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Moda praia na neve

Retrospectiva 2013

Livros, sites e novas distribuidoras estão levando moda brasileira para Moscou.

Entre meteoritos, espiões, misses e tochas olímpicas, os acontecimentos que marcaram a Rússia no ano que termina.

© RIA NOVOSTI

QUARTA-FEIRA, 18 DE DEZEMBRO DE 2013

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Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais

NOTAS

Sôtchi-2014 bate recorde de gastos em Olimpíadas

Moscou receberá novo embaixador brasileiro

KEITH BEDFORD/INSIDER IMAGES

Jogos de Inverno Infraestrutura limitada e clima quente da cidade contribuíram para orçamento de US$ 46 bi

É esperada para meados de janeiro a chegada de Antonio José Vallim Guerreiro, novo embaixador brasileiro em Moscou. Ministro de Primeira Classe desde 2001, chefiou sua primeira missão no exterior em 2006, quando assumiu o cargo de Embaixador do Brasil junto à AIEA. Desde a saída de Carlos Antonio da Rocha Paranhos, em junho, para assumir em Brasília a Subsecretaria Geral de Política Um, a Embaixada do Brasil em Moscou ficou a cargo do encarregado de negócios Fernando Barreto. Maria Azálina

Decreto funde estatais em grupo de mídia

MIKHAIL MORDASOV

No último dia 9 de dezembro, o presidente russo Vladímir Pútin assinou um decreto para fusão da agência de notícias RIA-Nôvosti com a rádio Voz da Rússia em um novo grupo de mídia intitulado ‘Rússia Hoje’, cujo objetivo é promover o país no exterior. Sua colaboração com a TV estatal Rússia Today, instalada no mesmo prédio da RIA-Nôvosti, porém, ainda não é confirmada. “As mudanças estruturais nas empresas de mídia controladas pelo governo visam reduzir os seus gastos e aumentar a eficiência”, afirma Serguêi Ivanov, chefe do gabinete da presidência da Rússia. Para a direção do grupo foi nomeado Dmítri Kisseliov, âncora de TV conhecido por seus pontos de vista conservadores e comentários polêmicos.

Jogos de Sôtchi serão os mais caros da história, superando os US$ 44 bi de Pequim-2014. Custo de Londres-2012 ficou abaixo do estimado, em US$ 13,2 bilhões. JEFF VAUGHAN ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Se o Brasil está se debatendo com problemas de infraestrutura para receber eventos internacionais, tente imaginar as próximas Olimpíadas de Inverno, que serão realizadas em uma região

subtropical. Palmeiras enfeitam a Vila Olímpica de Sôtchi, enquanto 450 mil metros cúbicos de neve são mantidos em um depósito, para o caso de o sol derreter a camada de neve que cobre as pistas onde acontecerão as provas, a partir de 7 de fevereiro. A cidade litorânea de Sôtchi, no sul da Rússia, quase não tinha instalações esportivas quando o presidente russo Vladímir Pútin conquistou a delegação do Comi-

lhões, financiados sobretudo pelo governo e empresas estatais. O valor supera os US$ 44 bilhões gastos nas instalações de Pequim-2008, e faz com que os US$ 14 bilhões dos jogos de Londres pareçam uma quantia pequena. Sôtchi-2014 enfrentou sérios desafios de engenharia, que foram superados a um custo considerável. A área onde foi instalada a Vila Olímpica de Sôtchi, por exemplo, costumava ser um pântano. Além disso, estradas e ferro-

tê Olímpico Internacional, em 2007, e venceu a concorrência para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno. Sua localização, em uma área relativamente pouco desenvolvida do país e onde o clima é semelhante ao do Rio Grande do Sul, explica, em parte, por que os jogos de Sôtchi-2014 estão se tornando os mais caros da história. Pútin calculou gastar US$ 12 bilhões nos preparativos de Sôtchi-2014, mas o orçamento já alcançou os US$ 46 bi-

vias para locais remotos tiveram de ser construídas antes mesmo do início das obras das instalações esportivas. Uma nova ferrovia proporciona conexão em 30 minutos entre as duas zonas da competição, o Cluster Costeiro e o Cluster de Montanha. As arenas do Cluster Costeiro estão a uma curta distância uma da outra, e os atletas vão ficar a apenas cinco minutos de distância da Vila CONTINUA NA PÁGINA 3

