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Informativo do Hospital Municipal Odilon Behrens Belo Horizonte - Ano 2 – N.º 15 – fevereiro de 2011

Trabalho realizado no HOB otimiza a realização de cirurgias plásticas em BH Págs. 4 e 5

Saiba mais sobre a relação do HOB com seu público feminino Pág. 6

Alerta sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) Pág. 7

Banco de Leite orienta e incentiva a amamentação Pág. 8


Editorial

HOB esteve presente em Simpósio sobre neurotraumatologia

Desta vez, o principal destaque do jornal HOBservador é uma ação que beneficia não só os usuários do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB), mas pacientes do Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte. Trata-se do Mutirão de Cirurgia Plástica, promovido pelo Ambulatório de Regulação de Cirurgia Plástica do HOB, que visa a agilizar o processo de autorização das cirurgias plásticas. O trabalho teve início em 2010 e é realizado mensalmente. Na matéria, ha mais detalhes sobre como é a dinâmica do Mutirão. Outro destaque desta edição é o trabalho realizado pelo Banco de Leite do HOB. O setor orienta as mães internadas no Hospital sobre amamentação, auxilia na retirada do leite materno, no caso de dificuldade para extraí-lo, e ainda fornece este importante alimento aos bebês prematuros que não conseguem se alimentar diretamente da mãe. Na matéria, você poderá saber mais sobre como é desenvolvido e realizado esse trabalho, além de saber e entender por que o setor recebe e precisa de doações de leite humano. Outros interessantes assuntos, como os cuidados que se deve ter com as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) podem ser lidos nesta edição. Envie sugestões de matérias para o jornal HOBservador ao e-mail hobascom@pbh.gov.br Boa leitura. José Luiz Lopes Diretor Técnico/Atenção Hospitalar

Expediente

O Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB) esteve presente no III Simpósio Internacional de neurotraumatologia, que aconteceu em Belo Horizonte entre os dias 18 e 20 de março. A coordenadora da neurologia do HOB, Dra. Audrey Beatriz Santos Araujo, foi a presidente da Comissão Organizadora do evento, que também contou com a participação dos médicos do Hospital Dra. Andréa Silva de Pinho e Dr. Fábio Santana Carvalho. Outros profissionais do corpo clínico do HOB, incluindo residentes e ex-residentes, também parti-

Alguns dos médicos do Hospital durante o evento

ciparam do Simpósio, nas mesas de discussão. Segue, abaixo, relação com nome e participação: Dra. Andréa Silva de Pinho, Dr. Alander Sobreira Vanderlei e Dra. Marina Brugnolli Ribeiro Cambraia (Mesa-redonda sobre “Situações especiais no trauma”); Dr. Cleverson Martins Kill (Mesa-redonda sobre “O estado da arte – mitos e realidade sobre Neurointensivismo”); Dra. Audrey Beatriz Santos Araujo (Mesa-redonda sobre “Recomendações e conduta”); Dr. Felipe Maluf e Dr. Leonardo Carvalho da Paixão (Mesa-redonda sobre “Conduta terapêutica no TCE grave”); Dr. Ebrain Gomes (Mesa-redonda sobre “Trauma Cervical”); Dr. Thiago Romie Franco e Dr. Fábio Santana Carvalho (Mesaredonda sobre “Trauma toracolombar”). O Simpósio foi uma realização da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e trouxe congressistas de todo o País, além de palestrantes internacionais, para o encontro que visou a debater a atualidade da neurocirurgia e da medicina intensiva.

Funcionário do hospital é vice-campeão mundial em prova de atletismo paraolímpico Carlos José Bartô da Silva, mais conhecido como Bartô, foi o vice-campeão na prova de 800 metros na categoria T11 do Campeonato Mundial IPC. Bartô é auxiliar de radiologia da Câmara Escura da Unidade de Diagnóstico por Imagem (UDI) do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB). A competição, que aconteceu na Nova Zelândia, no final de janeiro, é promovida pela Federação Internacional de Atletismo Paraolímpico. O funcionário do HOB, que competiu com dez adversários de diversos países, explica o significado desta vitória: “cada medalha nova representa a renovação da vontade de ganhar e ir em busca da melhora constante”. Bartô nasceu com retinose pigmentar, doença que provoca a perda gradativa da

visão. Aos 15 anos, já com a capacidade de enxergar totalmente comprometida, ele começou a praticar esporte. Hoje, Bartô é um atleta paraolímpico: corredor da Seleção Brasileira de Atletismo.

