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NOTÍCIAS ABRASEL RS

# 71 CASA NOVA E AGENDA CHEIA Semana da Criança foi uma das atividades realizadas na nova sede da Abrasel RS, que possui espaço adequado para capacitações e está de portas abertas para o associado Festival Bar em Bar rende elogios aos pratos e satisfação dos empresários Campanha da Abrasel contra aumento de impostos da cerveja consegue acordo em SP

PERFIL

Rejeitado projeto que proibiria propaganda de cigarro e bebidas alcoólicas no comércio

CARLA KOHLRAUSCH

Parceira Garage Vinhos recebe o Happy Hour Abrasel

Oficina do Açaí

O Martírio do Empresário - Coluna de Adeli Sell


ABRASEL RS Rua da República, 108 Cidade Baixa Porto Alegre/RS (51) 3012-9922 www.abraselrs.com.br secretariars@abrasel.com.br CONSELHO ADMINISTRATIVO Maria Fernanda Tartoni Presidente do Conselho Administrativo Naldo Barbosa Conselheiro Administrativo Carlos Alberto Coutinho Conselheiro Administrativo Gustavo Hilzenderg Conselheiro Administrativo Pedro Hoffmann Conselheiro Administrativo Fernanda Etchepare Conselheira Administrativo Fabricio Curi Suplente do Conselho Administrativo Adilvo Bortoncello Suplente do Conselho Administrativo Claudio S. dos Santos Suplente do Conselho Administrativo

CONSELHO FISCAL Marcos Hans Presidente do Conselho Fiscal Ismael Tiger Conselheiro Fiscal Fernanda Rodrigues Matias Conselheira Fiscal Daniel Giacoboni Suplente do Conselho Fiscal Roberto Majo de Oliveira Suplente do Conselho Fiscal EQUIPE DE TRABALHO Thais Kapp Amorim Diretora Executiva Sandra Mara de Araujo Alves Administrativo Financeiro Fernanda Menezes Ramos Assessora de Relacionamento

PRODUÇÃO Gaudí Soluções em Comunicação (51) 3013-3358 www.gaudicom.com contato@gaudicom.com


NOVOS ASSOCIADOS

Associou

Mais! - Bistrô Impermanente (Rua Silva Jardim, 298)

Le Grand Burger (Rua Marquês do Pombal, 191)

Restaurante Gambrinus (Mercado Público)

Terça a sábado, das 17h30min à 0h. Domingos, das 17h às 23h30min

O que oferece: Culinária francesa em hambúrgueres como o de ratatouille, coq au vin e clássicos. Ambiente charmoso de bistrô.

O que oferece: Um dos mais tradicionais restaurantes da Capital, localizado no histórico Mercado Público. Cardápio variado com destaque para os frutos do mar, além de filés de carne e pratos típicos regionais.

O que oferece: Menu diversificado, com petiscos variados, pratos quentes e sobremesas. Para beber, cervejas artesanais, vinhos e drinks como spritz, caipirinha, mojitos e clericot.

Associou em: Novembro de 2015

Associou em: Novembro de 2015

Associou em: Novembro de 2015

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Crédito: Gabriel Gabardo / Gaudí

NOVA SEDE ABRASEL RS

Casa nova e agenda cheia

N

ossa casa é lugar de acolhimento, onde nos unimos e nos fortalecemos. Por isso, a abertura da nova sede da Abrasel, em junho, representou muito mais do que uma mudança física: o espaço privilegiado na Rua da República, 108, no bairro Cidade Baixa, já deu o pontapé inicial em atividades de capacitação e aproximação com parceiros, marcando uma nova relação de portas abertas aos associados e qualificando o setor. E vem novidade por aí em 2016. Com ambientes diversos, a casa possui espaço adequado para capacitações, tanto em formato de mini-auditório quanto de reuniões ou consultorias. Em setembro, por exemplo, o primeiro Abrasel Qualifica da nova sede abordou o eSocial, novo método de envio de informações trabalhistas e tributárias. O Abrasel Qualifica foi ministrado pela parceira Gerencial Consultoria. Já em conjunto com o Senai, a parceira Cristina Serafini ministrou, em outubro e novembro, o curso Boas Práticas em Manipulação de Alimentos, homologado pelos órgãos fiscali-

