espaço arte-cidade: ponto de encontro no âmbito urbano

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espaço arte-cidade – ponto de encontro no âmbito urbano geórgia haddad peinado orientador: aníbal verri júnior


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“Não precisamos ser iguais para dividir um espaço.“ ELIASSON, Olafur.


trabalho de conclusão do curso de arquitetura e urbanismo da Universidade Estadual de Maringá, realizado em 2019 pela aluna geórgia haddad peinado, sob a orientação de aníbal verri junior

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ao totô, por me ensinar a olhar para o outro. à moirinha e ao carlinhos, por me criarem com carinho, autonomia, liberdade e pensamento crítico. à minha família, por todo o apoio e as boas trocas. aos meus caros, que participaram dessa jornada crescendo comigo.



A meu orientador, Aníbal, pela mentoria semanal, dedicação e cuidado, bem como pelas conversas arquitetônicas sempre tão enriquecedoras. meu professor e amigo, Eduardo, que começou isso comigo e sempre se fez presente na construção deste ao longo dos últimos anos. Bia, pelas conversas semanais que tanto contribuíram para o andamento e a estabilidade que esse trabalho demandava. meus professores, pelo discernimento e dedicação ao longo desses anos. meus amigos, pelo companheirismo, conhecimento contíguo, os cafés, as risadas, as trocas na mesa de bar e as vivências que tornaram tudo tão único. aqueles que contribuíram, de alguma forma, para a discussão e engrandecimento desta ideia.

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sumário 11

esclarecimentos 11 introdução 12 pontos de encontro na cidade democrática

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i. sobre as cidades caminháveis e a apropriação dos espaços na cidade contemporânea

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ii. sobre a interação do corpo e a cidade, por sennett

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sobre espaço arte-cidade: como forma de apropriação criativa

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i. espaço-arte 21 ii. espaço-cidade 24

balanço 26 i. análise conceitual

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ii. edifícios condensadores

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projeto 50 i. esclarecimentos

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ii. local - análises do entorno

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iii. partido

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iv. memorial

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v. desenhos técnicos

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considerações finais

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referências 110


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1. Vista superior - Maringรก, PR. Fonte: Google Earth - alterado pela autora. Acesso em junho, 2019.

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esclarecimentos 13

Este trabalho tem como proposta principal a requalificação de uma grande área central em maringá hoje subutilizada, onde se encontra parte da infraestrutura educacional da unifamma e terrenos de garagem, com o intuito de criar um novo ponto de conexão, um ponto de encontro a partir da vitalidade de usos e da apropriação democrática neste entroncamento local.


introdução 14

“uma cidade é construída por diferentes tipos de indivíduos; pessoas iguais não podem fazê-la existir. “1

1. ARISTÓTELES, política, livro ii, Capítulo 1.

O local sobre a qual esse trabalho se debruça é um local entre: entre as pessoas e a cidade; entre a rua e o eu; entre o eu e o outro. Assim, procura-se discutir sobre a cidade como o local de possibilidade de interação, de conhecimento do outro, uma zona passível de ação e reação e do inesperado. A ideia inicial para esse trabalho manifestou-se durante uma viagem, observando a cidade a partir da perspectiva do pedestre e a relação do indivíduo com o seu entorno. Ao nível do chão, andando pelas calçadas, pelas praças e até mesmo pelos miolos de quadra, foi possível observar como uma arquitetura convidativa pode tornar a relação do ser com a cidade e do ser com o outro algo mais interessante. Dessa forma, a partir da leitura de diversos autores que discutem temáticas como vitalidade, cidades caminháveis, apropriação e o encontro com o “outro” no âmbito urbano, foi possível compreender os aspectos que podem influenciar nessa melhor ocupação da cidade pelas pessoas, como essa pode ser influenciada e até mesmo porquê elas acontecem em determinados locais, tentando entender, não apenas esses pontos de encontro, mas também como criá-los e estimulá-los. Com isso, esse trabalho visa a criação de um complexo com vitalidade de usos que englobem o morar, o trabalhar e o lazer. Este último quesito de extrema importância é abordado como uso cultural, por conta da apropriação democrática e abrangência que escapam aos limites do complexo em si. O uso cultural garante esse acesso mais permeável à cidade, atingindo a comunidade externa. A democratização do espaço destinado ao ser, possibilitando sua “desindividualização”, abordada por Sennett, a partir de um contato com outro em um lugar confluente de diferentes pessoas e diferentes usos.


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Essa multifuncionalidade de usos dentro deste complexo se deu a partir da análise de projetos sendo discutidos como correlatos conceituais, mais do que correlatos programáticos, com base nos temas estudados e que identificam os conceitos estudados. Não o bastante, para um melhor embasamento do conteúdo programático, olha-se também para dois grandes exemplos de edifícios condensadores: Conjunto Nacional, do arquiteto Daniel Libeskind, e o Copan de Oscar Niemeyer, ambos na cidade de São Paulo. Analisados como projetos de uma vitalidade tão extrema e que se conectam e se relacionam com o entorno no cotidiano da metrópole. Para tanto, cria-se um ponto de encontro no espaço arte-cidade, uma área de permanência em uma região central a partir da vitalidade de usos se apoiando em três pilares: o lazer pelo uso cultural traduzido em espaço arte, como a forma de lazer e acesso democrático ao complexo, juntamente com o intuito de aproximar o indivíduo da cultura. O morar e o trabalhar identificado como espaço cidade, definido por um edifício que concentra comércios, serviços e uma torre residencial e um segundo que concentra usos de comércios, serviços e torre de escritórios. O espaço entre – uma praça sem uso específico que será essencial para a conexão desses dois programas entre si, e destes com o meio urbano no qual o projeto se integra, servindo como uma passagem no meio de quadra e uma área de estar para a cidade, interessante ao olhar e convidativa ao pedestre.


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1. Avenida Paulista fechada aos domingos para carros, proporcionando um espaço de encontro dentro da cidade democrática. Pedestres, ciclistas, artistas em confluência neste grande meio. Fonte: imagem cedida por Lilian Camillo, junho 2016.

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pontos de encontro na cidade democrática


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i.

sobre as cidades caminháveis e a apropriação dos espaços na cidade contemporânea

“O automóvel como transporte há muito tempo está condenado“.1

O caminhar pelas cidades é um conceito retomado pelos estudos urbanos como um dos meios para se compreender melhor as dinâmicas das cidades, em uma visão mais sensível. Essa teoria, explorada por Francesco Careri nos livros “Walkscapes: o caminhar como prática estética” e “Caminhar e Parar”, auxilia na conformação de uma nova noção de direito à cidade. É possível afirmar que esse conceito da exploração da cidade a pé e da sua escala apropriada ao pedestre foi se perdendo a partir dos novos preceitos urbanos modernistas sob os quais Maringá, o lugar do projeto, foi projetada. O que acabou se acentuando a partir da subordinação das pessoas aos automóveis como meio prioritário de locomoção (GEHL, 2010): a disponibilidade do automóvel e a sua participação nas cidades se tornaram um pivô na segregação das funções pelo espaço, o que faz com que atualmente existam espaços livres próximos à área central, devido às mudanças de uso de alguns bairros. Agora, as pessoas mexiam-se rapidamente, em especial para e no interior dos subúrbios a que só tinha acesso por meio de automóveis. A logística da velocidade, porém, aliena o corpo dos espaços através dos quais ele se desloca e, por isso, considerando mínimas razões de segurança, o planejamento das vias expressas tornou-as neutras e padronizadas.2

Mesmo com uma área central concentrada, com calçadas largas, grandes praças dentro da malha urbana e que esteja alocado sob um terreno plano, não é de se negar a prioridade pelo espaço do automóvel, o rumo dos acontecimentos históricos acabou por reduzir as oportunidades do pedestrianismo como locomoção (GEHL, 2010), e o mercado imobiliário limitou os espaços públi-

1. Paulo Mendes da Rocha, entrevista ao programa Conversa com o Bial, 18.08.2017. 2. (SENNET, 2006, p. 295)


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1. CARERI, 2017; p. 81 2. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Site: <https:// www.priberam.pt/dlpo/ apropria%C3%A7%C3%A3o>. Acesso: nov. 2018. 3. GEHL, 2010, p. 38)

cos em seus edifícios, como era frequente em alguns edifícios modernos – as agências bancárias, por exemplo, tinham seus térreos livres e permitiam a passagem de pedestres, conectando diferentes ruas em seus meios de quadras como se fossem praças cobertas (VERRI, 2016). Tudo isso acabou restringindo os pedestres ao desinteressante e limitado espaço da calçada, linear, óbvio e monótono, o que torna o caminhar pela cidade uma escolha menos viável. Caminhar, estar lá é um ato de democracia, de reapropriação do espaço público, em algum modo, de revolução. (CARERI, 2017; p. 81) 1 a.pro.pri.ar
 1. Tornar ou ser adequado ou conveniente a. 2. Apossar-se. 2

O ato de apropriar-se das cidades através do explorar a pé se torna um ato muito mais político e saudável para as cidades. Para Gehl (2010, p. 157), a “cidade como local de encontro também é uma oportunidade para trocas democráticas”, e a presença dos habitantes em seus espaços acaba favorecendo a sensação democrática de segurança e compartilhamento do espaço urbano. Dessa forma, passa-se a prestar mais atenção à qualidade não só das calçadas, mas dos espaços públicos de apropriação em si. Ao analisar as praças e áreas comumente de lazer da área central da cidade, é possível perceber a subutilização desses locais, devido a um uso pouco inserido na rotina da cidade. Praças e áreas verdes ficam geralmente isoladas por avenidas tomadas por automóveis, não facilitando o seu acesso e a sua apropriação. Há nos dias livres uma intensa e dinâmica ocupação dos gramados da Praça da Catedral e das avenidas ao redor do Parque do Ingá, fechadas aos carros aos domingos. Enquanto a rua sinaliza movimento [...], psicologicamente a praça sinaliza a permanência. Enquanto o espaço de movimento diz “vá, vá, vá”, a praça diz “pare e veja o que acontece aqui.3

No entanto, faltam ainda os espaços de transição e permanência inseridos no cotidiano, que se utilizem de uma lógica de redes e passagens urbanas multifuncionais que possam, por intermédio da arquitetura na escala urbana, atender a imprevisibilidade de usos que as pessoas da cidade demandam.