Bartô mostra com orgulho a medalha conquistada no campeonato

Jornal HOBservador Edição – Assessoria de Comunicação do Hospital Municipal Odilon Behrens – HOB (ASCOM-HOB) Supervisão Editorial – Assessoria de Comunicação Social do Município de Belo Horizonte

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Fotografias – Arquivo ASCOM HOB Periodicidade – mensal Distribuição gratuita

Hospital Municipal Odilon Behrens Rua Formiga, 50 – bairro São Cristóvão CEP 31.110-430 – Belo Horizonte/MG Contatos – hobascom@pbh.gov.br (31) 3277-6220

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Um dia de...

... técnica de laboratório (setor: Agência Transfusional)

Shirley Andrade é técnica de laboratório da Agência Transfusional do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB) há 18 anos. Ela trabalha um dia sim e dois não. Sua rotina é diversificada, pois seu trabalho depende do fluxo de pedidos que chegam ao setor. O dia da técnica começa com a organização do ambiente de trabalho. Ela separa os materiais e repõe e organiza a geladeira de hemocomponentes. Ao longo do dia, os pedidos emitidos pelos médicos chegam em formulários que constam os dados dos pacientes. Entretanto, antes de liberar qualquer bolsa com sangue ou outro componente, é necessário coletar uma amostra do sangue do paciente para fazer testes de compatibilidade. O técnico de enfermagem é o responsável pela coleta, que em seguida encaminha a amostra a Shirley. Depois do teste pronto, caso não haja intercorrência, a técnica prepara a bolsa de sangue, plaquetas, plasma ou crio (todos, componentes extraídos do sangue). Quando não há compatibilidade, ela envia a amostra do paciente à Fundação Hemominas, que é o hemocentro de Belo Horizonte, para um exame mais detalhado. Shirley conta que um dos maiores desafios do seu dia a dia é o tempo. Já que para realizar o teste precisa-se, em média, de 50 mi-

nutos e nem sempre o paciente pode esperar. Por isso, a técnica afirma que uma das características necessária para desempenhar a sua função é saber trabalhar sob pressão, mantendo a tranquilidade e a objetividade. Ela conta que um motivo de preocupação é a falta de alguns tipos de sangue, principalmente os negativos. Para repor o estoque, Shirley e os técnicos dos outros plantões ligam, diariamente, ao Hemominas, para fazer pedidos de sangue, plasma, crio e plaquetas. Eles são utilizados em pessoas que irão fazer cirurgias, pacientes que estão com um grau acentuado de anemia, politraumatizados, dentre outros casos. Shirley tem uma atenção redobrada quando o assunto é segurança. No seu trabalho, ela usa sempre jaleco, luvas e óculos de proteção. E fica ainda mais atenta quando vai descartar algum material, porque os materiais utilizados são, geralmente, infectantes ou perfurocortantes. Segundo ela, “todos os técnicos do setor têm o cuidado de onde e como vai colocar o lixo, para não machucar ou contaminar os funcionários da limpeza”, explica. No final do seu expediente, Shirley passa à próxima pessoa do plantão todas as informações necessárias para dar continuidade ao trabalho. O Banco de Sangue do HOB funciona 24 horas por dia e também atende à Unidade (UHNSA).

