engenheiro Revista da Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG - Dezembro de 2010 • Ano II Nº 02
Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves A mais ousada obra da capital mineira nas últimas décadas
Índice
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Editorial AEAEE-UFMG realiza o 3º Prêmio Top Cidade Administrativa Turismo - Araxá Empresa com Responsabilidade Social Escola de Engenharia da UFMG de casa nova Visual moderno para uma Escola Centenária Biblioteca Mário Werneck Associação se prepara para receber público Espaço Aberto
Cidade Administrativa Foto de Capa: Leandro Couri
Expediente A Revista INGENIUM é uma publicação da Associação dos Ex-alunos da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais. Presidente: Tárcio Primo Belém Barbosa 1º Vice-presidente: Fábio B. Simoni 2º Vice-presidente: Geraldo Dirceu de Oliveira 3º Vice-presidente: Danilo Amaral Secretário Geral: André de Oliveira Pinto 1º Secretário: Sidon Clevio Pimenta Etrusco 1º Tesoureiro: Salomão Jorge Netto 2º Tesoureiro: Maria Consuelo B. Cardoso Máximo Diretores Técnicos: Adir José de Freitas e Sílvio Piroli Diretor Cultural: Guilherme Brandão Federman Diretor Social: Maeli Estrela Borges Diretores Adjuntos: Clovis Vaz da Costa, Olavo Aurélio P. Albuquerque, Delmiro Schmidt de Andrade, Emílio Elias Mouchrek Filho, Enid Brandão Carneiro e José Carlos Laender de Castro Superintendente do ITPD: Euller Magalhães da Rocha Conselheiro Deliberativo Presidente de Honra: Levínio da Cunha Castilho Presidente: Hilton Homem de Castro Vice-presidente: Gabriel Lustosa de Andrade Membros: Éderson Bustamante, José Ignácio Brum Ribeiro, Gilson de Carvalho Queiroz Filho, Onofre Resende, Paulo José de Lima Vieira, Fernando Amorim de Paula, Marita Areas de Souza Tavares, Edson Durão Júdice, Rodney Rezende Saldanha Endereço: Rua da Bahia, 52 • 2º Andar – Centro / Belo Horizonte – Minas Gerais CEP 30.160-090 Telefone: (31) 3273-3023 Revista INGENIUM 2ª Edição • Ano II Departamento Comercial: Produtos BH Jornalista Responsável: Gilson de Souza (MG - 12.251 JP) Fotografia: Gilson de Souza, Leandro Couri, Arquivo Codemg Diagramação e Arte: Gilson de Souza (31) 3462-0515 Impressão: Gráfica Lastro Tiragem: 20.000 exemplares
Pública
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Editorial
05 Gilson de Souza
É com enorme prazer que tenho a oportunidade de fazer contato, mais uma vez, com nossos associados, colaboradores e amigos por meio da revista ENGENHEIRO. Expressa o instinto natural do homem de superar óbices, de conquistar novas fronteiras, evoluir e transformar o ambiente que o acolhe, moldando seu habitat para melhor atender suas necessidades. Destaco nessa edição o sucesso do 3º Prêmio Top de Engenharias, que prestou justa homenagem aos melhores da engenharia. O evento, realizado no dia 30 de setembro, em noite memorável, reuniu mais de 600 pessoas no Minas Tênis Clube II. Engenheiros dos mais diversos segmentos, autoridades de Minas e do Brasil, além de ilustres convidados, puderam acompanhar a entrega de troféus para aqueles profissionais que se destacaram em 2010. Aqueles que contribuíram de maneira indelével para o crescimento do país. Entre os profissionais, destacou o Engenheiro Eliezer Batista da Silva, o presidente do CREA/MG, Gilson Queiroz, o empresário e ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. Além do diretor geral do Jornal Estado de Minas, Edison Zenóbio e do ex-prefeito de Belo Horizonte Maurício de Freitas Teixeira Campos. É possível afirmar hoje, que o evento está garantindo espaço no calendário de importantes comemorações no cenário político e social de Minas Gerais. A premiação, além de prestigiar empresas e profissionais, contou com o apoio incondicional de grandes estatais, como a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), só para citar um exemplo. Faço questão que os leitores acompanhem a matéria completa sobre o 3º Prêmio Top de Engenharias. Com certeza, se sentirão orgulhosos pelos amigos e companheiros que foram justamente premiados, enfatizo mais uma vez. A comemoração ainda contou com a apresentação da cantora Marina Elali. No dia 23 de novembro, nossa associação foi convidada para uma homenagem. O professor Gilson Queiroz foi agraciado com Medalha e Diploma do Mérito da Engenharia. Na oportunidade, as turmas que completaram 30, 35 e 40 anos de formatura também foram homenageadas. O evento foi realizado no auditório da AEAEE-UFMG. A Associação também foi convidada para integrar a Comissão aprovada pela Congregação da Escola para elaborar o programa de festejos comemorativos de nosso Estabelecimento de Ensino, em maio de 2011. Também não poderia deixar de tocar no quesito “calendário de atividades de cunho educacional e cultural”. Todas as palestras que foram realizadas na Escola de Engenharia da UFMG, conforme calendário divulgado na edição de nº 52 de nosso jornal ficaram completamente lotadas. Motivo de orgulho para nossa diretoria que já está se preparando para o próximo ano. Mas as atividades não terminaram. No dia 10 de dezembro realizamos o Seminário Problemas e Soluções em Gestão Ambiental, que abordou temas como as mudanças climáticas e o mecanismo de desenvolvimento limpo e a recuperação da área degradada. O seminário foi em realizado em parceria com a Petrobrás. Em tempo, ao preencher sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), cite, a partir de agora, em vez do número, o nome da Associação dos Ex-Alunos da Escola da Engenharia da UFMG. Desta maneira você estará favorecendo o profissional com mais um item em seu acervo técnico. Deste valor recolhido ao Crea-MG, parte será destinada ao Ensino e a Pesquisa da Escola de Engenharia, em atendimento ao Art. 1º de seu estatuto. Mais uma vez, obrigado pela sua atenção e tenha uma agradável leitura. Tárcio Primo Belém Barbosa Presidente
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3º Top
A AEAEE-UFMG realiza o 3º Prêmio Top Fornecedores Engenharias
Gilson de Souza
Gilson de Souza
Com muita alegria e descontração, foi realizado no Minas II, o 3º Prêmio Top Engenharias, que reconhece e homenageia pessoas e empresas que tenham contribuído, significativamente, para o desenvolvimento das engenharias, uma realização da Diretoria da Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais.