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1. Praça Rocha Pombo - Maringá, PR. Espaço verde obsoleto por estar circundado por uma grande avenida, inibindo acesso e permanência dos pedestres. Fonte: da autora, abril 2019.

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2. Praça do Ingá - Avenidas fechadas ao redor do Parque do Ingá para que foodtrucks, artistas e produtores locais possam se alocar. Espaço se torna convidativo ao pedestre não só pelos usos, mas pela ampla área livre. Crianças e adultos andando de bicicleta, fazendo exercícios, contato com o verde são algumas das vantagens desse grande espaço livre disponível. Fonte: Blog do Rigon - Maringá News, disponível em: < https://angelorigon.com. br/2017/09/22/feira-do-parquedo-inga-tera-musica-e-artistasplasticos/>. Acesso em janeiro de 2020.


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ii.

sobre a interação do corpo e a cidade, por sennett

1. SENNETT, 2006, p. 289)

Para o autor, as relações das pessoas com o Outro e com a cidade se efetivam a partir do corpo, e são as vivências de cada sociedade específica que acabam por determinar seus espaços públicos. Sennett exemplifica como o comportamento do homem molda diferentemente a participação na cidade em cada época: em Atenas, a cultura cívica era tão intrínseca ao dia a dia da cidade que o significado da palavra Polis era “espaço onde as pessoas expressam a mais alta expressão de unidade” (SENNETT, 2006, p. 36). O individualismo moderno sedimentou o silêncio dos cidadãos na cidade. A rua, o café, os magazines, o trem, o ônibus e o metrô são lugares para se passar a vista, mais do que cenários destinados a conversações. 1

“A sociedade moderna está desabilitando as pessoas da prática da cooperação” (SENNETT, 2012, p.19), o que o autor justifica em seu livro “Juntos“, de 2012, como um “isolamento causado pela lógica material geradora de desigualdade”. Este processo também foi debatido por David Harvey (2002) em seu livro “A condição pós-moderna”, ao explicitar uma mudança no comportamento das pessoas a partir do novo capitalismo moderno industrial do século XIX. Para Harvey, perdeu-se o senso de coletividade e de luta de classes, a percepção e a empatia para com o outro em um espaço de apropriação e relação das pessoas com a cidade, em prol de uma individualização pessoal em um capitalismo pós-moderno que, justamente, tira vantagem desta não coletividade como forma de não reivindicação e alienação de direitos. Assim, é plausível concluir que o encontro no âmbito público da cidade, a partir das teorias de Harvey e Sennett, pode ser analisado como um ato democrático, de empoderamento e tomada de consciência de direitos. Este trabalho aplica essa abordagem teórica de encontro de corpos no âmbito urbano a partir de “edifícios condensadores sociais” em sua multifuncionalidade de usos.


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1. Praça em frente ao Mercado de Abastos - Alhama de Múrcia, Espanha. A sombra e o banco e degraus servindo como ponto de encontro e contato com o Outro em plena terça-feira. Fonte: da autora, câmera analógica, junho 2018.

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Meu trabalho depende completamente do espectador. De transformar ideias em arte. 1

1. ELIASSON, Olafur. Série Abstract: The Art of Design “Olafur Eliasson: O design da arte”.

1. Obra da artista Laura Vinci em homenagem a Paulo Mendes da Rocha - em vapor de água, elevando a marquise (“pedra”) para as nuvens no prédio do Mube, projetado pelo arquiteto em parceria com o escritório MMBB. Fonte: da autora, câmera analógica, julho de 2017.

sobre espaço arte-cidade: como forma de apropriação criativa

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i.

espaço-arte

No decorrer da história, a arte fez contribuições valiosas para a qualidade do espaço urbano, através de monumentos, esculturas, fontes, detalhes de construções e decoração. A arte comunica beleza, monumentalidade, memória de eventos importantes, comentários sobre a vida em sociedade, os concidadãos e a vida urbana, junto com surpresas e humor. Agora, como sempre, o espaço urbano pode atender a uma função relevante como uma interface entre arte e gente. 1

A denominação espaço-arte entra neste projeto como um dos usos de lazer que ganha a função de uso cultural, com a intenção de aproximação do indivíduo da cultura, como o meio mais democrático e permeável ao aspecto da cidade como espaço de apropriação, bem como base de conhecimento, questionamento, criação e liberdade de expressão. Dessa forma, o centro cultural culmina na vitalidade de diversos usos culturais que viabilizam a dinamicidade de horários e apropriações que fogem ao controle, em se tratar de moradias e horário comercial. Para Milanesi (1997, apud ramos, 2007), a principal função de um centro cultural relaciona-se com o acesso à informação, estando vinculada a três verbos fundamentais: informar, discutir e criar. [...] os centros culturais poderiam funcionar como um espaço de leitura crítica, apropriação, conciliação e intervenção na contemporaneidade, propondo uma relação de diálogo com a cidade, a comunidade, as pessoas, o seu entorno. 2

Além de ser ponto de confluência de informações artísticas e culturais, o projeto do centro tem a proposta de reunir programas que atualmente encontram-se espalhados pela cidade em espaços sublocados, por vezes sem infraestrutura adequada, gerando um custo que poderia ser revertido em investimento para a cultura. Ademais, o extenso programa que um centro cultural, enquanto instituição pública, compreende em seus equipamentos (salas de teatro,

1. GEHL, 2010. p. 179 2. RAMOS, 2007; p. 106


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bibliotecas, salas multiuso, auditórios, espaços de exposições) garante uma vitalidade constante, em diferentes horários (COELHO,1997).

1. ROGERS, 1997, p. 150

Nunca estivemos tão eletrônica e fisicamente ligados, contudo, nunca estivemos socialmente tão separados. A liberdade individual reduziu nossa interdependência e, como consequência, nosso senso de interesse comum. Para contrabalancear estas forças, precisamos incentivar e premiar a participação em tarefas que servem de base à sociedade. Poderíamos aproveitar o potencial de “tempo livre” para incluir uma gama ampla de atividades culturais.1

Já que centros culturais são reconhecidos como disseminadores de informações, em um contexto de dependência tão grande dos fluxos de informações na era digital, é possível olhar para a informação não só como uma oportunidade para questionar e refletir sobre a cultura, mas como uma oportunidade de criação desses novos encontros. Assim, propõe-se como principal equipamento de uso cultural deste comple1. Interior da biblioteca do Centro Cultural São Paulo, na qual se tem uma interação com o verde exterior e inúmeras pessoas aproveitam da infraestrutura do lugar para sentar, estudar, passar e ficar. Fonte: da autora, abril de 2019.

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1. Atualmente a Biblioteca Bento Munhoz da Rocha foi transferida para uma das lojas do térreo de um edifício comercial no novo centro da cidade de Maringá. Fonte: da autora, abril de 2019.

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xo, uma nova biblioteca pública, juntamente com um auditório (teatro, cinema, palestras); salas destinadas à musica, dança, artes visuais, artes gráficas, pintura; um espaço para exposições e espaços de convívio que permeiam e costuram a vida deste complexo com o seu entorno. A proposta de uma nova biblioteca se justifica, uma vez que atualmente o acervo de 136 mil livros do município se encontra dissolvido em seis bibliotecas. no entanto, para a bibliotecária Romi Matos, o acervo é pouco aproveitado pela população: há o desafio de fazer as pessoas irem às bibliotecas, que hoje encontram-se espaços alugados, que não atendem as demandas de iluminação, ventilação e salubridade adequadas. Dessa forma, a congestão de usos culturais dentro de um complexo híbrido agrega à vida coletiva aspectos da democraticidade e da permeabilidade do público externo ao recinto, bem como se torna um ponto de respiro e de reflexão criativa em meio a congestão da vida cotidiana.

2. A única forma de identificação da Biblioteca Bento Munhoz da Rocha visual do equipamento público são seus adesivos sutis que comunicam o uso, mas não garantem a entrada nem a permanência no espaço. Fonte: da autora, abril de 2019.

