Maria do Carmo Silva Soares
Ilustrações:
Gisele B. Libutti
Ilustrações:
Gisele B. Libutti
Maria do Carmo Silva Soares
Ilustrações: Gisele B. Libutti Maria da Fé / Minas Gerais – 2023
Copyright © 2023 by Maria do Carmo Silva Soares, 2023
Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009.
Coordenação Editorial: Rosana Chiavassa
Autora: Maria do Carmo Silva Soares
Edição e Projeto Gráfico: Gisele B. Libutti Ilustração e Design (coresquentes.com.br)
Ilustrações: Gisele B. Libutti
Revisão: Maria do Carmo Silva Soares
Ficha Catalográfica
Elaborada por Cíntia Cássia Soares – CRB 8R/8848
S655o Soares, Maria do Carmo Silva. As oliveiras encantadas de Maria da Fé - MG / Maria do Carmo Silva Soares ; ilustrações de Gisele B. Libutti. Maria da Fé, MG: Gisele B. Libutti Ilustração e Design, 2023. 40p. : il. ; 20x20cm.
CDU:869.0(81) CDD:B869.1
Todos os direitos autorais reservados a Maria do Carmo Silva Soares. Proibida a reprodução total ou parcial deste livro, através de quaisquer meios, sem a autorização expressa da autora e da Fazenda Santa Helena – Azeite Monasto (1ª edição).
Direitos exclusivos desta edição reservados pela
Estrada do Alecrim, s/n – Bairro Alecrim – Maria da Fé - MG CNPJ: não tem www.magaduolival.com.br | e-mail: contato@magaduolival.com.br
www.coresquentes.com.br e-mail: gisele@coresquentes.com.br
Dedico estes poemas aos apaixonados pela natureza, àqueles que respeitam todas as belezas, cuidando e amando este Planeta.
A Deus que me preparou para a aventura perigosa que é escrever.
Maria do Carmo
A introdução da oliveira em Maria da Fé se deu por volta de 1935, com a vinda do Sr. Emídio Ferreira dos Santos e de sua família de Portugal, para administrar a Fazenda Pomária. Ao chegar, o Sr. Emídeo percebeu o clima favorável do município para o plantio da oliveira. Então, ele solicitou a sua esposa que em sua vinda para o Brasil trouxesse mudas dessas plantas. As oliveiras foram plantadas na Fazenda da Pomária, na praça central da cidade, ao lado da estação ferroviária e nas ruas, dando-lhe um aspecto europeu. Árvore que pode durar mais de mil anos, ela pode apresentar porte robusto no tronco, mas suas folhas, flores e frutos são muito delicados. Suas folhas de um verde-acinzentado colorem suavemente Maria da Fé.
Os estudiosos concluem que a oliveira é originada do sul do Cáucaso, das planícies altas do Irã e do litoral Mediterrâneo da Síria e Palestina, expandindo posteriormente para o restante do Mediterrâneo. Da Bacia do Mediterrâneo espalhou-se para o resto do mundo. Ela é uma das plantas mais antigas cultivadas pelo homem, carregando fortes simbolismos apresentados na Bíblia e em outros livros sagrados. Na arca de Noé ela teve importante papel, quando foi solta uma pomba, que poderia trazer alguma pista sobre a terra após o dilúvio. Depois de mais de um voo, a pomba trouxe em seu bico um galho de oliveira , demonstrando que a terra já podia ser habitada novamente.
Nem todos sabem que seu fruto alimentou gerações e seu óleo serviu de alimento, bálsamo para as dores, enfeite para o corpo dos atletas, entre outros usos. Atualmente, o azeite dela extraído, rico em nutrientes, é usado tanto nos lares para a realização de pratos no cotidiano, como também pelos especialistas na alta Gastronomia. Tanto suas folhas como seu azeite têm múltiplas utilizações e são usados para tratar vários distúrbios da saúde.
