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Geovanna Amin Freitas

Geovanna Amin Freitas

Geovanna Amin Freitas GEOVANNA AMIN FREITAS

Pousada na ilha palmares Pousada na ilha palmares Pousada

Geovanna Amin Freitas

Geovanna Amin Freitas

na ilha palmares

POUSADA Pousada ILHA PALMARES

na ilha palmares

Geovanna Amin Freitas

Pousada na ilha palmares Pousada

Geovanna Amin Freitas

2015

Pousada

na ilha palmares



CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO UNISEB

POUSADA NA ILHA PALMARES, NO RIO GRANDE

GEOVANNA AMIN FREITAS

RIBEIRÃO PRETO 2015


“Acredito que as coisas podem ser feitas de outra maneira, que a arquitetura pode mudar a vida das pessoas, e que vale a pena tentar.” Zaha Hadid – Arquiteta Iraquiana


GEOVANNA AMIN FREITAS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Centro Universitário UNISEB como requisito para a obtenção do Título de Graduação Arquitetura e Urbanística. Orientador: Prof. Ms. Roberto Luiz Ferreira.

RIBEIRÃO PRETO 2015



DEDICATÓRIA AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus, criador e mantenedor de todas as coisas, e à minha família, em especial a meu pai Heliberto e a minha mãe Edilaine, que me deram seu amor incondicional e todo apoio nessa jornada e ao meu namorado pela sua compreenção.

Agradeço a Deus, à meu orientador Msc. Roberto Luiz Ferreira pela paciência e efetividade com que me conduziu nesse trabalho. A todos que colaboraram com e execução desse trabalho, meus sinceros agradecimentos.



RESUMO

No mundo já degradado pelo homem, os cuidados com o meio ambiente são hoje vistos como essenciais para a sobrevivência das futuras gerações. Sendo assim, os projetos arquitetônicos e urbanísticos devem ter como meta as construções que minimizem os impactos ao meio ambiente e à sociedade como um todo. Esse trabalho acadêmico, se utilizando de projetos já existentes que lhe serviram como base, contempla o projeto arquitetônico de uma pousada em uma ilha localizada no Rio grande, no município de Miguelópolis, São Paulo, projeto esse elaborado com base no tripé da sustentabilidade, ou seja, do desenvolvimento econômico, da preservação ambiental e da equidade social, buscando o desenvolvimento local através de um empreendimento que possua impactos mínimos sobre a natureza, e que se utiliza de mão de obra local.

ABSTRACT

In the world already degraded by man, the cares with the environment are now considered essential for the survival of future generations. Thus, the architectural and urban projects should aim buildings that minimize impacts on the environment and society as a whole. This academic work , using existing projects that served him as a basis , includes the architectural design of an inn on an island located in the Rio Grande in the municipality of Miguelópolis , São Paulo, a project that developed based on the triple bottom line , or that is, economic development , environmental protection and social equity , pursuing local development through a project that has minimal impact on nature, and that makes use of local labor .



lista de siglas lista de sites de referência

http://netnature.wordpress.com http://vsarquitetura.com.br http://atitudessustentaveis.com.br http://www.archdaily.com.br/br

CMMAD - Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento PNUD - Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento. SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2015/05/brasil-ganharaprimeira-fabrica-de-paineis-solares-fotovoltaicos/26278 http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2014/familias-de-baixa-renda-vaoeconomizar-70-de?tag=energia

http://www.vsarquitetura.com.br/arq_res04.html

http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/4687-uso-do-restritor-devazao-ajuda-a-economizar-agua/

http://www.sjc.sp.gov.br

http://sustentarqui.com.br/produtos/arejador-para-torneira/

http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=3146

http://condominiosustentavel.org/boas-praticas/13-agua/50-agua-torneiras-comarejador

http://ca.abril.com.br https://s-media-cache-ak0.pinimg.com http://www.turismo.sp.gov.br/regioes/regioes-turisticas. html (adaptado) http://www.planejamento.sp.gov.br http://www.guiadecachoeiras.com.br http://www.turismoemsaopaulo.com/images/stories/ turismo-de-esporte-e-aventura.jpg http:// www.cidadespaulistas.com.br/prt/img/mp-lagos.jpg http:// www.rifaina.sp.gov.br

http://www.ecologicconstrucoes.com.br/aproveitamento-de-agua-da-chuva-ereuso-de-aguas-cinzas/ http://ecohospedagem.com/um-exemplo-pratico-da-gestao-dos-residuos-de-emum-hotel/ http://ecohospedagem.com http://www.domosolar.net/domotica/o-que-e-um-painel-fotovoltaico/ http://logficamaxtec.webnode.com.br/energia-renovavel/paineis-fotovoltaicos/ http://issuu.com/priscillaliberalidotta/docs/tfg_1_-_priscilla_liberali_dotta_-_ http://www.soletrol.com.br/educacional/comofunciona.php


lista de sites de figuras

FIG. 01 - Os passos que a evolução humana tomou |17 FIG. 02 - Vista do pôr do Sol em Miguelópolis no rancho do Tim Amin |18 FIG. 03 - Vista do pôr do Sol em Miguelópolis no Rio Grande |18 FIG. 04 - Vista do pôr do Sol em Miguelópolis no rancho Pingo de Ouro |19 FIG. 05 - Vista do pôr do Sol em Miguelópolis no Rio Grande |19 FIG. 06 - Vista do pôr do Sol em Miguelópolis no rancho do Nilson |19 FIG. 07 - Arquitetura Sustentável |21 FIG. 08 - Imagem da capa do livro Vila Barulho d’água |22 FIG. 09 - Imagem de satélite da Ilha Palmares |23 FIG. 10 – Suítes |23 FIG. 11 - Cozinha e varanda |23 FIG. 12 - Sustentabilidade Ambiental-Desenvolvimento e proteção |24 FIG. 13 - Painéis Fotovoltaicos |28 FIG. 14 - Aquecedor Solar |28 FIG. 15 - Restritores de vazão |29 FIG. 17 - Efeito do Restritores de vazão |29 FIG. 17 – Arejadores |29 FIG. 18 - Desenho de sistema de captação para água pluvial e de reuso |30 FIG. 19 - Caixa de descarga Dual Fluxo |31 FIG. 20 - Mini Usina de Tratamento de Compostagem |31 FIG. 21 - Mini Usina de Tratamento de Esgoto |31 FIG. 22 - Vila Barulho D’Água |32 FIG. 23 - Casa de Campo |32 FIG. 24 - Posição dos módulos em relação ao terreno |34 FIG. 25 - Módulos dos Hóspedes e Suíte casal |34 FIG. 26 - Vista do Pavilhão Social |35 FIG. 27 - Foto do Módulo dos dormitórios |35 FIG. 28 - Planta baixa do Módulo Social, Suíte casal e Hóspedes |35 FIG. 29 - Vista panorâmica de São Francisco Xavier |37 FIG. 30 - Vista da Casa de Campo Suspensa |34


FIG. 31 - Vista panorâmica da Casa de Campo e o entorno |37 FIG. 32 - Desenho da elevação e Corte AA |38 FIG. 33 - Parte traseira da construção |38 FIG. 44 - Parte traseira da construção |38 FIG. 35 - Vista interna da casa - Sala de Jantar e Estar |38 FIG. 36 - Beirais largos que permitem a circulação por fora |38 FIG. 37 - O terraço que funciona como um mirante |38 FIG. 38 - A sala |38 FIG. 39 - Implantação da casa |38 FIG. 40 - Os primórdios do turismo e da hospedagem |42 FIG. 41 - Antiga estalagem servindo refeições |42

FIG. 58 - Quermesse em Louvou a São Miguel Arcanjo |53

FIG. 42 - Hotel Avenida (RJ) |44

FIG. 59 - Vista aérea de alguns ranchos |53

FIG. 43 - Mapa de macros de Macros e Regiões Turísticas do Estado de São Paulo FIG. 60 - Uso do solo no entorno da Ilha Palmares |54 |49 FIG. 61 - Ilha da usina colorado |54 FIG. 44 - Mapa da região administrativa de Franca |50 FIG. 62 - Frente a Ilha Palmares |54 FIG. 45 - Cachoeira Véu da Noiva |50 FIG. 63 - Ilha pública |54 FIG. 46 - Cachoeira Joãozão |50 FIG. 64 - Acesso da cidade ao Rio Grande |54 FIG. 47 - Arborismo em Cristais Paulista |50 FIG. 65 - Entrada ao Clube |55 FIG. 48 - Mapa dos municípios que compõem o circuito dos lagos |50 FIG. 66 - Entrada da Marina |55 FIG. 49 - Poços do Bom Jesus |51 FIG. 67 - Via de alguns ranchos |55 FIG. 50 - Praia artificial de Rifaina |51 FIG. 68 - Começo da via |55 FIG. 51 - Estação Histórica da Companhia Mogiana |51 FIGs 69 - Vista da mata nativa no setor Oeste |57 FIG. 52 - Cachoeira do Fredo |51 FIGs 70 - Vista da mata nativa no setor Leste |57 FIG. 53 - Localização do município de Miguelópolis |52 FIG. 71 – Implantação |58 FIG. 54 - Vista panorâmica da Praia Artificial Ayrton Senna e Prima Vera Praia e FIG. 72 - Chalés tipo 1 atrás e tipo 2 á frente |59 Clube |52 FIG. 73 - Bar e Recepção, Restaurante principal e Área de lazer |59 FIG. 55 - Praia Artificial Ayrton Senna |53 FIG. 74 - Chalés tipo 3 e tipo 4 |59 FIG. 56 - Carnaval de rua |53 FIG. 75 – Pier |59 FIG. 57 - Recinto da Festa do Peão de Boiadeiro |53


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO|16 2.

JUSTIFICATIVAS|18 2.1 Sociocultural |19 2.2 Acadêmica |19 2.3 Local |19

3.

OBJETIVOS|20 3.1 Objetivos gerais |21 3.2 Objetivos específicos |21

4.

METODOLOGIA|22

5.

DESENVOLVIMENTO|24 5.1 Sustentabilidade |25 5.2 Sustentabilidade e a Arquitetura |26 5.3 Construções Sustentáveis |27 5.4 Conceitos de Sustentabilidade aplicados no Projeto |27 5.4.1 Tecnologias e soluções sustentáveis para geração, economia de energia |28 5.4.2 Tecnologias e soluções sustentáveis para economia de água |28

6.

REFERÊNCIA PROJETUAL|32 6.1 Vila Barulho D’ água |33 6.1.1 Informações sobre o projeto |33 6.1.2 Descrição do projeto |34 6.1.3 Partido Arquitetônico observado no projeto |35 6.1.4 Resultados observados no projeto |36 6.2 Casa de Campo Suspensa |37 6.2.1 Informações sobre o projeto |37 6.2.2 Descrição do projeto |37 6.2.3 Partido Arquitetônico observado no projeto |41 6.2.2 Resultados observados no projeto |41


7.

8.

9.

