Impacto da Epidemia da Dengue na Rotina do Laboratório Distrital Noroeste e Municipal de Referência da Rede SUS/PBH no ano2013. María Camila Cal García.
Impacto da Epidemia da Dengue na Rotina do Laboratório Distrital Noroeste e Municipal de Referência da Rede SUS/PBH no ano 2013. Resumo No ano 2013 foi observada uma epidemia de grande magnitude que extrapolou todas as previsões epidemiológicas do calendário anual do monitoramento de evolução nos casos suspeitos de dengue em comparação ao mesmo período dos quatro últimos anos (2009-2012). Como os Laboratórios Distritais e Laboratório Municipal de Referência da REDE SUS/PBH estão diretamente ligados na execução de exames para o apoio diagnostico e epidemiológico dos casos de dengue, foi necessário uma reorganização rápida, funcional e estrutural destes serviços para atender a demanda do momento. No trabalho será abordado o impacto do número de exames de dengue realizados nos laboratórios, considerando que estes já executam um menu de exames de rotina e especializados. Será desenvolvido também um comparativo do aumento de casos no ano 2013 em comparação aos anos compreendidos no período de 2009 a2012 e os possíveis motivos que levaram a este aumento.
Palavras-chave: Dengue; Laboratórios da Rede; Impacto; Epidemia.
A dengue é uma doença febril aguda,de grande importância na Saúde Publica Mundial. Segundoos dados da Organização Mundial de a Saúde (OMS), 80 milhões de pessoas se infectam anualmente, em 100 países, em todos os continentes exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue. A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos casos, e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2,DEN-3, DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três. Existem duas formas de dengue; a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e consequências como a morte. No Brasil, a primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente, ocorreu entre os anos de 1981 e 1982, em Boa Vista,Roraima, causada pelos sorotipos 1 e 4. A partir de 1986, ocorreram epidemias, atingindo o Rio de Janeiro e algumas capitais da região Nordeste. Desde então, a dengue vem ocorrendo no Brasil de forma continuada, intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a introdução de novos sorotipos em áreas anteriormente ilesas.
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Os primeiros casos de transmissão autóctone de dengue em Minas Gerais foram registrados em 1987, na cidade de Pirapetinga, na região leste do Estado conhecida como Zona da Mata Mineira, perto da fronteira com Estado do Rio de Janeiro. Considerando iderando dados mais atualizados da dengue, na cidade de Belo Horizonte,onumero de casos notificados nointervalo dos anos entre 2009 a 2013, podemos inferir que no ano de 2009 foram notificados mais o menos 2000 casos, e que em 2010 houve praticamente uma duplicação duplicação do numero de casos notificados coincidindo com uma possível epidemia. Apesar do decréscimo do numero de casos notificados nos anos de 2011 e 2012, aconteceu em 2013 uma explosão destes casos, contrariando iando até então a tendência epidemiológica esperada, da queda do numero dos mesmos. Estes dados foram referenciados considerando informações contidas no gráfico1. gráfico Podemos fazer também esta correlação para os casos confirmados de dengue no mesmo período conforme o gráfico 2 abaixo.
De acordo com a situação antes exposta, devemosconsiderar que os Laboratórios Clínicos cos da REDE SUS/PBH, se depararam com uma situação, onde houve um aumento desproporcional dos casos suspeitos de dengue em 2013, o que exigiu uma reorganização funcional e estrutural estrutural rápida dos serviços prestados a nível de apoio diagnostico aos casos de dengue. Para tanto se faz necessário uma breve descrição do funcionamento rotineiro da Rede de Laboratórios de Análises Clínicas da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Horizonte onde os serviços de saúde da rede SUS SUS-PH estão organizados em nove distritos sanitários; Barreiro, Centro-Sul, Centro Sul, Leste, Nordeste, Noroeste, Norte, Oeste, Pampulha, e Venda Nova. Complementando a rede hospitalar pública temos também as unidades secundá secundárias (policlínicas oliclínicas e os centros de referência em saúde mental), unidades de urgência/emergência (unidades de pronto atendimento – UPAs). A cada distrito sanitário estão vinculadas unidades básicas de saúde (centros de saúde) que possuementre vários serviços de atendimento tendimento a saúde, o posto de coleta, coleta cujos materiais biológicos são enviados aos Laboratórios Distritais para serem processados. Estes Laboratórios oferecem um menu de exames de rotina completo sendo que os exames mais especiais tais como, hormônios, HIV, HIV, sorologias para toxoplasmose , rubéola ,dengue, etc., são encaminhados para processamento no Laboratório Municipal Municipal de Referê Referência.