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zatórios. Também em novembro, a Gerencial Consultoria e a Duarte & Guariglia foram as parceiras que realizaram a primeira monitoria individual na sede da Abrasel, levando gratuitamente aos associados consultoria em questões fiscais, trabalhistas e tributárias. No total, as atividades mobilizaram cerca de 70 associados. Mas nem tudo é trabalho na nova sede: no início de outubro, dezenas de sorrisos e muita animação tomaram conta da casa da Rua da República durante a Semana da Criança Abrasel. Os alunos da escola Nossa Senhora do Carmo brincaram e se deliciaram com o lanche em um momento proporcionado pela parceira Traduzca, enquanto o Tartoni Ristorante animou o dia da turma da escola Chapéu do Sol. E, no próximo dia 23, o Momento Autoestima vai levar um dia de beleza a colaboradores dos bares e restaurantes associados, através de um encontro com consultores de beleza da Mary Kay. “O intuito da mudança para essa casa foi justamente aproximar-se do associado e propor-

Semana da Criança foi uma das atividades realizadas na nova sede da Abrasel RS, que possui espaço adequado para capacitações e está de portas abertas para o associado


cionar a ele vantagens, como os cursos e qualificações. A ideia é que o associado tenha mais contato com tudo o que fazemos para fortalecer a classe”, explica a presidente da Abrasel RS, Maria Fernanda Tartoni. A diretora-executiva da associação, Thais Kapp, relata que o início das atividades na nova casa tem superado expectativas: “A receptividade está melhor do que esperávamos. Em termos de estrutura, estamos montando a sede com a ajuda de parcerias que estabelecemos. Então, a expectativa é iniciar o ano que vem ainda melhor. Para 2016, teremos agenda cheia com atividades para as três principais áreas de um restaurante: operacional, gerencial e empresarial”. Mas a própria ação com a Mary Kay, segundo Thais, vai além das atividades corriqueiras do setor de alimentação fora do lar. “Estamos desenvolvendo ações para melhorar a autoestima, o otimismo, trazer uma leveza diferente para o setor. Para além das capacitações, realizaremos atividades motivacionais que permitam melhorar o ambiente de trabalho”, explica a diretora. Para encontrar o ambiente ideal, a Abrasel foi até uma das áreas mais tradicionais pela oferta em gastronomia e entretenimento: a Cidade Baixa. “Vizinho” de bairro da nova sede, o associado Jacir Loss, do tradicional Nicu’s Bar e Restaurante, é um dos entusiastas do projeto. “Acho muito bom quando se consegue fazer uma sede aberta para a

rua, para que as pessoas tenham facilidade de chegar. Essa casa funciona melhor e tem mais a ver com os associados”, avalia Jacir.

AGENDE-SE! Em 2016, os associados encontrarão um calendário de capacitações padronizado e recheado: o Abrasel Qualifica e o curso de Boa Práticas ganharão o reforço do Mentoria, com formato de consultoria individual. “O calendário cheio vem nesse sentido: fazer com que a Abrasel tenha mais visibilidade e que as pessoas confiem e nos procurem e, consequentemente, nos ajudem a fazer um setor melhor”, conclui a presidente Maria Fernanda Tartoni.