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ii.

espaço-cidade

1. Fonte: Dicio online. Site: <<https://www.dicio.com. br/alteridade/>>. Acesso em novembro de 2018. 2. CUNHA, Gabriel Rodrigues da. A Arquitetura Russa nos Primeiros anos da Revolução: o Construtivismo e a noção de“condensador social. Dissertação (Mestrado em Teoria e História da Arquitetura) – Universidade de São Paulo, São Carlos.

al.te.ri.da.de 1. Caráter ou estado do que é diferente, distinto, que é outro. Que se opõe à identidade, ao que é próprio e particular; que enxerga o outro, como um ser distinto, diferente. 2. {Filosofia] Circunstância, condição ou característica que se desenvolve por relações de diferença, de contraste.1

O que se compreende aqui como o espaço-cidade seria a diversidade de usos compreendidos dentro do cotidiano da cidade – morar, trabalhar, vivenciar – concentrados em um mesmo local. Este princípio teórico, mais conhecido como “condensadores sociais”, foi idealizado por vanguardas russas do século XX, demonstra uma forma de conceber arquitetura a partir das atividades humanas no espaço e na cidade. Esta noção vanguardista embasava a construção do socialismo, identificando a edificação em um modo de vida coletivo que se relaciona e organiza a vida na cidade. O socialismo russo também tinha embasamento na arte soviética juntamente com a vida coletiva e a vida política. Assim, a efervescência natural da vida democratizada se unia às artes que deveriam se dissolver e atingir as ruas. 2 Assim, a associação de arquitetos participantes da Revolução da década de XX, intitulados “construtivistas” são uma organização militante pela tradução arquitetônica do “novo modo de vida socualista”, sendo vinculada a outras organizações e personalidades progressistas como a Bauhaus e Le Corbusier (KOPP, pág. 20, 1990). Algumas variações dessas transformações político sociais econômicas russas podem ser vistas dentro do movimento da arquitetura moderna no Brasil. A partir dessa interação e das confluências de usos dos “edifícios condensadores”, de pessoas e dos fluxos de diferentes modais influenciando sobre este espaço, as trocas entre as pessoas acabam tornando estes espaços mais


democráticos e saudáveis em diversos horários do dia. Para Rogers (1997, p. 10), estes espaços de alteridade que reúnem partes diversificadas da cidade “desenvolvem um sentimento de tolerância, consciência alerta, identidade e respeito mútuo”.

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1. (ROGERS, 1997, p. 152)

[...] partilhar espaços públicos derruba preconceitos e nos obriga a reconhecer responsabilidades comuns, ou seja, une as comunidades. A liberdade do espaço público deve ser defendida tão fortemente como a liberdade de expressão. 1

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1. Sobre congestão de fluxos e pessoas no espaço público - estação de metrô em São Paulo. Fonte: imagem cedida por Amanda Baretta, julho de 2012.


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balanço

O balanço feito neste capítulo articula bons exemplos de vitalidade e multiplicidade de uso. Fatores de extrema relevância após a análise teórica e o princípio empírico que embasaram este trabalho. Dessa forma,a primeira parte desse capítulo conta com análises conceituais feitas a partir de lugares visitados nas viagens, auxiliando na criação de um partido arquitetônico, que pudesse transmitir de alguma forma toda a experiência agregada e o sentimento vivenciado, principalmente pela perspectiva do pedestre. Não o bastante, na segunda etapa, estuda-se dois edifícios renomados no contexto nacional como “condensadores sociais”, sinônimos de vitalidade e multifuncionalidade de usos para o contexto da cidade, como base para o programa e as áreas a serem empregadas no projeto em si.


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i.

análise conceitual

Como a análise empírica foi de extrema importância para a concepção deste trabalho, alguns dos locais visitados nos últimos anos foram analisados a partir das teorias estudadas e serviram como correlatos conceituais para o projeto em si. Ora analisando o porque eles são apropriados, ora condizendo como pontos de encontro no âmbito urbano e o impacto disso na cidade em si.

1. Mirante/praça em cima do museu do MAAT, em Lisboa – Portugal – projeto da arquiteta Amanda Levete. Aqui, este local se insere como um ponto de permanência, contemplação que, a partir da sua laje inclinada, acaba se tornando um ponto integrado e de fácil acesso ao pedestre. Vista para a Ponte 25 de abril e o Rio Tejo. Fonte: da autora, julho de 2018.

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a. miradouro de santa catarina - lisboa, portugal. Este miradouro, localizado em uma das sete colinas da cidade de Lisboa, no Bairro Alto pode ser analisado como um atrativo para a cidade pela paisagem. A altitude em que se encontra e a sua localização privilegiada e com vista para o Rio Tejo e a Ponte 25 de Abril tornam o ambiente, que não possui um uso específico em um espaço livre para apropriação. Assim, é possível observar que uma ausência de uma arquitetura e um uso, mas sim uma vista, pode garantir a ocupação do espaço pelas pessoas.

1. Mapa da localização do miradouro – Fonte: Google Earth, dezembro de 2019. Alterado pela autora. 2. Corte do perfil de elevação do Miradouro, demonstrando a elevação a 48m acima do nível do rio Tejo - Fonte: Google Earth, dezembro de 2019. Alterado pela autora.

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70 m 60 m

48 m

50 m 40 m 30 m 20 m 10 m

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0m

0,25 km

0,50 km

0,75 km

1 km

1,25 km

1,50 km

1,75 km

2 km

2,25 km

2,50 km


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1. Miradouro de Santa Catarina, Bairro Alto, Lisboa – Portugal. Fonte: da autora, julho de 2018. 2. Miradouro de Santa Catarina, Bairro Alto, Lisboa – Portugal. Fonte: da autora, julho de 2018.

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b. lx factory - lisboa, portugal Situada no antigo bairro industrial de Alcântara, o espaço que hoje dá lugar ao Lx Factory era no século XIX a localização da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense, com um grande complexo de barracões e uma vila operária. Com a falência da Companhia, o espaço deu lugar a inúmeras fábricas até ser abandonado na metade do século XX. Após décadas de decadências deste patrimônio industrial, ele foi revitalizado e transformado em LxFactory pela empresa Mainside Investments, após o incentivo de negócios inovadores com a crise de 2008 na Europa. 1 Assim, LxFactory se tornou um complexo comercial cultural, denominado como uma “ilha criativa” que une a atmosfera industrial à arte, em seus inúmeros usos, dentro de um espaço que aglomera inúmeras atividades complementares: cafés, restaurantes, oficinas de artistas, restaurantes, estúdios de tatuagens, fotografia e design, lojas de comércios locais, escritórios de coworking e companhias de teatro, juntamente com espaços mais tradicionais como escritórios de contabilidade e advocacia se aglutinam dentro desta fábrica “ressuscitada” tão diversa e única. 1. Fonte: Revista EFE - Disponível em: >https://www.efe.com/ efe/portugal/destacada/ lx-factory-a-fabrica-de-ideiase-experiencias-artisticaslisboa/50000440-2628910<. Matéria de 2 de junho e 2015, acesso em dezembro de 2019. 2. SITE Lx Factory - Como começou - Disponível em: <https://lxfactory. com/a-lxfactory/>. Acesso em dezembro de 2019.

Uma fracção de cidade que durante anos permaneceu escondida é agora devolvida à cidade na forma da LXFACTORY. Uma ilha criativa ocupada por empresas e profissionais da indústria também tem sido cenário de um diverso leque de acontecimentos nas áreas da moda, publicidade, comunicação, multimédia, arte, arquitectura, música, etc. gerando uma dinâmica que tem atraído inúmeros visitantes a re-descobrir esta zona de Alcântara. 2

O fator artístico passa a ter um caráter relevante dentro deste complexo, unida aos usos diversificados, no qual a antiga arquitetura industrial não é descaracterizada e nem restaurada, mas ganha um novo fator de destaque a partir das artes espalhadas, tornando cada um de seus cantos algo singular e característico à atmosfera vintage e underground que perpassa todo o espaço. 1


1. Fotos da antiga vila operária, no bairro de Alcântara, Lisboa. Fonte: Arquivo Municipal de Lisboa, via blog SAPOÊNCIA. Disponível em: <https://bocasfoleiras.blogs. sapo.pt/companhia-de-fiacaoe-tecidos-700516>. Acesso em dezembro de 2019. 2. Pintura da antiga caixa d’água do bairro como marco na paisagem. Fonte: da autora, julho de 2018.

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4º pvto

3º pvto

2º pvto

1º pvto

térreo

1. Mapa de usos - Lx Factory. Fonte: site Lx Factory - Disponível em: <https://lxfactory.com/mapa/>. Acesso em dezembro de 2019.

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restaurantes

serviços

escritórios

lojas

ateliês

outros

Mapa de usos - Lx Factory. Fonte: site LxFactory - Disponível em: <https://lxfactory.-


As artes espalhadas ao longo das construções desse espaço ou até mesmo em elementos de destaque servem como pontos de atração que atraem a atenção do pedestre ao entorno. Ademais, além da oportunidade de divulgar artistas locais, têm-se também a criação de uma identidade cultural e empoderamento da história.

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1. Pinturas murais nas diversas construções que formam o complexo da antiga fábrica - Lx Factory. Fonte: da autora, julho de 2018. 2. Pinturas murais identificando personalidades da cultura local. Fonte: da autora, julho de 2018. 3. Intervenções murais como pontos artísticos nas construções. Fonte: da autora, julho de 2018.

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1. Escultura emoldurando a vista para o Rio Tejo e a Ponte 25 de Abril a partir do terraรงo do bar Rio Marabilha Fonte: da autora, julho de 2018.

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2. Pintura mural como ponto de destaque em restaurante . Fonte: da autora, julho de 2018.

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c.

passeio dos clérigos, praça de Lisboa – porto, portugal

Esta revitalização da antiga praça do Mercado dos Anjos, projetada pelo escritório Balonas & Menano (2013) - como resultado de concurso público -, surpreende pelo partido de conexão em um jardim urbano com comércio no terreno. O edifício em si que se relaciona com seu entorno não apenas em gabarito, mas fazendo a conexão entre a Torre do Comércio e a Livraria Lello

1. PASSEIO DOS CLÉRIGOS – PRAÇA LISBOA – SITE: Disponível em: <https://architizer.com/projects/ praca-de-lisboa/>. Acesso em dezembro, 2019.