Indicadores HOB Dezembro 2010 HOB - dezembro 2010 Pronto-Socorro Total de Pacientes Atendidos no PS

13.240

Pacientes Atendidos na Sala de Emergência*

354

Remoções do PS para outros Hospitais

159

Pacientes Atendidos na Odontologia**

1.744

Pacientes Internados

1.371

Média de Permanência

(dia)

Linha de Cuidado ao Adulto e Idoso

14,6

Linha de Cuidado Cirúrgico

6,9

Linha de Cuidado de Atenção à Mulher

3,1

Linha de Cuidado da Criança e do Adolescente

11,8 8,1

HOB Taxa de Ocupação

(mês)

Linha de Cuidado ao Adulto e Idoso

94,7%

Linha de Cuidado Cirúrgico

89,9%

Linha de Cuidado de Atenção à Mulher

91,2%

Linha de Cuidado da Criança e do Adolescente

87,3%

HOB

90,8%

Consultas Ambulatoriais

8.603

Bloco Cirúrgico

Shirley coloca um dos componentes do sangue para descongelar...

Cirurgias de Urgência

329

Cirurgias Eletivas

160

Obstetrícia Total de Partos

219

Partos normais

139

Exames

...e fotografa com os colegas do setor

Imaginologia

10.771

Laboratoriais

81.490

Refeições - GND

97.512

* Número de pacientes admitidos, sem contar as trasferências internas. ** Pronto-Socorro Odontológico + Buco-Maxilo-Facial + Estomatologia + Cefaléia/Dor Oro-Facial

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Mutirão beneficia usu autorização para O Mutirão de Cirurgia Plástica, promovido pelo Ambulatório de Regulação de Cirurgia Plástica do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB), visa a otimizar o processo de autorização das cirurgias plásticas realizadas em Belo Horizonte, recebendo pacientes de todo o estado de Minas Gerais. No Mutirão, realizado uma vez por mês no Auditório do Centro de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento de Pessoas do Hospital, os pacientes que aguardam por uma cirurgia são avaliados quanto aos critérios para a sua realização e recebem orientações sobre a prioridade dos casos. O Mutirão também visa a conscientizar os pacientes, na maioria mulheres, sobre a obrigatoriedade de se priorizar as cirurgias reparadoras (aquelas que tem o objetivo de reparar problemas causados, por exemplo, por doenças congênitas, traumas, queimaduras e infecções). Na avaliação, feita pela equipe de enfermagem do Ambulatório do HOB, é calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) do paciente e verificado se ele é fumante ou não, além de serem verificados outras condições clínicas importantes. Com essa avaliação, as pessoas são dividas em dois grupos, separados por pulseiras de cores diferentes: os adequados e inadequados a se submeterem a uma cirurgia. Em seguida, todos assistem a uma palestra ministrada por um médico regulador, na qual se tiram dúvidas dos pacientes no que se refere à cirurgia plástica e seu processo de regulação. Ao final, as pessoas com o peso adequado e não fumantes têm consultas marcadas com os médicos reguladores, nas quais são submetidas à perícia para autorização ou não da cirurgia e, se necessária, seleção de um Hospital do Sistema Único de Saúde (SUS) de BH, para realização do procedimento (são cerca de 15 hospitais). As pessoas que não estão com o peso adequado e/ou sejam fumantes, recebem orientação individual para retornar quando atingir o índice de IMC

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adequado ou ficar um determinado período sem fumar. O índice de massa corpórea sempre será avaliado considerando-se os riscos da obesidade no mundo atual. O Ambulatório de Regulação do HOB utiliza protocolos clínicos que, em última análise, objetivam garantir a realização de cirurgias e seleção de pacientes adequados. O laudo de Autorização

disso, o processo regulatório objetiva também garantir a equidade e acesso do usuário que precisa de realizar o procedimento com mais urgência. O médico regulador Rogério Noronha informa que, devido à grande demanda de pedidos de cirurgia de mama e abdômen, os pacientes que precisam da cirurgia reparadora têm de ser priorizados. “É preciso que essas

