(re)FaBRICA Repensando o ambiente de trabalho
Giovanna Moreira de Medeiros Orientador: Camilo Amaral TCC
Foto tirada pela autora
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Referências de imagens Agradecimentos
A industrialização e o trabalho Transformações e comparações Patrimônio industrial e intervenções
14 Resumo lugar 15 Lugar macro-escala 16 Lugar meso-escala 20 Lugar micro-escala 24 A fábrica
referencias
LUGAR
TEMA
4 5
26 Contextualização 27 The Blackhorse Workshop 32 Walthamstow Central Parade 40 Referências pontuais
proposta
SUMARIO
44 Legislação 46 Programa 48 Resumo propostas 51 Implantação 52 Desenhos 64 Paisagismo 66 Referências Bibliográficas
REFERÊNCIAS IMAGENS Imagem 1 ___Mapa esquemático Walthamstow___Disponível em <https://www.woodstreetwalls.co.uk/stowxmas/> Acessado em 06/05/2018 às 20:51 Imagem 2 ___Disponível em <https://londonsartistquarter.org/visit/blackhorse-workshop> em 25/04/2018 às 21:15 Imagem 3 ___Disponível em <https://assemblestudio.co.uk/projects/blackhorse-workshop> acessado em 27/04/2018 às 20:14 Imagem 4 ___Disponível em <https://www.pinterest.co.uk/pin/570057265312817167/?lp=true> Acessado em 25/04/2018 às 21:12 Imagem 5 ___Disponível em <http://www.e-h-k.net/workspace-study/> Acessado em 06/05/2018 às 20:48 Imagem 6 ___Disponível em <https://assemblestudio.co.uk/projects/blackhorse-workshop> acessado em 25/04/2018 às 20:23 Imagem 7 ___Disponível em <https://assemblestudio.co.uk/projects/blackhorse-workshop> acessado em 25/04/2018 às 20:23 Imagem 8 ___Disponível em <https://www.pinterest.pt/pin/192810427773568577/?lp=true> Acessado em 13/04/2018 às 16:27 Imagem 9 ___ Disponível em <https://twitter.com/c_parade_e17> Acessado em 04/12/2018 às 15:35 Imagem 10 ___ Disponível em <http://bemagnificent.co.uk/exhibition/setting-the-scene-sixties-walthamstow/> Acessado em 03/05/2018 às 22:30 Imagem 11 ___Disponível em <http://liberalengland.blogspot.com.br/2013/10/hoe-street-central-parade-walthamstow.html> Acessado em 06/05/2018 às 12:28 Imagem 12 ___Disponível em <http://dirklindner.com/portfolio/exteriors/walthamstow-central-parade/> Acessado em 06/05/2018 às 12:29 Imagem 13 ___Disponível em <https://www.archdaily.com/793783/walthamstow-central-parade-gort-scott> Acessado em 06/05/2018 às 12:29 Imagem 14 ___Disponível em <https://www.archdaily.com/793783/walthamstow-central-parade-gort-scott> Acessado em 06/05/2018 às 12:29 Imagem 15 ___Disponível em <https://www.architecture.com/awards-and-competitions-landing-page/awards/riba-regionalawards/riba-london-award-winners/2018/central-parade> Acessado em 07/04/2018 às 10:13 Imagem 16 ___Disponível em<https://www.centralparade.com/spaces> acessado em 06/05/2018 às 13:11 Imagem 17 ___Disponível em <https://www.archdaily.com/793783/walthamstow-central-parade-gort-scott> Acessado em 07/04/2018 às 10:13 Imagem 18 ___Disponível em <https://www.archdaily.com/793783/walthamstow-central-parade-gort-scott> Acessado em 07/04/2018 às 10:13 Imagem 19 ___Disponível em <http://brasilarquitetura.com/link.php?i=165&t=w ou http://brasilarquitetura.com/projetos/teatro-engenho-central> Acessado em 01/07/2018 , 16:30. Imagem 20 ___Disponível em <https://www.archdaily.com/439840/creys-mepleu-city-hall-compositearchitectes/5260c4a7e8e44ee8e1000060_creys-m-pleu-city-hall-composite-architectes__caa6758-jpg/> Acessado em 01/07/2018 às 16:32 Imagem 21 ___Disponível em <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/06.070/2721> Acessado em 01/07/2018 às 16:31 Imagem 22 ___Disponível em <https://www.treehugger.com/sustainable-product-design/cherokee-lofts-by-pugh-scarpa-keepcool-the-old-way.html> Acessado 01/07/2018, 16:32. Imagem 23 ___Disponível em <https://br.pinterest.com/pin/436075176417281703/> Acessaado em 01/07/2018 às 16:33 Imagem 24 ___Disponível em <http://au17.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/212/artigo240745-1.aspx> Acessado em 01/07/2018 às 16:34 Imagem 25 ___Disponível em <https://br.pinterest.com/pin/436075176416347537/> Acessado em 01/07/2018 às 16:36 Imagem 26 ___Disponível em <https://br.pinterest.com/pin/436075176413086088/> Acessado em 01/07/2018 às 16:43 Imagem 27 ___Disponível em <https://br.pinterest.com/pin/601441725210065772/> Acessado em 01/07/2018 às 16:44 Imagem 28 ___Disponível em <https://br.pinterest.com/pin/436075176413086334/> Acessado em 01/07/2018 às 16:56 Imagem 29 ___Disponível em <https://br.pinterest.com/pin/321937073340303298/> Acessado em 01/07/2018 às 16:51 Imagem 30 ___Disponível em <https://br.pinterest.com/pin/436075176417459196/> Acessado em 01/07/2018 às 16:35
