Extravia

Page 1

. Segunda edição . . Florianópolis . . dezembro de 2015.


É

com enorme satisfação que finalizamos esta segunda edição do jornal Extra Via. O Extra Via é uma publicação do grupo de pesquisa Poéticas do Urbano, da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Criado em 2002, sob coordenação da professora Célia Antonacci Ramos – que leciona nos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Artes Visuais da UDESC – o grupo conta com a participação de Cláudio Brandão, fotógrafo e professor do Curso de Design, de acadêmicos dos cursos de Graduação, Mestrado e Doutorado em Artes Visuais, além de artistas interessados nas poéticas urbanas. O Poéticas do Urbano surgiu com o propósito de pensar a respeito dos movimentos que surgem nas cidades como formas de arte e expressão. Dentre as ações desenvolvidas estão o Camelódromo Cultural, Pin Hole no centro da cidade, grafites na Udesc, e também outras publicações e vídeos. Este jornal tem como objetivo entender melhor as cidades em que vivemos e respeita um dos principais valores de nosso grupo: criar uma ponte entre o conhecimento crítico das universidades com os anseios e dilemas vividos pela sociedade. Intentamos apro-

ximar conhecimentos e fomentar diálogos entre dois campos que, infelizmente, não se comunicam da melhor forma possível. Com uma tiragem de mil exemplares e a vontade de colocar na rua três edições a cada ano, o Extra Via tem neste exemplar a fotografia como eixo central. Aproveitamos o momento vivido em Florianópolis, com diversos eventos nesta área, para mostrar diferentes trabalhos realizados na Ilha de Santa Catarina. São diferentes percursos trilhados pelo registro de imagens e seus diferentes resultados e significados. Aproveitando a ocasião do Festival Floripa na Foto – que em 2015 chega à sua quarta edição –, mostraremos um pouco dos eventos que estão movimentando esse cenário na nossa cidade. Galerias, exposições, encontros, festivais... que aos poucos vão transformando Florianópolis numa verdadeira cidade da fotografia. Em suas mãos está nosso mais novo desafio. Esperamos que todos os nossos leitores apreciem, comentem e participem do jornal – rompendo as barreiras da academia e englobando toda sociedade. Boa leitura!

A capa desta segunda edição do Extravia é uma carte de visite, fotografia que permite, na metade do século XIX, que, pela primeira vez na história, o cidadão comum tivesse seu retrato produzido e distribuído entre familiares, amigos e interesses amorosos. Símbolos de status e prestígio, as cartes começam a circular em 1854, com o pedido de patente da carte de visite pelo fotógrafo André Disdéri. Sua técnica consistia em produzir várias imagens em uma mesma chapa sensível, reduzindo o tempo de cópia e, consequentemente, o preço do serviço. Pela primeira vez, parentes e amigos podiam trocar retratos sabendo que sua imagem teria um lugar no álbum de quem as recebia. Com a popularização, estas fotografias cada vez mais imitam as imagens pintadas que retrataram a classe dominante do período anterior à Revolução Francesa. Com fundo neutro e um arsenal de elementos simbólicos, como mobiliário nobre e figurinos, as cartes permitiam a popularização e profissionalização da fotografia, a democratização ao acesso à auto-representação e a introdução de elementos que ajudariam a definir códigos visuais e convenções do que viria a ser aceito como sinal de caráter, poder e respeitabilidade. A partir de então a fotografia se insere no sistema capitalista, permitindo aumentar a lucratividade com um mesmo investimento, Inaugura-se um sistema de circulação da imagem só superado quando a fotografia pode ser impressa em jornais.

CAPA

Editorial

EXTRA VIA . 2

E

ste número é dedicado a Mahomed Bamba, costa-marfinense que escolheu o Brasil como pátria e o cinema africano como pesquisa para discutir as problemáticas pós-colonial. Doutor em Cinema pela ECA/USP, era Professor adjunto na Faculdade de Comunicação (FACOM) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pesquisador no programa de Pós-Graduação em Comunicação e Culturas Contemporâneas (PósCom-Facom-UFBA), em Salvador. Organizava com o grupo de pesquisa “Poéticas do Urbano” o “Malembe Malembe, Mostra de Cinema Africano”, um projeto que visa discutir o pós-coloniais através do cinema. Faleceu em 16 de novembro 2015, em Salvador.

PUBLICAÇÃO DO GRUPO DE PESQUISA POÉTICAS DO URBANO

2

Coordenação: Cláudio Brandão e Célia Antonacci Edição: Cláudio Brandão e Celia Antonacci EDITORES CONVIDADES: Monique Vandresen (SC 1021 JP) e Pedro Mox (SC 3505 JP)

Conteúdo: Virgínia Yunes, Guto Presta, Álvaro De Azevedo Diaz, Andréa Eichenberger, Rafael Schults Mycskovsky. Colaboradores: Boris Kossoy, Caio Cezar, Gabriel Vanini, Luciana Petrelli, Olavo Moraes, Gastão Kassel, Fifo Lima, Felipe Colvara, Sérgio Vignes, Lu Renata, Lucila Horn, Markito, Alexandre Freitas, Endrigo Righeto, Daigo Oliva.

