ele cortar a si mesmo, não olhe. Ele fica realmente auto-consciente".


"Ele realmente não mostra emoção também. Se ele está feliz, o que, honestamente, não acho que alguma vez esteve, ou se está triste, seu rosto não vai mudar. Mas você vai saber se ele estiver com raiva. Ele não consegue conter essa merda. Isso o consome quando está com raiva. As chamas... elas queimam mais quando ele está chateado," Viking acrescentou. Exalei, não percebendo que não tinha respirado enquanto eles falavam essas coisas para mim. Minha mão levantada para pressionar contra a minha testa. Viking abaixou-se a partir de sua altura impressionante para chamar minha atenção. "Você entendeu, Madds?" Eu balancei a cabeça, tentando desesperadamente me lembrar de tudo que havia sido dito, quando timidamente perguntei: "Por que... por que ele é assim?" O rosto de AK apertou, uma expressão de proteção adornando suas feições. "É o jeito que ele é, Maddie. Flame é diferente. Mas isso não faz dele menos importante, porra." "Olha, Madds. Flame apenas pensa diferente de você e de mim. Provavelmente alguma condição que ele tem, que nasceu com isso. Mas ele não sabe o que é, e honestamente, mesmo que eu achasse que sabia o que poderia ser, isso não é da porra da minha conta. Ele é Flame. Ele é a porra do meu irmão, diferente ou não." Se a situação fosse diferente, eu teria sorrido com o quanto eles pareciam se importar com Flame. O silêncio caiu sobre nós três, depois disso, Viking e AK se moveram para se sentar em cadeiras fora do outro quarto. Então meu coração afundou-se a meus pés quando vi uma terceira cadeira vazia. Em minha mente imaginei os três melhores amigos sentados aqui à noite, antes de Flame vir para ficar de guarda abaixo da minha janela.


Meus olhos procuraram a porta de madeira até o quarto de Flame. Eu me perguntava se Flame sabia como era amado pelos seus irmãos? Suspeito fortemente que ele não sabia. Imaginei que quaisquer pensamentos escuros que o prendia tornava impossível para ele ver isso. "Você está se segurando, Madds?" Virando minha cabeça para o lado, Ky estava encostado no quarto, pé na parede, cigarro na mão. Eu balancei a cabeça, e meu olhar fixo sobre a linha das árvores, esperando que Mae se apressasse e retornasse logo. "Você tem certeza sobre isso?" Ky empurrou. "Sim", eu sussurrei e vi os olhos de Ky estreitarem seu foco em mim. Ele deu uma tragada em seu cigarro, depois exalou uma grande nuvem de fumaça. E vê-lo me fez pensar em Lilah. De sua jornada. Lilah estava tão machucada. Eu estava machucada. Tão quebrada que sabia que estaria sozinha para o resto da minha vida. E eu estava contente com isso. Lilah estava bem com isso também. No entanto, Ky ganhou o coração de Lilah. Mesmo quebrada como estava, mesmo depois dela se machucar, depois da cicatriz em seu rosto, ele a queria acima de todos os outros. E ele pediu-lhe a mão sob Deus. Ky não se moveu, seus olhos ficaram em frente, mas ele perguntou: "Basta perguntar a ele, Madds. Tudo que está na porra de sua cabeça." Sentindo o calor infundir meu rosto por ter sido pega, criei coragem para perguntar: "Você ama Lilah", eu disse em voz baixa. Ky jogou o cigarro no chão, em seguida, virou-se para mim, mostrando seu lindo sorriso. "Isso é uma pergunta ou uma declaração, doce?" "Uma pergunta", eu respondi.


O sorriso de Ky desapareceu e ele acenou com a cabeça. "Ela é a porra da minha vida, Madds. Eu amo essa cadela até a morte." "Mesmo que ela esteja quebrada? Mesmo depois do que aconteceu conosco, — com ela, na Ordem? Não é muito para você lidar com isso?" A mandíbula de Ky apertou com a menção da Ordem. Por um momento, não achei que ele iria responder. Então, respirando profundamente, Ky respondeu. "Nem um pouco, Madds. Se acredito em toda a merda sobre Jesus como Li faz? Nem um fodido pedaço. Mas a cadela tinha o meu coração quando a vi pela primeira vez, vocês rastejando para fora daquela cela. E sim ela estava quebrada, não achei que ela valia uma merda. Mas ela sempre foi tudo para mim. O mesmo com Mae e Styx. Esses filhos da puta naquele culto quase destruíram as cadelas. Isso não significa que você não pode curar. Olhe para Li agora, melhor fodida cadela no maldito planeta. E eu a tenho. Ela é minha. Quebrada ou não. E eu sou o filho da puta mais sortudo daqui." Minha garganta engrossou com emoção ao ouvir a convicção de suas palavras. Pela primeira vez, eu senti curiosidade de saber o que era isso. Como seria estar profundamente envolvido nisso? Ser amado tão completamente, tão profundamente, como seria? O vento frio envolveu em meu cabelo, soprando ao redor do meu rosto, quando de repente Ky estava diante de mim. Ele estava olhando com seus olhos azuis para mim, quando afirmou: "Ele não vai se importar." Eu pisquei em resposta, minha testa vincando, sem saber o que Ky queria dizer. Em seguida, ele apontou para o quarto de Flame. "Flame. Ele não vai se importar que você já passou por toda essa merda. Eu não conheço o seu passado, foda, nem mesmo AK e Viking conhecem. Mas ele já se foi para você, Madds. Eu não vou mentir, não


sei o que está parecendo para você a porra desarrumada na cabeça dele, mas aquele irmão lá levou uma fodida bala por você. Não existe mais compromisso do que isso. Você está me entendendo?" Meu coração acelerou ao ouvir as palavras amáveis de Ky, mas quando estava prestes a agradecer a ele, Mae e Styx emergiram dos bosques, Styx carregando três sacos. Quando chegaram perto, levantei minhas mãos e peguei os sacos. "Alimentos e material de limpeza. Eu também coloquei juntos alguns vestidos para você, outras roupas limpas. E o seu bloco de desenho e lápis, assim você ainda pode desenhar. Eu sei o quanto gosta de desenhar." Mae ofereceu um sorriso de suporte. Pressionando um beijo na minha bochecha, ela advertiu: "Cuidado". Meu coração inchou. "Obrigada, irmã." Eu dei um pequeno sorriso a Mae, em seguida, virei para a porta. Fechei os olhos. Os abrindo, calmamente girei a maçaneta e entrei. Colocando os sacos no chão, meus olhos caíram sobre Flame ainda deitado na cama. Andei para frente, meus passos tranquilos como a noite, até que parei ao seu lado. A visão dele, ensanguentado e ferido, me pedindo para acabar com sua vida miserável, ainda me cortou profundamente. Mas dormindo, Flame era... Ele era... Perfeito. Ele sempre foi uma alma torturada. Ele estava sempre andando, murmurando, ou se cortando. E vê-lo assim, tão quieto e imóvel. Isso quebrou meu coração. Levantando minha mão, pairei sobre o rosto de Flame. E sem fazer contato, corri meus dedos sobre sua testa, pelo nariz um pouco torto, sobre seus lábios cheios e através de sua barba. Um sorriso puxou em meus lábios enquanto continuava correndo a mão um pouco acima de seu braço até chegar a sua mão. Sua mão estava virada, me mostrando a palma da mão.


Retratando o esboço de meu bloco de desenho, flutuei minha mão diretamente sobre a dele. Sua mão era tão maior do que a minha. Tão mais áspera, coberta de tatuagens de chamas, piercings que ostentavam a prata metálica e cicatrizes. Minha mão era pequena e de cor pálida, mas nunca na minha vida, tinha visto nada que me parecia tão perfeito como esta visão. Um gemido escapou da boca de Flame e dei um passo para trás, sentindo a falta imediata da imagem de nossas mãos unidas, de estar tão perto do homem que eu tinha escolhido — não, necessitava salvar. Flame tentou virar, mas as cordas em suas mãos e pés impediam. Mesmo no sono, uma cara feia frustrada marcava sua testa. Eu lutava com o que fazer. Ele queria ficar livre, tinha me implorado para libertá-lo. Eu sabia no meu coração que ele não iria, não podia, me machucar. Resolvendo, mudei-me para a cama, e tendo o cuidado para não tocar sua pele, me coloquei na tarefa de desamarrar as cordas. Quando o último pedaço de corda caiu no chão, o corpo de Flame imediatamente dobrou-se para dentro de si, enrolando em uma pequena bola no meio de sua cama. Quando dei um passo para trás, não conseguia deixar de pensar, mas encontrando-o assim, ele parecia como uma criança pequena. Quebrada e com medo. Eu fiquei lá por vários minutos, imaginando o que poderia ter acontecido em sua vida para fazê-lo desse jeito. Então meus olhos passaram ao resto do pequeno quarto, e eu me preparei para a limpeza. Eu precisava ajudá-lo de alguma pequena maneira. E eu poderia limpar. Eu não podia fazer muito, mas poderia fazer isso.


Tudo estava em desordem. Os maiores culpados — panos ensanguentados secos e jogados no chão. Eu fiz um rápido trabalho de pegar todo o lixo, então paralisei a um impasse quando cheguei à única área limpa no quarto, o único lugar que não estava cheio de coisas. Olhando para baixo, havia um alçapão construído no chão. Abaixei-me para inspecionar os arranhões e sangue seco na madeira. Eu podia sentir o cheiro do balde antes de chegar a ele, e incapaz de suportar o cheiro, decidi que seria a primeira coisa que limparia. Algumas horas mais tarde, o quarto estava limpo e arrumado, e eu estava preparando os ingredientes para a sopa. Assim que tinha começado a cortar os legumes, um grito de agonia atravessou o quarto. Deixando cair a faca, fugi da cozinha e corri para o quarto aberto. Flame estava se contorcendo na cama, suas unhas arranhando em seus braços. Ele estava com as costas arqueadas, seu corpo virado para o lado, seus quadris balançando para frente e para trás como se alguém estivesse atrás dele... como se... Meu estômago caiu, cedendo em um poço vazio pela posição que seu corpo retratava — Flame preso, alguém atrás dele, alguém... Não… E ele estava gritando de dor. Incapaz de suportar o que assumi que estava acontecendo em sua cabeça, corri para o lado oposto da cama. O rosto de Flame estava amassado em agonia. Seus olhos bem fechados enquanto ofegava pela boca. Então olhei para baixo. Ele estava excitado. Sua masculinidade estava ereta e empurrando contra o material de suas calças de couro. No entanto, tão excitado quanto ele parecia estar, a dor em seu rosto, e seus gritos torturados saindo de sua boca, me disseram que era qualquer coisa menos isso. Ele estava preso.


Ele estava preso em sua mente. Atingindo a cabeceira da cama, fiquei atrás e gritei: "Flame!" Seu corpo ainda se debatia, então me aproximei mais. "Flame!" Eu tentei de novo, mas os gritos de seus lábios estavam vindo mais forte, abafando minha voz. Apressando-me para a beira da cama, abaixei a cabeça e gritei "Flame!" Pela terceira vez. Desta vez, o corpo de Flame abaixou, seus olhos se abriram, e em um rugido alto, ele pulou da cama, suas mãos grandes desembarcando em meus braços. A força enorme de Flame me empurrou para trás, até que minhas costas bateram contra a parede, tirando o ar dos meus pulmões. Seus dedos cavaram em meus braços trazendo lágrimas aos meus olhos. Olhei para cima para encontrar seus olhos negros fazendo buracos no meu. Este não era o Flame que eu conhecia. Este era o assassino. O Hangmen com as lâminas. Com os dentes cerrados e um rosnado baixo de raiva, suas mãos calejadas começaram a se mover para cima . Meu estômago picou quando percebi que ele estava indo para minha garganta. Ele ia me sufocar. Ele pretendia matar. Fechei os olhos e tentei pensar no que iria acalmá-lo. Mas suas mãos tinham atingido meus ombros. Virei a cabeça, procurando por uma resposta, quando tudo que eu conseguia pensar era o que me acalmava. Todo o meu corpo tremia de medo, mas consegui inalar uma respiração profunda o suficiente para cantar desesperadamente, "Essa minha pequena... luz, eu... deixarei brilhar. Essa minha pequena... luz, eu


deixarei... brilhar. Essa minha pequena... luz, eu deixarei... brilhar. Deixarei... brilhar, deixarei brilhar, deixarei... brilhar..." As mãos de Flame acalmaram na lateral do meu pescoço enquanto as palavras o fez parar completamente. Sua respiração estava tensa, seu exalar estalava ar quente que fluía sobre meu rosto. Eu estava congelada no local. Mas,

em

seguida,

suas

mãos

começaram

a

tremer

profusamente, e quando me forcei a abrir meus olhos, fui confrontada com duas piscinas escuras olhando para mim em confusão. Prendi a respiração, enquanto os olhos de Flame rapidamente esvoaçavam de um lado a outro. E então vi um lampejo de reconhecimento sacudindo-o da escuridão que possuía sua mente. Em um silvo chocado, Flame cambaleou para trás até que bateu contra a parede e ele caiu no chão. Suas mãos levantaram na frente de seu rosto, e ele olhou para elas como se não pudesse acreditar no que tinha acabado de fazer. Suas mãos abaixaram. Seus lábios tremiam. E quando aqueles olhos escuros cansados vieram de volta para a vida, ele fez uma pausa para respirar, em seguida, sussurrou: "Maddie...?"


Flame Eu estava no Porão da Punição e ele viria para mim. Eu estava na escuridão; eu já estava ali por um longo tempo… Acima de mim, ouvi a porta se abrir. Ele pulou no meu lado, a pálida luz de cima, tornando fácil ver a lâmina em suas mãos. Ele

cheirava

a

álcool.

Eu

podia

ouvi-lo

respirando

pesadamente. Ouvi-o desatar o cinto. Fechei os olhos quando ele começou a caminhar em minha direção. Desta vez, ele não deu nenhuma instrução, só me virou, tirou minhas calças, espalhando minhas pernas e empurrou contra mim. Cerrei os dentes quando a dor veio. Minhas unhas rasparam contra as paredes, quando tentei não gritar. Então veio a lâmina, raspando minhas costas. Senti o sangue começar a derramar; E eu me senti melhor. Ainda doía, mas ele estava me livrando das chamas, tirando o mal de dentro de mim. Ele disse que estava tomando o mal da minha carne. Ele resmungou no meu ouvido e sua respiração tomou conta de meu rosto. Fedia a álcool como sempre. Isso me fez sentir doente. Mas eu não poderia ficar doente ou ele iria ficar com raiva. Então ele se moveu mais rápido. Doeu mais e mais. Minhas mãos tremiam contra a parede, mas não o mandei parar. Ele continuou a empurrar mais duro, o corte da lâmina ao longo da minha pele, liberando


as chamas. Depois ele deixou cair à lâmina e suas mãos agarraram meus quadris, dedos cavando em profundidade. Eu o odiava por tocar em mim. Eu tinha o mal nas minhas veias, e isso a levou de nós. Ele me disse que foi por isso que ela tinha ido embora — por causa do meu toque. Que as chamas dentro de mim a infectaram, fazendo-a ter maus pensamentos... levando ela a fazer aquela coisa pecaminosa que nos deixou sozinhos. Eu tentei respirar. Tentei abrir minha boca, para dizer-lhe para não me tocar ou ele seria infectado também, mas ele bateu em mim mais uma vez, gritando no meu ouvido quando me pressionou contra a parede. Esperei por ele se mover, não querendo que seu peito tocasse minhas costas. Ele cambaleou para trás e eu caí no chão. Olhei em volta. Eu podia vê-lo de pé, olhando para mim. Seus punhos estavam cerrados. Automaticamente, cobri minha cabeça com os braços. Ele normalmente me batia. Ele ficava com raiva depois que ele me levava, dizendo que era necessário para a minha alma. De repente, cuspiu em mim, a umidade atingindo meu rosto. "Você é um retardado do mal!" Ele retrucou, e chutou, me acertando na perna. "A culpa é sua que ela se foi. Ela não podia suportar que criou você." Meu coração feriu com suas palavras, sentindo como se algo estivesse rachado dentro de mim. Eu não queria que ela fosse embora. Eu a amava, ela era gentil comigo. Eu não queria ter as chamas no meu sangue. Mas não conseguia colocá-las para fora. Tentei arranhá-las para fora. Mas independente do sangue que caia no chão, não importava, eu ainda podia sentir as chamas debaixo da minha pele. Incendiando, ardentes, escaldando minha carne. Então, meu irmãozinho começou a gritar. Eu odiava seus gritos. Minha cabeça doía. Eu levantei minhas mãos para colocar sobre meus ouvidos.


"Foda-se!" Ele gritou, em seguida, abriu a porta da casa e saiu, batendo a porta para me deixar preso dentro. "Cala a boca seu filho da puta!" Ele gritou para o meu irmão. Mas meu irmão só gritava ainda mais. Eu balançava no local, cantarolando para tentar bloquear os sons. Mas eu ainda podia ouvir os gritos, não conseguia bloqueá-los. Largando minhas mãos, estendi meu braço e arranhei minha pele. Eu tinha que tirar as chamas do meu corpo. Se eu tirasse todas as chamas, ele me amaria. E ele não iria gritar com o bebê. E o bebê iria parar de gritar. Então arranhei minha pele. Eu arranhei até que senti o sangue escorrendo pelos meus braços. Até que podia sentir as chamas saindo... "Flame?" Recuperei o fôlego e abri meus olhos. Minhas mãos estavam na minha cabeça e eu estava balançando contra a parede. Mas havia aquela voz de novo... Maddie. A voz pertencia a Maddie. "Flame? Fale comigo." Maddie insistiu. Então me lembrei de minhas mãos em sua pele. Em seus braços... no seu pescoço. "Não!" Eu ia machucá-la, então... Essa minha pequena luz, eu deixarei brilhar... Eu reconheci a voz dela. Eu ouvi a voz dela. Na escuridão, ouvi a voz dela. Meus olhos ardiam quando ouvi sua voz na minha cabeça... quando a ouvi cantar. "Flame?" A voz dela estava mais perto agora.


Eu podia ouvir os passos no chão, mas minha cabeça estava cheia. Eu podia ouvir gritos, podia ouvir o bebê gritando. Mas não podia tocá-lo. E ela tinha ido. Por minha causa. Então, ele veio a mim, noite após noite... "Flame, olhe para mim." Incapaz de fazer qualquer outra coisa, olhei para cima e pisquei a água bloqueando minha visão, as imagens embaçando minha mente. Elas limparam quando eu a vi. Quando vi seus olhos verdes. Mas quando olhei atrás dela, podia vê-lo andar para frente. A raiva rasgou meu peito. Ele não poderia machucá-la. Não podia tocá-la, como fez comigo. Eu podia ver os olhos sobre ela. Eu tinha que fazê-lo ir. Ele tinha que ir. Minhas mãos empurraram para fora da madeira embaixo de mim e sua atenção se voltou para mim. "Flame?" Maddie sussurrou, quando ela se apressou para trás. "Não!" Eu gritei. Ela estava se movendo para mais perto dele. E ele estava retirando seu cinto. Meu coração caiu quando vi as mãos desfazer seu cinto. Eu cambaleei em meu quarto. Precisava chegar a alçapão. Eu precisava salvá-la. Ela já tinha sido ferida o suficiente. Eu não podia deixar que ele a machucasse. Minhas mãos caíram para o botão em minha calça e corri para desfazê-lo. Mas minhas mãos estavam fracas, meu corpo não estava reagindo bem. Quando olhei para trás, ele estava seguindo. Puxei minha calça para baixo e fora de meus pés, e ouvi sua voz. "Eu vou levar o pecado para fora do seu corpo, e da sua carne, rapaz." Eu me sentei em cima da porta, meu peito curvado para frente, quando abaixei


minha mão para tocar meu pau. Ele estava duro. Eu estava pronto para ele. Pronto para a sua dor. Olhando em volta de mim, procurei a faca. Ela estava ao meu lado. Peguei, quando ele se elevou sobre mim, mexi minha mão no meu pau, acariciando para trás e para frente. A lâmina da faca atingiu minha carne e eu contei. "Um..." Ele estava atrás de mim, empurrando seu peito contra minhas costas. Eu podia senti-lo empurrando para dentro. A dor sempre era muito forte, mas eu precisava. Ele me fez precisar disso. Eu contei. Algo se moveu diante de mim, olhei para cima, meu coração batendo muito rápido. Maddie estava diante de mim, sua mão sobre sua boca. Eu trabalhei a minha mão com mais força, precisando gozar. Quando eu gozasse, ele sairia. Então, ele iria deixar Maddie sozinha. Ele empurrou seu pau contra mim com mais força. Golpeando a lâmina em meu estômago, gritei "Onze!" E gozei no alçapão. O vômito veio mais rápido desta vez. Em um segundo me debrucei sobre o balde ao meu lado, esvaziado meu estômago. Mas nada veio à tona. Minha cabeça latejava e minha visão tornou-se turva quando puxei para trás. Incapaz de permanecer sentado, caí deitado sobre o alçapão. Então ouvi os passos pesados se afastando. Eu sabia que ele estava saindo do quarto. Mas sabia que ele voltaria... pelo menos ele tinha ido embora por enquanto. Eu respirei profundamente enquanto podia, mas a pele em meu peito picava, o que torna difícil. Um som de fungar, me fez congelar. Piscando, olhei para Maddie. Ela caiu de joelhos e agora, ela estava apenas alguns centímetros de distância. Então senti uma dor no meu peito quando vi


suas lágrimas caindo de seus olhos. Seu lábio inferior tremia e suas mãos estavam apertadas em seu colo. "Flame", ela sussurrou quando me viu olhando para ela. "Por que você fez isso para si mesmo?" Eu queria chegar mais perto dela, mas meu corpo estava fraco demais. Eu estava tão cansado. Maddie chegou mais perto, até que estava quase ao meu lado. Ela limpou o rosto, em seguida, perguntou: "Responda-me, Flame. Porque você se machuca?" Minha boca estava dolorida, meus lábios mal conseguiam se mover, mas Maddie tinha me feito uma pergunta e eu queria responder. "Ele veio para mim. Para liberar as chamas, o mal. Eu o vi atrás de você, então tinha que te proteger. Eu... Eu tinha que protegê-la." Maddie parou. Eu vi sua garganta engolir. "Quem veio para você?" Pensei no homem em minha cabeça — olhos e cabelo escuro. "Ele," eu respondi, minha pele rastejando com sua imagem na minha cabeça. Maddie franziu a testa ainda mais. "E ele veio para você? Para fazer... isso?" Perguntou ela, com a voz ligeiramente trêmula enquanto falava. Eu balancei a cabeça, então coloquei minha bochecha no chão. Eu estava cansado. Os olhos de Maddie caíram para suas mãos. Eu fiquei olhando para ela. Seus longos cabelos negros estavam tocando o chão quando ela se sentou. Era a minha parte favorita dela. Com exceção de seus olhos verdes. E suas pequenas mãos. Eu sempre pensava em suas pequenas mãos. "Eu gosto do seu cabelo," disse enquanto a olhava. Os olhos verdes de Maddie levantaram. Um rubor cobriu suas bochechas e meu estômago se contraiu com a visão.


Toda vez que eu olhava para ela, meu estômago se apertava. E quando seus olhos olharam para mim como estavam fazendo agora, meu coração bateu mais forte. O pulso em meu pescoço sempre bate mais rápido. "Obrigada," ela sussurrou, e eu peguei seus lábios carnudos virar para o lado. Isso a fazia parecer ainda mais bonita do que eu já achava que ela era. A sala ficou em silêncio. Maddie respirou fundo e me disse: "Eu gosto de suas mãos." A sensação de calor encheu meu corpo. Mas não era das chamas. Isto era diferente. Meus músculos não estavam queimando. Minha pele não estava rastejando. Parecia... Estranho... ... Eu fiz uma careta. Maddie gostava de algo sobre mim? Ninguém jamais gostou de mim. Ninguém nunca tinha falado sobre como eu parecia. Forcei minha mão para se mover. Ela parecia como um peso morto debaixo de mim, mas eu a empurrei para fora até que a deitei no chão na minha frente. Estudei as coloridas tatuagens na pele, chamas cobrindo toda a coisa. "Por quê?" Eu resmunguei, e olhei para cima para encontrar Maddie ainda me observando. "Por que você gosta da minha mão?" O rubor no rosto dela se aprofundou. Mas seus olhos estavam vendo minha mão enquanto ela estava caída no chão. De repente, Maddie se mexeu. Ela começou a deitar-se, espelhando a minha posição. Meu coração disparou como um canhão, quando ela baixou a cabeça e encostou o rosto no chão. Assim, ela estava olhando diretamente nos meus olhos. "É... isso está ok?" Ela sussurrou.


Eu balancei a cabeça e respondi: "Sim. Só..." Tentei segurar o meu pânico, e disse: "Apenas não chegue perto deste alçapão. Não... não me toque". "Eu não vou," Maddie confirmou calmamente. A mão que descansava perto de sua cabeça avançou para frente, na minha direção. Eu parei de respirar quando pensei que ela ia me tocar. Mas sua mão parou cerca de uma polegada da minha. Eu me perguntava o que ela estava fazendo, quando disse: "Eu gosto de como a sua mão parece ao lado da minha. É tão grande e a minha tão pequena. No entanto, sinto que parecem compatíveis." Eu me concentrei em nossas mãos e notei que minha mão era maior do que a dela. O dedinho de Maddie estendeu, aterrissando bem próximo ao meu. Eu pensei em afastar minha mão, mas algo me parou. Não queria que ela me tocasse, porque não queria machucá-la. Somente meu toque já levava as pessoas a se ferirem. Mas deixei minha mão onde estava, os nossos pequenos dedos olhando um para o outro. "Às vezes imagino como nossas mãos se sentiriam... se tocando. Como seria com nossos dedos entrelaçados. Eu me pergunto se isso iria me fazer sorrir. Às vezes sonho que seria algo que poderíamos fazer." A voz de Maddie era tão tranquila enquanto ela falava. Eu não conseguia tirar os olhos de nossas mãos. Tentei imaginar em minha cabeça o que ela descreveu. Eu vi sua mão estendendo para a minha, mas depois pensei em como isso me faria sentir, e eu balancei minha cabeça. "Nossas mãos não podem nunca se tocarem. Eu não posso... não posso fazer isso." Os lábios de Maddie puxaram para um meio sorriso, mas a água encheu seus olhos e sua voz gaguejou.


"Por que seus olhos se encheram de água? Por que sua voz está se quebrando?" Perguntei, confuso. Precisava entender o que ela estava pensando. O que ela estava sentindo. Eu não sabia, e tinha que saber. "Estou triste, Flame. Isso me deixa triste, saber que nós nunca poderem nos tocar." Os músculos do meu estômago puxaram apertados com o conhecimento que eu a tinha deixado triste. Então esse quente sentimento que senti se esfriou e eu já não me sentia bem. "Eu não quero deixar você triste. Você não. Eu apenas não posso ser tocado. Faz piorar as chamas. Eu não posso tocar você." "Sem problema, Flame", disse Maddie em resposta. Ela olhou para mim e disse: "Porque não posso ser tocada por nenhum homem também. Mas sonho com isso de qualquer maneira." Eu puxei uma respiração profunda enquanto olhava ao redor do meu quarto. Estava diferente. Minhas coisas tinham sido movidas. Estava limpo. E... Maddie? Ninguém nunca entrou. Mas Maddie estava dentro agora. E ela não tinha fugido. Ninguém queria ficar. Eles sempre iam embora. Eu estava sempre sozinho aqui. "Por que você está aqui, Maddie?" O corpo de Maddie ficou tenso, quando ela respondeu: "Você não estava bem e eu vim para tentar te ajudar a ficar melhor." Sua cabeça inclinou para o lado e ela perguntou: "Você não se lembra?" Eu tentei procurar em minha mente, mas tudo que podia ouvir eram gritos e gritos. Eu podia ouvir as balas. Então podia sentir as pessoas me amarrando.


"Eu não me lembro. Só acordei com você. Acordei cansado, mas o vi de pé atrás de você. E eu tinha que salvá-la." Maddie olhou para as nossas mãos e sussurrou: "Você sempre me salva." "Eu tenho que fazer." Maddie parou de respirar, então, perguntou: "Por quê?" Eu procurei em minha cabeça por uma resposta, então disse: "Porque penso em você o tempo todo. Você olha para mim de uma maneira que ninguém mais faz. Eu penso sobre o que esses homens do caralho desse culto fizeram com você, e não posso suportar. Preciso ter certeza que ninguém te tocará assim novamente. E..." Eu respirei fundo vendo uma imagem na minha cabeça. "E o quê?" Perguntou Maddie. "E você me tocou," Eu coloquei para fora. Na minha cabeça a vi envolver os braços em volta da minha cintura na comuna. "E eu te toquei nas costas. E você não foi ferida por mim. As chamas não queimaram muito forte sob a minha pele com seu toque e não deixaram minha cabeça cheia de barulho." "E eu não tive medo", ela respondeu. "Eu temo o toque de um homem. Acho que é abominável. Mas não o seu. Eu queria abraçá-lo naquele dia. Eu precisava. Mesmo que não pudesse jamais abraçá-lo novamente." Meu peito se apertou quando ela me disse que não tinha medo de mim. Ela não estava com medo de mim. Eu tentei levantar minha cabeça, mas não consegui encontrar a força. E eu estava com frio. Eu estava com tanto frio. Meus olhos começaram a fechar, mas não queria dormir. Eu pensava nele em meu sono. Doía quando eu dormia. Queria ficar aqui com Maddie. Precisava ficar acordado.


"Flame?" A voz de Maddie forçou meus olhos a abrirem. "Você precisa beber. Você está desidratado. Severamente desidratado." Eu assisti quando ela ficou de pé. Meu corpo estremeceu, preparando para ficar quando pensei que ela estava indo embora, mas ela apenas caminhou até a cozinha e encheu um copo com água. Maddie trouxe até mim e sentou-se. "Você pode levantar sua cabeça?" Eu forcei minha cabeça para levantar. Cuidadosamente, Maddie levou o copo aos meus lábios. E eu olhava para ela o tempo todo. Bebi o copo inteiro e Maddie colocou ao lado dela. "Você deveria dormir", ela disse suavemente, mas meu corpo se contraiu. Maddie saltou em meu súbito movimento, arregalando os olhos. "O que está errado?" "Eu não quero que você saia." Maddie

puxou

uma

respiração

profunda,

e

ela

corou

novamente. "Por que você se envergonha com as coisas que eu digo?" Perguntei, quando suas bochechas ficaram rosa. Eu tinha que lutar para respirar com essa visão. Isso fazia meu coração bater mais forte. Maddie abaixou a cabeça. "Porque gosto do que você diz. Fazme sentir... eu não sei... especial, quando estou com você? Isso..." Ela estendeu a mão sobre o peito, sobre o coração. "Eu me sinto bem aqui." "Você é especial para mim", respondi honestamente. Maddie olhou para longe, então, quando ela olhou para mim novamente, estava sorrindo. Eu gostava quando ela sorria. Ela não sorria muito. "Eu vou ficar aqui, Flame. Enquanto você dorme, vou ficar." Ela se levantou e caminhou para a minha cama. Vi quando ela se


mudou para o meio do quarto. Eu a vi tirar os lençóis, a roupa de cama estava coberta de sangue, e as deixou na porta. Ela olhou ao redor, então, perguntou: "Onde você guarda a roupa de cama? Eu irei arrumar a cama de modo que você possa dormir em lençóis limpos." "Eu durmo aqui", eu disse. Maddie cautelosamente caminhou para frente. Sua testa foi puxada para baixo novamente. "Você dorme no chão?" Ela perguntou em voz baixa. "Ao longo desse alçapão?" Sua voz tinha perdido a força. "Sim." "Toda noite?" "Sim", eu respondi novamente. "Sem roupa ou roupa de cama? Só você no chão?" "Sim." Seu rosto se endireitou e virando, ela disse, "Ok". Maddie mudou-se para a única cadeira no quarto e puxou o cobertor velho fora do topo. Ela caminhou de volta para mim e estendeu-o. "Posso cobri-lo com isso? Sua pele está tremendo porque você está esgotado. Você precisa ficar quente." "Estou sempre frio quando durmo," eu disse a ela. A mão de Maddie apertou em punhos no cobertor. "Eu sempre dormia no frio". "Não há necessidade." Suas palavras me confundiram. Eu tentei encontrar uma resposta para o porquê eu estava com frio, mas não consegui. Meu quarto sempre estava frio quando eu era uma criança, e depois, no porão. Mas não conseguia pensar por que eu tinha frio agora. Maddie se moveu para ficar em cima de mim, e disse: "Use este cobertor, por mim? Por favor…"


Eu balancei a cabeça, e me preparei para o material no meu corpo. Maddie colocou-o em cima de mim, mas não me tocou. O cobertor parecia estranho na minha pele. Outra nova sensação explodiu em meu estômago. Maddie foi a primeira pessoa a me querer aquecido. A primeira pessoa a cuidar de mim desde minha mãe. Eu segui Maddie enquanto ela permanecia imóvel, de costas para mim. Seus dedos estavam tensos, mas depois ela virou-se e olhou para baixo em cima de mim. A expressão em seu rosto era nova. Eu pensei que conhecia cada olhar seu, mas este, os lábios estavam tensos e os ombros estavam puxados para trás. Em seguida, ela estava deitada no chão na minha frente novamente, a mão pousando apenas uma polegada da minha. Seu rosto pressionado na madeira. "Durma, Flame. Não vou te deixar. Vou ficar aqui até você acordar." Meus olhos começaram a fechar, a escuridão me puxando para baixo. Mas a última coisa que vi foi o verde dos olhos de Maddie, ainda olhando para mim. E mesmo quando o escuro fechou, a escuridão que eu odiava, seus olhos brilhavam. Eles afastaram a dor.


Maddie Ele dormiu profundamente. Ele mal se movia. O único movimento era de seu peito subindo e descendo com profundas e pacíficas respirações longas. Este som me embalou e me ajudou a relaxar, mas cada vez que meus olhos se fechavam, tudo o que podia ver era Flame balançando contra a parede, com as mãos na cabeça enquanto cantarolava. Eu estava convencida de que ele não estava ciente que estava cantarolando. Pareceu-me que ele estava tentando bloquear algo fora de sua mente. Sentei-me congelada de medo do que poderia ser, quando ele levantou os olhos para olhar para mim. No entanto, ele não me viu. Concentrou-se em algo atrás de mim. Algo que fez seu rosto ficar cinzento, e os olhos sangrarem fora a vida. Eu apertei meus olhos fechados enquanto me lembrava dele cambaleando até o alçapão no chão, e como ele lutou para remover as calças de couro e... Senhor... para tocar a si mesmo. De modo áspero, doloroso, e ao mesmo tempo cortando sua lâmina através de sua carne onze vezes. Seu corpo inteiro estava coberto de tatuagens. Cada parte dele perfurada. De vez em quando meus olhos avistavam uma estranha cicatriz, ostentando duas protuberâncias. Eu não tinha idéia de como ele poderia ter adquirido tais lesões. E ele encontrou a liberação no chão, de costas, curvado para frente. Mas não como se ele estivesse em um prazeroso êxtase, ao


contrário, estava tão triste com a maneira de sua liberação que fez seu corpo expelir sua semente. Em seguida, o vômito. Lembrei-me do vômito. Lembrei-me bem. Porque depois que Moses me levava quando era uma criança. Quando ele me amarrava, rasgava minha feminilidade e levava-me para livrar meu corpo do mal, eu sempre vomitava. Era parte do curso. Minha vergonha, expulsando a vergonha do ato que havia causado. Pensei em Flame na cama, de costas arqueadas como se alguém

estivesse

compartilhamos

penetrando-o mais

em

por

comum

trás. do

Ocorreu-me

que

eu

tinha

que

nós

pensado

anteriormente. Embora, tinha certeza, o que foi feito para Flame foi muito pior. Pensei nele falando comigo. E na mais rápida volta, meu coração acelerou. Enquanto eu estava deitada neste chão, lutei para suprimir o sorriso se formando em meus lábios. Eu gosto do seu cabelo… Essa verdade simples, mas uma que encantou meu coração. Porque eu tinha certeza que Flame não distribuía elogios. Viking tinha me dito que Flame era tímido e que ele não entendia a sutileza das emoções do ser humano. Quanto mais conversamos, mais eu podia ver por mim mesma que ele se esforçava para entender minhas emoções. Seus olhos escuros focavam nos meus quando eu assumi, minha expressão estava mudando. Mas ele não conseguia me ler. No entanto, ele se sentiu confortável o suficiente comigo para perguntar por que eu derramava lágrimas. Por que eu corava. Alguns podem achar que é bruto, o jeito que ele falou, e perguntou por que tais entendimentos simples não vinham a ele tão facilmente, como faziam para os outros. Mas eu achei que foi uma transgressão mais surpreendente. Os homens, em minha experiência,


geralmente não tinham nenhum escrúpulo em usar falsidades para seu ganho pessoal. Mas com Flame, sabia que ele não iria mentir. Ele não conseguia mentir. Isso me fez sentir tão incrivelmente segura. E para mim, sentir-me segura era a coisa mais importante na minha vida. O quarto estava escuro. Eu sabia que horas e horas devem ter passado. Eu me perguntava se AK e Viking permaneciam lá fora, vigiando. Eu suspeito que eles estavam. Eu sabia que deveria dizer-lhes que Flame parecia ter dominado o que quer que ele tinha prendido em suas garras. Mas me recusei a me mover. Flame ainda não estava completamente bem. Agora ele estava quebrado com a desidratação e seus demônios interiores. Sua pele ainda estava crua e ele precisava de muito cuidado. E, de forma egoísta, eu queria ficar sozinha com ele. Eu não sabia quanto tempo poderíamos ficar nesta existência, apenas nós dois, no entanto, não quero que isso acabe por um tempo. Sentindo minhas pálpebras vibrarem para baixo, a última coisa que vi antes de derivar para dormir foi a minha mão, apenas uma fração de tocar a sua.

Os sons dos pássaros fora do quarto me chamaram do sono. Abrindo os olhos, meu corpo estremeceu com a vista de um quarto estranho, em seguida, entrei em confronto com um rosto familiar. Intensos olhos escuros olhavam para mim. Ficamos assim, em silêncio, até que respirei fundo e falei um nervoso, "Olá." Os olhos de Flame piscaram; uma vez, duas vezes, três vezes. Em seguida, os lábios secos se separaram e ele respondeu: "Você ficou."


A expressão em seu rosto não havia mudado, mas o tom de sua voz expressou descrença. "Eu disse a você que ficaria." Um suspiro escapou de entre seus lábios. "Como você dormiu?" Perguntei, contente de ver que, sob o sangue seco e sujeira em seu rosto, cor tinha retornado as suas bochechas. "Eu dormi?" Perguntou. Eu fiz uma careta para sua pergunta. Ele esperou pacientemente por minha resposta. "Sim, Flame. Você dormiu." "Por quanto tempo?" Desta vez, sua voz rouca foi quebrada. Olhei para fora da janela coberta da cozinha, deixando entrar o começo do dia. "Horas. Talvez sete ou oito? Eu não sei exatamente." A respiração de Flame aumentou e suas narinas dilataram. Eu rapidamente me sentei quando seus músculos ficaram tensos. Temi que ele estivesse voltando para a escuridão, de volta para o abismo do inferno que estava quando estava amarrado à cama. Em vez disso, seus olhos perdidos procuraram os meu, e ele sussurrou: "Eu nunca dormi. Eu sempre quis. Mas nunca consegui. Há sempre muita coisa na minha cabeça." A mão fraca de Flame levantou e bateu na cabeça dele. Eu temi que meu coração tivesse rasgado direto no centro quando ouvi essas tristes palavras. Flame engoliu. Quando vi que ele ainda era o mesmo Flame de ontem à noite, o Flame que falou comigo suavemente, relaxei e deitei no chão. O corpo tenso de Flame relaxou também. "Você nunca dorme? À noite, você não dorme?" Flame exalou. Ele estendeu um braço machucado para eu inspecionar. Ele apontou para o seu pulso. "As chamas. Eles me manter


acordado. Elas correm em meu sangue. E elas queimam. Quando durmo, elas me acordam e ele está sempre aqui para liberá-las. Então fico acordado." As sobrancelhas de Flame puxaram para baixo. "Eu não sinto as chamas agora." Ele deixou cair o braço pairando perto da minha perna. "Eu não sinto as chamas quando você está perto. De alguma forma, você acalma as chamas." Minha garganta fechou. Eu jurei que podia sentir meu coração dolorido. Eu me mexi para me deitar sobre minha parte dianteira, meras polegadas de onde ele estava. Eu vi o corpo de Flame tenso, mas ele não protestou da nossa proximidade. Suas mãos estavam fechadas em punhos, mas ele não falou. Quando vi os dedos perderem sua rigidez, eu disse: "Eu raramente durmo. No entanto, aqui, neste duro e frio chão..." Eu abaixei minha cabeça sentindo meu rosto esquentar a procura de palavras, então sussurrei, "com você. Ao seu lado, eu não acordei nem uma vez." Flame procurou meu rosto. "Suas bochechas estão corando novamente. Isso significa que você gostou. Você me disse que cora quando você gosta de algo. Que eu tinha acabado de fazer você se sentir especial." Seus lábios esfregaram juntos, e eu podia ver sua mente virar. "Você gostou de dormir ao meu lado. Porque isso fez você se sentir especial". Um sorriso surgiu em meus lábios. Eu lutei com a necessidade de fugir. "Sim." Flame assobiou por entre os dentes e, soltando um longo suspiro, disse. "Eu gostei muito também." Ao ouvir sua resposta, meu dedo traçou longos padrões da madeira no chão, mas por dentro meus sentimentos eram de alegria. Calor e... Felicidade...


Silêncio

se

seguiu

por

vários

minutos.

Minhas

mãos

permaneceram rastreando a madeira no chão, mas eu poderia sentir Flame me observando. Quando finalmente levantei meus olhos, meu rosto aqueceu novamente. Quando a luz ficou mais brilhante do lado de fora, notei que o cobertor de Flame tinha juntado em suas pernas. E nesta luz, vi a verdadeira extensão de seus ferimentos, os cortes abertos em sua pele, o sangue seco e sujeira que ele precisava remover. "Flame?" Flame, ainda lutando com sua exaustão, esforçou-se para olhar para mim. Por um momento tive que parar minha mão de chegar e tocar seu rosto. Sua expressão, quando ele olhou para mim de seu lugar no chão, era tão inocente, tão perdido, eu não queria nada mais do que envolvê-lo em meus braços e dizer-lhe que ele estava seguro. Seguro comigo. Flame me esperou falar, seus grandes olhos escuros piscando lentamente. Limpando a garganta, apontei para o banheiro. "Você precisa se limpar. Você vai curar melhor se estiver livre do sangue cobrindo sua pele". Flame olhou para seus braços e franziu a testa. "Vou preparar a banheira para você", eu disse, quando me levantei. "Tem que ser frio", ele declarou com firmeza. Eu parei e olhei para trás por cima do meu ombro. "OK." Eu fui me mover novamente, quando ele instruiu: "O mais frio que tiver. Sem água quente." Abaixei minha cabeça, lutando com tristeza e assombro pelo que ele passou. "Flame—"


"Eu preciso refrescar as chamas, Maddie. Não posso tê-lo de outra maneira." "Como quiser", respondi, e entrei no banheiro. Quando tinha limpado no dia anterior, tinha me tomado um tempo para encontrar as toalhas. Elas estavam em um armário que sabia, nunca tinha sido aberto. Suspeitei que ele não as usava. Movendo-me para a grande banheira, comecei a correr a torneira: somente a água fria da torneira. Passei a mão sob a água fluindo e me encolhi com a frieza. Eu não sabia como ele poderia suportar. Não sabia como sentar nesta temperatura iria fazê-lo se sentir bem. Mas, então, meu coração caiu quando eu sabia qual era a razão. Isso iria infligir dor. Ele iria sofrer mais dor. Meus olhos bem fechados com o pensamento dele sentado aqui todas as noites, forçando seu corpo a sustentar uma temperatura tão fria, para acalmar as chamas que ele acreditava tão desesperadamente que o atormentava. Do nada, uma ira passou por mim. Eu estava zangada com o homem que fez Flame achar isso. E eu estava com raiva de como ninguém jamais lhe disse que ele não era mau. Que ele era muito mais que isso. Deixando a banheira encher, fiz meu caminho de volta para a sala principal. Flame tinha virado, a sua frente agora virada para a direção do banheiro. Meu coração inchou quando aqueles olhos negros pousaram em mim e ele exalou em alívio. "Está enchendo." Eu apontei para a cozinha e disse: "Vou fazer um pouco de comida para nós. Você tem que comer algo para restaurar a sua força." A expressão vazia de Flame não dizia nada de seus sentimentos, então ele disse: "Eu estou tão cansado. Meu corpo parece tão fraco. Eu odeio me sentir assim".


"Eu sei. Mas nós vamos deixá-lo melhor. Vamos torná-lo forte novamente." "Nós?" Ele questionou. Eu segui para a cozinha, mas olhei para trás para dizer. "Sim. Nós. Estou aqui para cuidar de você. Estou aqui para ajudar você a se sentir melhor." Eu o vi me olhar e perguntei: "Você entendeu?" Flame acenou com a cabeça, o rosto barbudo esfregando contra a madeira, e ele disse: "Você está aqui para ficar comigo. Até que eu fique bem." Eu sorri enquanto fui preparar a comida, quando ele acrescentou: "Minha Maddie." Meu coração subiu na reverência em sua voz áspera, e lágrimas quentes picaram meus olhos. Ele estava me chamando de sua. Alegando meu coração como eu já tinha reivindicado o seu. O silêncio era pesado quando ele se agarrou no ar, e sem olhar para trás, sussurrei, "Meu Flame." Eu peguei sua inspiração aguda na respiração. Mas mantive meus olhos fixos à frente. Eu não tinha coragem de encará-lo. Eu temia que fosse quebrar se o fizesse. Rapidamente me ocupei com picar os legumes, eu não tinha feito ontem e coloquei a água na panela para ferver. Cozinhar me ajudava a manter minha cabeça clara. Isso me ajuda a me concentrar. Quando os legumes começaram a ferver, entrei no banheiro e desliguei a torneira. Mergulhando minha mão na banheira, eu automaticamente torci minha costa reta. Estava congelando. De repente, um som atrás de mim me fez estremecer. Eu recuei para ver Flame segurando o batente da porta. Seu corpo enorme


estava cambaleando para frente, seus dentes rangendo juntos quando ele forçou suas enfraquecidas pernas para caminhar, um passo lento de cada vez. E ele estava nu. Nu, apenas o sangue seco cobrindo seu corpo. Concentrei-me em seus olhos, mas quando ele caiu para frente, as pernas não o aguentando, estendi minha mão para pegá-lo. Os olhos de Flame se arregalaram quando corri para frente. "NÃO!" Ele gritou asperamente, a força de seu grito me congelando no meio do movimento. Flame ofegava com o esforço, até que chegou a banheira e as mãos agarraram a borda. Mudei-me para passar por ele, quando ele disse entrecortado, "Eu não posso... não posso ser tocado. Não posso suportar isso, Maddie." Meu coração se partiu. "Eu sei", respondi, e prontamente deixei o banheiro. Entrando na cozinha pequena, pressionei ambas as mãos sobre a bancada e respirei fundo. Minhas mãos tremendo com o choque de resistência de Flame ao meu toque. Então balancei a cabeça em descrença. Eu ia tocá-lo. E isso não era repulsivo para mim. Ele precisava da minha ajuda, e meu corpo tinha reagido em conformidade. Tomando uma respiração profunda, me mudei para trás no balcão. Ouvi um gemido aflito vindo do banheiro. Com o coração ainda tremendo, pisei para trás e olhei para dentro. Flame estava dentro da banheira.

Seu

corpo

estava

arqueado

e

ele

estava

tremendo

profusamente. Mas ele estava se banhando. Ele estava se forçando a suportar a dor. Eu não podia ver.


Verificando se a sopa estava boa, deixei meu olhar vagar ao redor do pequeno lugar, meus olhos desembarcaram na grande lareira aberta no final do quarto. Havia troncos e seixos ao lado, e uma caixa de fósforos no manto. O quarto estava frio, o dia do inverno arrepiando o ar. Mas, mais do que isso, o corpo de Flame já estava sofrendo com fadiga, persistente com o gelo do banho frio, só iria piorar as coisas. Em minutos acendo o fogo, chamas começaram a subir. O som da lenha crepitando, e o cheiro de sopa fervendo no fogão, imediatamente me fizeram sentir mais calma. Então olhei para trás para o alçapão no chão. Uma única mancha de sangue seco de Flame e suas sementes. Eu me perguntava por que ele tinha que dormir lá? Por que era tão importante para ele? O

som

da

água

chapinhando

puxou-me

dos

meus

pensamentos. Flame estaria saindo em breve. Minhas bochechas aqueceram quando pensei em seu corpo nu. E que, se eu estivesse correta, ele rejeitaria a toalha que tinha deixado para ele. Pensei em como ele normalmente se vestia e me vi na frente de um pequeno armário perto de seu quarto. Abrindo a porta, as únicas coisas que estavam penduradas eram alguns pares de couro. Escolhendo um, voltei para o banheiro e, ainda vendo Flame na banheira, coloquei-os no chão. Então, voltei para o fogo, e afundei no chão. Esperei pacientemente por Flame aparecer.


Flame Eu gritei com ela. E ela tinha me deixado. Eu mexi meus dedos sobre o braço para cavar minhas unhas nas veias como sempre fiz na banheira, mas quando me concentrei na minha pele, não conseguia sentir as chamas. Em vez disso, tudo que conseguia pensar era que Maddie tinha ido embora. Será que ela estava em pé na cozinha? Tudo o que eu podia ver eram seus olhos verdes olhando para mim através de seus longos cílios, com as bochechas corando. Eu

gostava

de

suas

bochechas

corando.

Porque

isso

significava que ela gostava do que eu tinha dito a ela. Isso a fazia sentir especial. Porque ela era especial para mim. Ela era tudo. Ela era tudo que eu pensava, dia e noite. Tinha que ficar debaixo de sua janela só para estar perto dela. E agora ela estava no meu quarto. Minha Maddie estava aqui, comigo, agora. Cuidando de mim. Ela disse que iria cuidar de mim. Ninguém jamais se importou comigo antes. Colocando minhas mãos sobre o lado da banheira me forcei a sair. Meus braços tremiam enquanto eu segurava meu peso, mas consegui colocar meus pés no chão, picando a pele nos cortes. Do frio. Eu fiquei com a minha cabeça para baixo esperando secar. Eu vi uma toalha no canto, que Maddie deve ter colocado para mim. Mas eu nunca as toquei. Em vez disso forcei minha pele molhada para enfrentar o frio.


Passei a mão pelo meu rosto e fechei os olhos. Eu estava tão cansado, porra. Quando eu estava seco, fui me mover para fora da porta quando vi um par de couros no chão. Eu encarei esses couros e meu coração bombeou forte. Maddie. Maddie novamente. Eu tive que sentar no lado da banheira para colocá-los, mas consegui empurrá-los sobre minhas pernas, meus dentes rangendo juntos quando o material raspou apertado contra meus novos cortes. Mas a dor me fazia lembrar o que vivia dentro de mim. Por que Maddie nunca poderia chegar muito perto. Plantando minhas mãos no batente da porta, andei através para a sala e encontrei Maddie sentada perto de um fogo aceso. O quarto estava quente. Este quarto nunca foi quente. O minúsculo corpo de Maddie estava sentado no chão, de costas para mim. Mas quando me aproximei, sua cabeça virou e sua boca se separou. Meu estômago se apertou. Ela parecia estar tão perfeita sentada perto do fogo. Seu cabelo negro estava pendendo de um lado de seu corpo, mas as chamas em seus olhos verdes eram brilhantes. "Flame..." ela sussurrou e seus olhos caíram para olhar por cima do meu corpo. Minhas pernas estavam fracas, meu corpo parecia muito pesado. Eu precisava sentar. Usando a parede, cambaleei para frente, até que me sentei em frente a Maddie no chão. Maddie sentou-se ereta e perguntou: "Você se sente melhor?" Minha pele estava apertada e dormente do frio. E as chamas se acalmaram — me sentia melhor. Eu balancei a cabeça, e os olhos de


Maddie se estreitaram. "Você parece com frio." Eu não sabia responder, e se aproximando, seu longo vestido arrastando no chão, ela disse: "Você está com frio, Flame?" "Sim." "Mas você tem que tomar banho, para acalmar as chamas em seu sangue?" "Sim." Maddie suspirou, e ficou de pé. "Eu fiz sopa. Você precisa comer para recuperar a sua força". Eu a assisti ir para a cozinha e colocar a sopa em uma tigela. Em seguida, trouxe de volta para mim e colocou ao meu lado. Mas meus braços pareciam muito pesados para se moverem, para buscá-lo, o calor do fogo fazendo meus músculos congelados formigar com a dor. Como se cacos de vidro estivessem raspando toda a minha pele. "Flame?" Ela se sentou diante de mim, a meus pés e apontou para a tigela. "Está com fome?" "Sim", eu disse asperamente e olhei para a tigela, mas eu mal conseguia mexer os braços. Meus dedos dobrados, e então me endireitei enquanto tentava mover meus braços. Eu olhei para minhas mãos querendo que elas se movessem, mas eu estava muito cansado. Então Maddie, sem dizer uma palavra, ela mudou para o meu lado e levantou a tigela. Seus olhos estavam arregalados quando ela olhou para mim, e então para a tigela. Sua expressão mudou, mas eu não tinha certeza do que estava errado. "O que você está sentindo?" Perguntei. Maddie congelou. Deixando cair seu olhar, ela mexeu a colher na tigela e disse: "Eu sinto... eu me sinto bem quando estou perto de você." Seu lábio enrolou ao lado e ela acrescentou: "E você está limpo. Eu posso ver sua


pele." Ela olhou para mim através de seus cílios longos e deu de ombros.

"Você

é

você

novamente.

Você

parece...

com

o

meu

Flame." Meu corpo ficou tenso. "Seu Flame?" Perguntei, certificandome de que eu observava de perto seu rosto. Eu não queria nunca desviar o olhar. Eu queria vê-la dizer isso de novo. "Sim", ela sussurrou. "Assim, sem o sangue em sua pele, você é meu Flame, mais uma vez." Maddie agitou a colher novamente e disse: "Eu posso alimentá-lo?" "Sim", respondi e me preparei para ela se aproximar. Maddie

dobrou

os

joelhos,

mas

parou

apenas

alguns

centímetros de minhas pernas e disse: "Eu não vou tocar em você. Eu nunca lhe daria motivos para desconfiar de mim assim." Eu relaxei, e um segundo depois Maddie levantou a colher na minha boca. A sopa quente bateu na minha língua e eu gemi. Viking normalmente fazia a minha comida. Eu não sei cozinhar nada. Mas nunca provei nada assim antes. Maddie ficou em silêncio enquanto ela me alimentou com a sopa. Meu estômago vazio de repente parecia completo quando o líquido quente corria em minha garganta. E eu a observava. Eu vi como ela estava calma no início, mas quanto mais a estudava, mais sua mão começou a tremer. Quando a última colher da sopa tinha ido embora, ela deixou cair a colher na tigela, e abaixou sua cabeça. Eu fiz uma careta.


O pequeno peito de Maddie levantou com sua respiração, mas foi ficando mais e mais rápido. "Obrigado," eu disse. A cabeça de Maddie virou. "Por quê?" "Pela sopa", respondi e sua cabeça baixou novamente. Eu não entendia por que ela não estava me olhando nos olhos. "Maddie—" "Você acredita que sou uma pecadora, Flame? Você olha para mim e acredita que o diabo me criou para seduzir os homens?" Raiva instantânea assolou através de minhas veias com sua pergunta. Minha mandíbula apertou enquanto balancei minha cabeça. "Porra, não." Rosnei, minhas mãos voltando à vida quando as chamas que corriam sob a minha pele começou a pegar fogo. Maddie colocou a tigela no chão. "Toda minha vida fui deixada de lado, junto com minhas irmãs. Fizeram-me desfilar pela comuna quando era uma criança e foi dito ao povo pelos anciãos que eu era do mal. Que minha aparência; meu cabelo, minha pele, meus olhos... o meu corpo, foram perfeitamente trabalhados pelo diabo para tentar os homens a fazerem coisas más." Eu me concentrei em respirar pelas narinas, para manter a calma. Mas estava perdendo a minha merda. Eu não poderia começar a imaginar aquele fodido da comuna da minha cabeça. O filho da puta do Moses segurando a mão de Maddie, aquela pequena mão que era minha, quando as pessoas olhavam para ela e a odiavam. Os olhos de Maddie seguraram nos meus, e ela calmamente perguntou: "Você me acha bonita, Flame?" Meu coração bateu no meu peito. "Sim. A mais linda", respondi.


Maddie balançou a cabeça, corou, então, perguntou: "Você acha que sou o mal?" Incapaz de conter minha raiva, a minha mão apertou e eu bati para fora na tigela vazia. Ela caiu ao longo do chão e quebrou. Maddie ficou rígida, apenas inalou uma respiração profunda, e continuou a falar. "Nem eu... agora. Mas por muitos anos, acreditei que fosse verdade, e eu queria questionar o tempo todo por que Deus havia me escolhido para me odiar. Porque eu não me sentia má. E minhas irmãs," a voz de Maddie quebrou e seus olhos se encheram com água, "minhas irmãs, para mim, não eram más. Elas eram perfeitas. No entanto, todos na comuna nos desprezavam. Eles cuspiam em cima de nós quando caminhávamos nas proximidades. E eles recitavam passagens de livramento para nós, tentando livrar o diabo de nossas almas." As mãos de Maddie no colo tremiam. "Então fiz seis anos e minha vida deixou de ser medo e repugnância, para ser totalmente de dor e auto-ódio. No meu sexto aniversário, o irmão Moses veio me levar embora às oito da manhã." Ela bufou uma risada sem humor. "As aves estavam cantando lá fora, e eu me lembro que estava incrivelmente quente. Não havia uma nuvem no céu perfeitamente azul. Este era realmente o mais perfeito dia... um dia que terminou em escuridão. Eu não sabia na época, mas esse dia iria mudar tudo isso." Maddie rapidamente enxugou uma lágrima que tinha caído de seu olho, e sentindo toda sua dor, a minha pele arrepiou. "Ele me levou, Flame. Ele me levou de maneiras que acho que nunca serei capaz de falar, dizê-la em voz alta me faz sentir tudo de novo. Ele fez coisas que nem mesmo sabia que era possível. E toda vez que ele fez, acreditava mais e mais que eu era uma mulher Amaldiçoada de Eva. Eu acreditava que era do mau."


Maddie

balançou

os

ombros

e

respirou

fundo.

Fiquei

paralisado. Fiquei paralisado em seus lindos olhos. "E então Mae fugiu. Eu tinha voltado de um compartilhamento do Senhor para encontrar Lilah sentada sozinha em nossos aposentos. E ela estava chorando. Mae tinha ido embora. Mas não só isso, eu descobri que a minha irmã mais velha, Bella, tinha sido morta pelo irmão Gabriel por recusar seus avanços. Foi por isso que Mae fugiu. Eu me lembro de Lilah orando, nós duas acreditávamos que Deus estava nos punindo. Levando-nos uma por uma. Eu vivi com medo todos os dias. Os Guardas discípulos não conseguiram encontrar Mae, e os levou a tal raiva que eles me aterrorizavam." A respiração de Maddie alterou, os nós dos dedos em suas mãos tornaram-se brancos. A cor tinha escoado de seu rosto, e com os olhos desfocados, ela disse, "Isso foi quando todos eles vieram para mim. Todos os quatro anciãos. Eles acreditavam que minha linha de sangue estava contaminada. Que o meu sangue corria com nada além de pecado e o mal. A linha de sangue que compartilhei com Bella e Mae". Eu respirei, meu corpo agora tremendo. Mas não podia me mover para pegar minha lâmina. Meu corpo estava enraizado na porra do chão pelas palavras de Maddie. Virando minha mão, enrolei meus dedos e cavei minhas unhas nas palmas. Os olhos de Maddie bateram para assistir quando comecei a contar sob a minha respiração. Mas ela continuou. "Eu queria morrer, Flame. Não queria mais viver. Lembro-me de pensar que teria aceitado a condenação eterna do que viver assim. Eu já não podia suportar ser tocada. Eu odiava os homens. Tudo o que fizeram foi me machucar." Maddie parou, então se inclinou para frente. Eu acalmei.