Na primeira parte do evento, foram homenageadas pessoas físicas que contribuíram notoriamente para a engenharia e/ou para o desenvolvimento econômico, social e cientifico. Na segunda parte, as homenagens a diretores de empresas, que fornecem bens, produtos e serviços, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social dos diversos setores que a engenharia engloba. Foram homenageadas empresas fornecedoras às engenharias, indicadas por pesquisa realizada pela Contest/Conectiv, cujo es-
tudo arrolou as seguintes engenharias, conforme orientação em 2009 da Diretoria da Associação de Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG: Engenharia Civil (Construção Civil), Engenharia Civil (Construção Pesada), Engenharia Civil (incluindo Sanitária, Agrimensura, Cartografia e Recursos Hídricos),Engenharia Ambiental,Engenharia Elétrica e Eletrotécnica,Engenharia de Minas e Metalurgia (incluindo Materiais e Fundição),Engenharia Mecânica (incluindo Aeroespacial,
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3ยบ Top
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3º Top Fotos: Gilson de Souza
As personalidades homenageadas da noite foram os senhores Eliezer Batista da Silva o Sr. Gilson Queiroz, o Sr. Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto, o Sr. Edison Zenóbio, e Mauricio de Freitas Teixeira Campos, ex-prefeito da Capital Automotiva, Industrial e Naval),Engenharia da Computação e Telecomunicações (incluindo Automação, Redes e Telecom),Engenharia da Produção, Engenharia Agrícola, Florestal e de Pesca, Engenharia Química, Engenharia Nuclear e, Engenharia Geração de Energia.
Homenagens a Pessoas Físicas Foram homenageados os senhores Eliezer Batista da Silva o Sr. Gilson Queiroz, o Sr. Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto, o Sr. Edison Zenóbio, e o Sr. Mauricio de Freitas Teixeira Campos.
Autoridades Estiveram presentes o Sr.Gilson de Carvalho Queiroz Filho, Presidente do CREA-MG, O Sr. Octávio Elisio Alves de Brito, Representante do Governador do Estado de Minas Gerais – Antônio Anastasia, O Sr.Paulo César Rodrigues, Diretor da SENGE-MG, O Sr. Teodomiro Diniz Camargo, Presidente da Câmara da Construção Civil – FIEMG.
Show Na segunda parte do 3º Prêmio Engenharias, homenagens aos diretores das empresas vencedoras. Na apresentação das empresas, houve a presença da cantora internacional Marina Elali, que cantou músicas que compõem a “Alma de Minas”. A cantora vem emplacando diversos sucessos em trilhas musicais da Rede Globo e recebeu elogios de todos.
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Destaque
Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves Fonte: Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais) www.comig.com.br Leandro Couri
O Governo de Minas Gerais entregou à população em 2010 a mais ousada obra da Capital mineira nas últimas décadas: a Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves. O moderno complexo de prédios projetado pelo mestre da arquitetura Oscar Niemeyer abriga a administração direta do Estado, implantando, assim, o terceiro pilar traçado no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PDMI), elaborado para assegurar o crescimento econômico e o progresso social para os mineiros no período 2003-2023. Hoje, um total de 16 mil servidores já trabalham reunidos no complexo administrativo, inaugurando também um novo pólo de desenvolvimento para Belo Horizonte e parte da Região Metropolitana. A Cidade Administrativa, localizada às margens da MG 010, dota a capital de um novo traçado e abre caminho para a sua mais importante expansão desde a década de 40, com a construção do conjunto arquitetônico da Pampulha, localizado também na Região Norte. Passados 67 anos da inauguração da obra de Juscelino Kubistchek, o Governo do Estado torna o Vetor Norte o novo eixo de crescimento da cidade,
revertendo em definitivo o processo de crescimento demográfico elevado e empobrecimento socioeconômico da região. Cidade Administrativa - A obra A pedra fundamental da Cidade Administrativa foi lançada em abril de 2007 e as obras se iniciaram em dezembro do mesmo ano. Três consórcios de empresas venceram as licitações públicas e responderam pela execução das obras. O planejamento para a construção embasou os editais de concorrência, que especificaram desde o volume de concreto, aço e número de vigas em cada edifício até a quantidade e tipo do material de acabamento utilizado, como, por exemplo, fios elétricos, fibra ótica, tomadas e lâmpadas. O detalhamento rigoroso dos projetos executivos e o acompanhamento diário do cronograma das obras permitiram a execução em tempo recorde e o cumprimento dos preços estabelecidos nos contratos no valor de R$949 milhões. O investimento foi integralmente custeado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas
VIDRÁLIA
14 Gerais (Codemig). Não foram utilizados recursos do Tesouro do Estado na obra. Cidade Administrativa Arquitetura e engenharia O traçado de Oscar Niemeyer em Belo Horizonte chama a atenção pela modernidade e grandiosidade. As sinuosas curvas do conjunto arquitetônico da Pampulha, projetado nos anos 40, deram nova identidade à região Norte da capital mineira e se transformaram no principal cartão postal da cidade. Ao projetar a Cidade Administrativa de Minas Gerais, sete décadas depois, Oscar Niemeyer permitiu que a engenharia e a construção civil, mais uma vez, dessem um passo à frente e acompanhassem suas ideias modernistas. O arquiteto traçou o maior prédio suspenso do mundo para abrigar a nova sede do Governo. Com vão livre de 147 metros de comprimento e 26 metros de largura, o Palácio Tiradentes é considerado uma das mais ousadas obras do arquiteto em 70 anos de carreira. No Brasil, três obras ficaram famosas por desafiarem a engenharia: o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e a ponte Octávio Frias de Oliveira, em São Paulo, e a ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. Com o projeto da Cidade Administrativa, Oscar Niemeyer, aos 102 anos, consolida seu legado arquitetônico na capital mineira. Ele deixou sua marca em outras 14 obras em Belo Horizonte: o Edifício Niemeyer e a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (Praça da Liberdade), Conjunto JK (Barro Preto), o Colégio Estadual Central (Lourdes) e o Palácio das Artes (Centro). Cidade Administrativa Sustentável e inteligente O projeto da Cidade Administrativa foi desenvolvido de acordo com técnicas modernas e reconhecidas de construção verde, buscando diminuir os impactos ambientais e economizar recursos. O conceito de sustentabilidade esteve presente desde a construção do complexo. Houve monitoramento da qualidade da água e do ar, medidas para reaproveitamento e destinação correta de resíduos sólidos, controle de ruídos, da poluição sonora e da procedência dos materiais utilizados. Todas as edificações funcionam com os mais inovadores processos tecnológicos de uso racional de água, energia e reaproveitamento do lixo, obedecendo às exigências relacionadas à sustentabilidade e preservação do meio ambiente.
