Leonie Gaiser

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Artigo Final Voluntariado Internacional Museu de Arte da Pampulha Belo Horizonte

Leonie Elisa Gaiser UFMG Rua Sena Madureira 404 Bairro Ouro Preto CEP: 3140-000, Belo Horizonte Minas Gerais 20 de Junho de 2012


Belo Horizonte, 20 de Junho de 2012

Artigo Voluntariado Internacional

No âmbito do Programa Municipal de Voluntariado Internacional lançado pela Prefeitura de Belo Horizonte, eu aproveitei a oportunidade de conhecer o cotidiano do Museu de Arte da Pampulha (MAP) em um estágio de 3 meses. O principal objetivo do meu Voluntariado era conhecer de perto a elaboração das políticas públicas municipais de Belo Horizonte e desenvolver a internacionalização da cidade. Além disso, eu desejava enriquecer minhas competências profissionais, viver experiências práticas fora dos meus estudos na UFMG e ter contato com novas metodologias de ensino. Ao escrever o Artigo Final, eu posso constatar que o a aquisição e a comparação constantes de experiências e conhecimentos práticos são métodos muito eficientes para se conseguir avançar. Particularmente interessante para mim, como estudante de Alemão para Estrangeiros, são as possibilidades de incluir aspetos culturais no ensino para realizá-lo em uma maneira viva a apelativa. Trabalhando como guia para estudantes no Museu de Arte da Pampulha, eu fiquei a conhecer um método de educação alternativo que acentua a aprendizagem através de observação e experiência própria de arte. Assim, o Voluntariado não só me introduziu na Arte Contemporânea, na arquitetura e no paisagismo brasileiro, mas também na ArteEducação que é aplicada no Museu. Eu desenvolvi especial interesse na função educativa de arte, projetos pedagógicos desenvolvidos em museus e suas relações com a escola. Introduzindo os alunos no mundo de arte facilitará o acesso aos alunos e auxiliará eles no desenvolvimento e na aprendizagem. Ademais, arte não é apenas fonte de inspiração, mas também um significativo meio de comunicação que reflete as condições culturais da sociedade. Para entender melhor o papel de Arte-Educação, tanto no contexto brasileiro quanto na Alemanha, tomei a decisão de investigar no ensino de arte, bem como no apoio pedagógico que a visitação a museus pode oferecer à educação de crianças.


No início da década de 1930 e com o Movimento Escola Nova no Brasil, arte era vista como instrumento para ajudar a criança a organizar e fixar noções aprendidas em outras áreas de estudo na escola. Além disso, existia de forma extracurricular em escolas especialicadas para crianças e adolescentes, e visitas a museus e excurções com turmas tornavam-se cada vez mais frequentes. Porém, de 1937 a 1945, o desenvolvimento de Arte-Educação foi impedido pelo estado político ditatorial que existia nesse país. No entanto, várias pesquisas e ensaios de diferentes pedagogos e investigadores contribuiram para estabelecer a utilização instrumental de arte na escola e também fora da sala de aula. Por conseguinte, tornou-se parte reconhecida em várias colégios do país, tanto em escolas públicas quanto particulares. Em finais dos anos 1940, começaram a aparecer ateliers para crianças no Brasil e Espaços Experimentais tinham por objetivo liberar a expressão e as emoções dos alunos pela arte. Com o início da ditatura em 1964, as Escolas Experimentais tiveram que fechar. Os currículos de outras instituições foram normatizados e a prática de arte nas escolas públicas foi dominada pela sugestão de temas e por desenhos alusivos a comemorações cívicas e religiosas. Apesar de tudo, arte passou a ser um importante elemento e diferentes projetos de classes de crianças e adolescentes foram realizados. Na década de 1970, o Governo Brasileiro introduziu no currículo das escolas de ensino fundamental e médio a disciplina Educação Artística como parte obrigatória. Essa reforma educacional instituiu o ensino das artes. Adicionalmente, aconteceram frequentes visitas a museus para despertar a potencialidade criativa das crianças e preservar os nossos bens culturais. É evidente que, como eu tenho sido ensinada na Alemanha, estou especialmente interessada na consolidação de Arte-Educação na Europa. Como resultado da divisão do país, aconteceram dois desenvolvimentos diferentes na Alemanha da Pós-Guerra. A arte nas escolas da Alemanha Ocidental tinha o objetivo animar as crianças para que desenvolvam criatividade artística e interesse em obras da época. Portanto, a idéia não foi ensinar conteúdos de outras áreas por meio de arte, mas estimular atividades artísticas. Na República Democrática Alemã, a arte foi empregada como instrumento ideológico para manter e fixar o pensamento político. Diferentes excursões e o currículo enfatizavam o ensino de arte socialista e tinha uma estreita colaboração entre escola e museu. Também, havia regras estritas que regulamentavam que todas as atividades artísticas eram censuradas.


