LIVRO DA PROGRAMAÇÃO E DOS RESUMOS Maria Fabíola Vasconcelos Lopes Maria Manolisa Nogueira Vasconcellos Marílio Salgado Nogueira (Org.) ISSN 2316-7424
II Encontro sobre Gramática: teoria e prática Fortaleza, CE – 04, 05 e 06 de novembro de 2014
LIVRO DA PROGRAMAÇÃO E DOS RESUMOS
Maria Fabíola Vasconcelos Lopes Maria Manolisa Nogueira Vasconcellos Marílio Salgado Nogueira (Org.)
Departamento de Letras Estrangeiras
Fortaleza – CE
©Universidade Federal do Ceará Grupo de Estudo em Modalidade Deôntica - GEMD EXPEDIENTE Revisão geral Maria Fabíola Vasconcelos Lopes Maria Manolisa Nogueira Vasconcellos Marílio Salgado Nogueira Revisão de texto Carlos Alberto de Souza Projeto editorial Grupo de Estudos em Modalidade Deôntica - GEMD Projeto gráfico e diagramação Maria Fabíola Vasconcelos Lopes Maria Manolisa Nogueira Vasconcellos Marílio Salgado Nogueira Capa Marílio Salgado Nogueira
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca de Ciências Humanas E46l
Encontro sobre Gramática : Teoria e Prática (2. : 2014 : Fortaleza, CE) Livro da programação e dos resumos do II Encontro sobre Gramática: Teoria e Prática, Fortaleza, Ceará, Novembro 4-6, 2014 / organizadores, Maria Fabíola Vasconcelos Lopes, Maria Manolisa Nogueira Vasconcellos, Marílio Salgado Nogueira. – 2014. 100 f. : il. color., enc. ISSN 2316-7424 1.Gramática comparada e geral. 2. Linguagem e línguas. I. Lopes, Maria Fabíola Vasconcelos. II. Vasconcellos, Maria Manolisa Nogueira III. Nogueira, Marílio Salgado. IV. Título. CDD 415
Comissão Organizadora
Coordenação Geral Profa. Dra. Maria Fabíola Vasconcelos Lopes - UFC Profa. Ms. Maria Manolisa Nogueira Vasconcellos – UFC Prof. Ms. Marílio Salgado Nogueira - SEDUC
Comissão Científica Prof.ª Dr.ª Eliane Carolina de Oliveira (Universidade Federal de Goiás - UFG) Prof.ª Dr.ª Clarissa Menezes Jordão (Universidade Federal do Paraná - UFPR) Prof.ª Dr.ª Maria Medianeira de Souza (Universidade Federal de Pernambuco – UFPE) Prof.ª Dr.ª Maria Valdênia Falcão do Nascimento (Universidade Federal do Ceará - UFC) Prof. Dr. Ronaldo Mangueira Lima Junior (Universidade Federal do Ceará – UFC) Prof. Dr. Gabriel de Ávila Othero (Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS) Prof.ª Ms. Germana da Cruz Pereira (Universidade Federal do Ceará - UFC) Prof.ª Ms. Maria Manolisa Nogueira Vasconcellos (Universidade Federal do Ceará - UFC) Prof.ª Ms. Diana Costa Fortier Silva (Universidade Federal do Ceará - UFC)
Equipe de Apoio Clarisse Magno da Silva Silmara de Sousa Gomes Samira Silva de Souza
Créditos Prof. Dr. Carlos Alberto de Souza - Revisão Textual do Blog Prof. Ms. Marílio Salgado Nogueira - Criação do Blog e Editoração Antônio José Azevedo - Servidor Técnico - Administrativo (DLE/UFC)
Universidade Federal do Ceará
Reitor: Prof. Jesualdo Pereira Farias Vice-Reitor: Prof. Henry de Holanda Campos Pró-Reitor de Graduação: Prof. Custódio Luís Silva de Almeida Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Prof. Gil de Aquino Farias Pró-Reitor de Extensão: Profª. Márcia Maria Tavares Machado Pró-Reitor de Assuntos Estudantis: Prof. Ciro Nogueira Filho Pró-Reitor de Planejamento: Prof. Ernesto da Silva Pitombeira Pró-Reitora de Administração: Profª. Denise Maria Moreira Chagas Correa
Centro de Humanidades Diretora do Centro: Profa. Vládia Maria Cabral Borges Vice-Diretor: Prof. Cássio Adriano Braz de Aquino
Departamento de Letras Estrangeira Chefe do Departamento: Cícero Anastácio Araújo de Miranda
OBS: Todos os resumos deste livro foram elaborados por seus autores, não cabendo qualquer responsabilidade legal sobre seu conteúdo à comissão organizadora do evento.
SUMÁRIO 1. Apresentação ........................................................................................................
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2. PROGRAMAÇÃO GERAL ...................................................................................
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3. MAPA DO CAMPUS .............................................................................................. 24 4. SESSÃO DE COMUNICAÇÃO ............................................................................
25
5. SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA ..............................................................
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6. RESUMOS DAS MESAS-REDONDAS ............................................................
45
Mesa-redonda 1 Texto e gramática: porque não “há sem mim” ..........................................
47
Linguística sistêmico-funcional, gramática e textualidade .................
48
Ensino da gramática: a razão de seu fracasso na escola e caminhos de superação ...................................................................................... 49 A aprendizagem da gramática na escola: o desempenho por contextualizar para à chegada especialização .......................................
50
Mesa-redonda 2 Gramática visuoespacial no contexto de ensino e aprendizagem da Língua de Sinais Brasileira ........................................................................ 51 A gramática de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como experiência visual entre surdos e ouvinte: discutindo verdades e mitos .................................................................................................................. 52 Gramática fonológica funcional: o gesto como unidade básica.................................................................................................................. 53 Correspondências sintático-semânticas no processamento de linguagem natural: um estudo sobre o treebank Bosque .................... 54
Mesa-redonda 3 Modalidade na produção oral de aprendizes brasileiro: um estudo sobre corpora, sintaxe e ensino de línguas .................................
55
A gramática nos textos didático-pedagógicos, em especial o livro didático ............................................................................................................... 56 A gramática funcional e o ensino de línguas .............................................
57
O ensino de gramática voltado para a realização de tarefas ..............
58
Mesa-redonda 4 A visão da dêixis para a linguística textual ................................................
59
Ensino de gramática e o funcionalismo da escola da Sydney: o programa ‘ler para aprender’ ...................................................................... 60 Gramática e a produção de sentidos e efeitos ..........................................
61
7. RESUMOS DOS PÔSTERES ..............................................................................
62
Eixo Temático 02 Duas gramáticas em contraste em contraste: if clauses .......................
62
A modalidade deôntica nas cartas de Dom Pedro I para Domitila de Castro, a Marquesa de Santos .................................................................
63
Concordância nominal: um estudo comparativo entre gramáticas normativas ......................................................................................................
64
A prescrição em cinco gramáticas tradicionais ‘mercadológicas’: convergências e divergências ..................................................................... 65 A variação fonológica na LIBRAS: análise do processo de simplexificação, assimilação e intensificação entre sinais ..................
66
Contrastes metalinguísticos: fonética e fonologia na Nova Gramática do Português Contemporâneo ................................................
67
Discussões a respeito da alofonia vocálica em Língua Portuguesa........................................................................................................ 68 A irregularidade de critérios nas definições das categorias substantival, pronominal, verbal e adjetival nas gramáticas tradicionais moderna gramática brasileira e gramática normativa da Língua Portuguesa: um estudo comparativo....................................... 69 Comparação da regência verbal entre gramáticas ................................
70
O prescitivismo em gramática tradicionais de referência: contingência ou predominância? .................................................................
71
Concordância nominal: uma análise de diferentes estudos ...............
72
A fossilização do erro de gramática de gramática de segunda língua ................................................................................................................ 73 Eixo Temático 03 Norma Gramatical Brasileira: entre os consensos às divergências das gramáticas de língua portuguesa do Brasil .....................................
74
Estudo de idiomas na comunidade popular: ensino gramatical da Língua Inglesa no Quilombo .......................................................................
75
As propostas dos PCNs e a gramática do livro didático .......................
76
Análise de exercícios de gramática de Língua Portuguesa do ensino fundamental .......................................................................................
77
O estudo do modo subjuntivo em livros didáticos de Língua Portuguesa indicados pelo PNLD ................................................................ 78 Uma reflexão sobre o ensino da gramática .............................................
79
Análise do ensino da gramática na produção textual de alunos do 3ª do Ensino Médio ........................................................................................ 80 O ensino da gramática normativa e a variação linguística ..................
81
O ensino das normas gramaticais através da obra Emília no País da Gramática ...........................................................................................................
82
Vivências da Aprendizagem Cooperativa no Ensino de Língua Portuguesa na Universidade Federal do Ceará ........................................ 83
Aprendizagem Cooperativa na formação do discente de Letras da Universidade Federal do Ceará .......................................................................
84
Diagnóstico de atividades de cunho gramatical no livro base ...........
85
Monitoria de projetos e seu impacto na disciplina de morfossintaxe .................................................................................................... 86 Jogos no auxílio ao entendimento de aspectos sintáticosemânticos ...................................................................................................... 87 Eixo Temático 04 Tinha uma vírgula no meio da frase: considerações sobre as prescrições do emprego do sinal ....................................................................
88
Estudo comparativo dos usos das preposições em português e em espanhol ....................................................................................................................
89
Língua espanhola em quadrinhos: uma proposta para o ensino da gramática ..................................................................................................................
90
Gramática e ensino de línguas: o uso de corpora eletrônicos em sala de aula de inglês como LE ........................................................................
91
Produzindo glossários em LIBRAS no Instituto Cearense de Educação de Surdos .......................................................................................
92
Eixo Temático 05 Língua materna e gêneros textuais: uma análise das concepções sobre língua e gêneros textuais dos graduandos do Curso de Licenciatura em Letras da Universidade Regional do Cariri – URCA ................................................................................................................. 93 Gêneros textuais: atividades práticas de leitura, produção e gramática para alunos do ensino fundamental ........................................
94
Os gêneros textuais na formação dos nossos leitores - Reflexões sobre gêneros e o ensino da língua ............................................................... 95 Intertextualidade e gramaticalidade no gênero textual tirinha: um estudo de caso ........................................................................................................
96
Práticas sociais de letramento através dos gêneros charge e cartum ........................................................................................................................
97
8. RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS ...................................................
98
Eixo Temático 01 Reflexões sobre a noção de variação linguística no Exame Nacional do Ensino Médio .................................................................................
98
O encapsulamento anafórico em redações de vestibular ....................
99
Eixo Temático 02 Teoria Linguística e suas concepções de gramática: alcances e limites ...............................................................................................................
100
Textos publicitários da Internet e o leitor na perspectiva da Gramática do Designer Visual ..................................................................... 101 A influência do C-comando no processamento da anáfora ‘a si mesmo (a)’ .......................................................................................................
102
Há artigos na Língua Brasileira de Sinais: uma análise sobre as evidências semânticas encontradas nos nominais .................................
103
O advérbio na gramática e na prática: uma análise do uso do locativo lá nos diversos contexto comunicativos ....................................
104
O predicado nominal em análise ...............................................................
105
O ensino de gramática: que pensam os futuros professores de Língua Portuguesa .......................................................................................... 106 Abordagem gramatical na escola: estruturalismo X funcionalismo.
107
Transitividade verbal: argumentos e adjuntos .......................................
108
A variação "te" / "lhe" em cartas pessoais de cearenses no século XX .......................................................................................................................
109
Por onde anda a Gramática da Libras? Retomadas, Reflexões e Desafios para os estudiosos da língua ..........................................................
110
A formação do futuro no português do Brasil: notas diacrônicas e sincrônicas ........................................................................................................ 111 A alternância de “nós/a gente” na produção de textos de alunos do 8º ano do Ensino Fundamental ................................................................. 112 O ensino de gramática na perspectiva funcionalista .............................
113
Fraseologias especializadas em tutuoriais de AVAs: proposta de classificação com base na gramática de valência .................................. 114 O verbo tomar no português escrito ...........................................................
115
O discurso do professor na realização da transposição didática para o ensino da gramática em sala de aula de Português como língua estrangeira .............................................................................................. 116 O conector sem e a expressão de modo em orações adverbiais reduzidas de infinitivo .................................................................................
117
Aspectos morfossintáticos do Esperanto ................................................
118
Reflexões em torno da palavra 'gramática' ................................................
119
Mudança de valência do verbo “desaparecer”: um estudo 120 cognitivo-funcional ............................................................................................... Eixo Temático 03 Mecanismo referenciais dêiticos pronominais nos livros didáticos de Ensino Médio .............................................................................................
121
A contribuição do PIBID para o ensino de Gramática no nível básico ................................................................................................................
122
O Ensino da gramática através da leitura de textos ...............................
123
Entre o comunicar e o interagir: discutindo sobre educação bilíngue/bicultural plena aos surdos ......................................................
124
O fórum de discussão e gramática contextualizada no ensino da língua ............................................................................................................... 125 O estudo dos pronomes na perspectiva do interacionismo sociodiscursivo: experiência didática no estágio de língua portuguesa ......................................................................................................... 126
Ensino de gramática da Língua Portuguesa em uma turma de sexto ano do ensino Fundamental ............................................................
127
Trabalhando com a gramática: o ensino e aprendizagem em língua materna ................................................................................................ 128 A articulação teoria e prática no minicurso “a ludicidade no ensino de Língua Portuguesa”: a gramática em foco ............................. 129 Gramática no manual do professor e no livro didático: Convergências e Divergências .................................................................... 130 Ensino de Gramática: a produção textual em uma escola pública rural de Parintins/AM ....................................................................................
131
O ensino de Língua Portuguesa: algumas estratégias ...........................
132
Muito além da estrutura: uma experiência de ensino de gramática voltado para o discurso no Colégio de Aplicação da UFPE .................
133
A gramática no ensino de Inglês como LE: de onde viemos? Para onde vamos? ...................................................................................................
134
Relação Causal entre processamento inferencial e referencial ........
135
Processo em destaque: uma relação de transitividade .......................
136
O ensino de gramática na educação básica ................................................
137
Eixo Temático 04 Do pronome indefinido à construção do humor na crônica de Luís Fernando Veríssimo .............................................................................................
138
Estrangeirismo: Influência do Japão no Brasil ......................................
139
Reflexões sobre a construção de uma gramática pedagógica em ELE .....................................................................................................................
140
Aula de Língua Portuguesa: e a redação onde está? .............................
141
Os elementos linguístico-discursivos na constituição na constituição da coesão nominal em produções textuais escritas em PLE ............................................................................................................ 142 Funcionalismo, Dr. House e a gramática no ensino de Língua 143
Inglesa ............................................................................................................... Gramáticas em Língua inglesa Inglesa: formalista ou funcionalista? .................................................................................................
144
Bilinguimo como prática pedagógica no processo de alfabetização
145
Eixo Temático 05 Uma questão de argumentos: a manipulação da perspectiva nas reclamações online ....................................................................................... 146 Função da conjunção subordinativa no texto: uma questão pedagógica possível no ensino da língua materna ................................
147
As circunstâncias de localização espacial na produção discursiva do posicionamento regional Pessoal do Ceará ....................................... 148 Um tratamento reflexivo da gramática: estudo da interjeição através de histórias em quadrinho ...........................................................
149
Expressões referenciais em cartas de amor ...........................................
150
A interface entre gramática e gêneros discursivos no ensino de Língua Inglesa como LE ................................................................................ 151 A colaboração no turno: uma análise da participação do ouvinte na construção do enunciado do falante .................................................... 152 Eixo Temático 06 Práticas e contexto do ensino da Língua Portuguesa em Roraima...
153
Representações de professores de língua materna em formação inicial sobre o ensino de gramática: valores e sentidos mobilizados e ressignificados no estágio de regência ........................... 154 9. EMENTAS DOS MINICURSOS/OFICINAS .................................................
155
Linguística de Corpus e ensino de gramática em Língua Inglesa .....
155
O ensino comunicativo de gramática em L2 ..............................................
155
Uma política linguística para o português brasileiro: o que é e o que deve ser ................................................................................................... 156 Organização retórica de texto: percorrendo trilhas para o ensino da gramática ............................................................................................................ 156 O Ensino Indutivo da Gramática de Língua Estrangeira ......................
157
Uso da música nas aulas de gramática .........................................................
157
A referenciação textual: funcionamento e funcionalidade das cadeias referenciais ...................................................................................... 158 Gerenciamento dos marcadores de modalização deôntica: inglês para fins específicos .......................................................................................
158
Gramática e Variação: descrição e uso linguístico ..................................
159
Oficina de Escrita da Língua de Sinais Brasileira .................................
159
Minicurso/Oficina de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS ..............
160
Minicurso/Oficina de (Língua de) Sinais Internacionais .....................
160
Oficina de escrita tridimensional e sign writing ......................................
161
Abordagens de ensino de gramática em exercícios de livros didáticos de Língua Portuguesa ..................................................................
161
APRESENTAÇÃO
O II Encontro sobre gramática: teoria e prática é uma iniciativa do GEMD/CNPq - Grupo de Estudos em Modalidade Deôntica, criado em 2009 e composto por docentes e discentes da Universidade Federal do Ceará (UFC), todos estudiosos da gramática de base funcionalista e sua aplicabilidade. Apesar de sua identificação com o funcionalismo, o GEMD buscou, desde 2012, assumir uma postura proativa de promoção do diálogo entre as várias correntes linguísticas - formalistas e funcionalistas, e seus seguidores. Este evento se apresenta, portanto, como uma oportunidade significativa para o estabelecimento de diálogos, sem fronteiras e sem preconceitos, com outras formas de compreensão da gramática. Em 2012, em sua primeira edição, o Encontro sobre gramática contou com a participação de cento e vinte (120) inscritos, sendo cinquenta e cinco com apresentação de trabalhos, em diferentes áreas temáticas, distribuídos em conferências, mesas-redondas e sessões de comunicação oral, individual e coordenada. Na ocasião, foram ofertados oito minicursos, ministrados por pesquisadores e professores de várias partes do Brasil. Assim, surpreendente e totalmente fora das pretensões de seus idealizadores, o I Encontro sobre gramática: saberes e fazeres ganhou status de evento nacional, o quê motivou sua equipe executora a se empenhar na tentativa de reeditá-lo de dois em dois anos.
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No ano em curso, e na busca por sua consolidação, o II Encontro sobre gramática: teoria e prática contabilizou, trezentos (300) inscritos distribuídos nas categorias conferência, mesas-redondas, minicursos, oficinas, sessões de comunicação individual e coordenada e, desta vez, pôsteres visando contemplar também os estudantes de graduação. Na tentativa de disseminar conhecimentos, teóricos e práticos, e de fortalecer a área de Letras e Linguística, pelo viés da gramática, nos vemos na obrigação de acolher a todos, especialmente aqueles que estão iniciando-se na vida acadêmica e/ou profissional. O caderno de resumos simboliza o esforço da equipe GEMD/CNPq em facilitar a compreensão do evento como um todo e possibilitar o acesso a todas as atividades e formas de apresentação de trabalhos disponibilizadas por este projeto. Sejam muito bem-vindos à UFC e um excelente encontro para todos. Profa. Dra. Maria Fabiola Vasconcelos Lopes Coordenadora Geral Profa. Ms. Maria Manolisa Nogueira Vasconcellos Coordenadora Adjunta
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PROGRAMAÇÃO GERAL II ENCONTRO SOBRE GRAMÁTICA: TEORIA E PRÁTICA
HORÁRIO
8h – 9:30
DIA 04/11/2014 – Terça-feira EVENTO PALESTRANTE
Credenciamento
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LOCAL Hall do Bloco didático do Curso de Letras Noturno
Profa. Dra. Vládia Maria Cabral Borges Diretora do CH
9h – 9:30
Prof. Ms. Cícero Anastácio Araújo de Miranda Chefe do DLE
Abertura
Auditório José Albano
Profª Dra. Maria Fabíola Vasconcelos Lopes – UFC Coordenadora do evento 9:30 – 10h
10h – 12:00
Apresentação Cultural
Conferência de Abertura
-------Profª Dra. Maria Helena de Moura Neves - UPM e UNESP – Araraquara “A gramática obtida na reflexão sobre os usos. Um ensaio em língua portuguesa” 27
Auditório José Albano
Auditório José Albano
12h – 14h
Almoço Profª Drª. Maria Claudete Lima – UFC Texto e gramática: porque não "há você sem mim"
Mesa-redonda 1 13:30 – 15:30 .
Teoria e Ensino de Gramática
Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte – UFC “Ensino da Gramática: a razão de seu fracasso na escola e caminhos de superação” Profª Drª. Maria Irandé Costa Morais Antunes – UECE “A aprendizagem da gramática na escola: o empenho por contextualizar para chegar à especificação”
Auditório José Albano
Profª Drª. Maria Medianeira de Souza - UFPE – “Linguística SistêmicoFuncional, gramática e textualidade”
15:30 – 16:30
Lançamento de Livros/Coffee Break
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Hall do Bloco didático do Curso de Letras Noturno
Prof. Dr. Ronaldo Mangueira Lima Júnior UFC “Gramática Fonológica Funcional: o gesto como unidade básica”
Mesa-redonda 2 16:30 – 18h
Ensino de Gramática e outras tendências
Prof. Esp. Marcus Weydson Pinheiro - UFC – “A gramática de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como experiência visual entre surdos e ouvinte: discutindo verdade e mitos Prof. Ms. Ernando Pinheiro Chaves – UFC “Gramática visuoespacial no contexto de ensino e aprendizagem da língua de sinais brasileira” Profª. Ms. Andréa Feitosa dos Santos - UFC “Correspondências Sintático-Semânticas no Processamento de Linguagem Natural: um estudo sobre o treebank bosque”
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Auditório José Albano
HORÁRIO 8h – 9:45
9:45 – 10:15
10:15 – 12h
DIA 05/11/2014 – Quarta-feira EVENTO PALESTRANTE Sessão de Comunicações*
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Intervalo/Sessão de Pôsteres
Sessão comunicação
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12h – 13:30
LOCAL Bloco didático do Curso de Letras Noturno Hall do Prédio Novo do CH Bloco didático do Curso de Letras Noturno
Almoço
Mesa-redonda 3 13:30 – 15:30 A Gramática e o Ensino de Línguas
Profª. Drª. Barbara Malveira Orfanó – UFSJ, MG “Modalidade na produção oral de aprendizes brasileiros: um estudo sobre corpora, sintaxe e ensino de línguas” Profª. Drª. Célia Maria Medeiros Barbosa da Silva – UNP, RN “A gramática nos textos didático-pedagógicos, em especial no livro didático” 30
Auditório José Albano
Profa. Dra. Nadja Paulino Pessoa Prata – UFC A gramática funcional e o ensino de línguas Profª. Drª. Débora Andrade Pamplona – UFC “O ensino de gramática voltado para a realização de tarefas” 15:30 – 16h
16h – 18h
Intervalo Oficina/Minicurso – Parte 1 – *
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Bloco didático do Curso de Letras Noturno/ Bloco Didático
HORÁRIO 8h – 9:45
DIA 06/11/2014 – Quinta-feira EVENTO PALESTRANTE Sessão de Comunicações
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9:45 – 10:15
LOCAL Bloco didático do Curso de Letras Noturno
Intervalo Profª. Drª. Mônica Magalhães Cavalcante – UFC – “A visão da dêixis para a linguística textual”
Mesa-redonda 4 10:15–11:45
Contribuições da linguística textual, do funcionalismo para o ensino de gramática
Prof. Dr. Pedro Henrique Lima Praxedes Filho – UECE Ensino de gramática e o funcionalismo sistêmico da Escola da Sydney: o Programa ‘Ler para Aprender' Profª. Drª. Márcia Teixeira Nogueira – UFC Gramática e a Produção de Sentidos e Efeitos.
11:45–13:30
Almoço 32
Auditório José Albano
13:30–15:30
Oficina/Minicurso – Parte 2 –
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15:30–16h
16h – 17:30h
Bloco didático do Curso de Letras Noturno/B loco Didático
Intervalo
Conferência de Encerramento
Profª Drª. Maria Irandé Costa Morais Antunes – UFPE “A gramática e seu ensino na perspectiva da linguagem como interação”
Auditório José Albano
* Excepcionalmente o Minicurso 12, intitulado “O Ensino Indutivo da Gramática de Língua Estrangeira”, do Prof. Dr. Ronaldo Lima Júnior, Parte I, acontecerá no dia 05/11/2012, pela manhã das 8h às 10h e a Parte II acontecerá no dia 06/11/2012, à tarde, das 13:30h às 15:30h. * Excepcionalmente o Minicurso 13, intitulado “Organização retórica de texto: percorrendo trilhas para o ensino da gramática”, da Profª. Drª. Maria Ednilza Oliveira Moreira, Parte I, acontecerá no dia 05/11/2012, pela manhã das 8h às 10h e a Parte II acontecerá no mesmo dia, 05/11/2012, à tarde, das 16h às 18h.
