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Um canal para chamar de seu Projeto conjunto com a China construirá hidrovia na Nicarágua ligando Pacífico e Atlântico. P.3 Produzido por
Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), La Nacion (Argentina) e outros.
Este suplemento foi preparado e publicado pelo jornal Rossiyskaya Gazeta (Rússia), sem participação da redacão da Folha de S.Paulo. Concluído em 27 de junho de 2014.
Guinada a Leste Enquanto crise ucraniana deteriorou relações do país com potências ocidentais, efeito contrário se verifica com a China Estreitamento de relações tem como pano de fundo ações em longo prazo. Em 13 anos, balança comercial bilateral mais que duplicou. VASSÍLI KACHIN RUSSIA DIRECT
Muitos fatores foram apresentados como pivô para uma guinada da Rússia para a Ásia, sobretudo o fortalecimento de sua relação econômica com a China. Mas, embora os sinais dessa aproximação já fossem observados nos anos anteriores, foi a crise ucraniana que finalmente empurrou os dois países para o mesmo lado. O que não se sabe ainda é qual será o impacto do desenrolar econômico recente – como o acordo de US$ 400 bilhões para fornecimento de gás entre a Gazprom e a China National Petrolium Corporation (CNPC) – sobre a política externa russa na região da Ásia-Pacífico. Ao longo da crise ucraniana, a China teve o cuidado de não manifestar apoio direto a qualquer lado. Mas, apesar da falta de declarações oficiais do país, a iniciativa chinesa de estabelecer laços mais próximos e práticos com Kremlin, bem como sua cobertura midiática da situação ucraniana, não deixam dúvidas de que Pequ i m si mpati za com Moscou.
Panorama
REUTERS
(Re)Orientando-se
Outras nações dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) têm expressado diferentes graus de apoio à posição da Rússia e condenado as sanções contra Moscou. Mas Brasil, Índia e África do Sul não têm balanças comerciais muito desenvolvidas com o país e, assim, é limitada sua capacidade de fornecer um real apoio no caso de pressão econômica. Mesmo antes da crise atual, o papel de Pequim na política e economia russa já crescia ininterruptamente. A visita do presidente russo Vladímir Pútin à China em maio passado marcou uma “nova etapa nas relações, parceria global e cooperação estratégica” entre os dois países, lê-se na declaração pós-reunião. Isso significa não só uma
cooperação política e militar mais profunda, mas também uma aceleração da guinada para a China nas exportações de commodities russas, a remoção de restrições informais sobre o investimento estratégico chinês na Rússia, e a expansão da cooperação na esfera de alta tecnologia. Paralelamente, o futuro das relações de Moscou com o Ocidente permanece incerto. Enquanto a União Europeia implementa medidas sistemáticas para reduzir sua dependência energética da Rússia, esta vem acelerando a construção de infraestrutura para iniciar as exportações de gás para o Oriente. Além disso, diante da ameaça de ter cortados os laços com os parceiros e fornecedores europeus, indústrias de alta tecnologia russas começaram a buscar contratos na China para substituir os acordos antes estabelecidos com a Europa.
Centro de gravidade O principal temor russo gerado no contexto atual é o da monopolização de suas relações exteriores pela China. Os chineses são negociadores difíceis, e a dependência total do mercado chinês, onde grandes empresas estatais dominam o setor de commodities, não é de interesse da Rússia. No caso de novas sanções contra a Rússia, com o possível apoio de parceiros dos EUA no Oriente - como Japão e Coreia do Sul - Moscou não terá a quem recorrer a não ser Pequim. Como resultado, acredita-se que nos próximos meses a Rússia fortalecerá parcerias com outras economias promissoras, sobretudo na Ásia. A ideia de transferir o centro de gravidade das relações políticas e econômicas da Rússia para o Oriente se torna cada vez mais popular entre políticos russos nos últimos anos. Durante a maior parte de sua história, incluindo a era pós-soviética, a Rússia foi sobretudo exportadora de matérias-primas para um mercado único, o da Europa Ocidental e Central. Em 2013, a UE foi responsável por mais de 49% do volume de comérCONTINUA NA PÁGINA 2
Comportamento Atuando há décadas no país, representantes não têm apoio oficial do governo, mas recebem até condecorações em Moscou
No Brasil, imigrantes divulgam cultura russa ALEX SOLNIK ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA
Não havia como resistir à lábia de um brasileiro simpático e falante que apareceu de uma hora para outra na Rússia, nos primórdios do século 20, cantando em verso e prosa o Rio Grande do Sul. Propagandista por natureza, ele fazia os russos acreditarem que sua terra natal era praticamente uma Eldorado, uma terra prometida onde haveria de tudo em abundância - caça, pesca, terras férteis -, além de um maravilhoso clima tropical. Dentre os que caíram no canto da sereia estava a fa-
mília Zabolotsky. Ao pisarem, em 1911, em Campina das Missões, cidade fundada por imigrantes russos em 1909, Ivan Zabolotsky, seus pais e seu irmão perceberam que nem tudo correspondia à descrição daquele gaúcho desconhecido. Mas resolveram ficar, já que estavam lá. E não se arrependeram. A terra era de primeira – nisso o propagandista não os enganara. Tiveram êxito plantando, a duras penas, culturas que recompensaram seus esforços, tais como soja, milho, trigo, cevada e centeio. E a família cresceu.
Condecorado em Moscou Caberia ao filho de Ivan, que no Brasil virou João, a missão de perpetuar a cultura russa na nova terra de seus pais. Nascido em 1956, Jacin-
trabalho inestimável, Jacinto recebeu, em maio de 2010, em Moscou, a Medalha e Ordem de São Sérgio de Radonej do Santíssimo Patriarca de Moscou e toda Rússia. Advogado e escritor, Zabolotsky é autor de um livro sobre a imigração russa no Brasil que foi traduzido para o russo. Ele é um daqueles fi lhos imigrantes que “saíram da Rússia, mas a Rússia não saiu deles”.
