INTERVENÇÃO URBANA NA REGIÃO DA LUZ
Ana Beatriz Mazzi Antoine Brunin Geovana Duarte
Instituto de Arquitetura e Urbanismo Universidade de São Paulo Projeto IV-B Dezembro, 2018
SUMÁRIO
06 08 14 23 49 61
EXERCÍCIO: Intervenção urbana na Região da Luz
LEVANTAMENTOS: Mapas de Usos e Gabaritos e Mapas de Calor
DIRETRIZES: Partido projetual, marquises, gabaritos, atores, adensamento, programa, espaços livres
PROJETO: Pátio Ferroviário
PROJETO: Quadra 01
PROJETO: Quadra 02
EXERCÍCIO: INTERVENÇÃO URBANA NA REGIÃO DA LUZ
Introdução
O exercício Intervenção Urbana na Região da Luz foi proposto pela disciplina de Projeto IV do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo de São Carlos (IAU-USP), sob a orientação dos professores doutores Jeferson Tavares, Marcel Fantin e Manuel Rodrigues Alves. O presente caderno consiste na apresentação da proposta de intervenção projetada pelo grupo de alunos Ana Beatriz Mazzi, Antoine Brunin, Geovana Duarte.
dessas quadras e no vazio urbano constituído pelo pátio ferroviário adjacente à Estação Júlio Prestes, área comum à todos. O mapa na página seguinte situa a área de intervenção completa, com as 28 quadras e o pátio ferroviário, e indica os principais pontos de referência urbana identificados pelo grupo nas visitas de campo. A proposta do exercício também tinha como premissa o adensamento da região, visto que se trata de uma região central com boa infraestrutura urbana. A partir das visitas de campo, das discussões em sala e dos levantamentos realizados, apresentados nas páginas a seguir, foi desenvolvido um projeto que busca responder às necessidades e dinâmicas da região da Luz, dando atenção especial aos conflitos urbanos advindos, em grande parte, da presença da concentração de dependentes químicos no espaço em frente a Estação Júlio Preste, o “Fluxo”.
Durante o semestre, no âmbito da disciplina, foram realizados diversos levantamentos, discussões e estudos que buscavam questionar o modo como essa região normalmente é vista, promovendo uma análise crítica da atual configuração da área e dos diferentes atores em ação nas transformações pelas quais ela vem passando. De modo a promover esta reflexão crítica a respeito da área, foram realizadas duas visitas de campos nas quais, além do contato direto com a área e os seus moradores e usuários, foi possível participar de rodas de conversa com grupos integrantes do Fórum Aberto Mundaréu da Luz, coletivo formado em 2017 com o objetivo de propor um outro modo de intervir na região. Dentre os trabalhos do grupo se encontra o Campos Elíseos Vivo, cuja a proposta serviu de base para a estruturação do exercício em questão. Figura na página seguinte: autoria própria sob mapa satélite Google Maps.
Projetar na região da Luz requer que se pense o espaço urbano a partir de modos de projetar não tradicionais, reconhecendo outras formas de morar e de se apropriar dos espaços públicos que reconhecem não só as necessidades da população local quanto sua capacidade de se organizar e de construir espaços urbanos de qualidade que atendam as suas necessidades.
Quanto a proposta do exercício, a área de intervenção é composta por um total de 28 quadras, sendo que cada grupo deve projetar em apenas duas 6
Perímetro da intervenção Favela do Moinho SESC Bom Retiro Liceu Coração de Jesus Concentração do “Fluxo” Estação da Luz Estação Júlio Prestes Teatro Mungunzá Sede Luz do Faroeste Parque Jardim da Luz Praça Princesa Isabel Praça Júlio Prestes Terminal Princesa Isabel Pinacoteca
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Sala São Paulo e Memorial da Resistência de São Paulo Paroquia São Cristóvão
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LEVANTAMENTOS
Mapa de usos
Figura à direita: Mapa de usos elaborado colaborativamente pela turma da disciplina de Projeto IV do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo de São Carlos.
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LEVANTAMENTOS
Mapa de gabarito
Estacionamento
Figura à esquerda: Mapa de gabaritos elaborado colaborativamente pela turma da disciplina de Projeto IV do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo de São Carlos.
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LEVANTAMENTOS
Mapa de calor: limites, barreiras e demarcações
Figura à direita: Mapa de calor de limites, barreiras e demarcações elaborado pelo professor Marcel Fantin a partir de pontos georeferenciados e valorados pelos alunos da turma da disciplina de Projeto IV do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo de São Carlos.
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LEVANTAMENTOS
Mapa de calor: práticas, espaço urbano
Figura à esquerda: Mapa de calor de práticas e espaço urbano elaborado pelo professor Marcel Fantin a partir de pontos georeferenciados e valorados pelos alunos da turma da disciplina de Projeto IV do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo de São Carlos.
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LEVANTAMENTOS
Mapa de calor: tensões e conflitos socioespaciais
Figura à direita: Mapa de calor de tensões e conflitos socioespaciais elaborado pelo professor Marcel Fantin a partir de pontos georeferenciados e valorados pelos alunos da turma da disciplina de Projeto IV do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo de São Carlos.
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LEVANTAMENTOS
Impressões e análises sobre a área de intervenção A partir desses levantamentos realizados, pode-se observar uma grande desigualdade entre as duas partes em torno da linha férrea, de um lado o Bom Retiro e de outro o Campos Elíseos e a Santa Efigênia. De fato, vários pontos críticos e locais de vulnerabilidades sociais e urbanas foram identificados durante as visitas ao local, especialmente nos pontos de junção entre os bairros.
