TFGI - Instituto NoName: espaço conceitual para a incubação de projetos sociais

Page 1



GEOVANA SILVEIRA KRULESKI

INSTITUTO NONAME: ESPAÇO CONCEITUAL PARA A INCUBAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina. Orientador: Prof. André Silvestri

Londrina 2019



GEOVANA SILVEIRA KRULESKI

INSTITUTO NONAME: ESPAÇO CONCEITUAL PARA A INCUBAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Prof. Componente da Banca Universidade Estadual de Londrina

___________________________________________ Prof. Componente da Banca Universidade Estadual de Londrina

___________________________________________ Prof. Componente da Banca Universidade Estadual de Londrina

Londrina, _____de ___________de _____.



agradecimentos A realização deste trabalho foi possível graças à ajuda de várias pessoas a quem gostaria de expressar minha gratidão. Primeiramente gostaria de agradecer a Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo da minha vida, е nãо somente nestes anos como universitária, mаs que еm todos оs momentos foi meu conforto e suporte para superar as dificuldades. Gratidão a minha família, em especial aos meus pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional. Aos amigos que me ajudaram de diversas formas e companheiros dе trabalhos que fizeram parte da minha formação , alguns se tornaram irmãos nа amizade е vão continuar presentes еm minha vida cоm certeza. Agradeço a todos os professores de Arquitetura e Urbanismo pоr mе proporcionar о conhecimento nãо apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а mim, nãо somente pоr terem mе ensinado, mаs por terem mе feito aprender. Agradeço em especial, ao meu orientador, André Silvestri, pela ajuda, confiança e apoio ao meu trabalho. A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ muito obrigado.



“Eu não acredito em caridade, eu acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical: vai de cima para baixo. Solidariedade é horizontal: respeita a outra pessoa e aprende com o outro. A maioria de nós tem muito o que aprender com as outras pessoas.” Eduardo Galeano


KRULESKI, Geovana Silveira. Instituto Noname: espaço conceitual para a incubação de projetos sociais. 2019. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação Arquitetura e Urbanismo ) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2019.

RESUMO A ONG NoName atua na cidade de Apucarana – PR com o desenvolvimento de projetos sociais. A organização tem a intenção de ser um instituto que, além de desenvolver as atividades da própria ONG, possa incubar pequenas iniciativas que visam a transformação social. Contudo, a sede atual não possui uma estrutura adequada para abrigar todas as demandas de projetos. Nesse sentido, o anteprojeto do Instituto NoName objetiva desenvolver uma nova sede que permita gerar mobilidade, autonomia e identidade para a organização, propiciando um ambiente de colaboração e mutua responsabilidade, tendo como premissas integração, natureza, flexibilidade, criatividade e tecnologia. O projeto se insere no meio urbano e tem como extensão uma área externa coletiva que atua como praça. Enquanto espaços públicos, as áreas verdes se constituem em locais para práticas sociais, culturais e manifestações de vida urbana e comunitária. O edifício se insere de forma convidativa para que o usuário se aproprie do espaço e seja atraído por ele. A flexibilidade exigida para obter eficácia na gestão de projetos sociais se apresenta nos espaços que se adaptam as diferentes requisitos de duração, pessoas, recursos e demandas de cada projeto social. A criatividade é fomentada pela possibilidade de flexibilidade dos espaços alinhada a elementos informais que a promovem.

Palavras-chave: Incubadora social, Projetos sociais, Espaços colaborativos, Integração comunidade-arquitetura.


KRULESKI, Geovana Silveira. Instituto Noname: espaço conceitual para a incubação de projetos sociais. 2019. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação Arquitetura e Urbanismo ) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2019.

ABSTRACT The non- governmental organization acts in the city of Apucarana – PR with the development of social projects. The organization has the intention of being an institute that, besides developing the activities of the NGO, can incubate little initiatives that aim the social transformation. However, the headquarter doesn’t have an structure that fits the demands of projects. In that sense, the pre-project of the Institute NoName has the intention of developing a new headquarter that could generate mobility, autonomy and identity for the organization, allowing an environment of colaboration and mutual responsability, having has integration premises, nature, flexibility, creativity and tecnology. The project inserts itself in the urban environment and have as extensions an a colective external area that acts as square.Whereas public spaces green areas gather in places of social practices, cultural and manifestations of urban and community life.The building inserts itself in a welcoming way for a users to apropriate the space and being attracted to it.The flexilibility required for geting efficiency in the management of social projects presents itself in spaces that adapted to the diferent duration requirements, people, resources and demands in each of the social projects. The criativity is reinforced by the possibility of flexibility of the alined spaces and informal elements that promotes them.

Key- words: Social incubator, Social projects, Collaborative spaces, Community- architecture integration.


sumário

1 2

introdução

14

contextualização

16

2.1 Terceiro Setor .............................................................................................17 2.2 Projetos sociais ..........................................................................................19 2.3 Gestão de Projetos Sociais ........................................................................ 21 2.4 Incubadora social no Brasil - Porto social ........................................... 23

3

FUNDAMENTAção TEÓRICa

30

3.1 Relação ambiente construído e comportamento humano .................... 30 3.2 Uma linguagem de padrões .........................................................................32 3.3 Áreas verdes como áreas externas coletivas ....................................... 35

4

estudo de casos

37

4.1 Projeto Viver ................................................................................................38 4.2 Incubadora UEL (INTUEL) ............................................................................. 50 4.3 Sede do Instituto Alana ............................................................................. 58


5

referencial estético e projetual

67

5.1 A arquitetura de Richard Joseph Neutra .................................................. 67 5.2 Espaços de trabalho, criação e colaboração .......................................... 72

6 5.

proposta de projeto

79

6.1 Ong Noname .................................................................................................... 81 6.2 Diretrizes do Projeto ................................................................................... 91 6.3 CONTEXTO E TERRENO ..................................................................................... 92 6.4 CONCEITO E PARTIDO .......................................................................................112 6.5 SOLUÇÕES ESTRTURAIS E AMBIENTAIS ............................................................126

7

cONSIDERAÇÕES FINAIS

134

referências bibliográficas

135

apêndices


1 INTRODUÇÃO As ONGS são caracterizadas por ações de solidariedade nas políticas públicas e pelo legítimo exercício de pressões políticas em favor de populações excluídas das condições da cidadania. Elas fazem parte do chamado terceiro setor da Economia. O surgimento dessas organizações deu-se pelo motivo da ineficiência dos Governos e do poder público, em geral, para suprirem todas as necessidades da sociedade. Essas organizações constituem importantes alternativas para sistematizar a sociedade como um todo, pois promovem ações sociais, culturais e assistenciais. As ONGs fazem parte de movimentos sociais e têm como princípios o desenvolvimento humano e o alargamento da participação na cidadania. Elas apresentam uma grande diversidade, principalmente temática, variando desde as entidades ligadas ao meio ambiente e aos grupos feministas, até as organizações voltadas à proteção da criança e do adolescente. O presente trabalho tem a intenção de abordar o trabalho da ONG Noname, uma organização não governamental que atua na cidade de Apucarana e que possui a necessidade de um espaço adequado para realizar seu trabalho de forma efetiva e promover o bem estar social. Sua missão é fazer o bem, abraçando diversos projetos e auxiliando na execução do mesmos. A organização apresenta métodos de uma incubadora social e tem como objetivo, futuramente, de se tornar um instituto que ampara outras pequenas organizações, auxiliando na elaboração, execução de projetos sociais e promoção de ações sociais, não deixando de lado seu papel de ONG. A intenção é lidar com os conceitos de uma incubadora social aos moldes das incubadoras tecnológicas, uma vez que a incubação social surgiu da percepção em relação às necessidades da comunidade. Pretende-se trabalhar com os aspectos já mencionados e, desta forma, incentivar a criação deste tipo de incubadora na cidade de Apucarana. As incubadoras sociais não só têm um impacto na sociedade, como também atuam de forma contínua, transbordando para a sociedade o conhecimento que é gerado nos âmbitos governamental, social e empresarial.

[14]


Os impactos que podem ser engendrados por este tipo de organização são diversos, podendo ser refletidos nos espaços social, econômico e cultural. Em outros termos,a incubadora pode gerar capacitação, desenvolvimento humano, melhoria da qualidade de vida, empregabilidade, entre outros. A inovação social como forma de resolver os problemas sociais pode estar associada a ações da iniciativa privada, organizações não governamentais e sem fins lucrativos, governo, e sociedade civil organizada. Inserido no contexto acima, o objetivo principal desse trabalho é desenvolver um anteprojeto arquitetônico de um Instituto caracterizado como um espaço conceitual para a incubação de projetos sociais. O papel da ONG ainda permanece com o desenvolvimento e promoção de ações sociais. O projeto busca reunir de forma harmônica e criativa a escolha do lugar, a discussão arquitetônica e a função do objeto em si, levando em consideração a importância dos projetos sociais, o trabalho com as pessoas que necessitam de apoio e toda a relação com a comunidade. Os objetivos para com os usuários é criar um espaço de conforto psicológico, impulsionando a criatividade, o trabalho colaborativo e a participação. A originalidade do projeto está não somente na sua visão em prol de um desenvolvimento inclusivo feito para todos os cidadãos através da incubadora, mas também em abordar o tema proposto sugerindo um local de integração e lazer para a comunidade.

[15]


2 contextualização Uma incubadora pode ser definida como um dispositivo que apresenta as condições ideais para o desenvolvimento e crescimento de determinado elemento, principalmente organismos vivos. A incubadora social tem o mesmo objetivo de desenvolvimento de incubadora tradicional, aplicado a um elemento distinto. Segundo Bezerra (2014), incubadoras sociais são criadas para assessorar empreendimentos advindos de projetos sociais, proporcionando assim, o surgimento de um ambiente empreendedor que beneficia toda a sociedade em inúmeros aspectos, principalmente na melhoria significativa da qualidade de vida, visão de mundo mais abrangente e cidadania. O grande objetivo da incubadora social é gerar o desenvolvimento social, econômico e humano. De acordo com o Portal de Estado do Brasil (apud Bezerra 2014), o processo de incubação é um dos mecanismos mais eficazes para lançar e desenvolver novos empreendimentos. Tal fato é reforçado por Bezerra (2014), que mostra estatísticas do Brasil e do mundo revelando que a taxa de mortalidade de empresas que passam pelo processo de incubação é reduzida de 70% para 20% em comparação com as empresas normais. (Figura 2).

> Figura 2 : Estatísticas de redução da mortalidade de empresas baseadas nos estudos de Bezerra (2014). FONTE: da autora.

A incubadora de empresas estimula o empreendedorismo na medida em que fortalece as empresas em seus primeiros anos de existência e as prepara para sobreviver no mercado. Outro fator para a maior chance de sucesso de empresas instaladas em uma incubadora é a captação dos melhores projetos e a formação de empreendedores mais aptos, o que amplia as possibilidades de sucesso dessas empresas. Com base nesses aspectos, é possível compreender que as incubadoras sociais também apresentam importância significativa para o desenvolvimento e sucesso dos projetos sociais. Inicialmente, para a estruturação do projeto, é necessário compreender os temas que estão diretamente ligados a uma incubadora social. Sendo assim, primeiramente o terceiro setor é apresentado, visando entender o que ele engloba e seus principais objetivos. Posteriormente, se expõe a definição e conceito dos projetos sociais a fim de entender a importância de gestão e auxílio na elaboração dos mesmos.

[16]


2.1 Terceiro Setor O terceiro setor envolve um conjunto de ações e finalidades que abrangem ações de cidadania e defesa do ser humano, luta pela inclusão social e o fortalecimento de movimentos sociais, além de outras atitudes importantes para a sociedade como um todo. Ele se torna um agente imprescindível no processo de assistência às populações carentes e abrange um conjunto de organizações e iniciativas privadas que visam a produção de bens e serviços públicos sem fins lucrativos, respondendo à necessidades coletivas. (ROTHGIESSER, 2004). Para Rothgiesser (2004), o terceiro setor consiste em cidadãos que participam de modo espontâneo e voluntário de ações que visam o interesse social. Isto vem mostrar algo em comum com o Estado que é o fato de ambos cumprirem com uma função eminentemente coletiva. O terceiro setor está inserido nos três setores econômicos e contempla as atividades da sociedade civil que não se enquadram aos demais setores. O primeiro setor opera recursos públicos (atividades estatais), o segundo setor recursos privados para fins privados (atividades de mercado e empresas) e o terceiro setor recursos públicos e privados para fins públicos.

> Figura 3 : Os três setores econômicos baseados no esquema do Sebrae Nacional (2019). FONTE: da autora.

Nesse contexto tão abrangente enquadram-se como entidades do terceiro setor associações, institutos, fundações, sindicatos, organizações religiosas, partidos políticos , conselhos de classe, federações e confederações, entre outros. Todas com personalidade jurídica de direito privado e que não tem como o objetivo o lucro, mas o atendimento das necessidades da sociedade. De acordo com Lacruz (2014), as entidades do terceiro setor ocupam um espaço cada vez mais relevante na sociedade brasileira, executando tarefas em que os outros setores não apresentam bons resultados do ponto de vista da sociedade. Ressalta que a maior parte das iniciativas dessas entidades são implementadas sob forma de projeto, apoiado por meio de convênios ou similares com empresas.

[17]


FIGURA 4. FONTE: facebook ONG NONAME, 2019

[18]


2.2 Projetos sociais Um projeto (social) nasce de uma ideia, de um desejo ou interesse de realizar algo, ideia que toma forma, se estrutura e se expressa através de um esquema (lógico), o qual, no entanto, é apenas esboço(sempre) provisório, já que sua implementação exige constante aprendizado e reformulação. (ARMANI, 2004, p. 18).

Os projetos sociais surgem do desejo de mudar a realidade. São ações estruturadas e intencionais, de um grupo ou organização social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma determinada problemática e buscam contribuir para uma outra realidade possível. (STHEPHANOU, 2003, p.11.) Para Kelling (2002), um projeto engloba diversas atividades inter-relacionadas, a serem realizadas com prazo determinado, contando com recursos preestabelecidos, tendo em vista o alcance de objetivos específicos. Os projetos podem apresentar diferentes formas e tamanhos. Alguns são de curta duração e dispendem de recursos mínimos; outros, de médio e longo prazo, exigem maior volume de recursos, e uma estrutura (física, humana, administrativa) mais complexa para sua realização. Os projetos são empreendimentos independentes com propósitos e objetivos distintos e de duração limitada. Podem contar, ainda, com data para início e fim, recursos e estrutura administrativa própria. Segundo Armani (2004), alguns elementos são fundamentais para que uma organização obtenha eficácia com seus projetos:

> Figura 5 : Elementos fundamentais para a eficácia de projetos sociais.FONTE: da autora, 2019.