Destaque Uso racional de energia Os prédios são dotados de um sistema central computadorizado e inteligente que controla o uso de elevadores, o acionamento de lâmpadas e do ar condicionado. A presença de sensores fotossensíveis evita a iluminação e climatização de ambientes vazios. Alimentados por uma central de água gelada, o sistema de ar-condicionado tem capacidade para gerar mais de 8 mil toneladas de ar refrigerado por hora. É a central com maior capacidade de operação na América Latina. Luz natural As fachadas dos prédios, revestidas com vidro de máximo desempenho, favorecem a utilização de luz natural nos ambientes de trabalho e reduzem os gastos com a refrigeração: 70% da passagem de calor serão bloqueados pelo vidro. Esgoto a vácuo O sistema de esgotamento nos banheiros é a vácuo reduzindo o consumo de água em 80% em relação à descarga convencional. Todo o esgoto, depois de coletado, é encaminhado até a Estação de Tratamento do Córrego do Onça, localizado a 15 km de distância. Aproveitamento de água das chuvas A água das chuvas não poluídas são direcionadas através de drenos para os dois lagos artificiais construídos na área externa da Cidade Administrativa. Toda irrigação dos jardins será feita com o uso da água reaproveitada. O entorno abriga 350 mil mudas de arbustos, árvores e flores de espécies diversas. Coleta seletiva A Cidade Administrativa conta com coleta seletiva e ações dirigidas para estimular a adoção de práticas ambientais responsáveis por parte dos servidores. O programa é hoje aplicado em mais de 30 instituições governamentais. Parques Verdes Duas unidades ambientais estão sendo implantadas com a Cidade Administrativa: o Parque Estadual Serra Verde e o Parque Linear do Córrego da Floresta, totalizando uma área protegida de 1,6 milhão de metros quadrados. O Serra Verde é o segundo maior parque de Belo Horizonte, abrigando animais, espécies vegetais e nascentes agora preservados. Ele terá também trilhas ecológicas para os visitantes.
Suas Instalações Estruturas em curvas, grandes vãos livres e balanços nas extremidades das edificações - extremidades sem pilastras de sustentação - são detalhes da genialidade do arquiteto Niemeyer neste complexo de 265 mil metros quadrados de área construída. Palácio Tiradentes Maior prédio suspenso do mundo, o Palácio Tiradentes é a sede oficial do Governo de Minas Gerais. Com quatro pavimentos, abriga a Governadoria, onde está instalado o Gabinete do Governador do Estado, a Vice-Governadoria e o Gabinete Militar.
O prédio é formado ainda por subsolo e pilotis, totalizando 21 mil metros quadrados de área construída. Em seu interior, conta com um salão de 1.200 metros quadrados de área destinado a solenidades oficiais, biblioteca e serviços de apoio. Totalmente revestido em vidro, o prédio foi construído em concreto e está totalmente suspenso por 1.080 cabos de aço presos a vigas de concreto de 20 metros de comprimentos e 3,4 metros de altura localizadas na parte superior e apoiadas em dois grandes pórticos paralelos de concreto armado. A estrutura do prédio foi concebida para suportar cargas em torno de 34 mil toneladas.
Destaque Prédios das secretarias Os imponentes edifícios “Minas” e “Gerais”, construídos para abrigar as 18 secretarias e 25 órgãos públicos, foi uma alternativa do arquiteto Oscar Niemeyer ao conjunto de prédios separados como executado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Cada edifício com 240 metros de extensão em curva e área total de 116 mil metros quadrados, foi construído como se fossem cinco prédios separados. A construção foi iniciada a partir do centro até as extremidades, em forma de pirâmide. Enquanto o setor central concretava a laje seguinte, os setores vizinhos iniciavam a próxima laje em andamento. Os outros dois setores nas extremidades começavam então a ter construção liberada. Essa solução facilitou os trabalhos e deu agilidade à obra. Os andares planejados com grandes vãos livres permitiram soluções práticas e arrojadas para instalação dos espaços de trabalho e de convivência. Auditório Localizado ao lado da sede do Governo, o auditório é con-
17 siderado a edificação que melhor representa o estilo de Oscar Niemeyer. Construído em forma côncava, semelhante a obras do arquiteto em Belo Horizonte e outras partes do mundo, o prédio também chama a atenção pelo elemento vazado, que corresponde à figura de um olho e representa 30% da construção. São 10 metros de altura entre a cobertura em casca e a laje inferior em curva. No total, a obra tem 20 metros de altura. Com quatro mil metros quadrados de área construída, o prédio foi dividido em três níveis. O primeiro nível é destinado à garagem de serviços e o segundo pavimento abriga o foyer e outras instalações de apoio, como depósitos e banheiros. A plateia é acessada por escadas laterais ou por uma rampa em curva, situada na parte externa do edifício. Centro de Convivência A edificação, com dois pavimentos em formato circular, está localizada entre os dois prédios das secretarias. Com 4,5 mil metros quadrados de área, é ligada a eles por meio de um túnel. Nesse local, estão instalados restaurantes, lanchonetes, postos bancários e outros serviços.