A partir das análises e visitas de campos foi possível perceber o quão esta região é um espaço em disputa, com diferentes atores em ação, tensionando este espaço de acordo com seus interesses. Contudo, os atores mais fracos e cuja as vozes são menos escutados são justamente desses moradores e comerciante e, principalmente, os moradores do ‘Fluxo”
O bairro Bom Retiro, composta principalmente de lojas de vestuários e outros tipos de comércio, se beneficia de um fluxo considerado mais “importante” que os bairros da parte sul, que possuem várias ruas fechadas devido, em grande parte, à repressão policial que busca controlar e reprimir de modo violento o fluxo. Esses bairros também se diferem em relação às classes sociais que os frequentam, diferença esta que também se reflete no modo como o poder público lido com estes diferentes espaços.
Nas visitas de campos também se destacou o intenso fluxo de pessoas que trabalham na região mas moram em bairros distantes, chamando a atenção para a necessidade de se criar mais moradias de qualidade nesta região que, além de fornecer grande quantidade de empregos, possui uma boa infraestrutura urbana.
Apesar de ser mais perceptível quando comparase o Bom Reitor com o Campos Elíseos e a Santa Efigênia, essas diferenças socioespaciais também podem ser percebidas dentro dos próprios bairros quando se compara regiões distintas uma vez que o processo de gentrificação em andamento nos Campos Elíseos vem gradualmente aprofundando as diferenças sociais desses espaços e desalojando os moradores e comerciantes sócio-economicamentes desfavorecidos.
Identificar esses atores em ação na área e identificar os equipamentos existentes foi de fundamental importância para o estabelecimentos das diretrizes e do partido do projeto.
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Área comum de intervenção (Pátio Ferroviário)
Quadra 01 Figura à direita: Implantação da área de intervenção. Esc. 1:5000.
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Quadra 02
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DIRETRIZES
Partido Projetual O objetivo principal do projeto proposto é de reforçar a centralidade na região da Luz, aumentando a sua qualidade urbana e atendendo às expectativas e necessidades de seus diferentes atores em ação, dando especial atenção aos moradores e comerciantes locais e a população em situação de rua do “Fluxo”. Deste modo, o projeto busca, tendo como base políticas públicas e iniciativas de organizações sociais já existentes, propor estratégias e um desenho urbanos que, mesmo que não resolva todos os problemas de uma região tão complexa quanto esta, melhore as condições de vida das pessoas em situação de ruas e socioeconomicamente desfavorecidos, as mais vulneráveis, fornecendo-lhes centro de saúde, espaços de convívio, centro esportivos, escolas e outros equipamentos que atendam aos seus direitos e criem condições espaciais e urbanas para o desenvolvimentos de um outro modo de ocupar este espaço que dialogue com os modos já existentes. Sendo assim, o projeto age como uma resposta às demandas locais e o modo como o poder público vem agindo na região, diferenciando-se das ações violentas do governo na medida em que reconhece o direito que as pessoas que se encontram nesta região atualmente possuem de ocupar estes espaços. Deste modo, as ruas e os espaços de estar são projetadas para acomodar as pessoas tantos os moradores dos edifícios das quadros quanto pessoas em situação de rua e dependentes químicos que também se encontram em situação de rua, garantido que essas pessoas tenham acesso a instalações sanitárias distribuídas pelas área de intervenção e outras instalações necessárias para a garantia de sua integridade física, incluindo moradias temporária e, posteriormente, permanentes. Outros pontos centrais do projeto são as crianças e questão educacional. De modo a garantir um acesso integral da população da região da Luz à equipamentos que garantam, pelo menos, os seus direitos básicos, buscou-se alocar um centro de ensino para adultos, com ensino escolar e cursos técnicos profissionalizantes, e uma escola destinada a crianças e adolescentes, visando superar possíveis deficiências educacionais e permitir que a população da região se beneficie do livre acesso ao conhecimento. Além disso, uma escola permite que os pais da área deixem seus filhos em segurança e trabalhem sem se preocupar com eles. A preocupação
com as crianças da área também se estende, na escala macro, à criação de espaços esportivos e culturais que elas possam frequentar livrementes e, na escala micro, de espaços lúdicos que permitam a interação entre as criança e exploração de modo mais seguro desta região tão rica histórica e culturalmente. Quanto ao partido projetual em si, o projeto se constitui a partir da configuração e delimitação de quadras, retomando as características urbanas do entorno. Através do estudo da morfologia urbana por meio de maquete física, percebeu-se uma “quadra-tipo” da área de intervenção. Esta ‘quadra-tipo’ se caracteriza pela presença de um gabarito uniforme, com poucas variações, a exceção de apenas um ou dois prédios com gabarito muito maior, fazendo com que estes prédios com gabarito mais elevados agissem como ponto de destaque nas quadras ao mesmo tempo em que as variações menores de gabarito garantam ritmo as fachadas das quadras. Além disto, a “quadra-tipo” é marcada pela a presença de pátios internos, que agem tanto na iluminação quanto na ventilação dos prédios. Estes foram reconfigurados nas áreas de intervenção, em vez de cada edifício possuir vários um, optou-se por unir essas aberturas, criando-se espaços livres para uso coletivo no miolo das quadras. Esses pátios internos, apesar de manterem a função original das quadras tradicionais, têm como o objetivo criarem espaços de estar para os moradores e visitantes das regiões, funcionando como pequenos oásis no meio do “caos urbano”, e por serem locais mais “íntimos” vão sendo descobertos gradativamente pelos pedestres. Por fim, outra característica da “quadra tipo” levantada e reproduzida no projeto da intervenção trata-se a respeito do alinhamento dos edifícios, sem recuo lateral e frontal. Foi feita a opção de adotar uma morfologia urbana sem recuos frontais, objetivando alcançar a possibilidade de se implantar fachadas ativas uma vez que a maioria dos edifícios projetados são de uso misto, uso recorrente no Campos Elíseos. Esta “quadra-tipo” identificada a partir da leitura urbana do entorno feita pelo grupo serviu de base tanto para o desenho das quadras resultantes do parcelamento do Pátio Ferroviário quanto do redesenho da Quadra 1 e da Quadra 2.
