Perspectiva3

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Impresso Especial 580/2004-DR/GT UFG Correios

Publicação do Curso de Relações Públicas da UFG N° 3 / 1° Semestre de 2011

A terra pede ações sustentáveis... Na politica, ensino, construção civil, negócios. Ou seja: no espaço do mundo que engloba as ações do homem. Esta edição se dedica ao tema sustentabidade. Um novo modo de pensar e viver no mundo Sustentabilidade. Um conceito que, embora muito falado, ainda é pouco compreendido. São muitas as implicações de “ser sustentável”. Saiba como é a vida de quem já está experimentando esse novo modo de pensar, agir e viver. Página 3

Reduzir, reciclar, reutilizar Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como fazer sua parte e colaborar com a preservação ambiental na prática. Confira algumas dicas sobre como reduzir a produção de lixo e colaborar com a coleta seletiva e a reciclagem de resíduos em Goiânia. Página 4 e 5

A cidade mais arborizada do Brasil Trazendo benefícios inúmeros para a qualidade de vida da população, as árvores estão se espalhando pelas cidades. Amparada pela Agência Municipal de Meio Ambiente, Goiânia se destaca como a cidade com mais área verde do país. Página 6 e 7

Turismo sustentável Turismo e sustentablidade devem caminhar juntos em busca de um equilíbrio entre o lazer do homem e a preservação dos recursos naturais. A área, se bem explorada, gera luros para empresários que trabalham a idéia da preservação de culturas e de recursos naturais. Página 8 e 9

Ensino sustentável Página 13 e 14


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EDITORIAL

RECADO DOS REDATORES

Esta é uma edição temática. Escolhemos falar sobre a sustentabilidade que significa usufruir dos recursos naturais de forma racional, inteligente e equilibrada, a fim de que a natureza extra-humana continue sobrevivendo e a natureza humana tenha qualidade de vida. A equipe, formada pelos alunos do 5º período de Relações Públicas, abraçou a proposta e trabalhou com afinco e entusiasmo, mostrando que o projeto de um mundo melhor começa aqui e agora, especialmente no planejamento e execução das nossas atividades. O que este PERSPECTIVA pretende mostrar é que a sustentabilidade é uma proposta para ser colocada em prática no dia a dia das instituições, no processo educacional, nas atividades econômicas. Ou seja: cuidar do meio ambiente é o caminho mais inteligente e ético para se gerar dividendos econômicos e sociais.

Ao longo desses últimos meses, refletimos e produzimos sobre Sustentabilidade para mais uma edição do Jornal Perspectiva. Falamos sobre sustentabilidade social, econômica, ecológica, cultural, espacial, política e ambiental. Desenvolvemos textos tentando mostrar como uma escola pode contribuir para a construção da consciência ecológica na sociedade; como áreas arborizadas aumentam a expectativa de vida, o índice de felicidade e reduzem a criminalidade; como o lazer do homem e a preservação dos recursos naturais devem se desenvolver juntos; a importância da responsabilidade social ser tratada como tarefa de ação coletiva; como a construção cívil tem buscado se adequar aos princípios da preservação ambiental; e como o gerenciamento da água pode influenciar no seu aproveitamento. E mais, repensamos e trabalhamos sob a visão de sermos futuros profissionais de Relações Públicas que tem plena formação para organizar, elaborar e promover visibilidade a projetos de ações sustentáveis. Estamos fazendo uma pequena contribuição e continuaremos propagando a ideia de sustentabilidade. Hoje nosso trabalho pode ser só uma reflexão, textos, um jornal. Mas esperamos que ele se torne ações. Uma árvore plantada e cuidada, um apoio, uma opinião. Tudo terá seu valor. “Se não puderes ser uma estrada, Sê apenas uma senda, Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela. Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso... Mas sê o melhor no que quer que sejas.” (Pablo Neruda)

Profª Draª Divina Marques “Relações públicas no coração do Brasil – construção e trajetória do curso de RP da UFG” é o título da obra que está sendo produzida pelo coletivo dos professores do curso de Relações Públicas da UFG. A proposta da obra é resgatar a história das relações públicas no contexto da UFG e do Centro-Oeste, ressaltando, para tanto, os personagens que foram sujeitos dessa construção. Os mais de 30 anos do curso de RP na UFG revelam uma história de construção coletiva na consolidação das relações públicas no coração do Brasil. O livro pretende marcar essa trajetória e destacar a importância da área na região CentroOeste. O livro, que simboliza a contribuição da UFG nesse processo de afirmação das relações públicas, tem o lançamento esperado para o segundo semestre de 2011. Prof. Tiago Mainieri Organizador da obra 2

Silvia Maria O ser humano é criativo, desde aqueles mais simples até os mais intelectualizados. O que é preciso é encontrar o ponto de toque de cada um que começa

SUSTENTABILIDADE - AMBIENTE pela sobrevivência, passa pela qualidade de vida e vai até o sentido da própria existência humana - para isso é preciso preservar a vida em todas as suas formas: humanas e extra-humanas. Sustentabilidade e Responsabilidade. É isso o que está edição do Perspectiva pretende demonstrar para o leitor, não de uma forma meramente dispendiosa ou caótica, mas de uma forma sucinta e fácil de se envolver. Por esta razão é que foram incluídos na pauta temas ligados ao lazer, educação, construção civil, questões ecológicas, turismo, coleta seletiva, arborização, responsabilidade social – enfim, situações vivenciais, práticas. No universo do ser humano reina o desejo de bem estar, de conforto, aspirações contextualizadas com a respectiva cultura e formas de vida individual. Nesse contexto, certas situações aparecem como “monstros” do desconforto, carregados de formas desgastantes em relação a tudo que desejaríamos fazer, parecendo desagradáveis e totalmente contra o conforto que tanto prezamos. Dentro dessa perspectiva, os Relações Públicas podem trabalhar para contextualizar e facilitar o entendimento de sustentabilidade como alternativa prática e transformadora. O profissional de Relações Públicas pode ser o agente da harmonia, da simplicidade, do direcionamento agradável das estratégias de sustentabilidade. Eles podem ser os especialistas em transformar o caos em situações simples potencializando os valores intrínsecos ao ser humano e simplificando as situações almejadas. Afinal, a sustentabilidade está presente em tudo, até mesmo no ato natural da perspectiva de vida e de transformação do ser humano em relação a tudo que toca e vivencia. Carliston Maceió

EXPEDIENTE UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - UFG Reitor: Edward Madureira Brasil Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia - FACOMB Diretor: Magno Medeiros Vice-diretora: Maria de Fátima Garbelini Coordenador do curso de RP: Prof. Dr. Tiago Mainieri PUBLICAÇÃO DO CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS -

Perspectiva

Endereço para correspondência: Caixa Postal: 131 Campus II – Samambaia rpufg@hotmail.com CEP : 74.001-970 – Goiânia-GO

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Disciplinas: Produção de Texto Jornalístico II / Planejamento Gráfico Visual Orientadores: Profª. Dra. Divina Marques e Prof. Ms. Rafael Franco Coelho Projeto Gráfico: Profª. Caroline Magalhães Diagramação: Prof. Ms. Rafael Franco Coelho e alunos 7º período de RP / 2011 Editora Executiva: Profª. Dra. Divina Marques Editora: Samira França Redação: Alunos 5º período de RP / 2011. Capa: Ilustração do aluno de Bacharelado em Artes Visuais José Antônio Loures Custódio Versão on-line: http://www.facomb.ufg.br/rp/

Sustentabilidade: pensar, agir e viver conscientemente

Dentre os vários problemas presentes na realidade social em que estamos inseridos, a questão ambiental tem se sobressaído. Mas a responsabilidade ambiental não pode ser dispersa ou esporádica: é necessário que o tema seja tratado sob o viés da sustentabilidade, um conceito que, embora muito falado, é ainda pouco compreendido e praticado Em uma visão geral do termo, sustentabilidade ambiental engloba todas as esferas constituintes do sistema social. É uma espécie de fio que faz a junção de todos os pontos responsáveis pelo tecer de um tecido, ou seja, propõe a coexistência produtiva dos ambientes: político, econômico e social. Para tanto, a sustentabilidade se vale de projetos que se dediquem ao bom desempenho das práticas organizacionais e governamentais em busca do desenvolvimento social saudável e menos destrutivo. O prazer, o conforto e a satisfação são a mistura “perigosa” que resume o comportamento da época que estamos vivendo. Os gastos desnecessários e mal planejados resultam na escassez dos recursos naturais, e são uma demonstração do desinteresse social pelas questões ambientais. É interessante ressaltar, que o sustentável está diretamente ligado ao social, ou seja, o empenho precisa ir desde atitudes simples até grandes aplicações por parte de quem tende a agredir com maior impacto o meio ambiente, como fábricas e grandes empresas, por exemplo. A questão é que se adequar ao processo não é tão difícil quanto parece. O que acontece é que não sabemos por onde começar e até que ponto nosso esforço pode ajudar na manutenção da vida.

ECOCENTRO: UM EXEMPLO PRÁTICO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL Existem várias cooperativas que abraçam a causa ambiental de maneira séria e muito bem estruturada. Seus projetos, além de serem movidos pela preocupação com o meio ambiente, a sociedade, são acessíveis às classes sociais menos privilegiadas. Um caso que merece destaque tem raízes na cidade de Pirenópolis, interior de Goiás, onde foi instalado o Ecocentro IPEC – Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado. O Ecocentro desenvolve soluções sustentáveis para cinco áreas principais: moradia, água, saneamento, alimentação e energia. Com a intenção de proporcionar a inserção e adequação a uma vida ecologicamente planejada, toda a matéria-prima proposta tem um custo acessível.