"Então Mae voltou, e seguindo de perto estava o seu amor. Seu amor e seus amigos. Quando vi os homens todos alinhados, enquanto Mae trouxe Lilah e eu da cela, eu nunca tinha sentido tanto medo antes. Os homens todos pareceram diferentes do que eu estava acostumada. Então, quando olhei para o chão, e vi os anciãos mortos. Os homens que tinham passado meses exorcizando sexualmente o mal do meu sangue. No entanto, o homem que mais me entristeceu não estava lá. Eu fiquei sabendo pelo amor de Mae que outro tinha sido morto no meio das árvores. E, pela primeira vez na minha vida, um pensamento pecaminoso passou pela minha cabeça. Porque eu rezava que fosse o Irmão Moses. Orei a Deus que ele tivesse pagado com sua vida pelos anos que ele havia me causado dor." "Eu corri para a floresta, então o vi. Eu o vi empalado contra a árvore. Vi as quatro longas lâminas o mantendo no lugar. Vi o sangue escorrendo de sua boca. Vi seus olhos sem vida escuros olhando para o nada... e eu me lembro de respirar. Lembro-me de pé, olhando para o meu torturador, o demônio da minha vida, e eu pude respirar. Senti o cheiro do ar fresco. Eu podia sentir o cheiro das flores. Ouvi os pássaros cantando nas árvores. Naquele momento percebi que eu estava viva. Durante todos esses anos, não tinha vivido." Eu escutei Maddie falar e vi o vermelho corar suas bochechas novamente. Eu me perguntava por que, então ela falou, e eu sabia. "Voltei para a clareira onde eu tinha deixado Mae e Lilah. Senti todos os homens olhando para mim, mas eu tinha uma tarefa. Uma pergunta ardente: quem era meu libertador? Qual homem tinha me libertado?" Notei que as mãos de Maddie tinham parado de tremer. E quando olhei para cima, ela estava olhando para mim com uma nova expressão. Eu não entendia por que, mas me fazia sentir bem. "E era um homem, no final da linha. Um homem que estava coberto de desenhos coloridos, e perfurado com metal. E ele tinha lâminas ligadas a sua calça de couro. Lembro-me de ficar de pé diante


dele. Ele era tão alto que tive que virar minha cabeça para trás apenas para

ver

seus

olhos,

seus

olhos

que

eram

tão

escuros

que

pareciam preto. E perguntei-lhe se ele tinha matado o homem nas árvores. Ele respondeu que sim, ele me deu uma resposta verdadeira, reta, que não tinha nenhuma vergonha, e eu sabia ali, que ele era meu salvador. Ele havia matado o homem que arruinou a minha vida." Eu vi tudo na minha cabeça. Tudo o que ela disse, vi na minha mente. Porque vivi isso todos os dias. Eu vi na minha cabeça o dia todo a cada dia. Maddie de pé diante de mim. Seus olhos verdes olhando para os meus. A primeira pessoa a parar as chamas. "E quando todas as barreiras ao redor de meu coração viraram pó, eu o segurei. Pela primeira vez na minha vida, segurei um homem, eu o abracei. Eu senti sua pele quente contra a minha bochecha, e senti o seu coração disparar em seu peito. E então aconteceu um milagre, ele me segurou. Um homem. Um homem me abraçou, e eu não senti nenhum desejo de empurrá-lo para longe de mim. Porque este homem me tinha. Salvou-me." Maddie fez uma pausa, os olhos inflexíveis. "O homem a quem chamavam de Flame." Eu respirei dentro e fora, dentro e fora, mas os olhos de Maddie não desviaram do meu olhar. Ela se recusou a me deixar ir, e eu não podia me mover. "Eu segurei você, e você me segurou." Suas mãos se moviam e fez um gesto para baixo de seu corpo. "E o seu toque não me prejudicou. As chamas que você acredita correr em suas veias, não me engoliram. Em vez disso, você me deu a vida. Você me deu de volta a minha luz." Outra lágrima caiu por sua bochecha, e ela sussurrou: "Você, Flame. Meu Flame. Meu menino torturado. Você me deu a vida e luz." "Maddie", eu disse e ouvi minha própria voz. Ela estava quebrada e dura, mas por dentro. Dentro, eu... me sentia tranquilo. Eu não sentia nada.


Meus olhos caíram para o meu braço. Minhas unhas em minha pele tinham congelado. Eu não tinha terminado minha contagem. Eu não tinha tirado sangue. Pisquei e pisquei de novo, meu corpo flácido com cansaço e confusão. "Eu sei que você sente que há chamas em seu sangue. Eu sei que você acredita que o mal existe dentro de você. Mas eu estou aqui para lutar contra essas crenças. Porque acho que, como o irmão Moses fez para mim, alguém fez você acreditar nessas verdades. E você pode nunca me dizer quem ou por quê. Eu posso nunca saber por que você dorme no chão. E posso nunca saber por que você corta seus braços onze vezes, mas sei que você não é mal, Flame. Como você pode ser mal quando você acendeu essa esperança em mim?" "Eu fiz?" Resmunguei. "Toda noite que você chega abaixo da minha janela. E todos os dias quando sinto seus olhos escuros me olhando com uma intensidade ofuscante." Eu fechei meus olhos e os meus braços caíram para o meu lado. O calor em minhas veias tinham ido embora. Com Maddie ao meu lado, eu não queria me cortar. Eu não precisava derramar sangue. "Durma, Flame. Você está cansado." O calor do fogo aqueceu minha pele e eu queria dormir. Queria ficar mais forte, porque, então, poderia estar mais perto de Maddie. Poderia ouvir mais de sua voz, sentir mais o gosto da sua comida. E ouvi-la cantar. Quando minha cabeça estava no piso de madeira, minha pele quente e limpa, olhei para Maddie, que estava ao meu e pedi, "Cante novamente. Cante para mim novamente."


Maddie corou e meu lรกbio se contraiu. Ela gostava que eu lhe pedia isso. Enquanto o fogo crepitava, e minha pele estava aquecida, ouvi-a comeรงar a cantar... "Essa minha pequena luz, eu deixarei brilhar..." E as chamas me deixaram dormir.


Profeta Cain

"Então, o ataque aos Hangmen foi um sucesso?" Eu olhei através da mesa para Judah e seu rosto se iluminou. Sentado a frente, com as mãos sobre a mesa, ele respondeu: "Mais do que um sucesso. Os chechenos curvaram-se para fora quando perderam o seu homem. Então, como nós esperávamos, eles se voltaram direto para o Klan para os negócios. O que significa que temos outro comprador. E isso é apenas o começo." Eu perguntei "E houve vítimas?" Judah sentou-se e deu de ombros. "Mínimo. O checheno morto. Uma mulher foi atingida. Embora sobreviveu." Irmão Luke mexeu em seu assento. "Os homens do Klan contratados foram mortos." Ele ficou pálido e balançou a cabeça. "Assassinados e torturados, a cerca de 20 milhas ao norte de Georgetown. Um dos Hangmen os apanhou e os rasgou com uma faca." Meu estômago afundou, quando um rosto familiar brilhou na minha mente. "Flame", murmurei. "O irmão é mortal com uma faca." "Ele é o homem do diabo. Todos eles são," Judah cuspiu. Eu podia ouvir o veneno em sua voz. "Todos eles vão pagar eventualmente. É apenas uma questão de tempo."


Eu balancei a cabeça, em seguida, olhei para o meu irmão e meu conselheiro. "Mais alguma coisa?" Ambos assentiram, mas piscando um olhar para Judah, o irmão Luke ficou sem jeito e saiu do quarto. De repente me vi sozinho com Judah no escritório. Judah suspirou e ficou de pé. "O que está errado, Cain? Você está muito quieto recentemente." Olhei do lado de fora das janelas do chão ao teto e afundei mais no meu lugar. "Eu não sei. Eu me sinto desligado. Sinto como se nunca consigo um sermão correto. Sinto que o nosso povo está perdendo a fé em mim. E sinto que a batalha que deve ser travada com os Hangmen é impossível. Um contrato checheno não faz parecer ser suficiente." Olhei para Judah e disse: "Eu vivi com os Hangmen por cinco anos. Sei o quão longe seu alcance vai, e sei quantos contratos eles têm. Um negócio checheno é como bater em um leão com uma seta de plástico — vai enfurecê-los, mas não vai matar. De fato, é a pessoa que leva a seta que será a mais dilacerada". Judah veio ao meu lado e colocou a mão no meu ombro. "Mas nós temos o Senhor do nosso lado. E a mensagem do Senhor que vive dentro de você." "Eu ainda tenho que receber uma mensagem de Deus. Tio David recebeu-as diretamente. Deus falou com ele como você faz comigo agora, mas eu mesmo não tive nenhuma palavra, nenhum contato." "Ele virá," Judah acalmou. "Você é novo, a comuna ainda está sendo desenvolvida. Deus falará para você quando estivermos prontos para receber um mandamento." Passando a mão pelo meu rosto, forcei um sorriso. "Você está certo." O sorriso largo de Judah era contagiante. Em seguida, ele deu um passo para trás. "Venha, tenho algo que vai fazer você feliz."


Fiquei de pé e segui Judah, na sala de estar. Uma pilha de caixas de DVD estava empilhada na mesa de café em pé diante do sofá. Judah fez sinal para eu sentar. Fiz o que ele pediu. Judah entrou no corredor e voltou com uma TV em um carrinho. Eu fiz uma careta. "Judah, o que é isso? Você sabe que nós evitamos a tecnologia." Ele parou e disse: "Então, de que outra forma vou mostrar-lhe isto. E o Senhor não desaprova, é certo que você veja esses vídeos. Você precisa relaxar mais e parar de pensar tanto em suas funções. Jesus teve Maria Madalena para acalmá-lo quando sua mensagem e ministério tornaram-se muito, você precisa de alguém para fazer o mesmo." Uma imagem de Mae imediatamente saltou à minha mente, e pela primeira vez, fechei os olhos e me permiti lembrar seu cabelo preto, sua pele pálida e aqueles olhos azuis de gelo que sorriam para mim quando me olhavam. Lembrei de nós sentados no sofá no meu quarto, a cabeça colocada no meu ombro enquanto ela dormia. Eu nunca tinha sentido nada assim antes. Ou depois. Eu estava convencido de que ninguém jamais iria ser igual. A sensação de imersão no sofá ao meu lado me bateu dos meus pensamentos. Judah sentou ao meu lado. Ele estava segurando o controle remoto nas mãos, a tela da TV estava difusa, esperando para me mostrar o que quer que Judah houvesse trazido. "O que é isso, irmão?" Perguntei. O sorriso feliz de Judah espalhou de volta em seu rosto. "As suas escolhas", respondeu enigmaticamente Judah, e pressionou 'play' no controle remoto. No começo eu não sabia o que estava olhando, ele estava lá fora, em algum lugar na comuna. A fita de


aparência amadora, em seguida, cortou para uma parede creme, talvez uma parede das acomodações das pessoas? Fiz um gesto para Judah com a minha mão, prestes a pedirlhe para explicar o que isso era, quando de repente a imagem de uma criança veio na tela. Ela não poderia ter mais de oito anos de idade. Mas isso não era o que tinha me feito lutar contra náuseas. Não, isso pertencia ao fato de que ela estava nua, apenas com guirlandas floridas em seu cabelo. E ela estava dançando. Dançando ao som de uma música sedutora tocando ao fundo. E ela estava tremendo. Seu corpo minúsculo estava tremendo quando uma voz — que reconheci ser do irmão Luke — disse-lhe para dançar para seu Profeta. A menina tentou dançar com a batida, mas o medo a fazia ter movimentos bruscos e fora do tempo. Meu peito se apertou tanto que me tornei incapaz de falar. Então Judah me deu uma cotovelada no meu lado. Olhei à minha esquerda para ver o meu irmão olhando para a tela, os dentes pastando sobre seu lábio inferior. Ele era um estranho para mim naquele momento. "O que você acha, irmão? Você pode tomá-la como uma mulher, ou uma consorte. Ela está prestes a atingir a idade do seu despertar." "Seu despertar?" Eu questionei. Judah acenou com a cabeça e fez uma pausa no vídeo, a imagem congelada no rosto da menina. Seu rosto aterrorizado, os olhos arregalados e rosto pálido. "Irmão Luke me ensinou tudo sobre as maneiras de Tio David. E um deles foi o despertar de uma mulher. O dia em que ela se torna uma mulher aos olhos de nossa fé, uma embarcação para meditações celestiais dos nossos homens."


Neste momento o vômito estava rastejando para minha garganta, mas eu o empurrei para baixo. "Não há nada disso em nossas Escrituras." "Nosso tio falou de novas revelações pelo Senhor em seus sermões para o povo. Nem tudo foi registrado oficialmente, apenas nas suas cartas privadas, portanto, não chegou para nós em Utah." Judah assentou para frente, excitação irradiando de seu corpo. "Há tanta coisa que não sabíamos. Tanto que estou aprendendo com o Irmão Luke e os outros discípulos. O Senhor nos tem abençoado muito, Cain. Mais do que jamais esperei." Judah ligou a tela e surgiu em torno a música que voltou a tocar, mas eu não podia olhar para cima. "Se a última não foi satisfatória, há muitas mais. Que tal um presente?" Eu olhei para cima para ver uma menina mais velha, mais desenvolvida, dançando sedutoramente. E, ao contrário da criança pequena, seus olhos estavam confiantes, seu corpo nu movendo-se lentamente com a batida. Ela não poderia ter mais do que quatorze anos. Quatorze. Uma criança. Judah, começou a folhear os DVD, dezenas e dezenas de crianças nuas dançando para a câmera. E quanto mais imagens vieram na tela, Judah tornou-se mais animado. Eu podia vê-lo mudar em seu lugar enquanto seus olhos fixaram na tela. Fechei os olhos enquanto tentava acalmar meu coração, quando de repente, uma conversa mantida com Mae atirou em meu cérebro. Quando eu tinha tentado fazê-la ficar comigo na comuna. O medo em seu rosto deveria ter me feito acreditar nela, mas pensei que ela estava mentindo, querendo voltar para Styx... mas e se...


"Você já fez parte de uma partilha do Senhor? Você já viu uma menina de oito anos, ser estuprada, suas pernas arreganhadas por uma armadilha de urso, porque ela estava com muito medo para entender o que estava acontecendo com ela? Alguma vez você já forçou-se dentro de uma criança, Cain, porque você acredita que irá ajudá-lo a chegar mais perto de Deus e porque o profeta considerou assim? Bem, você já fez?" Eu congelei. "Já?" Mae empurrou. "Isso aconteceu com você? Aqui?" Perguntei, o pensamento de Mae sendo tomada quando era uma criança me fez ver vermelho. "Mae! Responda-me! Você foi... tomada quando era uma criança... assim?" Os olhos de Mae encheram de lágrimas e ela balançou a cabeça. "Você está me dizendo que você nunca foi a uma troca de irmãoirmã?" ela perguntou novamente, desta vez em descrença. Abaixei minha cabeça, incapaz de encontrar seus olhos. "Eu sou o herdeiro. Eu permaneço puro," informei. Eu tinha sido trancado toda a minha vida. Eu não tinha idéia real do que acontecia na comuna, sob as leis do meu tio... Raiva infundiu meus músculos, e quando Judah me deu uma cotovelada novamente parei de olhar para a tela maldita, pulei para meus pés e gritei: "FODA-SE!" Minhas mãos passaram através do meu cabelo comprido e Judah se levantou. No movimento olhei-o para baixo. "Que porra é essa, Judah? Elas são crianças! Crianças pequenas e adolescentes dançando para eu escolher? Você acha que quero uma criança? Você acha que quero foder uma criança?" O rosto de Judah apagou com a minha explosão, enquanto me forcei a me acalmar. Respirando fundo, caminhei para a tela e desliguei a TV. O silêncio que encheu a sala era ensurdecedor. Eu poderia ouvir


os sons forte da minha respiração. Por fim, ganhando alguma compostura, enfrentei Judah. "Você acha que isso está certo? Estuprar crianças de oito anos?" As sobrancelhas de Judah puxaram para baixo em confusão. "É a vontade do Senhor." Eu balancei minha cabeça. "Eu não acho que o Senhor queira que tomemos crianças desse jeito, irmão. É bárbaro!" Então choque encheu cada célula minha quando a mandíbula de Judah apertou e seu rosto endureceu. "Os homens mais velhos casam-se com mulheres jovens na Bíblia. Isso não é novidade para você, irmão." Enquadrando meus ombros, me adiantei e disse: "Você já tomou uma criança no compartilhamento do Senhor? Eu sei que você participou, mas você fez... isso?" Judah levantou o queixo, mostrando um verdadeiro orgulho. "Eu já escolarizei quatro através do seu despertar." Sentindo como se tivesse levado um soco no meu estômago, sussurrei, "Não..." "Na verdade," disse Judah corajosamente: "Eu já peguei uma criança para ser minha próxima consorte quando ela for maior de idade. Ela é tão linda, tão linda que por um tempo eu temia que ela fosse outra Amaldiçoada. Mas tenho a certeza de que ela não é." Olhei para o meu irmão, e pela primeira vez em nossas vidas eu não gostava dele. Eu sabia que Judah estava se tornando extasiado com esta vida, e sabia que ele estava se aproximando muito do irmão Luke. Mas não sabia o quão perto. Eu não percebi que as áreas de minha liderança que Judah controlava era entregar uma criança ao estupro.


"E a sua consorte recente," perguntei, minha voz rompendo com uma mistura de raiva e desgosto. "Quantos anos ela tem?" Judah olhou para mim, os olhos castanhos aquecidos. "Ela tem idade para os padrões do nosso povo, Cain. Não se preocupe com isso." "Eu gostaria de conhecê-la," instruí, e os olhos aquecidos de Judah queimaram. "Com o tempo, irmão", ele anunciou em troca. Nossos olhares se bloquearam, uma guerra de vontades, quando eventualmente baixei os olhos e acenei com a mão. "Pegue os vídeos e a TV, e vá embora. Eu gostaria de ficar sozinho." Judah ficou tenso, mas fez como pedi. Fui até a lareira, e olhei para as chamas, o ouvindo embalar tudo. Quando o ouvi levar a TV para fora da sala, de repente perguntei, "Quando você puniu Delilah, a Amaldiçoada, você seguiu nossas escrituras? Suas punições estavam de acordo com o que pregamos?" O silêncio de Judah me fez levantar a cabeça e procurá-lo. Ele estava olhando para mim, o rosto impassível. Então me vendo assisti-lo, ele sorriu e disse: "Claro, irmão. Tudo pelas escrituras." Quando Judah saiu da sala, exalei em alívio de que o que Phebe tinha dito sobre seu tratamento a Delilah estava errado. Em seguida, a náusea retornou, batendo no meu intestino com os pensamentos desses vídeos. Minhas costas bateram na parede. Eu caí até que bati no chão. A prática me dava nojo, era totalmente repugnante, mas de acordo com Judah era maneira do meu povo. Foi uma mensagem revelada do Senhor ao meu tio. Fechando os olhos enviei uma oração ao Senhor para enviar-me uma mensagem, para me aconselhar sobre o


que fazer. Então pensei em Mae novamente, e as suas palavras. E eu já sabia que ela não tinha mentido. Não. Ela tinha sido tomada quando era uma criança, sua inocência roubada por um irmão da Ordem. Ela não tinha mentido para mim.


Maddie

Pressionando o meu lápis na borda do papel, puxei de volta e dei um longo suspiro profundo. Era perfeito. Esta imagem, essa imagem de nós abraçados como sonhei que um dia poderia ser, estava em linha reta na minha mente. Ela foi vertida para a página da minha alma. Era absolutamente perfeito para mim. Lágrimas brotaram nos meus olhos enquanto olhava para o esboço. Era uma guerra dentro do meu coração. Por um lado eu queria o que a imagem mostrava com cada polegada do meu ser, mas, por outro, isso me assustava mais do que qualquer outra coisa na Terra jamais poderia. Porque ao longo dos últimos três dias os meus pensamentos em relação a Flame tinham mudado. Eles tinham se intensificado. E eu estava pensando em coisas que nunca pensei que iriam entrar na minha cabeça. Dormir ao seu lado a cada noite, cuidando dele, conversando com ele, isso tinha mudado alguma coisa dentro de mim. Ele tinha aberto o meu coração. Ouvindo a porta do banheiro se abrir, eu abruptamente fechei a bloco de desenho. Coloquei-me ao lado do fogo e olhei para cima. Flame estava saindo do banheiro, vestido com suas calças de couro e colete. E apenas


com a visão dele, parecendo saudável e forte mais uma vez, fez meu coração disparar. Os olhos de Flame imediatamente ficaram presos nos meus e ele andou para frente, parando pouco antes de mim. Olhei e fiquei de pé. "Você está pronto?" Perguntei e esperei por sua resposta. Os olhos de Flame correram para a porta da frente, em seguida, de volta para mim. "Sim", respondeu ele, mas sua voz era grossa e insegura. "Você vai ficar bem, Flame. Seus amigos estão esperando para ver você. Você está bem agora, e precisa ir lá fora." A cabeça de Flame caiu. Eu não podia deixar de olhar para o seu peito largo, as tatuagens coloridas olhando de volta para mim. Especialmente as chamas alaranjadas brilhantes subindo em seu pescoço. Sorrindo como apoio, andei em direção à porta, quando notei que Flame não tinha me seguido. Dei a volta, notei que seu foco era a porta atrás de mim. "Flame? Você está bem?" Perguntei. Os olhos de Flame cresceram mais largos — um sinal que ele estava chateado. "Quando sair por aquela porta, você voltará para a casa de Styx?" Meu estômago caiu com a idéia de deixá-lo. "Maddie?" Perguntou Flame novamente. Da minha posição vi as mãos de Flame cerrando os punhos, então ele murmurou, "Eu não quero que você me deixe." O timbre de sua voz rouca causou arrepios de tristeza na espinha. Mas, então, quando sua confissão infiltrou em meus ossos, esperança surgiu no meu peito.


Ele queria que eu ficasse. Eu fiquei em silêncio, tentando controlar esses novos sentimentos esmagadores em meus sentidos, quando ele chamou meu nome novamente. "Maddie?" Desta vez, sua voz tinha abaixado um tom, um sinal de que ele estava triste, derrotado... Perdendo a esperança. Inalando uma respiração profunda, levantei minha cabeça e com nervosismo confessei: "Eu também não quero ir embora." As narinas de Flame queimaram e ele se aproximou até que, com uma muito profunda respiração, nossos peitos se escovaram. Flame acalmou. Eu acalmei. E eu trabalhei no combate ao calor que de repente rugia através do meu corpo. "Então você vai voltar aqui. Para mim", disse ele finalmente. Eu senti um sorriso puxando em meus lábios, e respondi: "Sim. Eu quero ver minhas irmãs. Não às vi por dias, mas... mas vou voltar, aqui. Para você." Do canto do meu olho, peguei os dedos de Flame tensos, e os olhos fechados. Eu sabia o que estes movimentos queriam dizer, e toda vez que ele fez isso, eu simultaneamente me sentia paralisada de medo, e intoxicada com antecipação. Porque sabia que isso era Flame lutando contra seu desejo de me tocar. Eu frequentemente me perguntava o que ele via em sua mente? Era como meus desenhos — inocente e doce? Ou era mais? Como quando um homem toma uma mulher? Esperei o que a devastação esses pensamentos traria. De ser tomada de tal maneira por um homem. Mas isso não me tornou imóvel, como eu temia. Em vez disso, isso... Isso... Me aquecia. Levantando meu olhar, vi Flame me observando. Precisando ganhar compostura e respirar ar fresco, me afastei até a porta. A luz


brilhante encheu a sala quando a porta se abriu, e uma brisa quente varreu meu rosto. E eu cheirava as árvores. Ouvi o farfalhar das folhas. Senti o sol quente em minhas bochechas. Flame estava atrás de mim, seu grande corpo de proteção enchendo-me com paz. "Flame! Porra!" Uma voz a nossa esquerda puxou a nossa atenção. Avançando através da clareira em direção ao quarto de Flame estava AK. "Vike! Dá o fora daqui agora!" Ele gritou por cima do ombro. A porta do quarto do meio abriu-se, e um meio vestido Viking, saiu apressado. Seu longo cabelo vermelho estava molhado e solto, e sua calça de couro desabotoada. Mas, quando ele correu em direção a Flame descalço, seu estado de nudez não me perturbou, porque o olhar de puro alívio quando ele viu seu irmão, quase me deixou de joelhos. Ele era amado. Eu me perguntei se ele sabia que esses dois homens fariam qualquer coisa por ele? Perguntei-me se ele entendia que ele nunca tinha realmente estado sozinho? AK chegou e parou na frente de Flame e eu, Viking parando logo atrás. AK passou a mão pelo seu cabelo e murmurou, "Foda-se, homem, nós pensamos que tínhamos perdido você." Olhei para cima e Flame olhava para eles fixamente. AK e Viking não pareciam perturbado com isso. Viking estudou Flame dos aos pés a cabeça. "Você está bem, irmão? Você está se sentindo bem?"


"Sim", respondeu Flame e o lábio de Viking enganchou em um sorriso. "Inferno, homem! É muito fodido de bom ter você de volta. Nada tem sido o mesmo com você para baixo. Eu e AK tivemos que sair em corridas, só eu e ele, e ele era um maldito chato sem você lá para assustar a merda fora. Muito porra de um filho da puta para fazer as pessoas se mijarem à primeira vista. Vai ser bom ter você de volta." Flame acenou com a cabeça, e AK disse: "Temos igreja em breve. Você vem? Todos os irmãos querem ver você." Os olhos de Flame brilharam aos meus. Eu podia ver seus dentes pastando sobre o piercing em sua língua. Ele estava ansioso. "Eu vou ver minhas irmãs. Vou esperar pelo seu retorno com elas." Flame exalou e disse: "Eu vou levá-la para cima." Corando sob o peso dos olhos penetrantes de Flame, me virei para ir embora, quando Viking chamou, "Pequena?" Virei-me, sabendo que esse era o nome que ele usava para mim. Ele sacudiu o queixo e disse: "Não sei o que você fez. Realmente não me importo, mas você o trouxe de volta sabe lá de onde, e por isso, você tem nossa gratidão pelo resto da vida. Você entendeu?" Assentindo rapidamente, virei para ir para a linha de árvores. Flame caminhava ao meu lado, e eu perguntei: "Você está feliz em ver seus amigos?" Flame manteve os olhos à frente, e respondeu: "Sim." Eu fiz uma careta sabendo que ele estava pensando em algo mais. "O que mais você está pensando?" Perguntei.


Flame, sem hesitação, respondeu: "Que eu preferia estar no quarto sentado perto do fogo, com você." Meu coração pulou no meu peito, quando ele acrescentou: "Você desenha e eu gosto de assistir você. Eu gosto de ter você perto de mim. É melhor do que ficar sob a sua janela. Eu gosto de ser capaz de vê-la tão de perto." Eu não tinha percebido que tinha parado de andar até que Flame parou e olhou para trás. Quando seus olhos meia-noite caíram sobre mim, senti meu corpo tremer. Eu estava tão confusa com os sentimentos abordando meu corpo. Eu não entendia o que estava acontecendo comigo, e isso me assustava. Mas ouvir Flame confessar seus pensamentos para mim, me chocou. "Por que paramos?" Flame perguntou, e eu podia ver as mãos correndo sobre a alça de sua lâmina ao seu lado. Forçando os meus pés a se manterem em movimento, lutei com o sorriso enfeitando meus lábios. "Desculpe, eu precisava tomar minha respiração", respondi quando Flame caiu em um passo ao meu lado. Enquanto nós caminhamos até a colina, uma pergunta veio à minha mente. "Flame?" "Sim", respondeu ele. "Eu sei que você gosta de afiar suas lâminas, mas o que mais você gosta de fazer?" "Eu não entendo?" Ele disse calmamente. "Eu desenho, e isso me faz feliz. Fiquei me perguntando, o que faz você feliz?" Eu observava o rosto de Flame enquanto seus olhos esvoaçavam de lado a lado, quando ele disse: "Ver você." Calor infundiu meu corpo, e eu sussurrei: "Isso é o que faz você feliz? Ver-me? Será que isso não o aborrece? Estou perguntando o que faz você feliz? O que você mais gosta de fazer?"


Flame balançou a cabeça, em seguida, seus olhos que eu adorava tanto, encontraram os meus. "Estar perto de você. Vê-la." Engoli em seco quando sua resposta me manteve congelada no chão, e ele olhou de lado a lado novamente. "Paramos de novo." Desta vez, o sorriso que tomou meus lábios não podia ser considerado normal. "Eu sei. Devemos ir", eu disse e senti suas palavras desempenharem em cada um dos meus passos, em cada respiração que tomei quando nos aproximamos do apartamento de Mae e Styx. Estar perto de você. Vê-la... Vozes soaram na frente, e quando quebrei por entre as árvores para a casa de Mae, Mae, Lilah, Beauty, Letti e Sarai estavam sentadas no jardim. Quando me viram chegando, Mae e Lilah pularam de seus lugares. "Maddie!" Mae exclamou com alivio, e correndo em minha direção, me envolveu em seus braços. Ela me empurrou para trás e seus olhos percorreram o meu corpo. "Você está bem? Está tudo bem?" Seus olhos foram para Flame que estava parado rigidamente ao meu lado. Abaixando minha cabeça, sentindo meu rosto corar, respondi, "Eu estou bem." Um novo conjunto de mãos em volta de mim e eu sabia que era Lilah, reconheci o cheiro de seu cabelo. "Irmã", ela murmurou, "Eu senti sua falta." Lilah puxou para trás e sorriu, com a boca ligeiramente superior de um lado, devido à sua cicatriz. O olhar de Lilah depois foi para Flame. "Flame. Você está se sentindo melhor?" "Sim." Eu olhei para Flame cujos olhos estavam fixos em mim. Beauty e Letti ficaram atrás de Lilah.


Beauty se dirigiu a Flame. "Droga, bom ter você de volta, Flame. Aqui esteve muito tranquilo sem você." Flame não respondeu, e Beauty, parecendo não esperar uma resposta, acenou para mim. "Hey, Madds. Bom vê-la, querida." Eu sorri para ela e Letti que sacudiu seu queixo para mim por trás de sua melhor amiga. Em seguida, olhei para o assento que elas estavam ocupando antes e ver Sarai me observando. "Bom dia, Sarai," eu a cumprimentei e ela sorriu. "Olá, Maddie. É bom ver você de novo." Ela parecia melhor, pensei. E eu estava feliz. Ela era tão jovem. Tão inocente. A porta da cabana de Styx abriu. Styx e Ky saíram. Seus rostos se iluminaram quando viram Flame de pé ao meu lado, com cada polegada dos Hangmen, em suas calças de couro e colete de couro, seu peito nu cheio de cicatrizes e o tronco a mostra. "Flame, porra!" Ky disse e começou a bater palmas. Styx sorriu ao lado do marido de Lilah. Os dois homens se aproximaram e Ky ficou na frente de Flame. "Você está bem, meu irmão? Você estava atravessando alguma merda de porra louca por um tempo lá." Flame tomou sua lâmina de seu cinto e correu o dedo pela borda. Este foi o seu jeito de dizer que ele estava ansioso. Ky, não recebeu uma resposta, virou-se para Styx. "Igreja, Prez?" Styx assentiu com a cabeça, em seguida, caminhou até Mae e esmagou seus lábios nos dela. Mae derreteu em seus braços. Ky, em seguida, fez o mesmo com Lilah, e sem um pensamento consciente, meu olhar se desviou para Flame. Como sempre, ele estava me observando, mas desta vez, as narinas estavam dilatadas, e sua lâmina estava correndo ao longo de seu pulso. Pânico deflagrou dentro de mim. Alguma coisa estava incomodando em sua cabeça.


"Flame, vamos nessa. Tem uma tonelada de irmãos que vão ficar aliviados pra caralho por ver que você está bem." A voz de Ky me bateu de volta no momento e eu limpei minha garganta. Flame olhou para Ky, então para mim. Forcei um sorriso para esconder minhas pernas trêmulas. Aqueles beijos... Flame tinha um olhar intenso... "Maddie?" Flame murmurou, e eu observei que todos em torno de nós tinham ficado em silêncio. Odiando a atenção, me aproximei dele. "Venha para mim depois de sua reunião e iremos para o seu quarto. Você ainda precisa descansar." Flame acenou com a cabeça uma vez, e se juntou a Styx e Ky que já estavam se afastando. Mas ele olhou para trás. Ele olhou para trás onze vezes. Onze. Eu contei. "Maddie?" A voz de Mae me fez olhar em sua direção. Seu rosto tinha uma expressão de preocupação e ela disse: "Você vai voltar para o quarto de Flame? Vai ficar mais com ele?" "Sim," eu disse, me sentindo envergonhada por ter muito foco em mim. O som de uma tosse suave soou, e ouvi Beauty dizer: "Bem, tenho que chegar à loja e abrir. Dia ocupado à frente." Mantive meu olhar para baixo quando ela disse seu adeus a Lilah e Mae. "Sarai, querida. Vou trazer-lhe até a loja em breve, ok? Levá-la um pouco mais ao mundo." "Obrigada," ouvi Sarai dizer em troca. Momentos depois, olhei para cima e Mae e Lilah se destacaram e juntas me observavam. Calor subiu através de mim e perguntei: "O que? Por que vocês estão olhando para mim?"


Os olhos de Lilah se arregalaram com a minha resposta afiada. "Nós nos preocupamos com você, Maddie. Porque nós amamos você." Um pouco de veneno deixou meu corpo e eu disse: "Vocês não precisam se preocupar. Eu estou bem." Sem esperar por resposta, continuei. "Sim, vou voltar com Flame. Ele precisa de mim." A tensão de desaprovação clara das minhas irmãs engrossou em torno de nós. Eu mantive minha atenção para o chão. Eu não seria falaria sobre este assunto. Elas não conheciam Flame como eu. Lilah, eventualmente, mudou-se para sentar-se e vi Mae fazer o mesmo. "Maddie, se junta a nós?" Perguntou Lilah. Pegando uma cadeira livre entre Mae e Lilah, tomei um assento. "Maddie, vamos acompanhar Sarai à igreja esta tarde. Você gostaria de se juntar a nós?" Ergui a cabeça e olhei através de Sarai. Seu rosto jovem usava uma expressão esperançosa quando ela olhou para mim. "Mae e Lilah me contaram de sua igreja. Que é pura e não compartilha as mesmas crenças que a Ordem, para as mulheres e nossos deveres. Eu gostaria muito de ver um lugar assim. Agora não consigo compreendê-la realmente." Meu estômago se apertou vendo tal descrença em seu rosto e, sentando-me mais a frente, eu disse: "Eu adoraria ir com você. Pastora James é uma mulher adorável. Ela vai mostrar o que temos encontrado de fé fora da comuna." O sorriso deslumbrante de Sarai poderia ter iluminado um quarto escuro. "Obrigada," ela disse com lágrimas nos olhos. Em seguida, levantou-se, puxando toda a atenção. "Eu irei descansar, se quisermos sair esta tarde."


"Ok," respondi e vi quando Sarai saiu para o quarto. Segundos se passaram enquanto Sarai nos deixou sozinhas, então de repente soltei, "Qual é a sensação?" Eu mantive meu foco em minhas mãos ocupadas no meu colo, sentindo meu rosto queimar de vergonha, quando Mae perguntou: "Qual é a sensação de que, irmã?" Levantando minha mão aos meus lábios, corri o dedo ao longo da carne cheia. Piscando os olhos para Mae, perguntei: "Juntar os lábios. Para beijar." Os olhos de Mae queimaram amplamente em seguida disparou para Lilah. Ouvi Lilah se levantar de seu assento e ela se mudou para se sentar na grama aos meus pés. Sua mão pressionando meu joelho e seus olhos azuis estavam cheios com perguntas. "É como nada que vi antes", disse Mae, levando-me a assistir seu rosto. Um sorriso secreto fazia uma sombra em seus lábios e sua respiração acelerou. "É uma das minhas coisas favoritas a fazer na vida." "E você, Lilah?" Eu perguntei timidamente. "Tudo", ela admitiu com uma sutileza em sua voz. "Porque nunca sonhei que um dia teria um homem que me ama, somente para mim. Mas Ky faz. Ele me ama mais do que penso que mereço." Lilah levantou a mão para percorrer sua cicatriz. "Mesmo quando me machuquei,

quando

cortei

meu

cabelo,

ele

ainda

me

queria.

E quando ele me beija, é a minha confirmação de que ganhei o seu coração. Que ele é meu. Por toda a vida." A mão de Lilah apertou meu joelho, e com uma expressão cautelosa, ela perguntou: "Por que você pergunta, irmã? Isto é algo que você tem pensado de... de tentar com Flame?"


Baixei a cabeça, simplesmente tentando respirar, e confessei: "Temo que seja algo que eu nunca serei capaz de fazer." Eu me recompus e acrescentei: "Eu me vejo sonhando beijando Flame. Sonho com ele tocando meu rosto e me trazendo para seus lábios. E nos meus sonhos, não tenho medo. Não temo seu toque. E não tenho medo de nunca ter sido beijada antes. Porque Flame, me mantém segura. Não há medo em sua presença." Eu trouxe um longo suspiro, e senti meu coração rachar. "Mas a realidade é que temo seu toque, embora uma parte de mim que eu sinto que tinha morrido, anseia por isso. Eu estou com medo do como parece a mão de outro homem na minha pele nua. Das memórias que tentei muito forte mover para o passado." Eu olhei primeiro para Lilah, em seguida, para Mae e segurei o olhar dela. "E se o toque de Flame de repente tornar-se o de Moses na minha mente. E se eu ficar presa lá novamente? Incapaz de falar através do medo paralisante? Será que um simples beijo vale a pena?" Minha visão ficou focada no rosto bonito de Lilah e eu bufei sem graça para mim mesma. "Flame, eu temo, foi ferido mais pelo toque de uma pessoa do que até mesmo eu. Acho que ele nunca será capaz de pôr a mão sobre a minha, muito menos beijar-me". Mae suspirou, e escovou um pedaço de cabelo do meu rosto, dizendo: "Você merece ser amada, Maddie. E eu sei que ninguém sofreu com tanta brutalidade como você, nem Lilah ou Bella, mas Lilah e eu encontramos homens que nos permitiram seguir em frente. Para encontrar a felicidade ao longo da vida." Meus lábios tremiam. "Eu acho que Flame jamais seria capaz de ser assim comigo." "Então ele é verdadeiramente o único para você?" Tomando a mão de Lilah pressionei-a sobre meu peito. "Essa batida, esse novo sopro de vida batendo dentro do meu peito? Isso é dele. O despertar do meu coração pertence a Flame." Eu estabilizei minhas lágrimas.


"Maddie", Lilah sussurrou. Deslocando-se de joelhos, com as mãos no lado da minha cabeça, ela beijou minha testa. "Eu não sei o que vai acontecer no futuro, mas sou grata que Flame trouxe para fora esta possibilidade em você." Lilah voltou a se sentar no chão e Mae recostou-se na cadeira. Então Lilah disse: "Quando eu faço amor com Ky, não é nada como o que sofri nas mãos dos homens. Ele é gentil e suave, e não acho que poderia me sentir mais perto dele em qualquer outro momento do que quando estamos unidos." Eu fiquei tensa com suas palavras. Lilah me lançou um sorriso aguado e continuou. "Essa é a manifestação física do que sinto em meu coração." Lilah inalou, nunca quebrando o nosso olhar, então ela expressou um desejo. "Espero que um dia você possa saber como é. E espero que quando você o fizer, não sinta nada além de felicidade. Felicidade sem medo." Eu não disse nada em resposta.


Flame Meus irmãos já estavam esperando na sala de reunião quando chegamos. Styx e Ky entraram primeiro, e eu os segui. Quando o fiz, Hush e Cowboy foram os primeiros a ficar em pé. "Foda-se, Flame!" Cowboy exclamou quando ele desenhou uma parada na minha frente. "Você voltou!" Virei meu queixo para seu rosto sorridente, em seguida, Hush disse: "Que bom que você está bem, irmão. Você assustou todos nós lá atrás. Nunca vi ninguém se retirar assim antes." Minha mandíbula apertou, enquanto tentava não pensar na mulher levando um tiro. Da porra do bebê chorando, e do garotinho sentado na calçada. O corpo enorme de Tank de repente mudou-se diante de mim, me dando boas-vindas nas costas. Em seguida, Bull, Smiler, e, finalmente, Tanner. Tanner baixou a cabeça e passou a mão pela barba. "A mulher sobreviveu. Eu hackeei os registros do hospital e verifiquei. Seus filhos também." Alivio percorreu meu corpo. "Obrigado," eu disse, e ele balançou a cabeça. "Eu conheci o Klan," Ele fez uma pausa enquanto cerrou os dentes. "Meu fodido velho, ia puxar um golpe como este. E eu não posso localizar o que os filhos da puta vão fazer. Nada está acontecendo em seu sistema, o que significa que é tudo verbal. Meu velho sabe que eu


descobriria seus planos em um fodido minuto se tivesse em um sistema em algum lugar. O filho da puta está sendo inteligente." AK e Viking entraram no quarto, assim que Tanner se afastou. Viking estendeu os braços. "Vocês ouviram a notícia? A porra do Trio Psicótico está de volta aos negócios!" O som do martelo do Styx bateu na madeira da mesa cortando o ruído de felicitações. Ky gesticulou para os assentos. "Sentem-se, senhoras. Quanto mais rápido começarmos essa porra mais rápido iremos terminar." Todos nós nos sentamos em nossos lugares habituais, o meu no meio de AK e Vike. Styx sentou-se no final. Suas mãos levantadas. Peguei minha lâmina. Ky começou a falar de negócios, mas tudo que eu podia ver era a lâmina que tinha pressionado na minha pele. Corri mais e mais as tatuagens das minhas chamas. Eu podia sentir queimando, o fogo borbulhando por baixo, mas quando fui cortar, pensei no rosto de Maddie. A lâmina fez uma pausa e eu puxei uma respiração profunda. Eu queria cortar, queria colocar para fora as chamas. Mas o pensamento em Maddie me mantinha calmo. Isto a fez dormirem. Agarrando o punho em minhas mãos, eu o apertava em cima da mesa, e quando olhei para cima, encontrarei uma merda de toneladas de olhos, todos me assistindo. Eu me mexi no meu lugar. "Que porra vocês estão olhando?" Eu soprei, apertando minhas mãos ao meu lado. Ky balançou a cabeça e falou para os irmãos. "Nada." Suas sobrancelhas puxaram para baixo. "Você está bem?" "Sim. Por que diabos não estaria?" Ky balançou a cabeça, as palmas das mãos no ar. "Nada. Apenas verificando."


Minha mão estendeu a palma para minha lâmina. Desta vez a empurrei contra a minha pele. O sangue escorria pelo meu braço, mas eu não me sentia uma merda. Porque o rosto de Maddie estava na minha cabeça novamente, Maddie me dizendo que ela não iria me deixar. "AK, Vike, vocês vão a uma corrida de dois dias," A voz de Ky disse. Eu olhei para cima. "E quanto a Flame?" Perguntou AK. "Nós sempre vamos juntos." Eu assisti Styx sinalizar enquanto Ky interpretou. "O irmão ainda está de castigo. Ele pode estar bem agora, mas ele não vai a nenhuma porra de corrida. Tivemos que cobrir uma tonelada de merda quando o Klan atacou na última negociação, e nosso irmão aqui foi nuclear. Hush e Cowboy vão com vocês em vez disso." AK se inclinou para frente. "Você está bem com isso, Flame?" Olhei para a minha faca com sangue, então parecia realmente bom para caralho a decisão do Prez, porque isso significava que eu poderia ficar com Maddie. "Eu estou bem com isso," respondi. AK me olhou estranho, em seguida, sentou-se em sua cadeira. Eu peguei AK olhando para Viking, que declarou, "a pequena." Meus olhos se encontraram com os de Vike e ele me deu um sorriso. "Basta dizer que você gosta de ficar com a pequena. Conversar. Ou olhar para ela. Ou qualquer merda que você faz." "Vike! Cale sua maldita boca!" Ky gritou da parte de trás e todos se reorientaram para Ky. "Agora. Algum outro assunto?" Ninguém falou, e os meus pés coçavam para voltar para meu quarto. "Bom," Ky disse: "Tenho que voltar para a patroa."


Uma tosse soava ao meu lado, e Viking tossiu, "idiota," sob sua respiração. Os irmãos começaram a rir. Ky apontou o dedo para Viking. "Irmão, o dia que um pedaço de merda como você for chicoteado por uma boceta, será o melhor dia do caralho da minha vida." As sobrancelhas vermelhas de Viking dançaram. "Isso nunca vai acontecer, VP. Eu tenho uma anaconda fodendo no âmbito destes couros e não há nenhuma maneira que ele vai querer uma única boceta para o resto de sua vida. Ele gosta de variedade. Lotes de molhadas variedades apertadas." "Anaconda, minha bunda", disse Tank do outro lado da mesa. "É uma porra de verme na melhor das hipóteses." Viking ficou de pé e começou a abrir seus couros. "Você quer que eu prove essa porra, irmão?" Styx bateu o martelo sobre a mesa. Todos os irmãos fizeram um rápido trabalho de cair fora do lugar. Tank saiu primeiro, e Viking correu atrás dele. "Tank, traga a porra de sua bunda de volta aqui agora! Tenho certeza que alguém quer conhecer você!" A sala esvaziou e, agarrando a minha faca, me levantei. AK bloqueou meu caminho. "Tem certeza que está tudo bem em não ir nesta corrida? O velho Flame ia querer derramar sangue por ser retirado da estrada." "O velho Flame não tinha Maddie." As sobrancelhas de AK dispararam. "Você possui essa merda agora?" "Ela me possui. Isso é tudo o que importa, porra." AK suspirou e passou a mão pelo rosto. Quando ele deixou cair sua mão, me olhou bem nos olhos, e perguntou: "Você pode lidar


com essa merda, irmão? Você pode lidar com dar a ela o que ela poderia querer de você?" Fúria construiu e com os dentes cerrados, eu disse: "Não é assim. Eu não faria isso... ela não..." "Você pode manter as chamas para baixo? Você pode manter sua merda junta quando as coisas não saírem do jeito que você quer? Porque Styx vai acabar com você se você machucá-la." Sentindo as chamas inflamarem sob a minha pele, minha cabeça contraiu e apoiei AK contra a parede. Elevando minha faca, cortei minha lâmina pelo meu braço precisando que as chamas se soltassem antes que ficasse muito forte e virei a cabeça de AK. AK apenas ficou lá deixando isso acontecer. No minuto que a lâmina cortou em minha carne e o sangue correu livre, olhei AK nos olhos e sussurrei: "Eu não vou machucar Maddie. Eu morreria primeiro. Ela fica comigo para sempre. No meu quarto, ao meu lado. E nenhum filho da puta vai levá-la de mim." "Ela vai morar com você?" "Ela é minha", eu rosnei. O peito de AK quase pressionou contra o meu e eu pulei para trás, a faca na mão. "Flame, você está soando realmente o caralho de louco agora. Mais louco do que o habitual." "Eu preciso de Maddie," cuspi fora. Então, vendo seu rosto em minha cabeça, a vendo sorrir, abaixei minha faca ao meu lado e acrescentei: "Ela está na minha cabeça o tempo todo." Eu olhei para AK, e confessei: "Eu dormi. Com ela ao meu lado posso dormir sem os demônios em minha cabeça. E ela canta para mim. Para mim. Ninguém nunca cantou para mim antes." AK baixou a cabeça e soltou, "Foda, irmão."


"Eu preciso dela." Bati minha cabeça. "Aqui, eu preciso dela." Então soltei meu punho sobre o meu coração. "E aqui. Eu a sinto aqui também." Os ombros de AK subiram e desceram, então ele disse: "Você não se cortou à mesa. Você sempre se corta na porra da mesa." Olhei para ele, sem dizer merda nenhuma, e ele acenou com a cabeça. "A pequena, certo?" Meus olhos caíram para o meu braço pingando sangue e engoli. "Ela acalma as chamas. Com ela, elas não queimam. Eu durmo, as chamas estão calmas... Eu não posso ficar sem ela." "Foda-se", disse AK novamente e estalou os dedos para me fazer olhar para cima. "Você está me escutando, Flame. Você me ouviu quando era um fodido garoto perdido e magricelo de 17 anos, e eu preciso que você me escute agora. Se você perder essa porra, venha me encontrar. Se você pirar, caralho, novamente, como fez com o Checheno, você me encontra. A pequena quer estar em torno de você quando a maioria das cadelas iriam querer correr uma maldita milha em outra direção. Isso é um negócio grande para vocês. Você não tem que ser um gênio para trabalhar essa merda para fora. E eu não quero que você a machuque, ou a você mesmo, novamente. Porque se você machucá-la, Styx vai chutar o seu traseiro fora deste MC, e nós dois sabemos que você precisa de nós. Você não vai ficar bem lá fora por sua própria conta. Portanto, temos um acordo?" Ouvi suas palavras. Eu sabia que não poderia ferir Maddie, mas concordei de qualquer maneira. AK soltou um suspiro. "Eu odiei vê-lo ir tão longe, irmão. Eu não tenho idéia do que fez você partir, e eu tenho muito foda de certeza que você não vai compartilhar, mas é muito bom ter você de volta." Ele sorriu e disse: "Preciso de você de volta no trio. Viking é um maldito pesadelo por conta própria."


"Alguém disse o meu nome?" Virando para a porta, na hora, vimos Viking vindo através e fechando seu couro. "Mencione o diabo e ele vai aparecer, porra", AK murmurou enquanto Viking jogou o braço em torno do ombro de AK. AK olhou para a mão deitada em seu ombro e disse: "Espero que essa não seja a mão que estava tocando a porra de sua cobra de grama." Viking tirou a mão e deu um soco no braço de AK. "É uma porra de anaconda, e você sabe disso." AK sacudiu o queixo, ignorando Viking. "Estamos ok, Flame?" Agarrando minha faca mais apertada na minha mão, podia sentir os espasmos da pele. Eu precisava de Maddie. Precisava dela ao meu fodido lado agora. "Flame? Nós estamos bem?" AK repetiu. "Nós estamos bem", eu respondi, em seguida, virei e saí da sala. Passando pelo clube, não olhei para os irmãos se preparando para caírem fora. Em vez disso, eu estourei fora da saída de volta e peguei a estrada de terra que levava a cabana de Styx. Apressando-me a correr, cortei as árvores para onde Maddie tinha ficado. Mae e Lilah estavam sentadas em suas cadeiras: mas Maddie não estava lá. Meus olhos procuraram a clareira, mas Maddie não estava em nenhum lugar à vista. "Onde está Maddie?" Perguntei. "Ela foi esperar por você em seu quarto", disse Lilah. Eu recuei e rompi a linha de árvores. Corri até que meu quarto veio à tona. Eu empurrei a porta aberta, meus olhos


imediatamente encontraram Maddie no único assento que eu tinha, ao lado da sala de estar e janela do quarto. Ela estava desenhando novamente. Ela mudou de roupa. Desta vez, usando um vestido branco sem mangas. E seu longo cabelo preto estava preso. Quando entrei pela porta, sua cabeça se levantou. Ela saltou, e seus olhos verdes arregalaram, até que ela sussurrou meu nome, "Flame..." e seu corpo perdeu a tensão. Meus músculos ficaram tensos quando suas bochechas ficaram rosa. Maddie fechou a bloco de desenho e colocou o lápis no peitoril da janela. Ela, então, levantou-se da cadeira e caminhou em minha direção. Ela cheirava a morangos. Algo que ela tinha lavado tinha cheiro de morangos. "Você está aqui," eu confirmei. Maddie olhou para mim e sorriu. Meu pulso acelerou com apenas seu sorriso. "Eu queria estar aqui quando você chegasse em casa." Ela apontou para a cozinha com o dedo. "Eu fiz comida para esta noite. Não estarei aqui para fazer isso para você e eu queria ter certeza de que você comeu". Meu corpo congelou. "Aonde você vai?" O sorriso de Maddie caiu, e ela respondeu: "Lilah e Mae vão levar Sarai à igreja. Vou com elas." Como uma onda de fogo, as chamas correram através do meu sangue, minha cabeça estalou de volta em um assobio.


As mãos tremendo, trouxe a lâmina para o meu braço e cortei forte. Ao sentir a borda afiada rasgando através da minha carne, eu sorri, sentindo o alívio do fluxo de sangue no meu braço. "Flame!" Maddie gritou. "Não..." Eu rosnei. Ela não podia ir. Ela não podia me deixar. Maddie deu um passo para trás, as palmas das mãos na frente do peito. "Flame, pare." "Você não vai naquela porra de lugar!" Meus pés começaram a andar. Tudo o que eu podia ver na minha cabeça eram filas e filas de bancos. Gritos. Pessoas deitadas no chão. E a voz do Pastor Hughes, dizendo, "... Em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas..." As cobras, sendo colocadas no chão, o veneno, a dor, incapaz de se mover... "PORRA!" Eu gritei, enquanto as chamas corriam pelas minhas veias. Eu não podia suportá-las. Não podia suportar elas queimando minha carne. Segurando minha respiração, apertei minha faca e cortei meu torso. Exalei e inclinei com a dor. Mas então ele estava na minha cabeça. Apertando minha mão livre, eu bati ao lado da minha cabeça tentando bloquear sua voz. "VÁ PARA FORA, PORRA!" Gritei. Mas ele estava atrás de mim, segurando a parte de trás do meu pescoço, me levando para a igreja. "Flame! Olhe para mim... por favor..." Eu podia ouvir a voz de Maddie na minha frente. Mas estava fraca. Eu fechei os olhos tentando afastá-lo, para empurrar as vozes para longe. Mas elas não me deixavam. Elas estavam lá. Elas sempre estavam lá, esperando.


Esperando para atacar quando as chamas voltavam. Quando o mal voltava para o meu sangue. Um gemido saiu de minha boca com os dentes cerrados. Meus olhos voltaram aberto. Maddie ficou para trás contra a parede da sala, olhando para mim com os olhos arregalados. Seu peito estava batendo com dificuldade, e meu estômago revirou. "Você não pode ir, porra", eu rugi novamente, meus olhos piscando muito rápidos. Então eu senti o deslizar sobre o meu peito. Senti a pele escorregadia deslizando pela minha pele, as chamas seguindo seu caminho. E elas não podiam fazer isso para ela. Elas não poderiam machucá-la. Ela já sofreu o suficiente. "Flame?" "E eles pegarão as serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum..." O veneno. Eu podia sentir o veneno escorrendo pela minha garganta. Em seguida, ele queimou. E eu não podia me mover. "Flame... por favor... você está me assustando." Eu lutei para parar o calor em minhas veias. Meus pés estancaram e eu olhei para Maddie. "Nenhuma igreja. Eu não posso deixar você ir lá. Nem fodendo você vai para lá!" Maddie deu um passo em minha direção, mas eu podia ver suas mãos tremendo, podia ver os lábios tremendo. Eu não queria machucá-la... "Eu preciso salvá-la..." Maddie parou. Ela respirou fundo e perguntou: "Salvar-me de quê?" "Eles", eu sussurrei, minha mão levantou ao rosto. Os olhos de Maddie estavam enormes, enquanto observava minha mão, então arranquei de volta, cravando a ponta da lâmina na pele para fazê-las


parar.

O

mal

dentro

queria

machucá-la

com

as

chamas.

Eu não podia deixá-lo. "Eles vão te machucar. Com serpentes e veneno, e—" Uma batida na porta cortou minhas palavras. Maddie me observava. Eu a assisti. "Você não vai nesse caralho!" Eu mordi, e cavei as unhas afiadas em minha palma. A batida soou novamente. "Maddie?" Mae. Era a voz de Mae. "Flame," Maddie disse muito calmamente. Eu avancei para mais perto, apoiando-a contra a parede. "Você não vai embora." Outra batida. Desta vez mais alta. "Maddie? Você está bem?" Mas eu nunca desviei o olhar do rosto de Maddie. Maddie que agora estava olhando para a porta. Então, ela olhou para mim. "Eu preciso falar com ela." Eu a imprensei contra a parede, com as mãos elevando-se sobre sua cabeça, quando as palmas das mãos bateram na parede. "Não," eu disse em voz baixa, "ela vai fazer você ir. E eu não posso entrar. Não posso entrar naquela porra!" O olhar de Maddie procurou o meu. Finalmente, seus ombros caíram. "Eu não vou", ela sussurrou. "Eu juro. Mas tenho que dizer a Mae. Tenho que dizer a ela que não vou acompanhá-la ou ela vai trazer Styx. E... e eu não quero que você se machuque." Meus braços não se moveram, mas Maddie avançou e eu pulei para trás antes que ela pudesse tocar meu peito. Ela caminhou até a porta, com as mãos ainda trêmulas. Eu andei bem atrás dela.


A mão de Maddie pairava sobre a maçaneta da porta, e em uma inspiração, ela abriu a porta. Mae, Lilah e uma jovem menina estavam ali. Mae olhou para a irmã, então para mim. "Maddie? Você está pronta?" "Eu... eu não vou," Maddie informou. As sobrancelhas de Mae puxaram para cima. "Por que não?" Perguntou Lilah. "Eu decidi não ir." A menina, evitando olhar para mim, disse: "Maddie. Eu gostaria muito que você fosse. Eu... eu me sentiria melhor com todas vocês lá." Eu vi os ombros de Maddie endurecerem. Antes que ela pudesse concordar em ir, eu bati, "Nem fodendo ela vai!" A menina tropeçou para trás no peito de Lilah. "Preciso chamar Styx?" Perguntou Mae a Maddie. Maddie inalou uma respiração rápida. "Não. Por favor. Apenas me deixe ficar." Maddie olhou para trás. "Apenas me dê hoje e à noite." A atenção dela estalou para a menina. "Nós iremos amanhã." "Não!" Eu rugi e levantei minha lâmina para o meu peito, cortando a carne sobre o meu coração. "Por favor, vão," Maddie implorou as suas irmãs. Então a porta se fechou. Mas tudo que eu conseguia pensar era que ela ia à igreja amanhã. Ela estava indo para a porra daquele lugar.


Ele é um fodido retardado, Mary. Eu preciso falar com o Pastor Hughes... Ele deve ter o mal dentro dele... Ele tem chamas em seu sangue... Sua voz estava na minha cabeça. Suas mãos estavam desfazendo o cinto. Minha pele se arrepiou e meu pau endureceu ao som. Meus pés seguiam, em seguida, isso me levou para o alçapão do porão. Ela foi embora por causa de você. Seu sangue a fez ir embora, seu pequeno retardado filho da puta... "Não..." Eu soprei, apalpando meu pau em meus couros. Larguei minha lâmina no chão de madeira ao lado do alçapão do porão. "Flame, não..." A voz calma de Maddie falou do outro lado da sala. Mas eu já podia senti-lo de pé atrás de mim, seu jeans puxado para baixo. Eu podia sentir o cheiro de álcool em seu hálito, e eu podia sentir sua lâmina correndo pelas minhas costas. "Flame, por favor. Não faça isso. De novo não. Não se leve de volta para aquele lugar. Para a escuridão." Levantando minha cabeça, eu rosnei: "Eu sou a escuridão. Eu sou a dor. Sou a maldita morte." "Não!" Maddie chamou, saltando para frente quando me ajoelhei e desci meu zíper. Um grito rasgou da minha garganta quando senti sua lâmina afiada na minha espinha. As chamas. Nós vamos tirar essas chamas do seu corpo, retardado... Eu o ouvi na minha mente. As palavras alcançando em minhas orelhas, eu retirei meu pau, o acariciando em minhas mãos. Um grito soou diante de mim, e quando olhei para cima, a mão de Maddie estava na frente de sua boca e lágrimas estavam


escorrendo pelo rosto. "Maddie..." Eu sussurrei, sentindo minha garganta entupir com seus olhos verdes enchendo de lágrimas. Eu podia sentir sua tristeza. Eu podia sentir a porra que estava fazendo com ela. Mas eu não podia parar o que já havia começado. Eu precisava jogar minha calça para o chão. Ele iria ficar zangado se minhas calças não estivessem no chão e ele não pudesse me levar. Porque ele sempre me levava. Sem falha. Sentindo-o chegar mais perto, ouvi Maddie correr pelo chão. Ergui os olhos, querendo que ela ficasse, precisando que ela ficasse, para ajudar a bloqueá-lo. Mas Maddie se afastou em direção ao banheiro. "Maddie... por favor..." Eu resmunguei enquanto minha mão alcançou a lâmina no chão e minha mão trabalhou mais rápido no meu pau. Ela balançou a cabeça, "Eu não posso... Eu não posso ver isto novamente, Flame... Eu simplesmente não posso..." Ela se apressou para o banheiro e fechou a porta. Assim quando debrucei no chão, ele bateu dentro de mim. E a dor veio. Na minha mente a dor veio, então no meu corpo quando a ponta da minha faca arrastou pela minha coxa. Minha mão bombeando mais rápido, enquanto ele bateu dentro de mim, rasgando minhas entranhas. Fechei os olhos, ouvindo sua voz a cada estocada. "Ela foi embora por sua causa." Estocada. Dor. "Ela foi embora e o seu fodido irmão grita porque ela se foi." Estocada. Dor. "Foi embora porque ela tinha um fodido retardado do mal como filho." Estocada. Dor. "Há veneno e escuridão em sua alma corrompida." A lâmina cavou ainda mais em minha carne quando eu ouvi sua mudança de respiração. Seus impulsos aumentaram e eu sabia que ele estava perto. Eu me acariciei mais e mais rápido, com o corte do aço na minha pele e seu baixo gemido no meu ouvido, eu gozei no chão. Eu


prendi meu rugido de liberação para trás dos dentes cerrados. Então, finalmente, ele me deixou ir. Largando minha lâmina, caí no chão, recuperando o fôlego. No silêncio, podia ouvir minha profunda respiração. E podia ver o sangue e esperma no chão. Em seguida, a náusea veio. Mas foi pior desta vez, com a vergonha veio o constrangimento. Eu vomitei, virando meu corpo bem a tempo de chegar ao balde no chão ao lado da porta do porão. E com cada expurgo mantive meus olhos na porta do banheiro sabendo que Maddie estava lá dentro. Levantando minha cabeça, de estômago vazio, limpei minhas feridas de lâmina com o pano colocado ao lado do balde. Mas meu olhar ainda estava fixo na porta do banheiro. Descendo, puxei meu couro, e me arrastei com braços e pernas fracas para a porta fechada. Meu coração batia quando levantei minha mão e apertei até a porta. "Maddie..." Eu sussurrei, a mão sobre a boca e as lágrimas escorrendo pelo rosto repetindo em minha mente. Não houve nenhum som do outro lado da porta. Eu queria entrar, queria dizer a ela que eu estava tão triste. Mas não sabia como. Puxando para trás a minha mão, me arrastei para os meus pés. Eu estava de pé, olhando para a sala. Meus olhos caíram no sangue e esperma escorrendo por entre as fendas do alçapão e senti meu estômago balançar novamente. Movendo-me em direção a isso, peguei o pano ao lado do balde e cobri-o. Eu não podia suportar olhar para isso. Então, meu estômago caiu novamente quando olhei para a cadeira junto à janela, que Maddie tinha estado sentada antes. E eu sabia, sabia que quando ela saísse do banheiro, iria embora.


