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Os sertões de Tchekhov
No topo da telefonia barata
Novela de autor russo ganha tempero brasileiro em montagem no subsolo do Centro Cultural São Paulo
Rússia tem telefonia celular mais barata da Europa, enquanto o Brasil, a mais cara do mundo, segundo ranking da ONU
DIVULGAÇÃO
QUARTA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO DE 2013
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Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais
Bilateral Ministro russo visita Brasil e abre novas possibilidades para caças de quinta geração no país
NOTAS
Defesa russa visita o Brasil
Objetos “espiões” chineses barrados
© RIA NOVOSTI
Reunião com ministro da Defesa da Rússia em Brasília fortalece cooperação técnicomilitar e define prazos para compra de sistemas de segurança russos. IVAN KARTACHOV GAZETA RUSSA
Em visita ao Brasil em outubro, o ministro da Defesa russo, Serguêi Choigu, reuniu-se com seu homólogo brasileiro, o diplomata Celso Amorim. Além dos laços políticos já estabelecidos em encontros anteriores e no âmbito do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), os países focaram nas perspectivas de cooperação técnico-militar. Às vésperas da chegada do ministro da Defesa russo, já se falava na imprensa sobre a assinatura de um contrato no valor de R$ 2 bilhões para a compra do sistema de defesa antiaérea Pantsir-S1 pelo Brasil. O acordo também prevê a transferência de tecnologia. “A Rússia, cujos principais parceiros no mercado de armas eram China e Índia, está revendo suas prioridades, atribuindo maior importância à América Latina. E o Brasil, país tecnologicamente desenvolvido, com sua própria indústria aeroespacial, não tem interesse em comprar sim-
Vesti.ru
Voluntários protegem mulheres em 26 cidades
REUTERS
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Um lote de objetos “espiões” foi barrado na alfândega do aeroporto internacional de São Petersburgo, onde funcionários perceberam que as características descritas nos documentos d ifer iam do peso real das embalagens. Ao verificar o material, foi constada a presença de chips embutidos para distribuir spams e vírus de computador. “Nenhum administrador de sistemas conseguiria identificar esses ataque porque eles são realizados dentro da empresa, e não por meio da internet”, explicou Gleb Pavlov, diretor-técnico de uma companhia de despacho aduaneiro russa. Acredita-se que 30 tipos de eletrodomésticos, telefones e câmeras de vídeo para automóveis do primeiro lote já tenham sido enviados a varejistas de São Petersburgo, podendo alcançar outras regiões do país.
Ministro da Defesa brasileiro Celso Amorim (esq.) e seu homólogo russo Serguêi Choigu (dir.) durante encontro em Brasília em outubro
Cadeias femininas Ativista entra em greve de fome contra situação
Economia Países atraem investimentos
Pussy Riot põe prisões em evidência
Brics mantêm relevância
ç ão d a s cond içõ e s d a s detentas.
Em Ivânovo
PHOTOSHOT/VOSTOCK-PHOTO
Brasileira do Greenpeace também está detida na Rússia, em prisão descrita como insalubre por outro membro da organização. MARINA OBRAZKOVA, LIUDMILA NAZDRATCHIOVA GAZETA RUSSA
No final de setembro, Nadejda Tolokônnikova, uma das componentes da banda punk Pussy Riot, presa depois de um concerto dentro da principal catedral do país, escre-
veu uma carta aberta denunciando casos de maus-tratos às detentas e ameaças de morte por parte da diretoria do presídio – e declarou greve de fome. Os diretores refutaram as acusações, alegando que a situação das detentas na prisão, situada na Mordóvia “não difere da de colônias penais em outras regiões do país”. Ainda assim, o Conselho de Direitos Humanos junto à presidência russa exigiu uma averigua-
Depois de cumprir pena, detentas raramente reincidem, diz diretor de centro de sociabilização
Na Rússia, há hoje cerca de 58 mil mulheres encarceradas. Para entender essa realidade, a Gazeta Russa visitou um presídio feminino na unidade federativa de Ivânovo, cerca de 300 km a nordeste de Moscou, semelhante ao local onde Tolokônnikova está presa. Perto de uma muralha alta de aço, três enormes pastores-alemães latem ferozmente para uma fila de detentas. As mulheres param sem dizer uma só palavra. Uma cerca separa a área das celas de uma oficina de costura onde as presidiárias trabalham. “Abram as maletas”, grita uma agente penitenciária. As detentas obedecem e abrem suas maletas e sacos de plástico, mostrando um par de sapatos para o uso no interior do presídio e um uniforme de trabalho. A guarda rev i s t a c ad a u m a de l a s, procedimento padrão ao entrar e sair da oficina. “A medida visa impedir que as detentas levem da oficina coisas que possam ser usadas como arma em brigas. As mulheres costumam ser mais violentas que os homens”, diz a guarda. Nos quartos, panos molhados estão pendurados por diversos fios esticados. O piso de madeira rangendo de um longo corredor está cheio de bacias com roupas molhadas. “Tirem essa porcaria sem CONTINUA NA PÁGINA 2
