Foto: Ricardo Q. T. Rodrigues/Prefeitura de Extrema
REVISTA DA CIDADE: UM PRESENTE PARA EXTREMA! O jornal Gazeta da Cidade completará 20 anos em dezembro. De uma sala em minha casa, no ano de 1998, para a sua maior (atual) sede, a Gazeta lança em 2018 um produto inédito em Extrema: uma revista em comemoração ao aniversário do município, que está completando 117 anos de história. A Revista da Cidade é a minha mais nova filha, como costumo dizer, e um presente que a Gazeta oferece à cidade e a toda a população extremense. Temos o compromisso de levar até você um excelente conteúdo, construído com responsabilidade e credibilidade. Espero que você possa apreciar e descobrir nas próximas páginas mais sobre o município de Extrema nesta revista produzida com muito carinho e empenho. Estou ansioso para que você comece esta jornada! Boa leitura. (Osmar Paulino – MTB-JP 13414/MG, diretor da Gazeta da Cidade)
SUMÁRIO HISTÓRIA
OPINIÃO 06 Extrema, bela Extrema
CURIOSIDADES 14
Você sabia?
HISTÓRIA
20 Extrema Futebol Clube, fundado há 78 anos
32
ENTREVISTA prefeito João Batista
TURISMO
28 Turismo como 2ª economia
Mantiqueira propaga Conservador das Águas
Bate-papo com o presidente da Câmara
AG RICULTURA
HISTÓRIA
43 Milho é o principal cultivo no município
34 Símbolos municipais
HISTÓRIA
ECONOMIA
36 Indústria, a mola propulsora do
45 Bens tombados
desenvolvimento de Extrema
OPINIÃO
23 Bate-papo com o
Conservador das Águas
41 Plano Conservador da
ENTREVISTA
Telefone: (35) 3435-2081 Endereço: Rua Tiradentes, 218 www.gazetadacidade.com Salas 04 a 06 - Centro atendimento@gazetadacidade.com Extrema/MG, CEP: 37640-000
22 Curiosidades
sobre a emancipação político-administrativa
40 Premiado Projeto
às vias de Extrema
HISTÓRIA 07 Extrema completa 117 anos 10 Santuário de Santa Rita 12 Zeca Alves, fundador de Extrema
MEIO AMBIENTE
30 Ilustres que dão nomes
Diretor Responsável Osmar Paulino MTB-JP: 13414-MG Depto Jurídico Dr. Maurício Ahualli
Redação Carolina Lemes (MTB 76293/SP)
Designer Gráfico Danillo Moreno Comercial Silvana Morato do Amaral
Esta é uma publicação da Empresa Jornalística Cidade Ltda., CNPJ 03.102.764/0001-86, Registro no Livro de Imprensa N 12, 110 v.o, do Livro B de Registros de Jornais, em Extrema, Minas Gerais, a Rua Nenê, 32, Centro. Filiado ao SINDIJORI (Sindicato dos Proprietários de Jornais do Estado de Minas Gerais)
DA CIDADE
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OPINIÃO
EXTREMA, BELA EXTREMA POR Carolina Lemes, jornalista (MTB 76293/SP) – Gazeta da Cidade
Ah Extrema, bela Extrema! Cercada por uma natureza exuberante, com diversas atrações turísticas e muitos eventos culturais, Extrema tem como base de sua economia a indústria e está trabalhando para que o turismo se torne a segunda economia do município. Com quase 35 mil habitantes, a já não mais tão pequena cidade encanta e evolui a cada dia. Ao pé da Serra da Mantiqueira, a paisagem daqui é deslumbrante, de tirar o fôlego. Extrema é terra de gente batalhadora e acolhedora. É comum e prazeroso receber sorrisos e ‘bom dia’, ‘boa tarde’ e ‘boa noite’ ao caminhar por suas ruas muito bem cuidadas e limpas, e, quase sempre, cercadas por flores e árvores. Isso porque o município, apesar da nítida evolução, ainda conserva o que há de melhor nas cidades interioranas. É fácil se apaixonar por esse clima. Eleita várias vezes a melhor cidade do Brasil e de Minas Gerais, em diferentes categorias, Extrema também é um dos municípios mais industrializados do estado e possui o 3º maior PIB (Produto Interno Bruto) do Sul de Minas. Com o projeto ambiental Conservador das Águas, ganhou destaque nacional e internacional. Eu já sinto que sou filha de Extrema - trabalhando há cinco anos no município e ajudando o jornal Gazeta da Cidade a escrever a nova história da cidade. Parabéns, Extrema! E obrigada por ter me recebido, assim como o meu trabalho, de forma tão generosa.
HISTÓRIA
DA CIDADE
EXTREMA COMPLETA
No dia 16 de setembro, Extrema completa 117 anos de emancipação político-administrativa. Situada a 935 metros de altitude em relação ao mar e cercada pela imponente Serra do Lopo, contraforte sul da Mantiqueira, a cidade busca encontrar suas raízes como porta de entrada dos bandeirantes paulistas em direção a Minas Gerais. Conhecida como o Portal de Minas, o nome “Extrema” é uma alusão à localização geográfica, no extremo sul do estado. A atual Extrema já foi Registro e Santa Rita de Extrema. Os primeiros povoadores a se fixarem no local eram portugueses que provinham de Camanducaia (MG), Bragança Paulista (SP), Atibaia (SP) e de São João do Curralinho (atual Joanópolis - SP). A origem do município é bem mais antiga do que a sua data de emancipação, podendo chegar a 330 anos de existência como localidade conhecida, anterior às famosas cidades históricas do período barroco de Minas. Se mencionarmos ainda o primeiro vestígio de ocupação indígena pré-colonial, podemos chegar a 2.500 anos, idade mínima estimada para a famosa pintura rupestre da Pedra do Índio, no Bairro da Lage. O primeiro assentamento humano não indígena estaria ligado à expedição do bandeirante Fernão Dias Paes Leme que, em novembro de 1674, saiu do Planalto de Piratininga, onde hoje se localiza São Paulo, rumo ao interior do atual Estado de Minas Gerais em busca de ouro e esmeraldas para o rei de Portugal. Usando uma rota mais curta e mais a oeste do que a rota de Taubaté, no Vale do Paraíba, ele subiu os rios Atibaia e Jaguari, aos pés do contraforte sul da Mantiqueira. Por este caminho, Fernão Dias deparou-se com a belíssima região onde hoje se situa Extrema, que tem como ponto mais elevado a Pedra do Cume, a 1.780 metros de altitude. Documentos oficiais, no entanto, restringem há 240 anos o início do povoamento de Extrema, fixando-se a data de 29 de novembro de 1764, quando o então governador de Minas, general Luiz Diogo da Silva, resolveu transferir o Registro Fiscal de Mandú (atual Pouso Alegre) para a margem esquerda do Rio Jaguari. Por isso Extrema foi originalmente conhecida pelo nome de “Registro”. No dia 7 de agosto de 1832, foi autorizada pela Cúria da Metropolitana de São Paulo a construção da capela consagrada à Santa Rita. Diz a tradição que uma ermida foi edificada dentro de 30 alqueires de terra doados pelo fazendeiro José Alves, conhecido como “Zeca Alves”. Em 16 de setembro de 1901, já com condição de paróquia, o então distrito de Santa Rita de Extrema passou a ser denominado município. Em 16 de setembro de 1915, o local passa a se chamar Extrema. Em 10 de setembro de 1925, a sede do município é elevada à categoria de cidade. Cercada por uma natureza exuberante, com belas atrações turísticas e eventos culturais e esportivos, tendo como base da economia a indústria, Extrema tem uma população estimada de 34.344 habitantes (Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, estimativas da população residente com data de referência 1º de julho de 2017) e conserva seus ares de interior com jeito mineiro de ser.