Eu sabia que ela iria embora. Porque todo mundo ia embora. Ninguém nunca me quis por muito tempo. Meus pés me levaram a cadeira. A camisola de Maddie estava colocada sobre o dorso. Levando minhas mãos, eu levantei-a para o meu nariz e inalei. E cheirava a ela. Morangos, e... minha Maddie. Em seguida, na cadeira, escondida ao lado, estava seu bloco de desenhos. Olhei para o banheiro, mas a porta ainda estava fechada. Maddie ainda estava lá dentro. Provavelmente ainda assustada. Provavelmente prestes a sair. Alcançando a frente, me sentindo drenado de toda a energia, algo que acontecia toda vez que ele me levou em minha mente — Eu peguei o bloco de desenho e o abri na primeira página. Minha respiração bloqueou na minha garganta quando vi o rosto sorridente de Maddie olhando para mim. Movendo o dedo, corri sobre o contorno de sua bochecha. Minha mão estava tremendo quando se moveu sobre seu cabelo, seu cabelo longo e preto pendurado em suas costas. "Maddie", eu sussurrei enquanto meus dedos correram sobre os seus lábios. Virei a página para vê-la andando, sob o sol. Suas mãos estavam no ar como se ela pudesse sentir o seu calor. Virando a página novamente, ela estava sentada com três meninas, com seus braços em torno de uma, a cabeça apoiada no ombro dela. Eu reconheci Mae e Lilah, mas não a terceira. Embora ela parecesse com Mae e Maddie. O mesmo cabelo preto. Os olhos de Maddie estavam fechados enquanto ela a abraçava. E a menina estava sorrindo, segurando Maddie de volta. Então, quando virei outra página, cada músculo do meu corpo ficou tenso. Era... Eu, meu rosto, meus olhos olhando para cima a partir da página.


Com as mãos tremendo, rapidamente virei a página seguinte, e o que vi, me fez cair de joelhos. Era a minha mão, minha mão enrolada na de Maddie. Eu tracei o contorno dos nossos dedos se juntando, com o meu dedo, em seguida, recuei minha mão. Segurei-a no ar e me perguntei o que sentiria ao segurar Maddie. Meus olhos caíram de volta para a imagem e o caroço engrossou na minha garganta. Finalmente, virei a página pela última vez, e um gemido aflito escorregou da minha boca. Era eu, era ela, nós dois de pé. E eu estava a segurando. Meus braços estavam envolvidos em torno de sua cintura. Sua mão e bochecha estavam no meu peito. Nossos olhos estavam fechados, mas eu parecia... feliz. Feliz por estarmos nos tocando. Incapaz de olhar mais para a imagem, puxei o bloco de desenho para o meu peito, assim que o ranger da porta do banheiro me disse que estava aberta. Eu virei minha cabeça para trás, ainda segurando o bloco de desenho. Os olhos de Maddie arregalaram quando ela viu o que eu estava segurando. "É isso que você quer?" Eu disse abafado. O rosto de Maddie foi lavado com vermelhidão e, inclinando a cabeça, ela sussurrou: "É o que sonhei. Tudo o que desejo que pudesse acontecer para mim, para mim... comigo, é desenhado nessas páginas." Maddie encolheu os ombros. "Eu vivo minha vida nas páginas, porque estou com muito medo de vivê-las na vida real." Minha respiração parou, então soltei, "Você... você quer me tocar? Você quer que eu te toque? Tal como o seu esboço?" O olhar de Maddie se fixou nos meus e ela colocou a mão sobre o coração. "Aqui eu sonho que poderia ser verdade. E eu oro... Rezo para que talvez um dia isso possa acontecer para nós."


Puxando para trás o bloco de desenho, olhei para o desenho a lápis perfeito, eu segurando Maddie e sacudi minha cabeça. "Eu iria machucá-la," resmunguei, "as chamas, o mal—" "Não existem", interrompeu Maddie. Mantendo a cabeça baixa, o rosto ainda corado, ela deu alguns passos a frente e disse: "Eu te segurei antes e fiquei bem. Você colocou suas mãos sobre mim e eu estou bem." Eu abri minha boca para argumentar, mas algo dentro de mim parou. Maddie avançou novamente. "E não há nada que você possa fazer para mim que já não tenha sido feito antes." Meu estômago se apertou, querendo muito acreditar no que ela disse. Maddie moveu pequenos passos finais até que estava bem ao meu lado e perguntou timidamente: "Você... sempre pensa em mim, também? Você já se perguntou como seria me tocar, também?" Eu cerrei os dentes e balancei a cabeça. "Todo o tempo," confidenciei: "Eu penso nisso toda a porra do tempo." Maddie abaixou-se até o chão na minha frente. Com as mãos firmemente no colo, ela manteve a cabeça abaixada e sussurrou: "Você gostaria... gostaria de tentar?"


Maddie Senti que meu coração iria rasgar do meu peito enquanto eu esperava pela resposta de Flame. Por mais que eu pensasse que não poderia fazer isso, que não seria capaz de tocar sua mão, ou mais, eu queria muito tentar. Neste momento, depois de vê-lo tão dilacerado, voltando para as memórias que o mantinham preso atrás de muros altos, eu queria muito ser capaz de segurá-lo. Ele merecia o meu carinho. Eu acreditava que eu também merecia muito carinho. As narinas de Flame estavam dilatadas quando ele olhou para o meu esboço. Juntei-me a ele também, vendo o que ocupava minha mente na maioria dos dias. Então, assim que senti que Flame não seria capaz de tentar, ele colocou para baixo o bloco de desenho e tomou uma profunda respiração. Quando seus olhos negros encontraram os meus, eu tremi. Suas sobrancelhas puxadas para baixo. "Por que você está tremendo?" Alisando as mãos sobre meus braços nus, respondi: "Estou com frio". Flame olhou por cima do ombro para o fogo que eu tinha acendido antes dele entrar e ficou de pé. Eu podia ver o quão fraco ele estava depois que ele havia expelido no assoalho. E eu também imaginei que a gravidade do que estávamos prestes a tentar o estava deixando tão nervoso quanto eu.


"Vamos para perto do fogo, é mais quente", disse Flame e me fez um gesto para frente. Eu fiquei de pé e, lentamente, o segui por trás, cada passo parecendo como se qualquer força que eu tinha estava se esvaindo. A cada passo, tudo o que vi em minha mente era a mão de Moses deslizando pela minha perna. Senti o aperto de sua mão entre as minhas pernas e empurrando o dedo dentro. Eu podia ver todos os discípulos, depois da partida de Mae, vindo para mim. Eu podia sentir suas mãos sobre meus pulsos e tornozelos me segurando em uma mesa, e eu podia sentir o beijo de ar frio escovando minha pele quando eles rasgaram minha roupa do meu corpo, deixando minhas pernas afastadas, levando-me uma e outra vez. Eu desmaiei, apenas para ser acordada por um duro impulso empurrando dentro de mim, os discípulos trabalhando duro para erradicar o pecado de minha alma. Mas eram suas mãos, suas calejadas mãos ásperas circulando sobre a minha carne, que eu não podia suportar. Seus dedos espalmando meus seios, seus dedos raspando sobre minhas dobras, apunhalando dentro. "Maddie?" A voz baixa de Flame cortou meus pensamentos. Quando olhei para cima, ele estava sentado diante do fogo, seu grande corpo curvado, como se estivesse quebrado, como se seu medo fosse tão intenso quanto o meu. E o meu coração se partiu com a injustiça. A injustiça de nós dois, tão temerosos do pesadelo que nossos toques deliberados pode evocar. "Eu... eu acho a idéia de tocar... assustadora", sussurrei. Os ombros de Flame caíram mais. "Eu também," ele admitiu, tão baixinho que quase não o ouvi. Inalando uma respiração profunda, me aproximei e sentei diante dele. O calor do fogo imediatamente aqueceu minha pele.


Sob o calor, mexi para me deitar de lado, minha mão espalmada no chão em frente do meu rosto. Mas meus olhos nunca deixaram os de Flame, e ele estava me observando o tempo todo, com a cabeça ligeiramente inclinada, como se estivesse se perguntando algo. Eu fiquei em silêncio, o crepitar do fogo queimando a madeira, era o único som, até que Flame moveu seu grande corpo e se colocou diante de mim também. Sua mão achatada no chão, descansando a meras polegadas da minha. Mas os nossos olhos estavam trancados. Sentindo meu coração dançar no meu peito, perguntei: "Você está com medo?" A mandíbula de Flame apertou e ele acenou com a cabeça. "Sim," respondeu asperamente. "Eu estou tão fodido com medo de que vou te machucar." Ele soltou uma respiração reprimida, acrescentando: "Mas quero saber como você parece. Eu quero saber o que sinto com sua mão na minha. Como a sua imagem." Os olhos dele caíram e ele disse: "Eu não consigo tirar a porra da imagem da minha cabeça." Meus dedos se enroscaram e endireitei, cuidadosamente colocando as costas no chão de madeira. E o sentimento que eu precisava falar, disse: "Com exceção de você," eu inalei, lutando contra os meus nervos para manter sobre controle, "Eu só fui tocada por homens que queriam me machucar." Flame endureceu, e pela rápida ascensão e queda de seu peito largo, sabia que ele estava ficando com raiva. "Todas as noites que eu durmo, os sinto tocarem em mim. Eu acordo suando frio, minha camisola encharcada, porque revivo o que eles fizeram para mim. Eu sinto a dor, sinto os seus toques íntimos indesejados, as queimaduras, os apertos... a dor cegante." Minha garganta entope com um caroço pesado. Mas eu forcei de volta para baixo, para dizer baixinho: "Mas quero que isso pare. E eu não sei como. Eu vejo Mae e Lilah com Styx e Ky, e vejo que elas encontraram um caminho. Através do amor, elas encontraram uma maneira."


Olhando para a minha mão, avancei meus dedos mais perto de Flame, sentindo a tensão pesada saindo dele. Estiquei meu dedo mindinho, tão perto dele, e acrescentei: "E eu quero substituir o contato deles pelo seu. Eu quero acordar com um braço em volta da minha cintura, me mantendo segura." "Maddie," Flame gemeu, mas era doloroso e lamentável. "Eu não sei se—" "Mas vou me contentar com os dedos juntos aos meus. Eu ficaria contente em despertar e ver que você está me segurando de alguma pequena maneira." Os olhos de Flame estavam pulando de um lado para outro, perdido em pensamentos. Eu trouxe meu corpo mais perto até que nossos rostos estavam a meras polegadas de distância. Eu podia sentir a respiração quente e rápida de Flame, como fantasmas em minha bochecha. Eu lutei com a vontade de recuar. "Eu não sei o que vem para você a cada noite. E não sei o que ele fez com você. Mas acredito que..." balancei a cabeça, lutando contra o poço escuro que estava se formando no meu coração, "Mas eu acredito que é semelhante ao que foi feito para mim. E acredito que, com o meu toque, talvez ele possa desaparecer de seu mundo também." Flame puxou em uma respiração profunda e ele fechou os olhos, lutando claramente com algo em sua cabeça. Quando eles abriram, lágrimas encheram seu olhar e ele disse: "Ele me chamou de retardado. Por que..." Ele respirou profundamente, "Porque não vejo as coisas como todo mundo." Eu congelei, ouvindo atentamente ele falar. Ele continuou. "Eu sei que sou diferente. Sabia que ele me odiava porque eu era diferente. Outras crianças riam de mim. Eles riam de algo que eu disse ou algo que fiz. E cada vez que isso acontecia, me perturbava, porque eu não sabia o que tinha feito de errado. E então eu era punido. Uma e outra vez, tinha que ser punido. Então parei de falar com todo mundo, porque não queria que eles rissem de mim. Não


queria ser punido. Mas isso o deixou mais furioso. Ele ficava louco quando eu falava, mas depois ficou com mais raiva quando deixei de falar. Eu tinha meu próprio jogo de brinquedos e isso o deixava louco. Mas as outras crianças não queriam brincar comigo, porque eu era eu." Meu coração apertou e lutei contra as lágrimas, ouvindo o que ele passou como uma criança. Um brilho de suor estourou em seu rosto. "Ele ficou mais e mais furioso comigo, até que um dia, ouvi dizer por que eu estava diferente. Porque tinha o mal em minha alma e chamas correndo no meu sangue." Flame balançou a cabeça. "Eu tentei tirá-las do meu corpo e mostrar a ele que eu estava tentando. Eu tentei tirá-las para que ele não me odiasse mais, mas eu não conseguia fazê-lo. Eu não conseguia tirá-las." "Flame..." Eu sussurrei enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto. "Então ele me levou para o Pastor Hughes. E o Pastor Hughes trouxe as cobras. Eles me prenderam e as cobras deslizaram na minha pele. Eles precisavam ver se eu estava com o mal dentro de mim." Eu lutava para respirar. Não entendi. "Cobras? Eles colocaram cobras em você?" Perguntei. "As cobras são a manifestação do demônio, o Pastor Hughes dizia. Se elas te morderem, era porque você é um pecador." Os olhos de Flame ficaram vidrados, e sua pele saltou. "E elas me morderam. Elas me machucaram. Elas me fizeram sentir as chamas no meu sangue. Elas foram atraídas para o mal no meu sangue." "Não..." Eu disse abafado. "A igreja fere as pessoas. Eles as mantêm presas e fere as pessoas. E então ele me disse que tinha que liberar as chamas. Ele veio todas as noites para liberar as chamas."


O corpo de Flame ficou rígido. "Mas nada funcionou. As chamas ainda estavam lá. Eu ainda sou diferente. Não entendo as pessoas. As pessoas não me entendem." Eu inalei uma respiração profunda, concentrando-me em cada palavra sua. Então, encontrando meus olhos, ele disse: "Eu sei que sou diferente. Sei que não vejo o mundo como todo mundo faz. Mas quero ver o seu mundo, Maddie. Mesmo que seja o único que vou entender." Meu coração batia mais rápido quando seus olhos escuros penetraram nos meus, e depois, ambos nos acalmamos quando sentimos. Minha respiração aumentou quando nossos olhares se encontraram, e quando olhei para baixo, minha mão estava cobrindo a sua. Suavemente deitada em cima, pequena contra grande. Eu trabalhei para manter a calma, tentava desesperadamente não sentir medo. Quando olhei para cima, os olhos de Flame estavam grandes como pires e sua cabeça tinha começado a se contorcer. "Maddie", ele sussurrou, em seguida, soltou um suspiro afiado. Seus olhos correram para nossas mãos unidas, então para cima novamente. "Você se sente quente", sussurrei, sentindo o calor que irradiava de sua pele. Meu coração estava batendo forte, mas olhando para nossas mãos, meu dedo mindinho sobre sua pele. Flame congelou e gemeu ao mesmo tempo. Mas ele não mexeu sua mão. "Você é macio," adicionei e pisquei os olhos para os dele. Flame já estava me observando. Engoli de volta, meus nervos começavam a me tomar como refém sob seu olhar. Então, ele fechou os olhos e respirava pelo nariz.


Eu o vi, meu coração apertado quando acreditava que ele iria se afastar. Para minha completa surpresa, em um flash, a mão dele virou, a palma da mão instantaneamente na minha. Eu engasguei com a sensação do desconhecido calor. Mas, em seguida, Flame abriu os dedos e enfiou-os nos meus. Seu aperto, num primeiro momento era suave, em seguida, os dedos apertaram os meus... e nós simplesmente respiramos. Nós encaramos. Nós respiramos. Extasiada pela visão, e vencida por essa emoção, fiquei em silêncio. Mas, em seguida, Flame, disse: "É como o seu desenho." Meus olhos se levantaram para ele e eu engoli. "É como o meu desenho", sussurrei, sentindo borboletas inundando em minhas entranhas. Um sentimento de esperança tomou conta de mim, e eu apertei as mãos mais fortes fundidas. Flame não reagiu. "Eu posso respirar," Flame disse de repente. Meu corpo aumentou com a luz. Eu podia ver claramente a descrença em seu olhar. "Eu posso respirar", ele repetiu novamente. E então ouvi a sua contagem tranquila sob sua respiração; pequenos onze, uma pressão leve de sua mão na minha. Eu o deixei contar, observando com fascinação como chocada sua respiração escapou de seus lábios ao alcançar o número onze. Em seguida, seus olhos se arregalaram e ele murmurou: "Você não está machucada... eu... eu não te machuquei..." Com necessidade de estar mais perto, eu me aproximei mais, tão perto que nossos peitos estavam quase se tocando. "Eu não estou machucada", assegurei. Sentindo meu rosto corar com o calor,


confessei:

"Na

verdade,

eu

nunca

senti

isso...

a

felicidade...

em minha vida." "Maddie," Flame sussurrou, e meu coração derreteu quando o polegar desajeitadamente mudou-se para escovar sobre o meu. O sentimento da parte áspera de seu polegar, acariciando a minha pele, fez arrepios pelo meu corpo. Então engasguei em choque quando senti esses arrepios construírem entre minhas pernas. Mergulhando minha cabeça, olhei para baixo para ver a mão livre de Flame ajustando-se em suas calças de couro. Estes sentimentos... esses sentimentos eram tão novos. Eu não sei o que devo fazer com eles. E tudo a partir de um toque. "Maddie," Flame gemeu, mas o tom de seu gemido tinha mudado. Foi-se o gemido de dor. No seu lugar estava um grave e baixo. Um gemido de desejo. "Flame", sussurrei em resposta. Em seguida, Flame lambeu ao longo de seu lábio inferior e meus olhos focaram em sua boca. Minha

cabeça

inclinou

para

frente,

instintivamente

procurando o que meu coração estava me chamando para fazer. A respiração de Flame aumentou e ele perguntou: "Maddie. O que você está fazendo?" "Eu... eu quero saber como é sentir os seus lábios," admiti calmamente. A mão de Flame espremeu um pouco mais apertado. "Eu nunca fiz isso antes", admitiu. "Nunca fiz nada como isso antes." Então ele fechou os olhos e vi seus lábios contarem até onze. Quando chegou ao onze, seus olhos se abriram, mas a descrença ainda estava lá. Ele avançou para trás e digitalizando meu corpo, como se me verificando se tinha lesões.


"Eu estou bem, Flame," assegurei de novo e sua cabeça caiu, sua testa tocando a minha. Nós dois congelamos com esse novo contato, mas nenhum de nós se afastou. E então mudei minha mão, ainda segurando a sua. O corpo de Flame estava tão tenso quanto metal duro. Mas precisando tocar seu rosto, corri a ponta do meu dedo indicador ao longo de sua bochecha barbada. Os grandes olhos em pânico de Flame nunca se afastaram e dava para ver em seu tenso pescoço as veias pulando. Quando cheguei a sua mandíbula, mudei meu dedo de volta e repeti a ação. Repeti-o onze vezes. Em onze, quando nada tinha acontecido, os lábios de Flame estremeceram. "Você não está ferida", afirmou com uma voz quebrada atada com alívio. "Eu não estou ferida," confirmei com um sussurro. O grande peito nu de Flame rolou um pouco para o lado. Com

as

nossas

mãos

ainda

entrelaçadas,

meu

peito

pressionado ligeiramente contra o dele, congelei. Nós respiramos. Nós encaramos. Erguendo a mão livre, Flame trouxe-a para o meu rosto, pairando apenas a palma da mão sobre a minha pele. Eu pude ver em seus olhos que ele tão desesperadamente queria tocar meu rosto. Então, pegando a minha mão livre, trouxe para atrás da sua e, tocando suavemente a parte de trás da sua mão, pressionei a palma da mão na minha bochecha. Assim que seu toque segurou meu rosto, algo dentro de mim foi libertado. Anos e anos de medo. Libertado do medo dos homens, de viver uma mentira.


Eu não podia fazer nada além de desfrutar da imagem diante de mim. Nossas mãos unidas pressionadas na bochecha de Flame, e as outras mãos tocando a minha. Meus olhos desceram para a boca de Flame mais uma vez. Como se estivesse vendo minha mudança de atenção, os músculos do estômago de Flame ficaram tensos e seus quadris se moveram. Independentemente disso, eu não conseguia desviar meu olhar. A mão de Flame, cobrindo meu rosto, reforçou seu domínio, e quando vi seus ardentes olhos escuros olhando para a minha boca, um novo tipo de tensão brilhou entre nós. "Maddie," Flame gemeu, batendo no peito duro. "Flame," sussurrei de volta, o nome dele um gemido ofegante em meus lábios. E então ele estava me guiando para baixo. Com a mão no meu rosto, ele me puxou até que meus seios estavam pressionados contra seu peito. No contato, nós dois acalmamos. "Respire," falei em voz alta, uma instrução tanto para Flame quanto para mim. Flame respirou profundamente e eu segui o seu exemplo. Quando fiz uma pausa para desfrutar desse momento, percebi completamente o tamanho do peito de Flame. Sentia-se maior do que ele parecia... mas me senti segura. Quando a mão de Flame acariciou ao longo da minha mandíbula, ele trouxe seus lábios de volta para a minha atenção. Movendo minha mão a partir de sua bochecha, corri até sua boca e tracei o contorno dos lábios com a ponta dos dedos. Os quadris de Flame moveram-se para cima com o toque, embora seus olhos semicerraram.


Quando seu corpo ficou tenso, ele baixou-me encurtando a distância, até que meus lábios pressionaram contra os dele, meus olhos se fecharam na sensação estranha. No primeiro toque, ambos permanecemos imóveis, meu rosto suspenso sobre o dele, seus lábios quentes e úmidos pressionados contra os meus. Em seguida, um dedo acariciou ao longo da minha bochecha, e seus lábios começaram a se mover suavemente contra os meus lábios. E eu senti esse beijo todo o caminho até a minha alma. A boca de Flame continuou a explorar, em seguida, para minha

surpresa,

senti

sua

língua

suavemente,

timidamente

e

nervosamente na minha boca, quando ele soltou um gemido silencioso. Minhas bochechas inundaram com o calor, meu corpo parecendo tão diferente — vivo com luz e fogo, mas seguro e cheio de confiança. Empurrando meus nervos ao seu limite, a minha língua timidamente se encontrou com a de Flame. Tremores abordaram meu corpo enquanto nossas línguas duelaram timidamente, nós dois tentando entender essa estranha nova sensação. Macia e humilde no início, mas depois, um gemido mais alto aquecido soou de Flame. Sua língua encheu ainda mais a minha boca e Flame aumentou sua velocidade. E eu senti como se estivesse flutuando, como se nossas bocas fundidas fossem uma. Parecia que eu não era eu. Eu não era Maddie. Ele não estava com Flame. Mas, então, meu coração se encheu quando me lembrei de que realmente era nós. A mão no meu rosto era dele, e a boca tomando a minha com tanta devoção, era a de Flame. Meu Flame.


Outro gemido saiu de sua boca, o som gravou direto entre as minhas pernas. Eu apertei minhas coxas, tentando afastar o calor. Mas ele não foi, e sem fôlego e completamente confusa, eu afastei minha boca de Flame com um suspiro. Inalando profundamente, os olhos de Flame abertos. Seu foco travado em mim. Nada foi dito enquanto olhávamos um ao outro. Nossas mãos não se moveram. E nós não paramos de nos tocar. Então meu coração despedaçou, e totalmente me entreguei a este homem, quando ele murmurou com admiração, "Maddie... Posso te tocar... Eu posso..." Em um gemido rápido, Flame enfiou a mão por trás do meu pescoço e me trouxe para seu peito. Eu podia ouvir o seu gemido de dor, dele lutando sua aversão do meu toque quando nossa carne colidiu. Ele passou os braços em volta de mim e segurou firme. Ele estava lutando contra sua repulsa ao toque. Ele estava lutando para que ele pudesse me segurar em seus braços. O grande corpo de Flame abrangeu o meu, o seu forte aperto me esmagando tão ferozmente. Meu rosto estava contra a sua pele, e com as mãos trêmulas, mudei meus braços e os envolvi em torno de sua cintura, segurando-o também. Ele endureceu quando meus braços conectaram com sua pele nua, mas felizmente ele me segurou mais forte e respirou longas respirações calmantes no meu cabelo. Ficamos deitados em silêncio. Eu temia que meu coração fosse explodir de tanta felicidade, a partir desta libertação do que ambos tínhamos realizado, Flame sussurrou: "Assim como seu desenho, Maddie. Estou segurando você como no seu desenho."


Flame Eu estava segurando ela. Eu a tinha beijado. Ela estava em meus fodidos braços. E eu não podia acreditar. Não podia acreditar que as chamas não a tinham machucado. Eu contei até quando minha mão estava na dela, quando seu dedo tocou minha bochecha, e quando eu a trouxe para meus lábios. Mas nada. Ela estava viva. Ela estava em meus braços e estava viva. Tomando uma respiração profunda, as mãos de Maddie envolveram a pele de minha cintura. Eu gemi, uma mistura do meu corpo tentando jogar fora seu toque, mas também a desejando mais perto. Precisava de mais. Meu pau estava empurrando contra meus couros com a sensação de Maddie em cima de mim. Seus malditos pequenos dedos estavam acariciando ao longo da minha pele e eu tive que cerrar os dentes contra a necessidade de rolar e tomá-la. Mas não sei como poderia fazer isso. Tocá-la e beijá-la era uma coisa, mas, realmente foder com ela?


Eu não tinha certeza se nós poderíamos fazê-lo. Maddie suspirou, e esfregando o rosto contra meu peito, disse: "Eu nunca... Eu nunca pensei que isso poderia acontecer. Para nós... com nós..." Maddie levantou a cabeça e olhou diretamente em meus olhos. Suas bochechas estavam vermelhas. Levantando uma mão de suas costas, lentamente trouxe-a para o lado de seu rosto. Os olhos verdes de Maddie tremularam quando eu finalmente apertei minha palma em sua pele. Então ela sorriu, resfriando as chamas no meu sangue e substituindo seu calor com nada. Eu não queria nada. Eu não queria sentir nada sob minha pele. O rosto de Maddie aninhou com a palma da minha mão e eu não conseguia parar de olhar para o que ela parecia acima de mim. Como macia e pequena sua bochecha parecia na minha mão grande. "Você gosta disso?" Perguntei, sabendo que era verdade por causa do rubor em sua bochecha. "Sim," ela sussurrou de volta, e se acalmou. Meu coração parou em pânico. Eu pensei que algo estava errado, mas então Maddie baixou lentamente e roçou os lábios contra os meus. Ela rapidamente se afastou, e manteve a cabeça baixa. "Mas eu gostei mais disso." Meu pau pulou em minha calça e eu sabia que ela me sentia contra sua perna. Maddie balançou sua cabeça. "Eu... eu não acho... não sei... se..." Ela gaguejou e acrescentou, "se eu posso ir tão longe." Meu corpo relaxou, e eu respondi: "Eu também." Maddie ergueu o olhar para encontrar o meu e acenou com a cabeça. "Mas gosto de você me tocando. Você me faz sentir segura." "Você esfriou o meu sangue," respondi.


A mão de Maddie tocou minha bochecha e seus dedos começaram a correr pela minha barba. "Sua barba é mais suave do que eu imaginava. E sua pele mais macia." Sua cabeça inclinou para o lado. "Quando eu desenho, tento imaginar como se sente sob o meu toque. Eu passava horas olhando para fora da minha janela apenas tentando imaginar a sensação e o que parecia de perto. Nunca em meus sonhos mais loucos imaginei que chegaria a fazer isso. Meus desenhos sempre foram coisas que eu me imaginava fazendo, mas acreditava que eram impossíveis. Agora... agora estou toda confusa que se tornou uma realidade." Pensei nos seus desenhos em preto e branco, pensei naquele que eu estava com meus braços envolvidos em torno dela e sua cabeça encostada no meu peito. "Eu gosto dos seus desenhos." Eu disse e senti a minha testa vincar. "Eu nunca sei o que as pessoas estão sentindo até que elas me dizem. Eu nunca sei o que significa quando suas expressões mudam, até que me digam o que eles estão pensando. É o mesmo com você também, mas eu sabia o que queria de mim com esses desenhos. Eu podia ver o que você queria da vida. Eu pude ver que você queria me tocar, e que você queria caminhar sem medo. Que você deseja ficar próxima a mim, segurando minha mão, lá fora.‖ Eu trouxe Maddie mais perto com minha mão em seu rosto e disse: "Eu quero entender você, Maddie. Quero entender seu mundo." Os olhos de Maddie procuraram os meus, e ela disse: "É simples, realmente. Há somente eu. Meu amor por desenhar, o amor que tenho pelas minhas irmãs..." ela engoliu em seco e baixou a cabeça, "e como me sinto sobre você." Ela sussurrou a última parte tão baixinho que quase não ouvi. Meu coração batia forte no meu peito, e eu perguntei: "Como você se sente sobre mim?" O dedo de Maddie se mudou do meu rosto para rastrear as tatuagens de chamas cobrindo meu pescoço, em seguida, aquelas que


desciam para o meu peito. Ela traçou ao longo das tatuagens até que seu dedo parou sobre o lugar do meu coração. "Que você é minha âncora. Você é o único que era para eu encontrar na Terra." Com seu dedo parado ela olhou nos meus olhos. "Que você é o único para mim. Somente você pode me entender, Flame. Ninguém mais. Você passou sua vida inteira perdido, sem entender o que as pessoas queriam, mas comigo, você sempre sabe como me fazer feliz. Como fazer com que eu me sinta segura." Meu estômago doía com essas palavras. Somente você pode me entender... Ela não estava rindo de mim. Ela estava sorrindo para mim, porque me queria. Eu não podia acreditar nessa merda. Ela era tão bonita. Seus grandes olhos, seus lábios carnudos, suas bochechas coradas. Eu sabia que sempre ia querer olhar para ela. Mas seu cabelo estava para cima, e eu sempre quis tocar seu cabelo. Estendendo a mão, coloquei-a sobre o cabelo que estava preso na parte de trás de sua cabeça e disse: "Solta seu cabelo." Maddie levantou a mão e começou a soltar os grampos. Em segundo seu longo cabelo preto e grosso caiu para as extremidades, suavemente se espalhando sobre meu peito. Eu empurrei meus dedos entre os fios e os senti entre meus dedos. Maddie suspirou. E eu podia senti-la olhando para mim, a cabeça ligeiramente inclinada para baixo. Minha mão trouxe o seu cabelo para meu nariz e eu inalei. Morangos. Nós ficamos em silêncio por alguns minutos enquanto eu acariciava seu cabelo, então Maddie disse, "Eu gostaria de deitar em sua cama."


A pequena estrutura de Maddie levantou acima de mim e ela trouxe a minha mão aos lábios. Quando ela deixou cair de volta para o meu peito, eu disse: "Eu não durmo em uma cama. Eu durmo no chão," respirei fundo, pensando no porão. "Eu tenho que dormir sobre o alçapão." "Você não tem que dormir no chão frio. Você merece algo melhor. Você merece dormir em uma cama... comigo..." Eu balancei a cabeça, lembrando dos anos que me sentei no chão sujo do porão, a escuridão, a faca, e ele enquanto empurrava dentro de mim. E então, naquela noite, os gritos... a noite que meu toque machucou meu irmão, quando o mal saiu. A mão de Maddie pousou na minha bochecha fazendo-me saltar para trás. "Não, Flame. Não vá para lá na sua cabeça. Venha comigo em vez disso. Confie em mim." Ela apertou minha mão no coração. "Eu não estou ferida. Seu toque não me machuca." Olhei por cima do ombro na direção do quarto, e com a mandíbula cerrada, balancei a cabeça. Maddie exalou um longo suspiro. Nos levantamos, em seguida, caminhamos até a porta do quarto e ela me puxou. Suas mãos tremiam quando ela subiu na pequena cama. Maddie se acomodou para trás até que suas costas pressionaram contra a parede. Segui-a até o colchão. Deitado de lado, segurei o olhar de Maddie, colocando para baixo a porra do desconforto em estar nessa cama. "Flame." Maddie chamou. "Concentre-se em minha mão na sua," ela continuou, e ligou seus dedos nos meus. Olhei para as nossas mãos, quando um dedo em sua mão livre levantou e correu sobre a cicatriz ressaltada no meu estômago. "O que é isso?" ela perguntou.


Eu apertei meus olhos, sentindo as presas da cascavel afundar em minha carne; Pastor Hughes declarou que eu era um pecador, o mal corria em minhas veias, porque eu era lento. Devido à forma como me comportava. "Flame?" Maddie empurrou. Eu abri meus olhos com um suspiro. "A cobra." Resmunguei. "A cobra que eles colocaram em mim na igreja. A cobra que me disse que eu era um pecador. Que eu tinha o fogo do inferno no meu sangue." "Eu não posso nem imaginar..." Maddie balançou a cabeça. "E as pessoas gritavam. Eles caiam em seus joelhos, e oravam pela minha alma. Porque eu era mal. Porque tinha o mal no meu sangue." Maddie balançou a cabeça. "Eles estavam errados." Maddie se aproximou, e com os dedos correndo para cima e para baixo da minha bochecha, ela declarou: "Foi por isso que você veio à minha igreja naquele dia? Você temia que eles estivessem me machucando, como feriram você?" Minhas sobrancelhas puxaram para baixo. Não entendi. "Eles não fazem isso em sua igreja?" Eu procurei nos olhos de Maddie por mentiras. "Não", ela disse calmamente, "nesta igreja eles não me tocam. Somente..." ela respirou fundo, "somente na Ordem eles me causaram dor. Mas esta igreja é boa. Eu sento em uma estátua e ouço a música vindo do coral. Eu não sou prejudicada. Eu fico sozinha." Balanço a cabeça, meus músculos ficando tensos com cada palavra sua. "Eu não entendo. Igreja é onde você é ferido."


Maddie balançou a cabeça. "Não, Flame. Eu acredito que a sua igreja, e a comuna, são diferentes. Eles nos machucaram. Mas a maioria não." Minhas sobrancelhas caíram quando Maddie deu uma risada sem humor. "A verdade é, Flame, eu não sei se acredito mais em Deus. Pelo menos, não acho que faço. Muita coisa aconteceu na minha vida para eu acreditar que existe um ser todo-poderoso lá fora, olhando por mim, me protegendo. Eu perdi minha fé. Mas quando eu vou para a igreja é como um alívio para a solidão sufocante do quarto na casa de Mae." Seus grandes olhos verdes seguraram os meus, e ela admitiu: "Você sumiu por semanas. Foi embora não estava mais debaixo da janela do meu quarto e não consegui lidar com isso. Você tinha se tornado o centro do meu mundo. Você era meu dia e noite quando estava passeando sobre meu quarto. Mas então você levou um tiro e desapareceu da minha vida. Eu não sabia o que fazer. Então, Lilah, Mae e eu entramos na igreja. Eu tentei rezar para o seu retorno, mas todos os dias eu perdi a fé quando vinha para casa e não encontrava você olhando para mim. Então continuei indo. Fui lá para ouvir a música. Para sentar e observar as pessoas vivendo suas vidas, enquanto eu simplesmente existia nas sombras." Maddie puxou minha mão para seu rosto e ela enfiou-a sob sua bochecha quente. "Até o dia que ouvi você gritando meu nome do lado de fora. E você estava de volta. Meu sol, minha luz. Você estava de volta." O lábio de Maddie puxou no canto. "E aqui estamos agora. Nos tocando. Juntos." Meu coração parecia que estava enchendo meu peito. Então ela disse: "Mas tenho que ir à igreja amanhã, por Sarai", e a porra esmagou. "Não", eu soprei fora, rasgando o gelo em minhas veias. "Você não vai voltar para aquele lugar. Eu não consigo entrar naquele maldito lugar. Eu não posso te proteger."


"Não

nada

para

me

proteger,

Flame.

Estou

indo

acompanhada de Mae e Lilah para mostrar a Sarai que lá é mais do que a fé que nós conhecemos na Ordem. Eu entendo o que ela está sentindo. Ela é tão jovem e com medo. E ela é mais como eu em disposição — quieta e retraída. Sinto que devo ir." O dedo de Maddie estava circulando as tatuagens de chamas no meu peito e ela disse: "Eu prometo a você que não vou me machucar. Eu só vou lá por algumas horas, então vou voltar para casa." Ela fez uma pausa e, em seguida, sussurrou: "Eu vou voltar para casa para... você... para este quarto... e eu nunca mais vou voltar naquele lugar. Porque você retornou. Você é minha fé despertada." Minha garganta inchou. "Maddie," Eu disse e inclinei para sua boca. A respiração de Maddie estava tão rápida quanto a minha, então me inclinei mais e pressionei meus lábios nos dela. Ela era tão suave. Eu não queria nunca me afastar. Quando puxei para trás, Maddie perguntou: "Qual é seu nome?" Meus músculos congelaram e eu disse: "Meu nome?" Uma dor quente e branca atravessou a porra do meu crânio. "Sim", ela respondeu calmamente. "Qual era o seu nome antes de você ser Flame?" Com meus olhos bem apertados, puxei minha mão para trás e agarrei meu braço. Eu assobiei quando as chamas inflamaram... Eu odiava essa porra de nome. Eu ODIAVA a porra desse nome! "Shh... Flame, calma," Maddie acalmou. Olhei para cima para vê-la segurando minha mão. "Esqueça que perguntei isso, não é importante, assim como o meu antigo nome agora não é nada para mim."


Eu queria arranhar minha pele, quando ouvi sua voz rosnando esse nome na minha cabeça, mas Maddie chegou mais perto, e engolindo seus nervos, ela lentamente colocou os braços em volta de mim. Porra, eu congelei quando suas mãos tocaram minhas costas, então, quando a voz dele desapareceu sob o toque de Maddie, eu passei meus braços em torno dela também. Eu respirei rápido em seu pescoço, relaxando enquanto seus dedos traçaram de cima para baixo na minha espinha. Eu fechei os olhos e segurei firme, então Maddie sussurrou: "Eu sou Maddie e você é Flame. Nós não somos mais quem nós éramos antes." Eu a puxei para mais perto enquanto ela falava essas palavras. Em poucos minutos eu tinha relaxado na cama que nunca tinha dormido antes, segurando a minha Maddie perto... ... Adormecendo enquanto eu a segurava, como fiz em seu desenho.


Maddie Eu podia sentir os olhos de Flame me observando enquanto escovava pelo meu cabelo e o amarrava em um coque. Eu alisei minhas mãos sobre o meu vestido e coloquei meus pés em meus sapatos. Verificando a hora, vi que Mae, Lilah e Sarai estariam aqui a qualquer momento. Virando-me, Flame estava sentado contra a parede, seus olhos escuros me observando. Meu coração acelerou, e um rubor revestiu minhas bochechas quando me lembrei de acordar esta manhã, minha cabeça estava deitada em seu peito e seu braço em volta dos meus ombros. E não houve pesadelos. Eu não tinha memórias indesejadas de meu tempo na comuna. E pela primeira vez, não acordei com o medo intenso que a minha nova liberdade não era nada mais que um sonho, apenas o inebriante conhecimento de que eu estava na casa de Flame, segura. E os seus enormes braços estavam me segurando perto. Ficamos deitados em silêncio, envoltos nos braços um do outro, na maior parte da manhã. Até que eu tinha levantado minha cabeça e sorri para o rosto inexpressivo de Flame. Eu perdi meu espírito feliz instantaneamente. "O que está errado?" perguntei. A mandíbula de Flame ficou tensa e ele disse: "Ontem à noite deitei nesta cama, com você em meus braços, ouvindo você dormir. Mas eu mal dormi. Não conseguia dormir pensando em você saindo daqui e


indo para essa igreja. Eu não pude dormir preocupado sobre descobrir isso com você, ser capaz de tocar, te beijar... e perder você." Flame girou sobre seus braços cheios de cicatrizes, mostrando-me o pulso e, correndo o dedo ao longo da carne, ele tinha dito, "Você esfria as chamas. Mas sem você elas voltam. Quando estou com raiva elas voltam. E quando penso em você indo nessa porra de igreja, posso senti-las acordarem. Posso senti-las começando a empurrar pelas minhas veias." Sentando-me, coloquei as bochechas de Flame em minhas mãos, sua barba fazia cócegas nas palmas das minhas mãos, e eu disse, "Vou ficar bem. E as chamas não estão aí. Pense em mim se elas voltarem. Lembre-se de mim e que seu toque em mim não me prejudica." Flame acenou com a cabeça, mas seus olhos permaneceram em seu pulso. Desde então, ele não havia falado muito. Quando abaixei no chão, Flame olhou para cima. "Elas estarão aqui em breve", eu disse, e estendi minha mão. Flame a colocou na sua e suas narinas queimaram. "Não vou demorar. Nesse tempo, acho que você deveria dormir." Levantei a minha mão para passar meu dedo ao longo das olheiras sob seus olhos. "Você está cansado." Flame olhou para longe, do outro lado da sala, e eu sabia que o pensamento de minha ida à igreja o assustava. E quando pensei o que foi feito para ele quando era uma criança em seu lugar de culto, tive que lutar para colocar para trás minha raiva, pelo que ele tinha sofrido. Uma batida soou na porta. Flame ficou tenso. Levantando-me, Flame subiu também, seu grande corpo elevando-se sobre mim. O silêncio era sufocante quando ele olhou para mim. Colocando ambas as mãos sobre minha bochecha, ele se inclinou e apertou seus lábios suavemente contra os meus.


Eles eram tão macios. Tão gentis. Meus olhos se encheram de lágrimas, porque eu sabia que aquele beijo era como ele se sentia sobre mim. Eu sabia naquele beijo que ele se importava comigo além da medida. Que eu era preciosa para ele. E que ele não queria que eu fosse embora. Puxando para trás, Flame colocou a testa na minha e exalou um suspiro. Passei a mão pelo seu braço e sussurrei: "Vou sentir sua falta também." A respiração de Flame me disse que eu tinha lido seu beijo corretamente. Uma segunda batida soou quando a voz de Mae chamou meu nome. "Maddie?" Fechando os olhos, respirei pelo meu nariz e declarei: "Eu tenho que ir." Flame não disse nada, ao contrário, ele deixou cair suas mãos do meu rosto e me seguiu para a porta. Abri a porta para encontrar Mae, Lilah, Sarai e Ky. Os olhos de Mae imediatamente me verificaram, e o rosto de Ky estava severo quando ele olhou para mim e para Flame. Seus olhos se estreitaram. "Você está bem, irmão?" "Você vai cuidar de Maddie, porra. Não deixe ninguém machucá-la. Porque vou matá-los se eles fizerem isso, VP. Eu vou matar eles." Sarai deu um passo para trás com o tom ameaçador de Flame. Ky cruzou os braços sobre o peito. "Rebobine essa porra, Flame", ele soprou de volta. "Prometa-me," Flame estalou. A mandíbula de Ky apertou e ele disse: "Você acha que vou deixar alguma coisa acontecer com minha cadela?"


Sentindo o ar crepitar com a tensão, eu me virei para Flame e estendi a mão para segurar sua mão. Eu ouvi os suspiros de choque atrás de nós, mas ignorei minhas irmãs e Sarai, para dizer: "Ky vai cuidar de mim, Flame. Ele protege Lilah como você faz comigo." Os olhos escuros de Flame estavam focados nos meus, a dilatação de suas pupilas traiam seu nervosismo sobre eu estar o deixando. Apertei os dedos e garanti: "Vou ficar longe apenas algumas horas. Então vou voltar direto para você." A cabeça de Flame caiu, e eu soltei a mão para me juntar as minhas irmãs. Eu podia ver seu olhar de questionamento, mas mantive minha cabeça abaixada e fui direto para a caminhonete de Ky. A porta estava destrancada, e eu me sentei dentro para esperar pelos outros se juntarem a nós. Quando Mae e Sarai sentaram ao meu lado, e Lilah e Ky sentaram nos bancos da frente, olhei para fora da janela e vi Flame ainda de pé na porta, me olhando. Meu coração acelerou de novo, e um sorriso apareceu em meus lábios, sabendo que ele era meu. Ele tinha olhos meia-noite. Tinha piercings. Tatuado. Forte. E cheio de pura raiva. Mas ele era meu. E quando estava comigo, ele era gentil, atencioso, e apenas quebrado como eu. E adorava que era eu quem testemunhava esse lado dele, e somente eu. Ele era especial para mim, como eu era especial para ele. "Estamos prontos?" Perguntou Ky. Em uníssono, Mae e Lilah responderam "Sim." À medida que nos afastamos, acenei para Flame, vendo-o caminhar para fora da porta e nos vendo ir. Quando vi seu rosto em branco, quase gritei para Ky me deixar sair, mas depois, pensei em Sarai ao meu lado, e me forcei a ficar. A cabine da caminhonete estava calma, até Mae perguntar: "Você está bem, Maddie?"


Meus olhos se levantaram para atender os de Mae e balancei a cabeça. "Sim." Os olhos de Mae estavam procurando os meus, mas eu não queria falar. Sabia como se sentiam sobre Flame. E isso quebrava meu coração, mais ainda porque ele sabia o que as pessoas pensavam dele também. Foi por isso que ele mal falava quando estava com alguém. Ninguém entendia o verdadeiro Flame. Ninguém além de mim. "Você está nervosa, Sarai?" Perguntou Mae. Eu olhei para a pequena adolescente loira. As mãos de Sarai estavam apertadas em seu colo e ela olhou para cima para Mae. "Sim", ela respondeu suavemente. Lilah se voltou em seu assento, com a outra mão em Ky. "Não há nenhuma necessidade de ficar nervosa, Sarai. Pastora James é gentil. Ela fechou a igreja, para que ninguém lá pudesse deixá-la nervosa." Lilah sorriu e suspirou. "E você vai ver que o Senhor ainda pode ser adorado. Puramente, não contaminado por homens ofensivos e falsas verdades." Sarai suspirou e balançou a cabeça. "Eu não posso imaginar um lugar assim, embora esteja animada para conhecê-la." Meu peito se apertou enquanto olhava para esta menina. Eu estava além de grata que ela tinha encontrado a coragem de fugir. Eu sabia que nunca teria saído se Mae não tivesse retornado. Poderia ter passado minha vida inteira trancada naquele inferno. Até o dia que o Irmão Moses me matasse. Porque ele iria. Eu sei agora que o irmão Moses teria eventualmente me quebrado, como Gabriel tinha feito com Bella. E eu nunca teria conhecido Flame. E se ele não tivesse me encontrado seria condenado a uma vida sozinho também. Eu forcei para baixo a emoção subindo em minha


garganta e preferi me concentrar na lembrança de seus lábios contra os meus. Sem um pensamento consciente, meus dedos levantaram para os meus lábios e eu tinha um sorriso enfeitando meu rosto. Meu coração pulou com esperança. Espero que, talvez juntos, podemos não ser tão danificados. Que pudéssemos de alguma forma fazer bem um ao outro. A viagem passou mais rápido do que a maioria das vezes, com os meus pensamentos ocupados por Flame. Em seguida, Ky puxou o carro e parou. Mae pegou a mão de Sarai e deixou o carro. Eu ia sair quando vi Ky se inclinar para Lilah e esmagar sua boca na dela. Lilah derreteu em seu abraço, e ambos romperam com os olhos escuros. "Amo você, baby", Ky disse abafado. Lilah se inclinou para frente mais uma vez para pressionar um único beijo rápido nos lábios de seu marido. "Eu também te amo. Muito," acrescentou ela, e meu coração balançou com inveja. "Ligue-me quando você quiser que eu venha pegar vocês. Eu ficarei por aqui, no centro da cidade, cuidando de alguns negócios." "Tudo bem," respondeu Lilah e pulou para fora do carro. Eu rapidamente saí também. Encontrei com Mae e Sarai na calçada. Sarai estava olhando para a igreja, com a boca escancarada com a visão. "Bonito, não é?" Lilah disse, enquanto a caminhonete de Ky puxou de volta para a rua. "É", disse Sarai, claramente em reverência. Como um, nós subimos os degraus. Lilah entrou pelas grandes portas de madeira em primeiro lugar, nós três a seguindo bem atrás. A igreja estava


completamente silenciosa. No fim, a Pastora James levantou-se, obviamente, à espera da nossa chegada. Vendo-nos entrar, Pastora James desceu do altar e nos encontramos com ela no meio do caminho até o altar. Seu rosto abriuse num sorriso e ela abraçou Lilah e Mae. Quando ela chegou até mim, acenou com a cabeça. Em seguida, seus olhos caíram sobre Sarai. "Você deve ser Sarai," disse ela. Sarai pressionou mais em Mae, obviamente tímida do encontro com a pastora pela primeira vez. Mae colocou o braço em torno de Sarai e acenou com a cabeça. "Esta é Sarai. Ela é um pouco tímida, mas está ansiosa para ver por si mesma como as pessoas adoram aqui, o nosso Salvador." Pastora James sorriu diretamente para Sarai e mostrou-lhe os bancos. "Este é o lugar onde nós adoramos. A congregação geralmente vem para o sermão em um domingo, mas a igreja está aberta para o seu povo vir a qualquer hora, para adorar em privado ou para ter um lugar tranquilo para a contemplação." Eu assisti Sarai encarando a Pastora James e meu coração apertou com o rosto dela absorvendo cada palavra. Eu entendia como estranho tudo isso seria para ela. E aos quatorze anos, ela deve se sentir tão perdida e sozinha. Meus dedos ficaram duros com o que eu estava prestes a fazer, respirei fundo, estendi a mão e tomei a mão de Sarai na minha. Seus olhos azuis dispararam para mim. Lancei-lhe um sorriso de apoio. Os olhos de Sarai mergulharam em meu aperto, e senti a mão de Mae apertar meu ombro. "Obrigada," ela murmurou. Segui a Pastora James, de mãos dadas com a garotinha perdida ao meu lado. Chegamos ao altar e nos viramos para o corpo da igreja. Pastora James deu um passo em frente e apontou para a varanda. "É aí


que o nosso ensaio do coral é feito e a apresentação em um domingo." Ela virou-se de volta, e apontou para o altar. "Aqui é onde prego meus sermões, e ofereço o sangue e vinho." A mão de Sarai começou a tremer na minha. Olhei para as mãos ao vê-la olhando para baixo, quando de repente, ela soltou minha mão e enfiou a mão no bolso de seu longo vestido. O que se seguiu parecia acontecer em câmera lenta. Sarai sacou uma arma. Em segundos, ela levantou-a para a cabeça da Pastora James e puxou o gatilho. O som do disparo da bala como um trovão ecoou na igreja. Mae, Lilah e eu pulamos para trás, assim que a bala atravessou a cabeça da Pastora James, sangue regando nossas roupas quando seu corpo sem vida caiu no chão. Um grito rasgou da garganta de Lilah. Meu coração trovejava no meu peito. Sarai, em seguida, virou-se para nós, a arma apontando para nosso peito. "Sarai..." Mae sussurrou, sua mão pairando sobre sua boca. "O que você fez? O que está acontecendo?" O rosto sempre tímido de Sarai se transformou em uma expressão tão grave que o meu coração afundou como uma pedra. "Cale a boca!" Ela sussurrou, quando a arma digitalizava a nós três. "Prostitutas do Diabo!" Ela cuspiu, e balançou a cabeça. "Vocês são pecadores, as mulheres Amaldiçoadas de Eva. Vocês estão contaminadas pelo diabo e devem pagar." Minhas mãos começaram a tremer. Mae chegou próximo a Lilah quanto eu. Quando minha mão apertou a de Mae, Sarai sacudiu seu queixo em direção a parte de trás da igreja. "Movam-se para lá." Nós ficamos paradas. Mae implorou, "Por favor, Sarai..."


"Eu disse para se mexerem!" Sarai gritou. Mae levou Lilah e eu para a parte de trás da igreja. Sarai balançava em seus pés, seus olhos voando para a porta de saída. "Por que está fazendo isso, Sarai?" Lilah teve a coragem de perguntar. Os olhos de Sarai estreitaram em nós, e ela disse: "Vocês são uma praga para nossa gente e vocês devem ser levadas para Nova Sião. Fui enviada aqui para recuperar vocês. Para trazê-las de volta para o Profeta." Seus olhos brilharam e ela disse: "Para enfrentarem a penitência por sua traição." Todo o sangue foi drenado do meu rosto. Estávamos para sermos enviadas para o nosso povo. Mae puxou em uma respiração cortante. "Profeta Cain ordenou isso? Ele ordenou-lhe tirar a vida de uma inocente, e recuperar a nós? Você é uma criança!" Sarai congelou e disse sombriamente: "Eu sou velha o suficiente para servir a Deus e meu Profeta. Estamos em uma guerra santa. Sangue inocente será derramado. Mas os justos irão prevalecer." A porta traseira se abriu e de repente dois homens vieram. Eles usavam máscaras de esqui negras, cobrindo a maior parte de seus rostos. Eles olharam para Sarai através das fendas dos olhos no material de lã. Ela ainda estava segurando a arma. "Você é Sarai?" Perguntou um deles. Sarai assentiu com a cabeça e, em seguida, os homens se voltaram para nós. "São estas as prostitutas?" "Sim", respondeu Sarai. A pressão de Mae se tornou mais forte.


"Nós temos a van no beco, nos fundos. Precisamos chegar ao ponto de encontro." Os homens se adiantaram, e um grito escapou de meus lábios. Um dos homens agarrou meu braço, e o outro pegou Mae e Lilah. Em um segundo seus corpos grandes estavam arrastando-nos da igreja. Nós três lutávamos contra seus apertos, mas eles eram muito fortes. Não adiantava. Olhei para trás para ver Sarai seguindo, e além de Sarai eu podia ver o corpo da Pastora James esparramado no chão, sangue inundando a madeira embaixo dela. Sentindo-me enjoada, lutei contra o vômito viajando até minha garganta. Então peguei os olhos de Sarai, e meu sangue congelou. O olhar em seus olhos era os mesmos em aparência que o irmão Moses usava quando ele me tomava quando eu era apenas uma criança. O olhar que dizia acreditar cem por cento no que ele estava fazendo. Que ele foi alimentado pelo poder do Profeta. Que ele foi alimentado pelo próprio Deus. "Sarai," sussurrei, meu coração batendo com o que ela tinha feito. Ela era tão jovem, mas ela tinha matado um inocente, sem remorso. "Repense isto! Por favor!" Seus olhos azuis se estreitaram e ela balançou a cabeça. "Você se desviaram, prostitutas. Todas vocês. E todas vocês se encontraram com o inimigo. Todas e cada uma de vocês se encontraram com um dos homens do diabo." Sarai apertou sua mão sobre a arma e disse: "Ele me disse que vocês estavam corrompidas, mas ouvir isso é uma coisa, ver com meus próprios olhos; são duas coisas completamente diferentes. Mas ele vai ter certeza que vocês serão punidas. Ele vai ter certeza que vocês pagarão por tudo o que fizeram." O homem segurando meu braço me jogou para frente e eu aterrei na parte traseira de uma van. Lilah e Mae estavam sentadas à


minha frente. Em seguida, mergulhamos na escuridão, apenas uma pequena fresta de luz se esgueirando das portas da van. O motor ligou. Meu coração batia muito rápido e senti que não conseguia respirar enquanto a escuridão se fechava dentro. "Senhor..." Eu ouvi Lilah sussurrar, sua voz tremendo de medo, "O que vai acontecer com a gente? Como isso aconteceu?" "Sarai", sussurrei de volta. "Ela estava mentindo o tempo todo. Sua aparição no complexo foi um jogo. Para o Profeta. Ky e Styx estavam certos em duvidarem de suas intenções depois de tudo." O silêncio se seguiu, então Mae disse entrecortada, "E eu convenci Styx a deixá-la ficar. Lilah tomou-a e cuidou dela." A cabeça de Mae caiu em suas mãos e ela disse: "Eu sempre acreditei que Cain era verdadeiramente bom, por baixo de tudo, o homem que conheci como Rider. Que ele estava tão perdido quanto nós três. Lavagem cerebral, criado para acreditar nessas coisas erradas e prejudiciais. Mas Sarai disse que estávamos sendo levadas para ele. Eu... eu..." a voz de Mae sumiu. Mesmo nesta escuridão, podia sentir a tristeza engolindo seu corpo. O silêncio reinou quando a van começou a se mover, em seguida, Lilah disse: "Nenhuma de vocês viram a Nova Sião. Isto não é nada como a nossa velha comuna. E os anciãos, os discípulos e o Profeta Cain... eles são piores, se isso é possível." A voz de Lilah cortou, e ela fungou de volta sua emoção. "Eu temo que nós não vamos ver Ky ou Styx novamente." Meu coração perdeu uma batida com a dor em sua voz, e acrescentei, "Ou meu Flame". Mae e Lilah não disseram nada em troca, e sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, confidenciei: "Ele me beijou. Ontem, nós nos beijamos..." Um soluço construiu em minha garganta, mas consegui adicionar, "e ele segurou minha mão. Ele me tocou, e eu


amei. Ele me beijou. Contra todas as probabilidades, nós nos beijamos... e foi assim como você duas descreveram... foi tudo, e agora eu o perdi..." "Maddie," sussurrou Mae. Em seguida, o meu medo cravou enquanto pensava no que poderia estar à frente. Senti meu corpo aproveitar que minha mente me levou de volta para as memórias que eu tinha empurrado o caminho para as trevas da minha mente. Voltando para a comuna. De volta para quando Mae tinha fugido e as pessoas estavam em pânico. De volta ao dia em que todos os quatro Anciãos vieram para mim, para me livrar do pecado original da minha família... Eu corri para o canto quando ouvi passos se aproximando de nossos aposentos. Mas não era um único conjunto de passos. Eu podia ouvir muitos. Muitos passos se aproximando da nossa porta. "Maddie?" Lilah chamou do outro lado da sala. Mas eu não olhei para onde ela estava sentada. Eu não pude. Meus olhos ficaram paralisados na porta. Paralisados sobre as muitas sombras em movimento no corredor. Coloquei meus braços em volta de minhas pernas, e segurei firme. Por um breve momento tive o bobo pensamente que poderia me fazer pequena o suficiente, que se me pressionasse contra a parede tão pequena quanto o possível, os anciãos poderiam me deixar em paz. Mas, quando ouvi vozes profundas ecoando atrás da porta, não sabia de nada que pudesse fazer para me esconder deles. Desde que Mae tinha fugido, os olhares se voltaram para mim — sua irmã de sangue — crescente raiva e suspeita. Eu tinha ouvido seus sussurros enquanto discutiam o pecado inato encontrado em nossa família. E eu tinha os ouvido falando que foi decidido que era um problema que precisava ser corrigido mediante a irmã que permaneceu.