Na palestra as pessoas que aguardam cirurgia plástica recebem informações sobre o processo de regulação e tiram dúvidas

de Internação Hospitalar (AIH) para a realização da cirurgia, obtida pelo paciente na consulta com o especialista, antes do Mutirão (Veja box “O que deve fazer o paciente para participar do Mutirão?”), não tem prazo de validade. Assim, a pessoa pode atingir o índice de IMC ideal e retornar ao Mutirão para verificar novamente sua condição física para realização da cirurgia plástica. O HOB conta com três médicos reguladores: Rogério Noronha, Marcelo Nogueira e Rui Lopes Filho. Noronha explica que a regulação “não é para proibir ou autorizar uma cirurgia, mas tem como objetivo adequar as solicitações de cirurgias aos protocolos de cirurgia plástica”. Além

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pessoas, na maioria mulheres, multipliquem tudo o que está sendo dito e explicado durante a palestra”, explica Noronha, ressaltando que “a grande vantagem do sistema regulatório atual é garantir a realização das cirurgias na prioridade exigida em cada caso”. A coordenadora do Ambulatório do HOB, Dayanne Oliveira, destaca a importância da conscientização com relação aos critérios de prioridade em cirurgia plástica. “Muitas vezes, a pessoa precisa de uma cirurgia reparadora e não é perceptível”, exemplifica a coordenadora. A usuária Maria José Mendes, após assistir à palestra, afirmou que, é a primeira vez que vê este tipo de ação no


uários que aguardam a cirurgia plástica serviço público de saúde. “O médico (Rogério Noronha) teve muita sinceridade, discernimento e sabedoria. Esta palestra faz a gente pensar como ser humano.” A paciente Janaína Ramos procurou o HOB para fazer uma cirurgia de redução de mama. Para ela, a palestra teve um cunho esclarecedor: “a gente vê que tem pessoas que necessitam mais (da cirurgia). Por isso é preciso ter paciência”, explica Janaína. O primeiro Mutirão aconteceu no final de setembro de 2010. A gerente da Unidade Hospitalar Nossa Senhora Aparecida (UHNSA), Marta Cáfaro, participou da implantação no Ambulatório do HOB da Regulação de Cirurgia Plástica no Hospital. Ela ressalta que este procedimento surgiu como forma de “orientar e selecionar, dentre os pacientes que desejam cirurgia plástica de mama e abdômen, aqueles que atendem os critérios definidos no Protocolo de Regulação de Cirurgia Plástica”. A realização da regulação das cirurgias do HOB conta com o apoio dos seguintes profissionais de enfermagem do Ambulatório do Hospital: Márcia Maria Alves, Efigênia Maria de Souza, Washington de Souza Maia, Estela Francisca Fernandes, Ana Lúcia Monteiro, Nívia Márcia Luzia e da funcionária administrativa Mônica Castro. A previsão é que, a partir deste ano, o Mutirão aconteça duas ou três vezes por mês e que, com isso, haja aumento do número de participantes atendidos.

O que deve fazer o paciente para participar do Mutirão? Para ser atendido no Mutirão de Cirurgia Plástica, promovido pelo Ambulatório de Regulação de Cirurgia Plástica do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB), o paciente deve, primeiramente, marcar uma consulta no Centro de Saúde, com um especialista em cirurgia plástica. A marcação o irá encaminhar para ter a consulta em algum Hospital da rede pública de saúde, o que inclui o HOB, com um especialista. Após a consulta, e sendo autorizada a cirurgia, na qual é entregue uma Autorização de Internação Hospitalar (AIH), o paciente deve entrar em contato pelo telefone (31) 3277-1651 ou pessoalmente no Ambulatório do HOB (Avenida José Carvalhaes, sem número, bairro São Cristovão) e marcar sua participação no Mutirão. A necessidade de participar do Mutirão realizado no HOB é informada ao paciente na consulta com o especialista.