[19]


> Flexibilidade e aprendizagem institucional: É imprescindível que a organização provoque uma atitude crítica e que resulte num processo constante de reflexão, visando ao aprendizado e experimentação coletiva com a prática social. Para tanto, segundo o autor, é fundamental que o estilo e a cultura de gestão estejam baseados em: 1. Uma prática de reflexão crítica, de aprendizado e de investigação permanentes. 2. Uma estrutura organizacional que permita diferentes formas de participação de todos os envolvidos. 3. Flexibilidade para experimentar, adaptar, inovar, de forma que os instrumentos metodológicos de gestão do projeto, tais como objetivos, resultados, indicadores, entre outros, não se tornem em elementos que venham “engessar” a organização.

> Planejamento estratégico institucional: Uma organização que orienta suas ações por meio do planejamento estratégico trabalha como mais possibilidade de alcançar êxito em seus projetos, pois o planejamento estratégico possibilita a criação de uma sólida base em termos de análise e conhecimento do contexto onde a organização atua. Dentro desse contexto, os projetos se caracterizam como uma expressão do plano estratégico, pois “já nascem com certo grau de maturação, a partir da interseção de uma boa análise de contexto com a visão estratégica de organização” (ARMANI, 2004, p. 27).

> Participação: A participação de todos os envolvidos com a organização e seus projetos, equipe gestora e executora, apoiadores, público alvo, é de extrema relevância para que se alcancem os fins propostos. Armani (2004) destaca que a participação do público alvo ou cidadão beneficiário do projeto na sua gestão pode ser considerada um fim em si mesmo, uma vez que não podem ser considerados resultados positivos aqueles que acontecem sem que haja o devido envolvimento e participação dos potenciais beneficiários das ações do projeto. Para tanto, são necessárias as construções de consensos, a realização do planejamento participativo em todos os níveis da organização e do projeto, a definição e distribuição de papéis e responsabilidades entre todos os envolvidos e o estabelecimento de uma atitude dialógica que permita espaços de debate de reflexão.

[20]


Dessa forma, concluímos que a participação precisa estar inserida na cultura e na estrutura da organização como elemento facilitador para a construção de relações horizontalizadas, que permitam a expressão das expectativas e demandas de todos os envolvidos com a organização e seus projetos.

> Figura 6 : Participação em projetos. FONTE: Porto Social, 2018.

2.3 Gestão de Projetos Sociais Lacruz (2014) afirma que é crescente o movimento de apoiadores em capacitar os colaboradores das entidades do terceiro setor para a fase de elaboração da proposta de projeto, mas o processo de gerenciamento de projetos ainda carece de aprofundamento. O conhecimento e a aplicação das melhores práticas em gerenciamento de projeto são elementos essenciais para o sucesso das empresas. E esse contexto não poderia ser diferente no terceiro setor, pois é por meio de projetos que as organizações, sem fins lucrativos, têm suas iniciativas interventivas, porém, as faltas de um aperfeiçoamento nos processos de gerenciamento impedem de alcançar resultados desejados (XAVIER e CHUERI, 2008). O êxito a ser alcançado por um projeto, sua continuidade, aperfeiçoamento e possibilidade de replicabilidade está diretamente relacionado à qualidade de sua gestão. Isso envolve todas as etapas do seu ciclo de vida, indo desde sua identificação, elaboração, aprovação, implementação, avaliação até o replanejamento (MACIEL, 2015, p.67).

[21]


> Figura 7 : Ciclo de vida de um projeto social baseado nos conceitos de Maciel (2015). FONTE: da autora, 2019.

O processo em torno da elaboração e gestão dos projetos sociais acontece pela ação, empenho e conhecimento de pessoas, que, de forma coletiva, formam o grupo ou a organização. São vivências, conhecimentos, aspirações que, juntas e compartilhadas impulsionam os projetos sociais. Dessa forma, o espaço para realização de um projeto social é também de desenvolvimento de pessoas, de despertamento de lideranças, de construção conjunta de conhecimentos e habilidades, de criação e inovação (MACIEL, 2015). De acordo com Drucker (1997), um dos grandes diferenciais entre as organizações e projetos sociais e o meio empresarial é que, nesses primeiros, as pessoas atuam pela causa, por um sonho, em torno de um objetivo comum, e isso agrega valores, desenvolve, amplia horizontes pessoais e coletivos, por meio do desafio constante de construir, inovar, criar e recriar. Cury (2001), ao analisar as dimensões do projeto social, refere-se a sua dimensão pedagógica, ou seja, à dimensão que envolve o descrever, analisar, sintetizar fatos e informações, desenvolver a comunicação, a capacidade de persuasão, de convencimento, de negociação, de diálogo, de reconhecimento e aceitação de diferenças, além da capacidade de saber trabalhar em grupo e de forma participativa, o que gera um importante aprendizado social. As incubadoras sociais se tornam os locais que abrigam e auxiliam na gestão dos projetos sociais. Nos últimos anos, houve um crescimento significativo dessas organizações e para este trabalho tem-se como principal referência e inspiração o Porto Social em Recife, que é conhecido como a primeira aceleradora e incubadora de ONGs do Brasil.

[22]


2.4 Incubadora social no Brasil – Porto Social O Porto social surgiu em 2016 e é um centro de soluções para o impacto social. Ele capacita iniciativas sociais e investem na rede, conectam os três setores, criando soluções inovadoras que colocam o cidadão como parte ativa e de extrema importância para que as reais mudanças aconteçam. A aceleração é feita por meio de aulas, palestras e workshops, com a ideia de capacitar o empreendedor do terceiro setor para captar recursos e levar o negócio adiante. Os representantes das ONGs beneficiadas tem acesso a um “coworking social”, ou seja, um espaço compartilhado com computador e internet, auditório e estrutura para cursos e capacitações em 9 áreas, como gestão, comunicação e marketing, empreendedorismo e captação de recursos, entre outras. Tem – se também cursos livres para que a sociedade como um todo possa ser beneficiada.

> Figura 8 : Palestra realizada em espaço compartilhado do Porto Social. FONTE: Site Porto Social, 2018.

No Brasil, o empreendedorismo social tem iniciativa, mas por não ser profissionalizado, na maioria das vezes tem um problema muito grande em cinco áreas: contábil, jurídica, projetos, comunicação e gestão. Contadores e advogados não costumam ser preparados para atuar com questões relativas ao terceiro setor, e são poucas as organizações que sabem elaborar projetos para captar recursos dentro da legislação vigente no país. E como boa parte das iniciativas sociais são criadas à imagem e semelhança de seus fundadores, é comum que encontrem um gargalo justamente nessa figura central.

[23]


Um dos papéis do Porto é tentar fazer com que esses gestores percebam que precisam delegar funções para que a equipe em torno deles seja empoderada a fazer mais. Aqui no Porto Social, entregamos uma série de serviços e produtos para cada organização. Cada incubado tem direito a um advogado cedido por um dos maiores escritórios de advocacia do estado e também recebe assessoria contábil. Temos uma rede com cerca de 200 mentores, fazemos a assessoria de imprensa e também oferecemos um coworking que serve de ambiente de trabalho para essas organizações. Temos 40 ONGs e 10 empresas que têm impacto social trabalhando juntas, de forma criativa, em um único espaço de 700 m2. Em quatro meses de incubação até aqui, eles receberam 46 cursos práticos, em que vão aprendendo, executando e recebendo desafios para implementar (MARINHO, 2016, em entrevista ao site Papo de Homem).

O levantamento feito pelo Porto apurou que as 50 organizações selecionadas impactam, atualmente, a vida de 310 mil pessoas. A ideia é que ao final do ciclo de incubação o impacto seja triplicado. Convivendo no mesmo espaço e com o benefício social como meta comum, as organizações não operam sob o paradigma da concorrência e têm como parâmetro a evolução um do outro. Não à toa, uma das principais atividades do Porto, que usa o slogan “Todo mundo junto”, é estimular essas conexões.

> Figura 9 : Pessoas reunidas no espaço de coworking da Porto Social. FONTE: Secretaria de Educação de Pernambuco, 2017.

[24]


Estrutura de funcionamento: equipe do porto

> Figura 10 : Equipe Porto Social. FONTE: Site Porto Social , 2019.

> Figura 11 : Iniciativas e programas da instituição. FONTE: Site Porto Social, 2019.

O Porto Social oferece programas de incubação, espaço para residentes e imersão. Os residentes são instituições que adotam o Porto social como sede, eles trabalham em um espaço integrado e trocam experiências com os projetos incubados. São realizados programas de imersão com 5 dias para conhecer o ecossitema social de Recife. Nesse evento acontece palestras, debates, mentorias e vivências para entender sobre o empreendedorismo social. A ideia é acompanhar de perto o cotidiano do Porto Social e de alguns projetos incubados. São patrocinados pela Interne Educação e a Prefeitura de Recife.

[25]


balanรงo social

> Figura 12 : Dados da Balanรงa Social em 2018. FONTE: Site Porto Social, 2019.

[26]


sede O Porto Social se localiza na Rua Marquês Amorim, 356 B – Ilha do Leite em Recife-PE. A instituição funciona em um edifício cedido pela Interne Educação com 700 m².

> Figura 13 : Localização da Sede do Porto Social em Recife. FONTE: da autora, 2019.

O local não teve um projeto arquitetônico, mas possui boa infraestrutura e planejamento. Os ambientes foram feitos de acordo com a necessidade da organização. Os materiais e cores também foram pensados.

> Figura 14 : Edifício da Interne Educação em Recife. FONTE: Google Maps, 2019.

[27]


AMBIENTES Os ambientes são aconchegantes e coloridos. Apesar da utilização de materiais mais baratos e reutilizáveis, o local não perde seu conforto e funcionalidade. O local conta com recepção, espaço de coworking, sala de reuniões, auditório, sala para cursos, sala de criação, descompressão e copa. > Figura 15 : Mini auditório. FONTE: Site Porto Social, 2019.

> Figura 16 e 17: Sala de criação e Coworking. FONTE: Site Porto Social, 2019.

> Figura 18 e 19: Sala de mini renião e Sala para cursos. FONTE: Site Porto Social, 2019.

[28]


A equipe do Porto já visitou vários estados e também oferece como um de seus produtos um programa de imersão em que as pessoas vão até Pernambuco para aprender e perceber a possibilidade de implantar sistemas como o Transforma Recife e o Porto Social em outros locais. Recentemente, receberam uma comitivas do Mato Grosso e fizeram ainda uma imersão em que estiveram presentes empreendedores sociais de referência do Amazonas, de Curitiba, de Porto Alegre, de Salvador e de Aracaju. Como nós somos uma associação sem fins lucrativos, o Porto vem com a visão de fazer com que a experiência criada em Recife seja um modelo para o País. Uma metodologia que a gente consiga replicar de forma sustentável para que surjam outros Portos Sociais. (MARINHO, 2016, em entrevista ao site Papo de Homem).

alguns dos projetos incubados

> Figura 20 : Projetos Incubados - Turma II. FONTE: Site Porto Social, 2019.

[29]


3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Dentre os aspectos levantados anteriormente, entende – se que os métodos de gestão de projetos sociais, se assimilam aos de uma empresa, mas com objetivos distintos. Eles são baseados em valores e criados para benefícios coletivos, esse sistema envolve o criar, descrever, analisar, sintetizar fatos e informações, desenvolver a comunicação, a negociação, o diálogo, o reconhecimento e a aceitação de diferenças, além da capacidade de saber trabalhar em grupo e de forma participativa. Um sistema dinâmico que facilite a interação entre pessoas de diversas áreas impulsiona o fluxo de ideias e a criatividade. A colaboração entra a arquitetura, o urbanismo e a psicologia oferece múltiplas possibilidades de projeto, especialmente com a Psicologia Ambiental. Como resultado dessa interdisciplinaridade, o objetivo se torna ter uma maior aproximação do projeto com seu próprio usuário, o que influencia diretamente na qualidade de vida e conforto psicológico do sujeito ( DEL RIO, 2002). Tuan (1983) faz uma analogia entre Arquitetura e linguagem, afirmando que assim como as palavras possuem e conservam os sentimentos e sem elas as emoções são momentâneas, na ausência da arquitetura , os sentimentos sobre os espaços permanecem indefinidos e efêmeros. Nessa ponto de vista, entende – se o porque do meio ambiente construído , tal como a linguagem, ser capaz de definir e aperfeiçoar a sensibilidade, aguçar e expandir a consciência humana.

3.1 Relação ambiente construído e comportamento humano Sabemos que o homem busca planejar e construir seus ambientes de atividades, moradia, produção ou lazer, a fim de que eles favoreçam suas necessidades vivenciais e sociais. Segundo Ornstein (1995), estes ambientes instituídos, moldados ou adaptados pelo homem, conceituados como ‘ambientes construídos’ , têm se modificado na medida em que deixaram de ser apenas o abrigo e a proteção contra as intempéries, para se adaptarem a um modo de vida que se renova diante das necessidades do homem-usuário contemporâneo.

[30]


o ambiente construído pode ser considerado um espaço organizado e animado, que constitui um meio físico e, ao mesmo tempo, meio estético, informativo e psicológico especialmente projetado para agradar, servir, proteger e unir as pessoas no exercício de suas atividades (BAPTISTA, 2002. p.54).

O ambiente construído, como resultado das ações de sobrevivência do homem, é enunciado por diversos autores que evidenciam a estreita relação entre o comportamento humano e o ambiente em que nele se insere. A influência do ambiente construído sobre o comportamento humano acontece portanto, na conformação do mesmo com as exigências das atividades e principalmente com as do próprio sujeito que as executa. As formas físicas, expressadas pela arquitetura, que o sujeito cria ao desenvolver suas atividades, influenciam as formas sociais, expressadas pelos eventos. É, portanto, válido dizer que o ambiente construído é, primeiramente, fruto da influência resultante das atividades humanas e que, em segundo lugar, vai influenciar estas atividades (ALMEIDA, 2001, p.12).

Bins Ely (2003) considera que a influência do ambiente construído no comportamento está relacionada tanto às exigências da tarefa a ser realizada no ambiente, como às características e necessidades do usuário. Diz também que é importante conhecer os elementos do ambiente que podem causar os estímulos sensoriais- perceber e receber informações- e provocar respostas ao nível do corpo – o comportamento. Toda atividade humana exige um determinado ambiente físico para sua realização. Portanto se considerarmos tanto a diversidade de atividades quanto a diversidade humana – diferenças nas habilidades, por exemplo – podemos entender que as características do ambiente podem dificultar ou facilitar a realização das atividades. (...) Quando um ambiente físico responde às necessidades dos usuários tanto em termos funcionais (físicos/cognitivos) quanto formais (psicológicos), certamente terá um impacto positivo na realização das atividades (BINS ELY, 2003, p.15).

