Manual de sobrevivência filosófico

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LUCRÉCIO • ESPINOSA • SCHOPENHAUER • EPITETO • KIERKEGAARD

Desejo

Schopenhauer

Fortemente influenciado por Kant, Arthur Schopenhauer (1788-1860) desenvolveu uma filosofia pessoal, considerada pessimista e ascética. Combateu o hegelianismo, então dominante, e sua oposição ao meio acadêmico na Alemanha fez com que seu pensamento tivesse relativamente pouca repercussão, alcançando notoriedade apenas no fim de sua vida. Dizem as más línguas que o sujeito era tão chato, que até a sua mãe, a então renomada escritora Johanna Schopenhauer — a primeira autora de língua alemã a publicar sem usar pseudônimo masculino —, reclamava do filho. Polêmico e ciente de seu valor, causou com Hegel uma grande rivalidade, falando aos quatro ventos que considerava a filosofia de Hegel da pior qualidade. O cara era tão azucrinante, que marcava suas palestras no mesmo dia e hora que as de Hegel e enfurecia-se porque as pessoas preferiam, quase sempre, ir ouvir o professor Hegel. Mas Schopenhauer dizia que isso acontecia porque os alunos não tinham discernimento. Em outras palavras estava dizendo que eram burros. Schopenhauer foi um dos primeiros pensadores ocidentais influenciados pela filosofia oriental, especialmente o hinduísmo e o budismo. Diversos conceitos dessas filosofias foram importantes na formação do pensamento de Schopenhauer, que adiciona essencialmente de Kant, mas também Platão, à sua receita filosófica. Sua obra mais importante é O mundo como vontade e representação, publicado em 1818. Seus aforismos, publicados sob o título de Parerga und paralipomena, “Acessórios e restos”, em 1851, foram muito populares em sua época.

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