CONCEITUANDO HOTELARIA|42 7.1 Hotelaria - um apanhado histórico |43 7.1.1 Hotelaria no mundo |43 7.1.2 A Hotelaria no Brasil |44 7.2 Classificações Hoteleira |45 7.2.1 Quanto à Categoria |45 6.2.2 Quanto à Tipologia |46 7.3 Pousada |47 O TURISMO|48 8.1 O Turismo no Estado de São Paulo |49 8.2 O Circuito dos Lagos |50 8.2.1 O Município e Miguelópolis |52 8.2.2 Acesso ao Rio Grande e a Ilha Palmares |54 8.3 A Ilha Palmares |56 O PROJETO ‘‘POUSADA NA ILHA PALMARES|58 9.1 Implantação do Projeto |58 9.2 Bar Café e Recepção |60 9.3 Restaurante Principal |64 9.4 Chalés |68 9.5 Área de Lazer |74 CONSIDERAÇÕES FINAIS|77 REFERÊNCIAS|78


INTRODUÇÃO

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01


Oser

de quem quer se afastar da correria do dia-dia, tem o dom de promover aos seres humanos essa condição de descanso e diversão. Ao mínimo contato do indivíduo com plantas ou com elementos naturais como uma piscina, por exemplo, faz com que esse momento se torne prazeroso o suficiente para quebrar a rotina do trabalho, do estudo ou de quaisquer outras atividades Na busca do lazer e do descanso, é muito comum as diárias. pessoas buscarem formas de diversão em ambientes Nos últimos anos no mundo, a conscientização que não sejam de seu convívio cotidiano, e assim, sobre o turismo ecológico tenham levado os turistas a as viagens turísticas se fazem uma ótima opção de natureza, na qual querem se hospedar e desfrutar seus recreação e descanso. A natureza, principal destino humano sempre procura melhorar sua qualidade de vida. Ele é possuidor de várias necessidades, como a necessidade de se alimentar, as suas necessidades fisiológicas, a necessidade de se socializar, necessidade de dormir e descansar e a necessidade de lazer.

momentos de desncaso e lazer em algum local que seja próximo à natureza, como praias, fazendas, hotéis compestres, dentre outras formas de hospedagem que tenham o contato com um ambiente em sua forma natural. Mas como fazer uso dessa natureza e não degradála? A resposta está na palavra sustentabilidade. Essa palavra está muito popular hoje em dia, as pessoas estão se conscientizando da necessidade de cuidar do meio ambiente, pois o planeta se encontra degradado pelas ações do homem, em que ele permite ou mesmo faz com que a natureza seja destruída com desmatamentos, despejo de materiais poluentes em nossos rios, e na atmosfera. Essa poluição faz com que a vida nas grandes cidades fique insuportável, e faz com que o mesmo homem que degradou e degrada a natureza a busque para ter mais qualidade de vida. Pensando nessa linha de hospedagem, que leva em conta o cuidado como meio ambiente enquanto se faz funcional e confortável, trataremos neste trabalho acadêmico sobre o projeto arquitetônico e paisagístico de uma pousada em uma ilha situada no Rio Grande, no município de Miguelópolis, São Paulo, que terá como princípois básicos a sustentabilidade e o contato íntimo com a natureza. A essas características serão unidas as características da hotelaria campestre, considerando a grande área verde, com às possibilidades das diversões aquáticas nas calmas águas do Rio Grande e ao potencial turístico do município, conhecido como a ‘‘Capital do Tucunaré’’, peixe bastante pescado na região e grande atrativo para os turistas que praticam esporte da pesca esportiva.

FIG. 01 - Os passos que a evolução humana tomou Fonte:netnature.wordpress.com

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FIG. 02 - Vista do pôr do Sol em Miguelópolis no rancho do Tim Amin

JUSTIFICATIVAS

Fonte: Cauê Jorge

FIG. 03 - Vista do pôr do Sol em Miguelópolis no Rio Grande Fonte: Cauê Jorge

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2.1 Sociocultural FIG. 04 - Vista do pôr do Sol em Miguelópolis no rancho Pingo de Ouro Fonte: Arquivo pessoal

FIG. 05 - Vista do pôr do Sol em Miguelópolis no Rio Grande Fonte: Arquivo pessoal

Este trabalho se justifica inicialmente pelo apelo social e cultural que o tema contém, ja que a Sustentabilidade foi também abordada neste trabalho. O ser humano, em busca do progresso e dos lucros a qualquer custo, atingiu níveis alarmantes de irresponsabilidade em relação ao planeta e aos própios seres humanos que o habitam. Os homens destruíram, degradaram, e levaram o planeta à beira de um colapso ambiental, fazendo com que pessoas no mundo inteiro pagassem pela sua irresponsabilidade com o meio ambiente, levando o mundo á beira do caos social, ja que vemos pessoas vivendo em condições desumanas, ficando sem o mínimo necessário para ter uma vida digna. Sendo assim, o projeto arquitetônico que se preocupa com o meio ambiente possui elementos suficientes para se justificar.

2.2 Acadêmica Busca-se elaborar um projeto arquitetônico de formas simples, porém eficientes, com a utilização de materiais e processos de construção que minimizem a agressão ao meio ambiente, permitindo assim uma construção limpa e sustentável, e que seja desenvolvida do ponto de vista energético, com a utilização de fontes limpas de geração de energia, além da captação de luz e ventilação naturais. Também com a intenção que o projeto seja integrado com o meio ambiente e que leva em conta o turismo regional.

FIG. 06 - Vista do pôr do Sol em Miguelópolis no rancho do Nilson Fonte: Arquivo pessoal

2.3 Local Se justifica ainda na necessidade do município ter à sua disposição uma estrutura hoteleira que permita aos seus turistas uma hospedagem de qualidade em um lugar prazeroso onde o contato com a natureza se interage com o indivíduo, e, claro, de forma sustentável, pois Miguelópolis é um local com grandes possibilidades turísticas pelas suas belezas naturais.

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OBJETIVOS

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03


3.1 Objetivos gerais A arquitetura sustentável é uma solução que permitirá levar o planeta à sua recuperação da degradação ambiental encontrada atualmente, esse trabalho acadêmico tem como objetivo geral chamar a atenção dos arquitetos ou futuros arquitetos para a sustentabilidade como uma alternativa para enfrentarem o problema ambiental e, por consequência, social que essa degradação provoca.

O trabalho objetiva também, servir como uma fonte a mais de consulta para profissionais e futuros profissionais que desejam saber mais sobre a elaboração de projeto arquitetônico sustentável que utilize materiais e técnicas de construção que minimizem os danos ao meio ambiente, aplicando algumas técnicas de ventilação e iluminação naturais e de geração de energia que utilize fontes ecologicamente corretas, enfim, com impactos ambientais tratados e reduzidos.

21

3.2 Objetivos propostos • Apresentar a região de Miguelópolis/SP, bem como seu turismo regional; • Descrever sobre a arquitetura de hospedagem, enfatizando-se a de pousada; • Elaborar um projeto arquitetônico para uma pousada na cidade de Miguelópolis/SP, enfatizandose o respeito pelo meio ambiente; • Elaborar pesquisa sustentabilidade;

sobre

o

assunto

• Fazer entender o apelo turístico de Miguelópolis, São Paulo; • Explanar sobre a necessidade empreendimentos sustentáveis na localidade;

de

• Analisar projetos arquitetônicos e urbanísticos que tenham a sustentabilidade como norte ou similaridades com o projeto pretendido; • Promover o desenvolvimento econômico do município, através da geração de empregos pela contratação de mão de obra local, além do incentivo do consumo local de produtos e serviços pelos turistas.

FIG. 07 - Arquitetura Sustentável Fonte: as boas novas.com


FIG. 08 - Imagem da capa do livro Vila Barulho d’água Fonte: vsarquitetura.com.br

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A metodologia básica que será utilizada na elaboração desse trabalho acadêmico será a pesquisa bibliográfica, utilizando-se a teoria de diversos autores que tratam dos assuntos da sustentabilidade. Como exemplos Romero (2000), Corbella (2013), Fraga (2003), OMT - Organização Mundial do Turismo (2003), dentre outros que são menos importantes.

METODOLOGIA

Serão utilizados também livros e artigos sobre o assunto e materiais publicados na internet, esses materiais são coincidentes com a linha de pensamento que será aplicada nesse trabalho acadêmico, ou seja, a sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente, hotelaria e materialidade.

04

Serão analisados referências projetuais que tenham afinidades com o projeto pretendido da construção de uma pousada em uma ilha fluvial, projetos esses que deverão ter como pilares a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, assim como a praticidade da construção e a hospedagem com qualidade e conforto.


FIG. 10 - Suítes

Fonte: Arquivo pessoal

A parte prática será caracterizada pela elaboração de um projeto arquitetônico de uma pousada em uma ilha, local observado na figura 09, causando o mínimo de danos á vegetação natural, passando pela utilização de materiais também ecologicamente correto, como madeiras de reflorestamento ou placas de OSB confeccionadas a partir de retalhos de madeira, chegando á possibilidade de utilização de mão de obra 23 local, permitida a partir da simplicidade do projeto.

FIG. 09 - Imagem de satélite da Ilha Palmares Fonte: Google maps

FIG. 11 - Cozinha e varanda

Fonte: Arquivo pessoal

Na Ilha Palmares, objeto de nosso projeto, hoje é existente uma estrutura residencial utilizada em temporadas, composta por uma casa de construção simples (rancho) em alvenaria conforme podemos observar nas figuras 10 e 11. Essa construção será demolida para dar lugar ao projeto da pousada, a fim de que, ao se utilizar uma área já limpa, sejam reduzidos os danos ao terreno e à natureza que a rodeia.


A fim de promover um pouco mais do conhecimento sobre o que se pretende com relação ao projeto a ser desenvolvido neste trabalho acadêmico, a seguir trataremos em linhas gerais dos principais conceitos envolvidos no trabalho arquitetônico, a fim de fundamentar a nossa linha de pensamento.

Serão demonstrados alguns detalhes e premissas que foram levadas em consideração quando da opção pelo tema e pela localidade escolhidos para servirem como base para o nosso projeto.

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FIG. 12 - Sustentabilidade Ambiental-Desenvolvimento e proteção

DESENVOLVIMENTO

Fonte: atitudessustentaveis.com.br

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5.1 Sustentabilidade

Nos grandes centros urbanos, frequentemente encontramos rios poluídos, ar poluído, alagamentos causados pela impermeabilidade do asfalto e do concreto dos calçamentos, além da poluição sonora, promovendo uma verdadeira matança pelos danos que essas poluições causam à saúde do ser humano.

Na busca pelo progresso e pelos lucros, as ações do homem têm destruído a natureza implantado cidades, fábricas, plantações, pastagens para criação de gado, garimpos dentre outras atividades, desmatando e poluindo tudo em volta, sem ter nenhuma preocupação Mello (2000) em seu artigo “Complexidade com o que essas modificações poderiam trazer ao meio ambiente e ao ecossistema da região agredida. e sustentabilidade”, para a “Revista Estudos Ambientais”, nos informa que vários fatores podem Essa degradação se torna mais visível nas cidades. ser responsáveis pelos problemas causados ao meio ambiente, sendo que dentre eles podemos listar o crescimento acelerado da população, a urbanização também acelerada, a industrialização, a poluição ou ainda de forma mais grave, o colapso dos recursos naturais.

Neste sentido, podemos observar que existe uma ligação entre essas variáveis que provocaram, até aqui, a degradação do meio ambiente. Com a industrialização ocorreu também o crescimento populacional no decorrer das indústrias, gerando uma urbanização espontânea, sem planejamento algum.

de compromissos internacionais, uma solução para a crescente degradação ambiental no mundo, e desses encontros surgiram vários documentos estabelecendo metas e responsabilidades, sendo que dentre eles destacaram-se em 1971 o Relatório “Limites do Crescimento” do Clube de Roma, em 1972 a Conferência Mundial de Estocolmo, em 1987 o Relatório “Nosso Futuro Comum” ou relatório de Brundtland, em 1992 a Agenda 21, da Conferência da ONU Organização das Nações Unidas no Rio de Janeiro e, dez anos mais tarde, no ano de 2002, a Conferência Mundial Rio +10 em Johanesburgo. O relatório Brundtland, lançado em 1987 com o nome “Nosso Futuro Comum”, escrito pela Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, da ONU, demonstra a preocupação mundial com a conciliação das atividades humanas e a preservação do meio ambiente e de sua biodiversidade. O relatório escrarece uma série de conflitos existentes entre economia e meio ambiente, propondo um novo tipo de desenvolvimento, que mostra como progredir o planeta, preservando os recursos naturais. (FRAGA, 2003).

Nessa situação, sem um planejamento necessário, tanto as indústrias como a população, ou por falta de apoio político, ou por falta de fiscalização, geraram Nesse documento constava pela primeira vez a poluição, o que promoveu a escassez dos recursos naturais desde a revolução industrial até os dias de o termo “desenvolvimento sustentável”, tentando ligar o conceito de sustentabilidade ao conceito de hoje. desenvolvimento. Assim, foi lançada uma definição Segundo Pereira (2009), em seu livro importante para o desenvolvimento sustentável, “Sustentabilidade: diferentes perspectivas, um afirmando que é um tipo de desenvolvimento que objetivo comum. Economia Global e Gestão” o “procura satisfazer as necessidades da geração atual conceito de sustentabilidade ganha importância nos sem comprometer as possibilidades das gerações anos 70, com a divulgação dos estudos da ONU – futuras de satisfazerem suas próprias necessidades”. Organização das Nações Unidas sobre as mudanças No relatório Brundtland foram propostos três climáticas, esse estudo foi feito com a intenção de informar o mundo sobre a situação da crise ambiental princípios necessários para serem cumpridos, sendo eles o desenvolvimento econômico, a preservação evidenciada a partir da metade do século XX. ambiental e a equidade social. Foi observado também Margarida Fraga (2003), em sua publicação que se fosse possível cumprir estas condições, “Turismo e Desenvolvimento Sustentável: referências mudanças tecnológicas e sociais seriam indispensáveis. e reflexões” nos informa que nas últimas décadas têm (CMMAD, 1991). acontecido vários encontros que buscaram através

25


26

O princípio do Desenvolvimento econômico é a uma determinada geração. um princípio que considera os benefícios ambientais Segundo o relatório “Nosso Futuro Comum” da e sociais juntamente com os benefícios financeiros, Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolviem uma condição que antes se limitava a considerar mento (CMMAD, 1991),: 19 o custo-benefício financeiro. Envolvendo o conceito de custo global, esse princípio prevê retornos a longo prazo, em termos sócio ambientais. Entende Muitas partes do mundo entraram numa espiral que a partir do desenvolvimento econômico de um descendente e viciosa: os povos mais pobres são obrigados a usar excessivamente seus determinado local com carências sociais básicas, recursos ambientais a fim de sobrevirem, e o haverá o desenvolvimento social dessas áreas, fato de empobrecerem seu meio ambiente os afinal, segundo Sachs (1986) “O desenvolvimento empobrece mais, tornando sua sobrevivência ocorre quando se criam valores genuínos de uso que mais difícil e incerta. A prosperidade conseguida satisfaçam as necessidades da sociedade”. (SACHS, em algumas partes do mundo é com frequência 1986, p.53) precária, pois foi obtida mediante práticas O princípio da preservação ambiental prevê a conservação e a proteção da fauna e flora, assim como e seus ecossistemas. Nesse princípio, a preservação dos recursos naturais assim como o seu uso racional com base na sua disponibilidade presente e futura, são levados em consideração, assim como a redução da degradação do meio ambiente e dos sistemas que o compõem, como a atmosfera, a água, o solo e a biosfera.

