Reportagem de ZH em 26 de fevereiro de 2010

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Geral

ZERO HORA SEXTA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2010 MIRO DE SOUZA

BOLÃO DA DISCÓRDIA

Funcionária diz que esqueceu de fazer aposta Delegado afirma que prosseguirá a investigação sobre possível estelionato no caso da Mega Sena Vale do Sinos/Casa Zero Hora LETÍCIA BARBIERI

Apesar de ouvir pessoalmente a confissão da funcionária da Lotérica Esquina da Sorte que admite ter esquecido de validar o bolão premiado da Mega Sena do último sábado, o delegado que investiga o caso diz não estar convencido do erro. O vídeo apresentado pela lotérica como a prova do desespero da atendente deverá passar por análise técnica.

D

urou três horas o depoimento da funcionária Diane Samar da Silva, 21 anos, ontem, na 2ª Delegacia da Polícia Civil de Novo Hamburgo. Às 14h20min, ela entrou no gabinete do delegado Clóvis Nei da Silva acompanhada por uma advogada. Com óculos

escuros e acuada, Diane falou apenas com o delegado. Segundo a advogada, essa é a estratégia da defesa para não atrapalhar as investigações. Na quarta-feira, o proprietário da lotérica, Paulo José Abend, descartou erro de impressão da gráfica e apontou o equívoco da funcionária como a causa de três bolões não terem sido apostados. O problema, segundo o gerente da casa, Ederson da Silva, começou a se desenhar na quinta-feira, dia em que Diane já deveria ter validado o volante da Mega Sena para iniciar as vendas. – Ela deixou de quinta para sexta e depois para sábado, mas foi embora sem fazer, simplesmente esqueceu – relata o gerente. Para o delegado, o esquecimento deverá ser melhor investigado. Nas três horas de depoimento, ele procurou entender o trabalho da atendente, que é a responsável pelos bolões da lotérica

Durante três horas, Diane deu explicações na 2ª Delegacia da Polícia Civil de Novo Hamburgo

há um ano. Sem dar detalhes das declarações da jovem, ele não descarta uma negligência da funcionária, mas segue investigando um suposto crime de estelionato, no qual a lotérica teria tirado vantagem sobre os clientes. – Os jogos foram vendidos e não foram validados, a lotérica ficou com o dinheiro – resume o delegado. Com um comprovante do bolão premiado em mãos, Jacson Simon se apresentou ontem como advogado de três funcionários da Lotérica, além

do gerente, garantindo que o grupo também é vítima e foi lesado. Os quatro teriam adquirido uma das 40 cotas do bolão e agora querem buscar na Justiça o valor.

Funcionários dizem que processarão Caixa e lotérica Para tentar reaver o prejuízo, os funcionários pretendem ingressar na Justiça contra a Caixa Econômica Federal e contra a própria lotérica na

qual trabalham. – Como qualquer apostador, eles compraram a sua cota no bolão e agora estão reivindicando o seu prêmio – argumenta o advogado. Os funcionários contam que não tiveram tempo de comemorar o prêmio sorteado no sábado. Na mesma noite, uma hora após o sorteio, todos já sabiam do suposto erro cometido pela colega e se preparavam para dar explicações aos clientes na segunda-feira.


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