ATENÇÃO: O Lançamento dos livros acontecerá no Prédio Novo de centro de Humanidades. Qualquer peça informação MAPAdúvida, DO CAMPUS – BENFICA aos monitores ou os acompanhem até o-local. Centro de Humanidades –
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MAPA DO CAMPUS – BENFICA - Centro de Humanidades -
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SESSÃO DE COMUNICAÇÃO 05/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 01 HORÁRIO: 8h – 9:45 BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 12 1. REFLEXÕES SOBRE A NOÇÃO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NO EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO Lorena da Silva Rodrigues (SEDUC) 2. O ENCAPSULAMENTO ANÁFORICO EM REDAÇÕES DE VESTIBULAR Venuzia Maria Gonçalves Belo (UEMA) 3. PRÁTICAS E CONTEXTO DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA EM RORAIMA Luzineth Rodrigues Martins (UERJ) Cristiani Dália de Mello (UERJ) 4. REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES DE LÍNGUA MATERNA EM FORMAÇÃO INICIAL SOBRE O ENSINO DE GRAMÁTICA: VALORES E SENTIDOS MOBILIZADOS E RESSIGNIFICADOS NO ESTÁGIO DE REGÊNCIA Manoelito Gurgel (UFC) 05/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 02 HORÁRIO: 8h – 9:45 BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 13 1. UMA QUESTÃO DE ARGUMENTOS: A MANIPULAÇÃO DA PERSPECTIVA NAS RECLAMAÇÕES ONLINE Sayonara Melo Costa (UFC) Rafael Rodrigues da Costa (UFC) 2. FUNÇÃO DA CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA NO TEXTO: UMA QUESTÃO PEDAGÓGICA POSSÍVEL NO ENSINO DA LÍNGUA MATERNA Patrícia Gomes de Oliveira (UFRRJ) 3. AS CIRCUNSTÂNCIAS DE LOCALIZAÇÃO ESPACIAL NA PRODUÇÃO DISCURSIVA DO POSICIONAMENTO REGIONAL PESSOAL DO CEARÁ. Maria das Dores Nogueira Mendes (UFC) 4. UM TRATAMENTO REFLEXIVO DA GRAMÁTICA: ESTUDO DA INTERJEIÇÃO ATRAVÉS DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Antonio Lailton Moraes Duarte (FAFIDAM)/Ana Maria Pereira Lima (UECE) 35
05/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 03 HORÁRIO: 8h – 9:45 BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 14 1. EXPRESSÕES REFERENCIAIS EM CARTAS DE AMOR Andrezza Alves Queiroz (UECE) Maria Helenice Araújo Costa (UECE) 2. A INTERFACE ENTRE GRAMÁTICA E GÊNEROS DISCURSIVOS NO ESNINO DE INGLÊS COMO LE Mônica de Souza Coimbra (CPII/ COLUNI_UFF) Patricia de Souza Martins (CPII/ COLUNI_UFF) 3. A COLABORAÇÃO NO TURNO: UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO DO OUVINTE NA CONSTRUÇÃO DO ENUNCIADO DO FALANTE Klébia Enislaine do Nascimento e Silva (UFC)
05/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 04 HORÁRIO: 8h – 9:45 BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 015 1. DO PRONOME INDEFINIDO À CONSTRUÇÃO DO HUMOR NA CRÔNICA DE LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO Maria Jose Nélo (UEMA) 2. ESTRANGEIRISMO: INFLUÊNCIA DO JAPÃO NO BRASIL Jacqueline de Sousa Miranda (UFPA) Gabriela Bianca Maues(UFPA) 3. REFLEXÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO DE UMA GRAMÁTICA PEDAGÓGICA EM ELE Lorena Mariel Menon (USP/PG) Enrique Luis Melone (USP/PG) 4. A ALTERNÂNCIA DE NÓS/A GENTE NA PRODUÇÃO DE TEXTOS DE ALUNOS DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Ana Paula Martins Alves (UFC) Maria Vanderlúcia Sousa Tabosa (UFC) Gisele Freitas Neves (UFC)
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05/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 05 HORÁRIO: 8h – 9:45 BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 16 1. A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID PARA O ENSINO DE GRAMÁTICA NO NÍVEL BÁSICO Juliana Melo Torres (UEFS) 2. O ENSINO DA GRAMÁTICA ATRAVÉS DA LEITURA DE TEXTOS Francineide dos Anjos Teixeira (UEA/CESP) 3. ENTRE O COMUNICAR E O INTERAGIR: DISCUTINDO SOBRE EDUCAÇÃO BILÍNGUE/BICULTURAL PLENA AOS SURDOS Margarida Maria Pimentel de Souza (UFC) 4. O ESTUDO DOS PRONOMES NA PERSPECTIVA DO INTERACIONISMO SOCIODISCURSIVO: EXPERIÊNCIA DIDÁTICA NO ESTÁGIO DE LÍNGUA PORTUGUESA Victor Flávio Sampaio Calabria (UFC) Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin (UFC)
05/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 06 HORÁRIO: 10:15 – 12h BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 12 1. OS ELEMENTOS LINGUÍSTICO-DISCURSIVOS NA CONSTITUIÇÃO DA COESÃO NOMINAL EM PRODUÇÕES TEXTUAIS ESCRITAS EM PLE Meire Celedônio da Silva (UFC) Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin (UFC) 2. AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA: E A REDAÇÃO ONDE ESTÁ? Maria Eneida da Silva (UEG) Débora Cristina Santos e Silva (UEG) 3. ASPECTOS MORFOSSINTÁTICOS DO ESPERANTO Adelson Andrade Alves Sobrinho (UFC) 4. BILINGUISMO COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO Maria Daíse de Oliveira Cardoso (UESPI) 37
05/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 07 HORÁRIO: 10:15 – 12h BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 13 1. GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA EM UMA TURMA DE SEXTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Joscemar Teixeira de Morais Júnior (UEG) 2. MECANISMOS REFERENCIAIS DÊITICOS PRONOMINAIS NOS LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO Ana Cátia Silva de Lemos (UFC) Maria Margarete Fernandes de Sousa(UFC) 3. TRABALHANDO COM A GRAMÁTICA: O ENSINO E APRENDIZAGEM EM LÍNGUA MATERNA. Andressa Vieira da Costa Idalino (URCA) Sayhara Mota Sampaio (URCA) 4. A ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NO MINICURSO “A LUDICIDADE NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA”: A GRAMÁTICA EM FOCO Delma Pacheco Sicsú (UEA)
05/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 08 HORÁRIO: 10:15 – 12h BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 14 1. GRAMÁTICA NO MANUAL DO PROFESSOR E NO LIVRO DIDÁTICO: CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS Carolina Nicácia Oliveira da Rocha (IFLA) 2. O CONECTOR SEM E A EXPRESSÃO DE MODO EM ORAÇÕES ADVERBIAIS REDUZIDAS DE INFINITIVO Marta Anaísa Bezerra Ramos (UFPB) Camilo Rosa Silva (UFPB) 3. O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ALGUMAS ESTRATÉGIAS Maria Celeste de Souza Cardoso (UEA) 4. MUITO ALÉM DA ESTRUTURA: UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO DE GRAMÁTICA VOLTADO PARA O DISCURSO NO COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UFPE Mariana Maris Ramos Lima (UFPE) 38
05/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 09 HORÁRIO: 10:15 – 12h BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 15 1. A GRAMÁTICA NO ENSINO DE INGLÊS COMO LE: DE ONDE VIEMOS? PARA ONDE VAMOS? Mônica de Souza Coimbra (CPII/COLUNI_UFF) Cristiane Pereira Cerdera (CPII/COLUNI_UFF) Patrícia de Souza Martins (CPII/COLUNI_UFF) 2. RELAÇÃO CAUSAL ENTRE PROCESSAMENTOS INFERENCIAL E REFERENCIAL Maria Manolisa Nogueira Vasconcellos (DLE, DLV/UFC) 3. FRASEOLOGIAS ESPECIALIZADAS EM TUTORIAIS DE AVAs: PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO COM BASE NA GRAMÁTICA DE VALÊNCIAS Márcio Sales Santiago (UFC)
06/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 10 HORÁRIO: 8h – 9:45 BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 12 1. TEXTOS PUBLICITÁRIOS DA INTERNET E O LEITOR NA PERSPECTIVA DA GRAMÁTICA DO DESIGN VISUAL Marílio Salgado Nogueira (SEDUC) 2. O ADVÉRBIO NA GRAMÁTICA E NA PRÁTICA: UMA ANÁLISE DO USO DO LOCATIVO LÁ NOS DIVERSOS CONTEXTOS COMUNICATIVOS Dalva Pereira Barreto de Araújo(UEFS) 3. O PREDICADO NOMINAL EM ANÁLISE Tatiana Schwochow Pimpão (UFRG) 4. O ENSINO DE GRAMÁTICA: QUE PENSAM OS FUTUROS PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA Maria da Conceição Reis Teixeira (UNEB) 39
06/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 11 HORÁRIO: 8h – 9:45 BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 13 1. ABORDAGEM GRAMATICAL NA ESCOLA: ESTRUTURALISMO x FUNCIONALISMO Vania Lúcia Rodrigues Dutra (UFF/UERJ) Magda Bahia Schlee (UFF/UERJ) 2. TRANSITIVIDADE VERBAL: ARGUMENTOS E ADJUNTOS Cíntia Araújo Coelho (UECE) 3. A VARIAÇÃO "TE" / "LHE" EM CARTAS DE CEARENSES NO SÉCULO XX Francisco Jardes Nobre de Araújo (UFC) Hebe Macedo de Carvalho (UFC) 4. POR ONDE ANDA A GRAMÁTICA DA LIBRAS? RETOMADAS, REFLEXÕES E DESAFIOS PARA OS ESTUDIOSOS DA LÍNGUA Jorge Bidarra (UNIOESTE) Mirna Fernanda de Oliveira (UNIOESTE) Tania Aparecida Martins (UNIOESTE)
06/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 12 HORÁRIO: 8h – 9:45 BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 14 1. A FORMAÇÃO DO FUTURO NO PORTUGUÊS DO BRASIL: NOTAS DIACRÔNICAS E SINCRÔNICAS Paulo Sérgio de Proença (UNILAB) 2. O ENSINO DE GRAMÁTICA NA PERSPECTIVA FUNCIONALISTA Zilda Maria Dutra Rocha (UERN) 3. MUDANÇA DE VALÊNCIA DO VERBO “DESAPARECER”: UM ESTUDO COGNITIVO-FUNCIONAL Tiago de Aguiar Rodrigues (UNICEUB/UNB) Dioney Moreira Gomes (UNICEUB/UNB) 4. FUNCIONALISMO, DR. HOUSE E A GRAMÁTICA NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA Larisse Carvalho de Oliveira (UFC) 40
06/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 13 HORÁRIO: 8h – 9:45 BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 15 1. GRAMÁTICAS EM LÍNGUA INGLESA: FORMALISTA OU FUNCIONALISTA? Larisse Carvalho de Oliveira (UFC) 2. ENSINO DE GRAMÁTICA: A PRODUÇÃO TEXTUAL EM UMA ESCOLA PÚBLICA RURAL DE PARINTINS/AM Luis Alberto Mendes de Carvalho (UEA) Delma Pacheco Sicsú (UEA) 3. O DISCURSO DO PROFESSOR NA REALIZAÇÃO DA TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA PARA O ENSINO DA GRAMÁTICA EM SALA DE AULA DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA Ana Edilza Aquino de Sousa (UFC) Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin (UFC) 4. REFLEXÕES EM TORNO DA PALAVRA 'GRAMÁTICA' Cristiane Pereira Cerdera (Colégio Pedro II/NEPPLIN)
06/11/2014 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 13 HORÁRIO: 8h – 9:45 BLOCO: Prédio Novo do CH SALA: 16 1. PROCESSOS EM DESTAQUE: UMA RELAÇÃO DE TRANSITIVIDADE Rachel Uchôa Batista (CNPQ/ UFC) Maria Fabiola Vasconcelos Lopes (UFC) 2. A INFLUÊNCIA DO C-COMANDO NO PROCESSAMENTO DA ANÁFORA 'A SI MESMO(A)' Flávia Gonçalves Calaça de Souza (UFPB) 3. TEORIAS LINGUÍSTICAS E SUAS CONCEPÇÕES DE GRAMÁTICA: ALCANCES E LIMITES Francisco Elton Martins de Souza (UFC) 4. HÁ ARTIGOS NA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS: UMA ANÁLISE SOBRE AS EVIDÊNCIAS SEMÂNTICAS ENCONTRADAS NOS NOMINAIS. Anderson Almeida Da Silva (UFPI) Ronald Taveira da Cruz (UFPI) 41
SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 01 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 16h – 18h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 12 SALA: 12 BLOCO: Casa de Cultura Britânica BLOCO: Casa de Cultura Britância - CCB - CCB TÍTULO: O ensino comunicativo de gramática em L2 PROFESSOR(A): Débora Andrade Pamplona
SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 02 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 16h – 18h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 11 SALA: 11 BLOCO: Bloco didático do Curso BLOCO: Bloco didático do Curso de Letras Noturno de Letras Noturno TÍTULO: Linguística de Corpus e ensino de gramática em Língua Inglesa PROFESSOR(A): Diana Costa Fortier Silva
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SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 03 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 16h – 18h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 12 SALA: 12 BLOCO: Bloco didático do Curso BLOCO: Bloco didático do Curso de Letras Noturno de Letras Noturno TÍTULO: Oficina de escrita tridimensional e sign writing PROFESSOR(A): Margarida Maria Pimentel de Souza
SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 04 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 16h – 18h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 14 SALA: 14 BLOCO: Bloco didático do Curso BLOCO: Bloco didático do Curso de Letras Noturno de Letras Noturno TÍTULO: Uma política linguística para o português brasileiro: o que é e o que deve ser PROFESSOR(A): Claudia Ramos Carioca
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SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 05 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 16h – 18h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 13 SALA: 13 BLOCO: Bloco didático do Curso BLOCO: Bloco didático do Curso de Letras Noturno de Letras Noturno TÍTULO: Minicurso/Oficina de (Língua de) Sinais Internacionais* PROFESSOR(A): Daniel Almeida de Lima
SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 06 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 16h – 18h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 15 SALA: 15 BLOCO: Bloco didático do Curso BLOCO: Bloco didático do Curso de Letras Noturno de Letras Noturno TÍTULO: Gramática e Variação: descrição e uso linguístico PROFESSOR(A): Hebe Macedo de Carvalho
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SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 07 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 16h – 18h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 16 SALA: 16 BLOCO: Bloco didático do Curso BLOCO: Bloco didático do Curso de Letras Noturno de Letras Noturno TÍTULO: Minicurso/Oficina de Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS PROFESSOR(A): Mardônio dos Santos Aguiar de Oliveira
SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 08 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 16h – 18h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 01 SALA: 01 BLOCO: Bloco Didático BLOCO: Bloco Didático TÍTULO: Gerenciamento dos marcadores de modalização deôntica: inglês para fins específicos PROFESSOR(A): Maria Fabiola Vasconcelos Lopes Maria Manolisa Nogueira Vasconcellos
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SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 09 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 16h – 18h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 17 SALA: 17 BLOCO: Bloco didático do Curso BLOCO: Bloco didático do Curso de Letras Noturno de Letras Noturno TÍTULO: Oficina de Escrita da Língua de Sinais Brasileira* PROFESSOR(A) Rundesth Saboia Nobre
SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 10 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 16h – 18h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 02 SALA: 02 BLOCO: Bloco Didático BLOCO: Bloco Didático TÍTULO: A referenciação textual: funcionamento e funcionalidade das cadeias referenciais. PROFESSOR(A): Larisse Carvalho de Oliveira
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SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 11 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 16h – 18h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 03 SALA: 03 BLOCO: Bloco Didático BLOCO: Bloco Didático TÍTULO: Uso da música nas aulas de gramática PROFESSOR(A): Vládia Araújo Tavares
SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 12 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 16h – 18h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 05 SALA: 05 BLOCO: Bloco Didático BLOCO: Bloco Didático TÍTULO: Abordagens de ensino de gramática em exercícios de livros didáticos de Língua Portuguesa PROFESSOR(A): Mônica de Souza Serafim Francisco Elton Martins de Souza
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SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 13 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 06/11/2014 HORÁRIO: 8h – 10h HORÁRIO: 13:30 – 15:30 SALA: 04 SALA: 04 BLOCO: Bloco Didático BLOCO: Bloco Didático TÍTULO: O Ensino Indutivo da Gramática de Língua Estrangeira PROFESSOR(A): Ronaldo Lima Júnior* * Excepcionalmente o Minicurso 12, intitulado “O Ensino Indutivo da Gramática de Língua Estrangeira”, do Prof. Dr. Ronaldo Lima Júnior, Parte I, acontecerá no dia 05/11/2012, pela manhã das 8h às 10h e a Parte II acontecerá no dia 06/11/2012, à tarde, das 13:30h às 15:30h. SESSÃO DE MINICURSO/OFICINA 14 PARTE I PARTE II DATA: 05/11/2014 DATA: 05/11/2014 HORÁRIO: 8h – 10h HORÁRIO: 16h – 18h SALA: 06 SALA: 06 BLOCO: Bloco Didático BLOCO: Bloco Didático TÍTULO: Organização retórica de texto: percorrendo trilhas para o ensino da gramática PROFESSOR(A): Maria Ednilza Oliveira Moreira** ** Excepcionalmente o Minicurso 13, intitulado “Organização retórica de texto: percorrendo trilhas para o ensino da gramática”, da Profª. Drª. Maria Ednilza Oliveira Moreira, Parte I, acontecerá no dia 05/11/2012, pela manhã das 8h às 10h e a Parte II acontecerá no mesmo dia, 05/11/2012, à tarde, das 16h às 18h. 48
RESUMO DAS MESAS-REDONDAS Mesa-redonda 1 TEXTO E GRAMÁTICA: PORQUE NÃO “HÁ VOCÊ SEM MIM” Maria Claudete Lima (UFC) O presente trabalho objetiva discutir a relação entre texto e gramática, os quais costumam ser considerados como entidades distintas, o que motiva a separação de estudos textuais e gramaticais, danosa, especialmente no âmbito do ensino de língua. Tal distinção não se justifica na perspectiva da linguística cognitivo-funcional, segundo a qual a gramática se instancia no texto. Assim, se o texto é a instanciação de significados interpessoais e ideacionais e a gramática é a codificação desses mesmos significados, não há texto sem gramática, nem gramática sem texto. A longa tradição de separação dessas suas entidades no ensino de língua portuguesa torna complexa a tarefa de reuni-las num todo de modo a atender às demandas de um ensino produtivo de língua, conforme a exigência dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Para lidar com essa complexidade, duas atitudes se põem. De um lado, há os que julgam ser necessário tratar a gramática com base no texto. Do outro, os que julgam que a gramática deva ser descartada em favor do texto. Ambas pecam pela distinção. Nosso propósito é mostrar que, ao invés de serem tidos como entidades distintas que precisam ser reunidas, texto e gramática precisam ser considerados como uma unidade. Para tanto, apresentaremos alguns dados ilustrativos, com apoio nos postulados da linguística funcional de Givón (2001, 2005); Halliday (2004) e Langaker (1991). Palavras-chave: texto; gramática; ensino de língua.
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LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL, GRAMÁTICA E TEXTUALIDADE Maria Medianeira de Souza (UFPE) A Linguística Sistêmico-Funcional aborda a língua em uso postulando que a organização da linguagem efetua-se por meio de três Metafunções: Ideacional, Interpessoal e Textual (HALLIDAY, 1994, 2004) manifestas a partir dos sistemas lexicogramaticais (i) de transitividade, (ii) de modo e modalidade (iii) e de Tema e de Coesão. Suas análises se pautam nos usos linguísticos em gêneros específicos em função de um Contexto de Situação e um Contexto de Cultura. Estes aspectos têm como decorrência uma investigação pautada no uso, atrelada a uma prática social, e por isso diferenciada de análises formalistas, uma vez que a função de uma forma em uso, a serviço dos usuários, e não a forma per si, é seu foco de interesse. Analisar padrões de uso decorrente das escolhas, conscientes ou não, é o mote de uma análise sistêmico-funcional, cuja unidade é a oração; nela se delimita, em virtude do recorte de análise, o sistema que se pretende investigar, e, em consonância com os significados construídos, sejam eles representacionais, interpessoais ou textuais, se verifica como esse significados são construídos e o que eles revelam. Nossa base de análise para ilustrar essa abordagem funcionalista é a estrutura temática de orações construídas com processos verbais, nas quais as Circunstâncias, componente do sistema de Transitividade, preenchem o papel de Tema. Observamos a função que essas Circunstâncias desempenham na progressão textual, uma vez que, ao mesmo tempo, em que perspectivam o assunto, também dão continuidade ao texto do qual fazem parte. Para tanto, foram averiguados dados de dissertações produzidas por mestrandos em Letras do Programa da Pós-Graduação em Letras, da Universidade Federal de Pernambuco. Palavras-chave: Transitividade; linguística Sistêmico-Funcional; contexto.
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ENSINO DA GRAMÁTICA: A RAZÃO DE SEU FRACASSO NA ESCOLA E CAMINHOS DE SUPERAÇÃO Paulo Mosânio Teixeira Duarte (UFC) O objetivo de nosso trabalho é apresentar as condições estruturais e sociais que contribuíram para o declínio e fracasso da Gramática Normativa-que, para nós não é o mesmo que Gramática Tradicional, por motivos a explicar "a posteriori". Para tanto convém falarmos do histórico das nossas Gramáticas, que determinaram o surgimento da NGB, como marco para uma proposta de reformulação gramatical, que, contudo, redundou em fracasso. Iremos analisar as causas deste fracasso, que foi um dos pilares do insucesso de reformulação, que todavia não foi por si só a única causa, vez que continuaram vezos pré-NGB: taxonomia excessiva, descritivismo exagerado e demasiada autonomia dos autores, entre outros fatores. A saída não consiste entretanto em eliminar a gramática, mas expurgar-lhes os erros e fazer dela um instrumento para as possibilidades funcionais da língua, que não podemos enumerar neste curto espaço. Palavras-chave: Gramática tradicional; gramática normativa; gramática aplicada.
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A APRENDIZAGEM DA GRAMÁTICA NA ESCOLA: O DESEMPENHO POR CONTEXTUALIZAR PARA CHEGAR À ESPECIFICAÇÃO Irandé Antunes (UFPE) O ensino da gramática tem sido objeto de considerações e análises, em resposta às dificuldades que os professores dos ensinos fundamental e médio relatam encontrar no dia de suas tarefas pedagógicas. Comumente, as questões gramaticais sofrem reduções, quando se esgotam na simples regulação prescritivista, ou assumem dimensões descabidas, quando são vistas como único componente dos sistemas linguísticos. Com base na perspectiva da linguagem como 'atividade de interação', para fins do intercambio sociocomunicativo, a gramática sobressai como um dos componentes, apenas, que integram a totalidade das línguas. Daí que os sentidos e as intenções pretendidos, nas atividades de linguagem, somente são apreendidos em toda a sua significação se forem submetidos à contextualização, o que revela, com clareza, a insuficiência da gramática e o que comprova a única possibilidade da especificação. Os grandes equívocos que acompanharam a história da 'definição da gramática' se explicam pela desvinculação que se processou entre 'língua' e 'gramática', entre 'uso linguístico' e 'recursos multissignificativos de interpretação'. Por outro lado, o êxito na autêntica compreensão do que seja linguagem, do que sejam língua e gramática somente pode ser conseguido pelo viés da contextualização e da especificação. Palavras-chave: Gramática; ensino; contextualização; especificação.
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Mesa-redonda 2 GRAMÁTICA VISUOESPACIAL NO CONTEXTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LINGUA DE SINAIS BRASILEIRA Ernando Pinheiro Chaves (UFC) As primeiras investigações sobre o estatuto linguístico da Língua de Sinais Americana (ASL) ocorreram na década de 1960, pelo linguista William Stokoe. Esses estudos influenciaram as pesquisas da Língua de Sinais Brasileira (LSB ou Libras) a partir de 1980, com a linguista Lucinda FerreiraBrito. Em 2002 a Lei 10.436 reconheceu a Libras como língua das comunidades surdas brasileiras e, três anos depois, a referida lei foi regulamentada. No processo de organização gramatical da Libras há aspectos fonomorfológicos, sintáticos, semânticos e pragmáticos, dentre os quais destacam-se: as diferenças na produção (espaço e corpo) e recepção (olhar) com relação as línguas orais; parâmetros primários de Configuração de Mão, Movimento e Ponto de Articulação, e secundários de Orientação de Mão, Direção de Mão e Expressões Não-Manuais que formam o signo linguístico; expressões faciais com valor gramatical; pontos estabelecidos no espaço que revelam as referências anafóricas; direção do olhar; tipos de verbos; expressões com foco e topicalização, tipos de classificadores, dentre outros (STOKOE, 1960; BATISSON, 1978; KLIMA E BELLUGI, 1979; FERREIRA-BRITO, 1990). Diante deste panorama, o presente trabalho objetiva fazer uma apresentação da gramática visuoespacial, ressaltando que há uma continuidade nas pesquisas sobre a sua estrutura e organização interna, bem como suscitar uma reflexão crítica acerca da utilização dessa gramática nos diferentes contextos de ensino e aprendizagem da Libras. Ainda como arcabouço teórico para este trabalho, destacam-se os estudos investigativos de Ferreira-Brito (1995), Felipe (2002), Quadros e Karnopp (2004), cujas considerações teóricas e metodológicas contribuíram na organização de materiais didático-pedagógicos para o ensino da Libras. No entanto, é necessária uma discussão sobre o papel e o espaço da gramática nos contextos de formação do tradutor e intérprete, do professor de Libras, dos alunos ouvintes e/ou dos surdos. Palavras-chave: aprendizagem.
Língua
de
Sinais
53
Brasileira;
gramática;
ensino
e
A GRAMÁTICA DE LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS) COMO EXPERIÊNCIA VISUAL ENTRE SURDOS E OUVINTES: DISCUTINDO VERDADES E MITOS Marcus Weydson Pinheiro (UFC) A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a língua natural dos surdos. O seu reconhecimento como segunda língua oficial do Brasil surgiu com a Lei federal nº 10.436/2002. Para nos expressarmos, utilizamos principalmente as mãos e as expressões faciais como articuladores para produzirmos os sinais. Nós Surdos, por sermos uma minoria linguística e termos ricas experiências linguísticas visuais, diferimos dos ouvintes que utilizam o canal oral-auditivo. Esta língua se difere das orais por usar um canal visuoespacial como meio de perceber e expressar quaisquer ideias, sentimentos, literatura, política, conhecimentos científicos, entre outros. Os estudos linguísticos sobre as línguas de sinais têm se aprofundado e demonstram regras de sua gramática, ora similares ora contrastivas com a gramática das línguas orais. É fato que a maioria das pessoas pensa que as Línguas de Sinais são constituídas por meras mímicas e que, portanto, são universais. Desse modo, o presente trabalho objetiva desmitificar os pensamentos equivocados sobre as línguas de sinais e os sujeitos surdos, comumente reproduzidos pelo senso comum. Fundamenta-se nas teorias sobre linguagem (VYGOTSKY, 1993), além dos estudos linguísticos no âmbito das línguas de sinais (FERREIRA-BRITO, 1997; QUADROS & KARNOPP, 2004; QUADROS, 2007). Assim, pretendo discutir como as pesquisas específicas da Libras tem favorecido a acessibilidade aos coetâneos surdos, na última década, a partir do curso de licenciatura em Letras Libras, promovido pioneiramente pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e que se estendeu aos demais estados. Os Cursos de Letras Libras tem formado professores com novos conhecimentos gramaticais dessa língua visuoespacial. Palavras-chaves: Mitos; estudos linguísticos; Gramática; Libras.
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GRAMÁTICA FONOLÓGICA FUNCIONAL: O GESTO COMO UNIDADE BÁSICA Ronaldo Lima Junior (UFC) A fonologia gestual procura aliar os aspectos (bio)mecânicos e físicos (fonéticos) bem como os linguísticos e cognitivos (fonológicos) em um único modelo, no qual o gesto articulatório opera como unidade básica. Utilizando a Teoria de Sistemas Complexos e Dinâmicos para representação linguística, a fonologia gestual interpreta a sistematização de um número limitado de contrastes sonoros para distinguir palavras como a auto-organização do sistema complexo que é a real possiblidade articulatória, não necessitando, portanto, de uma separação entre o físico e o cognitivo, entre o fonético e o fonológico. O gesto é uma unidade dinâmica de ação articulatória cujos resultados físicos podem ser vistos na movimentação dos articuladores, mas também opera como unidade básica de contraste lexical, tendo tanto uma dimensão abstrata como uma concreta. O gesto tem tanto uma dimensão discreta, quando isolado e limitado temporalmente para fins de análise, como uma dimensão gradiente, caracterizando-se pelos movimentos gradientes e sobrepostos dos articuladores. Além disso, os gestos são dinâmicos e se sobrepõem a outras unidades gestuais na representação de enunciados. A sobreposição dos gestos permite o estudo de fenômenos gradientes, contrastando-se às fonologias tradicionais, cujas unidades de análise são discretas e categóricas. A sobreposição de gestos, juntamente com a diminuição de suas magnitudes, explica, por princípios gerais em vez de regras de mudanças categóricas, fenômenos tradicionalmente tratados como alofonia, variação, assimilação, elisão, apagamento, redução, inserção, etc. Com isso, a possibilidade da sobreposição de gestos significa que uma série de fenômenos fonológicos acontecem automaticamente em vez de terem que ser estipulados por manobras de regras específicas. Diferentemente das regras de fonologias de traço, na fonologia gestual, gestos nunca são apagados ou transformados em outros gestos, e novos gestos nunca são adicionados. Finalmente, a natureza funcional da fonologia gestual exige dados reais, tanto articulatórios como acústicos, como insumo para suas análises. Palavras-Chave: Fonologia; gesto; dinamicismo. 55
CORRESPONDÊNCIAS SINTÁTICO-SEMÂNTICO NO PROCESSAMENTO DE LINGUAGEM NATURAL: UM ESTUDO SOBRE O TREEBANK BOSQUE Andréa Feitosa dos Santos (UFC) Os fenômenos das línguas naturais podem ser processados computacionalmente em níveis mais rasos (shallow parsing) ou mais profundos (deep parsing). Sob a perspectiva do processamento profundo, este trabalho discute como o Bosque (corpus sintaticamente anotado do Português), trata o fenômeno das dependências de longa distância, dos verbos de controle e das orações relativas. Na análise de argumentos verbais movidos, suas árvores atribuem uma função gramatical aos argumentos movidos, mas não fazem nenhuma correlação desses com os seus predicadores. Uma vez que não se pode extrair da árvore o argumento deslocado da sua posição canônica, o algoritmo de parsing encontrará dificuldade no processamento semântico desta lacuna. Nas análises de verbos de controle, o Bosque não faz nenhuma correlação entre o sujeito ou objeto do verbo principal ao sujeito do verbo da oração encaixada. Para o processamento, esta falta de correlação representa uma dificuldade a mais para a extração da estrutura argumental. Nas orações relativas, a função gramatical do pronome relativo é um atributo da categoria máxima que o domina. Desse modo, a informação semântica pode ser depreendida por um algoritmo de parsing quando do processamento do próprio pronome. Dado que as análises do Bosque estão fundamentadas no framework da Constraint Grammar, o corpus não parte do pressuposto de movimento sintático e por isso não utiliza a noção de categorias vazias. Desse modo, suas análises parecem mais custosas para o processamento nos casos de dependência de longa distância e de verbos de controle, mas parecem mais vantajosas no caso das orações relativas. Palavras-chave: Processamento de linguagem natural; deep-parsing; treebank.
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Mesa-redonda 3
MODALIDADE NA PRODUÇÃO ORAL DE APRENDIZES BRASILEIRO: UM ESTUDO SOBRE CORPORA, SINTAXE E ENSINO DE LÍNGUAS Bárbara Malveira Orfanò (UFSJ) Estudos baseados na interlíngua de aprendizes da língua inglesa têm ganhado destaque nos últimos anos e contribuindo para um maior entendimento da produção de aprendizes de LE. Esta pesquisa tem como foco identificar e analisar os itens lexicais responsáveis pela modalização do discurso presente no corpus oral de um grupo de alunos da graduação do Curso de Letras (Licenciatura em Inglês) da Universidade Federal de São João del-Rei. A modalidade é uma categoria gramatical extensa e múltipla, normalmente definida como um conjunto de formas pelas quais o falante expressa atitude, ou postura. O conceito de modalidade precisa, primeiramente, ser discutido com base em dois outros conceitos importantes, são eles: realis e irrealis (Palmer, 1974; Palmer 1986; Givón, 2001). Esses conceitos são usados na descrição de eventos verbais e estão relacionados à percepção da realidade. O material de estudo é composto por dois corpora: 1) corpus oral contendo diálogos dos alunos da graduação do curso de Letras na Universidade Federal de São João del-Rei e 2) subcorpus do Santa Barbara Corpus of Spoken Language (SBC). Lista de frequência, linhas de concordância e pacotes lexicais compõem a metodologia utilizada na análise dos dados. Os resultados apontam diferenças significativas na forma e no uso da expressão da modalidade por parte dos aprendizes ampliando assim a discussão sobre o papel da Linguística de Corpus no ensino e na formação dos futuros professores de língua inglesa. Palavras-chave: Modalidade; sintaxe; corpus de aprendizes.
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A GRAMÁTICA NOS TEXTOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS, EM ESPECIAL O LIVRO DIDÁTICO Célia Maria Medeiros Barbosa da Silva (UNP) Os Parâmetros Curriculares Nacionais – os PCNs – enfatizam a ideia de que a prática docente procure trabalhar as questões linguísticas, portanto a gramática, objetivando atender aos propósitos pragmáticos e comunicativos de maior relevância para o aluno. Tais documentos sugerem que a unidade de ensino seja o texto e que este seja o ponto de partida e de chegada para o trabalho com a gramática. Ressalta-se que um ponto importante nesse assunto é saber se no livro didático essas sugestões são consideradas, uma vez que este se constitui hoje principal referência em sala de aula. Assim, por reconhecer a pertinência do tema, este estudo visa, de uma maneira geral, analisar como são abordadas as questões de línguas no livro didático adotado em duas escolas de educação básica da cidade do Natal/RN. Para isso, nossa investigação centra-se em verificar como a gramática é trabalhada nos diversos gêneros textuais que são encontrados nesses manuais, em particular no do 6o ano do ensino fundamental e no da 1a série do ensino médio. Situado no âmbito da Linguística Aplicada, este estudo é conduzido numa perspectiva qualitativa e interpretativista, seguindo-se aportes da Linguística Funcional, da Linguística de Texto, do Sociointeracionismo e da Didática de Língua Materna. Nas constatações deste estudo, verificamos que as questões de língua ainda são trabalhadas nos livros didáticos da educação básica por meio de usos isolados, apesar de esses manuais apresentarem uma diversidade de gêneros que poderiam se apresentar como ponto de partida e de chegada para o ensino de gramática. Palavras-chave: Gramática; textos didático-pedagógicos; livro didático.
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A GRAMÁTICA FUNCIONAL E O ENSINO DE LÍNGUAS Nadja Paulino Pessoa Prata (UFC) O presente trabalho tem como objetivo versar sobre as possíveis contribuições que a vertente funcionalista, mais especificadamente, a Gramática Funcional (GF) e/ou a Gramática Discursivo-Funcional (GDF) podem aportar ao ensino de línguas, sejam maternas ou estrangeiras. É sabido que, de um modo geral, a vertente funcionalista concebe a língua como um instrumento de interação social por meio do qual os falantes visam modificar a informação pragmática do ouvinte. Ao considerar-se a interação social passamos a levar em consideração que as estruturas gramaticais de uma dada língua podem sofrer condicionamentos externos ao sistema, tais como o contexto de comunicação. Desse ponto de vista, o foco centra-se na competência comunicativa do falante, o que pressupõe uma análise a partir de material autêntico em língua, sejam amostras de textos orais ou escritos. Com base nessa perspectiva, o ensino de línguas deveria pautar-se pela reflexão do uso da língua ‘real’ e de suas funções na construção de sentidos do texto, o que ampliaria a consciência do falante ao ‘propósito do evento de fala, aos seus participantes e o contexto discursivo’. Além disso, ao basearmos o ensino de línguas seja num modelo bottom-up, como é o da GF, seja num modelo top-down, como o da GDF, consideramos a influencia dos níveis (sintático, semântico e pragmático) entre si na formulação e codificação das expressões linguísticas. Na perspectiva mais recente de produção do discurso, considera-se que o falante primeiro decide qual o seu propósito comunicativo, seleciona a informação mais conveniente e então codifica gramatical e fonologicamente esta informação e a articula. Isso tem implicações práticas para o ensino de línguas pautado no desenvolvimento das habilidades/destrezas comunicativas, uma vez que partimos do texto para a gramática e ao mesmo tempo, podemos perceber os condicionamentos desta sobre aquele. Assim o ensino de línguas pode tornase mais ‘palpável’ ao aprendiz. Palavras-chave: Gramática funcional; ensino de línguas; competência comunicativa.
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O ENSINO DE GRAMÁTICA VOLTADO PARA A REALIZAÇÃO DE TAREFAS Débora Andrade Pamplona (CCB/UFC) O conceito de ensino de gramática voltado para a realização de tarefas significa que o ensino visa preparar os aprendizes para realizar tarefas com a língua alvo, por exemplo, apresentar-se, fazer compras ou fazer um pedido no restaurante. Opõe-se ao ensino centrado nas estruturas gramaticais, que foi o foco do ensino de línguas estrangeiras por muitas décadas. Com os avanços em sistemas de transportes e comunicação, cresceu a necessidade de aprender uma língua estrangeira visando pô-la em prática em situações da vida cotidiana. Nessa abordagem, os aprendizes são estimulados a usarem a língua de forma criativa e espontânea por meio de tarefas que simulam a vida real. O objetivo desta apresentação é construir o conceito de forma teórica e prática, descrevendo outros conceitos que gravitam em torno do principal, como fluência ou precisão gramatical, ensino focado no aluno ou no professor, ensino indutivo ou dedutivo e ensino funcional ou estrutural. O conceito será também exemplificado por meio de planos de aula e atividades específicas. Espera-se que a apresentação leve os ouvintes à reflexão sobre o tema. Palavras-chave: Ensino comunicativo de gramática; gramática funcional.
