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Tindersticks
Leites vegetais
O vocalista fala sobre o novo álbum e a mulher de sempre
O que são, onde os pode comprar e como fazê-los em casa
Número 47 — 21 a 27 de Janeiro de 2016. Este suplemento faz parte integrante da edição n.º 612 da revista SÁBADO e não pode ser vendido separadamente.
SERRA DA ESTRELA
UMA MONTANHA DE COISAS PARA FAZER
05 O Provador
SUMÁRIO Edição n.º 47
Pusemos a touca, vestimos a sunga e fomos para uma piscina (com altura de 26 centímetros) flutuar
06 Tema Acordámos com a notícia: “Já há neve na Serra da Estrela.” Nada como ir até lá confirmar e trazer sugestões de onde dormir, o que comer, o que fazer e o que comprar
21 a 27 de Janeiro de 2016
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GOURMET
18 Restaurantes Ilustração Filipe Raminhos
São leites, mas não vêm da vaca. Conheça as alternativas vegetais
20 Novidades O tártaro de atum e os shots de gelados que tem que provar em Lisboa
21 Listas Sugestões de restaurantes para ir de acordo com o que quer gastar: até €10, €20 ou mais de €20
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PALCO E PLATEIA
22 Séries David Duchovny reabre os ficheiros com Gillian Anderson. Além disso, ainda arranja tempo para lançar o livro Vaca Sagrada
24 Cinema
Cai neve Ângela Marques Editora A primeira vez nunca se esquece. Às vezes é a dois, às vezes é a três, às vezes é segundo a conta que a excursão fez. A primeira vez dá arrepios, uma sensação estranha no corpo, um desconforto até – mas a primeira vez nunca se esquece. Cai-se muito mas volta-se sempre. Foi assim com a equipa do GPS. A primeira vez que a Sara viu neve foi um espanto – começou com o espanto com que ouviu um tio, no fim de um almoço de família, marcar uma viagem à serra no café e acabou com o espanto com que viu dezenas de idosos disputarem o microfone da camioneta. Para a Catarina, ver neve pela primeira vez foi como participar nos Jogos sem Fronteiras – estava a fazer escala em Berlim e patinou muito para não falhar o voo seguinte. Para o Markus, ver neve foi, durante a infância, como comer Cerelac (afinal, até aos 8 anos viveu numa estância de esqui). Para a Ágata e para o Diogo, não tendo sido esta a sua primeira vez, até foi. É que eles nunca tinham visto a serra da Estrela assim, como a vai ver nas próximas páginas. Entre montes e vales, eles descobriram grandes histórias, pequenos negócios e muito por onde explorar. São 12 páginas que valem 120 – um roteiro a pensar em si.
O novo filme de Iñarritu, com Leonardo DiCaprio
28 Teatro e Dança Os amigos de António Feio reúnem-se para Quem Feio Ama
33 Livros Aquário, de David Vann
35 Música Brasileiro Dani Black vai cantar por todo o País. O GPS falou com ele
42 Artes Plásticas José de Guimarães expõe Esconjurações na Galeria Millennium, em Lisboa. Fomos falar com ele ao seu ateliê
S
STYLE
46 Shopping Cinzento, a cor da estação
48 Shopping Parecem azulejos, mas são sabões
49 Pets O novo spa para animais, no Porto
50 Esta semana O que ver e fazer pelo País
Director Rui Hortelão Subdirectoras Dulce Garcia e Dulce Neto Editor Executivo João Carlos Silva Directora Criativa e de Operações Joana Pais Vieira Editora Ângela Marques Editor adjunto Marco Alves Redactores Ágata Xavier, Catarina Homem Marques, Diogo Lopes, Markus Almeida, Sara Chaves e Rita Bertrand Críticos Ana Maria Henriques e Gonçalo Loureiro (Restaurantes); Carlos Vidal (Artes Plásticas), Eduardo Pitta, Isabel Lucas e Miguel Morgado (Livros), Filipe Lamelas, Francisco Camacho e Pedro Salgado (Música), Nuno Costa Santos (Teatro), Tiago R. Santos e Pedro Marta Santos (Cinema) Secretária da Direcção Catarina Gonçalves Infografia Filipe Raminhos e Rúben Sarmento Fotografia Guilherme Venâncio (editor), Alexandre Azevedo (subeditor) Grafismo Nuno Silva (coordenador), Ana Soares (designer sénior), Afonso Marques, Daniel Neves, Marta Cristiano e Marta Luz Tratamento de Imagem João Cruz, Ricardo Coelho e Ricardo Valente Consultoria Linguística Manuela Gonzaga Documentalista Anabela Meneses Propriedade/Editora Cofina Media SA Capital Social 22.523.420,40 Euros CRC Lx. n.º 502 801 034 Contribuinte 502 801 034 Principal Accionista Cofina SGPS, SA (100%) N.º Registo ERC 124436 Depósito Legal 210999/04 Tiragem média no mês de Janeiro 100 mil exemplares Impressão LISGRÁFICA Impressão e Artes Gráficas, SA. Estrada Consigliéri Pedroso, 90 Casal de Santa Leopoldina 2745-553 Queluz de Baixo Tel. 214 345 400 Pré-impressão GRAPHEXPERTS Av. Infante Santo, 42, 1350-179 Lisboa. Distribuição VASP – Distribuidora de Publicações, Lda. MLP: Media Logistics Park Quinta do Grajal – Venda Seca, 2739-511 Agualva, Cacém Marketing Sónia Santos (gestora) Publicidade Assistente Comercial Irene Martins – R. Luciana Stegagno Picchio n.º 3, São Domingos de Benfica, 1549–023 LISBOA Telefone +351 210 494 102 Fax + 351 213 540 392 ou + 351 213 153 543 Email publicidade@sabado.cofina.pt
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Rodrigo Affreixo
O PROVADOR
Redactor
Todas as semanas vamos testar até ao limite um serviço, loja ou produto
#47
Flutue até se esquecer de tudo O mundo dos spas está cheio de delícias para o corpo e para a mente. O floating chegou e promete uma revigorante experiência de propulsão. Cumpre? FLOATING
D.R.
Hotel Solverde Spa & Wellness Center || Av. Liberdade, 212, São Félix da Marinha, V. N. Gaia || 227 338 030 || 9h-14h30 e 16h-21h30 || €36 (sessão)
Às vezes gosto de ser peixe – de nadar na piscina, de boiar no mar, de ir acima e abaixo com as ondas, de prolongar o duche até acabar a água quente. Outras vezes gosto de ser gato – de esticar os ossos numa sessão de ioga, de ser massajado até adormecer, de ficar na ronha entre almofadas e edredões, mesmo quando já não durmo. Quando li sobre o floating achei logo que ia adorar. Criado pelo neurocientista John Lilly, é um sistema de flutuação em ambiente de restrição de estímulos. Vamos lá ver, então. Num sábado à tarde, entro numa divisão do spa onde ficarei meia hora sozinho. Equipamento a trazer de casa: touca, sunga e chinelos. O compartimento tem uma antecâmara, um chuveiro e uma piscina quadrada, com água à temperatura do corpo, carregada com uma “concentração de sais com reconhecidas propriedades terapêuticas”. Entro na água, estico-me e deixo de sentir o fundo – e a piscina só tem uma altura de 26 centímetros. Perco algum tempo precioso a testar tudo. Tento encaixar a nuca numa almofada/bóia que salta sempre. A água hiper-salgada salpica-me para os olhos (que corro a enxugar numa toalha cuidadosamente colocada para o efeito). Experimento várias funções de um comando touch da piscina: luzes de cores variáveis no exterior, o mesmo dentro de água, ou simples penumbra; e música zen de fundo, ou puro silêncio. Tudo testado, relaxei. Se a sessão fosse maior, teria passado pelas brasas. No mar, quando boiamos, há partes do corpo que ficam mais submersas. Aqui não: o corpo flutua inteiro, como uma rolha. O único inconveniente são as orelhas dentro de água, mas a sensação de deriva e perda de gravidade compensam. Fico a pairar naquela neutralidade toda e de repente acaba. Único reparo: a sessão dura 30 minutos e deveriam ser 60. Até porque, rezam as notas de promoção, “uma hora de flutuação no tanque corresponde a um descanso de quatro a seis horas de sono”. Agora, as coisas boas. Quando saí, foi como se tivesse feito reset. As dores que aturo há anos a duas hérnias discais tinham desaparecido. O bom humor regressou e comecei a respirar melhor. A pele ficou super macia. Senti a energia de quando se faz desporto – um misto de cansaço e purificação. Fui jantar e comi imenso. De regresso a casa, sentei-me a ver um filme – e lutei até ao fim contra o sono. À 1h da manhã de sábado, eu, noctívago inveterado, estava a apagar a luz.
05
06
AS ESTRELAS DA
SERRA Teste os travões, trave com o motor, confirme que a estrada está livre – vai subir à serra da Estrela. O GPS diz-lhe onde dormir, o que comer, o que fazer e o que comprar em Seia, Covilhã, Gouveia, Travancinha, Sabugueiro, Penhas Douradas e Manteigas. Se tiver algum problema – nunca se sabe quando cai um nevão – ligue o 117 ÁGATA XAVIER textos e fotografias e DIOGO LOPES textos
Y Serra da Estrela é o ponto mais alto de Portugal continental com 1.993 metros de altitude
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+ O pastor João Nunes
+ As ovelhas Bordaleiras e mondegueiras Há duas raças de ovelhas autóctones que se passeiam pela serra da Estrela: as bordaleiras e as mondegueiras. Ambas são conhecidas pela produção do leite com que se faz o famoso queijo da serra. Cada ovelha dá entre quatro a cinco quilos de lã, que é vendida a cerca de €1 o quilo. A lã das bordaleiras é mais suave e é usada no fabrico de burel. São tosquiadas em Abril ou Maio.
+ O cão Serra da Estrela Chama-se Bolt, porque é grande como o Usain Bolt, explicou o dono, e tem dois anos. Não é reconhecido pelo Clube Português de Canicultura, logo não é considerado “puro”, mas à primeira vista é um Serra da Estrela igual aos outros. A raça pode ter pêlo curto ou comprido, sempre muito forte e abundante, e chega a pesar entre 40 e 50 quilos. Estes cães ajudam os pastores a guardar o gado – embora o Bolt goste mais de brincar – e custam entre €90 (s/ LOP) a €500 (c/ LOP).
De calças de fato de treino Adidas enfiadas numas galochas de cano alto, casaco de corte moderno, boina com pinta e um cajado debaixo do braço, João Nunes, de 20 anos, é, com o pai António, pastor de cerca de 140 ovelhas. Quando o encontrámos, na zona de Peraboa, João ouvia a RFM e lia as notícias no seu smartphone. Mostrou-nos dois carneiros que tinham nascido nem há 40 minutos. Está a terminar o secundário – só lhe falta a matemática – e quer seguir o negócio da família. Costuma pastar as ovelhas durante quatro a cinco horas com a ajuda dos cães.
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Y A piscina da Chão do Rio é biológica
Y A casa da Cumeada tem um quarto de casal e outro com duas camas
Y Cabem 12 a 14 pessoas à mesa Y A decoração combina o rústico e o moderno
Y Um open space rural com direito a lareira
FI CAR
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O ABRIGO DA MONTANHA O ABRIGO DA MONTANHA R. do Comércio, 46 Sabugueiro, Seia 238 315 329 €89 (quarto duplo)
CHÃO DO RIO R. da Calçada Romana Travancinha, Seia 919 523 269 €100 (uma casa p/ duas pessoas)
CHÃO DO RIO Os amigos acharam que Catarina e Rodolfo eram loucos quando compraram um terreno em Travancinha. A Chão do Rio mostra o contrário, e faz-nos agradecer cada segundo que o casal de Aveiro despendeu a criar este alojamento rural. É um espaço para os amantes da natureza e da ecologia, por isso o conforto que encontra é extensível a cães, gatos, galinhas, ovelhas ou outros animais do campo. “Éramos aqueles turistas de botas e de parques de campismo. Em Portugal fomos descobrindo sítios onde gostávamos de fazer caminhadas e a serra da Estrela encantava-nos especialmente. A ideia era comprar um terreno para plantar umas árvores”, explica Catarina. O terreno foi comprado em 2001 e foi sendo recu-
perado pouco a pouco. A casa maior (a das fotografias) era a do casal. Progressivamente foi sendo alugada a amigos e curiosos. A Chão do Rio cresceu com a construção de mais cinco casas, todas com dois pisos e telhados de giesta – pormenor que torna este sítio ainda mais especial. Vai sentir-se no shire, a aldeia encantada dos hobbits de Tolkien, ou – naquele eufemismo vulgar para distinguir o que é de qualidade – num país nórdico. A Chão do Rio é a prova de que vale a pena descobrir Portugal e alargar os horizontes de quem tem os olhos postos no topo da serra da Estrela. O pequeno-almoço inclui bolo negro de Loriga, requeijão de Oliveira do Hospital ou o pão de centeio da padaria da Travancinha.
O nome não podia ser mais acertado. O Abrigo da Montanha está no sopé da serra da Estrela, no Sabugueiro, terra que ostenta à entrada uma placa que diz: “Bem-vindo à aldeia mais alta de Portugal.” Embora não o seja (há três aldeias que a ultrapassam em altitude), é essa a sensação com que ficamos. É a aldeia mais perto da Torre da serra da Estrela e tudo à nossa volta nos puxa para lá, excepto este hotel que nos convida a ficar. Com 21 quartos (um dos quais adaptado a pessoas com mobilidade reduzida), o Abrigo foi inaugurado em Novembro de 2015 e é fruto da remodelação de uma antiga residencial, um sonho antigo de Ricardo e Irene Cabral. A decoração conjuga o tradicional – o burel serrano e as mantas de lã –, com um toque moderno, pelo design dos móveis. Parece que estamos num hotel da série Mad Men, em que o utilitário e o belo se fundem na perfeição. A piscina tem vista para a serra, como a maioria dos quartos. Noutros, como aquele em que o GPS ficou, a janela estava junto a uma encosta por onde subia e descia um rebanho. Além da piscina, o Abrigo da Montanha tem também sauna, banho turco, banho suíço, cabine de hidromassagem e um gabinete de massagens. Y Piscina com vista para a serra
Y Os quartos são amplos e luminosos
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CASA DAS PENHAS DOURADAS Parece ficar no topo do mundo, a 1.500 metros de altitude, mesmo no alto das Penhas Douradas – aquela localidade que a meteorologia diz ter as temperaturas mais baixas de Portugal. O frio da serra fica lá fora, o interior aquece-nos. Entrar na Casa das Penhas Douradas é como estar de férias sem sair de casa (assumindo que a nossa casa foi desenhada a regra e esquadro por um óptimo arquitecto). A primeira coisa que nos apetece fazer é descalçar as botas e andar pelos corredores com meias de lã. Tudo é pensado ao pormenor. “Por vezes andamos aqui à procura da lâmpada certa para determinado sítio”, confidencia o chefJorge Guedes, que além de ser o responsável pelas refeições servidas na casa (cuja carta tem a consultoria de Luís Baena), também dá uma mãozinha nestas coisas. “Mal entrei aqui para a entrevista, soube que queria ficar”, diz. “Sinto-me em casa. Alguns turistas chegam a andar descalços por aqui”, ri. O restaurante tem uma carta diferente todos os dias e no dia da nossa visita destacou-se o gaufre de ervas da serra com queijo de ovelha e o magret de pato com puré de castanha (€35 sem vinhos, com entrada e sobremesa). Com 17 quartos e uma suíte, todos com vista para a serra, o hotel tem ainda uma piscina aquecida (também com vista), e uma biblioteca de onde não apetece sair. A decoração inclui peças de designers nórdicos e portugueses – como Hans Wegner, Bruno Mathsson, Borge Mogensen, Pedro Silva Dias, Pedro Brígida – e mantas de lã, almofadas e tapetes de burel, feitos na Burel Factory, em Manteigas. CASA DAS PENHAS DOURADAS Penhas Douradas, Apartado 9, Manteigas 275 981 045
Y A piscina também tem vista de serra
Y O hotel pertence a João Tomás e a Isabel Costa
Y Pedro Brígida foi o arquitecto que concebeu o projecto
FOTOS CASA DAS PENHAS DOURADAS
€110 (quarto duplo)
FI CAR Y Deite-se e aproveite a vista
Chalés da Montanha Estrada Nacional 339, Penhas da Saúde, Serra da Estrela 275 310 300 || A partir de €330 (Chalé com 3 quartos)
Casinhas de madeira com telhados vermelhos dão boas fotos para mostrar aos amigos. Melhor ainda será passar umas noites num destes chalés. São 28 e estão na encosta da serra que fica perto da Covilhã.
Y A piscina interior é aquecida
POUSADA SERRA DA ESTRELA Nos anos 20, a CP decidiu criar um espaço onde os seus trabalhadores pudessem tratar a tuberculose. José Ângelo Cottinelli Telmo, o realizador de A Canção de Lisboa, em 1933, foi o arquitecto escolhido para desenhar o edifício que iria aproveitar a calma e o ar puro da zona das Penhas da Saúde. Foi concluído em 1936, passou por vários donos – como a Sociedade Portuguesa de Sanatórios, por exemplo –, recebeu cerca de 700 retornados de África, em 1974, e em 2011 ganhou uma vida nova. O grupo Pestana, o actual proprietário, escolheu o arquitecto Eduardo Souto de Moura para idealizar o projecto de recuperação que deu ao antigo Sanatório 92 quartos [um agradecimento a quem inventou o chão de casa de banho aquecido], um spa, piscina interior e exterior, ginásio, sala de jogos, restaurante e uma zona de jardim que o fará esquecer o imaginário do filme The Shining, de Stanley Kubrick. É que os corredores
compridos ou o enorme elevador vermelho podem fazer com que tenha especial atenção quando se cruzar com crianças a andar de triciclo ou irmãs gémeas vestidas de igual. Para aqui chegar, basta subir com cuidado – especialmente à noite e quando chove – uns 1.200 metros da serra da Estrela. Não vai encontrar um Jack Nicholson de machado em riste mas uma experiência muito relaxante.
