MANUAL DO PROFESSOR – MATERIAL DE APOIO PROJETO PEDAGÓGICO – PNLD LITERÁRIO 2018 A MENINA SEM COR – FERNANDA EMEDIATO (JARDIM DOS LIVROS)
1
SINOPSE Mica foi adotada ainda bebê, mas só descobre esse fato aos seis anos, ao perguntar aos pais por que, diferente deles, ela tem a pele escura. Após essa descoberta, Mica passa a se questionar sobre as diferenças de cor e começa a desejar ter nascido branca. No meio desses questionamentos conhece Alice, uma garotinha, também de seis anos, albina, que mostra a ela como é bom ser diferente e como todas as cores são bonitas e importantes. FICHA CATALOGRÁFICA EMEDIATO, Fernanda. A menina sem cor. São Paulo: Jardim dos Livros, 2018.
FICHA TÉCNICA Autora Fernanda Emediato Ilustrações Yasmin Mundaca Diagramação Alan Maia Revisão Marcia Benjamim SOBRE A OBRA O bom leitor é aquele que dialoga com a obra literária, encontra significado quando lê e, assim, compreende o texto e o relaciona com o mundo à sua volta, construindo e elaborando novos sentidos do que foi lido (ou escutado, no caso de crianças não alfabetizadas). Só assim a leitura pode contribuir de forma expressiva numa sociedade, no exercício da cidadania e no desenvolvimento intelectual. Para isso é preciso que o livro infantil seja agradável e estimule a imaginação infantil. A história A menina sem cor está baseada nos quatro elementos que são os pilares de sustentação da literatura infantil: o caráter imaginário, o dramatismo, a técnica do desenvolvimento e a linguagem simples, direta e coloquial. Os contos infantis possibilitam o despertar de diferentes emoções e a ampliação de visões de mundo do leitor infantil. E nesse encontro com a fantasia, a criança entra em contato com seu universo interior, com seus sentimentos mais secretos, confronta medos e desejos escondidos, supera conflitos e alcança o equilíbrio necessário para o crescimento. O conto A menina sem cor é narrado em forma de prosa, é uma história curta, construída com apenas um único conflito e com poucos personagens, para que assim a mensagem chegue mais diretamente ao leitor. A história se passa nos tempos atuais, mostrando os personagens em locais habituais das crianças: escola, casa, parques e cidade. A menina sem cor traz à tona uma questão social e cultural forte e sensível, o preconceito racial. E não apenas o preconceito da sociedade contra o negro, mas principalmente o autopreconceito. É um livro que pode ajudar na formação do caráter dessas crianças, contribuindo assim para construção de um mundo melhor. 2
SOBRE A AUTORA Fernanda Emediato é produtora, escritora, atriz, contadora de histórias e empresária. Ao longo de 20 anos na vida profissional, acumulou experiência em diversas áreas, como: eventos; assessoria de imprensa; produção editorial; produção gráfica; seleção de casting e marketing digital. E gerenciou, pela Lei Rouanet, o projeto do livro Os sonhos não envelhecem; e, pelo Proac, os projetos dos livros Kafka e a Marca do Corvo, O Vale de Solombra e Paisagem com Neblina, As Vidas e as Mortes de Frankenstein, todos publicados pela Geração Editorial. Sempre priorizou a defesa dos direitos infantis. Desde 2013 visita escolas dentro e fora de São Paulo. Em 2015 criou a campanha social “Você faz, você pode” (https://www.facebook.com/vocefazvocepode/), na qual arrecadou dinheiro através de crownfunding e brinquedos, que foram distribuídos na periferia de São Paulo e também na Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP). Em 2017 contou histórias para as crianças cegas da Fundação Dorina Nowill. Em todas as áreas de seu trabalho, Fernanda Emediato enfatiza a importância da leitura na construção e no crescimento da personalidade das crianças. SOBRE A ILUSTRADORA Jasmin Del Carmen Hernandez Mundaca (Yasmin Mundaca), nasceu no Chile em 1968, e aos 5 anos imigrou para o Brasil com sua família. Cursou medicina veterinária, mas a paixão pelas tintas e pincéis a fez voltar para os livros infantis, paixão desde a infância. Formada em Ilustração Editorial pela Quanta Academia de Artes de São Paulo (2012), ilustrou alguns títulos no Brasil para Geração Editorial, Klink Editora, revista ZUP, SESI-SP e Editora Idea. No Equador, ilustrou para Ednu Editorial, para o selo Sueños de Papel, na Argentina para Fixonária Editorial e na Espanha para a revista Palma de Mallorca. Participou também de exposições de arte nos Estados Unidos, Itália e Espanha. Utiliza em sua obra os mais diversos tipos de matérias, como acrílicas, aquarelas, colagens e giz pastel, conferindo à obra um mix de tonalidades únicas. Na criação de suas obras, tem como principais fontes de inspiração, sonhos, contos de fadas e o universo feminino.