Leandro Couri
Os imponentes edifícios “Minas” e “Gerais”, construídos para abrigar as 18 secretarias e 25 órgãos públicos, foi uma alternativa do arquiteto Oscar Niemeyer ao conjunto de prédios separados como executado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília
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Turismo
Turismo
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Araxá: O glamour está de volta A Codemig, em parceria com setor hoteleiro, é responsável pela administração do Grande Hotel de Araxá
A cidade de Araxá, pode-se dizer que é a porta de entrada do triângulo mineiro, para quem vem de Belo Horizonte pela estrada. Situada a pouco mais de 350 Kms da capital, é famosa pelo povo hospitaleiro e principalmente pelas suas águas medicinais que são fartamente encontradas na Estância do Barreiro. É também nessa região que está o maior orgulho do Município, o Grande Hotel e Termas de Araxá, marco da arquitetura e construção em Minas Gerais. Ideal a quem procura um roteiro sossegado para descansar.
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Turismo Fotos: Gilson de Souza
Fonte Dona Beja com suas águas sulfurosas à esquerda e os prédios que compoem o Complexo do Barreiro
Do Tupi-Guarani, Arachá, escrito com ‘ch’, quer dizer “lugar onde primeiro se avista o sol”, porque os índios Cataguás, antigos habitantes da região, atribuíam a ela um lugar muito alto. No século XIX, Araxá ficou famosa por uma moradora que se mudou para lá com apenas cinco anos de idade. Seu nome era Anna Jacinta de São José, mas ficou conhecida pelo apelido: Dona Beja. Quem melhor conta as histórias dela é João Rodrigues, o João da Fonte que trabalha na fonte que leva seu nome: “Fonte Dona Beja”. Muito bonita, ele cita que aos 15 anos foi seqüestrada pelo Ouvidor do Rei, que se apaixonou tremendamente por Beja. Ela então, passou a conviver com os maiores políticos do Império e, por ser muito inteligente, soube aproveitar todo o prestígio alcançado. Entre elas, foi a responsável junto ao rei, pela anexação do Triângulo Mineiro a Minas, que antes pertencia à Goiás, captando maiores recursos para o governo mineiro. Através dos seus muitos amores, ganhou o maior diamante conhecido de sua época, o “Estrela do Sul”, que dá nome a outra cidade mineira na divisa do estado. São muitas as histórias de amor, que povoam a região. Na década de 40, de acordo com o funcionário do Museu Histórico de Araxá, Gabriel Rosa, o famoso jornalista e responsável pela instala-
ção da TV no Brasil, Assis Chateaubriand, numa visita à cidade para se banhar nas águas medicinais, se apaixona pela mulher de Santos Dummont, o pai da aviação, que também visitava o município. Um conflito entre os dois foi, dessa forma, inevitável. Conflitos à parte, o clima da região parece ser propício ao amor. Pode ser por que a população de Araxá é considerada a mais hospitaleira de todo o Brasil, como também de suas águas serem famosas por suas qualidades curativas. Existem muitos hotéis no centro e nos arredores da cidade, mas, sem dúvida, hospedar-se no Grande Hotel e Termas de Araxá é reviver todo o glamour das décadas de 40, 50 e 60. Começou a ser construído em 1938. Foi inaugurado no dia 19 de abril de 1944 pelo presidente Getúlio Vargas, que também foi o seu hóspede de ‘número um’. Foi um marco nos anos 40 com o imponente cassino, além do cinema, teatro, grandes salões e corredores, todos feitos com o melhor mármore de Carrara importado da Europa e iluminados por imponentes lustres de cristais. De lá para cá, o hotel recebeu importantes hóspedes, como artistas, políticos, industriais e todos os presidentes da história contemporânea do Brasil, com exceção do presidente Fernando Henrique Cardoso, já que o hotel nesta época esteve fechado
Imponentes salões como o “Solar dos Araxás” no Grande Hotel, quanto o “Mandala” do Thermas
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Turismo
por oito anos. Passou por uma grande reforma que durou dois anos, o modernizando por completo. Com sistema central de ar-condicionado e sistema de som ambiente que, ao caminhar pelo hotel, em qualquer ponto se ouve uma suave e tranquila música. São 283 apartamentos divididos em standard, superior e luxo. Preferindo, pode-se hospedar na suíte presidencial, que foi muito frequentada por Juscelino Kubitschek ou na suíte governamental, idênticas no tamanho, mas diferentes na decoração. Ao hospedar-se nestas suítes, o hópede terá que desembolsar uma quantia relativamente maior. O Grande Hotel fica defronte para uma bela lagoa na região do “Complexo do Barreiro”. Uma fonte de águas minerais com qualidades radioativas encontra-se com outra fonte de águas sulfurosas formando a lagoa que reflete toda a verde paisagem como se fosse espelho. Cercado por árvores, o hotel está situado a apenas oito quilômetros do centro de Araxá. A estrada que liga o hotel ao centro é cercada por bouganviles e ipês roxos e amarelos. O raro ipê branco, que floresce apenas um dia ao ano, está presente no caminho que leva à Fonte Dona Beja, muito frequentada pelos araxaenses que caminham por ali durante todo o ano. “Ao entardecer a imagem do hotel refletida na lagoa é de perder o fôlego, é a minha favorita”, diz o sorridente João da Fonte. Araxá possui ainda inúmeros atrativos, como o Museu Histórico de Araxá - Dona Beja e o Museu Calmon Barreto, considerado o maior museu com acervo de um único artista. Pintor, escultor, desenhista e gravador, procurou documentar através de seus trabalhos, a história, os costumes e a paisagem da região. A cidade possui igrejas e um pequeno Cristo Redentor no ponto mais alto. Todos podem ser