Em uma iniciativa inédita, a comunidade “Irmão por Irmã” oferece proteção e acompanhamento a mulheres até suas casas em 26 cidades russas. Inseguras, muitas dessas jovens moradoras de grandes cidades carregam sprays de pimenta na bolsa para evitar ataques de estupradores. O grupo de proteção foi fundado há um ano em São Petersburgo pelo empresário Denis Chôtikov, 29 anos. Morando em um bairro afastado, onde mantinha um clube de equitação com amigos, ele teve a ideia ao observar a insegurança das alunas. “Grande parte de nossos alunos eram garotas. Resolvemos começar a acompanhá-las até suas casas e percebemos tudo o que as mulheres enfrentam nas ruas da cidade. Foi assim que nasceu a ideia de criar uma comunidade para ajudá-las”, conta Chotikov. Natália Radúlova, Ogoniók
Especialistas mostram otimismo com grupo, sobretudo pelo crescimento do consumo interno devido ao aumento da população. VÍKTOR KUZMIN ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA
Contrariando as previsões do economista norte-americano Nouriel Roubini, que profetizou um futuro decadente para os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), especialistas afirmam que o esgotamento do grupo como força motriz da economia global está longe de ser atingido. Até recentemente, o Brics registrava crescimento econômico mais rápido que o do grupo das sete maiores economias mundiais, o G7. Hoje, no entanto, a desaceleração econômica que afeta os países ricos e os emergentes também toca os Brics. O otimismo dos especialistas em relação ao futuro do Brics tem como base alguns pilares, dos quais o principal é o crescimento do consumo interno nos países do grupo devido ao aumento da população e do número de milionários, assim como mudanças no perfil de consumo. “Os países do Brics se tornaram grandes mercados de escoamento com crescente
potencial para startups bem-sucedidas na indústria de tecnologia da informação, multinacionais dos EUA e da Europa Ocidental”, disse à Gazeta Russa o membro da Academia Russa de Economia, Emil Martirosian. O segundo fator é a transformação e modernização da indústria para a circulação mais rápida de bens e serviços, seguido da participação ativa do Estado na elaboração de uma política econômica e, por isso, o aumento de investimentos públicos na economia sob as mais diversas formas. Já o último motivo de otimismo é o almejado fim da recessão de dois anos da União Europeia e a aceleração econômica dos EUA.
Vocalista do Scorpions canta para paciente russo Paciente com câncer incurável em um hospital de Moscou, Aleksêi Anítchkin, 29 anos, teve uma surpresa: fã da banda de rock Scorpions, ele recebeu um telefonema de Klaus Meine, o vocalista do grupo, que fez uma apresentação exclusiva de “Holiday”, um de seus clássicos. O paciente tentou cantar junto com o ídolo, mas não conseguiu. “Aleksêi tem câncer em estado avançado, não consegue se levantar e tem dificuldades respiratórias”, explica um informe do Fundo Lida Moniava. O sonho foi realizado graças ao chefe de programas infantis do fundo, que teve um post com o pedido a Meine compartilhado por mais de 5 mil pessoas nas redes sociais em menos de 24 horas. Newsru.com
Ranking interno A China deverá manter a liderança econômica entre os Brics em termos de crescimento do PIB, com aumento previsto de 7,4% para 2014 – de acordo com estimativas do Instituto Skôlkovo, da Rússia– a 8,2%, na conta do FMI (Fundo Monetário Internacional). O segundo lugar do ranking deve se r o c upado pe l a
20 de novembro
Próxima edição
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Política e Sociedade
GAZETA RUSSA WWW.GAZETARUSSA.COM.BR
Pesquisa Para analistas, falta tradição política por inexistência de partidos na era soviética
Dois terços dos russos não se interessam por política
educação mais elevados e mor ador e s de g r a nde s cidades. “Como resultado, muitos russos têm a sensação de que a política é para os ricos e que as pessoas comuns não têm nada a esperar dela porque esse assunto não tem a ver com seus interesses nem problemas”, acrescenta Brizgalov.
Falta de tradição De acordo com Saveliev, a maioria dos russos simplesmente não entende o que a competição política é nem por que ela é necessária. “Nunca tivemos tradições de luta política no país, nem na Rússia antiga nem na União Soviética havia partidos políticos”, explica Saveliev. Para Brizgalov, no entanto, apesar de essa opinião ter sido reforçada nos últimos 20 anos, os anos 1990 foram marcados por um grande interesse da população pela política. “Desde então, porém, as pessoas se sentem afastadas do governo do país, considerando que todas as questões políticas são resolvidas por um círculo muito estreito e que nada depende de sua opinião nem de seus votos nas eleições. Portanto, tudo o que está associado à política é visto pela popu lação como elemento decorativo, e a política passa a interessar somente àqueles que nela estão diretamente envolv idos”, d i z Brizgalov.
Reviravolta ITAR-TASS
Alguns especialistas apontam possibilidade de mudança em indicadores com demonstrações iniciadas em 2011
Uma das principais causas pela falta de interesse por política, segundo estudo, é desconfiança no governo.