[31]


3.2 Uma linguagem de padrões No intuito de aprofundar a investigação, são expostos alguns conceitos que são base para a elaboração do anteprojeto , explorando e identificando aspectos de espacialidade e configuração relacionados ao tema. Esses aspectos, quando selecionados, já tinham uma relação estreita com o tema proposto e com a ideia que o projeto pretende transmitir. A percepção ambiental atua de maneira efetiva na apropriação do espaço e na construção da identidade pessoal e do lugar. Os estudos sobre a relação ambiente construído e comportamento humano são de suma importância para analisar e avaliar até que ponto os ambientes produzidos contribuem de forma positiva, na realização das atividades , no incentivo à criatividade e ao bem estar do indivíduo.

Espaços de trabalho flexíveis e semiprivativos Alexander (2013) mostra de que maneira se torna possível criar um espaço sintonizado com as necessidades das pessoas que ali trabalham, oferencendo uma variedade de infinitos arranjos e combinações internas. Ele afirma que um ambiente de trabalho ideal e flexível é uma espécie de espaço que possibilite as diversas configurações que as pessoas precisam, em função da distribuição de colunas e variação de pés-direitos, encorajando-as a reconfigurar os ambientes á medida que eles forem utilizados. Quanto à distribuição espacial das colunas, o melhor sistema em termos de funcionalidade ocorre quando há algum tipo de espaço central e a possibildade de transformar os módulos periféricos em espaços de trabalho. O autor evidencia que dessa forma podem surgir ambientes de diferentes tamanhos e combinações. É basicamente um conjunto de alas sem subdivisóes internas, com colunas soltas perto das paredes externas, de modo de que elas sugerem a definição dos espações semiprivativos e espaços de uso comum que se abrem uns para os outros.

[32]


A ideia é poder unir as colunas de diferentes maneiras por meio de paredes internas leves ou divisórias de modo semipermanete. Além dos espaços flexíveis, são necessárias outras subdivisões para pequenos grupos de trabalho, de forma com que as pessoas enxerguem as outras. É importante evitar ambientes de trabalho totalmente fechados, separados ou privativos, eles devem estar semiabertos, promovendo o equilíbrio entre privacidade e integração.

> Figura 21. FONTE: Livro Uma Linguagem de Padrões , 2013.

Pequenas salas de reunião Inserido no contexto acima, Christopher Alexander (2013) demonstra que as salas de reunião devem ser pequenas e para no máximo 12 pessoas com o intuito de aumentar a integração e contato entre os usuários. Elas devem estar posicionadas nas áreas mais públicas da edificação, distribuindo – as de forma homogênea entre os locais de trabalho. A proximidade se deve ao fato das discussões que começam nas salas de reunião se estenderem aos escritórios ou laboratórios como intercâmbios informais.

> Figura 22. FONTE: Livro Uma Linguagem de Padrões , 2013.

[33]


Pés direitos variados O livro Uma Linguagem de padrões (2013) aborda a importância da variedade de pé-direitos em uma edificação, elaborando três teorias: PRIMEIRA TEORIA – O pé direito deve estar ralacionado com a largura e o comprimento do ambiente, porque a proporção afeta diretamente no conforto do espaço. SEGUNDA TEORIA – O pé direito deve estar relacionado com a distância social entre as pessoas de um ambiente, estando diretamente vinculado ao nível de intimidade ou formalidade relativo do espaço. TERCEIRA TEORIA – O pé direito varia de acordo com o tipo de edificação. Em um edificação térrea, os pé - direitos podem variar a vontade, mas em edificações com vários pavimentos a questão se torna mais complexa. Os ambientes com pé-direitos baixos fazem mais sentido nos pavimentos superiores, afinal ps espaços de caráter mais público costumam ficar no térreo, enquanto os ambientes mais íntimos vão se afastando do nível do solo. Em espaços de uso público ou que recebem grande concentração de pessoas, são recomendados pés direitos maiores e nas pequenas concentrações, pé direitos menores.

> Figura 23 FONTE: Livro Uma Linguagem de Padrões , 2013.

[34]


Áreas de uso comum Nenhum grupo social consegue se manter sem o contato informal e constante entre os membros, Alexander (2013) enuncia que qualquer edificação que acomode um grupo social sustenta este tipo de contato por meio de suas áreas de uso comum. A forma e a localização das mesmas são cruciais. O autor apresenta três características necessárias para que uma área de uso comum tenha sucesso: 1. Ela tem que ser o núcleo físico da organização, sendo igualmente acessível a todas as pessoas e percebida como centro do grupo. 2. A área deve estar “no caminho” da entrada dos ambientes de modo que as pessoas tenham que passar por ela ao entrar e sair da edificação. A circulação deve tangenciár essa área. 3. Esta área deve conter os componentes certos, como uma cozinha, cadeiras confortáveis ou uma área externa.

> Figura 24 FONTE: Livro Uma Linguagem de Padrões , 2013.

3.3 Áreas verdes como áreas externas coletivas Christopher Alexander (2013) fala sobre a importância de áreas externas coletivas, elas permitem que as pessoas se sintam confortáveis e conectadas ao sistema social maior. São locais de encontro para as pessoas.

[35]


As áres externas coletivas entre as edificações talvez tenha uma função psicológica mais profunda que se torna importante como um meio de integração. Elas devem ter área suficiente para ser úteis e atender desde jogos infantis até pequenas reuniões. (ALEXANDER,2013). Segundo Alexander (2013), é possível criar esse padrão nas comunidades existentes, destinando 25% do solo dos conjuntos de moradias para áreas de uso coletivo.

> Figura 25. FONTE: Livro Uma Linguagem de Padrões , 2013.

Vieira (2004) admite que as áreas verdes tendem a assumir diferentes papéis na sociedade e suas funções devem estar inter-relacionadas no ambiente urbano, de acordo com o tipo de uso a que se destinam. Para o autor, as funções destas áreas estariam relacionadas à Função Social (possibilidade de convívio social e de lazer que essas áreas oferecem à população), Função Estética (diversificação da paisagem construída e embelezamento da cidade), Função ecológica (provimento de melhorias no clima da cidade e na qualidade do ar, água e solo, resultando no bem-estar dos habitantes e na diversificação da fauna), Função Educativa (possibilidade oferecida por tais espaços como ambiente para o desenvolvimento de atividades educativas, extraclasse e de programas de educação ambiental) e Função Psicológica (possibilidade de realização de atividades físicas, de lazer e de recreação.

[36]

.


O contato das pessoas com os elementos naturais propiciam o alívio das tensões e o estresse do cotidiano de trabalho por meio do relaxamento e descontração. Lorenzi (1992) apud in Perehouskei, De Angelis (2012), menciona uma contribuição interessante referente às áreas verdes e à saúde em seus aspectos psicológicos, ao considerar que, um dos efeitos benéficos mais importantes da vegetação em ambientes [...] diz respeito à satisfação psicológica do ser humano. Caminhar sob árvores, [...] e entre flores, satisfaz o desejo, muitas vezes inconsciente, do ‘contato com o verde’, do elo com a natureza. (LORENZI, 1992, p. 10 apud in PEREHOUSKEI, DE ANGELIS, 2012 ). Enquanto espaços públicos, as áreas verdes podem se constituir em locais para práticas sociais e culturais, encontros ao ar livre e para manifestações de vida urbana e comunitária, que favorecem o desenvolvimento humano e o relacionamento entre as pessoas. (OLIVEIRA, 2007). O autor de Uma Linguagem de Padrões (2013), mostra a importância de um espaço em que qualquer atividade natural à comunidade se desenvolva com liberdade e tenha um local para surgir. É possível deixar um espaço público semiprotegido inacabado, esperando- se que ele seja concluído pelas pessoas e de maneira mais premente para elas. Ainda nesse contexto, se torna necessário uma estrutura com um nível de definição mínimo, de modo com que as pessoas tendam a parar com naturalidade e se sintam convidadas a permanecer.

4 ESTUDO DE CASOS Como embasamento do projeto, são elaboradas análises de obras correlatas separadas entre estéticas e programáticas. Nos estudos de casos programáticos são analisados o programa de necessidades , o organograma , fluxograma , setores e outros dados de natureza técnica. Já nos estéticos, são observados os métodos arquitetônicos para a resolução de questões estéticas e funcionais, as implantações do terreno, os materiais utilizados, as organizações internas e o design no geral. A seguir, são apresentados três estudos para fins programáticos especificamente, com o objetivo de auxiliar na elaboração do anteprojeto. Alguns detalhes estéticos relevantes também foram observados.

[37]


FIGURA 26. FONTE: VITRUVIUS, 2014.

4.1 edifício PROJETO VIVER

[38]


Arquitetos: FGMF Arquitetos Localização: São Paulo, SP – Brasil Área do terreno: 1500 m² Área construída: 400 m²

A ONG Projeto Viver nasceu de uma iniciativa dos colaboradores do Banco Votorantim, sediado em São Paulo, que se uniram para fundar uma associação sem fins lucrativos , a fim de direcionar a atuação social da instituição e criar a oportunidade de atuarem como voluntários. A principal motivação foi de gerar e apoiar projetos sociais para a melhoria da qualidade de vida da famílias e comunidades carentes de São Paulo. Com o tempo, eles perceberam que havia uma carência de um espaço adequado para a realização das ações e atendimento às necessidades da comunidade. Em 2003, foi adquirido um terreno de 1.500m2 e nele foi construído um espaço para realizarem as suas principais atividades.

JUSTIFICATIVA DE ESTUDO O objetivo da escolha se deu a partir da ideia de conhecer questões programáticas como fluxos e setorização, além das dimensões dos ambientes e o programa de necessidades de uma ONG. O Projeto Viver é referência por estar localizado no Brasil e mais próximo da nossa realidade. Ele foi premiado e se tornou exemplo por abordar questões sociais importantes e suprir de forma eficaz as necessidades da comunidade. A sede se destaca por proporcionar uma integração com o meio, não sendo destinada apenas para quem é beneficiado por algum programa social. Há uma apropriação do espaço , sendo um local que abriga eventos comunitários como Festa Junina, Natal, Páscoa, etc. O espaço coletivo se expressa no trabalho com as praças e espaços múltiplos. O resultado é, definitivamente, um local público com regras de funcionamento e códigos de conduta.

[39]


IMPLANTAÇÃO Localizado no bairro do Morumbi em São Paulo, o edifício é destinado a atender a população carente da favela Jardim Colombo e hospedar as atividades da Associação Viver em Família, que atua no desenvolvimento humano desta comunidade. O terreno em que o edifício se situa dispõe de área de 30 x 50 metros que serve não só de acesso às ruas internas da favela como também é a única área de convívio de toda a comunidade.

> Figura 27: Croqui da Localização do Edifício Projeto Viver. FONTE: realizado pela autora, 2019.

CONCEITO E PARTIDO A premissa fundamental do projeto foi criar espaço livre para a população da comunidade local. Essa diretriz foi originada da análise de dois elementos fundamentais do contexto pré-existente: primeiro, o fato do tecido da favela não contar com espaços coletivos de qualidade. Trata-se de uma malha densamente ocupada, onde os poucos espaços livres são estreitas vielas onde coexistem automóveis, esgoto a céu aberto e muita gente. Segundo, um terreno livre, de 1500m² que era utilizado pelos moradores como um dos principais acessos da favela, utilizado para eventos da comunidade e também como depósito de lixo de estacionamento de automóveis. A ideia principal, portanto, foi tornar esse terreno num grande espaço coletivo. O projeto foi organizado em 4 “praças”: uma praça esportiva (a quadra de esportes), uma praça coberta (sob as salas de aula), uma praça plana (no centro, articulando os demais espaços), uma praça em patamares (no acesso, aproveitando a topografia acidentada) e uma praça elevada (na cobertura dos prédios).

[40]


A obra é o conjunto de espaços abertos e para configurá-los, e também dar conta do programa funcional, os blocos dispõem-se em composição ortogonal. O bloco menor, elevado, configura a praça coberta e protege a praça de esportes. Já o bloco maior cria uma relação mais direta entre os espaços externos e internos: é por ele que se dá o acesso principal aos edifícios. Além disso, as oficinas no pavimento térreo têm grandes portas que se abrem, integrando a praça ao interior do edifício nos dias de evento. No pavimento superior deste edifício maior, há uma pequena loja que se abre diretamente à rua, para vender os produtos fabricados na cozinha-didática.

> Figura 28: Croqui do Edifício Projeto Viver. FONTE : Archid a i l y, 2 0 1 4 .

> Figura 29. Edifício Projeto Viver. FONTE: Archdaily, 2014.

[41]


INTEGRAÇÃO COM O ENTORNO O prédio é aberto, os vidros permitem que os moradores vislumbrem o que acontece nas salas de aula e vice-versa. A paisagem onipresente são as casas de alvenaria, muitas em construção, janelas, gente, corredores, passagens, numa composição de alta densidade cercada pelos muros da cidade formal. O edifício fica aberto nos finais de semana e abriga eventos com até mil pessoas em datas especiais, como Natal, Páscoa e em campanhas como a da vacinação contra gripe. Ainda oferece as instalações para eventos da comunidade como a Festa Junina, e até casamentos. O resultado é, definitivamente, um espaço público com regras de funcionamento e códigos de conduta. É evidente essa apropriação pela comunidade, mesmo que tenha sido realizado posteriormente um fechamento periférico com gradis removíveis. Para que esse uso seja real, tem - se ações coordenadas pela Associação Viver em Família, como aulas de reforço, treinamentos profissionalizantes, campanhas de atendimentos médico, odontológico, jurídico, psicológico etc. Mas, sobretudo, o espaço generosamente desenhado se torna parte fundamental de uma nova paisagem e de um novo cotidiano desses moradores que vêm se apropriando deste espaço de forma significativa e mantendo-o como um bem precioso da comunidade.

> Figura 30 : Edifício Projeto Viver. FONTE: Archidaily , 2014.

[42]


> Figura 31 e 32 : FONTE: Site Projeto Viver, 2018.

[43]


PROGRAMA E SETORIZAÇÃO O programa foi dividido em dois blocos : um disposto junto ao limite oeste do terreno e o outro suspenso no sentido transversal, dividindo a praça pública da quadra poliesportiva no fundo do lote. Sob o bloco suspenso, cria-se um pátio coberto, destinado a atividades diversas e que faz a transição entre a quadra e o restante da praça, delimitando as funções de cada espaço e integrando-os. O edifício principal do complexo abriga em seu térreo a recepção, casa do zelador e oficina interdisciplinar que se abre para o espaço público através de grande porta basculante. No pavimento superior estão sala de espera, salas de atendimento médico, odontológico, psicológico, jurídico e outros e, aberta para a rua, uma cozinha experimental para treinamento, com local para venda de produtos e geração de renda para o edifício. O bloco elevado abriga salas de capacitação profissional, biblioteca e sala de informática, além de sanitários e depósito para todo o conjunto. O meio subsolo abriga os vestiários e depósitos que atendem a quadra e servirão para os banhos coletivos organizados pela associação de moradores. A porção deste volume que aflora do piso serve de palco para festividades.