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Mesa-redonda 4 A VISÃO DA DÊIXIS PARA A LINGUÍSTICA TEXTUAL Mônica Magalhães Cavalcante (UFC) Neste trabalho, mostraremos como a Linguística Textual, particularmente a referenciação, rediscute o fenômeno da dêixis, à luz de considerações semântico-pragmáticas, de um lado, e sociodiscursivas, de outro. Os exemplos escolhidos se enquadram nos gêneros charge, cartum, tira cômica e piada, todos extraídos de sites de humor e de redes sociais. A referenciação encontra respaldo na visão O sociocognitivismo defende que os processos cognitivos ligados à linguagem humana supõem a indissociação entre corpo e mente. O conhecimento armazenado na mente é sempre passível de remodelações, de acordo com o que é “negociado” nas interações humanas. É por isso que dizemos que a referenciação é um processo dinâmico e complexo. Pressupomos que “todos os atos referenciais envolvem algum tipo de inferência” (CAVALCANTE, 2011, p. 142), inclusive as anáforas correferenciais. Por isso, todo processo referencial supõe uma demanda cognitiva, social, histórica, cultural e discursiva. Para responder à questão sobre o que torna um elemento dêitico, recorremos às considerações de Kleiber (2013[1986]) e aos pressupostos de Hanks (2008). Em termos metodológicos, elegemos dois parâmetros de análise para as reflexões teóricos aqui encetadas: o significado descritivo de um dêitico e a noção de "situação enunciativa". Não se pode, a priori, estabelecer uma relação fixa entre formas de expressão referencial e tipos de campos de onde se origina a informação que elas veiculam. Por exemplo: os pronomes demonstrativos são mais apropriados para especificar objetos no ambiente físico, mas podem apontar para espaços outros, metaforizando-os. Os participantes da enunciação se esforçam conjuntamente para tornar acessível o referente que se reconstrói, em dado momento, junto com os elementos que compõem a situação de uso da linguagem. Constatamos que o significado dêitico é sempre constrangido pelas regularidades sociocomunicativas e, ao mesmo tempo, as instaura, ajudando a formar o próprio contexto. A noção de situação enunciativa, para nós, hoje, não pode limitar-se à cena de enunciação física ou perceptual. Palavras-chave: Dêixis; significado dêitico; situação enunciativa. 61
ENSINO DE GRAMÁTICA E O FUNCIONALISMO SISTÊMICO DA ESCOLA DA SYDNEY: O PROGRAMA ‘LER PARA APRENDER’ Pedro Henrique Lima Praxedes Filho (UECE) A Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) ou Escola de Sydney, fundada por Michael Halliday, é um modo de ação teórico que trata tanto de questões pertinentes à Linguística Teórica quanto de questões relativas à Linguística Aplicada, transcendendo a ambas para ser Linguística Aplicável. É o próprio Halliday que define essa terceira via: “...trato a teoria como um empreendimento do tipo ‘solução de problemas’ e tento desenvolver uma abordagem teórica e um modelo teórico de língua que possam ter relevância quanto às atividades e tarefas do cotidiano. Dou a isso o nome de linguística ‘appliable’: appliable ao invés de applicable porque a palavra ‘applicable’ refere-se a um propósito específico, enquanto ‘appliable’ significa ter a propriedade geral de que ela pode ser usada em diferentes contextos operacionais” (2006, p. 3). Enquanto Linguística Teórica, um dos feitos da LSF foi o desenvolvimento de uma teoria descritiva de gêneros textuais (HALLIDAY; HASAN, 1989; MARTIN; ROSE, 2008; ROSE; MARTIN, 2012). Enquanto Linguística Aplicada, “[u]ma das áreas mais significativas para a qual a teoria LSF tem contribuído muito é a pesquisa educacional e o desenvolvimento de uma teoria da língua na educação” (CHRISTIE, 2004, p. 14) e essa teorização sobre a língua na educação tem sido realizada em torno do construto gêneros textuais. Do ponto de vista da Linguística Educacional sistêmico-funcionalista, dois modelos de ensino de línguas baseados em gêneros textuais se destacam: o Ciclo de Sydney e o ‘Ler para Aprender’. Dado que o segundo expande o primeiro, o objetivo mais abrangente deste ensaio é descrever os procedimentos didático-pedagógicos do modelo ‘Ler para Aprender’ para, a partir daí, poder, de modo mais específico, descrever como nele se dá o ensino de (léxico)gramática. Palavras-chave: Ensino de gramática; linguística Sistêmico-Funcional; ‘Ler para Aprender’.
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GRAMÁTICA E A PRODUÇÃO DE SENTIDOS E EFEITOS Márcia Teixeira Nogueira (UFC) A teoria e análise funcionalista não concebem a gramática como mecanismo de codificação superficial dos diferentes domínios funcionais universais organizados com o propósito da comunicação. Ao contrário, defende-se, no paradigma funcionalista, que uma língua, como qualquer outro sistema semiótico, é interpretada como um sistema de significados (redes de opções engrenadas), acompanhados por formas por meio das quais esses significados podem ser atualizados. Sem descuidar-se, portanto, de que a gramática se constitui pela experiência de uso de uma língua, com a relativa estabilização da relação entre função e forma, cabe investigar-se por que uma dada expressão linguística é (ou pode ser) utilizada, tendo em vista as funções que ela cumpre (ou pode cumprir) em um dado contexto de interação. Argumento, na presente exposição, a favor de que esse pressuposto teórico-metodológico funcionalista pode ser estendido à análise linguística no ensino de gramática. Neste trabalho, procuro demonstrar como, por meio de uma abordagem reflexiva de orientação funcionalista, o ensino de gramática poderá oportunizar, aos alunos, a ampliação de sua competência discursiva, mediante a observação e discussão de condicionamentos sociais, discursivos, cognitivos e estruturais que revelem por que um texto significa o que ele significa, e até que ponto atinge seus propósitos (HALLIDAY, 1985). Palavras-chaves: Ensino de gramática; análise linguística; funcionalismo.
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RESUMOS DOS PÔSTERES Eixo Temático 02: A teoria e gramática DUAS GRAMÁTICAS EM CONTRASTE: IF CLAUSES Eveline Tomaz Souza(UFC) Maria Fabiola Vasconcelos Lopes (UFC) Atualmente a Linguística apresenta duas vertentes de estudos: a Funcionalista e a Formalista. A perspectiva funcionalista estuda, de modo geral, a língua em uso social, enquanto a formalista se preocupa com o estudo das regras de estrutura da língua. Trabalhando com os conceitos de Funcionalismo e Formalismo defendidos por Pezatti (2004) , Oliveira (2004) e Bauer ( 1993), o objetivo deste trabalho é analisar o tópico gramatical do inglês if clauses/ condicionais à luz desses dois conceitos linguísticos e comparar a utilização destas abordagens e suas orientações acerca do assunto em duas gramáticas: New Grammar Practice (2000) e Collins Cobuild (1990). Entendemos que é de grande importância que professores de língua estrangeira estejam cada vez mais aptos a analisar as gramáticas de apoio aos cursos e disciplinas sob o olhar de perspectivas como a formal e a funcional e que sejam coerentes com a necessidade dos alunos de língua estrangeira.Tendo em vista essa preocupação, o presente trabalho foi produzido como requisito da disciplina de Morfossintaxe da Língua Inglesa a fim de perceber como essas duas linhas de pensamento linguístico operam de forma propriamente dita. A metodologia se deu pela seleção do capítulo sobre o assunto escolhido, análise das seções das if clauses/condicionais e comparação mostrando o foco linguístico dado durante a explicação, seguida de comentário sobre o processo de tornar a explicação do tema gramatical compreensível. Como resultado , verificou-se que a primeira gramática foi 90% formalista enquanto a segunda optou por uma abordagem com foco funcionalista 85%, não excluindo a forma 15% . Logo, pode-se concluir que as abordagens são complementares entre si tornando o uso de ambas mais eficaz. Palavras-chave: Funcionalismo; formalismo; ensino de língua inglesa; if clauses.
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A MODALIDADE DEÔNTICA NAS CARTAS DE DOM PEDRO I PARA DOMITILA DE CASTRO, A MARQUESA DE SANTOS Jorge dos Santos Ribeiro (UFC) A plurissignificação dos modalizadores linguísticos, tema tratado na disciplina de morfossintaxe da língua inglesa, é por vezes objeto que causa inquietação entre os alunos do curso de Letras com habilitação em língua inglesa como língua estrangeira (LE). Desta forma, entendemos ser importante um estudo que busque analisar os meios pelos quais tais modalizadores se apresentam no discurso e quais os valores expressos por eles. A modalidade linguística refere-se à atitude mental do falante frente aos enunciados e podem expressar valores de obrigatoriedade, permissividade, possibilidade, dentre outros. Devido à amplitude desse fenômeno linguístico, nos limitaremos nessa investigação ao estudo da modalidade deôntica, que versa sobre os valores de obrigação e permissão, com foco em sua ocorrência e principalmente na conotação social empregada ao discurso do locutor em relação ao receptor, expressa por meio dessa manifestação linguística. Para tanto, tomamos como corpus um conjunto de seis cartas escritas pelo então Imperador do Brasil Dom Pedro I, escritas para a marquesa de Santos, sua amante, das quais analisaremos excertos em que ocorram a manifestação da modalidade deôntica através de verbos auxiliares, do uso de imperativos e de instauração de obrigações. Quanto aos papéis comunicativos em nossa investigação, o de locutor – de quem parte a mensagem – será sempre desempenhado pelo imperador e o de receptor ou foco deôntico, ou seja, para quem a mensagem é dirigida, será desempenhado pela marquesa. Quanto a viés teórico metodológico salientamos que o conceito de modalidade estudado por nós nessa pesquisa baseia-se em uma perspectiva funcionalista, apoiado nas ideias de Halliday, (1979); Neves (1996) e Mussalim/Bentes (2004), a qual propõe a observação da língua em uso, em oposição ao viés estruturalista, segundo o qual as línguas naturais devem ser estudadas de acordo com suas estruturas (Saussure, 1916), sem levar em conta contextos sociais ou de valores de épocas. Autores como Lopes (2012), também embasam o estudo em sua perspectiva funcionalista. No que concerne à categoria da modalidade deôntica, tema central dessa investigação, apoiamo-nos nas ideias de Almeida (1988); Pessoa (2011); Menezes (2011) e Lopes (2012). Palavras-chave: Funcionalismo; modalidade; deôntica. 65
CONCORDÂNCIA NOMINAL: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE GRAMÁTICAS NORMATIVAS Thais Yuli Nogueira Sales(UFC) Thamyres Barrozo de Paula (UFC) No presente trabalho, trataremos da comparação entre gramáticas normativas de língua portuguesa que abordam a concordância nominal. Utilizaremos três gramáticas tradicionais, dos autores Rocha Lima (1991), Cunha & Cintra (2010), Cegalla (2012), e dois compêndios gramaticais, de Nicola e Infante (1994) e de Nilson Teixeira (2012), para organizar uma tabela comparativa com todas as ocorrências de nomes, registradas nessas obras, e suas possíveis formas de concordar com seus complementos, a fim de mostrar em que se assemelham e em que diferem tais regras prescritas pelos autores. Dado que o ensino de gramática normativa, aquele que impõe uma norma culta para os alunos, como afirma Leonor Santos (2012), se apresenta como principal foco nas escolas de ensino básico, pretendemos tratar das semelhanças prescritas, assim, traremos uma reflexão, tanto para corretores de redação quanto para os que buscam a escrita mais formal da língua portuguesa, sobre como se pode analisar e aplicar de uma forma mais homogênea a concordância nominal, já que não há um consenso quanto às normas de uso de alguns termos mencionados em tais gramáticas. As aplicações em redações podem adquirir vários vieses, como o estudo da concordância nominal como recurso coesivo, principalmente, bem como a influência que essa categoria gramatical pode exercer na construção de sentidos durante a produção e compreensão de textos, conforme Santos (2012). Dessa forma, a busca em estabelecer um parâmetro de regularidades quanto ao uso da concordância nominal poderá trazer benefícios, na medida em que haja critérios mais justos e unificados, como algo padrão, tanto para corretores de redação como para aqueles que se dedicam ao estudo dessa categoria para outros fins. Palavras-chave: Gramática normativa; concordância nominal; redação.
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A PRESCRIÇÃO EM CINCO GRAMÁTICAS TRADICIONAIS ‘MERCADOLÓGICAS’: CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS Gláucia Castro Aguiar Pio (UFPI) Marcelo Alessandro Limeira dos Anjos (UFPI) Neste trabalho, lança-se um olhar crítico sobre algumas gramáticas tradicionais de largo uso (‘mercadológicas’) tanto no nível fundamental quanto no médio com o objetivo de averiguar o caráter prescritivo das regras presentes em cinco gramáticas tradicionais ‘mercadológicas’: CEGALLA, 2008; CIPRO NETO e INFANTE, 2008; PATROCINIO, 2011; SACCONI, 2011 e TERRA, 2011. Para tanto, fez-se a catalogação das regras prescritivas com marcas injuntivas diretivas do tipo deve-se/não se deve, pode-se/não se pode. A análise do corpus fundamentou-se nos conceitos sobre a categoria ‘modalidade’ verbal, à luz de Travaglia (1991), Neves (2000) e Nascimento (2010). Priorizou-se a análise do corpus a partir da classificação deste último, pois, levou-se em consideração tanto valores que expressavam obrigação, proibição e permissão, quanto casos particulares da modalização deôntica. Por meio da análise do corpus, constatou-se maior quantidade de regras prescritivas na gramática de Terra (2011) com 211 regras, seguida de Sacconi (2011), com 183 regras. Para efeito de comparação entre os materiais pesquisados e a fim de confirmar ou não a tese levantada por Neves (2011), a de que gramáticas tradicionais não são, a rigor, normativas, contabilizaram-se as regras a partir da relação entre as regras prescritivas sobre o total de páginas por componente gramatical: Fonologia, Morfologia, Sintaxe e Estilística, atentando-se para o descarte de páginas que não contemplavam teoria gramatical, e constatou-se que estas não alcançaram uma regra por página, corroborando com a ideia da autora, pois, mesmo existindo regras prescritivas com caráter de obrigação/proibição/permissão, elas não são tão abundantes como se costuma supor. Para além dos resultados quantitativos, os resultados da análise, baseado em Nascimento (2010), demonstraram que a maioria das regras prescritivas encontradas nas gramáticas tradicionais ‘mercadológicas’ pautou-se pela obrigatoriedade. (Apoio Programa de Iniciação Científica Voluntária (ICV) edital 2013/2014) Palavras-chave: Gramáticas tradicionais ‘mercadológicas’; modalidade; prescrição 67
A VARIAÇÃO FONOLÓGICA NA LIBRAS: ANÁLISE DO PROCESSO DE SIMPLEXIFICAÇÃO, ASSIMILAÇÃO E INTENSIFICAÇÃO ENTRE OS SINAIS Paulo Vitor Vilela Paiva (UFC) Ana Cristina da Silva Fraga (Letras/Libras – UFC) Francisca Rafaela de Sousa Brito (Letras/Libras – UFC) As línguas de sinais têm uma estrutura fonológica própria e independente das línguas orais, sendo também considerada uma língua natural dos surdos. Este trabalho tem o objetivo de analisar as variações fonológicas na Libras (Língua Brasileira de Sinais) quanto aos parâmetros: 1) Localização; 2) Movimento; 3) Quantidade de mãos. Analisamos um vídeo em Libras de aproximadamente 14 minutos e 58 segundos com a participação de 10 professores surdos discursando sobre a Educação de Surdos no Brasil. Nossa análise se propôs a observar as alterações fonológicas relacionadas ao processo de assimilação (correlação ao sinal anterior ou posterior no enunciado); processo de simplexificação (redução de uma mão em sinais normalmente feito com duas) e intensificação (sinais que geralmente são feitos com uma mão e passaram a usar duas mãos como forma de duplicação do efeito semântico), consoante Diniz (2010). Pela análise do vídeo, observamos que as variações fonológicas na Libras por simplexificação e assimilação ocorreram em situações em que o usuário correlacionava um sinal a outro já proferido no discurso em que apresentava uma ou duas mãos. A intensificação ocorria em momentos que os usuários procuravam dar ênfase à caracterização do assunto, como ocorreu com o sinal IMPORTANTE. A partir dessa pesquisa, percebemos que a variação fonológica na Libras é um processo real e comum a esta língua, influenciando também as escolhas e intenções de seus usuários. Dessa forma, pretendemos continuar investigando a relação da variação fonológica da Libras em relação às intenções comunicativas de seus usuários em um corpus maior e usando como ferramenta a Linguística de Corpus. Palavras-chaves: Libras; fonológica; variação.
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CONTRASTES METALINGUÍSTICOS: FONÉTICA E FONOLOGIA NA NOVA GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO Thaís Matos Ávila (UFC) Olhando para o tratamento da Fonética e da Fonologia nas gramáticas moderadamente tradicionais, objetivamos, no trabalho em questão, analisar e justificar, modestamente, as intercessões metalinguísticas e conceituais, bem como as presentes discrepâncias entre a abordagem que se encontra na sessão destinada à Fonética e à Fonologia da Nova Gramática do Português Contemporâneo de Celso Cunha & Lindley Cintra e a normatização do Alfabeto Fonético Internacional, além de analisar e justificar a metalinguagem alternativa disponibilizada por Cunha & Cintra, a qual é baseada em traços distintivos, e a função dessa para a Nova Gramática do Português Contemporâneo. A metodologia a qual se configura em nosso estudo é comparativista, através da qual sobrepomos as nomenclaturas, as classificações e as subdivisões presentes em cada um dos dois compêndios, traçando semelhanças e diferenças. Conclui-se, no estudo, a posição híbrida dos autores, que ora seguem o IPA – no caso das vogais, ora modificam e/ou suprimem a terminologia adotada no Alfabeto – como em relação às consoantes. Conforme o estudo, há o intuito de maior vulgarização e acessibilidade do conteúdo referente à fonética e fonologia para o leitor, que se caracteriza, em geral, como o estudante do curso de Letras que deseja uma descrição relativamente tradicional da estrutura da língua, mas sem se configurar completamente de forma conservadora tal como acontece com a grande parte das gramáticas adotadas por escolas de Ensino Médio. Quanto à segunda terminologia proposta por Cunha & Cintra, cremos que foi uma tentativa de plasticizar o estudo das componentes fonológicas, demonstrando que a via terminológica não é estática e que o âmbito fonético fonológico encontra-se aberto para novas contribuições, além da própria vulgarização do conhecimento, já que esta segunda nomenclatura é menos complexa que a oficial, baseada em modos e pontos e articulação e sonorização. Palavras-chave: Alfabeto fonético; fonética; fonologia.
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DISCUSSÕES A RESPEITO DA ALOFONIA VOCÁLICA EM LÍNGUA PORTUGUESA Rafael Lima de Oliveira (UFC) A presente pesquisa tem como objetivo trazer discussões sobre fonética e fonologia da Língua Portuguesa (doravante LP), apresentando como justificativa a necessidade de firmeza nos estudos que envolvem uma das componentes da língua e, de modo mais específico, a ausência de uma análise das vogais conforme o seu ambiente silábico. Propusemo-nos a observar questões referentes à alofonia vocálica em LP, verificando, de modo sucinto, como ocorre esse fenômeno. Verificamos, ao confrontarmos as formas porto (substantivo) e porto(forma verbal da primeira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo ‘portar’), peso (substantivo) e peso(forma verbal da primeira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo ‘pesar’) e pôde (forma verbal da terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo ‘poder’)e pode (forma verbal da terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo ‘poder’), que há uma oposição de sentido na troca de fonemas abertos e fechados. Vale ressaltar que o ambiente em que se identifica o estatuto de fonologicidade dos fonemas vocálicos é o tônico, como se vê nas palavras acima destacadas. Essa oposição de sentido, entretanto, nem sempre será observada no mesmo ambiente em questão. No caso das formas Extra (utilizamos o ‘E’ para representar o som aberto) e extra, temos a existência de fones alofonéticos, mesmo na posição em que se esperaria a existência de fones fonêmicos. Uma pesquisa mais detalhada poderia certamente dar conta de uma análise mais apurada dessas questões alofonético-fonêmicas.Aqui, porque os fins aos quais se destina este trabalho são bem específicos, objetivamos destacar que nem sempre o ambiente tônico terá valores distintivos. Palavras-chave: Alofonia vocálica; gramática; valores distintivos.
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A IRREGULARIDADE DE CRITÉRIOS NAS DEFINIÇÕES DAS CATEGORIAS SUBSTANTIVAL, PRONOMINAL, VERBAL E ADJETIVAL NAS GRAMÁTICAS TRADICIONAIS MODERNA GRAMÁTICA BRASILEIRA E GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA: UM ESTUDO COMPARATIVO Paulo Renan Avelino Barbosa (UFC) O presente estudo justifica-se pela irregularidade observada nas definições das categorias substantival, pronominal, verbal e adjetival em duas gramáticas tradicionais as quais são referências no ensino de língua portuguesa, a saber: Moderna Gramática Brasileira, de Evanildo Bechara, e Gramática Normativa da Língua Portuguesa, de Rocha Lima. O objetivo estabelecido por nós é mostrar que critério(s) predomina(m) na conceituação das classes de palavras mencionadas ao compararmos as duas gramáticas. Para tanto, primeiro verificamos a definição de cada classe em cada uma das gramáticas e identificamos qual(is) critério(s) os autores levaram em consideração na descrição do que seja um substantivo, um pronome, um verbo e um adjetivo. Segundo, agrupamos as definições de substantivo, de pronome, de verbo e de adjetivo, analisadas agora em blocos, para observar que critério(s) predominou(aram) nas conceituações. Nossa base teórica é a de Câmara Jr., que estabelece três critérios para a análise do que chama “vocábulos formais”: critério semântico, que representa o mundo extralinguístico, critério mórfico, que se baseia na forma gramatical sob a qual se apresenta dada categoria, e critério funcional, que se refere à função que cada item lexical cumpre em determinados enunciados. Depois do cotejo, verificamos a preponderância do critério semântico para a conceituação das categorias que são alvo do nosso estudo, a mediana usança dos critérios mórfico e funcional e a irregularidade dos critérios aludidos, tal como prevíamos, uma vez que, para o conceito de dada categoria, são levados em consideração os três critérios, ao passo que, para a definição de outra, apenas um critério basta, sob a perspectiva de análise do mesmo autor. Devido à extensão e aos propósitos desta pesquisa, as demais classes de palavras não foram abordadas, o que dá margens para uma pesquisa de maior porte. Palavras-chave: Gramática; categorias lexicais; definições.
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COMPARAÇÃO DA REGÊNCIA VERBAL ENTRE GRAMÁTICAS Mayara Arruda Martins (UFC) José Araújo Chaves Júnior (UFC) O presente trabalho tem como objetivo apresentar convergências e divergências no que diz respeito às regras de regência verbal das gramáticas normativas, especificamente em Cegalla (2012), Celso Cunha & Cintra (2010) e Rocha Lima (1991). Também utilizamos os trabalhos de Cipro Neto & Infante (2012) e Nilson Teixeira (2012), que são considerados compêndios gramaticais. Nesse sentido, procedemos à análise com corpus de mais de cinquenta verbos; consideramos, para efeito de apreciação, que os fatores semânticos podem ser entendidos como relevantes para esse estudo, pois, no que tange à regência verbal, oferecerem uma melhor clareza para o entendimento dos critérios sintáticos, principalmente se levarmos em consideração a mudança de transitividade. Com base nas observações e análises do corpus, constatamos que os usos de alguns verbos, com relação a determinadas transitividades, caíram em desuso em determinados contextos, estando ainda presentes em textos literários, como ilustrado em exemplos nas gramáticas e compêndios utilizados. Ressaltamos que muitos verbos são regularmente encontrados na maioria dos materiais utilizados, inclusive quanto às classificações (com relação à transitividade) e realizações (com relação aos exemplos utilizados); outros poucos, bastante comuns, como os verbos bater e subir, são citados por um único autor. Notamos também que somente sete verbos aparecem em todas as gramáticas simultaneamente, sendo eles: aspirar, assistir, chamar, esquecer, obedecer, perdoar e visar. No entanto, ainda assim, alguns autores apresentam discordância quanto às classificações. Alguns autores consideram as mesmas classificações do verbo esquecer para o verbo lembrar, fazendo uso, praticamente, dos mesmos exemplos. Concluímos, portanto, que este trabalho pode servir de base para futuros estudos, no âmbito sintático-semântico, bem como pode ser utilizado em materiais didáticos, devido ao seu caráter comparativo, que busca uma conformidade no que diz respeito às regras de regência verbal. Palavras-chave: Gramática, regência verbal, transitividade.
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O PRESCRITIVISMO EM GRAMÁTICAS TRADICIONAIS DE REFERÊNCIA: CONTINGÊNCIA OU PREDOMINÂNCIA? Rodrigo Alves Silva (UFPI) Marcelo Alessandro Limeira dos Anjos (UFPI) Este trabalho tenciona discutir o caráter normativo de gramáticas tradicionais de referência, a partir da análise de suas regras prescritivas e do confronto entre as gramáticas. Analisaram-se, pois, as gramáticas de Rocha Lima (2000), de Cunha e Cintra (2008), de Luft (2002), de Bechara (2009) e de Melo (1980). Este estudo parte da assertiva de Neves (2011) de que as gramáticas ditas ‘normativas’ não são normativas de fato, haja vista que não há, em sua totalidade, regras prescritivas com marcas injuntivas do tipo “deve-se usar isso”, “não se deve usar isso”, “pode-se isso”, “não se pode isso”. A análise das regras se ancora no conceito de modalidade verbal de Travaglia (1991), de Neves (2000) e de Nascimento (2010), com ênfase na modalidade deôntica. Deste último autor utilizou-se a proposta classificatória para agrupar as regras quanto ao valor de obrigação, proibição e permissão. Em termos metodológicos, catalogaram-se as regras prescritivas das cinco gramáticas; em seguida, identificou-se o número de regras de cada gramática, bem como a média entre o número delas e o número de páginas, por componente; e verificou-se a proporção das regras que obrigam, proíbem ou permitem. Como resultado, obteve-se um total de 501 regras nas cinco gramáticas, com a predominância de regras permissivas. Com a análise dos dados, foi possível inferir que o número de regras, em cada gramática, é pouco representativo, o que corrobora a tese de Neves. Palavras-chave: Gramáticas de referência; regras prescritivas; modalidade deôntica.
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CONCORDÂNCIA NOMINAL: UMA ANÁLISE DE DIFERENTES ESTUDOS Letícia Miranda Gomes de Santana (UFC) A concordância nominal se baseia na relação entrem principalmente, o substantivo e o adjetivo que o caracteriza. Além do adjetivo e do substantivo, há também concordância entre um pronome ou numeral substantivo e diversos termos da oração que se relacionam com eles, como artigos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios. O presente trabalho tem como objetivo traçar um paralelo entre essas considerações e catalogar, assim, as divergências e convergências presentes entre os estudos, encontrados em famosas gramáticas. Para isso, partimos para coletar as definições e explanações sobre concordância nominal das seguintes gramáticas: Gramática Normativa da Língua Portuguesa (LIMA, ROCHA, 1915-1991), Gramática da Língua Portuguesa (CIPRO NETO;PASQUALE;INFANTE, 1998), Novíssima Gramática da Língua Portuguesa (CEGALLA, 2008) e Nova Gramática do Português Contemporâneo (CUNHA;CINTRA, 2007). Verificamos que, dessas gramáticas, apenas duas têm uma seção determinada e dedicada somente à concordância dos nomes. São essas a Gramática da Língua Portuguesa (CIPRO NETO; PASQUALE; INFANTE, 1998) e a Novíssima Gramática da Língua Portuguesa (CEGALLA, 2008). As outras duas apresentam separadamente as regras da relação entre o substantivo e a variedade de termos que o caracterizam, porém sempre dando maior ênfase à concordância do adjetivo ao substantivo ao qual se refere. A regra geral e estritamente lógica da relação entre os nomes é a concordância do adjetivo com todos os substantivos, observando a primazia do masculino sobre o feminino e do plural sobre o singular. (LIMA, ROCHA, 1915-1991) E essa regra, então, pudemos observar que está presente em todas as gramáticas, é um ponto de convergência nos estudos de todos os autores. Em alguns dos compêndios, como a Novíssima Gramática da Língua Portuguesa (CEGALLA, 2008), há detalhes e exemplos além desse citado, inclusive tratando da concordância do substantivo com os outros termos que o podem caracterizar, como pronomes e, até mesmo, verbos. Palavras-chave: Concordância Divergência; Língua Portuguesa.
Nominal;
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Gramática;
Convergência;
A FOSSILIZAÇÃO DO ERRO DE GRAMÁTICA DE SEGUNDA LÍNGUA Alisson Viana Dantas (UERN) Iara Fernanda Marinho(UERN) Algo observável nos aprendizes de língua estrangeira é o uso de formas erradas quanto às estruturas gramaticais das sentenças na língua alvo. Estas formas podem ser reversíveis ou não. Para esse acontecimento, dá-se o nome de fossilização, que é a constante repetição de erros na segunda língua (L2) que se estagnam e não chegam a sua forma final durante a aquisição do novo idioma. O objetivo que norteia o presente trabalho é encontrar as principais causas do processo de fossilização. Para tanto, a metodologia utilizada para este estudo é a pesquisa bibliográfica, na qual foram pesquisados autores como Larry Selinker (1972); Schütz (2006) e Vygotsky, entre outros, com o intuito de esclarecer quais fatores contribuem para a ocorrência de tal fenômeno na aquisição de segunda língua. O presente estudo justifica-se pela relevância que o assunto tem dentro do processo de aprendizagem e por se tratar de um fenômeno comum na aquisição da L2. Como resultado, verificou-se que fatores como o período crítico e a interlíngua exercem papel fundamental na fossilização do erro, pois são aspectos inerentes a qualquer falante de L2. Embora, através de conhecimentos empíricos, se diga que a idade não tem influência sobre a aquisição de um novo idioma, as pesquisas presentes neste trabalho mostram algo contrário. Quanto mais cedo se der a aprendizagem de uma segunda língua, mais chances a pessoa terá de chegar a um nível desejado, bem como reduzir o processo de fossilização. Além disso, foi possível perceber que o professor é a peça chave na correção desse fenômeno, por ser ele o responsável pelo feedback corretivo nos alunos. Palavras-chave: Fossilização; período crítico.
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Eixo Temático 03: Metodologias e práticas no ensino de gramática NORMA GRAMATICAL BRASILEIRA: ENTRE OS CONSENSOS ÀS DIVERGÊNCIAS DAS GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO BRASIL Lee Jefferson Pontes da Silva (UFC) Maiara Sousa Soares (UFC) Mônica Magalhães Cavalcante (UFC) Partindo da observação de 5 (cinco) gramáticas normativas da língua portuguesa, o presente minicurso discutirá os resultados de uma análise dos conteúdos de concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal e regras pronominalização, a fim de apresentar os consensos e as divergências entre as normas prescritas pelos gramáticos. Para tanto, foram examinados três autores clássicos: Rocha Lima (1991), Cunha & Cintra (2010), Cegalla (2012), e dois compêndios gramaticais, de Pasquale & Infante (2012) e de Nilson Teixeira (2012). O objetivo é mostrar as normas que se mantêm em todas as obras em análise, verificando se apresentam variações, e de que natureza e, bem como, as normas que só constam em algumas delas. Também apontamos divergência de opiniões entre os autores quanto à flexibilidade ou não de certos preceitos. Atualmente, o ensino da gramática normativa é o principal foco das aulas de língua portuguesa; entretanto, cabe ao professor selecionar o compêndio a ser norteador de suas aulas. Uma questão complicadora surge: ensina-se a língua portuguesa ou ensina-se uma gramática e o ponto de vista de um gramático? O presente trabalho procurará expor as similitudes e as divergências entre os principais compêndios utilizados em sala de aulas e buscará discutir os critérios de concordância verbal presente na Norma Gramatical Brasileira (NGB) não por uma aplicação direta de um determinado gramático, mas por uma reflexão sobre suas exposições. O método de trabalho foi análise comparativa das obras, reflexão sobre as regras gramaticais e suas aplicações funcionais e os pontos de vistas adotados por cada gramático. A partir da leitura das gramáticas, se possibilitará a formatação de critérios voltados para o ensino de língua portuguesa e sua aplicação à produção de texto (oral e escrito). Palavras-chaves: NGB; análise comparativa;, gramática; língua portuguesa do Brasil. 76
ESTUDO DE IDIOMAS NA COMUNIDADE POPULAR: ENSINO GRAMATICAL DA LÍNGUA INGLESA NO QUILOMBO Davi de Almeida Oliveira (UFRPE – UAG) Diana Vasconcelos Lopes (UFRPE – UAG) O presente artigo objetiva demonstrar os resultados obtidos a partir do projeto Owls Around English Project (OAEP), na Escola Municipal Virgília Garcia Bessa, situada na Comunidade Quilombola do Castainho em Garanhuns, Pernambuco. A intervenção educacional tem como finalidade principal utilizar-se de atividades lúdicas no ensino/aprendizagem gramatical da língua inglesa para alunos do 6ºano (sexto ano) ao 9ºano (nono ano) do Ensino Fundamental II, por meio de aulas dinâmicas de reforço, além do uso da música no aprendizado da língua-alvo, com canções pré-selecionadas, que visam a uma melhor compreensão da fala dos usuários nativos de língua inglesa. Também são adotadas atividades como: jogos educacionais em grupo, para as revisões das estruturas da gramática e seu uso no dia-a-dia; leituras de paradidáticos; e produções textuais e orais na língua estrangeira. No decorrer das atividades, foi particularmente observado o nível de motivação dos estudantes para o registro da forma como estes reagiam à apresentação de cada atividade. Inicialmente, pudemos perceber uma positiva reação dos alunos, na recepção dos trabalhos efetuados e do conteúdo gramatical abordado. Consequentemente, houve uma melhoria no desempenho escolar da disciplina de Língua Inglesa, juntamente com a busca pelo aprofundamento do conhecimento no idioma. Em face desse crescente interesse pelo aprendizado do inglês, foi possível constatar que a implementação do ensino gramatical de uma língua estrangeira de maneira lúdica, criativa, dinâmica e interacional pode redundar em uma forma eficaz e produtiva de trabalho em sala de aula. Palavras-chave: Ensino/Aprendizagem de Língua Estrangeira; ludicidade; Comunidade Quilombola.