Qualquer arte anti-socialista deveria ser evitada e a representação de diferentes eventos históricos em obras publicadas a fim de moldar a personalidade. O pensamento deveria ser influenciada através de quadros que emocianavam e manipulavam os estudantes. Por conseguinte, arte não foi empregada para facilitar o processo de aprendizagem ou liberar as emoções das crianças, mas para formá-las. Hoje em dia, arte faz parte integrante no plano de ensino das escolas, tanto no Brasil como na Alemanha. No contato com obras e na produção ativa, os alunos devem se tornar criativos, fortalezer a personalidade e desenvolver um pensamento artístico. É importante sensibilizar os alunos para arte e mostrar que é uma linguagem através da qual podemos nos expressar e dar a nossa opinião. Por conseguinte, a ocupação com arte não deve apenas ser feito em uma maneira produtiva, mas abranger também a percepção consciente, a interpretação e análise crítica. Infelizmente, os professores de arte são, em muitos casos, os mesmo que ministram as aulas de outras matérias. Formados em só dois anos, não têm necessariamente conhecimento profundo na área. Porém, é importante aproveitar dos benefícios de arte para o desenvolvimento pessoal das crianças. Daí, atividades sociais ou excursões fora da escola, como por exemplo passeios a locais publicos e visitas a museus, oferecem grandes oportunidades para a integração de arte no plano de ensino. Antigamente, quando aconteciam as primeiras visitas de turmas a museus, a instituição era tratada como uma sala de aula fora da escola onde os estudantes aprendiam de forma habitual. Contudo, é fundamental entender a importância da experiência pessoal e conceber o museu como espaço cultural interativo. A ocupação com a arte será uma forte motivação para aprender e simultâneamente um enriquecimento pessoal. Durante meu estágio no Museu de Arte da Pampulha, eu percebi que é fundamental as crianças participarem ativamente a fim de encorajar o desenvolvimento de ideias próprias. As ações educativas no MAP pretendem possibilitar uma aproximação do aluno à arte, colocando-o para dentro da matérie. Para que o estudo no museu aconteça mais variado e aplicado, o Museu oferece vários materais didaticos destinados a despertar, aguçar e exercer os sentidos dos alunos. Desta forma, o guia pode integrá-los na visita e desenvolver em eles uma curiosidade e um conhecimento na arte. Os materiais distribuídos devem possuir caráter informativo e introdutório. Neste modo, tornarão a arte mais acessível às crianças. Para que essas metodologias sejam aplicadas no Museu de Arte de Pampulha, o Núcleo Educativo preparou vários folhetos que sugerem uma série de atividades pedagógicas e exercícios para serem realizadas


durante a visita. Além disso, diferentes cadernos de atividade, demonstrações e projetos estão disponíveis e contribuirão para fomentar um interesse na exposição. Incluindo também aspetos da arquitetura do prédio, as atividades no MAP resultam em uma percepção do espaço mais consciente. A atenciosa exploração do jardim do MAP, proposta pelo panfleto, sensibiliza o aluno para observar os detalhes do seu entorno natural, cultural e social. Além disso, permite a inspiração da natureza e estimula as para experimentar e ser criativo. Ademais, novas tecnologias audiovisuais, fotografias e documentos enriquecem as reflexões provocadas durante a ação educativa no Museu. Viver a experiência de tomar parte convida o aluno a fazer ligacões com o seu cotidiano ou ainda fazer sua própria pesquisa e análise. Durante o meu estágio no Museu de Arte da Pampulha, se tornou cada vez mais claro que um conhecimento variado de cultura e a ocupação com arte abrirá o horizonte dos alunos. Além disso, é reconhecido que se aprende melhor com exemplos expressivos. Por conseguinte, seria eminente tornar ainda mais atrativo o museu, concebindo-o como instituição de educação ativa. Como reflexão final, posso afirmar que o meu estágio excedeu as minhas expetativas. O trabalho com os alunos e o encontro com arte me enriqueceram e inspiraram tremendamente, e ficou claro que podemos ser mais educativos quando estamos menos preocupados em sê-lo. Foi uma honra especial trabalhar em um meio extraordinariamente fantástico - tanto com respeito aos meus colegas e ao local de trabalho quanto à abrangência de funções. Gostaria de agradecer cordialmente a todos pela oportunidade de participar do Programa Municipal de Voluntariado Internacional e viver uma experiência única. Foi um imenso prazer conhecer de perto o Museu de Arte da Pampulha, que abriu as portas e me possibilitou abordar novas ideias. Espero que, no futuro, mais estudantes estrangeiros enfrentarão esse desafio e aproveitarão a oportunidade de conhecer as políticas públicas implementadas pela Prefeitura de Belo Horizonte.

Leonie Elisa Gaiser


Referências Bibliográficas: Angela Guiterrez, Seminário de Ação Educativa, Cultura e Educação: Parceria que faz História. BH: Instituto Cultural Flávio G., 2007. Ana Mae Barbosa, Arte-Educação: Leitura no Subsolo. São Paulo:Cortez, 1997. Arte-educação No Brasil <http://crv.educacao.mg.gov.br/aveonline40/banco_objetos_crv/ %7B0EB7498D-8C5C-47FD-92BA-553DB7C66151%7D_Arte%20Educa %C3%A7%C3%A3o%20no%20Brasil%20do%20moderismo%20ao%20p%C3%B3smodernismo.pdf> Um Panorama de Arte-Educação no Brasil <http://www.blogacesso.com.br/?p=702>


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