PROJETO PEDAGÓGICO: A MENINA SEM COR, DE FERNANDA EMEDIATO
Por Bruna Giacomeli Maia Santicioli Bruna Giacomeli Maia Santicioli é mestre e especialista em Língua Portuguesa pela PUC-SP, psicopedagoga e pedagoga. É assessora pedagógica em Educação Infantil e Ensino Fundamental I em escolas públicas e privadas, nas modalidades presencial, semipresencial e a distância; produtora de artigos e conteúdos didáticos voltado à Educação Infantil e às áreas de Língua Portuguesa e Matemática para o Ensino Fundamental I, além de atuar como editora e revisora de textos. Já foi Coordenadora Pedagógica, banca de elaboração de concurso público, professora polivalente de Ensino Fundamental e auxiliar de primeira infância na Educação Infantil.
3
PROJETO PEDAGÓGICO O projeto pedagógico da obra A menina sem cor, de Fernanda Emediato, é composto por uma sequência didática destinada aos anos finais do Ensino Fundamental I (4.º e 5.º anos), devido à temática, ao modo de abordagem e às possibilidades interdisciplinares estabelecidas, que vão ao encontro da organização curricular própria desse segmento de ensino, tendo em vista as orientações curriculares estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC. INDICAÇÃO A obra é recomendada ao público infantil, mais especificamente às crianças entre 9 e 10 anos de idade (4.º e 5.º ano do Ensino Fundamental I), devido à pertinência do tema e à possibilidade de compreensão e estabelecimento de relações por parte dessa faixa etária. OBJETIVO • Compreender a si mesmo e ao outro, por meio da percepção das diferenças entre as pessoas, convivendo com os demais com empatia e de forma respeitosa, sem preconceitos de qualquer natureza; • Percepção do corpo, construção da identidade e processos de amadurecimento, bem como a relação de personagens/sujeitos líricos com suas emoções e sentimentos, tais como o amor, a alegria, o luto e a dor; • Personagens que estejam em interação com o mundo que lhe é imediato, na relação com família, amigos e professores, permitindo a construção de percepções e questionamentos sobre si e sobre o outro; • A descoberta e o contato entre diferentes esferas culturais, sociais, geográficas etc., bem como entre indivíduos de diferentes etnias, raças e/ou o encontro com pessoas com deficiências. Na interação com a diferença, deve-se destacar a necessidade de atitude respeitosa e convívio pacífico. TEMAS • Autoconhecimento, sentimentos e emoções; • Família, amigos e escola; • Encontros com a diferença. COMPETÊNCIAS GERAIS • Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo social e cultural para colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; • Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas; • Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural; 4
•
• •
•
•
•
Utilizar diferentes linguagens – verbal, corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo; Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais para fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade; Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo e dos outros; Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas; Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza; Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
PROPOSTAS INTERDISCIPLINARES Componente
Língua Portuguesa
Língua Portuguesa
Práticas de linguagem (LP)/ Unidades temáticas (demais componentes) Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma)
Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma)
Objetos de conhecimento
Habilidades
Reconstrução das condições de produção e recepção de textos
(EF15LP01) Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam. (EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos,
Estratégia leitura
de
5
Língua Portuguesa
Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma) Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma)
Estratégia leitura
de
Planejamento texto
de
Língua Portuguesa
Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma)
Revisão de textos
Língua Portuguesa
Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma)
Edição de textos
Língua Portuguesa
Oralidade
Oralidade pública/ intercâmbio conversacional em sala de aula
Língua Portuguesa
Oralidade
Escuta atenta
Língua Portuguesa
Oralidade
Relato oral/ registro formal e informal
Língua Portuguesa
Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma)
Formação do leitor literário
Língua Portuguesa
Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma)
Leitura colaborativa autônoma
Língua Portuguesa
Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma) Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma)
Formação do leitor literário/ Leitura multissemiótica Decodificação/ fluência de leitura
Língua Portuguesa
Língua Portuguesa
e
checando a adequação das hipóteses realizadas. (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e forma do texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas. (EF15LP06) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação. (EF15LP07) Editar a versão final do texto, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ilustrando, quando for o caso, em suporte adequado, manual ou digital. (EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado. (EF15LP10) Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos sempre que necessário. (EF15LP13) Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informações, apresentar opiniões, informar, relatar experiências etc.). (EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizandoos, em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade. (EF15LP16) Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde, de maneira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, acumulativos, de assombração etc.) e crônicas. (EF15LP18) Relacionar texto com ilustrações e outros recursos gráficos. (EF35LP01) Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos
6
Língua Portuguesa
Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma)
Formação do leitor
Língua Portuguesa
Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma) Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma) Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma)
Compreensão
Língua Portuguesa
Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma)
Construção do sistema alfabético/ convenções da escrita
Língua Portuguesa
Oralidade
Forma composição gêneros orais
Língua Portuguesa
Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma)
Escrita colaborativa
Língua Portuguesa
Oralidade
Escuta de textos orais
Língua Portuguesa
Oralidade
Planejamento de texto oral Exposição oral
Língua Portuguesa
Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma)