percorridos a pé e o roteiro religioso é conhecido como “Fé à Pé”. Haja fé e fôlego, pois até o Cristo são 328 degraus ilustrados com os últimos passos de Cristo. Os doces da região também são famosos. O principal deles talvez seja o “Doces Joaninha” citado em programas de TV, como o ‘Viação Cipó’ e ‘Ana Maria Braga’. Joana D´Arc Almeida, a dona Joaninha, costuma receber os visitantes com um belo sorriso e mostrar como prepara suas delícias, como a ‘Ambrosia’, chamada carinhosamente de “o manjar dos deuses” por ela própria. Voltar para o hotel no fim do dia é recompensador. O restaurante A la carte funciona 24 horas por dia, por isso o horário não é preocupação para nenhum hóspede. Manfrini Silva, um guia que percorre todas as dependências e salões, conta sobre o conjunto arquitetônico, único no mundo além de diversas histórias, sempre às 21 horas. Às 22 começa um filme escolhido democraticamente para quem desejar. O Termas é uma visita à parte. Reserve um dia inteiro para aproveitá-lo ao máximo. Ele está situado em anexo ao Grande Hotel e os banhos que ele oferece são todos especiais. Banho de lama, banhos sulfurosos e radioativos, banho de pétalas, mel, aveia ou ervas aromáticas. Sauna seca ou úmida, com a famosa ducha escocesa: um jato d´água bem forte, que vai dar uma sensação revigorante e relaxante, é um tratamento à parte. E o melhor, de acordo com Alice Ana Reis, recepcionista do Termas, pode-se agendar com antecedência, para que os banhos sejam restritos ao casal. É ou não é uma ótima maneira de descansar, colocando de lado todo stress do dia-a-dia e voltando de uma forma bem glamorosa e inesquecível para casa. Gilson de Souza
“Fé a pé”. Em Araxá são 328 degraus para se chegar ao Cristo
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M. Rocha
Empresa com responsabilidade social A M. Rocha trabalha com revenda de todo material seccionado para perfuração de rochas. Trabalha também na área de locação de equipamentos pneumáticos, mais utilizados na Construção Civil, Siderurgia e na utilização de refratários, além da manutenção desses equipamentos. Os responsáveis pela empresa são Maria de Fátima Pereira Rocha, administradora, e seu marido Fernando Rocha, quem coordena toda a parte de locação de equipamentos. Há seis anos no mercado, desde 2004 está no mesmo local e em sede própria. Maria Rocha diz que “qualidade, agilidade e segurança, com atendimento 24 horas por dia, são destaques no diaa-dia da empresa”. A M. Rocha ainda oferece ao cliente substituição imediata do material locado, caso aconteça algum imprevisto, como defeitos ou quebras. A Empresa entrega o equipamento locado na própria obra, facilitando ao cliente, que não precisa disponibilizar funcionário ou veículo próprio para deslocamento dos materiais. Envia profissional para vistoriar possíveis problemas de manuseio, aplicando treinamento específico para cada equipamento locado. Com sua gama variada de clientes, possui parcerias com diversos deles, com a finalidade de atendê-los de imediato, sendo obra urgente ou algum imprevisto que venha a acontecer. A partir de dezembro de 2010, uma empresa voltada ape-
nas para a locação foi criada, a LocRocha. Em anexo à M. Rocha atende melhor ao cliente de locação e dá mais autonomia ao setor de vendas e manutenção. Destaca-se como parceiros, as empresas Air Service Ltda. e Indelbron do Brasil. São Paulo e Rio de Janeiro respectivamente, oferecem o que há de mais moderno neste segmento. Com atendimento em todo território nacional possui obras em andamento em várias capitais do nordeste, além de Manaus e na recente capital do Tocantins, Palmas. É uma empresa em crescimento e com olhos voltados à responsabilidade social. Em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, assumiu uma praça bem próxima à sede da empresa além de todo canteiro central do quarteirão da empresa. Arborizando e sendo responsável pela manutenção já possui, frente à comunidade, um reconhecimento de empresa preocupada com o bem comum. A M. Rocha foi uma das empresas agraciadas com o prêmio Top de Engenharia. O prêmio é oferecido pela Associação dos ExAlunos de Engenharia da UFMG, sendo um marco na cidade de Belo Horizonte como homenagem ao bom profissional e à empresa que se destaca nesta área. “Cada um fazendo o pouco que lhe é possível pelo meio em que vivemos, devolvemos à sociedade uma forma melhor de se viver”, finaliza Maria Rocha.
Principais clientes: Reframax Engenharia S/A Construtora Norberto Obebrecht S/A Tenge Técnicas de Engenharia Ltda Retech serviços especiais de Engenharia S/A Construtora Aterpa S/A
Mendes Junior Trading e Engenharia S/A Holcim Brasil S/A Arcelor Mittal Brasil S/A Gerdau Aços Longos S/A Progeo Engenharia S/A Fotos: Gilson de Souza
Maria Rocha fala da importância em devolver à sociedade o bem-estar das praças verdes
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Campus
Escola de Engenharia da UFMG agora de casa nova Gilson de Souza
Benjamim Rodrigues de Menezes formado na Escola de Engenharia em 1977, é professor desde 1979. Já contabiliza 32 anos de total dedicação ao exercício acadêmico
Benjamim Rodrigues de Menezes, ex-aluno da Escola de Engenharia, formou-se na turma de 1977 de Engenharia Elétrica. Professor desde 1979, concluiu o mestrado na Faculdade do Rio de Janeiro e seu doutorado na França. Atualmente é Diretor da Escola de Engenharia, ao assumir o cargo em julho de 2010. São 32 anos atuando na área de Engenharia Elétrica, controle e automação na UFMG, onde desenvolveu toda sua carreira. “Quando entrei na Universidade, meu primeiro local de trabalho foi onde é o Centro Cultural hoje, que na época era o Instituto de eletrotécnica. Neste tempo, raro eram os professores com dedicação exclusiva, todos possuíam atuação parcial. De lá para cá, as mudanças foram muito significativas. Mudou completamente o perfil de dedicação à Escola de Engenharia, o que possibilitou um cresci-
mento muito grande. Tanto no sentido físico quanto no qualitativo”, explica Menezes. A direção é responsável por toda gestão da Engenharia, que comporta em torno de 7 mil alunos e com uma infra-estrutura de prédios de aproximadamente 65 mil metros quadrados. A Escola de Engenharia da UFMG é maior que várias Universidades Federais do país. Como exemplo, só o complexo de prédios é maior que toda a Universidade de Itajubá. É considerada a maior Escola de Engenharia pública de toda América Latina. E esse crescimento qualitativo pode ser qualificado em termos de crescimento das áreas de atuação da Engenharia. Atualmente, só com cursos de qualificação, são 11 graduações diferentes. Com crescimento ainda mais significativo na pós-graduação.