VANESSA CORREA DA SILVA
Exilados e descendentes levam canto, costumes e danças aos brasileiros, suprindo ausência de centros de cultura russa no país.
Substitutos to Anatólio Zabolotsky, criou, em julho de 1992, a Associação Cultural Russa Volga do Brasil, que deu origem ao Grupo Folclórico Russo Troyka. O grupo tem, desde então,
divulgado a cultura russa dentro e fora do Brasil, em mais de 500 shows nos principais festivais, eventos e feiras locais, regionais, nacionais e internacionais. Em reconhecimento a seu
Por meio de associações culturais em atividade em São Paulo, Rio, Brasília, Campina das Missões e Recife – que suprem a ausência de centros de cultura russos - os imigrantes russos e seus descendentes matam as saudades do país natal, ao mesmo
tempo em que mostram a Rússia aos brasileiros e participam da vida política russa, ainda que a milhares de quilômetros. Em março deste ano, por exemplo, Zabolotsky elaborou uma moção de apoio à integração da Crimeia pelo governo da Rússia e a apresentou formalmente à Conferência dos Compatriotas Russos do Brasil, em 29 de março. O documento foi aprovado por unanimidade e encaminhado ao cônsul-geral da Rússia em São Paulo, Konstantin Kámenev, e ao governo russo.
Canto lírico Nascida na Bielorrússia, Galina Chevtchuk é engenheira tecnóloga formada em Odessa, onde se casou com o brasileiro e tradutor jura-
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mentado Miguel Szewczuk. Chegou ao Brasil em 1964 acompanhando o marido, que decidiu retornar a São Paulo. Galina aprendeu a falar português, mas não esqueceu suas raízes. Assumiu desde logo missões diplomáticas voluntárias, como a de presidente do Coral Russo Melodia e presidente do Conselho Coordenador dos Compatriotas Russos do Brasil. “O coral foi fundado em 1989 por profissionais de canto lírico, cantores amantes da música coral, alguns formados na ex-União Soviética, em Harbin [na China], na ex-Iugoslavia e em outros países da Europa”, conta. Atualmente, os 28 cantores interpretam repertório de 70 músicas sob a batuta de CONTINUA NA PÁGINA 4
b r. r b t h .co m
Economia
RÚSSIA O melhor da Gazeta Russa http://br.rbth.com
OPINIÃO
Guinada ao Oriente tem novo impulso com crise
Parceria sino-russa é passo lógico Fiódor Lukianov CIENTISTA POLÍTICO
A
CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1
AP/EASTNEWS
cio exterior russo, cerca de 80% das exportações russas de petróleo, 70% das exportações de gás, e 50% das exportações de carvão. No entanto, em breve essas rotas de exportação devem sofrer uma queda em termos econômicos. Apesar de as exportações energéticas da Rússia para a UE continuarem a crescer, suas perspectivas em longo prazo são incertas. Entre os problemas, estão o modelo europeu de desenvolvimento, com foco em meio ambiente, serviços e produção de alta tecnologia. Matérias-primas e energia são necessárias onde se desenvolve a indústria de massa, ou seja, na Ásia e, principalmente, na China. Isso já se reflete na dinâmica de comércio exterior. Em 2000, as trocas comerciais entre a Rússia e a China somavam apenas US$ 8 bilhões; em 2013, esse montante havia crescido para quase US$ 90 bilhões. No mesmo período, o volume de comércio da Rússia com a UE aumentou de US$ 90 bilhões para US$ 410 bilhões. Analisando separadamente os países da UE, a China já os ultrapassou e é o maior parceiro comercial da Rússia, muito à frente da Alemanha.
Commodities Além de petróleo e seus derivados, a China está adquirindo volumes crescentes de outras commodities, como carvão, madeira e minérios metálicos. Graças a contratos assinados durante a visita de Vladímir Pútin à China em maio, o gás canalizado e o gás natural liquefeito (GNL) serão adicionados a essa lista. A China não é o único parceiro econômico promissor da Rússia na região. A cooperação com o Japão nos últimos anos também cresceu de forma impressionante: o comércio bilateral atualmente supera os US$ 35 bilhões ao ano. No entanto, a guinada das exportações para o Oriente exige a construção de grandes infraestruturas, incluindo oleodutos, estradas, ferrovias, portos e centros de logística. A construção do gasoduto “Poder da Sibéria”, por exemplo, que transportará o gás russo para a China, tem custo estimado em US$ 70 bilhões.
NATALIA MIKHAYLENKO
Antes da crise ucraniana, o governo russo já vinha tentando dar um novo fôlego para o desenvolvimento da região por meio de uma série de grandes projetos. Um deles é o Cosmódromo de Vostótchni, que deve se tornar o principal Centro Espacial Russo (o primeiro lançamento de foguete está previsto para 2015) e a construção de um grande estaleiro perto de Vladivostok.