Diagramação: Angelita Corrêa Impressão: Diário Catarinense Tiragem: 1000 exemplares. Distribuição gratuita Circulação: Grande Florianópolis


Aprendi com o tempo que a realidade do fato é traduzida e elaborada pela realidade da imagem, uma segunda realidade, a da representação que depois a tomamos como documento, porém um documento expressivo, criativo, maleável, permeável às mais antagônicas visões de mundo. Tomadas do “real”, não podem ser isentas; penso que deve existir nelas, a par da inerente natureza plástica, o comentário sociológico ou político que as carrega de sentido, podendo tornar-se simbólicas de uma época.

Boris Kossoy

EXTRA VIA . 2

“Sigo tentando em minhas fotografias ir além do objeto explícito, além do aparente, da aparência, matéria prima da fotografia, sua realidade exterior; busco nas imagens pistas para a recuperação histórica de sua gênese, assim como dos fatos que representam. Me refiro, pois, ao que a câmera não registra, o oculto da representação, sua realidade interior.” Fotos: boris kossoy

Sem Título. Ach, Austria, 1983. A mulher e a cidade (da série Viagem pelo Fantástico). São Paulo, 1971.

3


EXTRA VIA . 2

Como todas as artes Gastaão Cassel

4

Exposições apostam na instalação Daigo Oliva No ano passado o jornalista Jonathan Jones publicou um artigo polêmico em seu blog no diário britânico “The Guardian”. Jones centra sua argumentação no embate entre fotografia e pintura. Para ele, enquanto telas levam tempo para serem feitas, com complexidade material e profundidade de texturas, fotografias têm apenas uma camada de conteúdo. “Está tudo na superfície”, diz o crítico. Mesmo que pelas razões erradas, Jones tem razão ao apontar limitações desta maneira de exibir fotografias. Com a crescente “era de ouro” dos fotolivros, ficou cada vez mais estranho e desconexo visitar mostras que apenas sequenciam obras em um fundo branco e asséptico. Foto: robert morat galerie, berlim

Já está longe o tempo em que se discutia se fotografia é arte. Há milhões de argumentos no âmbito teórico para validar a fotografia como arte, mas a objetividade da presença crescente em galerias, museus e grandes editoras de arte é uma evidência que fala por si. A fotografia é essencialmente uma arte visual. Há os artistas que a usam na sua forma estrita e os que a acoplam a outras técnicas e suportes. Não há porque erguer uma fronteira entre estes usos, muito menos uma hierarquia. A fotografia, quando recebe algum tipo de intervenção, além da técnica fotográficas em si, não ganha outra aura ou amplia a sua legitimidade, apenas ganha outra possibilidade de uso e interpretação. É uma discussão tão formal quanto inócua que, limitada, se afasta do centro da questão que é precisamente o que o artista tem a dizer. O suporte do discurso pouco importa se o autor tem uma proposta artística, algo a manifestar, uma pesquisa de linguagem, uma visão do mundo. A pintura, o desenho, as gravuras, a fotografia, a escultura e todas as técnicas, linguagens e outros suportes não disputam entre si. São formas de manifestação, e cada um procura a que oferece maior potência ao seu discurso. A fusão de recursos é mais uma possibilidade de fala, que não torna nenhuma prevalente com relação às outras. Cada modalidade artística tem sua peculiaridade, sua fortuna técnica e estética, sua especificidade. Desejar impor uma hierarquia entre elas é restringir ao fazer o que deve estar no âmbito do pensar. A obra de arte emerge como resultado da práxis do artista, suas habilidades, seus recursos, sua trajetória e cosmovisão. A aflição de localizar a fotografia dentro (ou fora) das artes não faz mais sentido, porque ela já se instalou neste território há tempo. O fato de alguns artistas usarem-na como suporte para ir além, ou a agregarem a seu repertório técnico para potencializá-lo só revela sua força. Como arte, a fotografia merece e precisa ser discutida tencionada, aprofundada, estudada e levada às últimas consequências. O desafio da fotografia é transitar entre a tradição e a aventura, se refazer, se reinventar, se resignificar para melhor significar o mundo e seu eterno movimento. Como todas as artes.