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1.Implantação com o jardim elevado e o caminho de conexão entre as pontas da praça. Desenho: Balonas & Menano - Architectural and Urban Concept – SITE: Disponível em: <https://architizer. com/projects/praca-de-lisboa/>. Acesso em dezembro, 2019.


(dois pontos importantes dos arredores) em uma escala pequena e que não quebra a ligação do interior e exterior.

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O programa que consiste majoritariamente por estacionamento, em seu subsolo e outro pavimento semi-enterrado, conta em seu térreo com lojas de comércios nessa rua interna que se abre pra cidade em um âmbito semi-coberto, enquanto no seu terraço funciona um jardim com área de lazer e bares, tendo uma extensa área verde acessível à população. Neste exemplo, os usos comerciais voltados para dentro, o jardim elevado e o partido arquitetônico garantem a apropriação deste miolo de quadra e a relação do novo edifício com o entorno, no local da antiga praça, favorece o fator histórico, as conexões e o diálogo com a cidade. 1

1. PASSEIO DOS CLÉRIGOS – PRAÇA LISBOA – SITE: Disponível em: <https://architizer.com/projects/ praca-de-lisboa/>. Acesso em dezembro, 2019.

1.Planta térreo com o uso comercial voltadas para esta caminho. Desenho: Architectural and Urban Concept – SITE: Disponível em: <https://architizer.com/projects/ praca-de-lisboa/>. Acesso em dezembro, 2019.

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1.Corte demonstrando o jardim, o passeio interno semi-coberto e os pavimentos destinados a estacionamento.. Desenho: Balonas & Menano - Architectural and Urban Concept – SITE: Disponível em: <https://architizer.com/projects/ praca-de-lisboa/>. Acesso em dezembro, 2019.

2. Imagem de uma das entradas do caminho interno com lojas e cafés, unindo usos ao partido de conexão pelo miolo de quadra, sendo um local de permanência e um convite ao passeio. Fonte: da autora, julho de 2018. 3. A cobertura do passeio dos clérigos contém um grande jardim verde que serve como um espaço de permanência convidativo para as pessoas, em comparação com o entorno concreto e pouco natural da cidade. Fonte: da autora, julho de 2018.

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40

d. casa da música – porto, portugal Em uma análise conceitual da vista superior do projeto da Casa da Música, do escritório OMA, em Porto, é possível perceber o contraste deste com o local. Pela ausência de elementos paisagísticos e até mesmo pela escala do edifício em relação a praça cívica, bem como o seu projeto de integração com o entorno acaba favorecendo conexões neste terreno de esquina. Na escala do pedestre ainda, é possível observar como sutilezas do projeto arquitetônico conseguem favorecer inúmeras apropriações. Em específico no dia da visita, as ondulações da praça bem como as suas curvas dentro deste espaço livre de grandes obstruções se tornaram convidativas para a presença de ciclistas e skatistas, juntamente com crianças que olhavam para as irregularidades do terreno como uma oportunidade de brincadeira.

1. Vista superior - Porto, Lisboa, demonstrando o entorno na qual o projeto da Casa da Música se insere, como parte da análise. Fonte: Google Earth, acessado em dezembro de 2019. Alterado pela autora.

(1)


41

(1)

1. Elevação noroeste do projeto, com as ondulações do terreno que favorecem essa interação com a praça. Fonte: site www.archdaily. com.br, acesso em dezembro de 2019. 2. Praça cívica e entrada principal da Casa da Música. Com as ondulações da praça, a escadaria demarcando acesso e fornecendo sombra em meio ao campo aberto do terreno. Fonte: da autora, julho de 2018.

(2)


42

e. centro cultural são paulo - são paulo, brasil Exemplo de apropriação em São Paulo, o Centro Cultural São Paulo não poderia faltar ao contexto deste trabalho. Projetado pelos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Telles (1972-1982), com cerca de 46.500.0 m², o antigo programa de uma biblioteca se tornou um centro cultural e um exemplo de arquitetura da “escola paulista”. Um dos capítulos do livro “Espaço em obra: cidade, arte, arquitetura” dos autores Guilherme Wisnik e Julio Marutti, chamado “Arquitetura: modos de usar” aborda o Centro Cultural São Paulo, juntamente com o Sesc Pompéia – da arquiteta Lina Bo Bardi -, como projetos segundo os autores definidos como “comoventes do ponto de vista do uso dos seus espaços” (WISNIK; MARUTTI, 2018, pág. 110). O projeto se integra de maneira muito simples na cidade, associado à centralidade do equipamento que se encontra conectado à Estação Vergueiro do Metrô, permitindo a integração visual e a privacidade que determinadas áreas do programa exigem. Dessa forma, se relaciona de diferentes formas com o espaço público no qual se insere. O principal mecanismo de conexão do Centro Cultural São Paulo são seus vagões que fazem as distribuições dos programas ao longo e a partir dele. O que impressionou durante a visita, realizada em abril de 2019, foi a apropriação tão intensa desse lugar. Nos seus espaços de passagem, que acabaram se tornando de permanência, pessoas ensaiando passos de dança diante dos vidros dos corredores; os vazios aos lados do jardim serviam para grandes grupos, enquanto as mesas espalhadas pelos pátios abertos estavam lotadas de pessoas estudando, trabalhando, comendo. Espaços fluidos, sem um uso determinado, sendo apropriados a partir de sua infraestrutura para diversas ações. “[...] o evidente sucesso do edifício em relação aos seus ‘modos de usar’ possa trazer, [...], lições de vitalidade e inteligência para a cidade de São Paulo em relação aos seus ‘modos de fazer’ nos próximos anos”.1


(1)

(2)

1. (WISNIK; MARUTTI, 2018, pág. 111)

(2)

1. Planta Térrea do CCSP | 2019. Este desenho foi feito para exposição ‘’Access for All: São Paulo’s Architectural Infrastructures”, com curadoria Daniel Talesnik, que acontece na Pinakothek der Modern, Architecture Museum of the Technical University of Munich, a partir do dia 12 de junho de 2019. Fonte: Instagram Pianca.arq @pianca.arq. site: >> https://www. instagram.com/p/BzLWgTlIxRk/<<. Acesso em dezembro de 2019. 2. Cortes transversais do CCSP | 2019. Este desenho foi feito para exposição ‘’Access for All: São Paulo’s Architectural Infrastructures”, com curadoria Daniel Talesnik, que acontece na Pinakothek der Modern, Architecture Museum of the Technical University of Munich, a partir do dia 12 de junho de 2019. Fonte: Instagram Pianca.arq - @pianca.arq. site: >> https://www.instagram.com/p/ BzIyWA5IwkN/<<. Acesso em dezembro de 2019.

43


44

1. O pátio interno com um extenso jardim proporciona umidade e sombra pra quem passa e para, aproximando o verde do ambiente urbano, trazendo aconchego.Fonte: da autora, abril de 2019. 2. Imagem de pessoas usufruindo da sombra das marquises voltadas para o pátio entre as aberturas dos vagões. Sem um uso específico, o ambiente ainda se torna convidativo para o parar. Fonte: da autora, abril de 2019. 3. Imagem do restaurante do CCSP, próximo ao jardim interno que marca presença entre os corredores do centro. Fonte: da autora, abril de 2019.

(1)

(2)

(3)


45

(1)

1. Acesso ao telhado verde que consta não apenas com uma horta comunitária, mas também propõe uma área de descanso/lazer em contato com o verde. Fonte: da autora, abril de 2019.

2. Imagem de uma parte da área de exposição ao longo dos corredores, demonstrando essa permeabilidade visual com todo o edifício, definido a partir de seus recortes, suas rampas e semi-níveis. Fonte: da autora, abril de 2019.

(2)


46

ii.

edifícios condensadores

Como resposta ao estudo dos “edifícios condensadores sociais”, que se adequam ao modo de vida do trabalhador, tem-se como resposta arquitetônica das influências das vanguardas russas no contexto nacional da hibricidade de usos sociais e culturais (retomando os aspectos do morar, do trabalhar e do lazer): o Edifício Copan (1950), projetado por Oscar Niemeyer e o Conjunto Nacional (1955), de Daniel Libeskind, ambos em São Paulo. Ambos edifícios que possuem a congestão de usos em um espaço de relação com o entorno e a cidade.

1. Edifício COPAN diretamente da calçada. Fonte: da autora, julho de 2017.

(1)


47

a.

copan, oscar niemeyer - são paulo, brasil

breve ficha técnica: Autor: Oscar Niemeyer e Carlos Lemos Ano: 1950
 Área: 130.000m2
 Localização: Av. Ipiranga, jardim elevadoSão Paulo – SP

Lote: 11.500m2 Número de Pavimentos: Base: 3 pavimentos; Torre: 32 pavimentos de

residências O edifício Copan que idealizava a modernidade nacional em um projeto poscomércio/serviço sui uma forma arquitetônica única inconfundível na paisagem atualmente adensada noescritórios centro de São Paulo. O programa que parte da multiplicidade de usos, conta com uma base destinada a comércio e serviço; juntamente com uma galeria estacionamento e um uso cultural pelo teatro de 3500 lugares. Um terraço e um foyer destinado a escritórios, ao passo que dois andares previamente dedicados a sobrelojas se tornaram obsoletos. 1

1.ROSA, Vanessa Calazans da. Edifício Multifuncional. Trabalho de Conclusão de Curso (Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá – PR, 2013. 2. OUKAWA, Carolina Silva. Edifício Copan: uma análise arquitetônica com inspiração na disciplina análise musical / Carolina Silva Oukawa. – São Paulo, 2010.