No tópico moradia, são sugestões interessantes: o uso de tecnologias como superadobe, fardo de palha e taipa de pilo (mistura de solo e cimento dentro de fôrmas de ferro ou madeira). Estas matérias-primas diminuem substancialmente os gastos, colaboram com uma acústica, aquecimento térmico e durabilidade avantajados da obra. No quesito água, as propostas são a construção de cisternas ferrocimento com capacidade de até quinhentos mil litros de água e captação da água da chuva através de calhas fixadas ao telhado que passam por filtros e desembocam em cisternas de ferrocimento. Em relação ao saneamento são sugeridos os sanitários secos, onde os dejetos humanos são transformados em recurso valioso: tratamento biolítico, cujo processo utiliza minhocas que geram como resíduo húmus e água. Essa tecnologia é segura e pode ser feita tanto em residência quanto em indústrias. No tocante à alimentação são apresentadas como soluções a criação de hortas domésticas e de pequenos animais para produção de proteína saudável com menos impacto ao ambiente. Quanto à energia, envolve o uso do aquecedor solar de baixo custo (ASBC), desenvolvido com componentes de fácil acesso e aquisição, e a implantação de placas fotovoltaicas que transformam a luz do sol em corrente elétrica. Para saber como você pode colocar em prática as sugestões do Ecocentro, acesse o site www.ecocentro.org.

ENTREVISTA Em entrevista concedida ao Perspectiva, o coordenador dos projetos sustentáveis do IPEC, João Marcelo, abordou questões como problemas e soluções ambientais, o significado do termo sustentabilidade ambiental e a criação e manutenção do instituto. Perspectiva: Como surgiu o IPEC e com qual finalidade? JM: O IPEC foi fundado pelo casal André Soares (brasileiro) e Lucy Legan (australiana), que, depois de ter viajado o mundo, conheceu a permacultura na Austrália. Em 1999, compraram um terreno totalmente de-

gradado no interior de Goiás, no cerrado brasileiro e fundaram o IPEC, com o objetivo de difundir o que eles tinham aprendido. Desde então, o instituto busca incentivar a criação de tecnologias sociais para a construção de espaços que respeitem a natureza e seus princípios, tornando-as acessíveis a todos, principalmente à população de baixa renda. O sustento se dá a partir de visitações de escolas, cursos, entre outras atividades que ajudam a difundir o que o IPEC prega.

João Marcelo, responsável pela criação e coordenação dos projetos do Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado (IPEC)

Perspectiva: Pontue e descreva alguns projetos desenvolvidos pelo IPEC. JM: O IPEC trabalha com tecnologias sociais, e busca sempre que possível o contato direto com a comunidade. Desde projetos de designs de ocupação (loteamentos, ecovilas) até projetos de saneamento, uso e reuso da água. Temos vários exemplos, como um projeto no interior do Ceará, onde construímos, em parceria com a comunidade, 200 fossas de bananeira e 200 cisternas para captação da água da chuva (www.deolhonaagua.org.br). Outro exemplo foi a construção de estruturas para estação de tratamento biológico de esgoto em um festival de arte e música que acontece de dois em dois anos em Portugal, onde fomos responsáveis pelo tratamento do esgoto gerado por 25.000 pessoas durante 3


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SUSTENTABILIDADE - AMBIENTE dez dias de festival. Utilizamos tecnologias como o banheiro seco, tratamento biológico da água cinza com plantas, entre outros. Foi o único festival do mundo em que 99% dos banheiros não utilizavam água (www.boomfestival.org). Perspectiva: Para você, qual o significado do termo sustentabilidade ambiental? JM: Hoje existe um conceito universal para a sustentabilidade que é “Durante a sua vida, armazenar ou gerar mais energia do que a necessária para estabelecê-lo e mantê-lo.”. Para nós, a sustentabilidade segue um princípio básico, norteado pela Permacultura, onde toda e qualquer criação e ambientes humanos devem ser produzidos em equilíbrio e harmonia com a natureza. Perspectiva: Que medidas simples e práticas podem e devem ser tomadas em prol de uma vida sustentável? JM: Em primeiro lugar, querer mudar é um grande e necessário passo. Não há sustentabilidade sem consciência. Todos podem ser sustentáveis, a começar pelas ações dentro de casa, desde a coleta de lixo, captação da água da chuva, até a educação de seus filhos. Hoje em dia, qualquer um pode ser sustentável no seu trabalho, independente da sua área profissional, mas é essencial que queiram mudar conceitos e redescobrir valores. Perspectiva: De que maneira os impactos ambientais podem ser amortizados pela aderência aos projetos sustentáveis? JM: É lógico que todo e qualquer esforço depende da massa. O aquecimento global, por exemplo, só será minimizado se uma grande maioria fizer um pedaço de um todo. É só assim que conseguiremos enxergar, na prática, resultados dos nossos e de tantos outros projetos pelo mundo. Perspectiva: Os materiais utilizados nos projetos propostos pelo instituto são facilmente encontrados no mercado? As tecnologias são, de fato, acessíveis? JM: Toda e qualquer tecnologia desenvolvida pelo IPEC deve obedecer ao princípio básico de acessibilidade – materiais encontrados na região, mão-de-obra local, captação e uso da água da chuva e de energia solar. Enfim, todos os sistemas de construção desenvolvidos pelo IPEC, usam recursos vindos da própria natureza; o que fazemos é apenas aproveitá-los de maneira simples e inteligente. ■ Liliane de Almeida 4

Reduzir, reciclar, reutilizar

Lixo que não é lixo: a prática da Coleta Seletiva

A mudança de hábitos é essencial para a manutenção de um estilo de vida sustentável, e não é tão complicada quanto parece. Aprender a fazer a destinação adequada dos resíduos que geramos pode ser um bom começo! Por isso, aqui vão algumas dicas simples e aplicáveis sobre a redução, reciclagem e reutilização do lixo. LIXO NO LIXO! Para muitas pessoas, a única destinação que se dá ao lixo é jogá-lo num saco plástico, que depois será levado de casa até a lixeira da calçada e “desaparecerá”. No entanto, isto é apenas o princípio de um ciclo problemático e nada fácil de lidar. É claro que não podemos parar de produzir “lixo”, pois se trata de um processo atrelado à sobrevivência humana. Mas o que é possível – e necessário – é informar-se e mudar alguns hábitos, a fim de aumentar a reutilização e reciclagem do lixo e diminuir a quantidade de resíduos que vão para os aterros sanitários, cada vez mais onerosos ao poder público, ao meio ambiente e à população. Hoje já se fala em preciclagem, que consiste em pensar na reciclagem antes mesmo do consumo. No ato da compra o consumidor deve pensar na quantidade de resíduo que aquele produto vai gerar, dando preferência a embalagens que podem ser recicladas ou que são de materiais biodegradáveis.

NOVAS TECNOLOGIAS, NOVOS PROBLEMAS

O lixo eletrônico é considerado o mais inconveniente e difícil de ser recolhido e reciclado. Segundo o StEP – Solving the E-Waste Problem, os resíduos elétricos e eletrônicos estão entre as categorias de lixo cuja produ-

ção mais tem crescido em todo o mundo, e em breve devem atingir a marca dos 40 milhões de toneladas anuais. O mais agravante é que a maior parte dos consumidores ainda não sabe qual a destinação correta para um computador, celular ou aparelho de DVD que se torna inutilizável. Em muitas embalagens de produtos eletrônicos e baterias, recomenda-se que o consumidor não descarte o produto em lixo comum, mas o encaminhe ao fabricante para que as devidas providências sejam tomadas. Porém, poucos lêem a embalagem antes da utilização e quando o fazem agem como se não tivessem lido, pelo “trabalho” que a devolução costuma causar. A responsabilidade é de todos, mas quem fabrica deveria apresentar soluções mais práticas, disponibilizando e indicando locais de fácil acesso para o descarte.

PNEUS: O QUE FAZER? Considerando a dificuldade para descartar pneus, a população tende a abandonálos em cursos de água, terrenos baldios e margens de estradas. Desta maneira, praticamente todo pneu, em algum momento, se transformará em um resíduo potencialmente danoso á saúde pública e ao meio ambiente. Para acabar com isso, soluções alternativas para a reutilização de pneus têm sido criadas, tais como aplicá-los: em obras de contenções nas margens de rios; como combustível em fábricas de celulose e papel, em fornos de cimento e em usinas termelétricas; na fabricação de móveis e de equipamentos para parques infantis; e, quando cortados e triturados, podem ser usados em misturas asfálticas, em revestimentos de quadras e pistas de esportes, na fabricação de tapetes automotivos, adesivos, sandálias, etc. Para o consumidor as principais alternativas são devolver os pneus inutilizáveis ao fabricante e entregálos a catadores ou pontos de coleta seletiva autorizados.

Sandália feita com pneu usado (Foto: Divulgação/Goóc Fine)

CUIDADO COM MATERIAIS TÓXICOS: DESCARTE DAS LÂMPADAS “FRIAS”

A reciclagem diminui a retirada de recursos naturais, como árvores, minérios, ferro e petróleo; economiza água e energia; diminui a poluição do solo, ar e água; evita enchentes; ajuda a controlar transmissores de doenças como a dengue e a febre amarela; aumenta a vida útil dos aterros sanitários e ainda gera emprego e renda aos catadores da cidade. No entanto, em todo o país, pouco mais de 7% dos municípios têm programas direcionados a esta área. Poucas pessoas sabem, mas Goiânia é uma das cidades pioneiras no programa de Coleta Seletiva no Brasil. O Programa foi implantado pela Prefeitura Municipal em março de 2008, considerando a necessidade de criar, gradativamente, a cultura da separação dos resíduos sólidos urbanos. Se você ainda não conhece o programa, veja como participar.