Com orçamento inicial estimado em US$ 12 bilhões, jogos estão quase quatro vezes mais caros. O clima subtropical colaborou com gastos e cidade está estocando neve para realização de competições

Marina Darmaros

Yota lança primeiro smartphone russo

Economia Reformas internas colaboraram para desempenho

ARTIOM ZAGORODNOV GAZETA RUSSA

A Rússia saltou 20 posições no ranking do Banco Mundial de facilidade para fazer negócios, atingindo o 92° lugar entre os 185 países analisados. O progresso se deu após reformas e aumento de acesso à rede elétrica, de acordo com novo relatór io do orga n ismo internacional. O resultado traz esperan-

ças de que o país alcance o 20° lugar até 2018, como o presidente Vladímir Pútin almeja, por meio de uma série de medidas destinadas a redu zi r a bu rocracia nacional. Entre os Brics, a Rússia ficou atrás apenas da África do Sul, em 41° lugar. Em seguida vieram a China, em 96° lugar, o Brasil, que subiu duas posições, em 116°, e a Índia, que caiu três, em 134°. “Melhorar o clima de investimentos é uma prioridade política para as autoridades russas, e os empreendedores locais estão vendo os resultados”, diz

Augusto Lopez-Claros, diretor de análise e indicadores globais do Grupo Banco Mundial, na declaração que acompanha o estudo. “As empresas que precisam obter acesso à rede elétrica em Moscou agora enfrentam menos atrasos, procedimentos mais ágeis e taxas mais baixas, graças às melhorias regulamentares e processuais nessa área por todo o país.” A Rússia também está entre os 10 países que obtiveram mais avanço em pesquisas neste ano, e figura entre as 10 economias que mais progrediram no que diz

No dia 4, a capital russa começou a vender o primeiro smartphone de fabricação e concepção russa. Entre seus diferenciais, o YotaPhone possui, além do display de LCD, uma segunda tela feita com tecnologia e-ink, a mesma utilizada em e-books. Além de tornar a leitura mais confortável, a segunda tela pode prolongar a bateria do aparelho para uso contínuo por até 50 horas. O gadget já conquistou o prêmio de “Melhor Produto” da International Consumer Eletronics Show, em Las Vegas. Não há previsão de chegada do aparelho ao Brasil.

ITAR-TASS

Entre os Brics, Rússia ficou atrás apenas da África do Sul no último no ranking do Banco Mundial que mede facilidade para fazer negócios.

REUTERS

País sobe em ranking de facilidade de fazer negócios

Gazeta Russa

Melhoria no acesso à rede elétrica e diminuição das quedas de energia ajudaram na qualificação

respeito a boas práticas globais desde 2009.

Eletricidade e fronteiras De acordo com os dados do Banco Mundial, a Rússia obteve progressos significativos na melhoria do acesso à rede elétrica, saltando 71 posições no quesito “obtenção de alvarás de construção”, em que o país ocupa o 178º lugar. O país também subiu na categoria “comércio internacional”, na qual agora ocupa a 157ª posição.

O presidente da Rede Federal de Sistemas de Energia Unificados, Oleg Budarguin, ressalta que, em termos de confiabilidade no setor elétrico, a qual é medida pelo número de interrupções no serviço, a Rússia já supera muitos países desenvolvidos. As quedas de energia na Rússia duram, em média, 0,9 hora, contra 1,7 hora na Europa e 3,3 horas em outras partes do mundo.

Até 2014!