Foto: CHRISTIE’S IMAGES

É preciso pensar a instalação, adaptar o diálogo proposto por artistas contemporâneos para as suas exposições em galerias e museus. Como diz Jones, pendurar fotos da maneira como pinturas tradicionalmente são expostas não faz sentido. Prova disso são as mostras de dois trabalhos de destaque nos últimos anos: “Dalston Anatomy”, do italiano Lorenzo Vitturi, exibido no Foam Museum em 2013, e “Redheaded Peckerwood”, do americano Christian Patterson, que ficou em cartaz na Transformer Station em 2014. São fotolivros que exploram aspectos tridimensionais da fotografia, com muitos objetos e letreiros. Não poderiam ser transpostos para galerias de forma planificada. Jones anda visitando as mostras erradas. Há uma pororoca de trabalhos atuais que inspiram diferentes formas de montagem e interação. Fotografias, assim como pinturas, possuem muitas camadas, e o tempo de produção nunca deveria ser o parâmetro para avaliar a qualidade de nenhuma obra.

Ao lado, “Redheaded Peckerwood”, do americano Christian Patterson. Acima, foto de Ansel Adams impressa entre 1973-77 e vendida em outubro por US$40,000.


Foto: claudio brandão

reflfleçxoes Claudio Brandao

EXTRA VIA . 2

Já não há propriamente mais fotógrafos profissionais, porque toda a cidade é fotógrafa. Já não há propriamente pessoas notáveis cuja fisionomia se faça necessidade informativa dos jornais, porque não há cara que não seja publicada. Não só as caras. As caras não bastam. As ruas, as casas, os aspectos dos céus, os combustores da iluminação, os carros, as carroças, as montanhas, as árvores. Há cinco anos, em visita a casa de qualquer família de mediana burguesa, o visitante contava com quatro ou cinco desastres fatais: ouvir os progressos da filha mais velha ao piano, admirar as aquarelas da petiza do meio, aplaudir o caçula que recitava de cor versinhos estropiados. Agora não. Agora é só fotografia.

João do Rio, Clic! Clac! O Fotógrafo, 1917.

Dia da Consciência Negra Reidaviqui Davilli

Em comemoração ao dia da Consciência Negra, com o apoio do Centro Cultural Escrava Anastácia, aconteceu no Hotel Cambirela, Estreito, o desfile de moda autoral “Negros: suas formas e História,” do estilista Reidaviqui Davilli. Inspirado na pós-abolição da escravatura no Brasil, a coleção traz como reflexão as marcas deixadas na comunidade afrodes-

cendente. Transitando entre passado e presente, Reidaviqui retrata em texturas e formas como os negros são vistos, sentem-se e se veem em meio as dificuldades impostas pela sociedade. Vazados, sombras, respingos, costuras aparentes, retalhos e tecidos amontoados representam, na interpretação de Reidaviqui, algumas das marcas deixadas como herança de uma pós-abolição. As injunções desses fatores trans-

formaram o Negro, historicamente violentado, em um “ser” que se reconstrói a partir dos pedaços criando armaduras com as cicatrizes e fazendo música de seus sentimentos. Da miscigenação ao hibridismo religioso, o negro contribui para a transformação da cultura brasileira, relata Reidaviqui. Em seu discurso de abertura do desfile “Negros: suas formas e História,” Reidavique conta que “Enquanto estudante

de Moda encontra dificuldades para representar os negros em coleções e desenhos. Esse incômodo, continua Reidavique, me provocou mecanismos que eu fui achar soluções para falar da pós -abolição. Quais são as marcas que a gente carrega hoje, nós negros? Como muitos de nós negros vivem na sociedade? Este projeto foi contemplado com o edital Elizabete Anderle de Estímulo à Cultura, 2014. FCC.

5


EXTRA VIA . 2

Tapa no OlhO Há um deserto sistemático de coisas que se enfileiram na necessidade de serem esquecidas. Uma repetitividade encantadora que te quer aprisionar nos tropeços suaves dos percalços da rotina. Logrado o consumismo, fez-se a tapa no olho. É mais fácil estar dentro da calma de critério conformista, do que burlar o que se submete a ser mais fácil porque se repete.

reflfleçxoes Guto Presta

Foto: guto presta

volumosas vitórias vazias No consumismo o consumo consome o consumidor, comprimido contra a consagração da compra eo constrangimento de cercear-se entre conexões comerciais compulsivas. Coração calcado em critérios corpóreos, cedo ou tarde traduz a trama da traição de si para consigo. Consigo antever,

6

antes viver versando a vida, do que vagar vidrado em variações voláteis de volumosas vitórias vazias.


EXTRA VIA . 2

A onda da fotografia pedro mox

A primeira exposição fotográfica organizada por um museu aconteceu em 1858, no Victoria & Albert Museum (então South Kensington Museum) de Londres. Apresentou trabalhos da Photographic Society of London e teve a colaboração da Société française de photographie. Cenas urbanas, paisagens, retratos... uma ampla gama de temas foi contemplada nos mais de 1000 instantâneos exibidos.