O sentimento político entre os russos
DÁRIA LIUBÍNSKAIA ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA
Uma pesquisa realizada em agosto deste ano mostra que 66% dos russos não querem saber de política. Realizada pelo Centro Levada, o estudo revela que 34% dos entrevistados declaram ser “indiferentes” à política, enquanto 29% disseram não ter “interesse em processos políticos”. Especialistas acreditam que isso ocorra porque a maior parte da população está focada em seus problemas cotidianos e desconfia do governo. “A maioria dos russos está tentando sobreviver. Portanto, eles estão mais preocupados com o problema da pobreza, da alta dos preços dos serviços públicos e dos alimentos e com seus baixos salários”, diz o sociólogo Oleg Saveliev, do Centro Levada. “Quando as
pessoas estão satisfeitas com a vida e abastecidas do necessário, elas começam a se preocupar com ecologia, política e valores democráticos.” De acordo com Stepan Lvov, diretor do departamento de pesquisas sociais e políticas do Centro Nacional de Pesquisas de Opinião Pública (VTsIOM, na sigla em russo), a desconfiança no governo é sentida nos mais diversos domínios, do eco-
“Muitos russos têm a sensação de que política é para os ricos e que o cidadão comum nada tem a esperar dela, que não trata de seus interesses e problemas”
nômico ao cultural, e provoca o desinteresse pela política. As pessoas que, apesar de tudo, se interessam pela política apresentam algumas caraterísticas comuns: são consideradas “classe média urbana”, como explica o pesquisador do Instituto de Sociologia da Academia de Ciências da Rússia, Leônti Brizgalov. Essa categoria inclui pessoas com renda e nível de
Prisões femininas entram na ordem do dia
A atitude dos russos para com a política, porém, não é uma constante. Para Lvov, do VTsIOM, o posicionamento do cidadão russo quanto à política pode sofrer uma reviravolta. “I s so pode acont e ce r quando elas tomarem conhecimento de que irregularidades incompatíveis com suas noções de moralidade ou da ordem pública estão acontecendo”, diz ele. Mesmo assim, especialistas apontam uma tendência positiva observada nos últimos 18 meses, com aumento do interesse devido a acontecimentos nacionais. “Eu diria que o interesse da população pela política começou a crescer após os acontecimentos na Praça Bolôtnaia”, afi rma. O local foi palco dos maiores protestos desde a era soviética, após alegações de fraudes nas eleições parlamentares em dezembro de 2011. “A sociedade começou a se aquecer. Além disso, a nova geração quer ser ouvida e não está interessada na estagnação. As pessoas começam a desejar mudanças e a influenciar a situação no país”, garante Brizgalov.
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higiene daqui! Querem passar algum tempo na solitária?”, grita outra funcionária da equipe de segurança. As moças se mexem rapidamente para organizar o espaço, e a sensação é a de se estar em um alojamento coletivo fem i n i no da era soviética. Pelo regulamento, todas as detentas devem trabalhar na oficina de costura. Mas um grupo de ciganas se mantém à parte, apenas cortando os fios pendurados de peças prontas. A diretoria não lhes confia máquinas de costura. Quase todas as ciganas estão cumprindo penas por tráfico de drogas e, nos últimos anos, o seu número vem crescendo. Com saias azuis abaixo do joelho, jaquetas largas e lenços brancos, as presidiárias parecem todas iguais. Apenas Alina, 20 anos, destaca-se de outras detentas que enchem a oficina de costura. Seu cabelos “dreadlocks” escapando do lenço, além dos piercings no nariz e na sobrancelha, são uma recordação de sua vida em liberdade, quando frequentava discotecas e shows de rock. “Nunca pensei que pudesse estar um dia aqui, entre criminosas. É um pesadelo”, diz Alina. “Mas o pior é que na prisão o pessoal se divide em grupos. Você tem que ter coragem para se defender. Esses grupos colaboram com a diretoria da colônia para ter mais facilidades em controlar as demais detentas.” Alina estudou química e
vendia drogas leves enquanto cursava a faculdade. Foi condenada a três anos de cadeia e teve sua vida completamente alterada após chegar à prisão. “Vivia tensa nos seis primeiros meses. Agora consegui mais ou menos controlar minha situação”, diz.
Sem reincidência Diretor do mais antigo centro de sociabilização de presos da Rússia, Aleksandr Egorov afirma que as mulheres quase nunca voltam a cometer crimes após a prisão. “Raramente somos abordados por mulheres reincidentes. Na maioria das vezes, são criminosas de longa data com as quais é impossível trabalhar, embora o governo pretenda criar um centro especial para elas”, diz Egorov. Por outro lado, a presidente da Fundação Inter-Regional de Assistência a Reclusos, Maria Kannabikh, confirma a existência de problemas nas colônias penais femininas russas. “Tolokônnikova tem razão em dizer que o sistema penitenciário russo deve ser aperfeiçoado para se tornar mais humano. Mas, infelizmente, temos muitas colônias penais com problemas. Em muitas delas, os detentos trabalham mais de oito horas por dia”, diz. “Eles trabalham de 10 a 11 horas por dia, recebendo salários iguais aos dos funcionários contratados. Alguns deles me disseram receberem sete mil rublos [cerca de R$ 480] por mês, como os funcionários da cantina”, acrescenta Kannabikh.