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Opinião

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LIBERDADE E LIBERALISMO NÃO SÃO SINÔNIMOS

N

Zakhar Prilépin

Dmítri Gúbin

ARTICULISTA

ANALISTA POLÍTICO

tabus e jornalistas aprisionados por tocar neles. Os Estados Unidos, que se dizem um país mágico, não deixam de ser o centro do liberalismo mundial, independente de quem esteja no poder: os carinhosos democratas ou os severos republicanos, os adeptos da Bíblia ou os das armas. O presidente russo, por sua vez, está rodeado por uma equipe liberal que pode participar livremente de protestos pelo país afora defendendo esses valores. A todos nós, liberais ou antiliberais, o que falta são tribunais honestos e rampas para deficientes, um sistema eleitoral que funcione e uma polícia normal, proteção social e assistência médica razoáveis. Mas quem disse que esses são sinais de liberalismo? Os liberais estão convencidos de algumas coisas bem curiosas. Tudo o que existe de bom no mundo (liberdade, chicletes, vinho, eleições, boa literatura, sorvetes, flores) é de origem liberal, enquanto tudo o que existe de mal (guerra, prisão, emigração, cinema de propaganda) é de origem antiliberal. Não lhes passa pela cabeça que a guerra, a falta de rampas, a perseguição étnica e o cinema de propaganda são coisas bem enraizadas em países liberais. Ou que a China tenha uma invejável indústria automobilística e em Cuba haja paradas gays e filmes sem censura. Quanto aos êxitos soviéticos, nem os citaremos para evitar criar problemas. Liberdade não é sinônimo de liberalismo, assim como um elevado nível de vida, ou independência estatal.

er liberal na Rússia atual é algo triste. Numa autocracia, o principal interesse do povo é sobreviver. Ele considera inconveniente molestar um poder que, imagina, o alimenta. Ora, quando digo que o liberalismo é a ideia de que o homem pode mudar para melhor, quando digo que a aspiração à liberdade é inata a ele, olham-me com desconfiança ou ódio na Rússia. Como quem diz: “Já vivemos essa liberdade de Gorbatchov! Foi quando o país foi destruído e roubado!” “Liberdade”, para a maioria dos russos, significa criminalidade, fragmentação. Enquanto “ordem” é sinônimo de submissão ao poder e limitação da liberdade individual em prol da grandeza do Estado, do poder absoluto do tsar, hoje chamado de “presidente”. Como notou o historiador Richard Pipes, entre a liberdade e a ordem, na Rússia sempre se acaba escolhendo a última. Os russos odeiam os liberais sem conhecer essa corrente de pensamento. Poucos são os meus discípulos da Universidade Estatal de Moscou (Lomonossov), onde leciono radiojornalismo, que conhecem Pipes. Tampouco ouviram falar de Noam Chomsky, que descreveu, há meio século, alguns modelos de Estado, incluindo o liberal, em “O Estado do Futuro”. O nível de conhecimento de meus discípulos é inferior ao de quando eu fui estudante. Assim, no seio da sociedade soviética, que ansiava pelo conhecimento, surgiu a ideia liberal, exigindo o fim da censura e a abertura ao empreendimento privado, o que viria a destruir a URSS. Muitos se agarram ao conserva-

S

IGOR DEMKOVSKY

o início dos anos 1990, a Rússia passou a agradar à comunidade liberal: integrada no sistema político, financeiro e bancário mundial, deixou de constituir a força que se opunha à civilização. Sem dúvida, adquirimos liberdades fundamentais liberais: qualquer pessoa (com meios para tal) vai e vem livremente pelo país e fora dele, centenas de meios de comunicação independentes surgiram, há acesso a todo tipo de literatura e música, existe um cinema independente, e um teatro ainda mais. Além disso, surgiram hospitais privados, tal como universidade, escolas etc. A concorrência no ramo dos serviços é visível. É difícil que alguém ouse afirmar que a Rússia liberal se distinga radicalmente de outros países que também escolheram essa via de desenvolvimento, como Hungria, Lituânia, Letônia, Moldova, Romênia, Polônia, Turquia, Ucrânia e República Tcheca. Entretanto, os liberais russos preferem se voltar para países como a Suíça, ainda que não seja muito claro o que nos aproximaria para podermos alcançar os mesmos êxitos que o país centro-europeu. Temos um alto nível de corrupção. No mundo todo, porém, há muitos países tipicamente liberais com níveis assustadores de corrupção. Temos também presos políticos, inclusive conhecidos meus – e que defendem ideias antiliberais. Mas em outros países liberais manifestantes oposicionistas são levados ao Parlamento ou à prisão? Temos problemas na imprensa, e alguns jornalistas são obrigados a deixar a profissão. Ora, no mundo liberal também há temas que são

