"Geoparques Mundiais da UNESCO em Portugal"

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FICHA TÉCNICA

Este suplemento faz parte integrante da revista I Like This® e não pode ser vendido separadamente. Sede e sede de redação Rua das Novas Empresas - IEFP 4780-511 Santo Tirso Proprietário News Mind - Edições Unipessoal, Lda

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Novo Programa científico da UNESCO dedicado aos Geoparques, texto da Embaixadora Ana Martinho, presidente da Comissão Nacional da UNESCO

Geoparque Açores

6 Geopark Naturtejo

Director/Editor: Sérgio Dinis Fotografias: Cedidas pelos parceiros Publicidade: publicidade@ilikethis.pt Digital: www.ilikethis.pt

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Fórum Português de Geoparques Mundiais da UNESCO: trabalhando em rede em prol de um desenvolvimento regional sustentável, texto de Elizabeth Silva, técnica superior responsável pelo setor das Ciências da Comissão Nacional da UNESCO; Coordenadora do Fórum Português de Geoparques Mundiais da UNESCO e perita da UNESCO para o Programa Internacional de Geociências e Geoparques

18 Geopark Terras de Cavaleiros

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8 I like This® marca registada. Todos os direitos reservados. Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os anúncios publicitários e artigos de opinião, os seus conteúdos e o impacto que deles advier são da total responsabilidade dos seus autores

Arouca Geopark

“A Cátedra UNESCO coloca a UTAD na vanguarda da formação em Geoparques”, entrevista ao coordenador da Cátedra, Artur Sá.

10 Opinião dos presidentes dos Geoparques Mundiais da UNESCO em Portugal

22 Aspiring Geopark Estrela

seroçA euqrapoeG ad laidnuM OCSENU

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NOVO PROGRAMA CIENTÍFICO DA UNESCO DEDICADO AOS GEOPARQUES A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) é uma agência especializada do sistema das Nações Unidas que tem por finalidade contribuir para a manutenção da paz e da segurança mediante o incremento, através da educação, da ciência e da cultura, da colaboração entre nações, a fim de assegurar o respeito universal pela justiça, pela lei, pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais que a Carta das Nações Unidas reconhece a todos os povos do Mundo, sem distinção de raça, de sexo, de língua ou de religião. As suas áreas de atividade são a educação, as ciências naturais e exatas, as ciências humanas e sociais, a cultura, a comunicação e informação. Entre as suas prioridades destacam-se temas como uma educação de qualidade para todos; promoção da investigação das ciências naturais e sociais contribuindo para um desenvolvimento sustentável; proteção e valorização da herança natural e cultural do mundo, bem como a diversidade cultural; promoção do diálogo intercultural e uma cultura de paz; a liberdade de expressão e de imprensa. É neste contexto que o conceito de Geoparque Mundial da UNESCO se foi desenvolvendo desde o ano 2000. Fruto do trabalho dinamizado por um crescente número de geoparques europeus e asiáticos e dos seus impactos positivos no desenvolvimento sustentável destes territórios, foi aprovado pela UNESCO, em novembro de 2015, o Programa Internacional de Geociências e Geoparques, o qual integra a Rede Mundial de Geoparques Mundiais da UNESCO. Atualmente esta Rede engloba 120 Geoparques distribuídos por 33 países, e tem evidenciado um forte crescimento em resposta ao interesse e apoio manifestado por autarquias, empresas, associações científicas e académicas, entre outras entidades. Em Portugal,

existem quatro Geoparques Mundiais da UNESCO (Naturtejo, Arouca, Açores, Terras de Cavaleiros e perspetivando mais candidaturas como da região da Serra da Estrela), que nesta edição terão particular destaque. Em conclusão, os Geoparques Mundiais da UNESCO procuram de uma forma geral corresponder aos objetivos traçados pelo referido Programa UNESCO, como a preservação do património geológico para as gerações do presente e do futuro, educar e ensinar o público em geral sobre temas das Ciências da Terra e as suas relações com questões ambien-

tais, assegurar um desenvolvimento sustentável ao nível socioeconómico e cultural, promover pontes multiculturais em património e conservação e manutenção da diversidade geológica e cultural, através de parcerias, estimular a investigação nos territórios e contribuir ativamente para a existência da Rede Mundial de Geoparques Mundiais da UNESCO através de iniciativas conjuntas. Embaixadora Ana Martinho, Presidente da Comissão Nacional da UNESCO


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FÓRUM PORTUGUÊS DE GEOPARQUES MUNDIAIS DA UNESCO: TRABALHANDO EM REDE EM PROL DE UM DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL Em 2011, sob a coordenação da Comissão Nacional da UNESCO (CNU), foi criado o Fórum Português de Geoparques Mundiais da UNESCO, o qual integra atualmente quatro Geoparques (Naturtejo, Arouca, Açores, Terras de Cavaleiros) e como membro observador o Aspiring Geopark Estrela. Este Fórum visa um verdadeiro trabalho em rede, tendo por objetivo promover à escala nacional e internacional os geoparques portugueses pertencentes à Rede de Geoparques Mundiais da UNESCO. Fornece igualmente apoio técnico e científico a novas candidaturas nacionais e emite pareceres vinculativos sobre as mesmas, os quais são tidos em conta no processo de pré-avaliação e seleção pela CNU. Neste processo, são também considerados os pareceres emitidos pelo Comité Português para o Programa Internacional de Geociências (IGCP). O Fórum visa também promover e dinamizar o conceito de Geoparque Mundial da UNESCO. Segundo o Programa Internacional de Geociências e Geoparques da UNESCO, os geoparques são territórios singulares, com uma área geográfica unificada onde os sítios e as paisagens de relevância geológica internacional são geridos com base num conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável, para além de se constituírem como territórios de excelência para a investigação científica. Ao sensibilizar as populações locais para a importância do património geológico do território, os geoparques contribuem para o sentido de pertença das comunidades locais e orgulho na sua região. Este conceito implica assim o envolvimento da comunidade local, um financiamento básico assegurado e uma forte estrutura de gestão territorial, sempre assente numa estratégia de desenvolvimento de tipo bottom-up.