Brasileira permanece detida no país A bióloga e ativista gaúcha Ana Paula Alminhana está presa no Centro de Detenção Provisória Nº 1 de Murmansk, no norte da Rússia, há mais de um mês com outros membros do Greenpeace que protestavam no Ártico. “Estou em uma cela fedorenta, sozinha, completamente isolada dos outros prisioneiros”, informa por carta Faiza Aulahsen, outra ativista do Greenpeace. “Temos uma hora para passear. Esse é o momento mais importante do meu dia. É quando podemos respirar um pouco: caminhar por um cômodo escuro de concreto de cinco m2, do qual é
possível, com alguma sorte, ver o céu através das rachaduras do teto podre.” As autoridades russas afirmam que as condições de detenção dos ativistas do Greenpeace estão em conformidade com a legislação do país. Segundo elas, as celas comportam de uma a quatro pessoas e têm entre 12 e 23 m2. Todos os membros do Greenpeace presos também dispõem do equipamento necessário para dormir e fazer as refeições, de objetos para higiene pessoal e cada um deles ocupa uma acomodação individual para dormir.
Brasil e Rússia fortalecem cooperação plesmente ‘máquinas acabadas’”, explica o especialista em assuntos militares Dmítri Litóvkin. A expectativa é que, dentro de um ou dois meses, especialistas militares brasileiros viajem à Rússia para iniciar a fase final das negociações. O documento que irá formalizar o acordo deverá ser assinado, segundo projeção do Ministério da Defesa brasileiro, em meados de 2014. Para a visita de outubro, também havia sido divulgado um possível acordo para fornecimento de sistemas de mísseis antiaéreos portáteis russos Igla-S, que acabou não acontecendo.
“Primeiro passo” Amorim declarou que a aquisição de sistemas de defesa antiaérea e de helicópteros MI-35 (das 12 aeronaves compradas, 9 já estão na Força
Aérea Brasileira) é o primeiro passo rumo a projetos mais ambiciosos. Apelidados de “tanques voadores”, os helicópteros valem R$ 50 milhões a unidade. Os ministros da Defesa discutiram também a questão da formação e treino conjunto de oficiais em academias militares dos dois países, incluindo a possibilidade de troca de experiências entre os militares das tropas aerotransportadas da Rússia e do Exército brasileiro. “Discutimos questões de intercâmbio entre militares dos dois países, inclusive com o ensino da língua portuguesa e do russo para poder aumentar realmente essa cooperação”, disse o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim. Nesse contexto, Choigu propôs o intercâmbio de informações referentes à segurança em grandes eventos como as Olimpíadas e a Copa,
O caça que o Brasil poderá adquirir
que ambos os países irão hospedar nos próximos anos.
Outros planos conjuntos
NIKOLAY KOROLEV
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O projeto FX-2, que prevê reequipar e modernizar a Força Aérea Brasileira, também foi tema de discussão. Amorim ressaltou que a licitação para a compra de caças está na reta final e, por isso, não é mais possível a inserção de novos participantes. No entanto, o ministro brasileiro demonstrou disposição para desenvolver conjuntamente o avião militar de quinta geração T-50 (projeto PAK FA). “Existe um processo em andamento que nós esperamos finalizar em breve. Mas estamos muito interessados em discutir projetos a respeito de aviões de quinta geração com nossos parceiros”, disse Amorim. Especialistas, porém, ainda se mostram céticos quanto ao sucesso na transferência de tecnologia.
“Há dúvidas sobre o êxito desse processo. Algumas coisas fogem da vontade das partes, já que é preciso ter uma comunidade de engenheiros, uma comunidade de acadêmicos, uma comunidade de pesquisadores dos dois países que conversem uma com
Parceria poderia ser feita por meio de criação conjunta de aeronave ou leasing do caça T50 a outra, para que eles tenham condições de compartilhar o aprendizado”, diz Antônio Jorge Ramalho, professor de relações internacionais da Un B ( Un ive r s id ade de Brasília). Para Choigu, há duas opções de cooperação nessa área. A primeira é a criação conjunta de uma aeronave de nova geração a partir de pro-
jetos russos. A segunda é convidar engenheiros brasileiros a participar dos trabalhos já iniciados. Nesse caso, poderia se tratar de uma transferência sob leasing do T50. Caça de quinta geração, o T50 supera em alguns parâmetros o F22 norte-americano. Muitas das tecnologias utilizadas na aeronave foram testadas e estão sendo usadas no Su35, rejeitado pelo Brasil no âmbito do programa FX2 – a licitação para compra de 36 caças no valor de R$ 8 bilhões. Também foi proposta uma parceria para o desenvolvimento de aeronaves de ataque e treinamento com base nos Yak-130, além da criação de grupos de trabalho para questões de segurança cibernética e espacial. As partes abordaram ainda a hipótese de criação conjunta de satélites e de um programa à parte para a indústria espacial brasileira.
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Economia e Negócios
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Legislação Medida aprovada este ano irá regular compartilhamento de arquivos on-line
Deputados aprovam lei antipirataria Norma permite que detentores de direitos autorais solicitem conteúdo protegido em sites de compartilhamento.
Como os russos consomem filmes, jogos, músicas, livros e programas piratas on-line
ILIÁ DACHKÓVSKI ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA
Problema antigo A necessidade de proteger os direitos de propriedade intelectual já foi reconhecida há muito tempo na Rússia. Os grandes prejuízos gerados aos detentores de direitos autorais em virtude de downloads ilegais não podem ser calculados com precisão, mas a estimativa é de que internautas russos instalem o equivalente a US$ 3 bilhões
em softwares falsificados anualmente. Já a indústria cinematográfica norte-americana estima que os prejuízos com a pirataria na Rússia somem US$ 250 milhões desde o início do ano.
