Gazeta Russa

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QUARTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO DE 2012

O melhor da

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PRODUZIDO POR RUSSIA BEYOND THE HEADLINES

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Urbanismo de guerrilha

Rosneft e BP

Ativistas não esperam governo para mudar a cara de Moscou e transformá-la em lugar mais agradável

Rússia torna-se maior petrolífera do mundo

P. 4

P. 3 REUTERS/VOSTOCK-PHOTO

Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Mainichi Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais

NOTAS

Expectativas recíprocas

ITAR-TASS

FBI libera arquivos sobre filha de Stálin

Stálin, Alliluieva e Beria (da esq. para dir.)

O FBI, a polícia federal norte-americana, liberou arquivos referentes à filha do líder soviético Iussef Stálin para a agência de notícias Associated Press, mediante solicitação com base na lei da liberdade de informação. O FBI recolhia dados sobre Svetlana Alliluieva, que mudou seu nome para Lana Peters após desertar, para compreender como sua chegada aos EUA afetava as relações internacionais da época. Os arquivos contêm memorandos e reportagens do final dos anos 1960. RIA Nóvosti

G-20 terá 33 delegações AFP/EASTNEWS

A cúpula do G-20 que ocorrerá nos dias 5 e 6 de setembro de 2013 em São Petersburgo estará sob presidência da Rússia e contará com delegações de 33 países. “Queremos mostrar que o G-20 não é um clube fechado. Agimos com base nos interesses da economia global”, declarou o chefe do Gabinete da Presidência, Serguêi Ivanov.

O presidente russo Vladímir Pútin cumprimenta a brasileira Dilma Rousseff em encontro durante a reunião do G-20 em Los Cabos, México, em junho O encontro, na próxima sexta-feira (14), do presidente Vladímir Pútin com Dilma Roussef, em sua primeira visita oficial à Rússia, renova as expectativas de os dois países aprofundarem relações. De

acordo com os copresidentes do Conselho Empresarial bilateral que irá se reunir durante a visita, espera-se, além da ampliação da pauta de exportações, um aumento do diálogo e conhecimento entre os países.

“Nossas economias são complementares, então há um fluxo permanente e continuado de produtos”, explica o exministro e copresidente do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, Marcus Vinicius Pratini

de Moraes. “Não queremos só ficar no café, açúcar, carnes, fertilizantes e produtos metálicos.” Para Moraes, faltam regras mais claras para a importação da carne brasileira, que teve

produtos de três estados embargados pela Rússia. “Mas precisamos também investir na Rússia: em logística, marketing e distribuição.”

Vassíli Krilov

LEIA MAIS NA P.3

Kit do “Fim do Mundo” Carne Empresas brasileiras não exportam desde junho

Um kit com os dizeres “Para o Fim do Mundo” apareceu à venda em lojas da cidade siberiana de Tomsk. O conjunto inclui medicamentos, ficha de identificação, pacotinho de trigo sarraceno, lata de peixe em conserva, garrafinha de vodca, bloco de notas, lápis, duas velas, caixa de fósforos, corda e sabonete.

Terceiro setor Usaid fechou as portas na Rússia

ONGs combaterão lei sobre “agentes estrangeiros”

Exigência russa é que Brasil crie sistema estatal de controle para impedir exportação de carne com ractopamina ao país. VÍKTOR KUZMIN ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Após nova rodada de negociações, o Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) anunciou não descartar a hipótese de levantar o embargo às importações de carne bovina brasileira dos estados de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. Mas a palavra final sobre

o assunto só será dada após a Rússia analisar todos os documentos apresentados pelos brasileiros e os países chegarem a um acordo sistematizando o acesso do produto dos três estados ao mercado russo, de acordo com de cla r aç ão de S e r g uê i Dankvert, diretor do Rosselkhoznadzor, durante uma reunião com o embaixador brasileiro na Rússia, Carlos Antônio da Rocha Paranhos. As restrições a 85 empresas brasileiras foram impostas em 15 de junho de 2011 devido a uma violação das normas veterinárias e sani-

tárias da Rússia e da União Aduaneira Rússia-Bielorrússia-Cazaquistão. A inda assim, os produtos brasileiros mantêm a liderança no mercado russo. “A Alemanha e outros exportadores europeus de carne não podem competir com os países latino-americanos”, explica o diretor-executivo da União Nacional de Processadores de Carne da Rússia, Vassíli Proschenkov. “Comprar carne do Brasil é muito mais rentável, apesar das grandes distâncias. O país oferece melhores condiCONTINUA NA PÁGINA 3

POLÍTICA E SOCIEDADE

IÚLIA PONOMARIOVA ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

NASA

Entraram em vigor em meados de novembro as novas emendas na legislação obrigando ONGs (organizações não governamentais) que recebem financiamento estrangeiro e estejam engajadas em “qualquer atividade política” a se registrarem como “agentes estrangeiros”, um sinônimo para espião na Rússia. A lei também endurece o controle sobre as organizações, expondo-as a inspeções e auditorias frequentes, que agora poderão ser solicitadas até por cidadãos russos. “As pessoas devem saber quem faz política na Rússia usando dinheiro do exterior”, afirma a chefe do Comitê Anticorrupção e Segurança na Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), Irina Iarovaia, do partido governista Rússia Unida. “A legislação russa proíbe que partidos políticos recebam financiamento estrangeiro. A norma sobre as ONGs corresponde ao princípio da lei sobre os partidos políticos e reforça as garantias contra ile-

galidades nessa esfera”, completa. Parlamentares preveem que a lei possa ser aplicada a cerca de mil organizações sem fins lucrativos, entre as 220 mil ONGs que operam na Rússia. Apesar das multas elevadas, que podem chegar a 500 mil rublos (US$ 15.773), sentenças de até quatro anos de prisão e da possível interrupção das operações por até seis meses em caso de desrespeito aos novos regulamentos, muitas ONGs afirmaram que não irão se registrar como “agentes estrangeiros” junto ao Ministério da Justiça. Oleg Orlov, membro do conselho da organização de direitos humanos Memorial, acredita que a lei irá manchar a reputação de organizações sem fins lucrativos. “Não CONTINUA NA PÁGINA 2