A PREFERÊNCIA PELA ORDEM

Zakhar Prilépin é articulista.

dorismo, mesmo quando esse se baseia em mitos. Por exemplo, defendem a “tradição familiar histórica” sem se importar com a história social da família. O fato de se agarrarem a costumes fictícios seria curioso, como qualquer extravagância, se não fossem os tentadores ideológicos. Esses sabem moldar o medo dos confusos em tábuas da salvação – o que na Rússia significa a aniquilação do inimigo. O inimigo é aquele de origem alheia, fé alheia, sentimentos alheios, ou aquele que constrói a vida de forma diferente: resumindo, um “liberal”. É ele a causa de todos nossos males. Um dos tentadores sinceros da Rússia de hoje é o escritor Zakhar Prilépin. Ele levou muita porrada (foi membro do partido dos nacionalistas bolcheviques, proibido, conheceu a prisão e sofreu as arbitrariedades policiais), e agora se pôs a cantar hosanas aos que se deixam levar com a maioria. Os contos e novelas de Prilépin elevam a herói um arruaceiro russo contemporâneo nosso. Até os intelectuais se regozijam, por vezes, com a graça natural dos jovens animais, despidos de instrução, de cultura, de reflexão. Mas é bom separar o prazer estético suscitado por um camponês suado de enxada na mão da tentação de fazer dele o centro do mundo, estigmatizando como inimigos os que não sejam como ele, os que são diferentes. Coisa parecida aconteceu no Camboja no tempo de Pol Pot. Essa é a razão final de eu ser um liberal, mesmo não tirando proveito algum de minhas convicções. Dmítri Gúbin é analista político e colunista do jornal Kommersant.

SERÁ QUE A EUROPA PRECISA DA UCRÂNIA SEM A RÚSSIA? Aleksandr Baunov Cientista político

uando, na Rússia, algo se desfaz, desmorona, as razões estão na ponta da língua: é um “país de bobos”, é Pútin, é o regime. Mas quando algo vai mal na terra prometida de milagres, bondade e ordem, o que havemos de dizer? A União Europeia, por si só, não impede os telhados de cair. No entanto, sabe-se lá por quê, parece impróprio dizer disso. Também não é de bom tom falar sobre as relações entre Ucrânia, Rússia e UE. A Ucrânia está descontente com o fato de seu governo legitimamente eleito impedir que o país se aproxime da Europa. A Europa está indignada porque o Kremlin cria obstáculo para que a Ucrânia se junte à UE. Ora, essa indignação é o reconhecimento cabal de que a Rússia tem mais força do que a UE. Então, por que escolher a companhia do mais fraco?

Q

A verdade é que a família europeia não se sente incompleta sem a Ucrânia. Tampouco sem outros países. Há apenas dez anos os gregos se revoltaram por Bruxelas ter publicado um livro sobre a história da Europa, que teria origem no Império de Carlos Magno. Então, minha alma estava

há muito, como a Grécia e o Chipre. “Para que precisamos deles? A Romênia e a Bulgária devem se sentir felizes por ter tomado o bonde andando”, disse-me em Bucareste, em 2007, um então embaixador da União Europeia, muito fa la nte por esta r de partida.