Entenda o processo de regulação de cirurgias A partir da assinatura do médico regulador, o Município libera os recursos financeiros para a realização do procedimento cirúrgico. Noronha explica que “o regulador, ao seguir o Protocolo, sempre irá priorizar quem mais necessita e quais estão mais aptos à cirurgia”. O regulador também tem a função de selecionar pacientes ideais para a cirurgia, já que é preciso assegurar que o usuário esteja preparado para passar por um processo cirúrgico. Uma das exigências para que o paciente possa ser operado, como visto, é que ele esteja com o peso ideal. Para determinar a prioridade de uma cirurgia, o regulador se baseia nas de maior urgência e nas de me-

nor prioridade. Quando uma cirurgia é classificada como urgência, o regulador emite uma ordem a um hospital, que pode ser, inclusive, o HOB, para que o paciente seja operado. Nos casos de menor prioridade, o regulador faz um pedido a um hospital de ensino, o que também inclui o Odilon Behrens, para que o paciente possa ser operado. É importante ressaltar a diferença entre ordem (os casos de maior urgência) e pedidos (casos de menor prioridade). Ressalta-se também que, uma vez autorizada a cirurgia, não há prazo de validade para que ela seja realizada. Já que para sua realização, há questões que envolvem período indefinido de tempo, como o controle de uma doença ou interromper tabagismo, conforme explicado anteriormente. O médico regulador Rogério Noronha

Antes da palestra as pessoas são avaliadas pela equipe de enfermagem do Ambulatório

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Mulheres se destacam no HOB

A gerente Marineide Gonçalves (de branco) com a equipe do Bloco Obstétrico

No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. No Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB) cerca de 80% dos funcionários são mulheres. Além disso, o HOB tem, em sua estrutura, uma unidade voltada para este público: a Materno-Infantil. Todo esse cuidado especializado oferecido à mulher que, muitas vezes, engloba também a família, é realizado por funcionárias, que trazem suas experiências pessoais para o dia a dia profissional, e por homens que dedicam seu trabalho às pacientes. O HOB é referência em maternidade de alto risco e conta com a retaguarda em terapia intensiva, através dos Centros de Terapia Intensiva (CTI). O Hospital também é referência para 65 postos de saúde no que se refere às urgências ginecológicas. A gerente de Atenção à Mulher, do HOB, Marineide Gonçalves, também conhecida como Mara, destaca a prevalência feminina nas equipes da Maternidade e do Bloco Cirúrgico do Hospital. De acordo com ela, o diferencial destas“mulheres que cuidam de mulheres”é que elas trazem, além da técnica, a experiência pessoal para o ambiente de trabalho. “Todas as mulheres que já passaram pela maternidade têm a dizer e a ensinar. São mulheres formadas na universidade da vida”, afirma a gerente. A técnica em enfermagem Maria Conceição Teixeira trabalha no Bloco Obstétrico do HOB há três anos e meio. Ela auxilia as mães

em diversos momentos, como no trabalho de parto e nos primeiros cuidados com os bebês. Maria Conceição diz que seu trabalho é muito gratificante. “A gente trabalha com um público específico, muitas mulheres têm seus filhos aqui e depois voltam e reconhecem a gente”. Mara conta ainda que as mulheres atendidas na Unidade mudaram com o passar do tempo: “elas se preocupam, no pós-parto, com os filhos pequenos que ficaram e o trabalho, já que, hoje em dia, elas auxiliam nas despesas da casa”. A gerente ainda aponta uma outra característica presente nas mulheres da atualidade: “elas são mais questionadoras, conhecem seus direitos e brigam por eles”. No entanto, apesar de todas as mudanças, para a gerente, “o olhar embevecido da mãe para o seu bebê é o mesmo ao longo dos anos e é emocionante”. A gerente destaca outra peculiaridade do HOB com relação às mulheres, já que o HOB possui uma diretoria com a presença feminina muito forte.“Este olhar feminino traz a preocupação em organizar a casa e cuidar da ambiência. Acredito que aqui no HOB as mulheres sempre terão vez”.