Fedotov (centro): “As autoridades poderão multar ou suspender as atividades de uma organização, mas não irão fazê-lo, pois não estão loucas”.

Mulheres no espaço Gênero ainda é empecilho para cosmonautas russas PÁGINA 2

RECEITA

LORI/LEGION MEDIA

Fim de embargo pode estar próximo

NESTA EDIÇÃO

Emenda na legislação entrou em vigor em meados de novembro. Organizações poderão enfrentar multas de US$ 15 mil e prisão.

ITAR-TASS

REUTERS/VOSTOCK-PHOTO

No total, 85 frigoríficos do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul sofrem restrições

Voz da Rússia

Caranguejo à moda Juliana, versátil e tradicional PÁGINA 4


Política e Sociedade

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ENTREVISTA SERGUÊI VASSÍLIEV RAIO-X IDADE: 55 ANOS CARGO: VICE-PRESIDENTE DO VNESHEKONOMBANK

ITAR-TASS

As relações pessoais estimulam as ações nos negócios PRESIDENTE DO CONSELHO EMPRESARIAL BRASIL-RÚSSIA FALA SOBRE RELAÇÕES BILATERAIS E A VISITA DE DILMA ROUSSEFF À RÚSSIA ALEKSANDR KRASNOV VOZ DA RÚSSIA

Com a primeira visita oficial da presidente Dilma Rousseff à Rússia marcada para o próximo dia 14, os países passam a repensar suas relações bilaterais no âmbito econômico. Ex-vice-ministro da Economia da Rússia (19951997) e atual copresidente do Conselho Empresarial Rússia-Brasil, Serguêi Vassíliev, que é também vice-presidente do maior banco de investimentos do país, o Vneshekonombank, fala sobre as perspectivas na área. Como o sr. descreveria as relações entre os dois países? O que esperar da viagem da presidente Dilma à Rússia? Os dois países têm relações políticas calorosas. Devo dizer que a criação do Brics contribuiu muito para isso. As relações econômicas, a princípio, são bastante próximas, mas sempre se espera algo mais. O comércio tem sido bem-sucedido. Já a cooperação, na minha opinião, tem se desenvolvido de forma pouco intensa.

O Vnesheconombank vem há tempos cooperando, ou pelo menos negociando, com o BNDES. O banco russo chegou até a adotar o modelo brasileiro. Como o sr. avalia essa cooperação? Nossa relação é muito próxima, trabalhamos juntos em uma série de organizações internacionais e em questões de desenvolvimento. Mas, por enquanto, não possuímos projetos de investimento em conjunto, nem na Rússia, nem no Brasil. Por quê? Porque projetos que atendam tanto aos bancos russos quanto aos brasileiros simplesmente não existem. N a sua opinião, o q ue é preciso para tais projetos? É preciso empresários com iniciativa. Porque, por exemplo, todos os projetos de recursos naturais de empresas russas no Brasil dispensam o fi nanciamento de bancos de desenvolvimento. Entre 2011 e 2012 o mercado brasileiro começou a receber grandes empresas russas. A

Gazprom inaugurou um escritório no Rio de Janeiro e a TNK-BP fez seus primeiros investimentos. Trata-se de uma tendência? Sim, já existem três projetos bastante grandes. Mas, novamente, é um interesse relativo à área de recursos naturais. Nós, os bancos de investimento, estamos mais interessados na indústria de transformação, desenvolvimento tecnológico e inovação. Por enquanto, tudo cam i n ha de for m a le nt a. Existem ideias e projetos, mas nenhum chegou a ser colocado em prática. O sr. poderia explicar a razão disso? Posso citar, por exemplo, uma ideia antiga de se construir uma fábrica de fertilizantes no Mato Grosso do Sul, se não me engano. Essa negociação vem se estendendo por três anos e, por ora, não vejo nenhum progresso. O que falta para sua realização efetiva? Acredito que faltem investimentos. Mas talvez também existam problemas políticos,

já que isso tudo está ligado às cotas de importação do gás boliviano, que chega ao Brasil justamente por aquela região. O volume de negócios entre os Brics em geral aumentou no último ano, enquanto Rússia e Brasil têm demonstrado uma dinâmica inversa. Por quê? Isso está relacionado a uma certa unilateralidade. A Rússia, por exemplo, possui programas próprios de desenvolvimento da pecuária, o que tem consequências negativas para a importação de carne. Já o Brasil tenta desenvolver sua própria produção de fertilizantes, substituindo as importações. Em contrapartida, hoje o fornecimento de grãos russos para o Brasil está sendo negociado. Em que pé se encontra essa negociação? No ano que vem já deveremos ter os primeiros resultados desse projeto. Podemos considerar que pecuária e fertilizantes já esgotaram seu potencial de cres-

