PROGRAMA MUNICIPAL DE VOLUNTARIADO INTERNACIONAL SECRETARIA MUNICIPAL ADJUNTA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
A Arte Como um Fortalecimento das Relações Humanas
Cristian Alfredo Rincón López País de Origem - México Universidade Parceira - PUC Minas Voluntário na URBEL
Julho 2013 Belo Horizonte
A arte é uma das maiores manifestações da atividade humana através do qual se expressa uma visão pessoal, que interpreta o real ou imaginado, com recursos visuais, linguísticos ou de som. O homem moderno é um ser social, com a constante necessidade de se expressar e se relacionar com os outros seres humanos, tendo a oportunidade de conhecer suas necessidades. Os recursos que temos para comunicação e fazer-se conhecido à outros indivíduos dentro de uma sociedade devem ser desenvolvidos de tal jeito para facilitar a nossa convivência. A arte, concebida como um processo de aprendizagem e não como resultado, desenvolve a criatividade individual e em grupo, estimula a integração global e melhora as relações. Nestes
tempos
em
que
tem
havido
um
preocupante
crescimento
na
violência, uso de drogas e na delinquência juvenil, as relações humanas são afetadas seriamente, criando uma instabilidade na sociedade, posteriormente iniciando novos problemas. A necessidade de interação que cada ser humano tem de viver em sociedade sempre busca a harmonia nesta. Na verdade, todo mundo sabe muito bem quão agradável e prazeroso é estar desfrutar de boas relações humanas e a tragédia de não tê-la, e são justamente estes atos de violência, drogas e crime que alteraram as ações de muitos indivíduos, ultrapassando limites que fazem esquecer da procura da harmonia em nossa sociedade. O tão perturbador e comentado estresse nos seres humanos é, basciamente, o produto das experiências de relações humanas insatisfatórias ou o risco de que elas aconteçam. Isto é, as relações humanas pobres envolvem uma clara ameaça, na tentativa de estabelecer uma comunicação a respeitar as idéias dos outros. Não é preciso ser um especialista para saber como as pessoas são afetadas por conflitos
conjugais,
problemas
familiares,
ou
relacionamentos
humanos
insatisfatórios com os vizinhos ou colegas de trabalho. Parece apropriado refletir sobre a necessidade de incorporar os diferentes tipos de expressão artística para contribuir ativamente - desde a sua criação - na comunicação social e que este seja o meio para reforçar valores tais como o respeito, a tolerância e a solidariedade, de modo a causar uma interação em comunidade que permita a
livre expressão de cada membro, sem invadir as preocupações dos outros. Assim, a arte se torna um meio importante para melhorar esta dinâmica social. Os grupos humanos são sempre parte da sociedade, onde encontramos uma estrutura e uma dinâmica. Na estrutura existem vários elementos que dão a uma organização suas peculiaridades e fazem cada um destes grupos adquirir certa identidade. Cada estrutura proporciona a base para a interação que ocorre entre indivíduos e subgrupos ou partes da sociedade, sendo esta dinâmica simplesmente uma expressão das necessidades ou intenções dos indivíduos que compõem
a
sociedade.
Então, podemos pensar sobre a inclusão da arte como parte dos elementos de diferentes estruturas, que podem ser o meio de expressão que fornece as diretrizes para o melhor desenvolvimento desses grupos. Por exemplo, o teatro pode ser concebido como um processo de aprendizagem que desenvolve a criatividade individual e em grupo; estimula a integração de maneira coletiva através do jogo dramático; e promove o desenvolvimento de vínculos e da confiança pessoal. Enquanto cada ser, o teatro também pode significar para a criança e para o jovem não só uma formação, mas também entretenimento dinâmico.
Isso acontece na maioria dos contextos que a arte torna-se acessível a um grupo muito pequeno da sociedade, pois ela é geralmente associada com as classes superiores. No entanto, voltando à questão da reabilitação das relações humanas, a incorporação das artes nos sistemas de ensino, ou fortalecimento destes para os casos já implementados, poderia ser um bom começo desta iniciativa. Imagine se cada grupo educacional fizesse coros musicais. Diz-se que uma criança que canta é uma criança feliz. Uma atividade como coral não só estimula uma criança sensível, mas a criança começa cedo a viver em comunidade, onde aprendeu a compartilhar e se comunicar, independentemente da parte artística. Em um coro, todos os membros são importantes, e o produto final será alcançado se todos contribuem com a sua voz. Se o diretor sabe conduzir seus objetivos, e ao mesmo tempo, difundir amor em todas as músicas, vai ajudar a fortalecer o seu espírito.