Hotel Serra da Estrela Estrada Nacional 339, Penhas da Saúde, Serra da Estrela 275 310 300 || A partir de €75 (Quarto duplo; ao sábado custa €140)
Se de um lado tem chalés, do outro tem um hotel com 80 quartos (15 de luxo e três suítes) a 1.500 metros de altitude. Este hotel de quatro estrelas tem ainda dois restaurantes, o Nave da Areia e o Medieval, dois campos de ténis, sala de jogos e um spa.
a pena) e o objectivo foi a integração total na natureza. Tem 90 quartos, dos quais 17 são suítes, e um restaurante que explora a gastronomia de alta montanha, ao mesmo tempo que confecciona ementas vegetarianas e lights, a cargo do chef Valdir Lubave.
Aqua Village Caldas de S. Paulo, Oliveira do Hospital 916 705 555 || €120 (T1)
Abrirá dentro de meses à beira do rio Alva e definese como o primeiro Health Resort & Spa de luxo da Região Centro de Portugal, em Oliveira do Hospital. Terá água em abundância pois tem uma praia fluvial privativa, uma piscina exterior, uma piscina com águas termais e outra semicoberta.
Salto do Lobo Estrada Nacional 339, Penhas da Saúde, Serra da Estrela 275 315 531 || €47 (Casas individuais)
H2otel Congress & Medical Spa
POUSADA SERRA DA ESTRELA Estrada Nacional 339 Penhas da Saúde Covilhã 210 114 433 €120 (quarto duplo)
Av. das Termas, Apartado 459, Unhais da Serra 275 970 020 || €200
(Quarto duplo) O projecto é da autoria do arquitecto Jorge Palma (esqueçam as piadas musicais porque não vale
Para uma experiência única na serra há que vivê-la e não há melhor forma de o fazer do que passar algumas noites numa casa feita na rocha. O Salto do Lobo é formado por três casas, todas com os rochedos pré_existentes no seu interior, construídas nos anos 60 pelo escritor António Alçada Baptista.
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Y Da sala vê-se a fraga, lá ao fundo
Y Folhado de queijo amanteigado, de morcela e de alheira
Y Um leite-creme diferente Y Naco de vitelo com castanhas e arroz de cogumelos
Y Selecção de queijos serranos
COMER
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BIBLIOTECA CAFÉ-CONCERTO BIBLIOTECA CAFÉ-CONCERTO Av. Frei Heitor Pinto, 1 Covilhã 275 315 308 || 10h-2h Não fecha €5 (Preço médio)
CABEÇO DAS FRAGAS Senhora do Espinheiro Aldeia da Serra, Seia 962 737 574 12h-15h e das 19h-22h Fecha 2.ª e dom. à noite €25 (Preço médio)
CABEÇO DAS FRAGAS Nos cerca de 700 metros da N339 que têm o nome de Senhora do Espinheiro há uma loja de produtos típicos, uma albergaria, uma bomba de gasolina e o restaurante onde trabalham José Magalhães e Ana Maria, o Cabeço das Fragas. As janelas gigantes, para onde o chefMagalhães olha quando diz “é uma vista deslumbrante, não é?”, têm destaque na intimista sala de refeições (senta 34 pessoas). Através delas consegue ver-se a fraga (pedregulho) que dá o nome ao espaço e também muitas das pequenas localidades de Seia e Gouveia. José não vem de nenhuma delas – é de Vila do Conde –, mas gosta muito da zona, especialmente quando não há neve – “as pessoas chegam aqui com mais facilidade” e é “muito lin-
do na mesma”. Veste-se todo de preto e na cabeça leva uma boina com a pala para trás. Ana Maria, que gere a sala, é mais discreta mas igualmente simpática. “Experimente este vinho, é daqui da região!”, disse Ana antes de aconselhar um Quinta do Escudial Tinto Colheita de 2009 (€12 a garrafa). Os vinhos são muito importantes nesta casa. São todos escolhidos por José, há mais de 180 rótulos e todas as regiões portuguesas marcam presença. Vai demorar algum tempo a escolher o que beber, por isso, no que toca à carta siga o nosso conselho e experimente o naco de vitela com castanhas e arroz de cogumelos (€14,50), o folhado de manga com frutos silvestres e redução de pêssego (€5,50).
Bach, Beethoven e Mozart olham para si enquanto come um pastel de molho, a merenda típica da Covilhã. As paredes estão cobertas por armários que guardam vários instrumentos musicais, como trompetes, clarinetes, trombones ou bombos de bateria. É domingo por isso as mesas estão cheias de senhoras que passeiam os casacos de peles e as permanentes, enquanto jovens universitários bebem meias de leite. Estamos na sala das meninas de uma antiga escola primária do Estado Novo reconvertida em café em Junho de 2015 por Paulo e Pedro Runa, pai e filho. Paulo é designer de moda e decorador de interiores de profissão. Diz que não faz roupa casual, “isso há muito por aí e barato”, dedica-se antes às peças especiais para casamentos e baptizados, e prepara-se para decorar em breve 20 quartos da Pousada da Juventude da Covilhã. Decorou este café e acabou por ficar com ele. Aqui pode experimentar o pastel de molho com açafrão (€2,50) e a ginja da serra da Estrela (€1,20). Se tiver sorte, porque desaparecem num instante, encontra as amêndoas, As Carrapinhadas (€3,50), feitas por duas jovens da terra. Às terças-feiras, não fosse uma Biblioteca-Concerto, tem música ao vivo.
Y Este café já foi uma escola primária Pastel de molho A forma mais tradicional de o comer é com um caldo de vinagre e açafrão.
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RESTAURANTE SÃO MARTINHO Houve em tempos um São Martinho que, num dia de chuva, decidiu partilhar uma capa com um estranho. Na Quinta do Crestelo, em Seia, o São Martinho é hoje outro. Quando o GPS visitou este espaço também estava a chover, mas não havia capa para dividir. Havia comida de qualidade. O restaurante com o nome do protagonista da lenda popular fica dentro dos quatro hectares explorados dos 22 que compõem a área total desta quinta que também tem um aparthotel (T0 a partir de €60 por noite). Na base da serra, à entrada de Seia, a Quinta do Crestelo pode gabar-se de ser praticamente auto-sustentável, pelo menos no que toca à alimentação. Cerca de 80 por cento dos legumes, queijos e até enchidos que pode provar são autóctones. Vai poder encontrá-los em pratos como o cordeiro salteado (€13) ou nos filetes de truta com crocante de amêndoa (€10). A quinta também têm um lago com 400 trutas – mas essas não são para comer. Alberto Martinho (daí o nome do restaurante), proprietário de tudo isto, aconselhou o GPS a provar um vinho da região, um Quinta de Saes 2011. Se estiver na dúvida sobre o que beber, pode seguir o conselho à vontade. Tente é não bebê-lo sozinho, lembre-se do cavaleiro São Martinho e partilhe-o.
SÃO MARTINHO Quinta do Crestelo Av. dos Bombeiros Voluntários 238 320 050
VARANDA DA ESTRELA
12h30-15h e 19h30-21h30 Não fecha
Penhas da Saúde, 221,
€20 (Preço médio)
Covilhã, 963 447 873 8h-2h Não fecha €18 (Preço médio)
QUEIJOS São a cura para todos os males e em terras beirãs não há como não os provar.
Queijo da Serra da Estrela O clássico incontornável. Este é feito pela Casa Matias, produtor com 200 anos de experiência. Mais ou menos amanteigado, para ter o selo DOP tem de ser feito com leite de ovelha churra, bordaleira ou mondegueira.
Queijo de Cabra Kosher Cumprindo as tradições da religião judaica, o coalho do queijo tem uma base vegetal, o cardo, por oposição ao usado convencionalmente de origem animal. A fábrica dos Queijos Braz fica em Peraboa, na Covilhã.
Queijo do Pastor
Y A sala de refeições do São Martinho
DIOGO LOPES
Pode encontrá-lo no Centro Comercial da Torre, na Loja 7. Conceição, a funcionária da loja, faz as famosas sandes de queijo e presunto com fatias de um igual ao que vê na foto por €4. Pode comprá-lo inteiro (por €14,50/kg), para ir comendo durante a descida da serra.
COMER Hamburgueria da Serra R. de São Salvador, 6, Covilhã 275 030 882 || 12h30-15h e 19h30-23h || Fecha dom. €10 (Preço médio)
Abriu em Julho de 2015 mas já é famosa na cidade serrana. Aqui pode provar, por exemplo, o chocalho, que leva 160 g de carne de borrego, pimento vermelho, queijo de cabra, alface e tomate (€7,45). Há hamburgueres de enchidos para provar.
Y O restaurante existe há 33 anos
VARANDA DA ESTRELA O arroz de zimbro do Ti Manel (€11) chega malandrinho à mesa do restaurante Varanda da Estrela, nas Penhas da Saúde, a poucos quilómetros da Torre, o ponto mais alto da serra da Estrela. Traz bagas de zimbro, planta que cresce a mais de 1.500 metros de altitude, enchidos da região e cogumelos silvestres e é o prato típico da casa gerida por David Timóteo. “Nasci ali onde está a cozinha agora”, aponta, “esta era a nossa casa de família”. A decoração é rústica, toda em madeira, e nas paredes há cabeças de animais feitas de burel – o tecido da região, anteriormente destinado às mantas dos pastores e revitalizado pelos artesãos para casacos, capas ou chinelos. A ementa também vem numa capa de burel, da Cool Natura, e abre com uma entrada serrana (€6) composta por queijo da serra, azeitonas, pimento assado e enchidos (morcela, chouriço e farinheira), e seguem-se os pratos principais. Javali guarnecido de castanhas e cogumelos (€12,50), feijocas serranas (€9) ou bacalhau em casca de queijo da serra (€26/duas pessoas) enchem o olho e o prato – escusado será dizer que, como em qualquer restaurante serrano, uma dose dá sempre para duas pessoas. No fim, beba um licor de mirtilo.
Y Arroz de zimbro do Ti Manel
Espaço Ego
petiscos do Albertino vêm para a mesa em doses generosamente altruístas (há que o recorrer ao pleonasmo). É para comer o leitão estufado à Albertino ou arroz de cabidela de coelho até ao fim.
Quinta do Sangrinhal Estr. de Boidobra, Covilhã 275 325 344 || 12h30-15h e das 20h-22h30 || Fecha dom. ao jantar || €15 (Preço médio)
Nos arredores da Covilhã, em Boidobra, encontra um restaurante que partilha o seu nome com a unidade hoteleira onde está inserido. Se aqui passar (ou ficar), experimente, por exemplo, a pota à lagareiro (€8).
Av. Dr. Afonso Costa, Seia 238 089 609 || 12h-2h (Fecha dom.) || €15 (Preço médio)
Uma divisão de cada cor e uma bonita esplanada – é assim o Espaço Ego. Serve refeições mas também é bar e casa de chá. Prove o bacalhau à Ego (espécie de bacalhau com natas) que custa €6 e tem bebida incluída. São aceites grupos, só tem de reservar com a devida antecedência.
O Albertino Adro de Viriato, 8, Folgosinho, Gouveia || 238 745 266 11h30-16h e 19h-21h30 || Fecha dom. ao jantar e 2.ª || €20 (Preço médio)
Fica já avisado: vai sair daqui enfartado. Os
Museu do Pão Qt. Fonte do Marrão, R. de Sant’Ana, Seia || 238 310 760 12h-15h30 e 19h30-22h30 Fecha 2.ª, 3.ª, 4.ª, 5.ª e dom. ao jantar || €20 (Preço médio)
Para não destoar da temática do museu, todos os pratos são feitos à base de pão. Funcionam em regime de menus (€19,50 por pessoa) com buffet de entradas e sobremesa mais um prato de peixe e outro de carne. As bebidas são pagas à parte.
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FAZER
D.R.
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Lg. da Reboleira, Sameiro, Manteigas || 927 319 150 Não fecha || A partir de €40
Veja a serra de um ponto de vista diferente – do céu. O Clube Vertical organiza baptismos de voo todo o ano. No Inverno é mais difícil, mas se não houver chuva ou demasiado vento, arrisque-se. Não se esqueça de fazer reserva.
Centro de Interpretação da Serra da Estrela R. Visconde de Molelos, Seia 238 320 300 || 10h-18h (fecha 2.ª) || €4
A região da serra da Estrela é conhecida pelo queijo e pela neve, mas há mais. Tudo aquilo que pode descobrir sobre esta zona do País está aqui, no CISE. Promove o turismo ambiental, a consciencialização ecológica e também apoia vários projectos de investigação científica.
Circuito Barefoot H2otel – Congress & Medical SPA || Av. das Termas, 459, Unhais da Serra 275 970 020 || Grátis
Se andar por casa sem sapatos sabe bem, imagine fazê-lo rodeado de natureza. O programa que o H2otel propõe
ESQUI NA SERRA DA ESTRELA O dilema da serra da Estrela: quando há neve, o acesso à Torre fecha, quando não há, está aberto. Para os adeptos do esqui, pode ser frustrante, mas a Estância de Ski Serra da Estrela tenta ajudar. A 2.000 metros de altitude, este pólo de desportos de Inverno dá tudo para não fazer derreter as expectativas dos seus clientes. Garante 120 a 150 dias de neve por ano, muitos deles através de
máquinas de neve artificial. Há 18 pistas para explorar (9 delas são naturais), equipamento para alugar e pode também inscrever-se num minicurso da Escola de Ski e Snowboard (a partir de €27,50) ESTÂNCIA DE SKI SERRA DA ESTRELA Torre Estrada Nacional, 339, Covilhã 275 314 727 €15 (Passe de um dia) €25 (Em época alta)
Pesca à truta sem morte Quinta do Crestelo, Seia || 238 320 050 || Todo o dia || €10
Uma forma mais humana de pesca desportiva é o que encontra aqui. Traga o seu equipamento – o lago com as trutas (há mais de 400) já lá está à sua espera.
Burel Factory Amieiros Verdes, Manteigas 275 098 932 || 10h-17h (sáb. 10h-13h) || Grátis
A reabilitação da antiga Fábrica Lanifícios Império deu origem em 2010 a um projecto inovador que revitaliza uma antiga prática artesanal: o burel. Usado maioritariamente por pastores é agora trabalhado de forma moderna e colorida em casacos, tapetes e almofadas. De salientar que a fábrica tem teares dos séculos XIX e XX.
D.R.
Clube Vertical
(exclusivamente) aos seus hóspedes, leva-o a palmilhar um percurso de rochas, vegetação e vários tipos de areia que promovem o relaxamento e o bem-estar. Se ficar aqui hospedado (quartos a partir de €120), experimente fazer uma destas caminhadas.
MASSAGENS DE PEDRAS QUENTES Sílvia trabalha em massagens há 10 anos. Chegou cedo ao Chão do Rio, local onde se combinou a massagem, carregada com uma marquesa, um aquecedor a óleo e outro para as pedras quentes. Montou tudo ao pé da lareira e pôs a tocar aquela música vulgarmente descrita como som ambiente. O local da massagem varia consoante a temperatura. Se estiver calor é feita no exterior, à sombra dos car-
valhos, caso esteja frio, como agora, é feita ao pé da lareira. O calor das pedras e o quentinho da lareira fazem-nos viajar até ao centro da terra. O relaxamento, obviamente, é instantâneo. MASSAGENS DE PEDRAS QUENTES Ap Estética R. de St.º António, S. Romão, Seia 918 610 965 ap.armandopereira@gmail.com €60/90 minutos
COMPRAR
GIN WILD SNOW DOG Destilado a partir
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de bagas de zimbro da serra da Estrela C. C. Torre, loja 7, Serra da Estrela www.templeofgin.pt
CHINELOS DE LÃ DA NATURLÃ
€25
Fabricado por António Gomes e Rosa Pimenta R. Chão da Ré, 2, Mangualde da Serra www.naturla.blogspot.pt
CHÃOS DO DESASSOSSEGO
A Vida Portuguesa
Varanda da Estrela. Penhas
R. Anchieta, 11, Lisboa
da Saúde, Serra da Estrela
€12
€3
MALA SENNES A designer belga Nele De Block cria peças com lã da serra da Estrela www.sennes.tictail.com €160
MEL DE URZE C. Comercial da Torre, loja 7, Serra da Estrela €5
AMÊNDOAS CARAMELIZADAS AS CARRAPINHADAS De Marta e Joana Fiadeiro, Menina Sardinha. 40, Lisboa
TAPETE DE PELE DE CORDEIRO
Mercearia das Flores.