Fenômeno da crise Além do maior contrato de gás da história pós-soviética (com duração de 30 anos e que movimentará cerca de US$ 400 bilhões), outros 46 acordos bilaterais foram celebrados durante a visita de Pútin à China. Os documentos assinados incluem contratos e memorandos de intenção de investimentos
chineses em setores como carvão, minério de cobre, gás natural liquefeito, fabricação de materiais de construção, petroquímicos e construção de máquinas. A cooperação de alta tecnologia também vem demonstrando progresso. Após dois anos de discussões, finalmente foi assinado um acordo de um projeto conjunto para desenvolver um avião comercial de grande porte, além de um memorando de entendimento para cooperação no domínio de usinas nucleares flutuantes. Até 2011, a cooperação técnico-militar entre Rússia e China tinha superado com sucesso a queda observada em meados da década de 2000. Hoje, o volume anual de exportações de armas russas para a China corresponde a US$ 2 bilhões, compa-
çar avanços no desenvolvimento de sua indústria espacial e se tornar o terceiro país no mundo, depois dos EUA e Rússia, a ter seu próprio programa espacial tripulado. Depois disso, a cooperação sofreu certa queda, mas as conversações de agora estão ativando a parceria, especialmente no campo da exploração planetária no Sistema Solar, no qual a Rússia possui um rico legado do período soviético.
rável aos índices da década de 1990. A China é o segundo maior mercado para armamentos russos, depois da Índia. Ao contrário de produtos acabados, que dominavam as exportações russas nos anos 1990, a Rússia fornece atualmente à China sobretudo motores e outros componentes de alta tecnologia para armamento, e também conduz trabalhos de pesquisa e desenvolvimento para os chineses. Outro componente importante das exportações russas são os helicópteros de tra nspor te e antissubmarinos. Ao que tudo indica, a exploração espacial conjunta também será fortalecida. Nos anos 1990 e no início da década de 2000, tecnologia espacial russa foi amplamente transferida para os chineses. Isso permitiu à China alcan-
O Russia Direct é um fórum de especialistas e tomadores de decisão na Rússia e no exterior para discutir e compreender questões em relações geopolíticas. Acesse todas as matérias do Russia Diret em: russia-direct.org/archive
visita que Vladímir Pútin fez em maio à China foi considerada um marco. E a mudança do contexto internacional devido à crise na Ucrânia e ao confronto real entre a Rússia e os Estados Unidos tornou a viagem quase um turning point na história das relações russo-chinesas. Os inúmeros acordos e contratos preparados para a reunião são prova da seriedade das intenções. Os exercícios navais conjuntos que os dois governantes iniciam são um sinal para o resto do mundo da parcer ia ta mbém na esfera estratégico-militar. Além do desejo natural de países vizinhos com um potencial tão grande em fortalecer e desenvolver relações, Rússia e China têm agora também razões específicas para a aproximação. A crise ucraniana se tornou motivo para os Estados Unidos demonstrarem seu arsenal de impacto sobre Moscou. E esse impacto não está tanto nas numerosas ogivas nucleares ou nos porta-aviões que entram no mar Negro, mas nas chaves econômicas da globalizaç ã o, r e g u l a d a s p e lo s norte-americanos. Nem mesmo os EUA podem isolar uma potência como a Rússia. Mas eles podem afetar seriamente o seu acesso a mercados e a recursos financeiros e tecnológicos. Por isso, a Rússia necessita não apenas de soluções, mas de uma alternativa que permita adquirir uma fonte de desenvolvimento próprio, independente da pressão norte-americana. Já há muito que se fala em uma guinada para a Ásia, mas as tensões ao redor da Ucrânia catalisaram o processo. Uma aproximação com a China não é apenas uma decisão séria, mas também uma tarefa muito difícil. A República Popular da China é um Estado poderoso o suficiente para fazer qualquer parceiro, mesmo um gigante como a Rússia, sentir receio de ficar em uma posição subordinada. E a questão não está nas más intenções de Pequim, mas na relação objetiva de potenciais econômicos. A garantia da preservação de uma posição independente é uma habilidade política. A Rússia ainda é um
player ativo e importante na arena global. A China está se aproximando, mas ainda não se arrisca a converter seu peso econômico em ação política. A preservação de um papel independente da Rússia na aproximação com a China deve se apoiar em três componentes. Em primeiro lugar, está uma estratégia asiática abrangente que inclua aspectos internos (desenvolvimento da Sibéria e do Extremo Oriente) e externos (posicionamento no Círculo do Pacífico). Naturalmente, coordenados e ligados entre si. Em segundo lugar, está a expansão e aprofundamento simultâneos dos laços com outros intervenientes importantes da Ásia, desde Japão e Coreia do Sul até Índia, Vietnã, Cingapura e Indonésia.
Há países asiáticos que têm atuação limitada devido a laços com EUA, mas é preciso diversificar Alguns deles, com laços estreitos com os EUA, têm suas ações limitadas. Mas a situação na Ásia é complicada e, por isso, também eles estão interessados na diversificação. Para a Rússia, não se limitar à China significa obter espaço necessár io para manobra. Em terceiro lugar, e ao contrário da China, a Rússia tem uma vasta experiência de liderança. Não no sentido de hegemonia, como os Estados Unidos, mas do ponto de vista da proposta de ideias globais que podem atrair outros Estados e iniciar uma “campanha” em escala mundial. A China, devido a especificidades culturais, não está muito preparada para isso. Moscou também perdeu essas qualidades na era pós-soviética, mas é possível formular uma visão diferente da ordem mundial, porque os riscos de um mundo centrado nos EUA têm sido evidentes ao longo do último ano. Por um lado, há o escândalo com Edward Snowden. Por outro, uma clara demonstração de força contra a Rússia nas últimas semanas, com o uso de instituições globais. Se a Rússia surgir no papel de designer de “outra” globalização, nem que seja no nível de slogans, isso irá equilibrar, em parte, seu atraso econômico em relação à China. Fiódor Lukianov é presidente do Conselho de Política Externa e de Defesa.