Formação do leitor literário
Língua Portuguesa Língua Portuguesa
Estratégia leitura
de
Estratégia leitura
de
de de
curtos com nível de textualidade adequado. (EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em meios digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após a leitura. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global. (EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos. (EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. (EF35LP07) Utilizar, ao produzir um texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais, tais como ortografia, regras básicas de concordância nominal e verbal, pontuação (ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação, vírgulas em enumerações) e pontuação do discurso direto, quando for o caso. (EF35LP10) Identificar gêneros do discurso oral, utilizados em diferentes situações e contextos comunicativos, e suas características linguísticoexpressivas e composicionais (conversação espontânea, conversação telefônica, entrevistas pessoais, entrevistas no rádio ou na TV, debate, noticiário de rádio e TV, narração de jogos esportivos no rádio e TV, aula, debate etc.). (EF35LP15) Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacionado a situações vivenciadas na escola e/ou na comunidade, utilizando registro formal e estrutura adequada à argumentação, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto. (EF35LP18) Escutar, com atenção, apresentações de trabalhos realizadas por colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos sempre que necessário. (EF35LP20) Expor trabalhos ou pesquisas escolares, em sala de aula, com apoio de recursos multissemióticos (imagens, diagrama, tabelas etc.), orientando-se por roteiro escrito, planejando o tempo de fala e adequando a linguagem à situação comunicativa. (EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclusive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
7
Língua Portuguesa
Leitura/ escuta (compartilhada e autônoma)
Textos dramáticos
Língua Portuguesa
Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma)
Escrita autônoma e compartilhada
Língua Portuguesa
Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma)
Escrita autônoma e compartilhada
Língua Portuguesa
Análise linguística/ semiótica (Ortografização)
Língua Portuguesa
Análise linguística/ semiótica (Ortografização)
Conhecimento do alfabeto do português do Brasil/ Ordem Alfabética/ Polissemia Morfologia
Língua Portuguesa
Análise linguística/ semiótica (Ortografização)
Morfossintaxe
Língua Portuguesa
Análise linguística/ semiótica (Ortografização) Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma)
Forma de composição de textos dramáticos Produção de textos
Língua Portuguesa
Oralidade
Performances orais
Língua Portuguesa
Análise linguística/ semiótica (Ortografização)
Forma de composição dos textos Coesão e articuladores
Arte
Artes visuais
Contextos práticas
e
Arte
Artes visuais
Elementos linguagem
da
Língua Portuguesa
(EF35LP24) Identificar funções do texto dramático (escrito para ser encenado) e sua organização por meio de diálogos entre personagens e marcadores das falas das personagens e de cena. (EF35LP25) Criar narrativas ficcionais, com certa autonomia, utilizando detalhes descritivos, sequências de eventos e imagens apropriadas para sustentar o sentido do texto, e marcadores de tempo, espaço e de fala de personagens. (EF35LP26) Ler e compreender, com certa autonomia, narrativas ficcionais que apresentem cenários e personagens, observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, tempo, espaço, personagens, narrador e a construção do discurso indireto e discurso direto. (EF04LP03) Localizar palavras no dicionário para esclarecer significados, reconhecendo o significado mais plausível para o contexto que deu origem à consulta. (EF04LP06) Identificar em textos e usar na produção textual a concordância entre substantivo ou pronome pessoal e verbo (concordância verbal). (EF04LP07) Identificar em textos e usar na produção textual a concordância entre artigo, substantivo e adjetivo (concordância no grupo nominal). (EF04LP27) Identificar, em textos dramáticos, marcadores das falas das personagens e de cena. (EF05LP24) Planejar e produzir texto sobre tema de interesse, organizando resultados de pesquisa em fontes de informação impressas ou digitais, incluindo imagens e gráficos ou tabelas, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto. (EF05LP25) Representar cenas de textos dramáticos, reproduzindo as falas das personagens, de acordo com as rubricas de interpretação e movimento indicadas pelo autor. (EF05LP27) Utilizar, ao produzir o texto, recursos de coesão pronominal (pronomes anafóricos) e articuladores de relações de sentido (tempo, causa, oposição, conclusão, comparação), com nível adequado de informatividade. (EF15AR01) Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético. (EF15AR02) Explorar e reconhecer elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço, movimento etc.).
8
Arte
Artes visuais
Materialidades
Arte
Artes visuais
Processos criação
de
Arte
Teatro
Processos criação
de
Matemática
Números
Matemática
Números
Matemática
Números
Matemática
Números
Matemática
Números
Ciências
Matéria e energia
Propriedades das operações para o desenvolvimento de diferentes estratégias de cálculo com números naturais Propriedades das operações para o desenvolvimento de diferentes estratégias de cálculo com números naturais Problemas envolvendo diferentes significados da multiplicação e da divisão: adição de parcelas iguais, configuração retangular, proporcionalidade, repartição equitativa e medida Problemas: adição e subtração de números naturais e números racionais cuja representação decimal é finita Problemas: multiplicação e divisão de números racionais cuja representação decimal é finita por números naturais Misturas Transformações reversíveis e não reversíveis
(EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais. (EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade. (EF15AR21) Exercitar a imitação e o faz de conta, ressignificando objetos e fatos e experimentando-se no lugar do outro, ao compor e encenar acontecimentos cênicos, por meio de músicas, imagens, textos ou outros pontos de partida, de forma intencional e reflexiva. (EF04MA03) Resolver e elaborar problemas com números naturais envolvendo adição e subtração, utilizando estratégias diversas, como cálculo, cálculo mental e algoritmos, além de fazer estimativas do resultado. (EF04MA04) Utilizar as relações entre adição e subtração, bem como entre multiplicação e divisão, para ampliar as estratégias de cálculo.