R. do Comércio,
R. das Flores, 110, Porto
Sabugueiro
€4,60/160 g
€25
Campo das Cebolas,
SABONETE DE LEITE DE CABRA SERRANA SÓ SABÃO www.sosabao.pt
AGUARDENTE DE ZIMBRO
€5
Feita com aguardente
MANTECAS DA BUREL FACTORY
e baga de zimbro serrana
R. Serpa Pinto, 15B, Lisboa
www.garrafeiranacional.com
R. Mouzinho da Silveira,
€13,25
83, Porto €80 (180 x 130 cm)
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g GOURMET Conheçaas alternativas ao leite animal RESTAURANTES
+ Peixola, o novo restaurante de peixe de Lisboa RESTAURANTES
+ Onde ircomerpor €10, €20 oumais de €30 LISTAS
Viagem na Via Láctea vegetal Nem todo o leite vem de um animal que andou, esperamos nós, a pastar. Nas estantes dos supermercados há cada vez mais oferta de bebidas feitas com frutos ou cereais. Conheça algumas e aprenda a fazê-las em casa ÁGATA XAVIER textos RÚBEN SARMENTO infografia
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RESTAURANTES
20 NOVIDADE
Cada vez mais peixeirada
SIGA NA APP
Chama-se Peixola, ocupa o lugar do saudoso Santa Gula (e dos seus cachorrinhos) e é um restaurante de um balcão só. Abriu sem alarido e também não deverá causar estrondo – afinal, a peixe estão os portugueses habituados. Qual a novidade, então? A esta barra chegam ceviches e tártaros de braço dado com copos de rum e gin. Um serviço tão rápido que até pode parecer que nos quer apressar impõe o ritmo da refeição – chegar, ver e comer. A carta abre o apetite: há “peixe miúdo” e “peixe graúdo”. De um lado está a sopa de peixe com rum anejo (€6), o tártaro de atum com óleo de sésamo (€8) ou o ceviche peruano de peixe branco, cebola roxa e abacate (€7); do outro estão o fish and chips à minhota (€15), o bitoque de atum e grelos saltea-
RICARDO ROCHA
ÂNGELA MARQUES
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O tártaro de salmão, crème fraîche, ervas frescas e tabasco (€5) e um punch (espécie de poncha, €3,50)
Y
O petit gâteau de caramelo com gelado de framboesa (€4)
dos (€14) ou os filetes de peixe-galo com puré de wasabi (€15). Para cortar, há uma lista de cocktails que pode transformar o número 35 da Rua do Alecrim num ponto de encontro de copos ao fim do dia. As fichas estão concentradas no rum (que é como pão para a boca de 16 cocktails) mas há mai thai (€9,50), mojito (€7,50) ou daiquiri (€6) para outros gostos. PEIXOLA R. doAlecrim,35,Lisboa 213 460 011 || 18h-24h €20 (Preçomédio)
NOVIDADE
Y Shots para todos os gostos
Uma geladaria que já parece um bar
SIGA NA APP
Atenção, temos um aviso para si e para todos quantos gostem de gelado: a Gelatto Davvero deixou de ter apenas gelados artesanais e agora é também um espaço que serve álcool. Se já está a pensar num copo com pedras de gelo, esqueça – a novidade são os shots de gelado alcoólicos. Mojito, gin, caipirinha, margarita, limoncello e vodka-limão são os cocktails
RICARDO PEREIRA
ALEXANDRA SILVA
representados para já. Se preferir um shot de champanhe ou espumante terá de encomendar. Servidos em copos de shot
os gelados alcoólicos devem ser comidos com uma colher e com moderação. Se permite o conselho: se comer muitos, não conduza.
GELATO DAVVERO Pç. deSãoPaulo,Lisboa 216 053 054 || 12h45-20h (6.ª e sáb. 12h45-24h) || Fecha 2.ª €6
g 21
Até €10 LISBOA Café 1890 R. Portas de Santo Antão, 92, Lisboa || 308 804 062 Logo à entrada pode ver-se uma colecção de bilhetes de espectáculos que aconteceram no Coliseu – repare nos de Miles Davis, Leonard Cohen e BB King. Ao balcão servem-se sumos de laranja natural (€3,50) e tostas de frango com banana (€4,50) ou de atum (€4,30). Num futuro próximo, o 1890 pretende funcionar também como restaurante no primeiro andar. || 11h30-24h (fecha 2.ª)
PORTO Pernil no Pão R. de Cedofeita, 192, Porto || 222 032 139 A especialidade da casa é sanduíche de pernil
(€2,90), simples ou com queijo da serra (€3,90). Além disso, também servem pregos (€2,90), papas de sarrabulho (€1,90) e caldo-verde (€1,75). Há tábuas mistas de queijos e enchidos (pequenas €9 e grande €22). O vinho tem a marca da casa e é verde, branco, tinto e espadal (entre €1,20 e €1,25). || 10h-22h (5.ª até 23h; 6.ª e sáb. até 2h)
Há ainda um paio de coelho servido com queijo terrincho (€8,50) que vale a pena explorar, e queijadas de Azeitão (€1). Aos almoços servem três pratos onde impera a cozinha tradicional portuguesa com um toque do Extremo Oriente. A partir das 17h, é altura de provar as tapas. 10h-24h (6.ª e sáb. até 1h)
Até €20
PORTO Esquina do Avesso
LISBOA Casa Amarela R. Alexandre Herculano, 61B, Lisboa || 213 880 297 Fica no Rato, perto do metro e mesmo ao lado da Sinagoga de Lisboa. No menu estão vários produtos nacionais, com destaque para um quase desconhecido azedo (€10), uma espécie de alheira mas direita, que junta carne de porco e aves no interior.
R. de Santa Catarina, 102, Leça da Palmeira 223 238 074 A Taberna da Esquina na Rua de Santa Catarina reinventou-se em Novembro e deu lugar à Esquina do Avesso, um espaço de inspiração rústica com cozinha de autor. Nuno Castro é o chef responsável por uma das melhores cartas que, assegura o GPS, poderá provar. As lulas recheadas (€7,50), os
cogumelos com espargos, gnocchi trufados e ovo mole (€7,50) ou o bacalhau com cantarelos e ovas de arenque (€8) são as nossas sugestões. No fim, peça a mousse de chocolate (€4). || 12h-15h e 19h-23h (fecha 2.ª)
verdes da época” (€2,50). Se preferir peixe, peça o bacalhau do lagar (medalhões confitados em azeite com batata a murro e grelos €16). Na guerra das sobremesas sericaia de figo e morgado da Guia (ambos a €4) são as nossas sugestões. || 12h-23h30
Mais de €20
PORTO
LISBOA
Av. Dr. Antunes Guimarães, Terminal 4450, Leça da Palmeira || 229 954 020
D. Afonso O Gordo R. St.º António da Sé, 18, Lisboa, 965 872 132 Abriu em Agosto de 2015 e é um salão com arcos e paredes de tijolinho, na Sé. Na carta com sete pratos (quatro de carne e três de bacalhau) destaca-se o leitão da Bairrada (€18,50) servido com lâminas de batata frita e laranja. Pedindo, é também possível que lhe sejam servidos “os
Terminal 4450
É um espaço amplo onde tudo tem um ar despojado e industrial: o prato e o copo aterram directamente na mesa, sem toalhetes, e a faca é uma navalha. De eleição são o hambúrguer de boi (€8,50) , o pica-pau (€9,50) ou o costeletão de novilho (€32, para 2 a 3 pessoas). Cada prato inclui dois a três acompanhamentos. || 12h30-15h e 19h30-2h (6.ª e sáb. até 4h; fecha 2.ª) PUB
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p PALCO & PLATEIA Ficheiros Secretos estão de volta SÉRIES
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DiCaprio à procura de vingança CINEMA
+ Juntos por António Feio TEATRO E DANÇA
Scully e Mulder reabrem os ficheiros
+
Vem aí Dani Black MÚSICA
+ Esconjurações de José de Guimarães ARTES PLÁSTICAS
Depois de um interregno de quase 14 anos, The X-Files – Ficheiros Secretos, uma das séries-fenómeno da televisão, está de regresso, na Fox SARA CHAVES
THE X-FILES – FICHEIROS SECRETOS Fox 26 Janeiro 3.ª || 22h15
Y Scully e Mulder estão de volta
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otografias caem em cima de processos do FBI. Ouve-se uma voz masculina: “O meu nome é Fox Mulder. Sou obcecado desde a minha infância por fenómenos globais controversos.” É assim, a recordar o que tornou esta série uma das mais populares dos anos 90, que começa a tão aguardada décima temporada de X-Files – Ficheiros Secretos. É na terça-feira, dia 26, na Fox – mas pode ver imediatamente o primeiro minuto em www.fox.com. Depois de quase 14 anos afastados dos casos de contornos paranormais, os agentes do FBI mais conhecidos dos anos 90, Dana Scully (Gillian Anderson) e Fox Mulder (David Duchovny) regressam à televisão portuguesa para uma minissérie de seis episódios de 45 minutos. É verdade que em 1998 (quando a série ainda era exibida, tendo terminado em 2002) Scully e Mulder chegaram ao grande ecrã com um filme homónimo; depois, em 2008, estreou também Ficheiros Secretos: Quero Acreditar. A verdade é que este segundo filme – lançado seis anos depois do fim da série –, não só tinha um enredo que valia por si, sem ligações à série, como não foi particularmente bem recebido pelos fãs. Estes fãs podem agora ficar tranquilos. Na nova série, mistérios, conspirações e extraterrestres voltam a ser o motor da acção, “num mundo que está mais estranho”. É “o momento perfeito para contar estas seis histórias”, disse
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em Março de 2015 (quando foi anunciado o regresso), à revista Variety, Chris Carter, criador do culto televisivo. Para reabrir os ficheiros secretos guardados desde 2002 (o filme de 2008 obviamente não entra nestas contas), Chris Carter fez um vídeo em que, com os actores principais, situa a história, sublinhando que esta “está de volta simplesmente por causa dos seus fãs”. Não é, contudo, só de recordações que vive o vídeo. Nele surge a nova personagem da série, Tad O’Malley, interpretada por Joel McHale. Tad é um apresentador de televisão que persegue Scully e Mulder à procura de provas de que existe uma missão alienígena na Terra. Obcecado por teorias da conspiração, Tad vem dar ainda mais suspense à nova temporada. O primeiro episódio encerra mais um caso inexplicável, mas digno de resolução por Scully e Mulder. Logo nos primeiros minutos, os dois agentes são convocados para investigar o desaparecimento de uma rapariga que afirma ter sido raptada por extraterrestres. Para os fãs mais devotados, estes seis episódios vão saber a pouco. Mas, para esses, há esperança. Numa entrevista à revista SFX, David Duchovny afirmou: “Esta série pode ser comédia, drama, ficção científica, mistério, thriller. Fazer seis episódios pode não ser o suficiente para mostrar essa flexibilidade. Ao fazer tudo de novo percebi que todos estamos bem para seguir adiante com mais. Eu não quero falar por todos, mas eu faria.”
LIVRO
Uma vaca com poderes anormais ÂNGELA MARQUES
Experimente-se comentar entre amigos: “Estou a ler um livro do David Duchovny que é uma odisseia de uma vaca, de um peru e de um porco em busca de um lugar onde não sejam comidos.” As reacções irão do espanto à desconfiança como um Audi vai dos 0 aos 100 km/h – no fim, a sentença: “Isso deve ser muito estranho.” David Duchovny é o filho perfeito de um homem dos sete instrumentos com um bicho-carpinteiro – ele é actor, músico e escritor, além de activista pelos direitos dos animais. Vaca Sagrada é o seu primeiro romance – e não é um romance qualquer. A crítica tem optado por usar um tom de gozo quando se lhe refere, apesar de não ser taxativa quanto ao valor literário deste primeiro livro de Duchovny. A tarefa dos
críticos também surge facilitada quando a história que o autor conta começa com a voz de uma vaca. Elsie, a dita vaca, é feliz. Come, dorme, gosta da quinta onde vive e tem apreço pelos fazendeiros (prefere um dos filhos na hora de ser espremida para dar leite, mas é aí que desenha o risco). Um dia, aproxima-se da casa e vê pela janela um programa sobre produção industrial de carne. O caldo entorna-se e Elsie decide fugir.
VACA SAGRADA David Duchovny Saída de Emergência || 224 págs. €17,76
SIGA NA APP
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CINEMA
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Iñárritu, Leo, crime e castigo MARKUS ALMEIDA
The Revenant: O Renascido chega às salas de cinema depois de receber 12 nomeações para os Óscares. É um número que não bate recordes (Eva, de 1950, e Titanic, de 1997, tiveram 14), mas que faz do filme de Alejandro González Iñárritu o principal candidato para a noite dos Óscares, este ano a 28 de Fevereiro. Leonardo DiCaprio interpreta Hugh Glass, um explorador americano que em 1823 é deixado para trás pelos companheiros de expedição depois de um encontro inesperado com um urso-pardo. Preso a uma maca, praticamente sem se conseguir mexer, Glass é enterrado vivo
Os mexicanos Iñárritu e Lubezki voltam com The Revenant: O Renascido. Leonardo DiCaprio é o desgraçado a quem tudo acontece
pelo mesmo homem (John Fitzgerald, interpretado por Tom Hardy) que lhe matou o filho à sua frente. Glass começa, a partir desse momento, uma inacreditável viagem, sem mantimentos nem armas, por paisagens gélidas e agrestes, até encontrar Fitzgerald. É uma história de vingança e superação, a de The Revenant: O Renascido – conta-se que o verdadeiro Hugh Glass se arrastou por mais de 300 quilómetros depois de ter sido abandonado pelos colegas – e
é uma metáfora para a carreira de DiCaprio, que poderá, finalmente, aos 41 anos e à sexta nomeação, conseguir o desejado Óscar. Já Iñárritu, que em 2015 viu o seu Birdman (ou A Inesperada Virtude da Ignorância) arrecadar quatro das nove estatuetas para as quais estava nomeado, parece encaminhado para mais uma noite feliz no Dolby Theatre – The Revenant: O Renascido está nomeado nas principais categorias: Melhor Filme, Actor, Ac-
tor Secundário (Tom Hardy), Fotografia (o habitual colaborador de Iñárritu, Emmanuel Lubezki), além de outras técnicas, como Edição, Edição de Som ou Efeitos Visuais. E se os Globo de Ouro continuam a ser a antecâmara dos Óscares, as vitórias nas categorias Melhor Filme de Drama, Actor Principal e Realizador sugerem mesmo que se aproxima nova noite de glória para o realizador mexicano. Se quiser perceber de imediato a razão para a nomeação em Efeitos Visuais, procure no YouTube “o” trailerde The Revenant– aquele em que DiCaprio, Iñárritu e Lubezki mostram, com um realismo que impressiona, o que é ser atacado por um urso-pardo.
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Será desta que DiCaprio ganha o Óscar?
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Y DiCaprio é Hugh Glass, um explorador perdido
CRÍTICA
The Revenant: O Renascido Sangue e garras de urso TTTwS De Alejandro González Iñárritu EUA || Acção || M14 || 156m Com Leonardo DiCaprio e Tom Hardy
Western de sangue, suor e garras de urso, The Revenant poderia ter sido escrito por Washington Irving, com direcção
artística de William Blake e o fantasma de Sam Peckinpah a assistente de realização. Iñárritu talvez seja o menos interessante dos membros da Santa Trindade mexicana – formada por ele, Alfonso Cuáron e Guillermo del Toro –, após perder o fervor dramatúrgico de 21 Gramas e se apaixonar pela arqui-
tectura coral do guião (o medíocre Babel), a estética urbano-crística do sofrimento (Biutiful) e o golpe de asa técnico com mensagem no bico (Birdman). Mas desta vez acertou: aqui está um filme de fronteira, coboiada primitiva vista pelo olho do falcão, história fúnebre da vingança de Hugh Glass (o homem existiu mesmo, foi base de um livro de 2002 e é a melhor interpretação da carreira de DiCaprio, talvez por este abrir tão pouco a boca), abandonado como mor-
to após cenas de combate na velha América – estamos nos anos 1820 – que não se viam desde o subestimado O Último dos Moicanos de Michael Mann (sem o soft look coreográfico). Tom Hardy faz o que sabe fazer melhor – de animal à solta – e o filme é um triunfo do cinema de acção, sem hermenêutica a atrapalhar.
PEDROMARTA SANTOS crítico
CRÍTICA
CRÍTICA
OSuper-Formiga Formigueiro infantil
The Canal - Entidade Sinistra Canal caveira
TSSSS
TwSSS
De Ask Hasselbalch
De Ivan Kavanagh
Dinamarca || Aventura || M12 || 77m
Grã-Bretanha/Irlanda || Terror || M12
Com Oscar Dietz e Amalie Kruse
|| 92m
Jensen
Com Rupert Evans e Antonia Campbell-Hughes
Após ser mordido por uma formiga mutante, o introspectivo Pelle Nohrmann, de 12 anos, espécie de Peter Parker do ensino preparatório, adquire superpoderes, conquistando a popularidade que lhe faltava. Com a colaboração do seu novo grande amigo Wilhelm, um maluquinho dos comics, Pelle está pronto a defrontar o arqui-inimigo, o temível A Pulga, que raptará Amanda, a sua paixão de es-
Y Tem 12 anos e superpoderes cola. Produção dinamarquesa de meios contidos e desenvolvimento monótono – apesar da simplicidade, não há cliché do género que o filme não assuma –, foi um sucesso nórdico que originou duas sequelas, uma estreada em 2014, outra prevista para este ano. Apenas para menores de 10 anos. P.M.S.