Se em 2015 Florianópolis recebeu a maior exposição de sua história – A Força da Matéria, retrospectiva de Joan Miró no MASC – na fotografia o ano também deve ser comemorado. Nossa cidade viu surgirem diversos movimentos e iniciativas ligadas ao campo da produção de imagens. Entretanto, engana-se quem pensa que essa relação é nova. Em 1972, uma seqüencia de Gaston Guglielmi numa partida entre América x Figueirense, publicada no jornal O Estado, levou o prêmio Esso – mais importante premiação de jornalismo no país. Nos tempos de O Estado igualmente inúmeros estúdios aglomeravam-se no calçadão da Felipe Schimdt. Se hoje a atividade clássica do retratista teve seu espaço tolhido – porventura o ofício do fotógrafo de forma geral – novos flancos abriram-se. Cada vez mais a fotografia é considerada e valorizada como obra de arte, ganhando espaço em feiras e eventos de decoração. Antigos laboratórios merecem destaque, pois eram quase ponto de encontro de fotógrafos. Na rua Presidente Coutinho, o laboratório Colore, de Nandi, foi um foi um dos primeiros a revelar cromos e filmes 16mm. A Realcolor foi o primeiro a revelar filmes coloridos na ilha. A Cor da Ilha, espaço aberto por Cláudio Brandão em 2001, foi também vanguardista na cidade, juntando serviços fotográficos, café e espaço para exposições. Hoje, Florianópolis está bem resolvida para as demandas fotográficas, com dois laboratórios altamente qualificados e especializados em impressões para o mercado fine-art. Em dezembro de 2013 o Museu de Arte de Santa Catarina recebeu a exposição Fotografia(s) Contemporânea Brasileira: Imagens, Vestígios e Ruídos, coa participação de 44 artistas. No ano seguinte a Coletivo Multicor levou 55 fotógrafos e artistas visuais às paredes do Museu da Escola Catarinense, Floripa Shopping e Instituto Juarez Machado. O corrente ano viu nascer a primeira galeria especializada em fotografia da cidade, a Circuito Galeria. Fruto da união de onze fotógrafos de diferentes áreas e uma curadora. Com o intuito de ser itinerante, o coletivo estreou com um ambiente próprio na Casa Cor e atualmente está no centro de Florianópolis. No mundo virtual, O Galerista, projeto do publicitário Gastão Cassel e da fotógrafa Soninha Vill, é uma galeria que oferece trabalhos de vários profissionais atuantes na Ilha. Com sua primeira edição realizada em 2010, o festival Floripa na Foto é outro que muito contribui com o conhecimento fotográfico. Idealizado por Lucila Horn e Lu Renata, oferece workshops, leituras de portfólio e palestras abertas à comunidade. O evento atrai púbico de diversos estados, e foi responsável pelas vindas de Evandro Teixeira, Walter Firmo, Kazuo Okubo e inúmeros outros renomados profissionais. Coletivo Multicor, Varal da Trajano, Circuito Galeria, exposição no Museu da Escola e material Galerista

7


EXTRA VIA . 2 Foto: Andrea Eichenberger

Paris, Rua de Charonne, 16/11/2015 Os dias seguintes aos atentados de Paris veem uma multidão se dirigir aos locais dos fatos. Muitos para prestar homenagens a amigos ou familiares. Outros por solidariedade ou curiosidade. Outros ainda para captar imagens. Ao meu lado, duas jovens se abraçam, chorando a dor da perda de um próximo. Um fotógrafo, colado ao lado da porta do bar atingido, aponta sua teleobjetiva em direção às moças e dispara em rajadas. Indignado com a situação, meu companheiro pega seu celular e aponta na direção do rapaz, como se fosse fotografá-lo. O embaraço... Ele baixa a cabeça e some de nossa vista...

8

O estado de emergência em que vivemos não é a exceção, mas a regra. Temos de nos ater a um conceito de história que corresponda a esta visão. Walter Benjamin, Teses da História


EXTRA VIA . 2 Foto: virginia yunes

Diáspora

Vivi aquele momento de dispersão de povos que, em outros tempos e em outros lugares, nas nações de outros, transformaram-se num tempo de reunião. Reuniões de exilados, émigrés e refugiados, reunindo-se às margens de culturas “estrangeiras”, reunindo-se nas fronteiras; reuniões nos guetos ou cafés de centros de cidade; reunião de meia vida, meia-luz de línguas estrangeiras, ou na estranha fluência da língua do outro; reunindo os signos de aprovação e aceitação, títulos, discursos, disciplinas; reunindo as memórias de subdesenvolvimento, de outros mundos vividos retroativamente; reunindo o passado num ritual de revivescência; reunindo o presente. Homi Bhabha, O Local da Cultura. Celia Antonacci

A cidade global não pode estar divorciada de seus habitantes, cidadãos nascidos no ocidente, mas também imigrantes, povos em diáspora e refugiados, povos em deslocamento que procuram dar outro sentido político ao mundo, não mais de nacionalismo do Estado-nação imperialista, ancorado no monopólio do ocidente e sua teoria racial, seu tempo histórico linear e progresso civilizatório, nem tampouco na universalização da cultura capitalista, mercantilista em suas relações, mas num nacionalismo decentralizado de países ocidentais, disperso em geografias comunitárias onde predomina a cultura e a comunicação, onde as afinidades e parentescos de culturas pós-coloniais desconstroem as heranças do Iluminismo e reivindicam suas modernidades híbridas, suas criolizações.