A lâmina do edifício é composta por seis blocos residenciais de tipologias diversificadas e que possuem metragens de apartamentos variadas (entre 25m2 a até 170 m2). O acesso para esses blocos se dá a partir de torres de circulação vinculadas aos corredores do térreo de comércio e serviços, se relacionando interna e externamente ao edifício. Não rompendo com a pureza das formas das lâminas onduladas, a circulação vertical das escadas foi desvinculada da forma sólida do edifício em si, mantendo sua integridade visual. 2 sobreloja residências comércio/serviço escritórios estacionamento

(1)

1. Diagrama explicativo do programa distribuído pelo edifício. Fonte: elaborado pela autora.


48

1. Implantação COPAN. Fonte: OUKAWA, Carolina Silva. Edifício Copan: uma análise arquitetônica com inspiração na disciplina análise musical / Carolina Silva Oukawa. – São Paulo, 2010, pág. 26. 2. Separação dos blocos pelos tipos de apartamentos e suas metragens. Fonte: Texto citado acima, pág. 29. 3. Planta do térreo. Fonte: Texto citado acima, pág.51.

(1)

(3)

(2)


b. conjunto nacional, daniel libeskind - são paulo, brasil

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breve ficha técnica: Autor: David Libeskind
 Ano: 1955 (projeto) 1962 (conclusão) Área: 150.000m2
 Localização: Avenida Paulista, São Paulo – SP

Lote: 14.600m2 Número de Pavimentos: Base: 3 pavimentos; Torre: 25 pavimentos

Em 1954, o arquiteto paranaense David Libeskind ganhou o concurso do projeto para o Conjunto Nacional, que se tornaria um dos símbolos de transformação da Av. Paulista em um polo de negócios – atualmente, a mesma avenida ganhou um novo uso cultural com inúmeros museus e instituições culturais espalhadas ao longo de seu comprimento.

1.(SORDI, 2016, apud URSINI 2005, P .09) 2. (SORDI,2016, APUD URSINI, 2004, p.10).

O projeto reconhecido pela multiplicidade de usos, conta com uma base destinada a comércio e serviço que se relaciona com o caminhar da calçada a partir de uma generosa marquise que fornece abrigo, e de ruas internas de até 11m que cruzam os terrenos, em um “hall central”, como bolsões de entrada ao interior do complexo ao longo das vitrines. 1

O Conjunto Nacional se apresenta como um espaço público vivo, conectando e animando fortemente às calçadas ao seu redor. Libeskind transforma, sem comprometer a unidade do bloco-quadra horizontal, o térreo em um coeso conjunto de cinco quadras delimitadas pelas ruas internas ao conjunto. Reinterpreta com um traço modernista os espaços das galerias comerciais inventadas na Paris do século XIX . 2 jardim elevado residências comércio/serviço escritórios estacionamento

1. Diagrama explicativo do programa distribuído pelo edifício. Fonte: elaborado pela autora.


50

O programa do projeto foi dividido em duas lâminas: a horizontal, destinada ao conjunto comercial (de três pavimentos) e a um jardim elevado em seu terraço – fazendo a transição entre o âmbito público e privado; e a uma lâmina vertical, dividida em escritórios e duas tipologias de apartamentos residenciais.

1. Planta Térreo CONJUNTO NACIONAL. Fonte: Revista Acrópole n° 222 (CC BY-NC-ND 4.0). Via Arquivo Arq. Disponível em: site Archdaily: <https://www.archdaily. com.br/br/777375/classicos-daarquitetura-conjunto-nacionaldavid-libeskind>. Acesso em dezembro de 2019. 2. Planta primeiro pavimento de lojas - CONJUNTO NACIONAL. Fonte: Texto citado acima.

(1)

(2)


1. 3. Planta segundo pavimento de lojas - CONJUNTO NACIONAL. Fonte: Revista Acrópole n° 222 (CC BY-NC-ND 4.0). Via Arquivo Arq. Disponível em: site Archdaily: <https://www.archdaily.com.br/ br/777375/classicos-da-arquiteturaconjunto-nacional-davidlibeskind>. Acesso em dezembro de 2019. 2. Corte transversal - CONJUNTO NACIONAL. Fonte: Texto citado acima.

(1)

(2)

51


:

52

1. Imagem da Avenida Raccanello, no Novo Centro local do rebaixamento da antiga linha fĂŠrrea, altura da avenida exatamente em frente ao terreno escolhido para a proposta deste projeto.Fonte: da autora, abril de 2019.

(1)

projeto


53

i.

esclarecimentos

A região onde esse trabalho se debruça encontra-se a Zona 09 – antiga área destinada aos armazéns para suporte da linha férrea, no projeto original de Vieira dos anos 1940. Percebe-se assim, em um estudo morfológico, que as dimensões da quadra de 100m x 550m se diferenciam das quadras da área central, com 144m x 80m (MENEGUETTI, 2009), para atender à função relacionada ao armazenamento de cargas para o transporte ferroviário. A partir do crescimento urbano ao norte da cidade, e da barreira que a linha férrea significava ao fluxo tráfego no sentido norte-sul, foi proposto o rebaixamento da linha férrea e a transposição do seu pátio de manobras como solução. O rebaixamento do leito da ferrovia durou de 1995 até 1999, se estendendo da Av. Paraná à Av. Pedro Taques (BELOTO, MENEGUETTI, REGO; 2009), e deu lugar a uma nova paisagem urbana para o que ficou conhecido como Novo Centro. zoneamento inicial do plano diretor zona 01 - zona comercial zona 07 - residencial zona 09 - armazéns para o escoamento da produção na linha férrea zona 10 - zona industrial

0

100

200

(1)

1 - Mapa adaptado pela autora. Fonte: MENEGUETTI, 2009 - Cidade jardim, cidade sustentável.

usos atuais shopping center educação


54

Mesmo com as constantes transformações e a intensa valorização dos terrenos lindeiros à linha férrea rebaixada, é possível encontrar regiões de barracões e grandes terrenos subutilizados dentro dessa região central. Nessa quadra, as mudanças de uso e gabarito se concentraram nas avenidas no sentido norte-sul, Av. São Paulo e Av. Pedro Taques, trazendo vitalidade para as bordas leste e oeste, enquanto o meio de quadra ainda possui resquícios dos barracões e terrenos subutilizados. Assim, o intuito é transformar este miolo de quadra obsoleto e subutilizado em um “cenário de encontro” inserido no cotidiano urbano, em resposta a uma frequente não convivência com o Outro, para zonas de “respiro”. Este ponto de encontro, denominado “espaço arte-cidade”, têm a pretensão de se apropriar deste terreno obsoleto no centro da cidade, preenchendo-o com a vitalidade do convívio democrático, dentro de um programa que resume o cotidiano: o morar, o trabalhar, o apropriar e o agregar; juntamente com a arte, passível de provocar questionamentos e interesse sobre a própria cultura. Permeável a todos, com a intenção de recuperar a cidade pelo chão, essa área de respiro se enquadraria como uma zona de abertura e de interação. O projeto tem a intenção de mostrar ao pedestre a hora de parar: para que a angústia do chegar seja substituída pelo alívio de respirar, conciliando o momento de andar com o momento de contemplar. Uma ode ao chão da cidade, ao transporte público e à mobilidade alternativa, à interação e à história.


55

ii.

local - análises do entorno zoneamento inicial do plano diretor

Como elemento de partida, foram feitos levantamentos físico-territoriais no entorno das longas quadras da antiga zona 09, analisando lotes mais propícios à desapropriação por conta de seus usos/relação com o entorno (Mapa 02 e Mapa 03). A intervenção deste projeto se faz presente no miolo da quadra da antiga Zona 09 de armazéns que se compreende entre as avenidas São Paulo, Raccanello, Pedro Taques e Bento Munhoz, na junção de três lotes que totalizam 28.499,44 m²: no maior (157m x 124m) se encontra parte da infraestrutura educacional de uma faculdade privada da cidade, instituição que aluga o espaço sem utilizá-lo em sua totalidade, com barracões antigos em madeira da antiga indústria algodoeira, alguns reformados em laboratórios; o terreno ao lado (116m x 20m) é usado como estacionamento privado; e o terceiro (112m x 59m) é utilizado como garagem da Receita Federal. 0

100

zona 01 - zona comercial zona 07 - residencial zona 09 - armazéns para o escoamento da produção na linha férrea zona 10 - zona industrial

200

usos atuais shopping center educação

edifício residencial hotel estacionamento institucional

comércio e serviço mercado centro de eventos

0

gabarito térreo térreo + 1

100

200

(1)

1 - Mapa da análise dos usos atuais no entorno da antiga quadra de armazéns da zona 09. Produzido pela autora.


edifício residencial hotel

estacionamento institucional

comércio e serviço mercado centro de eventos

0

56

100

200

gabarito térreo

térreo + 1 até térreo + 3 até térreo + 7

até térreo + 10 até térreo + 15 até térreo + 20 até térreo + 25

1 - Mapa da análise dos gabaritos no entorno para melhor compreensão da paisagem. Produzido pela autora.