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BAR EM BAR

Festival Bar em Bar rende elogios aos pratos e satisfação dos empresários Tem muito sabor rolando na 9ª edição do Festival Bar em Bar, que está agitando 18 estabelecimentos em Porto Alegre e se estende até o dia 22. Um dos momentos mais esperados por muita gente, o happy hour com os amigos está ainda mais gostoso com os preços especiais oferecidos nos petiscos: R$ 15, R$ 25 ou R$ 35. É a deixa perfeita para abrir a temporada de verão em alto estilo. Mas não é só quem aproveita para curtir os bons momentos no bar que tem ficado satisfeito com o festival. A repercussão em veículos de mídia, os materiais de divulgação fornecidos pela Abrasel - realizadora do evento - e as parcerias têm incrementado o movimento nos locais, gerando relatos positivos entre os empresários. A proprietária do Mulligan Irish Pub, Thais Mallmann, é exemplo disso. O Mulligan participa do Bar em Bar com suas três casas (ruas Padre Chagas, Lima e Silva e av. Nilo Peçanha), oferecendo o desconto no Boxty - tradicional comida irlandesa semelhante a uma panqueca, que é especialidade do pub. “O movimento está bacana, melhorou. O pessoal gosta do prato. Vale a pena participar do festival”, afirma Thais. Na mesma linha, o gerente do Natalício, Carlos Rodrigues, relata que a porção de Leitoa à Pururuca com Mel Defuma-

do, oferecida no festival, tem feito sucesso junto ao público. “Está saindo bastante, e as pessoas elogiam o prato. Nós colocamos materiais na mesa, cartazes, o banner, e o pessoal enxerga e pede. A perspectiva é melhorar até o final, inclusive por conta do calor”, diz Carlos. A Abrasel forneceu encartes de cardápio, displays de mesa, jogo americano, bolachas de chope, banners, aventais e mini-guias do festival. Além disso, uma parceria com o Clube do Assinante dos Jornais do Grupo RBS garante mídia nos veículos do grupo e contato direto com mais de 60 mil sócios do Clube. As inserções espontâneas do Bar em Bar na mídia contabilizam reportagens de TV, entrevistas em rádios, matérias em jornais de grande circulação e divulgação em blogs especializados.

Ainda dá tempo de aproveitar No total, cerca de 500 estabelecimentos participam do Bar em Bar em todo o Brasil, em 91 cidades. Em Porto Alegre, o festival estende-se até o dia 22 de novembro. A lista completa de participantes está em www.barembar.com.br

Crédito das fotos : Gabriel Gabardo e Luis F. Silva / Gaudí

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LEGISLAÇÃO

Campanha da Abrasel contra aumento de impostos da cerveja consegue acordo em SP A campanha No Bar, Não, promovida pela Abrasel nacional para tentar barrar o aumento abusivo de impostos sobre a cerveja, conseguiu diminuir para 4% o incremento na alíquota de ICMS da bebida em São Paulo - Estado que motivou a criação da campanha. O intuito inicial do governo era elevar a alíquota em 7 pontos. Com o acordo, obtido na semana passada, o ICMS sobre a cerveja passará de 18% para 22%. A decisão veio após a Abrasel alertar para as graves consequências que um aumento tão brusco - na ordem de 40% - poderiam trazer para a economia e para os negócios. Segundo a entidade, a elevação do ICMS sobre a cerveja poderá resultar na demissão de 450 mil pessoas e fechamento de 85 mil estabelecimentos no Estado. Além disso, a AmBev, que detém cerca de 70% do mercado nacional da bebida, afirmou que poderia rever sua capacidade de produção no Estado paulista e poucos dias depois anunciou fechamento de fábrica no Rio Grande do Norte e

demissão de 300 trabalhadores. O fechamento da fábrica potiguar foi anunciado depois que o governo local elevou o ICMS para 29% e encerrou incentivo fiscal.

#NoBarNão A campanha lançada pela Abrasel mobiliza as redes sociais com a hashtag #NoBarNão, buscando fazer pressão sobre os governantes e legisladores. A associação argumenta que, caso o ICMS fosse aumentado dentro dos parâmetros desejados pelo governo, o preço da cerveja subiria imediatamente 20%. Para cada 1% de aumento no preço, há uma redução de 1,5% nas vendas, segundo a entidade, o que acarretaria no fechamento de milhares de estabelecimentos e demissão de trabalhadores.