Assim, um geoparque não é uma instituição isolada num território, é na verdade o elemento agregador que visa envolver todos os parceiros num propósito comum que é contribuir para o desenvolvimento sustentável de um território, nas suas diferentes componentes: educacional, científica, ambiental, cultural, turística e económica. É neste contexto que o Fórum define os seus planos de atividades anuais, que incluem projetos educativos comuns, como o Projeto “GEA – Terra Mãe”, em parceria com o Comité Português para o IGCP e, desde 2013, em parceria com o Araripe Geoparque Mundial da UNESCO (Brasil), bem como a organização de conferências, ações de formação, exposições itinerantes, documentários e participação em feiras de turismo. Uma vez que o Fórum dinamiza muitas destas atividades em estreita articulação com outros Programas e redes UNESCO,

tem sido por isso referenciado a nível internacional, como um exemplo de boas práticas e um modelo a seguir por outros Fóruns congéneres. Elizabeth Silva, técnica superior responsável pelo setor das Ciências da Comissão Nacional da UNESCO; Coordenadora do Fórum Português de Geoparques Mundiais da UNESCO e perita da UNESCO para o Programa Internacional de Geociências e Geoparques


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“A CÁTEDRA UNESCO COLOCA A UTAD NA VANGUARDA DA FORMAÇÃO EM GEOPARQUES” A UNESCO aprovou recentemente a criação de uma Cátedra na UTAD em “Geoparques, Desenvolvimento Regional Sustentado e Estilos de Vida Saudáveis”. Esta é a primeira Cátedra UNESCO a abordar esta temática e permite a investigação sobre os Geoparques Mundiais portugueses, explica o coordenador da Cátedra, Artur Sá. Qual a importância da Cátedra UNESCO conquistada pela UTAD? A existência de uma Cátedra UNESCO permite à UTAD desenvolver um conjunto de iniciativas de formação avançada relacionadas com as temáticas da mesma. Nesse sentido, sendo esta a primeira do universo das Cátedras UNESCO a abordar as temáticas dos Geoparques e dos Estilos de Vida Saudáveis, assume um relevo significativo, na medida em que enquadra assuntos do novo Programa de Geociências e Geoparques da UNESCO e dos objetivos da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. Estando a UTAD localizada numa região em cujo raio de influência existem duas classificações de Geoparque Mundial da UNESCO, duas classificações de Património Mundial, duas classificações transfronteiriças de Reserva da Biosfera, além dos parques naturais do Alvão, Montesinho, Douro Internacional e Vale do Tua, a existência de uma Cátedra sobre estas temáticas origina um conjunto de oportunidades para investigar, conhecer, discutir e promover estes territórios. Em suma, esta Cátedra coloca a UTAD na vanguarda internacional da formação superior em Geoparques e Estilos de Vida Saudáveis, contribuindo para o Desenvolvimento Regional Sustentado das regiões. Quais os objetivos inerentes à Cátedra? Esta Cátedra UNESCO pretende criar uma rede inovadora e integrada de pesquisa, ensino, transferência de conhecimentos e projetos conjuntos de pesquisa e de comunicação, sensibilizando a sociedade para

estes temas, em estreita cooperação com outras instituições de ensino superior na CPLP e no espaço Ibero-Americano. Nesse contexto, os objetivos específicos consistem em fornecer formação e recursos para estudantes e investigadores sobre geoparques, desenvolvimento regional sustentável e estilos de vida saudáveis, através da promoção de intercâmbios entre instituições parceiras, com base nos princípios da sustentabilidade; aumentar a cooperação interuniversitária e reforçar redes científicas que conduzam à criação e desenvolvimento de novos geoparques, particularmente em países da CPLP e da América Latina e Caribe; promover a transferência de conhecimento entre os parceiros e estimular o desenvolvimento de programas educativos e projetos científicos nas áreas da Cátedra.

Quais as potencialidades dos Geoparques Mundiais portugueses? Os Geoparques Mundiais da UNESCO portugueses são na atualidade quatro territórios (Naturtejo, Arouca, Açores e Terras de Cavaleiros) que se distinguem pelo seu património natural e cultural. Correspondendo a realidades distintas de gestão territorial, não deixam de basear a sua estratégia de desenvolvimento nos pilares da ciência, educação e cultura, que se projetam numa oferta turística diferenciadora e economicamente relevante. Não sendo tarefa fácil discriminar todas as potencialidades dos geoparques portugueses, diria que a sua grande competência tem sido a capacidade demonstrada pelos quatro territórios em envolver ativamente as populações locais nestes projetos de desenvolvimento territorial. Estes baseiam-se, desde logo, na existência de um património geológico de relevância internacional, mas utilizam também o património natural biótico e o património cultural, tangível e intangível, num enquadramento holístico, sinérgico e inclusivo de tudo e de todos no território.

Apoio:

Co-nanciamento:


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GEOPARK NATURTEJO: UM DESTINO DE NATUREZA PIONEIRO E INOVADOR

MENSAGEM PESSOAL DO PRESIDENTE DA DIREÇÃO DO GEOPARQUE AÇORES (...) Como homens, estamos soldados historicamente ao povo de onde viemos e enraizados pelo habitat a uns montes de lava que soltam da própria entranha uma substância que nos penetra. A geografia, para nós, vale outro tanto como a história, e não é debalde que as nossas recordações escritas inserem uns cinquenta por cento de relatos de sismos e enchentes. Como as sereias temos uma dupla natureza: somos de carne e pedra. (...) Vitorino Nemésio A analogia à alma deste povo e à geologia que nos rodeia, faz-nos exteriorizar que, a nossa Cultura e Autonomia política, que em grande parte dela se fundamenta, seriam muito distintas sem a influência de Vitorino Nemésio. Este português, açoriano de berço, foi quem melhor sintetizou, no conjunto da sua obra literária, o produto histórico de cinco séculos de existência humana no meio do mar e de solidão, de tempestades e de vulcões, que um dia assinalou como Açorianidade o que nós, irreverentemente, reconhecemos como a nossa alma. Assente no lema “9 ilhas – 1 Geoparque” a Região lançou-se num desafio único, inédito até então na Rede Europeia e Mundial de Geoparques, que passou pela candidatura à rede de todas as 9 ilhas do Arquipélago, quebrando barreiras e incertezas, consubstanciadas no excelente trabalho realizado ao longo de anos por todos quantos promoveram a sua vasta e rica geodiversidade, o seu património geológico e a preservação do ambiente dos Açores. A vertente arquipelágica singular e única que apresentamos, faz do arquipélago dos Açores, um ponto de referência a nível mundial. Como tal, e tendo sempre em conta os princípios da Rede Europeia de Geoparques, todo o trabalho de desenvolvimento