Energia nuclear Com contratos para construção de 19 blocos energéticos no exterior, estatal russa quer participação em usinas da Eletrobras
Tecnologias russas para usinas brasileiras País pode oferecer tecnologias inovadoras para construção de novas usinas nucleares no Brasil e programa pode aumentar a efetividade de projetos semelhantes.
ENERGIA NUCLEAR ROSATOM
ti-D para gerenciamento efetivo de projetos de construção de instalações complexas de engenharia. “Na base dessa tecnologia está o projeto e modelagem intelectual tridimensional de processos de construção, o que nos permite construir quaisquer instalações complexas de engenharia exatamente no período designado, no preço e qualidade determinados. A utilização de tecnologias modernas é orientada não somente à redução de custos de construção da
instalação, mas também ao aumento de sua segurança. Essa tecnologia foi criada para ser universal, e nós a utilizamos hoje nas nossas instalações nucleares na Rússia e no exterior, além de projetos não nucleares”, diz o vice-diretor da NIAEP– ASE, Viatcheslav Alenkov. No que tange a outros países dos Brics, a Índia e a Ch i na con fi r ma ra m no fórum parcerias com a Rússia no campo de tecnologia nuclear de fins pacíficos. Além disso, Bangladesh as-
Serguêi Kirienko
ANDRÊI REZNITCHENKO ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA
ITAR-TASS(2)
Nos próximos 30 anos, segundo prognóstico da AIEA, o número de usinas nucleares no mundo crescerá de forma constante. Esse fenômeno aumenta a segurança energética das economias nacionais e ameniza as consequências das mudanças climáticas no planeta. Para o chefe da empresa de energia atômica russa Rosatom, Serguêi Kirienko, a energia atômica é hoje uma condição obrigatória para o funcionamento estável e seguro do sistema energético mundial. “A energia atômica ganha relevância especial para os países com economia em crescimento rápido, pois a insuficiência de recursos energéticos é característica de muitos deles”, declarou Kirienko durante o fórum atômico “Atomexpo”, realizado em junho em Moscou.
"
No momento, os principais projetos da estatal Rosatom estão concentrados em países do Círculo do Pacífico, já que nesta parte do mundo a energia atômica se desenvolve ativamente. Além disso, a Rosatom também se interessa pelo mercado de países latino-americanos, como Brasil e Argentina. Para nós, essa é uma região muito interessante. Há muito que esses falam sobre a implantação de um novo programa de energia atômica, mas até agora não se tomaram decisões acerca do assunto.”
FRASE
DIRETOR-GERAL DA EMPRESA ESTATAL DE
Rosatom: controles de novas usinas nucleares parecem cada vez mais com estações espaciais
A estatal coopera ativamente com países da América Latina em diversos programas de energia atômica, sobretudo na venda de isótopos medicinais. No Brasil, a companhia russa já demonstrou interesse em projetos de construção de novos blocos de usinas nucleares. “A Eletrobras, o maior grupo eletroenergético brasileiro, planeja construir de quatro a oito usinas nucleares até 2030. Aproveitando a declaração do presidente da empresa, Othon Luiz Pinhei-
ro, de que o Brasil precisa de um fornecedor qualificado, a Rosatom mostra ter todos os recursos necessários, experiência significativa e potencial para ser o fornecedor idea l pa ra o pa ís”, d i z Kirienko.
Longo portfólio O portfólio de encomendas a longo prazo da Rosatom chega aos 90 bilhões de dólares. No momento, a estatal participa da construção de 28 blocos energéticos de usinas nucleares, 19 das quais
se localizam em países no exterior. As usinas nucleares modernas de geração “tri plus” criadas por centros de projetos russos possuem as melhores tecnologias não só de utilização efetiva por no mínimo 60 anos, mas também um funcionamento absolutamente seguro da estação em qualquer situação. Por exemplo, os especialistas da NIAEP-ASE, a maior companhia russa de engenharia atômica, criaram a inovadora tecnologia Mul-
sinou o contrato para sua primeira usina nuclear, a “Ruppur”.
Parceria chinesa A Rússia e a China também podem conduzir projetos conjuntos em outros países. “A discussão de parceria com a China sobre projetos em outros países também pode ser interessante. Nossa parceria é de caráter bem complexo, e estamos satisfeitos com seu d e s e n r o l a r ”, disse Kirienko. Segundo ele, a Rosatom também continua o diálogo para a ampliação da parceria em relação a reatores rápidos. Especialistas russos já construíram dois blocos energéticos de usinas nucleares Tianvanskoi na China. Eles foram entregues para utilização industrial em 2007, e são considerados os melhores do país nos quesitos de ex ploração e segurança. O contrato principal de construção da segunda etapa da usina nuclear localizada na orla do mar Amarelo foi assinado pela Rússia e China em 2010. A inauguração dos blocos está prevista para 2018.
Especial
RÚSSIA O melhor da Gazeta Russa http://br.rbth.com
NOVOS TEMPOS DIANTE DA AMEAÇA DE NOVAS SANÇÕES, PAÍSES PONDERAM SOBRE LIÇÕES TIRADAS DOS ANOS 1980, QUANDO RÚSSIA SOFREU PUNIÇÕES DOS EUA. COM PAÍS INTEGRADO À ECONOMIA MUNDIAL, AMBAS AS PARTES ESTÃO MAIS SENSÍVEIS.
EM UMA ECONOMIA GLOBAL, PODE A RÚSSIA SEGUIR SÓ? Impasse sobre Ucrânia elevou tensões entre Rússia e Ocidente a níveis sem precedentes desde a Guerra Fria, mas integração econômica detém escalada.
NÚMEROS
Trocas comerciais com a Rússia
27
bilhões de dólares é o valor do total de importações da Rússia em 2013 pelos EUA, que exportaram US$ 11 bilhões para a Rússia no mesmo período.