TIPOS DE MATERIAIS E COMO DEVEM SER SEPARADOS PARA A COLETA SELETIVA EM GOIÂNIA Materiais Recicláveis

Apesar das lâmpadas fluorescentes serem muito mais econômicas que as demais, elas contêm mercúrio, substância tóxica nociva ao ser humano e ao meio ambiente. Quando elas quebram liberam vapor de mercúrio, que será absorvido por quem as manuseia ou contaminará o solo e o lençol freático. Por isso é preciso tomar alguns cuidados no manuseio e no descarte dessas lâmpadas, a fim de não quebrá-las. O mais indicado é fazer o descarte em caixa de papelão ou protegê-las com jornal ou plástico bolha. Nunca quebre uma lâmpada e, em caso de quebra acidental, o local deve ser limpo imediatamente. Além disso, os cacos devem ser coletados de modo a não ferir quem os manipula e colocados em caixas de papelão ou protegidos com jornal, evitando o rompimento das embalagens, que deverão ser bem fechadas em sacos plásticos para evitar contínua liberação. ■ Arnaldo Assunção, Fernanda Andrade e Yuri Alexander

Papel – Jornais, revistas, cadernos, fotocópias, envelopes, caixas, cartazes, embalagens longa vida, papelão, etc.; Plástico – Canos, tubos, baldes, garrafas plásticas (pet), descartáveis, isopor, sacos e lonas; Vidro – Garrafas, copos, vidros de conserva, potes e embalagens; e Metal – Tampas de garrafas e potes, latas de alimentos e bebidas, potes, talheres, panelas, materiais de ferro, alumínio, cobre e outros metais. O que NÃO separar: Resíduos orgânicos – restos de alimentos, podas de jardins, etc. Outros – papéis carbono, de fax, vegetal e celofane, rejeitos sanitários (papéis higiênico e toalha, guardanapo, lenços de papel, fraldas descartáveis, absorventes), material sujo, com gordura, ou contaminado com produtos químicos nocivos à saúde (latas de tinta), etiqueta adesiva, fita crepe, embalagens de papel ou plástico metalizado para alimentos, tocos de cigarro, fotografias, tubos de TV, monitores de computador e embalagens tipo aerossol.

Antes de armazenar os materiais recicláveis para entrega é necessário certificarse de que estes estejam secos e limpos, para então colocá-los em sacos retornáveis, sacolas plásticas ou caixas de papelão. Isso não significa que é preciso lavar, basta retirar o excesso do produto que resta na embalagem. No caso dos vidros, envolva-os com jornal ou papel, a fim de evitar acidentes. Você poderá depositar os materiais em um PEV (Ponto de Entrega Voluntária) – um equipamento projetado para armazenamento temporário dos materiais recicláveis doados. Poderá também, colocá-lo em sua porta para que seja recolhido pelo caminhão da prefeitura ou entregá-lo a um catador credenciado ao programa. A prefeitura disponibiliza em seu site (www.goiania.go.gov.br) a tabela com os dias, horários e locais em que os caminhões fazem a coleta. No momento que o caminhão da Coleta Seletiva está passando na porta da sua casa, ele emite um sinal sonoro (semelhante ao barulho de uma corneta) como alerta da sua presença. Depois que é recolhido por um caminhão da coleta seletiva o material é separado e encaminhado para as Centrais de Triagem. Nas cooperativas o lixo é transformado ou encaminhado à transformação.

TERRACYCLE: SUPERE O DESPERDÍCIO A TerraCycle é uma organização que recolhe embalagens em todo o Brasil (via Correios), dando a elas uma nova utilidade. Ao comprar embalagens usadas direto do consumidor e enviá-las às empresas fabricantes para a reutilização ou criação de artesanatos, a TerraCycle evita que sejam encaminhadas para aterros, além de reduzir a fabricação de novas embalagens. Para isso, a organização mantém parcerias com empresas, como a Nestlé e a Elma Chips, e compra embalagens usadas dos consumidores pela internet por R$ 0,02 a unidade. Acesse o site www. terracycle.com.br, saiba mais sobre esse projeto e descubra como você pode ganhar dinheiro com a reutilização de embalagens de chocolate, salgadinhos, etc. ■ Flávia Araújo e Renata de Oliveira 5


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SUSTENTABILIDADE - AMBIENTE

Goiânia: a cidade mais arborizada do Brasil

Sobram árvores, mas falta água

Trazendo benefícios inúmeros para a qualidade de vida da população, as árvores estão se espalhando pelas cidades. Amparada pela Agência Municipal de Meio Ambiente, Goiânia se destaca como a cidade com mais área verde do país.

Existe uma previsão de que a região metropolitana de Goiânia enfrente um racionamento até 2015. Mas a população goianiense já está se queixando da falta d’água.

Goiânia: a segunda cidade mais verde do mundo (Foto: http://boxxbrasil.blogspot. com/2010/04/cidade-verde.html)

O plantio de árvores traz consigo uma série de benefícios ambientais, como a preservação de cursos de água, matas ciliares, amenização da força do vento, conservação da biodiversidade, a restauração das espécies de flora e fauna, intercâmbio genético. Além disso, promove a conscientização da população juntamente com uma mudança de comportamento e geração de renda no campo. Uma boa arborização do ambiente traz incontáveis outros benefícios, principalmente para a saúde humana. Segundo uma pesquisa da Universidade de Illinois, em Chicago, as pessoas têm relações mais felizes e melhor desempenho em testes quando vivem em bairros mais arborizados. O Professor Frances Kuo, responsável pela pesquisa, conduziu uma revisão de vários estudos sobre os efeitos de árvores e parques nas populações das cidades, e o resultado foi que ruas arborizadas também incentivam a uma menor taxa de criminalidade e de certa forma isto cria uma atmosfera mais civilizada. “Em nossos estudos, pessoas com menos acesso à natureza mostram a atenção relativamente deficiente, função cognitiva baixa e má gestão das questões relacionadas a acontecimentos diários e baixo controle do impulso”, afirma Kuo. E acrescenta: “A relação entre o crime e a vegetação é muito clara: mais árvores, menos crimes. A vegetação incentiva as pessoas a utilizarem os espaços fora de suas casas, o que prevê uma forma natural de vigilância”. Outros estudos mostraram que o nível de saúde pode ser previsto pela quantidade de espaço verde na região habitada pelos pesquisados. Outra pesquisa, realizada no Japão, revelou que as pessoas tendem a viver mais quando suas casas ficam próximas a parques ou outros espaços verdes. Em uma conferência 6

da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Chicago, um estudo mostrou que a presença de árvores pode reduzir a criminalidade em até 7%. Crianças com transtornos de déficit de atenção também se comportaram melhor depois de uma caminhada em um parque, em comparação com aquelas que se exercitavam em espaços fechados ou em áreas sem árvores. Dados como estes comprovam que viver perto de parques e outros espaços verdes é essencial para o nosso bem estar físico, psicológico e social. Atentando-se para isto, há quatro anos a Agência Municipal de Meio Ambiente de Goiânia (AMMA) desenvolve o Programa Plante a Vida. Lançado em 2005, o programa consiste na distribuição de mudas de espécies nativas do cerrado para a população, dentro de um amplo programa institucional de rearborização da cidade de Goiânia. O Plante a Vida tem estimulado plantios voluntários, devidamente orientados por técnicos da AMMA, em calçadas de vias públicas, ilhas, fundos de vale, parques, bosques e praças da capital, além de plantios em quintais, chácaras e outras áreas particulares, despertando a consciência do cidadão para a preservação dos recursos naturais. De 2005 a 2009, já foram distribuídas mais de 1.200.000 mudas à população.

PRESERVAÇÃO, UM TRABALHO DE CONSCIENTIZAÇÃO Em pesquisa realizada com três mil pessoas que receberam as mudas, a agência constatou que em 81% dos casos os exemplares haviam se desenvolvido e estavam em bom estado de conservação. As espécies de mudas produzidas pela AMMA se adaptam bem ao clima e ao solo da capital, possibilitando a preservação e a diversidade biológica do Cerrado, Bioma que hoje é considerado o segundo em degradação no país. “O viveiro da AMMA hoje é referência na produção de mudas de espécies nativas do Cerrado e sua produção saltou de 120.000 para 400.000 mudas/ano, cultivando cerca de 70 espécies. As mudas são distribuídas em mutirões nos bairros, mutirões verdes, inaugurações, eventos técnicocientíficos e outras ações que a Agência participa”, afirmou Krause. As estatísticas comprovam que programas de arborização urbana realizados sem a participação da comunidade, têm altos índices de vandalismo, chegando a atingir 70% de mudas depredadas. No Plante a Vida, esses índices são baixíssimos, visto que, o cidadão é quem planta e cuida da árvore e com o diferencial de poder escolher qual espécie quer na porta de sua residência.

PROJETO QUE VALE A PENA

Mudas do Projeto Plante a Vida, no viveiro da AMMA, em Goiânia (Foto: Divulgação/AMMA)

O programa venceu o Prêmio CREA de Meio Ambiente, em 2006, na categoria de Urbanismo, e foi citado pela secretária executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Julia Krause, como um modelo a ser seguido por outras cidades do mundo. Em entrevista ao Perspectiva, Krause explicou que o diferencial do Plante a Vida é que além de distribuir mudas de espécies nativas do cerrado, ele também reforça a responsabilidade que o cidadão precisa ter em relação à preservação ambiental.