Foto: Ricardo Q. T. Rodrigues/Prefeitura de Extrema
117 ANOS
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Extrema possui 34.344 habitantes
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DA CIDADE
HISTÓRIA
SANTUÁRIO SANTA RITA
Foto: Ricardo Q. T. Rodrigues/Prefeitura de Extrema
O Santuário de Santa Rita de Extrema comemorou em 2018 o seu 10º aniversário de elevação da Igreja Matriz à dignidade de Santuário.
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DA CIDADE
Foto: Arquivo
HISTÓRIA
ZECA ALVEZ, FUNDADOR DE EXTREMA
Foto do século passado, na década de 10. Igreja ainda não tinha torre
Em 1832, o fundador de Extrema, fazendeiro José Alves (Zeca Alves), doou 30 alqueires de terra para a construção da capela em louvor à Santa Rita. A Igreja Católica sempre buscou manter vivo o nome do fundador da cidade. No dia 10 de maio de 2008, na missa da chegada da imagem fac-símile da santa para o santuário, o então pároco, padre José Franco, como forma de homenagear Zeca Alves, convidou um de seus descendentes para entrar com o brasão do santuário durante a celebração. O escolhido foi José Benedito Alves Cardoso (Zé Tico), que era o mais idoso descendente do fundador de Extrema. Em julho de 2015, o extremense Zé Tico, aos 90 anos, faleceu. Ele e seu irmão João Batista Alves Cardoso, que morreu aos 89 anos, em 2008, eram os únicos remanescentes de uma linhagem de 10 irmãos, sobrinhos-tataranetos do fundador da cidade, que jamais teve filhos e, portanto, não deixou descendentes diretos, apenas descendentes colaterais. Como não há registro do nascimento de Zeca Alves, estima-se que ele tenha nascido entre os anos de 1775 e 1780, ou seja, cinco gerações até o José Benedito. Ele teria feito a doação das terras à Santa Rita aos 60 anos de idade. Para resgatar a história de Extrema e homenagear o seu fundador, em 2008, a Câmara Municipal aprovou o Projeto de Lei nº 1.117, nomeando o prédio onde ficava a prefeitura, atual Casa da Cultura, como “José Alves – Zeca Alves”.
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DA CIDADE
CURIOSIDADES
Foto: Osmar Paulino
VOCÊ SABIA? Extrema em seus 117 anos de emancipação político-administrativa e nos anos anteriores de sua história possui diversas peculiaridades e fatos marcantes.
PRIMEIRO CASAMENTO, NASCIMENTO E ÓBITO
Foto: Prefeitura de Extrema
PEDRA DO ÍNDIO
Inscrição rupestre na Rota das Pedras
Em 1888, foi criado o 1º livro de registro de nascimentos de Extrema
Extrema possui uma inscrição rupestre do sítio arqueológico Pedra do Índio, no Bairro da Lage, localizado na Rota das Pedras. Esta pintura mostra o quanto a ocupação humana é antiga em Extrema.
O primeiro livro de registro de nascimentos de Extrema foi criado em 14 de dezembro de 1888 e revela informações importantes. O primeiro cartório de Extrema era da família Pedroso de Alvarenga. Mas, em 1915, Theophilo Cardoso Pinto (neto do Capitão Germano, filho do Coronel Antonio Cardoso Pinto e sobrinho do Coronel Simeão) passou a ser o proprietário do local. Graças ao cartório, sabe-se que o primeiro nascimento registrado em Extrema foi o de Benvina. Ela nas-
ceu no dia 7 de janeiro de 1889, no Bairro dos Pessegueiros, e era filha de Paulo Gomes Prado e Leopoldina Maria de Oliveira. O primeiro casamento registrado em cartório foi em 19 de janeiro de 1889, de Antônio Vieira de Santa Anna e Eleodora Pinto de Moraes. Um dia antes, registrou-se o primeiro óbito. Em 18 de janeiro de 1889, o bebê Floriano faleceu com um mês de idade. Era filho de Antônio de Oliveira e Maria Anna de Jesus, do Bairro dos Tenentes.
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DA CIDADE
CURIOSIDADES Foto: Museu Histórico Tuany Toledo
EXTREMA OCUPADA PELOS REVOLUCIONÁRIOS PAULISTAS DE 32 Depois da Revolução de 1930, que colocou Getúlio Vargas no poder apoiado pelos tenentes, Extrema, pela segunda vez num período de dois anos, foi palco de movimentação de tropas de um dos maiores conflitos militares registrados no Brasil: a Revolução Constitucionalista de 1932. Esta verdadeira guerra envolveu paulistas, apoiados unicamente pelos sul -mato-grossenses, contra o exército federal de Getúlio Vargas, representado por forças de todo o país, incluindo Minas Gerais. Com este conflito, a região de fronteira entre Minas e São Paulo se tornava novamente uma terra sem dono, na qual Extrema ainda mal se recuperava depois da movimentação de tropas na Revolução de 30 e de um consequente litígio
-
1º avião a descer em Pouso Alegre durante a Revolução de 1932
com Bragança Paulista pela região de Palmeiras, retomada por Bragança. Em 1932, Extrema foi ocupada pelos revolucionários paulistas, que, certos da vitória, invadiram Minas Gerais até o município de Pouso Alegre. Durante a ocupação paulista, os extremenses da zona urbana e da zona rural se viram obriga-
dos a abastecer as tropas constitucionalistas, num clima de medo e tensão, sujeitos a prisões arbitrárias, ameaças de fuzilamento e confiscos de imóveis, bens e alimentos, mas também de camaradagem com os invasores. O resultado foi a rendição e derrota paulista em 28 de setembro de 1932.
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DA CIDADE
CURIOSIDADES Foto: Danillo Moreno
EXTREMENSES SOFRERAM COM G RIPE ESPANHOLA O cemitério ficava na área onde hoje se encontra a Escola Estadual Odete Valadares
Extrema, assim como todo o povo brasileiro, também sofreu com a gripe espanhola, que chegou ao país pelo intermédio do navio inglês Demerara, em 1918. O vereador Guido Berrentini registrou a tragédia no município em seu relatório de contas. “Como sabeis não ficamos ilesos sobre a epidemia da terrível moléstia que ora se denominou Influenza Espanhola e que se alastrou pelo país inteiro nos meses de outubro e dezembro. [...] Começada aqui em meados de outubro de 1918, atingiu esta epidemia aí seu auge em princípios de novembro, atacando durante seu período cerca de 180 pessoas no perímetro urbano, isto é, 60% da população da Villa”.
CEMITÉRIO, ESCOLA ODETE VALADARES E BAIRRO DA ROSEIRA Passado o susto da gripe espanhola, os administradores da cidade pareciam preocupados com a infraestrutura do cemitério local para enfrentar futuras tragédias. Por isso, em 16 de novembro de 1918, os vereadores aprovaram, em regime de urgência, a ampliação do cemitério, que neste período estava instalado na área onde hoje se encontra a Escola Estadual Odete Valadares. Extrema já havia enfrentado outra epi-
demia, de varíola, que tirou a vida de muita gente, principalmente na zona rural. Tanto é que havia um lugar conhecido como Bairro de Cemitério. A região é atualmente o Bairro da Roseira, que só passou a ter este nome por causa da influência de alguns moradores. Como eles acharam feio o nome de Bairro do Cemitério, conseguiram junto a políticos influentes, por volta de 1940, que a designação mudasse para Bairro da Roseira.