Eu sabia que eles viriam para mim, seria punida no lugar de Mae. A maçaneta da porta de repente virou-se, e ouvindo minha respiração superficial profunda que rugia em meus ouvidos, a porta se abriu para revelar o amplo corpo do irmão Moses. Seus olhos imediatamente me procuraram. Quando ele me encontrou, enrolada firmemente contra a parede mais distante, ele acenou com a mão, uma ordem silenciosa para eu me levantar. Sentindo que minhas pernas poderiam falhar, usei minhas mãos na parede para me ajudar a chegar aos meus pés. Irmão Moses virou sem uma palavra e caminhou para fora da porta. Eu segui atrás, incapaz de sequer olhar para Lilah enquanto eu passava. Eu temia que não pudesse suportar o medo e a simpatia que estariam em seu lindo olhar azul. Irmão Moses virou-se para caminhar pelo corredor, para o quarto que sempre me levou em uma troca de irmão-irmã. Mas quando arrisquei um olhar para procurar o resto do corredor, me perguntava onde as outras pessoas tinham ido? Quando chegamos ao quarto de Moses, a minha pergunta foi respondida. Irmãos Jacob, Noah e Gabriel estavam no centro da sala de Moses ao lado da mesa com grilhão. A mesa que eu seria tomada em cada noite, chicoteada e acorrentada, enquanto Moses exorcizava minha alma pecadora. A mesa que ele tinha me levado quando era uma criança. Cada ancião havia retirado suas camisas e calças, e estavam todos me observando, suas mãos se movendo para frente e para trás em seus comprimentos eretos. E o medo, que nunca tinha experimentado antes, me segurou.


Meus pés, parecendo se mover por conta própria, cambaleou para trás, tudo dentro de mim dizendo para correr. Mas, assim que me virei de terror do que eles queriam fazer comigo, uma mão agarrou meu braço — Irmão Moses. Eu gritava de dor enquanto ele me arrastou para trás, batendo a porta, prendendo-me no interior. Fazendo-me girar, irmão de Moses me empurrou por lhe resistir, meu pescoço estalando de volta com vigor. Apertando mais sua mão no meu braço, ele estendeu a mão e acariciou o dedo calejado pelo meu rosto e ao longo do meu pescoço. Minha pele se arrepiou com seu toque áspero familiar, e eu vacilei. O dedo de Moses parou quando ele encontrou o decote alto do meu vestido. Eu ofegava, tentando respirar através do meu medo, quando ele disse: "Você vê, irmãos, sua alma infectada puxa de volta o toque do Senhor." E meu coração caiu. Meu coração caiu no olhar de determinação em todos os olhares dos irmãos. A determinação em exorcizar meu pecado. Eu lutei contra um gemido quando o irmão de Moses começou a se aproximar do meu corpo, sua respiração com cheiro de tabaco enchendo meu nariz. Sua respiração tomou conta de meu rosto quando ele chegou em volta da minha cintura e lentamente puxou para baixo o zíper do meu vestido. Em segundos o meu vestido batia no chão, junto com a minha modéstia. E eu estava à mostra para os anciãos. Nua e tremendo. Moses nunca permitiu que eu usasse roupas de baixo, uma lei que eu desprezava. Ele não gostava de ter que lutar para me levar. Irmão Gabriel se adiantou, e irmão Moses mudou de lado. Eu queria cobrir meu corpo. Queria virar e fugir, queria ser deixada em paz, mas lutei contra a vontade e permaneci completamente imóvel.


Estes homens me tinham sob seu controle. Eu sempre tinha obedecido todos os seus comandos. A mão de Gabriel levantou, e ele lambeu ao longo de seu lábio inferior enquanto seus dedos atropelaram meu mamilo. Lágrimas encheram meus olhos por ser tocada assim, o segundo em comando do Profeta, mas eu as pisquei longe, forçando-me a suportar a sua exploração. Mas esse dedo começou a mover para o sul, até a minha área mais privada. Quando o dedo de Gabriel empurrou através das minhas dobras, um grito de dor escapou de meus lábios. Eu não podia suportar a sensação dele me tocando. Eu queria bater na mão dele, queria dizer a ele para parar. Mas sabia que não tinha esse poder. E eu seria punida mais. Eu não podia suportar ser punida mais. Os olhos de Gabriel queimaram quando ele esfregou o dedo entre as minhas pernas, e seu rosto se aproximou do meu. Pouco antes de sua boca encontrar a minha orelha, ele enfiou o dedo dentro de mim, e gritei de dor. "Eu vejo Jezebel e Salome em seu rosto, Magdalene. Eu vejo a impureza de Satanás possuir sua alma tão claramente quanto ele possuía a delas." Inclinando a cabeça para trás, seus olhos correram sobre meu rosto e ele gemeu. "Aqueles olhos, aqueles lábios, aquele cabelo. É a maldição de sua família. A maldição de Eva." Fechei os olhos, respirando pelo nariz quando seu rosto mudou de volta. Em seguida, com a mão no meu braço, Gabriel me girou e inclinou meu tronco sobre a mesa para o lado, os meus seios batendo na madeira. Quando minha bochecha bateu na mesa, eu senti nas minhas costas quando uma dor cegante brilhou sobre o meu rosto.


Minhas pernas estavam chutando à parte, e antes que eu tivesse tempo para me preparar para sua intrusão, ele bateu dentro de mim. Um grito saiu da minha boca, sentindo como se ele estivesse me rasgando, mas apenas o aperto de Gabriel na parte de trás do meu pescoço, me forçando a suportar. "Grite, prostituta de Satanás. Grite enquanto nós livramos todo mal de sua alma," Gabriel rosnou quando ele construiu velocidade, suas unhas cavando na minha nuca. Tentei bloquear tudo, tentei pensar em outra coisa, mas o movimento no quarto chamou minha atenção. O resto dos Anciãos estavam se aproximando. E naquele minuto perdi toda a esperança. Porque sabia que todos eles iam me levar. Todos os quatro estavam aqui para me levar. Um por um. As lágrimas dos meus olhos caíram enquanto Gabriel rugia sua libertação. Mesmo antes que eu tivesse tempo para me preparar para o que viria a seguir, fui arrastada para a parede com o meu braço já machucado, meus pulsos foram algemados em cadeias curtas que pendiam do alto tijolo exposto. E desta vez Moses se aproximou. Porque isso era o que Moses fazia. Ele me levava para essas algemas que o guardavam tanto, e me fazia intermináveis horas de dor. Meus braços doíam enquanto eu lutava contra a força das correntes, mas Moses simplesmente levantou minhas pernas, ignorando minha luta. Certificando-se de que o olhei nos seus olhos, ele empurrou para frente, a agonia em brasa me fez ver manchas. E ele não parou. Ele avançou a um ritmo implacável, mordendo minha pele, até que gritei para ele parar. Até que implorei. Ele sempre gostava que eu implorasse.


Quando ele lançou sua semente dentro de mim, me puxou de volta. Meu corpo fraco e cansado, fiquei pendurada nas cadeias, as pontas dos meus dedos raspando contra o chão. Minha cabeça pendia em direção ao meu peito, a dor entre as minhas pernas demais para suportar. Então, minhas pernas latejantes foram levantadas novamente e espalhadas largamente. Rolando a cabeça para cima, vi o rosto do irmão Jacob, assim quando ele forçou-se dentro a mim. Só que desta vez não gritei. Eu não gritei enquanto cada um levou-me várias vezes contra a parede. À medida que cada um me acorrentava a mesa e forçou-se sobre mim novamente. E isso não parou. Estes quatro homens voltavam para mim todas as noites, para me levar de novo e de novo e novamente, até que não podia suportar o toque de nenhum outro homem. Até que não poderia suportar a visão de mim mesma. Eles me fizeram sangrar. Eles torturaram minha alma. Eles rasgaram o meu pecado, mais e mais e mais— "Maddie! Não! Não. Não faça isso para si mesmo. Maddie!" Pisquei para a escuridão, minha cabeça limpando do meu pesadelo, para ver Mae diante de mim. Sua mão correu sobre o meu rosto, minha cabeça e meus braços. "Maddie. Fala comigo. Você está suando e tremendo. Por favor, não deixe que esses homens ganhem. Não deixe as memórias recuperarem o seu poder sobre você. Você já chegou tão longe. Seja forte. Combata-os de volta." Eu abri minha boca para falar, mas nenhuma palavra saiu. Meu corpo tremia, e Mae segurou meu rosto firme em suas mãos em


concha. Procurando o meu rosto, ela disse: "Por favor, Maddie. Fale comigo. Eu preciso que você seja forte por mim." Desta vez, quando abri minha boca, falei de coração. Como eu sabia que apenas uma pessoa poderia me acalmar do meu pesadelo. Só uma pessoa podia entender como eu me sentia. E quando consegui falar, consegui expressar o que eu mais precisava. "Flame..." Eu sussurrei. "Eu... Eu preciso do meu Flame."


Profeta Cain "Você está pronto, Cain?" A mão de Judah pousou no meu ombro enquanto eu saia da mansão. Judah estava vestido com sua camisa preta, calça cargo e botas, como eu. Seja o que for que ele queria que eu desse uma olhada, um desenvolvimento secreto que ele tinha vindo a trabalhar, estava fora de Nova Sião. "Eu estou pronto", disse e segui sua liderança até a van que nos esperava. Eu fiz uma careta vendo a van escurecida. Parei, olhei para Judah, cujos olhos estavam iluminados com excitação. "Uma van?" Eu questionei. "Por que precisamos de uma van?" Judah soltou meu ombro e subiu na van. Irmão Luke estava sentado atrás do volante. Ele inclinou-se para mim enquanto eu subia. Minha atenção estava ainda em Judah, esperando por ele para responder a minha pergunta. Bati a porta da van e repeti: "Uma van?" Judah olhou para o irmão Luke e sorriu. "Você vai ver, irmão. Precisamos escolher algo. E sem dúvida você vai ficar satisfeito. O que fiz, fiz por você, e somente você. Você ficará satisfeito. E esta surpresa nos trará tudo a um passo de nossa visão." Eu fiz uma careta, sem saber o que poderia ser essa sua surpresa, mas estava contente com a sua resposta. Uma vez que nosso desacordo sobre os vídeos das crianças tinha sido alguns dias antes,


nós não tínhamos nos falado tanto como o normal. Ele não tinha me visitado na mansão, e pela primeira vez em muito tempo, eu me sentia completamente sozinho. Sem Judah, eu estava perdido. "Obrigado", eu disse, um minuto depois, quando passamos para fora do portão de trás da comuna e para uma estrada isolada. Judah se virou para olhar para mim. Em seguida, um sorriso se espalhou em seus lábios. Eu podia ver o quanto os meus agradecimentos significavam para ele. Sua mão cobriu a minha. "Eu sei que você não vê o propósito em nossos caminhos, por vezes, mas sei que estou fazendo isso por você. Nosso povo acredita em você, Profeta Cain. Eles vêem seu rosto e sabem que Deus está com eles. Como eu faço. Estes primeiros meses, talvez até anos, serão um período de adaptação." Apertei a mão de Judah e sentei no meu lugar. Irmão Luke limpou a garganta e disse: "Eu tenho Compartilhamento do Senhor agendado para o final desta semana. O Profeta David usava para leválas na antiga comuna, mas sei que é algo que Judah tem sido líder em Nova Sião, desde que você ainda tem que tomar uma consorte ou esposa." Irmão Luke se mexeu na cadeira e disse: "As pessoas estão começando a questionar por que isso não têm acontecido com mais regularidade. Devemos fazer pelo menos três vezes por semana. Isto é essencial para os homens conseguirem a sua meditação celestial. Nosso povo perde a fé se esses atos não forem realizados." Eu fiquei tenso como se as palavras do irmão Luke tivessem agredido meus ouvidos, e eu podia sentir Judah enrijecer ao meu lado. Compartilhamento do Senhor. A troca de irmão-irmã. Eu balancei a cabeça tentando apagar o que Mae havia me dito sobre essas cerimônias, e também o que disse Judah sobre o seu envolvimento no despertar de jovens.


Depois que Judah e eu tínhamos discutido sobre os vídeos, eu tinha procurado as cartas particulares do Profeta David e lá, em preto e branco, estavam suas palavras reveladas por Deus. Ele havia pregado sobre a idade não ser relevante na tomada de uma esposa ou consorte, assim como não tinha sido na Bíblia. Mas quando li essas palavras e retratei as jovens meninas dançando nos vídeos, me sentia mal; sabendo que os homens, homens crescidos, iriam levá-las carnalmente em uma troca de irmão-irmã. "Irmão," Judah aconselhou. Sua mão agarrou meu joelho com força. "Não dê a nosso povo motivos para duvidar de você. Temos chamado todos em volta de todo o mundo, para se unir como uma comunidade, uma comunidade sob Deus, com você para ser Seu mensageiro. Depois que os homens do diabo atacaram, os homens que você passou cinco anos vivendo, eles procuram em você orientação." Judah se inclinou para frente até que encontrei seus olhos e ele enfatizou: "Precisamos de ordem. Precisamos que nossas crenças e costumes sejam honrados, ou o nosso povo não vai confiar em seu julgamento.

Com

a

Klan

do

nosso

lado,

estamos

crescendo

financeiramente. Estamos protegidos do mundo exterior. Agora é hora de nos concentrar dentro dos limites de nossas paredes. Milhares e milhares estão esperando por sua liderança através do brilho. Sermões não são suficientes. Você precisa participar mais dos círculos sagrados e, finalmente, aparecer nas partilhas do Senhor." As palavras de Judah estavam certas. Meu tio realizava estas cerimônias, e nosso povo nunca duvidou dele. E eu sabia que, de acordo com nossas tradições, tinha que levar essas práticas. Nossas crenças eram baseadas em prazer sexual, mesmo que eu nunca tivesse experimentado isso sozinho. "Irmão?" Judah chamou. Eu balancei a cabeça. "Vou participar", eu concordei, lutando contra minha vontade interior, que me dizia o contrário.


O rosto de Judah dividiu em um enorme sorriso. "Perfeito", ele suspirou de alívio. "E acredite em mim, você vai querer participar a partir de hoje." Eu fiz uma careta novamente. Mas tudo que poderia repetir na minha cabeça eram as palavras de Mae... Alguma vez você já estuprou uma criança... você já tomou uma criança em uma troca de irmão-irmã... Enquanto a van seguiu em frente, olhei para fora da janela, então fechei os olhos. Orei ao Senhor para ajudar-me a navegar neste pesadelo.

Uma hora mais tarde, o irmão Luke puxou para uma estrada lateral, um caminho de terra a um lugar familiar. "Por que estamos aqui?" Perguntei a Judah. "Você sabe que lugar é este?" Ele perguntou, surpreso. Eu balancei a cabeça. "Judah, o que—" "Você esperou tanto tempo, irmão. Só mais alguns minutos e você vai ver o que fiz para você." Eu olhei para fora da janela para a cidade fantasma que costumava usar em declives com as Hangmen, e meu estômago rolou em trepidação. Não havia nada aqui. Nada aqui, apenas edifícios abandonados e sujeira. Sentei-me em silêncio quando nos aproximamos de um antigo moinho escuro. Havia uma van na frente, mas nada mais. Quando a nossa van se deteve, dois homens saíram do moinho.


Os homens estavam vestidos de preto. Eles não eram da comuna. Não eram conhecidos. O maior dos dois jogou seu queixo para fora da van. "Judah?" Ele perguntou, mas balancei minha cabeça e apontei para o meu irmão. O homem sorriu. "Porra. Difícil dizer quem é quem." Judah se adiantou e tomou a liderança. "Tudo correu bem?" "Como um relógio", respondeu o homem. "Nossos homens entraram e moveram-se duros. Nada será deixado quando a próxima pessoa vir para cima. Desaparecimento total. Os registros foram eliminados

sobre

com

quem

ela

estava

se

encontrando.

Nenhum vestígio, como o Grande Feiticeiro do Klan nos pagou para fazer. Nós fazemos essa porra certo. É por isso que ele nos colocou no negócio." Homens pagos, pensei. Mas para o que Judah precisava dos homens pagos? "E o estoque?" Perguntou Judah. "No moinho. Junto com a menina." Os olhos de Judah brilharam novamente. Fiquei imaginando o que lhe fez tão animado. Então ele se virou para mim. "Pronto para sua surpresa?" Eu balancei a cabeça cautelosamente. Judah e eu seguimos os

homens

para

o

moinho.

O

silêncio

reinou

enquanto

nos

aproximávamos. O homem que Judah tinha conversado destrancou a porta grande do moinho. Em questão de segundos, ele a abriu. A luz fraca de lamparinas a óleo derramava na estrada de terra e todos nós entramos. A princípio só podia ver nada além de um antigo moinho vazio. Em seguida, na parte de trás podia ver uma menina segurando uma arma apontada para alguém escondido atrás de uma divisória de madeira.


Senhor, pensei. A garota parecia ter treze ou quatorze anos, talvez? E ela era uma das nossas; vestida com o vestido cinzento, o uniforme da comuna e touca branca. Os homens pagos viraram e sorriram. "Recusou-se a mover-se por um segundo sequer. Disse que ela era um soldado na guerra santa, e que ela iria manter-se em seu posto até que vocês chegassem." Apertei os olhos sobre a garota, tentando reconhecê-la. Eu não conseguia, mas quando me virei para Judah, ele estava olhando para ela. Observando-a como se ela fosse tudo para ele. Como ele costumava olhar para Phebe... Não… "Irmão Judah." A voz feminina veio da jovem. Quando mudei minha atenção para os fundos do moinho, a jovem veio correndo em direção a Judah e imediatamente colocou os braços ao redor de sua cintura. Os braços de Judah circularam suas costas e ele deu um beijo em sua testa. Meu coração se afundou quando olhei para o meu irmão, meu irmão gêmeo de 24 anos de idade que empurrava a menina em volta e esmagava os lábios em sua boca. Eu assisti em choque, só para ele quebrar o beijo e por sua vez, ela olhar para mim. Seus olhos azuis imediatamente caíram e ela inclinou a cabeça. "Profeta, tenho a honra de encontrar você." Meu olhar estalou a Judah que estava sorrindo com orgulho. "Esta é Sarai, irmão. A minha consorte. Ela não é bela?" Eu não tinha palavras em resposta, e Judah se aproximou. "Ela tem sido parte integrante de meu plano, a minha surpresa para você." Judah estendeu a mão e pegou a mão de Sarai. "Você fez bem, meu amor."


Seus olhos azuis brilharam para meu irmão e, em seguida, seu lábio enrolou. "Elas são prostitutas. Todas elas. Os homens que residem com os homens do diabo, eles são impuros, os pecadores da pior espécie. Eu me senti mal todo o tempo que estava com eles. Mas me mantive forte com a causa. Mantive o foco em nosso plano. E eles nunca duvidaram de mim nem por um segundo." Judah beijou a cabeça e com o braço em volta dos ombros, prometeu. "Elas vão ser exorcizadas de seus pecados quando voltarmos para casa. Elas serão punidas, e você vai ser elogiada. Basta esperar até que nosso povo ouça o que você tem feito por eles." Eu escutei Judah falar com Sarai. E vi quando ele levou-a para frente para a divisória de madeira. Mas tudo que podia ouvir na minha cabeça era: Elas são prostitutas. Todas elas. Os homens que residem com os homens do diabo, eles são impuros, os pecadores da pior espécie... Não, eu pensei, quando meu coração bateu no meu peito. Ele não iria contra as minhas ordens. Ele não iria recuperá-las, até que não fôssemos fortes, não até estarmos prontos; certamente ele não fez— "Irmão, venha," disse Judah, sorrindo para mim quando ele ficou olhando por trás da divisória para alguém. "Eu tenho algo que você precisa ver." Minhas pernas pareciam como se tivessem carregando um peso morto enquanto eu caminhava para frente. E quando passei a divisória de madeira, ouvi um grito e meus olhos foram para a esquerda. Minha respiração se acalmou quando eu a vi, e meu pulso decolou como um morcego fora do inferno em meu pescoço. Ela parecia exatamente a mesma. O cabelo longo preto, a mais pura e mais pálida pele branca, olhos azuis gelo. Olhos que eram anormalmente grandes enquanto eles olhavam para mim agora.


E parecia que foi ontem que eu a tinha visto. Senti que foi ontem quando nos sentamos juntos no meu quarto, assistindo filmes e descansando no sofá. "Mae," sussurrei quando dei um passo para frente. Mas Mae se encolheu com o meu movimento, e as irmãs ao seu lado enrolaram ainda mais perto dela. Levou-me um momento para perceber que todas estavam apavoradas. Mae estava com medo de mim. Eu. Uma mão bateu no meu ombro e Judah estava em pé ao meu lado. Eu vi Mae olhar de Judah para mim e novamente, como se ela não pudesse acreditar no que estava diante dela. "Este é o seu presente?" perguntei a Judah, em voz baixa. "Você pegou a Amaldiçoada dos Hangmen, sem a minha permissão?" A mão de Judah tornou um ferro apertado e ouvi sua inspiração rápida com o tom da minha voz. "Você precisa de uma mulher, irmão. E eu sabia que só iria levar ela," ele apontou para Mae e soprou fora, "Salome. A mulher destinada do Profeta." Judah suspirou, mas acrescentou: "Eu sei que você disse para esperar, mas somos protegidos por Deus. E você precisa de uma mulher." Ele apontou para Mae. "Você precisa dela." Os olhos de Mae fecharam quando ouviu aquelas palavras, e eu dei um passo à frente novamente, descartando Judah. "Deixe-nos," eu disse a Judah e ao irmão Luke, que estava esperando atrás de nós. "Mas, Cain—" "Eu disse para nos deixar!" Gritei, quando olhei para trás para encontrar os olhos de meu irmão. Sua mandíbula apertada enquanto ele me olhava, mas ele se virou e saiu do moinho, levando a criança e os homens com ele.


Quando eles foram embora, corri minhas mãos pelo meu cabelo. O que ele estava pensando? Enviando aquela criança — uma criança que ele estava tomando sexualmente — ao complexo dos Hangmen para recuperar as Amaldiçoadas. Nós não éramos fortes o suficiente. E Styx traria toda a fúria de Hades sobre a comuna quando percebesse que ela se foi. Todas as três estavam aqui, e não demoraria muito para o Prez descobrir de onde elas tinham sido levadas. Eu ia tomá-la de volta, com o tempo. Mas ainda não. Nem fodendo agora! "Cain?" O som suave da voz trêmula de Mae me parou, e expirando, me virei para ver Mae olhando para mim. As mãos de suas irmãs estavam segurando as dela, mas ela as soltou para chegar a seus pés. "Mae, não!" A loira gritou. E quando olhei para ela, meu estômago revirou. Seus longos cabelos tinham sido cortados, e com a cabeça olhando para cima, eu podia ver uma longa cicatriz em seu rosto. Mas então Mae de repente estava diante de mim e meu coração apertou no meu peito. Ela tomou toda minha atenção. Sua mão se levantou para dobrar seu longo cabelo atrás da orelha. Então aqueles olhos azuis olharam para mim e eu fiquei paralisado. "O que... o que você vai fazer com a gente?" Ela perguntou. Eu podia ver que ela estava apavorada. A voz dela tremia... tudo dela estava tremendo. "Vamos ser mortas? Vamos ser levadas de volta para a comuna e sermos punidas?" Eu abri minha boca para falar, mas era Mae. Era Mae diante de mim. Ela engoliu em seco, em seguida, implorou: "Por favor... por favor, deixe-nos ir. Não nos machuque".


Meu coração bombeava em voz alta, quando as mãos de Mae pousaram em seu torso e correu para baixo até que se deitou em seu estômago. Seus olhos mergulhados, e quando eles levantaram, estavam cheios de lágrimas. Eu não podia acreditar quão bonita ela ainda era, e como meu estômago ainda apertava quando ela estava perto. Mas meus olhos continuaram correndo de volta para suas mãos, colocando cuidadosamente sobre seu estômago. Então notei o anel. Sentindo como se tivesse levado um soco, perguntei, "Você está casada? Você se casou com Styx?" Os olhos de Mae estremeceram quando mencionei o homem dela, então ela balançou a cabeça. "Ainda não", disse ela com medo, seus olhos vacilando no meu tom. "Mas, um dia seremos. Por agora, estamos felizes em sermos noivos." Mae apontou atrás dela para Lilah. "Mas Lilah é casada com Ky. E Maddie..." Mae apontou para a outra, "ela agora pertence a Flame." Meus olhos se arregalaram enquanto olhava para a irmã pequena de Mae. Ela estava agora com Flame? Flame...? Flame estaria vindo diretamente para nós quando ele descobrisse que ela tinha ido. Flame matará todos nós. Mae olhou para mim, mas desta vez pude ver descrença em seu olhar. Eu podia ver seu medo. Eu poderia ver a bravata de força na frente de suas irmãs, mas ela se empurrou a dizer: "Eu sempre acreditei em você, Rider." Ela balançou a cabeça enquanto falava esse nome. "Quero dizer, Cain." Ela rapidamente corrigiu a si mesma. "Eu sabia que você estava destinado a ser o Profeta. Mas sempre acreditei que você era um homem bom, bem no fundo." Mae olhou para trás em Delilah cujos olhos azuis pareciam estar olhando para fora para o nada, como se estivesse paralisada pelo medo. "Mesmo quando os seus homens vieram para mim e por engano levaram Lilah, ela me disse que você pediu a ela para confessar seus pecados. Ela me


disse que sabia que você estava tentando salvá-la. Que foram os outros homens de sua confiança que a feriram e a humilharam." Delilah choramingou atrás de Mae com essa revelação. Meu sangue esfriou como água gelada. "Mas o envio de uma jovem. Uma jovem inocente, sob o controle da Ordem, para a nossa casa, uma garota que matou um inocente para nos trazer aqui, para você... bem, isso não é nada como o Rider que uma vez conheci." "Mae," eu havia dito, e dei um passo à frente. Mas suas mãos agarraram sobre seu estômago apertado. "Por que você está segurando seu estômago assim?" Eu bati. Mae inalou, e endireitando os ombros, disse: "Eu não posso me casar com você, Cain. Eu não sou pura como a escritura proclama que preciso ser." Ela engoliu em seco e disse lutando contra as lágrimas, "Eu estou grávida. Estou grávida de Styx." Delilah e Magdalene engasgaram por trás de Mae, mas tudo o que senti foi um duro golpe em meu estômago. Meus pulmões presos, mas meus olhos não conseguiam desviar o olhar das mãos de Mae em seu estômago. Um soluço saiu da boca de Mae, e ela disse: "E ele ainda não sabe. Eu acabei de descobrir e ainda não lhe contei." Seus olhos azuis cheios de lágrimas, que agora corriam pelo seu rosto. "E agora nós fomos tomadas. Estou grávida. Eu estou finalmente feliz na minha vida, e agora nós fomos tomadas e dadas a você!" Mae balançou a cabeça e disse: "Quando isso vai parar? Quando vocês vão perceber que nós não pertencemos à comuna! Nós não somos parte dessa fé. Nós saímos. E não temos desejo de voltar, nunca! E quando você vai perceber que não sou destinada a ser a mulher do profeta!" "Não", eu balancei a cabeça, e dei um passo para trás. "Você está destinado a ser minha. A escritura diz que sim!"


Mae me encarou em descrença absoluta, e sussurrou: "Não, Cain. Eu sou do Styx. Eu sempre fui e sempre serei do Styx. A profecia não era para mim. Eu não sou a única que você deve se casar. Nem Lilah, nem Maddie. Você não pode ver isso? Você não pode finalmente ver que não pertencemos a você! Nós não somos especiais. Nós não somos diferentes de qualquer outra mulher neste planeta. Ele era um velho senil que proclamava algo fora da sua cabeça. Algo puramente baseado em nossa aparência. Deus não nos escolheu. Ele não pegou qualquer uma de nós!" Agachando-me, senti como se minha cabeça estivesse cheia de barulho, meu coração vazio, tanto quanto era o meu papel nesta vida. Sentindo o pesado olhar de Mae, olhei para cima. A mão dela deitada sobre a testa. "Tudo está errado. Nada disso é o que fui criado para acreditar. E todos eles me olham. Todos eles seguem minha liderança. E eles acreditam que eu deveria me casar com você." A cabeça de Mae caiu em derrota. Os cabelos loiros de Dalilah me chamaram a atenção por trás de Mae. Chegando a meus pés, passei por Delilah que voltava contra a parede de madeira e se encolheu para trás com medo. "O que foi feito para você?" Perguntei. Delilah afundou para trás e começou a tremer. Olhando por cima do meu ombro para ver Judah passeando fora do moinho, eu sabia que meu tempo era limitado. "O que foi feito para você em sua punição? O que aconteceu com você no monte da Perdição?" Lágrimas correram pelo rosto de Dalilah, mas depois Mae disse atrás: "Eles a estupraram, Cain. Uma e outra vez, antes de amarrá-la a uma estaca e colocarem fogo. Eles pretendiam queimá-la como uma bruxa. Seu irmão deu-lhe trinta e nove listras, as cicatrizes que ainda desfiguram suas costas. Em essência, Cain, eles a


torturaram durante horas, e você não fez nada para detê-lo. Você lavou suas mãos dela e os deixou a brutalizarem, para se divertir, para nada além de sua diversão sádica. Nossa escritura não ensina o que ela passou. Nem sequer inferi-la." Meus olhos ficaram em Delilah quando as palavras de Mae me rasgaram em pedaços, e eu perguntei: "Isso é verdade? O que Mae está me dizendo, é verdade?" Delilah levantou a cabeça. "Sim," ela sussurrou, mas não tinha necessidade de ouvir a resposta para saber que era verdade. Eu podia ver em seus olhos. Judah, os meus homens, tinham feito a ela exatamente o que Phebe tinha declarado ser verdade. Eu empurrei minhas mãos nos meus cabelos e olhei para Mae. Seus olhos azuis tinham nada além de dor e decepção. "Eu não sabia que eles fizeram isso. Não declarei que isso fosse para ser sua punição." Os olhos de Mae caíram amorosamente sobre Delilah e ela afirmou: "Mas você não fez nada para detê-lo. Você deixou seu irmão para conduzir sua própria forma de punição, pelo menos foi o que me disse Lilah. E ele fez. Você deu-lhe a rédea livre para torturar uma mulher inocente." "Eu não teria permitido que isso acontecesse se soubesse que ele iria se desviar da escritura. Judah e eu fomos criados juntos. Compartilhamos as mesmas crenças. Eu confiava que ele faria o que eu teria feito." Mae olhou para baixo, em seguida, com um rosto pálido perguntou: "Então, você também tem uma consorte criança? Vocês também tomam crianças?" Ela enxugou uma lágrima. "Como todas nós fomos tomadas. Você também despertou uma criança pequena? Sarai tem apenas quatorze anos, ainda pelo olhar das coisas, ela é a consorte principal do seu irmão. Você compartilha essas crenças também?


Depois de tudo o que eu lhe contei sobre mim, sobre tudo o que passamos? Você realmente acredita que Deus quer isso de seu povo escolhido?" Mergulhando minha cabeça, as verdades faladas de Mae cortavam mais profundas do que qualquer adaga jamais poderia. "Você sabe que não faço." Balancei a cabeça, sentindo-me um tolo. "Eu estava esperando por você. Sou puro e estava esperando por você. Mas agora..." Parei, olhando para baixo para seu estômago. Mae colocou os braços em torno de si mesma de forma protetora, e disse: "O que você vai fazer com a gente agora? O que vai fazer com o meu bebê? Por favor, deixe-nos ir, Cain... por favor, se há alguma coisa boa ainda dentro de você, nos deixe ir. Não tire a minha família de mim... por favor..." Raiva construiu em meu estômago enquanto olhava para Mae. Raiva que ela deveria estar comigo, mas não estava. Raiva que Judah havia mentido na minha cara quando eu lhe tinha perguntado sobre o castigo infligido em Delilah. E raiva de mim mesmo, por não conhecer todas as partes práticas do dia a dia da comuna. Por não saber o que Judah estava permitindo ao participar do Compartilhamento do Senhor. Por não saber que ele tinha tomado crianças. Por não saber que sua consorte era uma criança de quatorze anos que ele havia plantado no Hangmen, sem a minha permissão. E seu plano para trazer as Amaldiçoadas para mim, sabendo que não éramos fortes o suficiente ainda para nos defender contra os Hangmen se eles nos atacassem como certamente eles fariam agora. Então notei algo mais... notei uma bolsa perto da parede de madeira, e meu estômago afundou. Apressando-me para frente, peguei a bolsa que foi colocada ao lado de onde estavam sentadas e Delilah rasgou o fecho. Eu empurrei na minha mão, e em segundos senti seu celular em minha mão.


Eu empalideci. Com minhas mãos apertaram ao meu lado, gritei, "Judah!" Judah veio correndo, Sarai seguindo atrás. Eu apontei para ela e ordenei: "Saia! Eu não chamei você! Você não tem nenhum negócio em responder minha chamada!" Sarai empalideceu, mas, em seguida, correu de volta para fora do moinho. Judah olhou para mim, e um sorriso orgulhoso começou a se espalhar em seus lábios. Isso só me enfureceu ainda mais, e eu me aproximei dele. "Deixa a van preparada," Eu ordenei. Judah olhou para as irmãs e disse: "E o que vai fazer com elas?" Eu empurrei Judah passando por ele, quando ele agarrou meu braço. "O que você está fazendo?" Ele perguntou em voz baixa, mas eu podia ouvir a raiva em sua voz. "Eu estou as deixando ir", respondi brevemente. "Você o que?" Perguntou Judah, exasperado, suas mãos correndo por seu cabelo. "Eu estou as deixando ir. Elas não pertencem mais com a gente em Nova Sião. Elas estão casadas e terão crianças com outros homens. Se o Senhor quisesse elas conosco, nunca teria feito isso possível." Judah agarrou meu braço novamente. "Então os homens do diabo ganharam. Se não podemos usá-las como mulheres, então vamos levá-las em vingança. Eles invadiram a nossa terra sagrada, mataram o nosso tio. Eles devem pagar. Estamos em uma guerra!" Com uma onda de fúria no meu sangue, pressionei minhas mãos no peito de Judah e o empurrei contra as proximidades da parede de madeira.


Os olhos de Judah se arregalaram e eu levantei o celular na minha mão. "Sabe o que é isso, irmão?" Os olhos de Judah se estreitaram no celular. "É um telefone." Eu empurrei-o ainda mais o seu rosto e retruquei: "É um telefone celular. Um telefone celular com um GPS. Um GPS que os Hangmen têm cem por cento de rastreamento. Um GPS que têm mostrado aos Hangmen exatamente onde estamos e se eu estiver certo, eles vão estar chegando aqui a qualquer hora do caralho." O rosto de Judah empalideceu quando o deixei ir. Ele olhou para as irmãs, e disse: "Então? Quebramos o celular e vamos levá-las para casa. Não podemos simplesmente dar-lhes de volta!" Olhei para o meu irmão como se isso fosse tão simples. "Você não acha que eles vão vir para nós? Eles sabem onde estamos, Judah! Certamente você não pode ser tão ingênuo!" Seu rosto congelou. "O Senhor está do nosso lado. Se eles vierem para nós, nós vamos prevalecer." Nesse ponto, percebi o quão protegido Judah realmente era. Ele não tinha idéia do que ele tinha feito. Nenhuma porra de ideia! Encarando-o diretamente no rosto, eu disse: "Eu sou o Profeta, Judah. Eu. E eu tomo as decisões. Foi um pensamento doente seu, de plantar sua prostituta infantil no composto dos Hangmen, pelas minhas costas. Foi um pensamento doente seu, acreditar que você sabe o que é melhor para o nosso povo, acima de mim." Ao ouvir os gemidos aterrorizados das irmãs ficando cada vez mais alto atrás de nós, peguei o braço do meu irmão e o arrastei para fora. Passei pelo irmão Luke que tinha Sarai ao seu lado, e sinalizei com meu queixo para eles irem para a van. Irmão Luke franziu a testa, mas algo em meu rosto deve tê-lo convencido de não fazer qualquer pergunta.


Ouvindo o irmão Luke e Sarai entrarem na parte de trás da van, a raiva tomou um porão apertado e esmaguei Judah, na lateral da van. "Cain! O que—" ele ia discutir, mas eu o cortei com a minha mão em torno de sua garganta. "E foi um pensamento doente você mentir na porra da minha cara. Eu perguntei se você aderiu às escrituras quando puniu a Amaldiçoada Delilah, e você me jurou que fez." Eu me inclinei, apertando a mão com mais força. Vendo as bochechas de Judah corar, e disse: "E você mentiu. Meu irmão gêmeo, a minha própria carne e porra do meu sangue mentiu, na minha cara." Sua boca trabalhou sem palavras, quando finalmente sua fala saiu sufocada, "Precisávamos enviar uma mensagem forte para o nosso povo. Precisávamos mostrar-lhes o que acontece quando eles se afastam do caminho verdadeiro, como ela fez." Eu bati sua cabeça contra o metal da van. "E isso não era sua decisão para tomar. Isto era minha decisão. Como o Profeta da Nova Sião, isso eu decidiria." Soltando meu aperto um pouco, disse: "Eu te amo. Você é minha única família. Mas não me traia, irmão. E nunca minta para mim novamente." Eu dei um passo para trás, soltando meu braço. Judah caiu contra o metal da van e com a respiração ofegante. Recuperando o celular, eu o derrubei no chão, e carimbei meu pé para baixo até que ele estava completamente destruído. Mudei-me para voltar a entrar no moinho, quando Judah cuspiu: "Não as deixe ir, irmão. Não esmague tudo que tenho trabalhado." Congelando no lugar, eu lentamente me virei e balancei a cabeça. "Você não sabe de nada, Judah. Você acredita que estava fazendo o bem trazendo essas mulheres aqui, mas sua ingenuidade trouxe-nos diretamente em uma armadilha de morte." Eu apontei para


seu rosto. "Isto é sobre você. Você agiu loucamente, e temos que sair agora, ou acredite em mim, não haverá mais nada de nós pela manhã." Virei-me de volta para o moinho, quando Judah gritou: "Você tem medo deles, Cain. Eu posso vê-lo derramando de você. Você tem medo dos homens do diabo." Parando, mas sem me virar, eu disse: "E você também deveria ter, Judah. Você nunca os conheceu. Você nunca andou entre eles. E você não tem idéia do quão facilmente eles iriam tirar sua vida." Respirando firmemente, eu disse: "Como disse antes, Judah. Você é ingênuo. Você não sabe nada deste mundo exterior. O caralho de nada." Andando de novo, pegando meu ritmo, me aproximei de Mae e suas irmãs. Todas olharam para mim em confusão apavorada. A mais nova estava tremendo. Olhando ao redor do moinho velho deserto, ela perguntou: "Você vai nos matar?" O medo irradiava dela em ondas, e eu me perguntava como diabos ela pertencia a Flame? Correndo a mão pelo meu rosto, balancei minha cabeça. "Não." Submetendo a olhá-la mais uma vez, me virei para Mae e de repente me senti drenado de toda a energia. Havia lágrimas em seus olhos, e ela perguntou incrédula: "Você vai nos deixar ir? Realmente?" Meus ombros caíram com a felicidade aliviada em sua voz. "Nunca foi meu plano levá-la." Eu joguei a bolsa vazia no chão. "Sem dúvida havia um GPS em seu celular. Eu imagino que os seus homens estarão aqui em breve." Bebendo das feições de Mae uma última vez, me virei na direção da van quando ouvi. "Rider?" Meus olhos se fecharam ao som desse nome, porque neste momento eu teria negociado tudo para ser aquele cara de novo. Olhei para trás. Mae estava em pé, o colete "Propriedade de Styx" que ela


estava vestindo me olhou bem no rosto, enviando uma onda de ira que se

espalhou

através

de

meu

corpo.

Seu

longo

e

preto

cabelo estava levantando na brisa e eu pensei que ela nunca pareceu mais bonita do que ela fez agora. "Ainda há esperança para você", disse ela com a voz trêmula. Eu bufei uma risada sem humor e balancei a cabeça. "É verdade", ela empurrou, "O caminho para a sua redenção está logo à frente." Ela apontou para suas irmãs. "Isto, libertando nós três, é um começo." Sua mão esfregou sobre seu estômago, e ela acrescentou: "Seja quem você realmente é, não esse homem que você está lutando para ser. Porque o verdadeiro você é melhor. Ele é um homem muito melhor." A batida no meu coração caiu com suas palavras, mas sem responder me virei e saí do moinho. Andando até os homens pagos, disse: "Mais de nossos homens estão vindo para recolher as mulheres, a nossa van está cheia." Eu os vi franzindo a testa, e dei um passo à frente para dizer: "Vocês pegaram o dinheiro? O combinado será pago na entrega." Sabendo que precisava dar o fora deste lugar agora, orei a Deus para me perdoar pelo que estava prestes a fazer. "Os homens que estão vindo trarão o dinheiro. Vocês vão pegar o dinheiro quando eles pegarem as meninas." Uma imagem súbita de Flame entrou na minha cabeça. Se a irmã de Mae era sua cadela, esses homens teriam uma morte horrível. Os homens assentiram com a cabeça, acreditando em cada palavra minha. Eu pulei na van. O assento do motorista foi deixado vazio para mim. Eu não olhei para trás enquanto puxei para a estrada escura. Eu não olhei para trás, os homens que eu tinha certamente condenado


à morte. E não falei com Judah, o irmão Luke ou a criança todo o caminho de volta para a comuna. Foi a primeira vez que eu odiei Judah, em 24 anos.


Flame Eu sabia que havia algo errado. Sentei-me na janela que Maddie sempre se sentava e eu sabia que algo estava errado. Duas horas passaram, depois três, depois quatro. E quando a noite caiu, tornando impossível para eu olhar para seu desenho de nós abraçados, seguro em minhas mãos, eu sabia que algo estava seriamente errado. Não é possível ficar sentado neste quarto por mais um minuto da porra, joguei meu corte, peguei minhas facas e corri pela porta. Dirigindo-me ao meu barracão, peguei minha moto, depois comi poeira até que cheguei ao complexo. O lugar estava tranquilo. Não havia música bombando através das portas da frente e não havia vagabundas penduradas do lado de fora. Salto fora de minha moto, arranquei pelas portas da frente, só para ver todos meus irmãos de pé ao redor, malditamente quietos. Meus olhos bateram em AK, Viking, Hush e Cowboy e eu franzi a testa. Era para eles estarem em uma corrida. Eles não deveriam ter voltado ainda. Então vi o Prez e VP de pé na frente da sala. Suas expressões estavam diferentes do normal. E Ky andava para trás e para frente, xingando, soltando fumaça de seu cigarro. Seu cabelo longo loiro estava saindo por todo o lugar.


As chamas estavam começando a surgir. Lambendo meu sangue, o que tornava impossível ficar de pé. O lugar estava quieto. Tudo muito foda de quieto. Arrancando minha lâmina, olhei para cima, só para ver todos os irmãos me notarem. "Foda-se!" Ky cuspiu. Styx silenciosamente ficou de pé. Meus olhos dispararam de irmão para irmão — Tank, Smiler, Bull, Prez, Ky, Hush, Cowboy, em seguida passando por AK e Viking. AK correu a mão pelo cabelo escuro e deu um passo adiante. Tank agarrou seu braço e sacudiu a cabeça. AK rasgou de volta. "Eu tenho que contar essa porra para ele," disse ele. AK andou quatro passos em direção a mim. Contei cada um, então bati. "O que há de errado nessa porra?" O peito de AK esvaziou e ele disse: "É sua pequena, irmão. Maddie e suas irmãs desapareceram da igreja que estavam. Ky voltou para verificar quando sua old lady não ligou para ele ir pega-la, e estava tudo vazio. A Pastora, as cadelas, a jovem menina, todas elas se foram. Nós achamos que elas foram levadas. É por isso que fomos chamado de volta da nossa corrida mais cedo. Queimamos estrada apenas para conseguir voltar logo, no caso de nós precisarmos pagar a alguém uma visita do caralho. E nós sabemos quem malditos foram. O Klan ou as aberrações da Bíblia." "Não," eu sussurrei, sentindo meu coração bombear o fogo do inferno mais rápido no meu corpo. Meus músculos tensos quando penso no que ele havia dito. Maddie. Minha Maddie. A Igreja. A porra da igreja. Eles a tinham machucado. Eles a machucaram, como eu sabia que fariam. "Eles vão machucá-la," assobiei, e senti meu corpo tremer. "Eles a levaram de mim. E eles vão machucá-la."


AK deu um passo para trás, e vi todos os irmãos me observando. Eu podia sentir todos os olhos me observando. Zombando de mim. Mas a raiva, a raiva estava tomando conta. Cerrando os punhos, meu corpo cheio de raiva, então bati minha cabeça para trás e lancei um rugido alto. Mas não era o suficiente, as chamas estavam queimando mais quentes ainda, meu sangue como lava, grosso e quente. Colocando minha faca no meu cinto, pulei para frente e agarrei a mesa em frente. Eu a derrubei, a ouvindo cair no chão, mas não foi o suficiente. Uma cadeira veio em seguida. Levantando-a no ar, lancei contra a parede, a madeira fragmentando em pedaços. Mas a raiva ainda estava fodendo lá. Tomei outra cadeira, em seguida, outra, esmagando-as uma por uma. Mas nenhum alívio veio. Tudo o que eu podia ver na minha cabeça era a mão de Maddie na minha. Os lábios dela pressionando contra os meus. Seus braços em volta de mim. E era tudo o que eu podia ver. Enquanto andava, quando pisava no chão de madeira, seu rosto era tudo que eu podia ver. Então eu podia vê-la amarrada naquela igreja. Naquela igreja filho da puta! Eu podia vê-la gritando na minha cabeça. Podia vê-la sofrendo. E eu não podia levá-la. Eu não podia levá-la, porra! Então pensei que ela se foi, se foi do meu lado, e parei. Sem Maddie na minha casa. Sem Maddie ao meu lado, ajudando-me a dormir. E sem Maddie segurando minha mão, acariciando meu rosto, cantando para mim... Sem aguentar o sentimento rasgando meu corpo, caí de joelhos, e todo o fogo escorreu do meu sangue. Eu balançava para frente e para trás em meus joelhos, meu coração dolorido pelo fato de que ela tinha ido. Estendi a mão para a faca, mas esse sentimento dentro de mim era novo e eu não poderia


cortá-lo. Não eram as chamas. Não era algo que poderia ser libertado por minha lâmina. Era meu coração, sem ela. Meu coração estava escuro e vazio, sem ela. E nada que eu pudesse fazer iria levar esse sentimento para longe. Meu peito se apertou com tanta força que senti que não podia respirar, então sons vieram da minha boca. Sons que eu não conhecia. O quarto tinha ficado em silêncio, somente os sons vindos de mim eram ouvidos. Então eu ouvi, "Foda-se, Flame... Irmão..." AK e Viking caíram diante de mim. "Flame. Merda." Eu balançava para frente e para trás, segurando a minha mão sobre o meu coração. "Ela se foi," Eu resmunguei, olhando para os meus melhores amigos, "E eu não posso respirar. Aqui, é escuro e vazio, e ela se foi. Eu não aguento ter essa sensação de perda." "O que diabos está acontecendo?" Ouvi alguém perguntar. "Ele alegou Madds", disse AK sem olhar para longe de mim, puxando para trás sua mão estendida, quase me tocando. "Eles finalmente estão juntos e ela se foi. Como você pode ver, ele não está levando essa merda muito bem." "Porra. Flame e Madds?" Alguém murmurou. Olhei para cima para ver Ky e Styx se aproximando. "Ela é minha," eu disse e vi Ky acenando com a cabeça. "Sabemos, irmão," ele murmurou. "Precisamos recuperá-la. Eu preciso dela de volta. Eu não posso viver sem ela." Styx se virou, sua mão segurando os lados de sua cabeça e Ky murmurou, "Eu sei. Eu me sinto da mesma porra de jeito. Nós todos nos sentimos da mesma fodida maneira." Mas ele não podia. Eles não


podiam. Porque ele não tem as chamas. Ele não tinha minhas chamas que só Maddie poderia manter afastada. O silêncio reinou forte, quando de repente Tanner correu para o quarto. "O quê?" Disse Ky duramente. "Porra, eu as achei. O GPS está fora agora, provavelmente foi destruído, mas eu as rastreei a cerca de uma hora ao norte. A última leitura foi um minuto atrás. Eu verifiquei o mapa, é alguma porra de cidade fantasma. O sinal veio do moinho." "Merda. É o lugar onde nós usamos para fazer o ataque aos Russos", disse Ky para Styx, enquanto olhava para o mapa que Tanner estendeu. Em segundos eu estava de pé. "Espere!" Tank gritou, e eu olhei para trás, balançando nos meus pés. "Poderia ser uma merda de armadilha, Flame." "Como se eu me importasse, porra", respondi. "Eu vou conseguir minha Maddie de volta. E reivindico os filhos da puta responsáveis. Eu quero seu sangue. Quero a sua morte na porra das minhas mãos."

Eu nunca tinha conduzido tão rápido na minha vida. Minha Harley cortava a estrada como um demônio filho da puta. Podia ouvir meus irmãos cortando a poeira atrás de mim, mas eu estava liderando essa arrancada. Eu não dei nenhuma merda a cerca das formações do clube e Styx estar na frente. Tudo o que eu conseguia pensar era em Maddie. Querendo saber se ela estava ferida.


Querendo saber se ela ainda estava lá. Querendo saber se eles a mataram. Minhas mãos tremiam em meu guidão enquanto empurrava a velocidade da minha moto, mas eu estava perto, a estrada principal começando a dar forma à cidade fantasma. A cidade fantasma onde ela estava esperando por mim. Os inícios de casas vazias abandonadas entraram em minha visão — velhas casas, lojas e igrejas. O moinho ficava mais longe. Soltando o gás, empurrei minha moto ao limite enquanto eu vibrava pela avenida principal, em seguida, à distância vi o contorno de um antigo moinho cinza. Meu coração começou a bater quando me aproximei. Eu diminuí, meus olhos procurando por Maddie. Parados lá, fodidos descarados como o inferno, estavam dois filhos da puta vestidos de preto. Eu deixei as chamas tomarem seu controle. Deixei a necessidade de matar tomar a porra da espera. Puxando para a estrada de terra que levava até ao moinho, desliguei o motor e pulei fora da moto. Eu ouvi mais motos desligarem atrás de mim, mas minhas pernas me carregavam para frente. Os homens

vestidos

de

preto

começaram

movendo-se

para

frente,

máscaras de esqui cobrindo seus rostos, mas não parei para ouvir qualquer merda que eles começaram a gritar comigo. Meu sangue correndo, estava abafando qualquer barulho, além da merda das batidas do meu coração e da dureza da minha respiração. Agora alguns pés de distância, alcancei as lâminas no meu cinto e as agarrei em ambas as mãos. Pulando para frente, cortei a garganta do primeiro filho da puta e esfaqueei o outro no peito.


Aquele com a garganta cortada cambaleou para trás e caiu na terra. Em segundos, pulei em seu peito. Arranquei sua máscara de esqui para que eu pudesse ver o rosto do filho da puta. Quando seus olhos

morrendo

encontraram

os

meus,

levantei

a

minha

lâmina, e colocando a ponta na testa, o esfaqueei diretamente através de seu crânio. Rasgando a faca de seu cadáver, me mudei para o próximo filho da puta, ele já estava com um pé no inferno com o barqueiro. Puxando a lâmina de seu peito, eu segurava uma lâmina em cada mão, e comecei a cortar-lhe o peito, Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze... Eu respirei, meu olhos voltando o foco para ver nada além de um fodido peito, quando o movimento atrás chamou minha atenção. Styx e Ky estavam no moinho. Styx e Ky segurando a porra das suas cadelas. Saltando para os meus pés, limpando minhas lâminas na grama e as coloquei de volta no meu cinto, eu gritei, "Maddie!" Corri em direção ao moinho, quando uma pequena figura correu em minha direção. Maddie... e ela foi se dirigindo para mim. "Flame!" Ouvi o grito de Maddie. Meu coração bateu mais rápido quando sua voz soou completamente quebrada e triste. Ela levantou a parte inferior de seu vestido e correu através da grama alta, e segundos depois, seu rosto veio à vista. Ela parecia pálida. Seus olhos verdes estavam cansados e vermelhos, mas ela não parecia ferida. Obrigado porra. Ela não parecia ferida. Então, meu pulso batia mais forte quando ela se aproximou. Quando ela estava apenas alguns completamente. Assim fez Maddie.

pés de distância, eu parei


As lágrimas estavam caindo pelo seu rosto, mas apenas vê-la afugentou qualquer sentimento ruim do meu coração. E eu podia respirar. Ficamos parados na grama alta, apenas olhando um para o outro. Minhas mãos fechadas em meus lados. Eu fechei os olhos e me forcei a um passo à frente. Então, quando eu estava bem na frente dela, me abaixei e peguei a mão dela na minha. Ofegante com o contato, Maddie apertou a mão dela. Quando olhei para seu rosto, a porra da minha garganta fechou. Ela era tão linda. E sua expressão. Era a expressão que ela usava quando eu a segurei em meus braços. Quando meus lábios conheceram os dela. "Flame..." ela sussurrou. Maddie puxou em uma respiração rápida, e disse: "Eu preciso que você me segure agora. Preciso sentir seus braços em volta de mim, então me sentirei segura. Porque, agora, não me sinto segura." Gemendo baixo, puxei o braço de Maddie e apertei-a no meu peito. No minuto em que ela estava nos meus braços, me preparei para o desconforto, mas nenhuma porra veio. As chamas ficaram longe, e os braços de Maddie deslizaram em volta da minha cintura, sob meu colete, até que suas mãos tocaram minha pele. Eu assobiei com o sentimento ainda desconhecido, mas eu... eu gostei... E não queria afastá-la... "Flame..." Maddie sussurrou. Segurei-a mais perto. "Eu pensei que nunca iria vê-lo novamente." Maddie puxou de volta, e com os olhos brilhando, ela disse: "Tudo o que pensei quando eles nos levaram, foi em você."


Maddie pegou meu pulso e levantou-o. Ela pegou minha mão na dela e, em seguida, levantou-a para sua boca e deu um beijo na parte de trás da minha mão. Meus olhos se fecharam e meu pau estremeceu em meus couros com o toque. "Abra seus olhos," Maddie ordenou, e eu fiz. Ela se aproximou e estava olhando para mim. "Beije-me", ela sussurrou, quando outra lágrima correu pelo seu rosto. "Beije-me, para me provar que você está aqui." Deslizando

para

cima

minhas

mãos

em

seus

braços,

pressionei minhas mãos no seu rosto e trouxe meus lábios para baixo para os dela. Maddie gemeu baixo em sua garganta enquanto nossas bocas se juntaram e segurou as bordas do meu corte, trazendo-me para mais perto. O ruído que saiu de sua boca foi de cortar direto o meu coração, fazendo-o bater como a porra de um tambor. Maddie se separou e piscou os olhos, uma, duas, três vezes. "Maddie," murmurei, e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. Uma tosse soou ao nosso lado, e eu virei minha cabeça para cima, esmagando Maddie ao meu lado. Meus olhos procuraram em volta para descobrir que todos os irmãos nos cercavam, me olhando com suas bocas abertas, obviamente em estado de choque. Maddie abaixou a cabeça no meu peito e eu podia sentir o calor de suas bochechas sobre a pele nua do meu peito. Meus dentes arreganharam, pronto para mandá-los ir se foder, quando Styx e Ky andaram para a frente com Mae e Lilah. Mae tinha virado para Styx. "Não! Por favor! Não vá atrás dele. Ele não planejou isso. E ele nos deixou ir. Eu falei com ele. Ele parecia confuso e perdido... mas ele nos deixou ir." "Por que diabos ele deixou vocês irem?" Exclamou Ky.


Mae, que estava sob o braço de Styx, deu de ombros. "Foi seu irmão gêmeo que planejou tudo, deixando Sarai fingir ter escapado. Tudo o que ela disse foi uma mentira, projetada para trabalhar de uma maneira de nos levar sozinhas e longe do complexo. A Igreja era a desculpa perfeita. Eu acho que... parecia que Cain não sabia de nada disso. Ele estava zangado com seu irmão. Ele estava furioso com Sarai por nos trazer aqui." "E Sarai matou a Pastora James. Ela atirou em sua cabeça, sem nenhum remorso," acrescentou Lilah, sua voz calma e tremendo de choque. Ky segurou-a contra o peito. "Então, agora temos a porra de crianças soldados para enfrentar? Maldição perfeita!" As mãos de Styx trabalharam para Mae e eu o assisti perguntar, "Eu só não entendo por que o fodido Rider deixou vocês irem? Ele procurou você por meses. Não é por isso que estamos recebendo a porra de ataques nos negócios e toda essa merda? Qual é o seu maldito problema?" A atenção de Lilah estalou em Mae. Mae recuou de Styx e empurrou o cabelo do rosto. Styx focou em sua cadela. "Porque eu disse a ele algo que mudou a profecia de me tornar sua mulher. Na verdade, ele ficou completamente destruído." "E o que diabos foi?" Perguntou Ky, franzindo a testa. Mae respirou fundo, e descendo a mão de Styx, ela apertou-o deitado sobre seu estômago. "Estou grávida." Meus olhos dispararam para Styx e seu rosto tinha apagado. Seus olhos baixos para atender a mão sobre o estômago de Mae. Ele engoliu em seco. "Porra, Styx", Ky sussurrou. Styx, em seguida, olhou para o rosto de Mae. Sua boca se espalhou para o maior sorriso que eu já


tinha visto, e ele passou o braço em volta do pescoço de Mae e esmagou-a em sua frente. Eu poderia ouvi-lo sussurrando algo em seu ouvido e Mae começou a soluçar. Eu apertei Maddie mais forte, sentindo cada gota de sua emoção no meu peito. Então meus olhos fecharam enquanto a mão de Maddie começou a acariciar ao longo do meu estômago, e eu congelei quando os lábios quentes pressionaram um único beijo no meu peito. Todos os irmãos abraçaram Styx, mas eu não faria, e mesmo se pudesse tocar o Prez, não ia deixar Maddie por merda nenhuma. Eu queria levá-la para casa para o nosso quarto, e queria beijá-la mais... Eu queria... Eu queria… "Então nós temos que esperar por eles para atacarem de novo?" Perguntou Ky a Mae. Ela balançou a cabeça. "Eu não acho que Rider irá retornar para nós. Eu o conheço e podia ver isso em seus olhos. Eu não acho que sua vida em Nova Sião é tudo o que é suposto ser." Mae respirou fundo, e olhou para Styx, que ainda estava segurando sua mão contra seu estômago, seu rosto em um fodido branco, e disse: "Eu acho que isso finalmente acabou para nós e a Ordem. Eu sinto que Rider não virá para nós novamente. Sinto que ele pode ter visto o erro de seus caminhos." "O filho da puta merece morrer," Ky disse sombriamente. Eu balancei em acordo, os meus dentes de volta rangendo apenas imaginando esfaquear aquele filho da puta em seu rosto. Mas Styx não respondeu, ao invés disso ele colocou seu braço ao redor de sua cadela e se apressou de volta para porra de sua moto. Ky virou-se para os irmãos. "Acho que é a nossa deixa para cair fora dessa porra. Prez quer sua cadela grávida de volta para casa e em sua maldita cama!"


Eu não perdi tempo. Levantando Maddie em meus braços, cortei toda a grama alta para minha moto e coloquei-a no chão ao lado dela. Smiler e Bull arrastaram os corpos para longe, e eu estava fodido de feliz que Maddie não viu o que eu tinha feito. Subindo na moto, assinalei meu queixo para o assento de trás. "Suba." Maddie olhou para o banco e balançou a cabeça. "Eu nunca estive em uma moto antes." Eu levei a minha mão na dela e disse: "Basta subir e enrolar suas mãos em volta da minha cintura. Vou conduzir devagar. Você estará segura. Não vou deixar você se machucar." Os ombros de Maddie cederam, e encontrando meus olhos, ela disse calmamente: "Eu sei." Meu coração começou a bater novamente quando Maddie subiu na parte traseira. Seu vestido longo elevou, e suas pernas nuas se sentaram ao meu lado. E eu não conseguia desviar o olhar. Não conseguia parar de olhar para suas pernas nuas, meu pau endureceu e empurrou contra meu couro. E, em seguida, suas pequenas mãos em volta da minha cintura e eu gemi em voz alta. Ouvi Maddie inalar um suspiro rápido. Então, ela deu um beijo em meu ombro e agarrou minha cintura mais duramente. Meus olhos se fecharam e tive que apertar minhas mãos em punhos para me acalmar. Eu estava tão confuso. Não entendia esses sentimentos rasgando a porra do meu corpo. Tudo que eu sabia era que Maddie nunca pareceu tão perfeita como ela fez agora, abraçando minha cintura. E meu sangue estava quente por outra razão agora. Não havia chamas, mas havia calor. Um tiro de calor direto para o meu pau.