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AS PROPOSTAS DOS PCNS E A GRAMÁTICA DO LIVRO DIDÁTICO Paloma dos Santos Costa (PIBID/UECE) Marílio Salgado Nogueira (SEDUC) Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), ao privilegiar a dimensão interacional da língua, tem orientado o ensino de Língua Portuguesa e os conteúdos do livro didático. Conforme Antunes (2003), o ensino da gramática voltado para a nomenclatura e a classificação das unidades desenvolve nos alunos apenas a capacidade de reconhecer as unidades e nomeá-las corretamente. Travaglia (2007) aponta que o objetivo prioritário do ensino de língua materna deve ser o de desenvolver a competência comunicativa dos alunos e torná-los aptos a usar diferentes recursos da língua de forma adequada ao contexto. Os PCNs propõem que o ensino da gramática envolva o uso da língua e proporcione ao aluno uma reflexão sobre a estrutura e o funcionamento dela em diversos contextos e gêneros textuais a fim de desenvolver as possibilidades de uso. Portanto, o presente trabalho, em andamento, pretende analisar o que tem aplicado dos PCNs em relação ao ensino de gramática através de um livro didático de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II - 6o ano de uma escola pública de Fortaleza. Cada capítulo do livro contém textos de uma mesma temática que servem de base para o ensino da gramática e atividades sobre a temática. Foram analisadas cinco atividades gramaticais. Os resultados obtidos até o presente momento mostram-nos que há nesse livro uma preocupação em tomar o texto como objeto de ensino, conforme orientação dos PCNs, entretanto, em 80% das atividades, o texto não é explorado em um contexto de uso, e as regras gramaticais são ensinadas separadamente de forma descontextualizada. Diante dos resultados, acreditamos que os PCNs têm influenciado nos objetivos dos livros didáticos, pois constata-se uma movimentação em direção a um ensino mais proveitoso da gramática, porém observamos que o ensino da nomenclatura e classificação gramatical ainda é predominante, ou seja, meramente estruturalista. Palavras-chave: Gramática; ensino; PCNs.
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ANÁLISE DE EXERCÍCIOS DE GRAMÁTICA EM LIVRO DIDÁTICO DE LINGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL Débora Caruline Pereira Silva (UERN) Ananias Agostinho da Silva (UERN) Este trabalho tem como objetivo a análise de exercícios de gramática do livro didático de Língua Portuguesa do 7° ano do Ensino Fundamental, da coleção “Tecendo Linguagens”, publicada nesse ano de 2014, pela editora IBEP, buscando conhecer a forma com a qual o livro didático trabalha com a gramática. Enfatizamos as concepções de linguagem e de ensino de gramática que embasam teoricamente o livro didático, focalizando esses tópicos gramaticais: advérbio e locuções adverbiais, sujeito e predicado, visando a obtenção de uma melhor compreensão por parte do leitor. Como aporte teórico, nos fundamentamos, especialmente, nos estudos sobre o ensino da gramática, de autores como Neves (1990) e nos trabalhos de Possenti (1996); sobre o livro didático, utilizaremos como referencial os estudos de Travaglia (2003) pois esse autor nos leva a refletir sobre o conceito de gramática. Sobre o uso de advérbios e locuções adverbiais, buscamos aporte nos trabalhos de Madeira (2005), Fregonezi (1997) e Marcuschi (2007). Os dados foram coletados a partir da análise do livro e análise dos exercícios gramaticais, apresentando resultados dos questionários apresentados. Os resultados mostram como se dá o ensino de gramática com base no livro de Língua Portuguesa “Tecendo Linguagens” e como são aplicados os tópicos gramaticais do livro. Os exercícios contêm três questões escritas, nas quais algumas das questões possuem alternativas de A à D, além de questões interpretativas, e referentes à construção de frases. Os resultados apresentam, também, resultados referentes ao uso de regras e normas ortográficas, que, na maioria das vezes impossibilitam a compreensão do aluno. Palavras-chave: Análise; livro didático; exercícios.
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O ESTUDO DO MODO SUBJUNTIVO EM LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA INDICADOS PELO PNLD Lúcio Flávio Gondim da Silva (UFC) Hebe Macedo de Carvalho (UFC) Este trabalho é um dos resultados do Projeto de Monitoria “Estudo do Vocábulo em Língua Portuguesa” do Programa de Iniciação à Docência (PID) e configura-se como um desenvolvimento da pesquisa a ser apresentada nos Encontros Universitários UFC 2014. Desenvolveu-se um estudo na linha de Descrição e Análise Linguística com foco na investigação do modo subjuntivo em livros de Língua Portuguesa indicados pelo PNLD e adotados em sala de aula de escolas públicas da cidade de Fortaleza. O objetivo central deste estudo é analisar se e como esse modo verbal é abordado em coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa/PNLD. Foram analisadas duas coleções de livros didáticos adotados nos 7°, 8° e 9° anos do Ensino Fundamental II. Em linhas gerais, a análise demonstrou que o modo subjuntivo é pouco explorado nesses manuais. Quando o conteúdo é abordado, considera-se apenas seu aspecto formal, sem contemplar reflexões linguísticas atuais que priorizam aspectos formais e funcionais da língua. Nos livros em que não aparece explicitado estruturalmente dentro do quadro de conjugação verbal, o mundo subjuntivo é associado à noção clássica de dubiedade e/ou possibilidade, não levando em conta o tratamento do modo e da modalidade como categorias sintático-semânticas e discursivas. Essas categorias exprimem funções semânticas que não se restringem à estrutura formal e estão sujeitas às pressões do uso. Quanto ao modo subjuntivo, a abordagem dos livros analisados é, portanto, deficiente e não prioriza a reflexão sobre o funcionamento e os sentidos que essas estruturas linguísticas atualizam no uso da língua. Palavras-chave: Modo subjuntivo; livro didático; análise de gramática.
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UMA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO DA GRAMÁTICA Luana de Sousa Gomes (UFC) Marílio Salgado Nogueira (SEDUC) Atualmente, ainda vemos o ensino da gramática sendo amparado em uma metodologia que constantemente se desvincula do uso real da língua e promove exclusivamente o estímulo da memória do aluno. Contudo, sabemos que é possível que a gramática incite o ensino de modo contextualizado. Partindo dessa realidade, nosso estudo analisou como intercorreu o ensino dos substantivos pautado em uma perspectiva funcional, tendo como escopo mostrar até que ponto esse método de ensino é eficaz. A pesquisa é fundamentada em propostas de base funcionalista, se orientando pelos estudos de Neves (2006), que afirma que estruturas linguísticas são configurações de funções, e as diferentes funções são os diferentes modos de significação no enunciado, que conduzem à eficiência da comunicação dos usuários de uma língua, e Cunha e Souza (2011) e tem base no progresso de alunos de 6º ano do ensino fundamental de uma escola estadual do Ceará em resposta aos exercícios com foco na matéria de substantivo. A pesquisa de campo aconteceu inicialmente com a aplicação da metodologia funcional nas aulas destinadas aos substantivos, em seguida aplicamos atividades sobre o conteúdo apresentado dentro de um contexto, sempre contendo 4 questões, sendo a primeira delas de multipla escolha, a segunda demandava o preenchimento de cinco lacunas, a terceira solicitava que o aluno marcasse as opções corretas e a quarta requisitava respostas abertas em cinco itens. Doravante, coletamos o material extraído dessas atividades, computamos os dados obtidos e fizemos a análise quantitativa dos resultados. É importante salientar que nossa pesquisa é de campo e ainda se encontra em andamento, mas obtivemos resultados parciais de 58,5% de repostas corretas, 35,3% de respostas incorretas e 6,2% de questões não respondidas. Assim, constatamos um resultado satisfatório quanto ao ensino funcional dos substantivos. Isto posto, notamos que a partir da abordagem funcional é possível conduzir os alunos ao entendimento da função e do uso do substantivo de acordo com o contexto. Palavras-chave: Ensino; gramática funcional; língua portuguesa.
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ANÁLISE DO ENSINO DA GRAMÁTICA NA PRODUÇÃO TEXTUAL DE ALUNOS DO 3ª DO ENSINO MÉDIO. Juliana Oliveira Barros de Sousa (UFC) Isabel Rodrigues (UFC) O objetivo desta pesquisa é demonstrar por meio de análises das correções realizadas em laboratórios de redações - com alunos do terceiro ano do ensino médio- como o ensino da gramática tradicional muitas vezes não garante ao aluno uma produção textual efetiva, cumprindo um propósito comunicativo eficaz e coerente. Assim, nosso intuito inicial é analisarmos as concepções de gramática existente e suas aplicações adequadas ao contexto escolar desses alunos que se preparam para o vestibular. E, posteriormente, com as análises das produções textuais constatarmos os principais equívocos da aprendizagem dos alunos acerca da gramática ensinada pelos professores. Contudo, para conseguirmos perfazer este caminho sobre nossa gramática, internalizada e ensinada nas escolas, num período de doze anos, abordaremos Bechara (2006), Perini (1997) e Irandé Antunes (2013), com suas bibliografias muito próprias para nós professores. Colocamos também em análise a constituição da disciplina de Língua Portuguesa nas escolas, onde muitas vezes permanece uma separação clara entre: Literatura, Redação e Ensino da Gramática, como se essa tríade não pudesse caminhar para um mesmo fim: capacitar o aluno para que ele possa escrever e promover um discurso sóciocomunicativo, usando sua língua. Atitude essa esperada de um aluno do ensino médio e muitas vezes frustrada, quando percebemos em suas redações as reproduções de “blocos” sintaticamente perfeitos, mas sem um conteúdo discursivo - ensinados pelos pensares restritos da Gramática. Com isso,esta pesquisa trás diversos olhares acerca do ensino de nossa Língua nas escolas e suas práticas nas modalidades escrita e fala, evidenciando nas redações os erros e acertos de nosso ensino. E, ressalta, também, a renovação necessária para que o ensino da gramática cumpra seu objeto final: que o aluno não só saiba o nome das estruturas, mas entenda o funcionamento de sua língua e saiba utilizá-la. Palavras chaves: Gramática; ensino; redações.
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O ENSINO DA GRAMÁTICA NORMATIVA E A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA Tatiane Rodrigues da Silva (PIBID/UECE) Ariane Oliveira Loiola (PIBID/UECE) Atualmente ainda há discussões sobre como ensinar as variações linguísticas da Língua Portuguesa aos alunos da educação básica, devidos a sua riqueza. Para fomentar essas discussões, os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCN’s) orientam que o ensino deve ocorrer a partir de dados mais próximos da realidade do discente, de maneira que ele se identifique com mais propriedade, avançando no seu processo de conhecimento. Segundo Bagno (2008), se focamos na variação linguística, tem-se por mitos que “as pessoas sem instrução falam tudo errado” ou que “o domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”. São por esses mitos que o professor, ao utilizar o material didático, não tem interesse em aprofundar sobre a variação linguística. Portanto, esta pesquisa objetiva verificar como as instruções sobre as variações linguísticas estão sendo expostas na seção da gramática de um livro aplicado ao 8º ano do Ensino Fundamental II, de uma escola pública de Fortaleza. Esta pesquisa é bibliográfica, de natureza qualitativa e encontra-se em andamento. Em consonância com o objetivo deste trabalho, observou-se quatro capítulos sobre a temática para a análise. Assim, percebe-se que alguns alunos e professores reconhecem a variação linguística explanada no material didático, contudo, constatou-se a dificuldade em usar a gramática no ensino da variação linguística. Assim, identificamos que os professores e os alunos possuem dificuldade sem utilizar as explicações usadas nos materiais didáticos, pois o ensino das variações linguísticas é descontextualizado. Acreditamos que o material didático de Língua Portuguesa deve adequar-se ao ensino contextualizado, tornando-o mais eficaz, produtivo e de melhor compreensão. Palavras-chave: Variação linguística; gramática; ensino.
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O ENSINO DAS NORMAS GRAMATICAIS ATRAVÉS DA OBRA EMÍLIA NO PAÍS DA GRAMÁTICA Alex Bezerra Costa (PIBID/UECE) Constituído a partir do desejo de levar os jovens leitores a uma maior aproximação com as normas e regras gramaticais, além de nos dar uma das mais interessantes narrativas de ficção infanto-juvenil da literatura brasileira, o livro “Emília no País da Gramática”, de Monteiro Lobato, pode ser usado como um valioso instrumento no ensino da língua portuguesa. Publicado em 1934, a viagem da boneca Emília ao País da Gramática faz parte das aventuras acontecidas no famoso Sítio do Pica Pau Amarelo. O trabalho em questão objetiva expor métodos sobre como o alfabetizador pode se beneficiar e beneficiar seus alunos com a leitura da obra em questão, levando em consideração a riqueza em conteúdo gramatical que a obra carrega consigo, bem como a clareza na exposição desses conteúdos. Para tanto, usamos como metodologia neste trabalho a leitura contextualizada e compartilhada em sala de aula e análise de fragmentos da obra, que contém explícitas e claras explicações sobre uso e aplicação das normas gramaticais – sempre visando o uso da norma culta da língua. Entendemos como contextualização o contexto enunciativo sendo exposto com um propósito, e propiciadores não somente de mera decodificação, mas da certeza de que o aluno absorveu o conteúdo passado e está capacitado para aplica-lo em seu dia-a-dia. As citadas orientações metodológicas são por vezes citadas por estudiosos a exemplo de Elias e Koch (2006), Irandé Antunes (2003) e (1996), entre outros. Concluímos, portanto, que a possibilidade do uso da leitura contextualizado paralelamente ao estudo do conjunto de regras da língua portuguesa pode beneficiar ricamente o aluno em seu processo de ensino e aprendizagem. Palavras-chave: Ensino de gramática; leitura; Literatura Brasileira.
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VIVÊNCIAS DA APRENDIZAGEM COOPERATIVA NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Alverbênia Maria Alves de Lima (UFC) Ana Célia Clementino Moura (UFC) Esse trabalho tem por propósito relatar as vivências das primeiras aulas da disciplina Tópicos Especiais em Língua Portuguesa numa Abordagem da Aprendizagem Cooperativa e a importância da metodologia estudada para a formação dos graduandos, futuros ou já professores de Língua Portuguesa. Criada recentemente no curso de Letras, com o intuito de gerar um espaço de reflexão das práticas de ensino e de proporcionar o contato dos graduandos com a metodologia da Aprendizagem Cooperativa, que tem por propósito o trabalho estruturado em equipe para se alcançar um objetivo em comum, a disciplina iniciou suas atividades em março de 2014 com 33 alunos matriculados, com dois encontros semanais. A disciplina foi executada em duas etapas: na primeira abordamos temas teóricos, realizamos discussões, fizemos relato de experiências e práticas aliando a metodologia com o ensino da língua portuguesa; na segunda etapa desenvolveram-se oficinas versando sobre o ensino de Língua Portuguesa, todas tomando como base a metodologia (atividades e jogos). Todas as oficinas foram elaboradas pelos estudantes, supervisionadas pelos monitores e pela professora, em seguida, foram vivenciadas por todos os alunos da disciplina. As atividades desenvolvidas em sala de aula, seguindo os pilares da metodologia estudada, se realizavam em equipes. Dessa forma, se aprendia sobre a metodologia enquanto se vivenciava. Concluiu-se que durante as aulas houve uma mudança de ponto de vista do ensino pelos graduandos, que perceberam a possibilidade de ensinar sem ser o centro do conhecimento e que os próprios estudantes podem aprender uns com os outros, sendo protagonistas do seu próprio aprendizado. Além das questões cognitivas, os graduandos também se conscientizaram sobre a influência das habilidades sociais na vida social, em especial na realidade escolar. Palavras-chave: Língua Portuguesa; aprendizagem cooperativa; ensino.
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APRENDIZAGEM COOPERATIVA NA FORMAÇÃO DO DISCENTE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Aliny da Silva Portela (UFC) Ana Célia Clementino Moura (UFC) Disciplina em vigor desde 2014.1, Tópicos Especiais em Língua Portuguesa numa abordagem de Aprendizagem Cooperativa apresenta uma nova abordagem para o ensino de nossa língua materna a partir dos elementos da Aprendizagem Cooperativa desenvolvida pelos irmãos David e Roger Johnson. Tendo em vista seu caráter inovador na formação do graduando em Letras pela Universidade Federal do Ceará, o presente trabalho objetiva apresentar a percepção dos alunos da disciplina acerca da metodologia da Aprendizagem Cooperativa e da possível contribuição da mesma para sua formação profissional. Para a realização do presente trabalho, os alunos responderam um questionário com questões subjetivas sobre como percebiam a aplicação da metodologia no ensino da Língua Portuguesa, as possíveis vantagens e dificuldades enfrentadas por eles ao aplicarem-na em sala de aula e como o conhecimento de tal metodologia influenciaria suas práticas docentes. Como resultados, foi observado pelos alunos da disciplina que a metodologia ajudou-lhes em suas práticas docentes e na própria disciplina quanto à melhoria do nível de interação em sala de aula, assim como contribuiu para gerar mais responsabilidade tanto individual quanto de grupo na realização de atividades. Tal consciência de responsabilidade, por sua vez, se mostrou fruto da compreensão dos discentes acerca do princípio da interdependência social positiva. As dificuldades relatadas foram estruturais, como falta de material, necessidade de um tempo maior para o planejamento, e/ou falta de apoio da escola na qual trabalham para aplicação da metodologia, pois as instituições muitas vezes têm receio de que a aplicação de metodologias alternativas atrapalhe o cronograma escolar. Palavras-chave: Formação docente; língua portuguesa; aprendizagem cooperativa.
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DIAGNÓSTICO DE ATIVIDADES DE CUNHO GRAMATICAL NO LIVRO BASE Bruna Renata Rocha Fernandes (PIBIC/CNPq -UFC) Pedro Mendes Leão (UFC) Maria Fabiola Vasconcelos Lopes (UFC) O ensino de gramática nas aulas de português nos ensinos fundamental e médio apresentam alguns problemas devido, geralmente, ao uso de gramáticas com foco na forma; ou seja, gramáticas prescritivas. E esta não é uma realidade encontrada apenas nas aulas de português. Sabe-se que há muitos problemas no ensino de gramática também nas aulas de inglês como língua estrangeira. Nesse contexto, professores de inglês se guiam totalmente por um livro base desta língua. Portanto, é de grande importância saber como as atividades de gramática são apresentadas nesses livros, e como os professores lidam com esses tipos de questões. Assim como também é relevante verificar o tipo de perspectiva presente nesses materiais. A seguinte indagação nos inquieta: seria a perspectiva formal, mais tradicional e prescritiva, ou a funcional, com foco na função desempenhada pela língua? A pesquisa tem por objetivo investigar as atividades com foco em gramática dos livros bases de língua inglesa do ensino médio. A investigação se dá por meio do levantamento, classificação e análise das atividades de todas as unidades de três livros de inglês do ensino médio da rede pública de ensino de Fortaleza. O estudo é uma pesquisa de descrição linguística, a qual buscará a constatação ou refutação da hipótese de que a maioria das atividades de gramática dos livros didáticos analisados são, de fato, de natureza estruturalista. A base teórica da pesquisa encontra-se nos trabalhos desenvolvidos por Lopes (2008), Neves (1994), Conejo (2009), Cunha & Tavares (2007), entre outros autores funcionalistas, e, também na leitura de teorias estruturalistas da língua. (Apoio FUNCAP). Palavras-chave: Gramática; funcionalismo; estruturalismo.
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MONITORIA DE PROJETOS E SEU IMPACTO NA DISCIPILINA DE MORFOSSINTAXE Jorge Ribeiro dos Santos (UFC) Mediante os conteúdos relacionados à morfossintaxe da língua inglesa, algumas dificuldades se apresentam por parte dos alunos. Assim, a fim de minimizar o grau de dificuldade do alunado nesse contexto é interessante um projeto de monitoria que se volte para questões sintático-semânticas, de estruturação e organização do padrão oracional e gramatical da língua inglesa. Então, o projeto cujo título é Morfossintaxe da língua inglesa visa contribuir para a diminuição da evasão no curso de Letras com habilitação dupla em inglês. O procedimento adotado na monitoria consistiu na discussão dos textos previamente indicados pelo professor, preparação de seminários e aplicação de simulados. Dos procedimentos metodológicos, deu-se o seguinte: leitura e reflexão sobre o conteúdo juntamente com o monitor; discussão dos pontos de maior dificuldade e resolução de exercícios voltados para a morfossintaxe da língua inglesa. No tocante aos seminários, aspectos como a desenvoltura dos alunos em sala da aula em sua zona de atuação, tom da voz, posicionamento em sala durante a apresentação, interatividade apresentador/audiência, controle do tempo para cada etapa e, domínio do conteúdo foram reforçados. Atrelados aos tópicos dos seminários, o monitor aplicou provas simuladas, formulados a partir do material teórico indicado pela professora da disciplina. A aplicação dos simulados consistiu de atividades reflexivas que refletiram na produção oral e textual dos alunos. Tais atividades se voltaram para a morfologia e sintaxe do inglês. Assim, os alunos obtiveram 75% de aprovação direta, sem intermédio da avaliação final, sendo que, os 25% que foram para final também lograram êxito totalizando 100% de aprovação. Ações como a monitoria de projeto servem como ferramenta no auxílio à disciplina, favorecem resultados satisfatórios além de prover desenvolvimento e autonomia acadêmica. Palavras-chave: Morfossintaxe, monitoria, projeto-ação.
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JOGOS NO AUXÍLIO AO ENTENDIMENTO DE ASPECTOS SINTÁTICOSEMÂNTICOS Clarisse Magno da Silva (UFC) Sabendo da importância dos gêneros textuais no desenvolvimento da competência textual dos alunos, criar mecanismos que venham reforçar tal competência se faz necessário. Para tal fim, pensamos em descrever e analisar sob a ótica da categoria modalidade um gênero raramente explorado em sala de aula, o gênero instrucional. Escolhemos em particular, os jogos de tabuleiro. A metodologia se deu a partir de leituras acerca de gêneros textuais, escolha do gênero e delimitação dos jogos da internet, e seleção dos jogos que apresentavam a versão em forma de texto. Após tal escolha, deu-se a caracterização de tais jogos. A análise nos permitiu perceber que a incidência do imperativo aparece com 59,6%, o infinitivo com 24,1% e o subjuntivo com 1,4%. Já em relação à manifestação da modalidade temos a utilização de verbo pleno em 72,8%, seguido de verbo auxiliar com 25,5% e substantivo com 1,5%. A partir desses resultados vimos que os jogos de tabuleiro pode ser um bom recurso de sala de aula de língua inglesa no tratamento dado ao tópicos modo, modalidade e no entendimento de aspectos sintático-semânticos. Como referencial teórico, nos respaldamos por autores como Raimes (1978), Koch e Favero (1998), e Bronckart (1999), Sheneuwly et al. (2004), Marinello, Benetti e Köche (2008), Lopes (2009 e 2011), Neves (2012), Marcuschi (2008), Koch (2003), Xavier (2006) e Bazerman (2006). Palavras-chave: Gênero instrucional; jogos de tabuleiro; sala de aula.
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Eixo Temático 04: A gramática e seus matizes no ensino de línguas: materna e estrangeiras (modernas e clássicas) TINHA UMA VÍRGULA NO MEIO DA FRASE: CONSIDERAÇÕES SOBRE AS PRESCRIÇÕES DO EMPREGO DO SINAL Leandro Vidal Carneiro (UFC) Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa em que se buscou verificar a abordagem das Gramáticas Normativas sobre o emprego da vírgula nas frases em português, isto é, os casos para os quais é prescrito o uso obrigatório, o uso facultativo ou a restrição de uso do sinal. A pesquisa faz parte de um projeto maior, realizado por integrantes do Protexto/UFC, que busca investigar como vários outros fenômenos linguísticos são abordados pelas GN. O corpus desta constitui-se de cinco GN e um livro especializado no assunto do emprego do sinal de pontuação em foco. Para a coleta dos dados, realizou-se uma leitura do que cada autor diz sobre os casos em que o sinal deve ou não ser utilizado, e, por meio de um método comparativo, procurou-se destacar as semelhanças e as diferenças entre as regras apresentadas nas obras. Os resultados apontam algumas discrepâncias no tratamento do assunto, tais como as contradições, em um mesmo compêndio, entre as regras que, para o mesmo ambiente sintático, ora afirmam o emprego do sinal, ora o negam; a ausência de regras, em uma das obras, que prescrevam os casos onde o sinal não deve ser utilizado; regras apresentadas em uma obra e ausentes em outras; vagueza na exposição das regras, não recompensada pelos exemplos dados, entre outras. Face a esses resultados, espera-se que este trabalho contribua para ampliar os horizontes do ensino das regras de utilização da vírgula, para o qual o professor deve levar em consideração a divergência que existe entre os argumentos dos autores das GN, todos amparados pela Norma Gramatical Brasileira, NGB, e oferecer ao aluno a perspectiva de diversos olhares sobre o mesmo objeto. Palavras-chave: Vírgula; regras; gramática normativa.
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ESTUDO COMPARATIVO DOS USOS DAS PREPOSIÇÕES EM PORTUGUÊS E EM ESPANHOL Caroline Trevisan (UFFS) O presente trabalho é o resultado parcial de uma pesquisa de Iniciação Científica ainda em desenvolvimento e diz respeito ao estudo dos usos contrastivos das preposições no português e no espanhol. Tem como principal justificativa a carência de materiais publicados a respeito desse assunto e a necessidade de explorar tal tema na sala de aula de espanhol como língua estrangeira, já que muitas vezes o ensino das preposições nas aulas de ELE não considera a língua materna dos alunos brasileiros, o que pode gerar muitas interferências. Sendo assim, o desenvolvimento da pesquisa é composto pelos seguintes métodos: primeiramente analisamos artigos publicados a respeito das teorias que regem o processo de ensinoaprendizagem do espanhol para brasileiros, após isso, estudamos como o tema das preposições é tratado em manuais de gramática normativa (tanto em língua portuguesa quanto em língua espanhola); a seguir verificamos o que nos trazem as gramáticas de usos de ambas as línguas. Estudar tal tema nas duas línguas possibilitará uma descrição contrastiva dos usos das preposições (recorrendo também às teorias de Gramática Contrastiva). Por fim, analisamos como o tema é abordado nos Parâmetros Curriculares Nacionais e em alguns livros didáticos de espanhol como LE. Após essa descrição comparativa, apresentamos os resultados da análise de nosso corpus, através de uma pesquisa, composta por um questionário, respondido tanto por alunos brasileiros, aprendizes de espanhol, e por alguns professores de ELE. Ao final propomos atividades (dentre elas, de práticas de tradução) sobre o tema das preposições, considerando as proximidades e peculiaridades de cada uma dessas línguas. Palavras-chave: Ensino; ELE; preposições.
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LÍNGUA ESPANHOLA EM QUADRINHOS: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DA GRAMÁTICA Leonardo Ferreira Campos (UFPA) Daniela Barbosa Soeiro (UFPA) Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de contribuir para a melhoria do ensino de gramática do espanhol em escolas da rede pública, já que o contexto atual do ensino de línguas estrangeiras se apresenta, quase sempre, com uma metodologia pautada na memorização de normas gramaticais desvinculada da realidade, e, portanto, distante do que propõem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC). Para tanto, foi criada uma proposta de utilização do gênero textual/discursivo “histórias em quadrinhos (HQs)” como ferramenta para o ensino da gramática, para ser aplicada em escolas públicas do município de Castanhal - PA, com o objetivo de desenvolver as habilidades linguísticas dos alunos, no que tange à leitura, à pronúncia e à análise linguística, de forma contextualizada. O trabalho pauta-se na abordagem teórico-metodológica dos gêneros textuais/ discursivos, a partir de autores como Bakhtin e Marcuschi. Esse embasamento teórico concebe a linguagem como forma de interação verbal e, portanto, pode permitir que o aprendiz não pense a língua de maneira isolada de uma aplicação real, adquirindo apenas um domínio das regras gramaticais, mas que possa vê-la como instrumento de interação social, efetivamente utilizado nos diversos contextos sociocomunicativos, atingindo, assim, os níveis de competência linguística propostos nos PCNs. A partir da aplicação desta proposta, percebeu-se que as HQs ainda não tem grande espaço em sala de aula, porém, sua natureza ilustrativa e, muitas vezes, humorística, atrai o interesse dos discentes, o que favorece o ensino da gramática através deste gênero, além de proporcionar, a partir de temas cotidianos, reflexões que colaboram também para a formação geral do aprendiz enquanto cidadão. Palavras-chave: Ensino de gramática; línguas estrangeiras; histórias em quadrinhos.
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GRAMÁTICA E ENSINO DE LÍNGUAS: O USO DE CORPORA ELETRÔNICOS EM SALA DE AULA DE INGLÊS COMO LE Samya Semião Freitas (UECE) Sabe-se que o ensino de gramática tem sido o foco do professor nas salas de aula de LE de todo o país durante muitos anos. Contudo, com o advento da abordagem comunicativa, a prática de se ensinar ou não gramática tem sido bastante questionada, o que enfraqueceu, mas não eliminou, a sua prática em sala de aula. Ao pensarmos no ensino de línguas estrangeiras na contemporaneidade, uma era Pós-Método, percebe-que o professor tem se aliado a cada dia mais à tecnologia, o que tem modificado também a abordagem da gramática em sala de aula. Com base no ensino comunicativo de línguas, que defende o uso de textos originais em sala de aula, muitos professores têm utilizado programas computacionais para levantar e explorar registros reais da língua em sua prática. Os corpora eletrônicos de línguas são compostos de milhares de amostras de linguagem autêntica em registros diversos e seu uso no ensino de línguas é denominado data-driven learning (DDL). Além de proporcionar ao professor uma nova forma de ensinar gramática, menos mecânica, o trabalho busca conscientizar o aprendiz sobre a fragilidade das prescrições normativas encontradas nos livros de gramática, pois elas nem sempre correspondem ao uso na vida real. Assim, o presente trabalho teve como objetivo propor estratégias de intervenção gramatical em salas de aula de LE por meio do DDL. A pesquisa foi realizada por meio da pesquisa-ação em um curso livre de Fortaleza e revelou que o uso de corpora em sala de aula proporcionou aos alunos uma sensação real de aprendizagem e facilitou a compreensão das regras gramaticais, assim como, tornou-os mais conscientes ao lidar com a variedade linguística. Palavras-chave: Gramática; ensino de línguas; linguística de Corpus; DDL.