Satisfação moderada Apesar dos números, poucos cidadãos estão satisfeitos com a solução apresentada pelo governo russo, que protege grandes gravadoras e produtoras cinematográficas, mas não as empresas de software. Mais de 100 mil assinaturas foram coletadas contra a lei. Mesmo assim, a medida entrou rapidamente em vigor. O s s i t e s K i n o z a l .t v e Opensharing.org foram obrigados a suspender o compartilhamento ilegal de seriados como “Game of Thrones” ainda em agosto. Um grupo relativamente satisfeito com a medida foi o das grandes editoras. “Quando disponibilizado [ilegalmente] na internet, um best-
-seller tem sua venda em papel reduzida em 40% a 80%”, explica o chefe de inovação na Central de Análises do governo russo, Iúri Ammosov. “Ao contrário das afirmações de quem apoia a pirataria, suas atividades não podem ser vistas como publicidade para livros de papel ou e-books legais – afinal, um livro é raramente lido pela segunda vez.” Mas editoras e escritores alegam que a nova lei não está acelerando os processos judiciais nesse caso, ao con-
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Em 1° de agosto, entrou em vigor na Rússia uma nova lei antipirataria, que já foi apelidada de “Sopa russa”, em alusão ao projeto norte-americano “Stop Online Piracy” (em português, “Parem a pirataria on-line”) Segundo a nova norma, detentores de direitos autorais poderão solicitar que um site de compartilhamento de arquivos ou torrents bloqueie determinado conteúdo protegido – e podem até entrar com processo judicial por violação de propriedade intelectual, caso os proprietários de sites e provedores não impeçam o acesso em 24 horas contadas a partir de seu pedido. Como aconteceu com o projeto de lei norte-americano, a nova lei russa provocou protestos entre os internautas no dia em que entrou em vigor. Muitos acreditam que os criadores de conteúdo deveriam ser gratos pelo material disponibilizado, ainda que ilegalmente, já que seus detentores são grandes empresas que extorquem os artistas e impedem que grande parte da população tenha acesso a filmes e músicas.
Ainda mais austeridade vem aí... Como se a primeira legislação antipirataria não fosse suficientemente controversa, o Parlamento da Rússia apresentou no dia 17 de setembro um novo projeto de lei para ampliá-la. A nova lei permitirá que sites que contenham qualquer conteúdo suspeito de violação
e shows, sem antes entrar em contato com quem publicou os arquivos ou sem decisão formal da Justiça. O novo projeto de lei propõe exigir que os detentores de direitos autorais entrem em contato com os uploaders de conteúdo suspeito antes de solicitar que o site seja colocado em uma “lista negra”.
de direitos autorais sejam bloqueados e está causando grande reação do público. A lei que entrou em vigor em 1˚ de agosto permite que os detentores de direitos autorais incluam em uma “lista negra” sites acusados de hospedar ilegalmente música, filmes
trário do que acontece com filmes e música. “Tradução é propriedade intelectual de verdade. Quem lê um original de Shakespeare e sua respectiva tradução sabe que a tradução é uma obra independente de arte. Mas são raros os casos em que se protege os direitos desse tipo de propriedade intelectual”, diz Anna Lomteva, relações-públicas da empresa de tradução TransLink Emendas à lei já estão tramitando na Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento russo). Entretanto, o vice-chefe do departamento de Segurança da Informação na Lanit Network Integration, Aleksandr Khegai, duvida que as mudanças irão afetar os direitos dos criadores de software. “O projeto de lei está diretamente ligado a empresas envolvidas na produção ou distribuição de conteúdo multimídia. Terá um grande significado se nós, como um integrador de sistemas, pu-
dermos nos beneficiar dele”, diz Khegai. Outros países também vêm promovendo leis antipirataria para combater o download ilegal de livros, filmes e música, mas o fi m do compartilhamento ilegal gerou, de fato, um efeito inesperado. De acordo com um estudo realizado pela Escola de Administração de Munique e pela Escola de Negócios de Copenhagen, após o encerramento do site de compartilhamento de arquivos Megaupload, somente os grandes blockbusters notaram um aume nt o n a s r e c e it a s de bilheteria. Na maioria dos casos, a venda de ingressos permaneceu igual ao período em que o site ainda estava em funcionamento. No caso dos filmes independentes, a receita de bilheteria diminuiu ainda mais. Ao que parece, para esses filmes, os downloads ilegais funcionavam mesmo como um tipo de publicidade que levava os espectadores às telonas.
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Índia, que, de acordo com economistas do FMI, deverá crescer 6,23% no ano que vem. Para analistas do Instituto Skôlkovo, entretanto, o crescimento do país será de apenas 4,5% . Brasil e Rússia disputam o terceiro lugar. Para o economista-chefe do banco britânico Coutts & Co, Mark McFarland, a vantagem ficará com a Rússia. “A economia do país irá crescer a uma taxa de 3% em 2014, quase duas vezes superior à atual, devido ao reforço do consumo interno e ao aumento das exportações líquidas de hidrocarbonetos”, explica. Mais otimista, o FMI avalia em 3,7% o crescimento econômico da Rússia em 2014. “A taxa de crescimento russa dobrará devido ao aumento do consumo interno.