agradecimentos Agradeço em primeiro lugar à minha família, pelo apoio incondicional e compreensão, especialmente aos meus pais, Regina e Erivaldo. Agradeço também a Pedro Aniceto pelo apoio, compreensão e colaboração ao longo de todo este ano. Aos meus amigos que compartilharam esta caminhada comigo e a tornaram um pouco mais fácil e prazerosa. Em g ra n d e a g ra d e c i m e nt o a o m e u orientador, Camilo Amaral, pelo incentivo, paciência e principalmente por sua prestatividade e disposição em ajudar quando fosse preciso. Obrigada!
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TEMA Análise da organização espacial, de gestão, do tipo e método de produção do trabalho nas indústrias e em outros ambientes de trabalho que receberam influência delas, comparando com os mesmos aspectos do trabalho na acumulação flexível. A partir do estudo dessa transformação do trabalho da Era Moderna para a Era Contemporânea, este trabalho tem o objetivo de propor uma requalificação em uma fábrica abandonada com a implementação de um ambiente de trabalho que siga esta nova forma de se trabalhar. .
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TEMA
INTRODUÇÃO Edifícios abandonados se camuflam no contexto da cidade e em nossos olhares rotineiros, até um momento de distração em que são notados. A partir desse momento eles se tornam alvo de olhares curiosos. Qual era seu uso? Há quanto tempo está desocupado? Por que segue desocupado? Ao contrário do que muitos acreditam, Goiânia foi a cidade mais industrializada do estado, em números gerais e, consequentemente, a que mais tem ocorrências do processo de desindustrialização, o que ocasionou diversas edificações abandonadas pela cidade e que passam despercebidos por nós. A industrialização foi um movimento que impactou em diversos âmbitos da sociedade, em especial nas capitais europeias onde a Revolução Industrial foi mais expressiva. A desindustrialização por outro lado também afetou diversos âmbitos da sociedade, porém de forma mais lenta e discreta. Este trabalho tem como objetivo analisar a forma de se trabalhar, em seus aspectos espaciais, do período de industrialização das cidades em paralelo com o período de desindustrialização, estudando o Fordismo como estruturador da economia, do trabalho, dentro e fora da indústria, da organização espacial do ambiente de trabalho e da sociedade do século XX, nas relações, no consumo e nos valores. Com o objetivo de estruturar a proposta projetual de intervenção em uma fábrica abandonada com a implementação de um ambiente de trabalho nesse novo contexto e de acordo com estas novas circunstâncias. A INDUSTRIALIZAÇÃO E O TRABALHO . O trabalho sempre esteve ligado a diversos âmbitos da sociedade. Dentre eles os hábitos de consumo, configurações geográficas, relações humanas, poderes e práticas do Estado, direitos humanos e poder de compra. O ocidente ainda tem toda a estrutura do trabalho voltada para o lucro e ele é o agente organizador da estrutura econômica. David Harvey (1989) diz: Além disso, as propensões sociais e psicológicas, como o individualismo e o impulso de realização pessoal por meio da auto expressão, a busca de segurança e identidade coletiva, a necessidade de adquirir respeito próprio, posição ou alguma outra marca de identidade individual, têm um papel na plasmação de modos de consumo e estilos de vida. (HARVEY, David)
Por diversas vezes as decisões e os conhecimentos técnicos ficam nas mãos de uma minoria que geralmente não é a que executa o devido produto ou serviço, ou seja, da que realmente faz o trabalho. Isso se aplica muito ao Fordismo, método organizacional de produção criado por Henry Ford no início do século XX que ditava que cada funcionário deveria ser especializado em uma etapa do processo de produção. Uma decomposição de cada etapa do processo de produção e divisões de tarefas fragmentadas seguindo padrões rigorosos de tempo e movimentação. Para implantar este método, Henry Ford focou na produção em massa de indústrias onde foram instaladas esteiras que transportavam o produto ao longo da fábrica e em todo o percurso funcionários estariam
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TEMA
