30|maio de 2012
Amato Lusitano
DE MAIO A OUTUBRO
Comemorações do cinquentenário do edifício da ESAL Maio foi o mês escolhido para iniciar a comemoração do cinquentenário do edifício da Escola Secundária/3 de Amato Lusitano, festejo que se prolongará até outubro, mês em que se completam os 50 anos de funcionamento da ESAL. O programa teve início no dia 2 com a inauguração da “Expo Memória”, que nos trouxe lembranças passadas (fotografias, mobiliário escolar, trabalhos de alunos), e a publicação de uma edição especial do jornal da escola, eSalpicos, centrada no cinquentenário do edifício. Desenvolveram-se ainda atividades desportivas, palestras, um encontro de antigos alunos. No dia 1 de Junho realizar-se-á o já tradicional dia do bidão, iniciativa que aco-
Pormenores da Expo Memória
lhe a visita de crianças do pré-escolar e que, este ano, além da implosão
de um bidão e de várias atividades lúdicas, contará com a demonstração
do funcionamento de um canhão de ar e o lançamento de um balão para a estratosfera. Um dos pontos altos destas comemorações foi a conferência subordinada ao tema “Dos fundamentos da atual crise económica e financeira nos cenários de construção de um futuro melhor” proferida pela oradora, Dra. Fátima Barros, Diretora da Faculdade de Economia da Universidade Católica e ex-aluna da nossa escola. O sarau da ESAL foi outro momento alto que revelou muitos talentos tanto de alunos como de professores. A primeira fase destas comemorações termina no dia 4 de Junho com uma conferência dinamizada por Lourenço Marques sobre o patrono da ESAL, Amato Lusitano.
SERVIÇO ABERTO À COMUNIDADE
Laboratório de águas da ESAL continua a sua atividade
APOIOS
Fátima Barros
No âmbito do projeto ENEAS (European Network for Environmental Assesment and Services), lançado pela FEUP em 2007, a Escola Secundária/3 de Amato Lusitano foi equipada com um laboratório de análise de águas, inaugurado em novembro de 2010. Neste laboratório, a cargo dos docentes de Física, Química e Biologia, efetuam-se análises de parâmetros físico-químicos e microbiológicos em amostras de água.
O laboratório tem parceria com os Serviços Municipalizados de Castelo Branco (SMASCB), analisando quinzenalmente amostras de água do concelho. Os serviços prestados são extensíveis a escolas, juntas de freguesia e a particulares. Os interessados devem dirigir-se à escola Amato Lusitano para agendar a análise e receber as instruções e os recipientes esterilizados para a recolha da água.
No Laboratório de águas da ESAL
Fátima Barros e José Perdigoto, ex-alunos da ESAL, nas comemorações dos 50 anos No cinquentenário do edifício da ESAL, realizou-se uma conferência dinamizada por dois ex-alunos da escola, a Dra. Fátima Barros, Diretora da Faculdade de Ciências Económi-
cas e Empresariais da Universidade Católica e o Dr. José Perdigoto, anterior diretor geral de Geologia e Energia. Em foco estiveram as causas da crise económica e financeira
que o país atravessa e algumas opções para a sua superação. No final, uma mensagem para os alunos: na base do sucesso, está o estudo e o trabalho árduo.
A PALAVRA... Do Presidente João Belém
A Escola Secundária/3 de Amato Lusitano tem um projeto educativo que tenta combater as desigualdades escolares e sociais, promover a participação da comunidade na construção do bem comum e do conhecimento e, acima de tudo, ajudar os alunos a concretizar os seus projetos de vida. Tudo isto exige, de todos os intervenientes no processo educativo, uma constante motivação, uma incessante procura de estímulos e incentivos, visando sempre uma séria aprendizagem do esforço e do empenho. De referir o papel fundamental dos pais e encarregados de educação cuja colaboração é imprescindível na concretização da meta última da escola que é o sucesso dos nossos alunos. Oferecendo um currículo aberto à diversidade na sensibilidade e no respeito pelas diferenças dos alunos, a ESAL pretende ser uma fonte de conhecimento mútuo, propiciar o intercâmbio de experiências, integrar outras maneiras de ser e de viver e desenvolver o conhecimento, a disciplina, o rigor e a tolerância. Assim, para além de nos congratularmos por tudo o que foi feito até agora, assumimos hoje o compromisso do empenho permanente para tornar a NOSSA escola num lugar de eleição para todos.