(EF04MA06) Resolver e elaborar problemas envolvendo diferentes significados da multiplicação (adição de parcelas iguais, organização retangular e proporcionalidade), utilizando estratégias diversas, como cálculo por estimativa, cálculo mental e algoritmos.
(EF05MA07) Resolver e elaborar problemas de adição e subtração com números naturais e com números racionais, cuja representação decimal seja finita, utilizando estratégias diversas, como cálculo por estimativa, cálculo mental e algoritmos. (EF05MA08) Resolver e elaborar problemas de multiplicação e divisão com números naturais e com números racionais cuja representação decimal é finita (com multiplicador natural e divisor natural e diferente de zero), utilizando estratégias diversas, como cálculo por estimativa, cálculo mental e algoritmos. (EF04CI02) Testar e relatar transformações nos materiais do dia a dia quando expostos a diferentes condições (aquecimento, resfriamento, luz e umidade).
9
Geografia
O sujeito e seu lugar no mundo
Território diversidade cultural
e
Geografia
Conexões e escalas
Territórios étnicosculturais
Geografia
O sujeito e seu lugar no mundo
História
As questões históricas relativas à migrações
História
Povos e culturas: meu lugar no mundo e meu grupo social
História
Registros da história: linguagens e culturas
Diferenças étnicoraciais e étnicoculturais e desigualdades sociais Os processos migratórios para a formação do Brasil: os grupos indígenas, a presença portuguesa e a diáspora forçada dos africanos Os processos migratórios do final do século XIX e início do século XX no Brasil As dinâmicas internas de migração no Brasil a partir dos anos 1960 Cidadania, diversidade cultural e respeito às diferenças sociais, culturais e históricas As tradições orais e a valorização da memória O surgimento da escrita e a noção de fonte para a transmissão de saberes, culturas e histórias
(EF04GE01) Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares e/ou da comunidade, elementos de distintas culturas (indígenas, afro-brasileiras, de outras regiões do país, latino-americanas, europeias, asiáticas etc.), valorizando o que é próprio em cada uma delas e sua contribuição para a formação da cultura local, regional e brasileira. (EF04GE06) Identificar e descrever territórios étnico-culturais existentes no Brasil, tais como terras indígenas e de comunidades remanescentes de quilombos, reconhecendo a legitimidade da demarcação desses territórios. (EF05GE02) Identificar diferenças étnico-raciais e étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em diferentes territórios. (EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.
(EF05HI04) Associar a noção de cidadania com os princípios de respeito à diversidade, à pluralidade e aos direitos humanos.
(EF05HI09) Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA A sugestão de trabalho é que as propostas sejam organizadas em 12 aulas, com etapas graduais de aprofundamento e reflexão em relação aos temas.
10
DESENVOLVIMENTO 1.ª FASE: Pré-leitura Aula 1 – Que título tem? Materiais: Livro “A menina sem cor”, com o título coberto por uma tira de papel. Antes da leitura do livro “A menina sem cor”, de Fernanda Emediato, problematize a capa a partir das imagens e do título, a princípio coberto com uma tira de papel para que os alunos não o vejam nesse momento. Então, você, professor, pode apresentar a capa aos alunos e perguntar: Observando a ilustração da capa, que pistas ela nos dá? Quem vocês acham que são os personagens da história? Crianças ou adultos? Por que vocês acham isso? Como são essas crianças fisicamente? Elas são iguais ou diferentes? O que têm de parecido e o que têm de diferente? O que será que acontecerá nessa história? Em seguida, comente com os alunos que o título foi coberto para que eles primeiro inventassem outro e, depois, descobrissem o título real, dado pela autora. Para a problematização do título, uma sugestão é dizer: Que título será que tem essa história? Por que você acha isso? Possibilite que os alunos deem sua opinião sobre o título que imaginam ter o livro, de forma espontânea, justificando-o. Os títulos dados pelos alunos podem ser anotados na lousa. O intuito não é perceber quem mais se aproximou do título original, mas verificar os conhecimentos das crianças e as possibilidades de estabelecimentos de relações entre a imagem e o título pensado por elas. Após abrir a janela do título, pergunte a eles: Esse título combina com a imagem da capa? O que será que ele revela da história? Quem parece ser, olhando para a imagem da capa, a menina sem cor? Todos acham que a menina sem cor é esta ou acham que é outra criança? Qual vocês acham que é o nome dela? O que significa não ter cor? Como é uma pessoa que não tem cor? Por que será que ela não tem cor? Esse momento é importante para instigar a curiosidade e o interesse das crianças para a história, bem como propor o levantamento de algumas hipóteses e depois poder confrontá-las ou confirmá-las durante a leitura. Aula 2 – Conhecendo a sinopse Materiais: cópias da sinopse do livro “A menina sem cor” (1 por dupla de alunos), que está na quarta capa da obra; cópias do roteiro para análise da sinopse (1 por dupla de alunos) Comece a aula perguntando para os alunos o que acham ser uma “sinopse”. Promova o diálogo com eles e estimule-os a se aproximarem da definição. Caso não tenham ideia do que se trata, você pode questioná-los sobre onde poderiam buscar essa informação. Espera-se que os alunos comentem sobre dicionário, sobre sites de busca ou sobre perguntar para alguém da escola. Após essa pesquisa, organize com os alunos a ideia de que a sinopse é um gênero de texto semelhante a uma síntese, que traz a versão mais curta da história, sem revelar o seu final. Converse com eles para que compreendam o 11