Maddie respirou, gaguejou e sussurrou: "Flame..." Eu fiquei tenso quando o tom de sua voz mudou e meus pulmões espremeram tão foda de apertado. Chutando a moto para ligar, puxei para a estrada. Eu viajei lentamente com Maddie na parte traseira. Meus irmãos haviam desaparecido há muito tempo, e aqui nesta estrada só havia Maddie e eu. As mãos de Maddie planas na pele nua de meu estômago, seu hálito quente soprando no meu ouvido. Eu cerrei os dentes, tentando me concentrar e recuperar o fôlego, mas tudo que conseguia pensar era chegar os lábios de Maddie nos meus... De sentir suas pernas nuas. As pernas que nunca tinha visto sob seus longos vestidos. Então me perguntei como ela parecia sem o vestido. Se sua pele era suave em todos os lugares, e qual seria a sensação do seu corpo nu pressionado contra o meu. Eu gemi enquanto a imagem encheu minha mente, então meu coração afundou quando pensei no que teria acontecido se Rider não as tivesse deixado ir. Se ela nunca voltasse para mim. Minhas mãos começaram a espremer no guidão. Ainda tínhamos quilômetros até chegamos em casa, mas eu precisava parar, precisava de uma porra de parada. Fazendo uma curva à esquerda, puxei para um pedaço escuro de terra e desliguei o motor. Eu respirei dentro e fora, dentro e fora, Maddie ainda nas minhas costas. Mas o sentimento nunca saiu, e pulei fora da moto. Eu desci e andei ao lado da moto, então olhei para cima. Os enormes olhos verdes de Maddie estavam olhando para mim, o rosto rosa e seus lábios carnudos. E suas pernas, suas pernas estavam à mostra. Eu gemi e corri minha mão pelo meu moicano, então parei. Meu coração estava batendo tão alto quanto um trovão em meu peito, e


eu não conseguia parar de olhar para Maddie... para aquelas pernas nuas. Então, com um longo gemido, corri para frente e joguei minha perna sobre minha moto, minhas costas voltadas para o guidão, os meus olhos diretamente sobre Maddie. Ela engoliu em seco enquanto me sentei diante dela, e cheguei mais perto, minhas mãos levantando para suas bochechas. Maddie estava respirando com dificuldade e sentindo o calor de suas bochechas sob as palmas das minhas mãos, eu fechei nossa distância e trouxe meus lábios aos dela. Maddie suspirou em minha boca. Eu gostava de sua boca na minha, mas não era o suficiente, eu queria mais perto. Queria chegar o mais perto que pudesse. Não havia chamas e eu precisava preencher a escuridão que estava no meu coração com sua porra de luz. Quando a suave boca de Maddie abriu, empurrei minha língua contra a dela, Maddie gemeu quando elas se encontraram. Ela estava quente e úmida e mexi minha língua mais rápido, mas ainda não parecia o suficiente. Deixando cair uma mão de seu rosto, corri sobre seu braço, para baixo de sua cintura e para o início de sua coxa. Então segui mais abaixo ainda, até que minha mão encontrou sua coxa nua. A língua de Maddie acalmou, e puxando para trás, olhei em seus olhos. Nós dois estávamos respirando rápido, então olhei para baixo. Minha mão estava deitada em sua pele nua. E eu não conseguia tirar os olhos fora da vista. Sua pele era tão suave, tão pálida que tive que mover minha mão. Eu tinha que sentir isso. Minha mão começou a se mover para baixo, então quando cheguei a seu joelho, me mudei de volta para cima, até que minha mão estava no topo de sua coxa, os dedos deslizando por baixo do vestido. Os quadris de Maddie rolaram para frente e um chocado suspiro escapou de sua garganta. Seus olhos verdes estavam brilhando e meu coração afundou.


"Não tenha medo," eu disse enquanto corria o dedo por sua bochecha. Os olhos de Maddie fecharam enquanto ela suspirou, mas quando abriram, ela respirou fundo e sussurrou: "Eu não estou com medo. Eu... Eu não posso explicar o que estou sentindo agora." Meu pau se contraiu de novo, e gemendo, balancei minha cabeça. "Maddie, eu... eu... eu preciso..." "Eu sei", ela respondeu asperamente. Sua mão se levantou para pousar no meu rosto. "Eu entendo você Flame. E estou começando a me entender. O que você e eu somos um para o outro." "E o que é?" Eu perguntei bruscamente. Maddie inclinou a cabeça. "Tudo." Meu coração perdeu uma batida, então ela levantou a cabeça e disse: "Amor." A mão de Maddie caiu sobre seu coração acelerado, e ela sussurrou: "Você, para mim, é o único que eu poderia amar." Eu lutei contra a minha garganta obstruída. Mas com as palavras que vieram de sua boca e minha mão tocando em sua coxa, eu não podia. Não podia respirar um maldito suspiro. Gemendo, bati meus lábios nos dela novamente, mas as mãos de Maddie empurraram meu peito para trás e ela disse simplesmente: "Flame. Leve-nos para casa." Suas bochechas estavam em chamas vermelhas, mas balancei a cabeça. Tirei minha mão de sua coxa e apertei minha mão em punho. Sentia-me diferente. Tocá-la de perto parecia diferente. Em seguida, a mão de Maddie estava na minha e ela disse: "Nos leve para casa. Eu desejo", ela respirou fundo e inclinando-se mais perto, sua testa beijando a minha, disse: "Eu gostaria de ficar sozinha com você. Gostaria de tocar... mais você. Eu gostaria de vê-lo mais... eu desejo, eu acho... preciso te mostrar meu amor."


Soltando a mão dela, me virei no banco. Minha pele estava em chamas. Minha alma parecia em chamas. Mas desta vez, eu queria que calor ficasse. Porque ele estava queimando fora as más lembranças em minha cabeça, e estava me enchendo com a luz de Maddie. Na minha porra de cabeça estava a luz de Maddie. Quando liguei o motor, a mão de Maddie acariciou meu estômago, meu pau chegando para seu toque. E com a boca no meu ouvido, ela disse, "Casa, Flame. Levenos para casa." Ela não teve que me pedir novamente.


Maddie Eu não sabia o que tinha me ultrapassado. Era tão apavorante quanto libertador ao mesmo tempo. Meu corpo estava vivo com o toque de Flame. Na minha coxa estava uma marca, uma marca escaldante do toque de Flame. E o meu coração se encheu quando a mão dele não parecia em nada como a do irmão de Moses. Parecia... especial, e certo, e apenas coisas boas. E depois de temer que nunca fosse vê-lo novamente, todas as barreiras que eu tinha, viraram pó quando o vi correndo em minha direção. Esqueci de respirar, observando seus olhos escuros parado nos meus. Naquele momento, eu não tinha passado, nem ele, era apenas nós. Um menino e uma menina que sentiam um alívio inebriante do reencontro depois da separação. E tudo que eu queria que ele fizesse quando estava diante de mim, era me segurar. Eu queria me sentir pequena e protegida sob o peso de seus braços tatuados e furados. Eu queria sentir sua pele quente debaixo das minhas bochechas, e queria sentir seus lábios macios nos meus. E ele tinha entregado. Ele cuidou de mim tão suavemente. Eu poderia ver o mesmo desespero dele para sentir o toque um do outro, refletido em seus olhos. E então algo mais se enraizou. Um sentimento entre as minhas pernas. Um desejo de ter mais dele. Porque, e eu tinha certeza disso, nunca iria sentir isto com nenhuma outra pessoa. Tão


sem sentido e livre com o meu corpo e toque, tão à vontade e disposta a cair em seus braços. E foi quando eu soube. Eu sabia que o que estava sentindo era amor. Tinha que ser. Porque era tão abrangente e irracional, mas ao mesmo tempo me parecia tão perfeito e verdadeiro. E tinha que ser verdade, porque na minha frente estava meu Flame... e eu era sua Maddie. Duas almas fraturadas, curadas apenas pelo amor incondicional um do outro. Meus braços se apertaram ao redor da cintura de Flame, e dei um beijo em seu ombro, sentindo o cheiro do couro de seu colete, quando uma lágrima caiu do meu olho e foi varrida na brisa fresca. Flame endureceu, mas eu sabia que não era de aversão ao meu toque. Não, ele também estava sentindo a mesma sensação queimando que corria através de mim, correndo por ele. E era inebriante, e assustadora, e deliciosa, na parte mais bonita de todas as maneiras. O complexo dos Hangmen apareceu à vista e chutou meu coração em uma arrancada, saber que em apenas poucos minutos iríamos chegar a seu quarto. E eu sabia que depois desta noite, nossas vidas mudariam para sempre. Porque elas tinham que mudar. Não havia nenhuma maneira de parar o que estava vindo para nós com a força de um furacão. E não havia desejo de parar qualquer um dos dois. Iria, finalmente, nos libertar. E do único jeito que podia — um com o outro. Flame desviou para o caminho de terra que levava ao seu apartamento. Ele puxou para uma parada e desligou o motor.


A noite ainda estava alta, e as corujas piavam das árvores. Minhas mãos ainda estavam em volta da cintura de Flame enquanto ele puxava respirações profundas e controladas. Contei onze, então doze, sua mão levantou e se deitou sobre a minha em sua cintura. Por uma razão inexplicável, meus olhos se encheram de lágrimas. Eu coloco minha cabeça contra seu ombro largo e inalo. Um punhado de vento suave envolve em torno de nós. Inalando o seu cheiro de terra, levantei minha cabeça de suas costas e soltei as mãos ao redor de sua cintura. Deslizei para fora do banco, passei em volta da moto e entrei na porta aberta do apartamento. Eu podia sentir Flame logo atrás de mim, e quando ele fechou a porta e virou à tranca, a temperatura da sala parecia subir. Flame situou-se em minhas costas, e eu fechei os olhos e respirei. Minhas mãos tremiam nervosas, mas jurei a mim mesma que iria fazer isso. Eu faria isso; não somente por mim, mas por Flame também.

Embora

ainda

preso

pelo

peso

de

nossos

demônios,

precisávamos ser livres. Precisávamos fazer isso, para finalmente sermos livres. Forçando minhas pernas para frente, entrei no quarto. Quando entrei na porta do pequeno quarto, empurrada para o fundo uma pequena cama que parecia dominar todo o lugar. Os lençóis brancos que eu tinha lavado e colocado ainda estavam perfeitamente espalhados sobre o colchão. Engoli em trepidação. Passos pesados entraram no quarto atrás de mim e eu podia sentir a presença de Flame nas minhas costas, como se eu estivesse de pé no calor do sol do meio-dia. Respirando fundo, me virei em silêncio, só para ver o enorme corpo de Flame bloqueando a porta, as mãos em punhos firmemente ao seu lado.


Dando um passo à frente, e sem olhar para cima, coloco minha mão espalmada sobre a pele nua de seu musculoso estômago, movendo delicadamente minha mão ao longo dos cumes e vales de seus músculos abdominais. O corpo inteiro de Flame ficou tenso e um longo silvo escapou de sua boca. Levantando minha outra mão para se juntar sobre a pele quente de Flame, eu as mergulhei em seu peito e empurrei para fora seu colete de couro que ele usava sempre. O material pesado caiu no chão, deixando apenas o seu totalmente coberto de tatuagens e perfurado, torso nu. Minhas mãos acariciaram seu corpo duro, batendo sobre as marcas de cicatrizes de cobra de sua juventude. Quando as pontas dos meus dedos traçaram sobre as cicatrizes, Flame lançou uma respiração irregular, espasmos em sua pele. Mas ele não me impediu. Então, enquanto minhas mãos continuavam a subir, eu me preparei para olhar para cima. E quando o fiz, foi para encontrar seus olhos escuros me observando com uma expressão tão confiante, que quase me deixou de joelhos. Os lábios de Flame se separaram e ele sussurrou, "Maddie..." Aproximando até que meu corpo colou contra a dele, inclinei para cima minha cabeça, procurando por um beijo. Flame assistia minha boca, em seguida, levantando as mãos frias no meu rosto, guiou sua cabeça para baixo para a minha. Quando nossas bocas conectaram, seus lábios eram como penas e eles escovaram suavemente contra os meus. Eu nunca havia me sentido tão preciosa, tão segura, como me sentia neste exato segundo. A boca de Flame se retirou, e sua testa pressionou contra a minha. Sugando uma respiração, ele murmurou, "Você está com medo?"


Meu

coração

pulou

uma

batida.

"Sim",

eu

sussurrei

sinceramente. "Eu também", respondeu ele, tão baixinho, que sua voz era quase inaudível. Deitando minhas mãos em sua cintura, bebi em seu calor, em seguida, dei um passo para trás. Os olhos de Flame ficaram nos meus o tempo todo. Levantando minhas mãos trêmulas para o meu cabelo bagunçado, comecei soltando os grampos que ainda restavam, aqueles que sustentavam o que restava ainda do meu coque. Seis grampos depois, meus longos cabelos negros caíram sobre o meu ombro e eu larguei os grampos para o chão. Flame deslocava de um lado para outro enquanto me observava, narinas dilatadas e lábios apertados. Era estranho. Eu sempre me ressenti de minha beleza. Tinha sempre odiado o fato de que os homens me achavam atraente. Mas agora, diante de Flame assim, sem censura e livre, eu queria que ele me quisesse. Queria que ele estivesse sem fôlego por mim. Eu queria que ele tocasse meu corpo, me segurasse como sonhei que poderia ser. Sem dor, e sem crueldade. "Maddie," Flame murmurou. Estimulada por seu apelo, levantei a minha mão para a parte de trás do meu vestido. Encontrando o zíper, puxei-o para baixo. Os olhos de Flame queimaram, quando a parte superior do meu vestido caiu, expondo meus ombros. Meus olhos se fecharam quando uma enxurrada repentina de nervosismo abordou meus sentidos, mas então o ouvi se movimentar para frente, sentindo o calor do seu corpo empurrando em direção ao meu.


Eu senti um dedo correndo ao longo do meu pescoço, e ele viajou para baixo no meu ombro recém-descoberto. Viajou em toda a minha clavícula, depois parou no decote caindo do meu vestido. Em uma inspiração profunda, abri meus olhos para ver a cabeça de Flame inclinada para o lado enquanto me observava. Embora seu rosto tivesse uma expressão vazia, seus expressivos olhos escuros me disseram tudo o que eu precisava saber, tudo o que precisava sentir. Ele queria isso. Ele me queria. Nem uma vez quebrando o foco de Flame, deixei cair meus braços. Com eles vieram meu vestido e ele caiu para uma bagunçada pilha no chão. Eu suguei um suspiro nervoso quando o ar frio do quarto lavou meus seios nus. A única coisa agora protegendo minha modéstia eram minhas pequenas roupas íntimas. O dedo de Flame ainda estava abaixo da minha garganta, e eu tremia enquanto ele me olhava. Ele era como uma estátua, paralisado. Mas seus olhos estavam explorando, bebendo no meu corpo. Um gemido baixo, eventualmente, rasgou-lhe dos lábios, e ele murmurou: "Porra... Maddie...", em seguida, seus olhos estalaram nos meus e ele colocou para fora, "Minha. Minha Maddie... Minha linda Maddie..." Sentindo lágrimas construírem nos meus olhos, os dedos de Flame gentilmente moveram e caíram no meu peito, descansando entre os meus seios. Eu respirei forte no desconhecimento de um toque tão suave, então acalmei e soltei um gemido quando seu dedo correu em todo o meu seio direito, os dedos roçando a carne e circulando o mamilo.


"Flame," Eu sussurrei quando seu toque acendeu faíscas entre as minhas pernas. "Maddie", ele gemeu em resposta, movendo o dedo para o outro seio, repetindo a ação. Eu senti fogo enquanto ele explorava, e eu estava perdida. Perdida em seu suave toque — o mais suave dos toques. Então, quando Flame se aproximou mais ainda, senti seus lábios pressionarem um beijo no canto da minha boca enquanto sua mão viajou para baixo. Virando a cabeça, peguei sua boca com a minha própria, assim que suas mãos caíram para meus quadris, seus dedos engancharam ao lado das minhas roupas de baixo. Eu acalmei contra os lábios quentes, quando as mãos de Flame puxaram minhas roupas de baixo pelas minhas pernas. Ainda conectado em minha boca, olhei para cima para ver os olhos de Flame fechados e suas narinas amplas enquanto ele respirava lentamente. Então, como se sentindo meu olhar, aqueles belos olhos se abriram e uma vermelhidão encheu suas bochechas. Sentindo minhas roupas de baixo em meus pés, saí do material e estremeci com a minha realidade. Estava nua, com um homem. Assim que o medo começou a rastejar dentro, para assumir o seu familiar aperto, as mãos de Flame seguraram minhas bochechas e ele apertou os lábios muito suavemente contra os meus. Seus quadris pressionaram mais, e eu podia sentir a evidência de sua excitação pressionando contra a minha coxa. Em seguida, murmurando contra a minha boca, Flame sussurrou, "Eu quero você, Maddie. Eu quero você para caralho..." Estimulada por sua confissão, e o crescente desejo ardente entre minhas coxas, corri minhas mãos para baixo sobre o peito largo, sobre seu torso, e até a cintura de suas calças de couro.


Flame vaiou, mas suas mãos estavam trancadas no meu cabelo, seus olhos me observando enquanto eu liberava lentamente o botão de cima. Sua mandíbula apertou quando minhas mãos trêmulas viajaram até o zíper. Encontrando o guia de metal, eu o puxei para baixo, sentindo a carne dura e quente que atingiu minha mão. Desta vez Flame se moveu. Com um gemido alto, a cabeça de Flame estalou de volta e seus dentes cerrados juntos. Desta distância, eu podia ler claramente uma tatuagem escura em suas gengivas, que se lia ‗DOR‘. Vacilante no meu toque, ia retirar minhas mãos, quando as mãos de Flame no meu cabelo apertaram. "Continue", ele ordenou. "Maddie... continue..." Engolindo com o tom gutural de sua voz quebrada, continuei na minha tarefa. Enganchando minhas mãos no cós, puxei lentamente o material de couro para baixo, as calças caindo e se reunindo a seus pés. Nós

dois

acalmamos.

Respiramos

enquanto

nós

dois

estávamos agora nus, completamente nus um para o outro. A cabeça de Flame caiu para frente. Seus lábios tremiam sob a sombra de sua barba, mas eu podia ver o desespero em seus olhos. Inclinando-me para frente, sussurrei nervosa, "Nós podemos fazer isso." Engasgado com um gemido, Flame acenou com a cabeça, e deu um passo para fora da calça de couro. O medo me segurava cativa, de pé em frente de Flame. Mas eu me forcei a dar um passo para trás, e quando o fiz, meu coração e minha esperança cresceram. Flame estava diante de mim, todos os músculos grossos e tatuagens, com sua masculinidade ereta e enrubescido. Mas o que tirou


meu fôlego foi o fato de que sua presença ameaçadora não me enchia de temor e medo. Porque este homem diante de mim, a quem a minha alma amava, era minha segurança. O homem com quem eu poderia sempre ser livre e confiante. O homem que estava consertando minha alma fraturada. Recuando ainda mais, minhas pernas bateram no colchão macio da cama. Pressionando a minha mão para baixo, para o frio lençol, subi na cama e deitei. Flame estava no centro do quarto, parecendo tão nervoso quanto eu me sentia. Eu estendi minha mão, e encontrando seus olhos, sussurrei: "Venha a mim, Flame... por favor..." Com um corpo tenso, Flame veio à frente até que se sentou no colchão. Deitamos em nossas habituais posições. Só que não havia nada "usual" sobre isto, desta vez. Sobre este momento. Deitando minha cabeça contra o travesseiro, avancei minha mão para frente, minha palma da mão no colchão ao lado da cabeça de Flame. Flame, observando cada movimento que eu fazia com os olhos largos, espelhando meus movimentos. Um sorriso puxou em meus lábios, e rastejando meus dedos para frente, coloquei minha mão sobre a dele e suspirei com a conexão. Os olhos de Flame fecharam, e quando abriram, ele chegou mais para frente e deslizou sua mão calejada em volta da minha cintura, me puxando contra seu peito. Engoli em seco quando meus seios nus encontraram os músculos duros de seu peito largo. Nossos olhares se encontraram, até que Flame inclinou e roubou um beijo. Seus lábios esmagaram os meus, e em segundos sua língua empurrou em minha boca. Eu senti sua língua com a minha própria, gemendo com a sensação muito inebriante da minha pele nua contra a de Flame, de nossas bocas quentes se fundido. Com um gemido baixo, as mãos de Flame me empurraram para o colchão, e ele rolou seu grande corpo sobre o meu. Um grito


rasgou da minha boca quando separei nossos lábios. Pânico espalhou através de meu corpo, ao sentir o corpo muito forte de Flame, trouxe de volta memórias dolorosas, até que meus olhos frenéticos focaram em seu rosto bonito, e eu imediatamente acalmei. Uma lágrima escorreu pelo canto do meu olho. Flame se inclinou para capturá-la em seus lábios. Meu coração correu com esse ato tão doce, vindo de tal homem tão poderoso e forte. Então me acalmei; este era Flame. Este era meu Flame. Relaxando no colchão, meus braços instáveis levantaram e deitaram sobre os ombros de Flame. Meu toque relaxou Flame também, e eu podia sentir seu comprimento duro pressionando contra a minha coxa. Mas desta vez não sentia medo, apenas uma simples necessidade de estar junto, de todas as maneiras imagináveis. Os

olhos

de

Flame

estavam

apertando

repetidamente

fechados, e sua cabeça tinha começado a se contorcer. Eu sabia que isso significava que ele estava tão nervoso quanto eu. Só que ele não sabia como expressá-lo. Passando minhas mãos pelo seu pescoço, enfiei os dedos pelo seu cabelo. Flame exalou, e quando ele encontrou meus olhos, perguntei em voz baixa: "Você está pronto?" As pálpebras de Flame puxaram para baixo, as linhas franzidas em sua testa e ele confessou: "Eu nunca fiz isso antes. Eu nunca estive com alguém desta forma. Somente quando, fui forçado por..." Ele parou quando seus enormes braços começaram a tremer. Meu coração deu uma guinada, porque sabia o que ele estava me dizendo. "Shh..." Eu acalmei e acariciei seus cabelos. "Eu também. Porque eu também nunca fiz isso antes. Assim não. Só com você. Apenas com você." Eu engoli as lágrimas ameaçadoras e sussurrei: "Somente com você..."


"Maddie", disse Flame. Eu chorei quando uma lágrima caiu de seus olhos. Inclinando para frente, beijei a gota salgada, exatamente como ele tinha feito comigo. Afugentando os demônios de nosso passado. Durante vários segundos respiramos o mesmo ar, até que empurrei para mover minhas pernas, para abrir as pernas para Flame. A mandíbula de Flame apertou quando seu comprimento caiu entre as minhas pernas com este pequeno movimento. Eu podia sentir o medo, os nervos ameaçando a ambos. O ar crepitava com medo e tensão. Correndo minha mão para baixo entre nossos estômagos, meus dedos encontraram o comprimento de Flame. Eu acalmei, enquanto minhas mãos envolveram em torno dele e Flame gemeu em voz alta. Então vi nos olhos dele, a absoluta necessidade, e baixando a cabeça, murmurei contra seus lábios: "Faça amor comigo." Flame gemeu e seus quadris se moveram para frente. Eu o dirigi para dentro de mim, e minha boca se abriu em um suspiro quieto quando ele empurrou gentilmente para dentro. Nossos corpos estavam tremendo como pendurados na beira de se tornar um. Então, quando os grandes braços de Flame ficaram tensos, agitando a enormidade do que estávamos prestes a fazer, as suas pálpebras semicerradas e ele sussurrou: "Você é minha Maddie..." imediatamente antes dele empurrar-se para frente, seu comprimento enchendo-me tão incrivelmente. Com necessidade de achar algo em que me segurar neste momento, coloquei as minhas mãos em volta do pescoço de Flame. Um gemido aflito saiu de sua garganta. Então nós acalmamos quando ele estava completamente dentro de mim. Esperei ele se mover novamente, esperei para seguir sua liderança, mas quando olhei para cima, seu rosto parecia rasgado com agonia. Sua respiração estava fora de controle e suor frisava em sua


testa. Minha mão levantou a varreu toda sua testa, e ele ofegou. Seus braços esticados tremendo, os assombrados olhos escuros cresceram para o tamanho de um pires. "Flame?" Perguntei, com os meus nervos em frangalhos, vendo o homem que eu tinha me apaixonado tão profundamente se desfazendo. Minha mão ficou em seu rosto e eu concentrei sua atenção em mim. "Flame? O que é?" Seus

olhos

fecharam

e

os

lábios empalideceram.

Sua

respiração parou, em seguida, um suspiro afiado abriu e ele sussurrou: "Eu não acho que posso fazer isso." Meu coração se afundou com o tom quebrado de sua confissão. "Por quê? Diga-me o que está errado?" Empurrei suavemente. O foco de Flame caiu para seus braços, e ele disse: "Eu preciso de dor. Para chegar... Eu preciso de dor." Ele piscou, então piscou novamente. "Eu só sei como gozar através da dor." Ele respirou. "Assim não. Nunca fiz isso antes." A atenção de Flame caiu de volta para mim. "Eu quero, Maddie. Porra, quero isso. Eu preciso disto... mas preciso de dor. Eu estou fodido e preciso de dor para passar por isso." Flame levantou a mão e pegou a minha. Ele moveu-se lentamente para o braço ainda ao meu lado. Tomando meus dedos, ele apertou minhas unhas na carne em seu antebraço, e arrastou as unhas para baixo em sua pele. Flame assobiou e senti seu comprimento inchando dentro de mim enquanto minhas unhas marcavam sua pele. Cor estourava em suas bochechas, e com os olhos ainda fechados, ele soltou minha mão e exigiu severamente, "De novo. Faça novamente." Com uma mão tímida, movi meus dedos ao topo do braço de Flame e arrastei minhas unhas para baixo até seu pulso em um


movimento lento, duro. Os quadris de Flame contraíram duramente dentro de mim, um grito agressivo deixando seus lábios. Eu fiquei tensa de medo. Congelei no colchão, minhas mãos caindo para meus lados. Eu tentei respirar, mas parecia fora do meu alcance. Os olhos de Flame abriram, quando uma lágrima escorreu do lado do meu rosto. Ele assistiu a queda da gota no meu cabelo e ele recuou seu peito. "Maddie?" Ele perguntou asperamente. "Você está chorando." Olhei para os arranhões que tinha feito em seus braços, a pele vermelha e levantada, e me senti doente. Eu balancei minha cabeça sobre o travesseiro. "Eu não posso, Flame," eu disse mal fazendo um som. "Eu não posso ter dor envolvida neste ato. Não entre nós." Eu tracei o rosto de Moses na minha cabeça, e encontrando os olhos de dor de Flame disse: "Eu quero isso com você. Quero isso com você, muito mesmo. Mas não posso. Não posso lhe causar dor. Não dentro de mim... não é como nossa união deve ser. Precisamos que isso signifique mais. Precisamos que isso seja apenas sobre nós, não sobre nosso passado." Engoli a emoção ameaçando tomar posse. Os músculos rígidos no peito de Flame ficaram tensos e se encolheram, em seguida, devastado, ele disse, "Não posso fazer essa porra sem a dor. Eu estou fodido e preciso da dor." Sua expressão caiu, e com grandes olhos perdidos, ele sussurrou, "Maddie... como é que vamos fazer isso? Eu quero isso para caralho... mas não acho que... FODA!" Os dentes de Flame rangeram e suas mãos apertaram em punhos nos lençóis de linho. Inalando profundamente, levantei minhas mãos para deitar sobre suas bochechas escuras da barba. Flame suspirou com a derrota, seus ombros largos caíram. Seus olhos não


encontravam os meus, seus olhos estavam sempre nos meus, seu evitar agora, me partiu o coração. "Flame?" Eu disse suavemente. "Olhe para mim." Flame olhou para mim através de longos cílios negros baixos, e eu disse: "Nós temos que fazer isso. Nós dois temos que fazer isso para seguir em frente. Sem medo. Sem demônios. Somente nós. Você e eu. Flame e sua Maddie." "Maddie",

ele

respondeu

com

a

voz

rouca,

quase

dolorosamente. "Eu não sei... Eu não posso... a dor, eu preciso disso..." "Você tem a mim," interrompi, sentindo a força dessa afirmação ressoando em cada célula minha. Flame acalmou, me olhando com uma profunda intensidade. Corajosamente, rolando meus quadris, eu disse: "Nós precisamos fazer assim na nossa primeira vez. Precisamos ter nosso primeiro ato de amor que já conhecemos. Esta é a noite que perdemos nossa inocência, sem a dor." Outra lágrima caiu dos meus olhos, e eu acrescentei: "Temos sido solitários por muito tempo." "Eu não sei como fazer isso sem dor", Flame disse em um tom desesperado. Puxando sua cabeça para baixo, sua testa encontrando com a minha. "Concentre-se em mim. Faça-me seu único pensamento. Substitua a dor com pensamentos de meu rosto. Meu toque... meu amor..." Os lábios de Flame pressionaram um sussurro de um beijo ao lado da minha boca. E desesperada para passar por isso, movi-me para correr a mão pelo seu braço, sobre os arranhões que eu tinha feito. Culpa me envolveu, e eu disse abafado, "A sua dor me causa dor. Sua angústia me causa sofrimento." Flame congelou, e olhando para a minha mão, ele disse: "Eu não quero te causar dor. Eu não posso causar maldita dor em você. Você não."


A esperança encheu o meu coração, e empurrei, "Então experimente. Tente fazer amor comigo sem os arranhões ou as lâminas... sem as memórias dolorosas de seu passado. Só eu e você." Os olhos de Flame fecharam, seu corpo congelado ainda, então enfiei seus dedos nos meus, ele começou a mover-se. E as lágrimas caíram. A cabeça de Flame enfiou no meu pescoço, e ao som dos meus gentis soluços, ele olhou para cima e vi, derramando de seus olhos, lágrimas também. Meu coração se partiu com a visão deste homem se tornando tão desfeito. E, em seguida, movendo-se, expulsando gemidos frustrados dolorosos, meu nome escorregando de seus lábios. Onze vezes. "Maddie, Maddie, Maddie, Maddie, Maddie, Maddie, Maddie, Maddie, Maddie, Maddie, Maddie..." Um soluço seguiu quando ele gradualmente construiu velocidade, sua mão segurando a minha tão impossivelmente apertada. E as lágrimas não paravam. Elas não pararam quando os gemidos de dor de Flame deram lugar a gemidos de prazer. Este aumento ocorreu em conjunto com o meu, a sua plenitude dentro de mim acendendo algo em meu sangue, construindo, um acúmulo de sussurros sob a minha pele, de uma luz brilhando por trás dos meus olhos. A respiração de Flame mudou, e quando ele olhou para mim, seu rosto com uma expressão de descrença, meu dedo acariciou ao longo de sua bochecha barbada. "Maddie!" Ele rosnou, seus quadris rolando mais rápido quando seus grandes braços levantaram a para me enjaular na cama, os nossos dedos ainda entrelaçados. Meu pulso correndo quando as faíscas em meu sangue subiram com o calor. Incapaz de me segurar de fechar os olhos, um grito veio de meus lábios quando um sentimento


tão intenso tomou conta do meu corpo. Minhas costas arquearam, guiando os meus seios para escovar contra o peito duro de Flame. Entrei em pânico com a desconhecida sensação, mas tudo que podia sentir era Flame — diante de mim, acima de mim... dentro de mim... Comigo... Assim que meus olhos se abriram, o grande corpo de Flame ficou tenso, e liberando um rugido ensurdecedor, ele empurrou dentro de mim. Calor encheu o meu corpo... O calor de Flame. Apenas Flame. Sem dor. A respiração de Flame estava errática, braços instáveis quando a cabeça enfiou na minha nuca, em seguida, levantou a cabeça, seus olhos vidrados, estalaram em foco e suas lágrimas presas em sua barba. Era como se eu o houvesse visto pela primeira vez. Este homem, meu Flame, acima de mim, colocando minhas peças juntas. Um soluço veio de sua boca e ele murmurou, "Maddie, minha Maddie... minha..." Meu coração se acalmou enquanto eu olhava para o seu rosto incrédulo. Sem restrições, ou qualquer falsidade no meu coração, confessei, "Eu te amo..."


Flame A mão de Maddie estava no meu rosto enquanto ela falava essas palavras. E eu engoli, balançando a cabeça. "Não", respondi, o meu corpo congelado de medo. A testa de Maddie puxou para baixo, e ela sussurrou: "É verdade, Flame. Eu te amo. Com todo meu coração, eu sou sua. Tudo que sou, você possui." Engoli em seco, mas não podia acreditar nela. Eu queria, mas a voz dele estava na minha cabeça. Ninguém nunca vai te amar, garoto. Você é um retardado. Ninguém nunca vai querer você. Com meus olhos bem fechados rolei fora de Maddie, gemendo quando escorreguei para fora dela. Eu caí de volta e olhei para o teto de madeira. Flame... Eu te amo... "Não", eu assobiei mais uma vez quando repassei a voz de Maddie me dizendo essas palavras. Eu levantei meu braço para cobrir meus olhos, bloqueando o mundo, então senti Maddie movimentar. Senti seu peito pressionando contra o meu, eu senti seus seios firmes empurrarem contra minha pele. Então seu dedo estava acariciando ao longo do comprimento do meu braço, e eu suspirei, com quão bom a porra de seu toque me fazia sentir. Abaixando meu braço, o rosto de Maddie estava focado em mim. Seus olhos verdes estavam brilhando, e ela sussurrou: "Eu não


minto." Inclinando-se, ela apertou os lábios nos meus. Assim que nossas bocas se encontraram, as chamas no meu sangue esfriaram, e eu passei meus dedos em seu cabelo longo. Quando Maddie rompeu o beijo, seu dedo acariciou meu rosto e ela disse: "Eu não sei por que você não acredita que não é digno de ser amado, mas eu te amo, tão puro e honesto que eu mal posso acreditar nisso." Seus olhos mergulharam quando a ponta do dedo traçou as tatuagens de chama no meu peito. "Você me trouxe de volta à vida." Ela engasgou com uma risada e disse: "Você fez a minha vida." Meu coração batia forte, meu pulso disparou, e levantando minhas mãos, mostrei a palma e disse: "Mas tudo o que faço é ferir pessoas. Eu as faço ir embora. Ninguém pode me amar. Nem fodendo é possível." Maddie se inclinou para frente até que seu rosto estava pairando acima do meu, e ela perguntou: "Flame, você tem que me dizer. O que aconteceu em seu passado para fazer você pensar isso?" Seu dedo acariciou ao longo de minha barba, e ela disse: "Para fazer com que você ache que seu toque é prejudicial? Para fazer você medir sua vida em conjuntos de onze? Eu quero conhecer você. Eu quero saber tudo." Eu fiquei tenso quando ela perguntou isso e podia sentir minha testa úmida de suor. "Maddie", eu sussurrei, abri os olhos e os fechei novamente, tentando não voltar para lá. A pequena mão de Maddie ligada dentro da minha. Meus olhos se abriram e focaram em nossas mãos unidas. Maddie engoliu em seco e confidenciou: "Eu tinha seis anos quando o irmão de Moses veio pela primeira vez para mim." A respiração de Maddie engatou e sua voz começou a acalmar. "Eu estava sentada sozinha no meu quarto. Bella, Mae e Lilah já tinham sido tomadas pelos anciões atribuídos, porque elas eram mais velhas." Seus olhos desviaram, então ela continuou. "Eu me lembro que estava


sentada na janela, observando as pessoas normais na comuna fazerem suas tarefas diárias. Eu lembro que estava sorrindo para uma esvoaçante borboleta em torno do pátio exterior." A boca de Maddie tinha puxado em um sorriso gentil, mas depois desapareceu. "Eu me lembro de ouvir alguém na porta. E quando olhei, um grande homem mais velho estava de pé ali, olhando para mim, com os braços sobre o peito. Ele estava vestido todo de preto, e eu me lembro de suas botas pretas." Maddie balançou a cabeça. "Eu não sei por que me lembro dessas botas. Talvez fosse o som que elas faziam no chão, ou como elas faziam com que ele parecesse tão alto e assustador? Mas me lembro de sentir tanto medo que fiquei paralisada. Durante anos eu tinha visto minhas irmãs serem levadas pelos anciãos, e cada vez que elas voltavam, elas lutavam para caminhar. Ficavam em silêncio. Muito quietas." Maddie fungou, mas não havia lágrimas em seus olhos. Em seguida, sua mão apertou a minha. "Ele me disse que era para ir com ele. Mas eu não conseguia me mover. Assim, ele andou para frente, as botas pesadas, como trovões no chão. E chegando, ele agarrou meu braço com muita força em sua mão grande. Lembro-me de gritar com a dor aguda, e ele sorriu para mim, seus dentes brilhando sob sua longa barba escura. Pensando no passado, eu sempre vejo aquele sorriso quando fecho meus olhos. Porque ele gostava quando eu sentia dor. Ele se divertia me causando dor." "Maddie," soltei, mas ela olhava para longe e eu não podia impedi-la. Sabia que ela estava perdida em suas memórias, assim como eu me perdia nas minhas. "Ele me levou por um longo corredor até chegarmos a uma sala no final. Eu o vi abrir a porta, e quando abriu, lembro-me de não ser capaz de compreender o que estava vendo. Havia cordas e correntes penduradas no teto. Havia algemas e correntes pesadas ligadas às paredes, e no centro da sala tinha uma mesa. Uma mesa com grilhões de todos os tamanhos para anexar aos pulsos e pés".


Fechei os olhos, incapaz de tirar essa maldita cena da minha cabeça. As mãos de Maddie começaram esfriar. "Ele me levou lá, Flame. Ele me levou pela mão e trancou a porta atrás de nós. Lembro-me de saltar ao som do estalar das fechaduras, e então ele estava diante de mim. Lembro que ele levantou a mão. Lembro que ele levantou a mão e acariciou meu rosto. Ele me chamou de sua linda garotinha má. Então ele se inclinou para frente e tirou minha touca. Lembro-me de estar com medo, porque era um pecado descobrir o meu cabelo," Maddie respirou fundo, e com uma voz quebrada, disse, "Mas isso era a última coisa que eu deveria ter temido. Porque o que veio a seguir definiu o rumo da minha vida, até que fui libertada alguns meses atrás." Os olhos de Maddie pareciam perdidos. Eu queria dizer alguma coisa para ela, mas as chamas em meu sangue estavam de volta com o pensamento de alguém a machucando. As chamas estavam em meu sangue, minha carne escaldante com o pensamento daquele filho da puta a machucando, de levá-la para essa câmara de tortura. A mão de Maddie segurou mais forte ainda, e ela deixou escapar: "Ele rasgou meu vestido de meu corpo, Flame. Ele cortou minhas roupas de baixo. Ele me levantou nua e me colocou sobre a mesa. Em segundos ele me amarrou com o conjunto menor de algemas. Lembro-me de entrar em pânico, porque não podia me mover. Lembro de tentar me libertar. Então me lembro de Moses de repente diante de mim, nu, segurando sua masculinidade em suas mãos. Olhando para trás, penso que ele deveria estar na casa dos trinta anos na época. E eu tinha seis anos. Ele era muito mais velho do que eu, mas ele me queria de uma forma carnal." A respiração de Maddie ficou presa na garganta. Eu levantei meu peito para tentar acalmá-la. Então seu rosto empalideceu e ela acrescentou: "Ele começou a me dizer que eu era má. Que minhas feições eram muito tentadoras para os homens resistirem, e que ele havia sido atribuído para purificar a minha alma. Lembro-me dele subindo lentamente na mesa, seu corpo grande pairando acima de


mim, e me lembro de sua mão levantando para correr sobre meu peito nu, os dedos apertando meus pequenos mamilos entre seus dedos. Eu estava tão confusa. Não entendi por que ele estava me tocando em meus lugares privados." "E então ele se deitou em cima de mim, entre minhas pequenas pernas abertas. Eu não conseguia ficar livre; tentei e tentei me libertar. Mas foi inútil. Eu estava presa, e o irmão Moses apreciava isso." Todo o corpo de Maddie estava tenso e seus olhos se encolheram. "E então ele empurrou-se dentro de mim. Tão duro e tão áspero que me lembro de gritar tão alto que meus ouvidos zumbiram. Eu temia que tivesse sido dividida aberta, a dor era muito grande. Mas meu grito único o estimulou a atacar minha bochecha e mandar-me calar. Ele não parou. Presa na mesa, ele me levou mais e mais, uma e outra vez. Então, tantas vezes, que eu, eventualmente, desmaiei. Quando acordei estava de volta no meu quarto com Bella, Mae e Lilah, todas em torno da minha cama. E quando acordei, lembro de sentir a dor agonizante vindo de entre as minhas pernas. Olhando para baixo, vi sangue. Tanto sangue." Lágrimas estavam agora em queda livre dos olhos de Maddie, mas ela enxugou e acrescentou, "E nunca mais parou. Se qualquer outra coisa, sua ‗educação‘ comigo tornou-se pior. Eu instantaneamente aprendi a temer aquela sala. Em seguida, depois de um tempo, tornouse a minha vida. E isso é quando morri por dentro." Maddie piscou rapidamente e olhou para mim. Seu lábio tremeu e um sorriso triste jogou em seus lábios cheios. "Até que você apareceu, o mais improvável dos salvadores. Flame, você me salvou dele. Daquela vida... de nunca saber como era dar as mãos. Beijar e fazer amor tão doce que ainda se parece como um sonho. Você não tem idéia de como é especial para mim." Maddie levantou nossas mãos unidas e disse: "Mesmo agora, olhando para estas mãos, estou aterrorizada que isso está tudo na minha cabeça, que estar aqui você, é apenas mais uma fantasia que nunca será realizada. Que estou sentada na minha janela, esboçando um futuro que eu rezo para acontecer,


antes que eu pisque e descubra que tudo está na minha cabeça, que eu devia estar feliz em simplesmente vê-lo de longe." Maddie se inclinou e apertou os lábios na minha testa. Quando ela se afastou, suas mãos estavam acariciando meu cabelo. "Mas então sinto essa estranha sensação nova, esmagadora no meu coração, e sei que isso tudo é real. Que fui salva, novamente. Porque sinto medo e esperança pulsando simultaneamente através de meu corpo. Sinto-me tonta e nervosa ao mesmo tempo. E não posso respirar com o pensamento de viver sem você, nem por um segundo." A mão de Maddie baixou para descansar no meu rosto, e ela disse: "Então, você pode pensar que não pode ser amado. Mas em meu coração, em minha alma curada, estou implorando a pergunta, Como você não pode? Porque para mim, você é real. Minha verdade. Meu coração, você é tudo." Maddie sorriu, a linda vista foi como um soco direto no coração. "Eu te amo, Flame. E vou passar o resto da minha vida tentando fazer você acreditar que é digno de ser amado." Eu gemi ao ouvir essas palavras. Passei meus braços em volta do pescoço de Maddie, trazendo-a para baixo para meu peito. Segurei-a com força e murmurei, "Eu não posso aguentar o pensamento daquele filho da puta fazendo o que ele fez para você." Os braços de Maddie dobraram em volta da minha cintura, e com seu rosto no meu peito, ela admitiu: "E eu não posso suportar a ideia de alguém machucando você. Mesmo agora, não consigo entender o que realmente aconteceu com você. Eu sei que eles te machucaram em sua igreja. Sei que é porque você não vê o mundo como todo mundo faz. Mas... quem é ele? Quem é o homem a quem você se refere? Aquele que entra em sua mente? A quem te levou para o alçapão e te machucou? Eu acredito que machucaram você como o irmão Moses fez para mim." Eu a segurei mais apertado enquanto pensava em seu rosto. Seu rosto duro e aqueles olhos que olhavam para mim com tal ódio.


Pensei na escuridão, do chão de terra... e os gritos... o filho da puta gritando... "Flame?" Maddie chamou, me chamando da escuridão com um simples beijo no meu peito. Segurei-a mais apertado, e confessei: "Eu... eu nunca contei a ninguém antes..." Meus pulmões espremeram, eu podia ouvir sua voz me empurrando, Seu merdinha do mal. Você a tirou de nós e agora tudo que ele faz é gritar. Aqui, assim que você vai lidar com a porra disso... "Shh, Flame. Está tudo bem," Maddie disse suavemente. Eu me concentrei em suas mãos ao redor da minha cintura e sua respiração suave no meu peito, então murmurei, "As cobras não funcionaram." Maddie ficou tensa e seus braços apertaram com mais força. Olhei para o teto e disse: "A igreja, o veneno; nada disso funcionou. Durante meses e meses ele continuou me levando de volta para a igreja, de volta ao Pastor Hughes. Mas nada funcionou. Ele disse que as chamas nunca sairiam. Que eu era do mal, e tudo o que tocasse seria arruinado também. Eu nunca compreendi bem as coisas, em ser como as pessoas normais. E, eventualmente, ele desistiu de me levar à igreja. Mas suas punições pioraram." "Quem é ele, Flame?" Maddie perguntou, e seu rosto entrou na minha cabeça novamente. "Meu pai," sussurrei em resposta. Meu estômago doía em falar seu nome em voz alta. "Ele disse que eu era o mal. Que tinha chamas correndo no meu sangue. Ele tentou tirá-las através de Deus e não conseguiu. Em vez disso, ele me disse que eu pertencia ao diabo. Que era uma maldição sobre toda a família, porque o diabo tinha me feito lento e estúpido."


"Flame," Maddie sussurrou, e ela levantou a cabeça para me olhar nos olhos. "Eu tentei, Maddie. Eu tentei realmente conversar com outras crianças, mas nunca dizia nada direito. Eu... não entendia por que o que eu falava os fazia rir de mim, ou chorar, ou fugir. Nunca, jamais compreendi. Cada vez que isso acontecia, meu pai ficava cada vez mais irritado. E ele me batia, me enviava para meu quarto porque ele me dizia que não conseguia ficar perto de mim." Eu inalei e continuei. "Ele me via brincar no chão com meus brinquedos, e gritava para mim que eu era mal, que era um retardado. E minha mãe... ele gritava com ela também. Ela tentava fazê-lo parar. Ela tentava mais e mais. Mas ele a machucava muito quando ela tentava me defender. Quando meu irmãozinho nasceu, ele gritava com ele também, para parar de chorar. Mas ele era um bebê, e os bebês choram o tempo todo." Maddie levantou a cabeça e perguntou: "Você tem um irmão? Uma mãe?" Meu estômago caiu e balancei minha cabeça. Eu podia sentir minha cabeça ter espasmos. Meu corpo estremeceu e eu precisava me levantar, mas Maddie mudou seu corpo para se estender por cima do meu, as palmas das mãos acariciaram meu rosto. "Eles não estão aqui?" Quando olhei para baixo, meu braço estava caído para fora da cama, minhas unhas afiadas raspando sobre minhas veias. Eu engasguei, minha garganta muito apertada, e sussurrei, "Maddie... Eu os matei. Eu os feri... Eu os matei, porra... " Maddie engoliu em seco e perguntou, "O que você quer dizer? Fale comigo Flame. Não se mantenha em seu interior, onde lhe causa dor. Compartilhe-o comigo. Deixem-me partilhar a sua dor."


Meus olhos fecharam, e ouvi meu pai gritando na minha cabeça. "Flame... fale comigo, por favor..." Maddie implorou, me levando de volta para aquele dia. Direto de volta para aquele inferno... Papai tinha saído. Ouvi a porta bater. Relaxei, e deitei no chão de terra. Eu estava tão cansado. Com tanta fome. Mas não me atrevia a mover, ouvindo seus passos acima de mim. Se ele me pegasse dormindo eu seria punido. E meu corpo ferido. O cinto machucava e eu não queria mais dor. Assim que coloquei minha bochecha sobre a terra, ouvi passos movendo em cima de mim, então parei. Sentei-me em linha reta e me movi de volta para o buraco do canto. Meu coração começou a bater muito rápido, pensando que era o meu papai, e eu coçava meus pulsos para conseguir me livrar das chamas antes que ele pudesse fazer isso sozinho. Eu não queria suas lâminas no meu braço novamente. Elas machucavam demais. Então, assim que tinha cortado meu braço com minhas unhas afiadas, alguém apareceu no alçapão acima. Eu congelei, meus olhos tentando ver através das rachaduras. Mas não conseguia ver nada. Então uma voz flutuou até o porão onde eu estava sentado. "Filho, você pode me ouvir?" Meu corpo relaxou quando ouvi o som da minha mãe. "Mamãe?" Sussurrei e a ouvi soluçar. "Sim, sou eu. Você está bem?" "Dói," sussurrei, e levantei o braço para as rachaduras no chão, apenas no caso dela poder ver. Eu podia ver o sangue na minha pele.


"Estou tentando, mamãe. Estou tentando tirar as chamas para o papai não me levar de volta para a igreja. Eu não gosto das cobras. O Pastor me amarra e elas me mordem." Mamãe fungou. "Eu sei, bebê. Sei que você não gosta delas. Eu também não gosto." Baixei meu braço e disse: "Papai diz que sou um retardado. Eu acho... acho que é ruim. Porque ele me machuca quando me chama disso. Mas eu não entendo o que é?" Minha mãe chorou novamente. "Ouça-me, bebê. Você não é um retardado. Não importa o que dizem de você, você não é um retardado. OK?" Eu balancei a cabeça e deixei cair meu braço. Empurrei-me para os meus pés e tentei alcançar o assoalho acima. Mas não consegui. "Mamãe?" Perguntei. "Você pode me deixar sair? É escuro e frio, e fico com medo aqui sozinho." Mama continuou a soluçar, mas desta vez mais alto. Minhas sobrancelhas puxaram para baixo. "Mamãe? Porque você está chorando?" Mama não disse nada por um tempo, então vi os dedos espremer através de uma grande rachadura no chão. "Você pode ver meus dedos, bebê?" "Sim", eu respondi. "Toque em meus dedos, bebê... deixe-me tocar em sua mão." Olhei em volta e vi um pouco de sujeira saindo da parede. Movendo-me, eu coloquei meu pé na borda e me levantei para tocar os dedos. Assim que nossos dedos se tocaram respirei fundo. Eu amo minha mãe. Ela é gentil, e nunca me chamou nomes. Mamãe chorou mais alto e apertou seus dedos nos meus. "Mamãe? Você pode me tirar agora?"


"Eu não posso," ela chorou. "Papai prendeu você e não tenho a chave." Meu coração afundou. "Ok", sussurrei. "Bebê", minha mãe falou. Minha cabeça olhou para cima tentando vê-la, mas eu não podia. Sua voz tinha mudado. Eu poderia dizer. "Sim, mamãe?" "Eu preciso... preciso que você saiba que te amo. Te amo tanto, querido... mas estou cansada. Estou tão cansada." Os dedos de mamãe apertaram os meus, e eles estavam tremendo. "Mamãe, por que suas mãos tremendo?" perguntei. Mamãe chorou. Ela chorou e chorou, e não parou por um longo tempo. Em seguida, ela sussurrou, "Eu te amo, bebê, muito. Você é tão especial para mim. Mesmo que você seja diferente, você é meu menino. Mas..." Ela respirou fundo. "Mas não posso ficar. Eu não posso ficar..." Meu coração caiu com medo e agarrei seus dedos mais forte. "Não, mamãe. Não me deixe. Não me deixe. Não quero que você vá." Mas seus dedos começaram a se afastar. "Não!" Eu gritei, e tentei mantê-los mais apertados. Mas não podia manter o aperto. "Cuide bem do seu irmão, bebê. Proteja-o e o mantenha a salvo", ela silenciou, então seus dedos desapareceram. "Mamãe!" Eu gritei, mas meu pé escorregou na borda da sujeira e caí no chão duro. Os passos de mamãe se afastaram do alçapão e a ouvi dizer: "Eu te amo, bebê. Sinto muito... Eu sinto muito…" Eu levantei meus joelhos no meu peito e comecei a balançar. Em seguida, a casa ficou em silêncio. E chorei. Chorei porque ela me deixou. Ela me tocou, então me deixou. Deixou-me aqui com ele...


Abrindo os olhos, coloquei minha mão no rosto de Maddie, e desabafei: "Ela estava na cama. Ela nunca deixou a casa como pensei. Ouvi meu pai gritando de seu quarto quando chegou em casa. Depois ele veio para o alçapão e me arrastou para fora. Ele não disse nada, apenas me arrastou para o quarto. E lá estava ela, coberta de sangue, ainda na cama." Mudei minhas mãos e apontei para o meu pulso. "O sangue estava vindo de seus pulsos. E havia uma faca na cama, a seu lado. Uma longa faca afiada." "Oh não, Flame..." "E meu irmão bebê estava no berço ao lado de mamãe, gritando no alto de seus pulmões. Meu pai estava andando, com as mãos segurando a cabeça. Mas eu não conseguia parar de olhar para a minha mãe, na cama. Não conseguia parar de olhar para o sangue... então vi seus olhos. Eles pareciam estranhos. Eles estavam olhando bem para mim, mas não havia vida. Isso me fez sentir tão triste. Lembro-me do aperto em meu peito e minhas mãos começam a tremer, por causa do sangue, porque ela não estava se movendo, e por causa de seus olhos." "Um barulho saiu da minha garganta quanto mais eu olhava para o rosto pálido. Quando fiz o barulho, meu pai virou-se. Seu rosto ficou vermelho e ele apontou para o meu rosto, 'Isso é culpa sua seu pequeno retardado do mal. Você a fez fazer isso. O mal em suas veias a fez fazer isso. Você é uma maldição, uma maldição sobre esta fodida família!" "Eu não sabia como tinha feito isso, mas depois lembrei-me que eu a tinha tocado. Meu papai não tinha me permitido tocar em ninguém. Eu estava com muito medo de tocar em alguém, no caso de feri-los, mas segurei os dedos da minha mãe. E eu sabia que o meu toque a tinha matado." "Então ele veio para mim, veio até mim e me pegou pelo colarinho. Arrastou-me através da sala de estar, machucando meu


pescoço, até que chegamos ao alçapão. Ele ergueu o punho, e quando olhei para baixo tudo o que pude ver foi a escuridão. Eu balancei minha cabeça, porque não queria ir para dentro de novo. Eu estava com medo do escuro, e queria estar com minha mãe e meu irmãozinho no outro quarto. Eu não queria que a minha mãe tivesse ido embora. A queria de volta. Porque ela era a única pessoa que alguma vez sorriu para mim. E eu não queria não vê-la sorrir novamente. Eu não queria ser deixado sozinho com meu pai. Porque ele me odiava." Maddie se inclinou para frente e pressionou um beijo na minha mandíbula. Mas eu não podia parar, precisava que ela soubesse o que aconteceu. Precisava que ela soubesse de tudo. "Ele me jogou lá, mais uma vez, Maddie. Ele me jogou no porão e trancou a porta. Eu gritei para ele me deixar sair, mas ele não voltou para mim. Deixou-me lá, sozinho. Era frio, mas ele me deixou lá, novamente." "Por quanto tempo?" A voz de Maddie estava tremendo. Balancei minha cabeça. "Eu não sei. Mas estava com fome e cansado e com frio. Podia ouvir meu irmão bebê gritando todo o tempo. E podia ouvir meu pai gritando de volta para ele, ordenando-lhe para calar a boca. Eu balançava para trás e para frente, tentando bloquear os gritos, tentando me aquecer. Então a porta se abriu. Corri para o lado do pequeno porão, a luz brilhante machucou meus olhos. Meu pai pulou. Eu podia sentir o cheiro de álcool em seu hálito, e em sua mão ele segurava a faca que eu tinha visto na cama da minha mãe. A que ela tinha cortado seus pulsos." "Flame,

você

não

tem

que

continuar",

disse

Maddie

suavemente. Quando olhei para seu rosto, lágrimas inundavam suas bochechas.


"Eu tenho que continuar," resmunguei em resposta, e levantei a mão de Maddie para o lado da minha cabeça. "Eu quero que você me compreenda. Tudo de mim." Eu bati na minha cabeça. "Aqui." "Flame", ela disse, mas eu continuei. Eu precisava. Mesmo agora, quando fecho meus olhos, podia sentir o cheiro de álcool no hálito do meu pai. Meus músculos estavam tensos, mas eu tinha que continuar. "Tentei me esconder no canto, mas o meu pai estendeu a mão e me puxou para ficar de pé. Ele me empurrou contra a parede e usou a faca para cortar as minhas roupas. Eu queria gritar, mas não podia suportar o som de gritos. Então, mantive minha boca fechada. E então senti. A lâmina da faca cortando as minhas costas, a dor fazendo minhas pernas tremerem. E o meu pai começou a contar, 'Um...' Ele contava a cada corte que fazia. E eu sentia a dor, mas não gritava. Não podia suportar os gritos. Mas meu pai só ficava com mais raiva, e ele continuava a cortar. Manteve a contagem até chegar a onze. Ele sempre parou no onze, ele nunca chegou a doze. A contagem nunca alcançou doze." "Então ele deu um passo para trás e pensei que tinha acabado. Pensei que ele tinha terminado de tentar tirar as chamas. Mas então ouvi o zíper de sua calça abrir, e senti o calor de seu peito em minhas costas." Eu passei meus braços em torno de Maddie, tentando não voltar para lá. Tentando não sentir sua respiração quente de álcool no meu rosto. Suas mãos sobre meus quadris. "Estou com você, Flame," Maddie sussurrou, "estou com você. Você não está lá com ele." "Maddie", eu gemi, tentando segurar firme. Mas precisava dizer a ela. Eu precisava continuar. "Ele abriu minhas pernas e usou seu dedo primeiro. Eu segurei meu grito, mas isso só parecia deixá-lo mais irritado. „Eu vou


levar o diabo diretamente de sua carne, do pecado maculado. ‟ E ele fez, porque depois de seu dedo, levou-me totalmente. Ele me levou mais e mais, uma e outra vez. Ele voltou noite após noite. Ele cortava minhas costas com a lâmina, contando sempre com onze. Eu nunca soube por que ele contava até onze. Então ele me fodia. Me fodia até que eu não podia mais andar, então ele me deixava no escuro, nu e na terra fria; sozinho na escuridão." Maddie soltou um soluço. "Meu Deus, Flame. Sinto muito... Eu sinto muito..." Mas eu não tinha terminado, meus braços apertaram com tanta força em torno de seu pequeno corpo que Maddie suspirou e olhou para cima. "O que é que Flame? O que mais há para dizer?" "Meu irmão", sussurrei, sentindo dor quente passar através do meu corpo, "Meu irmãozinho, Isaiah." Comecei a contar-lhe a pior parte de tudo; sobre todo o mal. Era tudo muito real, na minha cabeça. Toda porra real, parecia que eu estava lá de volta. Direto de volta quando eu tinha oito anos, e toda a porra mudou. Direito de volta para a maldita escuridão, e eu revivi cada minuto... Eu podia ouvi-lo gritar novamente. Ele estava chorando por dias. Alguma coisa estava errada. Tinha que estar errado. Mas meu pai não iria levá-lo ao médico, ele não acreditava em médicos. Ele disse que o Senhor iria curar-nos se as nossas almas fossem puras o suficiente para serem salvas. Mas meu irmão não parava de gritar. Eu o tinha ouvido gritar por dias enquanto me sentava no buraco, em completa escuridão. Meu corpo ficou tenso quando ouvi a porta da frente ser aberta e batendo, passos pesados do meu pai batendo no chão. Eu podia ouvir o barulho de garrafas e sabia que ele tinha saído para comprar mais bebida. Minhas pernas pressionaram juntas porque sabia o que isso significava para mim. Isso significava que ele viria para mim outra vez esta noite, ou hoje, ou o que quer que horas fossem.