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Gazeta do Interior 30|maio de 2012
Escola
Corta-Mato contou com atleta especial
Amato Lusitano
Cinco trabalhos foram à final nacional CONCURSO JOVENS CIENTISTAS E INVESTIGADORES 2012
Jovens cientistas da ESAL em Coimbra
Este ano, participei na prova de Corta-Mato da ESAL que se realizou-se na zona de lazer de Castelo Branco. E o que é que tem de especial a minha participação? É que eu sou cego e nunca tinha tentado uma experiência destas. Para a organização da prova, esta situação também foi uma novidade. É que sendo cego, a minha inscrição implicou um conjunto de estratégias para tornar possível a minha participação. Ora para começar, é claro que eu não posso correr sozinho. Precisei de um Guia que correu comigo (sempre a par, nunca à minha frente) e usámos um elástico que uniu o meu pulso ao dele e que serviu para eu seguir os seus movimentos e perceber o trajeto que tinha de percorrer. Tive uma grande sorte! Fui presenteado com dois guias, voluntários, o Ramalho e o Michael que se portaram à altura da sua tarefa! Confesso que estava um pouco receoso no início, porque não sabia no que me estava a meter… eu que nem sou muito dado ao desporto! Mas, ao fim e ao cabo, achei que foi muito divertido e adorei participar. Conheci pessoas novas e espetaculares, consegui cumprir o trajeto todo e surpreendi-me a mim mesmo! Claro que alternei entre a corrida e a caminhada, ora bem! Mas o importante foi ter arriscado, participado e ter-me divertido! Este tipo de iniciativas são muito boas, porque demonstram que as pessoas com problemas como eu ou com outras limitações, podem praticar desporto e divertir-se também em provas desportivas, pela nossa saúde e bem-estar. E é assim, num espírito de convivência e compreensão que se pratica a verdadeira inclusão social. Garanto-vos que para o ano vou chegar de novo à meta! José Guilherme, 10ºano
Cinco grupos de alunos da ESAL viram os seus trabalhos selecionados (de entre 94) para a final nacional do Concurso Jovens Cientistas e Investigadores 2012. Desenvolvido pela Fundação da Juventude desde 1992, este concurso tem como objetivo promover o gosto pela ciência e investigação e estimular o surgimento de jovens talentos no âmbito de várias áreas científicas. Em 3 anos, foram apurados para as fases finais 13 trabalhos dos nossos jovens cientistas o que, por si
só, já é um prémio face à exigência do júri e à forte concorrência à escala nacional. De referir então os vários projetos: “A Importância das Análises Físicas, Químicas e Bacteriológicas no Quadro das Redes de Abastecimento de Água – o Exemplo de Castelo Branco” de Inês Frade, João Lima e Rita Ferreira do 12º CSE2; “As cobras pintadas de Penha-Garcia: a Paleontologia ao Serviço do Dinamismo Local”, efetuado pelos alunos do 12º CSE Filipe Henriques, Joana Galvão e Rui
Capinha; “Avaliação da temperatura do Ar e os Valores do Ozono Troposférico Registados em Castelo Branco” das alunas Ana Cacheira, Carolina Mateus e Sílvia Almeida (12º CT3); “Inducation – Às Voltas com a Indução Electromagnética” apresentado por Custódio Coelho, João Mendes e Pedro Roque do 12º CT3. Por fim, na Área de Economia, foi apurado o trabalho “Keynes Faria Melhor” da responsabilidade de Ana Belo, Adriana Ribeiro e Luís Marques, alunos do 12º CSE.
Há quatro anos a cantar
SONS DA ESAL
Neste ano em que se comemora uma data especial na vida da nossa escola, vêm ao de cima reflexões sobre existências, integrações, contributos e participações. Um projeto que ilustra bem esta ideia é o Sons da ESAL. Este grupo coral surgiu de forma espontânea, há cerca de 4 anos, por ocasião de uma ceia de Natal quando um grupo de professores se juntou para cantar e… nunca mais pararam. Hoje são mais de 20 elementos que semanalmente fazem soar as notas musicais no edifício agora festejado e que contribuem com o seu gosto pela música para alegrar e colorir eventos e ocasiões especiais.
A escola Amato Lusitano recebeu o deputado Luís Fazenda que deu uma “aula” diferente aos alunos de Ciência Política do 12º ano. Começou por apresentar a origem da diferenciação política entre “esquerda” e “direita”, depois assinalou como imprescindível uma escola pública gratuita, mas exigente, que a todos procure despertar o que de melhor cada um tem. Falou também no momento de grave crise que o país vive, mas não deixou de referir o grande desenvolvimento e as enormes mudanças positivas que ocorreram em Portugal nas últimas décadas. Considerou que não é expectável que o país possa pagar o que deve com austeridade. Tal, só será possível com a criação de riqueza e maior crescimento económico. Exemplificou com o facto de Portugal não estar a tirar proveito dos seus recursos naturais. Por fim, defendeu a opinião de que Portugal não deveria sair do euro, pois os problemas económicos e sociais decorrentes seriam ainda mais graves. Foi uma aula diferente e rica nos seus ensinamentos.
