Jornal Paralímpico - Edição 2 (Clipping)

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ATLETAS OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS

Entre os mais de 4 mil atletas que participaram dos Jogos Paralímpicos Rio-2016, seis atletas se destacam por terem participado em algum momento de suas carreiras dos Jogos Olímpicos também. Três deles inclusive participaram de ambos os jogos realizados no Rio. São elas a arqueira Zahra Nemati, do Irã e as mesa-tenistas Natalia Partyka, da Polônia e Melissa Tapper da Austrália. Isso pode acontecer por diversos motivos, desde a ocorrência de acidentes ou a liberação por parte dos comitês nacionais. "Acho que foi algo natural (disputar as duas), pois sempre disputei os dois circuitos mundiais da Federeação Internacional de Tênis de Mesa. Me classifiquei pela primeira vez em 2008 para uma Olimpíada e, desde então, sempre participo dos dois torneios também", comentou Natalia, que ganhou o ouro na competição individual nos Jogos Paralímpicos.


A BUSCA PELO ESPAÇO ATRAVÉS DAS REDES SOCIAIS Twitter, Facebook, YouTube e Periscope têm sido grandes aliados do Comitê Paralímpico Brasileiro para a divulgação do esporte

Diferentemente dos Jogos Olímpicos, que recebem extensa cobertura da mídia, as modalidades paralímpicas não têm o mesmo espaço de divulgação na TV, em jornais, entre outros meios. Mas o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) tem encontrado na internet um ótimo aliado para ajudar a promover o esporte paralímpico no país. Com a intenção de contornar a falta de divulgação dos Jogos Para Pan-americanos de Toronto de 2015, o Comitê Paralímpico Brasileiro investiu em aplicativos de sucesso para trazer mais conteúdo para o público. Durante o evento, o canal a cabo SporTV fazia apenas duas horas de transmissão diárias. Mas a exibição das competições eram realizadas nos canais secundários, o que dificultava ainda mais o acesso. O uso do Periscope foi inovador, principalmente ao pensar no contato com os seguidores do CPB nas redes sociais. Para definir qual modalidade seria exibida no perfil oficial do Comitê no aplicativo, o público tinha um papel decisivo, ao mostrar qual competição tinha mais interesse em ver. Após a transmissão ao vivo, os vídeos ficavam disponíveis por 24 horas. Em julho, cerca de um mês antes dos jogos de Toronto, o Comitê havia realizado testes no Mundial de Natação em Glasgow, na Escócia. Mas a tentativa trouxe momentos inesperados, como um assédio à jornalista que narrava as provas, por parte de um espectador da plataforma. Com a experiência bem sucedida do Parapan, a CPB continuou investindo no Periscope. Em setembro, usou o aplicativo para anunciar a convocação para o Mundial Paralímpico de Atletismo. Em dezembro, foi anunciada a nova campanha do Comitê, voltada para as redes sociais. Batizada de “Coração Paralímpico”, a peça tem duração de 1 minuto, com versões reduzidas de 15 e 30 segundos e será dividida em três fases, sendo a primeira “#NaMesmaBatida”, que tem como foco a paixão pelo esporte. Na campanha anterior, chamada de “Mude o Impossível”, o objetivo era mostrar como os atletas não se deixavam limitar pelas suas deficiências. No YouTube, o CPB divulga os vídeos oficiais de suas campanhas, além de disponibilizar clipes e vídeos de recapitulação da participação do país em eventos paralímpicos. Mas na plataforma de vídeos o alcance é pequeno: o vídeo com o maior número de visualizações, um clipe final do Parapan de Toronto, tem pouco mais de 2 mil visualizações. Para ajudar ainda mais na visibilidade, o CPB anunciou em julho do ano passado a criação do Programa Embaixador Paralímpico. Com foco nas publicações em redes sociais, personalidades como Fernanda Lima, Rodrigo Hilbert e Emerson Fittipaldi, o programa tem como objetivo promover o esporte paralímpico e criar uma verdadeira Torcida Brasil para os Jogos do Rio.


MAIS DE 90% DA DELEGAÇÃO PARALÍMPICA TEM AUXÍLIO FEDERAL Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência garante verbas vindas das loterias

No processo de profissionalização que veio a reboque dos Jogos Rio-2016, um dos maiores incentivadores foi o Governo Federal, que na última década aumentou os investimentos nos atletas e nos locais de treinamento. O programa mais antigo é o Bolsa Atleta, criado em 2005. Até o momento, foram investidos mais de R$600 milhões em bolsas que variam de R$370 a R$3.100 mensais. Desse total, cerca de um terço foi distribuído aos atletas paralímpicos, com um total de 11.700 bolsas anuais, tornando-se o maior programa de patrocínio esportivo individual e direto do mundo. Para dar um foco maior aos esportistas de melhor rendimento, o governo criou em 2011 o Bolsa Pódio. Nele, atletas que estão entre os 20 melhores do mundo nos rankings oficiais de suas modalidades passaram a ganhar um valor entre R$5 mil e R$15 mil. Completando a lista de incentivos públicos no esporte, o governo lançou em 2012 o Plano Brasil Medalhas, que junto com a captação de dinheiro privado, aumentou em R$1 bilhão o investimento no atual ciclo olímpico e paralímpico. A verba de construção do Centro de Treinamento veio desse montante. Na Rio-2016, mais de 90% da delegação paralímpica brasileira recebem algum tipo de apoio do governo. Para alguns atletas, esse auxílio foi fundamental e trouxe melhora na performance. - A bolsa para mim é tudo, porque antes eu tinha que trabalhar. E, agora, a nossa evolução é visível. No meu esporte, agora temos medalha – diz Evânio da Silva, primeiro medalhista brasileiro no halterofilismo. Com esse investimento focado nos Jogos Rio-2016, uma das maiores preocupações dos atletas é que após o evento o valor repassado diminua. Mas para Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o futuro é tranquilo. A entidade conseguiu encontrar outras formas de captação do dinheiro público, como a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que aumentou o repasse de verba das loterias. - Com a aprovação desta lei, termos a previsão de cerca de R$130 milhões já para este ano, apenas da Lei Agnelo Piva.


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