INFORMATIVO DE GREVE
18/AGO
A REFORMA DA FAU CONTINUA DESCONSIDERANDO OS USOS DO ESPAÇO Já estamos entrando no fim do mês de agosto e a Diretoria ainda não respondeu o pedido dos estudantes (que vem sendo feito desde o fim do semestre passado) sobre a realização de uma nova reunião aberta com a comunidade FAU no auditório. O Conselho Curador também solicitou essa reunião e recebeu como resposta uma grande sabonetada: a diretoria respondeu que o Conselho poderia realizar a reunião, sem confirmar se a mesma estaria presente. Essa reunião sem a participação da Diretoria seria um reunião às cegas, pois ela é quem detém os informes centrais sobre a reforma. As informações que realmente tratam das perspectivas para esse semestre não estão sendo divulgadas! Um ponto central é sobre o andamento da reforma nas áreas do AI, do fosso e do Caramelo. Apesar de ter sido afirmado pela Diretoria no fim do semestre passado que a reforma nessas áreas só aconteceria durante as férias de dezembro, foi colocada, na reunião semanal do Conselho Curador com o GEEF e Jatobeton, a intenção
de entregar a obra ainda esse ano. Visto que sempre a solução é sobrepor a reforma à comunidade FAU, isso sinaliza novamente a intenção de retirar da FAU as suas atividades cotidianas! Frente a isso, na primeira assembleia dos estudantes desse semestre nos posicionamos no sentido de: · Que a reforma nos vãos (Caramelo, fosso e AI) não se inicie até o começo das férias do fim de ano; · Que a reforma não ocorra durante a tarde, mesmo que não hajam aulas; · Que o caramelo seja desinterditado. A pulverização por unidades da USP já mostrou o quão prejudicial é para a nossa formação e organização estudantil. Não podemos deixar que o desejo eleitoral de “ser a Diretoria que entregou a obra da cobertura” se sobreponha à própria comunidade FAU. A mobilização dos estudantes da FAU pela permanência das atividades no edifício deve continuar.
PRIVATIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE Na última semana, foi interceptado um documento que comprova o avanço da privatização na USP com justificativa na crise orçamentária. Com o título “Recuperação da USP”, o texto emitido pela reitoria, comunica ao Governo do Estado as medidas que serão implementadas na Universidade. Indica que as ações serão tomadas quando os ânimos se acalmarem, ou seja, quando acabar a greve. Além do congelamento de duas obras em andamento, o documento coloca ataques graves: Hospital Universitário e HRAC A gestão dos hospitais dos campus Butantã e Bauru serão transferidas para a secretaria de saúde do Governo do Estado. Tais medidas causarão uma diminuição da qualidade de atendimento dos hospitais. Será implementada no HU e HRAC a política de saúde do governo, que consiste na delegação da administração dos hospitais à iniciativa privada, por meio da contratação de “Organizações Sociais de Saúde”. Estas funcionam por uma política de metas e buscam lucratividade, o que é incondizente com um bom sistema de saúde. A medida
acompanha a demissão de funcionários e a contratação de terceirizados, com salários menores e impossibilidade de organização. Inclusão e Permanência A Universidade transferirá os gastos relativos à inclusão e permanência ao Governo do Estado. Entende-se por eles gastos com bandeijões, moradia e bolsas de auxílio. A política de permanência, insuficiente na USP, obteve a maior parte de suas conquistas a partir da luta dos estudantes. Agora este embate se travará com o governo e não mais com a reitoria, exigindo maior mobilização dos estudantes. Demissão de Funcionários Um Programa de Demissão Voluntária será implementado pela Universidade, com o objetivo de demitir dois mil e oitocentoss funcionários. Tal medida acompanha a diminuição da carga horária, com diminuição de salário, para outros funcionários. Em uma situação na qual existe a falta de funcionários em muitas localidades, o PDV e a diminuição de carga horária aumentará o sucateamento da Universidade.
PARA ENTENDER A DESLEGITIMAÇÃO DA GREVE E DE SEUS AGENTES Em um informe da reitoria emitido no dia 08/08, Zago indicou que a postura da ADUSP e do SINTUSP é intransigente. Cabe, no entanto, relembrar alguns fatos: O corte de ponto está sendo posto em prática pelos diretores de unidades que são favoráveis a isso, com o aval da reitoria. Como resultado, os funcionários de diversos institutos tiveram seu salário cortado parcialmente ou totalmente. Em rechaço a este posicionamento, foi montado o acampamento em frente à nova reitoria, que resiste até hoje. Está sendo cobrada do SINTUSP uma multa diária de dez mil reais, tendo como justificativa os piquetes montados pela categoria, usados como instrumento de pressão para que haja negociação das pautas. Estes foram desmontados no dia 03 de agosto pela polícia militar sob ordem de uma liminar solicitada pela reitoria. Haveria, no dia 13/08, uma reunião do reitor Zago com o SINTUSP, para discutir sobre a decisão do corte de ponto. Esta reunião foi cancelada pelo reitor
na véspera, sem a sinalização de outra data. Ainda nesse mesmo dia, foi feita a declaração de que a reitoria vai levar até o fim os processos de demissão por justa causa dos diretores do SINTUSP da época da gestão Rodas – processos estes que estavam suspensos e em negociação com o advogado. A posição da reitoria e dos setores alinhados com sua política vão no sentido de deslegitimar as ações do movimento, cujos métodos de reivindicação são taxados de violentos. Desconsiderando a discrepância de forças entre o movimento da greve e o poder institucional, esse discurso esconde os agentes e intenções por trás das medidas tomadas. A relativização das forças políticas interessa, assim, a um projeto de desmonte das formas de organização não institucionais. Ao analisar o momento atual, é essencial entender que o poder de cada um dos agentes envolvidos é estruturalmente desigual. E também compreender a existência de projetos distintos para os rumos da Universidade, e que cada agente envolvido atua em direção a um ou a outro projeto.
CALENDÁRIO DA SEMANA
SEGUNDA 11h Concentração na reitoria para pedágio na Vital Brasil 14h Cinemuseu 16h Organização Quinta&Breja Contra o Arrocho, na ECA + Pedágio para o fundo de greve durante o dia todo TERÇA 8h, 14h, 19h 9h 14h 17h Noite QUARTA 5h 17h 17h QUINTA 13h 18h SEXTA 12h 14h SÁBADO 14h
Passagem em salas na USP, concentração na reitoria Café da manhã dos funcionários Roda de conversa com os professores sobre privatização e reajuste de 0% Assembleia da FAU Fazer faixas para o trancaço
Trancaço Ato do MTST no MASP Comando de mobilização FAU
Ato contra a criminalização dos movimentos sociais, concentração em frente à reitoria Assembleia Geral
Churras do GFAU Ato contra o genocídio da população negra
Comando de greve geral, na reitoria