9


Retratos

EXTRA VIA . 2

Fotos: caio cezar

É óbvio que esse novo olhar está ausente precisamente naquele gênero que via de regra era mais cultivado pelos fotógrafos: o retrato representativo e bem remunerado. Por outro lado, renunciar ao homem é para o fotógrafo a mais irrealizável de todas as exigências. Quem não sabia disso, aprendeu com os melhore filmes russo que mesmo o ambiente e a paisagem só se revelam ao fotógrafo que sabe captá-las em sua manifestação anônima, num rosto humano. Mas essa possibilidade é em grande medida condicionada pela atitude da pessoa representada. A geração que não pretendia chegar à posteridade pelas fotografias e que em vez disso se refugiava em seu mundo cotidiano, como Schopenhauer se refugia na profundidade da poltrona, na fotografia de 1850, em Frankfurt (e que por isso mesmo transportou consigo, na foto, esse mundo cotidiano) – essa geração não legou suas virtudes a seus sucessores. Pela primeira vez em décadas o cinema russo ofereceu uma oportunidade de aparecer diante da câmera a pessoas que não tinham nenhum interesse em fazer-se fotografar. Subitamente, o rosto humano apareceu na chapa com uma significação nova e incomensurável.

10

Walter Benjamin Pequena História da Fotografia, 1931.


EXTRA VIA . 2

FAF criou vida própria já no início Há quatro meses realizo aos sábados na Casa do Teatro Armação, na praça 15 de Novembro, a Feira de Arte de Florianópolis, que ficou conhecida por FAF. A feira nasceu com a intenção de testar o mercado popular de arte e o resultado foi surpreendente. Logo na primeira edição, a FAF criou vida própria, aglutinando artistas e o público interessado em conversar sobre arte e em adquirir obras. Acho que a cidade queria um ponto de encontro, um mercado livre, só que nós não sabíamos ainda. O que ajudou também foi a localização da feira na praça 15, a beleza e o charme do prédio, seu pequeno tamanho e o perfil cultural por abrigar um grupo de teatro. Mas é preciso dizer que isso só foi possível porque a diretoria da Casa do Teatro Armação, onde a feira acontece, abriu as portas para a proposta, que não tem vínculo com nenhum edital ou lei de incentivo à cultura, tampouco qualquer patrocínio. A feira desencadeou um processo fascinante. Primeiro porque estimulou na cidade um olhar para os artistas e para a obra que eles estão produzindo atualmente. Não são poucos e esta produção merece o olhar do público. Mas não é só isso. A feira estimulou a venda, uma etapa pouco desenvolvida no mercado de arte. Muitos artistas venderam seus trabalhos pela primeira vez na feira. Outros começaram a revirar gavetas, a produzir mais, a repensar, reinventar a sua própria obra.

E se estamos falando numa feira que estimula a venda, há outro tópico fundamental, que é a formação de preço, uma questão complexa e delicada que a FAF ajuda a resolver. E talvez seja importante ressaltar também que há uma nova geração de artistas, proporcionada principalmente pelo curso de artes da Udesc e pelas oficinas do Centro Integrado de Cultura. São dois espaços fundamentais para o cenário que temos hoje. O centro está hoje motivado também porque há alguns antecedentes. A Duna, feira de arte realizada por Fernando Weber e Tiago Franco ao longo de pelo menos dois anos e de maneira itinerante pela cidade, deixou uma boa herança. Acho que em função deste projeto deles outros artistas e produtores começaram a se sentir motivados. A própria Entremostras, da Fundação Cultural Badesc, surgiu a partir de Fernando e Tiago, que propuseram para a diretoria da casa a realização da Duna naquele espaço. Depois os dois se desligaram e a Entremostras continuou. Bem, mas é preciso dizer também que a FAF tem data para acabar. A proposta feita à diretoria da Casa do Teatro Armação é de 25 edições. Estamos indo para a 20ª no final de semana dia 28 de novembro, quando os dois pisos da casa serão ocupado por fotos e a edição vai integrar o 4ª Festival Floripa na Foto. Esta e mais uma edição temática da FAF que na maioria das vezes privilegiou uma técnica. Houve edições de aquarela, cerâmica, fotografia, livros, artes gráficas, arte apliFoto: sérgio vignes

Fifo Lima

11


EXTRA VIA . 2

Muros que

cantam Na ilha e no continente, muros e ruas parecem cada vez mais vivos. De grandes gestos como os murais coletivos a detalhes como lambe lambes do tamanho de uma folha A4, a arte urbana, os murais e o grafite iluminam a cultura da urbe.