[44]


> Figura 33 e 34 : Croquis e Setorização. do Edifício Projeto Viver. FONTE: organização da autora, 2019.

[45]


Os setores foram divididos para estudo, de acordo com as funções do ambiente e com o intuito de compreender o funcionamento como um todo.O organograma abaixo mostra os setores e ambientes, como eles são organizados de acordo com suas relações e disposições nos pavimentos térreo e superior.

FIGURA 35 . FONTE: DA AUTORA, 2019.

TABELA 1. FONTE: DA AUTORA, 2019.

[46]


FLUXOS E ACESSOS No caso dos pedestres, o acesso poderá ser feito tanto pela rua de acesso, como pela praça em patamares, que vence o desnível e serve de área de lazer. Seus degraus funcionam tanto para descanso e contemplação quanto para brincadeiras de crianças e, em dias de eventos, se transformam em arquibancadas para shows e espetáculos ao ar livre.

> Figura 36: Fluxos e Acessos. FONTE: organização da autora, 2019.

Diariamente, de acordo com o site da ONG, o espaço é frequentado por 160 alunos regulares do “Projeto Viver” (de 6 a 14 anos, que fazem aula de artes, esportes, informática) e 120 do projeto “Caminhando” (entre 15 e 18 anos) e ainda por quem mais aparecer – as portas ficam abertas até as 22h. Durante todo o tempo a biblioteca é aberta para os moradores da comunidade. À noite, adultos jogam futebol na quadrazinha, construída exatamente onde já aconteciam os jogos no terreno original. As muitas atividades acontecem simultaneamente em uma área relativamente pequena sem que uma atrapalhe a outra. A circulação acontece por fora dos prédios, através de passarelas de metal, o que economiza espaço interno. Além dos alunos, trinta funcionários dividem o espaço. Desde a construção, alguns usos foram modificados, como a disposição das salas de aula e o aumento da cozinha para servir almoço para os alunos. A ONG oferece o complemento à escola, em horários alternados.

[47]


Os blocos também se comunicam pelas coberturas, o terraço jardim abriga brinquedoteca e se transforma numa grande praça suspensa para atividades dirigidas com áreas pavimentadas, jardins e equipamentos de lazer. Além disso, devido aos grandes desníveis do terreno e da rua de acesso, quem chega à comunidade pela rua, visualiza a cobertura do edifício e a praça suspensa se transforma numa continuação da praça principal do térreo, qualificando todo o espaço com o que mais falta nas favelas: áreas livres e públicas, arborizadas e bem aproveitadas.

> Figura 37 e 38 : Fluxos e Acessos. FONTE: organização da autora, 2019.

[48]


ESTRUTURA E MATERIAIS A estrutura do edifício é em concreto armado e as vedações em bloco de concreto. As esquadrias em ferro são ora protegidas por uma aba de aço galvanizado que funciona como um brise, ora possuem elementos móveis metálicos capazes de escurecer o interior das salas. Assim como a escada, os passadiços metálicos em malha expandida, a porta basculante da oficina e as chapas perfuradas de vedação da casa do caseiro, esses elementos metálicos funcionam como enxertos no edifício de concreto aparente e blocos pintados de branco. O edifício utiliza materiais simples e recorrentes nos bairros pobres da cidade como os blocos de concreto e os cacos cerâmicos de uma maneira diferente, buscando ao mesmo tempo integração com o meio e qualificação estética do entorno.

> Figura 39 : Croquis. FONTE: da autora,

2019.

MASSA E SIMETRIA Consiste em duas formas semelhantes (retangulares) com dimensões distintas e dois eixos imaginários que dividem os edifícios em hemisférios norte-sul e leste-oeste, revelando uma clara simetria entre as porções.

> Figura 40. Esquemas. FONTE: da autora,

2019.

[49]


FIGURA 41. FONTE: SITE UEL, 2018.

4.2 intuel (AINTEC)

[50]


Arquitetos: Célis Simão Arquitetura Localização: Uel – Londrina, PR. Área construída: 693,48m² Ano do projeto: 2000

A Intuel é uma das divisões da Agência de Inovação Tecnológica da UEL (Aintec) e tem como objetivo fundamental apoiar projetos e empreendimentos de base tecnológica, visando à criação de empresas inovadoras e sustentáveis. A missão da incubadora é fomentar o empreendedorismo inovador e para isso oferece suporte no desenvolvimento desses negócios nas áreas de gestão, financeiro, tecnológico, empreendedor e mercado. Ela engloba: • Cursos e oficinas sobre gestão e administração de empresas. • Acompanhamento e avaliação contínuos do empreendimento. • Consultoria e assessorias durante o desenvolvimento do empreendimento. • Aplicação de modelo de gestão da qualidade para avaliação e acompanhamento de empresas. • Serviços de propriedade intelectual para pedidos, de marcas, desenho industrial e de patentes geradas pela empresa. • Espaço próprio individualizado para cada empreendimento. • Infraestrutura completa para o desenvolvimento de empresas inovadoras

JUSTIFICATIVA DE ESTUDO Esse estudo de caso tem como objetivo o aprofundamento no funcionamento de uma incubadora tecnológica. Esse tipo de incubadora apresenta relações com uma incubadora social em questões programáticas e funcionais. Para isso se torna necessário o estudo dos espaços de trabalho, dos ambientes e setores, fluxos e dimensões adequadas . Cabe também destacar, que foi possível realizar uma visita técnica para entender melhor os espaços. . .

[51]


IMPLANTAÇÃO A Intuel se localiza no edifício da Aintec dentro do Campus da Universidade Estadual de Londrina . Possui 669.94 m² de área construída e estacionamento.

> Figura 42: Croqui Localização Intuel. FONTE: realizado pela autora, 2019.

PROGRAMA E SETORIZAÇÃO O programa se dispõe em apenas um edifício com uma espécie de átrio ao centro. Nele se insere um local de trabalho compartilhado que é cercado por vidros e possui iluminação natural. Todas as demais atividades acontecem ao seu redor. As áreas comuns se localizam logo na entrada. A entrada aos ambientes de trabalho é privada e controlada pela recepção, só tem acesso quem é permitido. Como mencionado anteriormente, ao centro tem – se uma área (pré-incubação) onde todos trabalham juntos, na lateral direita e superior estão dispostas as salas dos incubados que são privadas e destinadas a cada empresa individualmente. E na lateral esquerda superior temos os sanitários com chuveiros e áreas destinadas a serviços. A copa se localiza na parte inferior e ao lado da sala de reuniões, faz ligação com a recepção e está próxima às áreas administrativas.

> Figura 43 : Planta baixa e Setorização em Croqui - Edifício Intuel. FONTE: organização da autora, 2019.

[52]


[53]


> Figura 44 e 45 : Espaรงos de trabalho Intuel. FONTE: Site Intuel, 2019.

[54]


Os setores foram divididos para estudo, de acordo com as funções do ambiente e com o intuito de compreender o funcionamento como um todo. O organograma abaixo mostra os setores e como eles são organizados de acordo com suas relações e disposições na planta baixa.

FIGURA 46 . FONTE: DA AUTORA, 2019.

TABELA 2. FONTE: DA AUTORA, 2019.

[55]


ACESSOS E FLUXOS A Intuel possui dois acessos, um de serviço nos fundos e outro público com uma praça de acesso na parte frontal do edifício. Os fluxos principais são direcionados para as áreas de trabalho e funcionam em torno do espaço central de pré-incubação. .

[56]

> Figura 47. Croqui Fluxo e Acessos. FONTE: da autora, 2019.


> Figura 48 e 49: EdifĂ­cio Intuel. FONTE: Site Uel, 2019.

[57]


FIGURA 50. FONTE: ARCHDAILY, 2013.

4.3 SEDE DO INSTITUTO ALANA

[58]


Arquitetos: Carol Tonetti e Keila Costa Localização: Pinheiros, São Paulo Área: 600 m2 Ano do projeto: 2013

O Instituto Alana é uma ONG dedicada a trabalhos sobre todos os assuntos da área da infância, desde a publicidade infantil (são contra e lutam para que seja proibida), obesidade infantil, crianças especiais ou os cuidados fundamentais na primeira infância.

JUSTIFICATIVA DE ESTUDO O estudo visa aprofundar questões programáticas como fluxos e setorização, além das dimensões dos ambientes e o programa de necessidades. A sede apresenta uma estrutura corporativa com ambientes de trabalho diversos. Seu referencial se torna importante na questão de como foi trabalhado esse lado corporativo para fins sociais.Os espaços são destinados ao trabalho, discussões, reuniões e parcerias, sendo projetado somente para as pessoas que trabalham com a ação social e não para as que se beneficiam da mesma.

IMPLANTAÇÃO A sede do Instituto ocupa uma sala de aproximados 600 m2 em um edifício de escritórios que se abre a uma bela e inesperada vista panorâmica sobre a cidade, um horizonte de 180 graus, algo raro em São Paulo.

CONCEITO E PARTIDO Para um espaço receptivo e alegre ao trabalho com crianças, decidiu-se não recorrer a qualquer figuração infantil. Em um ambiente tão aberto e transparente, desenhou-se uma comunicação eficiente, simples e imediata - um piso monolítico de borracha em cores diversas sinaliza os setores de atividades.

[59] .


PROGRAMA E SETORIZAÇÃO O programa tinha como previsão uma ocupação densa e bastante setorizada para atender às diferentes atividades dos usuários e visitantes, e sugeria ao mesmo tempo, a necessidade de uma atmosfera mais informal e descontraída. O projeto se propôs a responder à complexidade desta demanda. Para preservar a ampla e luminosa vista integralmente acessível de qualquer parte, a usuários e visitantes, projetou-se todo o ambiente com divisórias de vidro cristal e junta seca delimitando as várias áreas solicitadas: salas de coordenadores, diretores, as salas de reunião e uso múltiplo (Auditório). Apenas dois grandes arquivos-gaveteiros delimitam o hall de acesso ao escritório, já projetados como planos integrados ao espaço arquitetônicos e em continuidade às paredes existentes. Uma área de circulação criada entre os arquivos e estantes da biblioteca permite um acesso mais reservado aos gaveteiros.

> Figura 51 :Croqui Planta baixa e Setorização - Instituto Alana. FONTE: organização da autora, 2019.

[60]


Os setores foram divididos para estudo, de acordo com as funções do ambiente e com o intuito de compreender o funcionamento como um todo. O organograma abaixo mostra os setores e como eles são organizados de acordo com suas relações e disposições na planta baixa.

FIGURA 52. FONTE: DA AUTORA, 2019.

TABELA 3. FONTE: DA AUTORA, 2019.

[61]


> Figura 52 e 53 : Ambientes - Instituto Alana. FONTE: Archdaily, 2013.

[62]


FLUXOS E ACESSOS O Instituto está inserido em um prédio comercial, portanto seus acessos se limitam a elevadores.Os fluxos principais são direcionados para a recepção ou para a parte lateral do corredor de acesso que se limita a funcionários e colaboradores

> Figura 54 : Fluxos e Acessos - Instituto Alana. FONTE: organização da autora, 2019.

MATERIAIS Os materiais são práticos e simples: gaveteiros em MDF (Medium-density fibreboard (MDF) revestido com laminado melamínico cor branco, com portas de abrir e gavetas tipo fichário, estantes de madeira de pinus na cor natural e estrutura em aço na cor grafite formada por dois idênticos perfis “I” metálicos com dimensão aproximada de 10.00m chumbados no piso e laje. Entre os dois perfis distribuem-se caixas de madeira de pinus com dimensões diversas e fundos vazados ou opacos, deixando as estantes transparentes e animadas.

[63]


CORES E ILUMINAÇÃO Foram utilizadas diversas cores no piso monolítico de borracha que sinaliza os setores de atividades. Uma Iluminação variada em todo o espaço, com luz rebatida, luminárias de teto ou de piso, modula os ambientes abertos ou mais resguardados. Cortinas na cor platina nas salas de reunião avisam os momentos de privacidade quando fechadas, e ao longo das estantes, os assentos, bancos e mesinhas com luz dirigida convidam à leitura. Alguns móveis soltos e coloridos pontuam todo o espaço e dão ritmo ao ambiente.

> Figura 55 e 56 : Ambientes - Instituto Alana. FONTE: Archdaily, 2013.

[64]


TABELA 4. FONTE: DA AUTORA, 2019.

[65]


FIGURA 57:RICE HOUSE. FONTE: LIVRO RICHARD NEUTRA, 1997.

[66]


5 REFERENCIAL ESTÉTICO E PROJETUAL De maneira complementar, algumas soluções arquitetônicas para a resolução de questões estéticas e funcionais foram observados na arquitetura de Richard Neutra e posteriormente, foi realizada uma análise no design e organização de espaços de trabalho colaborativos, que dão embasamento aos conceitos adotados.

5.1 A arquitetura de Richard Joseph Neutra O arquiteto Richard Joseph Neutra reflete em suas obras, questões que são pertinentes ao tema. A preocupação com o usuário e o social como um todo, integração com a natureza, racionalidade e percepção sensorial são alguns dos elementos a ser explorados no projeto. Richard Joseph Neutra nasceu em Viena em 1982, mestre da arquitetura contemporânea, fixou-se na Califórnia, onde desenhou mais de 300 residências nessa região. Ele se interessava pelos métodos contemporâneos de construção, pela racionalidade das técnicas de produção e pela integração social. Seus edifícios eram projetados até o último detalhe, sendo extremamente práticos e elegantes, formando um todo com a paisagem em que estavam cuidadosamente implantados (SACK, 1994). Neutra pensava na relação de impacto que as pessoas tinham com os projetos e trabalhava com a ideia de inserir o projeto harmoniosamente na paisagem, o arquiteto tem como marca registrada o uso de formas voluméricas e geométricas simples, tendo como foco a exploração da natureza como paisagem e a percepção sensorial. Fazer arquitetura mais humana significa uma melhor arquitetura, e significa um melhor funcionalismo mais do que apenas a técnica construtiva. Este objetivo só pode ser alcançado por métodos arquitetônicos, atráves da criação e combinação de diferentes metodologias para fornecer a vida humana mais harmoniosa. (NEUTRA, 1953, p.15 apud Benvenuto, 2013).