Como um exercício de relações humanas, o coro pode ser um veículo para a prática futura de solidariedade, virtude que cada dia vai sendo extinta em uma sociedade cada vez mais individualista, regida pelas leis do mercado.
Teoricamente, foi demonstrado que a vida do grupo é derivada de características hereditárias e experimentais de seres humanos. Assim, de uma forma ou de outra, estão à procura de outros seres humanos para nos dar suporte e segurança social, algo que encontramos nas relações interpessoais e quando somos membros de um grupo.
Em grupos, esta exigência humana básica nos leva praticamente para todos os fenômenos sociais. Todos aceitam a ordem social pela sua necessidade de pertencer e participar do controle social, procurando a integridade do grupo, obrigando os outros a obedecê-lo. Quando o grupo satisfaz a maioria dos seus membros
e estes requisitos, há apoio social e espírito de equipe. Tenta-se
manter o grupo intacto, evitando a sua desintegração, e preocupando-se com o destino de todos os seus membros. Assim, o bem-comum governa as ações de todos os membros do grupo, garantindo uma ordem social sólida.
Não só o teatro, a música e a arte podem ser vistas como contribuição para a melhoria das relações em uma sociedade. Pode ser a fotografia, a pintura ou a dança - atividades que ajudam muito a mudar o caminho da dinâmica social, tendo impacto significante nos últimos anos. Cada pessoa é diferente e, portanto, cada um desses grupos também adquire suas próprias características. As aplicações dos diferentes tipos de arte podem ser selecionadas de acordo com os interesses de cada grupo social. Seria muito interessante uma competição de murais, onde cada bairro propõe um conjunto de imagens que os identifique como um grupo de indivíduos que são parte de um bairro específico, ou talvez uma demonstração de dança, onde várias comunidades convivem em harmonia.
Na maioria dos casos, o simples pensamento de reabilitar as relações humanas parece ser uma tarefa difícil, e muitas vezes o resultado não é alcançado. No entanto, a arte pode ser nossa melhor aliada, devendo ser incluída no ensino desde cedo, pois assim as crianças e jovens podem desenvolver capacidades artísticas elevasas, e também aprender sobre a importância da convivência em grupo e que o esforço de cada gera benefícios ao todo. Ainda promove o bem e o combate ao mal.
Com o tempo, as regras tendem a integrar códigos escritos que compõem a estrutura da justiça em qualquer sociedade. Assim, nosso destino é emoldurado por pertencer a grupos e da sociedade em que vivemos. Com o passar do tempo, vários fatores aparecem em todos os contextos, indicando mudanças nas relações humanas. Em muitas situações, essas mudanças não são positivas, gerando os problemas sociais de convivência. No entanto, a evolução no tempo nos treina para sermos cidadãos capazes de encontrar soluções e dar passos à frente em relacão à melhoria dessas relações.
A arte é uma opção muito viável, tem uma ampla aplicação e pode ser adaptada a maioria dos casos em crise. Todos nós gostamos um tipo de arte. Algumas pessoas ainda não sabem qual é a sua arte, mas não é tão difícil descobrir com qual ramo desta nos identificamos. Considerar a arte como a nossa melhor arma para decidir a direção da nossa dinâmica social - cantando, dançando, pintando ou fazendo o que mais gostamos - pode provocar avanços numa mesma direção e trazer bons resultados.
As
diferentes
ações
para
a
respectiva
ordem
social
envolvem
sérias
conseqüências. A harmonia e a paz são indispensáveis em um grupo e dependem essencialmente da consideração de todos os indivíduos, e não apenas daqueles que estão mais próximos ou ligados por laços mais fortes à nós. A harmonia e a
paz dependem de todos compĂľem uma sociedade ou grupo, na busca de seus interesses e necessidades. O bem comum ĂŠ o resultado.
AUTOR LÓPEZ, R. C.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WALLANCE, J.B. El Poder de las Relaciones Humanas. Primeira edição. ExiEditores, julho de 1999. Maura, R. E. Psicología de las relaciones humanas. Primeira edição. México, 1986.