Rejeitado projeto que proibiria propaganda de cigarro e bebidas alcoólicas no comércio O projeto de lei do Legislativo 114/13, que previa a proibição da publicidade, promoção e exposição de produtos fumageiros e bebidas alcoólicas nos estabelecimentos comerciais, foi rejeitado pelos vereadores na última semana. O projeto teve 14 votos contrários e 10 favoráveis. As três emendas apresentadas ao projeto também foram rejeitadas, inclusive a que acrescentava à matéria a interrupção da propaganda de bebidas alcoólicas nos estabelecimentos. A proposta original tinha autoria do vereador Alberto Kopittke (PT). Segundo o parlamentar, a intenção do projeto era a de eliminar as possibilidades de indução ao consumo, inibindo o estímulo, seja visual ou por promotores, principalmente junto aos estabelecimentos que concentrem jovens. Já a emenda que incluía as bebidas alcoólicas foi de

Crédito : Luis F. Silva / Gaudí

autoria do vereador Claudio Janta (SDD). De acordo com o projeto, a proibição valeria para áreas externa e interna dos estabelecimentos comerciais, com exceção das tabacarias ou lojas de bebidas, desde que não cedessem espaço para o consumo no local. De acordo com a diretora-executiva da Abrasel RS, Thais Kapp, a entidade posicionou-se contrária ao projeto e suas emendas por entender que as medidas prejudicariam o setor. “Seria mais uma restrição, o que poderia implicar em redução de vagas e retenção de mercado. Além da parte equipamentos, de suporte e estrutura que as empresas de bebidas fornecem para sua venda. Seria mais uma lei que tolheria a liberdade econômica e impactaria negativamente no faturamento do setor pela queda das vendas”.

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HAPPY HOUR

Parceira Garage Vinhos recebe o Happy Hour Abrasel A Abrasel amplia suas parcerias e os benefícios para seus associados. No último dia 3, o Happy Hour Abrasel - tradicionalmente realizado em um bar ou restaurante associado - inovou e levou empresários para desfrutarem de uma degustação de vinhos e de “tapas” espanholas na sede da Garage Vinhos, no bairro Azenha (av. Azenha, 1711). Entre as milhares de garrafas que, além de expostas para venda, servem de elementos da elegante decoração do espaço, associados e parceiros discutiram a conjuntura do setor e apreciaram as delícias preparadas pela chef valenciana Belen Montava. “Para nós, o intuito natural é mostrar a importância de uma empresa que está há 13 anos no mercado, fazer o empresário conhecer nossa estrutura”, afirma o proprietário Abel Blumenkrantz. A Garage Vinhos oferece rótulos importados de vinícolas exclusivas, e possui preços diferenciados para associados da Abrasel. “Queremos cada vez mais trazes os parceiros para dentro da nossa casa, oferecendo degustações e treinamentos”, conclui Abel. Ao final do Happy Hour Abrasel, a presidente da entidade, Maria Fernanda Tartoni, entregou certificados de participação na Semana da Criança Abrasel aos empresários que abriram suas casas para as crianças da rede pública da Capital durante o projeto.