Doutor em Economia pelo Instituto Financeiro-Econômico de Leningrado (hoje, São Petersburgo), Serguêi Vassíliev foi chefe do Centro de Trabalhos de Reforma Econômica, administrado pelo governo russo, de 1991 a 1994. Nesse ano, tornou-se vice-ministro da Economia da Federação Russa, cargo que ocupou até 1997. Foi também presidente do Centro Internacional de Pesquisa Social-Econômica “Leontiévski”. Hoje, é membro do conselho diretor da corporação estatal “Banco de Desenvolvimento e Relações Econômicas Estrangeiras” (Vneshekonombank), cargo que ocupa desde 2007.

cimento? Acredito que sim. Justamente porque tanto o Brasil quanto a Rússia têm adotado políticas de substituição de importações. O sr. acha que podemos esperar algo mais com a visita da presidente Dilma? Para dizer a verdade, eu espero que haja uma evolução na área financeira. Durante os últimos encontros discutiu-se o desenvolvimento de transações em moedas nacionais. Não descarto que possamos avançar fortemente na área – de maneira puramente técnica, não só com declarações políticas, mas com decisões concretas sobre como isso será feito na prática. Caso o projeto vá para frente, levará a um forte aumento de negócios bilaterais? As transações em moedas nacionais são mais um caminho para estimular os investimentos. Se as empresas russas, por exemplo, acumularem o real brasileiro, elas ganharão um estímulo para investir esse dinheiro no Brasil. Essa é a lógica. As transações em moedas nacionais são, na verdade, um sinal de maturidade das relações bilaterais.

Emenda sobre ONGs relembra a Guerra Fria e espionagem CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

vamos nos rotular dessa maneira. Conhecendo a realidade russa, posso dizer que as autoridades e os responsáveis pela aplicação da lei vão nos evitar se formos rotulados como agentes estrangeiros”, diz. Orlov acrescenta que isso poderá dificultar o acesso dos defensores dos direitos humanos a presídios, delegacias e instalações militares. As novas regras foram apresentadas durante a mais recente reunião do presidente Vladímir Pútin com o Conselho Presidencial sobre Direitos Humanos, em 12 de novembro. Segundo Pútin, “tudo o que não está ligado à política deve ser excluído da lei”; o presidente também reiterou que “a influência estrangeira sobre a política interna não deve ser permitida”. O chefe do Conselho Presidencial sobre Direitos Humanos, Mikhail Fedotov, sugeriu a revisão da lei durante a reunião.“Ou não será aplicada na prática antes de ser reformulada ou as primeiras tentativas de aplicá-la vão causar um grande escândalo político e problemas legais – a lei vai entrar em conflito com o resto da legislação, incluindo a Constituição e o Código Civil”, disse Fedotov. “Se as autoridades querem multar uma organização ou

suspender sua atividade, elas podem fazê-lo. Mas não farão isso, pois não estão loucas.”

Agente = espião? De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro Levada em setembro, 62% dos russos têm uma impressão negativa sobre o termo “agente estrangeiro” – 39% o definiram como “um agente do serviço secreto de outro Estado ou um espião agindo disfarçado” e 22% disseram que agente estrangeiro seria um “inimigo secreto atuando na Rússia guiado pelos interesses de outros países”. Outro problema para algumas ONGs será a perda das doações que recebiam de organizações governamentais norte-americanas, especialmente da Usaid, que recentemente fechou as portas na Rússia. A pressão do governo sobre as organizações pode ser uma reação aos protestos contra supostas fraudes nas eleições parlamentares e presidenciais na Rússia durante o último inverno. “As ONGs ajudam a restringir a ilegalidade no país, por exemplo, relatando essas fraudes eleitorais”, afirma Dmítri Orechkin, analista político independente e ex-membro do Conselho Presidencial sobre Direitos Humanos, que abandonou o grupo após a corrida eleitoral.

Como os russos veem os agentes

Na sua opinião, o que mais falta para fomentar as relações entre Brasil e Rússia? Acredito que haja uma falta de comunicação pessoal. As relações interpessoais também estimulam, em certo grau, as relações de negócios. Nós, como conselho de negócios, apresentamos a iniciativa de realizar a semana da cultura russa no Brasil e da cultura brasileira na Rússia, com o simples intuito de aproximar as culturas dos dois países. Acredito que, apesar de não ser um método direto, será bastante eficiente para estimular a cooperação econômica.

Espaço Primeira seleção de mulheres cosmonautas foi aberta em 2012, 43 anos depois de último grupo feminino ser dispensado

Voos ainda são dominados por homens Apesar de agência espacial russa ter selecionado algumas mulheres, até fora da Terra elas enfrentam barreiras na vida profissional. ANDRÊI KISLIAKOV ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

O recente concurso da agência espacial russa Roscosmos selecionou algumas mulheres para participar em seus projetos futuros. O número exato, porém, será mantido em segredo até o momento da apresentação pública das aprovadas. Ainda assim, a profissão continua a ser predominantemente masculina. Se em outros países as mulheres conquistam cada vez mais o espaço, a tendência ainda não se consolidou na Rússia. Atualmente, há uma única mulher na equipe da Roscosmos, Elena Serova, que participa do grupo desde 2006 – mas ainda não foi designada para nenhum voo.