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DIRETRIZES
Marquise: elemento estrutural do espaço urbano A marquise se configura como um elemento visual que delimita as qudras e é fundamental como identidade do projeto e ligação entre os edifícios propostos. O projeto identifica dois tipos de espaços coletivos, um “macro” e um “micro”. A lâmina de laje apresenta-se como elemento estruturador dos espaços coletivos “micros”, áreas mais íntimas
dentro das quadras. Pode-se observar na perspectiva abaixo como essa diretriz de marquise delimitadora de quadras se confirgura no contexto do projeto e como é o elemento responsável pela criação da linguagem visual.
Figura à direita: Isométrica esquemática com as marquises destacadas. Autoria grupo.
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DIRETRIZES
Gabaritos
A diretriz de Gabaritos foi pensada a partir das préexistências das construções do entorno, busca-se manter uma dinâmica urbana que se relacione com o contexto da cidade. Para tal, foram pensadas três níveis de alturas, pode-se obeservá-los no Gráfico gabaritos do Projeto:
A - nível do pedestre, demarcado internamente nas quadras pela marquise (4 m), B - níveis médios, relaciona-se com o gabarito da região (16 m e 22 m), C e D - verticalização, proposta de adensar sem um alta taxa de ocupação, funcionam como marcos na cidade (34 m e 46 m).
GRÁFICO DA DINÂMICA DESEJADA COMO DIRETRIZ
GRÁFICO GABARITOS DO ENTORNO EXISTENTE
GRÁFICO GABARITOS DO PROJETO
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DIRETRIZES
Atores aos quais o projeto se dedica e medidas de adensamento O projeto se dedica a quatro principais tipos de ATORES: moradores “fixos” da região, os quais muito se relacionam com o território, pela sua maioria habitar e trabalhar na região, pensase também nos comerciantes e prestadores de serviços que trabalham na área, porém habitam em locais distantes. Para tal, foram pensadas tipologias de habitação próprias e de locação social, além de espaços de comércio social, dedicado a essas pessoas. Outros atores que se destacam no projeto são os integrantes do “Fluxo” e os imigrantes (muito presente por causa do comércio do Bom Retiro), tratam-se de populações flutuantes, por na maioria das vezes habitam o local por curtos períodos de tempo, passam apenas períodos. Para estes foram desenvolvidos espaços de acolhimento e assistência social, hotel social, habitações emergenciais e moradias terapêuticas. O projeto se propõe a não concentração dos diferentes atores, busca-se integrá-los por meio dos espaços livres e diferentes tipologias habitacionais espalhadas em todo terreno.
Tendo em vista a premissa inicial de adensamento do exercício, foram realizadas três DIRETRIZES DE ADENSAMENTO para o projeto, sendo elas de três escalas: baixo, médio e alto adensamento. Visando um projeto adequado não somente ao contexto geral, mas sim também à que o espaço se dedica e suas necessidade, optou-se por não adotar uma medida de adensamento única. Foram escolhidos então três parâmetros: - 650 habitantes/hectare - 850 habitantes/hectare - 1000 habitantes/hectare O primeiro (650 hab/ha) foi adotado no projeto do vazio urbano do Pátio Ferroviário, que é destinado não só ao adensamento da região, mas também a configuração de um espaço que apresente um programa diverso, com grandes estruturas educacionais, culturais, esportivas e de saúde. O segundo, parâmetro intermediário (850 hab/ ha), é proposto para a Quadra 01, permitindo, assim, que seja mantido o caráter comercial do local. Por fim, o terceiro parâmetro (1000 hab/há), dedica-se à Quadra 02, espaço limítrofe da Luz com a Favela do Moinho e sem um uso predominante. Devido a possibilidade de construir novos edifícios nos espaços gerados pelas demolições , explicadas adiante, e a presença de comércios e serviços nas quadras adjacentes, optou-se por dar um caráter habitacional e mais denso para essa quadra, atendendo as demandas do exercício. 18
DIRETRIZES
Programas do projeto
TIPOLOGIAS HABITACIONAIS:
- HIS e HMP - Moradia terapêutica - Hotel Social - Habitação emergencial
70% do total das edificações 15% do total das edificações 5% do total das edificações 10% do total das edificações
Dos 70% de HIS e HMP, divide-se em habitações de financiamento e locação social: - HIS Locação Social: 40% (28% dos 70%) - HIS Financiamento: 20% (14% dos 70%) - HMP Locação Social: 30% (21% dos 70%) - HMP Financiamento: 10% (7% dos 70%)
CENTRO DE SAÚDE:
- Centro especializado para dependentes químicos, tratamento psicológico - Unidade de Pronto Atendimento - Centro de Pediatria - Hospital veterinário