Foto: pedro mox

Olavo Moraes

12

Ela não distingue poder econômico. Está ao alcance do olhar, basta girar a cabeça - do ônibus, do carro, da bicicleta, da caminhada. É pop, convive com todas as classes e grupos sociais. As pinturas estão por todos os cantos. Nos muros, paredes, prédios, casas e elevados. Com os mais variados motivos: ecologia, natureza, folclore, temas existenciais. Cultura em geral. Arte pela arte. Intervenção. Florianópolis vive a arte urbana. Do submundo da contravenção ao reconhecimento, o grafite conquistou respeito, aprovação. Foi parar nas galerias, com curador e negociação em alta. É a valorização da arte popular. Democrática, colore e alegra as ruas. Uma volta rápida por qualquer bairro da cidade é suficiente para perceber que Florianópolis reúne um grupo de artistas de rua de primeiro time.


reflfleçxoes AÁlvaro de Azevedo Diaz

EXTRA VIA . 2

Foto: Álvaro de Azevedo Diaz

Foto: luciana petrelli

Esse projeto foi feito a partir de dois entendimentos. O primeiro diz respeito ao local, esquinas do Centro de Florianópolis, e a época, o ano 2000, o último do Século XX. As fotos são de lugares muito familiares aos que vivem nessa cidade. Lá estão todos aqueles que, paradoxalmente, vemos mas não enxergamos, num desfile de locais e personagens que habitam nosso imaginário e que só nos damos conta deles quando somos desafiados a nos deparar com a natureza surreal da fotografia, onde todos estão lá, estáticos e monocromáticos, prontos para serem sorvidos lentamente pelo olhar, coisa impossível de se fazer em tempo real.

Longos anos vivi sob um pórtico alto De gigantes pilares, nobres, dominadores, Que a luz, vinda do mar, esmaltava de cores, Tornando-o semelhante às grutas de basalto. (Charles Baudelaire)

13


reflfleçxoes

EXTRA VIA . 2

Uma embriaguez apodera-se daquele que, por um longo tempo, caminha a esmo pelas ruas. A cada passo, o andar adquire um poder crescente, as seduções das lojas, dos bistrôs e das mulheres sorridentes vão diminuindo, cada vez mais irreversível torna-se o magnetismo da próxima esquina, de uma longínqua massa de folhagem, de um nome de rua. Então chega a fome. Ele nem quer saber das mil e uma possibilidades de saciá-la. Como um animal ascético, vagueia por bairros desconhecidos até desmaiar de exaustão em seu quarto, que o recebe estranho e frio. [M 1,3] (Passagens, Walter Benjamin)

14


EXTRA VIA . 2

Foto e cidade

Foto: Gabriel Vanini

Gabriel Vanini espalha colagens Meio manifesto e meio arte, o lambe-lambe já se espalhou por diversos pontos de Florianópolis e do mundo MONIQUE VANDRESEN Ele me fotografa sempre que estou voltando da praia, e mesmo que eu saiba que ele esta ali, preso à parede embaixo do viaduto, sempre me surpreende. As “intervenções” do fotógrafo Gabriel Vanini funcionam como um parênteses na inércia automatizada do flaneur ilhéu. As colagens da figura do Turista, personagem do fotógrafo, estão

nos poucos mirantes da cidade, perto de atrações turísticas, becos abandonados e lugares de difícil acesso ou proibidos, não-turísticos em um primeiro olhar. Este paparazzi provoca: vai denunciar a falta de cuidado? Gabriel é fotógrafo e seu trabalho expõe nuances curiosas do urbano. “A idéia desta intervenção urbana é refletir sobre como vemos a cidade onde vivemos. O artista de rua vê o mundo assim, e isso

me fascina. Tentar ir em um lugar onde você acha que ninguém foi, deixar sua marca, ver a marca dos outros. É como se voltássemos a Lascaux e aos nossos instintos mais básicos, o de “deixar sua marca”. O trabalho, até pera natureza do papel, é um paraíso para a intervenção dos passantes: “Já vi de tudo: mensagens, acessórios, telefones. Todo mundo tem um pouco este desejo de interagir na rua”.

Até o dia 28 de novembro, Florianópolis sedia o Festival de Fotografia Floripa na Foto, que este ano acontece graças a uma ação de crowdfunding. Em 4ª edição, o evento inclui workshops, palestras, leitura de portfólio, exposições, projeções e feira de livros. As coordenadoras do evento, Lu Renata e Lucila Horn, investem no Festival como uma ferramenta de desenvolvimento e democratização da cultura, que muitas vezes parece, erroneamente, depender de condições geográficas: “É a partir do nosso lugar, em conexão com outros lugares, que precisamos fazer e pensar a imagem e seus arredores”, explica Horn. O objetivo do Festival é debater as ilimitadas possibilidades da fotografia. A primeira edição aconteceu em 2010 e a segunda em 2011, ambas viabilizadas através de editais culturais do governo de Santa Catarina. A terceira edição, que aconteceu em 2013, também foi fruto de um crowdfunding, um sistema de captação de recursos para iniciativas de interesse coletivo através de muitos doadores, geralmente pessoas físicas. As atividades acontecem no Museu da Escola Catarinense, na Rua Saldanha Marinho, e nos arredores.