Pesquisadores da EPAMIG (órgão do governo de Minas Gerais) de Maria da Fé vêm estudando a cultura da oliveira no município. A partir de seus estudos e testes, a EPAMIG conseguiu avanços significativos na busca das melhores espécies para serem plantadas aqui,
produzindo também mudas da variedade maria da fé para venda. Houve o avanço nas pesquisas e no desenvolvimento da olivicultura na região, e em 29 de fevereiro de 2008 aconteceu a extração do primeiro azeite de oliva genuinamente nacional, quando extraíram 40 litros de azeite na EPAMIG (Prefeitura Municipal – Maria da Fé, 2021).
Hoje as oliveiras são características de Maria da Fé, têm história e fazem parte da arborização na cidade e dos quintais das casas dos marienses. Com o crescimento da produção de mudas pela EPAMIG, a cultura foi espalhada em fazendas na cidade e fora dela. Hoje, muitas fazendas com oliveiras fazem parte da paisagem da cidade, atraindo mais interessados em se firmar nesta cultura. Uma das pessoas que se aportou por aqui e se estabeleceu nas terras marienses está a Advogada Rosasa Chiavassa, que é a proprietária da Fazenda Santa Helena , que produz o famoso e premiado Azeite Monasto.
Preparei este livro especialmente para as “oliveiras encantadas” da Fazenda Santa
Helena. Assim, estes poemas apresentam um viés exclusivo para as oliveiras que ficaram encantadas pelo som de músicas clássicas. Utilizei a linguagem poética para mostrar a realidade do que aconteceu nesse olival. Portanto, esta é ainda uma homenagem à minha querida Maria da Fé por meio dos poemas sobre a oliveira mariense, que nasceu mestiça, meio portuguesa e metade mineira castiça. Suas genéticas foram aqui combinadas no solo mariense, e ela nasceu inteiriça . Aproveito também para agradecer a gentileza da Rosana em patrocinar a edição deste meu livro.
M aria do C ar Mo Silva Soare S
Escritora E PoEta
Todo trabalho intelectual é histórico, seja ele um texto acadêmico, social, político, feito com poemas ou com textos lineares. Esses tipos de textos estão carregados das histórias dos homens, não apenas no sentido de apresentar um momento de suas criações, mas, principalmente, porque apresentam problemas, emoções, belezas, inquietações da sociedade. Deste modo, todas as manifestações culturais produzidas em Maria da Fé revelam o tecido social característico dos marienses. Este livro de poemas para as “Oliveiras Encantadas” é mais um trabalho produzido em um momento da cidade, quando ela já se mostra adaptada a um novo perfil, ou seja, a revigoração da sua potencialidade para a cultura da Oliveira, nascida aqui nos idos de 1935, quando um patrício português trouxe algumas mudas das belas oliveiras.
Maria da Fé foi arborizada com oliveiras, tendo suas ruas, praças e os quintais das casas enfeitados com as delicadas oliveiras. Ela foi plantada em quantidade maior na Fazenda Pomária, com as mudas trazidas pelo Sr. Emídeo e, mais tarde, na área do Campo de Sementes do Governo Estadoal (EPAMIG), criado para ser uma área experimental e de estudos sobre a oliveira. Houve um tempo em que Maria da Fé era conhecida por suas grandes plantações de batata, que enfeitavam de verde suas lindas montanhas. Era a “cidade da batata”. Muito em evidência e proporcionando altos lucros aos marienses, a cultura da batata enriqueceu muita gente. Cultura perecível e muito sensível aos grandes mercados no Brasil, ela teve seu período de queda, quando o valor da batata caiu e muitos agricultores da cidade perderam tudo. Muitos ficaram endividados e a situação da cidade foi modificada completamente.