EDUCAÇÃO:
- Educação Ensino Fundamental e Médio - Educação Infantil e Creches - Cursos técnicos profissionalizantes - Educação de Jovens e Adultos (EJA)
CENTRO DE ESPORTE E CULTURA:
- Salas de dança, teatro e espressão corporal - Espaço de exposição e apresentações - Biblioteca e midiateca - Academia e Quadras poliesportivas (1 aberta e 1 coberta) 19
DIRETRIZES
Espaços livres
Como diretriz de projeto para as áreas livres foi adotado um módulo 5m x 5m, o qual pode ser configurado de diversas maneiras de acordo com a necessidade do local, conforme explica o esquema ao lado. Para uma melhor adequação, pode-se redividir os módulos pela metade, criando novos módulos 2,5m x 2,5m. São propostos 5 tipos de módulos diferentes que podem ter sua materialidade alterada de acordo com o espaço em que for implantado. A partir da associação de diferentes tipos de módulos é possível criar ambientes de diferentes tamanhos e caráter, qualificando os espaços livres de acordo com as especificidades do seu local de implantação. ÁREAS DE ESTAR Bancos, bicicletários, lixeiras, mobiliário para crianças, espaços lúdicos, etc. VEGETAÇÃO ALTA Árvores de médio e alto porte - diferentes espécies. VEGETAÇÃO BAIXA Vegetação rasteira e baixo porte - diferentes espécies. PISO PERMEÁVEL Concregrama BANHEIRO PÚBLICO E BEBEDOURO WC fixos e bebedouros de diferentes alturas (adultos, deficientes, crianças e animais).
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DIRETRIZES
Exemplo de como aplicar o módulo de espaços livres em projeto Rua central do projeto do Pátio Ferroviário
ÁREA DE ESTAR
VEGETAÇÃO ALTA E BAIXA
PISO PERMEÁVEL
ÁREA DE ESTAR
VEGETAÇÃO ALTA E BAIXA
BANHEIRO PÚBLICO E BEBEDOURO
Mobiliário urbano composto por banco com lixeiras embutidas. Piso: deck de madeira Módulo: 5m x 5m Presença de canaletas que direcionam o escoamento de água da rua central para as áreas de vegetação.
Árvores de alto e médio porte sombreando o espaço de estar. Vegetação rasteira, arbustos e flores. Módulo: 10m x 5m Recebem o escoamento de água da rua central.
Espaço de cruzamento, grande fluxo, área de circulação desimpedida. Piso: concregrama/ pisograma Módulo: 10m x 5m Funcionam como espaço de drenagem de água, mas também apresentam as canaletas que direcionam o escoamento de água da rua central para as áreas de vegetação.
Mobiliário urbano composto por banco com bicicletários e lixeiras embutidos. Piso: deck de madeira Módulo: 10m x 5m Presença de canaletas que direcionam o escoamento de água da rua central para as áreas de vegetação.
Árvores de alto e médio porte sombreando o espaço de estar. Vegetação rasteira, arbustos e flores. Módulo: 10m x 5m Recebem o escoamento de água da rua central.
Dois banheiro fixos Vegetação rasteira, (2m x 2m). arbustos e flores. Bebedouro de três Piso: grama. alturas diferentes. Módulo: 5m x 5m. Módulo: 5m X 5m. Recebem o Piso: bloco escoamento de de concreto água. intertravado. Presença de canaletas que direcionam o escoamento de água da rua central para as áreas de vegetação
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VEGETAÇÃO BAIXA
Projeto: Pรกtio Ferroviรกrio 610 habitantes/hectares CA = 1,75 TO = 40%
PÁTIO FERROVIÁRIO
Proposta de projeto
O Pátio Ferroviário, terreno de intervenção em comum, situa-se em uma região dotada de centralidade da cidade de São Paulo que, apesar da sua importância histórica, atualmente é classificada como vazio urbano associado a obsolescência do sistema de transporte ferroviário, ocupando de mudo subaproveitado uma área de 5,9 hectares. Devido ao caráter central do terreno, que age tanto como interface entre os Bairros Campos Elíseos e o Bom Retiro quanto como um ponto nodal no sistema de transporte de São Paulo, buscou-se aplicar um sistema de espaços livres e equipamentos de saúde, educação, esporte, cultura e apoio social denominado de “plug-in” que complementasse o programa desta região, uma vez que o grupo entende que a questão da habitação não se resume apenas à moradia.
ANTES
Figura acima: Imagem Google Maps, perspectiva do pátio ferroviário. Figura abaixo: Isométrica do Projeto
DEPOIS 24
PÁTIO FERROVIÁRIO
Planta Baixa - sem escala
TIPOLOGIAS HABITACIONAIS HIS/HMP Moradia Terapêutica Habitação Emergencial Hotel Social
OUTRAS TIPOLOGIAS Centro de Esporte e Cultura (galpão pré-existente) Educacional Centro de Acolhimento Centro de Saúde Galeria Comercial (pré-existente)
Local de associações sociais Restaurante popular
N
Banheiro/Banhos públicos
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PÁTIO FERROVIÁRIO
Usos: Antes da intervenção
Figura à direita: Mapa de Usos antes da intervenção. Sem Escala.