Semana da leitura com arte e poesia
Os Sons da ESAL no sarau
O ambiente reinante neste grupo de pessoas funciona quase como uma terapia de boa disposição (pois “quem canta seus males espanta”) e é também para muitos uma oportunidade de manter uma ligação regular à casa, mesmo depois dos tem-
pos da reforma terem chegado. Não se estranhou… e entranhouse! O Sons da ESAL ganhou raízes e faz hoje parte integrante deste espírito colaborante e (con)vivente que a ESAL tão bem encarna! Prof. Helena Pinho
Novo ano, novos cursos Herdeira da Escola Comercial e Industrial de C. B., a ESAL continua a aposta na vertente técnica. Já no próximo ano, dois novos cursos integrarão a sua oferta formativa: o Curso Técnico de Apoio à Gestão Desportiva e o Curso Técnico de Gestão. Os alunos poderão inscrever-se ainda nos Cursos Técnicos de Multimédia, de Mecatrónica e de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos.
Deputado Luís Fazenda na ESAL
Além dos cursos técnicos já referidos, o plano curricular da escola compreende, como sempre, os Cursos Científico-Humanísticos de Ciências e Tecnologias, de Artes Visuais e de Ciências Socioeconómicas. No 3º ciclo, mantém-se o funcionamento do 7º, 8º e 9º anos e ainda um Curso de Educação e Formação, área de Instalação e Reparação de Computadores.
Numa aula de artes
No âmbito da semana da leitura foi dinamizada uma sessão de poesia que envolveu as turmas do 10º ano de Ciências SocioEconómicas e Artes Visuais. Esta sessão consistiu em dois concursos paralelos: declamação e ilustração. Os participantes selecionaram um poema que prepararam previamente e envolveram o auditório com leituras muito expressivas e cheias de emoção. A declamação foi acompanhada pela projeção das respetivas ilustrações, elaboradas por alunos das três turmas participantes. A grande vencedora do concurso “Dizer Poesia” foi Joana Morgadinho do 10ºCSE. O primeiro lugar do concurso de ilustração foi atribuído a Anna Flávia do 10ºAVIS2.
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Gazeta do Interior 30|maio de 2012
Escola
Amato Lusitano
Edifício da Escola Secundária/3 de Amato Lusitano faz 50 anos REPORTAGEM
Comemora-se este ano o cinquentenário do edifício da nossa escola, antiga Escola Industrial e Comercial de Castelo Branco, criada pelo Decreto nº 40209 de 28 de Junho de 1955 que começou a funcionar nesse mesmo ano em instalações provisórias situadas no velho Paço Episcopal e, ao abrigo dos então designados Planos de Fomento, construiu-se o atual edifício. A título de curiosidade refira-se que o custo total da obra foi de cerca de 13.000 contos. Em 1956, a abertura das aulas da nova escola foi notícia no Jornal Beira Baixa de 7 de janeiro. Conforme informa este periódico “a Escola Industrial e Comercial inicia as suas aulas em curso preparatório com 141 alunos, incumbindolhe além disso o encargo de melhorar, em curso de aperfeiçoamento, a capacidade profissional de 268 atuais trabalhadores, o que perfaz 409 alunos em cursos diurnos e noturnos”. O número de alunos foi aumentando e, quando as novas instalações foram inauguradas, havia 1612 matrículas. No ano letivo de 1990/91, atingiu-se o maior número de sempre, sendo a população escolar de 2050 estudantes (69 turmas). Atualmente a escola conta com 870 alunos, 128 professores, 9 assistentes técnicos e 29 assistentes operacionais. Apesar dos seus 50 anos de idade, o edifício encontra-se em razoável estado de conservação, pois tem sido objeto de intervenções periódicas quer da responsabilidade dos serviços da DREC quer outras obras de menor dimensão executadas pela própria escola. O sistema de aquecimento central ins-
talado há uns anos veio trazer algum conforto no Inverno. Quanto à oferta curricular, como se sabe, a Escola Comercial e Industrial assentou essencialmente em cursos técnicos. Iniciou com o Ciclo Preparatório do Ensino Técnico e os Cursos de Aprendizagem Eletricista, de Formação Eletromecânico, Formação Feminina, Geral de Comércio e Secções Preparatórias para os Institutos de Mestrança e Encarregado de Obras e ainda Oficinas de Canteiro e Bordadora. Desde então, o sistema educativo português sofreu inúmeras alterações. No entanto, excetuando o período de 1974 a 1983 (extinção do ensino técnico e implementação de uma matriz curricular única), esta escola continuou a lecionar cursos com uma vertente técnica nas áreas de forma-