No entanto, a cidade foi encontrando uma nova identidade, quando surgiu a possibilidade do turismo rural e, pouco tempo depois, apareceu a Arte. Os dois recursos foram utilizados e unidos para mover novamente a cidade. Domingos Tótora era um designer e artista plástico da cidade, que já trabalhava e criava objetos artísticos a partir do papelão reciclado. Com esse produto, ele criou obras de grande beleza, tornando-se muito conhecido nos meios artísticos do país e do exterior. Dentro da nova identidade da cidade, Domingos generosamente se prontificou a preparar um grupo de interessados em artesanato. Nasceu daí o grupo “Gente de Fibra”, que prepara objetos artísticos com a fibra de bananeira e papelão reciclado, material identificado e caracterizado por Domingos para um artesanato característico para a cidade. Maria da Fé se reergueu com esses novos movimentos, que balançaram a cidade, possibilitando o surgimento de artesãos e de outros artistas plásticos na cidade, como Leonardo Bueno e João Paulo Raimundo, que têm conquistado o Brasil e o mundo.
As espécies de oliveiras que vêm sendo cultivadas no município, tanto no tradicional Campo de Sementes, como nas novas fazendas especializadas em olivocultura, ganharam força e protagonismo na olivocultura atual. A chegada à cidade de novos apaixonados por essa cultura foi dando outros impulsos e marcando especiais trilhas para os marienses. Atualmente a cidade já possui infraestrutura adequada para receber o visitante interessado em conhecer suas belezas e produções. São serviços que garantem a existência do turismo local, agora não só com base na sua paisagem, costumes, tradições, mas também no design de alto padrão e no turismo relacionado às oliveiras, azeitonas e azeites. Conhecer as fazendas produtoras de azeitona e azeite é um atrativo que tem obtido resultados surpreendentes.
Os azeites produzidos em Maria da Fé vêm recebendo prêmios nacionais e internacionais, trazendo dividendos para seus proprietários. Especialmente vou apresentar o azeite premiadíssimo da Fazenda Santa Helena , o conhecido Monasto. Este azeite recebeu muitos prêmios internacionais, especialmente depois que a proprietária da Fazenda, a Advogada Rosana Chiavassa, fez renascer suas oliveiras com uma técnica inovadora. Ela comprou a fazenda com oliveiras já plantadas, mas em estado de abandono. No desejo de recuperá-las, ela não só tratou sua plantação com os melhores insumos conhecidos, como também seguiu orientação de um especialista, presenteando seus olivais com músicas clássicas... Os resultados foram observados com duas safras em um só ano!
A presença de sinais elétricos em plantas não é uma ideia nova. O fisiologista John Burdon-Sanderson pesquisava esses sinais em plantas ainda em 1874, quando esclareceu que os sinais constituíam um mecanismo usado, por exemplo, pela planta carnívora que faz armadilha para suas presas. Os estudos da capacidade de percepção das plantas avançaram muito na década de 1970, e nos últimos anos houve um aumento expressivo nessas pesquisas. Os pesquisadores procuram demonstrar que "as plantas têm sentimentos", mas também buscaram saber por que e como uma planta “sente” seu ambiente. Segundo alguns cientistas, as plantas lutam por território, procuram alimentos, evitam predadores. Logo, estão vivas no mesmo sentido que os animais e, assim como eles, exibem condutas. As plantas são extremamente adaptadas para fazer exatamente o que precisam.