Comercial Cultural Educacional Industrial Institucional Lazer Misto Misto residencial Residencial Saúde Serviços Estacionamento Desocupado
N
ANTES 26
PÁTIO FERROVIÁRIO
Usos: Depois da intervenção O pátio ferroviário age como interface entre dois bairros com dinâmicas bem diferentes. Enquanto do lado oeste, Campos Elísios há uma variedade de usos maior, com predominância de comércios, serviço e habitação, do lado leste, Bom Retiro, predomina o comercio de vestuário. De modo geral, existem poucos equipamentos educacionais, esportivos, infantis e de saúde na região. Deste modo, o projeto propõe, nesta região, a criação de um espaço urbano complexo, com programas variados que atendam as carências do seu entorno. De modo a manter a presença de comercio e serviço no térreo, característica do entorno do terreno, optou-se por tipologias de uso misto, com habitações localizadas nos outros andares. Comercial Cultural Educacional Industrial Institucional Lazer Misto Misto residencial Residencial Saúde Serviços Estacionamento Desocupado
N
DEPOIS 27
Além disso, a variação de usos ocorreu pela implantação de edifícios de saúde, de educação, de esporte e de cultural, sendo que o edifício cultural tem um caráter popular que visa aproxima-lo da população local.
Figura à esquerda: Mapa de Usos depois da intervenção. Sem Escala.
PÁTIO FERROVIÁRIO
Gabaritos: Antes da intervenção
Vazio 0-2 andares 3 -5 andares 6 - 9 andares 10 - 14 andares
N
15+ andares Estacionamento Figura à direita: Mapa de Gabarito antes da intervenção. Sem Escala.
ANTES 28
PÁTIO FERROVIÁRIO
Gabaritos: Depois da intervenção A partir do levantamento de gabarito é possível perceber que, de modo geral, as quadras do entorno apresentam duas faixas de gabarito predominante de 0 a 2 andares e de 3 a 5 andares -, com algumas edificações com gabarito maior. Essa variação de gabaritos confere uma dinâmica ao desenho urbano, conforme exemplificado nas diretrizes, que o grupo buscou reproduzir, com as alterações pertinentes, no projeto do pátio ferroviário. Devido a proposta de adensamento da região, optou-se por aumentar o gabarito de modo que as faixas de gabarito predominante fossem de 3 a 5 andares e de 6 a 9 andares, com alguns prédios com gabarito maior. A única construção com menos de 3 andares é o complexo comercial voltado para a Rua José Paulino, que o grupo optou por manter sem alteração de gabarito. Vazio 0-2 andares 3 -5 andares 6 - 9 andares 10 - 14 andares
N
15+ andares Estacionamento Figura à esquerda: Mapa de Gabarito depois da intervenção. Sem Escala.
DEPOIS 29
PÁTIO FERROVIÁRIO
edificações removidas
A área de intervenção no vazio urbano do Pátio Ferroviário apresentava poucas edificações préexistente. Contudo, optou-se por remover as edificações em amarelo no mapa ao lodo devido a falta de informações sobre estas edificações e a má condição das edificações aos quais o grupo teve acesso. Já as edificações em cinza são prédios que, apesar de constarem na base cadastral a qual o grupo teve acesso, não existem mais, fazendo com que o desenho destas quadras esteja diferente do configuração atual delas. Enquanto a quadra A é atualmente ocupada pelo Teatro de Contêiner da Cia. de Teatro Mungunzá, a quadra B é ocupada por um estacionamento e uma tenda que funciona como uma Unidade de Atendimento Emergencial coordenada pela prefeitura.
B
edificações demolidas edificações diferentes do levantamento
Figura à direita: Planta sem escala, com edifícios demolidos destacados.
30
N
A
A
B
A imagem A ilustra o Teatro Contêiner Mungunzá, o qual foi mantido no projeto proposto, sem alterações. Enquanto na imagem B, pode-se ver o estacionamento e ao fundo a estrutura provisória da Unidade de Atendimento Emergencial do governo de São Paulo. As duas figuras e a imagem aérea C, ilustram as quadras que estão desenhadas de forma diferente na base cadastral obtida. Já a imagem D, tem por objetivo destacar no terreno de intervenção, a pa as edificações removidas.
Figuras A e B: imagens Google Street View
C
Figura C: imagem aérea Google Maps destacando a área de levantamento recente, diferente da base cadastral
D
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Figura D: Imagem área Google Maps, perspectiva da quadra, destacando as edificações removidas.
PÁTIO FERROVIÁRIO
Perspectiva geral
Figura à direita: Isométrica do projeto. Figura na página seguinte: planta do projeto sem escala para a indicação de cortes e perspectivas.