Cada dia mais sabe-se a importância do cuidado com meio ambiente, através da utilização correta dos recursos naturais, e que é fundamental que o planejamento dos projetos arquitetônicos aconteça em uma visão que contemple a sustentabilidade. O arquiteto deve ter como meta as construções que minimizem os impactos causados ao meio ambiente e à sociedade como um todo.

Segundo Peter Neufert (2013) em seu livro “Arte de Projetar em Arquitetura” uma variável que interfere no conceito de sustentabilidade na construção civil é a durabilidade, sendo que para que essa durabilidade agrícolas, florestais e industriais que só trazem ocorra, o arquiteto deve ter em mente que esse lucro e progresso a curto prazo. (CMMAD, edifício deverá ser projetado considerando-se a força 1991: 29). estrutural e as linhas estéticas da edificação. Sobre essa condição o autor alude:

Sendo assim, segundo o relatório, se essas três bandeiras da sustentabilidade mundial forem usadas por todos em, haverá o desenvolvimento de uma forma equilibrada, permitindo ao homem em suas futuras gerações viver de forma proativa e harmônica Para que isso aconteça, depende de vários com o planeta e seus recursos. incentivos para desenvolver novas tecnologias e Mais recentemente, em 1992, na Conferência utilizarem as tecnologias já existentes, para garantir das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e que os processos produtivos sejam mais racionais Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, foi gerado em termos de sustentabilidade, fazendo com que a o documento “Agenda 21 Global”, documento energia e os recursos naturais sejam consumidos em que normatiza e confere novas medidas para o menor quantidade. A reciclagem e a menor geração desenvolvimento sustentável mundial. Assim, de resíduos também são pontos de enfrentamento e motivados pelos resultados dessa Conferência, o conscientização propostos no relatório de Brundtland governo brasileiro e a sociedade civil deram início a no que se refere ao princípio da preservação ambiental. um conjunto de discussões em nível nacional, regional (CMMAD, 1991). e municipal, as “Agendas 21”. Outro princípio considerado no relatório “Nosso Futuro Comum” é o da e Equidade Social, que propõe a garantia a todos das suas necessidades e ideais, compreendendo que devem ser respeitados os valores culturais de cada uma das sociedades no mundo. Todos devem ter o respeito com as diferenças culturais dos povos e grupos sociais, tanto intergerações quanto grupos sociais distintos pertencentes

5.2 Sustentabilidade e a Arquitetura

A qualidade da arquitetura, do projeto e planejamento do edifício, têm uma função decisiva na sua sustentabilidade. As despesas para a construção estão sempre relacionadas com a previsão do tempo de uso; um maior tempo de uso justifica com frequência maiores despesas de projeto e execução. O tempo de uso de edifícios é em média de 50 a 100 anos (2 a 3 gerações); muitas edificações, entretanto, encontram-se hoje em pleno uso e são muito mais antigas. Em geral, os ciclos de renovação e modernização são mais longos do que os técnicos (de funcionamento) do edifício. [...] Portanto, o trabalho do arquiteto deve ser voltado, em primeira linha, ao projeto do edifício como composição de estrutura e forma. (NEUFERT, 2013, P.58)

Segundo o autor, as condições estruturais e Dentre as “Agendas 21”, foi gerada a “Agenda estéticas serão primordiais para que esses edifícios se 21 para Construção Sustentável”. Esse documento mantenham por longo tempo, apesar de aumentar os foi criado com a intenção de orientar o setor da custos da construção. construção civil em suas ações profissionais, propondo Na construção civil é muito importante o conceito a sustentabilidade. Esse documento propõe à criação e à gestão do ambiente seguindo normas e princípios da sustentabilidade, pois é um grande consumidor de ecológicos e de eficiência de recursos. (MALHEIROS; recursos naturais. Essa condição de grande consumidor de recursos da natureza pode ser observada desde a PHLIPPI; COUTINHO, 2008).


extração de matérias-primas até o final da vida útil do 5.3 Construções Sustentáveis item construído, já que a reutilização, a reciclagem A construção e o meio ambiente são fundamentais ou descarte de suas partes podem definir o nível de para o desenvolvimento do homem, mas esses agressão ao meio ambiente promovido pela obra. edifícios e o seu funcionamento atuam sobre o meio Rafael Tello (2012) em sua publicação “Guia CBIC ambiente de forma degradadora, consumindo os de boas práticas em sustentabilidade na indústria da recursos naturais, água e energia, além de poluir o Construção”, informa os dados a nível mundial sobre espaço ocupado. o impacto da construção civil, em relação aos aspecConforme vimos anteriormente, é importante tos ambientais, econômicos e sociais. Informa: buscar a redução desses efeitos das construções sobre a natureza, anulando ou reduzindo esses efeitos indesejáveis de degradação do meio ambiente e do ecossistema envolvido. A cadeia produtiva da Construção tem impactos ambientais difusos e de longo prazo, com muitas particularidades locais, o que os torna difíceis de serem mensurados, mas os resultados apresentados, mesmo que variados, sempre se mostram significativos em escala global, como se observa nos exemplos abaixo: 1 - A construção é responsável por 12% do consumo total de água. 2 - A cadeia tem emissões de gases de efeito estufa significativos: a produção de cimento é responsável por 5% e o uso de energia em edifícios, 33%. 3 - As atividades de construção geram 40% de todos os resíduos gerados pela sociedade. 4 - Grandes empreendimentos de infraestrutura geram pressão sobre diferentes ecossistemas. (PNUD, 2012 apud TELLO, 2012, P.24)

As novas edificações devem ser projetadas com padrões técnicos atuais; no caso de edifícios existentes é importante que se faça a verificação periódica a fim de que se identifiquem novas concepções técnicas que possam ser utilizadas para melhorias, como em isolamento térmico, técnicas de funcionamento, entre outras, com a intenção de que o edifício continue sendo econômico e racional em termos do seu uso.

Construir com sustentabilidade corresponde a adotar-se uma série de medidas e conceitos que, adaptadas a cada projeto, permitem que o tripé da sustentabilidade não seja abalado, reduzindose os efeitos dessa construção, permitindo que o desenvolvimento econômico ocorra mantendo a O arquiteto deverá buscar no projeto como condição ambiental adequada e assim, levando à objetivo final, métodos e mecanismos que permitam equidade social. a economia de recursos tanto quanto a durabilidade, e Para uma construção sustentável os efeitos a sustentabilidade como meta maior, permitindo que socioculturais do projeto, como a função, a forma através de sua profissão o mundo se torne um lugar e estética, etc. devem ser levados em consideração melhor para nossas e futuras gerações. juntamente com outros efeitos. Devido à longa vida útil dos edifícios, deverá ser considerado que as medidas econômicas ou gastos adicionais terão seu efeito em longo prazo.

Para Neufert (2013), a abrangência da visão sustentável deverá transcender ao projeto. Sobre isso Os dados apresentados acima mostram a o autor informa: interferência da construção civil sobre cada um dos três pilares da sustentabilidade: ambiental, econômico O objetivo é alcançar para todas as fases do e social. Sendo assim, as reduções dessas interferências sobre o meio ambiente devem ser alvo dos projetos de todos os arquitetos, que devem ter como norte o conceito de construção sustentável, ou seja, a que prevê a construção de edifícios que colaborem com a preservação do meio ambiente.

Segundo a linha do pensamento ambiental no projeto arquitetônico existem alguns critérios essenciais para que se alcance essa condição uma sustentabilidade da arquitetura. Na construção de edifícios, está inserido na sua concepção um período em que o uso de matéria prima e energia é intenso, e por isso, cada fase da vida dessa edificação é importante do ponto de vista do planejamento. Durante a sua construção, grande parte 27 do consumo de energia e matérias-primas é advindo de utilização de equipamentos técnicos e instalações.

ciclo de vida do edifício (projeto, construção, uso, renovação, demolição) a minimização de gasto de recursos, energia com um dano mínimo à natureza, em função do seu uso. Existem instrumentos que avaliam a eficiência e comparam materiais, formas construtivas etc., segundo diferentes critérios, como ciclo de vida e energia dos materiais. (NEUFERT, 2013, P.58)


Tecnologias e soluções 5.4 Conceitos de Sustentabilidade 5.4.1 sustentáveis para geração, economia de Aplicados ao Projeto energia

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Trataremos em síntese sobre alguns conceitos e equipamentos que serão utilizados neste projeto promovendo a sustentabilidade do conjunto da - Painéis Fotovoltaicos construção, permitindo que a mesma seja viável Os Painéis fotovoltaicos são equipamentos que ecologicamente, consumindo o mínimo em recursos naturais seja por redução, por geração própria ou por convertem a energia da luz solar em energia elétrica. reaproveitamento desses recursos São compostas por células solares (células fotoeletroquímicas e células de nanocristais) que são dispostas em painéis. Esses painéis são lâminas capazes de gerar energia elétrica a partir de quaisquer fontes de luz. A luz solar é absorvida por essas placas, produzindo eletricidade.

FIG. 13 - Painéis Fotovoltaicos

Fonte: https://www.ambienteenergia.com.br/

As dimensões dos painéis solares variam dependendo do seu uso, assim como as tensões e as potencias. Como principais utilizadores desse tipo de elemento gerador de energia fotovoltaica encontram-se as residências e as empresas. - Aquecedor solar É um sistema relativamente simples de aquecimento de água por aproveitamento da energia solar. É composto por placas ou coletores solares, e por um reservatório com isolamento térmico, o Boiler. As placas são os elementos responsáveis por absorver a radiação solar. Essa radiação, ou seja, o calor do sol, é transferido para a água que circula em tubulação de cobre que mantém contato com essa placa, sendo aquecida por troca de calor. O reservatório térmico, ou Boiler, é um recipiente isolado termicamente, que funciona para o armazenamento da água aquecida para posterior consumo.. Normalmente são cilindros fabricados em cobre, aço inox ou polipropileno, com isolação térmica de poliuretano expandido sem CFC, ou seja, que não agride a camada de ozônio da atmosfera.

FIG. 14 - Aquecedor Solar

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2014/


5.4.2 Tecnologias e soluções sustentáveis para economia de água - Restritores de vazão Torneiras com alta pressão tendem a dispensar quantidades de água, muitas vezes maiores do que seria necessário em lavatórios ou chuveiro, por exemplo.

FIG. 15 - Restritores de vazão

Fonte: http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/

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O restritor de vazão é um dispositivo projetado para reduzir a vazão de fluidos de torneiras ou outro distribuidor. Por restringirem a quantidade de fluido em um determinada unidade de tempo, estes dispositivos podem se tornar eficazes na promoção da economia de água em residências e empresas, permitindo a redução efetiva do consumo desse precioso recurso. Esse acessório é normalmente instalado nas tubulações de água e, reduzindo a área de passagem da água reduz a vazão na saída, mas pode também ser instalados nas saídas ou no interior das torneiras. Em um chuveiro, a economia de água pode chegar a 50% com o uso de restritores de fluxo passando dos normais 38 litros de água por minuto a 16 litros por minuto. - Arejadores O arejador é um dispositivo que é instalado na saída de torneiras. Ele promove a restrição do fluxo e a aeração da água enquanto flui, e ao misturar-se o ar na água proporciona uma névoa que ao entrar em contato com o objeto a ser lavado espalha a água de maneira mais eficiente, permitindo a mesma limpeza com uma menor quantidade do líquido. Segundo os fabricantes, enquanto a torneira comum libera de 14 a 25 litros de água por minuto, a equipada com o arejador libera de 6 a 10 litros por minuto, com a mesma eficiência em uma pia de cozinha ou lavatório de banheiro, por exemplo. .