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DA CIDADE
HISTÓRIA
EXTREMA FUTEBOL CLUBE, FUNDADO HÁ 78 ANOS O Extrema FC disputou a 3ª Divisão da Federação Mineira de Futebol, chegando a galgar a 2ª Divisão. O Extrema Futebol Clube foi fundado em 18 de março de 1940, segundo relato dos antigos moradores do município, já que, oficialmente, um resumo do estatuto do clube foi registrado em cartório somente em 1956. Naquela época, aficionados por futebol construíram um campo de terra, no mesmo local do atual campo, onde passaram a treinar e jogar futebol.Nos anos 50, as únicas diversões para os jovens e adultos na cidade eram o footing na praça e o futebol nas tardes de domingo no Extrema FC. Disciplinados e rigorosos treinos eram realizados no cam-
Foto: Divulgação
Atual equipe do Extrema FC
po, no meio da semana, sob o comando do técnico Sebastião Camanducci, que hoje empresta seu nome ao estádio. Famílias inteiras assistiam aos jogos, também dis-
putados contra outras cidades. O clube chegou a manter invencibilidade por mais de 30 partidas, com destaque para o craque Tiãozinho Egidio.
Foto: Divulgação
u m a pasde sapascamc o m J á FC inMiyoshi Jomori, presidente do Extrema FC, durante assinatura de contrato de conscomodato com o prefeito João Batista pisci-
Com o advento da televisão, que passou a transmitir jogos profissionais no final dos anos 60, o futebol local entrou em declínio. Assim como em outras cidades, o futebol passou a ser jogado também nos bairros rurais, formando várias equipes que passaram a organizar os campeonatos municipais. No final dos anos 70, não havia mais o time da cidade, como era o Extrema FC. Na década de 80, o clube construiu
quadra, onde os jovens saram a praticar futebol lão e vôlei. O Extrema FC sou então a organizar peonatos municipais, participação de escolas. nos anos 90, o Extrema crementou o lado social, truindo um complexo de nas e o ginásio de esportes, onde foram realizados memoráveis eventos, como os bailes do Havaí. Nessa época também funcionava a escolinha de futebol em parceria com o EC Cruzeiro de Belo Horizonte. No ano 2000, o Extrema FC montou uma equipe profissional de futebol, que disputou a 3ª Divisão da Federação Mineira de Futebol, chegando a galgar a 2ª Divisão. No entanto, a presença e interferência de alguns empresários levou o clube a contrair dívidas de monta, inclusive, judiciais, a ponto de “fechar as portas”. O clube, então, ficou abandonado,
HISTÓRIA
DA CIDADE
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sem associados ativos, de 2004 a 2011. Logo depois, com a adesão de jovens na diretoria, novo impulso foi dado, com a reativação das piscinas, remodelas, e a reforma do ginásio de esportes. Atualmente, as finanças estão sanadas, mas com quadro associativo pequeno, sem poder para grandes investimentos. Um novo modelo de gestão foi implantado, firmando parceria com a Prefeitura de Extrema, em 16 de março de 2018, de comodato, em que a municipalidade construirá duas quadras cobertas, arquibancadas e vestiários para o campo, através da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude. O Extrema FC hoje mantém um time de futebol formado por associados, que têm treinado e jogado regularmente, como antigamente. O Extrema FC faz parte da história da cidade. Lembrando que Gumercindo Luiz Pinto Monteiro, prefeito por três vezes, foi o primeiro presidente do clube. O atual presidente é Miyoshi Jomori, que está no cargo desde 2011.
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DA CIDADE
OPINIÃO
Foto: Acervo da Família Cardoso Pinto
CURIOSIDADES SOBRE A EMANCIPAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA POR Rafaela Ferreira da Silva, chefe de Divisão de História – Prefeitura Municipal de Extrema e doutoranda em História – PUC-SP.
Anualmente, em 16 de setembro, é comemorado o aniversário de Emancipação Político-Administrativa de Extrema. A data corresponde ao dia no qual o então governador do Estado de Minas Gerais, Sr. Francisco Silviano de Almeida Brandão, sancionou, em 1901, a Lei nº 319, que elevou 12 localidades à condição de município, alterou divisas e deu outras providências. Um dos municípios criados pela referida lei foi o de Santa Rita da Extrema, que seria composto de um só distrito. De acor-
do com o disposto na mesma lei, a criação de um município (então administrado pela Câmara Municipal – que detinha funções deliberativas e executivas) só poderia ser realizada após o cumprimento do estabelecido no item nº 2 do artigo 4º da Lei nº 2, de 14 de setembro de 1891, que “Contém a organização municipal”, nos termos da Constituição do Estado de Minas Gerais, de 1891. Esse item diz respeito à “Existencia de edificios publicos para casa da camara municipal e de instrucção publica, com a capacidade e condições requeridas para os fins a que são destinados”. Neste contexto, colocamos uma importante questão: como aconteceu o movimento (com suas articulações e tensões) que culminou com a instalação da primeira Câmara? Através de contato realizado com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, buscamos localizar documentos elucidativos da emancipação de Extrema. Esta iniciativa, contudo, não obteve o êxito esperado, uma vez que de acordo com informações da Gerência de Atendimento e Pesquisa, aquela augusta Casa não possui a documentação do período requisitado em decorrência de um incêndio verificado nas suas dependências, em 1959. Também consultamos o Arquivo Público Mineiro, onde não foram encontrados documentos produzidos neste processo. Até o presente momento, não foi possível localizarmos documentos que tratam da emancipação e do período que antecedeu a instalação da primeira Câmara de Extrema nos arquivos da Prefeitura de Extrema e das Câmaras de Extrema e de Camanducaia. Após a eleição dos primeiros vereadores de Extrema (e à luz da legislação estadual então vigente), é possível entendermos diversos aspectos do funcionamento dessa Câmara Municipal, como pode ser visto em um livro aberto em 1917 (que contém a transcrição das leis e decretos publicados no período entre 1902 e 1928) e em um livro de atas aberto em 1º de julho de 1917 (que contém o registro das atas de reuniões realizadas a partir de 25 de setembro daquele ano). Curiosamente, por meio do primeiro livro citado, sabemos que durante o ano de 1902 (primeiro ano de funcionamento dessa Câmara), a mesma decretou nove leis. Estas tratam da adoção do regime tributário e demais leis de Camanducaia, dos orçamentos para 1902 e 1903, da criação de impostos, entre outros. Nesses livros, contudo, não encontramos referência ao processo de emancipação e seus mentores. Felizmente, conforme apontado por Milton Morbidelli (ex-diretor da Secretaria da Câmara Municipal de Extrema), foi registrado, na ata da sessão da Câmara realizada em 1º de janeiro de 1952, que aquela reunião tinha o objetivo único de “comemorar o Primeiro Cinquentenário de Instalação da primeira Camara Municipal de Extrema, ocorrida no dia primeiro (1º) de janeiro de mil novecentos e dois (1902), e bem assim, prestar justíssima homenagem aos componentes daquela Primeira Camara, representados hoje na pessoa do prestante cidadão Tenente Alexandre Bertolotti, como membro da primeira Camara e ao saudoso Coronel Simião Stylita Cardoso, primeiro Presidente da aludida Camara, a quem devemos a criação do Município”. A partir deste importante indício, faz-se necessário aprofundar as pesquisas sobre a atuação política de Simeão Stylita Cardoso (1855-1919), congressista mineiro que deixou numerosas marcas na imprensa nacional e em registros locais, e assim elucidar outros aspectos da emancipação de Extrema.