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PRODUZINDO GLOSSÁRIOS EM LIBRAS NO INSTITUTO CEARENSE DE EDUCAÇÃO DE SURDOS Vanessa Lima Vidal Machado (UFC) Atualmente um grande número de Tradutores/Intérpretes de Libras (TILS), atuam nas escolas regulares e nas escolas de/para surdos no Brasil apesar de não possuírem formação específica no campo da tradução ou ainda não são formados no nível superior em outras áreas, tornando sua atividade mais suscetível a problemas de tradução. São exigidos dos tradutores práticas e conhecimentos específicos, que vão além do saber linguístico (lexical) de um ou mais idiomas, tendo em vista que uma boa tradução não deve apenas conter o mesmo significado do texto de partida, mas também fazê-lo de modo a se assemelhar à forma utilizada por falantes nativos da língua de chegada. No estado do Ceará, o Instituto Cearense de Educação de Surdos (ICES), conta com a presença de TILS desde 1999. No ambiente escolar, devido à falta de alguns sinais específicos em termos usados de algumas disciplinas, ainda é recorrente o empréstimo linguístico proveniente do Português para a Libras através da datilologia (alfabeto manual). Dessa forma, a criação de vocabulário específico em libras se justifica ao facilitar os atos de comunicação entre os sujeitos que compõem as turmas, isto é, professores, alunos e intérpretes – que adotam sinais pré-existentes ou os criam de acordo com as regras gramaticais da Libras, uma estratégia utilizada para difundir o uso de sinais relacionados às disciplinas na comunidade escolar surda e nos TILS ao passo que contribui tanto para elencar vocabulário de uma língua, quanto para tradução destes termos. A criação de glossários é uma prática existente no ICES há pouco tempo, no entanto vem se consolidando como prática. Isso pode melhorar as interpretações em sala de aula, uma vez que esses sinais são compartilhados. Palavras-chave: Glossário; tradução; gramática.
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Eixo Temático 05: A gramática e os gêneros textuais ou discursivos LÍNGUA MATERNA E GÊNEROS TEXTUAIS: UMA ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES SOBRE LÍNGUA E GÊNEROS TEXTUAIS DOS GRADUANDOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS DA UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA Andressa Vieira da Costa Idalino (URCA) O presente trabalho objetiva analisar as concepções sobre língua voltadas ao ensino de língua materna, dos graduandos do Curso de Licenciatura em Letras. Para tanto, levei em consideração a contribuição dos gêneros textuais e as relações entre a língua falada e a língua escrita. Buscarei compreender como esses elementos se constituem e se complementam na formação de professores destinados ao ensino de língua materna. Para a realização do estudo discutirei os conceitos de “oralidade”, “modalidades de uso da língua”, “ensino de língua materna” dentre outros. Os sujeitos da pesquisa na investigação de campo foram alunos do segundo e oitavo semestres do referido curso. Foram aplicados 27 (vinte e sete) questionários com perguntas quantificáveis e qualitativas, envolvendo aspectos objetivos e subjetivos dos participantes. Os temas abordados foram as seguintes concepções: (1). Língua; (2) Língua falada e língua escrita; e (3) Contribuição dos gêneros textuais no aprendizado em língua materna. A partir dos dados coletados na pesquisa, foi possível compreender que a língua é entendida como conjunto de práticas sociais, onde toda e qualquer atividade produzida verbalmente se dá por meio de gêneros textuais. Os gêneros textuais surgem dessa perspectiva como consequência dessa simbiose de acordo com cada situação ou contexto tornando-se, assim, um mote para novas reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem em língua materna. Outra importante contribuição, diz respeito aos domínios discursivos quanto às modalidades de usos sociais da língua, pois cada situação desencadeia tipos de falas e escritas específicos. Entre falar e escrever há sutilezas que delineiam os limites nos quais cada um dos processos passa para o papel e/ou nos atos de fala os domínios discursivos sobre cada tema, quer seja na verbalização, quer seja na escrita. Palavras-chave: Gramática; ensino e língua materna 95
GÊNEROS TEXTUAIS: ATIVIDADES PRÁTICAS DE LEITURA , PRODUÇÃO TEXTUAL E GRAMÁTICA PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Roberta de Lima Colares (UEA) Maria Celeste de Souza Cardoso (UEA) Este trabalho tem por objetivo expor os resultados do Projeto de Extensão sobre Gêneros Textuais e as oficinas de atividades práticas de leitura, produção de textos e gramática desenvolvidos em três escolas públicas da cidade de Parintins. É uma experiência que enfatiza a importância da leitura para os alunos das séries finais do Ensino Fundamental, pois muito se tem falado a respeito do assunto nos últimos anos. A prática da leitura nas escolas é um dos temas mais discutidos entre os profissionais da educação e também com aqueles que se preocupam com o bom desempenho dos alunos. A leitura representa uma atividade de grande importância para a vida de cada um desses jovens, porque através dela todos podem interagir e compreender o mundo, realizando atividades que contribuem para o crescimento em sociedade, seja lendo ou escrevendo, seja participando ativamente na escola ou fora dela. Assim, a partir dos gêneros textuais, acredita-se na importância de projetos que envolvam atividades de leitura, produção textual e gramática para a vida de meninos e meninas que estudam no Ensino Fundamental, não somente por causa das exigências de ações governamentais, mas também para que esses jovens e a escola compreendam a necessidade de se enfatizar cada vez mais ações práticas para amenizar problemáticas que fazem parte do dia a dia escolar. A metodologia do projeto engloba leitura de obras que tratam da temática do projeto e a organização das oficinas com a parceria dos acadêmicos do curso de Letras para aplicação das atividades. Com o projeto espera-se incentivar a leitura, a produção textual e o ensino da gramática de forma prática e eficiente. Palavras-chave: Gêneros textuais; leitura; produção textual; gramática.
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OS GÊNEROS TEXTUAIS NA FORMAÇÃO DOS NOSSOS LEITORES REFLEXÕES SOBRE GÊNEROS E O ENSINO DA LÍNGUA Ana Carolina Ferreira Cortejano (UNICESUMAR) Neste trabalho buscamos analisar a relação existente entre gramática e textos/gêneros textuais no ensino aprendizagem da língua nas instituições de ensino, cabendo ao professor mediador inovar as tradicionais aulas de gramática transformando-as em aulas de análise linguística. A importância de se trabalhar a língua em uso através dos gêneros nos quais eles se manifestam podem mobilizar professores e educadores que buscam adaptarse a essas novas perspectivas. Para tanto, objetivamos mostrar que a inserção dos gêneros textuais no ensino vem mudando a dinâmica da educação em língua portuguesa, tornando profícua a construção do conhecimento linguístico a partir dos mesmos. Para alcançar nossos objetivos foi feita uma fundamentação teórica com base em diversos autores/pesquisadores da área da linguagem que investigam esta temática e encaminham a um ponto comum: é de extrema importância que se opte pelo texto e gêneros textuais sob uma perspectiva mais ampla de ação, sistematização e circulação, com o objetivo de qualificar a aprendizagem, atendendo a realidade tanto da sala de aula, quanto do meio social em que o aluno está inserido. Percebemos haver consenso entre os linguistas de acordo com suas reflexões sobre estes aspectos, sugerindo que o aluno opere de forma criativa sobre a própria linguagem sempre tendo o texto como base. É natural que a escola vise ao ensino da língua padrão, no entanto, é importante que ela ofereça condições necessárias para que a aprendizagem obtenha resultados positivos e nesse caso, o ensino de língua portuguesa deve oferecer atividades que proporcionem uma segurança linguística necessária a diversas situações de interação comunicativa e reflexiva no entendimento dos conteúdos gramaticais. Pretendemos com esta pesquisa mostrar a importância da utilização dos gêneros textuais no aprendizado da gramática no cotidiano escolar. Palavas-chave: Gramática; linguagem; gênero textual.
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INTERTEXTUALIDADE E GRAMATICALIDADE NO GÊNERO TEXTUAL TIRINHA: UM ESTUDO DE CASO Ariadna Rodrigues Probo Amaral (UFPI) Elizandra Dias Brandão (UFPI) Este trabalho pretende mostrar como o estudo de aspectos formais da língua portuguesa podem ser abordados em sala de aula. Para tanto, nos valemos do gênero textual tirinha para observar as habilidades de leitura e interpretação de textos. Nosso objetivo foi compreender como se caracteriza esse gênero dando enfoque especial à presença da intertextualidade verbal e não verbal. A escolha do gênero tirinha se deu pelo fato do reconhecimento de sua importância na combinação entre texto escrito e imagem. Este estudo teve suporte teórico em autores como: Antunes (2007), Bechara (2006), Franchi (2006), Bakthin (1997) e Marcuschi (2003). Todos eles acreditam que no trabalho com textos a gramática é constitutiva, e ao mesmo tempo, uma imposição social. A metodologia utilizada para a realização deste trabalho consistiu em uma pesquisa de campo realizada na Escola Municipal Mercedes Costa, em Teresina – PI, com duas turmas do 8º ano, sendo, primeiramente, apresentado às turmas o projeto, seu objetivo, sua finalidade, sua contribuição para o processo de compreensão do gênero textual. Adentramos ao campo de pesquisa e discutimos a importância do uso da língua, como contribuição da gramática no gênero textual tirinha. Ao final do trabalho, percebemos que os alunos identificaram a relação de significado comum entre a imagem e o texto apresentado, conseguindo reconhecer, analisar e produzir o gênero textual estudado, assim como desenvolver o senso crítico a partir dos debates realizados nas aulas expositivas, recorrendo a uma análise linguística do gênero por meio de trabalhos provenientes das habilidades de leitura e escrita. Palavras-chave: Gramática; gênero; intertextualidade.
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PRÁTICAS SOCIAIS DE LETRAMENTO ATRAVÉS DOS GÊNEROS CHARGE E CARTUM Anderson Nascimento dos Santos (UFPI) Hosana Pereira dos Santos (UFPI) Erickson Diniz Nogueira (UFPI) A linguagem está presente nas interações cotidianas, a compreensão das minúcias da gramática se torna mais eficaz, com o auxilio do texto e dos gêneros discursivos como exemplos as charges e cartuns, pela discursividade e por tratar-se de gêneros veiculados nas mídias, causando reflexão, auxiliam na criatividade dos discentes criando senso crítico em relação às questões sociais ligadas a língua, pois o conhecimento da gramática desenvolve habilidades de expressão e compreensão textual como afirma Azero (2008) Para expressar nossas ideias e opiniões utilizamos a língua. Por este motivo um trabalho com essa vertente foi realizado pelos monitores de língua portuguesa na Unidade Cenecista Popular de Teresina, localizada na cidade de Teresina, estado do Piauí com o titulo “Práticas sociais de letramento através dos gêneros charge e cartum” direcionado aos alunos do ensino médio objetivando despertar a reflexão dos discentes e fazer com que pudessem discutir sobre a temática da copa do mundo aumentando seu repertorio discursivo. Desenvolveu-se o trabalho a partir da teorização e finalizando com a prática, através das produções dos alunos e exposição. Este trabalho fundamenta-se nos PCN´s na abordagem dos gêneros textuais como objeto de ensino, em Bakhtin (2003) defende a ideia de que a fala ocorre por meio de um determinado gênero discursivo e em Marcuschi (2002) caracteriza os gêneros como eventos maleáveis, dinâmicos e plásticos, daí a necessidade de trabalhar os gêneros discursivos numa perspectiva ampla priorizando o ensino de língua portuguesa. Observou-se que após a realização da atividade os alunos passaram a ver a língua de outra maneira tendo uma aprendizagem significativa e percebendo a linguagem como forma de ação ligada ao cotidiano deles e aos fatos que acontecem a sua volta, desenvolvendo senso crítico e habilidades de leitura ampliada. Palavras-chave: Gêneros discursivos; linguagem; gramática.
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RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS Eixo Temático 01: A gramática e as avaliações em larga escala: ENEM, SAEB, Prova Brasil, SPAECE e outros REFLEXÕES SOBRE A NOÇÃO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NO EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO Lorena da Silva Rodrigues (SEDUC) Segundo a Matriz de Referência do Exame Nacional do Ensino Médio, através da Competência 8 da área de Linguagem, Códigos e suas tecnologias, é avaliada a capacidade do candidato de “Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade.” A partir da análise das habilidades referentes a essa competência, observa-se uma perspectiva sociolinguística aplicada ao ensino de língua materna, uma vez que o estudante deve ser capaz de “identificar”, “relacionar” e “reconhecer” as diversas variantes sociais, regionais e de registro da língua portuguesa ao fim de sua escolarização. Dessa forma, este trabalho tem por objetivo fazer uma análise das questões da prova do ENEM referentes às habilidades H25, H26 e H27. Para tal, analisaremos os exames de 2009 a 2013 na perspectiva sociolinguística, a fim de mapear quais as noções dessa teoria são apresentadas pelo exame e, a partir daí, traçar uma reflexão sobre a avaliação feita a cada variante abordada, a partir dos itens propostos em cada questão averiguada. Por avaliação, tomamos a noção de Weinreich, Labov e Herzog (2006[1968]) no que diz respeito à Teoria da Variação e Mudança Linguística, a saber: os valores subjetivos sobre o uso de uma estrutura. Nossa discussão tomará por base ainda a noção de norma de Coseriu, bem como a proposta laboviana de língua, enquanto heterogeneidade sistemática. A partir de nossa análise, observamos que o ENEM afasta a ditadura do ensino normativo, reconhecendo a variação linguística como algo inerente à língua. Palavras-chave: Variação linguística; ENEM; avaliação.
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O ENCAPSULAMENTO ANÁFORICO EM REDAÇÕES DE VESTIBULAR Venuzia Maria Gonçalves Belo (UEMA) Nesta comunicação objetiva-se analisar as ocorrências de retomadas de porções textuais, realizadas por meio da estratégia referencial denominada encapsulamento anafórico, que contribuem para a progressão referencial em textos argumentativos. Assim, as produções textuais de caráter argumentativo, produzidas por candidatos que participaram de processos seletivos para o preenchimento a vagas de cursos de graduação oferecidos na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, no campus de São Luís – MA, a denominada “redação”, constituíram-se no corpus analisado. Sabe-se que as retomadas textuais constituem-se em um recurso discursivo bastante utilizado em textos argumentativos, promovendo não só a ligação entre as diferentes partes do texto, mas também contribuindo para a progressão textual por meio da referenciação. Dessa forma, a abordagem proposta fundamenta-se na inter-relação entre referenciação e argumentação, conforme os estudos postulados por Koch, Marcuschi, Cavalcante e Tedesco. O método adotado é o teórico-analítico, desenvolvido a partir do levantamento de categorias de análise para a observação do fenômeno em estudo. No decorrer da pesquisa, resultados iniciais indicam que o encapsulamento anafórico produzido apenas por pronomes demonstrativos aparecem em número superior ao produzido por expressões nominais. Tal constatação orienta para que se perceba que a forma de encapsulamento capaz de produzir uma recategorização do referente e, por esse motivo, semanticamente, contribuir mais para a constituição do texto, é o menos utilizado pelos produtores textuais. Com os resultados alcançados, buscou-se contribuir com os estudos acerca da referenciação e seu efetivo uso por egressos do Ensino Médio na cidade de São Luís – MA, intentando ainda colaborar para o debate sobre o ensino de produção textual. Palavras-chave: Redação; progressão referencial; encapsulamento anafórico.
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Eixo Temático 02: A teoria e gramática TEORIAS LINGUÍSTICAS E SUAS CONCEPÇÕES DE GRAMÁTICA: ALCANCES E LIMITES Francisco Elton Martins de Souza (UFC) Este trabalho tem o objetivo de abordar as concepções de gramática que percebemos inerentes às correntes teóricas do estruturalismo, do gerativismo e do funcionalismo. Para cada uma destas vertentes, realizamos uma breve explanação a respeito de seu quadro teórico e procuramos explicitar o que compreendemos que concebem como gramática. Objetivamos também explicar o que consideramos como sendo alcances e limites em cada corrente tanto no que se refere à concepção de gramática que revelam, como no que diz respeito à própria concepção de língua, a partir da qual podemos perceber com qual amplitude se dá a análise e a compreensão dos fatos de linguagem. Para empreendermos esta pesquisa, baseamo-nos nos estudos de Neves (1997; 2002), Saussure (2006), Nogueira (2006), Lyons (2009), Martelotta (2010), Kenedy (2010), dentre outros. Apesar de compreendermos que tais correntes teóricas não foram elaboradas com intuitos didáticos, mostramos também em nosso trabalho que ainda é possível identificar reminiscências das citadas correntes na prática do ensino de línguas. Para isso, baseamo-nos em Neves (2002), quando a autora cita prováveis influências das correntes estruturalista e funcionalista no ensino. Enfocamos, em especial, a corrente funcionalista, já que é a mais aprofundada pela autora como tendo relações mais estreitas com o ensino. Os resultados nos mostram que as concepções de gramática parecem evoluir, no sentido de expandirem suas visões de língua/linguagem, na passagem de uma corrente teórica para outra. Ao final do trabalho ressaltamos que outras correntes, pós-funcionalistas, como chamamos, possam apresentar visões ainda mais expandidas de gramática, língua e linguagem. Palavras-chave: Teorias linguísticas; concepções de gramática; fatos de linguagem.
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TEXTOS PUBLICITÁRIOS DA INTERNET E O LEITOR NA PERSPECTIVA DA GRAMÁTICA DO DESIGN VISUAL Marílio Salgado Nogueira Os textos publicitários ocupam um importante papel na comunicação social. Com o advento da Internet, os textos publicitários na web têm ganhado mais espaço e ao pensar em sua composição, podemos afirmar que os textos verbais e visuais, muitas vezes, integram textos dessa natureza para formar um sentido ou enfatizar uma informação. Assim, a fim de compreender a interação entre os referidos textos e o leitor, tomou-se como base teórica a Semiótica Social de Halliday (1978), cujo enfoque é na investigação e compreensão de fatores sociais, históricos e culturais utilizados para produzirem o significado de qualquer modo semiótico. Também, levamos em conta a Gramática do Design Visual – GDV – desenvolvida por Kress e van Leeuwen (1996), que estuda como a integração entre os textos verbais e visuais acontece para a formação ou complementação de sentido para o leitor. Nesse âmbito, o objetivo desse trabalho é descrever as relações existentes entre os textos verbais e os textos visuais encontrados nos textos publicitários da Internet para construção de sentido e, por meio de tal construção, verificar como os textos publicitários proporcionam uma interação do seu conteúdo com o leitor. A fim de atingirmos nosso propósito, nos conduzimos por uma metodologia exploratório-descritiva, do tipo survey, de forma qualitativa, por meio de amostragem de textos publicitários da Internet, focando exclusivamente na função interativa da GDV. Para a coleta dos dados, foram selecionadas em particular, campanhas publicitárias, cada um com um texto, analisados sob a perspectiva da função interativa. Como resultado, é possível perceber que em cem por cento (100%) dos textos publicitários coletados para a pesquisa há a presença de textos visuais. Também, verifica-se que as formas de interações são de contato, de distância social, de perspectiva e de modalidade, possibilitando verificar o grau de importância dado ao conteúdo (produto) e de interação entre o texto publicitário e o leitor. Concluímos que os textos visuais têm ganhado uma maior importância para a construção ou para a complementação de sentido. Essa importância recai sobre as imagens, cores e formas e como estão dispostas no texto para o leitor, mostrando a interação desejada pela instituição que lança o produto e o leitor. Palavras-chave: Gramática do Design Visual; Texto publicitário; Função interativa. 103
A INFLUÊNCIA DO C-COMANDO NO PROCESSAMENTO DA ANÁFORA 'A SI MESMO(A)' Flávia Gonçalves Calaça de Souza (UFPB) Um componente estrutural de interesse da psicolinguística experimental é o processamento da correferência anafórica que investiga as relações referenciais entre elementos de uma sentença. No âmbito da resolução da correferência intrasentencial, o Princípio A da Teoria da Ligação (CHOMSKY, 1981) rege a escolha do antecedente das formas anafóricas. Esse princípio impõe restrições para a resolução de anáforas e prediz que uma anáfora deve ter obrigatoriamente um antecedente que a c-comande, em outras palavras, as anáforas devem ser vinculadas a um antecedente local que possua o mesmo índice referencial. O presente estudo pretende observar a atuação das restrições de ligação no processamento da anáfora ‘a si mesmo (a)’. Observamos se a noção de c-comando é importante para o estabelecimento da correferência. Para tanto, realizamos um experimento on-line utilizando a técnica de leitura automonitorada com 24 conjuntos de frases que foram divididas em seis condições experimentais e 48 frases distratoras. Esse trabalho tem como variáveis independentes a posição e o gênero do antecedente, e como variável dependente o tempo de leitura do segmento crítico, a anáfora que retoma o antecedente. Tomamos como hipótese que a anáfora ‘a si mesmo(a)’ está sujeita ao Princípio A da Teoria da Ligação, e que os traços de gênero ao concordar com o antecedente mais próximo não serão levados em consideração no momento da resolução correferencial. Os resultados obtidos apontam que esse princípio é relevante para a correferência da anáfora ‘a si mesmo(a)’, especialmente à noção de ccomando, já que o antecedente que c-comandava a anáfora foi processado mais rapidamente do que o que não era c-comandado por ela, apesar dos traços de gênero estarem combinando com a retomada. Sendo assim, na ausência de um antecedente que c-comande a anáfora os sujeitos levaram mais tempo na resolução correferencial. Palavras chave: Psicolinguística experimental; correferência anafórica; teoria da ligação.
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HÁ ARTIGOS NA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS: UMA ANÁLISE SOBRE AS EVIDÊNCIAS SEMÂNTICAS ENCONTRADAS NOS NOMINAIS. Anderson Almeida Da Silva (UFPI) Ronald Taveira da Cruz (UFPI) Com o objetivo de fornecer dados teóricos que subsidiem a construção de gramáticas da LIBRAS, nessa perspectiva, esta pesquisa foca as suas discussões nas marcas de referência e determinação ocorrentes em situações de proferimento de sentenças por utentes nativos da LIBRAS dada uma análise das evidências semânticas encontradas nos nominais desta língua. Utilizando os testes propostos por Boskovic (2006) para a identificação de línguas com ou sem a estrutura de artigos, procedeu-se à análise dos dados coletados para fins da pesquisa. No quadro teórico sobre as ocorrências dos NPs e DPs na LIBRAS e em outras línguas de sinais foram consultadas as publicações de Finau (2004), Salles e Pires (2011), Sá et al. (2012), Bahan (1995), Barberà (2012). Os resultados mostram ocorrências dos sinais indiciais (apontação), sinais lexicais, uso de classificadores, marcações não manuais e movimentos corporais associados como formas de se obter a determinação em LIBRAS. Conclui-se, então, sobre a generalização de que a LIBRAS possui artigos na sua estrutura de determinantes, apoiados no alto grau de aprovação das estruturas dos nominais para os testes de Boskovic (2006) para línguas DP, o que nos leva também a pontuar que a presença de D pode ser um padrão não obrigatório para a LIBRAS. Outros estudos complementares são requeridos a partir das análises iniciadas por este trabalho. Palavras-chave: Sintagmas nominais; referencialidade; determinantes; LIBRAS.
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O ADVÉRBIO NA GRAMÁTICA E NA PRÁTICA: UMA ANÁLISE DO USO DO LOCATIVO LÁ NOS DIVERSOS CONTEXTOS COMUNICATIVOS Dalva Pereira Barreto de Araújo(UEFS) A variação e a mudança linguísticas são processos inerentes às línguas, pois estas são sistemas dinâmicos, heterogêneos e que funcionam de acordo com as necessidades comunicativas dos seus usuários. O uso linguístico normalmente não se restringe ao modo como as gramáticas tradicionais descrevem a língua. Ao analisar o uso dos advérbios em determinados contextos discursivos, percebe-se que a função e a significação dessa classe de palavras são ampliadas além do que é instituído pela Gramática Tradicional. A abordagem tradicional, encontrada nos dicionários e gramáticas, restringe a função do advérbio sem levar em conta a heterogeneidade e polissemia típicas dos locativos. Já os estudos funcionalistas, ao tratar dessa classe de palavras, fazem uma abordagem ampla através do estudo e análise dos contextos comunicacionais e atestam a diversidade de funções e significações que os advérbios podem ter e exercer, comprovando seu caráter heterogêneo e multifacetado. Neste trabalho será feita uma análise comparativa entre os diversos usos e sentidos que a partícula lá, tradicionalmente classificada como advérbio de lugar, apresenta nas variedades do português brasileiro culto e rural e do português de Angola, com o propósito de descrever as novas funções e sentidos assumidos por essa partícula nos diversos contextos comunicativos e observar se esses novos usos e sentidos ocorrem nas três variedades do português em análise. Para tanto, utilizamos os pressupostos teóricos da teoria laboviana e dos estudos funcionalistas, com o objetivo de ampliar a perspectiva da proposta tradicional de classificação categorial singular e passar a considerar o advérbio como um item lexical que, a depender do contexto comunicacional em que ocorra, pode desenvolver e exercer funções e significações diferentes da sua original, considerando que a língua representa social e culturalmente o falante e a comunidade de fala à qual ele pertence. Palavras-chave: Variedades do português; advérbios; gramática.
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O PREDICADO NOMINAL EM ANÁLISE Tatiana Schwochow Pimpão (UFRG) O objetivo principal desta pesquisa é realizar uma revisão teórica acerca do predicado nominal em gramáticas tradicionais, como Luft, 1971; Mendes de Almeida, 1973; Cunha, 1992; Rocha Lima, 2010. A revisão abrange a definição de predicado nominal, a listagem dos verbos de ligação e a identificação das classes gramaticais que podem ocupar a posição do predicativo. Para Cunha (1992, p.144), por exemplo, “o predicado nominal é formado por um verbo de ligação + predicativo”. O gramático não lista os verbos de ligação; porém, a partir dos exemplos de predicado nominal, é possível destacar os seguintes verbos por ele considerados como de ligação: ser, estar, andar, ficar, tornar-se, continuar, permanecer e parecer. Ainda conforme Cunha (1992), o predicativo pode ser representado por um substantivo ou expressão substantivada, por um adjetivo ou locução adjetiva, por pronome, por numeral, por oração substantiva predicativa. Essas considerações não correspondem, por vezes, a enunciados observados em situações reais de comunicação, como é o caso do seguinte exemplo: “Salário dos docentes federais segue defasado. (InformANDES, 2014, nº 33)”. Nesse exemplo, há um adjetivo que exerce a função de predicativo e um verbo que funciona como verbo de ligação, porém este último não está previsto na listagem de Cunha (1992). A revisão teórica permitirá confrontar conceituações dos próprios gramáticos, bem como confrontá-las com exemplos que as questionem. Ainda, esta pesquisa poderá contribuir com a atualização dos professores das redes municipal, estadual e particular na medida em que promovo uma revisão gramatical muitas vezes dificultada pela demanda de conteúdos a serem ministrados em sala de aula e pelas diferentes abordagens mesmo entre gramáticos tradicionais. Palavras-chave: Sintaxe; revisão gramatical; predicado nominal.
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O ENSINO DE GRAMÁTICA: QUE PENSAM OS FUTUROS PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA Maria da Conceição Reis Teixeira (UNEB) Os cursos de Letras Vernáculas, na modalidade licenciatura, têm como objetivo a formação do professor de português para atuar no ensino fundamental e médio. Normalmente, nos projetos pedagógicos destes cursos constam componentes curriculares que discutem questões referentes ao fazer pedagógico, questões teóricas a respeito de temas das literaturas em língua portuguesa e sobre teorias e/ou abordagens linguísticas contemporâneas, como, por exemplo, sociolinguística, psicolinguística, análise de discurso, pragmática. Em linhas gerais, viabilizam importantes discussões sobre o ensino da língua materna e reflexões acerca do ensinoaprendizagem da gramática. Entretanto, apesar das discussões durante praticamente quase todo o curso de graduação, o estudante chega ao final do curso, especialmente no estágio de regência, com dúvidas se deve ou não ensinar a gramática e como fazê-lo. Salvo algumas exceções, a orientação que subjaze dos textos teóricos que leem é que o ensino da língua portuguesa deve ser significativo e contribua para a formação de leitores e produtores de textos eficientes, capazes de produzir textos orais e escritos nos mais variados gêneros textuais. Mas não se diz como deve ser este ensino em termos práticos, ou seja, ninguém ensina estratégias de como ensinar. No presente texto, almeja-se apresentar os resultados parciais de um estudo de caso que analisou as crenças de alunos do primeiro e sétimo semestres do Curso de Letras de uma universidade baiana a respeito do ensino de gramática. Na pesquisa buscou-se verificar se os sujeitos da pesquisa se sentiam ou preparados não para atuar como professores de língua portuguesa no ensino fundamental e médio, como deveria ser o ensino de língua portuguesa, se devia ou não ensinar gramática. Palavras-chave: Gramática; ensino; crenças; formação de professores.
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ABORDAGEM GRAMATICAL NA ESCOLA: ESTRUTURALISMO x FUNCIONALISMO Vania Lúcia Rodrigues Dutra (UFF/UERJ) Magda Bahia Schlee (UFF/UERJ) O trabalho com a gramática ainda hoje desenvolvido na escola básica é de orientação basicamente formal, apoiado em definições, classificações, exercícios mecânicos que mobilizam unicamente a memória e quase sempre desvinculado do uso real da língua – textos. A visão funcionalista examina a língua como uma entidade não suficiente em si, e investiga a estrutura linguística vinculada a seu contexto de uso, o que confere especial relevância à correlação entre as propriedades das estruturas gramaticais e as propriedades dos contextos em que ocorrem (HALLIDAY, 2004). Pretendese, com este trabalho, apresentar uma análise comparativa entre a abordagem estrutural e a abordagem funcional da língua no que diz respeito ao trabalho com a gramática na escola básica no Brasil. Para tanto, um conteúdo gramatical comum no Ensino Médio é analisado do ponto de vista do tratamento que normalmente lhe é dado nas aulas e nos materiais didáticos de Língua Portuguesa. Em seguida, propõe-se, para o mesmo conteúdo, um trabalho gramatical funcionalmente orientado. Os resultados dessa comparação demonstram que a gramática deve ser considerada parte de um conjunto mais amplo de recursos que atuam na configuração da forma como a língua é colocada em uso, ou seja, na configuração da forma como os textos são construídos, e que o trabalho gramatical deve ser desenvolvido visando ao texto e à construção de seu(s) sentido(s); demonstram, também, que a abordagem funcional da gramática é mais eficaz no desenvolvimento da competência comunicativa dos alunos, que passam a ver sentido e aplicabilidade no estudo da estrutura da língua nas aulas de Português. Assim, eles são capazes de identificar a função das estruturas linguísticas nos textos que leem e de usá-las com adequação nos textos que escrevem a serviço da concretização de sua intenção comunicativa. Palavras-chave: Gramática; língua portuguesa; estruturalismo; funcionalismo.
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TRANSITIVIDADE VERBAL: ARGUMENTOS E ADJUNTOS Cíntia Araújo Coelho (UECE) O ensino de teoria gramatical nas escolas brasileiras tem passado por avanços ao longo das últimas décadas. Entretanto, esse avanço ainda não foi suficiente para modificar uma visão hegemônica e cristalizada da língua em nossas escolas, já que, os estudos gramaticais nessas instituições baseiam-se exclusivamente nas prescrições da Gramática Tradicional, sendo a única visão de análise linguística ofertada na Educação Básica. A questão da transitividade verbal é um exemplo da visão acrítica adotada no ensino de Língua Portuguesa. Como a GT é a única opção oferecida para pensar sobre as relações que o verbo mantém com os outros elementos oracionais, o aluno aceita o que lhe é imposto, apesar das indagações que surgem quando, ao refletir sobre os usos sociais da categoria verbal, percebe as lacunas que a teoria gramatical tradicional não consegue preencher. O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre diferentes conceitos de transitividade verbal lançando o foco da análise sobre a delimitação dos complementos verbais. Verificamos como esses complementos são conceituados e analisados pela Gramática Tradicional e pela Gramática Descritiva. Nossos estudos são norteados pela Teoria de Valência, conceito formulado inicialmente por Tesnière (1965) e desenvolvido no Brasil por Borba (1996). Analisamos os pontos convergentes e divergentes entre as diferentes visões sobre a transitividade verbal, fomentando a reflexão sobre como esses conceitos são abordados na Educação Básica a partir da análise de dois manuais didáticos de grande alcance nas escolas públicas do município de Fortaleza. Nosso estudo revela que há uma tendência reducionista nesses manuais ocasionando, para o aluno da Educação Básica, uma série de dificuldades quanto à compreensão da transitividade verbal. Palavras - chave: Transitividade verbal; gramática; ensino.