Meio século feminino A história da equipe feminina de cosmonautas russas já tem 50 anos. Em 1962, foram

selecionadas cinco mulheres entre mil pretendentes ao posto: a engenheira Irina Soloviova, a matemática Valentina Ponomariova, a tecelã Valentina Terechkova, a professora Janna Erkina e a secretária Tatiana Kuznietsova. Em junho de 1963, na plataforma de lançamento, duas delas apareceram em

Esterilidade e osteoporose acometeriam mais mulheres que homens no espaço trajes espaciais: a primeira mulher a ir ao espaço, Valentina Terechkova, e Irina Soloviova. Mas quando Irina colocou o capacete, a cápsula hermética rompeu-se na região do pescoço, e foi preciso substitui-lo rapidamente pelo equipamento de Ponomariova. Se o capacete rompido tivesse sido o de Terechkova, então não haveria como trocá-lo devido à diferença de al-

Limitações

Existe saúde após o espaço? Resultados de pesquisas sobre a influência do espaço na saúde das mulheres estão longe de ser otimistas. Alguns pontos do último relatório da agência espacial norte-americana Nasa, são: - O nível de radiação em voos em órbitas terrestres baixas e no espaço aberto é tão grande que prejudica a possibilidade de gravidez posterior; - As condições no espaço podem levar à ausência de ovulação e à redução do nível de estrogênio, além de aumento na perda de cálcio dos ossos, levando à osteoporose (mais acentuada em mulheres); - Na falta da gravidade, o estancamento do sangue no interior dos órgãos da bacia pode aumentar o risco de endometriose, doença hormonal dos órgãos sexuais femininos. A agência chega a recomendar a coleta de óvulos e espermatozóides antes do voo espacial.

Quais mulheres poderão ser cosmonautas na Rússia Em 2012, a Roscosmos abriu, pela primeira vez, inscrições para um concurso que irá selecionar cosmonautas

Critério antropométrico Estatura em pé: 150-190 cm

Critério Geral Largura máxima do ombro: 52 cm

• Cidadania russa • Idade inferior a 33 anos • Ensino superior • Experiência de, pelo menos, 5 anos de

trabalho e não menos que 3 anos na mesma empresa Largura máxima do quadril sentada: 41 cm

Distância máxima do ângulo axilar: 45 cm

Tamanho máximo do pé: 29.5 cm

Peso: 50-90kg

tura, e a primeira mulher do mundo a ir ao espaço teria sido Irina Sovoliova. Aparentemente, o voo triunfal de Terechkova não mudou a mentalidade de que

as mulheres não foram feitas para a carreira espacial. No outono de 1969, o último grupo feminino foi dispensado “por impossibilidade de utilização”.Depois da elimi-

Estatura sentada: 80-99 cm

nação do recrutamento feminino, restou apenas Terechkova no Centro de Preparação de Cosmonautas. Ela ficou na equipe até 1997, em condição meramente formal.

Rotislav Beleda, chefe do setor de patologia sexual do Hospital de Ciências e Pesquisas da Aviação e especialista em cosmonáutica, acredita que os voos espaciais afetam negativamente todas as funções vitais do organismo feminino e, sobretudo, aquelas relacionadas à esfera reprodutiva. Nenhuma das astronautas norte-americanas engravidou depois dos voos espaciais. Os homens também apresentaram problemas reprodutivos, como impotência, após missões de longa duração. Outra estatística oficial norte-americana relatou disfunções sexuais em 63% dos homens e em 80% das mulheres astronautas. A continuidade da espécie em órbita, segundo a sociedade científica internacional, também está fora de questão. A tripulação da Estação Espacial Internacional realizou experimentos com codornas japonesas nascidas no espaço. Pouco tempo depois, todos os filhotes morreram – alguns a bordo e os demais durante a aterrissagem.


EM PARCERIA COM

Economia e Mercado

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Petróleo Acordo firmado entre a gigante estatal Rosneft e britânica BP muda a cara da indústria petrolífera na Rússia

Rosneft, maior produtora do mundo Dmítri Medvedev EX-PRESIDENTE E ATUAL PRIMEIRO-MINISTRO DA RÚSSIA

BP passa a ser maior acionista individual da Rosneft, atrás apenas do Estado Com a compra da TNK-BP, a Rosneft torna-se a maior produtora de petroleo do mundo a Rosneft precisava do conhecimento técnico e administrativo da BP, uma vez que o petróleo está se esgotando na Rússia. “Acreditamos que a BP poderia desempenhar um papel na gestão operacional e fi nanceira, além de aplicar o conhecimento da TNK-BP na Rosneft”, diz o analista de petróleo e gás da UralSib, Aleksêi Kokin. A Rússia é atualmente o maior exportador de petróleo do mundo, mas suas reservas, que foram em grande parte descobertas na época soviética, atingiram seu pico, e a produção está começando a cair na maioria delas. Somado a isso, o governo planeja leiloar suas últimas três grandes jazidas de petróleo não exploradas

ITAR-TASS

"

A aquisição da empresa TNK-BP, na totalidade ou em parte, pela Rosneft é mais exceção que regra. Não acho correto aumentar a participação do Estado em empresas tão bem-sucedidas quanto a TNK-BP"

até o início do ano que vem. “Se realizarmos os leilões da jazida Imilor, no Distrito Autônomo de Khanti-Mansiisk, da reserva Severo -Rogojn ikovskoie, na região de Chpilman, e da Lodotchnoie, na Sibéria oriental, em 2012, vamos acabar com a base de reservas petrolíferas descobertas no período soviético”, diz Ígor Plesovskikh, chefe da Agência Federal para Utilização do Subsolo, acrescentando que duas dessas três jazidas devem ser vendidas em dezembro.