FIG. 16 - Arejadores

Fonte: http://sustentarqui.com.br/produtos/arejador-para-torneira/

FIG. 17 - Efeito do Restritores de vazão Fonte: http://condominiosustentavel.org/


-Sistema de captação e distribuição da água chuva e reuso

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O Sistema de captação e distribuição da água chuva e de reuso é um sistema que permite a captação e Essa agua normalmente é usada em torneiras de distribuição de água coletada, seja água pluvial (da chuva), seja agua residual de usos mais limpos, como jardins, sanitários e em operações de lavagem de roupa. de lavatórios e chuveiros, por exemplo. As águas cinza, como são chamadas as águas vindas lavatórios ou chuveiros também podem ser reutilizadas utilizando um sistema praticamente igual ao de captação de água pluvial, porém com a utilização de filtros diferenciados para essa função e uma terceira tubulação identificada. A água cinza é recolhida, filtrada e reaproveitada nos jardins ou Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) sanitários. normatizou as formas e técncas de captação de água Segue um desenho esquemático de como deve ser o pluvial pela norma NBR 15527 que ressalva que não sistema de água de captação e de reuso. é indicado bebê-la ou usá-la em banho. No primeiro caso, a agua de chuva é captada por calhas e lajes, filtrada e levada por tubulações a um reservatório enterrado, sendo que após, levada por bomba para uma caixa d’água secundária, de onde parte a distribuição para os locais de uso por encanamentos próprios e identificados.

FIG. 18 - Desenho de sistema de captação para água pluvial e de reuso Fonte: http://www.ecologicconstrucoes.com.br/


- Caixa de Descarga de Duplo Fluxo Esse equipamento é uma louça de descarga para banheiro que se acopla ao vaso sanitário. Normalmente a caixa de descarga acoplada já é mais econômica em si comparada à descarga tipo válvula, pois dispensa um volume bem menor de água a cada descarga, mas a Caixa de Descarga de Duplo Fluxo é provida de dois acionadores, que liberam 3 ou 6 litros de água conforme a necessidade, promovendo uma economia de água de até 34000 litros de água por ano. FIG. 19 - Caixa de descarga Dual Fluxo Fonte: https://www.ambienteenergia.com.br/

- Sistema de Tratamento de Resíduos Talvez o assunto com maior impacto ambiental do projeto, o tratamento de resíduos sólidos e líquidos requer cuidados e compromissos sérios. Em especial no nosso projeto, implantado em uma ilha fluvial, esses cuidados devem ser extremos sob a pena de sérios danos à natureza.

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Assim, como soluções foram pensadas as seguintes Para resíduos secos como alumínio, plástico, propostas: papelão/papel, aço, sucata, vidro e lixo, a coleta seletiva e o encaminhamento desse material separado Para resíduos orgânicos, uma mini usina de para empresa de reciclagem é uma excelente opção. compostagem, é uma boa solução. Essa solução é um minhocário, que transforma os materiais orgânicos Os resíduos líquidos e sólidos negros, ou seja, em húmus, produto rico em nitrogênio e carbono os provenientes de descargas de vasos sanitários, que, poderá ser utilizado na horta orgânica. No caso pelo motivo de o empreendimento se situar em ilha, de restos de comida, poderão ser doados a criadores deverão ser tratados em mini usina de tratamento de de suínos da região ou dependendo-se da qualidade e esgoto, que inicialmente terá um custo considerável, quantidade dessa comida a pescadores para que sejam mas deverá ser levado em consideração nos custos utilizados em ceva de local de pescaria, mesmo nas de investimento, por sua característica essencial á margens da ilha, reduzindo-se assim a quantidade sustentabilidade proposta para o projeto e assim, à desses resíduos a serem tratados na mini usina. preservação do meio ambiente.

FIG. 20 - Mini Usina de Tratamento de Compostagem Fonte: http://ecohospedagem.com

FIG. 21 - Mini Usina de Tratamento de Esgoto Fonte: http://ecohospedagem.com


Como base teórica, a seguir traçaremos algumas considerações sobre os projetos escolhidos como referências em termos de estilo de construção ou que tenham como base a sustentabilidade em suas concepções. Projetos que tenham a preocupação com o meio ambiente e com os pilares da vida sustentável, a fim de que possam servir de apoio teórico para nosso projeto.

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

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6.1 Vila Barulho D’água

FIG. 22 - Vila Barulho D’Água Fonte: Sant’ Anna(2015)

Esta referência tem como objetivo fazer uma análise do projeto arquitetônico e paisagístico do projeto “Vila Barulho d’Água”, projeto esse rico em valores de sustentabilidade, a fim de fundamentar o nosso projeto quanto a esses valores assim como em relação aos valores técnicos relativos à obra.

Fonte: Arch Daily

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O caminho da arquitetura sustentável, por ser o mais adequado para o momento, é visto pelos estudiosos da arquitetura como uma saída para essa condição degradada do planeta, mas como todo o projeto arquitetônico, deve ser alvo de muitos cuidados, e sobre isso Corbella e Yannas (2003) nos informam:

A Arquitetura sustentável é a continuidade mais natural da Bioclimática, considerando também a integração do edifício à totalidade do meio ambiente, de forma a torná-lo parte de um conjunto maior. É a arquitetura que quer criar prédios objetivando o aumento da qualidade de vida do ser humano no ambiente construído e no seu entorno, integrando as características da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade de energia compatível com o conforto ambiental, para legar um mundo menos poluído para as próximas gerações. (CORBELLA E YANNAS, 2003, p. 17):

FIG. 23 - Casa de Campo

Nessa linha, o projeto arquitetônico “Vila Barulho D’ Água” que, no meu entender além de ser um projeto muito bem elaborado do ponto de vista arquitetônico e paisagístico, é um exemplo de como a construção pode se incorporar ao meio ambiente permitindo que esse conjunto se faça um único sistema, propiciando a sustentabilidade, além de servir como moradia, como lazer e o prover o conforto, num ambiente totalmente envolvido pela natureza, com impacto reduzido sobre essa natureza.

6.1.1 Informações sobre o projeto O Projeto Vila Barulho d’Água foi projetados pelos arquitetos Ana Vidal e Silvio Sant´Anna, lotados no Escritório: Vidal & Sant’Anna Arquitetura. Sua localização fica na Vila Batista Alves, 06, no Bairro do Corisco - Paraty – Rio de Janeiro, Brasil, ou seja, a 5 km do centro histórico de Paraty, no sul do Rio de janeiro, o projeto foi concluído no ano de 2003 e efetivada a sua construção em 2004. Situa-se na margem do rio Cachoeira do Corisco, dono desse nome devido às diversas cachoeiras que se apresentam no seu percurso. Para chegar ao local, deve-se seguir pela estrada de terra às margens do rio, no sentido da serra. O Projeto Vila Barulho D’água foi contemplado com o título de 3º colocado no 1° Prêmio Masisa de Arquitetura tendo obtido a primeira colocação Curitiba, 19 de abril de 2006.


6.1.2 Descrição do projeto

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Segundo Sant’Anna, Pimenta e Vidal (2005) a Vila Barulho d’Água é uma construção de 120 m2 composta de três módulos com decks de madeira que se fundem à paisagem vegetal do lugar e às pedras que compõem a formação do solo. O terreno onde fica a construção possui cerca de 2.000 metros quadrados, rodeado de natureza, o que faz desse imóvel um agrado para todos os sentidos, já que o cheiro de vegetação é abundante, com barulho de água, que dá nome à vila.

A construção é dividida em 01 Módulo Social, 01 Módulo da Suíte do Casal, 01 Módulo de Hóspedes, com dois dormitórios. A construção é toda feita com madeira certificada, e coberta com telhas de barro, sendo que na sua vedação é usado o vidro e painéis de madeira modulares em OSB de fibra de madeira de reflorestamento. Composto por poucos elementos de montagem, seu processo construtivo é simples e rápido resultados de montagem a partir de um projeto pré-dimensionado e modular, atendendo ao proposto em Queijo, Sant’Anna (2007). Como resultado desse projeto pode-se observar uma construção executada em dois meses, montadas pela mão de obra de um carpinteiro e um ajudante, e num custo 30% menor que o de uma construção convencional.

FIG. 25 - Módulos dos Hóspedes e Suíte casal

Fonte: Sant’ Anna(2015) Em grande parte do terreno é sombreado pelas árvores, é banhado por 120 m lineares de rio. Com topografia com um suave declive de 3 m desde seu acesso principal até a margem mais distante do rio, o terreno presenta densa vegetação de Mata Atlântica A temperatura do lugar é amena, já que a vegetação e diversas árvores de grande porte, palmitos nativos promove essa condição, por cobrir grande parte do A construção seguiu o padrão dos sistemas leves e bromélias. Existe inúmeras pedras de diversos terreno. bastante adotados nos Estados Unidos, e sobre esse tamanhos e formas na superfície do terreno. A umidade poderia ser um problema, pois essa sistema, Sant’ Anna, Pimenta e Vidal (2005) aludem: O projeto teve como solicitações do cliente a rapidez construção está situada a alguns poucos metros do de execução, o baixo custo de obra, a possibilidade de rio(Figura 24), mas esse assunto foi resolvido, já que Os sistemas leves são originários de processos execução em etapas e mais importante, a preservação os módulos que compõem a estrutura da casa e dos construtivos enormemente divulgados da natureza. decks são elevados a aproximadamente 1 metro do nos Estados Unidos, onde é chamado de solo, compensando o desnível do terreno, fazendo steelframe ou woodframe, esse sistema tem FIG. 24 - Posição dos módulos em relação ao terreno como característica fundamental uma inversão com que a madeira fique a uma distância suficiente Fonte: Sant’ Anna(2015) no conceito de construção do edifício. Este para que seja mantida a permeabilidade do solo e a passa a ser entendido simplesmente como integridade das bases da construção, feitas de OSB montagem. Muda-se o paradigma estrutural do de fibras de arvores menos nobres de reflorestamento, pórtico para a trama estruturada. Simplificando como pinus e eucalipto. (SANT’ ANNA, PIMENTA o processo projetual, a Construção Seca E VIDAL, 2005) promove algumas facilidades, entre elas, a

Essa opção por materiais de reflorestamento permitiu que, no momento da construção, nada fosse retirado do local que pudesse ser entendido como degradação do meio ambiente, conforme observado na figura 25, que mostra a condição quase intocada da vegetação e a elevação dos módulos em relação ao solo, além da estrutura leve das suas bases.

ausência de sobras ou desperdícios. Não utiliza argamassa de cimento, areia e água, nem mão-de-obra desqualificada e sem motivação para prosperar. Por meio de montagem sistêmica e criteriosa de peças ordenadas, transforma a construção convencional em antiquado processo construtivo, inadequado ao nosso tempo. A mão-de-obra envolvida na Construção Seca está sempre atualizada diante da evolução tecnológica, e cumpre sua tarefa com interesse intelectual e responsabilidade social. (SANT'ANNA, PIMENTA, VIDAL, 2005)


Para o módulo suíte do casal e módulo dos hóspedes foram tomados cuidados com o fim de prover a intimidade e o descanso aos usuários desses ambientes, sendo que são vedados com placas de madeira OSB, de reflorestamento, e interligados por um deck, sendo que ambos os ambientes têm acesso a uma praça ajardinada com paisagismo natural ao centro, protegida pelas sombras das árvores, permitindo um visual muito relaxante. (SANT’ ANNA, PIMENTA E VIDAL, 2005)

6.1.3 Partido Arquitetônico observado no projeto Na minha concepção, o ponto forte desse projeto foi a busca pelo equilíbrio entre a construção e o meio ambiente, alcançado na sua plenitude, já que não houveram agressões ao meio nativo, permitindo que a instalação da residência se adequasse ao espaço 35 arborizado e mesmo às pedras que se colocavam no trajeto da construção, mantendo assim, as características originais do terreno. A alternativa encontrada para a umidade e o desnível do terreno foi muito acertada, pois construir a casa em módulos e elevar o piso da casa permitiu ao terreno o escoamento natural da água de chuva, e a proteção dos pisos da construção e dos decks contra a umidade.