A exportação de fontes de energia atingiu um platô, razão pela qual os gastos públicos estão sendo contidos e as despesas de investimentos continuam pequenas”, diz o analista do Instituto de Pesquisa de Mercados E m e r g e nt e s Skôl kovo, William Wilson.
vas do Instituto Skôlkovo. Segundo o instituto, o crescimento da economia brasileira será condicionado ao aumento das despesas de investimento, enquanto as exportações do país se manterão estáveis devido à baixa demanda por parte da China.
Em 2014, Brasil e Rússia disputarão terceiro lugar de crescimento do PIB entre os Brics
Ainda há espaço para aumento de trocas comerciais dentro do grupo, lideradas pela China
De acordo com McFarland, os gastos com infraestrutura no Brasil são fator determinante, junto com o au me nto do con su mo interno. Para ele, a economia brasileira crescerá apenas 2,4% em 2014, número que aumenta para 2,5% nas estimati-
As previsões de crescimento do FMI para Brasil e África do Sul são, respectivamente, de 3,5% e 3,3%.
a Rússia atingirá uma inflação de 5,5%, o Brasil, de 6%, e a Índia, de 8,9%, segundo McFarland. “A vantagem da China sobre seus parceiros do Brics é que a baixa inflação prevista para 2014 permitirá que o Banco Central e o governo do país apliquem, se for preciso, um amplo leque de medidas para o estímulo monetário e fiscal, sem temer inflacionar os preços”, afi rma. Um crescimento do intercâmbio comercial dentro do Brics também é esperado. Durante sete meses em 2013, as trocas comerciais da Rússia com os países do Brics caíram 0,6%, para US$ 58 bilhões. No entanto, o declínio deve ser compensado por um crescimento mais rápido até o final deste ano. “Em 2014, o intercâmbio comercial deve crescer de
Taxa de inflação A China também deverá ter a menor taxa de inflação entre os Brics em 2014, não superior a 2,9%, enquanto
ITAR-TASS
Especialistas veem Brics com otimismo
Fim da recessão europeia e aceleração econômica dos EUA justificam posicionamento
1% a 2%”, diz o analista da consu ltor ia I nvestkafe, Timur Nigmatúllin.
Trocas comerciais Os países do Brics somam 12,5% da balança comercial externa russa. Sozinha, a China tem participação de 10,5% do faturamento total do comércio exterior do país. “Com baixo custo de mão
de obra, os bens de consumo produzidos na China continuarão no topo. Já a Rússia tem exportado recursos naturais como petróleo, gás e madeira para os parceiros do Brics, enquanto a Índia é conhecida pela comercialização de serviços. O Brasil é um fornecedor mundial de minério de ferro e produtos agrícolas”, diz o
analista do Instituto de Pesquisa de Mercados Emergentes Skôlkovo, Christopher Hartwell. No final de 2013, a Rússia verá seu PIB aumentar entre 1,5% e 1,8%. A China e a Índia terão uma taxa de crescimento maior, mas abaixo do registrado anteriormente. O Brasil seguirá quase sem crescer.
Telecom Rússia ficou em primeiro lugar entre Brics em ranking da ONU de desenvolvimento em tecnologia e comunicações
País tem telefonia celular mais barata da Europa MARINA DARMAROS GAZETA RUSSA
Um estudo da agência da ONU para telecomunicações lançado em outubro revelou que a Rússia é o país que tem a telefonia celular mais barata da Europa – empatado com Dinamarca, Finlândia e Macedônia – e uma
das mais baratas do mundo. Em contrapartida, as tarifas brasileiras são as mais caras do globo, de acordo com o mesmo relatório da ITU (na sigla em inglês, União Internacional de Telecomunicações), intitulado “Medindo a Sociedade da Informação-2013”. Entre os países do Brics, a Rússia ficou atrás da China e da Índia no custo das ligações celulares. A tarifa por minuto entre telefones de operadoras di-
ferentes no horário de pico, de acordo com o relatório, é de US$ 0,02 n a Í nd i a, US$ 0,04 na China, US$ 0,09 na Rússia, US$ 0,40 na África do Sul e US$ 0,74 no Brasil. No país, o cálculo utilizou as tarifas médias de São Paulo. De acordo com as estimativas do ITU, haverá 6,8 bilhões de assinaturas de telefonia celular até o final de 2013, quase o mesmo número de habitantes do planeta.
Desenvolvimento
LORI/LEGION MEDIA
Estudo da ONU revela que Brasil tem as tarifas mais caras do mundo. Preço do minuto no país é mais de oito vezes superior ao russo.
O estudo mapeou 161 países em diversas subcategorias e, a partir desses resultados, foi elaborado um ranking do desenvolvimento em tecnologia e comunicações. Entre os 11 indicadores combinados, constavam telefonia fixa e celular, banda de internet por usuário, porcentagem de lares que possuíam computador com acesso à internet, quantidade de indivíduos com acesso à internet, familiarização com a
rede mundial de computadores etc. A Coreia do Sul liderou o ranking, seguida pelos países nórdicos: Suécia, Islândia, Dinamarca, Finlândia e Noruega. Enquanto a Europa liderou quase dois terços do top 30, os Brics deixaram a desejar. A Rússia ficou no topo do ranking do grupo, na 40° posição mundial, o Brasil, em 62°, a China, em 78°, a África do Sul, em 84°, e a Índia, em 121°.