(1)

0

100

200

O intuito é transformar o miolo desta grande quadra em algo mais permeável à cidade e permissiva ao pedestre, tornando o caminhar uma prática mais agradável. Encurtam-se assim as distâncias ao propor uma passagem no meio da quadra de 550m, permitindo novas conexões ao caminhar. Como forma de aproximar a população da cultura, propõe-se a instalação de um complexo com uso cultural que se abre para essa passagem-praça interna, definida também por um edifício multifuncional, que cumpre as demandas de densidade e tipologia de comércios, serviços e residência do centro da cidade. Assim, a escolha desse terreno analisou não apenas a morfologia das quadras, bem como os usos, o impacto que ele tem nessa região central e em constante valorização/transformação, os seus fluxos e os equipamentos do entorno. De um lado, encontra-se um super-mercado e centro comercial, que gera vitalidade para esse meio de quadra, em uma arquitetura que permite passagens de pedestre singelas e tem uma intenção de diálogo com o terreno deste projeto – que acabou sendo levada em consideração como partido de conexão visual. Na ponta esquerda inferior da quadra de baixo ao terreno, encontra-se um shopping center com uma proposta interessante de relação com o pedestre em sua esquina da Av. Raccanello com a Av. São Paulo, com quiosques de alimentação que se conectam ao espaço do pedestre na calçada, trazendo vitalidade e um espaço criativo de apropriação para essa região da quadra.


1. Foto da interação visual do Angeloni com o terreno ao lado. Fonte: da autora, maio 2019.

2. Foto da relação propriedade calçada, e como esse verde convidativo é barrado a quem passa. Fonte: da autora, maio 2019.

(1)

(2)

(3)

3. Conexão com a quadra ao lado por uma faixa de pedestres. Fonte: da autora, maio 2019.

57


58

1. Gramado extenso na propriedade da Unifamma e alguns barracões que encontram-se subutulizados pela infraestrutura estudantil, e baixíssima densidade neste contexto dentro da área central. Fonte: da autora, maio 2019.

(1)

Essa apropriação diferenciada, no entanto, não se expande mais além no seu entorno. Já na porção norte do entorno, há torres residenciais monofuncionais isoladas no lote, com uma tipologia diferente do padrão encontrado no Novo Centro e nas adjacências, com arredores de usos mistos, porém gabaritos majoritariamente menores – em uma característica de transição para a escala do bairro. Com relação a localização, é possível observar a proximidade do terreno com o terminal, com uma caminhada de 10 min, e a interação com modais alternativos como a bicicleta. Esses diferentes fluxos se combinam com os equipamen-

equipamentos culturais teatro biblioteca educação

fac. maringá

cinema teatro inativado terreno de intervenção

puc

biblioteca bento m.r. neto teatro barracão

cineteatro plaza

avenida center

unifamma

maringá park

2. Mapa de equipamentos do entorno. Produzido pela autora.

auditório luz amor

(2)

0

100

300

600


tos do entorno que proporcionam um grande deslocamento de pessoas, como o shopping center e um complexo multifuncional de comércios e serviços com torres para escritórios. Foi também realizada uma análise dos equipamentos do entorno e dos espaços de permanência permeáveis ao pedestre na área central da cidade.

59

modais entorno espaço do automóvel espaço do pedestre quadra construída ciclovia pontos de ônibus terminal urbano terreno de intervenção

0 100

300

(1)

1. Mapa de diferentes modais no entorno. Produzido pela autora.

(2)

2. Tabela adaptada pela autora, com base na (Lei Complementar n. 888. Maringá: PMM, 2015.)

600

A partir da legislação de uso e ocupação do solo, a zona à qual este terreno pertence é classificada como ZE 17. Nela, permite-se a construção com outorga até a cota de 650 m, bem como o coeficiente máximo de aproveitamento de 4,5. Com isso, o terreno de 28.499,44 m² permite uma construção de até 128.247,48 m², em até 27 pavimentos. Essa metragem será dividida para a elaboração do programa com um centro cultural, uma rua de pedestres/praça e um complexo multifuncional que compreende lojas, uma torre para escritórios e um edifício residencial, com apartamentos de diferentes tipologias. MEDIDA DA UNIÃO DOS 3 TERRENOS PELO CAD DA PREFEITURA = 28.499,44

terreno com outorga

28.499,44 4,50

máximo cosntruído

128.247,48

cota atual do terreno

554,2

com outorga

650

27 PAV. COM P.D. = 3,5


CENTRO CULTURAL

60 biblioteca

acolhim.

espaço adulto

espaço infantil

adm. e serviços

hall

pontos de consulta

pontos de consulta

diretoria

guardavolumes

periódicos

gibiteca

restauro

empréstimo

referência

hora do conto

registro

banheiros

acervo

acervo infantil

depósito de livros

(2)

exposições

auditório

salas de estudo

descanso

mídiateca

almoxarifado

artístico

convivência

adm. centro

foyer

sala 1

sala multifunc.

diretoria

diretoria

camarim

sala 2

sala multifunc.

recepção

recepção

sala de apoio

sala multifunc.

descanso

descanso

espaço técnico

gráfica

depósito

depósito sala de reuniões

ateliê laboratório

EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL

Como a biblioteca pública foi considerada um dos elementos âncoras dentro escritórios do programaresidencial do Centro Cultural, a sua escala municipal, nolojas entanto, não tem o intuito de competir com a biblioteca Bento Munhoz da Rocha Neto. Assim, o térreo ed. tipo 1 - 75 m2 tipo 1 * residencial - tipo 1 foi pré-diseu acervo e todo o programa de necessidades desse equipamento *modulação térreo ed. de Romero mensionadotipocom base Arquitectura de La Biblioteca” 2 - 112,5 m2 no livro “Lacircular que pode térreo - tp.1 - 75 m2 residencial - tipo 2 ser vinculada ou Santi (2003). não, aumentando térreo torre tipo 3 - 150 m2

a metragem

escritórios - tipo 3

pavimentos de lazer

Parâmetros de crescimento para pré-dimensionamento da Biblioteca Municipal 2019 Atual População atual (1) População atendida (3) Usuários (4) Acervo

Ideal 420.000 210.000 52.500

60.000

104.253 (5)

2052 Proposta 842.829 (2.) 421.415 105.354 210.707

FONTE: IBGE - Censo Demográfico (1) População Estimada habitantes. FONTE: IBGE. Nota: Dados divulgados pela fonte, em agosto de 2018 (arredondando para cima para vazão de erro) (2) Taxa de crescimento geométrico de Maringá = 2,13 Segundo Ipardes Maringá, 2019 (3) População atendida = 0,5 Considerando que a Biblioteca Bento Munhoz atende 50% da população maringaense (4) Usuários = 0,25 Número de usuários é de 25% da população total atendida - estimado por Santi , 2003

2. Mapa de equipamentos do entorno. Produzido pela autora.

(5) Itens por habitante = 2 Número entre 0,75 e 2,5 - estimado por San , 2003

(2)

FONTE: Elaborado pela autora


Pré dimensionamento Biblioteca infantil Biblioteca Infantil Guarda volumes Acolhimento Recepção/Empréstimos Acervo Infantil Hora do conto Acervo/Estudo Pontos de Consulta Banheiros Administrativo Depósito de livros Administração Descanso/Copa Almoxarifado Banheiros/Vestiários

61

Área (m2) 20,00 12,00 520,00 100,00 160,00 20,00 20,00 12,00 12,00 12,00 12,00

42141 53 6

900,00 Pré dimensionamento Biblioteca Adulta Biblioteca Adulta Hall de entrada Guarda volumes Acolhimento Recepção/Empréstimo Acervo Adulto Pontos de Consulta Adulto Periódicos PC Periódicos Referência Acervo/Estudo Salas Multiuso/grupo Pesquisa internet Acervo multimidia Sala multimídia Banheiros Diretoria Sala de funcionarios Sala de reuniões Sala de restauro/registro Processamento técnico Administração Depósito de livros Copiadora Sala de descanso funcionários Almoxarifado Copa Banheiros/Vestiários

Área

126424 421 4200,0 211 10500 3 40

100,00 30,00 20,00 1550,00 1263,00 55,00 633,00 150,00 75,00 80,00 30,00 30,00 60,00 12,00 30,00 30,00 20,00 100,00 50,00 12,00 12,00 12,00 12,00 25,00

4391,00 AREA TOTAL BIBLIOTECA

5291,00

(2)

2. Tabela adaptada pela autora, com base na (Lei Complementar n. 888. Maringá: PMM, 2015.)


acolhim.

espaço adulto

espaço infantil

adm. e serviços

hall

pontos de consulta

pontos de consulta

diretoria

guardavolumes

periódicos

gibiteca

restauro

empréstimo

referência

hora do conto

registro

banheiros

acervo

acervo infantil

depósito de livros

salas de estudo

descanso

mídiateca

almoxarifado

62

foyer

sala 1

sala multifunc.

diretoria

diretoria

camarim

sala 2

sala multifunc.

recepção

recepção

sala de apoio

sala multifunc.

descanso

descanso

espaço técnico

gráfica

depósito

depósito sala de reuniões

ateliê laboratório

EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL residencial

escritórios

tipo 1 - 75 m2

térreo ed. residencial - tipo 1

tipo 1 * *modulação circular que pode ser vinculada ou não, aumentando a metragem

tipo 2 - 112,5 m2 tipo 3 - 150 m2

(2)

lojas

térreo ed. térreo - tp.1 - 75 m2 residencial - tipo 2 térreo torre escritórios - tipo 3

pavimentos de lazer

Esse programa é assim parte de uma estratégia de recuperação dessa área do centro e do seu tecido, com o intuito de enriquecer e reestruturar seu contexto imediato.