Obra do anónimo Ivan Kavanagh (apesar de esta ser a sua quinta longa-metragem), narra as provações de David Williams, um arquivista de cinema que, amedrontado pelo facto de a sua casa em Dublin ter sido palco de um sangrento assassinato em 1902 e perturbado pelo affair da mulher com um conhecido do trabalho poder emular a tragédia de início do século, pior fica
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Ele vive perturbado
quando ela aparece morta e as culpas apontam para ele. História de fantasmas à moda antiga, deveria recorrer mais às técnicas psicológicas de The Uninvited (1944) de Lewis Allen e menos aos efeitos de montagem da praxe e a uma escatologia quase trashy. P.M.S.
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CINEMA
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Anomalisa Quarto de hotel TTTTT De Charlie Kaufman e Duke Johnson EUA || Animação || M 14|| 90m Com as vozes de David Thewlis, Jennifer Jason Leigh e Tom Noonan
É um crime que Charlie Kaufman tenha tantas dificuldades em montar os seus projectos. Sinédoque, Nova Iorque já foi há oito anos e mesmo para este brilhante e singular Anomalisa foi necessário recorrer ao Kickstarter para angariar fundos. Abençoadas todas as 1.070 pessoas a quem Kaufman e Johnson (o co-realizador, responsável pelos episódios em stop-motion da série Community) agradecem nos créditos: esta história de Michael Stone, um homem de meia-idade
Y Michael Stone e Lisa apaixonam-se perdidamente
que se prepara para dar uma conferência em Cincinnati enquanto lida com questões existenciais (o tema habitual de Kaufman, o argumentista de O Despertar da Mente ou Being John Malkovich), é hilariante, perspicaz, bela e melancólica com uma das melhores e mais realistas cena de sexo dos últimos anos –
isso apesar ser um filme de marionetes imperfeitas mas anatomicamente correctas, com um impressionante trabalho de voz por parte dos seus actores. Para Kaufman, aquele hotel onde Michael passa a noite, com os seus quartos e corredores e escritórios na cave, é um purgatório onde os Ho-
mens têm ao seu alcance a felicidade ou uma tristeza infinita. Que não consigam decidir que porta abrir é a verdadeira e deslumbrante tragédia.
TIAGOR.SANTOS crítico
CRÍTICA
CRÍTICA
Chloe & Theo – Uma Missão Para Salvar o Mundo Panfleto
Umrika – Em Busca do El Dorado América
TSSSS
TTTSS
De Ezna Sands
De Prashant Nair
EUA || Drama || M 12 || 112m
IND. || Drama || M12 || 98m
Com Theo Ikummaq e Dakota
Com Suraj Sharma e Tony
Johnson
Revolori
De boas intenções está o inferno cinematográfico cheio. Chloe & Theo, um bizarro e incompetente projecto que tenta alertar para os perigos das alterações climáticas, não oferece mais do que isso: um saco cheio de panfletos que tenta distribuir de forma atrapalhada e simplista. Theo é um Inuit (não confundir com esquimó, como o filme repete vezes sem conta) que se desloca a Nova Iorque para avisar os “anciões” de
Y Ela vive pelas ruas de Nova Iorque que a Terra está em perigo. Aí encontra um bando de alegres sem-abrigo (pois), incluindo Chloe, que o ajudam na sua missão. A habitual história do “peixe fora de água” misturada com “pessoal da cidade aprende sobre a simplicidade da vida”, mas ainda menos interessante. O Planeta merece melhor. T.R.S.
Umrika significa América neste interessante filme de Prashant Nair. Nos anos 80, numa pequena aldeia na Índia, Udai despede-se da família para ir tentar a sua sorte na terra da oportunidade. Quando as suas cartas – versões idealizadas dos Estados Unidos – deixam de chegar, e após a morte do pai, Rama, o irmão, irá à sua procura. Há muitos méritos neste segundo filme de Nair: a forma como nunca cede à explora-
Y
Udai emigra para a América
ção da miséria, preferindo sempre sublinhar um forte sentido de comunidade; e a direcção de actores, confirmando o talento de Suraj Sharma (o protagonista de Vida de Pi) e de Tony Revolori (Zero em Grand Budapest Hotel, o actor tem ascendência da Guatemala e aprendeu Hindu para o papel). T.R.S.
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Estreias
Cinemas Nos Dolce Vita Porto R. dos Campeões Europeus, 28-198
Um Avô Muito à Frente
The Revenant: O Renascido
De Dan Mazer || Com Robert
13h30, 17h10, 21h40, Sex, Sáb 21h10, 0h30 || Anomalisa 14h, 16h50, 19h40, 22h, 0h20
DeNiro, Zac Efron, Julianne Hough || EUA || 2016 || 102m || COMÉDIA
Medeia Teatro Municipal Campo Alegre
Todas as pessoas que passam anos agarradas a uma vida que não tem nada de original ou feliz deviam seguir o exemplo de Jason Kelly (Zac Efron) e fazer uma viagem cheia de sexo, drogas e álcool na companhia do avô, neste caso, Dick Kelly (Robert DeNiro). Depois da morte da mulher, Dick pede ao neto, o jovem advogado Jason, para lhe dar boleia até ao destino favorito dos idosos norteamericanos – Boca Raton, na Flórida. Jason, que está a poucos dias de se casar com a irritante Meredith (Julianne Hough), acede ao pedido, mas acaba por perceber que o avô só se preocupa com uma coisa: engatar o máximo de raparigas possível. Numa série de episódios caricatos (como fumar crack acidentalmente, por exemplo), Dick consegue mostrar ao neto que a vida que está a levar não é a que merece, e que Shadia (Zoey Deutch) é bem melhor do que Meredith.
Cartaz LISBOA Cinema City Alvalade Av. de Roma, 100 The Revenant: O Renascido
12h30, 15h35, 18h30, 21h10, Sex, Sáb 23h55 || Chloe e Theo – Uma Missão Para Salvar o Mundo 19h
R. das Estrelas Coração de Cão 18h30, 22h, Sáb, Dom 15h30
MAIS VISTOS DA SEMANA FILMES QUE ENCHERAM SALAS , STAR WARS: O DESPERTAR DA FORÇA
37.639
3 A Rapariga Dinamarquesa
26.490
4 Point Break – Caçadores de Emoções
15h45, 22h
25.271
6 Snoopy e Charlie Brown – Peanuts: O Filme
16.919
7 Hotel Transylvania 2
15.897
8 Heidi
9.525
9 Solace: Premonições
5.834
10
The Hunger Games: A Revolta – Parte 2
Centro de Lazer do Campo Pequeno The Revenant: O Renascido
4.955
FONTE WWW.ICA-IP.PT
Cinemas Nos GaiaShopping Av. Descobrimentos, 549 The Revenant: O Renascido
13h20, 16h50, 20h50, Sex, Sáb 0h10 || Um Avô Muito à Frente 13h, 15h30, 18h20, 18h20, Sex, Sáb 21h35
Cinemas Nos MaiaShopping MaiaShopping, Lugar de Ardegaes The Revenant: O Renascido
Seg 15h50, 18h10, 21h
Cinemas Nos NorteShopping NorteShopping, R. Sara Afonso
Estádio José Alvalade, Campo Grande The Revenant: O Renascido Seg 16h50, 21h || Um Avô Muito à Frente Seg 15h50, 18h30, 21h15 || The Canal – Entidade Sinistra Seg 15h20,
The Revenant: O Renascido Revenant: O Renascido 14h,
17h30, 21h, 0h10
Medeia Monumental Av. Praia da Vitória, 72
22h
Anomalisa 12h, 13h45,
Cinemas Nos Amoreiras
15h45, 17h30, 21h45, Sex, Sáb 23h30 || The Revenant: O Renascido 12h30, 15h30, 18h30, 21h30
Av. Eng. Duarte Pacheco The Revenant: O Renascido
Cinemas Nos Colombo Av. Lusíada The Revenant: O Renascido
CinemaCity Campo Pequeno
24.331
5 Creed: O Legado de Rocky
Cinema Ideal The Revenant: O Renascido
46.578
2 Joy
14h, 17h30, 21h, 0h20 Rua do Loreto, 15/17
Espectadores
GRANDE PORTO
13h, 16h30, 20h50, 0h10 || Um Avô Muito à Frente 13h10, 16h, 18h40, 21h30, 0h15 || The Revenant: O Renascido Sala IMAX – 13h30, 17h30, 21h20, 0h35
13h10, 16h15, 17h50, 21h10, 21h40, 0h15 || Um Avô Muito à Frente 13h50, 15h50, 17h35, 21h50, 24h
Cinemas Nos Vasco da Gama
Cinemas Nos Alvaláxia
Um Avô Muito à Frente 13h30, 16h, 18h30, 21h20, 24h || The
Parque das Nações
UCI Cinemas – El Corte Inglés Av. Ant. Aug. Aguiar, 31 Um Avô Muito à Frente
13h55, 16h15, 19h, 22h, 0h20, Dom 11h30 || Anomalisa 14h15, 16h45, 19h10, 21h25, 23h45, Dom 11h30 || The Revenant: O Renascido 14h15, 17h30, 18h45, 21h10, 0h10
GRANDE LISBOA Atlântida–Cine R. Dr. Manuel Arriaga, Centro Comercial Carcavelos The Revenant: O Renascido
Seg 15h, 21h30
Cinemas Nos Oeiras Parque C. C. Oeirashopping The Revenant: O Renascido
12h50, 16h20, 21h, 0h25 || Anomalisa 13h20, 16h, 18h40, 21h15, 23h50
Cineplace – Loures Shopping Quinta do Infantado, Loja A003 – Centro Comercial Loures Shopping
13h10, 16h50, 20h50, 0h20 || Um Avô Muito à Frente 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 0h30
Cinemas Nos Parque Nascente Praceta Parque Nascente, 35 The Revenant: O Renascido 13h10, 16h40, 21h, 0h30 || Um Avô Muito à Frente 13h20, 16h, 18h40, 21h30, 0h15 || The Canal – Entidade Sinistra 14h10,
16h50, 19h30, 22h20, 0h45
The Revenant: O Renascido
Vivacine – Maia
15h, 18h, 21h10, Sex, Sáb 0h20 || Um Avô Muito à Frente Seg 15h20, 17h30, 19h40, 21h50
Centro Comercial Vivaci, Estrada Real, 95 The Revenant: O Renascido Seg 17h30, 21h || Um Avô Muito à Frente Seg 16h10,
Cinemas Nos CascaiShopping
18h50, 21h30
CascaiShopping – EN 9, Alcabideche
BRAGA
The Revenant: O Renascido
13h, 17h, 20h50, 0h10 || Um Avô Muito à Frente 12h50, 15h20, 18h20, 21h10, 23h40
PORTO
Cinemas Nos Braga Parque R. dos Congregados, S. Victor The Revenant: O Renascido
13h40, 17h20, 21h, 0h30 || Um Avô Muito à Frente 13h, 15h50, 18h30, 21h10, 24h
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TEATRO E DANÇA
28 Y O actor será homenageado numa noite única
p 29
Variedades para António Feio no CCB Sandra Faria foi uma das pessoas a quem o actor dedicou Aproveitem a Vida, o seu livro póstumo. Cinco anos depois da sua morte, a produtora decidiu homenageá-lo reunindo os seus amigos e ídolos – de José Pedro Gomes a Mariza
RITA BERTRAND textos
António Feio era peremptório: “É a produtora da minha vida.” Escreveu-o em Aproveitem em Vida, o livro editado em 2010, um mês depois da sua morte, a 29 de Julho, com 55 anos, de cancro. Referia-se a Sandra Faria, que ainda hoje, por engano, por vezes se refere ao actor como se estivesse vivo. Aconteceu quando falou com o GPS sobre Quem Feio Ama, a gala de homenagem que está a organizar, reunindo uma equipa de mais de 100 pessoas no Centro Cultural de
Belém, na terça-feira, dia 26: “Pouca gente conhece a faceta de músico que ele tem.” Corrigiu o tempo verbal logo de seguida, acrescentando que “ele adorava aprender, dedicava horas à guitarra eléctrica e até teve uma banda”. Essa banda, Feio & Friends, especializada em músicas de filmes e séries e versões de êxitos pop-rock, voltará nessa noite ao activo, com a guitarra do actor em palco, num suporte, como que à espera que ele apareça e desate a tocar. Não será o único momento musical. “Ele parecia ser mais
do rock, mas gostava de toda a música boa. Admirava muito a Marisa Liz, e por isso vêm os Amor Electro, a quem pedi para cantar um fado do seu reportório antigo, que o fazia chorar”, conta Sandra Faria, sublinhando que o elenco do musical que Feio criou com canções dos Xutos e Pontapés – Sexta-Feira, 13 – também vai actuar e que o humorista Marco Horácio juntará cantigas às suas piadas. Os testemunhos, porém, serão o fio condutor da gala. Além de Feio aparecer em vários vídeos, pelo palco do CCB vão desfilar cúmplices do palco e da vida – de Cláudia Cadima, actriz e ex-mulher, aos quatro filhos, que herdaram o gosto pelas artes (Bárbara faz figurinos de teatro, Catarina canta, Filipe é fotógrafo e Sara ilustradora), passando por José Pedro Gomes, com quem criou as du-
plas cómicas de Inoxe Conversa da Treta, um aluno especial (de teatro, na Junta de Freguesia de Benfica), Nuno Lopes, o ilustrador António Jorge Gonçalves, autor das componentes visuais das melhores peças de Feio, como O que DizMolero, e até o primeiro actor com quem trabalhou, em 1966: Ruy de Carvalho. Pelo meio há declamação de poemas, stand-up comedy e dança com a Companhia Olga Roriz, de que era fã, além de intervenções de Ana Bola, Miguel Guilherme, Maria Rueff e Virgílio Castelo. “Vai ser um espectáculo de variedades para oferecer ao António. Uma noite especial, irrepetível, que ele estará a ver, feliz, esteja onde estiver”, acredita Sandra Faria, lembrando que a receita desta gala de homenagem reverterá para a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, “que foi muito importante para ele no fim da vida”.
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QUEM FEIO AMA Centro Cultural de Belém, Lisboa 3.ª, 26/1, 21h €10 a 12,50
ESTREIA
E a nova versão da comédia que ele revelou em Portugal
ARTE Teatro Tivoli BBVA, Lisboa Ensaio solidário a favor da
PEDRO GARCIA
Ass. Apoio à Vida: 2.ª, 25/1, 21h30
A francesa Yasmina Reza era uma completa desconhecida em Portugal quando António Feio decidiu traduzir e encenar a sua premiada comédia Arte – dando a si próprio o papel do ricaço que compra, por um preço astronómico, uma tela branca, com riscas brancas, transversais, de um pintor famoso, indignando os seus dois melhores amigos, de gostos bem distintos, interpretados por Miguel Guilherme e José Pedro Gomes. Foi em 1998 e o espectáculo – de um humor inteligente, em que o debate sobre a esté-
tica era o tema central, descambando para a zanga épica – revelou-se um êxito sem precedentes, com sucessivas lotações esgotadas, tanto no Villaret como em digressão: até 2003, 180 mil espectadores viram a peça. Agora, Adriano Luz, João Lagarto e Vítor Norte estão determinados a igualar a façanha, com uma nova versão. São eles os novos actores de Arte, em estreia na próxima quarta-feira, 27, no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa – e já com digressão nacional agendada.
€6 Estreia: 4.ª, 27/1, 21h30 || 5.ª a sáb., 21h30 || Dom., 16h30 €12 a €18 Digressão nacional Theatro Circo, Braga: 1 e 2/4 Cine-Teatro de Estarreja: 9/4 Teatro Virgínia, Torres Novas: 7/5 CAE, Portalegre: 14/5 Centro Cultural Olga Cadaval, Sinta: 3/6 Teatro Sá da Bandeira, Porto: A partir de 9/6
Y Lagarto, Norte e Luz
SIGA NA APP
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TEATRO E DANÇA
30 ESTREIA
ESTREIA
São dois e formam um quarteto
Os 50 tons de preto Com direcção artística de Carlota Lagido, 50 Toneladas é um espectáculo que, durante uma hora, mostra através da dança 50 perspectivas da cor preta. Antoine Pimentel, Carlota Lagido e Tiago Vieira são os interpretes desta performance, que está em cena no Espaço Gaivotas, em Lisboa, entre sexta-feira, 22 de Janeiro, e domingo, 24.
SARA CHAVES textos
O dramaturgo alemão Heiner Müller encontrou no romance epistolar do fim do século XVIII Ligações Perigosas, de Choderlos de Laclos o ponto de partida para escrever Quarteto, a peça em cena até domingo, 7 de Fevereiro, no Teatro Carlos Alberto, no Porto. No palco – e com encenação de Carlos Pimenta –, pode ver-se Lígia Roque e Albano Jerónimo no papel de dois ex-amantes (a marquesa de Merteuil e o visconde de Valmont) que vivem numa encruzilhada de sedução e manipulação. A certa altura da peça, o jogo inverte-se e os dois actores trocam de papéis e
50 TONELADAS
Y Ele faz quatro personagens
Espaço Gaivotas, R. das Gaivotas, 6, Lisboa 6.ª a dom., 22 a 24/1 21h30
interpretam ainda outras duas personagens: a madame de Tourvel e o jovem Volanges. Depois do Teatro Carlos Alberto, Quarteto segue para o CCB, em Lisboa, onde ficará em cena entre 18 e 21 de Fevereiro.