posicionados para desenvolver a função a ele designada, essa estrutura foi chamada de linha de montagem. Um trabalho repetitivo, que não oferecia ao funcionário nenhum tipo de conhecimento a respeito do que estava sendo produzido. Este novo método de fato impulsionou a produção o que permitiu a redução do custo dos produtos, assim eles alcançaram um público mais abrangente, incluindo aqueles que os produziam. A produção em massa ocasionou o consumo em massa. Esta nova forma de se trabalhar aos poucos começou a aparecer em outros ambientes de trabalho. As empresas passaram a se organizar conforme a função de cada funcionário. Salas privadas para os grandes cargos, salas comuns para equipes de mesma área. Muitos ambientes individuais e subdivididos e pequenos espaços comuns e de interação, que em sua maioria se tratava de uma copa que não comportava toda a equipe de funcionários. O ambiente, as vestimentas, os horários, as relações e as propostas eram rígidas e consolidadas. Os funcionários não contribuíam na criação, nas ideias ou em qualquer decisão. Aqui eles também tinham pouco conhecimento do resultado de seu trabalho. A separação das funções entre gerência, concepção, controle e execução fortaleceu ainda mais a estrutura de hierarquia tanto dentro das indústrias como nas empresas de modo geral. As empresas eram formadas por membros homens, brancos e que valorizavam a permanência da tradição e da já conhecida forma de se trabalhar. As taxas fixas num mercado volátil enfraqueceram a estrutura fordista e condicionou a um novo movimento que David Harvey chama de “acumulação flexível”, que confrontou a rigidez do fordismo, propondo flexibilidade em diversos aspectos, nos setores de produção, nos processos de trabalho, nos padrões de consumo, novos instrumentos de organização e documentação, com abertura para inovações tecnológicas. TRANSFORMAÇÕES E COMPARAÇÕES Um dos principais resultados que as inovações tecnológicas trouxeram foi a comunicação via satélite e a queda dos custos de transporte, o que permitiu a descentralização das grandes corporações, uma relação de espaço-tempo jamais experimentada antes, em que trabalhar à distância era uma possibilidade. As grandes empresas deixaram de ter toda sua estrutura e equipe concentrada em um mesmo escritório, cidade ou até mesmo país, e passaram a se instalar em lugares considerados menos desenvolvidos, uma vez que eles ofereciam taxas menores para a manutenção da empresa. O deslocamento das indústrias ocorreu também pela decorrência de mudanças nos planos ordenadores das cidades, que deixaram de tratar ambientes industriais como convidativos para a vida urbana e passaram a se tornar ambientes incômodos, tanto no âmbito ambiental quanto de conforto sonoro e de impacto de vizinhança. O conceito "clássico" de desindustrialização foi definido por Rowthorn e Ramaswany (1999) como sendo uma redução persistente da participação do emprego industrial no emprego total de um país ou região. Com base nesse conceito, os assim chamados países desenvolvidos ou do "primeiro mundo" teriam passado por um forte processo de desindustrialização a partir da década de 1970; ao passo que a América Latina teria passado pelo mesmo processo na década de 1990. O termo ‘desindustrialização’ também é compatível com um crescimento (expressivo) da produção da indústria em termos físicos. Em outras palavras, uma economia não se
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desindustrializa quando a produção industrial está estagnada ou em queda, mas quando o setor industrial perde importância como fonte geradora de empregos e/ou de valor adicionado para uma determinada economia, em consequência em grande parte da descentralização das empresas, tendo suas sedes administrativas em grande cidades de «países desenvolvidos» enquanto que as indústrias se alocaram em outros países com legislação menos rígida. Os trabalhadores primários e secundários têm sido substituídos por trabalhadores qualificados, sendo um menor número de contratações ou mesmo por maquinário e a discussão que ronda tudo isso é se o setor de serviços, que recebe estes trabalhadores desempregados é capaz de absorver tantas pessoas. Também como consequência da acumulação flexível surgiram novas formas de trabalhar, sendo as principais: O trabalho temporário, em que o contratado presta o serviço durante um período que tem início e fim determinado em contrato. A subcontratação, também conhecida como terceirização, em que o contratante é responsável por um serviço e contrata uma terceira pessoa/empresa para realizar parte deste serviço. O trabalho autônomo, quando o trabalhador assume as funções tanto de gestão quanto de execução do serviço ou produto. A terceirização também acontece dentro da indústria, sendo vista como outro agravante da desindustrialização, quando serviços como limpeza, restauração, vigilância, suprimentos, recrutamento, processamento de dados, design e transporte, antes realizadas por empresas industriais, passaram a ser desenvolvidas por empresas especializadas na prestação de serviços. Ainda que neste caso o trabalho tenha apenas sido transferido, se contabiliza uma redução do trabalho industrial e um crescimento do setor de serviços.