ENTREVISTA
DA CIDADE
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Foto: Ascom/Pref. Extrema
BATE-PAPO COM O PREFEITO
JOÃO BATIS TA O prefeito de Extrema, João Batista da Silva, possui mais de 26 anos de experiência na administração pública. Dentro de toda esta sua trajetória, e sendo filho de Extrema, nascido e criado no município, este é o segundo aniversário da cidade em que João Batista está à frente da Prefeitura Municipal. Ele fez o primário na Escola Odete Valadares e o ginásio na Escola Alfredo Olivotti. João Batista trabalhou nas lavouras de Uvas Itália que seu pai cultivava com a família, mas o primeiro registro em carteira aconteceu em 1990, aos 16 anos, como ajudante na linha de montagem em uma fábrica de sapatos. Com 17 anos, começou a trabalhar como office boy na Prefeitura de Extrema. Em 1998, assumiu a contabilidade do município. Já em 2012, se tornou vice -prefeito de Extrema. Em 2016, foi eleito prefeito.
Prefeito João Batista tem mais de 26 anos de experiência na administração pública
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DA CIDADE
ENTREVISTA
Foto: Ricardo Q. T. Rodrigues/Prefeitura de Extrema
Da Cidade: Como é ser prefeito da sua cidade natal? Local em que você iniciou sua carreira profissional e hoje se encontra à frente da Prefeitura Municipal. João Batista: Além de ser nascido e crescido em Extrema, no dia 15 de agosto deste ano completei 27 anos de serviços na Prefeitura Municipal. Acompanhei cada conquista de nossa cidade, cada projeto e política pública. É um orgulho e uma imensa responsabilidade contribuir para o desenvolvimento, criar políticas públicas e definir os rumos de nossa cidade, por isto, peço a Deus todos os dias que ilumine a mim e ao Juliano para que tenhamos sabedoria em cada decisão.
INVESTIMENTO EM AVENIDAS MELHORA O TRÂNSITO, ABRE NOVAS FRENTES DE DESENVOLVIMENTO E OFERECE CONFORTO
Da Cidade: Nesses quase dois anos à frente da Prefeitura de Extrema, quais presentes você já ofertou à cidade? João Batista: O maior de todos os presentes é a mudança de postura da administração. O pensamento tradicional diz que o prefeito deve guardar os investimentos para o último ano de mandato, de olho nas eleições. Decidi não seguir este caminho e temos investido muito desde o primeiro dia. Em 18 meses de mandato, já investimentos 200% mais do que nos dois primeiros anos do mandato anterior. Além disto, temos levado a sério o respeito às pessoas. Há anos, os servidores municipais entram na Justiça para garantir direitos básicos na hora de aposentar, agora estes direitos estão regularizados e protegidos. Respeito é reconhecer o valor de cada pessoa e respeitar seus direitos.
ENTREVISTA
DA CIDADE
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Foto: Ascom/Câmara Extrema
Construção de mais um Ceim nos Tenentes
Da Cidade: A atual administração municipal trabalha com gestão de resultados. Quais ações nesse sentido já foram implantadas? João Batista: A gestão de resultados abrange desde o comportamento individual de cada servidor até os processos e inovações que geram economia e efici-
ência. Por exemplo, há anos discutimos a instalação de uma balança de caminhões para o recebimento de produtos como pedra, areia, entre outros, evitando fraudes de fornecedores. Instalamos a balança e no primeiro mês já tivemos uma economia de 70%. Também melhoramos o sistema de compras tornando as licita-
ções mais rigorosas, isto trouxe mais uma grande economia para a prefeitura. O resultado é mais dinheiro para investir onde é importante, como as cirurgias que o governo do estado não está liberando. Apenas em sete meses deste ano, atendemos 483 pessoas com um investimento de R$ 880 mil dos cofres municipais.
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DA CIDADE
ENTREVISTA
Da Cidade: Explique o objetivo da gestão de resultados e a relevância das ações realizadas no município. João Batista: O poder público se acostumou a ser ineficiente, caro e burocrático. Por isto o brasileiro anda tão descrente com os governos. Mas é possível fazer diferente, ser econômico respeitando o dinheiro do povo, ser menos burocrático respeitando mais as pessoas. Fizemos esta proposta para nossa equipe de trabalho e todos aceitaram o desafio de mudar. Hoje as decisões são compartilhadas, com critérios claros; todo servidor da prefeitura passa por uma avaliação de desempenho. Não foi à toa que conseguimos
Foto: Ascom/Pref. Extrema
fazer uma poupança de mais de R$ 100 milhões e é esta reserva que vem suprindo as despesas quando o Governo do Estado não repassa os recursos do município.
Da Cidade: Quais são os principais projetos e obras para Extrema em andamento? João Batista: Do ponto de vista da população todos os projetos são muito importantes, mas cada um tem sua função no desenvolvimento da cidade. A construção das avenidas, por exemplo, melhora o trânsito, abre novas frentes de desenvolvimento, oferece segurança e conforto para o acesso há vários bairros. A substituição das lâmpadas por LED em “Hoje as decisões são compartilhatodo município traz, além da das, com critérios claros; todo servidor economia, muito mais segurança. E por falar em seguranda prefeitura passa por uma avaliaça, estamos sendo apontados ção de desempenho. Não foi à toa como a cidade mais segura de que conseguimos fazer uma poupanMinas Gerais desde o começo ça de mais de R$ 100 milhões” do ano; graças ao investimen-
Substituição das lâmpadas por LED em todo município traz economia e mais segurança
to que fizemos na Polícia Militar. E o trabalho não para, teremos a entrega de mais um Centro de Educação Infantil Municipal (Ceim) nos Tenentes e a construção de outro na Vila Esperança. Três novas equipes de Saúde da Família já estão em atividade e novas unidades de Saúde serão construídas em vários locais da cidade. Outro ponto importante é a atração de empresas para a criação de empregos. Em um ano e meio de mandato, criamos 1.534 novas vagas de emprego. Mesmo com toda a dificuldade na economia brasileira, estamos mantendo a criação de novas vagas.
