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O enredo entre a ficção e a realidade
O enredo entre a ficção e a realidade
O livro traz dois capítulos que parecem não se conectar diretamente com a história dos personagens principais, ainda que contribuam para a elaboração característica de dois coadjuvantes — Jung e Wilhelm. Eles funcionam com breves digressões informativas, com dados objetivos da vida do psicólogo Carl Gustav Jung e do sinólogo Richard Wilhelm.
Promovam um momento de leitura em voz alta desses dois capítulos, solicitando que diferentes alunos participem, cada um lendo um trecho. Em seguida, questionem-nos sobre se percebem alguma diferença no texto em comparação com os demais. É desejável que eles reconheçam as marcas do gênero informativo e reflitam sobre se essa escolha do autor tem a ver com o fato de ele também ser um jornalista (como vimos em seus dados biográficos). Perguntem também:
• Vocês sabem que Jung e Wilhelm, que no livro são personagens, de fato existiram? • Do que vocês leram, o que parece ter acontecido na realidade e o que parece ter sido inventado pelo escritor? • Pesquisem usando a internet: • Há registros de que Jung associou um sonho seu a “portas que se abrem para a noite cósmica original”? • O livro O Segredo da Flor de Ouro de fato existe? Se sim, há registro de Richard
Wilhelm tê-lo enviado como manuscrito a Jung? • Jung morou em Zurique? • Jung estudou alquimia? • Existe uma rua de nome Liu Li Tschang (Liulichang) em Pequim? Há antiquários nela? • Memórias, Sonhos e Reflexões é mesmo a autobiografia de Jung? • Richard Wilhelm esteve na China no último ano do século XIX com o objetivo de
“salvar almas”? • Tsingtao é, de fato, uma cidade chinesa de cultura alemã que fica na costa do “Mar
Amarelo”?
(A intenção é fazê-los refletir sobre os territórios da ficção e o quanto se valem de fatos da realidade.)
Em outro capítulo, algo semelhante ao que descrevemos como “digressão informativa” acontece, embora no contexto da caracterização de Benjamin Ventura. Em “O vice-cônsul” (p. 21), misturam-se realidade e ficção para fazer do personagem e sua mãe dois dos fugitivos da Segunda Guerra beneficiados pela heroica atuação de Aracy Guimarães Rosa (o “Anjo de Hamburgo”) e seu marido, o escritor e à época diplomata, João Guimarães Rosa. A história pouco conhecida por tantos brasileiros ganhou um documentário, dirigido por