e promoção deste local de excelência e renome internacional, fundamenta-se nos princípios basilares da criação da Associação Geoparque Açores: Geoconservação, Educação Ambiental, Desenvolvimento Regional e Geoturismo. A forte interligação com o Governo Regional dos Açores, as importantes parcerias estabelecidas e a disponibilidade e voluntarismo dos colaboradores técnicos e científicos são fundamentais para a sustentabilidade desde empreendimento. Antevemos portanto, um futuro promissor para o arquipélago, com muito trabalho à mistura com certeza, porém julgamos que as sinergias já implementadas e as que irão surgir, serão extremamente positivas e particularmente decisivas para o futuro dos Açores, enquanto destino de referência e único local na Europa, a agregar as 4 chancelas UNESCO, Património Mundial da Humanidade, Rede Ramsar, Reservas da Biosfera e Geoparques. O trabalho desenvolvido ao longo destes 6 anos pelo Geoparque Açores mereceu reconhecimento este ano de 2016, com a distin-

ção, pela 2ª vez, como um dos 100 Destinos Mais Sustentáveis, pela Green Destinations, sendo considerados “um exemplo pelas suas práticas ambientais e pela forma como harmoniza a relação entre o homem e a natureza”, o que muito nos orgulha.

Luís Filipe Goulart Botelho Presidente da Direção do Geoparque Açores

O Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, primeiro geoparque português, assinala este ano o seu 10º aniversário. O balanço, extremamente positivo, reflete um projeto pioneiro na introdução de novos paradigmas de desenvolvimento sustentável. Uma década depois é inegável o contributo do Geopark Naturtejo para o notável amadurecimento turístico de toda uma região, sua afirmação nacional e internacional. Trouxe, por exemplo, um enfoque muito particular no Turismo de Natureza e na certificação e qualificação do alojamento, da restauração, animação, produtos tradicionais. Ao mesmo tempo, também promoveu o aparecimento de novos investidores que, inspirados no Geopark Naturtejo, criaram uma vasta gama de geoprodutos. A natureza, cultura e saberfazer tradicionais ganharam projeção com a criação produtos turísticos integrados e competitivos. Em números, o balanço destes 10 anos de Geopark Naturtejo traduz-se num crescimento de 228 por cento nas unidades hoteleiras, por todo o seu território – da Raia à Beira Interior, passando pelo Pinhal Interior até ao Alto Alentejo. A dimensão de 5.000 quilómetros quadrados dá-nos escala, permite-nos ser um destino de qualidade, diversificado e com inúmeros fatores de atração. Oferecemos uma grande variedade de produtos turísticos sustentados no nosso património, valores e gentes, história e cultura. Vão desde o geoturismo, ao turismo de aventura, desportos na natureza, birdwatching, entre outras atividades que contribuem para a educação ambiental dos visitantes. Esta área classificada é também especialmente procurada por escolas nacionais e internacionais para desenvolverem apren-

dizagens e investigação em áreas como a geologia, ciências da natureza, biologia, entre outras. Com o objetivo de satisfazer as necessidades e exigências de todo o tipo de visitantes, promovemos uma oferta cada vez mais inovadora, até pelas responsabilidades que desempenhamos na representação oficial da Rede Global de Geoparques da UNESCO nas principais feiras de turismo do mundo, como a FITUR em Madrid e a ITB em Berlim. Por outro lado, o Geopark Naturtejo tem uma ligação única à comunidade local. Percebemos cedo que a grande valia do projeto reside no envolvimento das populações locais no desenvolvimento, conservação e valorização do património que o caracteriza. Foi assim desde o início e só assim faz sentido. O desenvolvimento sustentável do território é uma meta que tem de estar sempre presente. Armindo Jacinto Presidente do Conselho de Administração da Naturtejo, EIM

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NO GEOPARK TERRAS DE CAVALEIROS RECEBEMOS DE BRAÇOS ABERTOS Estimado leitor, Em setembro o Geopark Terras de Cavaleiros assinalou dois anos da sua integração nas Redes Europeia e Global de Geoparques. Ao longo deste período, assistimos com muita satisfação à criação do Programa Mundial de Geociências e Geoparques pela UNESCO, integrando definitivamente as anteriores organizações, desde há algum tempo já merecedoras da sua supervisão. Este foi o passo que afirmou os geoparques como áreas territoriais de dimensão mundial, enquanto dinamizadores ativos da estratégia de desenvolvimento sustentável, a sua dimensão primeira e objetivo transversal a todas as entidades de gestão ou promoção dos territórios. Como tal, Macedo de Cavaleiros e o seu concelho, ganharam também esta dimensão – que propositadamente utilizo sem aspas – e visibilidade mundial. E quem são os seus primeiros beneficiários? Os seus habitantes, pois claro. São aqueles que fazem o seu dia-a-dia nestes territórios classificados que ganham novas oportunidades para gerar mais-valias, nos mais diversos campos dos seus interesses. No fundo, falamos da geração de riqueza, seja no âmbito da valorização histórica, da preservação cultural ou na dinamização económica dos diferentes setores de atividade. Focados nas pessoas, o trabalho é desenvolvido com uma preocupação sempre presente, de envolvimento da comunidade local, dos agentes, na valorização de todas as potencialidades, colocando-as, precisamente ao serviço das pessoas. É um processo contínuo, materializado na panóplia de programas educativos com a identidade do território sempre intrínseca, num trabalho de persistência e que é bem aceite pelos locais.