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PERFIL

Carla Kohlrausch Oficina do Açaí (Av. Getúlio Vargas, 1138, Menino Deus) Quando saiu da pequena cidade de Taquara, Carla Kohlraush não trazia em sua mala a ideia de trabalhar diretamente com o público e vendendo o que mais gosta: saúde. Essa bagagem foi adquirida ao longo de quase três décadas na área de Tecnologia da Informação, onde chegou a ser executiva de multinacionais. Muita reflexão e uma oportunidade serviram para que, em 2009, redirecionasse seus rumos na busca da realização. Um pouco da trajetória de Carla e de sua atuação à frente da Oficina do Açaí você acompanha do bate-papo a seguir. Boa leitura! Por que veio de Taquara para Porto Alegre? Para fazer faculdade. Isso já era uma decisão. Eu sabia que eu Taquara não ficaria porque naquela época - estamos falando de 30 anos atrás - as opções eram Unisinos (em São Leopoldo) ou vir para a Capital. Minha formação é tecnóloga em processamento de dados, na área de informática. Não tem nada a ver com administração nem com alimentos. E como você foi da área de informática para a alimentação? É um caminho, foi uma jornada. Cheguei a fazer quase 28 anos dentro da TI (Tecnologia da Informação). Acabei galgando todos os passos que as pessoas dessa área fazem, até me tornar uma executiva de TI. Trabalhei em grandes empresas, em multinacionais e no exterior. Voltei para o Brasil e trabalhei em outras empresas, como a Gerdau, sempre como executiva de TI. Em determinado momento da minha vida, comecei a fazer terapia e mexer em vários pontos. Dentre os quais, descobri aquilo em que efetivamente eu tinha - ou acreditava ter - meu maior talento. Eu tinha várias qualificações para estar como executiva de TI mas, cada vez mais, meu “eu” se distanciava do que aquela função demandava. Acho que uma das minhas fortalezas é a questão de relacionamento, de ter empatia, de saber lidar com o público. E isso, efetivamente, não é um valor para quem quer ser executivo de TI. Tem que ser muito mais pragmático, é um meio muito masculino, muito mais racional. Tem gestão de equipe, tem relacionamento, mas é mais engessado. A minha carreira toda fiz como CLT. Nunca fui autônoma, sempre tive diretores acima de mim. Então, fazer essa mudança não é simples. Sempre fui CLT, então eu tinha FGTS, tinha férias - “direto a”, não que eu gozasse e exercesse (risos) - como toda a pessoa que é empregada nesse país, com todos os seus direitos. E, de repente, mudar de lado tem uma quebra de paradigma muito grande, com seus ônus e seus bônus. Existe uma mudança comportamental, de atitudes, é tu e o teu negócio. E a decisão pela alimentação, se deu por qual motivo? Eu já sabia que alguns negócios eu não gostaria de ter. Não queria nada no comércio dentro da informática. E sempre gostei da ideia de ter um café, algo em que eu tivesse acesso ao público, porque é uma das coisas que eu gosto muito: estar no meio de pessoas. Li vários livros que falavam de

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atendimento ao cliente, e o que me chamava mais a atenção neles era que permitiam que as pessoas fosse elas, e sempre no nível do entretenimento. Sempre tinha uma certa informalidade, um certo jeito diferente de atuar e de ser. Eu disse: se for abrir um negócio, é isso que quero fazer. E surgiu de eu estar fazendo academia naquela época. A Oficina do Açaí tem uma unidade lá, da própria franqueadora, e estava se preparando para expansão. Uma coisa que também percebi é que eu tinha que fazer algo que eu goste e em que eu acredite. Eu acredito na alimentação saudável, gosto dessa proposta, sempre busquei isso. Vendo saúde, curto isso, pratico esportes, gosto de ir em academia. É o meu segmento, é o meu métier, e eu acredito que isso repercute muito em qualidade de vida. Então surgiu como uma oportunidade, mas que refletiu algo que você vive? Que sou eu, que eu vivo e que eu gosto. Veio de um olhar para dentro de mim: o que eu gostaria de fazer? O que eu faço bem? E veio a calhar uma oportunidade, desafio. Tem certas coisas que a gente tem que viver. Só vivendo. Sendo uma franquia, tem um cardápio pré-estabelecido ou fazem criações aqui? Como somos uma franquia com apenas duas lojas, a minha relação com a franqueadora é muito próxima. Sou a loja de rua, e ela a loja de academia. São públicos muito diferentes. O que a gente conseguiu fazer foi determinar uma linha mestra: nós vendemos saúde. Os nossos produtos são saudáveis, naturais, tem aquele gosto de feito na hora. A gente optou por servir uma determinada quantidade que consideramos saudável para uma refeição, com produtos que consideramos saudáveis. É tudo feito na hora, e é uma proposta. Seguindo essa linha, eu também posso criar, posso testar com meus clientes aqui. Uma vez testado, eu passo para a franqueadora e passa a fazer parte do cardápio. A gente participa das criações. O público está buscando se alimentar de forma mais saudável? A cada ano, mais. Felizmente, isso tem mudado. Ainda existe uma questão sazonal muito forte, porque o nosso inverno compromete isso. O paladar do inverno não requer muito a alimentação saudável. Mas as pessoas estão, cada vez mais, se conscientizando da importância disso. O meu movimento cresce mais em setembro, pois tem pessoas