Estremeci quando ouvi meu irmãozinho chorando de novo. Então ouvi um estrondo e meu pai gritou: "Cale a boca! Cale. A. Porra. Da. Boca!" Mas meu irmão gritou ainda mais alto, mais e mais. Levantando as mãos para os meus ouvidos, comecei a balançar; contando até onze enquanto balançava para frente e para trás. Trás e para frente. Uma luz ligou no andar de cima, o brilho doloroso rastejando através das pequenas rachaduras na porta. Quando a luz brilhou na minha barriga nua, olhei para baixo e franzi a testa. Eu podia ver as minhas costelas. Meu estômago magro, e os meus dedos pareciam pequenos e finos. Eu pulei quando meu irmão gritou novamente. Ouvi meu pai gritar: "Estou cansado de vocês dois arruinando a porra da minha vida. O retardado e o que não pára de gritar!" Meu coração começou a correr quando o choro do meu irmão se aproximou. Os passos de meu pai se aproximando e cada vez mais perto, então a fechadura da porta acima de mim se abriu, e corri para o canto da minha cela. Minhas unhas arranhavam a pele sobre minhas veias, assim que meu papai pulou dentro. A luz do andar de cima inundou minha pequena cela, e quando olhei para cima, gemi. Meu irmão gritando estava nos braços de meu pai. Isaiah estava vermelho, e o suor cobria seu corpo. Meu pai tinha uma faca na mão. Quando me encontrei com seus olhos, ele se abaixou e jogou a faca aos meus pés. Era a faca que minha mãe tinha usado em seus pulsos. Olhei para a faca, imaginando o que ele queria que eu fizesse. Andando para frente, ele colocou o meu irmão perto de mim. Olhei para


Isaiah e me pressionei mais na parede de terra exposta. Eu não podia tocá-lo. Não podia tocá-lo. Eu iria machucá-lo, como fiz com mamãe. Meu papai se levantou e olhou para baixo. "Você matou sua mãe, agora você cuida desse pequeno filho da puta que só sabe gritar. Eu cansei de vocês dois." Entrei em pânico quando ele começou a se afastar. "Não, não me deixe," implorei. Eu levantei meus braços para ele ver os arranhões e sangue que eu tinha desenhado. "Eu vou tentar de tudo para remover as chamas. Vou me esforçar mais... Eu... Eu te amo," sussurrei, e empurrei mais meus pulsos sangrando. Mas o meu pai não respondeu e ele subiu para fora da porta, tão bêbado que quase caiu. Ele bebia mais e mais desde que mamãe morreu. "Vocês dois nascerem e foi a pior coisa que já me aconteceu. Eu nunca poderia te amar. Ninguém jamais poderia amar um pecador como você." Então a porta se fechou, prendendo-me e meu irmãozinho dentro. E então ele começou a chorar. E então começou a gritar. O barulho de seus gritos feria meus ouvidos. Mas ele não parava. Ele nunca parava de chorar. Horas e horas se passaram e ele não parou. A luz ainda estava no andar de cima, mas eu não tinha ouvido o meu pai desde que ele nos deixou aqui embaixo. Eu estava com fome, estava com sede, mas ele nunca voltou. E Isaiah ficou pior. Quando me inclinei, ele estava olhando para mim, mas sua respiração havia mudado. Estava profunda e lenta, mas seus olhos escuros, olhos como os meus, estava olhando para mim, seus braços finos se estendendo para mim. Meu estômago doeu quando eu disse, "Não posso te tocar... Eu vou te machucar..."


Mas ele continuou chorando. Continuou gritando até que eu não aguentava mais. Minhas mãos apertadas em punhos enquanto eu lutava contra as chamas dentro. Enquanto orava a Deus para que elas não o machucassem. Mas o meu pai tinha ido há tanto tempo que eu não achei que ele iria voltar. Então a respiração de Isaiah tornou-se mais rasa, mas eu ainda podia vê-lo olhando para mim. E eu tinha que segurá-lo. Ele estava assustado e machucado... como eu. Eu tinha que segurá-lo. Segurando minha respiração, soltei um grito e estendi a mão, o levantei em minhas mãos, então o aninhei nos braços. Mas sua pele não estava mais quente agora. Meu irmãozinho estava muito frio. Seus olhos estavam estranhos, envidraçados. Mas ele ficou olhando para mim, e eu comecei a balançar, como minha mãe costumava fazer. E eu cantei „Brilha, brilha estrelinha‟, assim como minha mãe costumava fazer. Doeu minha garganta cantar. Eu estava com tanta sede, mas cantei para fazer Isaiah se sentir melhor. Eu queria que ele se sentisse melhor. "Brilha, brilha estrelinha... como eu quero saber o que você é... se acima do mundo tão alto... como um diamante no céu… Mas isso não ajudou. "Eu não quero te machucar", sussurrei quando parei de cantar, e ouvi um estalo em seu pequeno peito magro. Mas mamãe me pediu para cuidar dele, para protegê-lo. Então, comecei a contar. Contei sua respiração, e o tempo todo nunca olhei para longe de sua minúscula face. "Um", sussurrei, quando ele tomou uma respiração profunda e lenta, "dois", continuei, abraçando-o mais perto do meu peito. "Três", contei, mas suas respirações estavam desacelerando, "quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez..." Percebi que os braços de Isaiah estavam soltos, sua pele estava gelada, mas seus olhos


ainda estavam abertos e olhando para mim. Então esperei ele respirar novamente. Eu contei, "onze..." e esperei. E esperei um pouco mais. Mas nada estava acontecendo. Meu corpo começou a tremer. Os olhos escuros de Isaiah estavam imóveis, seu corpo estava mais ainda. Eu o mexi em meus braços, tentando convencê-lo a respirar. Mas ele não se mexeu. "Doze", eu sussurrei, desesperado para ele chegar a doze. Meus braços começaram a se contorcer. Mas Isaiah não se mexeu. Comecei a balançar para frente e para trás como tinha visto minha mãe fazer com ele quando estava em seus braços. "Doze... por favor... chegue a doze..." Mas quando me mexi, seus braços finos caíram ao seu lado. Sua cabeça inclinou para trás, seus olhos ainda arregalados, mas ele não olhava para mim. Isaiah tinha ido... Como Mamãe... Ele me deixou também. Eu o feri... Eu o fiz ir embora também... Eu estalei minha cabeça em volta, e meus olhos estavam embaçados, lembrando do pequeno Isaiah. Pisquei, afastando a água dos meus olhos. De repente, o rosto chorando de Maddie estava na frente do meu, os braços embalando minha cabeça. "Meu toque o matou, Maddie," confessei em um sussurro, e passei meus braços em torno dela. "Shh..." Maddie disse entrecortada, enquanto ela balançou minha cabeça em seu aperto. "Você não fez nada disso. Foi seu pai. Ele deixou vocês lá para morrerem. Seu irmão estava doente e ele o deixou com você. Sem socorro médico. Você não o matou, Flame. Seu toque não prejudicou o seu irmão ou sua mãe. Foi à negligência do seu pai." Maddie se inclinou para trás. "Mas ele não chegou a doze. Onze. Era sempre onze. Onze cortes em minhas costas, e então, onze


respirações de Isaiah. Por que é sempre onze? Por que ele sempre contava até a porra do onze? Eu nunca consigo tirar esse número onze da minha cabeça. Onze para tudo." Maddie me segurou perto, então disse: "Eu não sei." Deixei cair a minha cabeça, e Maddie disse, "Era um nome muito bonito. Isaiah." Eu inalei uma respiração. "Meu nome era Josiah," confidenciei pela primeira vez na minha vida. "Josiah William Cade." Olhando para cima, vi uma lágrima rolar pelo rosto de Maddie.

Seus

dedos

acariciavam

minha

barba

e

seus

lábios

entreabertos. "Josiah William Cade", ela sussurrou e se inclinou para pressionar um beijo em meus lábios. "Eu odeio esse nome, Josiah," cuspi. Maddie assentiu com a cabeça. "Eu entendo, como também odeio o meu nome, Magdalene. Fico feliz que você compartilhou o seu nome de nascimento comigo. Estou feliz que você compartilhou tudo. Porque agora, Flame, nós sabemos tudo o que há para saber sobre um e outro. Tudo. Tudo está à mostra." Sentindo-me drenado, coloquei minha cabeça para trás, trazendo Maddie ao meu peito. A sala estava cheia de silêncio. Eu tentei bloquear as memórias novamente. Mas não consegui. Elas não iriam. Então, quando meus olhos fecharam, senti Maddie beijar meu peito. Ela sussurrou: "Eu te amo, Flame." Eu

respirei

fundo

e

fechei

os

olhos,

as

imagens

desaparecendo. Segurei-a mais perto, afrouxando minha mandíbula, e sussurrei: "Eu... Maddie... Eu também te amo..."


Maddie Quando amanheceu no dia seguinte, a luz filtrava através das cortinas

finas

na

janela.

Pisquei

para

abrir

meus

olhos,

e

imediatamente me senti quente. Dois braços grandes estavam me segurando com força e meu rosto estava apertado contra pele quente. E eu sorri. E o meu coração se encheu. Flame. Eu estava dormindo ao lado de Flame. E melhor ainda, ele estava dormindo comigo. Ele estava dormindo… em uma cama, como merecia. Fechei os olhos, ouvindo sua respiração lenta rítmica, e me senti feliz. Eu estava deitada, olhando para a luz entrando no quarto, e voltei a pensar na noite passada. Tudo. O Profeta Cain nos libertou, vendo Flame chegar para me levar para casa, seu beijo na moto, em seguida, fazendo amor, Flame parando, mas nós dois encontramos uma maneira de seguir em frente. Meu estômago caiu quando me lembrei dele contando sobre seu irmão, sua mãe, e o homem terrível que ele tinha como pai. Não admira que ele acreditasse profundamente que seu toque poderia machucar. Sua mãe tinha tomado sua própria vida, provavelmente devido aos maus tratos de seu pai, e seu irmão tinha morrido por negligência. Ouvir que ele era mal foi tudo o que ele sempre ouviu. Isso e muito mais. Portanto, era tudo o que ele acreditava ser.


Pensei no primeiro dia que ele acordou neste quarto. Acreditando que alguém estava atrás de mim, se preparando para me machucar. E Flame o havia distraído, para me salvar. Distraiu-o ao se posicionar fracamente no alçapão que ele tinha construído no chão, onde ele tinha levado a si mesmo e cortou-se ao mesmo tempo. Embora não houvesse nenhum prazer neste ato. E eu já sabia que ele revivia seu pai o levando todas as noites, fazendo os cortes em seu corpo no lugar de seu pai. Ele cresceu acreditando que sua libertação devia ser trazida através da dor. Sua liberação — apenas mais um afastamento do mal dentro seu corpo. E o número onze. Sempre onze vezes. Sua vida foi medida em conjuntos de onze. Flame sempre reviveu os cortes de lâmina de seu pai, e as últimas onze respirações de seu irmãozinho, em sua trágica vida curta. Meus braços ao redor de sua cintura instintivamente o seguraram mais perto. Acordando com meu toque, senti o movimento de Flame debaixo de mim, acalmando seu peito enquanto suas mãos freneticamente sentiam ao longo das minhas costas. Ele estava se certificando de que eu estava realmente aqui. Eu levantei minha cabeça, apenas para ficar satisfeita com os intensos

olhos

escuros

que

tanto

adorava.

"Bom

dia,"

eu

o

cumprimentei, sentindo uma onda de rubor em minhas bochechas. Os olhos de Flame passaram por cima de meu corpo nu e ele se mexeu em sua posição. "Maddie", ele respondeu. Eu lentamente me arrastei até seu corpo para chegar a sua boca. Certificando que meu beijo seria bemvindo, e lendo em seus lábios entreabertos que era, me abaixei e timidamente pressionei meus lábios contra os seus. Senti-me tão preciosa como na noite anterior, o mesmo enxame de borboletas abordando meu estômago, como eu havia sentido


a primeira vez que nos beijamos. Eu rompi, e acariciando seus cabelos, perguntei: "Você está bem?" Os olhos de Flame se mantiveram mergulhados na minha boca e ele acenou com a cabeça. "Sim." Um sorriso puxou minha boca e eu perguntei: "E você dormiu?" Flame respirou um suspiro de alívio, e respondeu: "Sim. Eu sempre consigo quando você está aqui." "Então você deve sempre dormir comigo", falei em voz baixa. Senti o gemido de Flame, quando seu comprimento ereto pressionou contra a minha coxa. Meu coração acelerou, e eu ansiava por seu toque. "Flame?" perguntei calmamente e observei sua mão na minha. "Você quer tomar banho comigo?" As narinas de Flame queimaram, acompanhado por um único aceno afiado. Eu me libertei de seus braços e deslizei fora da cama. Quando a brisa fresca bateu em volta de mim, de repente me sentia muito exposta. Cobri meus peitos com meus braços, mas a mão de Flame puxou para baixo. "Não", ele ordenou, e eu corei de novo. Sentindo os olhos de Flame em mim enquanto caminhava para a sala de estar, fui direto para a banheira e liguei a torneira. O vapor da água quente embaçando o banheiro. Distraidamente, encosteime a pia enquanto esperava a banheira encher. Flame apareceu na entrada para o banheiro. Seu grande corpo tatuado estava nu, e os músculos pesados se mexiam com cada passo seu. O ar escapou dos meus pulmões enquanto seu olhar direcionava

ao

meu.

E

essa

familiar

sensação

acolhedora

de

necessidade construía entre as minhas pernas. Flame entrou no lugar e


parou bem na minha frente. Sua mão se levantou e empurrou de volta o meu cabelo do meu rosto. Ele segurou uma mecha entre os dedos. "Eu sempre gostei do seu cabelo." Eu sorri. Estendi a mão e tracei a pele sob seus olhos. "E eu sempre gostei de seus olhos." Flame expulsou o fôlego pelo nariz. Aproximando-me mais, eu disse: "E agora eu os amo... assim como te amo." A mão de Flame acariciou meu cabelo e seus olhos se fecharam, como se estivesse desesperado para ouvir a confissão dos meus lábios. Com o coração derretido, subi e peguei a mão dele na minha. Os olhos de Flame abriram e liderei-o para a banheira agora cheia, e fechei a torneira. Guiando-o em volta de mim, gesticulei para Flame para entrar na banheira primeiro. Ele entrou, superando a grande banheira, em seguida, estendeu a mão para eu o seguir. Eu não hesitei. Colocando minha mão dentro da sua, entrei. Flame imediatamente me puxou para os seus braços e suspirou pesadamente, em felicidade. Ficamos em silêncio por alguns minutos, aproveitando a água calmante, então peguei o sabão e ensaboei em minhas mãos. Virandome, perguntei: "Posso cuidar de você?" Flame acenou com a cabeça, e colocando minhas mãos em sua pele tatuada com cicatrizes, comecei a lavá-lo, mostrando com meu toque o quanto ele significava para mim. Eu o ensaboei sobre seus braços e em seu peito. O tempo todo que fiz isso, seus olhos nunca saíram dos meus. Então, quando minhas mãos desceram em seu estômago, ele pegou meu pulso. Olhei para cima em pânico, mas a expressão suave no seu rosto rapidamente apaziguou qualquer preocupação.

Eu

esperei

que

ele

falasse,

então

ele

murmurou, "Ninguém nunca se importou comigo assim."

finalmente


Meu coração rachou, porque, tanto quanto a minha vida tinha sido difícil, tanto quanto me foi negado afeição, eu pelo menos tinha minhas irmãs. Mas para Flame... não havia ninguém. Inclinando-me, até que meus seios pressionassem contra seu peito duro, eu disse: "Isso está no passado. Porque vou cuidar de você todos os dias para o resto de nossas vidas. Você é meu Flame. Vou cuidar de você sempre. Mais do que você jamais saberá." Os olhos de Flame queimaram, e com as mãos firmes no meu cabelo, ele trouxe minha boca até a sua. O beijo começou doce e tímido, mas não demorou muito para que um calor incrível construísse entre nós. As mãos de Flame deixaram a segurança do meu rosto e caíram para minhas costas, sobre meus quadris, para pousar em minhas coxas. Eu podia sentir seu comprimento duro pressionando contra mim, quando ele rolou. Quando um longo gemido saiu de sua boca, eu o deixei orientar minhas pernas para os lados dos quadris. Separando minha boca de Flame com um gemido ofegante, pressionei minha testa à dele, minhas mãos trêmulas e rubor em suas bochechas. "Faça isso, Flame. Eu quero sentir você dentro de mim outra vez. Eu preciso sentir você dentro." O rosto de Flame brilhou com apreensão. "Apenas se concentre em mim, Flame. Não é necessária nenhuma dor. Sem medo. Somente nós, lembra?" Flame gemeu e, em seguida, mudou de posição, uma mão segurando a minha cintura. Quando o senti na minha entrada, ele parou, músculos tensos. Eu o observei com os olhos bem fechados, revivendo o que quer que a imagem estivesse segurando-o de volta. Mas eu trouxe seu rosto para baixo. Os olhos de Flame se abriram quando ele encheu-me tão incrivelmente por completo.


"Maddie", ele gemeu quando me encheu ao máximo. Sentei-me em cima dele, minhas mãos segurando seu rosto, e seus braços segurando minha cintura. Nós dois respirávamos pesado. Então eu senti. A paz e o amor que Lilah me disse que ela tinha experimentado com Ky. E eu sabia que nada deste momento precioso poderia estar errado. Eu sabia que alguém tão carinhoso e tão amoroso como Flame não poderia ser um pecador. Nenhuma chama corria em seu sangue. Apenas o amor por mim, e isso era o suficiente, sempre seria o suficiente. Levantando meus quadris, comecei a me mover. A bela sensação dele dentro de mim acendeu minha alma. Flame começou a encontrar meus movimentos com o seu próprio, a expressão de prazer e angustia tomava seu rosto me fazendo queimar por mais do seu toque. Movendo meus lábios aos dele, fundi nossas bocas; A língua quente de Flame imediatamente empurrou para dentro. E isso foi a partir daí. Nossos corpos se movimentando em uníssono perfeito, a boca de Flame me possuindo. E não passou muito tempo, a tensão construiu na base da minha espinha. A boca de Flame rasgou da minha. Ele expulsou um longo gemido, sua semente quente me aquecendo dentro quando uma luz ofuscante me estilhaçou para longe. Eu segurei em seu pescoço, preocupada que iria flutuar se eu perdesse o seu aperto. Esvoaçando meus olhos abertos, caí para o seu peito e respirei o aroma fresco de sua pele. A mão de Flame imediatamente veio em torno de mim, me puxando para perto. Eu o senti relaxar quando ele sussurrou, "Eu te amo." Sorrindo em seu peito, respondi, "E eu também, Flame." Flame suspirou e murmurou, "minha".


E eu sorri ainda mais. Minutos se passaram enquanto nós nos deitamos no rescaldo. Em seguida, algo que eu estava pensando, me veio à mente. Meus dedos traçaram a tatuagem no peito de Flame, quando perguntei, "Flame?" "Mmm?"

Ele

respondeu,

enquanto

suas

mãos

preguiçosamente penteavam pelo meu cabelo. "O que aconteceu a seguir?" Flame parou e eu sabia que o seu silêncio significava que ele não entendeu minha pergunta. Inclinando minha cabeça até olhar para o rosto dele, perguntei, "Depois que seu pai foi embora, e... e seu irmão morreu... o que aconteceu?" Os olhos de Flame se estreitaram. Eu sabia que ele estava tentando lembrar. "Não está bem claro, mas alguém veio e nos encontrou. Acho que tinha ficado naquele buraco sujo por muito tempo. E lembro que era alguém que eu conhecia, mas não tenho certeza de quem, minha mente está realmente nebulosa sobre esse dia. Eles levaram meu irmão para fora dos meus braços. Eu me lembro de tentar manter o aperto dele, porque não queria perdê-lo, mas não tinha forças para lutar. Então eles me colocaram em um carro. Nós dirigimos por um longo tempo, mas eu estava muito cansado e com fome para me lembrar muito da viagem." Meus olhos se fecharam imaginando segurando o cadáver de seu irmão, recusando-se a deixar ir. E só o Senhor sabe o estado em que estavam. Em que estado seu irmão mais novo estava deitado nos finos braços fracos de Flame. A mão de Flame começou a acariciar o meu cabelo mais rápido. Instantaneamente, eu sabia que algo o estava machucando. Eu sabia que ele acariciava meu cabelo quando precisava de força.


"Eles me levaram para um grande edifício. Estava escuro e eles me deixaram na porta. Acho que devo ter caído adormecido, porque quando acordei estava em uma cama que não reconheci. Um homem entrou e tentou falar comigo. Mas ele pôs a mão no meu braço e eu gritei. Eu o empurrei e disse-lhe sobre as chamas. Disse a ele sobre o mal no meu sangue e arranhei meu pulso para mostrar a ele que estava tentando tirá-los." Os olhos de Flame tinham perdido o foco, completamente imerso em sua memória. "Mas ele não me entendeu. Eu não conseguia fazê-lo entender o que estava errado. Assim como com todos os outros, eu sempre dizia algo errado. Algo que os deixavam com medo ou chateados ou com raiva." "Flame", eu sussurrei, mas ele ainda estava lá, dentro de sua cabeça. "Eles me levaram a algum lugar novo. Um hospital, eu acho? Mas não gostei de lá. Eles me injetavam drogas que me deixavam dormente, porque eu tentaria chegar às chamas. Então eu não podia sentir as chamas, mas sabia que elas estavam lá. Eles me amarraram na cama, então eu não conseguia liberar as chamas. Passei o dia todo, todos os dias, durante anos e anos, queimando no meu interior. Eu odeio ser amarrado." O olhar de Flame mudou-se para encontrar o meu e ele explicou: "As chamas machucam o tempo todo. E eles não me deixavam liberá-las. Eles me deixaram sozinho em uma sala, amarrado a uma cama, deixando que as chamas me queimassem vivo." "Então como é que você ficou livre?" Perguntei. Em minha mente imaginei Flame, na cama semanas atrás, vê-lo se debatendo e tentando se libertar. E então o olhar em seu rosto quando o cortei com sua lâmina. Porque ele estava sentindo as chamas queimá-lo vivo.


"Eles colocaram alguém no meu quarto comigo. As pessoas vinham visitá-lo. E havia esse cara que sempre se aproximou de mim. Os médicos haviam injetado drogas entorpecentes em mim, mas eu sempre me lembrava de seu rosto. Ele tinha cabelo escuro e sempre usava couro. Eu sempre pude sentir o cheiro do couro." Flame tomou uma respiração profunda, e eu podia ouvir o coração disparado no seu peito. "Então, uma noite, o cara em couro entrou e libertou o outro homem que partilhava o quarto comigo. Eu o ouvi abrir a janela do nosso quarto e ouvi-os sair. Mas então senti alguém me desamarrar e, quando consegui olhar para baixo, eu tinha sido libertado da cama. E a janela ainda estava aberta." Meu corpo estava tenso enquanto ouvia a sua história, e eu empurrei, "Então o quê? O que aconteceu a seguir? Quem era o homem que libertou você?" O dedo de Flame correu pelo meu rosto e disse: "O que aconteceu depois não é realmente claro por causa das drogas, mas me lembro de subir para fora da janela aberta. Eu não sei quanto tempo corri, mas acabei em um beco, porque precisava dormir. Mas quando acordei, não tinha nenhum outro lugar para ir. Mas eu tinha a minha faca. A faca que tinha conseguido esconder todos esses anos, a que deixei na cinta debaixo do colchão. A faca que meu pai usava nas minhas costas todas as noites." "Eu estava cortando meus braços quando ouvi passos se aproximando. Eu fiquei tenso, agarrando minha faca em minhas mãos. Quando olhei para cima, era o cara que tinha me liberado. Ele e um grande cara com cabelo vermelho longo. Eles estavam ambos vestidos de couro, o diabo pintado em suas costas." Meus olhos se arregalaram e sussurrei, "Viking... o longo cabelo vermelho? Era Viking?"


Flame concordou e acrescentou: "E AK. AK foi quem me libertou. O homem na outra cama era seu irmão mais velho. Todos eram Hangmen." "E ele o encontrou novamente. Ele voltou para você?" Flame assentiu. "Sim. Eu tinha dezessete anos." Seu olhar fixo no meu e ele disse: "Eu tinha dezessete anos... dezessete anos, quando abracei a escuridão. Dezessete quando virei a porra de Flame. O velho do Styx me deu esse nome porque eu contei a ele que tinha que cortar meus braços para liberar as chamas do meu corpo. Ele nunca perguntou mais. Ele só me aceitou." "Flame", murmurei, beijando ao longo de uma tatuagem de chama laranja em seu peito. Mas, quando fiz, perguntei curiosamente, "Como você conseguiu todas essas tatuagens e piercings, se você não pode ser tocado?" "Eu queria elas para que as pessoas não se aproximassem de mim. Então, elas podiam ver as chamas do lado de fora, as que viviam dentro de mim." Flame ficou tenso, e ele acrescentou: "E elas eram dolorosas. Tank que fez. Fez em todo o meu corpo por três dias sem parar. Viking e AK me mantinham apagado. Então, quando acordei, eu estava assim. Eu era Flame. Não mais Josiah William Cade." Eu olhei para as tatuagens e entendi. Mantinham as pessoas afastadas. Então, elas não iriam tocá-lo. Elas faziam as pessoas ficarem longe antes que elas escolhessem chegarem mais perto. A cada nova palavra da sua boca parecia me estripar. "Flame..." Eu sussurrei e dei um beijo final em sua pele. Então perguntei: "E o que aconteceu depois que AK e Viking encontraram você?" "AK me trouxe para o velho de Styx, o Prez na época, e eles me levaram. Eles não se importavam a merda se eu me cortasse. Eles não


se importavam que eu fosse diferente. Eles apenas aceitaram essa minha porra. E nunca saí." "E AK e Viking...?" "São meus irmãos. Eles... me entendem. Eles sabem como falar comigo. Eles me salvaram. Eles me salvaram, porra. Devo-lhes tudo. Mesmo quando AK saiu em turnê com as forças10, ele sempre manteve contato comigo. Me checando tanto quanto podia." Um nódulo construiu em minha garganta e movendo o corpo de Flame, pressionei meus lábios nos dele. De repente, os sons de vozes irromperam no lado de fora. Era riso. Era de felicidade, e de fraternidade. E era a família de Flame. O que lhes faziam a minha família também. "Eles são barulhentos," comentei, sorrindo. Flame acenou com a cabeça, e meu coração se encheu quando vi o lábio se contorcer com carinho. "Eles sempre são. Especialmente Viking. Ky bate muito nele para fazê-lo calar a boca. Nunca funciona." Então, me surpreendendo, um riso irrompeu do meu peito. Flame parou de respirar, em seguida, ele se sentou e me esmagou contra o peito. Ganindo de surpresa, segurei a cabeça em minhas mãos e perguntei: "Você está bem?" Flame assentiu com a cabeça contra o meu peito e disse: "Eu gosto de ver você rir." Suspirei e sussurrei: "E eu apenas te amo de qualquer forma." Flame me segurou ainda mais apertado.

10

Nt.: Refere-se as forças armadas.


Saí do quarto, vestida com meu vestido branco longo com meu cabelo puxado para trás. Eu vi Flame sentado contra a parede, ao lado do fogo, com sua faca na mão. Ele estava olhando para o alçapão no chão na parte posterior da sala. Ele estava vestido mais uma vez em suas calças de couro, botas pretas e somente seu corte. Ele parecia tão bonito que pensei que meu coração ia explodir. Outra rodada de estridentes risos explodiu do lado de fora. Flame levantou a cabeça. Eu levantei minha mão, tentando não demonstrar minha preocupação. Minha preocupação que ele estava olhando para a porta. Flame ficou de pé e se aproximou. Sem hesitar, a mão encaixou na minha. "Você realmente quer ir para fora?" ele perguntou, e eu balancei a cabeça. "Eu tenho ficado dentro de casa por muito tempo. Sinto-me segura com você ao meu lado e eles são seus amigos. Seus irmãos." Flame nos levou até a porta. Quando entramos na clareira na frente dos três apartamentos, notei que o clube inteiro estava lá, incluindo Mae e Lilah, com Styx e Ky. Eles estavam todos bebendo e comendo comida da churrasqueira, quando Viking de repente olhou para cima. "Flame!" Ele chamou, e piscou para mim. "Pequena." Todo mundo ficou em silêncio novamente, e sentindo o constrangimento de sua atenção, me enrolei ao lado de Flame, o seu grande braço forte vindo ao redor do meu ombro para me segurar perto. Imediatamente me senti segura.


Flame começou nos levar para frente. Quanto mais perto chegávamos, mais as vozes voltavam ao seu estado anterior. "Maddie?" Olhando para cima, vi Mae e Lilah sentadas com Beauty e Letti. Eu acenei. Flame olhou para baixo e perguntou: "Você está com fome?" Eu balancei a cabeça contra o peito dele e disse: "Vou esperar com Mae e Lilah." O braço de Flame parecia apertar como se ele estivesse relutante em me deixar ir, até que Viking chamou o seu nome. "Flame, solte sua cadela por um minuto, porra, e traga sua bunda louca para pegar alguns bifes quentes! Você perdeu uma porra de peso, e não quero o caralho da responsabilidade de ser o maior filho da puta mais fodido deste clube." "Não se preocupe, Vike. Tanner está com essa merda de qualquer maneira," disse o Tank em resposta. Viking começou a arrancar sua camisa. "Nós não vamos fazer essa porra de novo, irmão? Eu juro que você continua dizendo essa merda só para me despir. Vocês querem ficar olhando para minha quente bunda pálida? A Beauty não está dando o que você precisa?" Todos os irmãos começaram a rir, e Flame relutantemente me soltou para caminhar até a churrasqueira. Virei para me juntar a Mae e Lilah, quando avistei AK deixando seu apartamento à minha direita. Com tanta gratidão por esse homem, caminhei para onde ele estava andando, corando enquanto seu rosto irrompeu em um sorriso. "Ei, Madds—"


Cortei sua saudação envolvendo com meus braços ao redor de sua cintura. AK parou. Incapaz de suportar seu toque por muito tempo dei um passo atrás, e com os olhos baixos, disse: "Obrigada." AK agachou-se, o rosto com uma expressão de confusão. "Por quê?" Senti a expectativa silenciosa atrás de nós. Afiando para frente, sussurrei, "Por salvá-lo. Por dar-lhe uma família... por salvá-lo de modo que algum dia ele poderia me salvar." Os olhos de AK se arregalaram e ele engoliu em seco. "Ele disse a você?" Ele perguntou, claramente surpreso. Eu balancei a cabeça. "Ele me contou tudo." AK passou a mão pelo cabelo. "Foda," ele exclamou. "Ele é... ele tem sorte de ter você em sua vida," eu adicionei, então rapidamente me virei. De repente, a mão de AK agarrou meu braço. Quando meus olhos dispararam aos seus, ele empurrou, "Ele está bem agora, Madds? Ele está fora do caralho de qualquer inferno que ele estava dentro?" Olhando para trás, por cima do meu ombro, vi Flame assistindo a mão de AK no meu braço. Seus punhos apertados estavam ao seu lado, mas ele não se moveu. Recuando, a mão de AK caiu longe. "Quase, eu acredito," assegurei. Assim que dei a minha resposta, a imagem de Flame sentado, olhando para o alçapão, com aquela lâmina especial vagou preguiçosamente em toda a minha mente. "Merda. O irmão merecia ser livre de seu passado. De uma vez por todas, porra." AK sorriu e comentou: "Pelo menos ele tem você agora, Madds. Pelo menos ele finalmente tem você."


Com isso, AK se juntou a seus irmãos. Eu vi Flame passar à frente para chegar a mim, mas estendi minha mão e balancei a cabeça. "Eu estou bem", murmurei. Flame parou. "Maddie?" Segui o som da voz, e se aproximando estavam Mae e Lilah. Mae gesticulou a um pedaço de grama longe de todos os outros e me sentei, Mae e Lilah se juntaram em seguida. Mae olhou por cima do ombro para Flame, então me encarou novamente, sorrindo. "Você não vai voltar para a minha casa, não é?" Corando, balancei minha cabeça. A mão de Lilah encontrou a minha. "Estou muito feliz por você, Maddie. Você merece ser feliz também." Lágrimas picaram meus olhos e eu disse: "Eu sou." E olhei para cima, meu lábio inferior tremendo. "Eu estou muito feliz. E assim está Flame também." Mae e Lilah compartilharam minhas lágrimas. Rindo com alegria, inclinei-me e gentilmente coloquei minha mão sobre a barriga de Mae. "Especialmente agora que vou me tornar tia." "Tia Maddie," sussurrei e Mae levantou minha mão a boca, e a beijou. Então Mae perguntou: "Ele é gentil com você, Maddie? Eu sei que não é da minha conta, mas te conheço. Sei que você não vai falar sobre isso. Mas eu só... Só tenho que saber que ele foi gentil." Meu coração gaguejou em sua pergunta, mas levantando meus olhos balancei a cabeça e sussurrei: "Sim. Ele é perfeito." As lágrimas de Mae bateram no couro de suas calças e ela respondeu: "Isso é bom, irmã. Isso é muito bom." Olhei para Mae, em seguida, Lilah, e meu coração se sentia tão feliz agora que conheci o amor. Eu levantei minha cabeça para o céu e fechei os olhos, enviei um pedido a Deus que a minha Bella estivesse


feliz tambĂŠm. Finalmente, ficando feliz que as irmĂŁs que ela tanto lutou para salvar, tinham encontrado o amor verdadeiro. Amor, do tipo perfeito.


Flame

Acordando, eu achei que ainda estava escuro lá fora. Estendi a mão para Maddie. Em pânico ao descobrir que ela não estava ao meu lado, pulei da nossa cama. Meus pés frios baterem no chão e eu imediatamente corri para a sala de estar. Então, meu coração caiu. Maddie estava sentada sobre o alçapão no chão, a porra do alçapão, segurando a maldita lâmina. "Não!" Eu ressoei e corri. Maddie olhou para o som da minha voz. Imediatamente, ela correu para fora da porta, suas costas batendo na parede. Então, pela primeira vez em três dias, senti as chamas despertarem sob a minha pele. As chamas que não tinham se mexido uma vez que comecei a me mover. E eu comecei a andar, a necessidade de tomar minha lâmina tomando conta. Então— "Flame?" A voz suave de Maddie me parou onde eu estava. Lutei para respirar, para me acalmar. Olhei onde ela estava sentada. Em vez disso, ela estava de pé. E estava segurando aquela lâmina fodida em sua mão. E por alguma razão, o pensamento dela segurando aquela maldita lâmina inflamou meu sangue. Porque isso era dele. E tudo que essa faca fazia era ferir. Era a porra da minha maldição.


"Dê-me a faca," bati, mas Maddie deu um passo atrás, levando a faca com ela. "Maddie—" "Você já esteve de volta?" Maddie perguntou, me desligando. Eu fiz uma careta. Maddie respirou fundo e se aproximou. "Você já esteve de volta a casa onde você cresceu?" O ar deixou meus pulmões com a menção daquela maldita casa. Minhas mãos apertaram em punhos ao meu lado e eu balancei minha cabeça. Maddie se aproximou ainda mais. "Você sabe para onde seu pai foi? Você sabe o quê aconteceu com ele?" Eu vacilei quando o pensamento do meu pai perfurou minha mente. Eu balancei minha cabeça. "Não. Eu não tenho idéia do caralho do que aconteceu com aquela filho da puta," Eu rosnei. Então Maddie levantou a faca e estendeu-a para eu pegar. Maddie voltou para o quarto e eu a assisti ir. Olhei para a velha lâmina oxidada na minha mão. Todos os sentimentos sobre estar preso naquela porra de buraco correram de volta. Olhei para o alçapão. O alçapão instalado quando o apartamento foi construído. A porta que me lembrava que eu estava mal. Um lugar para escoar para longe das chamas. Um lugar onde ele poderia continuar a me levar... De repente, me senti doente. Deixando cair à faca no chão, cambaleei de volta para o quarto, para encontrar Maddie na cama. Ela estava sentada, nua, com os braços em volta das pernas dobradas. Ela estava chorando. "Maddie," sussurrei quando avancei. Ela levantou a cabeça e falou. "Na minha vida, eu tinha duas coisas que costumava orar. Duas coisas que imaginava, se eu pudesse


conseguir, gostaria de ser posta em liberdade." Maddie enxugou suas bochechas. "E queria que Moses morresse. Eu queria estar acima dele e saber que ele estava morto. E queria me sentir segura. Eu queria me sentir salva em meu coração. Gostaria de saber que nunca mais seria ferida." Ela fungou. Olhando para mim com seus olhos tristes, e enfatizou, "E você me deu ambos. Na verdade, você me deu mais do que eu desejava. Porque você também me deu você. Eu me apaixonei por você. E posso te tocar. Eu posso fazer amor com você, e sei completamente, que não vai me machucar." Meu estômago virou e meu peito se apertou. Então ela disse: "Você está vivendo em um mundo onde não sabe se o seu torturador está vivo ou morto. Você viveu em uma casa que ecoa os métodos que você sofreu." Ela levantou a cabeça e perguntou: "Claro que sua alma fraturada pode não estar totalmente... totalmente... quebrada. Porque você está vivendo com a incerteza, você não está verdadeiramente livre." Odiando vê-la chorar, hesitei, me aproximou, e sussurrei, "Maddie." Eu podia ouvir minha voz profunda quebrada nos meus ouvidos. Maddie baixou as pernas dobradas e abriu os braços. "Venha a mim", ela sussurrou. Eu corri para a cama e deitei ao lado dela, esmagando-a contra meu peito. Segurei-a enquanto ela chorava em meus braços. Mas tudo que conseguia pensar era o que ela tinha dito. Eu nunca soube o que aconteceu com meu pai. Nunca soube o que aconteceu com ele depois que saí. O que aconteceu com nossa casa? O que aconteceu com o corpo de Isaiah? Então pensei no alçapão na minha sala de estar. O que eu nunca tinha tido a coragem de abrir ou dar um passo no interior. Mas que tinha mantido para me lembrar que eu era errado. Mal. Que era escuridão. Que era um filho da puta da morte.


Mesmo depois que saí daquela casa, então o hospital, ele ainda me levava, ele fodia o pecado da minha carne, na minha cabeça... até Maddie aparecer. Porque ela fez tudo melhor. Sem ser fodido sobre o alçapão pelo meu pai. Sem igreja. Sem cobras. Sem gritos... nenhuma dor... Segurando Maddie mais apertado, ela finalmente caiu no sono. Mas não consegui. Tudo o que vi na minha mente era escuridão: Isaiah morrendo em meus braços, minha mãe segurando meus dedos por debaixo da porta, em seguida, sangrando naquela cama, a faca ao seu lado, o hálito de álcool do meu pai ondulando no meu pescoço. E os meus músculos tensos, meu sangue corria quente e pensei uma coisa... ... Aquele filho da puta merecia morrer... Morto pela minha mão, com a mesma lâmina maldita...

"Dois mais compradores caíram. Isso significa que o Klan está flexionando seus músculos do caralho. Estamos pensando em esperar para ver qual será seu próximo passo, mas se continuar, então uma guerra virá, mesmo que Rider nos devolveu a porra de nossas mulheres ou não." Eu assisti Styx sinalizar, e ouvi Ky traduzir, "Tanner, você tem mais informações?" Tanner

abanou

a

cabeça.

"Eles

estão

usando

pouca

tecnologia. Mas seus novos caras não conseguem esconder tudo de suas contas. E há uma tonelada de merda de dinheiro proveniente de uma conta privada. Israelense." Tanner deu de ombros. "Tem que ser


esse culto. E eles estão bombeando algumas armas graves para solo norte-americano." Meu corpo ficou tenso com a menção do fodido culto. Styx olhou para Ky. Eu podia ver os irmãos, raiva em seus rostos também. Em seguida, os dois olharam para mim. Porque agora, eu também tinha uma cadela do culto. Eu tinha Maddie. Eu tinha muita vingança no meu sangue para foder aquele círculo de pedófilos tanto quanto o Prez e o VP. "Nós vamos continuar assistindo nosso terreno. Mas o jogo agora mudou. Landry e Governador Ayers têm muito poder. Eles têm metade dos federais em seus livros, nós temos metade no nosso. Pode ser uma maldita corrida interessante." Os irmãos todos assentiram com a cabeça. Então Styx assinalou. "Qualquer outro assunto?" Sentindo uma contração em minha pele, apontei meu queixo. "Tenho que tirar uma semana, talvez mais, Prez. Negócios fora do estado que tenho que cuidar." Eu mantive meus olhos colados em Styx, mas podia sentir todos os outros irmãos me observando. Eu nunca tinha deixado o complexo a menos que fosse a um negócio dos Hangmen, o tempo todo que estive aqui. Esta porra era a primeira vez. Styx franziu a testa, em seguida, assinalou, "Onde?" Meus dentes cerraram, mas eu forcei a sair, "Virginia do Oeste". Ky recostou-se na cadeira. "E o que diabos você quer fazer nos Apalaches? Não consigo pensar em uma possível porra de coisa que poderia me atrair para esse fodido lugar." Virei-me para o VP, e disse: "O meu velho."


A porra dos bonitos olhos azuis de Ky se arregalaram, mas nada saiu de sua boca. Na verdade, quando olhei ao redor da mesa, descobri que todos os irmãos estavam olhando para mim, suas bocas escancaradas. Tank deslocou em seu assento. "Você tem um velho, Flame?" Pisquei longe a imagem do filho da puta na minha cabeça, mas respondi: "Costumava ter." Tank balançou lentamente sua cabeça. Styx sentou-se para frente e assinalou. "Maddie vai?" Minhas mãos crisparam sobre a mesa e eu cuspi, "Sim." Styx olhou para Ky, em seguida, assinalou: "Ela estará protegida? Você vai derramar sangue?" "Pode ser. Provavelmente. Absoluta-fodida-mente", respondi. "Mas Maddie vai comigo, na porra do meu lado, na porra da minha moto, dormindo comigo na porra do meu lado. Ela é minha cadela, eu a possuo, e decido o que diabos acontece com ela agora, não você. Isso lhe diz o suficiente?" O rosto duro de Styx não mudou, então ele ergueu as mãos e assinalou, "Concedido. Podem levar todo o fodido tempo que precisarem. Só não machuque Madds. Eu não quero minha cadela grávida chateada porque sua irmã foi ferida no meio da sua fodida fúria psicopata. Entendeu?" Apontei meu queixo. Assim que Styx levantou o martelo, AK e Viking se inclinaram para frente. AK levantou sua mão e disse: "Vou precisar de um tempo fora também, Prez." Styx respondeu: "Nunca pensei a porra do contrário." Quando Styx bateu o martelo sobre a mesa, todos os irmãos saíram. Mas minha atenção estava em AK e Vike, que estavam esperando em seus assentos.


Vike bateu na mesa com os nós dos dedos e disse: "Não achou que você estaria indo sem nós, não é? Nós somos a porra do Trio Psico. Você não vai a lugar nenhum sozinho." "É uma longa viagem de merda," eu respondi. "Para o seu passado fodido ao que parece," AK rapidamente acrescentou. Vi seus olhos castanhos estreitarem. "Seu velho, Flame? Virginia do fodido Oeste? Como diabos você acabou no Texas, de uma cidadezinha do oeste em lugar nenhum?" Olhei para a mesa e disse: "Especialistas em minha cabeça estavam em Austin, eu acho. Eu não sei. Não está bem claro. Drogas fodidas demais estavam em minhas veias. Mas eles me mandaram aqui em algum momento entre oito e dezessete anos, claramente." AK balançou a cabeça, em seguida, fez outra pergunta. "Então nós vamos cortar o seu velho? É este tipo de corrida?" Meus dentes cerraram e eu respirava pelo nariz. "Sim", foi tudo o que consegui. "E do pior fodido jeito." Viking chamou minha atenção e passou a mão pela barba. "Ele é a razão para o..." Ele apontou para a lâmina que segurava na minha mão, em seguida, para as cicatrizes em meu braço. Eu balancei a cabeça e ele sentou para trás. "Então quando nós vamos? De repente tenho o caralho enorme e duro para ir a Virginia do Oeste." "Hoje", eu anunciei. "E a sua pequena cadela...?" Perguntou Vike. "Ela vem, caralho." Rosnei. AK balançou a cabeça. "É um caminho difícil e um longo passeio de merda. E pelo que estou reunindo, o encontro com seu querido pai não vai ser a porra de um piquenique. Você está bem com


sua bunda tímida vendo você assim? Vê-lo em fodido modo completo de Flame?" Eu pensei em Maddie e meu peito se encheu de orgulho. "Ela me entende. Ela entende o que tenho que fazer. Ela é mais forte do que parece. Ela pode levá-lo." Meu dedo traçou sobre um nó na mesa. "Ela sabe quem sou... ambos os lados de mim. Ela é forte o suficiente." AK balançou a cabeça e deixou escapar uma risada. "Que porra é ela, irmão. A porra de uma pequena Guerreira." "Sim, com bunda e seios perfeitos. Porra, você ganhou na loteria, irmão," Viking adicionou, suas sobrancelhas dançando. "Quem teria pensado que o fodido marcado entre nós iria ficar com a cadela mais quente? A vida é tão fodida de injusta." Abaixei minha cabeça com o pensamento dos suaves olhos verdes de Maddie, e admiti: "Eu tenho que tê-la comigo, o tempo todo. Toda a porra do tempo." Bati meu punho sobre o meu peito. "Não é possível respirar sem ela por perto. Preciso dela para dormir comigo. Preciso dela para manter as chamas para longe." Eu corri minhas unhas sobre as cicatrizes no meu braço. "Ela não vai me deixar nunca. Por toda a vida, irmãos. Ela é a porra para toda minha vida." "Porra," Viking sussurrou, "Psico caiu." Minha cabeça se levantou, mas o filho da puta estava realmente sorrindo. AK levantou, arrastando Viking com ele. "Então, Flame, nós vamos sair pelas montanhas e desfazer sonhos?" Saltando para os meus pés, sai do clube. Espasmos em minha cabeça e as mãos em punhos todo o caminho para meu apartamento.


Maddie "Eu pareço estranha," sussurrei quando me olhei no espelho. "Você parece gostosa, querida! Flame vai enlouquecer quando ele vê você toda em couro." Eu olhei para a menina no espelho. A menina vestindo calças de couro apertadas, uma camiseta preta e uma confortável jaqueta de couro, completando com botas pretas. Meu cabelo estava preso em uma trança francesa. Eu não conseguia parar de olhar. "Porra, é um passeio longo para Virgínia do Oeste, Madds. Você precisa de toda a proteção que puder colocar." Eu me virei para ver Letti vadiando no sofá de Mae. Beauty me entregou um alforje cheio com mais couros e roupas limpas. "Deve ser mais do que o suficiente para você aí, querida. Você vai realmente gostar." "Obrigada", respondi, e fui de volta para o sofá em frente, onde Lilah e Mae estavam sentadas. Lilah estava sorrindo para mim, mas eu poderia detectar preocupação nas feições de Mae. "Eu vou ficar bem, Mae," desabafei. Mae levantou. Ela estava pálida com os enjôos matinais, mas ela forçou um sorriso. "Eu sei que você vai. Eu me sinto... você sabe. Acho que sempre me senti protetora com você, Maddie. E vendo você sair com Flame para o outro lado do país, deixa meus nervos fora de controle."


Meu estômago se apertou ao ver sua preocupação, com mais ênfase, eu disse, "Eu tenho que ir, Mae. Ele precisa disso. Ele precisa disso para seguir em frente. Assim como todos nós temos. E vou fazer de tudo para que isso aconteça. Você faria isso por Styx." Por sua vez, olhei para Lilah, Beauty e Letti. "E você faria isso por Ky, e Tank, e Bull. Sim?" Todas elas disseram em coro: "Sim." Mae colocou as mãos nos meus braços e olhei em seus olhos azuis. "Mae. Você e Bella sempre me trataram mais como filha do que uma irmã. O que é estranho, porque você não é muito mais velha do que eu." Os olhos de Mae se encheram de lágrimas, mas conseguiu dizer: "Foi porque você era tão jovem quando foi despertada. Moses era... ele era..." Segurei as mãos de Mae na minha e disse: "Eu sei, irmã. Sei que minha falta de afeto, e meu constante silêncio, deu-lhes motivos para se preocuparem." Eu olhei para baixo e tentei lembrar da garota que era na comuna. Meu coração apertou e confessei: "E eu pensava que estava quebrada. Agora sei que não." A vibração de borboletas encheu meu peito, mas consegui afirmar: "Estava quebrada, não mais. Eu sou forte... forte com Flame do meu lado." Mae olhou para mim, em seguida, sussurrou: "Eu posso ver isso, irmã." Lilah se juntou a nós, e seus olhos azuis brilhavam, "Você sempre foi forte, Maddie. Nós sempre vimos isto. Mas agora você é mais." Lilah deu um beijo na minha bochecha. Só então ouvimos um fungar atrás de nós. Viramos para testemunhar Beauty enxugando os olhos. Quando ela nos viu olhando, lançou um olhar de incredulidade. "O quê?" Ela perguntou, evidentemente, exasperada. "Por causa de


vocês suas fodidas vou ter que conseguir maquiagem a prova d‘água. Eu nunca chorei tanto na minha vida maldita!" Atrás de Beauty, Letti murmurou, "mulherzinha," ganhando uma cara feia de sua melhor amiga. Bateram na porta e Lilah foi abri-la. Eu tinha acabado de pegar o alforje, quando Flame entrou na sala. Como sempre, ao ver seus largos ombros e torso nu, esqueci como respirar. A expressão de Flame sempre era aquecida quando ele me via. Mas desta vez, o seu olhar caiu lenta e deliberadamente para vaguear sobre o meu corpo. Suas narinas queimando, mãos em punhos ao seu lado. Por vários segundos ele não se mexeu. Tremores rapidamente construíram entre as minhas coxas, e expressei uma palavra preciosa em um sussurro: "Flame." O som de seu nome escapando dos meus lábios foi o incentivo que precisava para bater em todo o pequeno espaço que nos separava, para ficar bem diante de mim. Inclinei a cabeça para trás para olhar a sua altura impressionante. Seu peito estava trabalhando duro. As mãos de Flame lentamente desceram para descansar suavemente sobre o meu rosto. Ele abaixou a cabeça para pressionar cuidadosamente os lábios macios nos meus. Meus olhos flutuaram com seu contato. Eu enchi de luz quando o estrondo de um gemido reverberou dentro de seu peito largo. Quando Flame quebrou o beijo, sua testa beijou suavemente a minha, e ele murmurou, "Você parece... Merda, Maddie, você está linda." E a luz dentro de mim brilhou mais brilhante. Sentindo um rubor acariciar meu rosto, coloquei minha mão em seu peito e sussurrei: "Obrigada."


Inalando uma respiração profunda, Flame deixou cair os braços e apertou minha mão na sua. "Você está pronta?" Perguntou ele, e eu assenti. Flame pegou o alforje da minha mão e nós nos viramos para sair. Beauty estava enxugando mais lágrimas, e com humor, ela murmurou, "Sim, realmente preciso da porra de um rímel à prova d‘água." "Eu vou ver vocês quando voltar", prometi para Mae e Lilah. Depois que elas me deram um beijo no meu rosto, deixamos a casa de Mae e caminhamos em direção ao nosso apartamento. Eu podia sentir Flame continuamente olhando para mim. Toda vez que ele fez isso, sua mão apertava a minha. Eu estava lutando contra um sorriso por ele me achar tão desejável nessas roupas, quando perguntei, "Styx disse que está tudo bem sobre nós sairmos?" "Sim," Flame resmungou. "AK e Viking estão vindo também. Eles não ficarão para trás." Eu permiti que o sorriso escapasse; meu rosto se iluminou ao ouvir esta notícia. Inclinando a cabeça para descansar em seu braço, confirmei, "Claro que não. Eles também te amam." O braço de Flame ficou tenso, depois, gradualmente relaxou. À medida que rompemos a linha de árvores, AK e Viking estavam esperando em suas motos, ambos fumando. Quando chegamos a eles, Viking sentou-se e retirou o cigarro da boca. "Foda, pequena..." Ele parou quando apontou o dedo para mim da cabeça aos pés com o cigarro. "Você na porra de couro, parece um jogo feito no céu do couro." Os músculos de Flame ficaram rígidos com o comentário, mas antes que ele pudesse se mover para frente, AK pegou o braço de Viking e lembrou ele, "Só porque o irmão não está cortando a merda mais, não significa que ele não pode dar a você um fodido corte. Agora monta aí seu, imbecil. Nós estamos fora daqui."


Flame anexou o meu alforje em sua moto, em seguida, subiu. Eu subi atrás dele e passei meus braços ao redor de sua cintura. Flame ligou seu motor. Pouco antes de partimos, ele virou a cabeça e apertou os lábios nos meus no mais breve dos beijos. Quando ele puxou para fora na estrada de terra, coloquei meu queixo em seu ombro e sussurrei: "Eu te amo demais."

Nós rodamos por dois dias. Acampamos na noite passada, e iríamos fazê-lo novamente hoje à noite. Meu corpo doía com a sensação de desconhecimento de montar em uma moto. Toda vez que eu queria parar, toda vez que queria voltar para casa, me lembrava que isto tudo era para Flame. Era sua melhor esperança para a paz que ele tinha me proporcionado. Ele também merecia paz. E cada vez que repeti esse mantra para mim mesma, poderia subir acima das dores, dormência, e o sofrimento. O medo do que estava por vir. A noite já tinha caído, as estrelas estavam brilhantes e cintilantes contra o pano de fundo de um céu pintado de negro. Flame virou à esquerda para uma estrada rural isolada e escura. Eu o segurei mais

apertado

enquanto

a

moto

balançava

sobre

o

caminho de cascalho. Então meus olhos cansados se arregalaram quando eles desembarcaram em um grande lago. A lua cheia pairava no céu e lançou brilhantes raios de luz, que ainda cintilavam na água. Flame nos dirigimos um pouco mais para a cobertura das árvores, em seguida, lentamente seguiu com a moto e parou. Minhas coxas pulsavam com as longas horas de sessão na mesma posição. Flame saiu da moto primeiro, em seguida, virando-se para mim, ele me levantou do assento. Seus braços fortes me


seguraram no ar, e quando ele me colocou no fresco chão, ele me puxou para seus lábios. Quando ele se separou da minha boca, minhas bochechas estavam preenchidas com calor. Com luvas de couro em sua mão, Flame levantou seu dedo e roçou sobre a maçã de meu rosto. "Você gostou que fiz isso," ele murmurou. Foi uma declaração que ele agora sabia ser verdade. Virando a cabeça para cumprimentar sua mão, respondi, "Eu gosto mais cada vez que você faz." Flame se inclinou e me beijou novamente. Minhas mãos levantaram para envolver em torno de seu pescoço. Desta vez, quando ele se afastou, disse: "Então vou fazer isso mais." "Ei, Flame! Eu vou acender o fogo, e vou assar algo. Vamos comer, e então descansar um pouco. Temos que acertar o endereço que Tanner nos deu do seu velho no início da manhã. Nós todos sabemos que vai ser uma porra de dia," Viking disse de perto da água. Comemos em silêncio perto do fogo. Depois, Flame estendeu um cobertor para nós dormirmos em cima. Ele puxou-me em seus braços

assim

que

nossos

corpos

exaustos

bateram

na

cama

improvisada. Em questão de minutos eu podia ouvir a respiração pesada de AK e Viking, dormindo no outro lado do fogo. Mas o corpo de Flame estava tenso, e suas inspirações e expirações rápidas, traindo que ele estava acordado. Sentindo o seu coração disparar, levantei minha cabeça e deitei sobre seu peito para encontrar seus olhos. Flame estava olhando para o céu sem nuvens, mas quando me sentiu movendo, ele olhou para mim. Ele estava incomodado. Levantando o dedo para correr através das linhas de preocupação em sua testa, perguntei, "O que está errado?"


Os lábios de Flame se separaram e uma respiração controlada derramou. Seus braços em volta das minhas costas me seguravam incrivelmente perto. No começo não achei que ele ia falar, então, inesperadamente, ele confessou: "Eu matei antes." Eu congelei, e puxando minhas sobrancelhas para baixo, disse: "Eu sei. Você matou o irmão Moses." "Mas matei uma tonelada de merda mais. Uma tonelada de merda, Maddie." Os olhos dele estavam longes, então voltou. "E eu gostei. Eu... porra... gosto. Eu gosto de matar. Há uma coisa em mim, Maddie, que quer matar. Aquilo está lá. Eu imagino que ele nunca vai embora. Eu acho... acho que tudo o que foi feito para mim quando era um menino me fez precisar matar." Largando minha mão, ele me puxou mais para cima de seu corpo, e disse: "Mas só as pessoas ruins. Certo? Você só precisa matar os que fazem coisas ruins?" Flame deu de ombros. "É sempre nossos inimigos do Clube. Homens que usamos para obter informações. Pessoas que fodem com o clube." Seu queixo cutucou em minha direção. "As pessoas que foderam com você." Meu estômago virou-se ao menor pensamento de tirar a vida de uma pessoa. A mão de Flame tocou meu rosto, seu olhar procurando o meu. "O que você está pensando, Maddie? Seu rosto mudou, mas não sei o que sua expressão quer dizer." Suspirando, respondi com a verdade. "Eu não posso imaginar tirar a vida de outra pessoa. Eu sei que é o caminho dos Hangmen; Mae e Lilah já explicaram isso para mim muitas vezes. Mas não sei. Eu não sei se tivesse oportunidade, teria sido capaz de tirar a vida do irmão Moses. Eu não acredito que está dentro de mim matar outro ser humano, não importa o quão merecido seja. Suponho... isso me faz


perguntar o que está dentro de você para realmente passar por isso. O que passa pela sua cabeça para fazer você querer?" Flame ficou em silêncio por vários segundos. O braço na minha cintura aumentou a sua aderência, então ele sussurrou: "Ele. Toda vez que mato, estou matando aquele fodido. Vejo-o no lugar deles. Eu corto em pedaços de merda com a minha faca, mas só estou vendo ele. Toda vez que mato, mato ele na minha cabeça... por minha mãe... por Isaiah... por mim... pelo que ele me transformou. Pelo que ele fez comigo naquele maldito porão." E assim, meu coração se apertou em receber sua confissão. Na dor que ele deve abrigar em seu coração, causada pelo homem que ele pensou que poderia confiar. Acariciando a minha mão pelo seu cabelo, eu disse: "Você é um homem bom, Flame. Você foi criado por uma pessoa ruim." Ele balançou a cabeça. "Não, Maddie. Eu sou um assassino. No fundo, gosto de matar, por causa dele. Estou tão fodido como ele. Eu gosto de levar dor as pessoas." "Não", eu argumentei, mas Flame congelou debaixo de mim. "Flame!" Eu sussurrei mais alto. Quando seus olhos lentamente se viraram para mim, ele perguntou, entrecortado: "E se ele estiver lá amanhã?" E o meu coração se partiu novamente. Flame estendeu a mão e segurou meu pulso, e ele elaborou: "E se chegarmos a essa porra de casa amanhã e ele está lá? E se ele ainda está naquele caralho de casa? Ainda vivendo e respirando como se nada tivesse acontecido? Ainda indo para aquela igreja bastarda? Nem sequer se preocupa com a merda que ele fez? Sem se importar com o que ele fez de mim?" Os olhos de Flame tinham crescido incrivelmente. Ele engoliu em seco. E então eu sabia. Eu sabia que ele estava acordado e


preocupado, porque ele estava apavorado. Embora ele não mostrasse a emoção em seu rosto ou em sua voz, eu sabia que medo real estava correndo em suas veias. E percebi que era provavelmente a primeira vez em muitos anos que ele tinha sentido essa emoção particular. Ele era o Flame dos Hangmen. Ele era o irmão mais temido por seus inimigos. O único que cortava as pessoas com suas lâminas hábeis. Mas agora ele estava com medo. Tentei imaginar como me sentiria se o irmão de Moses estivesse de pé, de repente fora das árvores, neste exato momento. Eu podia sentir arrepios abordando meu corpo, apenas por este breve pensamento. Mas para Flame, manhã, seu algoz poderia muito bem olhar na cara dele. E ele estava assustado. Flame, meu forte e grande protetor, estava apavorado com o próprio pensamento. "Shh..." Eu o acalmei, quando a respiração de Flame tornouse errática. Então me ofereci, "Eu estou aqui para você. Além disso, AK e Viking estão aqui com você, porque eles querem ajudá-lo. Você vai enfrentá-lo, e você vai conquistar o controle que ele ainda tem sobre você." Flame desviou o olhar. "Na minha cabeça, eu o matei um milhão de vezes. Os homens que matei para o clube, o sangue que derramei sobre essas malditas mãos foi tudo para ele. Mas eu não porra sei se consigo realmente matar o filho da puta, apunhalar na carne. Naquela porra de casa, seu rosto... a porra do alçapão do porão." "Então, não faça", respondi. "Acabar com sua vida não tem que ser o objetivo desta viagem. Estamos indo para você poder reivindicar de volta o controle de sua vida. Para enfrentar o mal que causou tal dor para você. Para, em seguida, deixar tudo isso no passado." Minhas mãos seguraram seu rosto com força, virando-o para me ver. Engolindo, acrescentei, "Então você pode ter um futuro comigo. Assim, podemos começar uma nova vida. Felizes... uma vida cheia de amor um com o outro."


"Felizes?" Flame disse, sua voz rouca com emoção. Eu balancei a cabeça, temendo que se falasse iria romper em lágrimas. Em seguida, esmagando-me contra o peito, ele admitiu: "Eu não me lembro de ser feliz." Lutando contra as lágrimas, sussurrei: "Então é isso que nós vamos esperar. Felicidade... Porque Flame?" "O quê?" Ele empurrou, a voz mal registrando em um sussurro. "Você é minha felicidade." Flame me segurou ainda mais apertado, então só quando comecei a divagar caída sobre o peito, ele disse, "Eu tenho que matá-lo, Maddie. Tenho que matá-lo pelo que ele fez para todos nós. Aquele filho da puta tem que morrer." Eu não respondi, só fechei os olhos e tentei entender que ele tinha que matar para ser livre. Entender que isto era quem ele era. E isso nunca iria mudar.