União Europeia optará por qualquer país vizinho desde que não seja a Rússia

Bloco não passa de sonho dos ucranianos, e nele há países mais iguais que outros.

com os gregos, embora a consciência estivesse com Bruxelas. A Europa também não sente qualquer vazio sem outros vizinhos bem mais próximos, como Romênia, Bulgária, Sérvia, Macedônia, Albânia, assim como Letônia e Lituânia. E, para falar francamente, sem antigos Estados capitalistas desde

Na página 23 do estudo “Eurobarômetro”, há uma tabela segundo a qual a maioria dos cidadãos, tanto de antigos como de novos membros da UE, considerava concluído o processo de ampliação do bloco. Os dados foram colhidos logo após o início dos protestos na Ucrânia contra a não adesão do país à UE. Na verdade, a família eu-

ropeia pouco se importa com a Ucrânia. O que lhe importa é a Rússia. Fingindo pensar na Ucrânia, tem em mente a Rússia. Se houvesse um golfo entre o Cáucaso e fronteira da Ucrânia, a Europa tomaria suas decisões com base no relacionamento com essa. No entanto, as decisões que a UE toma quanto a Ucrânia, Geórgia, Moldova e Bielorrúsia se assentam em suas relações com a Rússia. Mais importante que essas relações é o fato de a Rússia ocupar o espaço do desejável oceano. Devido a razões diversas, a Europa acha perigoso que os acontecimentos evoluam por si, o que poderia conduzir à desintegração da Rússia, uma tendência que lhe é inerente. Não é isso que queremos. No triângulo Europa, Rússia e vizinhos desta não pode haver um momento em que a Rússia se aproxime mais da Europa do que a Ucrânia ou qualquer outro de seus vizinhos. Independentemente do re-

IORSH

gime, do poder ou ideologia reinantes em Moscou, qualquer um de seus vizinhos será mais familiar à Europa que a própria Rússia. Claro que estamos diante de um novo mercado e coisas do gênero, mas a razão principal do namoro da Europa com a Ucrân i a e s t á n a r e je iç ão a Moscou. Portanto, é falso que a Europa esteja salvando a Ucrânia do autoritarismo russo. A opção da Europa por qualquer outro vizinho que não seja a Rússia independe de quem esteja no Kremlin e de seu comportamento. Em nenhum caso a Europa deslocará sua fronteira para o Oceano Pacífico ou para os Urais. A fronteira passará ao longo do rio Dniepre, pouco mais à esquerda ou à direita.

Para a família europeia, qualquer vizinho da Rússia será preferível, pelo simples fato de não ser a própria Rússia. Seja qual for o regime político instalado por Moscou, nada mudará. Quando fala na Ucrânia, a Europa pensa na Rússia. Ela quer que a primeira se separe da Rússia por conta própria. Isso porque os líderes europeus sabem perfeitamente que o divórcio sairá muito caro, e por isso querem que a Ucrânia, movida pelo entusiasmo e pelo sonho, arque sozinha com os custos do processo. Aquela Europa que anda no pensamento dos ucranianos – uma família de gente igual, bem-educada e rica – não passa de um sonho. Uma Europa assim não existe.

Ela também abriga ricos e pobres, e países que são mais iguais que outros. Não serão algumas assinaturas em papel timbrado de estrelas que irão mudar a classe social, a qualidade e número de habitantes, o produto interno bruto ou a correlação entre dívida e reservas. Numa análise fria, digamos que Lukashenko se sente mais igual ao Kre mlin que os gregos a Merkel: nunca passaria pela cabeça dos gregos colocar na prisão o diretor de um consórcio alemão. Mais que isso, nenhum país do Leste Europeu se tornou ocidental por ter entrado para a União Europeia. Aleksandr Baunov é cientista político.

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Economia e Negócios

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Pútin conquistou o Comitê Olímpico Internacional e venceu a concorrência em 2007

Olímpica. A outra Vila Olímpica, no Cluster de Montanha, que irá sediar as competições de esqui, snowboard e bobsleigh, fica a 15 minutos das demais instalações para as competições. Enquanto o maior país do mundo se gaba de receber as Olimpíadas mais caras do mundo, outro número dá um tom nostálgico à ocasião: Sôtchi-2014 será a 22ª Olimpíada de Inverno, assim como os Jogos Olímpicos de 1980, em Moscou, foram a 22ª Olimpíada de Verão. Desta vez, porém, a chama olímpica retorna a um país diferente, que vê Sôtchi-2014 como uma oportunidade de apresentar ao mundo a nova cara da Rússia.