que buscam só aquela questão calórica mesmo, perder peso. Mas, felizmente, a cada ano existe um crescimento na busca de alimentação saudável. Uma readequação alimentar mesmo, de tentar mudar hábitos. Tem acontecido. Qual o carro-chefe da Oficina? O carro-chefe, até em função do nome, é o açaí. Por isso, também, a sazonalidade impacta bastante no negócio. Mas, também, estamos cada vez mais adequando o cardápio para que ele não dependa tanto desse produto. A alimentação saudável tem que ser o ano inteiro, não pode ser só no verão. Em função disso, temos um almoço onde a gente tenta compor com todos os alimentos essenciais. Tem verduras e legumes, tem frutas, tem sempre uma proteína que pode muitas vezes ser substituída por um feijão ou por um ovo. É um prato sempre balanceado com, no máximo, 700 calorias. E à la carte, pois a pessoa já come aquela quantidade, e que pode e deve sair com um pouquinho de fome para que daqui três horas possa comer de novo. Essa é a ideia. E nada de fritura. Como você vê o mercado de alimentação atualmente? Não falando só daqui, mas pelo que tenho conversado com colegas: essa é uma época em que três variáveis impactaram nosso negócio. Uma é o clima pois, para uma loja de rua, desfavorece absurdamente um mês onde, de 31 dias, teve 23 com chuva. Tem a questão da segurança - ou a falta de segurança - que afeta enormemente. Porque, por incrível que pareça, as pessoas estão com medo de sair às ruas, de frequentar, de sair à noite. E já estão com medo de sair de dia, é um absurdo. Isso é horrível. Antigamente, eu abria a loja no verão até às 20h30min. Esse ano, decidi não fazer isso. Estou fechando 19h30min, pois minhas funcionárias levam duas horas pra chegar em casa. Elas vão chegar 22h,

e também têm problemas de insegurança. Isso impacta absurdamente nos negócios. Eu poderia estar faturando mais, as pessoas perguntam por que não abro até mais tarde. Não é que eu não queira: eu simplesmente não posso. Sou responsável pela chegada dos meus funcionários em casa. Aí tu deixas de movimentar, deixas de faturar e de gerar impostos. As pessoas todas estão se ressentindo. Para nós, pagadores de impostos, a única coisa que o Estado deveria garantir é a segurança, e não está fazendo esse papel. Então, tem a questão do clima, da segurança e a questão da crise. Entre esses três, a crise é o que menos impacta. Porque houve uma mudança: um pouco a crise afetou, mas aquele cara que gastava R$ 150 hoje gasta R$ 100, o que gastava R$ 100 gasta R$ 50. Existe um movimento nessas camadas, mas não chega a ser tão impactante quanto essas outras variáveis. Que planos futuros você tem para a Oficina do Açaí ou para outros negócios? A gente tem que trabalhar na expansão da marca. Eu acho que esse é um dos futuros. Talvez não muito no formato de franquia, mas em um formato de sociedade. Mas expandir a marca. Algumas coisas estão sendo feitas para favorecer esse trabalho, pegando outros modelos. Talvez lojas não tão grandes, lojas menores. Pegando modelos de lojas quiosque. Pode ser uma expectativa. Tem algumas ações sendo feitas e já em fase de finalização para que seja possível. A gente tem que aproveitar esses momentos de crise para trabalhar e fazer a nossa parte. E dá pra trabalhar. Não só a mente, como botar no papel e fazer os planos necessários. Se manter em movimento. A gente tem que acordar todo dia acreditando que vai ser um baita dia, que eu vou ser feliz nesse dia e era isso.