Mas é também a pensar em si, caro eleitor, em lhe proporcionarmos gratificantes experiências e o descanso merecido nas suas férias ou short-breaks, que, sob esta marca distinta que é o Geopark Terras de Cavaleiros, a nossa ação se desenvolve. Se, por um lado, as diferentes distinções atestam os diferentes predicados do território, há toda uma oferta de eventos e de programas turísticos anuais que podem servir de mote à sua visita. É por isso que, não posso terminar sem lhe dirigir o convite para nos visitar nos próximos meses, no período do Natal, em janeiro na Feira da Caça e Turismo, ou no carnaval no genuíno Entrudo Chocalheiro, além dos múltiplos eventos desportivos. Sobretudo não esqueça: No Geopark Terras de Cavaleiros recebemos todos de braços abertos. Duarte Moreno Presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros e Presidente da direção da Associação Geoparque Terras de Cavaleiros

ASPIRING GEOPARK ESTRELA: ONDE A BELEZA SELVAGEM SE FUNDE COM A HISTÓRIA MILENAR!

AROUCA GEOPARK: EXPERIÊNCIAS ÚNICAS A VIVER! O Arouca Geopark é único, por vários motivos. Desde logo, pela classificação atribuída pela UNESCO, mas também, e sobretudo, pelo que deu origem a esse reconhecimento. De facto, os recursos naturais, bem como as dinâmicas sociais, sempre existiram, e sempre foram ciosamente guardadas e perpetuadas pelos arouquenses, como parte integrante da identidade de que, orgulhosamente, se prezam. Mas Arouca soube olhar para si mesma de forma diferente, e ver no que a distingue a oportunidade de se diferenciar. O reconhecimento do Arouca Geopark como Geoparque Mundial da UNESCO resulta de uma dinâmica própria, em que os arouquenses, com as suas tradições, com a sua forma de viver, de estar, de receber, mas também de investir e inovar, tiveram um papel essencial. Assim como a perspetiva pedagógica/educativa, tanto no âmbito escolar como na orientação/interpretação das visitas. Estamos convictos de que só será possível preservarmos o que conhecemos. Por isso, tornámos os nossos geossítios mais acessíveis, interpretados e frequentemente associados a uma experiência única, seja do ponto de vista do contacto direto com a natureza, seja apenas através da fruição da paisagem que se estende daí até ao horizonte mais longínquo. Hoje, o Arouca Geopark consegue conciliar a preservação e divulgação dos seus recursos naturais com o investimento e a inovação, a vivência das tradições e da identidade do território com a contemporaneidade, o conhecimento e a experiência, a aventura e a história. Aqui, chega-se. Não é local de passagem. Aqui, acolhemos as pessoas como em nossa casa. Saboreamos uma gastronomia de sabores e saberes próprios, em que o arouquês e a

doçaria conventual assumem protagonismo. Guiamos quem nos visita numa viagem pela história, que tem início há 600 milhões de anos, passando pelo tempo em que as trilobites habitavam antigos mares que cobriam esta região e aqui deixaram vestígios do seu movimento (Cruziana), passando pelo aparecimento das Pedras Parideiras até aos tempos áureos do Mosteiro de Arouca, chegando aos nossos dias. Tudo isto, temperando a visita com a aventura dos rápidos do rio ou a calmaria dos Passadiços do Paiva, à descoberta dos percursos pedestres ou pura e simplesmente desfrutando da paisagem. Hoje, o Arouca Geopark é um destino internacional, a que o troféu «World Travel Awards» deu uma dimensão até há pouco tempo inimaginável. Por este motivo (e por muitos outros), somos únicos. Que, para conhecer, é preciso viver. Margarida Belém Presidente da Direção AGA e vice-presidente da Câmara Municipal de Arouca

Os Geoparques representam, à escala global, uma estratégia de valorização e qualificação de territórios que pelos seus valores geológicos, pela biodiversidade, pela identidade cultural e modos de vida devem ser alvos de uma classificação, que lhes aporte reconhecimento internacional, promovendo a geoconservação, a educação, o turismo e o desenvolvimento. O Aspiring Geoparque Estrela tem na sua génese um modelo de associação entre as Instituições de Ensinos Superior (Instituto Politécnico da Guarda e Universidade da Beira Interior) e as autarquias da região: Guarda, Seia, Gouveia, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Manteigas, Belmonte, Covilhã e Oliveira do Hospital, num território com uma área total 2.737,72 quilómetros quadrados e 171.668 habitantes. A sua concretização foi amplamente refletida e debatida, em vários momentos, tendo sido concretizado num memorandum de entendimento coletivo. A candidatura em curso promoverá a melhoria da qualidade de vida das populações, dando amplo relevo à educação, à valorização do património, às artes, à cultura e ao turismo, promovendo a competitividade territorial do destino Serra da Estrela. Os geosítios, a morfologia da serra e as suas magníficas paisagens (marcadas pelas ações glaciares e periglaciares), produzem no espaços de verdadeiros laboratórios vivos, onde a interpretação da natureza e as experiências de quem nos visita assumem uma dimensão única. Este Geopark desenvolverá no território um relevante papel na sua promoção e desenvolvimento integrado, fomentando

a valorização do património e a sua divulgação, qualificação dos recursos e serviços associados, desenvolvendo novos produtos e empresas. A articulação da investigação aplicada e centros de I&D com o território e as suas comunidades, promoverá o desenvolvimento de projetos educativos, o estímulo de novos mercados turísticos e uma nova perceção sobre o maior maciço montanhoso português. O Geopark apostará igualmente na rede de responsabilidade social, bem como no estabelecimento estratégico de parcerias com os diversos atores, públicos e privados, promovendo o fortalecimento do território, a coesão territorial, incrementado a qualidade de vida e produtos e serviços de alto valor acrescentado e marca territorial. Constantino Mendes Rei Presidente da Associação Geopark Estrela