Flame Isso parecia exatamente o mesmo. Exatamente. A. Porra. Do. Mesmo. A velha casa de madeira cinza ainda parecia o pedaço de merda que era. A grama e as ervas daninhas cercando a casa ainda eram muito altos. Velhos carros queimados espalhados pelo caminho de terra, e não havia malditos vizinhos por milhas e milhas. Sim. Exatamente a mesma merda. Eu deslizei a moto para uma parada. E eu só olhava. Minhas mãos estavam apertadas no guidão e eu não podia fazer uma porra de movimento. Eu estava congelado na porra do lugar. Meus olhos se fecharam, e me lembrei de ser retirado da casa depois que ele nos abandonou. Então meus olhos se abriram quando imaginei o rosto, na minha cabeça, da pessoa que nos encontrou — Pastor Hughes. Foi o maldito Pastor Hughes que nos encontrou. E ele tinha tomado Isaiah. Ele tinha levado meu irmãozinho para longe, e me deixou na casa de um garoto. Mãos em torno da minha cintura me trouxeram de volta para a casa parada diante de mim e eu caí para frente. "Flame. Shh, sou eu." Eu exalei e relaxei meu corpo ao ouvir a voz de Maddie atrás de mim. Então suas mãos se moveram novamente e eu chupei em uma respiração profunda.


Olhei à minha esquerda. AK estava sentado em sua moto, braços cruzados sobre o peito. "Estamos com você, irmão. Entramos quando você o fizer." Eu balancei a cabeça, em seguida, olhei para a minha direita. Viking estava me observando de perto. "O que AK disse, cara. Esta é a porra do seu show. Nós seguimos sua liderança. O que quer que fizer, estaremos por perto." Minha cabeça caiu. Maddie deslocou atrás de mim, em seguida, pulou da moto. Ela mudou-se para mim e segurou minha mão. "Você não está sozinho." Sentindo a porra do meu peito se quebrar, desci da minha moto. Eu segurei a mão de Maddie. Puxando-a para o meu peito, dei um beijo em sua testa, em seguida, deixei-a ir, deixei a porra das chamas queimando permanentemente agora em um caralho de ascensão. Tomando essa merda completa. Enfrentando Maddie, pedi. "Você fica aqui fora." Maddie assentiu com a cabeça. Então me virei para AK. "Você fica na porra da porta. Você a olha, certo? Não deixe que ela se machuque." AK deslizou de sua moto e caminhou ao lado de Maddie. "É isso aí, irmão." AK puxou a 9mm de seu corte e segurou-a com as mãos. "O filho da puta não vai a lugar nenhum se ele estiver lá." Eu sabia disso. AK era um ex-atirador de elite. O irmão fodia sem paralelo com uma arma. Instantaneamente, Viking estava ao meu lado. Eu encontrei os olhos de meu irmão. "Você fica na frente comigo." Viking piscou, segurando suas Berettas favoritas em suas mãos, e caiu para trás de mim.


Então enfrentei essa porta de madeira do caralho. A mesma porta de madeira que fui arrastado para fora pela nuca quando era a porra de um garoto, e arrastado gritando para aquela fodida igreja, dia sim, dia não. Sem pensar, encontrei meus pés se movendo para frente, a lâmina que pertencia a essa porra de buraco agarrada firmemente na minha mão. E eu não conseguia prendê-la de volta. As chamas que tinham estado tranquilas nesses últimos dias estavam queimando forte, surgindo através das minhas malditas veias. Minha cabeça se contraiu, minhas mãos crisparam. Eu soltei cada pedaço da porra de raiva que eu tinha por esta merda e pelo filho da puta que podia estar lá dentro. E eu abracei essa porra. Deixei essa merda queimar. Alcançando a porta velha, levantei meu pé e quebrei a boca do inferno aberta. Atacando dentro, senti Viking bem atrás de mim, guardando minhas costas. Eu parei completamente. Nada tinha mudado. O lugar estava mais sujo, mais degradado. Era uma porra de merda. Mas tudo parecia o mesmo — mesmo piso manchado, cortinas, até mesmo o mobiliário antigo. Meu coração se lançou em uma corrida quando fiz a varredura da sala. Meu corpo tremia de raiva, tanta porra de raiva em estar de volta neste lugar que mal podia pensar. Então eu ouvi: um movimento a partir do quarto. Eu sentia o cheiro de álcool. Em seguida, ele cambaleou para fora. Todo o ar fugiu dos meus pulmões quando ele entrou na sala de estar, uma longa lâmina afiada na porra de suas mãos. Seus olhos escuros pousaram em mim e seus dentes cerraram juntos.


"Dá o fora!" Ele rosnou, roupas pingando de suor, pele amarela e pálida. "Sai fora antes que eu chame a polícia. Não tenho nada para você aqui!" "Foda-se," Eu ouvi do meu lado, mas estava enraizado no caralho do local. "Esse é o filho da puta?" Eu vi quando os olhos do meu pai dispararam para cada um de nós. Ele levantou a lâmina em suas velhas mãos trêmulas. "Eu disse, dêem o fora!" Mas não nos mexemos, e de alguma forma, seus olhos voltaram para mim. Então por um tempo, eles se fixaram. Ele examinou meu corpo, e fixou na lâmina em minha mão, então bateu de volta para bloquear no meu rosto. Sua boca enganchou no canto, como se em realização. "Bem, vou ser a porra de um maldito. Perguntava-me se um dia ainda veria de novo seu rosto inexpressivo, Josiah. E aqui está você. Parecendo tão mal como eu sempre soube que você era." Olhei para o meu velho, ouvi a porra do meu nome pingando como veneno de sua boca estúpida. E eu podia sentir-me tremendo. Podia sentir cada fibra do meu corpo fodido balançando. Eu não conseguia falar, não podia me mover. Eu estava congelado. "Eu não tenho nada para você aqui, Josiah. Então, você e seus amigos pecadores podem simplesmente virar sua porra e ir embora. Eu não tenho nenhum dinheiro, então dê o fora, maldito. Não quero que você traga seus demônios a esta casa novamente." Algo dentro de mim estalou, e eu mordi fora: "Você tem respostas seu fodido velho. Isso é o que você tem!"


Incapaz de segurar por mais tempo, eu dei um passo a frente. Segurando minhas lâminas na frente, continuei para o meu pai. Seus olhos queimando enquanto eu seguia em frente. Ele empurrou para fora sua lâmina, mas sua bunda fodida de bêbado tinha a mão trêmula demais para segurá-la apertado. Eu facilmente bati a lâmina para fora de suas malditas velhas mãos, fazendo barulho do aço no piso de madeira e eu o empurrei contra a parede. Usando meu antebraço, empurrei-o contra o seu pescoço, olhando seus fodidos olhos mortos, perguntei: "O que diabos aconteceu com Isaiah? Por que diabos você sempre conta até onze?" Inclinei-me mais perto e sussurrei: "E por que diabos você me estuprou? Por que diabos você me estuprou e fodeu com minha cabeça?" Meu pai tossiu e seu rosto ficou vermelho, incapaz de respirar. Mas o filho da puta não iria ter uma morte tão fácil. Eu ia fazer o fodido pagar. Pagar por tudo. Saltando para trás, deixei cair meu braço e observei-o cair no chão. Minha cabeça se contraiu e meu pescoço doía com tão apertado que estava me esforçando. Mas virei às lâminas na minha mão, e gritei: "Viking! Segure o filho da puta sobre a mesa." Viking entrou em ação, segurando o filho da puta por seu cabelo e arrastando-o para a mesa no centro da sala. A mesa que minha mãe cozinhava. Andei pelo chão, lutando contra a memória de minha mãe nesta sala, me defendendo da porra desse doente. Minhas mãos em punhos sobre a alça da minha lâmina e bati do lado da minha cabeça quando muitas fodidas memórias inundaram minha mente. "Pronto, irmão." Viking anunciou da cozinha. Quando me virei, Viking estava segurando os braços do meu pai, as pernas chutando para se libertar. Viking sorriu. "O filho da puta não está indo a lugar nenhum, irmão."


"AK!" Eu chamei. AK entrou na sala, sua 9mm erguida. Ele sacudiu o queixo. "Mantenha as pernas do fodido", eu instruí. AK deixou cair à arma em seu corte e fez o que eu disse. Andei ao lado da mesa, e quando olhei para baixo, o rosto de meu pai estava assistindo o meu. Segurando a alça da minha faca, segui para frente com um grito e esmaguei um soco brusco em seu rosto. O sangue jorrou da boca de meu pai. Largando minha lâmina em meu cinto, levantei a cabeça pela gola de sua camisa manchada fedorenta, e perguntei: "O que diabos você fez com Isaiah? Que porra você fez com o corpo do meu irmão?" Meu pai tossiu e cuspiu, mas não deu nenhuma resposta. Eu trouxe seu rosto ao meu, e rosnei, "Onde diabos você o levou? Que porra fez com seu corpo?" "Eu responderia se fosse você. Responda ou ele vai cortar fora a sua maldita língua. Seu fodido filho assassino frio, papai. Eu não acho que você gostaria de foder com ele mais," avisou Viking e os olhos de meu pai queimaram. E eu sabia... ele estava com medo. Eu não conseguia ler rostos, mas conhecia seu rosto. Conhecia todas suas expressões. E eu sabia que nunca o tinha visto assim antes. Nunca o vi com medo antes. Porra, eu amei que o fiz sentir medo. "Pastor Hughes," ele tossiu. "Pastor Hughes e o Ancião Paul vieram buscar ambos. Eles vieram procurando por mim, e acharam vocês dois. Eles sabiam sobre o porão, então eles sabiam onde procurar. Eles cremaram seu irmão e jogaram as cinzas no rio. Foi o melhor para ele, do que viver com você e sua alma manchada." As chamas sob a minha pele queimavam fodidas, elas me arrasavam por dentro. Derrubando minha cabeça para trás, rugi e gritei em voz alta. Isaiah. Elas o queimaram. A porra do Pastor e Ancião que


me amarraram, e encheram a cabeça do meu pai com a maldita cobra, escondeu a porra da morte de meu irmão. Segurando minha faca, fiz um cortei no peito de meu Pai, a ponta de corte a superfície de sua pele. Meu pai gritou, em seguida, antes que ele tivesse tempo de gritar de novo, exigi, "Por que onze? Por que onze vezes? Por que tudo sempre onze?" Seus dentes cerraram juntos na dor, e tendo minha lâmina, coloquei a ponta na parte superior do corte e comecei a arrastá-la para baixo. "Eu disse, por que a porra do onze?" Meu pai engasgou e gritou: "Há dez mandamentos, onze é uma paródia de tudo o que é puro. Isso é para desordem e os pecadores. Você tem o mal em suas veias, a escuridão em sua alma. Onze estava apto para o pecador que você é!" Eu parei e, incapaz de recuperar o fôlego através da raiva, bati em minha cabeça. "Eu não era a porra de um pecador. Eu era diferente. Sou diferente. Minha cabeça não funciona direito, como a dos outros. Mas não era um maldito pecador, eu não tinha o fodido mal em mim, era diferente. Mas a sua maldita igreja disse que eu era mau. Vocês pensavam que todo mundo era mau: eu, Mamãe, Isaiah. Quando era você. Você era o único que estava fodido!" Eu soltei um suspiro alto. Minha respiração se transformou em um maldito grito, e rasguei minha lâmina em seu estômago. A lâmina não cortou profundamente, mas o filho da puta com certeza sentiu. Ele sentiu a picada da porra da minha lâmina. "Você é um pecador, Josiah. Olha o que você se tornou. O que você sempre se tornaria", ele engasgou. "Um retardado do mal com as chamas no seu sangue. Um retardo com o mal em suas veias." "Cale a boca," bati. Eu apontei minha lâmina em seu rosto. "Cale. A. Porra. Da. Boca!"


Seus olhos escuros me observavam. Em seguida, apontando minha faca em seu rosto, rosnei, "Você me colocou nessa porra de porão." Eu apontei para o alçapão do porão que sabia que estava lá. "Você me cortou com uma lâmina, noite após noite, por sabe quanto tempo. Você me deixou com fome. Você me deixou no frio do caralho." Então meu corpo ficou tenso quando me forcei a dizer, "Você me estuprou. Você me estuprou, porra. Você, seu filho da puta doente." Eu fiz uma pausa para engolir mais ar, em seguida, continuei com uma voz deliberada. "Mamãe, Isaiah... porra, você os arruinou. Eles morreram por causa do que você fez para todos nós. Você e essa maldita igreja." Desta vez, ele não disse merda nenhuma de volta para mim. Ele só me olhou. Olhou para mim com aqueles olhos mortos do caralho. Isto me irritou. Meu corpo aqueceu e as malditas lâminas em minhas mãos estavam pesadas. Olhei para cima para Viking, que estava tão imóvel quanto uma porra de pedra, e ordenei: "Mantenha seus braços estendidos para baixo." Viking forçou os braços do meu pai para baixo. De pé acima dele, virei à lâmina em minhas mãos, em seguida, cortei para baixo do braço. "Um," Rosnei, vendo sangue derramar de sua ferida quando ele puxou em uma afiada respiração. Cortei novamente, "Dois", e assobiei quando seus dentes cerraram juntos na dor. Cortei novamente e uma e outra vez, meu pau endureceu com a visão de cada jorro de sangue que atingia meu rosto. "Três. Quatro. Cinco. Seis. Sete. Oito. Nove. Dez..." Eu lentamente contei. Os braços do filho da puta estavam rasgados em pedaços, sangue fluía para o chão. Então, com meu pulso batendo no meu pescoço, passei a lâmina sobre sua coxa, e rugi, "Onze!" Meu velho caiu sobre a mesa, os olhos atordoados. Então, lutando com o mal estar, mudei-me para mais perto e perguntei: "Por que diabos você me estuprou?" Meu pai congelou em cima da mesa. Eu pressionei minha lâmina em sua bochecha, e repeti: "Por que diabos você me estuprou?"


Minha lâmina pressionou ainda mais em sua fina pele, quanto mais tempo ele ficou em silêncio. Então, de repente ele disse: "Para livrar seu corpo completamente do pecado. Para puni-lo por mandar sua mãe para longe de mim." Eu

fiquei

ali

parado,

minha

lâmina

empurrando

sua

bochecha, então me mudei de volta. Ele era um doente cujo tempo acabou. Olhei para o fundo da sala. Apontei para o alçapão e ordenei: "Vike, arraste-o até lá." Eu fui à frente, em seguida, vim para a porra de uma parada completa. Olhei para o alçapão fodido e, quando fiz, não conseguia me mover uma polegada maldita. A madeira estava riscada e desgastada por anos de uso. A tranca estava enferrujada, mas ainda apertada. "Porra, cara," Viking disse ao meu lado. "Que tipo de fodida merda você passou lá? Eu já estou querendo agarrar o pescoço deste pedófilo. Esta merda de porão está me colocando sobre a borda." Não respondi, fechei os olhos e tomei uma respiração profunda, me acalmando. Curvando-me, me forcei a destravar a tranca e rasguei a porra da porta aberta com um grunhido, sua madeira velha apodrecida facilmente saindo nas dobradiças. Familiarizado com o cheiro estagnado do porão, sangue e esperma imediatamente bateu no meu nariz. Eu tive que lutar para trás para não vomitar com o fedor. Assim que eu estava prestes a pedir para Viking jogar meu pai lá, de cabeça, um movimento abaixo chamou minha atenção. Meu coração se acalmou no meu peito, em seguida, parti como um maldito morcego fora do inferno quando vi um par de afundados olhos escuros olhando para mim. Pisquei, eu tinha certeza que estava vendo coisas, mas, em seguida, um rosto pálido emergiu


lentamente para a luz. Eu lancei as costas contra a parede, meu peito arfando em estado de choque. AK correu para o meu lado. "O que há de errado, porra?" ele perguntou. Viking derrubou o corpo cortado do meu velho alcoólico no chão atrás dele, e se juntou a nós. Eu balancei a cabeça, em seguida, disse: "Alguém está lá dentro... porra, tem alguém lá dentro!" Viking e AK mudaram-se para o alçapão e olharam para baixo. Meu estômago caiu quando Viking gritou: "Porra! Foda-se, cara, tem um maldito garoto aqui em baixo!" Eu assisti, congelado contra a parede quando Viking e AK se abaixaram. AK virou. "Porra, Flame. Venha aqui agora." Eu movi minhas pernas, lutando contra as memórias sombrias de ser fodido naquele buraco, quando olhei atrás de nós... e meu fodido pai não estava lá. Levantando-me, eu lati, "Onde diabos ele foi?" Em seguida, um grito veio de fora. "Flame!" Maddie... NÃO! "Foda-se!" Viking cuspiu. Mas eu já estava correndo para a porta, meu sangue bombeando como malditas corredeiras de fogo. Eu voei para fora da porta, só para ver meu pai, com a porra de uma faca na mão, segurando Maddie em seu peito. E a porra da lâmina estava em sua garganta. Uma névoa vermelha veio sobre meus olhos, e eu gritei, o barulho rasgando do meu peito.


Os olhos verdes de Maddie estavam arregalados e cheios de água. E ela estava olhando para mim, ela estava olhando para eu ajudá-la. "Deixe-me ir fodido ou vou cortar a garganta da puta," meu pai advertiu. Meu sangue rapidamente esfriou como gelo. Fiquei parado e calmamente disse: "Deixe-a ir." Viking deu um passo ao meu lado, e os olhos de meu pai lançaram entre nós. "Deixe-me ir fodido, e você pode ter sua puta de volta." "Flame," Maddie sussurrou, o rosto pálido. Eu assisti aquela lâmina pressionada contra sua garganta, a borda já tocando a pele e joguei minha lâmina para o chão. "Caralho, deixe-a ir," eu exigi, minha voz como um fodido trovão. Em seguida, o filho da puta começou a andar para o lado, indo para baixo da entrada de terra. Quando meu pai se mexeu, levou Maddie consigo, empurrando brevemente seu corpo para o lado, abrindo-se à direita. Eu estava prestes a lançar para frente para enfrentar o filho da puta no chão, quando AK deu um passo ao meu lado, sua 9mm apontada em linha com seu olho. "Prepare-se para cortar esse doente filho da puta muito bem," ele sussurrou. Um segundo depois, AK enviou a porra de uma bala em linha reta na parte de trás da perna do filho da puta, e meu velho caiu no chão, a lâmina escorregando solta, o fêmur quebrado. Maddie caiu para o lado, o pescoço ainda debaixo do braço dele. Mas ela correu livre, rastejando para a segurança. E isso foi a luz verde do caralho que eu precisava. Descendo, peguei minhas lâminas e corri para frente. Meu pai virou, tentando pegar sua faca de volta, assim que cheguei ao seu lado. Então, olhando-o bem nos olhos, as chamas rugindo por dentro, caí em


sua cintura e mandei minhas lâminas afundando em sua carne, corte após corte. E eu o olhava. Porra, eu o observava como um falcão quando ele tentou gritar. Afundei o aço afiado em seu peito, o estômago, torcendo e cortando a sua carne. Eu vi o rosto de minha mãe na minha cabeça enquanto cortei até seu peito. Eu o vi bater nela, sua pele sangrando e machucada. Eu o vi gritando com Isaiah. Ele o colocando ao meu lado, no buraco sujo e nos deixando lá para morrer, quando eu rasguei e estalei os tendões em seus braços. Mudei-me para baixo, o corpo do meu pai agora era uma hemorragia de sangue como um gêiser. Mas eu não conseguia parar de cortá-lo, não conseguia parar essa fodida merda gritando para fora todos os anos de dor. Cheguei abaixo de sua cintura, e pegando ambas as facas, as enviei perfurando através de seu pau. Meu papai se engasgou com seu sangue. Mas fechei meus olhos, ainda tentando afastar a sensação de sua respiração no meu pescoço quando era uma criança, de sua porra de peito suado pressionando minhas costas, quando ele me fodia contra a parede. E eu ainda não podia parar. Cortei as pernas, rasgando através do osso e músculo. Mudei-me para o seu estômago e cortei em pedaços a pele, então comecei em seu rosto. Por aqueles olhos escuros que estavam olhando vidrados para mim, e levantando as duas mãos, bati ambas as lâminas para baixo em cada um de seus olhos. E ainda assim não conseguia parar. Eu continuei indo, rasgando sua mandíbula, suas bochechas e seu maldito crânio. Eu não acho que seria capaz de parar, até que... "Flame! Pare... Por favor!" Uma voz gritou. Mas levantando as lâminas, minhas mãos trêmulas, eu as dirigi através de seu crânio, sentindo a lasca de osso sob minhas mãos. "Flame! Pare! PARE!!!"


A voz chamando meu nome, de repente rompeu em minha mente, e eu deixei cair minhas lâminas, meu corpo caindo para trás com esforço. Eu respirei, minha respiração irregular e muito rápida, quando meus olhos finalmente estalaram de volta ao foco. Sangue. Tudo o que eu podia ver era uma tonelada de porra de sangue. Sangue debaixo de mim, sangue cobrindo a porra do cadáver na minha frente... um maldito cadáver do caralho cortado até que você não podia ver seu rosto. Você não podia reconhecê-lo. Um movimento ao meu lado me fez virar, e recuperei meu fôlego. Maddie... Maddie... "Flame. Deus!" Maddie sentou-se à beira da grama atrás de mim, com o rosto pálido, mão cobrindo a boca. Raiva construía em meu peito, raiva e uma porra de um jorro de sentimentos que não conseguia entender, e eu gritei. Eu gritei e fodidamente gritei. Lutando para sair do corpo rasgado do meu pai, eu desmoronei na estrada, meus joelhos dobrados e músculos do pescoço apertados. Em seguida, apertando minhas mãos em punhos, joguei minha cabeça para trás e gritei novamente. Porra, eu gritei até a minha voz cortar o inferno, minha garganta crua e dolorida. De repente, senti a verdadeira merda de cansaço, exausto, e minha cabeça caiu para frente. Meu corpo tremia enquanto as lágrimas caiam de meus malditos olhos. E eu não conseguia parar. Eu não conseguia parar. Também perdi a porra do rescaldo da morte, senti uma mão suave no meu rosto. Eu vacilei com o toque, mas quando fui batê-lo fora, o rosto de Maddie apareceu. Lágrimas escorriam pelas suas bochechas, e seu rosto e lábios estavam mortalmente brancos.


"Maddie," eu resmunguei, incapaz de me mover. Maddie avançou mais para frente de joelhos, e minha cabeça caiu em seu peito. Maddie gritou, e colocou os braços ao redor da minha cabeça, me segurando contra o peito. Eu empurrei meus braços fracos em torno de sua cintura, e disse com uma voz rouca: "Ele se foi. Ele realmente se foi." Parecia como se uma merda de toneladas de peso foi tirado do meu peito. Maddie soluçou. "Sim," ela sussurrou, então me esmagou mais forte em seu corpo minúsculo. Ficamos assim por alguns minutos, até que ouvi barulho vindo atrás de mim. Ouvindo Maddie suspirar, eu puxei para trás, levantei minha cabeça. E o meu coração fodido parou. Vike e AK estavam saindo da casa... saindo dessa porra de casa, com o garoto que estava no porão. Um garoto que parecia ter dezesseis ou dezessete anos. Ele era magro. Ele era alto. Ele estava pálido. Mas ele... ele... "Ele parece com você," Maddie disse ao meu lado. Ela disse em voz alta o que eu estava pensando. "Senhor, Flame, ele tem seus olhos, e ele tem a sua cor de cabelo... parece que ele é... Deus! Ele é seu irmão?" Sua mão estendeu a mão para pegar a minha, e ela perguntou: "Você tem outro irmão?" Eu olhei para o garoto, que estava entre AK e Vike. Olhei para as roupas rasgadas. Mas seus olhos estavam em mim. Eles nunca desviavam de mim. Viking pôs a mão no ombro do garoto, mas o garoto empurrou de volta.


Eu imediatamente parei a meus pés. "Não toque nele," Eu soprei fora. Viking se mudou de volta, com as mãos no ar. "Porra cara, eu não vou machucá-lo. Eu estava tentando trazê-lo para vocês, irmão. Este é Asher Cade. Acontece que seu pai tinha outra mulher, e depois que você saiu, ele se mudou com ela e seu bastardo para este palácio. Asher aqui é chamado de filho bastardo." Viking apontou para o rapaz. "Você tem a porra de um irmão mais novo, Flame. Asher fodido Cade. Seu velho se casou com sua mãe, e fez tudo certo e oficial logo que pôde." Sentindo como se tivesse levado a porra de um soco no meu estômago com uma barra de chumbo, andei para frente. O garoto me observava, então ele olhou por cima do meu ombro. Eu fiquei tenso quando soube o que ele estava vendo, mas em seguida, um suspiro longo fodido deixou sua boca, e seus ombros caíram. "Você está bem, garoto?" Perguntou AK, e ele acenou com a cabeça lentamente. Seus

olhos

escuros

fixos

em

mim,

e

ele

perguntou

timidamente: "Você é Josiah?" Eu parei, apertando a minha mão na de Maddie. Eu balancei a cabeça e sussurrei: "Eu sou Flame. Eu costumava ser Josiah. Agora, sou Flame." O garoto olhou para o corpo no chão atrás de nós. "Ele disse que eu era... como você. Disse que era muito parecido com... Josiah. Então ele me machucou... ele..." A voz do garoto sufocou. Ele olhou para o chão. Seus olhos se fecharam. Ele ofegava através de seu nariz. "Quantos anos você tem?" Perguntou AK, do meu lado esquerdo.


"Dezesseis", respondeu o garoto. Eu fechei os olhos. Abri-os de novo, perguntei, "Onde está sua mãe?" O garoto olhou para mim. Eu vi sua expressão alterar. Seus olhos baixos. Ele engoliu em seco. Viking apontou para mim. "Flame não está zangado. É exatamente como ele fala." Eu fiz uma careta para Viking. "Como é a porra que falo?" Viking deu de ombros e esfregou a mão debaixo do seu nariz. "Como você, irmão. Não se preocupe." Maddie deitou a cabeça no meu braço. Eu respirava normalmente, odiando como nunca conseguia falar certo com as pessoas. Asher balançou em seus pés, parecia a porra de muito triste, e respondeu: "Morreu alguns meses atrás. Ela... ela se matou." Ele olhou para mim e apontou atrás dele. "Enforcou-se na árvore lá fora." Ele puxou uma respiração afiada. "Eu a encontrei. E papai... ele me culpou. Disse que era tudo culpa minha." Ele balançou a cabeça. "Mas ele batia nela. Fez-nos ir àquela igreja que ele tanto amava, e nós odiamos. Ela se matou por causa dele, mas ele me culpou. Mamãe ainda era tão jovem, ela tinha apenas dezoito anos quando o conheceu. Ela não podia continuar por mais tempo." "Deus..." Maddie sussurrou, claramente em choque. Fechei os olhos e pensei, assim como a porra da minha mãe. Foi tudo exatamente como a porra da minha vida. Quando eu os abri, AK estava em pé na minha frente. "É sua chamada, cara. Esse garoto é o seu sangue." Eu olhei para o meu... irmão... e meu coração bateu mais forte. Eu tinha um irmão. Eu tinha a porra de um irmão mais novo... de novo. O garoto segurou o meu olhar. Ele se adiantou e perguntou: "O que vai acontecer comigo agora? Eu não posso..." Sua respiração


ficou presa, e ele balançou. "Não me leve a essa igreja. Por favor... Josiah, por favor... Eu não tenho outra família, e eu odeio aquela igreja mais do que qualquer coisa." "É Flame," eu corrigi, muito ocupado pensando na porra da igreja. Os olhos do garoto se arregalaram. "Flame," ele suplicou. "Não me faça ir até lá." Maddie apertou minha mão. Quando olhei para ela, ela estava olhando de volta para mim com esses olhos enormes. Respirando fundo, enfrentei Asher e disse: "Você vem para casa comigo." O garoto fez uma pausa, em seguida, se engasgou com um soluço de fodida dor. Viking avançou e atirou o braço em torno do ombro de Asher. O garoto ficou tenso, mas ele relaxou imediatamente no peito enorme de Viking, curvando-se no aperto de Vike. Só então, soube que Asher não era como eu em tudo. Ele não tinha a minha condição. Ele podia ser tocado... ele— "... Pode ser tocado," eu terminei, sob a minha respiração. A mão de Maddie estava no meu peito. Ela me ouviu. Meu braço levantou para cair sobre seu ombro e eu a puxei para mais perto, segurando a única pessoa que podia tocar. Colocando minha boca perto de seu ouvido, sussurrei: "Ele pode ser tocado, Maddie. Ele não é como eu." "Eu sei", respondeu ela, e me abraçou mais forte. "Isso é bom, Flame." Viking passou por mim em direção às motos, longe da merda do cadáver. Com Asher debaixo do braço, ele perguntou, "Pequeno fodido Ash. Você já foi para o Texas?" Viking parou em suas trilhas e olhou para trás. "Porra Ash, irmão. Flame e pequeno Ash11." Ele

11

Nt.: Ele acha engraçado porque Ash em inglês é ‗cinzas,‘ então...

(cinzas).

Flame (chamas) e Ash


balançou a cabeça e sorriu. Voltando-se para Asher, ele perguntou: "Você já andou em uma moto?" "Não", Asher respondeu com uma voz tímida. "Mas já vi uma. E eu sempre gostei delas." "Boa coisa, irmão. Porque para onde você está indo, vai aprender a amá-las para caralho." AK seguiu ambos sem dizer uma palavra. Eu fiquei lá apenas respirando, olhando para o velho buraco de merda da casa. Maddie caminhou na minha frente. "E agora?" Empurrando uma mecha solta de seu cabelo preto atrás da orelha, eu disse: "Eu preciso que você espere aqui fora." Maddie acalmou, então soltou minha mão e caminhou para as motos. Eu voltei para o que restava do meu pai no chão. Curvando-me, peguei a porra do cadáver rasgado em meus braços, e levei-o para a casa, de volta para o porão. Sem sequer olhar para o seu rosto, sem sequer olhar para nenhuma célula do fodido pedófilo, joguei-o no buraco, jogando a porra da lâmina amaldiçoada com ele. Em segundos, estava na porta da frente e, ao chegar ao meu bolso, retirei meu isqueiro e acendi. Olhei para as chamas alaranjadas, sentindo as chamas em meu sangue agitando em resposta. Então caminhei através da entrada velha pela última vez, e joguei a chama acesa no desordenado piso seco. Fechei a porta atrás de mim, e somente sorri. Levantando minha cabeça, vi Asher na traseira da moto de Viking, vestindo um couro muito grande para seu corpo magro. Então subi em minha moto. Maddie já estava esperando, com os braços próximos ao redor da minha cintura, logo que me sentei no banco. AK trouxe sua moto ao meu lado, e perguntou: "E agora, irmão?"


Concentrando-me em frente, eu disse: "Tenho mais um lugar para ir." AK acelerou o motor e disse: "Então, lidere a porra do caminho." Nós puxamos para fora na estrada de terra. Senti o cheiro da fumaça de lenha. E sorri novamente. Eu sorri sabendo que aquele filho da puta iria queimar até as cinzas. Nós batemos na estrada principal, e rasguei o asfalto para um último lugar. AK e Viking estavam bem atrás de minha roda traseira, nenhuma porra de carro para ser visto na estrada. Meu peito se apertou quando nos aproximamos do prédio que mais odiava. Quando a antiga igreja entrou em exibição na estrada secundária abandonada, puxei minha moto até parar na frente. Deslizando fora da minha moto, me virei para Maddie. "Você fica aqui em frente com o garoto. Isso não vai demorar muito." Maddie engoliu em seco, mas ela desceu da moto e caminhou em direção a Asher que estava sentado na moto de Viking. Viking e AK se juntaram a mim. "Que porra de lugar é esse?" Perguntou AK, inspecionando o velho barraco branco. Minhas mãos apertaram e respondi: "Uma igreja." AK franziu a testa e Vike balançou a cabeça. "E o que estamos fazendo em uma igreja decadente? Porque estou bem certo que vou explodir em chamas se entrar nesse lugar," Viking disse, enquanto apontava para a entrada. "Você vai lá dentro e traga alguém de lá, aqui para fora. Eu vou ficar aqui esperando," eu pedi, e sem à espera de uma resposta, fui


para minha moto e peguei duas novas lâminas do meu alforje. Agarrando as alças, andei de volta para trás da igreja e esperei. Não levou nem dois minutos depois, quando AK e Viking saíram segurando um homem cada. E a raiva veio de volta vendo o Pastor Hughes e Ancião Paul em suas mãos. Meus irmãos os tinham em seu aperto, os dois homens do meu passado completamente branco com medo. Vike sacudiu o queixo, e disse: "Estes eram os dois únicos lá. São eles que você queria?" "Sim", eu rosnei. Eu levantei minhas lâminas e ordenei: "Mantenha-os contra a parede." AK e Vike moveram sem dúvida, e empurraram o Pastor e o Ancião contra a madeira da parede da igreja. Os homens começaram a disparar perguntas para mim, mas eu não perdi a porra de tempo. Seguindo em frente, mergulhei minha faca primeiro através do Ancião Paul deixando-o empalado na parede, engasgando com seu próprio sangue. Em seguida, através do estômago do Pastor Hughes, chegando perto o suficiente de seu ouvido e cuspi, "Isso é por Isaiah, seu maldito filho da puta. Por Isaiah e por ajudar o filho da puta de um pai com a porra de assassinato e estupro." Afastei-me, apenas para olhar por cima do ombro para pedir Vike, "Coloque fogo na porra do lugar, e deixe esses filhos da puta naquela parede para queimarem vivos." Cheguei a minha moto e apontei meu queixo para Maddie. Ela caminhou lentamente para mim. "Você está bem?" Ela perguntou com cautela. Eu balancei a cabeça, e saltei sobre a moto. Maddie ficou atrás de mim, sem perguntas, assim que AK e Vike voltaram à frente. AK acenou com a cabeça me dizendo que o lugar estava com fogo.


Quando meus irmĂŁos montaram em suas motos atrĂĄs de mim, levantei a minha mĂŁo no ar e apontei para frente. Era hora de voltar para casa.


Maddie Chegamos em casa três dias depois. Estávamos

cansados

e

emocionalmente

esgotados,

mas

estávamos em casa. Na verdade, chegamos em casa rápido, Flame nos empurrou duro para chegar aqui o mais rápido possível. Asher tinha feito a viagem sem se queixar. E, no pouco tempo que eu tinha que falar com ele, vim a descobrir que ele era um menino doce. Inocente, reservado, mas brilhante. AK e Viking o prenderam sob sua asa coletiva. Asher tinha montado na traseira das duas motos, e ele dormia ao lado deles quando acampamos à noite. Os dois melhores amigos de Flame conversavam com ele sem parar. Viking explicou a vida alternativa e o que futuro de Asher poderia se tornar. Asher ouviu atentamente, falando pouco em troca. Ele era dolorosamente quieto, mas eu gostei dele imediatamente. E meu coração gritou por ele. Quando olhei para Asher, não podia deixar de ver um jovem Flame em seus olhos. Eles eram tão parecidos na aparência. Era uma semelhança surpreendente. Mas a melhor parte de tudo, Asher tinha a promessa de uma vida nova. Onde para Flame ele já tinha sido arruinado. E Asher não tinha o mesmo problema que Flame. Asher podia ler as pessoas muito bem. Ele podia expressar emoções, e ele podia entender pistas e ações sutis. Ele não compartilhava a mesma condição que seu irmão paterno. O que me levou a Flame.


Por todo o percurso Flame tinha falado pouco. Ele andava. Ele comia. E ele fez a nossa cama longe de Viking, AK e seu irmão. Longe dali, fechando-os completamente. Cada noite, cada vez que fomos dormir ele me puxou para baixo e me deitou ao lado dele, me segurando tão firmemente em seus braços. Como se ele tivesse medo de me deixar ir. Mas ele não falou. Ele não falou sobre o que tinha feito a seu pai. Do quê

ele

havia

feito

a

sua

antiga

igreja.

Ele

havia

desligado

completamente. E o pior de tudo, ele não disse nada para Asher. Nem uma palavra. Ele mal olhava para o menino. Asher o olhava, quando Flame não estava olhando. Ele olhava tão atentamente, e isso quebrou meu coração em pedaços. Porque eu podia ver o desespero de Asher tão claramente em sua expressão tímida. Eu podia ver o querer em seus olhos, ele queria conhecer seu irmão mais velho, ou até mesmo que ele olhasse de volta. Mas Flame não o fez. Ele se sentou, afiava suas lâminas, cabeça abatida. Silencioso. Quando chegamos em casa, quando chegamos aos três apartamentos, AK deu uma olhada no vazio rosto de Flame e perguntou: "O que você acha do pequeno Ash ficar comigo? Eu tenho um quarto sobrando. Ele vai ficar bem comigo." Flame acenou com a cabeça uma vez, e AK levou Asher para seu apartamento. Eu os assisti todo o caminho, completamente perdida no que fazer. Assim que eles estavam prestes a entrar na porta, Asher olhou para trás para Flame. Mas Flame estava olhando para frente, ombros tensos. Asher entrou no quarto, derrotado; AK firmemente fechou a porta atrás deles.


Flame tinha ficado assim desde então. Calmo, incapaz de suportar me deixar fora de sua vista, fechando-se completamente do mundo. Sentindo que a água tinha esfriado, puxei o ralo para escoar a água da banheira, e fiquei sentada na água sendo drenada, tentando procurar em minha mente saber o que poderia ser feito. Porque esse era Flame. Ele não expressava o que perturbava ele. Ele se mantinha em seu interior, sem nenhuma indicação sobre como ajudá-lo. Por dias eu tinha procurado em minha mente por alguma coisa para ajudá-lo a lidar com sua dor interior; então, quando senti que eu estava em uma perda completa, incapaz de dar qualquer ajuda, uma idéia me ocorreu. Uma realização tão gritante que eu estava convencida de que ia funcionar, mesmo que apenas um pouco. Porque ainda havia uma memória assombrando Flame que ainda tinha que superar. Uma barreira que ele ainda tinha que confrontar. Respirando fundo, rezei para que isso funcionasse. Porque se não o fizesse, eu não tinha certeza se Flame seria libertado da gaiola em sua mente. Saindo do banho, me sequei rapidamente e coloquei as calças de couro e um suéter preto, em seguida, amarrei meu cabelo para trás em uma trança apertada. Quando estava pronta, saí do banheiro para encontrar Flame na mesma posição que ele tinha ficado o dia todo. Ele estava caído contra a parede perto do fogo apagado, o dedo viajando ao longo da lâmina em suas mãos... E seus intensos olhos escuros estavam fixos no final da sala de estar... No alçapão... A réplica do alçapão que lhe trazia tanta dor em seus anos mais jovem. Notei seus músculos tensos quando entrei no quarto. E como tinha feito durante os últimos dias, a sua mão bateu no chão ao lado dele, sem dizer uma palavra indicando para eu me sentar ao lado dele.


Desta vez, quando me aproximei, me agachei a seus pés em vez disso. Seus olhos mal registraram que eu estava usando meus couros; ele não se mexeu. Estendendo a mão, peguei sua mão, e quando seus olhos perdidos piscaram, eu exigi suavemente, "Eu preciso que você nos leve a um lugar." A expressão facial de Flame não se alterou, mas a ascensão e queda do seu peito me disseram que não queria sair. Apertei a mão dele, e sussurrei: "Por mim, Flame. Por favor, faça isso por mim." Flame soltou a lâmina, e empurrou o seu grande corpo a seus pés. Recusando-se a liberar minha mão, ele me puxou para o seu peito e perguntou: "Para onde estamos indo?" "Eu preciso que a gente vá para o centro de Austin." Flame acenou com a cabeça entorpecida, em seguida, perguntou: "Onde?" Fechei os olhos, sabendo que isso ia ser uma batalha. Então lhe disse o nome da rua. Assim que as palavras saíram da minha boca, o corpo de Flame ficou tenso, os músculos rígidos em seus braços e peito puxando ao seu ponto de divisão. "Não," ele retrucou ferozmente, e me segurou mais apertado. "Não," ele repetiu, tão poderosamente. Empurrando para trás de seu peito duro, me estiquei até as pontas dos meus dedos. Colocando minhas mãos em seus braços, eu implorei: "Confie em mim. Preciso que você venha comigo. Eu só... por favor, Flame... por mim." Eu apertei sua mão contra o meu coração e continuei. "Eu te amo. Eu nunca faria nada para machucá-lo. Então, por favor, confie em mim. Eu sou a sua Maddie. Nunca iria fazer mal a você." "Maddie," Flame murmurou, seus olhos escuros piscando.


"Confie em mim," eu empurrei, e relutantemente Flame abaixou a cabeça. Em segundos, ele me levava para fora para sua moto. Minutos depois estávamos na estrada. Ele dirigiu lentamente, e sabia que ele queria evitar o que eu precisava que ele enfrentasse. Segurei-o firmemente o caminho todo. Quando chegamos, Flame estacionou a moto em frente ao edifício branco familiar. Seu corpo estava tenso com apreensão. E eu sabia que isso ia ser difícil. Mas queria meu Flame de volta. Queria que ele saísse através da névoa escura atormentada e torturada da sua mente. Eu deslizei fora da moto, e fiquei ao lado de Flame. Correndo a mão pelo seu braço, eu coloquei-a sobre sua mão. Flame suspirou, então deslizou fora de sua moto, seus dedos imediatamente envolvendo em torno dos meus. Enquanto estávamos na calçada, os pés de Flame estavam firmemente plantados no chão. Lentamente, eu o persuadi a dar um passo à frente. Ele entrou em pânico, e admitiu: "Eu não acho que posso entrar." Meu coração se apertou com o olhar perdido em seu rosto. Puxando-o suavemente, balancei a cabeça. "Sim, você pode. Este não é um lugar ruim. Você precisa ver isso por si mesmo, Flame. Você precisa ver que os lugares, as atrocidades que fizeram quando você crescia, não são normais." O rosto inexpressivo de Flame não se moveu. Eu reiterei com ênfase: "Confie em mim." Em seguida, os pés de Flame começaram a dar um passo adiante. Ele me seguiu até os degraus brancos íngremes, agarrando sua mão na minha como ferro apertado. Então chegamos ao topo. As portas de madeira estavam abertas. Olhei para cima na mandíbula apertada de Flame, e perguntei: "Você está pronto?"


Os dentes de Flame rangeram, e ele balançou a cabeça. "Não," ele murmurou, seus olhos correndo ao redor da igreja olhando para o que, não sei? "Mas você vai me seguir?" Eu solicitei. Flame, desta vez, encontrou meus olhos e ele respondeu: "Em qualquer lugar." Soltando um suspiro, levei Flame para frente para o corpo principal da igreja. Quando olhei para cima, o vi varrer o grande edifício. Estávamos sozinhos na igreja. Por isso, eu estava feliz. Flame precisava ver que esta igreja não era nada como aquela que o havia amarrado, e confundiu suas formas únicas e olhar sobre a vida, como o mal. Orientando Flame para os bancos, sentei-me. Meus olhos avistaram uma imagem da Pastora James pendurada no altar rodeado por velas e flores, e meu corpo lavou com tristeza. Eu sabia Styx tinha organizado para a sua família ser informada de sua morte, embora de forma anônima. Eu não sei os detalhes, mas Mae tinha me dito que a conversa tinha acontecido. E eu sabia que eles tinham enviado dinheiro. Mas vendo seu rosto amável sorrindo na foto, não acho que jamais iria purgar sua morte da minha mente. E por mãos de uma criança, muito menos. Flame sentou-se ao meu lado, tão imóvel quanto à noite. Eu podia ouvir o peso de suas respirações, e senti a rigidez de suas mãos. Eu estava tão incrivelmente orgulhosa dele por ter vindo aqui. Porque ele faria qualquer coisa por mim. A cabeça de Flame se contraiu quando ele absorveu o interior da igreja. Em seguida, suspirando, ele olhou para mim e perguntou: "Não há cobras? Nenhum povo se contorcendo no chão?" "Não," eu respondi com o mínimo de barulho, e coloquei minha cabeça em seu ombro. "Não é o lugar que você acredita que seja."


Eu olhei para a estátua de Jesus que costumava me esconder atrás, e disse: "Todas aquelas semanas atrás, quando você veio aqui por mim, temendo que eu estivesse sendo machucada. Eu não estava." Eu apontei nossas mãos unidas em direção à estátua alta de mármore branco de Jesus e confidenciei: "Eu costumava vir aqui quando estavam tratando seu pescoço. Queria me esconder por trás dessa estátua e ver o mundo passar. Queria ficar invisível, nas sombras, ouvindo o coral cantando suas canções lá de cima, na galeria, pronunciando as palavras que eu estava com muito medo de falar. Estava com muito medo de cantar porque tinha sido dito toda a minha vida que era errado. Embora já não fosse a minha vida, eu ainda mantive esses pensamentos. Lá no fundo, eu temia deixá-los ir." Flame exalou, e perguntou: "Por que você não os deixou ir?" Fechei os olhos, sentindo minha garganta entupir de emoção pela garota que eu tinha sido — viva, mas não vivendo. "Eu acho que... acho que me mantive agarrada nas antigas crenças, por que... porque eu não sabia quem era sem elas. Toda a minha vida tinha servido aos discípulos. Eu tinha sido uma escrava dos meus medos. Então, quando fui livre, me sentava no escuro, assistindo os outros abraçarem a luz... os ouvindo cantar. E eu gostaria de pronunciar as palavras, queria tanto sentir a liberdade que podia ouvir enchendo o ar. Mas eu simplesmente não conseguia. Não conseguia me fazer deixar ir. Eu temia a pessoa que eu era." O dedo de Flame jogou ao longo da pele na parte de trás da minha mão, e ele perguntou em um sussurro, "E quem é você?" Lágrimas encheram os meus olhos e um sorriso enfeitou meus lábios. "Sua," eu confessei, dos recessos mais profundos de meu coração. "Eu sou sua. Eu tive que cair em trevas para me fazer ver a verdade e luz."


Flame acalmou, e, em seguida, levantando a minha cabeça com o dedo embaixo do meu queixo, ele gemeu, "Maddie..." e ele rapidamente fechou os olhos. Segurando o pulso, continuei: "É verdade. Sua, é quem eu sou. Você me deu um propósito, Flame. Você me deu uma razão para viver... você me deu seu amor... você me deu você." A testa de Flame caiu para a minha e as mãos enfiaram para os lados do meu cabelo. "Maddie," ele disse asperamente. "Eu... eu não acredito nesta merda. Igreja, Deus, nada disso. Eu odeio tudo isso. Odeio como as pessoas ficam tão fodidas de obcecadas por isso que deixam serem mudadas, dominadas. Eu não posso estar em torno disso, não mais." Sentindo uma leveza preencher minha alma, respondi: "Nem eu, Flame. Esta não é a minha vida mais. Eu não acredito mais nisso, também." "Então o que você acredita?" Ele perguntou timidamente. Sorrindo através das minhas lágrimas, disse: "Você. Eu acredito em você." Levantando minha cabeça, meu nariz roçou o dele, e confessei: "Eu acredito em mim. Em nós. Nós somos tudo o que eu preciso. Tudo que sempre precisei a partir deste ponto." "Porra, Maddie," Flame suspirou e apertou os lábios em minha boca. Então, quando nossos lábios fundiram, o som celestial doce do coral começou a encher o ar... e era a minha canção favorita. A que cantei para Flame. Flame rompeu da minha boca com um suspiro, e proclamou: "Maddie... a música que você cantou para mim." Suas sobrancelhas puxaram para baixo, sua mente ativa, pensando, e afirmou: "Você cantou para mim? Quando eu estava…" ele bateu na lateral de sua cabeça. "Quando eu estava preso nesta merda aqui. Você cantou... e eu ouvi."


Eu balancei a cabeça. "Eu sei." "Mas você não se atreveu a se permitir cantar antes. Você disse que nunca cantou as palavras em voz alta." "Eu sei," repeti. "Então por que…?" "Porque salvar você me deu a minha voz. Você me deu a força para me libertar das amarras que me acorrentavam ao meu passado. Os laços que existiam apenas em minha mente. Você... você me libertou." Eu observava os olhos de Flame se moverem de um lado para outro. Eu sabia que isso significava que ele estava pensando novamente. Em seguida, um gemido escapou de sua garganta tensa. Uma lágrima correu pelo seu rosto, e ele disse, "Eu perdi todos. Aquele fodido levou todos de mim. Minha mãe, Isaiah. Ele me tirou de mim. Me transformado em um maníaco psicopata. Toda a minha vida eu não tive nada. Ele me levou tudo. Eu... Eu nunca tive uma chance." Meu estômago afundou quando senti cada pedaço de sua dor. Flame de repente se acalmou e olhou para mim, como se eu fosse um milagre vivo. "Então, eu tenho você. Eu tenho você, e não posso te perder, Maddie. Não posso perder você nunca ou vou enlouquecer." "Você nunca vai me perder," assegurei. A cabeça dele caiu e ele engasgou, "Agora eu tenho Asher." Seus olhos se levantaram, e eles estavam atormentados com medo. "Eu tenho uma porra de um irmão novamente. Eu tenho você, e tenho um irmão... e se... e se..." Deslizando minha mão para a parte de trás de sua cabeça, eu disse: "Ninguém vai nos levar de você. Eu não vou a lugar nenhum. E


Asher... Asher só quer o seu irmão mais velho, Flame. Ele quer que você vá para ele. Fale com ele. Ele precisa de você para amá-lo. Ele perdeu tudo e todos também. Ele perdeu tudo devido a seu pai. Assim como você fez." Flame estendeu os braços. "Mas Isaiah morreu. Ele morreu nessas porras de braços. Na décima primeira respiração, ele morreu. Ele me deixou... por causa de mim." Seus olhos se encheram de lágrimas não derramadas. "Eu o matei." Ele bateu em sua cabeça. "É sempre aqui. Eu vejo tudo, todo o maldito tempo. Sempre onze, por causa dos cortes do meu pai e últimos suspiros de Isaiah." "Não," eu chorei, e inclinei a cabeça para beijar ao longo da carne pesadamente de seus pulsos. Flame congelou, em seguida, tentou se afastar, mas eu o agarrei firmemente. Pressionei beijo após beijo em suas cicatrizes, e quando todas delas tinham sido cobertas, eu disse: "Não há chamas, nenhum veneno, nenhum mal em suas veias. Elas correm com sangue, como todo mundo. Seu pai estava errado. Senhor, Flame, ele não poderia ter sido mais errado. Ele acreditava nas escrituras e sermões falsamente dados a ele pelo pastor, mas eles estavam errados. Ele acreditava erroneamente. Especialmente sobre você." Eu lutei contra a raiva crescente em meu coração e assegurei a Flame, "Você é amado, muito amado. E seu coração tem tanto amor para dar." Eu segurei as lágrimas ameaçadoras, e listei, "Você me salvou. Me protegeu. Você sentou-se fora da minha porta, dia e noite, para se certificar de que eu estava segura. Você passeou diante da minha janela a cada noite." Eu segui ao longo da cicatriz em seu pescoço. "E você levou um tiro por mim. Seu sangue, ele flui com luz e bondade, não chamas e pecado." Rastreando as faixas das lágrimas no rosto de Flame, acrescentei: "Somos Flame e Maddie. E nós sobrevivemos." Eu


pressionei um beijo em seus dedos e enfatizei: "Nós encontramos um ao outro, e nós nunca deixaremos o outro ir. OK?" Flame gemeu assim que o coral atingiu um crescendo. Ele me envolveu em seus grandes braços forte. Segura. Inalando o rico aroma de sua pele, puxei de volta e sugeri: "Vamos sair, Flame. Vamos para casa. E nunca mais vamos voltar." Chegamos em casa em tempo recorde. Quando entramos na sala de estar, Flame trancou a porta. Eu me virei para o homem a quem tinha acabado de jurar minha vida. Ele se aproximou, e libertando o meu cabelo de sua trança, disse, "Eu quero ficar com você." Meu coração acelerou como as asas de um beija-flor com sua necessidade, e eu o levei para o quarto. Flame levantou-se e ficou olhando enquanto tirei minhas roupas. Ao vê-lo de pé, com os punhos ao lado do corpo, me encaminhei para remover seus couros. De repente, Flame me tomou em seus braços. Engoli em seco quando meus pés deixaram o chão. Olhei nos olhos de Flame quando ele gentilmente me deitou na cama. Eu estava imóvel quando Flame desatou o cinto e tirou seu corte. Suas roupas caíram no chão. Então, com olhos escuros em chamas,

Flame

subiu

em

cima

da

cama,

seu

corpo

enorme

imediatamente cobrindo o meu. A mão de Flame empurrou o cabelo do meu rosto e, assim que seus lábios tocaram os meus, ele murmurou, "Eu amo você, Maddie." Eu gemia enquanto seus lábios caiam aos meus, mãos ainda tímidas fortes de Flame correram para baixo da minha cintura. Meus quadris rolaram enquanto suas mãos se moviam para baixo para a base dos meus seios. E quebrando os lábios da minha boca nossos olhares destemidos se encontraram. O ar se irritou com a


tensão quando nossos olhos permaneceram bloqueados. A palma calejada de Flame se moveu lentamente para cobrir o meu peito esquerdo. Um calor ardente subiu entre minhas pernas. "Flame..." Eu gemi, enquanto seus dedos roçavam meu mamilo. Mas algo brilhou nos olhos de Flame e ele abaixou a cabeça. Meu coração bateu no meu peito quando percebi que sua boca estava baixando em direção ao meu mamilo. Nós nunca tínhamos feito amor assim antes. Nós nunca tínhamos sido tão desenfreados ou tão livres antes. Nunca me senti tão feliz e tão segura antes. A cabeça de Flame parou enquanto ele pairava acima do meu mamilo. Então, quando sua língua bateu ao longo da carne, minhas costas arquearam para fora do colchão. Minha mão mergulhou em seu cabelo. Sua língua repetiu a ação e minhas coxas pressionaram juntas em necessidade. Quando senti que não aguentaria mais, Flame puxou para trás e sussurrou, "Maddie." Sua voz era gutural e áspera, mas confiante. Ele então passou a pressionar beijo após beijo em cada polegada da minha pele nua. Minhas pálpebras flutuavam, enquanto eu lutava para ter minha compostura. Minha pele estava em chamas, com a marca para sempre com cada toque macio de seus lábios. Em seguida, ele baixou ainda mais, sua língua perfurada arrastando para baixo sobre o meu estômago, até o ápice das minhas coxas. Flame ofegava duro, seu hálito quente entre as minhas pernas. Quando senti essa sensação nova, pânico percorreu o meu sangue. Eu levantei meu peito para fora da cama. "Flame... pare..." Flame levantou a cabeça para cima, e com tal adoração em seu rosto bonito, ele implorou: "Confie em mim."


Meu coração se apertou na necessidade de minha confiança em sua voz, e eu balancei a cabeça enquanto sua mão flutuou do meu tornozelo até minha coxa. Minha barreira de resistência foi perdida no momento em que ele usou a mão para persuadir minhas coxas, o peito largo e duro mudando para se encaixar no meio. Meus olhos fecharam enquanto o polegar de Flame deslizou entre minhas dobras, quando colocou a ponta do polegar, fez meu corpo incendiar com a necessidade. "Flame!" Eu gritei, batendo minhas costas no colchão. Quando seu polegar trabalhou mais rápido, pensei que nada mais poderia me fazer sentir tão bem. De repente, o polegar parou, somente para ser substituído por sua língua. Este toque íntimo arqueou minhas costas. Eu tive que agarrar na roupa de cama, com medo de quebrar. Eu olhei para baixo, só para encontrar os olhos de Flame cativos no meu com sua boca e língua me dando prazer em meu núcleo, o pino de metal perfurado em sua língua, só aumentava a sensação com cada golpe. Inclinando-me para tocar esse homem que comandava meu coração, meu corpo, minha alma, eu acariciava minhas mãos através de seu cabelo, apenas para um raio de prazer me prender em seu arrebatamento. "Flame!" Eu gemia, quando meu corpo tenso estilhaçou. Ofegante, procurei por ar. Flame rompeu com o meu núcleo, e se arrastou em cima de mim, sua grande coxa abrindo minhas pernas ainda mais. Sua mão correu pelo meu corpo para levantar minha coxa, e nunca movendo seus belos olhos dos meus, ele empurrou para dentro de mim, lentamente, com cuidado... Com amor. "Maddie... minha Maddie," ele murmurou repetidamente enquanto me enchia tão completamente, seus musculosos quadris balançavam contra os meus. Minhas mãos subiam em seus braços, ao longo de seu pescoço, e para as chamas tatuadas no lado da cabeça. E eu podia sentir isso.


Eu podia sentir as paredes finais em torno de sua alma fraturada caírem, e o verdadeiro homem escondido atrás delas, romper. E ele estava amando, e ele era puro, e ele era... "Meu", eu sussurrei, os olhos de Flame queimaram, os lábios se separaram com um gemido feroz da minha confissão. "Maddie," Flame sussurrou enquanto seus braços ficavam tensos, seus quadris se tornando mais firmes e mais vigorosos nos seus movimentos. Sua mão segurando minha coxa levantou minha perna, e a insaciável pressão que só Flame poderia me fazer sentir, construiu em meros segundos. Sua respiração cresceu em velocidade, grunhidos baixos se derramavam de seus lábios. Então, quando seu peito duro roçou meus seios e sua boca esmagou contra a minha, puro prazer tomou conta. Iluminando-me e fazendo-me subir. Com um gemido longo, Flame acalmou, sua boca se esvaindo e sua cabeça caindo na dobra do meu pescoço. E eu o segurei tão firmemente como ele me segurou. Segurei-o com tanta força enquanto eu gentilmente flutuava nas alturas. Os músculos rígidos de Flame agruparam e me empurraram sob o meu toque. O silêncio desceu lentamente no quarto, e um contente sorriso enfeitou meus lábios. Flame, cansado e exausto, rolou para o lado, a perna e os grandes braços envolvendo automaticamente sobre a minha cintura.

Virando-me

para

encará-lo

em

nosso

travesseiro

compartilhado, eu acariciava minha mão em seu rosto, este simples ato transmitia como tão completamente ele segurava meu coração. Flame pegou minha mão e segurando ao lado de sua bochecha, murmurou, "Eu vou tapar o alçapão em minha sala de estar." Meus olhos se fecharam e eu suspirei um suspiro aliviado. As mãos de Flame me agarraram mais apertado. Eu abri meus olhos, só para ele acrescentar: "E eu vou conservar com Asher. Eu vou... vou falar com o meu... irmão... pelo menos vou tentar, porra."


E as lágrimas fluíram desta vez. Elas derramaram em cascata pelo meu rosto. Porque eu sabia que ele rompeu a barreira. Meu Flame, meu rapaz torturado, tinha quebrado a última de suas defesas. Ele tinha encontrado sua voz. Flame, meu sempre e para sempre, tinha encontrado sua música, como eu tinha encontrado a minha. E através do nosso amor, ele tinha finalmente encontrado a coragem de cantar.


Flame "E então retorna psico... de novo!" Eu puxei minha moto para uma parada no pátio do complexo, Vike já estava com a churrasqueira acesa, e todos os irmãos e suas cadelas bebendo e tendo um bom tempo. Eu deslizei para fora da minha moto e levantei Maddie do banco. Coloquei-a no chão e, imediatamente, seus olhos se afastaram para os homens sentados perto de Viking. Segui sua linha de visão, e lá estava ele, Asher. Sentado ao lado de AK. E o garoto já estava me olhando, sentado na borda de seu assento. A mão de Maddie pousou no meu peito e ela disse: "Vá para ele. Eu gostaria de dizer Olá a minha irmã." Meu coração acelerou em alta velocidade, mas deixei cair a minha cabeça para Maddie. "OK." Sorrindo, ela levantou nas pontas dos pés e deu um beijo em meus lábios. Em seguida, ela se afastou, caminhando para o grupo de cadelas em pé ao lado. Ao ouvir um assobio, olhei de volta para meus irmãos. Styx estava acenando para mim. Tomando uma profunda respiração, fui para o grupo onde estavam todos sentados em cadeiras, comendo e bebendo.