QUARTETO
€6
Teatro Carlos Alberto, R. das Oliveiras, 43, Porto Até 7/2 || 4.ª, 19h; 5.ª a sáb., 21h e dom., 16h €10 CCB, Pç. do Império, Lisboa 18 a 20/2, 21h e 21/2, 16h €12,50 a €15
ESTREIA
ESTREIA
Lá Fora... dentro da Culturgest
Ha!, viva a alegria no Rivoli
Crista Alfaiate e Carla Galvão juntam-se no palco da Culturgest, este sábado e domingo, 23 e 24 de Janeiro, para interpretarem Lá Fora..., uma peça criada pelas actrizes e dirigida a bebés dos 3 meses aos 3 anos. Tendo como premissa a obra de Shel Silverstein (poeta, compositor, músico, cartoonista e autor americano de livros para crianças), Lá Fora... explora a sensibilidade sonora e sensorial dos mais novos, através de gestos, sons e palavras. Para darem dinamismo à peça e interagirem directamente com os miúdos, Crista Alfaiate e Carla Galvão utilizam o corpo mas também
Cinco mulheres alegres em palco. Andam, dançam, mexem-se e riem muito para interpretar Ha!, uma performance que explora os vários lados da alegria. Inspirada nas quadras de Djalâl ad-Dîn Rûmî, Ha! traduz-se num grande trabalho sonoro e de corpo coreografado pela marroquina Bouchra Ouizguen. Para encontrar ainda mais inspiração para o espectáculo, Bouchra Ouizguen viajou por Marrocos à procura de diferentes regiões e expressões. O resultado do que aprendeu através das pessoas que conheceu nas montanhas, no deserto, em escolas e em bares pode ser visto
uma linguagem intimista e vários objectos em cena. LÁ FORA... Culturgest, R. Arco do Cego, 50, Lisboa Sáb. e dom., 23 e 24/1 || 10h e 11h (sáb.) e 10h30 e 16h (dom.) €3,50
este sábado, 23 de Janeiro, no Rivoli. HA! Rivoli, R. do Bonjardim, 143, Porto Sáb., 23/1 || 21h30 €10
PUB.
Soalheiro Alvarinho 2015 Uma colheita perfeita Resultado de temperaturas moderadas durante o dia e de noites frias nos meses de verão, e especificamente em agosto, que favoreceram assim uma maturação lenta e uma concentração dos aromas nas uvas, o Soalheiro Alvarinho 2015 é uma colheita perfeita e consistente da Primeira marca de Alvarinho de Melgaço. Desde há muito que a Quinta de Soalheiro compreende a singularidade de cada momento no processo dos seus vinhos, desde a floração até ao engarrafamento. Cada detalhe é importante para manter os diferentes sabores e aromas característicos dos ‘terroirs’ do Soalheiro. Em 2015, a floração ocorreu duas semanas mais tarde, comparativamente com a última colheita, devido à pouca precipitação no inverno, mas o perfil mantém-se: um vinho bem ao estilo Soalheiro, elegante e intenso. O início de setembro seco contribuiu para um equilíbrio perfeito neste Alvarinho. A colheita aconteceu na primeira semana de setembro para assim manter o perfil re-
frescante, característico do Soalheiro, dando origem a um Soalheiro de grande equilíbrio aromático, com um sabor elegante e mineral. As uvas de Alvarinho utilizadas no Soalheiro clássico são provenientes de diversas vinhas de pequena dimensão implantadas em solo de origem granítica, entre os 100 e os 200 metros de altitude, e localizadas em microclima muito particular. Melgaço, a região mais norte de Portugal, está protegida por um conjunto de serras que permitem um casamento perfeito entre a pluviosidade, a temperatura e o número de horas de sol necessários à melhor maturação das uvas da casta Alvarinho. Esta boa exposição solar – local soalheiro - deu também o nome à parcela que esteve na origem da marca. A vindima é manual, em caixas de pequena capacidade que são transportadas para a adega num curto espaço de tempo. Após a prensagem das uvas, o mosto obtido decanta para clarificar, seguindose a fermentação, a uma temperatura
controlada, usando leveduras pré-selecionadas para o efeito. O engarrafamento efetua-se após a estabilização do vinho, sendo seguido de um estágio em garrafa. A vinificação do Alvarinho Soalheiro está direcionada para obter um vinho que concentre a qualidade das uvas e permita uma boa evolução após o engarrafamento. A colheita de 2015 apresenta uma cor amarela citrina, aroma com o habitual perfil do Alvarinho Soalheiro Clássico, intenso e tropical com notas minerais. COMBINAR UM VINHO COM UM PRATO FAZ TODA A DIFERENÇA A harmonia entre vinho e comida é parte obrigatória do prazer de estar à mesa, sendo por isso de extrema importância a conjugação dos aromas e sabores do vinho e do prato. O sabor elegante e mineral do Alvarinho Soalheiro, que também designamos por Soalheiro clássico, faz com que seja ideal como aperitivo ou para acompanhar mariscos, pratos de peixe ou pratos de carnes de aves.
SUGESTÕES: MARISCO E PEIXE Para fazer a harmonização entre o melhor prato e o vinho é necessário, nestes casos, considerar o tipo de peixe ou marisco conjugado com a intensidade dos condimentos e a forma de preparação. Nos mariscos a variedade é muito grande, dos crustáceos aos bivalves, e as formas de os cozinhar também são imensas. Existem mariscos mais delicados no sabor, como as ostras, o camarão, a lagosta, o lavagante ou os lagostins, e outros mais intensos, como a santola ou a navalheira. Outros ainda são salgados, como os perceves. O Alvarinho Soalheiro 2015 é ideal para acompanhar esses mariscos idealmente confecionados com uma ligeira cozedura onde a “maresia” ou o paladar vincado estejam presentes, formando um namoro perfeito de sabores. O Soalheiro clássico é ainda ideal para acompanhar os peixes magros grelhados, como a dourada, o sargo ou o robalo, ou mesmo alguns mais gordos como o pargo, o bacalhau, a garoupa ou a corvina.
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TEATRO E DANÇA
32
Teatro LISBOA Chapitô R. Costa do Castelo, 1/7 218 855 550
CRÍTICA
Peres improvisam com a ajuda do público. || Comédia || Sáb., 22h || €16 a €18
Stop Motion para Eadweard O cavalo que voa
ALMADA Teatro Municipal Joaquim Benite
TTTwS Teatro da Trindade, Lisboa
divertida versão do clássico de Shakespeare, com Jorge Cruz, Tiago Viegas e Duarte Grilo. || Comédia || Até 7/2 || 5.ª a dom., 22h || €12
Cinema Ideal R. Loreto, 15/17, 210 998 295 ESTREIA Uma Estadia de 50 min. Com direcção artística
e interpretação de Andresa Soares, uma peça que pretende criar uma espécie de “cinema mental”, que vive “através da sugestão proporcionada pelo som e pela ligação a uma presença com o tempo contado”. || Experimental || De 22 a 24/1 || 6.ª a dom., 21h || €8
Praça de Touros do Campo Pequeno Campo Pequeno, 210 414 078 Mamma Mia! O musical com
canções dos ABBA. || Musical Até 24/1 || 5.ª e 6.ª, 21h || Sáb. e dom., 16h e 21h || €20 a €45
Teatro da Politécnica
Av. Prof. Egas Moniz 212 739 360
Até 31/1 || 5.ª a sáb., 21h45 || Dom., 17h €8
Há uma figura: Eadweard Muybridge (1830-1904), fotógrafo inglês que usou câmaras várias com o objectivo de fazer a captação do movimento – de, como se diz no texto, “congelar as acções”. Criou o zoopraxiscópio, dispositivo que, dando movimento às imagens, foi percursor da película de celulóide. Uma das conclusões do artista-cientista? Que o cavalo corre com as quatro patas no ar. O cavalo voa. O espectáculo, com texto e encenação de Ricardo Cabaça, narra, com evidentes qualidades artísticas, a vida e a obra da figura, celebrando o cinema e a fotografia. É contada a sua história, profissional e privada, a três vozes, não sendo sempre fácil seguir o fio narrativo,
D.R.
Macbeth Está de volta a
Y Os três que narram a história dada a fragmentada distribuição de registos. A “coreografia”, orgânica, é adequadamente iluminada e musicada. E há projecções, predominantemente abstractas. Componentes conjugadas que dão a conhecer de modo inventivo uma biografia que inclui ocorrências trágico-romanescas como o assassinato do amante da sua mulher. NUNO COSTA SANTOS crítico
Canelas dão vida a esta visão da peça de Heiner Müller, inspirada em As Ligações Perigosas, do escritor francês Choderlos de Laclos (1741-1803). || Drama || Até 13/2 || 3.ª e 4.ª, 19h || 5.ª a sáb., 21h || Sáb., 16h || €10
tempo, partindo de Proust e de obras científicas. Carla Maciel e Tiago Rodrigues interpretam. || Drama || Até 24/1 || 4.ª a sáb., 21h || Dom., 17h30 || €12 a €15
Teatro Meridional
Pç. D. Pedro IV, 800 213 250
R. Açúcar, 64 (Poço do Bispo) 218 689 245
Terreno Selvagem Peça de
Teatro Nac. D. Maria II
Miguel Castro Caldas, Pedro Gil e Raquel Castro: um ambiente familiar para uma história sem fim à vista. || Experimental || Até 31/1 || 4.ª, 19h30 || 5.ª a sáb., 21h30 || Dom., 16h30 || €12
Casino Estoril
Teatro Mun. São Luiz R. António Maria Cardoso, 38 213 257 650
OMeuVizinho é Judeu
Espectáculo de Gonçalo Waddington, que aborda a memória e a passagem do
realizadores como François Truffaut ou Costa-Gravas, e apresentam uma visão de humor cáustico sobre o confronto de pessoas diferentes. || Comédia || Até 31/1 || 5.ª a sáb., 21h30 || Dom., 17h || €16
noite decide abandonar uma festa dormente para, sozinha, se encontrar de novo e conseguir suportar as cores intoleráveis do mundo... || Experimental || Até 24/1 || 4.ª, 19h || 5.ª a sáb., 21h || Dom., 16h || €10
Centro Cultural da Malaposta
Teatro Nac. São João
R. Angola, Olival Basto 219 383 100 MariasCheiasde Graça! Tânia
Vinagre, Ana Correia, Ana Luísa Costa e Tânia Barbosa em stand-up. || Comédia || Sáb., 21h45 || €7,50
GRANDE LISBOA Av. Dr. Stanley Ho, Estoril 214 667 700
Albertine, OContinente Celeste
LISBOA O Negócio R. d’O Século, 9 (Páteo, Pt.ª 5) 213 430 205 ESTREIA Alla Prima Inserido
no Festival Temps d’Images 2015, um projecto de dança com criação e interpretação de Tiago Cadete sobre as representações do corpo masculino no Brasil. || De 27 a 30/1 || 4.ª a sáb., 21h30 || €7,50
Teatro Camões Programa Dança e Documentário A abrir, Portrait
Quarteto Crista Alfaiate e Ivo
universo literário de António Lobo Antunes, o Teatro Meridional põe em cena um “monólogo múltiplo de mulheres”, interpretado por Maria Rueff. || Drama || Até 7/2 || 5.ª a sáb., 21h30 || Dom., 16h || €10
Dança
Pq. Nações, 218 923 470
R. da Escola Politécnica, 56, Lisboa, 961 960 281
António e Maria A partir do
ICan’tBreathe Ana Monte Real (ex-actriz porno) e Elmano Sancho numa reflexão sobre a ligação entre a visibilidade da pornografia e a sociedade actual. || Experimental || 6.ª, 21h30 || €10
Encenados por Beatriz Batarda, Bruno Nogueira e Miguel Guilherme pegam na obra de Jean-Claude Grumberg, argumentista de
PORTO Mosteiro de São Bento da Vitória R. São Bento da Vitória 223 401 900 DosMundosInteriores O
Teatro Nova Europa põe em movimento o diálogo interior de uma mulher que numa
Pç. Batalha, 223 401 900 Doce Pássaro da Juventude De
volta a Tennessee Williams, Jorge Silva Melo junta Maria João Luís e Rúben Gomes nos papéis de uma actriz decadente e de um aspirante a actor. || Drama || Até 31/1 || 4.ª, 19h || 5.ª a sáb., 21h || Dom., 16h || €7,50 a €16
GRANDE PORTO Casino da Póvoa Edifício do Casino, Póvoa de Varzim, 252 690 888 ESTREIA Commedia à la Carte
– Zapping Carlos M. Cunha, César Mourão e Ricardo
Series: I Miguel, um solo de Miguel Ramalho criado por Faustin Linyekula, o congolês que é Artista na Cidade em 2016. Segue-se a exibição de No Escuro do Cinema Descalço os Sapatos, documentário de Cláudia Varejão, sobre a Companhia Nacional de Bailado. || Até 24/1 || 5.ª a sáb., 21h || Dom., 16h || €5 a €12,50
Miúdos LISBOA Teatro Maria Matos Av. Frei Miguel Contreiras, 52 218 438 801 ESTREIA Partituur Primeiro
projecto para crianças da coreógrafa croata Ivana Müller, em que todos participam, como se fosse um jogo. No início, as instruções são transmitidas a cada um. || M/7 || De 23 a 24/1 || Sáb. e dom., 15h30, 16h30 e 17h30 || €7; crianças: €3
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LIVROS
33 Y O autor, David Vann
AQUÁRIO David Vann Relógio d’ Água || 224 págs. €17
D.R.
Um mergulho em águas escuras CATARINA HOMEM MARQUES
Aquilo que pareciam umas férias idílicas entre pai e filho numa ilha do Alasca transforma-se num pesadelo de luta entre o interior e o exterior no livro A Ilha de Sukkwan, o primeiro de David Vann em Portugal. Depois, o sonho de amor e uma cabana de um casal de reformados passa a desequilíbrio violento em A Ilha de Caribou. Assim, já era de prever que Aquário, o mais
A tensa normalidade familiar é mais uma vez quebrada com violência pelo americano David Vann em Aquário, em que cada peixe se transforma numa metáfora
recente livro do americano, não fosse aquele passeio inocente por corredores com peixes – que parece ser nas primeiras páginas – de uma menina e um velho simpático. “O bacalhau não se importa. Estão prontos a acreditar que este aquário é o mundo inteiro”, diz o velho. “Tenho pena do bacalhau”, responde Caitlin, a menina de 12 anos que todos os dias depois da escola vai até ao aquário da cidade até a mãe a poder ir
buscar. É esse o mundo inteiro dela também, sempre com a cabeça debaixo de água numa casa pobre, com uma mãe estivadora e inconstante, sem acesso a mais nenhum familiar ou cenário. É por isso que todos os peixes – que no livro aparecem com direito a fotografia – são metáforas como o bacalhau triste. Há os cavalos-marinhos e a falta de sentido para serem tão parecidos com um animal com o qual nunca se cruzaram, os peixes pulmonados que reduzem o ritmo metabólico para sobreviver e o peixe-sapo de três pintas que é parecido com o velho e é o que se agarra melhor às rochas. Velho esse que vai ser no livro o factor que quebra a tensa normalidade em que parece que se vai vivendo. David Vann entra naquele que é o seu domínio e que lhe tem valido o reconhecimento internacional: a violência dentro das estruturas familiares. Sabe-se que o pai do autor se suicidou quando ele tinha 13 anos, pouco tempo depois de ele ter recusado ir passar férias com ele, e isso acrescenta à sua obra uma sombra permanente de redenção. Volta a acontecer, com a corda a ser esticada sempre na medida exacta, mesmo que a narradora agora seja uma menina e que tenha trocado a editora Ahab pela Relógio d’Água.
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LIVROS
34 CRÍTICA
Os Poderes Presidenciais Sobre a Formação e a Subsistência do Governo A Constituição e o nosso sistema de governo Depois das eleições de 4 de Outubro, a iniciativa de um Governo de frente de esquerda foi coberta por várias justificações. Uma delas visava mobilizar a opinião pública para a obliteração do Presidente da República no processo de formação do Governo. Foi dito que o governo apenas depende do parlamento. E, se no parlamento existe uma maioria absoluta de deputados disponíveis para viabilizar a formação desse governo, então seria “uma perda de tempo”, ou uma obsolescência processual, aguardar pela opinião do Presidente da República. Foi esta a manobra de parlamentarizar à força o nosso sistema de governo. Tem, no
entanto, um pequeno problema: esta versão desrespeita a Constituição da República. Agora, num pequeno ensaio muito oportuno, rigoroso e esclarecedor, Pedro Sánchez expõe além de qualquer ambiguidade a natureza profundamente falaciosa desta “narrativa”. Sánchez demonstra que a constituição de 1976 intencionalmente importou da sua congénere de 1933 a preocupação com o fortalecimento do executivo face à assembleia legislativa. Fê-lo a par da elevação política do Chefe de Estado, fazendo que a sua eleição resultasse do sufrágio universal, atribuindo-lhe legitimidade democrática não derivada e, ao contrário do parla-
mento, corporizada numa única pessoa. A combinação destas duas intenções produz um resultado inescapável: o eixo institucional chefe de Estado-chefe do Governo não pode ser quebrado sem com isso se desrespeitar a letra e o espírito da Constituição. Numa palavra, o Governo e o primeiro-ministro são responsáveis politicamente perante o parlamento, com certeza; mas também perante o Presidente da República, com idêntica certeza. O ensaio recupera alguns dos debates em torno do sistema de governo na Assembleia Constituinte que elaborou o texto constitucional fundador do actual regime democrático. Mostra como o então deputado Jorge Miranda foi uma figura central e esclarecida naqueles difíceis meses. E mostra ainda como foi a esquerda (PS) e a esquerda radical (PCP et. al) a insistir até ao fim na maior autonomia possível do governo face ao parlamento e no lugar cimeiro do Presidente da República na formação (e dissolução) do
TTTTT Pedro Fernández Sánchez Coimbra Editora || 120 págs. €12,90
Governo, bem como na possibilidade de condução política do País. O exacto contrário, portanto, daquilo de que agora as mesmas forças políticas querem convencer o País. A conveniência partidária não faz o constituinte retrospectivo. Ensaios como este são importantes para nos proteger das narrativas da conveniência. E para proteger a Constituição. MIGUEL MORGADO crítico
Y Ensaio sobre os poderes do Presidente e da AR
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MÚSICA
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»DISCURSO DIRECTO«
Adoro cinema, sobretudo clássicos do suspense, como 12 Homens em Fúria, e do western, como O Bom, O Mau e o Vilão. Dos filmes modernos, O Despertar da Mente é o meu favorito.