Eles escolheram cuidar, exclusivamente, de mulheres

O médico Felipe Melo é gerente da Unidade de Diagnóstico por imagem (UDI) do HOB e trabalha com ginecologia e obstetrícia há 18 anos. O ginecologista explica que escolheu esta especialidade por ter, em sua família, uma presença muito forte da mulher. “Tenho duas irmãs e as mulheres da minha família têm uma personalidade marcante”. Felipe afirma que o diferencial do médico que trabalha com este público é saber ouvir: “a mulher tem todo um contexto por trás, que o médico precisa compreender para solucionar o problema”. Marcos Vicente Braga Mota trabalha há 27 anos como médico do Bloco Obstétrico do Hospital. Ele começou nesta área ainda como estudante e destaca que, no setor onde trabalha, o número de homens é pequeno: “au-

xiliares e técnicos em enfermagem são todas mulheres e, mesmo os médicos, na maioria das vezes, também do sexo feminino”. Marcos conta que trabalhar nesse ambiente, tão feminino, “é uma festa. É divertido”.

Conheça a Unidade Materno-Infantil

A Unidade Materno-Infantil recebe o apoio de uma equipe multiprofissional para cuidar da gestante e do bebê desde o início da gravidez até o pós-parto. Além disso, o Bloco Obstétrico possui consultórios destinados a atendimentos ginecológicos de urgência, com médicos que se preocupam em ser resolutivos naqueles problemas que afligem as mulheres. Já a Maternidade ou alojamento conjunto é o local onde mães e bebês permanecem juntos, estabelecendo seus vínculos, sob o cuidado da equipe multidisciplinar e com o incentivo de aleitamento materno exclusivo. Na Unidade Neonatal de Cuidados Progressivos (UNCP) ficam os recém-nascidos que necessitam de cuidados especiais. Os profissionais da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal são responsáveis por cuidar dos bebês que precisam de tratamento intensivo. A Unidade Materno-Infantil ainda conta com a parceria do Banco de Leite, que orienta as mães quanto à amamentação e realiza a retirada do leite nos casos em que há dificuldades para extraí-lo ou o bebê não consegue se alimentar diretamente na mãe.

Funcionárias do Berçário

Funcionárias são homenageadas pelo Dia Internacional da Mulher O Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB) realizou, no dia 11 de março, uma ação para homenagear e agradecer todas suas funcionárias, em razão do Dia Internacional da Mulher, celebrado mundialmente no dia 8 de março. Durante o dia, foi entregue rosa e chocolate a todas as mulheres que trabalham no HOB, na Unidade Hospitalar Nossa Senhora Aparecida e no Núcleo de Cirurgia Ambulatorial. Também receberam flores as mães que estavam internadas na Maternidade. Ao longo do dia aconteceram seções de ginástica chinesa Lion Gong para as funcionárias, no auditório do Centro de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento de Pessoas. No turno da tarde, ainda houve apresentação de integrantes da Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais, locada na Academia da Polícia Militar de Minas Gerais no bairro Prado, em vários setores do Hospital, o que contribuiu para a humanização do ambiente hospitalar, através da música.

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Mulheres da Unidade Hospitalar Nossa Senhora Aparecida...

... da Assessoria Jurídica...

...do Núcleo de Cirurgia Ambulatorial...

... do refeitório, com as flores recebidas na homenagem

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DST: prevenir é o melhor remédio Carnaval, época de festa e alegria, mas também momento em que muitas pessoas se descuidam da proteção e, com isso, podem contrair Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). De acordo com levantamento realizado pelo Ministério da Saúde (MS), a estimativa de pessoas que se infectam com DST, no Brasil, por ano, chega a quase 5 milhões. Sendo as doenças mais comuns sífilis, gonorréia, HPV (câncer de colo de útero), clamídia e herpes genital. Outro estudo feito pelo MS mostra que houve aumento no número de casos de infecção pelo vírus do HIV entre jovens de 17 a 20 anos, nos últimos cinco anos, que passou de 0,09% para 0,12%. Segundo a médica da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB), que também é infectologista pediátrica no Centro de Treinamento e Referência em Doenças Infecto-Parasitárias Oreste Diniz, Ana Lúcia Nogueira Diniz, após o período do carnaval há um aumento no número de pessoas preocupadas com o diagnóstico de DST por não terem feito sexo seguro. A médica ressalta que algumas DST são curáveis, como sífilis e gonorréia, mas outras doenças são crônicas, como por exemplo a AIDS: no caso do HIV, a pessoa terá acompanhamento médico e fará tratamento, quando indicado, com uso constante de medicamentos. Por isso, a melhor prevenção contra