Campus São 10 programas para o aluno que deseja prosseguir no conhecimento e crescimento profissional, todos muito bem qualificados nacional e internacionalmente. A área de engenharia é uma área com termo de atuação muito ampla. Numa pesquisa feita recentemente pela revista Veja, descobriu-se que, entre engenheiros, advogados e médicos, o menor percentual dos profissionais que continuam a trabalhar na sua área de formação é do engenheiro. No máximo 40% dos engenheiros permanecem na engenharia. “A formação do aluno na parte das ciências exatas é tão sólida, que lhe permite trabalhar em diferentes áreas administrativas; setor do capital, como o setor bancário; na computação, devido à formação básica do engenheiro”, ressalta Menezes. A Escola de Engenharia, dentro do centro da capital estava muito limitada no seu espaço físico. Precisava crescer sua infra-estrutura de laboratório, tanto de graduação quanto de pesquisa. Boa parte da Engenharia já estava no Campus da Pampulha e sua mudança completa foi no início de 2010. O local onde era o prédio da escola não mais comportava o crescimento proposto para os cursos de engenharia. Além de não comportar, a instituição se tornou muito mais próxima da UFMG, se integrando completamente ao restante do Campus. Com isso a possibilidade de sua importância em tornar-se ainda mais reconhecida em termos
27 de representação dentro da própria universidade Federal. Além de permitir o intercâmbio de políticas acadêmicas, políticas científicas com as outras unidades, como o ICEX, Fafich, Face - Ciências Econômicas, como o ICB entre outros. “Para os alunos o ganho não é mensurável, pois a convivência com outros cursos, abre o horizonte de forma bem significativa. Não só para alunos, mas também para os próprios professores”, destaca o diretor. Integração com a música, belas artes, computação, física, matemática, as áreas da ciência biológica, biomédica, Face, área administrativas, gestão de tecnologia além da Faculdade de Ciências Humanas. As universidades, sobretudo no Brasil, existem em função dos alunos e para a formação direta do conhecimento. No nosso país, a geração do conhecimento está praticamente concentrada dentro das universidades, sobretudo as públicas. E, hoje, o conhecimento sendo o maior bem que o homem possui, destaca-se a importância que as instituições de ensino têm para a sociedade, principalmente as públicas. “Quando o ensino é gerado dentro de Universidades públicas, automaticamente o conhecimento adquirido se torna público, não só para a região onde ela se situa, mas para o bem estar de toda sociedade no mundo inteiro. Esta é a grande responsabilidade das instituições de ensino público”, finaliza.
Arquivo AEAEE-UFMG
“Para os alunos o ganho não é mensurável, pois a convivência com outros cursos, abre o horizonte de forma bem significativa” Benjamim Menezes, diretor da Escola de Engenharia da UFMG
Campus
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Visual moderno para uma Escola centenária Gilson de Souza
Alessandro Fernandes Moreira ao voltar dos Estados Unidos, onde concluiu seu doutorado, se tornou Coordenador do Curso de Engenharia Elétrica. Hoje é vice-diretor da Escola de Engenharia da UFMG
Alessandro Fernandes Moreira, Engenheiro Eletricista, formado na turma de 1991, assumiu o cargo de professor de Engenharia Elétrica da UFMG ao concluir o mestrado no ano de 1993. Na Madison - University of Wisconsin, Estados Unidos, entre 1997 e 2002 concluiu o doutorado, obtendo o título de PHD em Engenharia Elétrica. Voltando a para Belo Horizonte, reassumiu o cargo de professor, se tornando Coordenador do Curso de Engenharia Elétrica no ano de 2002, cargo que ocupou até 2010, para assumir, ao lado do professor Benjamim, a direção da Escola de Engenharia. Atualmente são 4.500 alunos na graduação. Somando-se com pós-graduação, especialização, mestrado e doutorado, a Escola de Engenharia possui cerca de 7 mil alunos. Desde março de 2010, todos esses alunos estão concentrados nos novos prédios situados
no Campus da UFMG, na região da Pampulha em Belo Horizonte. “Mudanças são sempre complicadas, mas, acho que tanto para alunos quanto para professores e funcionários, a escola estando toda unida novamente, há uma integração, óbvio”, explica o Vice-Diretor. Ao administrar uma Escola como a Engenharia, havia muitas dificuldades de locomoção, quando eram dois Campis. Atualmente os alunos contam com um complexo de prédios, com biblioteca única, administração central, centro de pesquisas, sessão de ensino, centro de cálculo eletrônico, laboratórios, todos unificados e num mesmo local, facilitando e reduzindo o tempo do “ir e vir”. Mostrar ao aluno que uma Escola Centenária está com visual moderno é uma tarefa ardilosa e gratificante ao mesmo tempo. De acordo com Alessandro Moreira, “estamos capitaneando a festa do
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Campus Fotos: Gilson de Souza
Familiares de fundadores visitam o novo complexo para conhecerem as novas instalações da Engenharia
centenário com participação de pessoas que fizeram parte da Escola. Todos estão colaborando. A meu ver a Escola está, tradicionalmente, na cabeça de cada um que por aqui passou e, vamos juntos, aprendendo a escrever mais essa página da história da Engenharia”. Muitos familiares de fundadores visitam o complexo de prédios para conhecerem pessoalmente as novas instalações. “É gratificante vê-los aqui e faz parte das comemorações do Centenário da Escola em 2011, homenagear descendentes daqueles que viveram aqui e começaram essa grandiosidade que é a Escola de Engenharia”, ressalta Alessandro Moreira. Serão solenidades, lançamento de livros sobre a fundação, entrega de medalhas de honra, eventos em parceria com os alunos, para apresentar a modernidade da Engenharia de hoje. O aluno hoje, vive um ambiente completamente novo. Para a formação acadêmica de cada um deles, é positivo entender que o convívio com alunos de outros cursos, complementa a experiência e aumenta o campo de visão do estudante. “Estamos com um trabalho muito importante com os grêmios estudantis, que têm características específicas, mas hoje estão num mesmo local para somar esforços e
trocar relacionamentos”, diz o vice-diretor. A escola é muito grande, são ao todo 13 departamentos que são unidades administrativas onde estão alocados os professores. Esses departamentos são responsáveis pelos 11 cursos de graduação e 10 programas de pós-graduação. São 300 professores e 160 profissionais técnico-administrativos, além dos serviços terceirizados. Num horizonte de crescimento, através do Projeto Reúne, em três a quatro anos, serão mais de 6 mil alunos apenas na graduação com os cursos que foram criados. Sendo graduados em torno de 700 a 800 alunos por ano. Os alunos da graduação contam hoje com a “Flexibilização dos Cursos”. Da Engenharia, por exemplo, aqueles que possuem habilidade em outras áreas, podem aumentar seu currículo escolar fazendo matérias em áreas que não fazem parte do seu curso, como Belas Artes. “Às vezes o aluno tem uma capacidade de gestão ou comunicação, e ele pode trabalhar isso dentro da Engenharia. Esse é o lado bom da flexibilização”, evidencia Moreira. “Desde que haja um auxílio, como tutoria específica para cada aluno, por parte dos professores, essa flexibilização é sempre positivo”, complementa.