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DA CIDADE
TURISMO
Fotos: Osmar Paulino e Prefeitura de Extrema
TURISMO COMO 2ª ECONOMIA
Secretária de Turismo, Ana Paula Odoni Michelini
Extrema é uma cidade turística com atrativos que se dividem entre as suas cinco rotas, diferenciadas por suas características mais marcantes: Rota das Águas, Rota das Pedras, Rota das Rosas, Rota do Sol e Rota dos Ventos. A administração municipal vem trabalhando para que o Turismo se transforme na segunda economia do município. Para isso, fortaleceu o seu Conselho Municipal de Turismo (Comtur), uma das ações previstas no Plano Municipal de Desenvolvimento Turístico Sustentável (PMDTS), que prevê a elaboração do Plano de Marketing com o objetivo de levantar ações para o posicionamento de destino turístico Extrema no mercado nacional até 2021. O trabalho também visa consolidar Extrema como um destino de natureza. Extrema é um município em pleno desenvolvimento e, nesse contexto, o Turismo tem se apresentado como uma estratégia inteligente para diversificar a economia rumo ao desenvolvimento sustentável. Podemos observar essa evolução a partir de 2002, com a efetivação da Política Pública de Turismo através da criação do Departamento de Turismo e com o lançamento da Agenda 21 de Extrema e efetivação do Comtur em 2005, mo-
mento em que a administração pública e sociedade percebem a importância do incentivo à diversificação das fontes de recursos para o município. Assim, o Turismo passa a ser vislumbrado como possibilidade de geração de renda e valorização dos saberes e dos fazeres da população extremense, além do empreendedorismo por parte da iniciativa privada que começa a sinalizar investimento na área. “Assim, a parceria público-privada é fortalecida e o resultado disso é apontado com o processo de elaboração do Plano de Desenvolvimento Turístico Sustentável 2017/2020, onde foi lançado o desafio de transformar o Turismo na segunda economia do município, uma construção que precisará do apoio e colaboração de todos os envolvidos e um trabalho conjunto e integrado entre as políticas de Cultura, Meio Ambiente, Esportes, Urbanismo e o setor privado”, ressaltou a secretária de Turismo, Ana Paula Odoni Michelini. Outra marca dessa linha do tempo é a criação da Secretaria de Turismo em 2017, amparada por um corpo técnico qualificado para dar seguimento e apoio a esse processo de fortalecimento do Turismo local, por meio de projetos e ações que vislumbram patamares mais
elevados no que se refere ao incentivo do empreendimento turístico no município. “Mais do que um vetor de crescimento econômico, uma estratégia de promoção das riquezas, valores e gestão da sustentabilidade territorial”. O turismo, por essência, ao gerar oportunidades e sustentar negócios baseados nas riquezas do território, enaltece as pessoas, a natureza e a cultura de um povo, “o que para nós é também um valor e o norte para a nossa gestão que vê no Turismo uma enorme capacidade e potencial de crescimento, de forma a garantir um aumento na empregabilidade, geração e distribuição de renda, valorizando as vocações regionais”, disse a secretária. Hoje, o Turismo de Extrema possui o site extrematur.com.br - abriga conteúdo sobre a oferta turística do município (atrativos naturais e culturais, serviços, equipamentos e eventos de interesse turístico). Outra ação é a Produção Associada ao Turismo, composta por artesãos, artistas e produtores rurais, e que visa formatar novos produtos e roteiros turísticos, além de inserir a produção local como componente de atratividade turística incluindo os pequenos negócios na economia do Turismo.
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DA CIDADE
HISTÓRIA
ILUSTRES QUE DÃO NOMES ÀS VIAS DE EXTREMA Foto: Acervo Histórico Municipal
JOÃO MENDES A Rua João Mendes é uma das mais importantes vias de Extrema. Trata-se de uma artéria vital para o fluxo de veículos na zona urbana. O homem homenageado com seu nome em umas das principais vias de Extrema é bisavô do instrumentista e regente Sebastião Mendes, o “Tião do Nher”, da Banda do Bem. João Mendes era casado com Martimiana Cardoso Pinto, da família dos coronéis Cardoso Pinto, e teve os filhos Benedito Mendes (avô de Tião), Antônio e Fausta, que se casou com o Tomaz Lupetti. João Lupetti, um dos descenden-
Rua João Mendes em 1978
tes do casal, foi prefeito de Extrema. João Mendes era um homem rico, tinha uma grande extensão de terra na região onde hoje fica a Praça Itália, a rodoviária
e o poliesportivo, local onde João Mendes mantinha o Alambique de Cachaça Santa Fausta, nome dado em homenagem a sua filha Fausta.
HISTÓRIA
DA CIDADE
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Fotos: Acervo e Danillo Moreno
ANTÔNIO ONISTO Antônio Onisto trabalhou na roça carpindo café, bateu tijolo, acordava às 04h00, e ainda se dedicou à educação dos 12 filhos, que teve com sua esposa Lina. Foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Extrema. Mesmo político, continuava trabalhando duro, com os funcionários da prefeitura. Ele costumava ajudar a abrir estradas com o povo, em mutirão. Em um momento conturbado da política local, Antônio chegou a assumir o posto de prefeito.
Antônio Onisto (à esquerda)
CAPITÃO GERMANO A Rua Capitão Germano, que desce da praça e vai sentido aos Saltos, é uma homenagem a Germano Cardoso Pinto, nascido no dia 20 de janeiro de 1822, em Bragança Paulista. De origem portuguesa, a família veio da Europa e adquiriu uma imensa fazenda onde hoje é o município de Pedra Bela. O jovem Germano veio para Extrema por causa de um grande amor. A extremense Gertrudes Alves Gomes de Oliveira (nascida no dia 21 de dezembro de 1835) casou-se com Germano no dia 7 de agosto de 1851, quando a moça tinha somente 15 anos. O local escolhido para o casal viver ganhou fama na cidade. Era chamado de Casa Grande. Germano era um homem rico. Suas terras abrangiam a Rua Capitão Germano até a Avenida Nicolau Cesarino e se prolongavam Serra do Lopo acima. Nessas terras, eram plantados milho, café e algodão, além de serem criados gados suínos. Além de grande produtor rural, Germano se transfor-
CORONEL SIMEÃO mou em homem forte na política local. Fez parte da Câmara dos Vereadores de 1861 a 1873. Foi juiz de paz e pertenceu à Guarda Nacional, com a patente de capitão. Já sua esposa Gertrudes era parente direta de José Alves, fundador de Extrema. O casal teve 11 filhos. Dois deles, Antônio Cardoso Pinto e Simeão Stylita Cardoso, foram grandes líderes políticos na cidade. Antônio chegou à presidência da Câmara Municipal, em 1886, e Simeão foi eleito deputado estadual por três vezes. Germano ganhou fama pelo trabalho dedicado a alforria dos escravos que trabalhavam nas fazendas instaladas em Extrema e região. Ele enviava seu filho Simeão para buscar famílias de imigrantes italianos que chegavam para trabalhar no Brasil. Logo outros italianos começaram a vir para a cidade, os de sobrenome Lupetti, Bertolotti, Olivotti, Mori, Basaglia, Flosi e Onisto. Capitão Germano morreu em 30 de abril de 1896, aos 74 anos.
Simeão Stylita Cardoso, filho de Capitão Germano, deixou Extrema cedo para estudar fora, em Belo Horizonte. Formou-se em Direito e foi promotor da Justiça em Camanducaia. De volta a Extrema, Simeão mergulhou de cabeça na política local. Era um homem casado, amante das artes, da música, mas sua grande paixão era o cultivo da terra, especialmente de uvas. Tanto que na área onde morava, próxima à Serra do Lopo, montou uma enorme plantação desti-
nada ao consumo e à fabricação de vinho e grapa. Em 1915, Simeão ainda era uma das maiores lideranças políticas da cidade. Já deputado estadual, foi Simeão Stylita Cardoso quem propôs a mudança do nome de Santa Rita de Extrema para simplesmente Extrema, o que foi oficializado pela Lei Estadual nº. 663, de 18 de setembro daquele ano. Coronel Simeão morreu em 26 de março de 1919, aos 64 anos, vítima de cirrose hepática.