Conheça os sintomas das DST mais comuns HIV – febre, mal-estar, cansaço, linfodenomegalia (aumento nos gânglios linfáticos). Em casos mais graves pode ocorrer emagrecimento, diarréia e candidíase oral. Sífilis – úlcera genital, aumento do fígado e baço, febre e exantema (manchas na pele). Condiloma – verrugas genitais. No homem o diagnóstico é mais difícil, sendo necessário consultar um especialista, como urologista. Essa doença está associada ao câncer de colo de útero. Já existe vacina para Condiloma, que é indicada para mulheres entre 9 e 24 anos. Porém, a vacina é paga. Hepatite B e C – Alguns casos evoluem para câncer de fígado ou hepatite crônica ativa com icterícia, aumento do fígado e edema generalizado.

doenças e a gravidez indesejada, é o uso do preservativo. A médica enfatiza ainda que o carnaval tem que ser aproveitado sim, mas com muita responsabilidade. Ana Lúcia ressalta os sintomas que servem de alerta quando a pessoa tem um comportamento sexual de risco, como fazer sexo sem proteção: úlcera genital, febre e lesões de pele. “Toda doença tem um curso melhor quando o diagnóstico é feito no início. Então, ao menor sinal, a pessoa deve procurar um médico imediatamente. É melhor prevenir do que remediar”, reforça a médica. A psicóloga do HOB, Eliara Froes, explica que neste período do ano, é a “festa dos excessos”, então, nessa busca incessante pelo prazer algumas pessoas podem relaxar um pouco mais e acabam negligenciando a proteção. “Os seres humanos têm uma tendência em desacreditar que algo

ruim pode acontecer. E nesse contexto permissivo (carnaval), faz com que eles se descuidem”, relata.

A médica Ana Lúcia Nogueira Diniz afirma que, em períodos como carnaval aumentam o número de pessoas que não fazem sexo seguro

Preservativos são distribuídos no HOB Na véspera do Carnaval, no dia 4 de março, foram distribuídos preservativos a todos os funcionários do HOB e visitantes/acompanhantes que estavam no Hospital neste dia. Ao todo, foram cerca de 3.000 camisinhas. Os preservativos foram doação da Coordenação Municipal de DST-Aids-Hepatites Virais, da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. É importante ressaltar que qualquer cidadão tem o direito de pegar, regularmente, preservativos na Unidade Básica de Saúde (Posto de Saúde) mais próxima de sua casa. Para isso, não há necessidade de consulta médica, receita ou fornecimento de mais informações.

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Banco de Leite incentiva amamentação como um ato de amor este leite possa ser buscado pelo transporte do HOB em sua residência. O leite é pasteurizado no prazo máximo de 15 dias. Antes de liberar o leite para a dieta dos bebês, o setor recolhe uma amostra dele já pasteurizado e manda realizar uma análise microbiológica do produto, para saber se ele está em condição de ser consumido. Essa análise é feita no laboratório de Bromatologia da Prefeitura de Belo Horizonte. Após todo esse processo, o leite é liberado para os bebês. “A mãe que doa pratica um ato de amor, mas de forma responsável. Porque esse leite é o remédio para as crianças que precisam dele”, explica Marzi. Equipe do Banco de Leite com acompanhante e filho: cuidado humanizado sobre amamentação

