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7.2. Democracia e populismo
Em 1942, submarinos nazistas atacaram navios comerciais brasileiros no litoral baiano. Apesar de tentar esconder o ataque do grande público, a notícia veio à tona e manifestações populares em todo o país [na imagem acima] fizeram com que Vargas declarasse guerra ao Eixo. Em 1943 o Brasil participou da Guerra com a FAB (Força Aérea Brasileira) e a FEB (Força Expedicionária Brasileira), esta última contando com mais de 25.000 homens que participaram da Campanha da Itália sob o comando militar dos EUA e ajudaram a derrubar o fascismo e o nazismo naquele país.
Abertura democrática
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Com o envolvimento do Brasil na 2ª Guerra Mundial ao lado dos aliados, ficava difícil e contraditório para Getúlio manter-se no poder de forma ditatorial, uma vez que lutava contra as ditaduras fascistas. O fim da 2ª Guerra trouxe o fortalecimento dos grupos liberais (antiditadura) e Getúlio teve que acabar cedendo. Permitiu a existência de partidos políticos e marcou eleições para a sucessão presidencial.
Queremismo
Com as eleições se aproximando, houve um movimento popular liderado pelo PTB e pelo PCB para que Getúlio permanecesse no poder. Tendo como lema “queremos Getúlio” este movimento ficou conhecido como Queremismo. Porém, a oposição, receosa de que Getúlio se mantivesse no poder, obriga o mesmo a renunciar. Nas eleições presidenciais se elegeria Eurico Gaspar Dutra.
7.2. Democracia e populismo (1946-64)
Entre 1945 e 1964, a República brasileira viveu uma fase onde prevaleceu a democracia liberal, com o retorno dos governos eletivos. Do ponto de vista político continuamos a observar as praticas populistas adotadas por Vargas no período anterior. O período também corresponde ao imediato pós-Guerra e a construção da ordem internacional baseado nos sistema de bipolarização política-ideológica-econômica da Guerra Fria. Nessa época vamos assistir ao confronto de diferentes projetos de desenvolvimento para o Brasil e América Latina. Dentre essas propostas, destacaram-se sobretudo as ideias nacionalistas e as ideias liberais. Os Nacionalistas defendiam que o país deveria buscar um desenvolvimento autônomo, sem a abertura ao capital estrangeiro enquanto os liberais acreditavam ser impossível tal desenvolvimento, sendo necessários os investimentos externos capitalistas.
Em 1960, o JK inaugurou Brasília.
GOVERNO DUTRA (1946-51)
A grade marca do Governo do general Eurico Gaspar Dutra é o alinhamento do Brasil ao lado dos Estados Unidos no cenário da Guerra Fria. Liberalismo não-intervenção do Estado na economia; abertura ao capital estrangeiro; Rompe relações com a URSS; Fecha PCB; Intervenções nos sindicatos; Proibição da greve nos “serviços essenciais”; Economia: Plano SALTE
A Constituição de 1946 - Junto com o novo período vinha também uma nova constituição para o país, a mais democrática de até então. Os pontos básicos da Constituição de 1946 são os seguintes: Volta da democracia, Voto secreto e universal (exceto para analfabetos, cabos e soldados); 3 poderes; Leis trabalhistas; Mandato presidencial de 05 anos; Corporativismo Sindical; proibição de greves em setores estratégicos.
GOVERNO VARGAS (1951-54)
Vargas voltou ao poder, desta vez pelo voto direto. Seu governo foi marcado pelo apelo nacionalista e pelas práticas populistas. Nacionalismo: Eletrobrás / Petrobrás; Lei dos lucros extraordinários (vetada); Aumento de 100% no salário mínimo; Oposição: UDN / Carlos Lacerda; Atentado de Toneleiros (05/08/54): Rubens Vaz é morto e Carlos Lacerda fica ferido [na próxima pagina]; Suicídio de Vargas
As oposições se articularam, principalmente dentro das forças armadas, exigindo-lhe a renúncia. Pressionado, vendo desaparecer todo o apoio político de que dispunha e perante a eminência de um golpe, Getúlio Vargas suicidou-se com um tiro no coração nas primeiras horas da manhã de 24 de agosto de 1954. Vicentino, Cláudio e Dorigo, Gianpaolo. História para o Ensino Médio. Scipione, 2001.