ção mecânica, eletricidade, contabilidade e secretariado e hoje a aposta continua no ensino profissional. O primeiro curso profissional a ser lecionado foi o de Frio e Climatização (2004-2005), tendo-se introduzido, posteriormente, os Cursos Técnicos de Contabilidade e de Mecatrónica. A oferta tem vindo a ser alargada, funcionando, neste momento, além dos dois últimos, os cursos profissionais de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, de Multimédia, de Design, de Equipamentos informáticos e de Turismo. A matriz curricular do ensino profissional privilegia a formação técnica, embora não descure a formação geral e a específica. A componente de formação em contexto de trabalho é uma maisvalia destes cursos. Com o estágio
profissional obrigatório, os alunos recebem uma preparação que facilita o ingresso no mundo do trabalho. Ainda numa vertente técnica, tem feito parte da oferta formativa da escola o Curso Tecnológico de Desporto assim como Cursos de Educação e Formação (CEF) nas áreas das Madeiras e informática. Atualmente, no ensino secundário, além dos cursos tecnológico e profissionais, a escola oferece também os cursos Cientifico-Humanísticos nas variantes Ciências e Tecnologias, Artes Visuais e Ciências Socioeconómicas assim como o 3º ciclo do ensino básico. Até aos dias de hoje, vários modelos de gestão foram implementados no sistema educativo desde a figura do Diretor, sendo o primeiro o Dr. João Pinto da Rocha em 1955, passando pelos Conselhos Diretivos e, mais tarde, os Conselhos Executivos, retomando-se novamente a figura do diretor, cargo atualmente ocupado pelo Dr. João Belém. Os professores inicialmente distribuíam-se por grupos disciplinares. Em 2003, houve uma reestruturação e os vinte cinco grupos existentes foram integrados em onze departamentos. Hoje, após várias reorganizações neste âmbito, contamos com 4 departamentos: Departamento de Línguas, Departamento de Ciências Sociais e Humanas, Departamento de Matemática e Ciências Experimentais e Departamento de Expressões. Muito ou quase tudo fica por dizer nesta pequena memória dos nossos 50 anos. Este edifício continuará a assistir à aventura da educação que seguirá, cada ano, com novas caras, novos sonhos, novos projetos, rumo à conquista da meta basilar do nosso projeto educativo que é o sucesso dos alunos.
Testemunho do Presidente da Câmara de Castelo Branco
“Desenvolvi a minha atividade profissional com as bases adquiridas na Escola Industrial e comercial” Em 1962, foram inauguradas as novas instalações da atual Escola Secundária Amato Lusitano e eu pertenço ao número de alunos que passou do antigo edifício para o novo. Na altura, a Escola Industrial e Comercial desempenhou um papel importantíssimo no contexto da cidade através da formação de técnicos nas áreas da mecânica, da metalomecânica, da contabilidade, do comércio… Eu próprio me formei nesta escola, tirei o curso comercial, e desenvolvi a minha atividade profissional com as bases aqui adquiridas. A atual Amato Lusitano é herdeira do prestígio desta antiga escola, continuando a fazer-lhe jus, hoje com novos cursos e novas valências, muito contribuindo para o crescimento de Castelo Branco. Tal como no passado, a oferta formativa está adequada às necessidades de formação dos jovens, facilitando a sua integração no mundo do trabalho. A construção de um edifício destas dimensões em 62 foi um marco muito importante, constituindo-se como uma base de desenvolvimento da cidade de hoje, uma cidade renovada e moderna.
Jornal Beira Baixa Notícias de 1956
Vista da escola no ano da inauguração do novo edifício
“No salão nobre do antigo liceu desta cidade realizou-se no passado dia 3 do corrente, pelas 15h, a cerimónia da inauguração da nova Escola Industrial e Comercial de Castelo Branco – estabelecimento de ensino que muito honra a cidade, imensamente a beneficiando e a toda a região.(…)” 7-1-1956
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Gazeta do Interior 30|maio de 2012
Escola
Amato Lusitano
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A me lho r Fo tog ra fia
A me lho r Fo tog raf ia
Mural Mural Mural EICCB-ESAL 50 anos, um marco... Quantos rostos neste barco!
“Sarau 2012”, Gonçalo Belo, 10ºano
E num sar foi lemb au rado Um futu e um pa ro ssado! “Sarau 2012”, Israel Sousa, 10ºano
“Sarau 2012”, Israel Sousa, 10ºano A melhor Fotografia
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