O que o Projeto Plante a Vida acredita, basicamente, é que se cada um plantasse pelo menos uma árvore e dela cuidasse, assim as cidades alcançariam o número inacreditável de uma árvore per capita. Vale ressaltar que o consumo de madeira no país é estimado em 300 milhões de metros cúbicos por ano. Desse total, apenas 75 milhões de metros cúbicos são supridos por plantios florestais. O saldo (74%) ainda provém de florestas nativas. Estimulados pela procura de árvores para o reflorestamento, produtores florestais estão apostando na produção de mudas de eucalipto. Da árvore, que se adapta a qualquer tipo de solo, é possível aproveitar desde as folhas até a casca do tronco. Segundo o presidente da AMMA, Clarismino Luiz Pereira Junior, uma das metas é melhorar a qualidade do ar da capital. “Quanto maior a concentração de vegetação, maior o índice de umidade, o que reflete positivamente no micro-clima”, conclui. ■ Camila Brasileiro, Letícia Estrela, Luciana Lima

Existem dois motivos básicos para a água passar a ser não aproveitável para o consumo: a poluição e a contaminação. Mas o maior problema da falta de água em determinadas regiões, globalmente falando, está no gerenciamento das águas. Sistemas de distribuição ineficientes, bacias hidrográficas afastadas dos grandes centros urbanos, falta de tecnologia no processamento da água bruta e até mesmo ausência de comunicação entre os órgãos responsáveis e a população. A água no mundo não tem “desaparecido”. O que acontece é que ela é mal utilizada e, o pior, sua utilização não é controlada, seja por falta de esclarecimento, por cultura, maus hábitos, ou mesmo pelo desejo de lucro. A ÁGUA NO BRASIL O problema da escassez de água no Brasil já deixou o Agreste nordestino, chegando ao Sul e Sudeste do país. Um estudo da ONU menciona conflitos pelo uso da água dos rios Paraíba do Sul, Piracicaba e Capivari – na Região Sudeste. Na região metropolitana de Porto Alegre, uma área que reúne 650 mil habitantes, a estiagem do verão faz a vazão do rio Jacuí cair 40%. Nos anos mais críticos, o Ministério Público precisa intervir para garantir que o abastecimento priorize a população e não a atividade agrícola. A maior cidade do país, São Paulo, está perto do limite. O volume de água de rios e represas disponível hoje é praticamente igual à demanda da população. A metrópole, de certa forma, já importa água. As represas da região metropolitana, abastecidas por nascentes, só dão conta de metade do consumo da cidade. O resto é bombeado da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, cujas águas naturalmente correriam pelo interior do Estado.

A Região Metropolitana de Goiânia tem seus sistemas de abastecimento dependentes, quase que exclusivamente, do terço superior da bacia hidrográfica do rio Meia Ponte e metade inferior da sub-bacia do ribeirão João Leite. Goiânia tem a segunda maior aglomeração urbana da Região Centro-Oeste do Brasil, de acordo com o IBGE (2003). A cidade foi projetada para 50.000 habitantes, mas a população já superou 1,2 milhões de habitantes. Com o crescimento populacional sem planejamento, a região metropolitana enfrenta problemas de escassez de água em períodos de seca, uma vez que as vazões dos afluentes da bacia hidrográfica da região sofrem um processo de degradação e variação de disponibilidade que interferem no abastecimento. Segundo publicação da Associação de Recuperação Ambiental (Arca), da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, “Todos os cursos d’água que cortam a malha urbana de Goiânia estão parcialmente ou totalmente comprometidos, no que se refere à qualidade ambiental”. A partir destes dados, o poder público atentou-se para a necessidade de investir na construção da barragem do Ribeirão João Leite, que deverá abastecer a população até 2025. As obras são financiadas pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), pela SANEAGO (Saneamento de Goiás S/A), pelo Estado e pela União. A SANEAGO é o organismo responsável pelo abastecimento de água e o saneamento básico no estado de Goiás. A população da região metropolitana de Goiânia reclama que a companhia às vezes deixa de cum-

prir suas funções básicas. No dia 29 de setembro de 2010, o jornal Diário da Manhã publicou uma matéria que retrata a situação da falta de água em muitos bairros da região metropolitana de Goiânia e prevê racionamento de água na região até 2015. Falta água em vários setores de Goiânia, não só nos mais afastados ou mais pobres, e muitos dos episódios de falta de água não têm um esclarecimento ou uma justificativa. A população desabafa: “Ficamos quase uma semana sem tomar banho. Busco água na casa da vizinha quando preciso cozinhar”, afirmou uma moradora do Jardim Novo Mundo. “Essa falta de água já está virando brincadeira... cada semana acontece uma coisa para ficarmos sem água, e o pior é que ficamos três, quatro dias sem água e eu não vejo diferença na conta”, reclamou o morador de Aparecida de Goiânia. Parece ironia, mas em Goiânia, se chove, conseqüentemente falta água. A justificativa da SANEAGO é que a chuva provoca alteração das características da água bruta. E mais irônico ainda é o fato da SEPLAN – Secretaria do Planejamento e do Desenvolvimento do Estado de Goiás – publicar estatísticas internacionalmente dizendo que a população goiana é bem atendida em relação ao abastecimento de água e que os índices goianos estão entre os melhores do Brasil. Sendo assim, a situação do restante do país deve ser, no mínimo, triste. ■ Elimara Rosa Silvia Maria 7


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SUSTENTABILIDADE - ECONOMIA

Turismo sustentável A tendência do futuro é que turismo e sustentablidade caminhem juntos em busca de um equilíbrio entre o lazer do homem e a preservação dos recursos naturais. A área, se bem explorada pode gerar fortunas para empresários que, visando o futuro, trabalham a idéia da preservação de culturas e de recursos utilizando qualidade e economia. Em termos globais, Turismo é o maior setor econômico no que se refere ao faturamento e número de pessoas empregadas. Hoje, um em cada dez postos de trabalho surge a partir do turismo. Os números relacionados a esta indústria são extraordinários e tem crescido ano após ano devido à globalização, estabilidade e crescimento econômico mundial. Além da grande movimentação de pessoas e de divisas entre os países, o setor movimenta outros 50 setores em sua cadeia produtiva. Este cenário nos mostra que, ao mesmo tempo em que o turismo pode ser um importante instrumento transformador de economias e sociedades, promovendo a inclusão social, oportunidades de emprego, novos investimentos, receitas e empreendedorismo, se mal administrado e planejado, pode gerar impactos ambientais, sociais e econômicos irreversíveis para o planeta. A educação e conscientização do turista sobre estes impactos, somadas a implementação de práticas sustentáveis e socialmente responsáveis com a adoção de um código de conduta ética nos destinos turísticos, são ações imprescindíveis para que o turismo possa ter um desenvolvimento sustentável de longo prazo.

Fonte: http://www.google.com.br/images 8

O TURISMO SUSTENTÁVEL NO BRASIL Muitas polêmicas envolvem o turismo em áreas naturais, um dos diversos segmentos em crescente exploração e expansão não só no Brasil como em todo o mundo. O ecoturismo tem adquirido um grande impulso, especialmente com o mercado visando o incremento da oferta turística com base no patrimônio natural. Neste século, a questão ambiental vem integrando debates governamentais e mobilizando a sociedade civil. Dentre diversos temas abordados pelos especialistas e estudiosos das áreas relacionadas ao meio ambiente natural, fala-se, frequentemente, sobre preservação, aliada a um planejamento minucioso e a sustentabilidade. Amenização dos impactos, envolvimento da comunidade local, conscientização ambiental e turística e conhecimento da legislação são alguns dos assuntos constantemente discutidos. Entretanto, o Brasil ainda está muito atrás de países que também trabalham com este segmento. O que poderia estar errado? O problema começa conceito de preservação, nem todos sabem exatamente o que significa isso. O novo dicionário Aurélio define preservar como: “Livrar de algum mal, manter livre de corrução, perigo ou dano; conservar. Livrar, defender, resguardar”. À moda brasileira, entretanto, aparentemente significa “manter intacto”, “deixar como está”.

Fernando de Noronha é um modelo de preservação nacional. Além do controle de capacidade de carga, é cobrada uma taxa de preservação, que varia de acordo com o número de dias que o turista permanecerá no arquipélago. Esta taxa deveria ser usada para estes fins, mas nem sempre é o que observamos. Em Goiás, a cidade Pirenópolis procura desenvolver um turismo sustentável no local e, dentre diversas medidas tomadas, existe a preocupação com a conscientização ecológica, através de palestras direcionadas para turistas e moradores em Festivais como o Canto da Primavera, onde a cidade é mais procurada. Entretanto das diversas cachoeiras existentes na região, grande parte delas faz parte de propriedades particulares, em que os proprietários não cuidam bem das trilhas nos caminhos das cachoeiras e ainda cobram um alto preço por pessoa na entrada. E nada foi ou tem sido feito para alterar a situação atual. As trilhas esburacadas tipificam esse conceito errôneo de preservação, subentendido como abandono ou descaso, enquanto deveria ser sinônimo de manutenção da condição já existente, para que perdure ao longo do tempo. Quando não agimos, a natureza se encarrega de reintegrar o que havia sido modificado pelo homem. O Parque Nacional da Serra Geral, na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, pode ser citado como outro exemplo típico. Embora constitua um ecossistema de rara be-

leza, até mesmo moradores da região desconhecem seus atrativos. Além da pouca divulgação, a total ausência de infraestrutura do local e o acesso agravam sobremaneira a situação. Para visitar os cânions é necessário percorrer, no mínimo, 22 km de estradas de terra e pedra em estado de conservação muito precário. Não restam dúvidas de que estes fatores tenham colaborado para a preservação do local, mas uma região tão privilegiada parece esquecida. Se o Brasil busca, de fato, destacar-se como destino ecológico internacional, deve rever alguns “conceitos básicos”, mas não menos importantes relacionados ao meio ambiente natural. Encarar o ato de preservar considerando sua denotação primária, e associála a processos de conscientização e fiscalização, certamente atuará como prerrogativa para o desenvolvimento de um turismo sustentável e lucrativo.