O que a sonhadora Rosana fez em Maria da Fé foi testar a eficácia da música clássica no vigor das suas oliveiras. Para provar esta sensibilidade das oliveiras, os olivais da Fazenda
Santa Helena recebem diariamente sons de músicas clássicas. De modo surpreendente essas oliveiras responderam positivamente a esse carinho, demonstrando mais vigor e especial produção de frutos. E foi um sucesso. Poderíamos continuar falando das pesquisas que já foram feitas para provar a “sensibilidade” das plantas e a interação delas com o ambiente em seu entorno. Mas este não é o objetivo deste pequeno texto. Deste modo, conclui-se que existe uma cumplicidade universal entre as plantas e os seres vivos, sendo que a meta principal é a viabilização da Vida. As plantas são excelentes absorvedoras de energias sutis, absorvendo-as, processando-as, devolvendo-as ao meio ambiente e mesmo distribuindo-as entre as outras formas de vida do planeta. Existe uma teia de problemas que os estudiosos buscam responder, como os problemas causados pelo desmatamento, pela poluição, pela perda de biodiversidade, entre outros. Enfim, chegou a hora de o homem cuidar do planeta. O momento exige tolerância zero ao desmatamento, reforça a busca pela recuperação dos diversos tipos de solo, o replantio, melhorias genéticas nas plantas, tendo em vista a saúde planetária. Rosana está inserindo novidades em suas plantações, protegendo o meio ambiente, cuidando das oliveiras e aumentando as suas safras. A azeitona e os azeites são considerados alimentos sagrados e vêem de longe participando da vida do homem, desde o desde! Este trabalho da Rosana merece parabéns pela iniciativa e esforço em benefício desta cultura e da cidade.
Quando tive acesso ao trabalho de sucesso da Rosana em Maria da Fé, apresentei a ela os poemas que eu havia feito sobre suas oliveiras, que carinhosamente chamei de “oliveiras encantadas”. A “poesia” é fonte de vida, de histórias, de emoção e, como “arte”, é capaz de transfigurar a realidade em expressão de beleza. O poeta não apresenta a história como ela é,
mas ele a “transfigura”, transformando-a em linguagem metafórica, cheia de símbolos. O poema, como qualquer manifestação artística, serve ao prazer, tanto de quem escreve, quanto de quem lê, mas também transmite conhecimentos, emoções. Pelo seu poder transformador em nossas vidas, a poesia pode ser um elemento fundamental na educação da sensibilidade das pessoas, tornando os leitores mais críticos e sensíveis. O que desejo realmente é apresentar este trabalho sobre as
“Oliveiras Encantadas” de Maria da Fé e que ele possa atingir de modo agradável os leitores.
Não tenho como deixar de agradecer a Deus e à vida.
Agradeço a meus filhos Marcelo, Gabriel e Eduardo e a minha irmã Silvana.
E a partir daí, à cidade de Maria da Fé, que tanto me acolheu e que, por sua natureza especial, tem as condições para as Oliveiras prosperarem, tanto que foi lá que tudo começou no Brasil.
Agradeço a Maria do Carmo, mariense, pessoa apaixonada e cheia de vida, que trouxe essa homenagem em forma de poemas.
Agradeço a Gisele pela viabilização destas letras lançadas não mais ao vento.
Agradeço aos meus Agrônomos Luis e Carina, pelo carinho, fé e trabalho.
Agradeço a Gustavo por acreditar e não se cansar.
Agradeço aos “meninos” Fernando, Sandro, Ramon, Antonio, Clayton, Dito e Antonio, pois sem eles nada seria possível.
Agradeço a Valson, nosso Engenheiro.
Agradeço ao pessoal do escritório que me facilitou as saídas em dias da semana: Kleber, Rosa, Caique, Sueli e Maurão.
Agradeço a todos e em especial, o carinho recebido de Valeria, Carina, June, Shella, Fabiana e meninas, Mirta, Carol, Domingos, Joaquim, Junior, Adolfo, Orlandinho, Gisele, Zé Lauro, Sr. Renato, as pessoas queridas da Casa do Pão. Enfim, todos que me cumprimentam de forma efusiva, alegre e fazem de minhas estadias, dias melhores.
E por fim, a todos que participaram e participam da vida do Azeite Monasto e da Fazenda Santa Helena.
roSana Chiava SSa
FazEnda santa HEl Ena a zEitE Monasto
Experimente as sensações mineiras, deguste a delicadeza dos ares de Maria da Fé, acostume-se a ouvir a música do nosso vento, aprimore seus pratos com azeitonas, unte seus sonhos com os azeites daqui, acalme-se ao assistir nossas belezas naturais, amplie suas emoções com nossas paisagens, embeleze sua vida com o azul do nosso céu, saboreie nossa hospitalidade e volte sempre para o nosso abraço.