C
Infográfico criado pela autora a partir de discussões de David Harvey em Condição Pós-moderna
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SÉC. XXI
TRABALHO NA ERA MODERNA
TRABALHO NA ERA CONTEMPORÂNEA
produção fordista economia de escala
produção flexível economia de escopo
área de uso comum
área de uso individual
área de uso comum
área de uso individual
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PARTILHA ACESSIBILIDADE COMUNIDADE TROCA
1. Hierarquia 2. Tradição 3. Segregação 4. Regulamentação 5. Centralização 6. Especialização 7. Rigidez 8. Estrutura mecânica 9. Economia de escala
FLEXIBILIDADE
PRINCÍPIOS
TRABALHO
ESPAÇO
PRODUÇÃO
SÉC. XX
ABERTURA SUSTENTABILIDADE DO IT INOVAÇÃOMUDANÇA
CRIATIVIDADE DIVERSIDADECOLABORAÇÃO
ORGANIZAÇÃO
RELAÇÕES
REINVINDICAÇÕES
CENTRALIZAÇÃO
SÉC. XX SÉC. XXI
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As indústrias preferem focar seu trabalho no seu produto e deixar os trabalhos considerados menos importantes para seu processo de produção, para outra empresas, tendo que se preocupar menos com a mão-de-obra, a burocracia de contratação e direitos do trabalhador, além de que o setor de serviços não tem uma forte representação sindical, visto que estes trabalhadores são dispersos, dificultando a organização do sindicato, ao contrário do sindicato das indústrias e, assim, têm menos força para lutar por melhores salários e propor greves. Simultaneamente, as empresas aumentaram sua flexibilidade organizacional através da comercialização dentro de uma rede mundial, onde cada filial executa uma atividade específica. Reordenando a divisão internacional do trabalho, de forma a auxiliar na rápida industrialização dos países em desenvolvimento, cujo processo de produção, além de ser intensivo em trabalho, é pouco qualificado. Por outro lado, os países desenvolvidos se especializaram em atividades pouco intensivas em trabalho manual e altamente qualificadas, reforçando a desindustrialização nestas fortes economias. PATRIMÔNIO INDUSTRIAL E INTERVENÇÕES O interesse pelo estudo e preservação de construções industriais se iniciou no Reino Unido durante a década de 50, em grande parte em decorrência aos bombardeios da Segunda Guerra que muitas vezes tinham como alvo edifícios industriais, visto que estes aglomeravam muitas pessoas. No Brasil o patrimônio industrial tem maior força em São Paulo, cidade onde houve uma expressiva industrialização e uma consequente, também grande, desindustrialização. Ademais de ser um grande polo de investimentos, centros de pesquisa e onde a conurbação é presente em quase todos os seus limites, fazendo com que se busque aproveitar ao máximo as áreas a se construir. No Reino Unido um dos âmbitos do patrimônio industrial é a preservação histórica, sendo o Reino Unido o precursor da Revolução Industrial. Outros países europeus também valorizam a preservação destes edifícios, uma vez que sofreram grande influência desta emergente economia. Porém a industrialização no Brasil não teve um período de vida tão longo e tampouco se portou como uma revolução. Sendo assim, de forma geral, o patrimônio industrial no Brasil assume um caráter de reaproveitar a infraestrutura, a arquitetura marcante, a localização e o espaço que este tipo de edificação possui. Desde a década de 50 têm-se realizado grandes esforços pelo estudo do movimento e as heranças do período industrial em diversas áreas do conhecimento, como arquitetura, sociologia, história, engenharia. E com estes estudos instituições têm buscado pela definição de patrimônio industrial e seu antecessor a arqueologia industrial. Em decorrência deste movimento surgiu em 1978 uma organização voltada