DAVID MILLER GAZETA RUSSA
O papel mais importante da Rússia na economia global se refere à produção de petróleo e gás. A Rússia é o número um do mundo em exportação de gás natural e o número dois em exportação de petróleo, e as empresas estrangeiras têm pressionado para obter acesso a tais reservas. A parceria da Exxon com a Rosneft inclui 30% de propriedade no desenvolvimento da extração de petróleo e gás em Sakhalin-1, no Extremo Oriente russo, bem como planos para explorar e desenvolver conjuntamente jazidas de petróleo no Ártico. Já a Royal Dutch Shell detém uma participação de 27,5% no campo de petróleo e gás Sakhalin-2, onde mantém parceria com a exportadora de gás Gazprom. A britânica BP possui uma participação de quase 20% na Rosneft, e assinou no final de maio um acordo com essa para explorar petróleo de xisto na Rússia. Em meio à escalada das tensões no segundo trimestre do ano, o presidente russo Vladímir Pútin declarou que as sanções poderiam levar seu governo a reconsiderar o papel das empresas ocidentais na Rússia. “Se isso continuar, então é claro que teremos que considerar quem está trabalhando e como na Federação Russa em setores-chave da economia russa, incluindo o de energia”, disse no final de abril.
é a parcela do PIB (Produto Interno Bruto) soviético que correspondia a importações e exportações em 1985.
29% é a porcentagem do PIB da Rússia proveniente de exportações em 2012, segundo o Banco Mundial.
FRASES Ainda que a integração da Rússia ao mundo empresarial do Ocidente tenha complicado a ideia das sanções, ela também tornou o país mais vulnerável: ambos os lados têm muito a perder. Kúdrin estima que as sanções poderiam reduzir o crescimento do PIB russo em 1% a 1,5% neste ano. “Não é uma perda catastrófica porque a Rússia passou por momentos ainda mais difíceis no passado recente”, diz.
Vladímir Potánin PROPRIETÁRIO E DIRETOR-GERAL DA NORILSK NICKEL
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Não sentimos as sanções. Mantemos laços tão próximos com a Europa que qualquer tentativa de aplicá-las sairia caro para ambos os lados. Nem nossos parceiros ocidentais nem nós acreditamos na imposição de medidas severas.”
Repeteco dos anos 80?
Vladímir Evtuchenkov
© RIA NOVOSTI/ IGOR RUSSAK
Na era soviética, as empresas eram, por definição, não comerciais, e a economia, orientada para a autossuficiência. Em 1985, apenas 4% do produto nacional bruto soviético correspondia a importações e exportações. Grande parte do comércio exterior era feito com países que já faziam parte da esfera socialista. Quando a URSS entrou em guerra com o Afeganistão em 1979, o então presidente americano Jimmy Carter declarou que os EUA iriam boicotar as Olimpíadas de 1980, sediadas em Moscou, e ordenou uma rodada de sanções econômicas. O resultado foi o embargo aos grãos da União Soviética em 1980, cujo impacto na economia local foi insignificante e, aparentemente, não teve efeito algum sobre as políticas soviéticas. A América Latina e a Europa entraram em cena para compensar o déficit de fornecimento, e a guerra no Afeganistão se arrastou por uma década. A oferta excessiva de grãos nos EUA provocou queda de preços no mercado interno, prejudicando os próprios agricultores americanos. Sucessor do presidente Carter, o anticomunista Ronald Reagan, suspendeu o embargo em 1981. Hoje, o volume do comércio russo-americano ainda é pequeno. A UE, porém, é o maior pa r c e i r o c ome r c i a l d a Rússia. Mesmo assim, há indícios de que a Rússia teria uma saída em caso de sanções mais duras. Em maio passado, o país finalmente encerrou uma década de negociações e concordou em fornecer à China o equivalente a US$ 400 bilhões em gás natural ao longo de 30 anos. “A Rússia e Pútin podem provar não estarem completamente isolados devido à crise na Ucrânia. O país mostrou que mantém uma parceria estratégica de confiança com a China”, disse Keun-Wook Paik, pesquisador sênior do Instituto Oxford, à agência AP.
PRESIDENTE DA HOLDING INTERROS
" Tiro no pé: Para analistas políticos, países que tomarem iniciativas contra a Rússia poderão se prejudicar
Alternativa Rota ligará oceanos Atlântico e Pacífico
Projeto conjunto com a China prevê construção de canal na Nicarágua Rota alternativa ao Canal do Panamá foi rejeitada por engenheiros norteamericanos há mais de um século. IÚRI PANIEV ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA
A Rússia e a Nicarágua planejam uma parceria para a construção do Grande Canal Interoceânico. A rota, rejeitada por engenheiros norte-americanos há mais de um século, é mais profunda e larga que a de seu concorrente, o Canal do Panamá, e poderá desafiar o controle dos Estados Unidos sobre a região. O projeto foi discutido durante visita oficial do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rú ssia, Serg uêi Lavrov, à Nicarágua. Durante o encontro, foram assinados acordos para que aviões e navios militares russos operem em águas territoriais nicaraguenses, além de patrulharem a costa do país no Oceano Pacífico e no mar do Caribe até 30 de junho de 2015. “Esse canal promete ser a maior rede de transporte
AP/EASTNEWS
Petróleo e gás
4%
NATALIA MIKHAYLENKO
Terceiro maior parceiro comercial da União Europeia, a Rússia fornece cerca de 30% do gás natural para o bloco europeu. As empresas russas mantêm bilhões de dólares em ações de negociação nas bolsas de Londres e Nova York, com uma gama de investidores minoritários dos EUA e da Europa. A gigante petrolífera americana ExxonMobil faz sua grande aposta na Rússia, por meio da troca de ativos e desenvolvimento de uma parceria estratégica com a estatal russa Rosneft. Então, até onde as sanções contra a Rússia podem ir? “Não acredito em um cenário de total isolamento político ou econômico. Não acho que isso irá tão longe”, disse o ex-ministro das Finanças russo, Aleksêi Kúdrin, ao canal russo REN-TV. No entanto, autoridades americanas e europeias alertaram para a possibilidade de a Rússia enfrentar sanções de amplo alcance em áreas como energia, finanças, armamentos e manufatura, enquanto os líderes russos vêm tentando minimizar a importância da ameaça. O ministro da Economia russo, Aleksêi Uliukaiev, declarou em maio passado ao canal de televisão Bloomberg que amplas sanções contra setores econômicos inteiros são “como uma arma nuclear: ninguém usa”. De fato, alguns formuladores de políticas no Ocidente disseram que qualquer iniciativa contra a Rússia deveria ser cuidadosamente arquitetada. A subsecretária de Estado dos EUA para Europa, Victoria Nuland, disse à Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Representantes dos EUA que novas sanções teriam como objetivo limitar os prejuízos aos interesses ocidentais. “A ideia aqui é usar um bisturi, e não u m m a r t e lo”, a f i r mou Nuland.