Cantem todos os gregos, romanos e tantos e tantos povos por todas as maravilhas nascidas das oliveiras...
Santíssima riqueza entre o passado e o presente, a oliveira sustentou povos, iluminou ambientes e almas, ornamentou, curou e alimentou pessoas.
Folhas, flores, frutos ricos, histórias e símbolos de vidas chegaram por aqui pelos patrícios portugueses.
Trouxeram saúde, alimento, luz...
Vieram soprando novidades entre nós, e renovaram nossos caminhos...
Harmonias belíssimas encantam as oliveiras, provocando nelas uma metamorfose:
Tons, semitons, entretons voam pelas montanhas cheias de oliveiras...
Grandes compositores se aportaram por aqui.
Mozart, Beethoven, Chopin espalham suas clássicas melodias pelo olival, numa sinfonia cheia de energias.
E o encanto escondido nas azeitonas acaba de aparecer no dourado azeite...
Quando eu pensava ser tudo um sonho, num paasse de mágica de finas energias, as oliveiras reconheceram suas identidades no azeite que acaba de nascer!
O vento da rica natureza apresenta o segredo sagrado do dourado mariense azeite...
Da terra mariense, fertilizada com seiva delicada, o azeite vai escorrendo, vestido de dourada cor! Para que este milagre acontecesse, depois de sonhos sonhados, uma música suave e encantada presenteou os olivais repetidas vezes. De forma inesperada, acordes compassados acordaram os passos das oliveiras como uma paixão avassaladora!
E, em conjunto, todas ficaram faceiras, enfeitiçadas pelas belas sinfonias que soam e acordam as oliveiras em puro encantamento....
A Oliveira, plantada entre montanhas, depois de nascida, foi abastecida pela seiva mariense, vestindo de verde-acinzentado
suas delicadas folhas. Depois de sonora paixão, dela surge a azeitona repleta de energias, que passou por mutações e alquimias.
Ela agora carrega vigor e magia, herança das melodias que ouviu. Com a lembrança de lindas serenatas, depois de amassada, a azeitona apresenta o óleo como um fio dourado, de ouro tisnado, travestido de um azeite refinado!
O azeite escorre e escorre mostrando sua dourada cor. Todos querem ver este espetáculo. Essa seiva sagrada que flui vai aos poucos enchendo as garrafas, que vão conter essa riqueza abençoada. Quem vê esse processo, mais-que-louvado, se encanta com a bela metamorfose. Da terra mariense que se desdobra em montanhas carinhosas e potentes, surge uma iguaria inigualável, originária de terras estrangeiras. Em fotos de corpo inteiro, o azeite faz uma entrada magistral em palcos marienses e mundiais...
Nasceu o refinado filho das encantadas azeitonas marienses!
Senhor Deus, escutai-me. Sempre ouvi dizer que todos os seres vivos são sensíveis!
As oliveiras marienses são assim. Presenteadas com sonatas musicais, ficaram deveras encantadas e responderam aos musicais carinhos.
A agricultora mariense acreditou e sonhou junto com suas apaixonadas oliveiras.
O que era impossível aos nossos olhos mortais, foi cristalizado em grandes safras, produzidas pelas oliveiras, verdadeiramente apaixonadas pelas sinfonias de Beethoven, Bach ...
Fazendo parte dos loucos por música, as oliveiras ficaram cheias de energias e suas seivas realizaram o milagre verde. Elas, grávidas de mil energias, produziram mais e mais, inaugurando tempos novos para os marienses olivais!
Em verdade, digo aos marienses que finíssimas verdes energias passaram e passam por qui.
Em verdade, as oliveiras aqui nasceram, e suas reaízes sentiram-se em casa e produziram frutos aos milhares. Em verdade, digo que de fato parece que sempre estiveram por aqui. Depois de plantadas, suas raízes se derramam nesta terra abençoada e generosa...
Em verdade, digo que os musicais concertos se parecem com seus antigos amigos em passados tão longínquos...