[67]


A quebra da caixa Com o intuito de trazer dinamicidade ao edifício e a relação interior/exterior, pretende-se explorar um recurso muito usado por Richard Neutra conhecido como a “quebra da caixa”. Luego vino el plano abierto, o sea que la construcción dejaba de ser una serie de cajas y cajas dentro de cajas, para hacerse cada vez más abierta, más consciente del espacio, con un exterior que entraba cada vez más, en tanto que el interior salía progresivamente. Eso siguió desarrollándose, hasta que tuvimos prácticamente un nuevo plano de construcción, que acostumbra a llamarse “plano abierto” (WRIGHT, 1957, p.13 apud Ribeiro 2007, p.98).

Essa explicação da “quebra da caixa” é uma resposta objetiva de Frank Lloyd Wright a uma pergunta sobre quais foram suas inovações fundamentais na arquitetura. A quebra da caixa é um rompimento da composição volumétrica que destrói a caixa sem abandonar a ortogonalidade das linhas.( DIEMER, 2006 apud SILVA , 2019.) Richard utilizou esse recurso , só que de uma forma mais simples: são poucos planos longitudinais, indicando uma linha, esses planos nem sempre se tocam, ou quando se tocam não são planos de um mesmo material. O vidro, como um material transparente, foi muito utilizado nesses encontros, pois ele nos dá a sensação de inexistência. O arquiteto, procurando destacar com mais clareza as linhas e os planos, trabalhou com diferentes definições de materiais, cores e texturas (RIBEIRO, 2007). Diemer (2006) apud Silva (2019), afirma que esse tipo de composição possui o objetivo de alterar a percepção do indivíduo sobre os limites externos e internos, criando nos usuários sentimentos motivados fisicamete a explorar a natureza do espaço que os rodeia.

[68]

> Figura 58 : Croquis baseados nos estudos de Ribeiro (2007) a respeito das composições de Neutra. FONTE: da autora, 2019.


O que se vê nos desenhos, é a própria destruição da caixa: o desenho se desenvolve pela relação dos planos, modifica o eixo reto e trabalha com eixos deslocados.

> Figura 59 e 60 : Planta baixa e Fachada - Casa Kaufmann de Richard Neutra. FONTE: Archidaily, 2014.

[69]


Natureza como Paisagem O anteprojeto tem como premissa a integração com a natureza e relação com o entorno, outra referência buscada em Neutra é como acontece esse contato do edifício com a paisagem circundante. O arquiteto sempre buscou uma aproximação com o entorno como participação. Sack (1994), afirma que seus projetos convidam não só a uma relação visual da paisagem, há também a abertura dos vãos que nos impulsiona a sair e, consequentemente a interagir. “Assim como o edifício deve se originar na natureza pelos tentáculos que alcançam o exterior, também o sítio (lugar) deve ser amarrado ao edifício por infiltrações prazerosas” (NEUTRA, 1951, p.51 apud Ribeiro, 2007). O edifício deve se relacionar com a natureza através do prolongamento de elementos arquitetônicos para o exterior e pela penetração dos elementos da natureza no edifício. Os limites entre interior e exterior não são definidos , eles se encontram fundidos. Os elementos arquitetônicos utilizados para conseguir esse feito são as portas corrediças , desníveis e jogos de planos , translucidez dos vidros e as estruturas (vigamentos, septos e pilares) que se prolongam além da cobertura que suportavam. (BENVENUTO, 2013).

> Figura 61 : Croqui relação interior x exterior. FONTE: Neutra(1948) apud Ribeiro, 2007.

A obra de Neutra se caracteriza por essa relação com apaisagem aberta do campo e uma ligação com o entorno, com vistas a um uso estendido além das janelas e dos beirais.

[70]


Drexler (1982) apud Ribeiro (2007), considera que estar subordinado a um cenário natural contribui para uma arquitetura mais aberta. Na arquitetura escolar o pátio fechado foi uma solução muito utilizada, mas com as salas de aula abrindo-se inteiramente para o pátio, o que mantém uma atividade externa, sob a sombra de uma árvore, e resolve questões de conforto térmico com ventilação cruzada. Nas clínicas, os pátios internos iluminam, ventilam, e abrem a vista do paciente para um jardim de descanso e relaxamento da tensão. Neutra, de maneira intuitiva, revisou os dogmas da arquitetura moderna e compreendeu que a arquitetura que ele fazia abordava outras questões relevantes relacionadas ao desenho do projeto, dentre elas a forma agia como indutora de um comportamento e como geradora de uma sensação.

> Figura 62 e 63 : Residências de Richard Neutra. FONTE: Archidaily, 2014.

[71]


5.2 Espaços de trabalho, criação e colaboração Os espaços de trabalho normalmente são ligados a ambientes corporativos e as melhores referências desses espaços são encontradas em empresas que investem no bem estar dos seus funcionários , na criação, colaboração e consequentemente produtividade. Para entender os bons ambientes de trabalho em termos de espacialidade estética e design, foi realizado um estudo de escritórios para identificar aspectos importantes para o tema. A ideia é explorar o máximo possível desses ambientes pensando no âmbito social. Atualmente, um conceito muito usado pelos escritórios é o open space (espaço aberto), que se traduz em um ambiente de trabalho capaz de unir produtividade, modernidade e interação, tanto do ponto de vista profissional quanto do ponto de vista pessoal. Ele é formado por espaços mais abertos, sem paredes internas ou grandes divisórias, proporcionando um local de trabalho mais igualitário para todos os integrantes, o que faz com que a união da equipe e a produtividade sejam potencializadas. As barreiras físicas quando derrubadas, estimulam a mistura e colaboração (WAGNER E WATCH,2017). A “natureza aberta” e colaborativa da inovação cria espaços flexíveis e possibilita diversas configurações do espaço, permitindo uma variedade de usos. Incubadoras, espaços de co-working, espaços de start-up, centros de inovação, espaços criadores e institutos de pesquisa apresentaram nos últimos anos um crescimento dos espaços de trabalho baseados no processo de inovação. (WAGNER E WATCH, 2017).

[72]

> Figura 64 : Exemplos de configurações nos espaços de trabalho. FONTE: Livro Innovation Spaces: The New Design of Work (2017).


Design de escritório híbrido (aberto / fechado) A abertura e interação não é para todos. Há necessidade de um equilíbrio entre espaço interativo (social) e privado (reflexivo). A configuração dos espaços públicos e privados varia distintamente e grandiosamente, originando diversas formas de espaços de trabalho. Alguns espaços são intencionais na criação de paredes grossas e são a prova de som em áreas-chave para se ter privacidade e tranquilidade, outros generosamente aplicam paredes de vidro para dar visuais de abertura, embora as atividades e espaços sejam segmentados. Quase metade dos arquitetos e designers de espaços de trabalho ressaltaram o poder das paredes de vidro no interior que mantém todos visualmente conectados (WAGNER E WATCH,2017).

> Figura 65 : Configurações nos espaços de trabalho. FONTE: Livro Innovation Spaces: The New Design of Work (2017).

Os espaços de inovação estão re-abraçando a noção de flexibilidade para responder às novas necessidades de pessoas e processos. Flexibilidade requer pensar em todos os aspectos do espaço, incluindo a aplicação de paredes móveis, cortinas, mobiliário, máquinas, entre outros componentes. De incubadoras a espaços de co-working, rodas são comuns para móveis e equipamentos. E em alguns espaços, os cabos elétricos são preso a polias para criar cabos de extensão gigantes. Como referências desses tipos de escritórios, são descritos para a análise, dois exemplos no Brasil que estão ligados à preocupações sociais e o bem estar das pessoas em geral. Seus espaços influenciam diretamente em como pensar nos ambientes internos do Instituto NoName.

[73]


Escritório PMA ONU O projeto da sede do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) se localiza em Brasília e teve como foco uma nova ocupação do espaço de trabalho baseada essencialmente na integração e transparência dos espaços.

Figura 66. FONTE: Archidaily, 2018.

A primeira iniciativa do projeto foi a remoção das paredes que separavam as 9 salas comerciais para a liberação das visuais a partir da recepção e consequente unificação do espaço. Os locais não passíveis de demolição (banheiros e corredores) foram alterados o mínimo possível para a locação das funções de serviço.

Figura 67. FONTE: Archidaily, 2018.

[74]


O emprego de portas de correr gera a possibilidade de expansão dos núcleos e integração de todas as salas da agência. Esse gesto foi fundamental para criar ambientes multifuncionais propícios simultaneamente ao trabalho e à socialização, ao formal e ao informal. A ambientação do escritório buscou a humanização dos espaços a partir do contraste de elementos sensoriais - vasos de plantas, textura de juta, remetendo às plantações e às sacas de alimentos - com o mobiliário existente, de caráter sóbrio. No vão central, o teto foi deixado à vista, expondo o concreto da estrutura, e os dutos de ar condicionado foram pintados de um tom verde-acinzentado, assim como auditório Para reforçar a continuidade e fluidez entre os núcleos, o piso vinílico cinza foi aplicado em toda a agência. As salas de diretores e reuniões são brancas para não interferir na vista da paisagem. Por fim, o balcão da recepção foi preenchido com terra, uma singela lembrança da origem essencial dos alimentos.

Figura 68. FONTE: Archidaily, 2018.

[75]


Unilever A Unilever Brasil possui uma sede localizada no bairro Brooklin Paulista, zona sul de São Paulo. Pensada para fomentar as novas formas de trabalho – mais colaborativas, flexíveis e ágeis – o escritório conta com espaços que se transformam e são adaptáveis a diferentes necessidades e ocasiões. Ele reforça o compromisso da companhia em atender às necessidades dos consumidores brasileiros, além de atender aos três pilares que norteiam a empresa – sustentabilidade, inovação e diversidade. Todos os espaços se destacam por trazer flexibilidade e mobilidade (conceito agile), além de permitir a integração total entre os colaboradores. O objetivo dessa dinâmica é promover a criatividade e a inovação e uma comunicação mais horizontalizada.

Figura 69. FONTE: Jumaq, 2018.

Os espaços para trabalho colaborativo podem ser estruturados de diferentes formas: ora com mesas, ora com sofás ou mesas de diversas composições. Com paredes retráteis, alguns ambientes podem ser divididos em duas salas de reunião, em uma área multiuso ou em uma única sala ampla. Esta mesma característica se estende ao mobiliário dando mais flexibilidade ao ambiente, permitindo adaptar espaços para diferentes objetivos e necessidades, além de promover a maior integração entre os times e fomentar o pensamento criativo e inovador.

[76]


Figura 70. FONTE: Jumaq, 2018.

Figura 71. FONTE: Jumaq, 2018.

[77]


Estas áreas contam com lousas brancas e telas interativas para dar mais agilidade. Já para pequenas comunicações, o funcionário pode fazer uso do espaço de arquibancadas. A área de coworking tem como principal função ser um espaço de squads: desenhados para receber equipes multidisciplinares provenientes não apenas da unidade São Paulo, mas de qualquer outra região do país ou do mundo. Ao mesmo tempo, o projeto oferece salas mais reservadas, como cabines telefônicas para ligações e tarefas mais focadas, que requerem privacidade. O mobiliário seguiu critérios sustentáveis. A Unilever priorizou o uso de materiais oriundos de madeira de reflorestamento, com selo FSC de procedência. Eles estão presentes em bancos e mesas, armários das áreas de café, nas áreas de pérgola, estantes de produtos, balcão e recepção, por exemplo. Também houve o reaproveitamento de parte do mobiliário existente na sede antiga, tais como poltronas, cadeiras e sofás. O projeto de arquitetura considerou estratégias de flexibilidade na composição dos layouts e na seleção de materiais como forros modulares, piso elevado, carpetes em placas. Esta estratégia reduz a utilização de materiais novos em situações de futuras modificações nos espaços da nova sede.

Figura 72. FONTE: Jumaq, 2018.

[78]


6 PROPOSTA DE PROJETO Por meio da estruturação do trabalho atráves da conceituação temática das questões sociais, contextualização, fundamentação teórica orientada a partir de análises de projetos sociais e estudos de casos, segue o desenvolvimento do memorial da proposta arquitetônica. É fundamental expor o trabalho e funcionamento da ONG estudada, visando suas necessidades atuais e futuras. Retomando a problemática , se torna possível analisar conceitos vistos anteriormentes que dão base para a proposta. Visto que, esses aspectos impactam diretamente na escolha do terreno, na definição do programa de necessidades , no conceito, partido e em todo o desenvolvimento do projeto.

[79]


FIGURA 73. FONTE: FACEBOOK ONG NONAME, 2019.

[80]


6.1 ONG NoName A ONG NoName pertence ao Terceiro Setor e nasceu na cidade de Apucarana-PR .”Sem Nome” foi um termo adotado devido a ONG sempre estar em segundo plano e o foco ser nos projetos gerenciados. Ela é composta por uma equipe de voluntários e associados que colaboram com a organização. Atualmente, é instituída sob forma de entidade associativa de direito privado, sem fins lucrativos, regulado pelo Estatuto Social e regulamentado pelo regime interno. Tendo por finalidade apoiar e desenvolver ações para a defesa, elevação e manutenção da qualidade de vida do ser humano e do meio social, promovendo o bem comum e a justiça. A ONG funciona há 8 anos e sua missão é buscar o envolvimento, competência e o encantamento de voluntários, desenvolvendo estratégias para promover com excelência a transformação integral de pessoas e da sociedade, através de ações sociais. Além disso, procura sempre “abraçar” projetos com potencial e ajuda a realizá-los.

> Figura 74. FONTE: informações do site, adaptado pela autora, 2019.

[81]


Localização: Como local temporário, a ONG utiliza uma residência para armazenamento de doações e para reuniões que são realizadas mensalmente. A casa se localiza na Rua Peabiru, 50 e é próxima do centro da cidade.

> Figura 75. FONTE: Base do Google Earth, organizado pela autora, 2019.

> Figura 76 e 77. FONTE: da autora, 2019.

[82]


Projetos atuais: Atualmente, atua em 7 projetos - sendo 6 deles incubados - sempre estando em busca de novas ideias que possam transformar a vida das pessoas. Esses projetos são ideias de outras pessoas que a organização adota, fazendo o melhor trabalho possível para que eles, depois de algum tempo, possam caminhar sozinhos. Há também os projetos que são apoiados e a NoName ajuda com as divulgações, auxílio de voluntários e outras questões. É visível o impacto que os projetos causam nas pessoas, tanto nas que estão sendo ajudadas, como também nas que estão ajudando.

> Figura 78. FONTE: imagens da Ong NoName, adaptado pela autora, 2019.

[83]


FIGURA 79. FONTE: FACEBOOK ONG NONAME, 2019.

[84]


Um pouquinho de cada projeto: A seguir, são descritos brevemente,alguns projetos realizados pela ONG NoName:

Projeto Amparo: Tem como objetivo ajudar as famílias menos favorecidas ou em dificuldades financeiras contribuindo na melhoria da qualidade de vida, doando alimentos, roupas, brinquedos, móveis e indicando para a relocação no mercado de trabalho.