FIG. 26 - Vista do Pavilhão Social Fonte: Sant’ Anna(2015)

Numa visão sustentável, as propostas da luz natural e do arejamento natural do ambiente, se fazem realidade nos painéis de vidro que substituem as paredes no pavilhão social, permitindo assim a entrada de toda a luz possível durante o dia, e ainda no ambiente acolhedor arejado pelos grandes vãos de entrada, e sombreado pelas árvores, promovido no espaço de convivência do deck que compõe o módulo, integrando o espaço de convivência com o de cozinha, conforme se observa na figura 26.

A utilização da segmentação do projeto em módulos e o uso do painéis OSB associado ao sistema Woodframe permitiu ao construtor uma execução rápida e mais eficiente, reduzindo os danos ao meio ambiente a quase zero, já que os materiais usados foram em grande parte OSB preparados externamente, evitando o disperdício de material e a perda de tempo, e com isso, os custos com a mão de obra foram reduzidos em 30%.

A proposta de harmonia com a natureza ainda se faz presente no convívio da com as pedras do terreno, sendo contornadas e agregadas como elementos paisagísticos pela construção, e pelo acesso visual único do rio e de uma cachoeira existente no local.

A busca pela luz natural pela utilização dos painéis de vidro ao invés de paredes no pavilhão social além de prover a iluminação suficiente, ainda permitiu ao usuário a vista para as belezas naturais do lugar.

FIG. 27 - Foto do Módulo dos dormitórios Fonte: Sant’ Anna(2015)

FIG. 28 - Planta baixa do Módulo Social, Suíte casal e Hóspedes

O isolamento acústico e térmico foi conseguido por sobreposição das placas de OSB, prevendo vão entre as mesmas para passagem de tubulações de água e eletricidade entre as placas, o que melhorou em muito a estética dos ambientes.

As cores internas permitiram ao ambiente um maior aproveitamento da luz, e no caso dos ambientes As paredes dos dormitórios são pintados com externos ou expostos, uma perfeita combinação com tinta esmalte sintético branco para que a luz possa ser os tons da mata e dos troncos das arvores. melhor aproveitada nesses ambientes. Fonte: Sant’ Anna(2015)


6.1.4 Resultados Observados no projeto

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No meu entender foram alcançadas as metas estabelecidas, já que conseguiram, em uma construção extremamente funcional, a rapidez de execução, o baixo custo de obra, a possibilidade de execução em etapas e a preservação da natureza. Assim, no projeto “Pousada Na Ilha Palmares” serão usados também materiais como a madeira, o vidro e o OSB, assim como conceitos direcionados à sustentabilidade como a elevação dos edifícios prédios e a integração do ambiente à natureza, já que os chalés serão construídos em meio às árvores.


6.2

Casa de Campo Suspensa

A leitura projetual a seguir analisa um projeto arquitetônico que valoriza à natureza, o projeto dos Irmãos Lua e Pedro Nitsche: uma Casa de Campo Suspensa, em uma montanha em São Francisco Xavier, SP. Esse projeto é baseado em valores de sustentabilidade, valores que fundamentarão também o nosso projeto. A praticidade na construção assim como a racionalização dos espaços e materiais, premissas desse projeto, serão também levados em consideração nessa análise.

Fazendo divisa com o Sul do Estado de Minas Gerais, São Francisco Xavier, é um pequeno distrito, do município de São José dos Campos, no estado de São Paulo, distante de 138 km do centro da cidade São Paulo, localizado entre as montanhas da Serra da Mantiqueira.

O projeto a ser analisado é de uma casa plantada em uma das muitas montanhas da região. É um projeto bem elaborado do ponto de vista arquitetônico e paisagístico e demonstra como é possível através de um projeto bem elaborado, uma construção racional e prática quanto à sua execução, utilizando-se de técnicas de construção modular.

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FIG. 31 - Vista panorâmica da Casa de Campo e o entorno Fonte: www.sjc.sp.gov.br

6.2.1 Informações sobre o projeto O projeto “Casa de Campo Suspensa”, em São Francisco Xavier, SP, é assinado pelos seus autores os irmãos Lua e Pedro Nitsche e teve como colaboradores João Nitsche, Rafael Baravelli, Tiago M. Kuniyoshi e Natassia Caldas.

FIG. 30 - Vista da Casa de Campo Suspensa Fonte: www.sjc.sp.gov.br

O terreno onde se situa o imóvel possui, como visto anteriormente 24 mil m2, e está a uma altitude de 1100 m. O projeto de arquitetura tem como autores os arquitetos Lua Nitsche e Pedro Nitsche (autores), João Nitsche, Rafael Baravelli, Tiago M. Kuniyoshi (colaboradores), Natassia Caldas (estagiária). Foi prevista e executada uma área construída de 392 m².

Com seus 2.867 habitantes, São Francisco Xavier é um lugar com jeito de cidadezinha do interior, onde o esplendor da natureza se destaca.

FIG. 29 - Vista panorâmica de São Francisco Xavier Fonte: www.sjc.sp.gov.br

6.2.2 Descrição do projeto

O projeto permitiu a incorporação da construção ao meio ambiente mostrando uma estética que tem o privilégio da linda paisagem na qual a casa (Figura 30) foi plantada. Essa paisagem remete às montanhas e colinas do estado de Minas gerais, estado do qual o município herdou suas características de relevo, já a localidade está muito próxima à divisa com o sul de minas, como vimos acima.

O Projeto e a parte estrutural de madeira foi executado por Ita Contrutora, tendo como responsável Hélio Olga. Para as estruturas de concreto, a execução foi de responsabilidade de FH Engenharia, com Flávio Helena Junior.

As instalações elétricas e hidráulicas foram de execução de Arnaldo Ramoska e José Castelani. A construção teve a supervisão de Viviane de Castro O imóvel está plantado em uma colina que é dona de Graciano, sendo que o empreiteiro foi Dorcides da uma área de 24 mil m2, a uma altitude de 1100 m, do Silva. qual fazem parte da paisagem um vale que se estende Segundo a arquiteta Lua Nitsche em sua explanação ao norte, um incontável emaranhado de morros, a Ursula Troncoso para a revista eletrônica “aU” permitindo ao observador uma vista da natureza, que – Arquitetura e Urbanismo, no projeto, uma das poderia ser facilmente confundida com uma pintura principais diretrizes foi a de manter o terreno intocado das mais lindas, paisagem esta plenamente preservada tanto quanto possível, assim, a arquiteta afirma que em sua forma natural no projeto arquitetônico.


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durante a preparação do terreno tocaram “apenas Assim, a opção mais adequada os responsáveis da tangencialmente o chão com o edifício, a ideia era construção foi fundar a casa elevada sobre pilares não mexer no terreno criando platôs” (TRONCOSO, permitindo que o piso natural passa livremente por 2011). baixo da construção. A casa, construída a partir de estrutura modular de madeira cumaru que confere A condição aérea da construção pode ser observada forma à edificação, parte de uma plataforma de no desenho de elevação, no corte AA (Figura 32) e na laje aérea de concreto apoiada sobre os pilares e imagem da parte traseira da construção (Figura 33). vigas também de concreto armado, que sustentam a construção, conferindo nível ao edifício.

Como princípio, além da sustentabilidade foi adotada a racionalização de materiais e recursos de apoio para a construção, como água e energia elétrica, por exemplo, a fim de facilitar tanto o transporte dos materiais quanto a montagem do edifício, já que o local é de acesso relativamente difícil. Assim, as estruturas modulares confeccionadas a partir de peças pré-fabricadas permitiram baratear os custos de mãos de obra, e reduzir o nível de desperdício durante a montagem.

FIG. 32 - Desenho da elevação e Corte AA

A construção conta com uma área construída de 392 m², executada em módulos de 3,50 m x 5,30 m, dimensões consideradas por permitir uma leveza à estrutura, propiciando vigas e pilares mais delgados.

Fonte: www..au.pini.com.br

Grande parte dos fechamentos são em vidro (Figura 35), exceto as áreas que necessitem de privacidade como banheiros, quartos e suítes que são montados em caixilhos de alumínio, e montados de forma independente da estrutura principal, em montantes de madeira que, segundo a descrição do edifício, se encaixam externamente ao edifício, afinal, conforme informa a arquiteta Lua Nitsche, “é uma casa de campo, um lugar que os clientes usam para recreação, por isso é toda aberta, transparente, integrando ao máximo a paisagem externa e o ambiente interno” (TRONCOSO, 2011). FIG. 33 - Parte traseira da construção Fonte: ca.abril.com.br

FIG. 34 - Vista interna da casa - Sala de Jantar e Estar Fonte: au.pini.com.br

São diversos tipos de caixilhos que são distribuídos pela construção conforme as necessidades e suas funções, alguns são caixilhos de correr na varanda, permitindo a abertura total do espaço, e outros são basculantes, restringindo o acesso e a visão interna, como nos banheiros, ou ainda alguns caixilhos fixos na sala de estar. As grandes aberturas, com seus enormes painéis de vidros permitem a entrada do sol no ambiente proporcionando um ótimo controle natural da temperatura interna da casa, já que o clima do local é típico de região montanhosa, com médias anuais de temperatura muito baixas, por volta de 16o C.


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FIG. 35 - Beirais largos que permitem a circulação por fora

FIG. 37 - A sala

Fonte: ca.abril.com.br

Sobre as exigências legais sobre a iluminação natural, tendo como fonte a luz solar, Neufert (2013) alude: Todos os ambientes de permanência prolongada de pessoas devem ter suficiente iluminação natural, assim como contato visual com o exterior. As exigências básicas quanto á iluminação natural estão apresentadas principalmente na DIN 5034, Partes 1-5 assim como em diretrizes e leis federais da construção. (NEUFERT, 2013, p. 497).

Fonte: ca.abril.com.br

FIG. 36 - O terraço que funciona como um mirante Fonte: ca.abril.com.br

Os ambientes são dispostos em três blocos, sendo que o principal é central, retilíneo e com as aberturas totalmente de vidro, posicionado na sua longitude na direção norte-sul, fazendo com que o sol seja uma constante durante o dia, permitindo o controle de luminosidade e calor, conforme descrito anteriormente. Neste bloco estão posicionados os quartos, os banheiros, a sala, a cozinha, e as varandas. Em um segundo bloco, o de serviços, existe uma lavanderia, um quarto de hóspedes além de e um depósito. No terceiro e último bloco, é um locus reservado para o lazer, onde pode ser encontrada uma sauna e uma varanda.

O piso na parte interna é de madeira de demolição, atendendo pedidos dos clientes, uma ótima situação de sustentabilidade por reuso de materiais. Ainda na parte interna, os fechamentos são de alvenaria simples. Para o forro foi utilizado um sanduíche de placas de Uma das exigências dos proprietários do OSB de madeira de reflorestamento e MDF, tendo ao empreendimento foi que fosse reservada uma área meio um material isolante. externa com uma mesa para que acontecessem A instalação elétrica é oculta entre as placas e as refeições ao ar livre, e assim, foram feitas varandas instalações hidráulicas situam-se embaixo da laje de bem distribuídas e voltadas para o por do sol, nas concreto, no piso externo da edificação, criando de áreas mais privilegiadas da casa. forma racional área técnica embaixo da casa. Já a Buscando a preservação do meio ambiente, foi água pluvial corre de maneira natural pelos beirais. Para a cobertura impermeabilizante foi usada a manta mantido intocado o platô in natura que havia no terreno. asfáltica, material leve e eficiente.

Segundo Pedro Nitsche, arquiteto responsável, a estrutura em forma de “U” dos módulos da casa (Figura 38) teve como intenção a definição de um espaço de convívio familiar na parte externa do imóvel. Já em relação ao módulo de serviços, este foi deslocado da extremidade do módulo principal a fim de preservar a intimidade dos quartos e ainda separar o estacionamento da área de convívio familiar externo. FIG. 38 - Implantação da casa Fonte: au.pini.com.br


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6.2.3 Partido Arquitetônico observado no

projeto

Pude observar que o ponto forte desse projeto foi a busca pela preservação do meio ambiente, tendo sido alcançado já que as agressões ao meio ambiente foram mínimas, permitindo que a instalação da casa se adequasse ao espaço nativo, mantendo as características originais do terreno. Para a compensação do desnível do terreno utilizada a construção suspensa em colunas e vigas de concreto, o que permite o escoamento da água de chuva e a proteção contra umidade do solo. O uso do sistema Woodframe e a construção em módulos e utilizando materiais pré-fabricados simplificou ao extremo a execução do projeto e reduziu ao mínimo as sobras de materiais tornando a construção prática e racional, barateando ainda o custo com a montagem. Os danos ao meio ambiente foram insignificantes, já que o terreno não teve que sofrer nivelamentos e nenhum tipo de degradação, e para os pisos e forro 6.2.4 Resultados Observados no foram usados em grande parte OSB e madeira de projeto demolição. Compreendo que foram alcançadas as metas A busca pela luz natural nesse projeto foi estabelecidas pelo projeto e pelas exigências do cliente, extremamente racional, já que a posição da construção já que conseguiram, em uma construção inteligente e permite a entrada da luz solar pelos enormes painéis de extremamente funcional, a possibilidade de execução vidro em quase toda a extensão da casa, possibilitando e da preservação da natureza, mas observo que temperaturas agradáveis e uma vista espetacular das recursos como o aquecimento solar e energia solar belezas naturais do derredor. poderiam ter sido usados como complemento de um O isolamento térmico no forro foi conseguido pelo sistema sustentável do ponto de vista ecológico. sanduiche de placas de OSB, MDF e material isolante, Sendo assim, no projeto “Pousada Na Ilha deixando vão entre elas para passagem de instalação Palmares” serão usados também materiais como a elétrica. madeira, o OSB e o vidro, e conceitos direcionados A estética da madeira no acabamento externo à sustentabilidade que fizeram desse projeto uma permitiu a combinação com os tons da mata vizinha. referência aos profissionais da arquitetura sustentável.