Em verdade, digo que as oliveiras marienses produziram mais e mais em respeito aos carinhos musicalmente sagrados que recebeu.
Salve a nossa rainha
vestida de verde-cinzento vistoso, plantada nas montanhas, exalando energia e beleza!
Ela viveu em terras longínquas, misturando-se em muitos ares montanos.
Na pequena Maria da Fé
brotou encantada pelo solo amoroso, pelo azulíssimo céu e pelas alterosas.
Foi saudada pelas delicadas energias dos marienses laboriosos e discretos.
Salve a mineira oliveira, que manifestou sua tendência artística.
Salve a oliveira faceira, que se apaixonou pelas clássicas árias!
Desabrochando, produziu azeitonas aos milhares, provando que o futuro chegou por aqui...
Conheça a nossa amada Maria da Fé, sinta o nosso ar refinado e perfumado, aprecie nossas paisagens habitadas por araucárias e oliveiras. Conheça nossos lindos olivais, distribuídos por muitas montanhas, que se enchem de sagrados frutos, inaugurando tempos novos por aqui... Elas crescceram ao som de aconchegos e de verdes combinações musicais. Clássicos maestros aqui tocaram suas mais belas composições, iluminando e acordando seivas em plena sinfonia musical. As nossas azeitonas são “encantadas”, filhas de energias mais-que-delicadas, herdadas de alquimia e transformação! Nesses “olivais encantados” escorrem músicas sonoras que proporcionam safras abundantes por aqui.
As montanhas marienses, plenas das belezas das oliveiras, receberam carinhos musicais, ficando cheias de significados sonoros. Grandes maestros lhe fazem serenatas, apresentando-lhes belíssimas composições.
Esses seresteiros refinados conquistaram cada uma das oliveiras que ficaram longamente apaixonadas!
Todas respiram ao som das árias, e ficam enlevadas com tantas delicadezas...
No final das apresentações, as oliveiras apresentam brilho singular, cristalizando-se em colheitas expressivas. Embaladas pelos significados sonoros, sua entonação é de pura alquimia que só elas conhecem!
Mil verbos passaram
pela mente de Rosana!
Estando próxima do céu, andando no meio de suas oliveiras, Anjos sopraram em seus ouvidos
um segredo sagrado.
Os azulíssimos céus da Maria da Fé seriam cenários de uma metamorfose.
Em momentos mágicos ela testou e testou.
Abram alas para Beethoven e companhia passar...
Então, aquele lindo jardim de oliveiras recebeu prazerosas muitos sons.
Musicalmente suas seivas reagiram e houve um renascimento total.
Outra safra apontou no olival, cheia do viço do novíssimo. As oliveiras apaixonadas produziram azeites e mais azeites, também encantados, sem igual...
Experimente nossas azeitonas, o nosso azeite refinado e encantado, que no estrangeiro foi premiado.
Filhas das energias mais-que- perfeitas, elas se declaram apaixonadas pelas sinfonias de maestros consagrados. Exuberantes, elas dão shows de energias...
O visitante sente o ar de Maria da Fé, e com seu olhar aberto para belezas, observará que o tempo está prenhe de energias e que as oliveiras deverão derramar frutos em plena sinfonia musical.
A paisagem aconchegante das oliveiras nas montanhas
cativará sua alma.
Juntos poderão ouvir, sob um céu azulíssimo de Maria da Fé, orquestras refinadas conquistando oliveiras encantadas...
Se não me engano, quando uma safra já tinha se despedido, outra só aconteceria muito depois... Quando maestros de longínquas terras aportaram em Maria da fé, Rosana sonhou com suas sinfonias musicais encantando suas estimadas oliveiras.
Entre mitos e ritos, as oliveiras foram envolvidas por vibrações de acordes compassados, preparados por maestros especialmente requintados. Uma metamorfose aconteceu ... Azeitonas foram produzidas aos milhares, respondendo aos especiais carinhos de músicas refinadas.