Verba estimada para canal é de 40 bilhões de dólares
do hemisfério Ocidental, e levará os EUA a perderem significativamente o controle que tiveram sobre a região nos últimos cem anos”, disse à Gazeta Russa Emil Dabaghian, pesquisador do Instituto Latino-Americano da Academia de Ciências Russa.
Quatro vezes mais longa A nova hidrovia artificial irá se estender por 286 km - contra os atuais 81,5 km do Canal do Panamá. A cons-
trução será iniciada no final deste ano, segundo o acordo assinado por Nicarágua, Rússia e China, e a conclusão está prevista para 2029. A verba para realização do projeto, estimada em 40 bilhões de dólares, será fornecida sobretudo pelo grupo chinês HKND, que recebeu uma concessão de cem anos para a abertura e operação do canal. A principal vantagem da rota é sua largura, de 83 metros, e a profundidade, de 27,5 metros. Com essas di-
mensões, será possível a navegação de embarcações de classe superpesada, com porte de até 270 mil toneladas. Além disso, planeja-se a construção de dois portos, um aeroporto e um oleoduto nos arredores.
Moeda política Para o diretor-geral do Instituto Nacional de Energia, Serguêi Pravosudov, a Rússia será beneficiada não só economicamente pelo novo projeto. “Os Estados Unidos controlam rotas marítimas essenciais: os Canais do Panamá e de Suez, assim como as principais rotas comerciais que passam por Cingapura, Gibraltar etc. Por isso, uma via navegável alternativa é um desafio diret o a o s E UA”, e x p l i c a Pravosudov. O cientista político Konstantin Símonov acredita que o projeto é arriscado. Segundo ele, o canal não seria tão necessário à Rússia, quanto para a China na exportação e importação de mercadorias por uma rota mais curta. “A Rússia tem o seu próprio itinerário, a Rota do Mar do Norte, que permite levar os navios para Europa e Ásia através do Ártico”, diz. Já o chefe do Instituto dos EUA e do Canadá da Academia de Ciências Russa, Aleksêi Rei, acredita que a ampliação de possibilidades para além da Rota do Mar do Norte está entre os interesses diretos da Rússia. “Do ponto de vista econômico, a construção do Canal da Nicarágua deve ser mais rentável”, acredita.
Sanções não irão nos impedir de desenvolver nossas próprias tecnologias. É um desafio. Olhe o exemplo do chacal. Quando encurralado, ele pode atacar até um leão para se salvar. Estamos sendo encurralados. Se pudermos encontrar uma saída, ótimo.”
Mikhail Prôkhorov PROPRIETÁRIO DA COMPANHIA DE INVESTIMENTOS ONEXIM E DO TIME DE BASQUETE DA NBA BROOKLYN NETS
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O confronto com o Ocidente já se tornou uma realidade na era pós-Crimeia. Na fase crítica da crise na Crimeia, as ações russas perderam mais de US$ 62,5 milhões em um único dia.”
Guêrman Gref PRESIDENTE DO SBERBANK, MINISTRO DA ECONOMIA E DO COMÉRCIO RUSSO (2000-2007)
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“Não recebemos quaisquer exigências específicas por parte dos órgãos reguladores ucranianos. Estamos empenhados em estabelecer um diálogo construtivo, continuamos a trabalhar com a Ucrânia e não sentimos nenhuma pressão em particular.”
Andrêi Kostin PRESIDENTE E DIRETOR DO CONSELHO DO BANCO VTB, PRESIDENTE DO CONSELHO DO BANCO DE MOSCOU
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Achávamos que não haveria qualquer dificuldade no ambiente financeiro, como foi com outros setores. Infelizmente, não é bem assim quando alguém sente a necessidade de alcançar determinados objetivos políticos.”
Em Foco
RÚSSIA O melhor da Gazeta Russa http://br.rbth.com
RECEITA
Pirojki, um aperitivo para finais da Copa Anna Kharzeeva ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA
‘Embaixadores informais’ suprem falta de centros culturais
Chanceler Nascido em 1934 em Korczew, na Bielorrússia, Ígor Chnee desembarcou aos dez anos em Ravensburg, no sul da Alemanha, onde se formou no ginásio. Aos 15 anos, ele já es-
Volga A família materna de Tamara Gers Dimitrov vivia na Bielorrússia. Mas, com a in-
Coral Melodia brilhou no Teatro São Pedro no Dia da Rússia
Massa (rende 50 pirojki): · 1 kg de farinha; · 3 xícaras de leite semidesnatado; · 30 gramas de fermento; · 2 ovos; · 150 g de açúcar; · 1 colher de chá de sal; · 150 a 200 g de manteiga.