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OPINIÃO

O MARTÍRIO DO EMPRESÁRIO - OU COMO SER O BOBO DA CORTE!

H

á dias, escrevi um artigo chamado "O martírio do empreendedor - custo de abrir e fechar empresas". Sou obrigado a repetir parte do título, até porque o "martírio do empresário" aumentou ainda mais. Somos a cidade e o estado do NÃO! Assim, com letras garrafais. Aqui, tudo deixa de ser feito, tudo é dificultado pelo NÃO! Chegou a hora de dizer "basta" ao NÃO! É hora de gritar SIM - que SIM, é possível. Mesmo que se diga, "desde que..." Mas que a frase não seja NÃO, que comece pelo menos com SIM (vírgula), pois daí sentiremos que pode começar a mudar. O UBER é legal. Só é necessário alguém iniciar e fazer uma lei que se adeque aos interesses da municipalidade. Jamais poderia ser dito que NÃO é legal. Porque é legal. Diz isto um dos maiores constitucionalistas lidos no país, J.J. Canotilho. Fala-se tanto em "food trucks", mas a incompetência reinante na Câmara e a falta de ações do nosso Executivo deixam o pessoal com os cabelos em pé, com as contas a pagar, com o terror no cangote. Proíbe-se o que existe em qualquer ponto civilizado do mundo. Cassam-se alvarás porque alguém acha que deve, atropelando a Lei. Outros barracos, verdadeiros inferninhos continuam a zombar do povo, mas ou a Prefeitura não peita e fecha, ou o Judiciário acha que pode. Vivemos o pior dos mundos para o empresário que queira fazer a coisa certa. O Estado parou com a lei contra incêndios. PPCIs não saem. É o máximo da humilhação ver alguém que é engenheiro, arquiteto, técnico em segurança ser humilhado, ter seu PPCI negado por alguém que sabe enfrentar o fogo como ninguém mas não é Deus para negar o que um técnico assina colocando seu registro profissional, afiançando que o projeto é legal. Sempre combatemos as irregularidades e ilicitudes, mas somos quase uma voz no deserto porque isto as autoridades não querem ver, a cidade tomada de camelôs e ladrões. Vender bebida e cigarro para menores é crime. Mas querer proibir divulgação de bebidas e de cigarros é defender por vias transversas a pirataria, o contrabando e a falsificação. Os parlamentos viraram as costas à real economia. Só se dobram para os grandes, para os banqueiros, porque para os pequenos não têm olhos e nem ouvidos. Segmentos do Judiciário pensam mais na verba de moradia e agora na verba de educação, enquanto o comerciante rala no balcão. Não tem hora para começar nem para terminar sua labuta. O segmento de alimentação fora o lar é um dos mais penalizados. Contra este segmento existe o maior número de leis em vigor e outros tantos projetos absurdos rolando. As entidades em geral também ou viraram chapa branca, apoiando este ou aquele governo, ou viraram "indignados". Indignação também não resolve. O que resolve é a ação. É preciso adentar as instâncias governamentais e legislativos. É preciso pisar as escadas de mármore das Cortes. É preciso deixar o medo de lado. É na crise, nas dificuldades, contra a mesmice, que se pode fazer a diferença, com ousadia, determinação e persistência. Temos que persistir na luta contra a burocracia, contra o excesso de leis, contra os desmandos dos poderes. Sua entidade, sua instituição pode fazer a diferença. Depende de nossa participação.

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ADELI SELL foi vereador, é acadêmico de Direito, escritor e consultor.


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