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CONCEITURANDO HOTELARIA

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07


7.1 Hotelaria - um apanhado histórico 7.1.1 hotelaria no mundo A hospedagem no mundo tem sua origem nas necessidades dos peregrinos em romaria, os mercadores em suas buscas por clientes e produtos e os aventureiros que se jogavam por novas terras. A acolhida desses por parte dos moradores dos lugares se fazia necessária, afinal esses viajantes precisavam se alimentar, dormir, descansar, e mesmo se divertir.

Assim, nasce a hotelaria e o turismo.

Mas há quanto tempo?

A resposta não é simples, mas segundo Bosisio (2005) em seu livro “Breve História do Turismo e da Hotelaria” nos informa que há evidências arqueológicas na Caverna de Madasin, nos Pirineus, que apontam para o fato de há 13.000 anos, seus habitantes faziam viagens até o mar e retornavam, evidenciando uma forma de turismo. Ainda sobre essa tendência turística na antiguidade, Bosisio (2005) afirma:

É muito provável que já houvesse algum olhar turístico nas longas viagens marítimas dos fenícios, inventores do comércio e da moeda, três milênios antes da era cristã, ou nas caravanas dos povos mesopotâmios (sumérios, babilônios, assírios) que atravessavam as regiões áridas do Oriente Médio, dando início a um culto singular à hospitalidade. Apesar da vida nômade desses povos, sempre havia uma tenda pronta a receber os estranhos. Alguns estudiosos atribuem ainda um dos marcos iniciais do turismo na Antiguidade à viagem da rainha de Sabá, que no século X a.C. deixou seu palácio a sudoeste da Arábia para fazer uma visita ao Rei Salomão, em Jerusalém. (Bosisio,

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Mas o turismo como atividade econômica foi evidenciado na Grécia antiga, aproximadamente no século VII a.C., pois os eventos esportivos realizados a cada quatro anos em Olímpia faziam com que atletas e espectadores se deslocassem de suas terras até a cidade dos jogos, motivando assim as primeiras viagens para diversão, ganharam tamanha importância a ponto de fazer-se tréguas nesses períodos para FIG. 41 - Antiga estalagem servindo refeições Fonte: Breve hitória da hotelaria e do turismo garantir a segurança dos viajantes. Todos os pontos do caminho eram supridos de estruturas de alojamento, Segundo Badaró (2005), os romanos antigos alimentação e transporte para esses turistas da tiveram importante participação na evolução do antiguidade. Sobre o costume de viajar dos cidadãos turismo e por consequência da hotelaria, afinal, do Império Romano, Badaró (2005) informa: esses faziam viagens frequentes pelo Império que era extremamente extenso, com os intuitos de obter Os romanos podem ser considerados os lazer, prazer e descobertas. Assim, entre o século II primeiros a viajar por prazer. Diversas pesquisas científicas (análise de azulejos, placas, vasos e a.C. e o século II d.C. esse império contribuiu com mapas) revelaram que o povo romano ia à praia a construção de muitas estradas o que facilitava o e a centros de rejuvenescimento e tratamento deslocamento dos seus cidadãos. do corpo, buscando sempre divertimento e relaxamento. (BADARÓ, 2005, p. 02).

FIG. 40 - Os primórdios do turismo e da hospedagem Fonte: Breve hitória da hotelaria e do turismo

Sobre um dos motivos dessas viagens, o autor supracitado alude que “Entre o século II e III houve intensa peregrinação à Jerusalém, à igreja do Santo Sepulcro, que fora construída em 326 d.C. pelo imperador Constantino.” (BADARÓ, 2005, p. 02). Durante a “Pax Romana”, (de 29 a.C., quando Augusto César declarou o fim das guerras de conquista, até 180 d.C.), se intensificaram as construções de estradas, hospedarias e centros termais, em todo Império Romano da época, que abrangia da Inglaterra à Mesopotâmia. De Roma temos também a origem


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do termo hospedagem, pois a palavra latina hospitium 7.1.2 A Hotelaria no Brasil dava nome ao lugar onde se conseguia, durante as A atividade hoteleira no Brasil começou ainda viagens, instalações nas quais os viajantes eram no período colonial. Os viajantes utilizavam para se acolhidos com alimentação e repouso. hospedar os casarões das cidades, os conventos, as Entre os séculos VII e IX houve a intensificação das grandes fazendas e, ranchos à margem das estradas. viagens religiosas, com o uso frequente de caminhos Em 1808 a vinda da corte real de Portugal ao Rio de como o de Santiago de Compostela, por exemplo, que até os dias de hoje atraem milhares de fieis nessa via- Janeiro e a abertura dos portos às nações amigas logo gem. Por consequência, vários pontos de repouso e em seguida fizeram com que o número de viajantes de alimentação foram surgindo pelo trajeto tornando aumentasse substancialmente, fazendo com que casas esse ramo ainda precário de hospedaria uma fonte de de pensão, hospedarias e tavernas fossem abertas aos viajantes. (BRASIL, 2007) renda para as famílias que vivem nesse percurso. A falta de hotéis no começo do século XX, fez O ano de 1282 se firmou como marco para a mudança do perfil da hotelaria, consagrando-o agora com que o Governador do Rio de Janeiro criasse o como atividade profissional, pois foi nesse ano que Decreto-Lei nº 1.100, de 23 de dezembro de 1907, que foi criado o primeiro grêmio dos proprietários de pou- isentaria por sete anos os cinco primeiros hotéis que se instalassem na cidade, dos impostos do município. sadas, em Florença, na Itália. (BADARÓ, 2005). Assim, mediante esse incentivo, inaugura-se o Hotel O Renascentismo dos séculos XIV a XVI assim Avenida, primeiro hotel de grande porte da cidade do como o Romantismo da Europa do século XVIII ge- Rio de janeiro, com 220 apartamentos. raram novas perspectivas para os viajantes, agora em Depois, somente a partir dos anos 1930 viriam outros busca de cultura, conhecimentos e novas línguas e hotéis de grande porte, e como os cassinos instalados aventuras. (Bosisio, 2005) no Rio estavam nas mesmas instalações, a ocupação Em 1804, o Código de Napoleão, na França era garantida. Mas em 1946, com a proibição dos regulamenta as principais conquistas da Revolução jogos de azar, essa ocupação já não atendia a demanda Francesa de 1789 e assim acontece a regulamentação dos hotéis, levando muitos à falência. da responsabilidade civil do agente hoteleiro.

Talvez o momento mais importante da hotelaria no Brasil nos tempos atuais tenha sido a criação da Embratur, em 1966 que permitiu que por meio de incentivos, que o turismo fosse reativado, e foi o que aconteceu nos anos 60 e 70 com o advento de redes hoteleiras internacionais, o que marcou a nova fase da hotelaria do Brasil. No Brasil, hoje, segundo a ABIH (2009) apud Perboire (2009), a hotelaria nacional é dona números expressivos. São eles: [...] aproximadamente 25 mil meios de hospedagem, e deste universo 18 mil são hotéis e pousadas. No geral, 70% são empreendimentos de pequeno porte. Isto representa mais de um milhão de empregos e a oferta de aproximadamente um milhão de apartamentos em todo o país. E considerandose que o setor hoteleiro investe cerca de 8 a 12% em tecnologia e que muitos empreendimentos devem receber recursos da ordem de 5 bilhões nos próximos anos em modernização, podemos considerar que a hotelaria nacional movimenta hoje cerca de US$ 8 bilhões ao ano., Esse setor, enfim, possui um patrimônio de R$ 78,7 bilhões, gasta em média R$ 2 bilhões por ano com mão de obra e mais de R$ 30 milhões com contribuição para Financiamento da Seguridade Social. (ABIH, 2009 apud PERBOIRE, 2009, p. 02-03)

Esses números refletem bem a evolução do turismo e da hotelaria no Brasil o que demonstra o excelente potencial a quem se decide a investir nesse ramo de atividade.

FIG. 42 - Hotel Avenida (RJ)

Fonte: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com


7.2

Classificações Hoteleira

Como vimos, o hotel é um local apropriado para que o hóspede tenha suas necessidades de descanso, alimentação, e mesmo lazer, atendidas. Segundo Castelli (1992) apud Brasil (2007): O hotel é um estabelecimento comercial de hospedagem, que oferece aposentos mobiliados, com banheiro privativo, para ocupação iminente ou temporária, oferecendo serviço completo de alimentação, além dos demais serviços inerentes à atividade hoteleira. (CASTELLI, 1992, apud BRASIL 2007, p.09)

Os hotéis são classificados em diversos tipos, e essa classificação pode levar em conta a sua tipologia, a sua categoria conforme os serviços e possibilidades de acomodações, e ainda sua localização. Na sequência explanaremos um pouco sobre as classificações dos hotéis.

7.2.1

Quanto à Categoria

comunicações, dos alimentos e bebidas, possibilidades de lazer, de reuniões, escritório virtual, serviços e Mamede (2002), coloca em seus escritos que de facilidades adicionais, e a preocupação com as ações acordo com o sistema de classificação instituído pela ambientais. Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e ABIH Segundo Mamede (2002), dentro dessa classificação, (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira), através da modificação feita pela Deliberação Normativa as categorias uma e duas estrelas assim como a cinco 429/2002, uma classificação que leva em conta a estrelas e a cinco estrelas SL (conhecida como Plus) 45 qualidade e a disponibilidade dos serviços prestados estão muito próximas em termos de possibilidades, pelos vários meios de hospedagem, referência esta que tendo suas diferenciações em detalhes. guia o consumidor conforme a sofisticação e, portanto Abaixo temos uma descrição do que poderemos os preços da hospedagem pretendida. encontrar, de acordo com Mamede (2002) em relação Não sendo mandatório, é de extrema importância à classificação pela categoria: essa classificação para determinar os padrões ideais para a hotelaria e assim, posicionar o empreendimento Uma estrela e duas estrelas: em uma determinada escala, representada graficamente por um determinado número de estrelas que varia de Nessa classe de hospedagem é visada a suficiência uma a cinco dentro das possibilidades, e ainda uma no atendimento das necessidades básicas dos clientes, categoria que seria a cinco estrelas SL, conforme portanto com serviços simples e básicos, permitindo figura a baixo. assim um preço bem reduzido, dispondo somente de acessórios e móveis simples e funcionais. Decoração também simples no seu acabamento e material, mas que normalmente são funcionais. Três estrelas: Nessa categoria encontramos um maior conforto, já que a qualidade dos móveis e acessórios é melhor, assim como os serviços, sendo considerados acima dos níveis exigidos para hospedagem. Na decoração ainda é normal encontrarmos materiais sintéticos ou rústicos, o que permite a acessibilidade dos custos e um preço médio ao hóspede.

Dentre os quesitos que são levados em consideração para esta classificação destacam-se: a legalidade do empreendimento, os cuidados com a segurança, a saúde e com a higiene, qualidade da conservação do prédio em geral, atendimento ao cliente, portaria e recepção, facilidades e segurança dos acessos, qualidade do setor habitacional, das áreas sociais, das

Quatro estrelas: nessa classe de hospedagem os ambientes são amplos e confortáveis. Seus preços são superiores, já que normalmente encontram-se mobiliário de qualidade, e em sua decoração são utilizados materiais nobres permitindo-se os rústicos desde que propiciem a sofisticação do ambiente.