totalmente para o patrimônio industrial, denominada The International Committee for the Conservationn of the Industrial Heritage (TICCIH), que em 2003 realizou uma conferência onde foi elaborada a Carta Nizhny Tagil, que teve como referência a Carta de Veneza (1964), onde foram apresentadas as definições destas nomenclaturas, além de valores, importância da identificação, proteção legal, e também algumas disposições sobre intervenções como manutenção, conservação e reutilização. A reutilização se propõe requalificar edifícios industriais preservando a fisionomia e as características urbanas de uma determinada zona da cidade, ao mesmo tempo que evita gastos desnecessários com demolição e posterior construção, contribui também para o
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desenvolvimento econômico sustentado). Infelizmente a especulação imobiliária tem muita influência nos destinos de edificações como estas. Na maioria das vezes as construtoras sequer consideram a preservação como uma possibilidade, e quando o faz, propõe soluções muito aquém, como manter apenas as fachadas ou preserva apenas algum elemento como uma chaminé e descontextualizar todo o restante, transformando o patrimônio em apenas um cenário. A adaptação de um sítio industrial a uma nova utilização, como forma de se assegurar a sua conservação é em geral aceitável, exceto no caso de sítios com uma particular importância histórica. As novas utilizações deverão respeitar os materiais específicos, assim como os esquemas originais de circulação e de produção, e deverão ser compatíveis, tanto quanto possível, com a sua utilização original. É recomendável uma adaptação que evoque a sua atividade original (The International Committe for the Conservation of the Industrial Haritage, 2003).
Ao longo das décadas diversos teóricos discutiram, e muitos deles também executaram, o que compreendiam como patrimônio. Relembrando os principais nomes, Viollet-Le-Duc (18141879) defendia que era necessário restaurar não apenas a aparência do edifício, mas também propor-le um uso, pois assim se preservaria não apenas o espaço, mas também o «espírito» da obra. Propunha também que se deveria corrigir suas ‘imperfeições’ seguindo o conceito original da proposta. John Ruskin e William Morris (1849) acreditavam que os edifícios deveriam apenas sofrer manutenções, preservando sua estética original sem interveções, ainda que estivesse em ruínas. Camilo Boito (1836-1914), por sua vez, é considerado como tendo uma posição moderada entre Le-Duc e Ruskin, propondo uma ruptura entre o passado e o presente, contrastando as interveções com a preservação da obra original. Cesare Brandi(1906-1988) assume um discurso semelhante ao de Boito, porém, ao contrário dele, criticava as ideias de Viollet-Le-Duc, pois acreditava que a reconstituição é diferente do acréscimo. A discussão sobre patrimônio hoje teve como base todos estes estudos e se mantêm com o conceito de respeito à preexistência utilizando do artefato de intervir através de uma releitura da edificação original sem que se faça necessária uma imitação, sendo assim a ideologia de restauro têm buscado soluções criativas para se reaproveitar os espaços e edifícios existentes, uma vez que as grandes cidades tem cada vez menos área para possível expansão, contrastando o velho e o novo e preservando suas características originais.
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LUGAR Diante dos contrastes da forma de trabalho da era industrial e da contemporânea, esta fábrica abandonada é uma oportunidade de lugar para se propor um ambiente de trabalho flexível que ocupa o espaço que já foi destinado ao trabalho mecânico.