Alunos da Engenharia são os maiores beneficiados com a Flexibilização dos Cursos. Além da vantagem significativa da unificação no Campus Pampulha
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Acervo
Acervo
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Biblioteca Mário Werneck: centro para o conhecimento
Disponibilizar ao aluno um amplo acervo bibliográfico é trabalho intenso da Biblioteca da Escola de Engenharia. Com a unificação das bibliotecas, o novo espaço de 2.200 metros quadrados oferece toda comodidade necessária para aprendizagem
Acervo
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Acervos e periódicos fazem parte dos 42.669 livros cadastrados na Biblioteca da Escola de Engenharia
Dora Aparecida da Silva, bibliotecária da UFMG está na biblioteca da Engenharia desde 08 de setembro de 2007 a convite da própria equipe que já estava na biblioteca, e muito bem aceita pela atual diretoria cujo diretor era Dr. Fernando Amorim e seu vice, Rodney Saldanha. Participou intensamente do processo de unificação das duas bibliotecas da Engenharia. A biblioteca situada à rua Guaicurus, 175 e a biblioteca que já se encontrava no Campus da Pampulha. São cerca de 2.200 metros quadrados de construção para armazenar 42.669 livros devidamente catalogados. Desse acervo, a biblioteca dispõe de uma coleção chamada “Memória” com acervos preciosos. Ele difere de outros exemplares por ser uma peça única, podendo ser apostila de um professor, relatórios técnicos de alguma gestão, memoriais de professores, portanto, histórico da Engenharia. Dora Silva ressalta o memorial do professores Francisco de Sá Barreto e Ronaldo Tadeu Pena, exreitores da UFMG. Com três acervos especiais, todos fizeram parte das coleções particulares dos professores Hugo Luiz Sepúlveda e Borisas Climberis e cuja coleção foi doada pelas respectivas fa-
mílias. Muitos dos livros estão em Russo e a Biblioteca da Escola de Engenharia doa para a Associação de Ex-Alunos para que haja uma interação de acervos para que o maior beneficiado seja dos próprios alunos, mesmo depois de formados. O terceiro acervo especial é do professor Ernest Paulini, Engenheiro Químico renomado internacionalmente. Esses acervos são identificados com as cores verde, rosa e azul, respectivamente e estão disponíveis a quaisquer alunos. Destes mais de 42 mil livros, a partir de 2006 praticamente equiparou-se os livros que a biblioteca recebia de doação, para aqueles que eram comprados. De acordo com a bibliotecária Dora Silva, “de 1999 a 2006 o acervo da biblioteca era estritamente livros que recebíamos de doações e de 2006 para cá, começamos a comprar muitos desses livros”. O arquivo de periódicos é muito rico, sendo um dos maiores de toda universidade. “Era para possuirmos muito mais livros pois, devido à localidade da antiga biblioteca na praça da Estação, perdemos parte do nosso acervo nas enchentes que eram constantes até a década de 1980. Calcula-se que, se não fosse por este fato trágico, hoje teríamos mais de 80 mil exemplares”, diz Dora Silva.
“Se não tivéssemos perdido tantos livros nas enchentes do passado, teríamos mais de 80 mil livros hoje” Dora Silva
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Acervo
Modernidades Para 2011, muitos são os projetos para modernizar a biblioteca da Escola de Engenharia. Entre eles, está sendo programado uma visita técnica à biblioteca da PUC do Rio Grande do Sul. “É totalmente informatizada, como a nossa, mas possui uma máquina de auto-empréstimo, como se fosse um caixa eletrônico de banco, sendo o usuário quem administra toda sua conta. Ao devolver, a máquina emite recibo, pois o grande gargalo de uma bliblioteca é o balcão de empréstimo”, explica Dora Silva. A modernidade deixa o usuário mais livre dentro de uma biblioteca. Outros procedimentos que deverão ser empregados será a máquina com “boca de lobo”. O aluno, mesmo encontrando a biblioteca fechada, por quaisquer motivos, deposita o livro nessa máquina que vai automaticamente emitir um recibo para ele. “Essas modernidades dependem de um planejamento da direção”, ressalta. Será implantando ainda um procedimento mais eficaz contra o furto de livros. Um chip será colocado em cada livro e através dele, poderá ser determinado, inclusive, onde o livro se encontra por meio de rádio-frequêcia. “Até mesmo para organização nas estantes dentro da biblioteca, esse chip irá nos alertar
caso o livro seja colocado fora de ordem”, diz a bibliotecária. Serão instalados câmeras em lugares estratégicos que vai garantir, tanto ao aluno, quanto ao funcionário da biblioteca uma maior proteção necessária ao acervo. Com a instalação dessas câmeras, o jardim da biblioteca será liberado ao usuário que queira um local arejado e com a tranquilidade para boas leituras. Com o advindo de novas tecnologias, como tablets eletrônicos, mídia digital, e outras, ainda paira no ar aquela dúvida do futuro. Vivemos numa era de transição entre o papel e o que há por vir. Questionada sobre como será esse futuro, Dora Silva diz que “é preciso tomar cuidado e saber respeitar tudo o que foi preservado até então. Com o intuito de as gerações futuras poderem usufruir esse bem público. Essa preservação é o principal cuidado que temos desde o primeiro dia em que aqui cheguei. O que está em minhas mãos, pretendo deixar para todos que por aqui passarão. O futuro só existe em função do presente e do passado, por isso valorizo muito o trabalho da Associação de ExAlunos, que estão sempre preocupados em preservar a história da instituição como um tudo”, finaliza.