Cinco estrelas:

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Com mobiliário e acessórios de primeira linha, essa categoria se destaca pelo conforto extremo e pela sofisticação dos ambientes e serviços. A utilização de materiais nobres na decoração elevam ao extremo o padrão desses hotéis, utilizando-se de valiosas pinturas e esculturas em suas áreas sociais, permitindo ao hóspede alto nível de hospedagem. Cinco estrelas SL (Plus): A suntuosidade e a excelência e exclusividade dos móveis e acessórios fazem toda a diferença nessa classe de hotel. A presença dos materiais nobres que, em combinação, permitam uma perfeita integração no ambiente, assim como a exemplo da categoria acima, a presença de pinturas, artesanatos e esculturas nas áreas sociais, permitem ao hóspede todo o luxo e suntuosidade que se possa desejar. Como é de se esperar, os preços desse tipo de acomodação também se faz suntuoso.

7.2.2

Quanto à Tipologia

Outra forma de classificação dos hotéis é pela sua tipologia, ou seja, uma classificação que leva em consideração características funcionais do meio de hospedagem. Instituída na Deliberação Normativa 387/98, a classificação lista os tipos básicos de empreendimentos hoteleiros conforme segue: H: Hotel: Sendo a forma mais convencional e comum de hospedagem, normalmente é localizado em perímetro urbano. Sua clientela pode ser de executivos ou turistas, sendo que ora predomina a presença de um ora de outros. Normalmente é edificado em pavimentos, em edifícios verticais. Tem sua infraestrutura voltada para os serviços de hospedagem, mas conforme a sua categoria pode possuir infraestrutura para lazer e negócios.

HH: Hotel Histórico: esse meio de hospedagem é instalado em prédios de valor histórico ou com importância regional ou local reconhecida e, muitas vezes tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).. Por essa condição, normalmente são restringidos em termos de alterações em suas concepções arquitetônicas e paisagísticas. Em sua grande se localizam em lugares históricos, podendo estar tanto no meio urbano quanto rural. Como clientela encontramos tanto executivos quanto turistas, com alternância entre os primeiros e os outros. Normalmente sua infraestrutura, se restringe à hospedagem. HL: Hotel de Lazer: pela sua concepção de lazer, fica localizado em áreas rurais ou mesmo em locais de grande apelo turístico, fora dos centros urbanos, possui grandes áreas não edificadas, quase sempre se apresenta em pavimento único. Sua clientela normalmente é composta por turistas em viagens de lazer. Assim, suas instalações são direcionadas para a recreação e o entretenimento. P: Pousada: localizadas em locais com atrações turísticas, costumam se instalar em local alheio aos centros urbanos. As pousadas são edificadas, de maneira geral, com partido arquitetônico horizontal, sendo muito mais simples em termos de edificações e equipamentos que os outros meios de hospedagem, se limitando ao essencial para a estadia do turista, visando o desfrute por parte desse turista, das atrações turísticas do lugar onde se encontra a essa pousada. Como clientela, é buscada normalmente por turistas em viagens de recreação e lazer. Essa condição simplista das pousadas permitem quase sempre um custo mais acessível, já que se direcionam especificamente para a hospedagem.

O projeto desenvolvido nesse trabalho acadêmico se insere nesta classe de pousada, por sua concepção simples, serviços personalizados, e com esses serviços restritos aos hóspedes, possuindo áreas para lazer e descanso às margens do Rio Grande. A clientela alvo desse projeto será de turistas de classe A, B e C que visitam a cidade à procura de descanso e lazer. A seguir discorreremos em algumas linhas sobre o tipo de hotelaria que abrange o projeto arquitetônico: a pousada.


7.3 Pousada

Segundo o autor, charme e conforto devem ser momento do projeto, sendo o uso de luz e aeração os principais nortes para que uma pousada alcance naturais potencializados integrando a natureza à Conforme visto anteriormente a Pousada é um o sucesso, além da proximidade com o ambiente artificialidade da construção. tipo de hotelaria em que o tipo de hospedagem com familiar. Segundo Andrade (apud ARCO EDITORIAL, preços mais atrativos e atendimento bastante familiar Alguns autores defendem que a pousada se classifica 2012), quanto ao estilo arquitetônico das pousadas e personalizado, normalmente com serviços que pelo luxo apresentado ou pelo tamanho ou porte, não existem regras que o defina, mas é importante seguem as tradições regionais. assim como pela quantidade de aposentos disponíveis salientar que as características arquitetônicas do 47 Segundo Andrade, Brito e Jorge (2000) em seu livro enquanto utilizam o luxo para essa classificação assim entorno assim como a cultura local devem ser Hotel Planejamento e Projeto, o conceito de pousada como pela gama dos serviços prestados. Pérez 2001 levados em consideração no momento do projeto, remete imediatamente a hotel basicamente de lazer, defende a posição de que a pousada é caracterizada desviando-se de modismos e exageros que possam seguindo algumas características de resort, porém pela quantidade limitada de aposentos, geralmente tornar a edificação obsoleta com o tempo. Devem ser mais modesto em termos de tamanho e serviços. abrigada por casarões restaurados onde o diferencial observados também as facilidades para a construção, Na sua normalidade, as pousadas têm um número se encontra na oferta de comida regional e pelo luxo como o desnível de solo, utilização de materiais e mão de apartamentos reduzido em comparação com os apresentado. de obra locais e/ou o uso de materiais de demolição, resorts, e a prática de esportes e lazer estejam restritos por exemplo. A fim de que seja determinado o tamanho e as a atividades regionais. Comumente trabalham sob o regime de diárias completas, com refeições inclusas características do empreendimento “pousada”, é de suma importância que se faça um estudo prévio no seu único restaurante. de viabilidade, a fim de se dimensionar o negócio e As pousadas são, na concepção de SEBRAE (2005 determinar-se quais os pontos críticos do mesmo, assim apud PITANGA, 2007): como a clientela potencial assim como suas intenções em termos de hospedagem. Como resultados desse estudo teremos então, o perfil dos clientes potenciais, (...) inspiradas em hospedarias do passado, dimensionamento do número de quartos, os serviços são a versão contemporânea daqueles estabelecimentos em que se pode conjugar necessários, os custos e preços por estadia, assim o aconchego de um lar, à isenção de tarefas como diversas informações vitais para o negócio. domésticas proporcionada pelos hotéis. Elas são fenômeno razoavelmente recente, mas já se encontram presentes na maioria das cidades de pequeno e médio porte com vocação turística. Representam alternativa de hospedagem mais acessível, sem que isso signifique ausência de conforto e charme. Ao contrário, charme, conforto e personalidade são os primeiros pontos em que o empreendedor da área deve investir. As pousadas mais requintadas têm em comum, o respeito às tradições da hospitalidade integradas a modernos conceitos de conforto e serviços. Tudo pelo prazer de bem receber. (p. 27).

A escolha do local onde será implantada a pousada é outro item importante no momento do planejamento e esse deverá ser analisado concomitantemente com a análise de viabilidade, determinando-se os atrativos do lugar, os acessos, assim como os pontos negativos, como dificuldades para locomoção, distâncias dos pontos turísticos do lugar, congestionamentos, entre outros. Outro ponto a ser considerado é a possibilidade da preservação do meio ambiente propiciada pela escolha de um terreno e de um projeto que permita a pouca movimentação de terra por terraplanagem, ou pela conservação das fontes de água da localidade, além da utilização das formas sustentáveis e limpas de geração de energia e descarte de resíduos, tanto na construção quanto durante o uso. Essa otimização dos usos de recursos deverá servir como direção no


Conforme vimos anteriormente, os seres humanos têm necessidades de descanso e lazer com o intuito de melhorar sua qualidade de vida, e o turismo permite a ele descansar e se divertir em locais diferentes do seu cotidiano. Segundo Santos (1993, p.15) para o homem, “a busca pela natureza e o lazer surgem como soluções para aliviar as tensões do dia-a-dia” assim, a natureza é o principal destino de quem quer se afastar do stress e da correria do dia-dia, pois essa natureza oferece para quem que quer se desfrutar dela, as condições plenas de descanso e diversão.

O TURISMO

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08


8.1 O Turismo no Estado de São Paulo

proximidade geográfica e a afinidade entre produtos turísticos, como história e atrativos. Esta forma de Localizado na região sudeste do Brasil, o Estado organizar o Estado foi criada para facilitar a aplicação de São Paulo é bastante conhecido mundialmente e o desenvolvimento de programas e projetos.” (http:// por ser o estado que tem como capital a cidade www.turismo.sp.gov.br). homônima de São Paulo, centro nervoso e financeiro do Pais. Mas o estado de São Paulo não é somente trabalho e dinheiro, pois tem uma grande chance de possibilidades de diversão, permitindo aos paulistas ou ainda a pessoas de outros estados ou mesmo de outras partes do mundo o lazer e o turismo, atividade bastante representativa no Brasil.

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Segundo dados de 2008 do Ministério do Turismo, dentre as atividades produtivas no país, o turismo representou naquela situação 7% do PIB do país, permitindo cinco milhões e meio de empregos gerando uma receita de 5,8 bilhões de dólares americanos ao país. Em São Paulo esses valores são também significativos, pois atraiu uma população com mais de 1,8 milhões de visitantes estrangeiros, e 42 milhões de turistas de outros estados brasileiros em 2007. Com esse tanto de turistas são gerados mais de 1,7 milhões de empregos e ainda uma receita turística total de aproximadamente 25,4 bilhões de reais, vindo de gastos por parte dos turistas em hospedagem, alimentação, compras em geral e lazer. São Paulo, por ser um estado grande em extensão territorial permite aos turistas várias opções de lazer, e dentre essas possibilidades turísticas do estado de São Paulo, podemos citar, o turismo urbano, com seus prédios e museus, as praias que banham a costa paulista, o turismo rural com suas possibilidades de hospedagem em hotéis fazenda ou ainda, como no caso do município de Miguelópolis, o turismo rural com suas possibilidades de hospedagem nos ranchos as margens do rio Grande e da represa da Usina de Volta Grande. A Secretaria do Turismo do estado de São Paulo em seu site divide o estado de são Paulo classificando 34 regiões turísticas (RT), que estão contidas em 15 macrorregiões, divisão essa que levou em conta “a

Número municípios

FIG. 43 - Mapa de macros de Macros e Regiões Turísticas do Estado de São Paulo Fonte:http://www.turismo.sp.gov.br/regioes/regioes-turisticas.html (adaptado)

Como exemplos das possibilidades de turismo que São Paulo pode oferecer temos locais como o Mercado Municipal da cidade de São Paulo, O Museu do Ipiranga, o Parque da serra do Mar, eventos como o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, o Festival de Inverno de Campos do Jordão e a Festa de Flores e Morangos de Atibaia, a cidade e a Catedral de Aparecida, entre muitas outras opções de turismo e lazer.


8.2 O Circuito dos Lagos

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Ainda em São Paulo as opções turísticas não se resumem ao que foi colocado até aqui. O Circuito dos Lagos é outra opção bastante procurada pelos turistas do Brasil em busca de lazer e descanso em meio à natureza. Fazem parte desse circuito dez municípios paulistas, sendo eles Aramina, Buritizal, Cristais Paulista, Guará, Igarapava, Ituverava, Miguelópolis, Pedregulho, Ribeirão Corrente e Rifaina, sendo que todos estão localizados, segundo o mapa de Macros e Regiões Turísticas do Estado de São Paulo (Figura 44), na macrorregião turística Nordeste Paulista, ou seja, na região turística Lagos do Rio Grande. Esses municípios estão situados na região administrativa de Franca (Figura 48), no entorno das represas de Volta Grande, Jaguará, Igarapava e Estreito, do Rio Grande. A Região destacada é privilegiada por ter uma enorme diversidade de belezas naturais, com matas que abrigam uma exuberante flora e uma rica fauna silvestre. Nessas localidades pode-se desfrutar de cachoeiras, grutas, sítios arqueológicos com a presença de fósseis em exibição, patrimônios históricos e culturais da região e é claro, dos lagos e rios que banham o lugar.

FIG. 45 - Cachoeira Véu da Noiva Fonte: Guia de Cachoeiras

Como atrações desses municípios destacamos em Buritizal, as cachoeiras Fundão, Véu da Noiva, Usina, Joãozão, Célio e Lázaro Garcia; já em Cristais Paulista temos a presença do turismo rural e ecológico em lindas fazendas históricas, belas cachoeiras, muito verde, trilhas, tirolesa, arborismo, passeios de pônei e charrete e ainda pesque-pague. Na cidade de Ituverava encontramos o Parque Recreio, localidade da cachoeira Salto Brilhante e a Represa Paulo Borges, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, construída por volta de 1777, que tem em seu acervo imagens barrocas.