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GEOPARQUE AÇORES Arquipélago dos Açores O arquipélago dos Açores é constituído por nove ilhas e alguns ilhéus. Localizado em pleno Oceano Atlântico Norte, constitui, juntamente com os arquipélagos da Madeira, Canárias e Cabo Verde, a Macaronésia, designação que significa “ilhas afortunadas”. O arquipélago apresenta uma rica e vasta geodiversidade e um importante património geológico, que retratam elementos intimamente ligados às dinâmicas do planeta Terra e, em especial, ao vulcanismo e à geotectónica desta região do Globo, constituindo um laboratório natural de geodiversidade vulcânica. Geoparque Açores: “9 ilhas, 1 geoparque” Tendo por base a geodiversidade, o seu património geológico e a importância das suas paisagens, foi criado em 2010 o Geoparque Açores, sendo reconhecido como Geoparque Europeu no dia 21 de março de 2013 e como Geoparque Mundial da UNESCO em novembro de 2015. Constituiu o primeiro geoparque verdadeiramente arquipelágico, onde as nove ilhas que o integram são povoadas e possuem infraestruturas e serviços que garantem o desenvolvimento das atividades do geoparque. O Geoparque Açores assenta numa rede de 121 geossítios identificados e dispersos pelas nove ilhas e zona marinha envolvente, que garantem a representatividade da geodiversidade açoriana e traduzem a sua história geológica e eruptiva, com estratégias de conservação e promoção comuns. O geoparque alia uma estratégia de geoconservação a políticas de educação e sensibilização ambientais e à promoção de um desenvolvimento socioeconómico sustentável baseado no geoturismo, através de um trabalho em rede que une toda a equipa e os diversos parceiros do geoparque dispersos nas nove ilhas. A par do património geológico existem no arquipélago outros valores de referência,

como é o caso de uma rica biodiversidade e património arquitetónico, cultural, etnográfico e imaterial de inegável valor. Geoconservação Desde o povoamento do arquipélago, no século XV, a riqueza natural e paisagística dos Açores constitui uma importante fonte de interesse. Desde as últimas décadas do século XX há um incremento nas preocupações de salvaguarda e valorização do património geológico açoriano, com reflexo na legislação, na implementação de medidas de geoconservação e, nos últimos anos, com a implementação do Geoparque Açores. Neste âmbito, decorre mensalmente a monitorização das condições ambientais e de visitação dos geossítios terrestres do Geoparque Açores, em colaboração com os Vigilantes de Natureza dos Açores, e está em fase de experimentação a monitorização das zonas costeiras e geossítios marinhos. Educação e Sensibilização para o Património Geológico Desde o final da década de 1990 têm sido desenvolvidas diversas atividades de edu-

cação e sensibilização ambiental nos Açores, sobretudo associadas às Ecotecas e Ecoescolas e, mais recentemente, ao Geoparque Açores. Os programas educativos do geoparque focam-se na geodiversidade, património geológico, geoconservação e demais questões relacionadas com as geociências, sociedade, ambiente e sustentabilidade, pretendendo ser veículos de promoção do estudo das Ciências da Terra e do Ambiente e estimular o espírito crítico e científico da população estudantil. Estão disponíveis conteúdos e atividades ajustados aos currículos escolares e aos diferentes níveis de ensino e acompanhamento de visitas de estudo. Geoturismo e o desenvolvimento sustentável O geoturismo vem sendo praticado no arquipélago desde o seu povoamento, no entanto só nos últimos tem sido desenvolvido e promovido de forma estruturada. Esta vertente turística constitui um importante instrumento de valorização de um geoparque, enquanto promotor da economia local ou regional, através de um turismo susten-

tável alicerçado na geologia e na valorização das geopaisagens. Neste contexto, a integração dos serviços e infraestruturas já existentes, com novos serviços e produtos interpretativos permite implementar um geoturismo de qualidade na região, em estreita ligação com outras vertentes do Turismo de Natureza. O Geoparque Açores tem contribuindo através das suas parcerias, formação a profissionais de turismo e fomentando a criação de geoprodutos. Geodiversidade na cultura açoriana Desde cedo os açorianos aprenderam a viver o dia-a-dia com os vulcões e sismos, tirando partido dos solos férteis, recursos geológicos e bonitas paisagens para a promoção do seu desenvolvimento socioeconómico. A relação homem/ geodiversidade é evidente nas atividades quotidianas, como cozinhar no calor dos vulcões ou banhar nas águas termais, condicionando, também, a arquitetura regional (popular, religiosa e militar), a cultura (arte, gastronomia e toponímia), a etnografia (costumes e tradições) e o próprio património imaterial (histórias e lendas), para além da grande influência que tem na biodiversidade das ilhas. Conhecer os vulcões, as lagoas, as plantações de chá, observar cetáceos, mergulhar no oceano azul, calcorrear a pé as ilhas e degustar o cozido das Furnas, a doçaria regional e os vinhos regionais, são algumas das muitas sugestões para desfrutar no arquipélago. Venha, pois, conhecer os vulcões dos Açores e desfrute de uma erupção… ...de Sabores, Aromas e Experiências!

Geoparque Açores

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GEOPARK NATURTEJO O Geopark Naturtejo da UNESCO é um vasto território, com cerca de cinco mil quilómetros quadrados, entre a Raia, o Pinhal Interior e o Alentejo, que integra os municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão. Uma região de paisagens das mais antigas que existem em Portugal, e aplanadas, nas margens do Tejo, de onde se erguem algumas montanhas como as serras de Alvelos e da Gardunha, e que são sulcadas profundamente por vales, como os do Zêzere, Ponsul ou Sever. Uma paisagem de geodiversidade, onde se erguem abruptas magníficas cristas montanhosas quartzíticas e montes-ilha; uma bela paisagem dominada pelos montados de sobro e azinho, pelos pinhais nas zonas montanhosas e pelos matos de esteva e de rosmaninho. Uma paisagem cheia de história, com os castelos templários e hospitalários, e antigas vilas ainda com um forte cunho medieval na fronteira; as bucólicas aldeias de xisto que se dispersam nos fundos vales das montanhas da Cordilheira Central, de onde nos chegam as mais vivas memórias das vivências de uma ruralidade ancestral. Trata-se do primeiro geoparque português, um território de conservação, educação, turismo, inovação e desenvolvimento sustentável que integra o Programa Geoparques Mundiais da UNESCO, uma chancela internacional que promove o equilíbrio entre o Homem e a Natureza.