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Teatro Novela de gênio russo ganha tempero brasileiro em montagem da mundana companhia no subsolo do Centro Cultural São Paulo DIVULGAÇÃO (2)
Os “sertões de Tchekhov” em cartaz em SP SÉRGIO MADURO ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA
O espetáculo começa com uma luta entre o amor e o enjoo do amor, o tédio. Depois, vários embates se sucedem na peça “O Duelo”, com direção de Georgette Fadel, que estreou em meados de outubro no Centro Cultural São Paulo e ficará em cartaz até dezembro. Adaptação teatral da novela homônima de Anton Tchekhov (1860-1904), a montagem da mundana companhia (o nome do grupo é grafado com minúsculas) foi produzida pelos atores Camila Pitanga e Aury Porto.
Logo na primeira cena de “O Duelo”, Ivan Laiévski (Porto) confessa a um amigo estar entediado da amante, Nadejda Fiódorovna (Pitanga), com a qual ele se retirou da civilização para viver no exílio bucólico do Cáucaso. Laiévski recebe a notícia da morte do marido que a com-
Projeto da peça sempre teve forte aproximação com as questões brasileiras panheira abandonou e vacila ao ver seu caminho livre para se casar com ela. Nadejda é uma máquina de desejo, indômita como a vida e o mar que banha a cidade onde se passa a histó-
ria. “Ela tem febres, melancolia, é calcada em sensações, desejos e loucura”, descreve Pitanga para a Gazeta Russa. A trama se complica a partir das interações entre os 11 personagens da peça. O duelo do título se dá entre Laiévski, um angustiado pré-existencialista, e Von Koren (Pascoal da Conceição), um zoólogo adepto do darwinismo social - teoria da vanguarda do pensamento em 1891, quando a novela foi escrita. De um lado está o intelectual exilado para quem é “melhor ser limpador de chaminés em São Petersburgo do que um príncipe no Cáucaso” e, de outro, o zoólogo obcecado pelos mais aptos, que afirma preferir “ser o primeiro na aldeia ao segundo na cidade”.
Retratado na novela original de Tchekhov, Cáucaso foi destino do elenco
NATALIA MIKHAYLENKO
Peça “O Duelo” estreia nos palcos paulistanos, depois de levar atores da companhia, entre eles Camila Pitanga, ao Cáucaso para pesquisas
Georgette, Diego, Aury e Camila ao pé de uma montanha em Sukhumi
LORI/LEGION MEDIA
Temporada no sertão cearense enriqueceu a peça e seu cenário
Cheiros e sabores caucasianos Como parte da preparação para a peça, Camila Pitanga, Aury Porto, Diego Moschkovich e a diretora Georgette Fadel embarcaram para Moscou, de onde viajaram de trem por cerca de 25 horas até Sukhumi, no Cáucaso, cidade à beira-mar e capital da Abecásia. Limite natural entre Europa e Ásia, o Cáucaso fica entre os
mares Negro e Cáspio, é povoado por diversas etnias e tem importância estratégica. Foi de lá que o grupo trouxe os tons cinzas e ferruginosos de muitos elementos cênicos da peça. A viagem também serviu para observar as pessoas da região, suas vestimentas, sentir cheiros e sabores e vivenciar hábitos.
Todos estão à beira de um ataque de nervos, nas fraldas do mar Negro, na periferia do mundo e presos a uma realidade sufocante e medíocre. Querem fugir, mesmo que seja com destino a suas ilusões. São uns desterrados na própria terra.
O sertão e o Cáucaso O projeto da peça pela companhia sempre teve forte aproximação com as questões brasileiras. Logo o grupo decidiu que o sertão estaria na sua rota e o Cáucaso, retratado na novela original de Tchekhov, per-
mitia paralelos entre esses dois universos. No final do século 19, época em que a novela foi escrita, a Rússia era uma sociedade servil, na periferia do capitalismo europeu. Hoje, depois da queda da União Soviética, o Cáucaso ainda enfrenta certo isolamento da moderna Rússia capitalista, após uma série de guerras separatistas sufocadas com brutalidade. Já o sertão brasileiro, um resquício da sociedade escravista, encontra-se na periferia tanto do liberalismo europeu quanto das grandes cidades do próprio país. O paralelo entre o sertão e o C áucaso foi quase automático. “Esse foi o ponto que nos serviu de guia: as sociedades provincianas lidando com as ideias que lhes são impostas”, afi rmou à Gazeta Russa o assistente de direção Diego Moschkovich. Depois de visitar o Cáucaso (leia o quadro ao lado), a trupe embarcou para uma temporada no ser tão cearense. “O litoral do Ceará é muito turístico; para o sertão quase não se vai”, diz Porto à Gazeta Russa. Por outro lado, a
diretora do grupo queria afastar os atores do eixo Rio-São Paulo a fim de produzir neles um estranhamento. “Fomos tirados dos nossos centros de pertencimento”, conta Pitanga.