objetivo de um texto como esse: chamar a atenção do leitor para aspectos principais da história e instigá-lo a lê-la por completo. Comente também que a sinopse é, geralmente, escrita pelo próprio autor do livro e que não costuma emitir opinião (como ocorre, normalmente, nas resenhas). Além de sinopses de livros, há sinopses de filmes, que cumprem a mesma função. Entregue para cada dupla de alunos uma cópia da sinopse do livro “A menina sem cor” e um roteiro para que norteie a discussão entre eles. Uma sugestão de roteiro é: Leitura da sinopse do livro “A menina sem cor”, de Fernanda Emediato Antes de ler o livro... Roteiro para leitura e discussão da sinopse: 1- Leiam juntos a sinopse do livro, procurando observar: a. Que informações a sinopse revela sobre o livro (personagens, trecho da história, conflito, etc.)? b. Que aspectos da sinopse chamaram sua atenção para conhecer o livro? c. Há alguma palavra da sinopse deste livro que você desconhece? Qual? Além de discutirem os itens do roteiro, os alunos podem fazer anotações e, em seguida, podem socializar suas respostas, oralmente, com a turma. Aula 3 – Mais sinopses Materiais: Livros de literatura infantil de títulos variados Combine com os alunos de irem à biblioteca da escola, a uma biblioteca da cidade ou a explorarem os próprios livros da biblioteca da sala de aula, caso você tenha. A ideia é que procurem livros de literatura infantil e localizem a sinopse deles. O objetivo dessa aula é selecionarem livros cuja sinopse seja de boa qualidade. Cada criança poderá escolher uma sinopse, se forem a uma biblioteca pública, e registrá-la em seu caderno para depois consultar em outro momento. Caso você opte pelos livros existentes na escola, podem selecionálos e levar para a sala de aula, colocando-os no centro da roda ou na frente da sala para que os alunos leiam e comparem as diferentes sinopses. Eles podem, ainda, comparar a linguagem das sinopses, verificar que pontos chamaram mais a atenção e que obras acharam mais interessantes a partir da leitura apenas das sinopses. Você também pode orientá-los a perceber se as ideias iniciais que tinham da obra se confirmaram com a leitura do livro na íntegra. 2.ª FASE: Leitura Aula 4 – Ler para apreciar Materiais: Livro “A menina sem cor”
12
Para realizar a leitura compartilhada do livro “A menina sem cor”, sugerimos que você, professor, faça uma leitura prévia da obra antes de lê-la para os alunos para que esteja mais preparado e a para que a leitura flua melhor. Além disso, é importante organizar o espaço para o momento da leitura, deixando-o aconchegante e com os alunos dispostos em roda, sentados em almofadas, em tapete ou em outros ambientes da escola, caso seja possível, como um gramado ou embaixo de uma árvore. Mostre a capa novamente, como já feito na proposta de pré-leitura e além do título, comente sobre o nome da autora, da ilustradora e da editora. Vá ao final do livro e leia as informações biográficas da autora e da ilustradora para que os alunos as conheçam um pouco e percebam quais são os envolvidos na criação de uma obra. Pergunte aos alunos quem se lembra das informações presentes na sinopse para contextualizá-los da história e instigá-los novamente. Então, inicie a leitura em voz alta e, à medida em que lê, vá mostrando também as ilustrações às crianças. Não deixe de mostrar as ilustrações e nem as mostre ao final, pois, junto com o texto escrito, elas compõem os sentidos durante a leitura. Procure não simplificar a leitura nem suprimir, substituir ou explicar determinadas palavras para que os alunos tenham acesso ao texto integralmente da forma em que foi produzido. Evite, ainda, interromper a história para que os alunos não percam o interesse e a atenção.
3.ª FASE: Pós-leitura Aula 5 – Roda de conversa Materiais: Livro “A menina sem cor” Ao final da leitura, incentive as crianças a expressarem o que sentiram, se gostaram ou não da história, que trechos mais gostaram, a que outra história esta lhes remete (caso tenham alguma lembrança de histórias semelhantes) ou outro comentário que desejem fazer. Esse momento é importante para os alunos posicionarem-se oralmente, explicitarem seus pensamentos e gostos literários, além de verbalizarem sentimentos e mostrarem identificação com o estilo literário da autora ou empatia em relação às personagens. Inicialmente, deixe que os alunos falem espontaneamente, sem obrigatoriamente todos contribuírem oralmente e sem que haja tantas intervenções de sua parte. Depois, utilize o seguinte roteiro como norteador para a roda de conversa, que também ajudará as crianças a interpretarem melhor. Você não precisa ler as perguntas no momento da roda de conversa, mas pode planejar a conversa com as crianças a partir desse roteiro, incluindo outros pontos que deseje acrescentar à discussão. Roteiro para roda de conversa Sobre as palavras desconhecidas... - Há alguma palavra cujo significado é desconhecido por você? - Alguém sabe o que isso significa ou pode ajudar a construir o significado?