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A VARIAÇÃO "TE" / "LHE" EM CARTAS DE CEARENSES NO SÉCULO XX Francisco Jardes Nobre de Araújo (UFC) Hebe Macedo de Carvalho (UFC) Partindo do pressuposto defendido pela Sociolinguística Variacionista, sobretudo com Labov (1978; 1983; 1994; 2008), de que a variação linguística se dá motivada tanto por fatores internos quanto externos ao sistema, o presente trabalho busca analisar a variação das formas "te" e "lhe" como pronomes de 2ª PESS. SING., tanto na função de acusativo, quanto na de dativo, no português brasileiro escrito do século XX, em especial, em cartas pessoais escritas por cearenses. Para isso, utiliza uma amostra de 186 cartas pessoais escritas entre 1940 e 2000, obtidas numa busca entre os habitantes do município de Quixadá, no Sertão Central cearense. As cartas coletadas são de pessoas do povo, isto é, não de profissionais da linguagem, tendo sido trocadas entre amigos ou parentes. Como metodologia, estratifica a amostra em três períodos do século XX nos quais as cartas foram escritas (anos 1940-50, anos 1960-70 e anos 1980-90) e por gênero da autoria (cartas de homens e cartas de mulheres) e submete os dados ao programa computacional GoldVarb X para obter dados estatísticos e interpreta esses dados à luz das teorias da Sociolinguística Variacionista. Os resultados da pesquisa demonstraram que a variação das formas pronominais "te"/"lhe" é condicionada por fatores linguísticos, como a forma do verbo, a posição do pronome e a presença de forma V antes de "te" ou "lhe", e que, apesar de mais frequente do que o uso de "te", o uso de "lhe" sofreu declínio ao longo dos três períodos de tempo analisados. Palavras-chave: Variação pronominal; pronome oblíquo de 2ª pessoa; cartas pessoais.
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POR ONDE ANDA A GRAMÁTICA DA LIBRAS? RETOMADAS, REFLEXÕES E DESAFIOS PARA OS ESTUDIOSOS DA LÍNGUA Jorge Bidarra (UNIOESTE) Mirna Fernanda de Oliveira (UNIOESTE) Tania Aparecida Martins (UNIOESTE) Enquanto os estudos teóricos e práticos desenvolvidos no âmbito da língua brasileira de sinais (Libras), pelo viés instrumental, são diversos, não é difícil constatar que há muito poucos trabalhos relacionados à descrição e formalização de sua gramática. No que se refere a esse assunto, as referências são poucas, praticamente, inexpressivas, mesmo quando nos referimos a teses e dissertações. Quando, no entanto, confrontamos a situação encontrada no Brasil com os avanços realizados nas línguas de sinais americana (ASL) e europeias, por exemplo, o descompasso é notório e, porque não, preocupante. Dentre vários outros aspectos, dois deles nos chamam mais a atenção. O primeiro é que, nos 90, pelo menos duas renomadas pesquisadoras brasileiras (cf. Brito, 1995; Quadros, 1997) já apontavam para a necessidade de elaboração de uma gramática para a língua. O segundo, que, de lá para cá, pouquíssimos investimentos foram feitos nessa área. Se o ensino da língua, mais voltado para a sua prática e uso, tem provocado resultados efetivos e eficazes, até mesmo com relação ao reconhecimento da Libras como a segunda língua oficial da comunidade surda brasileira (Lei n. 10.436/02), os estudos mais direcionados aos fenômenos linguísticos e a sua estruturação Léxica- sintática-semântica, de certo modo, têm ocupado pouquíssimo espaço nos meios acadêmicos e científicos. Com isso em mente, trazemos para o debate não apenas questões relacionadas ao ensino da língua, mas também a necessidade urgente da retomada de investimentos tanto no que diz respeito à descrição, bem como com relação à elaboração de sua gramática, quer para fins didáticos ou para estudos teóricos-científicos, a exemplo do que, há muito, já acontece com a língua portuguesa. Palavras-chave: Língua Brasileira de Sinais (Libras); fenômenos linguísticos e gramaticais; descrição e gramática de Libras.
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A FORMAÇÃO DO FUTURO NO PORTUGUÊS DO BRASIL: NOTAS DIACRÔNICAS E SINCRÔNICAS Paulo Sérgio de Proença (UNILAB) Aborda-se a formação do futuro (no caso do português brasileiro), em perspectiva diacrônica e sincrônica. O futuro é descrito como um tempo verbal pelas gramáticas. Não seria ele um aspecto verbal, mais do que tempo? O objetivo é verificar a forma com que o sistema da língua, em momentos históricos diferentes, se organiza para expressar a noção de futuro no sistema verbal. O quadro teórico tem amparo em princípios filológicos, com adoção do procedimento metodológico de comparação entre formas de realização do futuro desde o latim clássico até a atualidade, aí incluídas algumas línguas irmãs da família românica. A investigação propõe que a formação do futuro em português incorpora elementos exteriores à gramatica, como a sinuosa relação psicológica com o futuro; a percepção do passado atesta o já vivido (pelo próprio usuário ou por outros sujeitos) e do presente (em processo) diferem de nossas relações com o futuro, porque ainda não existe, a não ser como projeção volitiva. Os tempos do futuro do latim clássico foram abandonados pelo latim vulgar, passaram por simplificação e ajustes e assim foram adotados pelas línguas latinas vernáculas. Esses ajustes consistiram na criação de novas formas verbais, em sua maioria perifráristcas, com adoção de um auxiliar, no presente (para o futuro simples do indicativo). Esse fenômeno indica que possivelmente o futuro não é um tempo verbal, mas um modo que sugere e conserva as incertezas humanas quanto ao futuro, que não nos pertence; e, enfim, que essa noção é retratada como um desejo presente de que (se houver futuro) a ação se realize. Daí que deve ser percebido mais como modo do que como tempo verbal. Palavras-chave: formação do futuro; diacronia; modo verbal.
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A ALTERNÂNCIA DE NÓS/A GENTE NA PRODUÇÃO DE TEXTOS DE ALUNOS DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Ana Paula Martins Alves (UFC) Maria Vanderlúcia Sousa Tabosa (UFC) Gisele Freitas Neves (UFC) Pesquisas recentes, à luz da Teoria da Variação e Mudança, comprovam a frequente substituição de nós por a gente na língua falada do Português brasileiro. Nas gramáticas normativas da Língua Portuguesa, o uso do “a gente” é visto por muitos puristas como “um erro” em relação ao emprego do nós”. No entanto, atualmente, muitas pesquisas de cunho variacionista têm apontado os fatores linguísticos que favorecem tal uso e que também têm chamado atenção para que o “a gente” seja colocado no quadro pronominal português (LOPES, 1998). Neste contexto, este estudo objetivou analisar a alternância do “nós” e do “a gente” na produção de textos de alunos do 8º ano do Ensino Fundamental. Com isso, intencionamos verificar se fatores linguísticos e extralinguísticos estabelecidos na pesquisa influenciam ou não a frequência ou preferência de uso de um pronome ao invés de outro dentro de um contexto estabelecido. A investigação desenvolveu-se com a participação de três turmas de estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental de três escolas estaduais de Fortaleza/CE. Nosso corpus foi constituído por 150 textos, contudo, foram encontradas, apenas, 65 ocorrências das variantes. O resultado da análise revelou que os sujeitos participantes da pesquisa optaram por utilizar, preferencialmente, a variante “nós”. Verificamos, também, que a forma pronominal “a gente” se sobrepõe à normativa “nós” na fala dos personagens adolescentes, ao passo que o contrário acontece na fala dos personagens adultos. Os fatores linguísticos função sintática, paralelismo e referência favorecem na alternância entre “nós” e “a gente”, ao passo que o fator tempo verbal desfavorece. Concluímos, pois, que o uso do “nós” e do “a gente” aparecem de modo significativo nas produções escritas, demonstrando que tanto a forma normativa como a forma inovadora são concorrentes no contexto linguístico da comunidade pesquisada. Palavras-chave: Variacionista; nós e a gente; Ensino Fundamental; teoria.
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O ENSINO DE GRAMÁTICA NA PERSPECTIVA FUNCIONALISTA Zilda Maria Dutra Rocha (UERN) A gramática é um dos temas mais pertinentes no ensino de língua materna. A grande pergunta que todos fazem é para que ensinar a gramática da língua a falantes nativos, se eles já a possuem internalizada, ou seja, fazem uso dela antes de ir para a escola. Conforme Travaglia (1997) um dos objetivos do ensino de língua materna é desenvolver a competência comunicativa dos usuários de determinada língua. Este trabalho tem o objetivo de discutir o ensino de gramática sob a ótica da perspectiva Funcionalista, a qual defende um modo de análise da língua pautado no ato linguístico em si, isto é, na prática. É uma perspectiva teórica não-arbitrária, o sistema é construído a partir do uso. A sintaxe é submetida à pragmática, isso quer dizer que a análise linguística vai além do ato verbal, leva-se em conta todas as relações estabelecidas pelos elementos sintáticos, semânticos e discursivos aos principais assuntos sobre o ensino de língua materna. Com base nos pressupostos da Linguística Funcional, apoiando-se em autores como Cunha (2007) e Perini (2006); ainda, Traváglia (1997) sobre as concepções de língua e gramática; e outros que poderão contribuir para nossa reflexão, faremos uma leitura de como está o uso da gramática no ensino atual, suas concepções e como ela pode ser abordada em sala de aula a partir da visão funcionalista. Pretendemos com os nossos estudos e abordagens teóricas, trazer à reflexão o ensino de gramática atual e contribuições teóricometodológicas para a academia e para o ensino de língua portuguesa. Palavras-chave: Gramática; ensino; perspectiva funcionalista.
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FRASEOLOGIAS ESPECIALIZADAS EM TUTORIAIS DE AVAs: PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO COM BASE NA GRAMÁTICA DE VALÊNCIAS Márcio Sales Santiago (UFC) O objetivo desta comunicação é apresentar, como um dos resultados alcançados pela pesquisa desenvolvida em nível de doutorado, a proposta de classificação para fraseologias especializadas presentes em tutoriais de ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs). O tutorial caracteriza-se como um gênero textual digital que objetiva a instrumentalização de usuários para a utilização de uma ferramenta informática em uma situação particular. No caso dos tutoriais de AVAs, os usuários em potencial são professores, tutores e alunos de cursos a distância e a interação entre eles se efetiva através de atividades baseadas em conceitos de recepção, fornecimento e colaboração, que são típicos da Educação a Distância. No tocante à linguagem, constata-se que os tutoriais utilizam na maioria das vezes fraseologias verbais que objetivam, via conhecimento especializado, oferecer a devida operacionalização do ambiente, cuja descrição de cada etapa é feita por meio de verbos de ação ou de ação-processo, conforme a classificação sintáticosemântica proposta por Borba (1996) em sua Gramática de Valências para o português. Além deste referencial, a pesquisa se apoia nos fundamentos da Fraseologia Especializada, considerando as concepções de Gouadec (1994), Cabré, Estopà e Lorente (1996), Desmet (2002) e Bevilacqua (2004). A análise das unidades fraseológicas especializadas verbais revelou tanto a natureza prescritiva do tutorial, através de comandos deônticos de deverfazer, como sua representatividade no gênero enfocado devido ao caráter instrucional que elas desempenham. Como resultado, propomos a classificação das unidades fraseológicas como operacionais-pedagógicas, tendo em vista que as ações por elas expressas articulam procedimentos de ordem operacional por meio de recursos informatizados a ações que visam à formação e o desenvolvimento pedagógico dos usuários que utilizam os AVAs. (Apoio CNPq - Processo 141541/2009-1). Palavras-chave: Fraseologia especializada; gramática de valências; tutorial.
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O VERBO TOMAR NO PORTUGUÊS ESCRITO Lavínia Rodrigues de Jesus (UFC) Neste trabalho, procuramos analisar o uso do verbo tomar no português escrito do século XX, presente no Corpus do Português, de Mark Davies e Ferreira (2006). Vinculamos este trabalho ao arcabouço teórico da Gramaticalização numa abordagem funcionalista. Entendemos por Gramaticalização a passagem de um item lexical para um item gramatical, ou de um menos gramatical para um mais gramatical (Heine et al, 1991). Discutimos a mudança linguística empreendida pelo verbo tomar até alcançar seu padrão funcional de verbo-suporte. Analisamos o uso do verbo tomar como: verbo pleno, verbo estendido, verbo-suporte e expressão cristalizada. Nos contextos em que atua como verbo pleno, tomar tem o significado de “pegar”, como em “tomar a faca”. Nos contextos em que atua como verbo estendido, tomar apresenta extensão de sentido, como em “tomar café = beber café”. Como verbo-suporte tomar sofre um esvaziamento semântico e compõe um significado global junto com o seu complemento, podendo corresponder ao significado de outro verbo na língua, como em “tomar decisões = decidir”. E nos contextos em que atua como expressão cristalizada, tomar é semanticamente opaco cujo significado é inserido no todo, e não através da leitura de cada um de seus componentes, como em “tomar posse = assumir cargo ou função”. Assim, tendo como finalidade dar conta desses usos, utilizamos como base os trabalhos de Neves (2000, 2002), que identifica e distingue as construções com verbo-suporte das expressões cristalizadas, bem como os pressupostos teóricos que norteiam esta pesquisa Lehmann (1982, 1995, 2002, 2005), Hopper (1991), Heine et al (1991), Hopper e Traugott (1993) e Bybee (2003). Palavras-chave: Funcionalismo; gramaticalização; verbo tomar.
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O DISCURSO DO PROFESSOR NA REALIZAÇÃO DA TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA PARA O ENSINO DA GRAMÁTICA EM SALA DE AULA DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA. Ana Edilza Aquino de Sousa (UFC) Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin (UFC) Este trabalho tem como objetivo analisar o discurso do professor em situação de ensino da gramática em sala de aula de Português língua estrangeira, considerando o papel dos saberes a ensinar e da transposição desses saberes. Resultados de nossa pesquisa de Mestrado (SOUSA, 2013) revelam que os professores analisados apresentam dificuldades em realizar a transposição didática dos saberes a ensinar, principalmente aqueles saberes relacionados ao ensino de tópicos gramaticais. A partir destes resultados é que vimos a necessidade de analisar o discurso do professor na transposição didática dos saberes a ensinar na aula de gramática. Baseados nos pressupostos da abordagem comunicativa, alicerçados nas concepções sociointeracionista de língua e ensino de línguas, orientados pelos estudos de Vanhulle (2009); e pautados em Verret (1975) sobre as questões que envolvem a transmissão do saber, ou seja, a transposição didática, pretendemos, por meio de um estudo de caso, analisar o discurso do professor a fim de compreender como os saberes relacionados à gramática são ensinados e contribuir na formação do professor de Português como língua estrangeira (doravante PLE). A partir do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), analisaremos o discurso do professor quando ele mobiliza saberes para o ensino da gramática, em sala de aula de Português língua estrangeira. Utilizaremos as definições trazidas por Vanhulle (2009) e lançaremos mão da teoria da transposição didática trazida por Verret (1974) e Chevallard (1980), para compreendermos como acontece a transposição dos saberes a ensinar e como ela interfere no desempenho dos alunos. Palavras- chave: O discurso do professor; transposição didática; ensino da gramática; português língua estrangeira.
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O CONECTOR SEM E A EXPRESSÃO DE MODO EM ORAÇÕES ADVERBIAIS REDUZIDAS DE INFINITIVO Marta Anaísa Bezerra Ramos (UFPB) Camilo Rosa Silva (UFPB) Neste artigo, analisamos sentenças introduzidas pelo transpositor sem junto à forma verbal infinitiva, que configuram o mecanismo de articulação oracional denominado hipotaxe adverbial. Refletimos mais especificamente sobre as orações que expressam valor de modo, matiz pouco abordado pela tradição gramatical, o que causa estranhamento, dado que os gramáticos admitem a existência de advérbios de modo e afirmam que esse sentido é expresso em orações gerundiais. Feita a observação do uso da locução conjuntiva sem que em estruturas adverbiais desenvolvidas e da estrutura reduzida introduzida pela preposição em foco, em textos pertencentes aos gêneros artigo de opinião e entrevistas, da esfera jornalística, constatamos maior incidência da segunda estrutura, o que justifica o recorte aqui realizado. Objetivamos mostrar que a função conjuntiva é assumida pela preposição em estudo, comprovando que este item tanto se comporta como preposição junto a sintagma nominal, quanto como conjunção nas orações reduzidas, aspecto explicado pelo paradigma da gramaticalização. Nosso estudo se sustenta em pressupostos do funcionalismo linguístico, vertente que concebe a incorporação de novas funções pelos itens da língua como reflexo da criatividade dos usuários da língua, o que denuncia a influência de fatores cognitivos e discursivos na construção da gramática. Para essa discussão, confrontamos a visão de gramáticos e linguistas em torno da expressão de modo. Feita a análise, constatamos que ao lado de ocorrências em que a noção de modo se impõe, há casos que autorizam a inferência de outros matizes, a exemplo de concessão. Significa dizer que a presença do conector orienta o processo interpretativo, mas o contexto de uso favorece extensões de sentido. Palavras-chave: Hipotaxe adverbial; preposição; matiz modal.
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ASPECTOS MORFOSSINTÁTICOS DO ESPERANTO Adelson Andrade Alves Sobrinho (UFC) Esta comunicação explicita as estruturas morfossintáticas da língua planejada Esperanto, com base nos postulados da Línguística moderna. Em 1887, Lázaro Luiz Zamenhof, estudioso comparativista de diversos idiomas, descobriu que as línguas culturais modernas traziam em seu bojo algo de comum que poderia servir de elementos para a construção de um novo sistema linguístico que servisse de elo de confraternização e convivência pacífica entre os povos das mais diversas nações. Para tanto, aproveitou o que há de melhor nessas línguas e elaborou uma gramática otimizada, cujos fatores endógenos a tornam mais fácil, mais econômica, mais flexível e mais concisa que as línguas existentes, permitindo ao usuário expressar o máximo com o mínimo de formas. A ideia de Zamenhof era elaborar um fundamento linguístico internacional que pudesse ser aprendido em pouco tempo e com pouco esforço por todos os povos. Para tanto, o Esperanto foi planejado de forma que cada elemento de sua estrutura se coadune morfossintaticamente com os demais. Esses elementos se relacionam formando um conjunto composto de partes coerentes e coesas, como num jogo de quebra-cabeças em que o todo só tem sentido se, e somente se, as partes estiverem bem concatenadas. As reflexões apresentadas nesta comunicação têm sua origem nas obras "Lingvistikaj aspektoj de Esperanto", de John Wells; e "Bilinguismo: utopia ou antibabel?", de Jose Passini. Apresenta o caráter de imutabilidade morfemática dos formantes das palavras, idiossincrasia que economiza tempo ao usuário, quando do estudo da morfologia, uma vez que a formação das palavras não apresenta o fenômeno da mudança morfofonêmica, ou seja, seu processo é 100% produtivo, por apresentar formações inteiramente previsíveis, sem dar margem a quaisquer tipos de restrições, sejam elas fonológicas, paradigmáticas, pragmáticas ou discursivas. Palavras-chave: Esperanto; estrutura; morfologia; imutabilidade morfemática.
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REFLEXÕES EM TORNO DA PALAVRA 'GRAMÁTICA' Cristiane Pereira Cerdera (Colégio Pedro II/ NEPPLIN) Este trabalho apresenta uma reflexão em torno da palavra ‘gramática’ à luz da filosofia de linguagem do segundo Wittgenstein. Pretende-se discutir o papel da filosofia wittgensteiniana para a pedagogia de línguas, tomando-se como ponto de partida a aparente dificuldade para se pensar os impasses do ensino da gramática através de paradigmas mais consolidados nos estudos linguísticos. Por conseguinte, buscou-se no pensamento desse filósofo elementos que pudessem lançar luz sobre um contexto recorrente em sala de aula: o descompasso existente entre ensino de ‘gramática’ e ‘uso’ da língua. Estando alinhado ao pensamento de outros autores (notadamente Gottschalk, 2007 e Oliveira, 2004), defende-se que a concepção wittgensteiniana de linguagem – essencialmente pragmática – e de filosofia como ‘terapia’ pode contribuir para o entendimento dessa e de outras questões no que diz respeito ao ensino de línguas. Para consolidar a reflexão aqui proposta, buscou-se apoio, em primeiro lugar, nas obras da segunda fase da filosofia wittgensteiniana – em especial nas Investigações Filosóficas e no Livro Azul – e nos textos dos autores que elaboram uma exegese e crítica dos temas centrais desse pensamento filosófico, a saber: Baker e Hacker (1980), Cavell (1979, 1986), Glock (1998), Gutierrez (2004), Martins (2004), McGinn (1997), dentre outros. Subscreve-se aqui uma perspectiva de linguagem não-reificadora e anti-essencialista, a qual aponta diretamente para a questão do significado, um dos pontos centrais e mais contundentes do pensamento wittgensteiniano. Palavras chave: Filosofia da linguagem; Wittgenstein; wittgensteiniana; anti-essencialismo; ensino de línguas.
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terapia
MUDANÇA DE VALÊNCIA DO VERBO “DESAPARECER”: UM ESTUDO COGNITIVO-FUNCIONAL Tiago de Aguiar Rodrigues (UNICEUB/UNB) Dioney Moreira Gomes (UNICEUB/UNB) O verbo “desaparecer” é tradicionalmente classificado como monovalente pelos manuais de regência (LUFT, 2010; FERNANDES, 2005) e pelos estudos gerativistas (CIRÍACO & CANÇADO, 2004). Para eles, portanto, seriam legítimas apenas orações como “João desapareceu” ou “Desapareceram os materiais”. Contudo, ao analisar gravações ipsis verbis da Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI que investigou o desaparecimento de crianças no Brasil, foram encontradas com bastante frequência o verbo “desaparecer” com dois argumentos e também em construções passivas. A presente pesquisa tem como objetivo analisar, sob os auspícios da linguística cognitivo-funcional (MARTELOTTA & ALONSO, 2012), as motivações para usos tão distintos, pelos depoentes da CPI, do verbo “desaparecer”. Para tanto, buscou-se no funcionalismo-tipológico o conceito valência verbal. Segundo Martin (2010), valência se aplica à quantidade de argumentos que um verbo é capaz de agregar. Na linguística cognitiva, buscou-se o conceito de frame e esquema imagético. Segundo Abreu (2010), frame é um domínio de sentido vinculado a uma palavra, e esquema imagético, um padrão estrutural recorrente na experiência sensório-motora humana. Assim, argumenta-se que, ao aumentar a valência (DIXON & AIKHENVALD, 2010) desse verbo, os depoentes destacam o(s) responsável(eis) pelo desaparecimento da criança, atribuindo-lhe(s) o papel semântico de agente, na função gramatical de sujeito; e colocam, na posição de objeto, introduzido pela preposição “com”, o paciente. Essa preposição ativa o frame de companhia dentro do esquema de percurso, embora essa companhia seja contra a vontade da vítima. Nos casos de “desaparecer” em construção passiva, o que implica redução de valência (PAYNE, 1994), argumenta-se que essa construção é utilizada quando o depoente quer destacar que o paciente desapareceu contra a sua vontade. Conclui-se que a valência verbal é construída discursivamente, o que evidencia um forte vínculo entre a experiência de mundo do falante e a cognição. Palavras-chave: Desparecer; mudança de valência; linguística cognitivofuncional. 122
Eixo Temático 03: Metodologias e práticas no ensino de gramática MECANISMOS REFERENCIAIS DÊITICOS PRONOMINAIS EM LIVROS DIDÁTIOS DO ENSINO MÉDIO Ana Cátia Silva de Lemos (UFC) Maria Margarete Fernandes de Sousa (UFC) O avanço das pesquisas que consideram o aspecto sociointeracional da linguagem tem ganhado espaço no ensino de Língua Portuguesa (doravante L.P) para falantes de língua materna. O ensino de L.P, no Brasil, passa por modificações, a fim de se adaptar a essa nova abordagem. Seguindo Mondada e Dubois (2003), Bronckart (1999), Bakhtin/Volochinov (1981) analisamos os mecanismos dêiticos pronominais nos livros didáticos de ensino médio, pois observamos mudanças ocorridas quanto à perspectiva de abordagem, sobretudo, nas práticas que envolvem atividades/exercícios nos livros didáticos. Nossa hipótese inicial já indicava que, apesar dos avanços nos estudos da Linguística de Texto e na abordagem que consideram os aspectos sociointeracionais da linguagem, os manuais didáticos de L.P apenas reproduzem um padrão de ensino normativo. A fim de comprovamos essa suposição, analisamos, qualitativamente, dez atividades das seguintes coleções: Língua portuguesa: novas palavras; Português: contexto, interlocução e sentido; Português: Ser protagonista, e após análise, observamos que a maioria das atividades de análise linguística, envolvendo os elementos dêiticos, prioriza a abordagem normativa. Consideramos, ainda, o suporte teórico de Cavalcante (2011), Ciulla (2008), Lahud (1976), quanto à caracterização dos dêiticos analisados. Seguimos, ainda, a definição de atividade de análise linguística de Geraldi (1999), para quem as atividades desse âmbito devem contemplar aspectos textual-discursivos no tratamento dos elementos dêiticos pronominais, o que não ocorre nesses manuais. Podemos concluir que os estudos linguísticos ainda não estão incorporados aos manuais examinados, pois constatamos que os manuais didáticos não se desenvolvem na mesma proporção das pesquisas acadêmicas, fato que pode prejudicar o ensino e o desenvolvimento de novas teorias. Palavras-chave: Referenciação; dêixis; ensino.
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A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID PARA O ENSINO DE GRAMÁTICA NO NÍVEL BÁSICO Juliana Melo Torres (UEFS) O PIBID tem como objetivo a pratica da iniciação a docência, concede aos estudantes de licenciatura a oportunidade de vivenciar a rotina na sala de aula, os bolsistas ao serem inseridos no cotidiano escolar percebem os desafios enfrentados pelo professor, entre eles a dificuldade de ensinar regras gramaticais. Uma das discussões que permeiam o ensino da gramática normativa é as regras cheias de exceções que ditam a maneira ‘’correta’’ de falar e escrever. Observa-se a rejeição que muitos alunos têm ao assistir as aulas de língua portuguesa, e mediante situação decidiu-se elaborar um projeto para ajudar a desfazer essa idéia negativa. Percebe-se atualmente um ensino voltado para a descrição da língua, o professor contenta-se em explicar análise sintática ou morfológica. Partindo dessa observação desenvolveu-se um projeto para dinamizar o estudo da língua portuguesa, não se contentando em explicar regras aleatórias ou exemplificadas fora de um contexto. Sabe que independente da Sociolinguistica valorizar as variantes formas de uma língua, será sempre necessário seguir um padrão, principalmente na linguagem escrita, e apesar de muitos desejarem abandonar o conjunto de regras gramaticais, os concursos e vestibulares continuam a exigi-las, ainda que contextualizadas. A motivação para o projeto surgiu da perceptível apatia que os alunos têm para estudar sua língua materna. Sendo assim, trabalhou-se com diversos gêneros textuais de forma lúdica e criativa aplicando-se as regras dentro desses aparatos, uma forma encontrada para facilitar e tornar prazerosas as aulas, além de tocarmos em clássicas dificuldades dos alunos; leitura, escrita e interpretação. Buscou-se explicar as raízes lógicas da Gramática, deixando de lado as respostas pragmáticas e mostrando a evolução da língua portuguesa. Sabe-se que o caminho a percorrer é longo,pois lidamos com uma situação complexa, um desafio a ser vencido, para ajudar formar não descritivistas de uma língua, mas bons leitores que dominem a escrita e interpretação aplicando corretamente as regras gramaticais. Palavras-chave: Nível básico; PIBID; regras gramaticais.
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O ENSINO DA GRAMÁTICA ATRAVÉS DA LEITURA DE TEXTOS Francineide dos Anjos Teixeira (UEA/CESP) O ensino da gramática é muito importante, mas precisa ser significativo para os estudantes, por isso este trabalho fará uma abordagem do ensino da gramática através da leitura com o objetivo de mostrar que a aprendizagem da gramática pode ser adquirida pela leitura constante de textos diversificados sem precisar ensinar regras isoladas e descontextualizadas. O aluno assimila as estruturas da língua e adquiri novo vocabulário pela leitura constante de textos e passa a empregá-lo na escrita e as utiliza também nas inferências feitas em outras leituras, pois quando se lê é ativado o conhecimento prévio que se uni com o novo conhecimento do texto escrito que levam a compreensão do material impresso mais rapidamente.Com isso ele aprende a utilizar as regras da língua sem decorá-las isoladamente, a leitura proporciona a internalização de estruturas linguísticas complexas e até mesmo o registro da língua padrão, pois o input visual permite a lembrança de palavras e de frases, por isso é importante o contato dos alunos com a leitura de textos diversos, quanto mais eles lerem mais palavras e estruturas linguísticas aprenderão. A metodologia utilizada foi de cunho qualitativo por se tratar de pesquisa bibliográfica desenvolvida na prática no contexto escolar e também por ser socialmente relevante. Os resultados foram satisfatórios, pois os alunos realmente conseguiram assimilar e empregar vários assuntos de gramática pelo contexto lido em outros textos. Portanto, as regras gramaticais são ensinadas através da leitura de textos diversos e os alunos as assimilam sem decorar regras isoladas, tornando a aprendizagem mais interessante e significativa. Palavras-chave: Gramática; leitura; teoria e prática.
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ENTRE O COMUNICAR E O INTERAGIR: DISCUTINDO SOBRE EDUCAÇÃO BILÍNGUE/BICULTURAL PLENA AOS SURDOS Margarida Maria Pimentel de Souza (UFC) A Língua Brasileira de Sinais (Libras), reconhecida pela Lei federal nº 10.436/2002 e regulamentada pelo Decreto nº 5.626/2005, ainda se constitui num imenso desafio para a efetivação de uma educação bilíngue/bicultural aos sujeitos surdos; pois nem a sua modalidade “oral” ainda é amplamente adotada nem muito menos a sua escrita, o que a faz parecer ágrafa. Este trabalho objetiva partilhar conceitos e experiências de comunicação/interações com aprendizes surdos numa perspectiva visual, destacando três situações: 1) o comunicar entre professora ouvinte e estudante surda, sem uma língua compartilhada numa escola regular; 2) um curso, do sinalizar ao escrever em sinais por surdos; 3) as práticas de tradução a surdos no Brasil, sempre na língua do outro. Urge a necessidade de se desenvolver as competências de letramento em Língua de Sinais Brasileira – Libras, aos estudantes surdos, no sentido de estimular as habilidades do contínuo percepção visual > sinalização > leitura > escrita, considerando que, sempre que é solicitada a leitura e escrita a tais sujeitos, se “impõe” a língua que sensorialmente não lhe chega – o Português. A discussão busca ainda destacar a atuação do Tradutor Intérprete de Libras Português – TILSP, um elemento imprescindível para acessibilidade dos surdos no meio ouvinte. O trabalho respaldou-se em Vygotsky (1993;1994), Bakhtin (1997), Stumpf (2003; 2005) e Capovilla (2004). Desse modo, as três experiências, embora distintas, apontam um ponto de convergência fundamental: que as interações de modo pleno – “oral” e escrito – representam a chave na promoção do desenvolvimento cultural e linguístico, independente de acuidade sensorial dos sujeitos. Palavras- chave: Interações; bilinguismo pleno; Libras; escrita de sinais.
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O FÓRUM DE DISCUSSÃO E A GRAMÁTICA CONTEXTUALIZADA NO ENSINO DE LINGUA Maria Jarina Barbosa (SEDUC) Aline Uchoa Pereira (SME - Horizonte) O presente trabalho trata da realização de um projeto de intervenção pedagógica no ensino da gramática contextualizada a partir de análise de textos de opinião produzidos por alunos em um fórum de discussão. Trata-se de uma pesquisa ação, um estudo de caso com o objetivo geral de verificar como a gramática está sento utilizada pelos alunos. Para tanto, foi proposta a participação de 30 alunos de uma turma 9º ano do ensino fundamental anos finais em um fórum discussão. Da base teórica, fizeram parte Antunes (2007); Bagno (2002); Neves(2013) e Travaglia (2008), autores que se destacam na proposta de um ensino na gramática em uma perspectiva contextual. A metodologia utilizada foi de acordo com a realidade do aluno e da escola, com oficinas que culminaram com a produção final de Artigos de Opinião. Os resultados obtidos pela análise dos textos produzidos nas interações do grupo no fórum de discussão indicam que esse suporte digital contribui significativamente para o ensino gramática em uso e, consequentemente, para o desenvolvimento da competência comunicativa. Conclui-se que explorar as tecnologias educacionais com vistas ao ensino da gramática contextualizada constitui uma oportunidade de reflexão sobre o emprego dos aspectos linguísticos em uma situação efetiva de uso da linguagem. Palavras-chave: Gramática contextualizada; fórum de discussão; texto.