Escassez do petróleo É quase certo que ainda existem grandes jazidas de petróleo nos territórios russos não explorados do Ártico e da Sibéria oriental.

Mas essas reservas são de difícil acesso. De acordo com Plesovskikh, a Rússia precisaria investir US$ 15,6 bilhões por ano em exploração geológica para manter os níveis atuais de produção. No momento, contudo, o país dispende apenas US$ 5,8 bilhões, e nenhuma reserva será descoberta em curto e médio prazo, segundo a Agência Federal de Recursos Minerais. Assim, espera-se que a Rosneft se apoie no novo parceiro, que tem experiência em condições difíceis, para ajudar com o trabalho de prospecção. Pelo acordo, a Rosneft pagará por 50% da empresa britânica na TNK-BP US$ 17,1 bilhões em dinheiro mais ações que representam 12,84%. Por sua

Grãos Volume da colheita triplicou de 2004 a 2011

Cultivo de soja começa a mostrar resultados Commodity russa tem preços competitivos no mercado internacional. Rússia europeia e Extremo Oriente são principais produtores.

ferior, a soja russa alcançou preços competitivos no mercado internacional, e o país tornou-se exportador da ração feita à base do grão em meados da década de 2000.

IVAN RUBANOV REVISTA EXPERT

Demanda e cultivo

A soja chegou bastante tarde à Rússia, mas seu cultivo deslanchou rapidamente. Nos últimos anos, os negócios ligados à plantação de soja cresceram no país, assim como as oportunidades para os investidores. Segundo o Comitê Interagencial de Projeções Agrícolas, a demanda pelos grãos russos deve crescer mais de 20% na próxima década e acabará superando as vendas de trigo. Embora atualmente os consumidores russos vejam a soja como um substituto barato para a proteína animal, leite, queijo e carne feitos à base do grão são elementos básicos da culinária em muitos países asiáticos. Ainda assim, de 80% a 85% da soja processada na indústria de alimentos é usada na ração animal. Durante a era soviética, o Extremo Oriente russo contava com pequenas plantações do grão e o cultivo local quase desapareceu na década de 1990. Mas, com a expansão da criação de animais no país, surgiu a necessidade de aumentar a produção de alimentos. Apesar da qualidade in-

“A rentabilidade do cultivo de soja na Rússia depende muito do preço nos mercados internacionais, mas ela é normalmente mais cara que ou-

tros grãos ou oleaginosas. Em 2011 e 2012, a margem de lucro do cultivo de soja no Distrito Federal Central [localizado na porção europeia da Rússia] foi 30% maior que a de girassol”, afirma Irina Kugutchina, pesquisadora do Instituto para Estudos de Mercado Agrícola. O cultivo da soja cresce aceleradamente desde 2004, e até 2011 o volume da colheita havia triplicado no país.

O Extremo Oriente russo é o principal produtor de soja do país. A região de Amur responde sozinha por cerca de metade da colheita nacional. A maioria dos grãos passa por processamento primário local, em duas indústrias de óleos e gor du r a s – e m Bl a g o veshchensk e Irkutsk. Essa região também fornece parte da soja bruta e ração de soja para a Rússia europeia. Mas, com a construção de uma fábrica de extração de óleo no enclave russo de Kaliningrado, próxima a um porto no Mar Báltico, a transnacional Sodrugestvo ganhou uma grande vantagem logística em relação a outras empresas russas. A fábrica tem capacidade de processamento de até 1 milhão de toneladas de grãos anualmente, e atende a cerca de 75% da demanda do mercado na Rússia europeia.

Unidades de processamento de soja na Rússia

NÚMEROS

4,5 milhões 17,1 bilhões

2 assentos

barris de petróleo diários será a produção da Rosneft após aquisição da BP

dos 9 existentes no conselho da Rosneft serão ocupados pela BP

será a quantia paga em dinheiro pela Rosneft, além de ações

vez, a BP vai adquirir uma participação de 5,66% na Rosneft por US$ 4,8 bilhões do Estado russo, aumentando sua participação na empresa russa para 19,75%. A Rosneft teve que buscar ajuda externa no final de novembro para levantar os US$ 500 milhões em “eurobonds” e, assim, fi nanciar parcialmente o negócio. Segundo declarações da BP, a empresa espera US$ 12,3 bilhões de receita líquida nos acordos, além de dois dos nove assentos no conselho administrativo da Rosneft. A BP e a Rosneft trabalham juntas desde 1998 na exploração da costa da ilha de Sakhalin e cada uma detém 50% na joint venture Ruhr Oel GMBH, responsável por 530 mil barris de refino por dia na Alemanha.