Foto: rodrigo sambaqui

Festival discute as imensas possibilidades da fotografia

15


Roteiro

EXTRA VIA . 2

O que fazer durante o Floripa na Foto TERÇA-FEIRA, 24/11

QUARTA-FEIRA, 25/11

EXPOSIÇÕES

EXPOSIÇÕES

Exposição fotográfica “A ilha que habitamos” – A galeria reúne oito fotógrafos: Claudio Brandão, Kleber Steinbach, Luciana Petrelli, Markito, Otavio Nogueira, Ronaldo Dias de Andrade, Soninha Vill e Walmor Oliveira, que realizam a exposição “A ilha que habitamos”, a primeira etapa da trilogia expositiva em torno do tema “A ilha de cada um”, que ficará aberta até 30 de novembro. O público pode conferir a mostra de segunda à sexta, no Koerich Beiramar Office, Av. Mauro Ramos, 1970, Loja 11,das 13h às 19h. Entrada Gratuita.

Entre Mundos, Guy Veloso – retrata os encontros da fé, na busca por imagens da rica diversidade religiosa brasileira. Em um tempo de insidiosa intolerância das doutrinas fundamentalistas no Brasil e no mundo, Guy Veloso aposta na arte como lugar como lugar de diálogo e de entendimento para a construção do respeito devido por todos a cada um. Abertura 20:00. Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti, Praça XV de Novembro. Visitação segunda a sexta-feira, das 13h às 19h.

Horizonte Difuso – de Fernanda Valadares e Rodrigo Cunha. Fernanda trabalha grandes superfícies, depurando e experimentando materiais, e Rodrigo a figuração em trabalhos a óleo. O Sítio Arte Educação Coworking, Lagoa da Conceição, Canto dos Araçás. Visitação gratuita de segunda à sexta-feira, das 9h às 21h, e sábado, das 14h às 19h.

WORKSHOPS Uma expedição à luz natural com Lauro Maeda – O workshop pretende oferecer a seus participantes percepções a respeito da luz natural, revelando inúmeras possibilidades técnicas e estéticas para o desenvolvimento do olhar em função da iluminação disponível. 24 e 25/11 das 13 às 19h. Inscrições http://www.floripanafoto.com/inscricoes.

S

ala de aulas, biblioteca e coleção de câmeras fotográficas. Tudo dentro de uma Kombi: essa é a proposta do Kombinacomfoto, projeto desenvolvido pelo professor e fotógrafo Felipe Colvara Teixeira. Iniciado em 2013, a ideia surgiu em uma viagem ao Chuí, e desde então viaja levando suas descontraídas aulas para “qualquer simpatizante da fotografia”, como explica Felipe. Na sala de aula em forma de Kombi, o participante recebe dicas e orientações sobre um misto de arte e técnica fotográfica com ênfase na fotografia associada a atividades de ecoturismo e turismo cultural. Dentre as conteúdos ministrados estão funções e programas das câmeras, uso adequado de técnicas composicionais, visualização e observação das cenas para melhor aproveitamento dos temas e da melhor luz. As atividades práticas de fo-

16

Arredores – A deambulação pelos arredores da rua João Pinto, centro de Florianópolis. A proposta tem como objetivo perceber e perceberse numa cidade em processo de desumanização, onde as gambiarras e os buracos nas calçadas se misturam com a vida cotidiana dos antigos moradores e do comércio local, compondo um cenário oposto a da propaganda do paraíso turístico, disseminada pelas mídias oficiais. Participantes: Malu Sumiensky, Maria Helena Schwengber, Marina Bott Gonçanves, Luis Paganelli, Lauro Maeda. Círculo Italiano, Praça Quinze de Novembro, 340. Centro (Ao lado da FAF). De quarta a sexta das 14h as 18h e sábado (28) das 10h as 16h.

WORKSHOPS Fotografia de arquitetura com Cláudio Brandão – análise de imagens de referência. Uma parte prática per-

tografia exploram motivos ambientais e culturais do local onde a oficina é ministrada. Felipe – que leciona no curso de Publicidade e Propaganda – explica que o projeto tem como proposta ampliar o nível de conhecimento sobre fotografia e ensinar a fotografar em passeios ao ar livre e eventos culturais. “É também uma forma de promover uma maior consciência ambiental

mitirá aos alunos entender as diversas fontes de luz bem como os tipos de objetivas mais adequados para os casos específicos. O curso propõe a tomada de imagens em estúdio e em locação, combinando luz natural e artificial. 25, 26 e 27/11 das 14 às 18h. Inscrições: http://www.floripanafoto.com/inscricoes. Foto arte com Avani Stein – espaço de reflexão e produção de imagens diferenciadas no universo da fotografia, utilizando técnicas alternativas de fácil execução e com materiais acessíveis, intervindo criativamente sobre o universo fotográfico. 25 e 26/11 das 13 às 18h. Inscrições: http://www.floripanafoto.com/inscricoes.