Biblioteca em Números: Total de livros adquiridos no último ano ................................................. 1.344 Total de livros recebidos como doação em 2010 .................................... 1.199 Total do Acervo ................................................................................. 42.669 Área para leitura individual . ................................................................. 176m 2 Área para leitura coletiva ..................................................................... 295m 2 Área total para acervo . ........................................................................ 536m 2 Outras áreas . ................................................................................... 1.038m 2 Área total da biblioteca . ................................................................. 2.193m 2
Gilson de Souza
Alunos da Engenharia são os maiores beneficiados com a Flexibilização dos Cursos. Além da vantagem significativa da unificação no Campus Pampulha
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Associação se prepara para receber público A Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG, desde 2006 sofre por uma série de modificações, através de um projeto privado em parceria com a Eletrobrás. Esse projeto consta da limpeza, catalogação e restauração por completo das inúmeras obras que fazem parte do patrimônio da Associação. Ainda com a aprovação da Lei de Incentivo à Cultura, também conhecida por Lei Rouanet, para preservação das obras, extremamente raras em suas áreas específicas, a Biblioteca e o museu que fazem parte do acervo da Associação, poderão receber visitas do público já em 2011. O prédio, tombado pelo IEPHA, já recebeu uma reforma por completo em sua fachada, e através da Lei Rouanet, deverá receber nos próximos meses, reforma na parte interna, como aquisição de computadores, climatização, novas estantes e uma série de procedimentos para que suas portas sejam abertas. De doação em doação, um rico acervo Através de doações diversas, reuniu em seu Museu Histórico, um acervo de mais de 900 máquinas e equipamentos antigos. Trata-se de aparelhos e objetos relacionados com o exercício da profissão de engenheiro em suas várias especialidades – eletrotécnica, transmissão e recepção, computação, topografia, instrumentos de pesos e medidas entre outros. São antigos aparelhos topográficos, como teodolitos, trânsitos e níveis. Um Multiplex para aerofotometria, usado pelo exército americano na II Grande Guerra; antigas balanças analíticas, simples e de precisão; réguas de cálculo utilizadas por engenheiros e alunos das décadas de 1950 e 1960; calculadoras
manuais e elétricas de mesa, calculadoras eletrônicas e computadores; aparelhos elétricos portáteis, como amperímetros, wattímetros, fator de potência e outros; aparelhos elétricos de mesa, como oscilógrafos e galvanômetros; motores elétricos; aparelhos demonstrativos de eletricidade estática; máquina de teste de isoladores elétricos sob tensão mecânica; torno mecânico paralelo de bancada; compactador de terreno; barômetro; fio invar; tear antigo, construído nas Oficinas Christiano Ottoni, na década de 1920, entre tantos outros. Uma parte do acervo, devidamente separada, catalogada e classificada, com fichas indicativas dos respectivos usos, já está exposta ao público, assim como quadros de formatura da Escola de Engenharia e fotos antigas de Belo Horizonte. Obras raras à espera de restauração A Biblioteca do Centro de Memória da Engenharia ainda não está em pleno funcionamento. Mas já foi iniciado o trabalho de catalogação e classificação de seus mais de 20 mil livros, antigos e atuais, além de publicações de professores e ex-alunos, ligados à Engenharia ou sobre outros temas de cultura geral e periódicos. Muitos volumes precisam de tratos de restauração. É particularmente notável o acervo de obras raras e de autores como Descartes, Laplace, Poincaré, Pasteur e outros. Entre as obras antigas, edições de até 1900, destacam-se: Elements de la Geometrie de L´Infini, Fontenelle, 1727; Architeteure Hidraulique – L´Art de Conduire, d´Élever et de Ménager lês Eaux – de Belidor, 17639; Príncipes Mathematiques de la Philosophie Naturelle – Desaint&Saillant, 1759, entre tantos raros.
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Fotos: Gilson de Souza
Descriptionis Ptolemaicae Augmentum “Cornélio Wytfliet foi um cartógrafo Famengo. Seu atlas, ao lado e abaixo, foi publicado em 1598. Da primeira edição restam somente 5 exemplares conhecidos. Foi o primeiro Atlas devotado exclusivamente para o Novo Mundo e contém 19 mapas regionais e informações sobre a geografia e a história natural da América” Historiadorda Márcia Almada
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O Fonógrafo de Edison (à esquerda), de acordo com Izabele Pessoa (à direita) é a peça mais rara do museu da Associação. Além de outras relíquias usadas pelos engenheiros no passado, como o teodolito ao centro
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Espaço
É importante para indivíduos de culturas diferentes o desempenho de funções distintas no plano social do Meio Ambiente. Investigar a percepção ambiental na gestão dos recursos naturais é uma contribuição de vital importância no uso de determinados fatores que exerçam influência na natureza; é necessário estabelecer uma gama enorme de conhecimentos. Portanto, é desejo de nossa entidade, dada a amplitude das palestras, conscientizar os participantes para preservação do ambiente. Pretendemos que o resultado final não fique somente na palavra verbal ou escrita; que todos, saiam divulgando e fazendo questão de sua imediata aplicação, fazendo com que o povo saiba como conservar o Meio Ambiente. Nunca esquecer de fomentar a aplicação da reciclagem, procurando-se garantir a pureza do meio em que vivemos. Podemos ressaltar o cuidado que deva ser exercido pela Construção Civil, mormente quando se perde 30% do material a ser aplicado havendo desperdício e no nosso entender pode perfeitamente ser reciclado. Tárcio Primo Belém Barbosa Presidente
(Palavra de Conclusão do Seminário Problemas e Soluções em Gestão Ambiental)
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