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Para o desenvolvimento e acompanhamento do trabalho em questão, foram referenciado o Laboratório Distrital Noroeste e o Laboratório ratório Municipal de Referência. O Laboratório Distrital Noroeste realiza atualmente em media 3600 exames de rotina/dia, atendendo a 17 centros de saúde, três serviços das unidades de saúde mental e a clínica de RNI do posto de atendimento médico. Para os exames considerados especiais existe um fluxo de encaminhamento dos mesmos para o Laboratório Municipal de Referência, que realiza em meia 2400 exames/dia provenientes do recebimento dde amostras enviadas de todos os laboratórios distritais da rede para processamento. pro . Dentro da relação dos exames especiais temos como exemplos:: hormônios, HIV, toxoplasmose, rubéola, CD3 e CD4, dengue (determinação do antígeno NS1 e dosagem de IgM) entre outros. Inicialmente o Laboratório Distrital Noroeste, desempenha a tarefa de monitorar os pacientes com dengue denguea través ravés da realização de hemogramas diários ,que permitem ao medico avaliar um possível de desenvolvimento da dengue hemorrágica e possibilitando ações preventivas para o quadro. Posteriormente o Laboratório Municipal cipal de Referencia contribui para o diagnostico com a realização dos exames para determinação do antígeno NS1 da dengue e o diagnostico sorológico IgM específico, específico, dados que serão utilizados também na realização de gráficos e tabelas com fins epidemiológicos. epidemiológic Através destes resultados os médicos podem nortear a conduta do paciente ou para uma internação oou para um acompanhamento ambulatorial onde é estabelecido uma vigilância da evolução do quadro até que o paciente se apresente fora de perigo, o que é comprovado comprovado através dos exames hematológicos considerando principalmente lmente a dosagem de plaquetas, o percentual percentual de hematócrito, e a global de leucócitos. Para retratar de forma mais real o quadro de dengue no ano 2013, apresentamos apresentamos alguns gráficos e tabelas conclusivos lusivos do que foi a epidemia do dengue neste ano em Belo Horizonte.
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Para fazer frente ao aumento do numero de casos atípicos no ano 2013, foram necessáriosa necessáriosa implementação de ações que impactassem diretamente na execução e liberação dos resultados relativos ao dengue no sentido de garantir qualidade e rapidez dez na liberação dos mesmos, para um diagnostico rápido e conclusivo ppor parte do médico. Para tanto foram implementadas ntadas as seguintes ferramentas: dinamização de recursos técnicos cos a través da contratação de mão de obra técnica especializada e treinada, implementação de equipamentos necessários para as analises relacionadas a dengue e introdução de novas metodologias metod de exames. Foi implementado também um fluxo dinâmico derecebimento e liberação de resultados diferenciados para dengue considerando principalmente o tempo de chegada da amostra ao laboratório e o tempo de li liberação
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dos resultados, em detrimento dos demais exame exames do fluxo normal.. Para atender a esta nova demanda foram criados planilhas que relacionaramos centros centro de saúde de origem, data e hora de chegada do material, liberação dos resultados via email, respeitando os horários de chegada das amostras e oresponsável responsável pela liberação dos mesmos. Considerando a importância da vigilância sanitária no combate a dengue em 2013, foram estabelecidos indicadores para monitoração das medidas preventivas aplicáveis. Foram elaborados gráficos e tabelas destes indicadores dentro de um plano de contingencia acionado por fases em Belo Horizonte com objetivo de mostrar oportunamente as medidas preventivas no controle da epidemia. Na tabela abaixo foram correlacionados os criaduros criaduros predominantes na pesquisa larvária amostral (LIRAa) em BH , no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2013.
Analisando as possíveis causas do aumento inesperado do numero de casos de dengue em 2013 podemos inferir as seguintes conclusões:
A introdução ntrodução do vírus sorotipo 4 circulante, circulante provocou um aumento do numero de casos numa população susceptível e agravamento da sintomatologia em alguns deles , devido a infeção por este novo sorotipo.
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Considerando o comportamento da dengue nos anos anteriores verificou-se uma estabilidade e até queda do numero de casos no município de Belo Horizonte, o que levou a um provável afrouxamento na aplicação das medidas preventivas no combate a dengue, principalmente no tocante as residências populacionais onde foram encontrados um maior numero de criadouros do mosquito tendo como causas principais o acumulo dos inservíveis (recipientes plásticos, garrafas, etc.), prato de plantas, recipientes domésticos, pneus, caixas d’agua e rede pluvial. Falta de comprometimento da população na manutenção da aplicação de medidas preventivas pertinentes aos domicílios e no seu entorno (mutirões de limpeza). A vigilância estabelecida pelos ACE’s (Agentes comunitários de combate a dengue) pode ter sido insuficiente no monitoramento constante da presença de focos dos mosquitos nos imóveis da capital e no tratamento local destes focos. Os períodos chuvosos (janeiro) intercalados com períodos de muito calor foram mais frequentes em 2013 e contribuíram de forma significativa para o aumento de numero de casos.
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