Cachoeira em Pirenópolis http://www.google.com.br/images

10 princípios para o desenvolvimento do Turismo de forma sustentável segundo Enoque Fyall, um dos autores do livro “Beyond the rhetoric of sustainable tourism?”. (conforme reproduzido por Renata Barros, no artigo turismo sustentável). 1º - Usar os recursos com sustentabilidade: a conservação e o uso sustentável dos recursos-naturais, sociais e culturais – é crucial e faz sentido mantê-los para o futuro da atividade. 2º - Reduzir o excesso de consumo e o desperdício: a redução do excesso de consumo e desperdícios evita os custos de restabelecer em longo prazo danos ambientais e contribui para a qualidade do turismo. 3º - Manter a diversidade: manter e promover a diversidade natural, social e cultural é essencial para o turismo sustentável duradouro, e cria opções diversificadas para a atividade. 4º - Integrar o turismo ao planejamento: o turismo é integrado numa estrutura de planejamento estratégico nacional e local e que empreenda taxas de impactos ambientais aumentando a viabilidade em longo prazo da atividade. 5º - Apoiar as economias locais: o turismo que apoia em largo alcance as atividades econômicas locais e que leva em conta seus valores e recursos ambientais protege essas economias e evita danos ambientais.

6º - Envolver as comunidades locais: o total envolvimento das comunidades locais no setor de turismo, não só beneficia a elas e ao meio ambiente em geral, mas também melhora a qualidade da atividade turística. 7º - O poder público e privado: a articulação entre o trade, as comunidades locais, as organizações e instituições ligadas ao turismo é essencial para elas trabalharem integradas, buscando solucionar conflitos e interesses. 8º - Qualificar mão-deobra: a qualificação da mãode-obra integra o turismo sustentável e práticas de trabalho, na medida em que recruta mãode-obra local em todos os níveis, melhorando a qualidade do produto turístico. 9º - Comercializar o turismo com responsabilidade: o marketing que promove o turismo com ampla e responsável informação aumenta o respeito por ambientes naturais, sociais e culturais das áreas receptoras e aumenta a satisfação dos visitantes. 10º - Desenvolver pesquisas: a realização de pesquisas e o monitoramento da atividade através de dados e analises são essenciais para ajudar a resolver problemas e trazer benefícios para os espaços receptores, para o turismo e seus receptores. ■ Richard Oliveira 9


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SUSTENTABILIDADE - ECONOMIA

A nova era da construção civil

Responsabilidade Social: um viés sustentável para as Relações Públicas

Responsáveis pelas Coordenadorias de Educação e Planejamento do Crea cedem entrevista ao jornal Perspectiva mostrando a importância de um planejamento de construção e como o apoio de entidades pode ajudar a preservar o meio ambiente. O grande desperdício dos recursos naturais, e como as construções têm se adequado à preservação ambiental para evitar tal desperdício. De todas as atividades praticadas pelo ser humano, a construção civil é uma das que mais tem impacto no meio ambiente. No Brasil aproximadamente 40% da extração de recursos naturais têm como destino a indústria da construção. Fora isso, 50% da energia gerada são para abastecer o funcionamento das edificações e 50% dos resíduos sólidos urbanos vêm das construções e de demolições. Quase toda água que entra em nossas casas, sai sem ser reaproveitada e ainda, levando consigo algum tipo de poluente. Essa água segue o caminho e geralmente acaba indo para os córregos ou rios, isto porque, somente 75% da população brasileira têm coleta de esgoto em casa, e desse número apenas 32% do esgoto recebe tratamento. Felizmente muitas pessoas, entidades, empresas e governos estão se organizando para evitar que as construções sejam o pilar de um caos ambiental. Seja divulgando pesquisas e informações, promovendo padrões consistentes e educando, seja desenvolvendo produtos, certificando as construções sustentáveis ou agregando valor econômico ao espaço construído, estas organizações têm dado passos importantes. A Caixa Econômica Federal é um exemplo disso. No ano passado a Caixa lançou uma metodologia de avaliação da sustentabilidade dos empreendimentos, o selo Casa Azul. Mostrando assim, que o objetivo é incentivar a adoção de medidas socioambientais entre os trabalhadores e a comunidade onde o empreendimento está inserido. Muito mais que levar em conta a preservação ambiental, as construções sustentáveis prezam pela salubridade dos ambientes, sendo assim o que é sustentável é saudável, protegendo os seus habitantes das enfermidades que o contexto externo pode trazer para dentro das edificações. É muito comum nos dias de hoje, principalmente nas grandes cidades, en10

contrar edifícios mal projetados, subutilizados, com uma série de precariedades, abandonadas e ou mal geridas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu e catalogou como Síndrome do Edifício Enfermo (SEE) aquelas construções que se encontram com baixa e ineficiente dispersão de poluentes, alta umidade, má ventilação, descompensação de temperatura, uma péssima ergonomia e ou algum tipo de contaminação biológica ou química. SEE é uma das causas para que 20% da população mundial possuam algum tipo de problemas respiratórios, mal estar, irritações alérgicas nasais e ou oculares. CONSTRUÇÕES INTELIGENTES ? O Arquiteto e Urbanista John Mivaldo da Coordenadoria de Educação do Crea discorda do termo “inteligente”, por entender que não pode ser admissível uma construção, uma arquitetura e, por conseguinte uma cidade que não seja inteligente. Segundo ele, toda arquitetura e construção deveria atentar aos princípios da sustentabilidade, quer sejam: racionalidade no uso da energia na sua execução e manutenção; aproveitamento de materiais locais ou regionais; maior aproveitamento dos materiais quer pelo reuso, reaproveitamento, reciclagem ou a própria racionalidade de uso; observações e harmonia dos elementos físicos naturais na concepção do projeto como topografia, percurso solar, tipologia do solo, vegetação e morfologia do sítio geográfico do terreno, paisagem local, etc. “As características da arquitetura moderna do século XX (internacionalista, fundamentada nos materiais novos da época como o aço, o concreto e o vidro, demasiado racionalista e revolucionária) – disse o arquiteto/urbanista - desviaram exageradamente a idéia de uma arquitetura e uma cidade sustentável, ainda que no

A importância da Responsabilidade Social nos ambientes corporativos

campo do urbanismo ocorressem avanços consideráveis na cidade moderna em relação à cidade antiga. Ainda assim o rompimento radical com o passado e arquitetura vernacular ou regionalista não deixou de trazer prejuízos à sustentabilidade da arquitetura e do espaço urbano”. Hoje, a arquitetura e a cidade contemporânea, sem preconceito ao passado e ao antigo e ainda com os avanços da tecnologia e o discurso ambientalista, poderão elevar os conceitos de uma arquitetura e uma cidade sustentável, complementou John Mivaldo. Atualmente nos deparamos com práticas enganosas por empresas, instituições públicas ou indivíduos que mascaram suas ações com relação ao meio ambiente. John Mivaldo esclareceu de que maneira o Crea contribui no combate a essas práticas: O Crea-GO mantem na sua gestão um programa de defesa do Consumidor em que qualquer consumidor(a) ao se sentir lesado por alguma empresa ou profissional do Sistema Confea/Crea, poderá abrir processo de denúncia em desfavor dos mesmos. Uma vez analisada e acatada a denúncia, os profissionais responsáveis pelos serviços técnicos prestados responderão junto à Comissão de Ética pelos seus erros e poderão sofrer as penalidades previstas por lei que vão desde a advertência reservada até a cassação da carteira. Portanto uma propaganda enganosa ou o não cumprimento contratual pode ser motivo de denúncia. Desta forma as empresas e os profissionais se apresentam mais vigiados pela sociedade. Este programa é importante porque legitima o papel do Conselho como sendo de defesa da sociedade e, por consequência, do bom profissional.

■ Giulia Ferreira Dutra e Nayara Manzi Giani

Responsabilidade social é um conceito relativamente recente que surge no Brasil no início dos anos 90, e que ganhou força devido ao apoio de organizações do terceiro setor pelo engajamento da iniciativa privada. Estas ferramentas (responsabilidade social e sustentabilidade) devem ser vistas como imprescindíveis à imagem da organização e como forma de agregar valor à esta, através de certificações de padrão de qualidade e adequação ambiental (como ISO 9001, SA8000 e AA1000). Como prova disto, podemos citar um estudo feito pelo IBMEC de São Paulo, divulgado no final de 2009, onde foi constatado que empresas que figuravam na listagem de qualidade do IDS (Índice de Desenvolvimento Sustentável), tinham um valor de mercado superior em ate 19%. Assim, os projetos “ecologicamente corretos” se tornam viáveis economicamente e mantêm de forma eficiente as relações entre a sociedade e as empresas consideradas adeptas da sustentabilidade. Isso torna os conceitos de sustentabilidade e responsabilidade social cada vez mais intrínsecos e dependentes ( de maneira que o primeiro visa manter os recursos naturais de maneira viável e o segundo, uma sociedade mais justa).

EM GOIÁS No mercado goiano, podemos citar empresas que se importam com este viés sustentável e consciente quanto à situação do Planeta, como o Sebrae Goiás, que realizou no final do ano passado a Semana da Qualidade de Vida, evento que sediou o lançamento do Programa de Responsabilidade Socioambiental do Sebrae. Esse programa engloba ações dentro da organização de forma consciente em prol do “anti-desperdício” de materiais. Assim, começam a ajudar o planeta e a sociedade “de dentro” para fora, fazendo primeiro o que está ao alcance de suas mesas e Unidades, depois, da sociedade (incentivando as micro e pequenas empresas a trabalhar de forma “verde”) e, mais tarde, à sociedade em que estão inseridos (dando visibilidade aos programas vigentes dentro e fora da organização). Outro exemplo é o Cemitério e Crematório Vale do Cerrado, que tem como objetivo ser uma empresa conhecida como socio-ambientalmente correta, desenvolvendo ações de marketing que trabalhem as vantagens

sociais e ambientais da empresa. Em função disso, patrocinam eventos ambientais e culturais como a Corrida Ecológica de Goiás, a Festa do Divino Pai Eterno e a Caminhada Ecológica Goiânia – Aruanã. Além disso, o Vale do Cerrado é o único cemitério que atende integralmente as novas regulamentações do CONAMA (o empreendimento priorizou materiais ecologicamente corretos).