uma equipa sempre disponível para ajudar o visitante a preparar as suas férias, de acordo com os seus interesses e expectativas. Das actividades mais experienciais, que vão do turismo activo, percursos pedestres, de bicicleta, escalada e canoagem, a Grande Rota Muradal-Pangeia no Trilho Internacional dos Apalaches, que liga este território aos EUA para os ousados, às visitas acompanhadas e acessíveis a todos por guias locais que explicam a importância ecológica de uma árvore ou da geodiversidade da mesma forma que introduzem a história local e as memórias ou vivências presentes. Os inúmeros festivais e feiras temáticas, dos produtos locais aos templários, do internacional Boom Festival ao Salva a Terra, sempre com uma preocupação ecológica e com o bem-estar individual e colectivo.

park Naturtejo. As atividades vão desde aulas na escola, saídas de campo, oficinas, workshops, concursos escolares, exposições, projetos anuais, guias temáticos, ações de formação e recursos educativos. O Geopark Naturtejo possui um vasto e rico Património Geológico, com mais de 170 geossítios, locais de reconhecido interesse geológico, dos quais se destacam 16 geomonumentos, que ilustram as principais etapas de história geológica dos últimos 600 milhões de anos na região.

Garganta do Zêzere Oleiros

Minas de Segura Idanha-a-Nova

Miradouro Geomorfológico das Corgas Proença-a-Nova

Montes-ilha de Monsanto Idanha-a-Nova

Falha do Ponsul - Nisa / Vila Velha de Ródão/ Castelo Branco / Idanha-a-Nova

Troncos Fósseis de Vila Velha de Ródão Vila Velha de Ródão

Meandros do Rio Zêzere Oleiros

Canhões Fluviais do Rio Erges Idanha-a-Nova

Cascatas da Fraga da Água d’Alta Oleiros

Monumento Natural das Portas de Ródão Vila Velha de Ródão

Morfologias Graníticas da Serra da Gardunha Castelo Branco

Blocos Pedunculados de Arez-Alpalhão Alpalhão - Nisa

Complexo Mineiro de Monforte da Beira Castelo Branco

Mina de Ouro do Conhal do Arneiro Nisa

Mais informações em www.naturtejo.com

Geopark Naturtejo

Os programas turísticos desdobram-se nas temáticas natureza, desporto e aventura, história e património, bem-estar e cultura ou poderão ser elaborados pelos próprios visitantes. Os programas educativos, do ensino pré -escolar ao superior, são uma das melhores oportunidades para descobrir o Geo-

Geomonumento das Portas de Almourão Proença-a-Nova / Vila Velha de Ródão

Parque Icnológico de Penha Garcia Idanha-a-Nova

O ponto de partida para o desenvolvimento regional de todo este território é a Geodiversidade como elemento unificador de uma região com grande diversidade cultural. São 600 milhões de anos de memória da Terra, gravados nas rochas, fósseis e paisagens. O Geopark Naturtejo da UNESCO apresenta um vasto conjunto de programas turísticos para a descoberta deste território e tem

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GEOPARK TERRAS DE CAVALEIROS O Geopark Terras de Cavaleiros encontra-se em pleno coração do Nordeste Transmontano, um território apaixonante, com aproximadamente 700 quilómetros quadrados, que coincide com os limites geográficos do concelho de Macedo de Cavaleiros. Este território que integra o “Programa Mundial de Geociências e Geoparques da UNESCO” conjuga a essência e a serenidade do interior norte/ nordeste de Portugal e inspira pelas suas deslumbrantes paisagens. Os seus múltiplos e singulares fenómenos geológicos reconhecidos internacionalmente, permitem-nos viajar até ao interior da Terra, numa história com mais de 500 milhões de anos. O território deste Geoparque Mundial da UNESCO oferece-lhe 180 quilómetros de percursos pedestres, uma Estação de Biodiversidade e uma Rota Geológica com 110 quilómetros de extensão.

oportunidade de colocar um pé num antigo oceano e outro num antigo continente. Consegue imaginar?! Aventure-se! Parta à descoberta do interior do nosso Planeta Terra!

lares, desde o ensino básico ao ensino secundário e que enriquecem de forma lúdica a aprendizagem dos alunos e estreitam as relações entre o território e a comunidade local.

Um território ONDE SE ENSINA E SE APRENDE De Norte a Sul do país, são múltiplas as escolas que elegem este território para realizarem os Programas Educativos que o Geopark Terras de Cavaleiros desenvolve. Para o ano letivo 2016/2017 o Geopark Terras de Cavaleiros propõe um conjunto de 16 Programas Educativos pensados para satisfazer os diferentes níveis de ensino que vão ao encontro das diversas áreas do saber, nomeadamente, a geologia, biologia, história, geografia, entre outras. Programas que se articulam com os diferentes programas curricu-

EDUCAR PARA CONSERVAR é uma das premissas destas propostas educativas. A geoconservação e a educação ambiental são, assim, duas das suas prioridades, tendo como principal objetivo salvaguardar o património natural e histórico, fomentando a transformação progressiva dos valores, atitudes e comportamentos dos mais jovens, assim como das suas gentes. Saiba mais sobre os Programas Educativos do Geopark Terras de Cavaleiros em: http://www.geoparkterrasdecavaleiros. com/pt-pt/content/programas-educativos

A Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo é um lugar cuja fauna e flora se traduz em espécies notáveis absolutamente dignas deste verdadeiro santuário natural, aqui encontra uma das Sete Maravilhas – Praias de Portugal, a Praia da Ribeira, única a norte do rio Tejo.

O Geopark Terras de Cavaleiros é um destino que lhe oferece, através dos seus Programas e Pacotes Turísticos, a possibilidade de desfrutar de paisagens detentoras de uma beleza inquietante e ímpar, de descobrir extraordinárias diversidades cromáticas, textuais e morfológicas, que parecem não ter fim e que encantam quem o visita.

Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo - Praia da Ribeira

Programas Turísticos

Estes Programas e Pacotes Turísticos conciliam o “melhor de dois mundos”, o Património Material e Imaterial, permitindo o conhecimento daquilo que tão bem caracteriza este território.

O Geopark Terras de Cavaleiros é um território de charme onde a natureza e a ruralidade encontram uma simbiose perfeita. Um território cujo património natural e cultural merecem ser (re)visitados. Um TERRITÓRIO, dois CONTINENTES e um OCEANO … No território do Geopark Terras de Cavaleiros está muito bem documentada uma história geológica que começou há mais de 500 milhões de anos. Esta complexa história está preservada em 42 geossítios e é num destes geossítios que tem a

TURISMO SUSTENTÁVEL... ...TURISMO CRIATIVO “Rochas que Contam Histórias”, “Descobrir Tesouros”, “Explorar a Natureza” e “Uma Aventura no Geopark Terras de Cavaleiros” são alguns dos exemplos de uma oferta turística que proporciona, acima de tudo, experiências únicas ao nível do património natural e histórico, ao nível gastronómico e, ainda, ao nível social. Estes Programas e Pacotes Turísticos proporcionam ao visitante a oportunidade de participarem em experiências sociais, que lhes permitem o contacto e o envolvimento com a comunidade local, numa perspetiva de aprendizagem das artes e mestrias das gentes que habitam o território.

Geologia, Biodiversidade, História, Cultura, Tradição, Gastronomia e Hospitalidade, são os ingredientes que o convidam a visitar o Geopark Terras de Cavaleiros!

Geopark Terras de Cavaleiros Geossítio Carreamento da Foz do Azibo

Programas Educativos

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AROUCA GEOPARK

Nesta linha de ação, a aposta na vertente pedagógica/educativa foi, desde o princípio, uma prioridade. As visitas educativas e as sessões de esclarecimento, nas quais participaram cerca de 60.000 alunos, desde 2008, têm assumido um papel decisivo nesta dinâmica de sensibilização para a preservação. Para tal, a Associação Geoparque Arouca tem apostado, regularmente, na formação de intérpretes, capazes de interpretar o território e de proporcionarem uma visita ímpar a todos os que procuram a magia deste geoparque. Por tudo isso, não demorou a surgir conteúdo sobre o Arouca Geopark nos manuais escolares de Geologia, de Biologia e até de

Com metade do território classificado como Rede Natura 2000, a AGA tem apostado na valorização e preservação da biodiversidade e, para tal, foram implementadas a Estação da Biodiversidade do Merujal e os Biospots do Paiva, com os objetivos de contribuir para a divulgação da biodiversidade, identificando

Desde cedo, a vertente internacional também foi alvo de atenção, com diversas iniciativas em rede, destacando-se, em 2011, a organização do Congresso Internacional de Geoturismo e, em 2012, a organização da Conferência Europeia de Geoparques, na qual participaram cerca de 350 pessoas, provenientes de 43 países. Estes foram alguns dos eventos que conferiram ao Arouca Geopark notoriedade internacional, fomentando o estabelecimento de novas redes e parcerias. Mais recentemente, a edição de livros, como «A Serra Encantada», o «Enigma da Pedra Negra» e o «Guia da Biodiversidade do Arouca Geopark» e a implementação da rota dos geossítios e respetivo guia surgem como ações estratégicas para uma melhor vivência deste território onde terá, sempre, o seu lugar na história.

Passadiços do Paiva

A Rota dos Geossítios do Arouca Geopark é uma viagem que nos permite conhecer histórias que remontam, pelo menos, há 600 milhões de anos até a fenómenos geológicos atuais. Organizada em três itinerários automóvel, com pequenos troços pedestres, o Guia da Rota dos Geossítios dá a conhecer 31 dos 41 geossítios, devidamente infraestruturados e sinalizados, aliados a aspetos do património natural e cultural deste território, reforçando a perspetiva holística do conceito de geoparque. O Itinerário A ‘Freita: a serra encantada’ acolhe 11 geossítios e paisagens de imensa beleza. O itinerário B ‘Pelas minas e recantos desconhecidos do Paiva’ integra 8 geossítios e esconde a história por detrás da busca desenfreada do ouro negro: o volfrâmio, onde Alemães e Ingleses partilharam, pacificamente, as mesmas estradas. O itinerário C ‘Paiva: o vale surpreendente’ dá a conhecer 12 geossítios, dos quais 5 se encontram ao longo dos Passadiços do Paiva, considerados pelo World Travel Awards como o projeto europeu mais inovador de desenvolvimento turístico. Há lugares, sabores, experiências que nos arrebatam ao primeiro olhar, à primeira prova, ao primeiro contacto. Pela intensidade ou singeleza com que nos prendem a atenção. Pela surpresa que nos suscitam. Pelas descobertas que fazemos, ao longo da viagem. É assim o Arouca Geopark. Um território onde se chega com a curiosidade na bagagem e o olhar atento. Um território de experiências únicas, das paisagens de beleza cortante à aventura que corre ao longo das águas bravas do rio Paiva, do acolhimento familiar das unidades de alojamento, aos sabores tradicionais da gastronomia, da imponência do património, histórico, geológico e etnográfico, à espontaneidade das gentes. Em nenhum outro lugar pode escrever o seu lugar na história como aqui. Arouca Geopark

Detrelo da Malhada ©Gabriel Soeiro Mendes

Ao mesmo tempo, foram vários os trabalhos de requalificação e valorização dos vários geossítios (sítios geológicos classificados), como a Frecha da Mizarela, o Detrelo da Malhada, as Pedras Boroas do Junqueiro, o Campo de Dobras da Castanheira, os Icnofósseis de Cabanas Longas, o marco de S. Pedro Velho e a construção da Casa das Pedras Parideiras, bem como o piso panorâmico da Costa da Castanheira (situado no Radar Meteorológico de Arouca). Estas intervenções permitiram ao público conhecer e preservar, de uma forma estruturada, os recursos naturais, potenciadores do desenvolvimento sustentável da região, privilegiando o acesso e um conhecimento mais profundo.

as espécies da fauna e da flora mais emblemáticas do Arouca Geopark; promover o conhecimento e preservação da biodiversidade; complementar e enriquecer os programas educativos da AGA, na área da biologia e promover o contacto direto com a natureza.