Estátua do Coronel Simeão localizada na praça de mesmo nome
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DA CIDADE
ENTREVISTA
BATE-PAPO COM O PRESIDENTE DA CÂMARA Fotos: Ascom/Câmara Extrema e Osmar Paulino
Presidente da Câmara de Extrema, vereador Edvaldo de Souza Santos Junior (Juninho da Dello)
Edvaldo de Souza Santos Junior (Juninho da Dello) é o atual presidente da Câmara Municipal de Extrema. O vereador está em seu segundo mandato no Legislativo e também preside a Casa de Leis pela segunda vez. O edil conversou com a Revista da Cidade sobre os principais projetos para o município e fez um balanço a respeito dos seus 20 meses de mandato (legislatura 2017-2020). A Câmara de Vereadores já aprovou diversos projetos que beneficiam os extremenses, dando prioridade aos de auxílio a cidadãos do município, principalmente àqueles que têm questões ligadas à saúde. Outra ação desenvolvida é aproximar ainda mais o cidadão dos serviços públicos através das visitas da Câmara Municipal às secretarias e departamentos de Extrema. Além disso, a Casa de Leis busca melhoria contínua no atendimento realizado na Casa do Cidadão e na própria Câmara, entre outras atividades. “A Casa do Cidadão oferece serviços totalmente gratuitos, como orientação jurídica em diversos segmentos, auxílio
e orientação aos consumidores em assuntos que envolvem o Procon, emissão e segunda via da Carteira de Trabalho e da Reservista, informações sobre Previdência Social, auxílio na elaboração de currículo e orientação sobre antecedentes criminais”, explicou Juninho da Dello. O presidente da Câmara de Extrema também listou os seus projetos que visam oferecer mais qualidade de vida à população: Projeto “Adote um Idoso”, desenvolvido em parceria com o Asilo São Vicente de Paulo e que será apresentado nos próximos meses; Apoiar o entretenimento levando aos moradores que residem na zona rural o “Cinema no Bairro”, em parceria com a Secretaria de Cultura e outros vereadores; Apoio ao Projeto “Zumba nos Bairros” nas localidades rurais Forjos, Salto e Juncal, em parceria com a Secretaria de Ação Social, entre outros. “Nesses 20 meses de mandato, foram muitas conquistas e algumas decepções, mas o resultado é positivo. Alguns dos objetivos que tracei para a presidência da Câmara ainda não foram
alcançados, mas farei o possível para que nos próximos meses eu consiga concluir o máximo possível”, afirmou. Juninho também ressaltou que ser vereador é ter uma responsabilidade muito grande. “Estamos representando todos os cidadãos, independentemente de orientação e filiação partidária, porque o compromisso é com todos e o principal objetivo é proporcionar uma melhor qualidade de vida aos extremenses, cumprindo assim todas as responsabilidades do Legislativo”, disse. “Comemorar os 117 anos de Extrema é uma honra muito grande, ainda mais por ter sido tão bem acolhido pelos extremenses e ter conseguido a confiança dos demais vereadores para presidir a Casa de Leis. Extrema não foi a cidade que nasci, mas foi a cidade que escolhi para morar e constituir a minha família. Aproveito para parabenizar a nossa querida Extrema por essa importante data. Quero abraçar também todos aqueles que contribuem para tornar o nosso município cada vez melhor!”, concluiu o vereador.
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DA CIDADE
HISTÓRIA
SÍMBOLOS MUNICIPAIS A Lei Orgânica de Extrema aponta como os símbolos da cidade a bandeira, o brasão e o hino.
BANDEIRA A Bandeira de Extrema é cortada por três faixas horizontais, sendo a do meio (de cor branca) o dobro da faixa superior ou inferior. No meio da faixa branca (no anverso da bandeira) vem representado um círculo azul celeste, cujo diâmetro corresponde à largura dessa faixa, no qual se figuram cinco estrelas, postas em cruz, como as da Constelação do Cruzeiro do Sul. Foram adotadas as cores verde, branco e amarelo, pelo seguinte motivo: o verde, por simbolizar, em Heráldica, a vitória, a honra, a cortesia, a civilidade, a abundância e, também, a esperança,
“porque alude aos campos verdejantes na primavera, fazendo esperar copiosa colheita”. O branco, por simbolizar, em Heráldica, sobretudo a paz, a amizade, a equidade, a justiça, a pureza, a verdade, a lealdade, entre outros. E o amarelo por simbolizar, em Heráldica, a nobreza, a riqueza, o esplendor, a glória, a fé, o poder, a força, a soberania e a prosperidade. O círculo azul-celeste representa simbolicamente o céu da Bandeira do Município de Extrema. O Cruzeiro do Sul, em posição vertical, lembra a data de 15
de novembro de 1889 (Proclamação da República), pois nesse dia, às 08h30, é que essa constelação, tanto no aspecto inverso como no direto, permanece eretamente no firmamento.
HISTÓRIA
HINO O Hino de Extrema também é um símbolo municipal. O primeiro foi composto por Geralda de Cunto, em 1947. Mas a atual letra é da professora e poetisa Maria Egydio e a música, do maestro Sebastião Onisto. O hino foi oficializado pela Lei Municipal nº. 1.090, de 13 de outubro de 1994. O documento foi registrado no Cartório de Títulos e Documentos da Comarca de Extrema. A lei passou a vigorar em 11 de novembro do mesmo ano. Símbolo musical da identidade vanguardista do município, o hino traz consigo a valorização das belezas naturais e a formação sociocultural construída pelas imigrações, facilmente entoados na melodia prazerosa de se cantar.
Salve Extrema nossa terra, Pérola da Mantiqueira, És orgulho dos teus filhos, Que desejam ver-te altaneira.
Teus laços estão presos no passado, Das pessoas que fizeram tua história, Teus filhos têm deveres a cumprir, Continuar tua conquista de vitória.
Tuas belezas naturais, São obras do sublime Criador, És uma tela colorida, Feita com pincéis do Deus do Amor.
Unida aos braços forte do imigrantes, Dos operários e da tua mocidade, Com o trabalho de toda comunidade, Terra amada serás uma realidade.
DA CIDADE
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BRASÃO O brasão de armas do município foi criado em 1943, sendo escolhido o escudo por ser o que mais se adapta às peças honoríficas, com três cores representadas pelos metais: ouro, prata e pelo esmalte goles, para que o escudo não ficasse sobrecarregado com outras cores. O escudo com uma aspa firmada em esmalte goles acompanhado de quatro flores de lis é uma alusão a José da Silva Miranda que, em 1819, endereçou à Cúria Metropolitana de São Paulo uma petição “no sentido de se edificar uma úmida e se construir um patrimônio de fiança e favor da capela, no lugar para onde desde 1764, às margens do Rio Jaguari, o governador de Minas Gerais Luiz Diogo da Silva havia mandado que se transferisse o Registro do Mandú (Pouso Alegre), pois ali ficaria mais bem colocado”. A flor de lis simboliza a candura, a pureza. A coroa de espinhos com um cravo no centro, em metal prata, traz os atributos de Santa Rita de Cássia. Os dois suportes representados por um pé de milho e por um ramo de café, ambos retratam as principais culturas do município de Extrema, conforme o censo de 1950.