FIG. 44 - Mapa da região administrativa de Franca Fonte: http://www.planejamento.sp.gov.br

FIG. 46 - Cachoeira Joãozão Fonte: Guia de Cachoeiras

FIG. 47 - Arborismo em Cristais Paulista Fonte: www.turismoemsaopaulo.com

FIG. 48 - Mapa dos municípios que compõem o circuito dos lagos Fonte: www.cidadespaulistas.com.br/prt/img/mp-lagos.jpg


FIG. 49 - Poços do Bom Jesus Fonte: www.turismoemsaopaulo.com

FIG. 50 - Praia artificial de Rifaina

Fonte: www.rifaina.sp.gov.br

Em Pedregulho encontramos as lindas e imponentes Cachoeiras Inácio Campos e Cachoeira Manir Bitar , sendo que a primeira com seus 70 m de altura e sua densa vegetação, possui um salão de 200m por trás da queda. A segunda, a Cachoeira Manir Bitar tem uma altura de 30m e é conhecida por possuir densa vegetação e uma queda curiosa, em função do desgaste do arenito. No Parque Estadual das Furnas do Bom 51 Jesus encontramos a Cascata Grande com uma das maiores quedas do estado, com 122m de queda livre; possui área bem preservada, possui várias trilhas com mirantes; ainda podemos ver a Represa Jaguará, lago artificial onde predomina a prática de esportes náuticos. FIG. 52 - Cachoeira do Fredo

Em Guará temos a cachoeira queda d’água. Na cidade de Igarapava encontramos cachoeiras, piscinas naturais, riachos, cavernas, paredões usados para praticar o rapel, trilhas para jipes e motos. Seu grande potencial turístico encontra-se no rio Grande e no reservatório da UHE. No município de Igarapava há ilhas de grande beleza. Em Rifaina, temos a Usina Hidrelétrica de Jaguará, usina mais antiga que a UHE de Igarapava, com uma praia aberta ao público, com atividades de diversão como a pesca, o passeio de barco e canoa, jet-ski, entre outros atrativos.

FIG. 51 - Estação Histórica da Companhia Mogiana

Fonte: www.mochileiros.com

Fonte: www.mochileitos.com


8.2.1 O Município de Miguelópolis

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O município de Miguelópolis, lócus de nosso trabalho, é conhecido nacionalmente por ser local especial para a pesca de tucunarés, peixe bastante encontrado nas águas do Rio Grande, rio que banha a cidade.

Durante o período de prosperidade do café, a estrada de ferro Mogiana avança pelo interior e assim, vai semeando o progresso e formando cidades, sendo que em 1901, chegam à região, tirando-a da “era do sertão” e inserindo-a na “era moderna”, comandada pela revolução mecânica. Em 1906, foi criada a primeira escola primária em Miguelópolis. Em 1912 foi instalada a primeira farmácia da cidade.

Localizado no extremo norte do estado de São Paulo, na divisa com o estado de Minas Gerais, Miguelópolis Em 1910, os fazendeiros Jacinto Felizardo Barbosa herda boa parte das tradições e do sotaque do estado e o Capitão Hilário Alves de Freitas fizeram a doação vizinho, se fazendo perfeitamente identificável pela de 15 alqueires de terra para a formação da vila de sua proximidade. São Miguel Arcanjo, onde hoje está situada a cidade de Miguelópolis. FIG. 53 - Localização do município de Miguelópolis Fonte: http://upload.wikipedia.org (adaptado)

Minas Gerais Miguelópolis

São Paulo

Segundo o site oficial da Prefeitura Municipal de Miguelópolis (http://www.miguelopolis.sp.gov.br/) e o site da Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto (http://www.abagrp.org. br), as terras onde está localizado o município fora habitada pelos índios Caiapós, fato comprovado pelos artefatos encontrados na região. Com a escassez de ouro no estado de Minas Gerais, a região foi alvo de muitos migrantes mineiros e dessas migrações resultaram muitas localidades novas. Assim a família do senhor Francisco Antônio Junqueira compra no ano de 1850, pequenos pedaços de terra em Porto Antunes, atualmente município de Miguelópolis. Assim, no ano de 1895, em Miguelópolis já havia no local um aglomerado de moradas rústicas.

A algodoeira Rio Grande, empresa que tem hoje 50 anos, e que já promoveu o progresso da cidade, hoje somente beneficia esporadicamente alguns poucos hectares de algodão trazidos de localidades fora do município. Essa algodoeira já chegou a ter em seu quadro 180 funcionários, mas hoje somente 8 pessoas são o suficiente para beneficiar o pouco algodão que chega. Criada em 1965, a Escola Técnica Agrícola de Miguelópolis, hoje, ETEC “Laurindo de Queiroz”, criada em 1965, atrai alunos de toda a região e de outros estados, formando profissionais em diversas áreas do conhecimento, como técnicos agrícola, técnicos em informática e técnicos em gestão empresarial.

A primeira casa de alvenaria de tijolos, com cobertura de telhas de barro, foi construída pelo A visão do empreendedorismo tem sido por diversas cidadão David Estevão Rodrigues, datada de 1914. gestões a marca registrada do município, sendo que os caminhos do “empreender” têm sido estimulados, na O fato de já existir outra cidade com o mesmo nome, intenção de gerar oportunidades de trabalho e renda impediu a vila de São Miguel Arcanjo de manter o aos moradores da cidade, sendo que houveram nos seu nome, assim, em 1921 seu nome modificado e a últimos anos diversas oportunidades de capacitação cidade passou a ser conhecida como Miguelópolis. A dos munícipes nas áreas de turismo e agronegócio em sua emancipação política ocorreu em 1945. parceria com o Sebrae. Devido à grande fertilidade do solo da localidade, O município, margeado ao norte pela Represa da banhada pelo Rio Grande, todos os grandes ciclos usina de Volta Grande, reservatório esse formado a regionais da agricultura se fizeram presentes em partir do represamento das águas do Rio Grande é Miguelópolis, sendo que primeiro veio o café, no economicamente regido por uma economia rural, início do século 20, na sequência o algodão, depois onde o cultivo da cana é predominante. a soja e hoje a cana-de-açúcar. À exceção do café, que não se cultiva mais, e da cana que é a grande cobertura de suas terras, em Miguelópolis todas as outras culturas ainda são cultivadas na cidade, porém FIG. 54 - Vista panorâmica da Praia Artificial Ayrton Senna e Prima Vera Praia e Clube em menor escala. Fonte: www.miguelopolis.sp.gov.br/


FIG. 55 Praia Artificial Ayrton Senna

Fonte: www.cepam.org/ municipios/municipiospaulistas/miguelopolis. aspx#ad-image-1

FIG. 56 Carnaval de rua

Fonte:resisencialmoura. com.br

Durante o verão, a cidade é visitada por uma população de dois a três mil turistas que chegam a Miguelópolis nos finais de semana, sendo que o grande atrativo é o Rio Grande, com suas margens repletas de ranchos e puro divertimento, lazer e descanso.

Há no município uma grande contingência de ranchos construídos nas margens da represa e ao longo do Rio Grande, pertencentes a pessoas da cidade e de fora dessa, pessoas essas que compõem a grande população flutuante que recorre às belezas naturais do lugar para seu descanso e lazer. Há também a Seu grande apelo turístico é evidenciado por ser possibilidade de vários ranchos de propriedade de dono de vários pontos muito visitados pelas centenas cidadãos da região, que são alugados para veraneio 53 de turistas que vão ao município em busca de espaços por esses turistas. (http://www.abagrp.org.br, 2008) de lazer e descanso, como por exemplo a Praia Artificial Ayrton Senna, o Primavera Praia Clube. Nessa bela localidade, além dos ranchos, entre as possibilidades de hospedagem e apoio aos turistas As festas da cidade também são grandes atrativos que buscam o rio para seu lazer existem também para o turismo, sendo o carnaval de rua da cidade, a marinas e pousadas direcionadas ao visitante que vá à festa em louvor a São Miguel Arcanjo e a Festa do cidade praticar a pesca, esporte largamente difundido Peão de Boiadeiro duas das que mais faz sucesso, no município que se autointitula capital do tucunaré, trazendo ao município milhares de turistas. peixe predominante nas águas do Rio Grande.

FIG. 59 - Vista aérea de alguns ranchos Fonte: Google Maps (adaptado)

FIG. 57 Recinto da Festa do Peão de Boiadeiro

Fonte: miguelopolis-sp. com.br

Rio Grande

Ranchos FIG.58 Quermesse em Louvou a São Miguel Arcanjo Fonte: Alberto Costa (2015)


8.2.2 Acesso ao Rio Grande e à Ilha Palmares

54

Existem duas principais possibilidades de fácil acesso ao rio e, portanto à Ilha Palmares. Uma delas é pela estrada de acesso à Praia (rota em vermelho na figura 68), estrada asfaltada, bem conservada e sinalizada, sendo que por esse acesso consegue-se também chegar ao Primavera Praia clube, e, portanto ao rio e à Marina, referências na cidade. Outra possibilidade, de fácil acesso o rio seria pela estrada de terra que dá acesso aos Ranchos (rota marcada em amarelo na figura 68). A partir daí, o acesso à ilha de faz por meio de embarcações.

FIG. 60 - Uso do solo no entorno da Ilha Palmares Fonte: Google maps (adaptado)

FIG. 61 Ilha da usina colorado Fonte: Arquivo pessoal

FIG. 62 Frente a Ilha Palmares Fonte: Arquivo pessoal

FIG. 63 Ilha pública Fonte: Arquivo pessoal

LEGENDA LEGENDA

Propriedade Propriedade rural rural Propriedade Propriedade privada privada em em construção construção para área pública de lazer para área pública de lazer Ranchos Ranchos FIG. 64 Pousadas e e hotéis hotéis Pousadas Acesso da cidade ao Rio Grande Praia Praia artificial artificial Fonte: Google Maps (adaptado)


FIG. 65 Entrada ao Clube Fonte: Arquivo pessoal

FIG. 66 Entrada da Marina Fonte: Arquivo pessoal

Como visto acima, como prática profissional, esse trabalho acadêmico terá contemplado em seu corpo, o projeto arquitetônico e urbanístico de uma pousada em uma ilha de nome Ilha Palmares, localizada no Rio grande, no município de Miguelópolis, sendo que o projeto será elaborado sob uma perspectiva sustentável, com base no tripé da sustentabilidade, ou seja, do desenvolvimento econômico, da preservação 55 ambiental e da equidade social, prevendo o mínimo de danos à vegetação natural, passando pela utilização de materiais também ecologicamente corretos, chegando à possibilidade de utilização de mão de obra local, permitida a partir da simplicidade do projeto. Sendo assim, o projeto de construções sustentáveis que atendam o turismo tenderá a minimizar os impactos indesejados e permitir também a construção de um entendimento com base nos alicerces da sustentabilidade.

FIG. 67 Via de alguns ranchos

Na concepção de Leff (apud WIESINIESKI, 2015):

Fonte: Arquivo pessoal

FIG. 68 Começo da via Fonte: Arquivo pessoal

LEGENDA

Acesso a Ilha Palmares Acesso através da praia pública Acesso ao clube Acesso aos ranchos Acesso a Marina

As práticas produtivas, dependentes do meio ambiente e da estrutura social das diferentes culturas geram formas de percepção e técnicas específicas para a apropriação social da natureza e da transformação do meio. Mas ao mesmo tempo a capacidade simbólica do homem possibilitou a construção de relações abstratas entre os entes que conhece. Desta forma, o desenvolvimento do conhecimento teórico acompanha seus saberes práticos. (LEFF, 2010, apud WIESINIESKI, 2015, p.29)


8.3

56

A Ilha Palmares

Formada em sua maior parte por mata nativa a Ilha Palmares, local que abrigará o projeto possui uma área 30.000 metros quadrados de APP com um rancho construído. Localiza-se próximo à Praia Artificial de Miguelópolis, no leito do Rio Grande, com localização privilegiada no centro do leito do rio, é rodeada por águas límpidas e cristalinas, garantindo um ótimo ponto para pescarias. Possui um píer estrategicamente construído e extenso gramado em volta da sede que se adiciona à paisagem tropical de mata atlântica. O rancho possui em sua estrutura quatro dormitórios, sendo todos suítes, uma cozinha caipira regional com fogão de lenha, fogão a gás, uma geladeira, banheiros, varanda, churrasqueira, barco e motor de popa, 1 pier, e quintal gramado entre outros benefícios. A mobília é básica. A energia elétrica na ilha é gerada através de um gerador a óleo diesel. A água é retirada de uma cisterna de 6 metros, e o esgoto sujo é depositado em fossa séptica.


FIGs 69 - Vista da mata nativa no setor Oeste

FIGs 70 - Vista da mata nativa no setor Leste

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