> Figura 80 e 81. FONTE: Facebook Ong NoName

Amor que alimenta Tem como objetivo atender pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente pessoas que se encontram nas ruas. A ONG proporciona alimentos, roupas, cobertores e kits de higiene pessoal. No final do ano, acontece o Natal pra todos, um projeto que promove a ceia de natal para moradores de rua.

> Figura 82 e 83. FONTE: Facebook Ong NoName

[85]


Alegria de Plantão Tem como objetivo amenizar o ambiente hospitalar e levar alegria aos doentes e seus familiares. Transforma lugares de reabilitação em um lugar mais feliz usando a interação artística e humorística.

> Figura 84 e 85. FONTE: Facebook Ong NoName

Brechó Solidário É realizado com roupas recebidas de doações , o custo é baixo e o valor arrecadado ajuda a ONG com seus projetos.

> Figura 86 e 87. FONTE: Facebook Ong NoName

Mova- se Promove a realização de atividades físicas com acompanhamento de um personal trainer, tendo a finalidade de melhorar a qualidade de vida e o bem estar das pessoas. Para participar , basta doar alimentos que são revertidos para os projetos.

> Figura 88 e 89. FONTE: Facebook Ong NoName

[86]


Dia Feliz Tem como objetivo levar atividades lúdicas para pessoas atendidas por entidades ou para bairros carentes em Apucarana – PR, realizando muitas brincadeiras com música e diversão.

Contadores de Histórias

> Figura 90 e 91. FONTE: Facebook Ong NoNa me

Tem o objetivo de contar histórias para espaços públicos, hospitais e instituições de mneira a contribuir com o bem estar mental e emocional de maneira lúdica.

Projeto Acalanto

> Figura 92 e 93. FONTE: Facebook Ong NoNa me

Visa doar “polvinhos” para os bebês e ajudá-los a saírem o mais rápido possível da UTI Neonatal. A intenção é que eles possam se sentir acalentados (tranquilos). Ao abraçar o brinquedo feito de crochê os recém-nascidos sentem-se mais calmos e protegidos, pois os tentáculos os remetem ao cordão umbilical e dão segurança semelhante ao do útero materno.

> Figura 94 e 95. FONTE: Facebook Ong NoNa me

[87]


Problemática do tema Todos os projetos incubados demandam espaços, desde sua concepção até sua realização. Os projetos hoje, realizados pela ONG NoName, contam com o auxílio de locais cedidos por voluntários ou pela Prefeitura de Apucarana. Porém sempre há a preocupação de não ter essa disponiblidade de locais para fazer as ações. A sede atual possui espaços improvisados e pequenos, comparado a demanda da ONG. Eles, muitas vezes, se tornam incapazes de abrigar todos os voluntários. A ONG No Name tem a intenção de se tornar um instituto-sede que além de atender as necessidades da ONG, tem como foco a criação e gerenciamento de projetos sociais voltados ou não para a geração de renda. É um centro de soluções com pequenas iniciativas, que podem causar grande impacto na sociedade protagonizando um papel importante na transformação social. Atuando como uma incubadora de projetos, seu principal foco se torna o empreendedorismo social em que os participantes são assessorados no planejamento e na implementação de suas ideias voltadas à comunidade , de modo a assessorar as organizações e seus agentes a planejar e gerir seus projetos, criando espaço para o protagonismo social. A incubadora social tem o objetivo de tratar o projeto como se fosse um bebê, ajudando- o a se fortalecer e crescer. A complexidade das questões sociais constitui um desafio tanto para seu entendimento quanto para a busca de soluções. Segundo Maciel (2014), a compreensão dessas questões só é possível por meio do cruzamento de diferentes olhares, perspectivas e saberes, o que envolve pesquisa, estudo e ação multidisciplinar. Dentro dessa perspectiva, os projetos sociais surgem como uma ferramenta de grande relevância, à medida que permitem a ação coletiva, a construção a partir de diferentes olhares e a gestão conjunta e partilhada. Ter uma sede implica em gerar mobilidade e autonomia para a organização. É criar uma identidade, onde todos possam trabalhar juntos.

[88]


FIGURA 96. FONTE: da autora, 2019.


troca integração

colaboração

[90]


6.2 Diretrizes do projeto Visando abordar da melhor forma a questão social e necessidades da ONG, traduzindo o referencial teórico, são definidas algumas diretrizes: •

espaços flexíveis e dinâmicos

• permeabilidade • funcionalidade •

uso de iluminação e ventilação naturais

ambiente que estimule a criatividade e troca de experiências

integração com a comunidade

• conexão

[91]


6.3 Contexto e terreno Apucarana Apucarana é um município localizado no centro-norte do estado do Paraná, no Brasil. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2018, é de 134 996 habitantes, sendo a décima-primeira cidade mais populosa do Paraná. Segundo o Simepar (2019), a cidade tem um clima subtropical, com chuvas o ano todo, mas com tendência à concentração de chuvas no verão, e com temperaturas médias abaixo de 19 °C nos meses de inverno caindo por vezes para perto de 0 °C, em dias mais frios. A temperatura média anual fica em torno dos 19 °C.

Áreas de atuação da ONG No Name A maioria das atividades e projetos da ONG NoName são realizados na área central de Apucarana ou próxima à ela. O Hospital da Providência é muito visitado pela organização , juntamente com o Ginásio Lagoão que também proporciona diversas atividades. Nos extremos da cidade se localizam o Lar sagrada Família e o Lar São Vicente de Paulo que são visitados esporadicamente e em datas pontuais. O atendimento à famílias carentes é realizado em toda a cidade. No mapa ao lado, é possível ver a região central da cidade ( principal área de atuação) e alguns pontos de referência são indicados para auxiliar na localização.

[92]

> Figura 97. Mapa de Apucarana e sua principal área de atuação. FONTE: base do IDEPPLAN adaptado pela autora, 2019.


[93]


Definição do terreno A escolha do local para a implantação do Instituto NoName, teve como base a elaboração de um diagnóstico a respeito das áreas atendidas pela ONG e a relação com o centro da cidade de Apucarana- PR. A facilidade de acesso possui grande importância, juntamente com as potencialidades do terreno de trazer visibilidade ao edifício (de forma com que as pessoas se sintam convidadas a conhecer o Instituto), e de ter um espaço que possa promover a integração com a comunidade. Foi necessário um levantamento de terrenos com potencial e uma análise gráfica dos locais escolhidos a fim de compreender suas melhores características e diretrizes. Com base nessas relações, alguns terrenos foram escolhidos e estudados. Todos estão localizados em zonas comerciais (uso de comércio e serviços centrais) e estão próximos ou dentro do centro da cidade.

[94]

> Figura 98. Terrenos escolhidos. FONTE: base do IDEPPLAN adaptado pela autora, 2019.


[95]


estudo dos terrenos - características

TERRENo 1 (a= 2582m²) Zona Comercial Um ZC1, em que predominam os usos de comércio e serviços centrais, atividades de animação e concentração de empregos, além do uso habitacional de altíssima densidade.

TERRENo 2 (a=2472m²) Eixo de Comércio e Serviços Dois - ECS2, de uso misto, destinado àhabitação multifamiliar de alta densidade, ao comércio e à prestação deserviços centrais e vicinais, de afluência ocasional e intermitente.

TERRENo 3 (a= 1191m²) Zona Comercial Dois ZC2, em que predominam os usos de comércio e serviços centrais, além do uso habitacional de alta densidade.

> Figura 99, 100 e 101. Croquis de análises dos terrenos escolhidos. FONTE: da autora, 2019.

[96]


TABELA 5. FONTE: DA AUTORA, 2019.

Levantamento de dados do terreno escolhido Após uma análise mais detalhada das posições acima destacadas, a opção escolhida foi o Terreno 2. Para um aprofundamento do tema, se torna necessário o levantamento de dados mais específicos e técnicos do terreno escolhido, dentre eles estão o mapeamento de potencialidades, morfologia urbana , zoneamento, sistema viário, topografia e análise gráfica do terreno.

[97]


Mapeamento de potencialidades O primeiro direcionamento para a escolha do terreno se deu a partir da necessidade do Instituto de estar perto ou inserido no centro da cidade, devido a maioria das suas áreas de atuação estarem inseridas no centro ou bem próximas à ele. Outra característica de grande importância é a facilidade de acesso, promovida pelos dois tipos de entrada que o traçado proporciona, um provindo de uma área residencial e outro de uma área comercial. A via do lado leste do terreno cruza toda a parte central e é um trajeto muito utilizado. O local fica a 3 quadras do Terminal Urbano e possui pontos de ônibus bem próximos. Em termos esquemáticos, podemos dizer que o terreno se insere na terceira porção de crescimento do centro da cidade, ou seja, ele está inserido no centro, mas ao mesmo tempo está mais próximo da comunidade e mais distante da porção do centro que possui muito tráfego, ruídos e movimento. O terreno em si por sua situação e forma, possui grande potencial para se tornar um local de passagem e ser um espaço de respiro para a cidade, com caráter de praça, promovendo o lazer e uso pela comunidade.

[98]

> Figura 102. Mapa de Potencialidades. FONTE: base do IDEPPLAN adaptado pela autora, 2019.


[99]


Morfologia Urbana O terreno está inserido em uma malha consolidada bem densificada em termos de ocupação de lote. Na região onde se localiza, no centro da cidade, dificilmente, encontra - se um sítio desocupado ou portador de uma edificação abandonada. Existem alguns terrenos vazios privados, mas são poucos. A predominância do cheio em relação ao vazio apoia a ideia de que a cidade se beneficia com os respiros como esse proposto, onde a passagem pelo lote qualifica a vivência da cidade e funciona como ponto de ativação do local. O terreno tem um grão diferente em relação aos seus adjacentes justamente por ligar duas ruas pelo miolo da quadra. Devido a massificação de edifícios e a quantidade excessiva de espaço construído, se torna interessante a criação de espaços abertos e arborizados que são pontos de lazer e sociabilidade para a população. Esses espaços rompem com a homogeneidade urbana e atuam como pontos de descompressão entre as edificações que as envolvem.

[100]

> Figura 103. Mapa de cheios e vazios. FONTE: base do IDEPPLAN adaptado pela autora, 2019.


c waldo

ruz

ato tv. yam

os r. dr.

rua duque de caxias

r. Ă­talo ado fontanini

i

erber

ndre b

a r. alex

[101]


Zoneamento e caracterização de uso A zona onde o terreno se encontra é predominantemente comercial. O terreno de estudo está inserido no EIXO DE COMÉRCIO E SERVIÇOS UM (ECS1), onde de acordo com a Lei Complementar N°. 005/2014 de Uso e Ocupação do Solo, é de uso misto, destinado à habitação familiar de alta densidade, ao comércio e à prestação de serviços vicinais de interesse cotidiano, frequente e imediato, com baixo potencial de geração de tráfego e movimento.

TABELA 6. FONTE: Prefeitura de Apucarana, 2018.

[102]

> Figura 104. Mapa de zoneamento. FONTE: base do IDEPPLAN adaptado pela autora, 2019.


r. alex

andre

swald

o cruz

ato

tv. yam

o r. dr.

rua duque de caxias

r. Ă­talo ado fontanini

i

berber

[103]


Circulação veicular e peatonal A Rua Dr. Oswaldo Cruz (lado leste do terreno) se localiza em uma área mais comercial, tem um caráter de transição, com fluxo moderado de ônibus, automóveis e pedestres. Ela permeia a cidade de norte a sul, sendo uma importante via de ligação. Tem sentido N-S. A Rua Duque de Caxias (lado oeste do terreno) é tranquila e se localiza em uma área residencial. Seu tráfego é lento e por ela circulam veículos e pedestres. Tem sentido S-N.

[104]

> Figura 105. Mapa de tráfegos. FONTE: base do IDEPPLAN adaptado pela autora, 2019.


o cruz d oswal r . dr .

r. Ă­talo ado fontanini

ato

rua duque de caxias

tv. yam

erberi

ndre b

a r. alex

[105]


Topografia do terreno e entorno imediato È importante analisar e compreender o perfil do terreno e o entorno para explorar suas potencialidades. O terreno não possui grande declive, tendo poucas curvas para uma grande extensão (comprimento), o que as torna imperceptíveis a olho nu. O ponto mais baixo de encontra na Rua Duque de Caxias e o mais alto na R. Dr. Oswaldo Cruz. O relevo facilita a caminhabilidade e proporciona boas vistas de ambos os lados.

> Figura 106. Croquis da topografia e perfis do terreno escolhido. FONTE: da autora, 2019.

Análise gráfica do terreno e vistas No esquema a seguir, é possível analisar o terreno tridimensionalmente, a altura aproximada das edificações do entorno imediato seguida de imagens, a orientação solar, os ventos predominantes e imagens do local de implantação.

[106]


> Figura 107. Site Analysis e vistas. FONTE: da autora, 2019.

[107]


vistas As setas indicadas na figura anterior indicam as vistas do terreno e entorno que sĂŁo mostradas a seguir:

vista da r. duque de caxias para o terreno

vista do terreno para a q. duque de caxias

vista 02

vista 01

vista da r. dr. oswaldo cruz

vista do terreno para a r. dr. oswaldo cruz

vista 03

vista 04

vista do terreno para a travessa yamato

vista 05 > Figura 108 a 112. Imagens do local e entorno. FONTE: da autora, 2019.

[108]

vista 05


Viabilidade Considerando o caso real, podemos imaginar duas situações para a viabilidade do terreno:

1° SITUAÇÃO - INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO O Investimento Social Privado, segundo o GIFE (Associação dos investidores sociais do Brasil), é uma das várias facetas da Responsabilidade Social. Empresas cada vez mais têm investido recursos em projetos sociais e há uma maior demanda por resultados concretos. O Investimento Social Privado é o uso voluntário e planejado de recursos privados em projetos de interesse público. Como qualquer investimento, as pessoas físicas ou jurídicas que financiam projetos de cunho social têm o intuito de aferir os resultados alcançados. Há, portanto, a preocupação em se gerar um retorno positivo à sociedade, de forma que o monitoramento das atividades desempenhadas seja constante e envolva uma equipe de profissionais, tais como assistentes sociais, pedagogos e educadores. Isto leva ao crescimento e maior profissionalização do ”terceiro setor” frente às dificuldades dos setores público e privado no combate às mazelas sociais do país. Baseando-se nesse entendimento, assim como a equipe Votorantim realizou a compra do terreno e execução do projeto da ONG Projeto Viver em São Paulo, é válido considerar essa possibilidade para o projeto estudado.