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O ESTUDO DOS PRONOMES NA PERSPECTIVA DO INTERACIONISMO SOCIODISCURSIVO: EXPERIÊNCIA DIDÁTICA NO ESTÁGIO DE LÍNGUA PORTUGUESA Victor Flávio Sampaio Calabria (UFC) Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin (UFC) Este trabalho faz parte de uma pesquisa maior desenvolvia no âmbito do PIBIC e está localizada no GEPLA - Grupo de Estudos e Pesquisa em Linguísticas Aplicada. Ela visa a apresentar parte de nossa experiência didática vivenciada numa escola da rede pública de ensino, em situação de estágio de regência de língua portuguesa, onde intentamos trabalhar um conteúdo gramatical na perspectiva dos PCN da língua portuguesa. É norteada por um enfoque linguístico-enunciativo (BAKTHIN, 1992) e também baseada em reflexões sobre o interacionismo sociodiscursivo (BRONCKART, 2007), em especial sobre o uso de mecanismos de textualização. Trata-se de um referencial teórico orientador da abordagem dos gêneros no ensino de língua portuguesa. Entendemos o estágio como espaço de transformação do professor no início de sua atividade docente e entendemos ainda a língua em sua dimensão social. Com isso, a abordagem dos gêneros se inscreve no quadro geral de uma psicologia da linguagem orientada pelos princípios epistemológicos do interacionismo social (VYGOTSKY, 1934). Nesta experiência didática, desenvolvemos uma atividade sobre a classe pronominal, com base nos PCN, tornando assim mais satisfatória a aprendizagem, que também foi desenvolvida com a participação ativa dos alunos, dado o enfoque não normativo. Dessa forma, verificamos em nosso estágio que o ensino da classe pronome obteve um maior sucesso devido ao enfoque que foi dado, que recaiu não sobre a nomenclatura gramatical em si, mas no uso e função comunicativa do pronome na produção verbal. Isso foi, de fato, verificado a partir da aplicação de uma atividade elaborada para a aula em questão, bem como pela participação constante dos alunos. Palavras-chave: Estágio, formação, ensino, Língua Portuguesa.
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ENSINO DA GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA EM UMA TURMA DE SEXTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Joscemar Teixeira de Morais Júnior (UEG) O objetivo deste trabalho é descrever e discutir a forma como se dá o ensino de gramática da Língua Portuguesa (LP) em algumas aulas observadas numa turma de sexto ano do ensino fundamental (EF) de uma escola estadual de Itapuranga-GO. É um trabalho de cunho qualitativo, tendo como base de discussão estudos sociolinguísticos e sociointeracionistas, a partir de Bagno (2004; 2007), Antunes (2003), Travaglia (2002; 2007), e outros, os quais questionam, juntamente com os PCN (1998), o tradicionalismo, até então, tomado como base para se ensinar gramática. Fez-se uma pesquisa de campo construída a partir dos métodos de observação de aulas de LP, questionário e entrevista aplicados à professora, a fim de analisar como a professora ensina a gramática da LP nessa turma e o porquê de fazer assim. Os resultados mostraram que esse ensino nas aulas observadas é bastante tradicional, pautado em atividades que não permitem a reflexão. No discurso da professora participante, há ainda a defesa de uma abordagem tradicional para o ensino de gramática, supostamente associada ao processo de formação docente pelo qual a professora passou, o que cooperou para a construção de certas ideologias acerca do ensino-aprendizagem de LP e de gramática. Com isso, suas concepções, adquiridas durante a graduação, explicam a que se deve sua maneira de conduzir o ensino de gramática na turma observada. Palavras-chave: Língua portuguesa; ensino de gramática; metodologias de ensino.
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TRABALHANDO COM A GRAMÁTICA: O ENSINO E APRENDIZAGEM EM LÍNGUA MATERNA. Andressa Vieira da Costa Idalino (URCA) Sayhara Mota Sampaio (URCA) Abordaremos neste trabalho um breve histórico sobre a Gramática fazendo um paralelo com o surgimento da Linguística. As bases filosóficas são descritas, a fim de se perceber como algumas noções são consideradas ainda hoje, tais como: seres, ações e qualidades. Outro aspecto trabalhado é a forma natural ou convencional dado aos nomes dos objetos. Desse modo, o referido trabalho analisará as quatro características metodológicas da Gramática Tradicional e as várias Gramáticas surgidas com suas finalidades específicas. A partir dessas analises, há, ainda, um ponto importante a ser discutido: a Gramática e a relação com o ensino aprendizado em língua materna. Demonstraremos como essa era apresentada e como deve ser ministrada, a fim de que os falantes dessas línguas dominem e entendam o seu funcionamento. O objetivo do nosso trabalho está pautado na forma como o aluno deve aprimorar-se na sua própria língua e como os educadores podem facilitar esse ensino utilizando metodologias que perpasse o tempo e mostre como a Gramática hoje está fixada nos diversos contextos. Com o avanço dos estudos linguísticos e dos estudos sobre aprendizagem em língua materna, muitas teorias são propostas para descrever/explicar a língua e seu processo de ensino/aprendizagem. Essas teorias têm contribuído de maneira relevante para se pensar sobre as concepções de língua e a consequência de tais concepções para o processo de ensino/aprendizagem de língua materna.Alguns autores nos foram fundamentais para a elaboração deste trabalho, dentre os quais: Azeredo (2000), Bagno (2002) e (2003), Cunha (1985), Marcuschi (2008), Mussalim (2012), Neves (1987) e Xavier (2003), dando-lhes contribuições na pesquisa bibliográfica. Por fim, o referido trabalho analisará a língua que é aprendida e apreendida, simultaneamente, dentro e fora da escola, a partir das experiências comunicativas adquiridas através da sociabilidade. Palavras-chave: Gramática; ensino; língua materna.
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A ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NO MINICURSO “A LUDICIDADE NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA”: A GRAMÁTICA EM FOCO Delma Pacheco Sicsú (UEA) A presente proposta de trabalho tem como objetivo discutir sobre a importância de se articular teoria e prática no que diz respeito ao ensino e aprendizagem da gramática. Entende-se que lançar mão de metodologias inovadoras no ensino da gramática torna o aprendizado e o uso desta, de fato significativo. O professor, nesse caso, tem um papel fundamental no sentido de encontrar mecanismos que ajudem o aluno, por meio de atividadeslúdicas, a compreender e a reconhecer a importância da gramática no desenvolvimento da sua expressão oral e escrita. O minicurso “A ludicidade no ensino de Língua Portuguesa” o qual faz parte do projeto Novos Talentos, fomentado pela CAPES,é um exemplo de que quando o ensino da gramática é trabalhado de forma lúdica e prazerosa o uso da gramática deixa de ser visto como problema para o aluno. O minicurso, ora citado, tem como objetivo oferecer a professores da Educação Básica e alunos do curso de Letras do Centro de Estudos Superiores de ParintinsAmazonas, propostas de ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa de forma lúdica e contextualizada, num constante diálogo entre a teoria prática. O minicurso tem contribuído significativamente na formação continuada dos participantes, provocando o pensar e o refletir sobre a importância de se promover um ensino da Língua Portuguesa que seja significativo para o aluno, ajudando-o a melhorar sua competência comunicativa em qualquer situação de discurso. Como base teórica, toma-seaqui os estudos de Philippe Perrenoud (2000), Odenildo Sena (2001), Valéria Chiavegatto (2002), Irandé Antunes (2003), Luciano Oliveira (2010), Rosa Palomanes e AngelaBravin (2012), Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa, entre outros que podem contribuir significativamente para o tema em questão. Palavras-chave: Gramática; teoria; prática; metodologia; ludicidade.
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GRAMÁTICA NO MANUAL DO PROFESSOR E NO LIVRO DIDÁTICO: CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS Carolina Nicácia Oliveira da Rocha (IFLA) O professor diariamente lida com desafios, e o primeiro é o de ajustar suas considerações teóricas e metodológicas sobre a gramática ao livro didático (LD), uma vez que o mestre é o gestor do conteúdo (Gauthier et. al., 1998). Este trabalho tem como objetivo identificar e analisar a(s) concepção(ões) teórica(s) presentes no manual do professor e no livro didático contemporâneo de língua portuguesa que orienta(m) o trabalho com a gramática. Essa pesquisa é do tipo descritivo-interpretativa, cujo corpus é composto pelo LD de Língua Portuguesa e seu respectivo manual do professor, utilizado pelo Instituto Federal de Alagoas, destinado ao 2º ano do ensino médio, para os anos 2012 a 2014. O arcabouço teórico está apoiado nos estudos sobre gramática (Antunes, 2003; 2007) e análise linguística (Geraldi, 1984; Mendonça, 2006). O resultado geral a que chegamos aponta explicitamente para a presença da aplicação de regras da gramatica normativa nas atividades propostas pelo livro, e da noção de análise linguística no manual do professor e na explicação dos conteúdos gramaticais no LD. Nas orientações dirigidas ao professor, é mencionado que haverá um redimensionamento nas atividades com a língua, mas, ao analisarmos as atividades, percebemos o predomínio da mera aplicação de regras ou de sua identificação. Duas são as conclusões retiradas deste fato: inicialmente a de que está em curso o processo de didatização de conceitos produzidos na esfera acadêmica para LD, independentemente de sua concepção metodológica. Subsidiariamente, a de que há premente necessidade de atualização de professores, uma vez que seu instrumento de trabalho já traz informações científicas e sugestões para a aplicação da teoria, mas é o professor quem gerencia o conteúdo com sua metodologia. Palavras-chave: Gramática, manual do professor ; livro didático.
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ENSINO DE GRAMÁTICA: A PRODUÇÃO TEXTUAL EM UMA ESCOLA PÚBLICA RURAL DE PARINTINS/AM Luis Alberto Mendes de Carvalho (UEA) Delma Pacheco Sicsú (UEA) O trabalho ora descrito é resultante de um Projeto de Extensão desenvolvido entre março 2012 a março de 2014, em uma escola pública municipal de Parintins/AM, na comunidade de Vila Amazônia, distante cerca de uma hora, via fluvial desse município. Os objetivos do projeto consistiram em: apresentar aos alunos exemplos de diferentes tipos e gêneros de textos, com o propósito de se contextualizar o ensino de normas gramaticais para a produção escrita; ensinar sobre elementos da textualidade (clareza, expressividade, ordem direta, simplicidade, originalidade); estudar e produzir textos dissertativos, trabalhando-se a partir do ensino de aspectos gramaticais normativos. A iniciativa nasceu em decorrência de observação de que a utilização da língua portuguesa, em sua modalidade escrita, era bastante influenciada pelas marcar da modalidade da língua falada, de uma considerável parte de alunos do Ensino Médio, nessa escola pública rural. Consequentemente, o fato observado acarretava uma série de empecilhos à produção escrita, a exemplo, na estrutura composicional do texto, nos aspectos semânticos e lexicais, a falta de coesão, coerência, sentido e objetividade. Diante disso, tomando-se por base pesquisas realizadas nessa área, que apontam a efetividade dos recursos gramaticais para a produção competente da escrita, seguiu-se à pratica de campo, aplicando-se esses recursos em três turmas do primeiro ano do Ensino Médio. Seguindo-se a metodologia da pesquisa ação, nesse nível de ensino, realizou-se aplicação de oficinas e exercícios durante o período referido. O resultado a que se chegou foi bastante animador e satisfatório, considerando-se que os docentes da disciplina Língua Portuguesa aderiram à proposta, bem como ajudaram a desenvolver as oficinas e exercícios em suas aulas. Após a prática orientada, os alunos participantes apresentaram consideráveis melhorias em suas produções escritas. Palavras-chave: Gramática; aprendizagem; produção textual.
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O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ALGUMAS ESTRATÉGIAS Maria Celeste de Souza Cardoso (UEA) Ensinar Língua Portuguesa não é tarefa fácil. Cada vez mais se torna difícil enfrentar os ditames da língua em sala de aula. Hora é o professor que se atrapalha, hora é o aluno que não sabe como se dirigir: português da escola ou o falado em casa? Esta dicotomia dificulta o aprendizado dos alunos, os quais nem sempre conseguem compreender o fato de que a língua falada por eles não é aceita facilmente dentro da escola. Geralmente aulas descontextualizadas, baseadas na gramática tradicional, são comuns nas escolas públicas, das quais fazem parte exercícios classificatórios, partindo ou não de textos. E como fica o ensino de Língua Portuguesa na escola? Em casa os pais não falam português? E as crianças? Nesta confusão, professores e estudantes ficam sem saber o que fazer. Apesar de que a maioria dos professores fez graduação, na prática a questão é outra. Nem sempre o que foi ensinado na universidade condiz com a realidade de sala de aula. Partindo dessas reflexões, este trabalho procura apresentar algumas estratégicas essenciais para facilitar o ensino de língua portuguesa para os alunos do Ensino Fundamental. Autores como Freire (1996), Silva (2005), PCN (1997) e outros, embasam teoricamente este trabalho. Como metodologia principal, partiu-se de observações feitas em salas de aula de professores de língua portuguesa do Ensino Fundamental, de experiências da própria pesquisadora e de acompanhamento de estágio com professores em formação. Tendo como base o questionamento: Como o Português é ensinado nas escolas?, buscou-se compreender e refletir a respeito da questão e mostrar algumas estratégias envolvendo oficinas, miniprojetos, jogos e brincadeiras que podem fazer parte do dia a dia de ensino do português para melhor desenvolvimento de atividades de leitura, gramática e produção textual. Palavras-chave. Ensino; língua portuguesa; estratégias.
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MUITO ALÉM DA ESTRUTURA: UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO DE GRAMÁTICA VOLTADO PARA O DISCURSO NO COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UFPE Mariana Maris Ramos Lima (UFPE) A presente pesquisa tem como objetivo analisar o papel do ensino de gramática quando priorizada a formação para o discurso como objetivo das aulas de língua portuguesa. Para tanto, procedemos a uma pesquisa do tipo qualitativa, em que acompanhamos a prática de uma professora do Colégio de Aplicação da UFPE numa turma de terceiro ano do ensino médio durante 24 horas-aula, entre os meses de março e outubro de 2012. A partir da observação das aulas, buscamos: a) identificar a concepção de língua e de gramática que norteava a prática da professora; b) investigar de que forma a professora explorava a relação entre os elementos linguístico-discursivos dos textos trabalhados em sala de aula e a construção de sentidos. Para fins de análise, selecionamos dois conteúdos do eixo de ensino de gramática explorados pela professora ao longo de sua prática: o estudo dos verbos e das conjunções. O primeiro foi trabalhado a partir de poemas concretos, no momento em que a professora buscava introduzir a estética concretista para os alunos; e o segundo, a partir da crônica “Pobre de nossos ricos”, do moçambicano Mia Couto, quando a professora buscava refletir com os alunos sobre argumentação. Assumimos, para a realização desta pesquisa, uma concepção de ensino de língua voltada para a expansão da capacidade de interação verbal e para a inserção da cadeia de produção discursiva (MENDONÇA, 2009; ANTUNES, 2003; SUASSUNA, 2011; GERALDI, 2011). Quanto à gramática, assumimos uma concepção textual-discursiva, que a vincula ao modo como o sujeito opera com a linguagem para produzir sentido (FRANCHI, 2013; TRAVAGLIA, 2011; ANTUNES, 2007; FLORES e KUHN, 2008). Os resultados de nossa pesquisa sugerem que a adoção de uma perspectiva discursiva de ensino de gramática favorece a ampliação da compreensão do aluno acerca do funcionamento da linguagem nos textos que circulam socialmente. Palavras-chave: análise linguística, ensino de língua portuguesa, gramática
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A GRAMÁTICA NO ENSINO DE INGLÊS COMO LE: DE ONDE VIEMOS? PARA ONDE VAMOS? Mônica de Souza Coimbra (CPII/ COLUNI_UFF) Cristiane Pereira Cerdera (CPII/ COLUNI_UFF) Patrícia de Souza Martins (CPII/ COLUNI_UFF) O presente trabalho visa problematizar o papel da gramática no ensino de Língua Inglesa na escola básica. Considera-se, como pressuposto básico, que ultrapassadas estão as práticas fundamentadas, principalmente, na memorização de regras no estudo de formas gramaticais deslocadas da realidade, ou seja, consideradas em si mesmas, fora dos textos que constituem Ancorados em uma visão sócio-interacional da linguagem, partimos do entendimento de que o equívoco de se reduzir o ensino de língua inglesa ao ensino de gramática, que caracterizou a disciplina em um dado momento de sua trajetória, não deve dar lugar a um novo equívoco, que seria o de excluir a gramática de nossas aulas. A partir da análise dos manuais didáticos de Ensino Médio, aprovados pelo PNLD/2014, pretendemos discutir a apresentação de alguns conteúdos gramaticais. Esperamos, com as reflexões propostas neste trabalho, poder contribuir para o refinamento do olhar do professor de Inglês como língua estrangeira, na escola básica, sobre o tema e, com isso, colaborar com o processo de seleção e produção de materiais didáticos. Por certo, há diversas outras formas de se abordar o problema que ora se apresenta, mas acreditamos que é justamente o somatório de pequenas contribuições como a que propomos fazer aqui que poderá nos conduzir a respostas que, talvez um dia, dêem conta de nossas inúmeras indagações. Palavras-chave: Material didático; língua inglesa; gramática.
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RELAÇÃO CAUSAL ENTRE PROCESSAMENTOS INFERENCIAL E REFERENCIAL Maria Manolisa Nogueira Vasconcellos (DLE, DLV/UFC) Marcuschi (2003, p. 245), postulador da “incontornabilidade da inferenciação na determinação referencial”, defende que os “três grandes temas” referência, inferência e categorização “deveriam ser analisados de maneira integrada e como atividades ou processos representados nas expressões significativamente mais dinâmicas referenciação, inferenciação e categorização, construídas essencialmente em atividades discursivas”. Esta comunicação, baseada em pesquisa de doutorado, ainda em andamento, objetiva apresentar, em linhas gerais, uma tentativa de evidenciar relação causal entre as cadeias referenciais utilizadas por um escritor quando da produção de texto escrito e as estratégias de recuperação de referentes (entidades, coisas, pessoas e eventos), via inferenciação, utilizadas pelo leitor quando de sua interação com esse mesmo texto. Assim, procuramos rastrear, por meio de protocolo verbal, o percurso cognitivo empreendido pelo leitor para recuperação dos referentes instaurados em um dado universo textual e estabelecer, caso possível, a já citada relação. A pesquisa ora empreendida foi motivada pela concepção generalista de inferência de McKoon e Ratcliff (1992, p. 440) que sugere que as inferências se distribuem em ordem crescente de dificuldade de geração e, consequentemente, de esforço cognitivo ao longo de um continuum. Intentamos com a investigação, elaborar dois continua independentes: um que ponha em ordem crescente a complexidade da estratégia de referenciação (anáfora direta, anáfora indireta, anáfora encapsuladora, recategorização referencial sem menção anafórica, etc) e outro que ponha seus elementos em ordem crescente de esforço cognitivo. Finalmente, objetivamos proceder cotejo dos continua para verificação da suposta correspondência entre seus elementos. A pesquisa é norteada pelos trabalhos de Marcuschi (2001, 2003), Cavalcante (2011, 2013), McKoon & Ratcliff (1992), Roncarati (2010), entre outros. Palavras-chave: referenciação, (re)categorização, inferenciação
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PROCESSOS EM DESTAQUE: UMA RELAÇÃO DE TRANSITIVIDADE Rachel Uchôa Batista (CNPQ/ UFC) Maria Fabiola Vasconcelos Lopes (UFC) O postulado funcionalista básico de que a língua é uma “estrutura maleável, sujeita às pressões do uso e constituída de um código parcialmente arbitrário” ressaltado por Cunha & Souza (2011), nos leva a entender que proporcionar uma base sobre o sistema de transitividade aos alunos pode ser de grande auxílio no que diz respeito à compreensão textual. O sistema de transitividade encontra respaldo na proposta da Linguística SistêmicoFuncional (LSF) de Halliday (1994), diz respeito aos recursos lexicogramaticais que representam ações e/ou atividades como configurações de processos. Isso torna possível a compreensão acerca de questões como quem fez o quê, a quem se fez e, em que circunstância. Dessa forma, entendemos que desenvolver atividades que possam instrumentalizar os alunos no sentido de prover conhecimento sobre os processos verbais significa fornecer a estes alunos mecanismos para melhor compreensão de textos, haja vista que sob o viés funcionalista, as expressões linguísticas devem ser analisadas em um contexto discursivo, no qual forma e função estão associados. Assim, abordaremos os processos verbais sob a ótica da Linguistica Sistêmica Funcional, nos concentrando em particular, na importância do contexto linguístico. Demonstraremos por ora, com modelos de atividades atreladas à questões de transitividade, e cujas aplicações se deram em minicursos em eventos científicos. Torna-se relevante destacar que as atividades desenvolvidas para esse fim contemplam a compreensão textual a partir da análise dos processos verbais em um texto. O aparato teórico-metodológico encontra apoio nos autores citados acima, bem como se fundamenta em Antunes (2002), Cunha & Tavares (2007) e Gouveia (2009). Palavras-chave: transitividade; processo verbal; compreensão textual
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O ENSINO DE GRAMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Kátia Cristina Cavalcante de Oliveira (UECE/FAFIDAM) O ensino de gramática normativa na educação básica ainda não perdeu seu lugar privilegiado. Muitos pesquisadores (Geraldi, 1999; Neves, 1997, 1999, 2004; Travaglia, 2003; Possenti, 1996) já se detiveram na pesquisa relacionada ao ensino da gramática, propondo novas abordagens. No entanto, analisando a prática nos estágios, tanto dos estagiários quanto dos professores, percebe-se a predominância de uma concepção de língua e de seu ensino que desconsidera o uso das diversas possibilidades que nos oferece uma língua, tanto na compreensão quanto na produção de textos. Este trabalho teve, então, o objetivo de discutir como têm sido recebidas pelos licenciandos do curso de Letras Português de uma unidade da UECE e professores da educação básica novas concepções a respeito do tema, bem como analisar propostas desses sujeitos de atividades relacionadas ao tema em questão. Para isso, foram feitas observações de aula e aplicado um questionário aos sujeitos da pesquisa. Percebeu-se que professores do Ensino Fundamental II, em sua formação, não tiveram acesso às concepções que regem a prática da análise linguística. Além disso, mesmo com uma disciplina de análise linguística no currículo do Curso de Letras Português da FAFIDAM/UECE, os estagiários também realizam uma prática de ensino de gramática mais tradicional. Ensino de língua materna. Gramática. Análise linguística.
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Eixo Temático 04: A gramática e seus matizes no ensino de línguas: materna e estrangeiras (modernas e clássicas) DO PRONOME INDEFINIDO À CONSTRUÇÃO DO HUMOR NA CRÔNICA DE LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO Maria Jose Nélo (UEMA) Nesta comunicação, objetiva-se tratar da recorrência de usos de pronomes indefinidos que possibilitam construir, na linearidade do texto, dois referentes de sentidos semânticos opostos. Tais estratégias de oposição decorrem das intencionalidades subjetivas dos cronistas e, à medida que o interlocutor aciona, por meio desses pronomes, conhecimentos de mundos possíveis e depara-se com o inusitado, possibilita a produção de humor risível. Tem-se por pressuposto que o cronista parte do marco das cognições sociais comum entre ele e o interlocutor para que esse interlocutor construa inferências a respeito do que está sendo referenciado na crônica. Segundo Bergson, o riso e o risível são condições próprias do ser humano. Para Raskin, o riso é um atenuante de tensões, por causar mudanças de humor. Objetiva-se, assim, contribuir com os estudos do humor cômico risível como identidade cultural do brasileiro. A pesquisa fundamenta-se na inter-relação das categorias analíticas: sociedade, discurso e cognição, teoria do Discurso e Contexto, conforme Van Dijk. O método adotado é o teórico-analítico. Os resultados obtidos indicam que: 1) a seleção pronominal e lexical usada pelo enunciador propicia a inferência de modelo de contexto para o interlocutor; 2) as orientações, decorrentes dos pronomes e dos intertextos, usadas pelo enunciador na progressão da crônica propiciam a ruptura na construção da expectativa do leitor; e 3) a caracterização do risível atua, significativamente, na reformulação do contexto mental do leitor. As considerações finais apontam que uma visão sócio-cognitiva e contextual orienta as cognições sociais e possibilita a ocorrência de outras possíveis leituras, o que favorece o ensino-aprendizagem e um viés para o tratamento do risível. Palavras-chave: Pronomes indefinidos; discurso; humor
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ESTRANGEIRISMO: INFLUÊNCIA DO JAPÃO NO BRASIL Jacqueline de Sousa Miranda (UFPA) Gabriela Bianca Maues(UFPA) O presente trabalho cujo tema “Estrangeirismo: Influência do Japão no Brasil” justifica pela relevância que o mesmo possui no contexto sócio educacional. O Japão não se resume a um país, um ponto no mapa ou um grupo de ilhas no oceano pacífico, é a morada do saber, da paciência, da honra e da obediência, onde as pessoas, naturais ou estrangeiras, sempre aprendem algo para a toda a vida. Já é famosa a influência do modelo de administração japonesa em todo o mundo. A racionalidade no uso de insumos, a limpeza do local de trabalho,a menor quantidade de níveis hierárquicos, a inexistência de salas fechadas nos escritórios, o pleno acesso de tudo por todos, a definição de preço de venda a partir da apuração dos custos, de modo objetivo. Todas as empresas japonesas instaladas no Brasil, de alguma maneira influenciaram e seguem influenciando os modelos de gestão administrativa aplicados nas empresas nacionais. O trabalho tem como maior objetivo a pesquisa da influência da língua japonesa no português brasileiro. Palavras, expressões e até mesmo costumes que foram absorvidos e transformados (abrasileirados) ao longo do tempo. Outro ponto importante é identificar a importância do estrangeirismo para o desenvolvimento da cultura Brasileira. A análise também não está estrita a influência Japão –Brasil, mais também Brasil – Japão com o que a cultura japonesa absorveu da cultura brasileira. Desde que chegaram por aqui, em 1908, os japoneses se espalharam pelo país. Apesar de muitas famílias seaglomerarem em colônias (como em São Paulo e no Paraná), depois de 100 anos de imigração, há famílias japonesas vivendo do norte ao sul do país. Aos poucos eles foram se misturando aos brasileiros e, assim, formaram famílias nipo-brasileiras, que nos presentearam com milhares de nikkeis (cidadãos brasileiros com descendência japonesa). Você gosta de amendoim japonês? E de Miojo? Adora uma salada temperada com Shoyu ou um pastel quentinho da feira.Judô? Palavras-chave: Estrangeirismo; influencia; Brasil; Japão.
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REFLEXÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO DE UMA GRAMÁTICA PEDAGÓGICA EM ELE Lorena Mariel Menon (USP/PG) Enrique Luis Melone (USP/PG) Neste trabalho apresentaremos as noções e inquietações mobilizadas para a projeção de uma gramática pedagógica (Peris: 2008), à maneira de manual contextualizado (Bérard: 1995), pensada para estudantes brasileiros de Espanhol Língua Estrangeira (ELE) em contexto exolíngue, com o objetivo de promover a apropriação dos sentidos que as formas ganham na língua em uso, levando em consideração um equilíbrio entre as atividades comunicativas propriamente ditas e as atividades com foco na forma (Cuq&Gruca: 2013). Em um primeiro momento, tal projeção nos levou a recuperar reflexões no âmbito do ensino aprendizagem de língua estrangeira (LE), especialmente no que diz respeito ao Espanhol e ao trabalho com a gramática (Porquier: 1991; 2011; Peris: 2008; Cuq&Gruca: 2013), além de deslocar reflexões feitas sobre o ensino de gramática no contexto da língua materna (LM) desses estudantes (Travaglia: 1996; Moura Neves: 2004; Kleiman:2012). Em um segundo momento, tivemos de pensar como seria uma gramática pedagógica que, no ensino aprendizagem de ELE no Brasil, apresente uma descrição da língua a partir de categorias que se correspondem com as intenções comunicativas (sentidos) e, ao mesmo tempo, com os meios (formas) que permitem expressá-las. A partir dessas reflexões, levantamos questionamentos a respeito das dificuldades na seleção dos conteúdos e na construção da estrutura interna de uma gramática pedagógica em particular, tentando manter coerência e equilíbrio com a proposta e com os recortes/limitações e as inclusões/abrangência determinadas pelo objeto livro. Palavras chave: Gramática pedagógica; língua estrangeira; espanhol.
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AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA: E A REDAÇÃO ONDE ESTÁ? Maria Eneida da Silva (UEG) Débora Cristina Santos e Silva (UEG) Este trabalho apresenta dados parciais reflexões da pesquisa de mestrado intitulada “Leitura e escrita no ensino médio: desafios para o multiletramento” que está em andamento e cujos objetivos são investigar, descrever e analisar quais os desafios da leitura e da produção escrita com vistas ao multiletramento no Ensino Médio da rede pública estadual de educação do município de Luziânia, Goiás. A fundamentação teórica conta com investigação sobre leitura e produção escrita com aportes teóricos dos letramentos múltiplos (KLEIMAN, 1995; ROJO, 2009); dos multiletramentos (ROJO, 2013); do ensino de língua com textos (MARCUSCHI, 2008; ANTUNES, 2009); dos gêneros textuais (KARWOSKI; MARCUSCHI [et al.], 2011; MILLER, 2012); do PCN+ Ensino Médio (2002). A metodologia pautou-se, inicialmente, em pesquisa bibliográfica e análise documental (TRIVIÑOS, 1987) de leis, normas e demais registros da escola campo. A abordagem é qualitativa com opção pelo estudo de caso (YIN, 2010), cuja coleta de dados se dá por meio de observação e gravação em áudio de aulas de Língua Portuguesa e Redação, entrevistas com professores e gestores e análise de produções textuais de um grupo de alunos de uma turma de 3º ano com 35 matriculados. São apresentadas discussões acerca dos objetivos e resultados imediatos da separação das aulas dessas duas disciplinas, constituindo-se a redação em mais uma disciplina no currículo e ministrada por outro professor que não o que leciona português. A discussão apresenta os motivos de a escola ter optado por tal currículo – proposto pela Secretaria de Estado da Educação do Estado de Goiás, bem como as vantagens e as desvantagens do trabalho circunscrito à produção textual; como este trabalho é percebido pelos professores e alunos; as metodologias que são utilizadas em ambas as disciplinas e qual a preocupação de professores e gestores com a interdisciplinaridade. Palavras-chave: Língua portuguesa; redação; ensino.