COMPLEXO VALE DO CERRADO O Complexo Vale do Cerrado – Cemitério Parque e Crematório tem estrutura arrojada, com área de quase 350 mil m². Edificado às margens da GO-060, Rodovia dos Romeiros, próximo ao Km 7, via de pista dupla, tem ampla visibilidade e fluxo rápido e tranquilo, além de uma localização estratégica, permitindo acesso extremamente fácil aos usuários, tanto de Goiânia quanto dos municípios vizinhos. O empreendimento vem ao encontro das necessidades da população de Goiânia, em especial, o entorno da Região Oeste da cidade, que ainda não contava com esse serviço público em suas proximidades.

RESPONSABILIDADE SOCIAL NO VALE DO CERRADO

O Complexo Vale do Cerrado tem uma preocupação essencial com a responsabilidade social que é gerada por meio de sua atividade principal. Em qualquer lugar do planeta, o exercício das atividades funerárias é encarado como fator social preponderante, já que se trata de assunto muito superior à simples disposição de restos humanos, relacionandose ao acervo de memórias, sentimentos e saudade de entes queridos. Tendo esta responsabilidade como foco, a empresa atua na área social proporcionando a seus funcionários e à comunidade em geral um ambiente propício para que haja trabalho responsável e cooperação com as dificuldades sociais de cada um.

Pensando nisso, o Complexo Vale do Cerrado já desenvolveu alguns projetos de cunho social tais como: Campanha Natal Criança Feliz – TV Serra Dourada; doação de computadores à Associação de Moradores do Conjunto Vera Cruz e Associação de Moradores Arco Íris (Residencial Tempo Novo/ Tropical Ville/Jardim Real), para a montagem de escola de informática de uso da comunidade; doação de materiais de construção e patrocínio de publicações junto às comunidades religiosas da região; e patrocínio de atividades culturais e seminários informativos visando o aprofundamento das relações desta empresa com a cultura da região.

SUSTENTABILIDADE NO VALE DO CERRADO O Complexo Vale do Cerrado se propõe a trabalhar com dedicação à preservação do meio ambiente. Na construção de todas as suas edificações foram utilizadas madeiras oriundas de reflorestamento e as tecnologias utilizadas em seus serviços são inovadoras para o setor (crematórios e cemitérios parques), com método moderno de disposição final de resíduos, visando minimizar ou, até mesmo, anular o impacto que as inumações supostamente poderiam provocar no meio ambiente. Além disso, existe um programa de reflorestamento para todo o Complexo, com aproximadamente 70 mil m² de área destacados de seu terreno principal e averbados em reserva legal, tornando-se referência para todos os projetos de cemitérios do Brasil. Ao final do processo, irá melhorar de forma sensível até mesmo a qualidade do ar.

O sistema de Jazigos contidos e impermeabilizados adotado pelo Complexo Vale do Cerrado é desenvolvido para evitar em 100% o contato de resíduos com o solo. A implantação do primeiro crematório de Goiânia tam11


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bém traz a nossa cidade um dos métodos mais utilizado no mundo para disposição final de resíduos humanos, considerado ambientalmente correto.

CREMATÓRIO Um diferencial para o Complexo Vale do Cerrado é contar com o primeiro Crematório de Goiânia. O Crematório vem agregar mais valor ao complexo e acrescentar mais uma opção sustentável aos seus serviços. O Crematório do Complexo Vale do Cerrado oferece: • Cerimônia de despedida do corpo; • Sala climatizada com disposição para 70 pessoas e uma TV 50”; • Transmissão online da cerimônia de cremação e despedida do corpo; • Acondicionamento do corpo pelo período mínimo determinado pela justiça; • Preparação do corpo para cremação; • Entrega de urna contendo as cinzas do ente querido; • Columbário para acondicionamento da urna, caso seja o desejo da família;

RP: O PROFISSIONAL IDEAL Além de perceber a importância das “visões verdes” no mundo de hoje – objetivando preservar o Planeta para uma melhor qualidade de vida, tanto para esta, como para as próximas gerações -, percebemos que diante da necessidade de visibilidade quanto à imagem das organizações, vemos na Responsabilidade Social e na Sustentabilidade amplos contextos de atuação para o profissional mais capacitado quanto à estratégias de comunicação e visibilidade para as organizações que representam: o profissional de Relações Públicas. Ao contrário do que o senso comum aponta, o estado de Goiás tem sim sediado empresas que desenvolvem projetos diretamente ligados à Sustentabilidade (Complexo Vale do Cerrado), ou de forma indireta (exemplo da Semana de Qualidade de Vida no Sebrae, e seu Programa de Responsabilidade Socioambiental “inaugurado” neste evento). Tais fatos, apontam a verdadeira possibilidade de conciliação entre três termos abordados aqui: Sustentabilidade, Responsabilidade Social e Relações Públicas. Tal profissional, além de ser capacitado para colaborar na elaboração de projetos e programas sustentáveis (ponto positivo para o Planeta), pode dar visibilidade a eles e à organização que os sedia (ponto positivo para as organizações).

■ Erica Silva, Luiza Carla, Raqueline Mendonça 12

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SUSTENTABILIDADE - SOCIAL

Óleo de cozinha: matériaprima para a reinserção social Conheça a associação Fábrica Ação, uma entidade sem fins lucrativos que promove a reinserção social de ex-dependentes químicos através de cursos de capacitação baseados na produção e venda de produtos e serviços de qualidade, que colaboram com a preservação do meio ambiente. O consumo mensal de óleo vegetal, só na cidade de Goiânia, está em torno de 2.601.928 litros. Cerca de 80% dos resíduos deste óleo – mais de dois milhões de litros mensais – é descartado em aterros sanitários e nas redes de esgoto. Um único litro de óleo pode contaminar até 100 mil litros de água. Isto prejudica diretamente a fauna e a flora, além de facilitar a ocorrência de enchentes, causando enormes gastos ao poder público e transtornos à sociedade em geral. Talvez, como a maioria das pessoas costuma fazer, você descarte o óleo no lixo ou na pia da cozinha. E, como o programa Coleta Seletiva ainda não possui logística para o recolhimento de resíduos líquidos, mesmo aqueles que são conscientes da necessidade de reciclar o óleo vegetal, podem continuar a descartá-lo de forma inadequada por falta de informação sobre alternativas sustentáveis para o problema. Para os que se interessam em conhecer e aderir a ações práticas e simples de responsabilidade socioambiental, o PACO – Ponto Autorizado de Coleta de Óleo – pode ser uma excelente alternativa. O programa promove a coleta e reciclagem de óleo vegetal usado, visando à preservação do meio ambiente. Criado há mais de um ano pela Associação Fábrica Ação, o PACO disponibiliza galões e estrutura logística para a coleta de óleo em organizações públicas e privadas (especialmente, em estabelecimentos do ramo alimentício), ONGs, sindicatos, escolas, universidades, comunidades religiosas, condomínios, dentre outros. A Fábrica Ação é uma instituição sem fins lucrativos que oferece capacitação profissional prática para internos de casas de recuperação através do desenvolvimento de produtos e serviços que promovem a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade de projetos sociais. O objetivo é gerar trabalho e renda para ex-dependentes químicos que decidiram enfrentar o grande desafio de se recuperar, voltar ao mercado de trabalho e ter um convívio social saudável. Os recuperandos são contratados pelo período de um ano e meio, para receber ca-

pacitação teórica e prática numa indústria-escola, em Aparecida de Goiânia. A produção de saneantes (sabão e derivados) a partir da reciclagem de óleo vegetal usado é a primeira experiência prática oferecida pela Fábrica Ação. Além da Fábrica de Saneantes, existem outros projetos que serão implantados futuramente, como a construção de casas utilizando garrafas PET e resíduos da construção civil, a confecção de grades, portões e lixeiras com PVC reciclado e a elaboração de placas coletoras de energia solar a partir do metal das embalagens Tetra Pak. Contratado em abril de 2010, Luciano Cardoso, ex-usuário de crack e álcool, foi o primeiro recuperando beneficiado pelo projeto. “A Fábrica Ação tem sido uma porta de entrada para o mercado de trabalho, porque para nós é muito difícil arrumar um emprego digno. Dificilmente alguém quer oferecer uma oportunidade para um ‘ex-drogado’. Com essa parceria entre a Casa de Recuperação e a Fábrica Ação, eu passei a ter uma perspectiva de vida melhor, porque estou me profissionalizando. Além de conseguir fazer boas amizades, a gente aprende muito sobre o trabalho em equipe e sobre a importância da parceria.”, compartilhou Luciano. O lucro obtido na venda do sabão em barra, sabão líquido, sabão em pó, amaciante de roupas e pasta saneante fabricados na indústria-escola, juntamente com as doações feitas por parceiros e mantenedores, é investido na manutenção e ampliação dos projetos socioambientais da associação.

SEJA UM PARCEIRO DESTE PROJETO!

Um modelo de escola sustentável

Com um projeto inovador, a Escola Municipal Monteiro Lobato, localizada em Aparecida de Goiânia, Goiás, é referência em educação ambiental, provando que sustentabilidade e educação devem andar juntas e produzir conscientização socioambiental na comunidade. Inaugurada em janeiro de 2004, no Jardim Tiradentes, um dos bairros mais pobres e violentos de Aparecida de Goiânia, a Escola Municipal de Educação Integral Monteiro Lobato atende 413 alunos com idades entre 06 e 13 anos, sendo que a maioria deles vive em situação de risco e/ou pobreza. A escola conta com um espaço de 12.000m² de área construída, contendo: 12 salas de aula, quadra poliesportiva, campo de futebol, laboratório de informática, laboratório de ciências, biblioteca, auditório, refeitório, cozinha e estacionamento. O objetivo principal da instituição é recuperar ambientalmente e utilizar de forma sustentável a área de confluência dos bairros. Através de ações de recuperação e conservação da mata, nascentes e córregos existentes, o projeto visa à melhoria da qualidade de vida não só dos alunos, mas de toda a comunidade local. Além de criar espaços de integração escola/aluno/família e promover cidadania com atividades práticas de lazer, cultura, pesquisa e produção de artesanato, há uma preocupação com a questão da acessibilidade para idosos e portadores de necessidades especiais, fortalecendo a relação entre comunidade, escola e natureza. Por ser construída em uma área de preservação ambiental, a escola teve a iniciativa de cuidar deste espaço promovendo uma conscientização ecológica na comunidade. Antes, era comum a própria escola explorar os recursos naturais de maneira inconsciente, extraindo terra, areia, pedras e madeira. Os reflexos disto podem ser vistos hoje: os recursos já não são mais tão abundantes e há muitas erosões, desmatamentos e problemas com a fauna e a flora naquela região.