2° SITUAÇÃO - COMODATO O Comodato tem previsão no Código Civil Brasileiro (Lei n.º 10.406 de 10 de janeiro de 2002) em seus artigos 579 a 585 e é o contrato unilateral (pois apenas o comodatário assume obrigações), gratuito, pelo qual alguém (comodante) entrega a outra (comodatário) coisa infungível, para ser usada temporariamente e depois restituída, sendo que possui caráter intuitu personae. Uma vez que a coisa é infungível, gera para o comodatário a obrigação de restituir um corpo certo. O comodante guarda a propriedade da coisa e o comodatário adquire a posse, podendo valer-se dos interditos possessórios. O terreno escolhido está inutilizável a mais de 15 anos e com isso, é possível considerar uma situação de comodato, por um tempo determinado, a fim de que durante esse tempo a sede arrecade uma quantia necessária para adquirir outro local para instalar sua sede.

[109]


FIGURA 113. FONTE: DA AUTORA,2019.

[110]


[111]


6.4 Conceito e partido O conceito e o partido se basearam na contextualização, na fundamentação teórica e na análise de correlatos expostas anteriormente no trabalho. O eixo norteador parte do entendimento a respeito do funcionamento de projetos sociais e como acontece seu processo de gestão. O instituto adquire novos usos e se torna a junção de dois programas: ONG e Incubadora Social. Com bases nas relações estudadas, permitiu-se explorar aspectos que contribuissem para a interação das pessoas e que promovessem o coletivo. A intenção é que o Instituto Noname seja um local de encontro e conexão entre pessoas, possibilitando diferentes formas de interação cultural e social no território urbano, facilitando a mobilidade e conectividade de seus espaços. O projeto pretende gerar de forma evidente, espaços significativos abertos e coletivos, contribuindo para a apropriação do espaço e convivência na comunidade. Evidencia – se que ainda, pela relação com o trabalho social, é de grande relevância criar ambientes humanizados e agradáveis, sejam eles públicos ou privados com a tarefa de tornar os lugares mais atraentes, contribuindo para o bem-estar de todos, aumentando a eficiência, a produtividade e melhorando a relação entre os sujeitos que participam desse processo. Visto que funciona também como uma incubadora, os estímulos à criatividade e flexibilidade no ambiente de trabalho são necessários ao que se entendem que a esses espaços são locais de criação e colaboração, devendo ser aptos a abrigar diversos tipos de atividades.

Primeiros estudos Na primeira fase de estudos foi proposta uma organização em forma em malha que se encontrava diretamente relacionada às funções estruturais e que constituiam indicadores visuais para ajudar a delimitar os espaços. O programa se distribuía em apenas um único volume com geométrica simples em formato de caixa como forma de traduzir a unidade. Apresentava um vazio com a intenção de integrar e convidar as pessoas que por ali passam, trazendo o ar livre como parte integrante do edifício. O estudo contava também com o subsolo como garagem, para que os carros não atrapalhassem o fluxo de pedestres.

[112]

.


> Figura 114. Croquis de estudos. FONTE: da autora, 2019.

[113]


> Figura 115. Croquis de estudos. FONTE: da autora, 2019.

[114]


Ainda nesse pré – estudo, alguns conceitos foram abordados da seguinte forma: NATUREZA: Com o intuito de criar um espaço livre para a população, a praça agrega ao projeto o conceito de integração proposto para com a comunidade. O edifício pretende se inserir de forma harmoniosa em um local que promove a passagem de pedestres e tem como paisagem a natureza. INTEGRAÇÃO: Adquirindo o uso de praça, o local deseja promover equipamentos públicos e atividades de uso social (diversas classes e idades) para incentivar a diversidade de usos e a dinâmica urbana. FLEXIBILIDADE: A estrutura metálica alinhada com a tecnologia e o dinamismo que ela propõe, possibilita a flexibilidade no interior que é traduzida em espaços dinâmicos que permitem mudanças e usos distintos. CRIATIVIDADE: Traduzida nos espaços mais dinâmicos, mobiliários flexíveis, cores e materiais. Por meio de ocupações mais criativas e não-convencionais, a intenção é proporcionar ambientes que desafiem e motivem, assim o espaço de trabalho tem uma dimensão lúdica, à medida que se confunde com estímulos para o aprendizado e diversão.

> Figura 116. Croquis de estudos. FONTE: da autora, 2019.

[115]


Após algumas análises e discussões, procurou - se potencializar a integração e a permeabilidade do edifício, fazendo com ele deixasse de ser muito estático e fechado, adquirindo dinamicidade. Reforçando a ideia de conexão entre as pessoas, os principais conceitos abordados anteriormente foram mantidos, havendo uma evolução do partido. O subsolo também foi removido, pois não havia necessidade de muitas vagas devido ao uso e tipo de programa. A questão da possibilidade de uma construção temporária também foi levada em consideração para este caso.

Evolução do Partido QUEBRA DA CAIXA O anteprojeto procurou tomar forma, utilizando os conceitos da “quebra da caixa” de Richard Neutra. Essa quebra originou dois volumes em diferentes alturas que são dispostos em formato zigue zague e conectados por uma cobertura, dando origem a um pátio coberto. INTEGRAÇÃO E CONEXÃO O espaços favorecem o encontro entre as pessoas. A cobertura e a passarela conectam os blocos, trazendo a unidade. A fachada principal revela o eixo gerador e articulador de todo o edifício: o espaço central com pé-direito mais alto, apresenta - se aos olhos como um pórtico de ínicio para o Instituto NoName. É o vazio central que integra e reúne as funções de acesso, circulação , estar e encontros públicos. É um ambiente de confluência das pessoas indo e vindo, qualquer um que se encaminha a seu posto de trabalho ou atividade passa pelo núcleo. RELAÇÃO INTERIOR + EXTERIOR O projeto reinterpreta a distribuição interior através de espaços abertos, com grandes janelas, proporcionando a permeablidade visual. Todos os espaços geram contato com o exterior de alguma forma, tendo sempre a natureza como paisagem. Um espaço fundamental é a praça ao ar livre, projetada para a comunidade e o instituto em conjunto, com o objetivo de ser um espaço de lazer, sediar eventos, shows e exibições, trazendo as atividades para fora do prédio. A zona verde que circunda o edifício, o pátio coberto e o terraço jardim como extensão do pavimento superior, são responsáveis por trazer um pouco desse contato com a natureza para os usuários.

[116]


> Figura 117. FONTE: da autora, 2019.

[117]


RELAÇÃO ALTURA E VARIAÇÃO DE PÉ DIREITOS A altura dos pés direitos variam de acordo com os tipos de atividades do pavimento, afinal nos espaços de uso público ou que recebem grande concentração de pessoas, são recomendados pés direitos maiores e nas pequenas concentrações, pé direitos menores. A diferença de altura entre blocos traduz a dinamicidade e informalidade. No bloco mais alto, o jogo dinâmico na fachada é originado pelas aletas de alumínio dispostas de forma irregular. Elas são fixadas nos beirais que ajudam a dar horizontalidade no edifício.

> Figura 118. FONTE: da autora, 2019.

FLEXIBILIDADE A estrutura metálica vem alinhada a flexibilidade que o projeto pretende adotar, com ambientes adaptáveis e dinâmicos que contém divisórias móveis e piso elevado. A organização do interior vem das necessidades do programa funcional. Todos os espaços são organizados para garantir a máxima acessibilidade e liberdade de uso, criando espaços mais informais e criativos. A organização espacial se baseou nos estudos dos ambientes flexíveis descritos porCristhopher Alexander (2013) que foram mostrados anteriormente neste trabalho.

.

[118]

> Figura 119. FONTE: da autora, 2019.


IMPLANTAÇÃO A construção foi estrategicamente posicionada para ter uma ligação harmônica com o terreno e permitir a passagem de pessoas por ali, promovendo o uso de praça e consequentemente fazendo com que o Instituto NoName tivesse visibilidade, atraindo mais pessoas para a ação social. Para isso foram propostos um acesso amplo e um caminho convidativo . A orientação solar e vistas também foram consideradas na hora de escolher o melhor local para a implantação. O edifício foi implantado no nível + 852 que corresponde ao nível +0,00 do anteprojeto.

> Figura 120. FONTE: da autora, 2019.

[119]


Acessos, Fluxos e Vegetação Os acessos de pedestres acontecem pelas duas ruas, acessando o edifício através do pátio central que age como núcleo do projeto. O acesso de serviço é feito na parte de trás do prédio. Os veículos acessam o estacionamento e a área de carga/descarga pela Rua Duque de Caxias. O desenho da praça prioriza os pedestres e as áreas verdes. O estacionamento foi posicionado na extremidade do terreno, organizando os fluxos de modo a evitar o cruzamento de carros no caminho. Há também a implantação de alguns bicicletários. Com grande área permeável, a proposta traz a vegetação como um aspecto indispensável ao projeto, garantindo ecoficiência e sustentabilidade. As áreas verdes podem constituem locais para práticas sociais e culturais, encontros ao ar livre e para manifestações de vida urbana e comunitária, que favorecem o desenvolvimento humano e o relacionamento entre as pessoas.

.

[120]

> Figuras 121 a 124:Esquemas. FONTE: da autora, 2019.


Programa Físico – Funcional e Setorização O pré – dimensionamento foi desenvolvido a partir da análise de correlatos, estudos em geral e fundamentação teórica, levando em consideração a dimensão que se desejava abranger no contexto do tema, adaptando às necessidades do local. Na perspectiva de capacitar iniciativas sociais, os incubados terão acesso a espaços múltiplos para desenvolver seus projetos. No local, ainda serão oferecidos cursos de capacitação em áreas, como comunicação, gestão e marketing, empreendedorismo e captação de recursos. Alguns cursos e palestras devem ser estendidos para toda a população. Além disso, são previstos locais que auxiliam nos trabalhos sociais já realizados pela ONG e poderão auxiliar novos projetos que poderão surgir. Além do Instituto NoName ser um local que dá suporte para o desenvolvimento dos projetos e pequenas organizações, ele também realiza ações sociais, promove eventos, arrecadações e de modo geral, o bem social. Os ambientes foram divididos em setores de acordo com seu uso. Os setores se distribuem em área comum; criação e colaboração; espaço de trabalho e incubação; apoio e serviços.

ÁREA COMUM: Abrange espaços de uso público como a praça e o pátio coberto que são espaços multiusos, podendo ter eventos, rodas de conversas, saraus, shows e atividades em geral.

CRIAÇÃO E COLABORAÇÃO: O espaço flexível (multiuso) é um ambiente de trabalho coletivo e dinâmico onde se tem o processo de geração de ideias , palestras e discussões.Nele há a possibilidade de alterar o layout dependendo da necessidade. Alguns ambientes considerados necessários para essa fase inicial são anexados a essa planta livre: uma sala para cursos mais teóricos e um laboratório que auxilia em projetos e atividades manuais.Esse setor se localiza no térreo pelo fato de ser um espaço que se estende a comunidade. Nesse ambiente, acontece atividades, palestras, cursos e capacitações.

[121]


ESPAÇO DE TRABALHO E INCUBAÇÃO: Um espaço hibrído com salas individuais e um grande espaço de trabalho aberto. Esse ambiente também se torna flexível, possilitando diferentes configurações. O setor se localiza no pavimento superior e tem uma característica mais privada, o local é destinado a criação e execução dos projetos já selecionados e que fazem parte do processo de incubação. Como extensão desse espaço, o terraço jardim se conecta atráves de uma passarela e tem a função de trazer o ar livre ao ambiente de trabalho como forma de promover o bem – estar e aproximação com a natureza.

APOIO E SERVIÇOS: Esse setor engloba os serviços gerais como : cozinha (destinada a preparação de marmitas), camarins, área de armazenamento de doações, sanitários, dml, almoxarifado, administração e arquivo. As áreas de apoio auxiliam nas atividades já existentes da ONG e pretendem também suprir outras demandas, se necessário. O setor está inserido no térreo com entrada de serviço ao fundo e área de carga/descarga pela lateral do prédio.

.

> Figura 125. FONTE: da autora, 2019.

[122]


TABELA 7. FONTE: da autora, 2018.

[123]


topografia

ORIENTAÇÃO

VISTAS


IMPLANTAÇÃO

volume e conexão

COBERTURA

> Figuras 126 e 127. FONTE: da autora, 2019.


6.5 SOLUÇÕES ESTRUTURAIS e ambientais A solução arquitetônica e o método construtivo por si só, considerando sua implantação e o tratamento de suas fachadas já objetiva um menor impacto ambiental, proporcionando, tanto quanto possível, condicionamento térmico passivo e iluminação natural. Foram incorporadas soluções ambientais como a captação e tratamento de águas pluviais para reuso em vasos sanitários, irrigação e abastecimento de reserva técnica para incêndio e reuso de águas cinzas (pias e ralos) tratadas para a irrigação. A ventilação cruzada possibilita a entrada e circulação do vento, mantendo a temperatura amena e agradável. A entrada do ar nos ambientes é feita através de pelo menos duas janelas e/ou portas posicionadas paralelamente - a abertura de entrada de ar deve é mais baixa e a de saída mais alta. Na face leste um cobogó de cerâmica tem a função de suavizar ventos fortes e amenizar a incidência de luz solar, sem obstruir a luz indireta, garantindo ambientes internos claros e agradáveis.

> Figura 128. FONTE: da autora, 2019.

Telhado verde (terraço jardim) Com o uso do telhado verde a vegetação absorve o calor e não deixa que ele passe para dentro da edificação. Para o terraço jardim foi pensado no sistema de telhado verde hidromodular que. proporciona uma cobertura verde e traz mais conforto térmico ao ambiente interno e maior convívio com a natureza. O Hidromodular Ecotelhado usa uma placa de plástico reciclado que reserva água. Quando colocado com grama, também não necessita substrato, sendo considerado um telhado verde com sistema semi-hidropônico.

[126]


A impermeabilização a base de manta de PVC soldada por termofusão é a mais indicada, essas membranas são próprias para telhados verdes, pois protegem a laje de ataques de raízes.

> Figura 129. FONTE: ECOTELHADO, 2019.

Sistema Estrutural A estrutura metálica vem alinhada a flexibilidade e toda a construção foi pensada considerando diversas possiblidades de uso. O sistema estrutural consiste em uma estrutura principal (pilares e vigas perfil I) e pelo sistema Light Steel Frame. Os pilares foram dispostos para que houvesse um espaço central e a possibildade de transformar os módulos periféricos em espaços de trabalho. Dessa forma podem surgir ambientes de diferentes tamanhos e combinações. É basicamente um conjunto de alas sem subdivisóes internas, com colunas soltas perto das paredes externas, de modo de que elas sugerem a definição dos espações semiprivativos e espaços de uso comum que se abrem uns para os outros. A ideia é poder unir as colunas de diferentes maneiras por meio de paredes internas leves ou divisórias de modo semipermanete. O pátio central é gerado atráves de um treliça espacial na cobertura que possibilita grandes vãos e dá leveza ao projeto.