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OS ELEMENTOS LINGUÍSTICO-DISCURSIVOS NA CONSTITUIÇÃO DA COESÃO NOMINAL EM PRODUÇÕES TEXTUAIS ESCRITAS EM PLE Meire Celedônio da Silva (UFC) Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin (UFC) O objetivo deste trabalho é apresentar algumas reflexões sobre a produção de textos escritos de estudantes de PLE em situação de imersão na UFC. Essas reflexões fazem parte da nossa dissertação de mestrado que se encontra em desenvolvimento nessa instituição de ensino. Para isso, partimos dos pressupostos do ISD que são bastante utilizado sobre a aprendizagem de uma língua natural através da produção de textos. Segundo Bronckart (1999), aprendizagem de uma língua se dá nas atividades de interação social. Sobre essa pressuposição Bakhtin (2000) é enfático, ao colocar como centro do aprendizado de uma língua as interações sociais: “adquirimos (uma língua) mediante enunciados concretos que ouvimos e reproduzimos durante a comunicação verbal viva”, portanto, é nos e pelos textos, sejam orais ou escritos que um sujeito faz uso efetivo dos elementos linguísticos. Os parâmetros da situação de enunciação implicam-se nas escolhas linguísticas de um sujeito ao empreender em um agir linguageiro em determinada situação de produção. Quanto à produção de texto em uma língua estrangeira, o agente produtor precisa mobilizar conhecimentos linguístico-discursivos para interagir com seu receptor. Para isso, é necessário que haja um trabalho direcionado para tratar dos elementos linguísticos que constituem os textos. Diante disso, Nas nossas análises, percebemos que um dos constituintes dos SN – o artigo – não era empregado adequadamente, causando, dessa forma, problemas para o estabelecimento da coesão nominal. Segundo Neves (2011), os artigos definidos são elementos importantes para a construção do sentido do texto, além de serem dependentes da situação de comunicação e da intenção dos sujeitos da interação verbal. Nas nossas análises, percebemos, previamente, que os estudantes precisam desenvolver capacidades linguístico-discursivas para conseguir utilizar esse elemento linguístico disponível no português para estabelecer relações de coesão nominal. Palavras-chave: produção de texto; elementos linguístico-discursivos; português; língua estrangeira. 144
FUNCIONALISMO, DR. HOUSE E A GRAMÁTICA NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA Larisse Carvalho de Oliveira (UFC) O mercado televisivo atingiu seu ápice com os seriados, formato televisivo mais comum nos Estados Unidos, fazendo-o ganhar mais espaço na televisão brasileira. Essa mídia pode auxiliar o ensino de gramática, por ser adaptável à dinâmica de sala e expor contextos discursivos comuns. Assim, objetivamos analisar as ocorrências de verbos modais em língua inglesa, e seus diferentes matizes no que diz respeito aos seus sentidos em um seriado americano, House (2004-2012), objetivando contemplar como os verbos modais diferenciam o grau de modalização no discurso médico televisivo. Nossa hipótese indica que poderão ser encontrados dados que demonstrem o nível de hierarquia e de formalidade expresso pelos falantes (fonte), quando se portam aos ouvintes (alvo). Consideramos os trabalhos sobre funcionalismo de Hengeveld (1988), os de modalidade de Palmer (1979), Lyons (1977), Neves (2006) e Lopes (2009). Como há divergências entre as concepções do que seja um verbo modal, seguimos a concepção de Bland (1996), referente aos modais sociais, que expressam polidez, formalidade, e autoridade em diferentes tipos de situações sociais. Utilizamos os cinco primeiros e últimos episódios da primeira temporada da série, televisados nos Estados Unidos em 2011-12. Separamos as ocorrências dos verbos modais referentes aqueles ‘sociais’, totalizando 64 casos. Tivemos o médico como a fonte de 82.8% das ocorrências, para 17.2% feitas por outras personagens. O alvo mais recorrente foram outros médicos – 78.1%, para 21.9%. Constatamos que devido à polissemia dos verbos modais, esses podem ser melhor compreendidos dentro de um contexto discursivo e que a fonte se utilizará de seu cargo social para obter o que deseja de seu alvo (ouvinte). Ressaltamos que esse estudo conta com o apoio da bolsa de fomento CAPES. Palavras-chave: Verbos modais; gramática de língua inglesa; seriado.
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GRAMÁTICAS EM LÍNGUA INGLESA: FORMALISTA OU FUNCIONALISTA? Larisse Carvalho de Oliveira (UFC) É de nosso conhecimento que as teorias funcionalista e formalista tratam da língua de modo diferente: a primeira, inserindo os estudantes num contexto e em seus usos; e a segunda, preocupada com as estruturas e regras da língua. Considerando os métodos que se guiam por ambas vertentes, analisamos duas gramáticas de inglês e suas maneiras de explorar a gramática dessa língua, pois é essencial que um professor conheça o recurso que utiliza no ensino de línguas. Escolhemos Intermediate Grammar – From form to meaning and use, de Susan K. Bland (1996), e Macmillan English in Context – intermediate, de Michael Vince (2007), e analisamos os capítulos referentes ao‘Past Perfect Tense’, normalmente ensinado para estudantes no nível B1. Pautamos-nos nas obras de Neves (1997), Pezatti (2004) e Oliveira (2003). Analisamos a estruturação das explicações e atividades que deveriam ser respondidas pelos alunos. Constatamos que a gramática de Bland segue a corrente funcionalista, inserindo os estudantes em um contexto, antes de expor as regras gramaticais. Totalizamos seis (31.5%) questões de dezenove (68.5%), com trinta e três (33) itens, o restante é direcionado ao aspecto ‘continuous’ do Past Perfect. Vince é formalista, priorizando a estrutura, apesar de o próprio título e a apresentação da gramática indicarem um trabalho voltado para o contexto. Contabilizamos somente seis exercícios (100%), com sessenta (60) itens, a maioria no estilo ‘cloze’. Concluímos que a gramática funcional pode mostrar melhores resultados quando é utilizada em comunhão com a abordagem comunicativa, devido a sua cuidadosa reflexão sobre o significado, forma e uso, e pelos seus contextos sociais. No entanto, acreditamos que tanto a abordagem formalista, quanto a funcionalista podem ser utilizadas em conjunto, adequando-se a estrutura às necessidades dos alunos e ao meio em que estão inseridos. PALAVRAS-CHAVE: formalismo.
Gramática
de
Língua
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Inglesa;
funcionalismo
e
BILINGUISMO COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO Maria Daíse de Oliveira Cardoso (UESPI) O processo de alfabetização, entre outros aspectos, é caracterizado pela aquisição e utilização de uma língua. Aprendizagem letratada para o uso da linguagem no meio social, compreendendo sua usabilidades e relevância. No entanto, ao pensarmos nos avanços educacionais que a nossa sociedade tem vivenciado, é importante que nossas crianças sejam alfabetizadas adquirindo uma segunda língua – a LIBRAS. Incluir é também preparar os indivíduos para conviveram com as mais diversas formas de comunicação, isso no âmbito da aprendizagem das línguas. Neste sentido, o presente artigo tem por objetivo compreender a importância do bilinguismo como prática pedagógica no processo de alfabetização. Conhecer as particularidades da língua brasileira de sinais e despertar para práticas que envolvam o bilinguismo como construto de autonomia e integração entre os alunos com surdez e ou ouvintes. É necessário que estejamos atentos as particularidades da libras, entendo que a mesma não se limita a mímicas ou simples gestos, mas assim, como a língua portuguesa, possui suas particularidades e precisa de métodos e propostas inovadoras. Os alunos ingresso no sistema educacional, encontram-se em idade ideal para apreender efetivamente uma segunda língua, não apenas um aprendizagem mecânica e utilitária, como acontece com muitos adultos, mas sim, uma aprendizagem efetiva e eficaz, que compreender desde o princípio a relevância da língua, bem como suas singularidades. Assim, tomaremos como base os pressupostos teóricos de autores como Cavalcanti(1999); Botelho (2005); Almeida(2004) e outros que abordam desde as fases do desenvolvimento infantil ao processo de aquisição da linguagem. Palavras-chave: Libras; alfabetização; prática pedagógica.
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Eixo Temático 05: A gramática e os gêneros textuais ou discursivos UMA QUESTÃO DE ARGUMENTOS: A MANIPULAÇÃO DA PERSPECTIVA NAS RECLAMAÇÕES ONLINE Sayonara Melo Costa (UFC) Rafael Rodrigues da Costa (UFC) Dentro do paradigma funcionalista dos estudos da linguagem, a predicação constitui-se como um tema de fundamental importância na compreensão da estrutura oracional, a partir dela, são representados os diferentes estados de coisas e estabelecidas as relações entre os argumentos envolvidos nessas representações. Entretanto, a relação entre estado de coisas e realidade não é absoluta, uma vez que é possível construir predicações sem existência no mundo real, ou ainda, manipular sua estrutura argumental em favor de perspectivas específicas de um mesmo evento. Neste trabalho, propomos a análise da variação do ponto de vista a partir do tipo de predicado e da estrutura argumental selecionada pelos falantes para expressarem suas reclamações no site Reclame Aqui. Para tanto, fundamentamos nosso estudo nas formulações de Fillmore (1977) e DeLancey (1981) acerca dos parâmetros que balizam a organização da sentença em função de uma determinada perspectiva, por meio das noções de fluxo de atenção (FA) e ponto de vista (PV), aprofundadas em Camacho (1996). Como resultado, constatamos que as escolhas de predicados feitas pelos reclamantes apontam para elaborações nas quais figurem como vítimas das situações construídas, por meio dos predicados de estado, processo e ação-processo e das funções semânticas de experimentador e beneficiário. No que diz respeito às escolhas de fluxo de atenção e ponto de vista, apenas a segunda categoria apresentou subversão da estrutura natural, ocorrência que justificamos como tributária da natureza egodêitica da noção de ponto de vista. Palavras - chave: Predicação; ponto de vista; fluxo de atenção.
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FUNÇÃO DA CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA NO TEXTO: UMA QUESTÃO PEDAGÓGICA POSSÍVEL NO ENSINO DA LÍNGUA MATERNA Patrícia Gomes de Oliveira (UFRRJ) O artigo tem como objetivo propor uma reflexão acerca da ausência / baixa frequência das conjunções subordinativas na produção de texto no ensino fundamental. O uso de termos que aparentemente revelam função semelhante a das conjunções subordinativas torna-se mais frequente na elaboração de textos, denotando uma crescente descaracterização deste como unidade de sentido, sobretudo porque fere os princípios da coesão e da coerência. De certa forma, também salienta uma recorrente estratégia de preenchimento de espaço físico – aqui compreendido como a folha pautada e o número de linhas nela existentes – e de repetição de palavras e ideias, fatos pontuais de um desconhecimento das conjunções e, portanto, das relações que estas conferem ao contexto de todo texto. Além disso, coloca em xeque a compreensão da mensagem / informação constituída nesse tipo de registro, uma vez que perde substancialmente funções intrínsecas à condição social do texto, inclusive no que tange aos seus aspectos característicos de funcionalidade e intencionalidade. A situação limítrofe de escrita discente do fundamental exige uma reformulação urgente, concernente ao ensino de gramática e produção de textos na língua materna. A proposta de intervenção do professor como mediador da aprendizagem assume caráter de preparo do educando para o vislumbre de outras formas de contato com a escrita, partindo do pressuposto que a melhor maneira de aprimorá-la se concretiza no exercício contínuo a que ela se propõe realizar. Logo, deve estar atrelada ao ensino de gêneros textuais que servirão como base para o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita do discente. O trabalho docente requer uma prática pedagógica mais consciente para o ensino de língua portuguesa, a fim de que ele se torne mais profícuo e significativo para o aluno, possibilitando ao educando posicionar-se de forma mais autônoma, crítica e efetiva nos eventos de escrita. (CAPES) Palavras-chave: Gramática; texto; conjunções subordinativas.
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AS CIRCUNSTÂNCIAS DE LOCALIZAÇÃO ESPACIAL NA PRODUÇÃO DISCURSIVA DO POSICIONAMENTO REGIONAL PESSOAL DO CEARÁ. Maria das Dores Nogueira Mendes (UFC) Como o sistema de transitividade da Gramática Tradicional (GT) diverge daquele proposto pela Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), isso, evidentemente, ocorre também no tocante ao tratamento que é dado as circunstâncias de localização espacial que expressam a determinação do espaço. Nesse sentido, na última perspectiva, elas têm um papel acessório, posto que não constituem um complemento do verbo, desempenhando papel secundário. Já na primeira concepção, que considera o contexto e as escolhas como fundamentais à construção do sentido (HALLIDAY, 1985; EGGINS, 1995), aquelas remetem às condições de realização dos processos. Desse modo, objetivamos ampliar as discussões acerca das circunstâncias de localização espacial à luz da LSF e da Análise do Discurso (AD), na linha de Maingueneau (1997, 2001, 2004, 2005), ao analisar qual o valor das circunstâncias de localização espacial para a produção discursiva do posicionamento regional Pessoal do Ceará. Para a consecução desse objetivo, como se trata de pesquisa ainda em andamento, identificaremos no corpus, formado por letras de canções, da década de 70, de Belchior, Ednardo e Fagner, as circunstâncias de localização espacial e as relacionaremos com uma possível identificação dos cantores e compositores cearenses com o local de origem. Considerando-se que, em tal produção discursiva literomusical, é dada ênfase à representação de experiências de mundo, sobretudo relativas à migração, conjecturamos que elas se materializem na presença das circunstâncias de localização espacial. Assim, ao aliarmos os estudos sistêmicos funcionais com os discursivos, supomos que as escolhas das circunstâncias de localização espacial colaborem para a construção de uma espécie de fotografia da época das paisagens cearenses/nordestinas. Logo, caso confirmemos a nossa hipótese, aquelas circunstâncias funcionarão como elementos fundamentalmente construtores da marcação identitária regional cearense na música daquele período, distinguindo-a de outros posicionamentos do discurso literomusical brasileiro. Palavras-chave: Circunstâncias de localização espacial; posicionamento; identidade regional. 150
UM TRATAMENTO REFLEXIVO DA GRAMÁTICA: ESTUDO DA INTERJEIÇÃO ATRAVÉS DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Antonio Lailton Moraes Duarte (FAFIDAM) Ana Maria Pereira Lima (UECE) Hodiernamente, há a necessidade de um olhar reflexivo sobre a abordagem da gramática, pois esta é responsável pela ativação da linguagem na produção linguística (NEVES, 2014). Essa ativação na produção linguística ocorre, neveseanamente, através do entrelaçamento discurso-textual das relações que se estabelecem na sociocomunicação, que se efetuar, bakhtinianamente, em forma de enunciados, concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana e cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, denominados, por Bakhtin (1997), de gêneros do discurso. Diante disso, este trabalho é uma tentativa de mostrar que é possível abordar os aspectos gramaticais relacionados à vivência linguística, manifestada pelo gêneros do discurso. Para tal empreitada, partiremos da perspectiva reflexiva do uso da gramática proposta por Neves (2014), cujo foco reside no fato de a gramática abranger os componentes pragmático, semântico e sintático, e da perspectiva dos gêneros do discurso de Bakhtin (1997), cujo cerne reside na interação verbal por meio de diversos textos que circulam na sociedade. O entrelaçamento dessas perspectivas será mostrado nesta investigação por meio da discussão do Trabalho de Conclusão de Curso (Letras – Licenciatura em Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas) de Amorim (2012), que focalizou o ensino de interjeições através das Histórias em Quadrinhos (HQs). Com esse estudo de Amorim (2012), podemos concluir que é significativo o uso das interjeições nas HQs, por expressarem os estados emotivos dos personagens e impressionarem o leitor, e que a inclusão das HQs na sala de aula, principalmente nas aulas de interjeição, é uma forma de penetrar na produção de sentidos e de efeitos, relacionados às motivações e interações dos personagens e estes com os leitores, e na produção das significações da expressões reveladas pelas interjeições na organização das relações construcionais das HQs. Palavras-chave: Gramática; interjeição; história em quadrinhos. 151
EXPRESSÕES REFERENCIAIS EM CARTAS DE AMOR Andrezza Alves Queiroz (UECE) Maria Helenice Araújo Costa (UECE) Considerando a língua como um instrumento de interação social, utilizada para estabelecer as relações comunicativas entre os interactantes, Dik (1978) esclarece que a expressão linguística é mediada pelo propósito do falante e pela interpretação do destinatário. Dessa forma, a língua não poderia ser vista como uma entidade autônoma que não considera a intenção e a informação pragmática do interlocutor e a informação pragmática do destinatário. Sendo assim, de acordo com Costa (2000), para que a compreensão da leitura de algum texto seja alcançada com êxito, o escritor precisa fornecer pistas ao leitor, considerando que haja entre os dois, escritor e leitor, certo conhecimento partilhado que permita a construção de significados. Considerando esses pressupostos, pretendemos, com este trabalho, investigar, apresentar e discutir o uso das expressões de tratamento que identifiquem os possíveis referentes utilizados em cartas particulares datadas do início do século XX. Para isso, tomamos como amostra três cartas, retiradas da página virtual Laboratório de História do Português Brasileiro (Labor-histórico PB). A partir da análise dessa amostra, verificamos que a manifestação dos sentimentos apareceu marcada pelo uso de vocativos e de expressões linguísticas no diminutivo, e o formalismo da linguagem apareceu representado pelo uso do pronome tu, que, provavelmente, consistia em um parâmetro utilizado na década de trinta, e do pronome você, que, possivelmente, tratava-se de uma forma linguística que ainda carregava traços de respeito e de cerimônia provenientes da forma original Vossa Mercê. Com este trabalho, tentamos mostrar que através dos elementos linguísticos foi possível interpretar os sentidos enunciados pelos participantes do evento comunicativo. Palavras-chave: Língua; referentes; cartas particulares.
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A INTERFACE ENTRE GRAMÁTICA E GÊNEROS DISCURSIVOS NO ESNINO DE INGLÊS COMO LE Mônica de Souza Coimbra (CPII/ COLUNI_UFF) Patricia de Souza Martins (CPII/ COLUNI_UFF) Em um perspectiva sócio-interacionista de ensino de línguas, é inegável a importância dos gêneros discursivos (BAKTIN, 2003), já que os mesmos se constituem como ações sócio-discursivas para agir sobre o mundo e dizer o mundo, constituindo-o de algum modo (MARCUSCHI, 2012). Os PCN, documentos que visam estabelecer parâmetros nacionais para o ensino das diferentes disciplinas, sugerem que o trabalho com o texto esteja fundamentado nos gêneros. Os autores de materiais didáticos de língua inglesa, com frequência, comprometem-se com a exploração de gêneros variados – muito embora se possa constatar, com frequência, a predominância de textos representativos de alguns poucos gêneros e o uso mais esporádico de outros – e demonstram uma preocupação com a análise das propriedades sócio-comunicativas que os definem. Por outro lado, imbricada na questão dos gêneros, encontra-se a questão do ensino de gramática. Claro está, hoje, que a gramática deve ser trabalhada de forma contextualizada, ou seja, a partir do texto. Uma vez que os textos materializam-se sempre por meio dos gêneros, o ensino da gramática deveria, assim, estar atrelado ao trabalho com os gêneros. Entretanto, ocorre que os gêneros não se caracterizam nem se definem por aspectos formais, sejam eles estruturais ou linguísticos (MARCUSCHI, 2012). Tendo em vista as questões apontadas, o presente trabalho é uma proposta de análise da relação que tem sido estabelecida entre gramática e gêneros discursivos nos materiais didáticos de língua inglesa na escola básica. Nossa intenção é encaminhar algumas reflexões acerca da forma como, de fato, a disciplina tem dado conta de atender às orientações dos PCN, no que se refere à proposta de ensinar conteúdos gramaticais a partir do trabalho com textos. Palavras-chave: Gramática; gêneros discursivos; ensino de LE.
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A COLABORAÇÃO NO TURNO: UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO DO OUVINTE NA CONSTRUÇÃO DO ENUNCIADO DO FALANTE Klébia Enislaine do Nascimento e Silva (UFC) O presente trabalho tem como objetivo analisar a colaboração intraturno do ouvinte na construção dos enunciados, mais precisamente, as intervenções feitas pelo ouvinte para auxiliar a construção dos enunciados do falante, considerando os aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos que restringem e favorecem o uso da colaboração em uma microinteração, em diálogos entre dois informantes (D2), na norma oral do português popular da cidade de Fortaleza (NORPOFOR). A colaboração intraturno ocorre quando o turno do outro não foi concluído (turno interrompido), caracterizando-se, em geral, pela hesitação do falante para concluir seu turno. Assim, o ouvinte colabora para auxiliá-lo em sua construção, não sendo essa colaboração considerada, necessariamente, uma tentativa de “assalto de turno”. Nosso estudo segue os pressupostos funcionalistas da linguagem, que pressupõe que a língua deve ser estudada dentro do uso real, já que é concebida como um instrumento de interação social utilizada para estabelecer comunicação entre seus usuários (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008). Para nossa análise, fizemos um recorte do corpus original, analisamos 10 inquéritos do NORPOFOR do tipo D2. A análise dos dados obtidos revelou que, a colaboração cumpre a função de auxiliar a construção dos elementos textuais e discursivos na interação, atuando tanto quando o falante tem algum problema de formulação do texto, quando o ouvinte quer emitir um juízo de valor sobre algo dito pelo falante. Portanto, a colaboração atua no processamento do turno do falante e na atribuição de pontos de vista do ouvinte sobre o que foi referido pelo falante, possibilitando uma observação global do processo de comunicação. Palavras-chave: informantes.
Colaboração;
funcionalismo;
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diálogos
entre
dois
Eixo Temático 06: Políticas educacionais e práticas de ensino da gramática PRÁTICAS E CONTEXTO DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA EM RORAIMA Luzineth Rodrigues Martins (UERJ) Cristiani Dália de Mello (UERJ) O projeto “Práticas e Contexto do Ensino da Língua portuguesa em Roraima” tem como objetivo coletar dados gerais sobre o ensino de LP em 14 municípios do Estado de Roraima, pois detectam-se problemas como a falta de atendimento das expectativas de qualidade desenhadas pelo sistema nacional de educação, pelos gestores , professores e pais de alunos; dificuldade dos professores na promoção de práticas pedagógicas que resultem na elevação dos níveis de habilidades de leitura e de escrita dos alunos em conformidade com o nível de ensino em que se encontram; dificuldade na inclusão dos avanços dos estudos da linguagem no ensino da LP e falta de promoção da formação continuada em atendimento às necessidades reais do professor de LP. A metodologia utilizada deu-se pela coleta de dados, tendo como instrumento um questionário destinado aos professores, composto de questões abertas e fechadas, com o objetivo de fornecer respostas que levassem à realidade do cotidiano professor/aluno nas salas de aula de LP, das escolas públicas . Esses dados foram tabulados , analisados e os resultados foram distribuídos em três contextos, isto é, a atuação do professor no ensino de LP; o uso e importância do LD e a contribuição do Projeto Político Pedagógico. Como conclusão, constatamos que o ensino de LP no Estado precisa ser atualizado, pois é pautado pelo uso da gramática em detrimento das práticas de uso da linguagem; a grande preferência dos professores pelo LD recai sobre os livros não recomendados ou recomendados com ressalvas, pelo descompasso que há entre a expectativa do professor e dos livros recomendados pelo PNLD; e, por fim, muitas escolas não têm o projeto político pedagógico construído e as que possuem não veem a necessidade prática deste documento. Palavras-chave: Ensino de LP; práticas de ensino; escolas públicas.
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REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES DE LÍNGUA MATERNA EM FORMAÇÃO INICIAL SOBRE O ENSINO DE GRAMÁTICA: VALORES E SENTIDOS MOBILIZADOS E RESSIGNIFICADOS NO ESTÁGIO DE REGÊNCIA Manoelito Gurgel (UFC) Este trabalho faz parte de uma pesquisa maior, na qual identificamos e analisamos as representações de oito estagiárias da disciplina de Estágio em Ensino de Língua Portuguesa do curso de Letras-Português da UFC sobre o estágio de regência, engendradas, mobilizadas e ressignificadas na e pela disciplina (GURGEL, 2013). Assumindo o quadro teórico-metodológico do Interacionismo Sócio-discursivo (BRONCKART, 2006, 2008, 2009), identificamos, no discurso das estagiarias, durante a interação com os seus pares em grupos focais, os sentidos que o grupo atribuiu ao estágio de regência, antes e durante a disciplina, (re)velados pelas modalizações lógicas, deônticas, apreciativas e pragmáticas (BRONCKART, 2009). Em nossa análise, percebemos que, do discurso das estagiárias, emergiram representações não só sobre o estágio de regência, mas também, por exemplo, sobre o ensino de gramática. No que se refere a este, as representações partilhadas pelo grupo são marcadas por valores negativos, como nos indicam as modalizações pragmáticas e apreciativas mobilizadas pelas estagiárias, que, segundo afirmaram, não estão preparadas para ensinar gramática de acordo com as novas orientações propostas, por exemplo, pelos PCNs (1998). Como não se sentem preparadas, elas acabam insistindo em atividades prescritivas, em que destacam não o uso efetivo da língua, mas sim as nomenclaturas das estruturas linguísticas. Para o grupo, o despreparo que sentem é uma consequência da falta, no curso de Letras, de disciplinas teóricas e práticas sobre o ensino de gramática. Palavras-chave: Representações; ensino de gramática; estágio de regência.
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EMENTAS DOS MINICURSOS/OFICINAS Minicursos/Oficinas TÍTULO: Linguística de Corpus e ensino de gramática em Língua Inglesa PROFESSOR(A): Diana Costa Fortier Silva EMENTA: Estudo das contribuições da Linguística de Corpus para a área de ensino de línguas, em geral, e ensino de gramática em Língua Inglesa, em particular. Reflexão sobre as perspectivas de emprego desta metodologia de análise de língua como ferramenta auxiliar do ensino de gramática em Língua Inglesa por professores brasileiros.
Minicursos/Oficinas TÍTULO: O ensino comunicativo de gramática em L2 PROFESSOR(A): Débora Andrade Pamplona EMENTA: Este workshop pretende debater sobre alguns princípios que podem nortear o desenvolvimento de uma aula de gramática em língua estrangeira a partir de princípios comunicativos. Será exposta brevemente a fundamentação teórica e em seguida serão sugeridos exemplos de lições organizadas de forma que atenda às necessidades anteriormente expostas.
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Minicursos/Oficinas TÍTULO: Uma política linguística para o português brasileiro: o que é e o que deve ser PROFESSOR(A): Claudia Ramos Carioca EMENTA: Estudo das abordagens de Neves (2012) e Castilho (2012) para a explicitação de uma política linguística para o português brasileiro. Quanto ao número de participantes, acho melhor vocês especificarem mediante a questão do espaço. Minicursos/Oficinas TÍTULO: Organização retórica de texto: percorrendo trilhas para o ensino da gramática PROFESSOR(A): Maria Ednilza Oliveira Moreira* EMENTA: Exploração de “conteúdo temático” utilizando-se de “recursos da língua” que compõem uma determinada “organização retórica” de um texto, considerando: -RECONHECIMENTO i) das diferentes sequências discursivas que compõem os gêneros textuais; ii) do objetivo macro de cada sequência; iii)dos elementos linguísticos caracterizadores de uma particular sequência discursiva, em oposição às demais. -ATENÇÃO às várias manifestações linguísticas que uma sequência discursiva pode assumir, dependendo do gênero textual onde ele aparece. * Excepcionalmente o Minicurso 13, intitulado “Organização retórica de texto: percorrendo trilhas para o ensino da gramática”, da Profª. Drª. Maria Ednilza Oliveira Moreira, Parte I, acontecerá no dia 05/11/2012, pela manhã das 8h às 10h e a Parte II acontecerá no mesmo dia, 05/11/2012, à tarde, das 16h às 18h.
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Minicursos/Oficinas TÍTULO: O Ensino Indutivo da Gramática de Língua Estrangeira PROFESSOR(A): Ronaldo Lima Júnior** EMENTA: A aula de língua estrangeira de cunho comunicativo se beneficia do ensino indutivo da gramática, no qual os alunos são levados a compreender o uso antes de terem a atenção conduzida às estruturas. Estratégias de inferência, contextualização da gramática em situações autênticas e genuínas bem como tarefas comunicativas de uso são alguns dos instrumentos do ensino indutivo. Este minicurso utilizará tópicos gramaticais deinglês-L2 para expor o conceito e ilustrar atividades de ensino indutivo de gramática, que podem, por sua vez, ser generalizados para o ensino de outras L2s. * Excepcionalmente o Minicurso 12, intitulado “O Ensino Indutivo da Gramática de Língua Estrangeira”, do Prof. Dr. Ronaldo Lima Júnior, Parte I, acontecerá no dia 05/11/2012, pela manhã das 8h às 10h e a Parte II acontecerá no dia 06/11/2012, à tarde, das 13:30h às 15:30h.
Minicursos/Oficinas TÍTULO: Uso da música nas aulas de gramática PROFESSOR(A): Vládia Araújo Tavares EMENTA: Teoria e prática de ensino e aprendizagem no ensino de gramática por meio do veículo de comunicação a música e na perspectiva de Martins Ferreira.
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Minicursos/Oficinas TÍTULO: A referenciação textual: funcionamento e funcionalidade das cadeias referenciais PROFESSOR(A): Larisse Carvalho de Oliveira EMENTA: Reflexão explícita e sistemática sobre a constituição e o funcionamento da linguagem nas dimensões sistêmica (ou gramatical), textual e discursiva com foco na referenciação textual: funcionamento e funcionalidade das cadeias referenciais com o intuito de viabilizar o desenvolvimento da habilidade leitora.
Minicursos/Oficinas TÍTULO: Gerenciamento dos marcadores de modalização deôntica: inglês para fins específicos PROFESSOR(A): Maria Fabiola Vasconcelos Lopes Maria Manolisa Nogueira Vasconcellos EMENTA: Marcadores de modalização deôntica na leitura de textos em língua inglesa para fins específicos sob o enfoque funcionalista de Palmer (1986) e Bybee, Perkins & Pagliuca (1994).
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Minicursos/Oficinas TÍTULO: Gramática e Variação: descrição e uso linguístico PROFESSOR(A): Hebe Macedo de Carvalho EMENTA: Este minicurso busca refletir sobre a concepção de língua como instrumento de comunicação motivada por forças linguísticas e extralinguísticas. Parte-se do princípio de que os usos linguísticos são condicionados por essas forças e estão sujeitos a pressões de uso que, potencialmente, podem motivar variação e mudança na estrutura paradigmática da língua e, consequentemente, na gramática em uso de comunidades de fala. Nesse sentido, a variação constitui um processo inerente à dinâmica do uso linguístico, sendo os fatores linguísticos e sociais variáveis que atuam de maneira probabilística na variável linguística. Considerando o português falado num país de extensão continental como o Brasil, neste minicurso pretende-se refletir sobre a gramática em uso de natureza variável a partir de estudos (CARVALHO, 2014; BARBOSA, 2013; OLIVEIRA, 2007; ARAÚJO, 2014; ALVES, 2014; PIMPÃO, 2012, entre outros) que investiguem categorias gramaticais em algumas variedades regionais. Minicursos/Oficinas TÍTULO: Oficina de Escrita da Língua de Sinais Brasileira* PROFESSOR(A) Rundesth Saboia Nobre EMENTA : Conceitos sobre a escrita em geral e a escrita de sinais. Mapeamento dos Estudos da escrita de sinais. Importância da inserção da escrita de sinais na educação dos surdos. Práticas de leitura e escrita da Libras pelo sistema SignWriting. *Para participar desta oficina é importante o discente ter 161
conhecimento de vocabulário da Libras Minicursos/Oficinas TÍTULO: Minicurso/Oficina de Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS PROFESSOR(A): Mardônio dos Santos Aguiar de Oliveira EMENTA Conceituação de língua e linguagem; Breve histórico das línguas de sinais; Aspectos gramaticais da Libras; Exploração de datilologia e de vocabulário básico: palavras, números, sinais rítmicos e diálogos com aplicação de sinais do cotidiano.
Minicursos/Oficinas TÍTULO: Minicurso/Oficina de (Língua de) Sinais Internacionais* PROFESSOR(A): Daniel Almeida de Lima EMENTA Conceituação de língua e linguagem; Breve histórico das línguas de sinais, enfatizando os sinais internacionais e seus contextos; Estudos linguísticos e as praticas de tradução em Sinais Internacionais (SI); Exploração de datilologia e de vocabulário básico. *Para participar desta oficina é importante o discente ter conhecimento de vocabulário da Libras
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Minicursos/Oficinas TÍTULO: Oficina de escrita tridimensional e sign writing PROFESSOR(A): Margarida Maria Pimentel de Souza EMENTA: Histórico sobre o processo de escrita de línguas orais e de sinais. Conhecendo o Dance Writing, o Sign Writing e uma experiência de escrita tridimensional de uma Dança Meditativa de Tara. A escrita de sinais como elemento fundamental de/para a educação e cultura dos surdos. Exploração de um vocabulário temático da Libras e sua gramática. Parâmetros da língua de sinais e sua transposição para o papel: praticando a leitura e escrita de frases da Libras pelo sistema SignWriting. *Para participar desta oficina é importante o discente ter conhecimento de vocabulário da Libras Minicursos/Oficinas TÍTULO: Abordagens de ensino de gramática em exercícios de livros didáticos de Língua Portuguesa PROFESSOR(A): Mônica de Souza Serafim Francisco Elton Martins de Souza EMENTA: Investigação das abordagens de ensino de gramática presentes em exercícios de livros didáticos de Língua Portuguesa do Ensino Médio, avaliados e aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e distribuidos para escolas públicas brasileiras.
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