Embargo com os dias contados CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

ções e tem um apoio estatal ao setor mu ito ma ior”, afirma. Durante reunião com Enio Antônio Marques Pereira, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricu ltu ra, Pecuá r ia e Abastecimento do Brasil, o diretor-geral da vigilância veterinária da Rússia, Evguêni Nepoklonov, manifestou preocupação com o uso extensivo na pecuária brasileira de agentes melhoradores de desempenho como a ractopamina. Segundo Nepoklonov, se os agentes forem detectados na carne importada do Brasil, Moscou poderá proibir toda e qualquer importação de carne brasileira. A ractopamina atua na otimização da produção de tecidos musculares e aumento do crescimento. Seu uso é proibido nos países da União Aduaneira e na Europa. O Rosselkhoznadzor pediu ao serviço veterinário do Brasil, ainda em agosto, que criasse um sistema de controle interno garantindo que a carne com ractopamina não chegasse ao mercado dos países da União Aduaneira. O órgão salientou que, se a substância fosse detectada na carne proveniente do Brasil, as despesas com a destruição do estoque seriam dos importadores russos. “O Brasil deve ter um sistema de monitoramento que possa garantir, por meio de

© VITALY ANKOV_RIA NOVOSTI

ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Em outubro, a gigante britânica do petróleo BP trocou seus parceiros na Rússia, antes a TNK, pela estatal Rosneft. A transação, avaliada em US$ 60 bilhões, cria a maior petrolífera do mundo e transforma o setor de petróleo na Rússia. A Rosneft comprou os 50% da BP na TNK-BP em um acordo de capital mais participação que faz da empresa britânica a maior acionista individual da Rosneft depois do governo russo. Paralelamente, a Rosneft adquiriu também, por US$ 28 bilhões, as ações da TNK-BP pertencentes à AAR, dos bilionários Mikhail Fridman, Leonard Blavatnik, Víktor Vekselberg e Guêrman Khan. Com o acordo, a Rosneft bate um recorde na produção de petróleo no país, respondendo por cerca de 4,5 milhões de barris por dia – uma quantidade maior que a Exxon Mobil ou a Shell e que corresponde a quase metade da produção diária total da Rússia, de cerca de 10 milhões de barris. As mudanças são as mais significativas da indústria do petróleo r ussa desde a dissolução da Yukos entre 2004 e 2007, até então a maior petrolífera privada do país. A maioria dos ativos da Yukos acabaram assimilados pela Rosneft após uma série de leilões. Apesar do significativo aumento do papel do Estado na área, analistas acolheram favoravelmente o acordo. “De um modo geral,

FRASE

REUTERS/VOSTOCK-PHOTO

BEN ARIS

a negociação não está de acordo com nossa tendência de reduzir a participação estatal”, declarou o presidente Vladímir Pútin. No entanto, ele acrescentou que a presença dos representantes da BP no conselho de diretores da Rosneft vai dar transparência à empresa russa. O acordo traz benefícios a ambas as partes: a BP queria acesso às reservas de petróleo da Rússia, enquanto

AFP/EASTNEWS

Acordo é bem-vindo mesmo indo contra tendência de reduzir participação do Estado, já que país precisa de know-how na prospecção.

Substância proibida na carne brasileira motivou restrições

“Produção nacional está em fase inicial, quase embrionária. Dependemos muito das importações” documentos, que o produto enviado à Rússia preenche os requisitos vigentes na Rússia e na União Aduaneira”, disse Nepoklonovo. Para o país, a declaração brasileira de que o fabricante anexa um certificado veterinário de que não foi feito uso de ractopamina não pode substituir a vigilância ativa por parte do Serviço Veterinário do Brasil. Como a substância é utilizada nos EUA, Canadá, México e Austrália, o Rosselkhoznadzor também está controlando a carne originária desses países. Ao que tudo indica, Mos-

cou utilizará o embargo às importações de carne brasileira como último recurso para que o Brasil cumpra as exigências. Enquanto o fechamento desse mercado ao produto brasileiro significaria um aumento excessivo na oferta de carne do Brasil, a Rússia também sofreria com a escassez de carne e uma alta de preços no mercado de alimentos. “A produção nacional de carne está em fase inicial, para não dizer em estado embrionário. Dependemos muito das i m p o r t a ç õ e s ”, d i z Proschenkov. Além disso, segundo ele, ninguém sabe realmente se a substância é mesmo nociva. “A Europa proibiu [a ractopamina] devido a seus problemas econômicos e políticos, e para apoiar suas indústrias”, afirma.

FOLHA DE S.PAULO, BRASIL • THE DAILY TELEGRAPH, REINO UNIDO • THE WASHINGTON POST, ESTADOS UNIDOS • THE NEW YORK TIMES, ESTADOS UNIDOS • THE WALL STREET JOURNAL, ESTADOS UNIDOS • LE FIGARO, FRANÇA • SÜDDEUTSCHE ZEITUNG, ALEMANHA • EL PAÍS, ESPANHA • LA REPUBBLICA, ITÁLIA • LE SOIR, BÉLGICA • EUROPEAN VOICE, UNIÃO EUROPEIA • DUMA, BULGÁRIA • GEOPOLITICA, SÉRVIA • POLITIKA, SÉRVIA • ELEUTHEROS TYPOS, GRÉCIA • ECONOMIC TIMES, ÍNDIA • NAVBHARAT TIMES, ÍNDIA • MAINICHI SHIMBUN, JAPÃO • CHINA BUSINESS NEWS, CHINA • SOUTH CHINA MORNING POST, CHINA (HONG KONG) • LA NACIÓN, ARGENTINA • EL OBSERVADOR, URUGUAI • TODAY, CINGAPURA • JOONGANG ILBO, COREIA DO SUL • UNITED DAILY NEWS , TAIWAN • THE SYDNEY MORNING HERALD, THE AGE, AUSTRÁLIA. E-MAIL BR@RBTH.RU. MAIS INFORMAÇÕES EM HTTP://GAZETARUSSA.COM.BR/QUEMSOMOS A FOLHA DE S.PAULO É PUBLICADA PELA EMPRESA FOLHA DA MANHÃ S.A., ALAMEDA BARÃO DE LIMEIRA, 425, SÃO PAULO-SP, BRASIL, TEL: 55 11 3224 3222 O SUPLEMENTO “GAZETA RUSSA” É DISTRIBUÍDO NAS ÁREAS METROPOLITANAS DE SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO E BRASÍLIA, COM CIRCULAÇÃO DE 128.469 EXEMPLARES (IVC MARÇO 2012 – MÉDIA MENSAL)