Dani Black
O meu desporto preferido é o ténis. Sempre que posso, vou jogar.
Tive um baby-sitterde luxo: o Chico César, que é meu padrinho. Deve ter sido por isso que o meu sonho, desde os sete anos, foi sempre ser músico.
A minha família é originalmente da Ucrânia, mas no Brasil o apelido Blanc virou Black. Já me disseram que, só pelo nome, esperavam um negão de dois metros e ficam espantados quando apareço, branquela e baixinho.
RITA BERTRAND
O governador de São Paulo queria reformar a rede pública de ensino na cidade, fechando mais de 90 escolas, mas os estudantes reagiram, tomando essas escolas e criando o movimento Virada Ocupação. Entre manifestações, desafiaram artistas a juntar-se ao protesto num minifestival. Um dos que aderiu foi Dani Black. “Pediram-me para actuar e aceitei porque o propósito era nobre. Acho maravilhoso que a juventude esteja a tomar as rédeas do seu destino, a lutar pelos seus direitos, e fiquei pensando que tocar as canções que já tinha gravado era pouco... Quis falar do assunto”, explicou ao GPS o músico brasileiro de 28 anos, filho da cantora
Posso cantar com orquestra de 40 músicos ou só com piano ou o meu violão, mas a prioridade nunca muda: é a mensagem, o que tenho para dizer. Sou um artista da palavra.
Gostava de passar umas férias nas ilhas de Fernando de Noronha a ver o fundo do mar, que para mim representa o contacto com a origem da vida.
O meu pai sempre leu muito e passou-me isso. Agora estou a ler Crime e Castigo, de Dostoiévski. Era uma lacuna que tinha, tenho andado mais entre Paul Auster e Philip Roth.
A voz da juventude Os brasileiros lutam pelo direito à educação ao som de uma canção dele. Conheça-o melhor
César e Rui Veloso), para tocar na íntegra o seu último álbum, Dilúvio. Porquê este título? Por ser “uma palavra enorme e uma metáfora delicada, que remete em simultâneo para a força implacável da natureza e a ideia de renovação e portanto traduz o disco, que tem caos e fúria na música, mas também muita poesia”. DANI BLACK Teatro Municipal São Luiz, Lisboa
Tetê Espíndola e do compositor Arnaldo Black. “Passei a noite em claro a compor e, de manhã cedo, gravei no celular, batendo na mesa de casa, o tema O Trono de Estudar, que enviei de seguida para o movimento, dizendo que tinha feito isso para tocar no meu concerto lá”, continuou. A
canção tornou-se viral e foi entretanto gravada por 18 artistas, incluindo consagrados como Chico Buarque e Zélia Duncan. É o seu autor que, a partir de quarta-feira, 27 de Janeiro, inicia a primeira digressão a solo em Portugal (onde já esteve como convidado de Maria Gadú, Chico
4.ª, 27/1, 21h || Grátis Auditório Municipal de Sines 6.ª, 29/1, 22h || €3 Casa do Povo St.º Estêvão, Tavira Sáb., 30/1, 22h || €5 Casa da Música, Porto 2.ª, 1/2, 21h || €7 Salão Brasil, Coimbra 3.ª, 2/2, 22h || €3 Espaço Cult. Pedro Remy, Braga 4.ª, 3/2, 21h || €5
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MÚSICA
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Y O músico de 50 anos também tem carreira a solo
Com a voz triste nos enganas, Stuart Staples The Waiting Room, o novo álbum dos Tindersticks, que sai a 22 de Janeiro, traz uma curta-metragem para cada faixa. A ideia foi de Suzanne Osborne, a artista plástica que é mulher do vocalista. Foi ele que o revelou ao GPS, de passagem por Lisboa
RITA BERTRAND
O vocalista dos Tindersticks é um homem imponente. Alto e grisalho, tem belas mãos, mas tão grandes que dão medo. Os olhos azuis, porém, têm um ar doce e a voz é tão profunda e envolvente como a que lhe conhecemos dos discos e dos concertos, onde nos faz acreditar que é um homem triste, com azar aos amores. Engano: o seu casamento, feliz, já dura há 25 anos e deu-lhe quatro filhos. Foi por aí que começou a conversa de Stuart Staples com o GPS, numa manhã de Dezembro, no Bairro Alto Hotel. Pretexto: a edição de The WaitingRoom.
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Y Os Tindersticks nasceram em 1992, das cinzas dos Asphalt Ribbons, que Staples fundou em 1987
Y Em casa, com a mulher, Suzanne Osborne
A música dos Tindersticks é nocturna. Porque é que quis dar a entrevista de manhã? É o hábito de acordar às 7h30. Um pai de quatro filhos não tem outra escolha. É verdade que o mais velho, de 21 anos, já saiu de casa, mas o mais novo tem 14 e ainda vive comigo e com a minha mulher. Levá-los à escola foi sempre tarefa sua? Sim, ela ficou com outros deveres... e fez-me muito bem. Quem trabalha, como eu, sem horários nem patrões, precisa de rotinas para estruturar a vida. Ser obrigado a sair cedo permite-me estar no estúdio, pronto para trabalhar, diariamente, por volta das 9h.
E mais tarefas domésticas? Sou o cozinheiro de serviço. Sou especialista em comida indiana, porque venho de Nottingham, onde havia uma cantina, num centro paquistanês-indiano, que servia uma refeição, bastante básica mas completa, por 50 cêntimos. Estava sempre cheia de músicos, eu era um deles. Tomei-lhe o gosto e aprendi a fazer. A sua mulher, Suzanne Osborne, colaborou na parte visual do novo The Waiting Room. Como foi? Na verdade, as curtas foram ideia dela. Como é artista plástica, encara os vídeos de forma especial, como se fossem pinturas vivas. Claro que trabalharmos juntos nem sempre foi pacífico, discutimos algumas vezes, mas também foi entusiasmante. A vossa relação é anterior aos Tindersticks, que fundou em 1992. Como é que conseguem mantê-la? Vamos andando com a maré, sem stress, mas o mais importante é que temos interesses e gostos semelhantes. Não vou dizer que estamos sempre a debater grandes conceitos, pois seria mentira, mas nunca nos faltam temas de conversa, falamos muito. E ambos gostamos de viajar. Por exemplo, adoramos descer a costa e parar em Lisboa.
Trocaram Londres por Souterraine, no interior de França, em 2003. Porquê? Vivemos em Londres durante 17 anos. Quisemos experimentar viver de um modo diferente num outro local e sentir o espaço à nossa volta. Ela precisava de um ateliê maior porque estava a pintar quadros de grandes dimensões e eu queria um estúdio maior – o que tinha era pequeníssimo – para poder juntar pessoas e gravar momentos com espontaneidade. As crianças também precisavam de espaço... Parece romântico ir viver para França, mas foi mais uma decisão prática. The WaitingRoom tem um dueto com Lhasa de Sela, Hey Lucinda, e ela já morreu em 2010. Porquê agora? Éramos amigos e gravámos a canção antes de ela adoecer. Quando morreu pus de parte todas as gravações dela, não as consegui sequer ouvir durante quatro anos. Só em 2014 voltei a esse material e o que escutei não foi tanto a canção, mas sim o momento que partilhámos e reescrevi a canção para o tornar mais especial. Tem tido muitos bloqueios criativos? Escrever canções nunca é fácil, é sempre uma luta. Em tempos, quando uma canção vinha ter comigo, costumava ser tão intenso que, com a urgência de captar o momento, queria acabar tudo nesse instante. Entretanto aprendi a deixar as ideias e as palavras amadurecerem, sem pressas.
“Escrever canções nunca é fácil, é sempre uma luta. Aprendi a fazê-lo sem pressas”
Que canção gostaria que fosse tocada no seu funeral? Não tenho resposta, nem sei se quero música... Não pensa na sua morte? Penso que corremos até parar. Em muitas alturas, sinto que estou a correr. Sei que essa correria vai acabar um dia, mas não tenho desejo nem tempo para ficar sentado a pensar nisso. O álbum anterior dos Tindersticks, Across Six Leap Years, que veio na sequência da morte de Lhasa, também era sobre isso e sobre a perda dos que amamos. Quando era criança, o que queria ser em crescido? Aquela pessoa que estava na televisão a cantar. Na altura não sabia, mas talvez isso tenha sido o começo, ou a ligação profunda que senti com uma certa música que apareceu na minha vida... Que música? A minha irmã, cinco anos mais velha, estava sempre a ouvir soul, até que apareceu o punk, quando tinha uns 13 anos. Tornou-se a minha música, mas a grande revelação foram os Joy Division. Ouvir esses tipos a ligar as suas ideias às pessoas, sem técnica nem voz de canto, abriu-me portas. Até no fim dos anos 80, ouvir gente como Nick Cave a cantar teve esse efeito em mim. Fez-me perceber que o que importa é o que temos dentro de nós, não as capacidades vocais. Como aprendeu? Tentativa e erro! Escrevemos uma canção, cantamo-la, vamos praticando... mas ainda hoje subo ao palco a fazer figas para correr bem.
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MÚSICA
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ÓPERA
Bryan Adams, a máquina da nostalgia
Mozart para novos cantores
RITA BERTRAND textos
“Fiz uma coisa com um tipo do Canadá, que é giro e ainda por cima é bom” foi como, em 1985, Tina Turner apresentou Bryan Adams, então desconhecido na Europa, num concerto em Inglaterra. Seguiu-se o dueto It’s Only Love e o momento tornou-se o teledisco oficial do tema, que vinha no álbum que ele lançou em 1984 (entre outros, como Summerof69 ou Somebody) e que o tornou uma estrela mundial: Reckless. Era o seu quarto trabalho. Em 1983 já tinha criado Cuts Like a Knife e Straight From the Heart, temas só depois descobertos pelos fãs e
Y Aos 56 anos, Adams mantém o estilo rock-romântico até hoje símbolos do auge da sua carreira iniciada aos 15 anos, quando abandonou a escola, em Vancouver, à qual nunca se adaptou, saudoso do tempo passado em Cascais, onde viveu enquanto o pai, britânico, foi embaixador em Portugal. Até 1996, coleccionou êxitos em série, feitos à base de rock com pontadas lamechas, e continua a ser uma imparável máquina de nostalgia: são as canções com 20 e 30 anos que o seu público quer ouvir. Ele costuma fazer-lhe a
vontade, mas desta vez, na Meo Arena, em Lisboa, e no Multiusos de Gondomar, a 25 e 26 de Janeiro, vai juntar novidades ao alinhamento habitual, retiradas do seu primeiro álbum de originais desde 2008: GetUp, editado em Outubro de 2015. BRYAN ADAMS Meo Arena, Lisboa
Depois de Così Fan Tutte e Don Giovanni, o CCB, em Lisboa, apresenta mais uma obra-prima de Mozart com libreto de Lorenzo da Ponte: As Bodas de Fígaro, em resultado da 3ª edição do Ateliê de Ópera da Metropolitana, que contou com inscrições de mais de 20 jovens cantores líricos. O espectáculo tem direcção do barítono Jorge Vaz de Carvalho e do maestro Pedro Amaral.
2.ª, 25/1 || 21h €35 a €60
AS BODAS DE FÍGARO
Pavilhão Multiusos, Gondomar
Centro Cultural de Belém, Lisboa
3.ª, 26/1 || 21h
6.ª, 22/1, 20h || Dom., 24/1, 16h
€40 a €60
€12,50 a €15
CONCERTOS
CONCERTOS
Carmen, Theo e Cabo Verde
Jacco Gardner em Guimarães
Y Uma dupla a descobrir É blues africano – ou será jazz crioulo? – o que fazem a cantora Carmen Souza e o baixista e produtor Theo Pascal, que iniciam juntos, no sábado, dia 23, na Culturgest, em Lisboa, uma digressão para apresentar o seu aclamado álbum de fusão, Epístola. Shane Fornes, na bateria, e Nathaniel Facey, no saxofone, vão acompanhar a dupla
nestes concertos, onde também serão recordados alguns temas de Kachupada, a colaboração anterior, embora a ênfase vá para Epístola, trabalho mais jazzístico que inclui recriações arrojadas de clássicos de Horace Silver e Glenn Miller e originais vibrantes, com ecos dos ritmos da América Latina e de Cabo Verde. É daqui que é oriunda a família de Carmen Souza, portuguesa de 36 anos com uma voz invejável.
Hypnophobia, o álbum que editou em 2015 e esteve nas tabelas de melhores do ano de muita imprensa especializada, motiva o concerto de Jacco Gardner – que já passou, com êxito, por Lisboa e pelo Porto – no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, no sábado, 23 de Janeiro. Praticante de psych folk, género que leva a tradição
CARMEN SOUZA E THEO PASCAL Culturgest, Lisboa Sáb., 23/1, 21h || €18 Salão Brasil, Coimbra Dom., 24/1, 21h || €10 Cine-Teatro de Estarreja Sáb., 30/1, 21h || €12,50
Y Gardner traz Hypnophobia
trovadoresca, à base de voz e guitarra acústica, a territórios sonhadores, pontuados de letras enigmáticas, o músico holandês promete também visitar o álbum de estreia, CabinetofCuriosities. JACCO GARDNER Centro Cult. Vila Flor, Guimarães Sáb., 23/1 || 23h59 €3
p 39 CRÍTICA
Savages Bate, bate, mas não levemente TTTTS Adore Life Pós-punk || Ed. Matador/Popstock €17,90
A vida nunca foi fácil para bandas compostas por elementos do género feminino que, de resto, parecem ter sempre de esforçar-se o dobro – comparando com os seus pares masculinos – para provar o seu valor. Seja porque há muito que se instalou uma cultura que, por um lado, privilegia uma certa misoginia condescendente – que leva a comentários do género “para miúdas não estão nada mal” –, ou porque, simplesmente, o machismo pouco envergonhado, que aponta os atributos físicos como elemento determinante para aferir da qualidade de uma banda feminina, ainda não foi totalmente erradicado. Uma virtude, entre muitas, das Savages é que não estão dispostas a contribuir para esse peditório. Desde logo, a sua música não se presta sequer a temáticas que possam, nem mesmo tangencialmente, ser
Y Elas não têm medo de ser radicais reconduzidas a um suposto universo feminino. Já em Silence Yourself (2013) o tinham deixado bem claro mas, para que não haja sombra de dúvida, o novo Adore Life reafirma-o alto e bom som. O disco é sobre tudo ou nada, sobre a urgência e a complacência, a exaltação e o aborrecimento. E se, em termos de sonoridade, recuperam os ensinamentos do pós-punk (mais punk do que pós), ao jeito de Siouxsie, também não esquecem a escola de PJ Harvey ou de Patti Smith. Adore Life é fruto do radica-
lismo e assume-o sem complexos, numa altura em que ser radical parece ser sinónimo de criminoso. Filosoficamente, oscila entre um existencialismo descomplexado e um niilismo certeiro, consoante a importân-
CRÍTICA
Democrash Da garagem ao fundo da rua TTTSS Democrash Punk-rock || Ed. Slightly Promiscuous Streaming grátis: iTunes, Spotify, Deezer, Tradiio, Google Play CD por encomenda: €10 (thisisdemocrash@gmail.com)
O que distingue os Democrash de uma banda de garagem composta por adolescentes são, grosso modo, os cerca de 30 anos a mais que
já carregam nas pernas. De resto, a atitude é a mesma e o espírito, bem como a forma de tocar, também. É por isso que o álbum de estreia dos Democrash – que será mostrado ao vivo esta sexta-feira, 22 de Janeiro, a partir das 22h30, no Sabotage (Cais do Sodré, Lisboa) – tem a virtude de nos transportar, de forma quase imediata, para uma garagem obscura cheia
de beatas mal apagadas e garrafas de whisky vazias. Em termos sonoros, grande parte do disco remete para os Parquet Courts e para um punk-rock mais elaborado, que vai além da velha máxima dos três acor-
cia das matérias a abordar; musicalmente é álbum directo e orgânico, sem floreados ou excessos, que parece explodir na nossa cara a cada música. De forma simplista e resumida, Adore Life pode ser descrito como um manifesto que desconstrói a ideia de que “all the good girls are home with broken hearts” (citando Tom Petty, em Free Fallin’).