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PÁTIO FERROVIÁRIO
Indicação de Cortes e Perspectivas - sem escala
A E
3
E
C C
D
2
D F
1F
B A CORTE AA (páginas 36-37) CORTE BB (páginas 38-39) CORTE CC (página 42)
B
CORTE DD (página 46) CORTE EE (página 50) CORTE FF (página 41)
N
PERSPECTIVA 1 (página 43) PERSPECTIVA 2 (página 47) PERSPECTIVA 3 (página 51)
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CORTE AA
esc. 1:500
34
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CORTE BB
esc. 1:200
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DETALHAMENTO E CORTE FF
Relação entre a rua principal de pedestre, miolo de quadra e Rua José Paulino - esc. 1:200
N
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CORTE CC
esc. 1:200
40
PERSPECTIVA
Vista da rua principal central
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N
DETALHAMENTO
Área dedicada às crianças entre o edifício educacional, o restaurante popular e prédio de uso misto - esc. 1:200
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DETALHAMENTO
Relação entre o acesso ao terreno de projeto por escada ou elevador interno ao edifício, rua central e área esportiva - esc. 1:200 43
N
CORTE DD
esc. 1:200
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PERSPECTIVA
Área dedicada às crianças entre o edifício educacional, o restaurante popular e prédio de uso misto
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CORTE EE
esc. 1:200
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PERSPECTIVA
Acesso ao terreno de projeto pela Rua Professor Cesare Lombroso
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Projeto: Quadra 01 860 habitantes/hectares CA = 2,4 TO = 65%
QUADRA 01
Proposta de projeto A Quadra 01 localiza-se entre as ruas: R. do Triunfo, R. General Osório, R. dos Andradas e R. dos Gusmões. Além da presença de diversas lojas e outros estabelecimentos voltados para a área musical, esta quadra abriga a sede da Companhia de Teatro Pessoal do Faroeste, representado na fotografia da página 48. A proximidade com a Estação da Luz, a Estação Júlio Prestes e outros equipamentos importantes da região da Luz fazem com que essa área seja mais frequentada e dinâmica do que a Quadra 02, caráter este que a intervenção buscou manter. Na fotografia área da quadra, imagem em cima à direita, é possível perceber a configuração de quadra típica dessa região: prédios alinhados, sem recuo frontal e lateral e com pátios internos. Contudo, apesar da quadra ter um grande fluxo de pessoas, incluindo moradores, trabalhadores e visitantes, há uma grande presença de prédios subutilizados.
Figura acima: Imagem Google Maps, perspectiva da quadra. Figura abaixo: Isométrica esquemática do projeto.
Tendo como base esses levantamentos iniciais, a proposta de intervenção nesta quadra tinha como principal objetivo se aproveitar dos espaços criados pelas demolições para criar um pátio interno que servisse como respiro, fornecendo um espaço público de estar e convívio de qualidade para os moradores e a escola de música alocada na quadra - o mobiliário do pátio interno também funciona como palco e arquibancada para as apresentações da escola e a parede da escola voltada para o pátio pode funcionar como uma tela de projeção. Com o proposito de conectar o pátio interno às outras faces da quadra, também propôs-se um conjunto de ruas internas que oferecem caminhos mais agradáveis para os pedestres.
ANTES
DEPOIS 50
QUADRA 01
Planta Baixa - escala 1:500
741.6
742 742.5
742.9 742.1
LEGENDA Edifícios Propostos Figuras A, B, C e D: imagens Pré-Existentes Google Edifícios Street View
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QUADRA 01
Usos: Antes e Depois da intervenção A Quadra 01, assim como o seu entorno possui uma dinâmica bem diferente do Pátio Ferroviário e seu entorno, possuindo usos mais variados. Atualmente, o uso predominante é serviço, os usos comercio, residencial e misto residencial também são bastante expressivo. Nos levantamentos de campo percebeu que o serviço e comercio da quadra apresentam um caráter bem especifico: são voltados, em sua maioria, para o campo da música.
N Também percebeu-se nas visitas de campo que essa quadra possui um fluxo constante de pessoas em grande parte devido a esses comercio e as residências ali presentes. Deste modo, buscou-se manter os usos existentes, apenas trocando os usos exclusivos (residencial, comercio e serviço) por usos ANTES mistos, mantendo, assim, o caráter comercial e de serviço da quadra ao mesmo tempo em que se promovia o adensamento habitacional.
Figuras à direita: Mapas de Usos antes e depois da intervenção. Sem Escala.
Comercial Cultural Educacional Industrial Institucional Lazer Misto Misto residencial Residencial Saúde Serviços Estacionamento Desocupado
Educacional (edifício proposto)
Misto residencial (edifício proposto)
N
DEPOIS 52
QUADRA 01
Gabaritos: Antes e Depois da intervenção E
N
ANTES
E
Assim como já percebido nos levantamentos do Pátio Ferroviário, esta quadra e o seu entorno possuem gabarito médio predominante de 0 a 2 andares. Além deste gabarito, existem prédios na faixa de 3 a 5 andares e um prédio com gabarito na faixa de 10 a 14 andares, que age como elemento de destaque na quadra devido a sua diferença de altura com o entorno. Como o projeto busca aumentar a densidade das áreas de intervenção, os edifícios propostos possuem gabaritos maiores do que os existentes, optando-se pela faixa de 6 a 9 andares. Contudo, teve-se o cuidado de não colocar gabaritos muito altos que não conversassem com as pré-existências e o entorno. O único prédio proposto com gabarito menor é a escola de música que possui 3 andares. A adoção desta faixa de gabarito também se deu pelo fato de os prédio propostos estarem localizados próximos das passagens dos pátios internos, garantindo que esses prédios tenham circulação e recebam luz, sem bloquear a vista ou a circulação de ar dos prédios vizinhos já existentes.
2
Vazio
1 2
0-2 andares 2
3 -5 andares 6 - 9 andares 10 - 14 andares
N
15+ andares Estacionamento
DEPOIS 53
3 - 5 andares (edifício proposto) 6 - 9 andares (edifício proposto) 1. 3 andares (Térreo + 2) 2. 6 andares (Térreo + 5) Figuras à direita: Mapas de Gabaritos antes e depois da intervenção. Sem Escala.
QUADRA 01
edificações removidas
Figura acima: Planta esc. 1:1000, com edifícios demolidos destacados. Figura abaixo: Imagem Google Maps, perspectiva da quadra.