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Coletivo Mistura de arte, voluntariado e protesto, grupo intervém na infraestrutura da cidade

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Grupo instala balanços nos pontos de ônibus e pinta faixas de pedestres para tornar espaço público mais agradável

Parte de uma onda global de movimentos do gênero, o 'Partizaning' dá prioridade à funcionalidade em relação à estética. VLADÍMIR ERKÓVICH ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

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Ígor Ponossov GRAFITEIRO E MENTOR DO 'PARTIZANING'

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Pintar uma faixa de pedestres por conta própria, colocar bancos nas praças e espaços verdes urbanos, criar um ambiente confortável para os moradores de rua e fazer um mapa das rotas de bicicleta da cidade sem esperar pelo poder público. Essas são algumas das atividades praticadas pelo "Partizaning", um movimento de urbanismo de guerrilha criado na Rússia. A ideia é intervir na infraestrutura urbana para tornar o ambiente mais atraente, funcional e agradável sem esperar pela atuação de governos e prefeituras. A área de ação desses guerrilheiros inclui faixas de pedestres, sinalização de trânsito, ciclovias, calçadas,

praças e parques, entre outros. Tudo começou quando o designer freelancer Anton "Make" criou um mapa de rotas de bicicleta em Moscou, acreditando que a capital russa estava muito atrás das cidades europeias em termos de infraestrutura para o ciclismo. Assim, surgiu um mapa em papel e, mais tarde, eletrônico. As atividades de Anton despertaram interesse da mídia. Como resultado, sua iniciativa começou a ganhar popularidade. Make é um dos mentores do projeto, juntamente com o grafiteiro com bacharelado em economia Ígor Ponossov, 32. Hoje, diversos outros membros do "Partizaning" podem ser vistos vestindo-se como operários para demarcar faixas de pedestres ou colocando placas de sinalização de trânsito feitas por conta própria. Mas nem todas as suas iniciativas têm final feliz. Não raro, os bancos são quebra-

"

Queremos mostrar às pessoas que elas podem alterar o lugar onde vivem por conta própria, sem esperar que o poder local comece a agir"

Ações do grupo já se espalham por outras cidades como São Petersburgo e Novosibirsk

dos ou roubados e as placas de sinalização removidas. Porém, nem tudo é perdido. Uma das faixas de pedestres pintadas pelo "Partizaning" em uma rua de Moscou, por exemplo, recebeu atenção especial da prefeitura, que enviou uma equipe para apagá-la, pintar outra no mesmo local dentro das normas técnicas exigidas e instalar o respectivo sinal de trânsito. "Queremos mostrar às pessoas que elas podem alterar o lugar onde vivem por conta própria, sem esperar que o poder local comece a agir", diz Ponossov. De tempos em tempos, o coletivo realiza pesquisas de opinião pública para descobrir o que falta em um quarteirão ou em um bairro. Para tanto, além de utilizarem a internet, distribuem caixas de sugestões pelas ruas de Moscou. Nem tudo pode ser posto em prática, já que os ativistas fazem o trabalho por conta própria, com dinheiro de doações. No site do movi-

mento (www.partizaning. org), Ponossov e Make postam relatórios sobre as iniciativas realizadas, compartilham suas experiências e mostram experiências semelhantes realizadas em outros países. "Na Europa, existe algo semelhante, chamado de urbanismo tático. A diferença entre essas duas tendências é que nós utilizamos a arte urbana como cenário, enquanto, na Europa, a arte urbana é um protagonista. Lá, o urbanismo tático é praticado por designers, artistas, arquitetos etc., que dão prioridade à visualização. Para nós, o elemento fundamental é a funcionalidade. Por isso as ações deles são mais bonitas e mais limpas, enquanto nossas iniciativas são bastante marginais", conta Ponossov. Muitas das atividades praticadas pelo "Partizaning" podem ser qualificadas como contravenção penal. Pintar uma faixa de pedestres por iniciativa própria, por exemplo, pode render multa de até 1.500 rublos (cerca de US$ 50).

BUSINESS FORUM BRASILRUSSIA

15 DE DEZEMBRO, SÁB., 11H, TUCCA-OSESP, SÃO PAULO

14 DE DEZEMBRO, THE RITZCARLTON, MOSCOU - RÚSSIA

Projeto da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer, a obra "O soldadinho de chumbo" traz trechos de O Lago dos Cisnes e O Quebra-Nozes.

Em sua segunda edição, o fórum tem como objetivo a discussão de temas que levem ao fortalecimento da parceria estratégica bilateral. É necessário confirmar presença por e-mail.