FILIPE LAMELAS crítico
des e que não cheira a bafio. No entanto, é nos momentos menos característicos do álbum que a banda atinge o seu expoente máximo; Delete Me, que a espaços tem uma linha de baixo que nos transporta para o universo de Doolitle, dos Pixies, é lombo de primeira qualidade; This is Democrash – que, por sua vez, tem uns tiques à Joy Division (em bom rigor, do tempo em que ainda eram Warsaw) – está perto da perfeição. Fosse todo o álbum assim e estaríamos perante um candidato a disco do ano. F.L.
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MÚSICA
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Concertos
Loft Concerto de jazz a cargo do colectivo Loft: Rui Pereira (bateria), Óscar M. Graça (piano, teclados), José Pedro Coelho (saxofone tenor), Nuno Costa (guitarra) e Jeffery Davis (vibrafone). || JAZZ || 5.ª a sáb., 22h30 e 24h || €7,50
LISBOA Auditório Carlos Paredes Av. Gomes Pereira, 17 (Junta de Benfica), 217 123 000
Palácio Foz
açoriano Zeca Medeiros traz ao continente o espectáculo Aprendiz de Feiticeiro, Imagens e Canções, onde faz uma resenha dos seus 40 anos de carreira. Filipa Pais é convidada. || PORTUGUESA || 6.ª, 21h30 || €5
JIMMY KING
Zeca Medeiros & Filipa Pais O
PLAYLIST DA SEMANA
Centro Cultural de Belém
FAIXAS QUE ANDAMOS A OUVIR , GIRL LOVES ME – David Bowie
Pç. Império, 213 612 400
2 Were we once lovers? – Tindersticks
Sarah McKenzie + Hailey Tuck
3 Reichpop – Wild Nothing
Concertos de duas jovens promissoras do panorama actual do jazz. A cantora e pianista Sarah McKenzie mostra o seu álbum de estreia, We Could Be Lovers, com composições originais e versões de Cole Porter, George Gershwin ou Duke Ellington. Já Hailey Tuck traz standards dos anos 1930, celebrizados por Billie Holiday ou Ella Fitzgerald. || JAZZ || Sáb., 21h || €20 a €22
4 Be Apart – Porches
Semana de 21/1/2016
Portugoesas Apresentação de Herança. || WORLD || 5.ª, 18h || GRÁTIS
PORTO Café Au Lait R. Galeria de Paris, 46, Porto, 222 025 016 Tremor Tour: Sara Cruz + King John + Torto + Lovers & Lollypops Soundsystem Após
5 Adore – Savages 6 The Plain Moon – The Besnard Lakes 7 Nobody Dies – Thao And The Get Down Stay Down 8 Horror Inc. – Brandt Brauer Frick (feat. Beaver Sheppard) 9 Real Friends – Kanye West 10
Pç. Restauradores, 213 221 200
Wonderful – Travis Scott (feat. The Weeknd)
ter abalado os Açores, o Festival Tremor vem até ao continente, trazendo António Alves, sob o pseudónimo de King John para cantar blues, a cantautora Sara Cruz e Torto, bem como uma actuação do Soundsystem da editora responsável pelo evento, a Lovers & Lollypops. || POP/ROCK || 6.ª, 22h || €4
Casa da Música Schostakovich Ensemble
Filipe Pinto-Ribeiro dirige o raramente interpretado Quinteto op. 87, de J. N. Hummel, e o famosíssimo Quinteto D. 667 – A Truta, de Schubert, convocando um leque de músicos excepcionais: o violinista inglês Jack Liebeck, o violetista francês Gérard Caussé e o violoncelista Kyril Zlotnikov. || CLÁSSICA || Dom., 17h || €10 a €15
José Manuel Neto GUITARRISTA
Av. Boavista, 604, 220 120 220 Mozart, e da Sinfonia n.º 7, em Ré menor, op. 70, de Antonín Dvorák. || CLÁSSICA || 5.ª, 21h || 6.ª, 19h || €12 a €22
Pessoa e Lorca contará com a intervenção da actriz Luísa Cruz. || CLÁSSICA || 3.ª, 21h || €12 a €22
Ronald Brautigam e Orquestra Gulbenkian A orquestra
Coro Gulbenkian Concerto
Galeria Zé dos Bois
acompanha o pianista holandês Ronald Brautigam na interpretação do Concerto para Piano e Orquestra n.º 24, em Dó menor, K. 491, de
dedicado à abordagem da poesia ibérica por grandes compositores dos séculos XX e XXI. Esta viagem musical aos versos de Cervantes,
R. Barroca, 59, 213 430 205
Fundação Gulbenkian Av. Berna, 45A, 217 823 000
QUEM É QUEM? Apesar do imenso talento, coroado com prémios (como o de Melhor Instrumentista, da Fundação Amália, em 2009), e da longa carreira – ao lado de Camané ou Carlos do Carmo –, José Manuel Neto é visto por muitos como “mero” acompanhador de fado. No entanto, este filho da fadista Deolinda Maria, que começou a tocar guitarra portuguesa aos 15 anos, é também um compositor inspirado. Não hesite em testemunhá-lo no seu concerto a solo, esta sexta-feira, dia 22, às 21h, no CCB, em Lisboa. Rão Kyao (flauta), Ricardo Ribeiro e António Rocha (vozes) são os convidados.
Trompas Lusas O grupo
composto por José Bernardo Silva, Nuno Costa, Bruno Rafael e Hugo Sousa toca Música Romântica Russa para Quarteto de Trompas. || CLÁSSICA || 3.ª, 19h30 || €8; com jantar: €25
Sonic Scope Festival 2016 A
ZDB volta a acolher o festival que pretende promover novas linguagens e propostas da música experimental portuguesa. No dia 22 há David Maranha, Wednesday e duo Luís Vicente/Jari Marjamaki. A 23, o fecho é com Emídio Buchinho e Ricardo Guerreiro, Riccardo Dillon Wanke (músico italiano a residir desde 2005 em Lisboa) e a estreia absoluta de Landforms, novo projecto a solo de Luís Fernandes. || POP/ROCK || Sáb., 22h || €6 (dia); €8 (passe)
Hot Clube de Portugal Pç. Alegria, 48, 213 619 740 Septeto do Hot Clube de Portugal O guitarrista Bruno
Santos dirige o grupo de jazz, que neste concerto apresenta repertório original. || JAZZ || 4.ª, 22h30 e 24h || €7,50
Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música Quatro nomes
consagrados da composição em Portugal num programa que dá mostra da diversidade da actual música sinfónica. Abre com a estreia mundial de uma encomenda a Vasco Mendonça; Luís Tinoco conta com a pianista Mey Yi Foo para a interpretação de Díptico; Pedro Amaral avança com Transmutations pour Orchestre – La Bibliothèque en Feu, título que nos remete para uma tela de Vieira da Silva; de António Chagas-Rosa escutaremos Antinous. || CLÁSSICA || Sáb., 18h || €15; com jantar: €31 Banda Sinfónica Portuguesa & Quarteto Vintage A música
portuguesa para banda celebra-se num concerto que apresenta estreias mundiais
p 41 estrear nos discos com A Chave, Charraz apresenta o sucessor, Espelho, que contou com participações especiais de Luanda Cozetti, Sensi e Dany Silva. || PORTUGUESA || Sáb., 21h30 || €6
de obras de compositores já reconhecidos no meio da música sinfónica, Luís Carvalho e Carlos Azevedo, encomendadas pela Banda Sinfónica Portuguesa, que partilha o palco com o Quarteto Vintage, um agrupamento que tem explorado as possibilidades do clarinete e que integra alguns dos nomes mais representativos do instrumento em Portugal. || CLÁSSICA || Dom., 12h || €8
3 perguntas a Marlon
Maus Hábitos
VOCALISTA DA BANDA OS AZEITONAS
R. Passos Manuel, 178 222 087 268 Balla Armando Teixeira
apresenta o seu sexto trabalho como Balla, Arqueologia, que é, ao mesmo tempo, disco (com 13 canções) e livro (com 68 páginas de colagens). || POP || Sáb., 22h || €5 White Window: Marfox + Nigga Fox Noite de dança com sets
de DJ Marfox e DJ Nigga Fox (da Príncipe Discos). || ELECTRÓNICA || Sáb., 23h30 || €5. Pré-venda: €4
Teatro Rivoli Pç. Dom João I, Porto 223 392 200 HHY & The Macumbas Dub enigmático e vudu cósmico associam-se e deixam-se elevar a ritmos febris e frenéticos, num contexto de música exploratória. É esta a proposta da banda liderada por Jonathan Uliel Saldanha (aka HHY) que em 2014 editou Throat Permission Cut. || FUNK || Sáb., 23h || €5
GRANDE PORTO Casino de Espinho R. 19, 85, Espinho, 227 335 500 Pedro Moutinho O novo álbum de Pedro Moutinho é uma declaração. Declara a sua paixão pelo fado, a sua saudade (a morte do pai marcou-o) e a sua vontade de crescer ainda mais. Chama-se O Amor Não Pode Esperar. || PORTUGUESA || Sáb., 22h || €15 || Com jantar (às 20h30): €32,50
ALMADA Fórum Municipal Romeu Correia Pç. Liberdade, 212 724 920 Rogério Charraz & Os Irrevogáveis Depois de se
AVEIRO
Isaura & Francis Dale Isaura
faz electrónica cósmica e algo sombria. Francis Dale (Diogo Ribeiro) é uma voz soul com ecos de Jeff Buckley. Andam em digressão conjunta a mostrar os respectivos trabalhos: Serendipity e Square. || POP || 6.ª, 21h30 || €7
Teatro Aveirense
Os Azeitonas vão terminar a digressão de Serviço Ocasional, o CD/DVD que documenta um concerto de 2013 no Coliseu do Porto, no sábado, 23 de Janeiro, nessa mesma sala. Perguntámos a Marlon, que integra a banda com Nena, Miguel A. J. e Salsa, como vai ser.
Este concerto será diferente dos que fizeram em 2015? Vai ser melhor. Terá convidados-surpresa e, como é um concerto pago, numa grande sala do Porto, depreendemos que vai estar cheio de fãs, daqueles que vão gostar de ouvir canções antigas, como Zão ou Um Tanto Ou Quanto Atarantado, e até inéditas. Neil Diamond é uma das vossas influências? Sim, tal como as Doce e Armando Gama. Temos um lado piroso assumido, que nos uniu. Cada um de nós levou para a banda um guilty pleasure... Vai haver novo álbum em 2016? Em Novembro gravámos um tema, que vamos agora estrear ao vivo, e até ao fim do ano vamos lançar mais dois, mas um álbum tem uns 11 ou 12... Rita Bertrand
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R. Belém do Pará, 234 400 920
PALMELA
Pierre Aderne Radicado
Cine-Teatro São João
há quatro anos em Lisboa, Pierre Aderne é um compositor e intérprete de prestígio, tendo já feito parcerias com Jorge Palma, Cuca Roseta, Sara Tavares, Susana Félix, Mário Laginha e com Gisela João. Actualmente está em Madrid a preparar o novo álbum, Da Janela de Inês, do qual vai aqui apresentar avanços. || WORLD || Sáb., 21h30 || €12
BARREIRO Auditório Municipal Augusto Cabrita Av. Escola de Fuzileiros Navais, Parque da Cidade, 212 070 578 Tó Trips O palco é ocupado pelas paisagens desenhadas pela guitarra nómada de Tó Trips (dos Dead Combo), de de acordo com o trabalho a solo Guitarra Makaka: Danças a Um Deus Desconhecido. || JAZZ/ROCK || 6.ª, 22h || €5
R. Gago Coutinho e Sacadura Cabral, 212 336 630 Kind of Magic & The Flashing Voices Tributo aos Queen. || POP/ROCK || Sáb., 21h30 || €10
TORRES NOVAS Teatro Virgínia Lg. José Lopes dos Santos, 249 839 300 Camané Apresentação de Infinito Presente. || FADO || Sáb., 21h30 || €15
V. N. FAMALICÃO Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão Pq. Sinçães, 252 371 297 Isaura & Francis Dale A
digressão chega a Famalicão. || POP || Sáb., 23h || €6
VILAREAL Teatro de Vila Real
BRAGA Theatro Circo Av. Liberdade, 253 203 800 Mancines A banda de Coimbra,
que junta Raquel Ralha, Toni Fortuna, Pedro Renato e Gonçalo Rui, dá a conhecer o álbum de estreia, Eden’s Inferno. || POP/ROCK || Sáb., 22h || €12 Allen Halloween O rapper Allen Halloween (nome de guerra de Allen Pires Sanhá) mostra o seu terceiro álbum Híbrido. || HIP-HOP || 6.ª, 22h || €12
Alam. de Grasse 259 320 000 Rui Massena Apresentação de
Solo, com as teclas do piano no lugar da batuta. || CLÁSSICA || 6.ª, 21h30 || €10
Miúdos PORTO Casa da Música Av. Boavista, 604, 220 120 220 Orkestrioska Proposta do
FARO
Factor E! para toda a família || M/4 || Dom., 10h, 11h30 e 16h || €10 (criança + 1 adulto)
Teatro das Figuras
MARINHAGRANDE
Horta das Figuras (Estrada Nacional 125), 289 888 110
Teatro Stephens
Benjamim Em Dezembro de 2014, fez as exéquias ao alter ego Walter Benjamin. Agora, o músico e produtor Luís Nunes é apenas Benjamim. A nova pele foi inaugurada com o álbum Auto Rádio. || FOLK/POP || Sáb., 21h30 || €7
Pç. Guilherme Stephens 244 573 710 DoisBebése o Fado Concerto
para bebés, idealizado pelo contrabaixista Hugo Correia. || De 3 meses a 5 anos || Dom., 10h e 11h30 || €15 (bebé + 1 adulto)
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ARTES PLÁSTICAS
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O operário pop Esconjurações, a primeira exposição de José de Guimarães em Lisboa desde 2007, abre ao público no dia 27. Fomos entrevistá-lo ao seu ateliê na capital. É aí que passa os dias: das oito da manhã às oito da noite. Ofício duro, este, de criar RITA BERTRAND
Veste-se de preto “porque é prático”, mas também por causa do trabalho: “É mais fácil criar obras coloridas se estiver de preto. E gosto do contraste.” No entanto, não foi sempre assim: “Em Angola, onde fiz o serviço militar, de 1967 a 1974, andava de tons claros. Ninguém se veste de preto em África!” E numa viagem ao Brasil, por exemplo, ao participar numa sessão de candomblé, na Bahia, teve de trocar a T-shirt preta por uma branca, “porque o negro transmitia más energias”. Claro que nem hesitou, porque José de Guimarães, católico nem
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Y A pop art conquistou-o nos anos 60; as suas novas obras têm luzes de néon dentro de caixas recicladas
sempre praticante, aprecia e respeita tudo o que é simbólico e ritualístico. Afinal, são elementos essenciais da sua própria obra, de filiação pop desde a sua primeira viagem a Paris, na década de 60, mas com características especiais: “Era um óbvio pintor europeu até viver em África, onde me apaixonei pela arte tribal, que mudou completamente o meu processo criativo. Passei a introduzir arquétipos da cultura autóctone.” O que mais o impressionou foi “o processo de comunicação”, a começar pelas tampas das panelas dos
ngoio (uma tribo de Cabinda). “Cada uma tinha uma pequena escultura que condensava um provérbio, uma história com fundo moral. Ao oferecer uma tampa a alguém transmitia-se uma mensagem”, explicou ao GPS. Um túmulo despido, por exemplo, “significava que a pessoa era incorrecta ou invejosa, por isso não teria quem lhe arranjasse o túmulo ou lhe levasse flores.” A descoberta desses conteúdos simbólicos inspiraram o seu “alfabeto africano”, 150 objectos de madeira que usou nas suas obras até aos anos 80.