ESTRUTURA As salas de aula são padronizadas, com excelente estrutura e estado de conservação. A biblioteca da escola, apesar de pequena, possui uma grande variedade de livros. A cozinha, o refeitório e a alimentação dos alunos e funcionários são exemplares. Além de um rigoroso processo de higienização e organização dos materiais usados na produção das refeições, as cozinheiras utilizam produtos da horta orgânica que a própria escola cultiva em sua área externa. Os banheiros são adaptados para deficientes físicos, bem conservados e estão sempre limpos. A escola possui também uma quadra poliesportiva, que, infelizmente, foi depredada por atos de vandalismo de jovens da comunidade. Apesar da amplitude e qualidade da estrutura, já faz cinco anos que a escola não recebe verbas para reformas. Ainda assim, as instalações chamam a atenção por sua excelente conservação e limpeza – um resultado do trabalho conjunto de professores, alunos e funcionários, que entendem a necessidade de preservar e ajudar na manutenção do espaço em que vivem.

Os interessados em se tornar parceiros da Fábrica Ação, indicar um PACO – Ponto Autorizado de Coleta de Óleo – ou consultar a disponibilidade dos pontos mais próximos, podem obter mais informações no site www. fabricaacao.org.br, enviar e-mail para contato@fabricaacao.org.br ou entrar em contato pelo telefone (62) 3549-8118.

Samira França

Vista aérea (acima) e fachada da Escola Monteiro Lobato, no Jardim Tiradentes

Biblioteca e refeitório da escola; a estrutura é adequada para que as crianças passem o dia na escola, podendo inclusive descansar após o almoço.

ENSINO INTEGRAL E DE QUALIDADE Na Escola Monteiro Lobato as aulas são descontraídas e contam com a participação de todos. Não há um professor específico para a Educação Física, pois todos os professores realizam atividades que envolvem a movimentação corporal e a prática de exercícios físicos. Os educadores têm liberdade para preparar e ministrar suas aulas, tornando-as mais dinâmicas e divertidas, evitando a rotina, o que desenvolve nos alunos um perfil descontraído e interativo.

Os alunos são constantemente incentivados a praticar atividades físicas e culturais

PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Boa parte dos alimentos consumidos na escola vem de uma horta orgânica construída e mantida por ela mesma. Além de evitar que a escola gaste na compra de alguns vegetais, a horta se tornou auto-sustentável. Uma parte da produção abastece a escola e a outra é vendida na comunidade local a um preço acessível. A renda é investida na manutenção e melhoria da horta. Os alunos são orientados por um professor a cuidar da horta. Eles aprendem todo o processo de plantação, cultivo e colheita dos alimentos, desde cuidados com o solo até 13


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SUSTENTABILIDADE - SOCIAL a irrigação e contenção de pragas. Assim, as crianças são incentivadas a conhecer melhor o que consomem, cuidar de sua saúde e preocupar-se com a preservação ambiental.

Horta orgânica mantida pela escola

EXEMPLO A SER SEGUIDO Na busca pelo desenvolvimento de projetos de educação infantil sustentável, o Ministério da Educação escolheu algumas comunidades para receber um modelo de escola integral com estrutura física e filosófica que se diferencia de todas as outras. A Escola Municipal Monteiro Lobato é um fruto disto e acabou se tornando caso de sucesso, um exemplo a ser seguido. Com a proposta de mobilizar professores, funcionários, alunos e comunidade para a questão da responsabilidade socioambiental, este modelo de escola abre as portas para uma nova visão do ensino no Brasil. Incentivando a colaboração mútua entre escola e comunidade local, esse tipo de instituição visa uma educação para a vida, integral e efetiva. “Aprendemos que a educação é importante para todas as áreas e nada melhor do que a educação para trabalhar a questão de sustentabilidade.”, afirmou Vilmar Luiz de Freitas, diretor da escola. O trabalho conjunto com a comunidade próxima tem gerado bons resultados e agregado valores a todos os envolvidos no projeto. Desta forma a escola pode incentivar os governantes a continuarem investindo neste modelo. Trata-se de um processo evolutivo, na medida em que se caracteriza como uma tendência e uma necessidade da educação adaptar-se ao mundo atual e trabalhar com uma estrutura sustentável. Mais informações sobre o projeto: (62) 3545-4807 / 3537-1112 vilmardefreitas@hotmail.com emeiescola@hotmail.com

Guilherme Gondim e Lairton Mendes 14

Responsabilidade social: presente nos maiores negócios Em setembro do ano passado foi realizado em Brasília o 27º congresso Interamericano de Relações Públicas. Promovido pela Confederação Interamericana de Relações Públicas – CONFIARP, e organizada pela associação Brasileira de Relações Públicas – ABRP, que teve como objetivo fortalecer a consciência dos profissionais de comunicação social para as questões políticas públicas dos países da América Latina e Caribe. O tema foi: Relações Públicas e Novos Paradigmas de Responsabilidade Social e Sustentabilidade. Na conferência magna, James E. Gruning, da Universidade de Maryland – EUA discorreu sobre o tema Relações Públicas e Responsabilidade Social: A sustentabilidade como dinâmica do mercado global. Ele discorreu sobre as exigências do mercado frente a esses novos paradigmas que necessitam de profissionais renovados, que se preocupam com as relações responsáveis empresa-público, promovendo a adaptação, por parte de qualquer organização que quer manter-se no mercado, para uma visão sistêmica e interdependente que resulta na colaboração para a elaboração de novas estratégias que se apliquem no cenário da sustentabilidade. Outros conferencistas como Eraldo Carneiro, gerente de planejamento e gestão de comunicação da Petrobrás, abordaram o tema afirmando que deve ocorrer primeiramente uma transformação cultural nos valores, atitudes, comportamentos e práticas a longo prazo. Com isso provaram que o foco está na transformação a partir da educação.

UM EXEMPLO A Fundação Bradesco que capitaneia um dos projetos mais antigos para a melhoria da educação brasileira, a partir de 40 escolas espalhadas em todo Brasil, com ensino gratuito, da educação infantil ao ensino médio é um exemplo de empresas que tem buscado no meio ambiente o foco da sua atuação. A fundação realiza o projeto Educa+Ação - programa que visa integrar a iniciativa privada e

o setor público municipal - em todas as suas unidades, com o intuito de possibilitar que crianças aprendam a ler até os oito anos de idade. A Fundação Bradesco há 53 anos atua no cenário nacional, como uma das maiores organizações não governamentais. São 40 escolas em todos os estados brasileiros e no distrito federal, com atendimento a 108.825 alunos em 2009, desenvolvendo propostas pedagógicas que levam em conta as reflexões contemporâneas sobre educação, nos segmentos de educação básica, profissional e educação de jovens e adultos. O que se procura é implantar infra-estruturas que consideram os avanços tecnológicos, associados aos recursos das regiões onde estão suas escolas. Trata-se de um grupo de educadores, técnicos, supervisores, compondo a diretoria da Fundação e todo o corpo administrativo. Projetos e ações nas regiões em que estão presentes são fatores que chamam atenção, pois sempre há grande procura de moradores de cada cidade por matrículas em todos os cursos. No intuito de compreender esses projetos e atividades realizados pela fundação, fomos averiguar de perto uma de suas sedes que se encontra no estado de Goiás na cidade de Aparecida de Goiânia. A escola oferece o Ensino Fundamental, Ensino Médio, Curso de Educação de Jovens e Adultos modalidade Suplência do Ensino Fundamental e Médio via Teleducação, Alfabetização de Adultos e Formação inicial. (www.fb.org.br)

PROJETOS QUE VALEM A PENA Em entrevista com o Prof. Marcelo Giraldi de Castro, conferimos através de sua trajetória junto à Fundação Bradesco – Aparecida de Goiânia, o trabalho da Fundação. Sua vinculação à Fundação data de 2005, através do setor de RH da matriz em Osasco-SP, atuando na “área de coordenação dos projetos, oficinas e demais atividades de Educação Ambiental no colégio, além da organização e planejamento dos serviços de

manutenção da área verde do colégio (horta, viveiro, pomar e paisagismo)”. Engenheiro agrônomo com especialização em Educação Ambiental e mestrado em Educação, Marcelo G. de Castro demonstra em sua fala o quanto seu trabalho abrange todos os segmentos de alunos do colégio (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, teleducação e educação de jovens e adultos (EJA), bem como eventuais atividades, para formação dos professores. Os projetos podem ser elaborados por qualquer professor do colégio, com a orientação de Marcelo no planejamento e desenvolvimento das atividades pertinentes aos projetos.