Modo de preparo:
Ígor nasceu em 1934 e aos 15 anos já vivia em Taubaté (SP)
vasão da cidade de Pinsk, todos fugiram para a Alemanha no final da Segunda Guerra Mundial, de onde emigraram para o Brasil em 1947. O pai, natural de Kharbin, na China, onde havia uma colônia russa significativa, desembarcou no Brasil em 1954, fugindo do governo de Mao-Tse-Tung. Assim como os pais, Tamara vive na Vila Zelina, o bairro dos imigrantes do Leste Europeu em São Paulo, e preside a Associação Cultural Volga. “Inicialmente, na década de 1980, a associação era um grupo de danças folclóricas. Começou com 60 pessoas, todos jovens imigrantes ou fi-
Homenagem a pioneiros russos em Campina das Missões (RS)
DIVULGAÇÃO
Yury Ponomaryov e direção artística de Natalia Shigaeff, professora de canto lírico formada pela Escola Soviética Super ior de Mú sica de Harbin. O grupo se apresenta em teatros, clubes, exposições, festivais de corais, bailes russos e em eventos beneficentes com muito sucesso, segundo Galina. “Os brasileiros nos recebem calorosamente e gostam muito das músicas russas. Os auditórios ficam lotados. Temos um público cativo, que está sempre à espera das nossas apresentações”, conta. O coral é composto por adultos com boa preparação vocal que se aperfeiçoam permanentemente. Mas as novas gerações também participam, já que as duas mais novas cantoras líricas têm apenas 24 anos. Os integrantes são, em sua maioria, de origem russa, porém há também brasileiros que simpatizam com a música e a cultura russas. Em meados de junho, o Coral Melodia se apresentou no Teatro São Pedro, ao lado de outros grupos folclóricos, para celebrar o Dia Nacional da Rússia.
tava no Brasil, onde o pai a lca nçou sucesso como industrial. “Meu pai produziu em sua fábrica de Taubaté o primeiro leite condensado do Brasil, chamado Itambé, que existe até hoje”, conta. Ali, Ígor se formou na Faculdade de Ciências Contábeis e Atuariais e, posteriormente, em Ciências Econômicas na Universidade Mackenzie, em São Paulo. Hoje é vice-presidente da Sociedade Filantrópica Paulista, denominada Lar São Nikolau. Asilo de russos e eslavos, 22 idosos residem na casa atualmente. Chnee é também vice-presidente da Sociedade dos Compatriotas Russos do Brasil. Foi condecorado pelo chanceler Serguêi Lavrov em Moscou pelos serviços voluntários prestados à comunidade russa nos últimos 20 anos. “As principais atividades da sociedade são culturais e de suporte a conterrâneos e visitantes, como a organização e apresentação do pianista Iúra Zoldin em São Paulo; a assistência ao atleta Serguêi Bubka no Brasil; a recepção dos cientistas russos Dmítri Gitman, Galina Pugatchova e Anatóli Gusev, e a recepção de Mikhail Gorbatchov e Raissa Maksimovna, ainda em 1992.”
de família, no Ano Novo, em formaturas e casamentos. Os pasteizinhos sempre foram um motivo extra para ficar animado sobre uma data importante. Os pirojki levam um bom tempo para ficarem prontos, já que a massa, que leva fermento, precisa de tempo para crescer. Mas é justamente isso que os torna tão especiais. Quando comecei meu próprio negócio, uma escola de culinária para estrangeiros em Moscou, pedi a minha avó que revelasse para mim os segredos desses pasteizinhos para que eu anotasse. Mas foi um grande desafio: minha avó nunca media nada! A receita a seguir já foi testada várias vezes, e mantém aquele sabor de celebração especial – portanto, ideal para as finais da Copa do Mundo, vença quem vencer!
Ingredientes:
ARQUIVO PESSOAL
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Grupo Troyka: mais de 500 apresentações pelo Brasil afora
Os pastéis recheados são definitivamente o aperitivo favorito dos russos. As versões menores são chamadas de pirojki, e as maiores, pirogui. Em ambos os casos, a massa e o recheio são os mesmos, mas, no caso dos pirogui, a massa é aberta, distribuída em uma assadeira e, em seguida, recheada e coberta com pequenos pedaços de massa para formar uma segunda crosta no topo. Embora os pirogui sejam sempre feitos no forno, os pirojki podem ser assados ou fritos. Esse tipo de lanche rápido costuma ser vendido no metrô ou nas estações de trem – geralmente a versão frita. Mas, para mim, o verdadeiro pirojk deve ser assado, como fazia minha avó. Ela os preparava em ocasiões especiais, como aniversários
Com mais de 150 membros, Grupo Volga ampliou atuações
lhos de imigrantes russos. Nos anos seguintes as atividades se diversificaram, com coral, música, teatro, danças, exposições, workshops, fóruns, concursos e atividades espor-
CALENDÁRIO CULTURA E NEGÓCIOS
tivas, chegando a mais de 150 participantes e colaboradores. Por essa razão, não se trata mais de um grupo folclórico apenas, mas de uma associação cultural”, afirma.