ESTIMATIVA DE ÁREAS ESPAÇO ARTE CIDADE ESPAÇO ARTE COMPLEXO USO CULTURAL Biblioteca Pública Auditório - 250 Exposições Salas Multiuso - 50 (laboratórios/ateliê Livraria Café/Restaurante Administração

Banheiros Circulação/extras ESTACIONAMENTO 74 vagas *

40

Área 5300 350 1000 150 100 200 100 80 x

* 1 vaga para cada 100 m2 (por se tratar de uma área central com diversidade de acessos por outros modais)

* estacionamento junto ao ed. Multifuncional

2. Mapa de equipamentos do entorno. Produzido pela autora.

bicicletário (praça)

(2)

30

7280


ESTIMATIVA DE ÁREAS ESPAÇO ARTE CIDADE ESPAÇO CIDADE EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL RESIDENCIAL (20 pavimentos) APTO - TIPO 1 - mod. 7,50 x 10,00 APTO - TIPO 2 - mod. 7,50 x 15,00 APTO - TIPO 3 - mod. 7,50 x 20,00 Pavimento resicendial 1 *vagas p/ apartamento < 80 m2 2 *vagas p/ apartamento > 80 m2 Pavimento lazer Circulação COMERCIAL Lojas térreo tipo 1 - Modulação 5x 8m Lojas térreo tipo 2 - Modulação 10 x 8m Lojas modulação circular - torre de escritórios *contando com as lojas da praça de alimentação no térreo inferior ESCRITÓRIOS (6 pavimentos) Escritório tipo 1 - modulação circular (p/ pavimento) Pavimento tipo - escritórios ESTACIONAMENTO Estacionamento - vagas 2 ou 3 subsolos

Quantidade

63

Área

Subtotal

80 160 40 20 80 400 1

75 112,5 150 1515 x x 2320 x

6000 18000 6000 30300 x x 2320 5860

32 20

40 80

1280 1600

x

Total 38480

6880

2000

2

4000 9540

88 1590

968 9540

656 x 2 10747,30

x 21494,6

11 6

21494,6

76394,6

(2)

Com base nas definições técnicas do programa, o partido do projeto surgiu das conclusões feitas com base nos mapas e na análise do entorno, conforme explanada anteriormente e das intenções de projeto baseadas em uma apropriação maior do térreo e essa conexão do indivíduo com a cidade.

2. Tabela adaptada pela autora, com base na (Lei Complementar n. 888. Maringá: PMM, 2015.)


64

1. Todos diagramas elaborados pela autora.

(1)

iii.

partido conexão conexão principal - pedestres conexão secundária - pedestres faixa de pedestres existentes - reforçando a conexão por esse lado até a rua na quadra superior

- a partir da ideia de não separar a quadra com

diretrizes viárias, a opção para essas conexões seria esse miolo de quadra mais permeável a partir dos seus caminhos possíveis

implantação dos edifícios complexo uso cultural torre residencial e comércio torre escritórios e comércio diagonal de conexão principal

- é a diagonal traçada que define o partido de implantação dos edifícios dentro do terreno, setorizando o programa em uso cultural e usos de morar e trabalhar; delimitando melhor esse meio de quadra e deixando o caminho mais convidativo


edifícios na paisagem eixo principal - via com escala mais central com paisagem de gabarito mais elevado eixo secundário - via com escala de bairro e gabaritos menores gabarito escalonado para a praça inclinação que permite visibilidade por parte do edifício ao lado e gabarito semelhante a à paisagem - implantação e volumetria que dialoga com o entorno e com a praça interna

praças de convite praças convite - usufruindo do verde praças de convite - mobiliário e acessibilidade ao pedestre diagonal de conexão principal principal espaço de circulação de pedestres atualmente

- elementos situados nas pontas da conexão principal como elemento diferente do entorno, um “bolsão de respiro” na borda da calçada.

espaços permanência e passagem acessos possíveis em diferentes níveis ao complexo espaço arte-cidade

- a distribuição dos acessos de acordo com o

desnível e essa permeabilidade tem o intuito de tornar todo o complexo passivel de apropriação, onde os espaços de passagem e permanência podem se misturar.

65


66

iv.

memorial

Inspirada nas vivências desta autora, a teoria da apropriação das cidades pelas pessoas como meio de democratização e aperfeiçoamento da qualidade dos espaços públicos se encontrou com as minhas vontades pessoais e intenção de o espaço da cidade mais convidativo. Assim, minha admiração pela arte e a expectativa do que um espaço público pode fazer por um local nortearam esse projeto. Me baseando na realidade de Maringá, local onde se projeta, e das suas necessidades, procurou-se unir a ideia de um complexo de uso cultural, com um espaço público generoso e convidativo, à proposta de um edifício multifuncional. Considerando as dinâmicas que terreno se encontra, considerada uma expansão do centro da cidade, e de todo o seu potencial de desenvolvimento, busca-se a vitalidade e os usos que tornam a área central convidativa e democrática. Assim, os aspectos de morar, trabalhar, lazer se uniram à arte: o criar, o explorar e o questionar. O terreno de 28.499,44 m² têm o intuito de propor conexões com o seu entorno, antes prejudicadas pelo tamanho da quadra existente e pelas construções presentes. Com a prerrogativa de tornar o caminho mais atrativo, pensa-se nas distribuições dos volumes em torno do terreno, definindo seus espaços livres. A intenção de criar locais de permanência e passagem, juntamente com o programa, moldaram as volumetrias. Desse modo, temos um empreendimento público-privado em uma quadra mais permeável ao pedestre. Um complexo de uso cultural (lazer público e democrático) com a complexidade de usos artísticos e a proposta de um espaço que se conecta com o entorno; e o edifício multifuncional (morar e trabalhar no âmbito privado) com os equipamentos comumente encontrados no centro, mas dispostos de uma forma a garantir a apropriação dentro do seu miolo de quadra. Desse modo, as diretrizes de partido e as intenções teóricas iniciais acabaram guiando este projeto para se tornar um espaço de apropriação interessante na escala do pedestre com equipamentos âncoras que pudessem viabilizar este ponto de encontro; esta troca com o outro.


67

v.

desenhos tĂŠcnicos


rua ber de c a

r

rua ber de c nardino amp os

rua aris lôbo t.

av.

av. be

av. são paulo

68

av. são paulo

av. ra

av. racc

área permeável

legislação: 2.830,00 m² projetada: 4.272,60 m²

av. mauá área permeável

legislação: 2.830,00 m² projetada: 4.272,60 m² implantação escala 1/1500

av. mauá


ento m

unhoz

af o n so p ena rua

oz da

rocha n

eto

* Para uma visualização sem interrupções desta prancha, acesse o QR Code disponível no final do caderno.

afon so p ena

munh

rua

. bento

da roc

ha net

69

o

av. p

edro

canello

escala gráfica 0m

25 m

50m

100m

200m

linha do trem rebaixada linha do trem rebaixada

taqu av. ped ro ta es que s

accanello


B

A

25

13

25

12 15

25

20

20

18

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11

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24

23

10

14

10 9 8

16

17

16

22 7

6 25 25 25

25

5

25

15

3 4

2

3

1 5

26

D 26

A

B

70

planta nível +551,00 escala 1/750

programa - espaço arte - complexo uso cultural 1. foyer 4. banheiro 7. bilheteria/chapelaria 10. escada incêndio 13. elevador visitante 16. escada externa 19.laboratório 2. anfiteatro 5. sala técnica 8. administração 11. banheiros 14. dml 17. jardim interno 20. apoio 3.camarim 6. café 9. elevador serviço 12. elevador carga 15. depósito 18. gráfica 21. ateliê

26


C

* Para uma visualização sem interrupções desta prancha, acesse o QR Code disponível no final do caderno.

F 71

27

27

27

27

27

E

27

27

35

36 29 30

27

E

27 32

27

32 33

34

26

26

26

26

26

26

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29 26

26

26

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28

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26

26

26

26

26

26

26

26

26

D

F

C

26

26 29

31

escala gráfica 0m 5m

10m

programa - espaço cidade - uso morar, trabalhar, vivenciar 22. sala multiuso 25. a.c. 26. lojas 29. hall acesso pavimentos superiores 32. praça convivência 33. área de serviço 23. sala de dança 27. loja praça de alimentação 30. banheiro 34. bicicletário 24. exposição 28. corredor coberto 31. ventilação subsolo

30m

35. escada externa 36. pátio interno


B

A

2

72 13 12

7

14

6

5

11

10

4

9 16

15

10

16

3

1

17

A

B

D

planta nível +554,00 escala 1/750

programa - espaço arte - complexo uso cultural 1. acesso cobertura verde 4. biblioteca infantil 2. acesso rua 5. exposição 3.livraria 6. recepção

7. lounge 8. escada 9. elevador serviço

10. escada incêndio 11. banheiros 12. elevador carga

13. elevador visitante 14. escada acesso pavimentos superiores

18


C

* Para uma visualização sem interrupções desta prancha, acesse o QR Code disponível no final do caderno.