A Quadra 01 possui, conforme os levantamentos apresentados, um caráter predominante comercial e de serviços e um gabarito médio de 0 a 2 andares, fazendo com que a quadra possuísse originalmente uma baixa densidade habitacional. Para a intervenção, foram removidas as edificações destacadas na planta, em escala 1:1000, em cima à direita. A partir da vista aérea, imagem em baixo à direita, pode-se notar a presença de vazios no miolo de quadra. Os edifícios retirados foram demolidos por considerar que eles não contribuíam de modo positivo para a configuração urbana desejada para área, visto que esses edifícios ou eram subutilizados, estando inclusive abandonados, ou em péssimas condições. De modo a não descaracterizar a área, o propõese que a manutenção dos usos existentes atualmente nas novas construções. Muitas das construções demolidas apresentam uso misto residencial, de modo a atender esses moradores e gerar o menor impacto possível, parte das habitações criadas com as novas construções são destinadas para anteder esta demanda. Mesmo com uma quantidade de remoção significativa, o projeto desta quadra se justifica ao integrar os edifícios existentes com os novos, respeitando e mantendo os mesmos usos e melhor utilizando partes desse terreno que estavam sendo subutilizadas para construir um espaço de maior qualidade urbana.
B
A
C
N
D
A C
54
B
A
B
C
As imagens à esquerda ilustram as fachadas das edificações removidas com a intervenção. Optou-se por retirar o conjunto da imagem A devido a seu baixo gabarito, apenas um pavimento térreo, e ao estado de conservação médio. Apresentam um uso comercial ativo ligado à música, no projeto foram destinadas espaços para realocar essas lojas. Já o prédio da imagem B trata-se de um local de armazenamento com um grande estacionamento no fundo do lote. É possível ver o vazio urbano gerado por este estacionamento da página anterior. Devido a essa subutilização do terreno, que não promove a ativação do espaço, optou-se por demolir essa edificação. A imagem C representa as únicas construções de uso exclusivo residencial da quadra: um cortiço em condições precárias. Devido ao péssimo estado de conservação do conjunto, optou-se pela remoção dos prédios para construção, no mesmo local, de habitações de qualidade para esta população. Por fim, os prédios da imagem D foram removidos por estarem fechados, em desuso, ou por servirem de estacionamento. A maioria destas edificações apresentam baixo gabarito, se restringindo a apenas um ou dois pavimentos.
D
55
Figuras A, B, C e D: imagens Google Street View.
DETALHAMENTO
esc. 1:200
741.6
N
56
QUADRA 01
Corte GG - esc. 1:200
57
QUADRA 01
Perspectiva do Detalhamento
58
59
Projeto: Quadra 02 1300 habitantes/hectares CA = 3,6 TO = 50%
QUADRA 02
Proposta de Projeto
Figura acima: Imagem Google Maps, perspectiva da quadra. Figura abaixo: Isométrica esquemática do projeto.
A Quadra 02 é delimitada pelas Alameda Dino Bueno, a Alameda Ribeiro da Silva e a linha férrea da CPTM, possuindo uma configuração triangulas. Devido a linha férrea e o muro que a separa das quadras no seu entorno, as duas alamedas que delimitam a quadra acabam nelas, fazendo com que a quadra se configure como uma ‘ilha’ de acesso reduzido. Durante as visitas de campo percebeu-se que existe um baixo fluxo de pedestre e de carro nas adjacências da quadra, apesar de existir uma presença considerável de pessoas em situação de rua no local, em especial na esquina formada pelo cruzamento entre as duas alamedas, principalmente devido ao restaurante popular localizado na quadra ao lado, Outro ponto importante a se levar em consideração na análise e intervenção nesta quadra é a sua proximidade com a Favela do Moinho, separa da quadra apenas pela linha férrea e seu muro. Reconhecendo-se a situação de vulnerabilidade social dos moradores da favela, considerou-se que essa população também deveria ser atendida, pelo menos parcialmente pelas intervenções realizadas. A partir das análises realizadas, optou-se por demolir grande parte dos prédios existentes, mantendo apenas dois. Devido a essas demolições criou-se um amplo espaço livre para o desenho de novas propostas para a quadra. Levando em consideração essas questões já expostas, optou-se por fazer um projeto no qual os prédios estavam alinhados com o limite da quadra, conforme a morfologia do bairro, mas afastando o prédio alinhado com a linha férrea do muro existente de modo a criar uma cinta verde que conecta-se as extremidades das duas alamedas e permitisse a passagem de uma ciclovia. Esta alteração tem como objetivo integrar esta quadra às outras regiões mais dinâmicas do bairro, incentivo o fluxo nela. Além disso, propôs-se um pátio interno que incentivasse o fluxo pelo meio da quadra ao mesmo tempo em que oferecesse um espaço de estar qualificado para as pessoas que atualmente usam o espaço da rua como espaço de estar. Por fim, o projeto estabeleceu como diretriz a implantação de uma passagem elevada que conectasse a Alameda Dino Bueno à Visconde de Taunay, passando pela Favela do Moinho, de modo a garantir que a população da favela também tivesse acesso aos espaços e equipamentos criados pela intervenção. Acesso este que hoje é dificultado pela presença de apenas um acesso para a favela, pela Avenida Rio Branco.