QUINTA-FEIRA, 26/11

Do Prático ao Poético: Fotografia Documental com Guy Veloso – O Fotógrafo exibe em workshop seu percurso de mais de 20 anos de fotografia, passando pelos projetos que resultaram mostras nacionais e internacionais, em especial, o ensaio Penitentes, exibido na 29ª Bienal de São Paulo. 26, 27 e 28/11 das 14 às 18h. Inscrições: http://www. floripanafoto.com/inscricoes.

WORKSHOPS

SEXTA-FEIRA, 27/11

Auto edição de livros de fotografia de autor com Laura Lavergne – espaço de aprendizagem do processo de auto edição de livros de fotografia de autor. O objetivo é incorporar os elementos básicos que devem ser levados em conta no momento de criar um livro de fotografia autoral, trabalhando o material fotográfico e projetos pessoais. 25/11 das 13 às 19h. Inscrições: http://www. floripanafoto.com/inscricoes. Do Prático ao Poético: Fotografia Documental com Guy Veloso – a construção da poética fotográfica. Os participantes serão estimulados a identificarem temas de ensaios fotográficos, diferenciando as formas de abordagem de personagens, além de contarem com informações sobre como valorizar e indicar algumas formas de editar um portfólio e produzir projetos para salões e concursos. 26, 27 e 28/11 das 14 às 18h. Inscrições: http:// www.floripanafoto.com/inscricoes.

PALESTRAS José Francisco Alves – O direito autoral na era da apropriação (quase massiva) da imagem fotográfica. Auditório do Museu da Escola Catarinense – MESC, 09:30. Laura Lavergne e Horacio Inchausti – A Editora “La Luminosa” e projeções multimídia de livros de fotografia. Auditório do Museu da Escola Catarinense – MESC, 11:00. Um percurso pessoal: 15 anos de Fotografia de Autor - Marcelo Greco -auditório do Museu da Escola Catarinense – MESC, 19:00

WORKSHOPS

e cultural junto à arte de fotografar. O projeto tiras as pessoas do comodismo e propõe uma imersão em diferentes ambientes, como a natureza”, completa. Sábado, 10:00, Praça XV.

Lightroom CC e Fluxo Digital com Clicio Barroso – o workflow completo da imagem no Lightroom CC. Serão trabalhados os conceitos de catálogo e smart previews, captura digital, ingestão das imagens, catalogação, edição primária, metadados, palavras-chave,etc. 26 e 27/11 das 14 às 18h. Inscrições: http:// www.floripanafoto.com/inscricoes.

Fotografia de autor: desafios no entendimento da expressão pessoal com Marcelo Greco – conceito de narrativa e construção poética. Como estruturar uma fluência visual e ao mesmo tempo inserir o espectador no universo conceitual e perceptivo proposto no tema. 26 e 27/11 das 14 às 18h. Inscrições: http://www.floripanafoto.com/inscricoes.

Workshops Descondicionamento do Olhar com Claudio Feijó – Através de exercícios, dinâmicas e vivências (como jogos, rodas, roll playings, trocas, dramatizações e técnicas de sensibilização), a oficina procura resgatar o contato direto com as sensações e emoções, recuperando nossos sentimentos suprimidos e reavendo a nossa humanidade perdida. 27 e 28/11 das 14 às 18h. Inscrições: http://www.floripanafoto. com/inscricoes.

LEITURA DE PORTFOLIO Boris Kossoy – Historiador da fotografia, professor, fotógrafo, museólogo, arquiteto. Doutor em história e iconografia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, diriu o Museu da Imagem do Som de São Paulo. É membro do Conselho Consultivo da Coleção Pirelli-Masp de e professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP. edas 14 às 18:00, Museu da Escola, Rua Saldanha Marinha, Centro.

PALESTRAS Fotografia e religiosidade popular com Guy Veloso – A documentação de manifestações religiosas. 19:00, Museu da Escola.

SABADO, 28/11 Varal da Trajano – O Varal da Trajano tem como objetivo difundir a arte da fotografia nas ruas, propiciando o acesso de todos os públicos a trabalhos individuais e coletivos de fotógrafos da cidade. O projeto acontece sempre aos sábados, no último final de semana do mês, contando com a parceria das empresas Multicor e Hahnemühle, e com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Franklin Cascaes. Ate as 14:00 FAF - Feira de arte de Florianópolis – Edição especial de Fotografia. A Casa do Teatro Armação está localizada na Praça XV de Novembro, no centro da capital, e a feira vai até às 15h.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.