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DA CIDADE
ECONOMIA
INDÚSTRIA, A MOLA PROPULSORA DO DESENVOLVIMENTO DE EXTREMA O PIB saltou de R$ 364,2 milhões, em 2000, para R$ 5,086 bilhões, em 2015, ou seja, em apenas 15 anos, o município multiplicou seu PIB quase 14 vezes. As indústrias são importantes para o desenvolvimento econômico e social das cidades. Em Extrema, o setor é a primeira economia do município. Com localização privilegiada, Extrema possui alta industrialização e estrutura para receber investimentos com segurança. Além disso, a administração municipal apoia a vinda dos empreendimentos e ainda conta com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo, cujo objetivo é proteger os pequenos empreendedores, estimular os médios e acolher os grandes, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A indústria tem sido a mola propulsora de todo o desenvolvimento vivido em Extrema, que tem o 2º maior parque industrial de Minas Gerais. Diversas empresas e multinacionais escolheram Extrema para sediar suas instalações. Multilaser, Kopenhagen, Bauducco, Ball e
Foto: Ricardo Q. T. Rodrigues/Prefeitura de Extrema
Extrema possui atualmente 264 indústrias que respondem por 8.971 empregos
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DA CIDADE
ECONOMIA
Acqualimp são algumas das empresas que estão instaladas no município e auxiliam na geração de empregos e renda da cidade. Dentre as fábricas mais antigas de Extrema estão a Fundição Brasileira (atual Fagor) e a Yanes (atual Kidde). O município possui hoje 1.871 estabelecimentos empresariais que geram 17.508 empregos diretos, sendo que 264 são indústrias e respondem por 8.971 empregos. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo, Adriano Carvalho, a administração municipal não conduziu a economia da cidade para uma especialização, desta forma, quando há uma crise a cidade não sofre tanto. “Entretanto, os setores de destaque são alimentício, mecânico, eletroeletrônico, material de transporte. Nos últimos anos, o setor de serviços cresceu muito com a vinda dos operadores logísticos também”. A industrialização iniciou na cidade com a mudança na administração municipal e a duplicação da Rodovia Fernão Dias. Em 1997, com a inauguração da American National Can (ANC) - antecessora da Ball, e, em 2000, com a inauguração da Bauducco, este processo ganhou força.
As indústrias alavancaram o Produto Interno Bruto (PIB) de Extrema, o qual saltou de R$ 364,2 milhões, em 2000, para R$ 5,086 bilhões, em 2015, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, em apenas 15 anos, Extrema multiplicou seu PIB quase 14 vezes. No mesmo ritmo, o PIB per capita da população saltou de R$ 18.646, em 2000, para R$ 153.743, em 2015. Para Adriano Carvalho, há uma soma de fatores internos e externos que tornam Extrema um município vantajoso para a instalação de fábricas. “Os externos são a proximidade com São Paulo (o maior mercado consumidor da América Latina), a qualidade da rodovia e o baixo custo do pedágio e o regime tributário do Governo do Estado. Como diferencial competitivo de Extrema, surgem a infraestrutura local como escolas, creches e serviços de saúde, os investimentos em qualificação profissional e a segurança. A administração municipal criou um ciclo virtuoso de desenvolvimento ao investir na qualidade de vida, na preservação do meio ambiente e no desenvolvimento econômico”, avaliou. “O desenvolvimento econômico de Extrema tem sido excepcional nos últimos anos e ainda não perdemos o fôlego. Do ano passado para
Foto: Divulgação
Secretário de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo, Adriano Carvalho
cá, demos boas-vindas a importantes empresas como Hinode, Ambev, Dimep, Campari, Cabletech, entre outras. Até o começo de 2019, teremos cerca de quatro grandes empreendimentos logísticos sendo inaugurados, somese a isto, todo o investimento no desenvolvimento do Turismo e temos terreno fértil para os empreendedores de todos os setores. Este não é um processo para ser ‘assistido’, é preciso fazer parte dele. É preciso estudo, criatividade e muito esforço para aproveitar o melhor que este momento pode oferecer”, concluiu o secretário de Desenvolvimento Econômico de Extrema.
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DA CIDADE
MEIO AMBIENTE
PREMIADO PROJETO CONSERVADOR DAS ÁGUAS Projeto municipal fechará 2018 com 1,8 milhão de mudas de árvores plantadas.
Fotos: Robert Clark
Plantio do Conservador das Águas
O projeto Conservador das Águas, implantado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, através da Lei 2.100, tem 13 anos de existência. O objetivo da ação é manter a qualidade dos mananciais do município e promover a adequação ambiental das propriedades rurais. Trata-se de um projeto mais preventivo do que corretivo e que tem servido de referência nacional e mundial para a preservação, recuperação e conservação de nascentes. A iniciativa foi a primeira medida municipal no Brasil a regulamentar o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) relacionado à água. Possibilita que o proprietário de terras em que se localizam mananciais receba um pagamento pela preservação do local. O Conservador das Águas já celebrou 200 contratos com produtores. O valor do pagamento é de R$ 279,00 por hectare/ano das áreas reflorestadas. Já são mais de R$ 700 mil investidos por ano com pagamentos ambientais. O Conservador fechará 2018 com 1,8 milhão de mudas de árvores plantadas e uma área protegida de cerca de 2 mil hectares (cada hectare tem 10.000 m²), fazendo com que hoje 1/3 do território municipal seja de florestas conservadas e reflorestadas com a mata nativa. A meta do projeto é proteger cerca de 9 mil hectares e ainda há 3 milhões de árvores para plantar. “O Conservador das Águas é um patrimônio da sociedade de Extrema, um projeto que começou pequeno, conquistou seu espaço e hoje é reconhecido no mundo como uma boa prática para o desenvolvimento sustentável”, ressaltou o secretário de Meio Ambiente, Paulo Henrique Pereira. Com a sede intitulada “Hélio de Lima”, o Conservador das Águas também tem o intuito de: Aumentar a cobertura florestal nas sub-bacias hidrográficas e implantar microcorredores ecológicos; Reduzir os níveis de poluição difusa rural, decorrentes dos processos de sedimentação e eutrofização e de falta de saneamento ambiental; Difundir o conceito de manejo integrado de vegetação, solo e da água na bacia hidrográfica
SECRETÁRIO DE MEIO AMBIENTE, PAULO HENRIQUE PEREIRA
do Rio Jaguari. A estratégia visa, ainda, incentivar a adoção das práticas de conservação de água e solo, como: cercamento de nascentes, plantio de matas ciliares, adequação de estradas rurais e demais iniciativas que facilitem a infiltração de água a fim de evitar a erosão e o assoreamento de rios. O Conservador das Águas possui apoio do Governo do Estado de São Paulo e de ONGs ambientais, e já foi reconhecido internacionalmente, pois recebeu, em março de 2013, em Dubai, nos Emirados Árabes, o Prêmio Internacional de Dubai para Boas Práticas, oferecido pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), entre várias outras premiações. Das mais de 500 nascentes nas bacias hidrográficas de Extrema, mais de 400 são preservadas pelo projeto e as demais que fazem parte do restante do município são beneficiadas por estas recuperadas. Estas nascentes garantem um grande volume de água para o Rio Jaguari, principal rio que abastece o Sistema Cantareira.