O papel das ONGs nos problemas ambientais EM GOIÁS: MOVIMENTO NÓS PODEMOS Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade

PROJETOS PEDAGÓGICOS

Em se tratando do projeto “Desperdício no ambiente escolar: despertando consumidores responsáveis”, o entrevistado afirma primeiramente lançar a discussão sobre a problemática às professoras do Ensino Fundamental (1° ao 5° ano), tendo em vista várias questões que vinham sendo observadas em relação ao desperdício de alimentos, de papel, material escolar e energia elétrica no colégio. Na Fundação Bradesco, eles tem a liberdade para discutir os temas mais pertinentes que podem gerar projetos de trabalho significativos aos alunos. . A Fundação Bradesco tem como público alvo os seus alunos, pais e responsáveis e a comunidade do entorno, para a qual são oferecidos cursos de capacitação (informática, artesanato, corte de cabelo, manicure, etc.). Em relação aos projetos e atividades de Educação Ambiental, Marcelo afirma: “atingir de forma mais consistente a comunidade escolar ainda é um grande desafio para todos nós”. No entanto, não faltam esforços, a Fundação Bradesco disponibiliza várias ferramentas de comunicação para divulgação de suas atividades, como cartilhas de orientação, vídeos (acervo da biblioteca), programas em canais de televisão (parceria com o Canal Futura), site institucional, portal da educação (www. educacao.org.br), etc. ■ Brisa Sousa, Tâmara Wanderley e Victor Andrade

Atualmente, a sustentabilidade já é uma ação e, infelizmente, às vezes, apenas um “termo” que está na moda. Com a corrida pelo verde implantada através da valorização da natureza, é difícil saber quando um produto/serviço é verdadeiramente sustentável ou apenas encoberto por uma “maquiagem verde”. Ser ecologicamente correto adere valor à marca de empresas, e isto dá margem à mercantilização do verde, normalmente da boca pra fora. Essa propaganda enganosa se chama Greenwash (maquiagem verde) e tem confundido a escolha do consumidor que, ao perceber a farsa das grandes empresas, acaba por desconfiar também das ONG’s. Apesar dessa imagem distorcida sobre as Organizações Não-Governamentais ambientais, elas estão realmente preocupadas com o meio-ambiente em sua relação com a sociedade humana. As principais ações que as ONG’s ambientais realizam atualmente para o cuidado e restauração do meio-ambiente são programas, eventos e campanhas para a conscientização e mobilização da sociedade, e enquanto isso cuidam de pequenas ações que fazem a diferença como: economia de água, reciclagem, coleta seletiva, reutilização de embalagens, substituição de recursos como sacolas plásticas, redução da poluição em lagos e mares, consumo consciente, descarte de pilhas e baterias.

A campanha “Nós Podemos” (http:// www.nospodemos.org.br), foi criada a partir do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade em que Organizações Sociais e Empresas se uniram para estimular a conscientização social e promover a cidadania e solidariedade nacionalmente - com o intuito de conscientizar e mobilizar a sociedade para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) a serem cumpridos até 2015, estabelecidos em 2000 pela ONU em conjunto com mais de 190 países. São eles: 1- ACABAR COM A FOME E A MISÉRIA: Segundo a síntese do Estado de Goiás, em relação ao primeiro item, acabar com a fome e a miséria, em 1991, 47% da população vivia com renda familiar menor que 1/2 salário mínimo, reduzindo para 22% no ano de 2008, o que significa uma redução de 53%, porém, ainda há mais de 1 milhão de pessoas na condição de pobreza. Nos anos entre 1999 e 2008, os indicadores reduziram em 7 vezes em relação a desnutrição de crianças menores de 2 anos, passando de 9,3% para 1,3%. 2-EDUCAÇÃO BÁSICA DE QUALIDADE PARA TODOS: houve uma redução de 19% para 5,7% sobre as crianças de 7 a 14 anos que não freqüentam o ensino fundamental de 1991 a 2008. Entre os jovens de 15 a 17 anos, somente 61,3% concluíram o ensino fundamental, onde, 53,4% destes freqüentavam ensino médio; 10% não concluíram e pararam de estudar. 3-IGUALDADE ENTRE SEXOS E VALORIZAÇÃO DA MULHER: Em relação ao terceiro item, o alcance da meta foi atingido, havendo melhoria de 54%. A participação da mulher no mercado de trabalho formal aumentou de 38,5% em 1990 para 41,2% em 2008. O percentual do rendimento feminino em relação ao masculino passou de 77,1% em 1990, para 85,3% em 2008. Na polí15


Nº 3/ 1º Semestre de 2011

tica, a participação feminina está longe de ser a ideal. No ano de 2008, embora 12% fossem candidatas no Estado, apenas 7% dos municípios tiveram prefeitas eleitas. No cargo de vereadoras, representam apenas 12%. 4-REDUZIR A MORTALIDADE INFANTIL - O número de óbitos passou de 36 para 16 a cada 1 mil nascidos vivos, ou seja, uma redução de 56% (1994-2008) embora a meta seja 12%. Tal redução depende das ações preventivas como a imunização de doenças infecto-contagiosas. No ano de 2008, 97,8% das crianças menores de um ano estavam com a carteira de vacinação em dia. 5-MELHORAR A SAÚDE DAS GESTANTES - em 2008, a taxa de mortalidade materna (complicações na gestação, geradas por aborto, parto ou pós-parto) era de 48 mortes a cada 100 mil nascidos vivos. Dentro das estatísticas, uma a cada cinco crianças vivas foi concebida por mãe adolescente, em 2008, o que seria 20,6%. A meta é de reduzir em três quartos até 2015 a taxa de mortalidade materna. 6-COMBATE À AIDS, MALÁRIA E OUTRAS DOENÇAS – apesar de uma estabilização do número de óbitos por AIDS, o número de novos casos é maior que o de óbitos, gerando um aumento gradual no número de portadores. Entre 1990 e 2007, foram 10.064 casos de Aids diagnosticados, em que a porcentagem de mulheres portadoras subiu de 15% para 35,9%. Na faixa etária de 15 a 24 anos, as mulheres representam 4,5% dos casos no Estado. Em relação a outras doenças infecciosas, a hanseníase, causada por bactéria que afeta a pele e nervos periféricos, teve prevalência de 4,19 a cada 10 mil habitantes em 2006. 7-QUALIDADE DE VIDA E RESPEITO AO MEIO AMBIENTE - Em Goiás a meta foi atingida, apresentando uma melhoria de 61%, cuja meta era 25%. Em 2008 os domicílios sem rede de esgoto adequada passaram de 72% para 65%, apresentando uma redução de 9%. Dos moradores urbanos em domicílios particulares permanentes, havia 20% com mais de dois moradores por dormitório e 9% não possuíam ocupação segura de sua moradia (proprietário ou inquilino).

■ Marilia Gabriela, Virginia Peçanha e Mariana Costa 16

ENTREVISTA

Diretor anuncia novas obras Magno: O primeiro ganho é em relação à ampliação da infraestrutura. O nosso prédio tornou-se pequeno porque a faculdade cresceu muito em termo de alunos e de professores. Professores efetivos, por exemplo, saltamos de 33, em 2008, para cerca de 60 professores efetivos em 2010. Tivemos um crescimento bastante acentuado e nossos espaços laboratoriais tornaram-se pequenos, existindo agora um reforço substancial com a construção desse novo prédio. Além disso, estamos trabalhando de maneira forte a construção de um novo prédio, que é o Labicom (Laboratório Integrado de Comunicação e Informação). O prédio já está em construção. A Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia (Facomb) está de cara nova: o piso superior foi redimensionado, de forma a colocar lado a lado todas as coordenações de cursos e, entre elas, a Secretaria Acadêmica. O que se quer, segundo explicou o diretor da faculdade, Magno Medeiros, é a integração fisica e operacional das atividades desenvolvidas pelas coordenações e as atividades da secretaria acadêmica. O segundo semestre chega com mais novidades. O Ceperp - Centro de Estudos e Pesquisa em Relações Públicas - está sendo ampliado e a partir de agosto funcionará na sala 28. O Centro de Aulas C, que vai abrigar os alunos da Facomb, com espaço para o IESA, Ciências Sociais e Filosofia tem inauguração prevista para o segundo semestre. O Labicom - Laboratório Integrado de Comunicação e Informação - deve ficar pronto em Maio de 2012. Perspectiva: O prédio que está sendo concluído em frente a Facomb é realmente o que se chamam de “A nova Facomb”? Magno: Eu não diria a “Nova Facomb” porque o Centro de Aulas vai também contemplar salas de aula para três outras faculdades que são: o IESA, Ciências Sociais e Filosofia. Nós, da Facomb, temos uma característica importante que é: Estamos de frente ao Centro de Aulas, então, vamos ter o uso bastante intensivo daquele espaço, primeiro por estarmos de frente a esse novo prédio, segundo porque a demanda da Facomb é muito grande. Somos quatro cursos, saltamos de 530 alunos, em 2006, para quase 800 alunos em 2010/2011. Perspectiva: O que você espera como melhoria para os alunos na construção desse novo prédio?

Perspectiva: Quais a principais metas para este ano? Magno: Queremos melhorar substancialmente a nossa infra-estrutura laboratorial. Foi aberto um novo laboratório para o curso de Relações Públicas, inaugurado no início do ano letivo. Fora isso, os outros demais laboratórios na área de Biblioteconomia, Jornalismo e Publicidade também devem ser incrementados com novos equipamentos, novos suprimentos. Enfim, a gente pretende investir nisso, além de trabalhar também a reforma ou a revisão dos projetos pedagógicos da Facomb e continuar investindo em pesquisas, ensino e extensão por meio de vários editais que eventualmente possam surgir. Perspectiva: O que eventos realizados pela Facomb, como o Intercom, trazem para a imagem da mesma? Magno: Eventos do porte do Intercon trazem uma imagem bastante positiva para a instituição, na medida em que conseguimos trazer pesquisadores de vários estados brasileiros e de várias instituições do estado de Goiás. Então, isso agrega valor positivo à marca UFG e á marca Facomb, de tal maneira que a gente consegue dialogar melhor com outras instituições de ensino superior e ao mesmo tempo promover uma interação bastante positiva entre os pesquisadores, os professores e os estudantes, em torno de algo bastante positivo que é a produção acadêmica, científica e cultura da comunidade universitária. ■ Luana Cândida Pereira


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