ALEXANDRE AZEVEDO
“Com esta exposição procuro fazer um exorcismo das coisas maléficas que povoam o mundo, sobretudo a ganância” Mais tarde, já consagrado, com fama construída sobretudo no estrangeiro, a partir da Bélgica – onde se refugiou do “Portugal caótico” do tempo do PREC no qual, diz, “só a política pura e dura interessava” – começou a coleccionar arte tribal africana e, depois, também pré-colombiana (da América Latina) e chinesa, onde encontrou afinidades: “As raízes são comuns. As esculturas representam antepassados ou estão de algum modo ligadas ao culto do mortos.” É o que liga as suas colecções, construídas lentamente, sobretudo graças às “compras acessíveis” em feiras, onde também tem adquirido retratos antigos e bonecos, alguns dos quais estão nas obras inéditas de Esconjurações, a nova exposição. José de Guimarães é natural da cidade de que adoptou o nome, onde viveu até aos 15 anos, passando os dias entre o Museu Alberto Sampaio, a descobrir a arte sacra, e a Sociedade Martins Sarmento, a fascinar-se pela arqueologia. Isto ainda antes de ir morar para Lisboa, já lá vão 59 anos, para estudar engenharia e, ao mesmo tempo, tornar-se artista na Sociedade de Gravadores Portugueses. Além de relicários, criados em caixas de transporte de arte recicladas, com recortes
figurativos, tampas móveis e, por dentro, luzes de néon (elemento tipicamente pop), de múltiplas formas, incluindo corações, Esconjurações inclui também objectos de arte tribal e tapeçarias “da série camoniana”, que pertence à Fundação Millennium bcp. “Com esta exposição, que ocupa três pisos, procuro fazer um exorcismo das coisas maléficas que povoam o mundo, como a ganância.” Em simultâneo, será editado o catálogo da exposição e um livro de Nuno Faria sobre a sua produção artística dos anos 60 e 70: P de Pop, Pintura, Poster. Fica muito de fora, claro, até porque José de Guimarães é um workaholic, como admitiu ao GPS: “Preciso do ambiente de ateliê. Não estou sempre com as mãos na massa, mas é importante estar rodeado de objectos, tintas, pincéis... Uma coisa leva à outra. Sou como um operário, entro às 8h e saio às 20h, todos os dias.” Mesmo quando está em Paris, cidade onde passa uma semana por mês. Talvez seja esse o segredo da sua vitalidade, aos 76 anos: Mas ele – que conta com a ajuda, no trabalho, de dois dos sete filhos – dá outras razões: “Não fumo e evito almoçaradas gordurosas, vou mais para o peixe, e fiz ginástica até me aleijar num joelho, aos 74.” ESCONJURAÇÕES Galeria Millennium R. Augusta, 96, Lisboa De 27/1 a 20/4 (inauguração a 26/1) 2.ª a sáb., 10h-18h Grátis
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ARTES PLÁSTICAS
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Y Henrique and the Mouse
Y Becky Snake
Y Oliver Smoking
EXPOSIÇÃO
The Behaviour of Being de Pauliana Valente Pimentel ÁGATA XAVIER
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Cobras, padrões étnicos, pessoas com ar de não conhecerem a Maternidade Alfredo da Costa (ou qualquer outra do País). À primeira vista poderíamos pensar que a fotógrafa Pauliana Valente Pimentel estaria num safári sul-africano. Desengane-se, são imagens do Algarve, onde passou uma temporada numa residência artística. O resultado pode ser visto em The Behaviour ofBeing, que é inaugurada este sábado, 23 de Janeiro, na Galeria
das Salgadeiras, em Lisboa. Pauliana regressa ao tema da juventude depois de já ter exposto Jovens de Atenas, um olhar dos helénicos sobre a democracia, e The Passenger, um ensaio sobre jovens artistas que viajam de comboio pela Europa (com esta série recebeu, em 2015, o prémio de Artes Visuais de melhor trabalho fotográfico do ano para a Sociedade Portuguesa de Autores). “A partir deste cenário artístico, Pauliana Valente Pimentel cria a sua própria
Y Quinta da Fornalha, Castro Marim
narrativa em que os protagonistas são os artistas e a paisagem, num registo pessoal e autoral que se estende além do documental, dando origem a fotografias que reflectem a sua própria concepção do processo artístico, o seu e o dos outros”, explica a directora artística e curadora das Salgadeiras Ana Matos.
THE BEHAVIOUR OF BEING Galeria das Salgadeiras R. da Atalaia, 12-16, Lisboa De 23/1 a 5/5 || 15h-21h Fecha dom. e 2.ª Grátis
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Inauguram
Galeria Monumental Campo Mártires da Pátria, 101 213 533 848
LISBOA
Mãos Pintura de Teresa Dias
Galeria Bangbang
Coelho. || Até 20/2 || 3.ª a sáb., 15h-19h30 || GRÁTIS
Rua Dr. Almeida Amaral, 30B, Lisboa, 213 148 018
Y A mostra inclui desenhos e pinturas
Em Linha Exposição a três, de
Daniela Nunes, Patrícia Geraldes e Sara de Jesus Bento, com propostas que focam o conceito de floresta como paisagem, em meios variados, como o desenho, a escultura e o vídeo. || De 22/1 (às 19h30) a 19/3 || 3.ª a sáb., 12h30-20h || GRÁTIS
Mostram-se aqui algumas obras de Lapa, datadas entre 1970 e 1990, onde as figuras mítico-literárias, como sempre no autor, são a razão de ser das imagens, que nunca se assumem como imagens, antes como antipinturas. Porque Lapa sempre disse que, nele, a pintura era uma “anti-vocação”. Do seu círculo de amigos do Sul (viveu no Algarve), destacam-se Bravo e Charrua. Ao ver Bravo trabalhar, pensou: “É fácil.” À “facilidade” da pintura juntou a formação em Filosofia, “desertou” (outra das suas pala-
Museu do Oriente Av. Brasília (Doca de Alcântara Norte), 213 585 200 No Borders O título reflecte a
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Fotografias de Vítor Cid, a bordo de um cacilheiro. || De 23/1 (às 17h) a 27/3 || 3.ª a dom., 14h-20h || GRÁTIS
Valorde Face Fotografias de
Grátis
explora, em sete fotografias e dois vídeos, a relação em pares: da passagem do tempo realçada pelos contrastes entre dia e noite às simetrias determinadas pelo desenho dos edifícios de Paris, Tóquio e Banguecoque. || De 22/1 (às 22h) a 31/12 || 3.ª a sáb., 14h-20h || GRÁTIS
Auditório Municipal Augusto Cabrita
Álvaro Lapa O desertor Até 21/2 || 3.ª a dom., 10h-18h
L’Année Dernière Nuno Cera
BARREIRO
R. S. Mamede, 25C, 916 309 137
Museu da Electricidade, Lisboa
R. Ten. Ferreira Durão, 18B 213 830 834
transversalidade do trabalho e da vida da artista japonesa Izumi Ueda Yuu, que criou as obras da exposição no Japão, EUA, Singapura e Portugal. Além de pintura, gravura e escultura, recorre a materiais encontrados in situ, de que resultam instalações. || De 21/1 (às 18h30) a 27/3 || 3.ª a dom., 10h-18h (6.ª até 22h, grátis desde as 18h) || €6
CRÍTICA
TTTTS
Galeria Miguel Nabinho
vras) da pintura e tornou-se professor de Estética nas Belas-Artes do Porto. Talvez curioso: profissional no Norte, mas artista formado no Sul, Lapa fez sempre uma pintura não exactamente literária, mas automatista, o que permite ligações a autores malditos, como Sade, Gombrowicz ou os surrealistas. Estas obras são desafios e o nosso entendimento da pintura claudica: Lapa viola a composição, o material (precário) e a cor. Formou-se como pintor, formaram-no como filósofo. O mais nómada dos artistas.
COIMBRA
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Museu Nacional de Machado de Castro
Centro Cultural
Lg. Dr. José Rodrigues 239 853 070 Sequenzas Obras de Nadir
Afonso, produzidas entre finais de 1940 e princípios de 1960. É um conjunto que ultrapassa os 300 estudos de carácter “abstracto geométrico”. || De 23/1 a 31/3 || 4.ª a dom., 10h-13h e 14h-18h || 3.ª, 14h-18h || €6
Teatro Académico Gil Vicente Pç. República, 239 855 630
é autor de palavras cruzadas – e levou-as para as telas que agora revela. De 23/1 (às 17h) a 27/3 || 3.ª a dom., 14h-20h
Em Estado de Guerra Uma reunião de obras dos artistas que compõem a Cia. Excessos (Tales Frey e Paulo Aureliano da Mata), criadas a partir de performances e body art, que captaram em fotografias e vídeos. || De 24/1 a 23/2 || Todos os dias, 10h-1h
GRÁTIS
GRÁTIS
Rostosem Grelhasde Palavras Cruzadas Paulo Freixinho
Gal. Pedro Alfacinha
Av. 25 de Abril, 234 397 260 HowTo Do ThingsWith Bodies
A exposição reúne e celebra as obras de João Garcia Miguel nos últimos 30 anos, nas áreas das artes plásticas e performativas. || De 22/1 (às 21h) a 30/4 || 3.ª a 6.ª, 11h-18h || Sáb., 14h-19h || GRÁTIS
Continuam LISBOA
CARLOS VIDAL crítico
Rogério Timóteo. || Até 9/2 || 2.ª a 6.ª, 11h-20h || Sáb., 15h-19h || GRÁTIS
Fundação Carmona e Costa Ed. Espanha (R. Soeiro Pereira Gomes L1, 6.º), 217 803 003 É Desenhos de Rui Horta
Pereira, produzidos entre 1993 e 2015, sobre os quais o comissário, Nuno Faria, observa: “São forças e modos (de estar, de agir, de pensar, de curar, de sarar, de rir, de revelar, de prever, de projectar, de dar a ver). || Até 20/2 || 4.ª a sáb., 15h-20h ||
José Pedro Cortes. || Até 13/2 || 3.ª a sáb., 15h-21h || GRÁTIS
PORTO DaVinci Art Gallery R. Adolfo Casais Monteiro, 30 222 051 563 Automatização Exposição com
quatro projectos da artista belga Alix Le Grouyellec, fascinada pelo Japão e por robôs. As personalidades múltiplas da performer, que pensa ser por vezes um robô, levam-nos ao país do Extremo Oriente, violentado pela Natureza e destruído pelo tecnologia. || Até 27/2 || 2.ª a 6.ª, 9h-19h || Sáb., 9h30-13h e 15h-18h || GRÁTIS
Galeria Geraldes da Silva R. Santo Ildefonso, 225/229, Porto, 225 365 360 Colectiva Fotografias de
Ruben Mália (retratos de idosos de bairros históricos do Porto), Rui Oliveira (sobre o bairro social do Aleixo, no Porto) e Helena Flores (mulheres de Caxinas, Vila do Conde). || Até 4/2 || 2.ª a sáb., 10h-13h e 14h30-19h || GRÁTIS
VISEU Quinta da Cruz Estrada de São Salvador ArtesIncoerentes:OCabinetde Alvess Obras de Manuel
Alvess (1939-2009) em confronto com peças de outros artistas da colecção do Museu de Serralves. || Até 28/2 || 4.ª a dom., 10h-18h || 3.ª, 14h-18h || GRÁTIS
Baginski Galeria
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Miúdos
R. Capitão Leitão, 51/53 213 970 719
Galeria 111
GRANDE LISBOA
Arquitectura da Paz Obras de
Francisco Vidal. || Até 12/3 || 3.ª a sáb., 14h-20h || GRÁTIS
Espaço Exibicionista R. D. Estefânia, 157-C Vertigem Esculturas de
Campo Grande, 113, 217 977 418 BrevesPassagens Pinturas de
Rui Pedro Jorge realizadas entre 2013 e 2015, que procuram expor um diálogo entre percursos rotineiros e ideias originais. || Até 5/3 || 3.ª a sáb., 10h-19h || GRÁTIS
Parque dos Poetas Quinta do Marquês, Oeiras 214 408 300 A Viagem de Darwin Mostra sobre o naturalista britânico. || M/6 || Até 30/6 || 3.ª a dom., 10h-19h || €4; crianças: €2
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Y Parece um azulejo, não é?
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Lisboa conheceu um sabão e tiveram um Lisbão – que se parece com um azulejo MARKUS ALMEIDA
Qualquer pessoa que já tenha comprado uma curgete quando o que lhe faltava para a salada mista era um pepino sabe que nem sempre o que parece é. Serve isto para apresentar os objectos nesta página. Parecem azulejos e podiam ser exemplares de azulejaria portuguesa, só que não consta que esses cheirem a amêndoa amarga ou que com eles se possa lavar as mãos – então, o que são, afinal? São sabões em forma de
azulejo que pesam 80 gramas, medem 6,5 centímetros de largura por 2 de altura, custam 5 euros e podem ser personalizados. Em breve os sabões Lisbão vão estar em lojas de charme, hotéis e museus, mas por enquanto quem quiser um deverá contactar Charles do Rosário e Filipa Horgan – os saboeiros de serviço – através da página Facebook.com/lisbaosabao. Charles, que nasceu em França há 43 anos e vive há 16 em Lisboa, onde ensina artes no Liceu Francês, contou ao GPS como surgiu a
ideia destes sabões. “Sempre tive um fascínio por Lisboa e pelos seus azulejos tão característicos. Por outro lado, o sabão tem a forma perfeita para recriar esta peça de artesanato português, e eu sentia que o artesanato português disponível aos visitantes era geralmente muito caro ou made in China”, explica Charles do Rosário, numa referência óbvia às dezenas de lojas de souvernirs-cliché espalhadas pela Baixa e por zonas históricas. O roubo de azulejos de prédios do centro de Lisboa para serem vendidos a turistas é outra das suas preocupações. Esta ideia específica surgiu-lhe no início de 2015. Charles, que pouco ou nada sabia sobre o processo de manufac-
tura, quis aprender. Como tal, juntou-se a grupos de Facebook dedicados à saboaria, onde viria a conhecer Filipa, uma especialista na matéria. que se juntaria depois a ele neste projecto. A prototipagem em três dimensões dos moldes foi feita no FabLab (no Mercado do Forno do Tijolo, em Lisboa), onde hoje estão instalados. É lá que os “lisbões” se encontram à venda, mas será melhor combinar uma hora com Charles e Filipa antes de se pôr a caminho. “Para já, o processo de venda é artesanal, como o próprio projecto”, explica Charles ao GPS. LISBÃO www.facebook.com/lisbaosabao €5
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Sr. Cão & Dona Gata, é hora de relaxar RODRIFO AFFREIXO
Se vê a novela da SIC Coração d’Ouro, saiba que as cenas na clínica veterinária são gravadas no novo spa e loja Sr. Cão & Dona Gata, que abriu em Setembro junto ao Parque da Cidade do Porto. É uma coqueluche da cidade: não há personagem local famosa e/ou poderosa que não lhe confie os animais. Paulo Bento, da área do desporto, e Inês Barreto, arquitecta, são o casal que criou a empresa em 2007 (e que hoje no Facebook já tem 20 mil fãs). Aberta primeiro na Foz, a loja (distinguida, em 2012, como “melhor do País” pela marca Royal Canin) mudou-se para junto do Parque da Cidade. Quando entramos, somos recebidos pela doce Xica, uma golden retrieverbranca dos proprietários. O spa ou sala de tratamentos fica nas traseiras da loja: tem uma banheira, uma marquesa e divisórias individuais para os animais. Aqui dão-se cerca de 200 banhos
No novo spa animal do Porto, enquanto o dono lhe escolhe um novo brinquedo, o cão toma um banho e faz as unhas
por mês. O banho de um cão como um retrieverlabrador custa 20 euros e inclui limpeza de ouvidos e corte de unhas. Outros itens e preços da tabela: tosquia de um cão de porte médio, como um cockerspaniel(€35); passeio de uma hora pelo parque, com outros cães (entre €8 a €10); serviço de hotel (€12,50 por dia, com alimentação). Para quem não consegue impor regras, há um treino de obediência em oito sessões (€250). Se o seu cão ou gato estiver doente, também pode deixá-lo e eles tratam do resto (Paulo e Inês têm
uma parceria com a Clínica Veterinária de Serralves). Em breve vão disponibilizar um serviço de assistência a turistas que viajam com os seus animais e ficam em hotéis. Na loja estão representadas as grifes mais relevantes da indústria. De Antuérpia chegam pufes e colchões para cães da 51 Degrees North, e dos Estados Unidos os da Fatboy (entre €49 e €109). De Barcelona, vêm as rações de alta gama Natura Diet (€19,90 o saco de 3 kg, €45 o de 12 kg), “GMO free” (isto é, sem modificação genética), e com proteína hidrolizada, o que previne os processos alérgicos. As gamelas são das marcas italianas Alessi e United Pets, assinadas por vários designers, e custam entre 65 e 70 euros. SR. CÃO & DONA GATA Av. do Parque, 376 (ao Parque da Cidade), Porto 226 105 555 9h30-19h (sáb., 10h-13h30) €20 (banho de um cão)
Outros LISBOA Dog’s Wish R. Prof. Vieira de Almeida, 38B, Lj. D, Lisboa || 217 525 488 || 10h-20h (sáb., fecha 18h; fecha dom.) No início de 2014, Catarina Luz aproveitou o espaço desocupado ao lado da loja de animais e abriu um spa para cães e gatos. Os banhos caninos começam nos €13 (cães de pêlo até oito quilos) e vão até aos €50 (cães de pêlo comprido com mais de 45 quilos) – incluem corte de unhas e limpeza de ouvidos. Se incluir a tosquia, os preços variam entre os €30 (cães até oito quilos) e os €65 (cães com mais de 45 quilos). Já os banhos de gatos de pêlo curto custam €15 e de pêlo comprido €25.
Perfect Pet Av. Infante Santo, 58F, Lisboa || 213 940 605 || 10h30-19h30 (sáb. e dom., 10h-19h) Não são só os cães e gatos que têm direito a entrar no spa da Perfect Pet – também os coelhos recebem as mordomias. O tratamento inclui banho, tosquia, limpeza das orelhas e glândula anal, e corte de unhas. O preço varia conforme o peso do animal: começa nos €30 para cães, gatos e coelhos até 10 quilos e vai até aos €55 para animais com mais de 40 quilos.
PORTO Y Dão 200 banhos por mês
Vets & Pets R. do Salgueiral, 18, Paranhos, Porto || 225 400 459 || 10h-13h e 15h-20h (sáb., fecha 18h; fecha dom.)
Y Nem sempre é fácil limpar os ouvidos
Y O banho FOTOS JORGE MIGUEL GONÇALVES
ronda os €20
Y A tosquia custa €35
É uma clínica veterinária, mas também é um spa para cães e gatos. Tal como noutros sítios, os preços dos banhos do melhor amigo do Homem variam conforme o peso e o pêlo: €15 (cães pequenos de pêlo curto); €30 (cães pequenos de pêlo longo); €18 (cães pequenos de pêlo longo) e €48 (cães grandes de pêlo longo). Como os gatos são mais ou menos do mesmo tamanho, o valor do banho só altera conforme o pêlo: €15 (curto) e €25 (longo). Todos os pacotes incluem corte de unhas, limpeza de ouvidos e glândula anal.
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