Sheila gonzalez artigo voluntariado internacional

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PREFEITURA DE BELO HORIZONTE

VOLUNTARIADO INTERNACIONAL Artigo: “Voluntariado Internacional”

Voluntária: Sheila Gonzalez (EUA) Área de Trabalho: Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social

Belo Horizonte - Dezembro 2012


Em julho de 2012 cheguei ao Brasil para começar meu intercâmbio na Universidade Federal de Minas Gerais, mais conhecida como UFMG, em Belo Horizonte. Eu tinha pensado somente em focar somente em minhas aulas e voltar aos Estados Unidos com uma experiência cultural e de língua diferente. Eu queria aproveitar este novo país para crescer intelectual e individualmente, mais eu não achei em nenhum momento que ia doar parte de meu tempo à Prefeitura de Belo Horizonte como voluntária. Mas, a apresentação dada pelo Secretário Rodrigo Perpétuo durante os primeiros dias de minha estadia aqui no Brasil chamou a minha atenção. Esta experiência de voluntariado internacional não só me daria um novo olhar da terceira maior cidade do Brasil, mas também me ensinaria a politica deste país e da cidade, simultaneamente na tese e na prática, em qualquer posição que me fosse dada dentro da Prefeitura. Eu achei que essa experiência seria única e inestimável para minha formação acadêmica. Eu fui alocada para o núcleo de Comunicação de Assistência Social na Prefeitura de Belo Horizonte. Lá eu conheci um grupo de pessoas que são apaixonadas pelo o que fazem. Eu encontrei pessoas que realmente querem mudar as coisas para os grupos de pessoas marginalizados da sociedade. Por exemplo, minha coordenadora, Mariana, é a pessoa que mais sentido de justiça tem de todas as que eu conheço. Ela quer estudar e capacitar para poder ajudar a desenvolver políticas que ajudem aos jovens que moram na rua, para que eles não tenham que aceitar as drogas e a exploração sexual para poderem viver. Ela quer de alguma maneira ajudá-los a fazer parte de nossa sociedade e que sigam suas vidas. Ela é corajosa e dinâmica, e mais, tem uma sincera preocupação por estas pessoas. A Beth, que também trabalha comigo, se entrega ao tratar do assunto “trabalho infantil”. Ela diz tudo o que sente, e deixa essa paixão transparecer quando fala sobre abuso, e como estas crianças são merecedoras de uma infância real, e não de se preocuparem com o mundo. Brígida, sempre com um sorriso no rosto e sua lista para organizar os eventos sociais. Karina e Beatriz, que são periodistas e editoras dos artigos publicados pelo núcleo. Rodrigo, sempre preocupado em conseguir um desenho legal para


todos os folhetos e publicações. Pedro, o estagiário que tira as fotos para as publicações. Trabalhar com uma equipe de pessoas que querem fazer a diferença é realmente animador e inspirador. Eu tentei contribuir com uma visão de fora, e trazer um pouco de conhecimento de pesquisa para melhorar coisas já existentes em nosso núcleo. Mais foi maravilhoso trabalhar junto a estas pessoas. Estando com eles como voluntária, eu aprendi das políticas da Prefeitura e do governo federal, e também fiz tradução de documentos, ajudava em pesquisas para melhorar programas já existentes, o simplesmente dava minha opinião sobre alguma questão. Com eles não só trabalhava, mas também me encontrava pessoas que tinham sentido de melhorar a cidade por meio de seu trabalho. Nos também compartilhamos línguas - às vezes eu aprendia uma palavra nova em português e depois traduzimos ao inglês e espanhol também para todos apreendermos algo novo. Falamos sobre os Estados Unidos, México, Brasil, e todos os lugares que estamos com vontade de conhecer no futuro, fazendo comparações e idealizando um mundo melhor, com solidariedade e novos valores sociais. Em Belo Horizonte, eu descobri cedo que existem muitas políticas para ajudar as pessoas necessitadas. Essas têm somente que arcar com as responsabilidades que implicam ao ter ajuda da assistência social. Na realidade, não é uma tarefa difícil para esses que realmente tem vontade de sair da rua, de uma situação precária, do desemprego, da violência doméstica, etc. É mais uma força de vontade o que se faz necessária, porque a Prefeitura tem programas especiais e focados em certas áreas para quase todos que precisem. Por exemplo, tem programas que ajudam a pessoas que se qualifiquem para serem empregados - chama-se “Qualificar”. Há programas que impulsionam a integração de moradores de rua à economia, dando trabalho à eles. Eles produzem blocos para construção civil em um processo ecologicamente correto. Tem pessoas que se preocupam com o bem-estar de idosos, e fazem esforços para cuidar deles de maneira especial para que eles não se sintam sozinhos.


Por fim, há muitos programas de auxílio, desde moradores de rua, até pessoas que sofrem de condições precárias, crianças em risco social, e esses que precisam de capacitação para obter trabalho decente. Há ajuda para todos aqui em BH. Além isso, a Prefeitura faz sua parte para divulgar estas informações por meio de formas inovadoras e divertidas, como, por exemplo, através do Teatro de Mobilização de SMAAS. Este grupo é formado por atores que atuam em peças didáticas que tem a ver com algum programa oferecido pela Assistência Social. Eu já tive a oportunidade de vê-los trabalhando em quatro diferentes ocasiões, e não só era divertido, mas informativo também. Estas experiências me deram uma olhar diferente de como se podem manejar as mesmas situações de diferentes maneiras. Por exemplo, quando há crianças em situações domésticas difíceis, aqui no Brasil eu senti uma preocupação verdadeira por manter as famílias unidas, por acolher aquelas crianças para que depois voltem para casa e possam ser uma família unida de novo. Isto é um conceito de reabilitação e não de castigo como às vezes pode acontecer em outros países, de acordo com meus conhecimentos. Eu sinto que a politica do Brasil é realmente focada em direitos humanos, no conceito de que somos humanos, erramos, mas sempre há outra oportunidade, e eles querem tornar disso uma realidade. Senti uma política sim, mas um calor humano ao mesmo tempo. Simplesmente foi impactante para mim. Agora, eu volto para os Estados Unidos com uma nova esperança de melhoria, não só no Brasil, mas também em outros países que foram representados por meio do Programa do Voluntariado Internacional. Este teve grande efeito em mim, e em todos os voluntários – caso siga, vai impactar muitos outros jovens, futuros líderes em seus países. Em um mundo globalizado como o de nós, a troca de informações é mais relevante do que nunca, já que tudo o que fazemos tem uma reação de alguma forma no mundo. Com o Programa do Voluntariado Internacional pode-se continuar criando laços de amizade e cooperação entre os países em escala mundial. É uma visão ótima e um Programa excelente para nos jovens. Espero que continuem dando esta experiência inesquecível à jovens visitantes como eu.


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