Estrutura principal - Pilares e vigas A estrutura principal é modulada com pilares em I que se distribuem na área central do edifício e tem dimensões de 20 x 40 cm. As vigas metálicas de perfil I tem 35 cm de altura devido ao maior vão central de 7m.

[127]


3.50 3.50

3.50

F

E

3.50

3.50

C

3.50

D

3.50

B

3.50

A

3.50

7.00

03

3.50

7.00

01

3.50

04

3.50

02

> Figura 130. FONTE: da autora, 2019.

Steel Frame – paredes externas

> Figuras 131 e 132. FONTE: Mundo Steel, 2019.

Drywall – paredes internas

> Figura 133. FONTE: VIva Decora, 2018.

[128]

Laje seca

> Figura 134. FONTE: FastCon, 2019.


Passarela A passarela metálica é uma forma de conexão, dá acesso ao terraço jardim e ao mesmo tempo possibilita a contemplação da praça. Ela vence um vão de 10 metros com um sistema esqueleto de perfis metálicos e chapas com dimensão maior no centro e menor nas laterais. É revestida de ACM com guarda-corpo de perfis metálicos e tela artística. CORRIMÃO EM AÇO, H1=0.92m, H2=0.70M, Ø=4CM COM AFASTADORES EM AÇO

.025

1.20

.025

.025

1.12

GUARDA - CORPO/ QUADRO METÁLICO COM MOLDURA EM METALON PERFIL 2,5X2,5CM, TELA ARTÍSTICA EM AÇO GALVANIZADO

1.12

PATAMAR 1.05

i=7,5%

.70

.92

+4,25

RAMPA PATAMAR +3,65

ESTRUTURA DA PASSARELA COM CHAPAS METÁLICAS E PERFIS EM I

QUADRO COM ALETAS DE ALUMÍNIO FIXADAS NOS MONTANTES E PERFIS DA PASSARELA

CORTE AA - DETALHE PASSARELA ESC 1:50

B

CORRIMÃO EM AÇO, H1=0.92m, H2=0.70M, Ø=4CM COM AFASTADORES EM AÇO

GUARDA - CORPO/ QUADRO METÁLICO COM MOLDURA EM METALON PERFIL 2,5X2,5CM, TELA ARTÍSTICA EM AÇO GALVANIZADO

.05

ESTRUTURA COM ALETAS DE ALUMÍNIO FIXADAS NOS MONTANTES E PERFIS DA PASSARELA

RAMPA

2.00

PATAMAR

+845,65

A

PATAMAR

+855,25

i= 7,5%

.05

2.10

A

.025

1.20

.025

1.12

.025

1.12 10.50

PLANTA BAIXA - DETALHE PASSARELA ESC 1:50

B

GUARDA - CORPO/ QUADRO METÁLICO COM MOLDURA EM METALON PERFIL 2,5X2,5CM, TELA ARTÍSTICA EM AÇO GALVANIZADO

1.05

.92

.70

1.95

QUADRO COM ALETAS DE ALUMÍNIO FIXADAS NOS MONTANTES E PERFIS DA PASSARELA

CORRIMÃO EM AÇO, H1=0.92m, H2=0.70M, Ø=4CM COM AFASTADORES EM AÇO

.05

.30

.10

+3,65

2.00

.05

2.10

CORTE BB - DETALHE PASSARELA

ESTRUTURA DA PASSARELA COM CHAPAS METÁLICAS E PERFIS EM I

ESC 1:50

> Figura 135. FONTE: da autora, 2019.

[129]


Cobertura O anteprojeto possui duas coberturas: uma composta por tesouras metálicas e outra por uma treliça espacial. Nos dois telhados foi utilizada a telha sanduíche A120 com inclinação de 3%. A “treliça espacial”, presente na cobertura maior, é revestida de ACM e consiste em estruturas reticuladas tridimensionais (estruturas espaciais), formadas por elementos de barra, não coplanares, ligadas umas as outras por dispositivos chamados nós. Esse tipo de cobertura apresenta boa relação entre peso próprio e vão, possibilitando beleza arquitetônica, flexibilidade quanto a disposição dos pilares e grandes vãos livres. Além disso, é de fácil transporte, fabricação e montagem com elementos com peso próprio reduzido. Apresenta grande repetição elementos e nós resultando redução de custos (para grandes vãos) se comparado com estruturas convencionais. Garante também a ampliação e fácil desmontagem para estruturas não permanentes. A malha utlizada foi de 50 x 50 cm e o maior vão que a estrutura vence entre pilares é de 17,5 metros.

26.00

17.00

.50 .50

.50 .50

> Figura 136 e 137. FONTE: da autora, 2019.

[130]


Elementos fachada Em algumas fachadas são utilizadas aletas de alumínio, que dispostas de forma irregular, introduzem nas fachadas um jogo dinâmico e humanizam o projeto. São fixadas atráves de elementos de ancoragem soldados no perfil e parafusados na estrutura do edifício.

> Figura 138. FONTE: da autora, 2019.

Caixa d´água Para o cálculo da caixa d’ água foram considerados 15 funcionários (escritórios) e 85 pessoas (flutuantes), totalizando 100 pessoas.

[131]


Cisterna Para um reaproveitamento de água pluviais foi pensanda em uma cisterna já pronta pelo custo benefício. A Cisterna Equipada para Água da Chuva Acqualimp é um excelente sistema para armazenamento de água da chuva. O cálculo foi realizado e a mais indicada de acordo com o resultado foi a de 5.000L.

A imagem abaixo mostra o esquema de funcionamento de acordo com o manual de instalação da empresa.

> Figura 139. FONTE: Manual de instalação ACQUALIMP, 2019.

Ar condicionado O ar condicionado não foi tratado como prioridade, pois procurou – se explorar formas de ventilação natural por todo o prédio, mesmo assim, foi previsto áreas técnicas para condensadoras pensando no sistema Split de ar condicionado.

[132]


perspectiva explodida e materiais

> Figura 40: Perspectiva explodida. FONTE: da autora, 2019.

[133]












7 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Instituto NoName, na função de uma incubadora social, pretende buscar novas soluções mais efetivas, eficientes, sustentáveis e mais justas para problemas sociais do que as soluções já existentes. Tais soluções devem ser beneficentes, prioritariamente, à sociedade como um todo, independente de interesses individuais. Todo o processo discutido anteriormente neste trabalho deu suporte para a criação de um espaço que atendesse às antigas e novas demandas da organização. Ao mesmo tempo, o processo estabeleceu uma relação com a comunidade. O estudo dos projetos sociais e de seus processos agregou um conhecimento sobre esta temática e sobre os diversos tipos de soluções arquitetônicas possíveis para esse tipo de programa. A criação desses locais tende a favorecer todos os envolvidos, pois é algo que visa a sociedade em sua totalidade e gera impacto social. A implantação desse projeto na cidade de Apucarana – PR possibilitou a materialização de um sonho da organização de ter um espaço-sede adequado, seguindo os princípios já definidos no Estatuto da organização. O anteprojeto se propôs a mostrar a possibilidade da inserção de um edifício novo e tecnológico que gerasse mobilidade, autonomia e identidade para a organização, propiciando um ambiente de colaboração e mútua responsabilidade, tendo como premissas integração, natureza, flexibilidade, criatividade e inovação.

[134]


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARMANI, Domingos. Como elaborar projetos? - Guia prático para elaboração e gestão de projetos sociais. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2004. ALENCAR, E. S. Criatividade. Brasília: Editora UNB, 1993 ALENCAR. E. S. A gerência da criatividade – abrindo as janelas para a criatividade pessoal e nas organizações. São Paulo: Makron Books, 1996. ALMEIDA, M. M. Da Experiência Ambiental ao Projeto Arquitetônico – um estudo sobre o caminho do conhecimento arquitetônico. Tese de Doutorado. Florianópolis: UFSC, 2001. BAPTISTA, A., SOARES, M. e MARTINS, L., Metodologia Ergonômica Aplicada ao Ambiente Construído: O Usuário no Espaço Urbano. In: Anais do VII Congresso LatinoAmericano de Ergonomia, XII Congresso Brasileiro de Ergonomia, I Seminário Brasileiro de Acessibilidade Integral. Recife, 2002. BENVENUTO, Bruno. Composição e elementos marcantes na Arquitetura de Richard Neutra. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2013. BINS ELY, V. Ergonomia + Arquitetura: buscando um melhor desempenho do ambiente físico. Anais do 3º Ergodesign – 3º Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de Interfaces Humano-Tecnologia: Produtos, Programas, Informação, Ambiente Construído. Rio de Janeiro: LEUI/PUC-Rio, 2003. ALEXANDER, Christopher. Uma linguagem de padrões : a pattern language . Porto Alegre: Bookman, 2013. CURY, Thereza Christina Holl. Elaboração de projetos sociais. p.37-48. In: ÁVILA, Célia M. Gestão de projetos sociais. 3ª ed. rev. São Paulo: AAPCS – Associação de Apoio ao Programa Capacitação DEL RIO, V., Duarte, C. R., & Rheingantz, P. A. (Orgs.). (2002). Projeto do lugar, colaboração entre Psicologia, Arquitetura e Urbanismo. Rio de Janeiro: Contra Capa. DRUCKER, P. F. Administração em organizações sem fins lucrativos: princípios e práticas. 4ª ed. São Paulo. Pioneira, 1997.

[135]


GERALDI, Giselle. Processo de projeto de Richard Neutra. Trabalho de conclusão de curso da Pós graduação. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2003 GOLDSCHMIDT, G.; TATSA, D. How good are good ideas? Correlates of design creativity. Design Studies, v. 26, n. 6, November, 2005. KEELING, Ralph. Gestão de projetos: uma abordagem global. São Paulo: Saraiva, 2002. LACRUZ, José Adonai. Gestão de projetos no terceiro setor: uma proposta de metodologia para associações e fundações sem fins lucrativos. Disponível em:<https:// www.researchgate.net/publication/>. Acesso em: 02 mai. 2019. LONDE, Patrícia R; MENDES, Paulo C. A influência das áreas verdes na qualidade de vida urbana. Disponível em:<http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia>. Acesso em: 15 abril. 2019. LIMA, Catiusca Fonseca; FERNANDES, José Luiz; QUALHARINI, Eduardo Linhares. Uma análise do gerenciamento de projetos no terceiro setor. Disponível em:<http://apl. unisuam.edu.br/revistas/index.php/projectus/article/view/1591>. Acesso em: 22 mar. 2019. NEUTRA, Richard. Realismo biológico. Um novo renascimento humanístico em arquitetura. Editora Nueva Visión, Buenos Aires, 1973 ORNSTEIN, S., BRUNA, G., ROMÉRO, M. Ambiente construído & comportamento: a avaliação pós-ocupação e a qualidade ambiental. São Paulo: Nobel: FAUUSP, 1995. OLIVEIRA, L. A. de; MASCARÓ, J. J. Análise da qualidade de vida urbana sob a ótica dos espaços públicos de lazer. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 7, n. 2, p. 59-69, abr./jun. 2007. PEREHOUSKEI, N. A.; DE ANGELIS, B. L. D. Áreas Verdes e Saúde: paradigmas e experiências. Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 8, n. 1, p. 55-77, 2012. RIBEIRO, Patrícia Pimenta Azevedo. Teoria e prática: a obra do arquiteto Richard Neutra. São Paulo, 2007. Disponível em:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/ tde-27042010-105109/pt-br.php >. Acesso em: 05 mar. 2019. ROTHGIESSER, T. L. Sociedade Civil. A sociedade civil brasileira e o terceiro setor. São Paulo: [s.n], 2004.

[136]


STEPHANOU, Luis et al. Guia para elaboração de projetos sociais. Porto Alegre: Fundação Luterana, 2003. TUAN, Yi-Fu. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. São Paulo: DIFEL, 1983. 250 p. VIEIRA, P.B.H. Uma Visão Geográfica das Áreas Verdes de Florianópolis-SC: estudo de caso do Parque Ecológico do Córrego Grande (PECG). 2004. 109 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Geografia), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. WAGNER, Julie e Dan Watch. Innovation Spaces: The New Design of Work. Disponível em pdf. Acesso em 07 set de 2019 XAVIER, C. M. S., CHUERI, L. de O. V. Metodologia de gerenciamento de projetos no terceiro setor: uma estratégia para a condução de projetos. Rio de janeiro: Brasport, 2008.

webgrafia AINTEC.Disponível em : http://www.aintec.com.br/intuel/. Acesso em 22 abr de 2019. ARCHDAILY. Disponível em : https://www.archdaily.com.br/br/01-67268/centro-de-incubadoras-de-empresas-trianera-de-arquitectura. Acesso em 14 abr de 2019. ARCHDAILY. Disponível em : https://www.archdaily.com.br/br/01-156230/sede-da-google-madri-slash-jump-studios. Acesso em 14 abr de 2019. ARCHDAILY. Disponível em : https://www.archdaily.com.br/br/tag/edificio-projeto-viver. Acesso em: 22 abr de 2019. ESTÚDIO MÓDULO. Disponível em: http://estudiomodulo.com.br/projetos/agora-tech-park/# Acesso em 22 abr de 2019 ESCRITÓRIOS DO GOOGLE. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/ escritorios-do-google-oferecem-qualidade-de-vida. Acesso em 19 set de 2019 ESPECIFICAÇÃO DRYWALL. Disponível em: https://www.vivadecora.com.br/pro/curiosidades/especificacao-drywall/ Acesso em 22 de ago de 2019

[137]


ECOTELHADO. Disponível em: https://ecotelhado.com/sistema/ecotelhado-telhado-verde/hidromodular/ Acesso em 13 de set de 2019 FACEBOOK ONG NONAME. Disponível em: https://www.facebook.com/OngNoName/. Acesso em 22 abr de 2019. GIFE. Disponível em: https://gife.org.br Acesso em 12 set de 2019 LIGHT STEEL FRAME. Disponível em: https://www.mundosteel.com.br/conheca-o-sistema-lsf/ Acesso em 27 de ago de 2019 ONGNONAME. Disponível em : http://ongnoname.com.br/. Acesso em 22 abr de 2019. PREFEITURA DE APUCARANA. Disponível em:http://www.apucarana.pr.gov.br/site/ Acesso em 22 abr de 2019. PORTO SOCIAL. Disponível em: http://www.portosocial.com.br/. Acesso em 22 abr de 2019. STEEL FRAME DRYWALL. Disponível em: http://www.drylevis.com.br/site/index.php/ features-mainmenu-47/steel-frame-drywall . Acesso em 12 set de 2019 STEEL FRAME. Disponível em: http://www.masterwall.com.br/steel-frame/ . Acesso em 05 set de 2019 STEEL FRAME. Disponível em: http://fastcon.com.br/blog/steel-frame/ Acesso em 12 set de 2019 VITRUVIUS. Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.020/813 . Acesso em 14 set de 2019.

[138]


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.