Governos de Transição (1954-56)
Café Filho – afasta-se por problemas de saúde. Carlos Luz – deposto por golpe preventivo de Henrique Lott. Nereu Ramos – governa até JK assumir
GOVERNO JUSCELINO KUBITSCHEK (1956-61)
O Governo JK, como era conhecido Juscelino Kubitschek, foi marcado pela tranquilidade política e pela modernização do país; “50 anos em 5”; Tranquilidade política; Prosperidade econômica; Nacionalismo associado com o capital internacional; Economia: Plano de METAS Energia, Transporte, Industria, Educação e
Alimentação; Construção de Brasília; Indústria Automobilística (GEIA); Indústria Naval (GEICON); Rodovias - Belém-Brasília; SUDENE
A indústria desenvolveu-se a passos largos e novos produtos começaram a ser fabricados no Brasil. Nos anos 1930, havia-se desenvolvido a indústria leve, de bens de consumo não-duráveis (têxteis, alimentos), quase sempre em mãos privadas, e, nos anos 1940, a indústria pesada, de base (aço, mecânica), em mãos do governo. Durante a presidência nasceu e fortaleceu-se a indústria de bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos), quase sempre em mãos de empresas multinacionais. Assim, o modelo de industrialização por substituição de importações, implantado primeiramente na República Velha, durante a Primeira Guerra Mundial, se consolidava. Desse modo, por volta de 1960, os principais produtos importados pelo Brasil (petróleo e trigo) não eram itens industrializados. Vicentino, Cláudio e Dorigo, Gianpaolo. História para o Ensino Médio. Scipione, 2001.
GOVERNO JÂNIO QUADROS (1961)
Em 1961 foi eleito para presidente Jânio Quadros, um dos mais típicos representantes do discurso populista. Tendo apoio da UDN e como vice-presidente João Goulart (PTB), Jânio permaneceu apenas por 07 meses no governo, onde destacamos os seguintes pontos: Política externa independente; Aproximação com a URSS e a China Comunista; Condecoração de Che Guevara; Ação Moralizadora; Proíbe uso dos biquínis; Proíbe corrida de cavalos em dias úteis; Proíbe o uso de lança-perfumes; Aumento da inflação e crescimento da dívida externa; 25/08/61 renuncia - “forças terríveis”
GOVERNO JOÃO GOULART “JANGO” (1961-64)
No momento da renúncia de Jânio, o seu vice-presidente, João Goulart, o “Jango”, encontrava-se em viagem de negócios na China Comunista. A oposição, temendo as ideias “esquerdizantes” de Jango pronunciou pela impossibilidade de Jango assumir o governo. Jango assumiria o poder, sobretudo devido a ação do governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. Brizola comandou o movimento da legalidade. Deputados e senadores aceitaram a posse de Goulart, mas impuseram uma exigência ao mesmo: o Parlamentarismo.
1) Parlamentarismo (1961-63); A solução encontrada para a posse de Jango foi a criação do regime parlamentarista, criado através de um Ato Adicional à Constituição de 1946.
2) Presidencialismo (1963-64); Em janeiro de 1963 foi realizado um plebiscito que restabeleceu o presidencialismo. Nesta fase destacamos: Plano Trienal ministro Celso Furtado – buscava retomar o crescimento econômico; Lei de remessas de lucros; Reformas de Base – no Comício da Central do Brasil [imagens abaixo] Apoio: UNE, CGT, Ligas Camponesas; 13/03/1964 Comício da central do Brasil; Contra o governo: ESG, IBAD, IPES; 19/03/1964 “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” - SP. 31/03/1964 – inicia golpe militar.
Leitura complementar:
Golpe derruba o Presidente João Goulart e instaura a ditadura militar no Brasil
Um movimento político-militar derrubou o presidente João Goulart em 31 de março de 1964, iniciando uma ditadura militar que se estenderia até 1985. Desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961, o Brasil vivia um clima de tensão. O vice, João Goulart, assumiu a presidência. Com Jango no poder, estudantes, organizações populares e trabalhadores ganharam espaço no cenário político brasileiro, preocupando as classes conservadoras, como empresários, banqueiros, a Igreja Católica, militares e a classe média. Na época, acontecia a Guerra Fria, e diante disso os EUA e os conservadores temiam que o Brasil se alinhasse com a URSS e passasse a seguir tendências comunistas. Os partidos de oposição a Jango, como a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático (PSD), o acusavam de estar planejando um golpe esquerdista e de ser o responsável pelos problemas que o Brasil enfrentava. No dia 13 de março de 1964, João Goulart realizou um grande comício na Central do Brasil (RJ), onde defendeu as Reformas de Base e prometeu mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional do país. Menos de uma semana após o comício, os conservadores organizaram um protesto que reuniu milhares de pessoas pelas ruas de São Paulo, contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. A crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. Em 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saíram às ruas. Evitando uma guerra civil, Jango deixou o país, refugiando-se no Uruguai. Os militares finalmente tomaram o poder. Logo após o golpe, foi estabelecido o AI-1, que dava ao governo militar o poder de alterar a constituição, cassar mandatos legislativos, suspender direitos políticos por dez anos e demitir ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que fosse contra a segurança do país, o regime democrático e a probidade da administração pública. O AI – 1 também determinava eleições indiretas para a presidência da República. A ditadura militar no Brasil durou até 1985. Foi marcada pelo cerceamento à liberdade de expressão, inclusive de imprensa, censura prévia, perseguição política, prisões arbitrárias e tortura.
IN: http://www.igeduca.com.br/biblioteca/que-dia-e-hoje/golpe-derruba-o-presidente-joao-goulart-e-instaura-a-ditadura-militarno-brasil.html