MEIO AMBIENTE
DA CIDADE
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PLANO CONSERVADOR DA MANTIQUEIRA PROPAG A CONSERVADOR DAS ÁGUAS Foto: Divulgação
A experiência com o já consagrado projeto Conservador das Águas está sendo compartilhada com outras cidades e estados por meio do Plano Conservador da Mantiqueira, uma ação também da Prefeitura de Extrema, por meio da
Secretaria de Meio Ambiente. Segundo o secretário do departamento, Paulo Henrique Pereira, o objetivo da ação é “levar as premissas e conceitos do Conservador das Águas para mais de 280 municípios que compõem a área de abran-
gência da Serra da Mantiqueira, além de plantar dois bilhões de árvores”. “Estamos com mais de 50 municípios mobilizados; a adesão está além da expectativa inicial”, destacou o secretário de Meio Ambiente. O plano considera
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DA CIDADE
MEIO AMBIENTE
como área de abrangência da Serra da Mantiqueira os territórios dos municípios localizados nas bacias hidrográficas dos rios: Grande, Paraíba do Sul, Tietê, Piracicaba e Mogi-Pardo. A Serra da Mantiqueira é uma cadeia montanhosa repleta de pequenas cidades localizadas em altitudes que vão até 2.700 metros, e estende-se pelas divisas dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, com influência também para a Serra do Mar. No Conservador da Mantiqueira estão 205 cidades em Minas Gerais, 71 em São Paulo e oito cidades no Rio de Janeiro, ou seja, um total de 284 municípios, o equivalente a 100.090,02 km². Algumas das cidades são: Camanducaia, Cambuí, Extrema, Itapeva, Toledo, Gonçalves, Paraisópolis, Santa Rita do Sapucaí, Alfenas, Varginha, São Thomé das Letras, Tiradentes, Juiz de Fora, Lavras, Itajubá, Três Corações, Muzambinho, Poços de Caldas e Pouso Alegre, em Minas Gerais; Lorena, Aparecida, São Luiz do Paraitinga, Taubaté,
São José dos Campos, Jacareí, Atibaia, Bragança Paulista, Joanópolis, Mairiporã, Vargem, Piracaia e Serra Negra, em São Paulo; e Itatiaia, Três Rios, Valença e Resende, no Rio de Janeiro. A lista completa das cidades abrangidas e mais informações sobre o projeto podem ser encontradas no site: www. conservadordamantiqueira.org. Os objetivos específicos do plano consistem em: Formação de corredor ecológico na área de abrangência e influência da Serra da Mantiqueira; Melhorar a capacidade de produção dos serviços ambientais, como a água, a conservação de solo, a biodiversidade, o sequestro de carbono, a manutenção da paisagem; Promover um plano municipal e regional da mata atlântica com a participação de diversos atores e apoio da Fundação SOS Mata Atlântica; Melhorar a capacidade de resiliência dos municípios
para enfrentar os danos causados pelas mudanças climáticas; Fortalecer a governança ambiental nos municípios. Em 2015, a Prefeitura de Extrema, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, começou a apoiar os municípios vizinhos que compõem a Área de Preservação Ambiental (APA) Fernão Dias (Camanducaia, Itapeva, Paraisópolis e Gonçalves) para que eles desenvolvessem projetos semelhantes ao Conservador das Águas, e como a avaliação foi positiva, surgiu o Conservador da Mantiqueira.
AGRICULTURA
DA CIDADE
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MILHO É O PRINCIPAL CULTIVO NO MUNICÍPIO Foto: Osmar Paulino
A prática da agricultura familiar é forte em Extrema. Os produtores rurais plantam batata, ervilha, feijão, brócolis e, principalmente, milho. A produção de leite é outro ramo de destaque no município. O comerciante Renato Resende de Souza, do Sítio Resende (há mais de 160 anos na família Resende), no Bairro dos Tenentes, produz leite há mais de 30 anos e milho há mais de 15 anos. Em seu minilaticínio Sinha Rita, o produtor vende queijo
e iogurte. Já o milho é para consumo próprio e também para manter os animais da fazenda. Renato Resende é agricultor familiar. Ele vende iogurte para a Prefeitura Municipal de Extrema, faz a entrega para as creches - nesta época são feitos 500 litros de iogurte por semana. Cada produtor rural tem o direito de vender até R$ 20 mil por ano para cada prefeitura, dentro do programa Agricultura Familiar - cultivo realizado por pequenos
Antônio Carlos Severine, coordenador do Departamento de Agricultura da Prefeitura de Extrema; Hélio João de Farias Neto, extensionista agropecuário da Emater e engenheiro agrônomo; Renato Resende de Souza, comerciante e agricultor familiar, e sua esposa Márcia Resende
proprietários rurais, tendo como mão de obra, essencialmente, a família, entre outros requisitos. Já o leite rende 300 litros por dia, o que equivale a cerca de 30 quilos de queijo. A produção de milho é em torno de 150 toneladas por ano. “Trabalhamos com uma boa plantação, comida boa e uma nutrição regrada para os animais”, destacou Resende. A época da safra de milho já começou, juntamente com a fase das águas, e segue até fevereiro. Logo depois vem a safrinha do grão, que fica pronta entre junho e julho.
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DA CIDADE
AGRICULTURA Foto: Osmar Paulino
O agricultor familiar também produz leite, queijo e iogurte
“Ser produtor rural no Brasil não é fácil. Mas em Extrema temos o suporte da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e da Prefeitura Municipal”, contou o agricultor, que possui o certificado do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), atestando que cumpre as exigências sanitárias vigentes. “Levamos uma amostra do iogurte para o departamento de nutrição da prefeitura e fizemos um produto conforme a nutricionista pediu, a partir daí passamos a vender ainda mais o produto no mercado municipal”, ressaltou. “Assistimos com prioridade os agricultores familiares, e trabalhamos com extensão rural, ou seja, visitamos as propriedades, oferecemos suporte em questões de assistência técnica, comercialização. Fomentamos o manejo voltado para o orgânico”, esclareceu o extensionista agropecuário da Emater e engenheiro agrônomo, Hélio João de Farias Neto.
A agricultura familiar abastece o mercado local e uma grande parcela da merenda escolar de Extrema, como no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Conforme destacou o engenheiro agrônomo Hélio, “é um recurso que vai para o produtor, fica no município e gera emprego e renda”. Antônio Carlos Severine, coordenador do Departamento de Agricultura da Prefeitura de Extrema, explicou que as prefeituras têm que comprar dos agricultores familiares no mínimo 30% dos produtos destinados à alimentação escolar. “Com a Emater e a Patrulha Rural da Prefeitura Municipal, já conseguimos que a administração municipal comprasse mais de 40%, o equivalente a mais de R$ 400 mil, e são produtos de primeira qualidade”, afirmou. O Laticínio Sinha Rita fica em direção ao Campo do Josmar, no Tenentes, na estrada ao lado da Cachaçaria Carreirinho. Mais informações pelo telefone: (35) 99914-1284.
HISTÓRIA
DA CIDADE
45 Fotos: Compace
BENS TOMBADOS Extrema possui 214 bens inventariados (reconhecidos como patrimônio cultural). Dentre eles, sete são patrimônios tombados, ou seja, que possuem valores cultural e histórico comprovados. São eles: • Prédio da antiga prefeitura – atual sede da Associação de Artistas e Artesãos de Extrema (Crearte); • Coleção Via Sacra de Alfredo Mucci – na Igreja da Matriz; • Trilha do Pinheirinho – Serra do Lopo; • Escola Estadual Odete Valadares – Centro; • Capela de Nossa Senhora da Imaculada Conceição – Bairro do Godoi; • Mirante da Caixa D’água – antigo reservatório que abastecia o povoado; • Capela Nossa Senhora da Conceição Aparecida – Bairro Salto do Meio.
Prédio da antiga prefeitura – atual sede da Crearte
Escola Estadual Odete Valadares – Centro
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DA CIDADE
HISTÓRIA
Fotos: Compace
Capela Nossa Senhora da Conceição Aparecida – Bairro Salto do Meio
Coleção Via Sacra de Alfredo Mucci – na Igreja da Matriz
Capela de Nossa Senhora da Imaculada Conceição – Bairro do Godoi
Trilha do Pinheirinho – Serra do Lopo
Mirante da Caixa D’água – antigo reservatório que abastecia o povoado