Uma garrafa de cerveja foi imediatamente empurrada para a minha mão. Eu bati a parte superior fora, assim que Styx assinalou, "Você teve a sua merda feita, irmão?" Eu li as mãos e balancei a cabeça. Ky sentou-se a frente e apontou para Asher. "Porra que bom que seu pequeno irmão chegou aqui, Flame. Que merdinha esperto. Ele tem uma porra de um cérebro, ao contrário de alguns dos fodidos por aqui." Sem olhar para Asher, balancei a cabeça novamente. Mas um enorme choque de orgulho correu através de mim. Asher era inteligente. Asher tinha uma maldita chance. Ky recostou-se na cadeira e deu de ombros para Styx quando não respondi. Tanner caminhou em minha direção. Eu encontrei os olhos com um dos únicos irmãos que combinava com o meu tamanho, e ele disse, "Dei ao pequeno Ash novos registos, segurança social e toda essa merda. Seu velho nunca registrou seu nascimento. Não tinha nenhum registro. Mas ele pertence ao estado Lone Star agora, irmão. Disse que ele estudava em casa com sua mãe até que ela morreu. Styx disse-me para conseguir um tutor para levá-lo até o grau que ele perdeu, que, conversando com o garoto, levará cerca de cinco malditos minutos. Eu tenho uma boa escola nas proximidades, para quando ele estiver pronto. Privada. Discreta. Pequena. Dinheiro trocado em algumas mãos, nem tudo inteiramente legal, mas pelo menos está tudo feito. Seu irmãozinho está aqui para ficar, Flame. Ele é o bebê dos Hangmen agora. Temos a porra de volta. Tudo bem?" Meu peito apertou em gratidão, mas não conseguia encontrar as palavras para dar uma resposta do caralho. O garoto tinha aprendido. Na verdade, ele tinha sido educado. Isso foi mais do que já tive, e eu estava tão feliz com a porra desse fato.


Tanner sacudiu seu queixo para mim e sentou. Então isso ficou verdadeiramente quieto. Eu rasguei o rótulo da minha cerveja enquanto tentava me preparar. Tomando uma verdadeira inspiração profunda, olhei para Asher. Eu já tinha a sua atenção. Ele ainda estava me observando, seus olhos muito parecidos com os de Isaiah e os meus que parecia surreal. Alguém tossiu, fazendo-me agarrar o raio redondo e agitar minha cabeça em direção à linha de árvores. "Venha comigo," eu pedi. Os olhos de Asher se arregalaram. Eu não esperei por ele para se levantar. Em vez disso tomei um gole da minha cerveja e bati através do círculo de bocetas sentadas em torno do clube e levantados sobre a margem. Daqui de cima você podia ver sobre a floresta em torno do complexo e por todos os acres vazios além. Em primeiro lugar eu ouvi o arrastar de botas de Asher, em seguida, sua respiração profunda. Sem olhar para trás, apontei com minha mão. "Sente-se." Contei seis segundos até que ele caiu ao meu lado. Não muito perto, sentando-se sobre um pé de distância. E ele não disse nada para mim, apenas ficou lá, cabeça baixa, olhos no chão. Imaginei Maddie e eu naquela porra de igreja. E eu disse a mim mesmo que esse garoto, meu sangue, não ia a lugar nenhum. Que ele ficaria aqui e que eu não iria machucá-lo. Eu pensei nisso, tentando enfiar isso pela minha cabeça, mas era do caralho verdadeiramente difícil de acreditar. Tomando outro gole da minha Bud, abaixei a garrafa e perguntei: "Você está bem?" Asher ficou tenso, depois assentiu com a cabeça. "Sim."


Pisquei, tentando pensar no que dizer em seguida, quando perguntei, "AK está te tratando bem?" Outro aceno de cabeça e outro, "Sim." Eu sabia que isso não ia muito bem. Eu não conseguia ter uma maldita conversa. Eu não poderia nunca fazer porra nenhuma direito. Asher olhou para o bosque, mas eu olhei para minha esquerda, observando seu rosto. Me vendo na porra daquele rosto. Vendo o mesmo garoto que fui uma vez. E como eu, Asher tinha sido mantido no porão... e sabe se lá o que mais aconteceu. "Eu não sou bom em falar," soltei abruptamente. O rosto de Asher virou-se para mim, e ele engoliu. "Quero dizer, não sou bom em conversar. De todo. Eu não leio as pessoas como os outros conseguem. Eu não sou bom com as emoções das pessoas ou essas merda, ou a minha. Eu... eu sempre estrago as coisas que quero dizer, e as pessoas ficam realmente chateadas, e eu acabo ficando louco. Isso só fode tudo errado. Toda a porra do tempo." "Eu sei, Flame." Eu fiz uma careta. "Você sabe?" "Viking e AK me disseram que... que você é diferente dos outros. Que você fala diferente da maioria das pessoas." Ele engoliu em seco e disse: "Eles me disseram como falar com você. Então, eu entendo." Olhei para trás para AK e Viking. Viking estava fodendo em volta como sempre, mas a atenção de AK estava concentrada em nós. Apontei meu queixo para ele, e ele ergueu a cerveja em troca. Asher começou a puxar a grama do chão, e enquanto eu tomei outro gole da minha cerveja, notei seu cabelo. Seu cabelo escuro, cortado em um... "Seu cabelo é como o meu," eu disse. Asher parou.


"Você tem um moicano," acrescentei, quando minha mão levantou para correr através do meu próprio. O rosto de Asher ficou vermelho. "Sim. Eu... todo mundo continua me dizendo que me pareço com você." Ele deu de ombros. "Eu precisava cortar, porque papai não o cortava. Por isso, pedi para parecer com o seu." "Eu não entendo. Por que diabos você iria querer se parecer comigo?" Perguntei. A expressão de Asher mudou. Eu não sabia por que a expressão dele mudava tanto. Eu não podia lê-lo. "Porque... porque você é meu irmão," disse ele em voz baixa. Eu congelei e podia sentir meu pulso batendo muito rápido. "Eu... eu nunca tive um irmão antes. Eu estava sempre por mim mesmo. Mas sempre quis saber o que teria sido se eu tivesse alguém lá comigo. Papai sempre falou sobre você. Ele disse coisas horríveis, coisas que ele acreditava em sua cabeça deformada, as coisas que o Pastor Hughes lhe tinha dito, mas nunca o ouvi. Eu nunca acreditei neles. Ele disse coisas horríveis sobre mim que eu sabia que não eram verdadeiras, então pensei que era provavelmente assim com você também." Quando suas palavras afundaram, uma pergunta saiu da minha boca. "Ele te fodeu? Naquele porão sujo, ele fodeu você?" Asher congelou, e sua cabeça caiu. "Diga-me," eu empurrei. "Eu preciso saber, porra." Eu bati minha cabeça. "Eu preciso saber, porque isso é tudo o que penso." "Ele tentou." Asher sussurrou: "Toda vez que ele entrava no porão, ele tentou. Mas ele não conseguia fazer." "Eu não entendo," eu disse, meu estômago se desenrolando em alívio com o fato de que ele não fodeu com ele. Ele não tinha fodido Asher. Obrigado porra.


"Foi a bebida, eu acho. Ele mal conseguia andar depois que minha mãe morreu, quando ele me colocou no porão pela primeira vez. Ele não conseguiu, Flame. Ele ficava louco, e me batia." Ele estendeu os braços. "Ele até tentou me cortar no início, mas ele tinha bebido quase até a morte até que você chegou." Asher suspirou, em seguida, disse: "Na maior parte, ele apenas me manteve naquele porão e me chamou de pecador, pregou o seu discurso bíblico para mim de cima. Não acho que ele tinha a força para fazer muito mais." Eu inalei uma respiração afiada, então exalei devagar, sentindo toda a preocupação que tinha, deixar meu corpo. "Isso é bom para caralho," admiti. Asher baixou a cabeça novamente. Ele ergueu a mão e correu através de seu cabelo. Assim que quase tinha terminado minha cerveja, ele disse, "Eu quero parecer como você porque quero ser como você." Minha cabeça se virou para o garoto. "Por que diabos você quer ser como eu?" Asher apontou para mim. "Você é grande, forte, pode protegerse." "Eu levanto muitos malditos pesos," respondi. Asher balançou a cabeça. "Eu vi o que você fez para a nosso pai. Eu sei o que você fez com o Pastor Hughes e o Ancião Paul." Asher jogou um punhado de grama no chão, e disse: "Eu costumava sonhar em ser capaz de fazer isso com o nosso pai, o que você fez. Depois que minha mãe morreu, quando ele bateu em mim com um taco naquele porão, eu queria machucá-lo de volta. Porque ele levou minha mãe de mim. Minha mãe, Flame. Ela era uma boa mulher. Mas muito fraca para lidar com ele." Asher fungou, e rapidamente usou seu antebraço para enxugar seu rosto.


Minha cabeça se contraiu, sem saber o que diabos fazer. Mas Asher puxou sua merda junto, e soltou, "Em seguida, o irmão mais velho que eu sempre orava que voltasse e me levasse, veio. E você matou aquele idiota. Você o matou para que ele não pudesse machucar ninguém nunca mais." Asher começou a puxar a grama novamente, e disse: "É por isso que quero ser como você. Eu não quero ser ferido por ninguém novamente. Eu quero ser capaz de me defender, como você. Quero ser capaz de me proteger, de pessoas como ele." Olhei para o tamanho de Asher e sabia que quando fosse da minha idade, seria um grande filho da puta, mas tudo que eu disse em resposta foi uma promessa. "Ninguém vai tocar um fodido dedo em você novamente. Você tem a mim, e muitos Hangmen em suas costas. E ninguém se mete com a gente. Ninguém." Asher ficou em silêncio, em seguida, quando sua cabeça caiu para frente, sua respiração mudou. Virei-me, em pânico com o que diabos estava errado, quando vi a água em seus olhos. Corri minhas mãos pelo meu rosto quando ele disse: "Obrigado." Eu soltei um suspiro, e sentando mais a frente, os cotovelos sobre os joelhos, coloquei minha cabeça em minhas mãos, sentindo-me como o pior irmão do maldito planeta. "Asher, eu não posso ser tocado. Porra, não posso... eu não posso—" "Eu sei," ele interrompeu, enquanto limpava seu rosto. "Você sabe?" Eu disse asperamente, me odiando por ser tão fodido na cabeça. "Sim, AK explicou. Flame, ele me contou tudo sobre você. Eu ficava perguntando sobre você, então ele me sentou e me disse tudo. Eu queria saber mais de você. E você nunca saía realmente de seu quarto, ou mesmo falou comigo." Ele fez uma pausa e acrescentou: "Mas sei que você não pode ser tocado. AK foi realmente claro sobre isso." "Certo," era tudo que eu poderia dizer em resposta.


Asher olhou para trás, e então de volta para mim. "Mas Maddie pode tocar em você." Eu congelei. Segurando minha respiração balancei a cabeça. "Está tudo bem," ele respondeu rapidamente. Transformando seu rosto em profundo vermelho, disse ele, "Ela é muito bonita. E... e eu estou feliz que ela pode tocar em você. Estou feliz por você tê-la." O rosto de Maddie brilhou na minha cabeça, e eu disse: "Ela é foda de linda. Ela é tudo para mim." "Sim," disse Asher, em seguida, o rosto vermelho mais vermelho ainda ficou. "E Flame? Você vai me chamar de pequeno Ash? É o que eu venho sendo chamado por todos os irmãos. Viking disse que era meu nome de estrada... e... e gosto disso. É uma sensação nova, diferente, como se eu fosse outra pessoa. Assim, Asher me lembra de—" "Eu entendo," disse, interrompendo-o, sabendo que odiava a porra do nome de Josiah apenas tanto quanto, se não mais, como ele odiava Asher. "Obrigado," Pequeno Ash respondeu, e voltamos ao nosso silêncio. Assim quando eu estava prestes a levantar, não sabendo que porra mais dizer, Pequeno Ash disse: "Eu realmente gosto de todas as motos por aqui." Sentei-me de volta na grama, e disse: "Eu sou bom com motos. Choppers e Harley especialmente." Pequeno Ash sorriu para mim e disse: "AK me disse que você pode construí-las a partir do zero." "Sim." Pequeno Ash baixou a cabeça, em seguida, levantou a cabeça, uma nova expressão em seu rosto. "Você pode construir um para mim, Flame? Vike disse que ia me ensinar a conduzir, mas que eu precisava de uma moto. Ele disse para falar com você sobre isso."


"Sim, eu posso construir uma para você," eu disse. "Uma preta e cromada Fat Boy? Como a sua, com chamas no lado? AK me mostrou como usar a internet. Estive lendo tudo sobre elas e como são construídas. Eu queria entender como você as construía em sua oficina. Então AK me disse que você poderia personalizar a pintura também. Ele me disse que você fez a sua Harley." Ele virou a cabeça e disse: "Eu dei uma olhada uma noite quando não conseguia dormir. E eu adorei. Eu amei as chamas e os crânios na lateral. Parece incrível, Flame. Então se puder, eu gostaria de uma igualzinha. Assim como a sua." A sensação de calor se espalhou dentro do meu peito, e eu disse rudemente, "O que você quiser." "Bom," Pequeno Ash respondeu, com um sorriso nos lábios. Eu fiz uma careta para o que ele estava sorrindo, então ele perguntou: "E eu posso ver você construindo? Na sua oficina?" Eu me perguntava por que ele iria querer fazer essa porra. Mas dei de ombros e disse: "Sim. Nunca ninguém assistiu antes, mas... sim, tudo bem." "Bom," Pequeno Ash disse, com a voz mais forte. Ele voltou a puxar a grama, então, perguntou: "E Flame?" "Sim?" "Eu gosto de ficar com AK. Entendo que você não é bom com as pessoas muito perto de você, exceto a Maddie. Eu sei que você precisa de espaço, mas, você acha, que talvez, eu poderia ir no seu apartamento às vezes? Só para, você sabe, ficar com você um pouco?" Meu peito apertou, imaginando ter o meu irmão em minha casa. Meu irmão. "Sim."


Pequeno Ash respirou um longo suspiro, em seguida, disse: "Eu acho... Eu acho que vou gostar daqui, Flame. Eu acho que... Eu acho que vou gostar de ter um irmão mais velho. " Meu coração bateu, e não sabendo o que diabos mais dizer, eu apenas disse: "Sim."

Maddie Eu tinha visto Flame chamar Asher para sentar-se com ele. E tinha visto como suas costas tinham se esticado, e ele estava confuso através de uma conversa. Enquanto eu olhava, meu coração se enchia de felicidade. "Eu gosto deste olhar em você, Maddie." Olhei para minha esquerda e encontrei com os olhos de Mae. Seus olhos azuis estavam brilhando quando peguei a mão dela. "Pela primeira vez, em toda a minha vida, eu gosto de ser eu." "Por causa do Flame?" Perguntou Mae. Eu pensei sobre a pergunta. "Na maior parte, sim. Ele me trouxe à vida. Mas através dele, me sinto mais em paz comigo mesma. Isso faz sentido?" As mãos de Mae espalharam sobre a barriga ligeiramente arredondada, e ela respondeu: "Eu sei exatamente o que você quer dizer."


Eu inclinei minha cabeça para o céu e, abraçando sua vastidão, disse: "Eu nunca pensei em mim como uma pessoa forte. Mas é incrível quanta força você descobre lá no fundo, quando alguém que você ama depende de você para ser a sua rocha, quando eles se encontram fracos. Quanta coragem você pode reunir, quando a pessoa que você ama, depende de você para segurá-lo de cair no chão. E quanto felicidade pode ser abrigada dentro de sua alma, quando você permite que alguém entre em seu coração." "Maddie," Mae disse abafado, "Eu entendo completamente." Sorri para minha irmã. "Você vai ser uma mãe fantástica, Mae." O sorriso de Mae vacilou, e sua cabeça caiu um pouco. "Você acha?" Perguntou ela, nervosa. "Nós nunca tivemos uma mãe, Maddie. Como vou saber como ser uma boa mãe?" Apertei a mão de Mae. "Você pode não ter tido uma mãe, mas eu tive." Mae franziu a testa. "Você não teve, Maddie. Você era como eu e Bella. Nós nunca soubemos quem eram nossos pais." "Eu sim," retruquei. Mae balançou a cabeça em sinal de protesto. Mas cortei e pronunciei, "Eu tive você." Os lábios de Mae se separaram em estado de choque, e ela sussurrou, "Maddie." "Você vai ser a melhor das mães, Mae. Porque você e Bella me regaram com um abundante amor. Eu não sabia como expressar minhas emoções naquela época, nem conseguia dizer ou mostrar-lhe o quanto vocês significaram para mim. Mas vejo isso agora." Uma lágrima caiu lentamente pelo rosto de Mae, e ela perguntou: "Mas você encontrou o seu caminho agora?"


"Sim," eu respondi, vendo Flame andando na minha direção, Asher ao seu lado. "Eu absolutamente encontrei." Flame chegou onde estávamos sentadas. Levantei-me e estendi a minha mão. Ele alegremente tomou-a, e eu podia ver a tensão ir para bem longe de mim, desaparecer instantaneamente. Asher ficou sem jeito ao seu lado, e lancei-lhe um sorriso. "Olá, Asher." "É Pequeno Ash," Flame corrigiu de forma abrupta. Quando vi seu rosto, entendi o porquê. "Me desculpe. Pequeno Ash," corrigi. "Eu

estou

bem,

obrigado,"

Pequeno

Ash

respondeu

timidamente. A cabeça de Flame, agarrou-se a um jovem Hangmen passando. "Você!" Ele gritou. O jovem congelou no local. Seus olhos castanhos se arregalaram quando avistaram Flame. "Venha aqui, porra," Flame ordenou. Smiler se levantou da cadeira do quintal e se aproximou. "Ei, Flame. O que você quer com meu primo?" Flame olhou para o rapaz e exigiu, "Nome?" "Slash. Sou o novo prospect," o jovem respondeu um pouco nervoso. "Quantos anos você tem, porra?" O jovem balançou em seus pés. "Dezoito." Flame apontou para o Pequeno Ash. "Este é o Pequeno Ash. Você vai mostrar-lhe ao redor. Vai olhar por ele. Você é o mais novo aqui, e é assim que vai ser."


Slash virou-se para o Pequeno Ash e acenou com a cabeça. "Você quer vir, cara? Eu posso te mostrar por aí." Pequeno Ash acenou com a cabeça em resposta, e começou a seguir Slash, as mãos enfiadas nos bolsos de sua calça. Smiler balançou a cabeça para Flame e voltou para os outros homens. Em seguida, Flame gritou. "Slash?" Slash virou e Flame apontou diretamente para Pequeno Ash. "Ele é meu irmão mais novo. Se machucá-lo vou cortar a porra da sua garganta." Slash empalideceu, acenou com a cabeça e correu para longe. Quando Pequeno Ash virou a cabeça para seguir, peguei um fantasma de um sorriso enfeitando seus lábios. Apertei-me no peito de Flame quando Lilah entrou no quintal. Vendo-me de pé, com Mae, ela veio direto e me abraçou contra o peito, em seguida, beijou Mae em sua bochecha. Atrás de nós, Ky se aproximou. "Bochechas doces," disse ele sorrindo, piscando para sua mulher. Assim que ele chegou ao lado de Lilah, ele jogou o braço por cima do ombro e virou as costas para um beijo. Lilah riu contra sua boca. Não demorou muito antes de que Styx aparecesse ao lado de Mae, seu braço protetor enfiado em torno de sua cintura, a mão deitada sobre seu estômago. Styx, relutantemente, moveu a mão e começou a assinalar, minhas irmãs e Ky juntando na conversa. Mas eu não queria dar-lhes atenção, em vez disso olhei ao redor do pátio, nesta nova família estranha que eu tinha encontrado, sentindo-me segura sob os braços de Flame agora envoltos em torno dos meus ombros. Então, meu olhos caíram sobre a janela do


apartamento de Styx. O apartamento acima do complexo em que eu costumava residir. E me lembrei das primeiras noites depois de deixar a comuna; Eu me sentava na janela, olhando para os homens que estava convencida que eram do mal. Todos, exceto um... o homem com os olhos escuros, que percorria o terreno fora da minha janela; olhos fixos em mim, com minha mão pressionada contra o vidro, desejando que tivesse forças para falar com ele. Pressionando um beijo no braço de Flame, sentindo seu queixo descansar sobre minha cabeça, decidi que gostava de estar aqui, vivendo minha vida, fundindo meu coração ao de Flame, e envolta em seu abraço. Eu achava isso muito melhor. Muito melhor, na verdade.


Profeta Cain Túnica branca. Calça branca. Meu longo cabelo para baixo. Eu estava pronto. Mas enquanto olhava para o meu reflexo no espelho, tudo o que sentia era náuseas. E errado. Tudo sobre esse lugar gritava para mim que era errado para caralho. Uma batida leve soou na porta que dava para o altar. "Entre," eu disse. Phebe entrou no quarto, agora que foi liberada de sua reclusão. "Está na hora, meu Senhor," ela anunciou e esperou na porta. Eu fiz uma careta. "Você não vai se juntar a Judah hoje à noite?" Phebe olhou para o chão. "Ele escolheu Sarai em meu lugar. Ela agora tem sido premiada com o papel de primeira consorte de Judah." Sua cabeça caiu ainda mais. "E sua única companheira." Meu estômago revirou enquanto pensava no meu irmão tomando aquela criança. Eu me sentia doente. Phebe olhou para mim quando música começou a derivar para o quarto. "Meu Senhor, está começando. Nós devemos ir."


Forçando meus pés a se moverem, segui Phebe pelo corredor estreito, cheirando os odores fortes de incenso queimando, ouvindo a música instrumental aumentar em volume. Meu coração batia no tempo com a batida rápida pulsando fora das paredes. Eu orei a Deus para conseguir passar isso. Chegando a uma porta velada, Phebe apontou para o interior. "Aqui é onde eu o deixo. Estou sem um parceiro para esta noite. Não estou autorizada a entrar." Olhei para a porta. "Quantas pessoas estão lá?" Phebe seguiu o meu olhar. "Muitas, meu Senhor. Talvez cem? A Partilha do Senhor é destinada aos anciãos e os discípulos. Aqueles que estão assumindo a honra elevada de despertar as irmãs." Meu corpo ficou tenso com as palavras de Phebe, e sussurrei, "Despertar...?" "Sim, meu senhor. Judah organizou para todas as meninas com idade adequada serem recolhidas em comemoração ao seu atendimento. A comuna está bastante alvoroçada que você irá supervisionar tantos despertar. Eles acreditam que é um sinal significativo da parte de Deus, que somos a seu favor." A raiva encheu minhas veias, então perguntei: "E Judah organizou tudo isso em minha honra? Estes muitos... despertar... que você disse?" "Sim, meu senhor. Ele deseja muito honrá-lo. Ele estava animado durante todo o dia." Acenando minha mão, eu disse: "Obrigado, irmã Phebe, você pode sair." Phebe fez uma reverência e se afastou. Eu fiquei na porta. Porque sabia que, tanto quanto acreditava na minha causa, tanto


quanto acreditava que era o profeta da Ordem, sabia que não podia ficar parado e — não, eu não poderia abençoar o estupro de crianças. Nada na minha fé me dizia que isso estava bem debaixo dos olhos de Deus. Nem mesmo as palavras supostamente reveladas do meu tio. Em seguida, a raiva subiu novamente quando pensei em Judah. Mal tínhamos falado mais do que algumas tensas palavras desde que libertei as irmãs amaldiçoadas. Ele e o irmão Luke estavam sempre juntos, unidos em cabeças sussurrando, Sarai seguia cada palavra de Judah, como se ele fosse o profeta, não eu. Suas

mentiras

sobre

Delilah.

Seu

plano

secreto

para

sequestrar as amaldiçoadas antes que estivéssemos prontos. E agora isso? O organizador dos despertares em minha presença. E eu sabia. Ele estava me testando. O meu próprio irmão. Meu gêmeo. A minha única família... tinha perdido a fé em mim. Ao ouvir o grito de dor de uma jovem garota, eu corri através do véu para o quarto esfumaçado do Compartilhamento do Senhor... e a imagem diante de mim como a fumaça se dissipou, mais estaria para sempre gravado na minha memória. Homens adultos, de todas as idades, nus e eretos, estavam apoiados por trás de jovens meninas, as meninas pouco mais velhas do que oito anos. E alguns já estavam dentro delas. As estuprando. Tomando sua inocência... Dispositivos entre suas pernas jovens, enquanto estavam deitadas com a testa no chão, seus traseiros levantados no ar, com as suas mãos agarradas atrás das costas. Eu lutei para conter o vômito quando uma cacofonia de gritos atacou meus ouvidos. E então quando me adiantei, uma jovem, apoiada sobre os joelhos, o rosto vermelho com dor, entrava em confronto com meu olhar. E eu sabia quem ela era em um instante. Era a menina do


vídeo. A jovem que estava dançando; forçada a dançar para mim, seu lindo rosto jovem lutando contra as lágrimas enquanto o fazia. E aqui estava ela, sendo estuprada por um homem crescido, um homem que devia estar em seus quarenta anos. E eu bati. Essa visão, as lágrimas da menina; um confuso estupro em massa disfarçado com adoração celestial... Que fez a porra dos meus olhos piscarem. Correndo para frente, agarrei o homem forçando-se na menina do vídeo. Eu empurrei-o para trás. Eu rasguei-o para trás, e quando o rosto chocado olhou para mim, eu o atingi. Eu soquei e soquei, o meu punho golpeando o rosto com toda a força que eu poderia reunir. Mas não podia parar. Cada gota de raiva e ressentimento, cada onda de stress que tinha construído ao longo do último ano, estava escorrendo de mim através destes punhos. Mas eu não ouvi a música parar. Não ouvi as crianças gritando. Eu apenas continuei batendo na cara deste filho da puta, o sangue pulverizando sobre meus braços e túnica branca. Até que finalmente, alguém me puxou para fora dele e eu caí no chão. Eu me levantei, pronto para atacar quem estava atrás de mim, quando vi um par familiar de olhos — olhos idênticos aos meus. "Cain," Judah vaiou, as sobrancelhas puxaram para baixo com raiva. Minhas mãos tremiam. Tremiam tão fodidas que eu mal conseguia olhar para elas, só para ver o sangue revestindo cada polegada de minha pele.


"Ele está morto." Minha cabeça virou ao meu lado, quando o irmão Luke se agachou sobre o homem no chão. O homem que tinha sido espancado com tanta força por mim, que seu rosto estava irreconhecível. "Cain, o que você fez?" Perguntou Judah em estado de choque. E assim, a raiva que tinha dissipado momentaneamente do meu corpo inflamou dez vezes mais. Olhei para o rosto idêntico que já não considerava como pertencente ao meu irmão gêmeo. "O que eu fiz?" Eu perguntei com espanto. Balancei a cabeça, rindo um riso sem humor. "O quê eu tenho feito, porra?" Judah deu um passo atrás, os olhos arregalados. Então notei que ele estava vestido apenas com suas calças da túnica... como estava o irmão Luke. Meus olhos corriam pelo quarto. E sobre os lençóis brancos que cobriam o chão estavam as manchas de sangue. Uma mistura de sangue e sêmen da união de jovens e homens. "O que foi que fiz! O que eu tenho feito, caralho!" Eu rugi, e corri para o meu irmão gêmeo, empurrando minhas mãos em direção ao seu peito. "O que você tem feito, porra?" Irmão Luke fechou atrás de mim. Girando, bati minhas mãos em seu peito e gritei: "Dá o fora! Sai fora, antes de eu torcer a porra do seu pescoço!" Irmão Luke empalideceu e correu do quarto. Eu me virei para ver Judah me observando. E vi medo real em seu rosto. "Cain?" Ele tentou acalmar, suas palmas para cima. Eu o interrompi. "Você acha que isso é bom? Você acha que estuprar crianças pequenas, enquanto elas gritam, sendo rasgadas por homens velhos de merda, está bem?" Os

olhos

de

Judah

esquadrinharam

o

chão,

olhando

distraidamente para o incenso queimando e aparelhos descartados, que


mantinha as pernas das meninas separadas. "É esse o caminho do Senhor. É uma das nossas crenças mais fundamentais. Os homens, os homens precisam disto. Faz parte da nossa fé." Enquanto eu considerava Judah, minha mandíbula apertou e, varrendo um braço sobre a cena, proclamei: "Eu sou o profeta. E como tal, vou mudar nossas práticas. Começando com esta." Virei-me, com a intenção de sair, quando Judah estendeu a mão e agarrou meu braço. Eu chicoteei de volta. Com um rosto duro, Judah afirmou: "Os irmãos não vão aceitar essa mudança. Nem mesmo de você." Com incredulidade genuína, olhei para o meu irmão gêmeo e incisivamente perguntei, "Todos os homens aqui são fodidos pedófilos? Eles estão aqui na nossa comuna de Deus para a salvação de suas almas, ou para foder garotas jovens?" Judah cambaleou para trás. Ele balançou a cabeça. "Aqueles homens. Os homens maus que você viveu por cinco anos. Eles corromperam suas crenças. Olha como você está agindo. Ouça como você está falando! Ouça as palavras pecaminosas escorregando de seus lábios!" "Eu não sou nada como eles. Mas ouço isso; tão fodido como elas são, tão mal como suas ações podem ser, elas são fodidas crianças inocentes!" Dei um passo para trás, e disse calmamente: "Como eu estou sozinho vendo isso?" "Eles infectaram sua alma," Judah estalou. Rindo sem humor, eu apontei para seu rosto, e disse: "Não, irmão. O que você não entende é que odeio aqueles homens. Eu quero eles destruídos tanto quanto você. Eles pecam, eles prostituem, e eles desconsideram as leis de Deus. Mas enquanto vivi com eles me deu um fodido contexto. Você nunca deixou a nossa casa de infância, Judah, nem uma vez. Foi eu. Foi eu que vivi no mundo exterior por cinco anos,


e tanto quanto eu odiava cada porra de segundo de estar naquele inferno, isso me convenceu de que estas sessões do caralho estão erradas. Talvez se você tivesse sido o enviado naquela missão, você não estaria aqui como um tolo pedófilo, defendendo o indefensável!" Precisando dar o fora deste lugar sufocante, segui a porta, quando Judah anunciou: "Você perdeu a nossa fé, Cain. Você foi corrompido. Você não merece o manto prestigioso para liderar nosso povo, pelo menos não agindo assim." Eu parei, e virei para avisar, "Cuidado, irmão, isso soa perigosamente como traição. E traição contra o profeta é punível com prisão." O rosto de Judah empalideceu e, com o rosto contorcido, ele fugiu do quarto. Corri de volta para minha mansão, e em meu escritório. Debrucei-me sobre as escrituras, caindo sobre a criação de minha própria versão. Eu trabalhei por horas, decifrando e queimando os olhos, muitas vezes ininteligíveis, revelações feitas por meu tio David de sua vida posterior. Eu purguei as práticas que tanto ofendiam e peguei a caneta e papel, criando novas leis e práticas que não possam pôr em causa a inocência de nossas crianças. Eu trabalhei tanto que a lua caiu, abrindo caminho para o céu iluminando de um novo dia. Eu trabalhei muito que adormeci na minha mesa, caneta ainda na mão... De repente, um golpe na parte de trás da minha cabeça me arrancou do sono. Meus olhos ardiam com a dor do golpe, e minha visão ficou turva. Virei-me para lutar contra meu atacante, quando um saco foi puxado sobre a minha cabeça, me mergulhando na escuridão. Eu lutei para ficar livre, mas os laços apertados estavam embrulhados em torno de meus braços e pés. Eu fui pego, muitas mãos segurando meus braços e pernas. E eu fui rasgado da minha casa para o frio ar do amanhecer.


Quando uma leve brisa chicoteou através da minha túnica e calças, ouvi o desbloqueio de uma porta, e o eco de pés batendo no chão de pedra. Eu tentei novamente ficar livre, tentei soltar meus laços, mas eles estavam muito fortemente amarrados. Eu respirei forte quando a abertura de outra porta soou. Então a dor acumulou no meu corpo enquanto fui jogado sobre uma superfície rígida, o impacto fazendo minha cabeça rachar contra uma parede dura. Ouvindo os sons me cercarem, em seguida, o saco foi levantado de minha cabeça. Pisquei duro contra a luz brilhante. Quando me concentrei, vi quatro paredes de pedra cinza, o cheiro de umidade e suor enchendo meu nariz. Então olhei para cima. Olhei para cima para encontrar Judah e o irmão Luke, juntamente com dois outros discípulos vestidos de preto, todos olhando para mim. Judah estava olhando para mim como se eu fosse um estranho. "Liberte-me, agora!" Eu bati. Minha cabeça latejava dos golpes que tinha tomado. Quando meu irmão gêmeo não reagiu, lutei contra as restrições, em seguida, rosnei, "Como seu profeta, exijo que vocês me libertem!" Ninguém se moveu, até que de repente, eles se viraram para sair. Meu coração batia forte no meu peito, e trovejei: "Judah!" Meu gêmeo parou, e caminhando de volta para dentro da cela para se situar em meus pés, ele disse: "Você, Judah, irmão do profeta." Ele apontou para meu rosto e meus olhos se arregalaram com suas palavras. "Você está sendo acusado por traição contra a ordem. Está sendo encarcerado em uma cela até eu decidir sua punição." Ele se virou para sair, quando eu novamente gritei: "Você não pode fazer isso! JUDAH!!!"


Judah congelou em seus passos, e virando-se para mim, ele balançou a cabeça. "Não, irmão. Você é Judah." Ele estendeu a mão e puxou seu cabelo marrom longo de sua faixa, os fios longos castanhos caindo para trás no meu estilo, como o profeta, sempre usava. "Eu sou Profeta Cain. Eu sou o Profeta do destino da Ordem. E eu tenho uma guerra santa para preparar." Com isso Judah saiu, batendo a porta fechada, mergulhando a cela na escuridão. Deixando-me sozinho. Traindo seu próprio irmão gêmeo. Seu irmão. Sua única família, porra... "JUDAH!"


Flame Uma batida soou na porta. Puxando-a aberta, AK ficou na frente de nosso apartamento. Sem dizer uma palavra, ele me entregou duas pequenas caixas e uma maior. Meu estômago revirou com os nervos quando eu os tinha em minhas mãos. AK pigarreou. "Está tudo aí, irmão. Boa sorte, sim?" Ele sorriu, então acenou com a mão enquanto caminhava de volta para o seu quarto. Virando, fechei a porta, assim que Maddie saiu do banheiro. E eu congelei. Minhas mãos agarraram nas caixas quando peguei na forma como ela parecia. Ela usava um longo vestido branco sem mangas. Seus longos cabelos negros estavam enrolados em ondas que caíram na parte inferior das costas, e ela tinha flores prendendo para trás duas seções de seu cabelo da frente de seu rosto. O rosto de Maddie corou enquanto eu a olhava. "Maddie," eu disse asperamente. Passando as mãos ao longo de seu vestido, ela perguntou: "Eu pareço bem?" "Você está linda para caralho." Maddie mergulhou os olhos, em seguida, olhou para mim através de seus longos cílios negro. "É bobagem, mas eu queria me vestir adequadamente. Eu", ela engoliu em seco, e brincando com as


mãos, disse: "Eu queria que você me achasse linda esta noite. Quando fizermos isso. Quando fizermos esse compromisso." Um gemido deixou minha garganta, e respondi: "Eu sempre acho que você está linda." "Como eu com você," ela respondeu. Eu olhei para os meus couros, botas e colete, e franzi a testa. Parecia o mesmo de sempre. Maddie se mudou para mim e sorriu. Seus dedos apontaram para as caixas na minha mão, e ela perguntou: "Você tem tudo o que precisa?" Eu balancei a cabeça, e Maddie estendeu a mão. "Então, vamos?" Meu coração disparou no meu peito, mas deixei Maddie me levar para fora do quarto e para a floresta de trás da nossa clareira. Estava escura e fazia frio, mas não conseguia sentir nada enquanto observava Maddie andar na frente. Na verdade, eu quase não notei que tínhamos chegado ao rio. Largando minha mão, Maddie se virou para mim. "Eu amo estar ao lado da água. Passei muito da minha vida dentro de casa, que adoro ouvir o fluxo corrente e cheirando o ar fresco. Eu... eu não conseguia pensar em um lugar melhor para fazer isso com você." Maddie apontou para o céu. "A noite está clara também. Nem uma nuvem no céu. E as estrelas e a lua têm de sair para assistir." Mas eu não me incomodei de olhar para cima. Onde estavam a porra das estrelas e a lua, quando eu a tinha? Eu não conseguia tirar os olhos dela. Eu mal podia respirar. Eu mal podia respirar sabendo que esse era o nosso dia da merda de casamento. Ou pelo menos a nossa versão de um. Eu perguntei se ela queria se casar comigo alguns dias atrás. Eu sabia que não fiz direito. Mas eu tinha acabado de sair de dentro


dela, Maddie roubou a porra do meu coração como sempre, e eu sabia que tinha que ter tudo dela. Ela como minha e eu como dela...

Ficamos deitados na cama, Maddie em meus braços, a cabeça apoiada no meu ombro. Eu podia ouvir sua respiração começando a mudar de rápido para lenta, e eu sabia que ela estava caindo no sono. Quando a mão pressionou no meu peito, ela lançou um suspiro, e eu sabia que isso não era suficiente. Eu queria mais do que o que tínhamos. Eu queria tudo. Eu precisava tê-la. Tê-la como minha. Respirando fundo, rolei, e Maddie escorregou debaixo de mim. Olhos sonolentos de Maddie abriram em surpresa e eu peguei sua mão esquerda, e deixei escapar: "Eu quero me casar com você." A respiração de Maddie parou. Seus olhos verdes ficaram enormes. E vários segundos depois ela engoliu em seco e sussurrou baixinho: "Você... você quer?" Eu balancei a cabeça uma vez, minha cabeça se contraindo enquanto tentava explicar como me sentia por dentro. Eu coloquei minha mão em seu rosto, e disse: "Eu preciso de você como minha. Preciso de você pertencendo completamente a mim. Eu preciso de você como Maddie Cade. Eu preciso saber que você nunca vai me deixar." Maddie ainda não disse nada, então levantei seu dedo anelar na minha boca e beijei. Mas então, colocando a mão no meu rosto, ela disse: "Flame, enquanto estava aqui, meu coração está correndo pensando em algo tão perfeito — me casar com você. Mas não temos uma fé que seguimos. E... e eu não podia ficar na frente de seus irmãos e minhas irmãs me casando com você. A idéia de ser o centro das atenções me enche de medo que mal posso respirar. Eu não acho que poderia


passar com isso. Ou até mesmo falar e desposar-me a você na frente de um oficial. Eu temo que não iria lidar com algo como isso." Eu suspirei, sentindo meus músculos tensos com o que ela estava dizendo. Mas quando pensei em um Pastor ou um oficial de alguma merda que nós não conhecemos — eu admiti: "Nem eu poderia." Eu pisquei. Os olhos de Maddie caíram, parecendo tristes. Quando ela fez, senti uma necessidade maior de tê-la como minha mulher. Abaixando a cabeça para encontrar os olhos dela, eu empurrei, "Mas quero você, Maddie. Eu quero você como minha. Totalmente minha." Maddie olhou para cima e sorriu. Sorriu um sorriso enorme que atingiu meu peito de merda como uma bala. Maddie colocou a mão nas costas da minha cabeça, e ela me puxou para baixo na sua boca. Ela me beijou suavemente, em seguida, prometeu contra os meus lábios: "Vamos encontrar uma maneira, Flame. Como preciso que você pertença a mim também. Se é possível pertencer a você mais do que já faço." Eu apertei a minha boca de volta para a dela, e quando fiz, imaginei o meu anel em seu dedo e meu nome em suas costas. Eu imaginava possuir ela. Imaginei finalmente tê-la como minha old lady... Maddie, minha old lady. Eu não sei como diabos iríamos fazê-lo. Mas como tudo mais, nós teríamos que encontrar uma maneira de fazer.

Maddie se adiantou até que ela estava bem na minha frente, o rio fluindo atrás. Alcançando as caixas em minhas mãos, coloquei-as no chão, e me levantei. Chegando a ponta dos pés, ela colocou os braços ao


redor do meu pescoço. Baixei a cabeça para que eu pudesse ver seu rosto. Maddie sorriu enquanto abaixei à sua altura, e ela disse: "Eu te amo, Flame. Eu não posso esperar para me tornar sua mulher." Rosnando, pressionei meus lábios nos dela, em seguida, me afastei. Maddie deu um passo atrás, e eu peguei as duas caixas menores no chão. Eu entreguei uma a ela, e ela abriu-a. Maddie olhou para o anel no interior, o anel que era para mim, e levou-o para fora, segurando em suas mãos. "Ele é preto," disse ela, e me jogou outro sorriso. Fazendo o mesmo com a caixa na minha mão, coloquei seu anel minúsculo em minha palma. Maddie olhou para ele, e sussurrou: "Meu anel é preto e dourado." Ela estudou-o com mais atenção, em seguida, parou de respirar. Fixando sua atenção em mim, ela disse, "Como chamas. Ele é preto e dourado como chamas." Ela suspirou. "Isto é você. Este anel... ele sempre será meu pequeno pedaço de você." Meu peito doeu quando ela olhou para aquele pedaço de ouro e eu balançava sobre os meus pés. Eu não tinha idéia de como fazer isto. Toda essa merda romântica. Eu queria dizer a ela, sobre como ela me fazia sentir, o que ela significava para mim, mas eu sabia que não tinha palavras. Eu não fui construído para ser capaz de dizer a ela merda assim. Mas eu posso mostrar a ela. Pelo resto da minha vida, posso a porra de mostrar a ela todos os dias. Eu só queria que ela fosse minha. Propriedade do Flame. Eu só a queria como minha mulher. "O que tem na outra caixa?" Perguntou Maddie baixinho, olhando atrás de mim.


Olhei para a única caixa deixada no chão. "Eu vou te mostrar depois." Maddie franziu a testa para mim, mas não disse mais nada. Então, isso ficou realmente tranquilo. Ouvindo Maddie respirando rapidamente, vi quando ela endireitou os ombros e se aproximou mais perto ainda de mim. De repente, ela se abaixou, e timidamente pegou minha mão esquerda com a sua mão esquerda. Em seguida, os grandes olhos verdes que eu amava tanto, elevaram para travar nos meus. As bochechas de Maddie coraram, e inalando um longo suspiro, ela sorriu e colocou a mão direita sobre o coração. "Eu estou tão nervosa," ela sussurrou, me esmagando onde eu estava. "Sim," respondi, sentindo exatamente o mesmo e Maddie apertou minha mão. Ela sempre entendia o que estava acontecendo na minha cabeça. "Porque eu quero muito isso," ela então sussurrou. "Eu... eu apenas nunca... é muito surreal para mim, estar aqui, vestida assim, fazendo isso. Eu... nunca pensei que poderia ter isso. Mas eu tenho, Flame. E o milagre é que tenho isso com você." Meu peito apertou tão forte e minha garganta obstruiu verdadeiramente por completo. Inalando através do meu nariz, consegui perguntar: "Será que é suficiente? Isto é o suficiente para você, sem um pastor ou algum oficial aqui para torná-lo real? Só isto, apenas dando os anéis um ao outro, é legítimo o suficiente? Eu odiaria se isso não parecesse real para você, como um casamento real." Maddie deu um beijo em nossas mãos unidas, e assegurou: "Isso é real, Flame. Isto é completamente real para mim. Eu não preciso de mais ninguém aqui para me dizer o que já sei... que sou sua, e você é


meu. Nossos votos um ao outro hoje à noite são o que mais importa, não uma peça, um pedaço de papel assinado por um estranho que não tem idéia de quem somos. O que significamos um para o outro. O que superamos juntos." Ela balançou a cabeça. "Não. Esta cerimônia privada com nós dois é tão real quanto poderia ser. Não há barulho, sem frescura. Estou puramente prometida em casamento em meu coração e alma para você hoje à noite, e você para mim. Para mim, essa é a expressão máxima do nosso amor. E é perfeito. Só você, e somente eu. Isso é tudo que sempre vou precisar." "Maddie," eu gemi, precisando tanto ouvir aquelas palavras. Maddie traçou a palma da minha mão com o dedo, e com uma voz calma, disse: "Eu vim tão longe desde que te conheci, Flame. Eu cresci como pessoa, mas mais do que isso, encontrei consolo em seus braços. Uma maravilha que imaginei que jamais iria conseguir. Descobrimos o que é o amor um pelo outro, e nós aprendemos que poderíamos seguir em frente a partir dos horrores do passado." Uma lágrima escorregou da bochecha de Maddie, e seus pequenos dedos tremiam quando ela agarrou a pressão do meu. "Você é meu milagre, Flame Cade. Você realmente é minha outra metade." Minha mandíbula apertou enquanto eu segurava de volta a porra do caroço subindo a minha garganta, água borrando minha visão, quando Maddie riu uma única risada e sacudiu a cabeça. "Eu costumava me perguntar como duas pessoas — uma menina quebrada, e um menino quebrado — que poderiam nunca passar por seus passados escuros e torturados. Mas agora eu o conheci. Juntos assim. Lutando através de seus caminhos... juntos." Minhas narinas queimaram quando Maddie levou o grande anel em sua mão e empurrou-o pelo meu dedo anelar. E, quando aquele maldito pedaço de metal olhou para mim da minha mão, pensei que meu coração negro de merda explodiria do meu peito.


Usando meu polegar, o virei ao redor. Maddie ficou calada quando uma gravura de ouro veio à tona. "Minha Maddie," ela sussurrou, lendo o nome gravado em voz alta. "Sim," eu disse abafado, incapaz de encontrar a porra da minha voz para dizer muito mais. "Flame," ela sussurrou, "É perfeito." Maddie traçou sobre as palavras do anel com o dedo, lágrimas caindo de seus olhos. "Sua Maddie," ela sussurrou baixinho. Segundos se passaram enquanto ela olhava para o anel no meu dedo. Erguendo a cabeça, ela disse com suas bochechas coradas, "É a sua vez." Maddie mudou as posições das nossas mãos para que eu agora segurasse as dela, e senti meu estômago cair. Cerrando meus dentes, eu disse: "Não sei o que diabos dizer." Eu segurei o anel minúsculo de Maddie na minha mão direita, segurando apertado. "Eu não sou bom... com palavras, Maddie. Eu vou foder isso." Maddie apertou-lhe a mão direita sobre o coração e explicou: "Basta dizer o que está em seu coração, Flame. Aqui," Ela pegou o anel da minha mão e colocou-o no topo do seu dedo anelar. "Diga o que você quer dizer, o que você sente na sua alma, em seguida, empurre o anel para o meu dedo." Sugando uma respiração profunda, lutei contra o poço crescente no meu estômago, e disse: "Eu sou uma merda para falar, Maddie. Não consigo nunca me expressar direito." Maddie sorriu, depois olhou para mim com a mais bela fodida expressão que eu já tinha visto em seu rosto. Levantando minha mão direita, corri para baixo de sua bochecha rosa, e disse: "Mas foda, Maddie, sei disso. Porra, eu te amo. Você me salvou. Você me entende. E você é minha." Eu empurrei o anel


no dedo de Maddie, e peguei uma maldita batida para o peito, vendo o anel preto e dourado colocado em sua mão. Maddie suspirou. E eu sorri, porra. Esse anel ali, era a minha casa. Levantando os olhos, Maddie estava chorando. "Maddie?" Eu questionei, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, ela jogou os braços em volta da minha cintura e encostou o rosto no meu peito. "Eu te amo," ela sussurrou. "Eu te amo tanto. Você sabe disso? Eu preciso que você saiba o quanto significa para mim." Exalei, sentindo todo o tipo de merda. Porque sabia que ela entendia. Minha pequena cadela de cabelos negros me amava. Enrolei um braço em volta da sua cintura e outro na cabeça. Ela ainda tinha cheiro de morangos. Nós respiramos, e ficamos assim durante o que pareceu uma eternidade, mas, em seguida, Maddie inclinou para trás, e com os olhos no meu, declarou: "Você é agora meu marido, Flame. Meu para sempre." Gemendo, dei um beijo em sua testa e murmurei, "Minha mulher. Maddie Cade." Maddie inclinou a cabeça para trás, seu rosto radiante, e ela sussurrou: "Você faz meu coração sorrir." Gemendo, pressionei meus lábios contra os dela, fazendo essa merda de casamento duro como ferro. Maddie se separou e, com as bochechas corando, disse, "Eu... eu quero ir para casa. Quero... quero estar com você."


Meus músculos se contraíram, precisando dela também, mas quando fui levá-la para fora da floresta, avistei a caixa no chão. Deixando de lado a mão de Maddie, eu peguei e a entreguei. "Aqui. Eu tenho isso para também. Você é a minha old lady agora. Esta merda vai dizer isso ao mundo." Maddie levou lentamente a caixa e abriu-a. Alcançando na caixa, ela tirou um minúsculo corte de couro, seu nome bordado na parte de trás. "Flame," ela sussurrou e virou-a. Seus olhos se encheram com lágrimas novamente e seu dedo traçou sobre a costura na parte de trás que dizia: "Propriedade de Flame". "Eu sou," ela sussurrou enquanto uma lágrima caiu sobre o couro intocado, bem em cima do meu nome. "Eu sou Sua. Você não tem idéia de como 'sua' eu realmente sou." Meu pulso bateu no meu pescoço, e segurando o colete no peito, Maddie olhou para cima. "Leve-nos para casa, Flame. Eu tenho necessidade de fazer amor com meu marido. Eu quero estar tão perto de você quanto puder possivelmente hoje à noite. Eu quero consolidar essa união. Eu quero que sejamos um."

Eu respirei, sem fôlego, minha pele escorregadia com o suor. Maddie abriu os olhos, as faces coradas com um vermelho, o verde de seus olhos brilhantes ao lado das chamas do fogo. Então ela sorriu. Sorriu e, com as mãos no meu rosto, seu anel de casamento brilhando na luz, ela me trouxe até seus lábios macios. Eu gemi em sua boca, em seguida, puxei de volta para dizer, "Eu te amo."


Maddie corou e respondeu: "Eu também te amo," ela sorriu, e acrescentou: "Meu marido". Eu rolei para deitar de costas, Maddie deslocou para descansar as costas contra o sofá novo que ela tinha colocado lá. Maddie tinha redecorado todo o local. Tínhamos móveis, uma grande cama king size... e eu tinha acabado com o alçapão. Pela primeira vez em minha vida de merda, eu tinha uma casa real. Uma verdadeira casa, para mim e Maddie. Com a necessidade de estar mais perto ainda, coloquei minha cabeça no seu colo nu, Maddie acariciando imediatamente através do meu cabelo. Fechei os olhos ao sentir os dedos no meu couro cabeludo, sentindo-me tão feliz que mal podia a porra de suportá-lo. "Você está bem?" Perguntou Maddie. Abrindo os olhos, segurei sua mão esquerda, e murmurei, "Sim. Muito bem para caralho. Nunca soube que pessoas poderiam se sentir assim." Maddie sorriu para mim, e seu olhar suave tornou-se perdido nas chamas. Mas eu olhei para cima. Eu sempre olhava para cima. Eu o fazia todas as noites. Toda manhã quando acordava. Olhei para cima para os esboços de Maddie, agora enquadrados acima da lareira. Ela me disse que esses esboços eram a vida que ela costumava sonhar que poderia ter. A vida que ela desejava ter. E isso quebrou a porra do meu coração quando perguntei se poderia emoldurá-los e colocá-los na parede acima da nossa lareira, a única peça que decorava uma parte da casa. Maddie tinha ficado muito quieta por um tempo, então me entregou o antigo bloco de desenho que ela tinha parado de usar a algum tempo, em favor de um novo. Quando ela entregou para mim, me


disse: "Você pode levar esses esboços, Flame. Isso vai me fazer feliz, ver meus velhos sonhos na nossa parede. Isso pode me fazer feliz, como quase todos eles se tornaram realidade. Isso vai sempre lembrar-me que sou a garota mais sortuda de todo mundo." E então os coloquei lá em cima. Os novos ao longo do fundo: de suas irmãs, minha moto, Pequeno Ash na minha Harley quando eu lhe ensinei a conduzir, Pequeno Ash sentado ao meu lado na minha oficina, o colete com "Prospect" nas costas quando comecei a construirlhe sua moto. E depois havia os velhos em cima: os esboços de nossas mãos unidas, o esboço do meu rosto olhando para cima para Maddie da página, o esboço de sua irmã mais velha, Bella, sua irmã que parecia como Mae... e, em seguida, no topo, o maior esboço de todos — o que estava orgulhoso no seu lugar, a porra que possuiu minha alma, e aquele que tem todo meu coração — o esboço de nós dois. O que ela acreditava que não poderia se tornar realidade. O único que me disse, sem necessidade de quaisquer palavras para explicar, o que ela queria para nós dois, quando eu ainda estava trancado sob as chamas. O esboço que eu conhecia de memória, cada risco, cada detalhe. Aquele que eu a estava segurando, e ela me segurando. Meus braços ao redor da cintura dela, sua porra de mãozinha no meu peito e os olhos fechados em felicidade. A porra que começou tudo. Uma que queimava para sempre na minha alma escura. Abrindo os olhos, olhei para a foto, como fazia o tempo todo, e meu coração parecia que ia explodir. Então ela começou a cantar.


Minha mulher calmamente cantou enquanto eu olhava para o meu esbo莽o favorito. Para n贸s. Minha Maddie. Seu Flame.

Fim



Agradecimentos Souls Unfractured foi um tipo muito diferente de romance para eu escrever. Tinha sérios temas delicados, tecidos em suas páginas, que, às vezes, parecia que era a minha versão de conquistar o monte Everest! A partir do ponto de vista de uma primeira pessoa em perspectiva, foi a história mais difícil que já escrevi. Flame foi o personagem mais difícil que eu já tentei compreender e dar a vida. Mas o meu amor para ele no rescaldo não conhece limites. Flame e Maddie são minha alma. Eles são a fantasia, a esperança que todos possam ter seu próprio felizes para sempre, não importa o quanto eles podem estar quebrados. Eu não acho que já dormi em todos os meses escrevendo isso. As lágrimas eram muitas, o nível de estresse era alto e o consumo de café e Red Bull foram épicos! Mas chegamos lá no final. E, vamos enfrentá-lo, é FLAME! Muitas pessoas esperaram muito tempo por sua história, então eu queria torná-lo tão fiel ao seu caráter quanto possível. Espero ter conseguido isso! Assim, para as pessoas que me ajudaram ao longo desta estrada muito irregular... Pai, seus insights psicológicos foram vastos e me ajudaram a dar forma a este romance em algo que pudesse amar. Flame e eu agradecemos a você! Para minha mãe e pai, obrigada por ser minha rocha quando eu não achei que poderia escrever este romance. E agradeço ao Senhor pelo Facetime! Amo vocês dois! Para meu marido. Você colocou-se com um monte de mim ao longo dos últimos três meses. Para citá-lo quando escrevi ―Fim,‖ Graças a Deus que acabou. Isso foi o mais louco que você já viu de me viu enquanto escrevi um romance! "Amo você, querido. Agradeço por apoiar esta versão da escritora neurótica e louca de mim!‖


Sam, Marc, Taylor, Isaac, Archie e Elias. Amo todos vocês. Eu abandonei a todos vocês para escrever isto, mas agora a diversão irmã/tia vai voltar! Para meus leitores fabulosos beta: Thessa, Kelly, Kia, Rachel, Rebecca e Lynn. Os seus comentários e conselhos foram inestimáveis. Vocês lidaram com as minhas falhas com compreensão e paciência. E Rach, enorme grito para você! Você me guiou através das águas ameaçadoras da derrota, com suas mensagens, "Você consegue, Tills." Amo você, mulher. E Matt por sem dúvida ser a sua caixa de ressonância! ;) Thessa, minha líder de torcida pessoal e boa amiga. Você me treinou através deste livro cada passo do caminho. Obrigada por tudo que você faz. Você é a engrenagem para esta máquina. Kelly, e “Have Book Will Read Book Blog‖ por hospedar o meu blog de turismo e de ser uma beta épica. Você é fabulosa, e verdadeira amiga. Amo você! Ann Rigby. Obrigada por me falar através Flame — muito escuro e complexo estado de espírito. Ouvir a sua experiência médica vasta e imponente e conhecimentos na área de abuso e automutilação me ajudou mais do que você pode imaginar com o personagem de Flame. Você merece uma medalha pelo que faz por tantas pessoas quebradas em sua vida. Eu sei que em sua linha de trabalho você não vê muitos finais felizes, mas espero que os felizes para sempre de Flame e Maddie te façam sorrir. Para Ed Williamson por meu Flame mais perfeito e Maddie imaginável, e pelo esboço, uma pintura tão linda. "Minha Maddie" vai ficar pendurada para sempre em minha casa, portanto, assim será o seu gênio. Assim tão bonito. Gitte e Jenny do TotallyBooked Book Blog. Vocês me apoiaram e campeão. Vocês se tornaram amigos incríveis (Sim, eu posso ter


gritado como uma menina quando Jenny surpreendeu a todos nós em Londres!). Vocês significam o mundo para mim. E eu os amo. Isso é tudo. E um enorme obrigada a todos, muitos mais blogs de livros maravilhosos que me apoiaram e promovem meus livros. Souls Unfractured teve um número épico de blogs ficando atrás de seu lançamento, e por isso, vocês tem minha eterna gratidão. Para todos os autores fabulosos que me apoiaram através deste processo, muito obrigada. Nós corremos. Temos ventilados. Nós o fizemos completamente. Em um fabuloso mundo que eu me encontrei. Tracey-Lee, Thessa e Kerri, um enorme obrigada pela execução de minhas equipes de rua, da Tillie’s Hot Cole’s e The Hangmen Harlots. E os todos membros de rua da minha equipe — TE AMO!!! Meus @FlameWhores no Instagram. Você senhoras são tão incrivelmente brilhantes. O que um bando de fab pintainhos todos vocês são! Um grito ENORME tem que ir para Josh Mario John, muso de meus leitores para Flame. Você tem gentilmente abraçado o amor por Flame. E para os meus leitores e quero agradecer a você por seus comentários graciosos de apoio. Jodi e Alycia. Amo vocês. Muito. Sempre. Minhas meninas IG!!! Vocês continuam ficando melhor e melhor! Eu adoro todas vocês e seus meios de apoio no mundo para mim. E agora os meus leitores. Diz o ditado que você nunca deve falar sobre religião, política ou futebol (Ou algo mais dependendo de que condado você vem). Por isso, ainda me move o quanto apoio tenho da minha série Hades Hangmen que quebra, pelo menos, uma dessas


regras! Isso não segue as histórias habituais MC, contém algumas reviravoltas bizarras, e ideologias estranhas e práticas que tenho certeza que iria fazer muitas pessoas passarem longe. Mas vocês abraçaram de todo o coração. Como uma escritora, para expressar suas paixões acadêmicas e pessoais na página é um sonho tornado realidade. Estes romances são o meu sonho. Eles são a minha vida, e por isso você os ama tanto. Eu nunca posso agradecer a todos vocês o suficiente por isso. E, por último, Flame e Maddie. O que posso dizer? Vocês machucaram meu coração todo o caminho através deste livro. Às vezes eu tinha que me afastar de vocês em seus momentos mais escuros mais profundos, porque a sua dor era muito real para eu suportar. Mas nos mantivemos forte, nós perseveramos, e no final, vocês marcaram a si mesmos para sempre na minha alma. Eu costumava me perguntar como três pessoas e um menino quebrado, uma menina quebrada, e um esperançoso roteirista poderia trazer os personagens de seus passados escuros e torturados. Mas agora eu sei. Juntos, isso é como. Eles lutam através de seu caminho... juntos.


The Funeral — Band of Horses Two of Us On The Run — Lucius My Blood — Ellie Goulding Beat The Devil’s Tattoo — Black Rebel Motorcycle Club Gun In My Hand — Dorothy Down By The River — The Dirty River Boys Dust to Dust — The Civil Wars Beautifully Unfinished — Ella Henderson This Little Light Of mine — Elizabeth Mitchell Cannonball — Damien Rice Need The Sun To Break — James Bay Soul On Fire (feat. All Sons & Daughters) – Third Day Devil’s Backbone — The Civil Wars Stolen Roses — Karen Elson Into My Arms — Nick Cave & The Bad Seeds Wings (Acoustic) — Birdy Crash This Train — Joshua James Sleep Baby Sleep — Broods Falling For Me — Johnnyswin

The Fire — Kina Grannis Full of Grace — Sarah McLachlan I Found You — The Mastersons Dead Hearts — Stars Poison Tree — The Milk Carton Kids Ain’t No Grave — Crooked Still Two Boys — Sin Fang Snake Song — Isobel Campbell & Mark Lanegan Fear & Loathing — Marina & The Diamonds True Colors — Cyndi Lauper All My Tears — Ane Brun In Your Hands — Joshua Radin Clarity (Live) — Foxes Healing Hands — Marc Cohn House By The Sea — Moddi As It Seems — Lily Kershaw Lost — Liza Anne Broken Ones — Jacquie Lee Under Stars — Aurora


Artista: Ed Williamson


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