Pedras Parideiras ©Avelino Vieira

São quase 330 quilómetros quadrados, a área correspondente a todo o município de Arouca, que a UNESCO reconhece como Geoparque Mundial, com 41 geossítios de grande relevância, cuja estratégia é monitorizada pela AGA – Associação Geoparque Arouca desde 2009. Foi este o ano que marcou a entrada, deste território, nas Redes Europeia e Global de Geoparques, que congregam territórios com objetivos comuns: a promoção conjunta dos valores territoriais, com vista a uma dinâmica territorial diferenciadora.

Português. Prova do reconhecimento deste património local, nacional e internacional.

©Avelino Vieira

Um território vive de dois aspetos que o distinguem: o património e as pessoas. É na valorização destes ativos que algumas marcas territoriais se diferenciam, ao olharem, atentamente, para o que têm de diferente, para o melhor. Resumidamente, foi este o caminho percorrido pelo Arouca Geopark, iniciado há cerca de 10 anos, quando o município de Arouca adotou uma estratégia de desenvolvimento territorial tão inovadora quanto sustentável, apoiada na conservação do património geológico singular (reconhecido internacionalmente), na ciência, na educação e no turismo, sempre com o envolvimento ativo das pessoas. Porque só podemos preservar o que conhecemos.

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©Avelino Vieira

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Passadiços do Paiva


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Num território composto pelos municípios de Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia, no Centro de Portugal, o Aspiring Geopark Estrela pretende ser uma oportunidade para a promoção, (re)valorização e interpretação do seu património, enquanto fragmento da memória das suas populações e das marcas que sucessivas gerações foram deixando, numa paisagem fortemente diferenciadora com a montanha como cenário.

Com uma rede de aproximadamente 100 locais de interesse geológico (geossítios), este aspirante a Geopark Mundial da UNESCO pretende constituir uma verdadeira estratégia de desenvolvimento assente no relevante património geológico que contém, com especial destaque

© Manuel Ferreira

para os vestígios da última glaciação, há aproximadamente 18 mil anos. Assim, estamos perante uma candidatura a Geopark da Idade do Gelo no qual, as marcas desse período originaram uma paisagem onde a imponência dos seus horizontes e a história das suas formas constituem um legado que deve ser preservado, valorizado e sobretudo, interpretado, de modo a que as gerações vindouras possam viver e sentir esta Estrela que é de todos NÓS. Com 2.700 quilómetros quadrados. este é um território onde a beleza selvagem se funde com a História milenar, uma história que a geologia criou e o Homem valorizou. Conhecer e aprender neste Aspirante a Geopark constitui uma experiência inigualável, onde a ciência, a educação e a cultura estão na base do seu próprio futuro.

Este projeto de candidatura pretende, numa Serra da Estrela amplamente divulgada, atribuir escala às estratégias desenvolvidas, dar visibilidade internacional às ações em rede e potenciar os seus já existentes recursos endógenos. Esta é uma oportunidade para, em conjunto, redefinir prioridades, estabelecer metas e reposicionar esta Serra como um território do Século XXI. Todavia, um Geoparque não é apenas um território bem delimitado, detentor de um vasto património geológico. Constitui, na sua essência, um sonho. Um sonho feito de pessoas, património e paisagem, no qual a Estrela surge como a memória visível de uma geografia infinitamente maior que aquilo que conseguimos descrever. É deste sonho que nasce o Aspiring Geopark Estrela, fruto da vontade de um território, muito maior que os seus limites, um património do tamanho da sua Montanha e uma imponência que se agigante quando através dela escrevemos a sua história! Ter um território como este para contemplar é muito mais que o observar. É sentir, fazer parte, perceber e, no final, recomeçar e, como da primeira vez, não ter palavras para tamanha beleza. Um dia neste aspirante a Geopark é olhar o firmamento em noite de lua cheia, sentir os primeiros raios da manhã, contemplar um sol que “beija” a montanha, correr pela paisagem em direção à sua história, quando dela fazemos parte, e imobilizarmo-nos com tudo aquilo que podemos viver nesta Estrela, onde as palavras são insuficientes para descrever aquilo que sentimos quando a ela nos entregamos!

© Manuel Ferreira

Assente na consciência da sua geodiversidade, o Aspiring Geopark Estrela constitui uma oportunidade única de fomentar uma estratégia de desenvolvimento territorial a partir de uma visão integrada de todo o território. Associado à relevância do seu património geológico, a Estrela apresenta espaços distintivos, onde a beleza, a diversidade e o tipicismo conduzem-nos por uma viagem na história que o tempo moldou à sua maneira. Ao longo desta viagem somos convidados a observar marcas que antigos glaciares nos deixaram, a riqueza do património que as suas gentes transformaram e o carácter da sua paisagem, apelativa e misteriosa.

Torna-se inquestionável a importância da classificação da Serra da Estrela como Geopark Mundial da UNESCO. Esta classificação traduz uma inovação nas estratégias que o conjunto do território pode promover, de modo mais profícuo e consequente. A partir dos recursos que estão na génese desta Montanha, seremos capazes de construir caminhos válidos para um espaço manifestamente de baixa densidade, no qual se torna premente o reconhecimento internacional do seu valor.

Aspiring Geopark Estrela

© Manuel Ferreira

ASPIRING GEOPARK ESTRELA Recuperando as palavras da geógrafa Suzanne Daveau, “a Serra da Estrela constitui uma paisagem do tipo alpina no coração de Portugal”, marcada pelos ambientes de montanha e pelas vivências inigualáveis, não só resultantes do seu património natural como também pela dimensão cultural que nos oferece, visível nos seus modos de vida, na gastronomia, nas tradições e na própria arquitetura. Esta é, de facto, a paisagem do imaginário dos portugueses, onde a altitude, a imponência das formas, o rigor dos invernos e o branco da neve conferem a este espaço uma dimensão sensorial única, enigmática e sem paralelo no território nacional.

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© Manuel Ferreira

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