Nos rincões do Brasil Nas cidades cearenses de Arneiroz, Lavras da Mangabeira e Iracema, todas num raio de 300 a 500 km de Fortaleza, o coletivo realizou ensaios abertos e oficinas com a participação dos moradores. Foram duas semanas em cada cidade, nas quais a trupe deu forma final à peça. Nesse período, o grupo trabalhou 7 horas diárias diante da população local, com a fi nalidade de humanizar o teatro e mostrar que o ator é um trabalhador comum, não um ungido. Objetos como cadeiras de balanço, dessas que o povo do interior coloca nas calçadas para observar o movimento e conversar, foram trazidas para compor o cenário da peça e permaneceram na versão final. O resultado é um espetáculo composto de 17 cenas e cerca de 3 horas e meia de duração.
TEATRO PARA ESTRANGEIROS Moscou recebe por ano 5 milhões de turistas do exterior e tem (poucas) salas de teatro com montagens em língua estrangeira – em geral, experiências ousadas. UNIÃO DE AUTORES TEATRAIS TEATRO FRANCÊS DE MOSCOU Fundado no início da Segunda Guerra Mundial por Aleksandra Oranóvskaia, mais conhecida pelo pseudônimo Alice Oran, tradutora e membro da União de Escritores da URSS. Todas as peças são representadas em francês, com encenação de Elena Oranóvskaia, filha de Aleksandra. O repertório inclui tanto obras francesas como clássicos russos. No final de setembro, o teatro inaugurou a sua 75.ª temporada com “A Voz dos Séculos”, espetáculo que reúne o 1° ato de “A Gaivota”, de Tchekov, e um fragmento da comédia “O Doente Imaginário”, de Molière. Entrada franca.
T R Ê S
P E Ç A S
PA R A
Q U E M
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MARIONETES DA CASA RUSSO-GERMÂNICA A Casa Russo-Germânica tem como objetivo difundir as tradições e a cultura alemã, e seu Teatro de Marionetes “Puppenhaus” é um dos projetos mais populares voltado ao público infantil. Os espetáculos têm como pano de fundo contos tradicionais germânicos que inserem o espectador no espírito alemão por meio dos trajes e da música clássica daquele país. O espetáculo é aberto à participação da plateia, inclusive dos pais.
C Ê N I C A
EM ITA LI A NO:
MONTERA
O T E L O
CHARMOLYPI
Direção: Marisol Rozo
Direção: Aude Va l l e t Sanchez, Chloé L a t o u r, Coralie Pradet, Jacqueline Feneiro
Direção: Matej Matejka
Preço do bilhete: 500 reais
EXPEDIENTE WWW.RBTH.RU E-MAIL: BR@RBTH.RU TEL.: +7 (495) 775 3114 FAX: +7 (495) 775 3114 ENDEREÇO DA SEDE: RUA PRAVDY, 24, BLOCO 4, 12º ANDAR, MOSCOU, RÚSSIA - 125993
Vale a pena ver uma obra clássica através do olhar de Luigi Cerri, que se atreveu a traduzir para o italiano a obra-prima da literatura mundial. É possível reviver as paixões do famoso ciumento no mesmo Centro Teatral no Strastnói Bulevar.
Charmolypi é um termo grego que expressa a ambiguidade da experiência humana. O espetáculo de Matej Matejka é como um mosaico composto pela variedade de vivências e histórias pessoais de uma atriz, contadas com a linguagem corporal. Quem quiser encontrar o limite entre o mundo real e o sonho poderá fazê-lo também no Centro Teatral no Strastnói Bulevar.
Preço do bilhete: 500 reais
Preço do bilhete: 360 reais
EDITOR NO BRASIL: WAGNER BARREIRA; EDITOR-ASSISTENTE: ALEKSANDRA GURIANOVA; REVISOR: PAULO PALADINO DIRETOR DE ARTE: ANDRÊI CHIMÁRSKI; EDITOR DE FOTO: ANDRÊI ZÁITSEV; CHEFE DA SEÇÃO DE PRÉ-IMPRESSÃO: MILLA DOMOGÁTSKAIA; PAGINADOR: MARIA OSCHÉPKOVA PARA A PUBLICAÇÃO DE MATERIAL PUBLICITÁRIO NO SUPLEMENTO, CONTATE JÚLIA GOLIKOVA, DIRETORA DA SEÇÃO PUBLICITÁRIA: GOLIKOVA@RG.RU © COPYRIGHT 2013 – FSFI ROSSIYSKAYA GAZETA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
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Montera é a rua das lanternas vermelhas, conhecida por toda a Espanha. O espetáculo da diretora Marisol Rozo tem como tema a vida de uma jovem meretriz. La Guiri, a protagonista, cujo nome pode ser traduzido por Forasteira, conta a história da sua difícil vida. Em cena, aspectos de uma das mais antigas profissões no “TC na Strastnóm” (Centro Teatral no Strastnói Bulevar)
EDITOR-CHEFE: EVGUÊNI ABOV; EDITOR-CHEFE EXECUTIVO: PÁVEL GOLUB; EDITOR: DMÍTRI GOLUB; SUBEDITOR: MARINA DARMAROS;
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Em russo, a sigla ATO significa União de Autores Teatrais. Criado como espaço de entretenimento para crianças e adolescentes desenvolverem seu potencial criativo, funciona também como escola de representação em russo e línguas estrangeiras. Além do inglês, os alunos aprendem espanhol e o italiano, e ensaiam, inicialmente, pequenos fragmentos – passando depois a obras inteiras.
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