Maior exibição de agricultura e criação animal da Rússia, a Agrofarm recebeu 278 expositores em 2012 e deve crescer em 2013. Entre os visitantes, estão fazendeiros, agrocientistas e gerentes de grandes empresas agrícolas.

www.tucca.org.br

secom.moscou@itamaraty.gov.br

› www.agrofarm.org

GAZETA RUSSA ON-LINE

AGROFARM RUSSIA 2013 DE 5 A 7 DE FEVEREIRO, VVC, MOSCOU - RÚSSIA

www.gazetarussa.com.br

ABERTURA DO CICLO SHOSTAKOVITCH 6, 7 E 8 DE MARÇO DE 2013, (QUI. E SEX. ÀS 21H, SÁB. ÀS 16H30), SALA SÃO PAULO, SÃO PAULO

Ingredientes: • 500 g de carne de caranguejo fresca; • 1 maço de cebolinha bem picada; • 1 chalota ou cebola picada; • 125 ml de vinho branco seco; • 200 g de ervilhas congeladas; • 5 g de raspas de limão; • 30 ml de suco de limão; • 60 g de coentro picado; • 200 ml de molho bechamel (molho branco); • 200 ml de sour cream ou coalhada fresca; • 30 ml de manteiga; • 150 gramas de queijo gruyère (ou semelhante) ralado; • Sal e pimenta a gosto.

O urbanismo de guerrilha já ultrapassou os limites de Moscou, estendendo-se a São Petersburgo, Novosibirsk e outras cidades, onde intervenções semelhantes às do "Partinizing" já foram registradas. O movimento não tem uma estrutura rígida, por isso se desenvolve de maneira espontânea. A crença de que o urbanismo de guerrilha não pode ter influência maior sobre a vida na cidade não impede que os "guerrilheiros" continuem pintando faixas para os pedestres e coloquem novos bancos no lugar dos roubados ou quebrados. A ssi m, eles prova m o contrário.

CONFIRA MAIS

INTERPLASTICA 2013 DE 29 DE JANEIRO A 1 DE FEVEREIRO, EXPOCENTR, MOSCOU - RÚSSIA

Sob regência de Marin Alsop, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo traz a Sinfonia n°7 em Dó Maior, Op.60 - Leningrado, de Dmítri Shotakovitch.

A feira reúne ótimas oportunidades de negócios para organizações no ramo do plástico e da borracha. O evento trará maquinário e plantas de processamento, máquinas de soldagem e equipamento periférico.

www.osesp.art.br

› www.interplastica.de

enorme porção de carne fresca de caranguejo do Kamtchatka. Forcei-me a pensar num clássico da culinária russa e foi então que me deparei com uma solução maravilhosa, mesclando um elemento tradicional dos jantares festivos na Rússia com ideias modernas sobre como servir caranguejo: à moda Juliana. Esse prato é feito com legumes (geralmente cogumelos) ou com carne, levemente refogados em sour cream e gratinados com um creme saboroso e queijo. É normalmente servido em pequenos recipientes de alumínio ou cerâmica individuais. Esta receita versátil pode incluir praticamente qualquer coisa: de peixes defumados e carnes curadas a cogumelos, aspargos e outras verduras.

ALAMY/LEGION MEDIA

Novas fronteiras

CALENDÁRIO CULTURA E NEGÓCIOS TCHAIKOVSKY NO TUCCA - APRENDIZ DE MAESTRO

VLADIMIR KANTOR

'Partizaning', o urbanismo de guerrilha

Meu belo marido russo se dá muito bem durante os inúmeros feriados entre o Ano Novo e o Dia dos Defensores da Pátria (23 de fevereiro). É quando recebe uma infinidade de presentes, entre os mais cotados, conhaque e uísque, assim como chocolate russo nos mais inacreditáveis formatos – o destaque é um conjunto de pôquer completo com a roleta inteira, fichas, pacotes de cartas e notas de euro, tudo feito de chocolate. Ultimamente, contudo, surgiu uma nova tendência: as pessoas estão começando a presentear com carnes e peixes. Refiro-me à famosa carne de Kobe, peixes defumados e outras iguarias. Foi então que meu marido, com ar de caçador, trouxe para casa uma

Modo de preparo: 1. Unte seis recipientes individuais ou uma assadeira rasa com manteiga. 2. Derreta 15 ml de manteiga em uma panela em fogo médio. Adicione um terço da quantidade mencionada de cebolinha e toda a chalota (ou cebola). Refogue até que comecem a amolecer e soltar água (2 a 3 minutos). 3. Junte a carne de caranguejo e refogue por mais dois minutos. Adicione o suco de limão, as raspas e mexa delicadamente por 1 a 2 minutos.

Retire do fogo e reserve. 4. Pré-aqueça o forno a 220˚C. 5. Retorne a panela com a mistura de caranguejo ao fogo baixo. Quando estiver quente, aumente um pouco a intensidade do fogão e, em seguida, acrescente o sour cream (ou coalhada fresca), metade do molho bechamel, o vinho, as ervilhas, e o restante da cebolinha. Mexa delicadamente para misturar todos os ingredientes e deixe cozinhar por mais 2 a 3 minutos. Experimente antes de colocar sal e pimenta. 6. Divida a mistura de caranguejo uniformemente entre os recipientes e cubra cada um deles com o restante do molho bechamel. Na sequência, coloque um pouco de queijo ralado e pimenta do reino. A partir daí, você pode reservar os recipientes antes de levá-los ao forno para gratinar. Lembre-se que é importante que a mistura esteja em temperatura ambiente antes de ir ao forno. Se for demorar para levá-los ao forno, porém, e esse intervalo tomar mais de uma hora, será necessário colocá-los na geladeira. 7. Coloque os recipientes no forno por 15 minutos até que a parte superior doure e o interior esteja borbulhando. Decore com coentro fresco e sirva imediatamente. Priátnogo Appetita!

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