13
- Você aprendeu alguma palavra nova a partir da leitura? O que ela significa a partir desse contexto? Sobre os sentimentos das personagens... - Como será que os pais se sentiram quando adotaram Mica? Por quê? - Como Mica se sentiu quando descobriu ser adotada? - Como Mica se sentiu percebendo que era diferente das outras crianças de sua turma? - Você já se sentiu diferente? Quando? Como foi essa sensação? - Como Alice se sentia? - Como Alice se sentiu quando foi elogiada por Mica? Por quê? - Alguém já elogiou você, comentando sobre algo que antes o incomodava? - Assim como Alice fez com Mica, você já conseguiu mudar a visão de outra pessoa sobre si mesma? Como foi? Sua opinião... - Para você, é bom ou ruim ser diferente? Em que situações isso é bom e em que situações é ruim? Aula 6 – De volta à sinopse Materiais: Livro “A menina sem cor” (para ficar à disposição dos alunos para consulta), cópias da sinopse do livro “A menina sem cor” (1 por dupla de alunos), que está na quarta capa da obra; cópias do roteiro para análise da sinopse após a leitura da obra (1 por dupla de alunos) Depois de conhecerem a sinopse e a história “A menina sem cor”, reúna os alunos em duplas e entregue a eles o roteiro sugerido: Leitura da sinopse do livro “A menina sem cor”, de Fernanda Emediato Após ler o livro... Roteiro para leitura e discussão da sinopse: 1- Leiam juntos novamente a sinopse do livro, procurando observar: a. As expectativas criadas a partir da leitura da sinopse se confirmam ou não com a leitura do livro? Justifiquem sua resposta. b. Há algum aspecto que se destaca no livro e poderia ser acrescentado à sinopse? Qual? Por quê? 2 – Produção escrita a. Criem outra sinopse para o livro “A menina sem cor” A ideia é que os alunos possam se aprofundar nesse gênero, discutindo sobre as expectativas que a sinopse cria no leitor, bem como qual o conteúdo e a linguagem que traz. Incentive os alunos a escreverem outra sinopse para o livro, ainda em duplas, e depois monte um painel com os textos dos alunos para que possam apreciar o que os colegas escreveram e também emitirem sua opinião, percebendo se as sinopses cumpriram o papel de atrair o interesse do leitor para a obra na íntegra. Para escrever a nova sinopse, os alunos poderão ter a sua disposição as sinopses dos demais livros analisados (aula 3). 14
Aula 7 – Mudando a história Materiais: Livro “A menina sem cor”, outros livros de literatura infantil que contenham ilustrações interessantes. Leia novamente a história para os alunos até o trecho “...Mas mesmo depois de muita conversa, Mica não se convenceu, ainda queria ser de outra cor” (página 11) e proponha que pensem em outro desfecho para a história. Para isso, pergunte: - Depois dessa parte, o que aconteceu na história? - Se não tivesse encontrado Alice, o que poderia ter acontecido de diferente? (a ideia não é que os alunos respondam a essa pergunta em voz alta, mas que reflitam sobre outros desfechos possíveis) Então, sugira que, individualmente, os alunos escrevam a continuação da história. Proponha que primeiro levantem todas as possibilidades, listando-as, como em uma “chuva de ideias”. Depois, que escolham apenas uma ideia daquela lista para desenvolver e que planejem um roteiro para o que gostariam de escrever. Em seguida, que produzam o texto em si. Posteriormente, orienteos a realizarem a revisão do texto e a passarem a limpo. Essas etapas podem durar mais do que uma aula para que o texto ocorra com a qualidade esperada. Ao final, com as produções prontas, incentive os alunos a fazerem as ilustrações. Para isso, apresente novamente o livro “A menina sem cor” e outros que queira, com técnicas de ilustrações interessantes para apreciarem e se inspirarem nelas. Você pode organizar uma exposição com as produções escritas e as ilustrações das crianças ou dispor os trabalhos no centro de uma roda para que observem o que os colegas fizeram e falem um pouco sobre suas próprias produções. Aula 8 – Cara a cara Materiais: Foto 3x4 dos alunos e 2 cópias das fotos de todos os alunos para cada criança; marcadores (círculo de E.V.A, bolinha de papel crepom, tampinhas, grãos ou outro que deseje), lápis e papel para resolver os problemas. Para realizar essa proposta, solicite que cada aluno leve à escola uma foto 3x4 de si mesmo ou tire foto apenas do rosto das crianças e as imprima. Você pode colar todas as fotos em uma folha sulfite, tirar cópia colorida (2 para cada aluno) e entregar para cada aluno. Uma das cópias de todas as fotos será o tabuleiro do “cara a cara” de cada criança e a outra, deverá ser recortada para que tenham as fotos disponíveis como se fossem cartas. Esse jogo se brinca em duplas, com as duas crianças tendo tabuleiros idênticos e cartas com todos os rostos. Cada criança deverá deixar à sua frente um tabuleiro e a pilha de cartinhas. O objetivo do jogo é descobrir o rosto escolhido pelo colega e, para isso, fazer perguntas que eliminem os demais, pouco a pouco. Por exemplo, se estão jogando André e Tiago, cada um deles deve escolher uma carta com a foto de um colega e, sem dizer ao outro, retirar de seu monte de cartas. André fará perguntas para descobrir a carta de Tiago e Tiago 15