Corrupção na raiz Os problemas crônicos do país com a corrupção levaram a especular sobre o valor dos recursos voltados à construção que teriam sido desviados para contas bancárias no exterior. Também há controvérsia sobre o que fazer com as 11 instalações da competição depois que os jogos chegarem ao fim. A maior arena, o Estádio Olímpico Fisht, não será palco de eventos esportivos durante os jogos – será utilizado somente por ocasião das cerimônias de abertura, encerramento e apresentações de medalhas. Após as Olimpíadas, o estádio de US$ 600,5 milhões, cujo nome homenageia o monte homônimo, que pode ser visto através da cobertura transparente da arena,

Como os russos veem O balneário compartilha com Londres pontos de vista semelhantes. Uma pesquisa realizada pelo instituto de pesquisa Centro Levada em agosto revelou que 65% dos russos veem Sôtchi-2014 como um “desperdício de din heiro”. A ntes de Londres-2012, 64% dos britânicos também disseram à BBC

que os Jogos Olímpicos eram caros demais. Mas, apenas quatro meses após as Olimpíadas, 80% dos britânicos já consideravam as despesas com o evento como “dinheiro bem gasto” – uma conquista que a Rússia pode ter dificuldade de alcançar, levando em conta os custos astronômicos de Sôtchi-2014.

‘Disque-línguas’ vai auxiliar visitantes Autoridades garantem que turistas em Sôtchi-2014 não terão problemas de comunicação na cidade. SVETLANA SINEPOSTOLOVITCH ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

O turista que for a Sôtchi em 2014 assistir às Olimpíadas e não conseguir se comunicar com os nativos poderá telefonar para um centro de infor mações 24 horas (+7-800-550-86-42), que oferecerá atendimento em russo, inglês, francês, alemão, chinês, japonês e coreano. O serviço também vai dispor de informações sobre os horários dos transportes públicos e localização de hotéis, bem como serviços para chamar táxis e contatos de emergência. Detalhes sobre hospitais, farmácias, bancos, caixas eletrônicos 24 horas, museus e operadores turísticos serão armazenados em um extenso banco de dados.

Cabines telefônicas especiais com dois aparelhos serão mais uma ferramenta para ajudar os visitantes a se comunicar com os russos. Assim, duas pessoas que falem línguas diferentes poderão pegar os telefones e ligar para o centro de informações de Sôtchi-2014, que traduzirá a conversa. Esses telefones estarão disponíveis no terminal de ônibus de Sôtchi e nas est açõ e s fe r r ov i á r i a s de Sôtchi, Adler e Krásnaia Poliana, assim como no aeropor to i nter naciona l da região. Os serviços também estarão disponíveis em delegacias de polícia e postos de pr i mei ros socorros para ajudar os visitantes em momentos de dificuldade.

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será o local de treinamento e partidas para a seleção nacional de futebol. Ele também receberá alguns jogos da Copa do Mundo de 2018. Um projeto para redistribuir o que restar das Olimpíadas é desmontar três arenas de Sôtchi após os Jogos e realocá-las em outras cidades. Mas o plano é incerto, já que as autoridades não entram em acordo sobre o destino das instalações. É provável que permaneçam em Sôtchi e se tornem parte de uma academia de esportes de inverno para crianças. Independentemente da decisão sobre o futuro das instalações, as Olimpíadas estão proporcionando a Sôtchi uma rara oportunidade de melhorar sua infraestrutura e renovar as instalações turísticas da época soviética. Sôtchi tem uma longa história como destino tanto de férias de verão como de inverno. Ao longo dos últimos anos, porém, a cidade perdeu terreno para praias e resorts de esqui do Mediterrâneo. Agora, os Jogos Olímpicos representam uma nova oportunidade para Sôtchi atrair turistas e criar uma nova marca para si.

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AFP/EASTNEWS

Olimpíadas de Inverno custam US$ 46 bilhões

Têxtil Novas iniciativas buscam incrementar comércio de moda com a Rússia

Biquíni brasileiro já faz sucesso no país do inverno Para o encarregado de negócios da Embaixada do Brasil na Rússia, Fernando Barreto, a iniciativa já está rendendo frutos. “Falei com representantes de diversas empresas russas de varejo e todas estão prontas a cooperar com as marcas brasileiras”, afirma.