Na lua cheia de anteontem ela chegou por aqui... Maria da Fé a recebeu com honras e fé. Assim, depois de conhecer outros céus, ela veio brilhar em terras marienses. No passo e no compasso do tempo, ela vem ventando inconfessáveis belezas, alfazemando nossos ares montanos.
Das modernidades, a oliveira amou a música, declarando-se apaixonada pelas mais lindas melodias.
Chopin, Mozart, Beethoven são especiais, e encantaram o olival que os aplaudiu de corpo inteiro.
São terras marienses, cheias de fertilidade e muitas promessas de brotação.
São terras marienses, famosas por produzirem culturas multiplicadas por mil.
São terras marienses, que receberam a oliveira estrangeira, carregando milênios de experiências.
São oliveiras batizadas maienses a nos presentear novas colheitas fartas ao som de clássicas melodias.
São oliveiras faceiras, apaixonadas por sonoridades entoadas por aqui.
Desde que nasci não parei de sonhar. Vivi séculos e séculos em terras distantes, agora me aportei nesta exuberante terra.
Trouxe em minha genética verde muitos outros sonhos para realizar por aqui.
Agora estou me banhando com clássicos sons e atravessando tempos marienses.
Sonhei mil possibilidades para estas montanhas e, como um milagre, vibrações de Bach, Beethoven e outros mais me fizeram sentir muito bem e amada.
Assim, ouvindo tais preciosidades me tornei “oliveira encantada”...
Se o poeta resolver falar dos olivais marienses, com certeza não preservará mistérios, e dirá que as montanhas são encantadas... Como poeta, fui fermentando palavras para revelar das oliveiras suas maravilhas. Seu fruto testemunha carinhos musicais, e seu tempo de brotação é especialíssimo e dura duas safras sem igual...
Essas oliveiras possuem naturais saberes, pois foram alimentadas com músicas, as mais belas e clássicas delas!
Presenteada por maestros, como Chopin, Mozart e outros mais, um vento vai exalando energias musicais, soprando delicadezas no olival todos os dias. O belo sacralizou a seiva das azeitonas e um fio imaginário criou um mistério pleno de abençoadas safras. Suas vibrações encantaram oliveiras que brotaram mil e uma azeitonas abarrotando nossos lagares....
Antes de chegar até Maria da Fé, prepare-se para encontrar muitas belezas.
Saboreie as esperas, modifique o seu olhar para o belo, reacenda em você novas luzes, esqueça os velhos conceitos, resgate conhecimentos perdidos, respeite o que é vivo e dinâmico e venha conhecer os nossos “olivais encantados”.
Munido de curiosidades sadias observe as delicadas safras das oliveiras.
Em Maria da Fé observe o novo e o inusitado processo das ricas safras de azeitonas em um só ano.!
A beleza não tem fronteiras e a música também não.
As oliveiras vieram de longe, lá perto dos meus avós longínquos e fizeram ninho em Maria da Fé.
As oliveiras se estabeleceram por aqui, onde encontraram carinho aos milhares e identidades como nunca. Como rainha, foi transformada pelas novas energias musicais e aqui fundou seu “Reino”.
A música rompeu sua estrutura de antes, desatou suas amarras, e lhe ofereceu suaves momentos musicais.
Essas oliveiras tornaram-se portadoras de significados vegetais.
Não tem mais volta, Vão ficar por aqui!
Sacrossanto alimento, segredo sagrado de mais de três mil anos passados; segredo de muitos que chegou até nós.
Doce mistério do azeite extraído da singela azeitona.
Alimento de milênios, unguento milagroso, energia oleosa que ilumina histórias, mitos e ritos aos milhares.
Agora cantem todos os marienses:
O broto de ontem nasceu aqui e o futuro sopra em nossas proximidades! Sacrossanto milagre...