O Banco de Leite do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB) é responsável por fornecer leite materno a todos os recém-nascidos prematuros e de baixo peso ou àquele que a mãe está com dificuldade para amamentar, internados no Hospital. No caso dos bebês prematuros, que não conseguem mamar, porque não tem força para sugar o leite, as funcionárias da unidade auxiliam e orientam as mães na coleta, que é feita diariamente, uma hora antes da dieta do bebê. A partir de 2007, o Banco de Leite passou a realizar todo o processo de pasteurização, estocagem e liberação de leite humano. A pasteurização é importante porque a mãe deve amamentar somente seu filho. Porém, depois de processado e analisado, o alimento pode ser oferecido a qualquer recém-nascido que necessite. O leite humano pasteurizado fica armazenado no Banco de Leite para ser feita sua distribuição pelo Lactário, de acordo com a prescrição médica dos diversos setores que venham a necessitar. O Banco de Leite também fornece, para as mães destes recém-nascidos, orientações sobre a importância da amamentação, como os cuidados que a mulher deve ter com as mamas, e esclarece as possíveis dúvidas que elas possam ter. A unidade também realiza interconsultas no Hospital sempre que são solicitadas, nas quais a mulher é avaliada e, caso seja necessário, são orientadas sobre a melhor conduta a ser realizada no cuidado com a amamentação. Outras pessoas que também têm dificuldade ou dúvidas sobre amamentação, mas que não estão internadas no Hospital, também são atendidas pelo setor. Segundo a responsável técnica do Banco de Leite, Marzi Roque de Abreu, o objetivo do trabalho é apoiar o aleitamento materno e incentivar a amamentação. Sa-

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bendo dessa importância, o setor criou um programa de orientação sobre o tema que inclui toda a família. De acordo com Marzi, nenhuma mulher amamenta sozinha. “Amamentar é um ato de amor, mas se a mãe não contar com o apoio dos familiares ela não vai conseguir amamentar o seu filho e vai partir para outros artifícios, como uma mamadeira”, explica.

Doações

O setor realiza várias campanhas durante todo o ano para tentar manter um estoque que atenda todos os bebês. Mas, quando o estoque está baixo, é realizada uma seleção das crianças para dar prioridade àquelas que só podem tomar leite humano pasteurizado. Marzi conta que a dificuldade em conseguir doadoras é grande, pois nem todas as mulheres têm o conhecimento de que podem doar o leite. Toda mãe que se interessar em doar pode entrar em contato com o Banco de leite do Hospital, por telefone ou pessoalmente, para receber informações sobre a doação. Para isso, a mulher deve apresentar os exames de pré-natal, não pode ser fumante, não ter recebido transfusão de sangue nos últimos cinco anos e não tomar remédio incompatível com a amamentação. Posteriormente, após agendamento prévio, a mãe será atendida por um funcionário do setor em sua casa. Nesta visita, é explicado à mãe sobre a importância do leite materno, quais os cuidados que ela precisa para coletar o leite, incluindo o local da casa mais apropriado, e como armazenar corretamente este leite. Também é oferecido à ela o “Kit Doação”, que contém um vidro esterilizado, um gorro, uma máscara e etiqueta de identificação. A mãe também é orientada a entrar em contato com o Banco de Leite no prazo, aproximado, de dez dias, para que

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Vacinação

Desde 2007, a equipe do Banco de Leite disponibiliza vacinação aos recém-nascidos. As vacinas são, exclusivamente, para os bebês nascidos no Hospital. No setor, são disponibilizadas as vacinas BCG, para prevenção da tuberculose, e a Hepatite B e os imunobiológicos especiais, destinados aos bebês do CTI Neonatal, Unidade Neonatal de Cuidados Progressivos (UNCP), Pediatria e CTI Pediátrico. Em breve, o posto de vacinação terá uma nova sala no terceiro andar do Ambulatório. A mudança proporcionará maior conforto tanto para os trabalhadores quanto para os pais que levam seus filhos.

Parcerias

Segundo Marzi, há um projeto em parceria com os Centros de Saúde da região Noroeste para captar possíveis doadoras. O projeto consiste em treinar os agentes de saúde para identificar essas mães e conscientizá-las sobre a importância do ato de doar. Além disso, o setor tem parceria com o Banco de Leite de Betim e também com igrejas. O Banco de Leite do HOB funciona todos os dias, inclusive feriados, de 7 às 19h. Quem tiver alguma dúvida sobre amamentação ou quiser fazer doações pode entrar em contato pelo telefone: (31) 3277-6137.

Mãe é auxiliada por funcionárias do setor na retirada do leite humano


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