Livros, sites e novas distribuidoras querem levar burburinho da moda brasileira para Moscou. Biquínis já conquistaram seu lugar ao sol. ALEKSANDRA GURIÁNOVA

AFP/EASTNEWS

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Balançando ao som de house enquanto modelos magérrimas circulavam para lá e para cá, o palacete da Embaixada do Brasil em Moscou foi palco, no dia 4 de dezembro, do coquetel de lançamento do livro “Textos do Brasil. Moda”. O evento é parte dos esforços diplomáticos para incrementar as trocas comerciais entre os dois países no setor. “As lojas russas receberão, já em 2014, diversos produtos brasileiros. Por enquanto, eles serão vendidas em lojas multimarcas. Mas os compradores russos já poderão avaliar peças de figuras-chaves da indústria da moda brasileira”, disse à Gazeta Russa o adido para o Comércio e Investimento brasileiro Danilo Teófilo Costa.

Projetos-pilotos Biquínis, malhas e jeans brasileiros já fazem sucesso no país

Favoritos no segmento de luxo O volume anual do segmento de luxo da moda na Rússia varia de 5 bilhões a 7 bilhões de euros, de acordo com diferentes indicadores. Os russos já são os clientes fa-

voritos de marcas como Chanel, Prada, Gucci e Louis Vuitton. A cada quatro clientes dessas marcas nos Estados Unidos e na Europa, um é russo, chegando à metade em algumas grifes.

Ele afirma que, em breve, o projeto invadirá a internet, unindo diversas marcas brasileiras em um único site em russo. “Será a plataforma da

moda brasileira on-line. Por meio dela, os clientes russos terão acesso direto a marcas brasileiras, sem intermediários”, explica.

Um pequeno número de empresas brasileiras já ingressou no mercado russo em “modo de teste”. “Compramos produtos de diversas marcas para a loja de departamentos Tsum. Mas acho que a grife que fez mais sucesso dentre todas foi a Daslu”, conta a compradora do grupo Mercury, Inna Onor. Segundo ela, os principais trunfos do país foram os biquínis, malhas e jeans. A gerente Anna Orlova compartilha a mesma opinião. “Os brasileiros têm os melhores maiôs, é seu know-how. Antigamente era possível encontrar biquínis da Osklen na Rússia. Além disso, os desig-

ners do Brasil têm acabamentos perfeitos nos jeans e vestidos, que se assentam com perfeição na figura feminina”, diz. Uma nova distribuidora de marcas brasileiras, a Dom Açaí, já foi criada para suprir a nova demanda no país. Porém, sua diretora-executiva, Iana Osmanova, não revela quais marcas lançará no no próximo ano. “Estamos ainda em fase de conversações com as empresas. Mas já fechamos uma série de desfiles de designers brasileiros para 2014, assim como seminários ministrados por estilistas brasileiros em escolas russas de moda”, conta.

Caminho (in)certo Para a diretora-geral do Fashion Group Consulting, Anna Lebsak-Kleimans, as lojas de vendas exclusivas de uma única marca brasileira talvez ainda não consigam sobreviver no Rússia. “Em 99% dos casos, os designers brasileiros fazem coleções de verão [para os padrões russos]. Nas lojas de marca exclusiva certamente faltará variedade de opções para as outras estações. Pelo menos até conseguir ganhar fama e ter uma demanda estável, as marcas brasileiras terão maior sucesso em lojas multimarcas.”

Rússia em 2° lugar entre Brics para o Banco Mundial CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

“Reduzimos em três vezes o custo de uma ligação elétrica, de 9.500 rublos em 2009 para 3.000 rublos [cerca de R$ 200] hoje em dia. Isso levou a um subsequente aumento do número de ligações elétricas, de 200 mil naquela época para 416 mil em 2012”, diz Budarguin. O chefe do Departamento de Moscou para Política Industrial e Empreendedorismo, Aleksêi Komissarov, expressou satisfação pelo progresso alcançado. “Em Moscou, criamos um posto aduaneiro especial para equipamentos de alta tecnologia, que permite que os aparelhos sejam importados em seis horas em vez de vários meses, como ocorria anterior mente. É muito importante para a cidade atrair empresas de alta tecnologia.”