Escritora, poeta, professora universitária, pesquisadora, nascida em Maria da Fé (MG) em 3/04/1944, reside em São José dos Campos (SP). Foi funcionária do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), onde atuou como professora, orientadora de alunos, produtora e revisora de textos de pesquisadoree e do Setor de Pós-Graduação (Português e Inglês) e em outros cargos desde 1964 até 2014. No INPE, desenvolveu também trabalhos no Laboratório de Integração e Testes de Satélites (LIT) como professora e com projetos de educação, comunicação científica, métodos e técnicas de pesquisa em trabalhos científicos do Laboratório LIT (2003-2014).
Trabalhou ainda na Universidade do Vale do Paraíba (UniVap) como professora (Graduação e Pós-Graduação) e Assessora da Reitoria (1993-1999).
É Mestre em Planejamento Urbano e Regional. Pós-Graduada em Literatura Brasileira e Graduada em Letras (Português, Inglês e Literaturas).
É Especialista em Metodologia da Pesquisa, Redação Científica, Empresarial e Oficial.
Tem artigos publicados em jornais do INPE, da UNIVAP e regionais. Na área científica possui artigos publicados em periódicos e anais de congresso de sua área de atuação. Já publicou oito livros e muitos poemas em antologias poéticas, jornais, cartões, livros, revistas, relatórios, sites etc. Possui outros livros prontos para publicação, incluindo textos técnico-científicos,
poemas sobre imagens de satélites, sobre folclore, poemas sagrados, poemas infantis e outras temáticas. Seu penúltimo livro é uma Biografia de Santos-Dumont.
Recebeu varios prêmios por sua atuação profissional e como escritora.
“Pertence à Academia Caçapavense de Letras (ACL),” Caçapava – SP, onde ocupa a Cadeira 38. É casada, mãe de quatro filhos e avó de quatro netos. Atualmente dedica-se à arte de escrever poemas e textos, bem como a fazer revisões de textos.
Rua Poncãs, 250
Chácaras São José
12.227-550 - São José dos Campos - SP
Celular: (12) 9-8163-6198
E-mail: mcarmo.inpe@gmail.com
Santíssima riqueza entre o passado e o presente, a oliveira sustentou povos, iluminou ambientes e almas, ornamentou, curou e alimentou pessoas.
Maria do Carmo
Este livro de poemas foi realizado como uma homenagem às Oliveiras Encantadas da Fazenda Santa Helena, como também à cidade de Maria da Fé (MG), local onde as oliveiras receberam um tratamento inovador. A proprietária da Fazenda Santa Helena, com base em conhecimentos oferecidos por especialista da área, apresenta, diariamente, músicas clássicas às oliveiras do seu olival, além de tratá-las com técnicas modernas de cultivo. Quando Rosana Chiavassa adquiriu a fazenda, as oliveiras estavam abandonadas, necessitando de tratamentos extras para sua recuperação. Depois disso, ela ofereceu carinhos especiais a elas, ou seja, todos os dias a elas são oferecidas músicas clássicas. Assim, Rosana teve mais de uma safra num ano, o que não é normal nos olivais. Os estudos sobre a capacidade de percepção das plantas avançaram bastante desde 1970. Ficou demonstrado que as plantas lutam por território, procuram alimentos, evitam predadores e fazem armadilhas para suas presas (plantas carnívoras, por exemplo). Logo, elas estão vivas, nos mostram condutas e sentem o que se passa em seu ambiente. A presença de sinais elétricos em plantas não é uma ideia nova, sendo que algumas teorias sobre “inteligência das plantas” até geraram uma nova disciplina. O registro científico dessas mudanças só pode ser medido com aparelhos específicos, que demonstraram que as plantas respondem a um “som” relevante. No caso das oliveiras da Fazenda Santa Helena, elas reagiram de forma positiva ao som das músicas clássicas. Este livro de poemas “Oliveiras Encantadas”, de autoria da Professora Maria do Carmo Silva Soares, é composto de dezoito poemas, que formam um volume junto com textos introdutórios e ilustrações especiais para o tema apresentado.