ANTES
DEPOIS 62
QUADRA 02
Planta Baixa - esc. 1:500 733.1 733.5
736 736.5 736.1
LEGENDA Edifícios Propostos
63
Edifícios Pré-Existentes
QUADRA 02
Usos: Antes e Depois da intervenção
Através da análise do Mapa de Usos de antes da intervenção, figura à direita em cima, percebe-se que a Quadra 02 tem uso predominante de serviço, com apenas quatro prédios destinados a habitação (dois de uso habitacional exclusivo e dois mistos). A partir da visita do local, percebeuse que a maioria dos serviço são ou estacionamentos, oficinas mecânicas ou galpões. Devido a posição de interface com a Favela do Moinho que essa quadra ocupa, a predominância e a quase uniformidade N do uso de serviços é algo empobrecedor para a urbanidade da região. Deste modo, propõem-se a diversificação dos usos e o aumento da quantidade de habitações no loca, seguindo as diretrizes estabelecidas para o Pátio Ferroviário e a Quadra 1. Além dos comércios e serviços, que também buscam ANTES atender os usos dos prédios demolidos, e das habitações, propõem-se uma edificação de habitação emergencial, um hotel social e um centro de acolhimento com biblioteca, de modo a fragmentar pela área de intervenção o programa levantando pelo grupo.
Figuras à direita: Mapas de Usos antes e depois da intervenção. Sem Escala.
Comercial Cultural Educacional Industrial Institucional Lazer Misto Misto residencial Residencial Saúde Serviços Estacionamento Desocupado
Misto (edifício proposto) Misto residencial (edifício proposto) Residencial (edifício proposto) N
DEPOIS 64
QUADRA 02
Gabaritos: Antes e Depois da intervenção
E
E
E
N E ANTES
1
1 3
2 4
Vazio
2 3
Em concordância com as principais atividade desenvolvidas no local, o gabarito médio da Quadra 2 é de 0 a 2 andares, sendo que apenas uma edificação se destaca desse gabarito - a torre residencial de 11 pavimentos localizada na esquina leste da quadra. Este também é o gabarito médio do entorno, juntamente com a faixa de 3 a 5 andares. Devido a já existência de um prédio de gabarito elevado e da proximidade com a ferrovia, que garante um distanciamento de outras quadras, optou-se por adensar essa quadra elevando o gabarito. O gabarito médio adotado para a quadra foi a faixa da 6 a 9 andares, sendo que os prédios localizados ao lado das pré-existências mantidas têm o mesmo gabarito destas edificações. Deste modo, existem dois grupos de prédio com gabaritos diferentes do gabarito médio: um grupo que fica na faixa de 3 a 5 andares e outro que fica na faixa de 10 a 14 andares. Com esta variação de gabaritos conseguiu-se repetir a dinâmica de desenho do restante do projeto. Além disso, com a verticalização, além de ter-se aumentado a densidade da quadra, liberou-se espaços livres que foram usados para a qualificação da quadra.
E
1
0-2 andares 3 -5 andares 6 - 9 andares 10 - 14 andares
N
E E
DEPOIS
15+ andares
3 - 5 andares (edifício proposto) 6 - 9 andares (edifício proposto) 10 - 14 andares (edifício proposto)
Estacionamento 1. 7 andares (Térreo + 6) 3. 5 andares (Térreo + 4) 2. 11 andares (Térreo + 10) 4. 3 andares (Térreo + 2) 65
Figuras à direita: Mapas de Gabaritos antes e depois da intervenção. Sem Escala.
QUADRA 02
edificações removidas
Figura acima: Planta esc. 1:1000, com edifícios demolidos destacados. Figura abaixo: Imagem Google Maps, perspectiva da quadra.
A
No que concerna as demolições, na Quadra 02 foi tomada uma medida mais drástica do que nas outras áreas do projeto. Contudo, de acordo com as diretrizes elaboradas por esse grupo, essas demolições se justificam apesar de parecerem extremamente violentas e agressivas a primeira vista. Essa decisão deve-se ao fato de que algumas das construções presentes nesta quadra estavam fechadas para a rua, como pode-se observar nas imagens C e D na página seguinte, não havendo qualquer diálogo dessas edificações com a cidade. Já as edificações apresentadas nas imagens E, F e G se configuram como estacionamentos e oficinas térreas, de modo que o terreno ocupado por elas seja considerado subutilizado em face da proposta de adensamento da região. Por fim as construções ilustradas nas imagens A e B foram removidas por não apresentarem nem uso, nem arquitetura expressante. Para além das remoções de edificações, também foi proposta uma alteração do sistema viário na retirada do trecho sem saída da Rua Alameda Cleveland, ilustrado pela imagem H, aumentando a extensão da quadra. A proposta dessa quadra, ao contrário da quadra 01, foi de transformar o uso predominante de serviços em um uso predominante habitacional, de modo que essa quadra também pudesse atende uma demanda de habitação proveniente da Favela do Moinho. Conforme apresentado nos levantamentos, a Quadra 02 é quase que exclusivamente de serviço, existindo apenas dois prédios destinados a habitação. Deste modo, as demolições também se justificam diante a necessidade de se criar habitações e de se adensar a região. Contudo, como a maioria das edificações estão em usos, também propõem-se que os serviços e comércios retirados sejam realocado no térreo das construções propostas.
B H
C G
F
D E N
E
66
C
D F G
B
A
A
E
B
F
C
G
D
67
H
Figuras A, B, C, D, E, F, G e H: imagens Google Street View
QUADRA 02
Corte HH - esc. 1:200
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QUADRA 02
Perspectiva - Vista da marquise e do miolo de quadra
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