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NOITE ESLAVA 2014 JANTAR DANÇANTE
FEIRA DO LESTE EUROPEU ESPECIAL DO MÊS DOS PAIS
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3 DE AGOSTO, RUA ARACATI MIRIM, AO LADO DO PARQUE ECOLÓGICO DA VILA PRUDENTE
DE 15 A 17 DE AGOSTO, RUSSIAN EXHIBITION CENTRE, MOSCOU RÚSSIA
DE 3 A 6 DE SETEMBRO, EXPOCENTRE FAIRGROUNDS, MOSCOU - RÚSSIA
O evento anual conta com música ao vivo, show folclórico, exposição de artesanato típico e culinária eslava. Convites a R$75
Além da oferta de artesanato e culinária típica do Leste Europeu, os eventos contam com exposição de veículos antigos, oficinas culturais e shows.
› www.grupovolga.com.br
› www.amoviza.org.br
WORLD FOOD MOSCOW DE 15 A 18 DE SETEMBRO, EXPOCENTRE, MOSCOU - RÚSSIA
Com mais de 150 expositores, e 12 mil visitantes, incluindo agentes, distribuidores e compradores, a feira é a principal do ramo na região.
A feira internacional traz moda feminina, masculina, infantil, juvenil, lingerie e acessórios e é ponto-chave para fabricantes, compradores e revendedores estabelecerem contatos.
Líder no setor de comidas e bebidas, a feira já está em seu 23° ano de existência e é a principal do setor no país, reunindo fornecedores e compradores da indústria de maneira pioneira.
› www.wedding-fashion.ru
› www.cpm-moscow.com
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1. Aqueça o leite em fogo baixo, mexendo sem parar. Quando o leite estiver morno, acrescente um pouco de açúcar para evitar formar nata. 2. Misture a farinha com o sal e o açúcar, adicione o fermento, depois os ovos e o leite. 3. Misture a massa com as mãos até que ela desgrude do prato. Cubra com um pano de prato e deixe descansar para crescer em um lugar quente (dependendo do tipo de fermento, pode levar de 30 a 90 minutos). 4. Depois que a massa tiver crescido, derreta a manteiga e distribua a massa nas laterais de um prato. Misture bem até que a massa desgrude novamente da superfície. Coloque a massa em um lugar quente e deixe crescer novamente até dobrar de tamanho (dependendo do tipo de levedura, pode levar de 30 a 90 minutos). 5. Divida a massa em pedaços menores, do tamanho de uma bola de tênis. Abra cada pedaço de massa até que fique do tamanho da palma da mão. Coloque o recheio e feche a massa. 6. Coloque os pirojki em uma assadeira, bata uma gema e pincele sobre os pastéis. Reserve por 10 minutos. Asse em forno a 200°C por 20 a 25 minutos. 7. Tire a assadeira do forno e coloque os pirojki sobre uma tá-
LORI/LEGION MEDIA
bua de madeira para esfriar. Recheio de repolho · Meio repolho; · 3 ovos; · 50 g de manteiga derretida; · 1 pitada de sal. 1. Pique bem o repolho. 2. Leve uma panela pequena com água e sal para ferver. Coloque o repolho picado na panela, abaixe o fogo e deixe cozinhar por 5 a 10 minutos. 3. Cozinhe os ovos. 4. Escorra a água do repolho e misture com ovos cozidos picados. Acrescente a manteiga. Recheio de ovo e cebolinha · 1 maço de cebolinha; · 3 ovos médios; · 100g de queijo feta. Cozinhe os ovos. Pique a cebolinha, misture com queijo feta. Recheio de carne · 300g de carne moída; · 1 colher de sopa de manteiga derretida; · 3 cebolas picadas. Refogue a cebola com a carne moída na manteiga derretida. Priátnogo appetita!
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O SUPLEMENTO “RÚSSIA” FAZ PARTE DO PROJETO INTERNACIONAL RUSSIA BEYOND THE HEADLINES (RBTH), QUE É PATROCINADO PELO JORNAL RUSSO ROSSIYSKAYA GAZETA. A PRODUÇÃO DO SUPLEMENTO NÃO ENVOLVE A EQUIPE EDITORIAL DA FOLHA DE S.PAULO. O RBTH É FINANCIADO TANTO POR RECEITAS DE PUBLICIDADE E PATROCÍNIO, COMO POR SUBSÍDIOS DE AGÊNCIAS GOVERNAMENTAIS RUSSAS. NOSSA LINHA EDITORIAL É INDEPENDENTE. O OBJETIVO É APRESENTAR, POR MEIO DE CONTEÚDO DE QUALIDADE E OPINIÕES, UMA GAMA DE PERSPECTIVAS SOBRE A RÚSSIA E O MUNDO. ATUANDO DESDE 2007, TEMOS O COMPROMISSO DE MANTER OS MAIS ALTOS PADRÕES EDITORIAIS E APRESENTAR O MELHOR DO JORNALISMO RUSSO. POR ISSO, ACREDITAMOS PREENCHER UMA IMPORTANTE LACUNA NA COBERTURA MIDIÁTICA INTERNACIONAL. ESCREVA UM E-MAIL PARA BR@RBTH.RU CASO TENHA PERGUNTAS OU COMENTÁRIOS SOBRE A NOSSA ESTRUTURA CORPORATIVA OU EDITORIAL. A FOLHA DE S.PAULO É PUBLICADA PELA EMPRESA FOLHA DA MANHÃ S.A., ALAMEDA BARÃO DE LIMEIRA, 425, SÃO PAULO-SP, BRASIL, TEL: +55 11 3224-3222 O SUPLEMENTO “RÚSSIA” É DISTRIBUÍDO NA GRANDE SÃO PAULO, INTERIOR DE SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO E BRASÍLIA, COM CIRCULAÇÃO DE 157.988 EXEMPLARES (IVC FEVEREIRO 2014)
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