F 73

24

28

24

24

E

29

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30

27 25

24

24

20

E

24

24

19

26

24

24

22 25

25

D

23

F

C

21

escala gráfica 0m 5m

15. jardim interno 16. escada externa

10m

programa - espaço cidade - uso morar, trabalhar, vivenciar 17. varanda 20. depósito salão 23. playground 18. salão de festas 21. cozinha salão 24. lojas 19. banheiro salão 22. hall 25. acesso pavimento superior

30m

26.área técnica 27. jardim interno


B

A

2 13 8

12

7

7

14 11

6 4

74

10

5 10

3

9 1

A

B

2

planta nível +557,25

+566,40 +560,50 +557,25 +554,00

alinhamento predial

escala 1/750

+550,00

escala gráfica

corte aa

escala 1/750 1. ar condicionado 2. depósito 3. guarda volumes

4. recepção 5. adm. biblioteca 6. varanda

0m 5m

7. escada acesso mezanino 10. escada incêndio 8. escada 11. banheiros 9. elevador serviço 12. elevador carga

10m

13. elevador visitante 14. controle acesso

30m


1. Hall do complexo cultural produzido pela autora.

(1)

(2)

2. Auditรณrio - produzido pela autora.

75


B

A

2

15

15

13

14

1

8

7

15

7

15

A

B

76

planta nível +560,50m

alinhamento predial

escala 1/750

+560,50 +557,25 +554,00 +550,00

corte bb

escala 1/750

fachada leste escala 1/750

escala gráfica 0m 5m 1. ar condicionado 2. depósito 3. guarda volumes

4. recepção 5. adm. biblioteca 6. varanda

7. escada acesso mezanino 10. escada incêndio 8. escada 11. banheiros 9. elevador serviço 12. elevador carga

10m

30m

13. elevador visitante 14. controle acesso


1. Biblioteca infaltil - produzido pela autora

(1)

(2)

2. Biblioteca adulta - produzido pela autora

77


78

1. AteliĂŞ - produzido pela autora 2. GrĂĄfica - produzido pela autora

(1)

(2)


1. Exposição - produzido pela autora

(1)

(2)

2. Jardim Interno - produzido pela autora

79


80

1. Praรงa e corredor interno complexo cultural com jardim interno - produzido pela autora

(1)


81


C

82

3 1

1

D

2

2

2

5

4 1

1

2

2

1

5

4

1 4

2

2

2

1

1

1

1

D

1

3

planta pavimento - tipo 1 escala 1/750

3 1

2

D

5

4 1

2

5

4

1

2

1

4

D

2

1

3

escala 1/750

C

planta pavimento - tipo 2

escala gráfica 0m 5m

30m

planta pavimento - tipo 2

planta pavimento - tipo 1 1. apartamento tipo 1 - 75,00 m² 2. apartamento tipo 2 - 112,50 m² 3. sacada

10m

4. passarelas de acesso 5. circulação vertical

1. apartamento tipo 1 - 75,00 m² 2. apartamento tipo 3 - 150,00m² 3. sacada

4. passarelas de acesso 5. circulação vertical


1. Hall, lojas e calรงada - Raccanello

(1)

(2)

2. Hall e praรงa interna - produzido pela autora

83


2

3

4

1

2

1

5

6

84

3

4

6

5

7

planta apartamento 1 - layout 1 quarto 1. sala 4. banheiro 2. cozinha 5. suíte 3. lavanderia 6. sacada

planta apartamento 2 - layout 2 quartos 1. sala 4. banheiro 7. sacada 2. cozinha 5. quarto 3. lavanderia 6. suíte

planta apartamento - tipo 1: 75,00 m² escala 1/250

4

3

1

1

6

2

7

4

3

5

5

2

7

7

6

8

planta apartamento 1 - layout 1 quarto 1. sala de jantar 4. lavanderia 7. sacada 2. sala de estar 5. banheiro 3. cozinha 6. suíte

8

planta apartamento 2 - layout 2 quartos 1. sala de jantar 4. lavanderia 7. suíte 2. sala de estar 5. banheiro 8. sacada 3. cozinha 6. quarto

planta apartamento - tipo 2: 112,50 m² escala 1/250

5

4

3

7

1

2

8

planta apartamento 1 - layout 2 quartos 1. sala de jantar 2. sala de estar 3. cozinha

4. lavanderia 5. banheiro 6. quarto

8

1

2

6

8

5

4

3

7

6

9

9

planta apartamento 2 - layout 3 quartos 7. suíte 8. sacada

1. sala de jantar 2. sala de estar 3. cozinha

4. lavanderia 5. banheiro 6. quarto 1

7. quarto 2 8. suíte 9. sacada

planta apartamento - tipo 3: 150,00 m² escala 1/250

escala gráfica 0m

5m

10m


1. Pavimento de lazer - playground e salĂŁo de festas

(1)

(2)

2. Corredores - pavimento tipo produzidos pela autora

85


86

+638,30 +632,60

+629,00

+625,40

+621,80

+618,20 +614,60

+611,00

+607,40 +603,80

+600,20

+596,60

+593,00

+589,40 +585,80

+582,20

+578,60 +575,00

+571,40

+567,80

+564,20

+560,60 +557,00 +551,00 +545,90 +542,30

corte cc

escala 1/750

escala gráfica

0m 5m

10m

30m


87

+638,30 +632,60

+629,00

+625,40

+621,80

+618,20 +614,60

+611,00

+607,40 +603,80

+600,20

+596,60

+593,00

+589,40 +585,80

+582,20

+578,60 +575,00

+571,40

+567,80

+564,20

+560,60 +557,00 +551,00

corte dd

escala 1/750

escala gráfica 0m 5m

10m

30m


88

elevação oeste escala 1/750

escala gráfica 0m 5m

10m

30m


89

elevação sul escala 1/750

escala gráfica 0m 5m

10m

30m


90

1. Apartamento - 2 mรณdulos sala, estar e cozinha - produzido pela autora.

(1)


91


92

1. Diagrama explodido apartamento 2 módulos. Modulação das janelas definindo o layout das paredes dos quartos e banheiros; com área molhada concentrada.

passarela - acesso

módulo - janelas altas módulo - porta acesso

apartamento tipo 3 - 2 módulos

módulo - vedação (acm) módulo - janelas inteiras sacada

(1)


F

7

7

7

7 7

E

7 3

1

5

4

7

E

93

7

2 7

6

7

7

F

planta nível +563,60

F

escala 1/750

7

E

3

1

7

5

6

E

6

E

2 7

4

F

planta nível +570,80

F

escala 1/750

7

E

3

1

5

2 7

escala 1/750

escala gráfica

F

planta nível +578,00

4

1. jardim interno 2. corredor circular 3. escada externa 4. varanda 5. circulação vertical 6. ar condicionado 7. módulos circulares - escritórios

0m 5m

10m

30m


+587,60 +582,60 +578,00

+574,40 +570,80

alinhamento predial

+567,20

+563,60 +560,00 +554,00 +550,00

94

+545,90 +542,30

corte ee

escala 1/750

+587,60 alinhamento predial

+582,60 +578,00

+574,40 +570,80 +567,20

+563,60 +560,00 +554,00 +550,00 +545,90 +542,30

corte ff

escala 1/750

escala grĂĄďŹ ca 0m 5m

10m

30m


1. Praça de alimentação - produzido pela autora

(1)

(2)

2. Pavimento de lojas - produzido pela autora

95


96

fachada sul escala 1/750

escala gráfica 0m 5m

10m

30m


1. Varanda intercalada - torre de escritรณrios - produzido pela autora

(1)

(2)

2. Interior sala de escritรณrios produzido pela autora

97


98

1. Praça com vista para os três edifícios - produzida pela autora.

(1)


99


C

F

alinhamento predial 100

E

E

D

D alinhamento predial

C

F

planta estacionamento subsolo 1 - nível +545,90 escala 1/750

quantidade de vagas: uso residencial: 241 vagas uso cultural e escritórios: 87 vagas número total de vagas do pavimento: 328

escala gráfica 0m 5m

10m

30m


C

F

alinhamento predial 101

E

E

D

D alinhamento predial

C

F

planta estacionamento subsolo 2 - nível +542,30 escala 1/750

quantidade de vagas: uso residencial: 241 vagas uso cultural e escritórios: 87 vagas número total de vagas do pavimento: 328

escala gráfica 0m 5m

10m

30m


102

fachada da avenida - raccanello escala 1/750

fachada da avenida - bento munhoz da rocha neto escala 1/750


103

escala gráfica 0m 5m

10m

30m


104

1. Acesso complexo uso cultural e jardim elevado pela Av. Horรกcio Raccanello 2. Acesso complexo uso cultural pela praรงa pela autora

(1)

(2)


1. Entrada para a torre de escritรณrios pela Av. Bento Munhoz

(1)

(2)

2. Entrada pela Av. Horรกcio Raccanello - pela autora

105


106

1. Vista do complexo pela avenida Horรกcio Raccanello - produzida pela autora.

(1)


107


108

1. Vista do complexo pela avenida Bento Munhoz da Rocha Neto.

(1)


109



...

considerações finais 111

Esse trabalho se apresenta como produto final dos últimos cinco anos de graduação, das experiências, trabalhos e as viagens, mas, sobretudo dos últimos dois. Após realmente entender o que eu gostaria de tratar, procurei agregar a este trabalho pontos que me identifico dentro desta trajetória acadêmica: pessoas, cidade, arte e arquitetura. Foi apresentado um complexo com programa de usos diversificados (morar, trabalhar e lazer), dividido em três edifícios isolados que se relacionam entre si por meio de uma praça fazendo a transição e conexão dos espaços com a cidade em uma escala pública, urbana por meio de uma arquitetura inclusiva na escala da apropriação pelos pedestres. Buscando uma aproximação entre edifício, cidadãos e a cidade como fim para um espaço mais democrático de interação com o outro: do caminhar dentro do programa como uma tentativa da percepção das pessoas com o outro; na tentativa de impulso ao ar livre da interação democrática e da empatia, do retorno ao espaço da cidade como um espaço social.


112

.

referências

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113

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leis e normas Maringá. Prefeitura do Munícipio. Lei Complementar n. 1045. Maringá: PMM, 2016. Maringá. Prefeitura do Munícipio. Lei Complementar n. 888. Maringá: PMM, 2015. NPT 011/2016 - Instrução Técnica no 11/2016 – Saídas de Emergência. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado do Paraná.





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