União Eurasiática Especialistas apontam que a União Aduaneira – espaço econômico comum da Rússia com os vizinhos Bielorrússia

CONHEÇA OS JOGOS DE SÔTCHI! DEIXE A AVENTURA COMEÇAR! Não importa se você é atleta, torcedor ou espectador: Sôtchi tem algo para todos! GAZETARUSSA.COM.BR/SOTCHI_2014

e Cazaquistão, programado para entrar em operação plena em 2015 – poderia levar as empresas a investir em outros países, em vez de focar na primeira, tirando maior proveito dos 170 milhões de habitantes que compõem o mercado consumidor da região toda. A Bielorrússia ficou em 63º lugar no estudo do Banco Mundial deste ano, enquanto o Cazaquistão obteve a 50° posição, evidenciando a necessidade de reformas urgentes no sistema russo.

NÚMEROS

92°

É a qualificação da Rússia no ranking sobre facilidade de fazer negócios do Banco Mundial.

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É o número de posições que a Rússia saltou em um ano na categoria de ‘obtenção de alvarás de construção’.


Retrospectiva

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Os acontecimentos que marcaram a Rússia em 2013 Durante este ano, o mundo voltou os olhos à Rússia em diversas ocasiões. Quem não se surpreendeu, por exemplo, com a queda de um

meteorito em Tcheliábinsk, nos Urais? Ou quem não se lembra dos momentos de indecisão que precederam a concessão de asilo pela Rússia ao

ex-agente da NSA Edward Snowden? Confira aqui esses e outros acontecimentos que marcaram a vida do país e do mundo.

POLÊMICA NO ESPORTE Em agosto, Moscou recebeu o Campeonato Mundial de Atletismo. A russa Elena Issinbáieva levou ouro no salto com vara e encerrou a carreira com declarações polêmicas a favor de lei “antigay”.

GEOPHOTO © RIA NOVOSTI

DESASTRE NATURAL ASSUSTADOR A queda de um meteorito na região de Tcheliábinsk deixou dezenas de feridos no dia 15 de fevereiro. O incidente causou grande pânico, e partes do meteorito danificaram casas e edifícios, ferindo centenas de moradores locais com estilhaços de vidro. Imagens obtidas com câmeras em automóveis tomaram as redes sociais.

QUERO SER RUSSO O ator francês Gérard Depardieu recebeu cidadania russa depois de deixar a França fugindo dos altos impostos do país europeu.

PHOTOSHOT/VOSTOCK-PHOTO

MISSES, UNI-VOS! Em novembro, Moscou recebeu o concurso de Miss Universo. Foi a primeira vez, em 61 anos, que o concurso aconteceu no país. A vencedora foi uma venezuelana. REUTERS

© RIA NOVOSTI

Enquanto a Rússia se prepara para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno em janeiro de 2014, a tocha olímpica viajou pelo país inteiro, indo para o Polo Norte a bordo de um navio quebra-gelo nuclear, atravessando a Sibéria e até decolando para o espaço sideral.

ITAR-TASS

TOCHA OLÍMPICA VAI AO ESPAÇO

SETE ACORDOS O premiê russo Dmítri Medvedev visitou o Brasil em 19 de fevereiro para se encontrar com a presidente Dilma Rousseff e assinar nada menos que sete acordos bilaterais.

PHOTOSHOT/VOSTOCK-PHOTO

CAPITALISMO SELVAGEM NA PRAÇA

AP

Em novembro, surgiu na Praça Vermelha um pavilhão gigante em formato de mala da marca Louis Vuitton, com 30 m de comprimento por 9 m de altura. A instalação causou polêmica e foi retirada.

SNOWDEN ASILADO Em agosto, após passar cinco semanas em um aeroporto de Moscou, o ex-funcionário da NSA Edward Snowden recebeu asilo temporário no país.


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