fará o mesmo para descobrir a carta de André; é uma vez de cada fazer perguntas. André pode perguntar, por exemplo: É menino? (se a resposta for não, ele cobre com os marcadores as fotos dos meninos) É negra? (se a resposta for sim, ele cobre a foto das meninas que não são negras), e assim por diante. Vence o jogo quem descobrir primeiro a carta selecionada pelo colega. A ideia é que esse jogo mostre a variedade de características físicas presentes na turma e que as diferenças sejam percebidas e respeitadas. As crianças podem jogar mais do que uma vez ao longo do mês e não apenas nesta aula. Além disso, podem ser feitos registros a partir desse jogo como situações-problema: 1. Sabendo que existem 36 alunos em nossa turma e que para brincar de cara a cara são necessárias duas fotos de cada criança por aluno, quantas fotos há ao todo? 2. Se metade dos alunos são meninos e, desses alunos, apenas dois têm olhos azuis, quantos são os meninos que têm outras cores? 3. No tabuleiro de Cristiane há 20x2-3+2-10-9 rostos marcados, quantos rostos estão sem marcar? 4. Que tipos de perguntas ajudam a marcar mais fotos? Liste algumas. Aula 9 – Realizando uma pesquisa Materiais: Livro “A menina sem cor”; giz e lousa ou papel kraft e canetão. Retome com os alunos o trecho do livro “A menina sem cor”: “...Quando fez seis anos de idade, Mica perguntou a seus pais o porquê de ela ser diferente deles. Afinal, eles eram brancos como leite. Então explicaram a ela toda a história da adoção. Mica não ficou muito chateada por ser filha adotiva, amava seus pais imensamente; mas desejava de modo profundo ter a mesma cor que eles.” (página 5). Então, pergunte aos alunos se sabem o que é adoção e se já ouviram essa palavra em outro contexto, além do livro. Eles podem, por exemplo, se lembrarem da “feira de adoção de cães e gatos”, de terem lido algo a respeito ou escutado a palavra na televisão. É importante que eles possam falar sobre o assunto e que você vá listando na lousa ou numa folha de papel kraft o que os alunos sabem sobre esse tema. Esse momento serve para perceber os conhecimentos prévios e compartilhar saberes entre as crianças, ampliando as aprendizagens. Em seguida, ao lado da lista de “O que sabemos sobre adoção”, faça, também, coletivamente, a relação de “O que queremos saber sobre adoção”. A partir das perguntas feitas pelos alunos, vá ao laboratório de informática ou à biblioteca e proponha que realizem a pesquisa, anotando as respostas a partir daquela lista. Alguns sites interessantes e confiáveis que podem servir como fonte de pesquisa são: - Portal Adoção. Disponível em: <http://www.adotar.tjsp.jus.br/>. Acesso em 27 abr. 2018.
16
Conselho Nacional de Justiça. Disponível em: < http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/cadastro-nacional-de-adocaocna/passo-a-passo-da-adocao>. Acesso em 27 abr. 2018 - Adoção Brasil. Disponível em: https://www.adocaobrasil.com.br/. Acesso em 27 abr. 2018. Os alunos, ao final, podem comparar e compartilhar suas pesquisas com a turma ou com crianças de outra turma, acrescentando novas descobertas à lista inicial. Aula 10 – Autorretrato invisível Materiais: Alguns espelhos pequenos para uso individual ou um espelho grande para toda a turma, 1 folha sulfite por aluno, 1 giz de cera branco por aluno, tinta aquarela, pincéis ou esponjas. Distribua espelhos para os alunos visualizarem seu próprio rosto ou vá com eles a um espaço em que haja um espelho grande para que possam se ver. Em seguida, entregue uma folha sulfite e um giz de cera branco por aluno e proponha que desenhem seu rosto do modo em que estão vendo naquela folha, tentando realizar o desenho com o máximo de detalhes possíveis. Assim, terão um autorretrato invisível ou “sem cor”, como é conhecida a menina da história “A menina sem cor”. Depois, peça para que os alunos pensem em que cor gostariam de ter. Eles podem usar a imaginação e pensar em qualquer cor, não só cores convencionais de pele. Então, dê a eles tinta aquarela da cor desejada, pincéis ou esponjas e proponha que passem por cima do autorretrato “invisível” e vejam o que acontece. Com os autorretratos coloridos, promova uma exposição em um mural fora da sala de aula para que os demais colegas de outras turmas possam apreciar. Variação: Ao invés de desenhar com giz de cera branco, você pode propor que os alunos testem outra técnica. Dê a eles, além da folha branca, um cotonete e um pouco de leite frio em um prato. O desenho será feito molhando o cotonete no leite e passando sobre a folha branca. Para que o desenho “invisível” apareça, neste caso, é só olhá-lo sob uma luz artificial, como uma lâmpada. Além de desenhos, os alunos podem usar a imaginação e criar “mensagens secretas”. Aula 11 – Entrevista Materiais: Livro “A menina sem cor”, lápis e papel; lousa e giz ou papel kraft e canetão (para elaboração das perguntas da entrevista). Retome com os alunos quais são as personagens da história “A menina sem cor” e quais são suas características. Para fazer esse registro, proponha que preencham uma tabela como esta: Nome da personagem Sylvia (mãe de Mica)
Descrição dada por Mica Branca como leite 17
Silvio (pai de Mica) Micaela (apelidada de Mica)
Alice
Branco como leite Linda, de cabelos volumosos e negros, pele cor de chocolate meio amargo; menina doce e encantadora; raça negra Pele mais clara que já havia visto, olhos lilases, cabelos quase brancos de tão louros; sobrancelhas e cílios quase não se viam; raça negra; albina
Esse momento é importante para os alunos perceberem a importância da descrição na narrativa para a construção das personagens. Aqui é interessante discutir o conceito de raça e esclarecer, como está no livro, que tanto Mica quanto Alice são negras (Alice disse: “..., eu também sou negra, digamos que quando nasci a tinta havia acabado” – página 20), mas Alice “sofria de uma anomalia genética que se caracteriza pela ausência da pigmentação da pele, dos pelos e dos olhos” (página 16) Esclareça que existem diferentes raças: branca, negra, amarela, parda e indígena e que “albina” não é raça, mas uma anomalia genética, o que torna quem é albino pertencente a alguma dessas raças. Então, proponha que escolham alguém que seja albino, negro, indígena, ruivo (mutação genética), ou de outro jeito que desejem e planejem um momento de entrevista com essa pessoa. As perguntas para a entrevista podem ser feitas coletivamente ou em pequenos grupos e depois compartilhadas e selecionadas coletivamente. É interessante que a entrevista foque nos sentimentos daquela pessoa por ser “diferente” e em suas experiências de vida, em que sofreu preconceito e aceitação. Revise com os alunos as perguntas da entrevista, proponha que escolham como se dará a entrevista (dia em que ocorrerá, quem fará cada grupo de perguntas, como estarão organizados, de que forma registrarão as respostas, etc.) e, por fim, elabore com o grupo um convite e entregue ao “entrevistado”. Antes do momento da entrevista, retome as perguntas, incentivando os alunos envolvidos a lerem antes para se prepararem e para que a entrevista flua; combine como será a postura das crianças e de que forma encerrarão a atividade (agradecimento ao entrevistado). Se possível, fotografe a entrevista e o entrevistado junto com as crianças. Aula 12 – Criação de cena com fantoches Materiais: Livro “A menina sem cor”; papel cartão (aproximadamente 30 folhas, de cores variadas, disponíveis coletivamente, para serem usadas pelos grupos); palitos de churrasco ou de sorvete (aproximadamente 60 unidades); cola; fita adesiva; lápis de cor; tesoura; caixa de sapatos (1 por grupo de alunos); papéis variados; canetinhas; giz de cera; tintas e pincéis; lápis e papel; máquina fotográfica. Para iniciar essa aula, proponha a discussão entre os alunos das seguintes palavras: racismo, discriminação e preconceito. O foco é compreenderem os termos e trazerem definições para eles, distinguindo-os. Eles podem começar definindo a seu modo, por meio de suas percepções e 18
experiências linguísticas e, depois, consultando dicionário ou sites de busca para complementar ou organizar melhor essas informações. Depois disso, comente com os alunos que essas palavras serão tema de uma cena que cada grupo de 4 ou 5 alunos criará e apresentará aos demais por meio do uso de fantoches também confeccionados por eles. Para criação dos fantoches: em grupos, proponha que pensem em que personagens gostarão de colocar na cena, que idealizem e desenhem esses personagens em um pedaço de papel cartão, pintem, recortem e os cole em um palito. Pronto! Esses serão os fantoches dos personagens da história. Eles também poderão criar o cenário em que a história acontecerá, usando, para isso, uma caixa de sapatos (apenas a caixa, sem a tampa), decorada pelos próprios alunos, de acordo com a história criada. Não direcione a criação dos alunos. Eles podem planejar personagens humanos ou animais e criar a história com autonomia, focando apenas no tema “racismo”, “discriminação” e “preconceito”, apontando para desfechos de respeito, empatia e aceitação às diferenças, assim como mostra o livro “A menina sem cor”, lido e estudado pelo grupo. Para criação da história: Em grupos, os alunos escreverão a história que será apresentada aos demais. Para isso, deverão ter como foco tanto o tema quanto as personagens de palito. Pode ter fala de narrador, mas também é importante que haja falas para as personagens. Para o momento da apresentação: Organize os alunos em um espaço aconchegante e com todos voltados à frente, onde será encenada a história, com o teatro de fantoches. Garanta um momento anterior para ensaio e um cronograma para as apresentações, que poderão ocorrer na mesma aula ou em dias diferentes. Se possível, registre o momento por meio de fotos ou de filmagem, que depois poderá ser vista pelos alunos.
19