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lugar
Vila Jaraguá Região: Central População: 1729 habitantes Homens: 748 Mulheres: 930 Área de Bairro (m2): 166.465,27 Densidade demográfica: 10.386,55 Nº Quadras: 15 Quantidade de imóveis prediais particulares: 44
Neste mapa podemos identificar a localização da fábrica no contexto da cidade e a avenida de sua localização como sendo uma via importante de conexão entre grandes polos da cidade, como o Setor Central e o Campus Samambaia da UFG.
campus samambaia setor central POSIÇÃO DA FÁBRICA NO PERCURSO CENTRO - SAMAMBAIA
vila jaraguá percurso fábrica
N
0
500
1500
3500
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lugar
Neste mapa estão ressaltados os pontos notáveis do entorno e que podem oferecer alguma influência na fábrica em questão, tanto em questão de fluxo e ponto de referência, quanto de uso. A Avenida 44 e todo o contexto comercial, especialmente de roupas, de seu entorno interfere no funcionamento da cidade e ainda mais de sua vizinhança, além de ser referência em comércio de moda em atacado nacionalmente. Atualmente está em construção um complexo da galeria Mega Moda ( já presente e bastante consolidada na Avenida Contorno, nas redondezas da Av. 44) com novas 800 lojas e 120 salas de escritórios, s i t u a d o e n t re a Ave n i d a C o n t o r n o, Independência, Marginal Botafogo e a futura Leste-Oeste.
0 PONTOS DE RELEVÂNCIA 01 Estação Rodoviária / Araguaia Shopping 02 Comércio da Avenida 44
01
03 Feira Hippie
02
04 Complexo Mega Moda (em construção) 05 Marginal Botafogo 06 Pecuária
03
07 CRER 08 Rio Meia Ponte N 0 25 50
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150
350
08
05
07
04
06
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lugar
A Vila Jaraguá e demais bairros vizinhos (Nova Vila, Vila Megale, Loteamento Mansões Pereira) têm como característica a presença muito forte de habitações e comércios pontuais. Porém entre a parte sul da Vila Jaraguá e o bairro Nova Vila têm-se muitas instituições públicas como escolas e p ost o d e s a ú d e e t a m b é m m a i o re s equipamentos de serviços. Outra característica a ser notada é a verticalização e a racionalização da habitação, em especial ao longo da Avenida Fuad Rassi, percebida pela implantação no terreno e também pelas imagens em 3d da página seguinte. De forma geral a Avenida Fuad Rassi não é só uma conexão entre pontos importantes da cidade, como também é o coração do bairro em questão.
LINHAS PONTO Campus / Criméia Leste 5175 268 PC / Centro Campus / Goiânia II 269 PC / Centro Campus UFG / Praça 914 Universitária / Praça Cívica 5176
PC Campus / Criméia Leste
268 / Centro Campus / Goiânia II 269 PC / Centro Campus UFG / Praça 914 Universitária / Praça Cívica
MAPA VIAS
MAPA USOS
via expressa
residencial
misto
via arterial
comercial
religioso
via coletora
serviços
serviços
via local
feira livre N
0
18
12,5
25
50
100
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lugar
O terreno destacado no mapa a b a i xo s e t ra t a d e u m ú n i c o l o t e pertencente à Fuad Rassi Engenharia. O terreno foi dividido ao meio entre os irmãos, na metade esquerda funciona o depósito de materiais de construção da Fuad Rassi (que também cede espaço para outra construtora, a Santa Helena Engenharia), e a metade direita, onde funcionou há algumas décadas uma fábrica de móveis, hoje não apresenta usos. Ambas as metades cedem um trecho do terreno para habitação de duas famílias, sendo uma delas de uma funcionária da empresa.
MAPA USOS DO LOTE EM 2018 sem uso depósito materiais de construção residencial
N
área verde 0 10
20
30
50
70
LUGAR
O depósito é acessado pela Avenida Couto Magalhães e há uma conexão entre as duas metades através de um edifício que «atravessa» o muro. A intervenção acontecerá apenas na metade direita do lote, por ser o terreno onde se encontra a fábrica abandonada, a área de 5.300 m2 ser suficiente para os usos propostos e por não haver justificativa para a realocação do depósito, visto que é uma empresa que ocupa o terreno há mu i t os a n os , su a p re s e n ç a s e r u m conhecimento comum da vizinhança e a função que apresenta não afetar o ambiente proposto.
MAPA ÁRVORES E ACESSOS árvores acesso veículos acesso pedestres área de intervenção
N
0 10
30
50
70
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lugar
pavilhĂŁo com sheds a ser preservado
esquina bem marcada
crescente adensamento do bairro
ASSII
AD R AVENIDA FU
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pátio livre
recuo livre
rua com fluxo de veículos muito baixo
praça coronel diógenes Volumetria Vila Jaraguá 23
lugar
O edifício industrial em questão possui muitas características significativas, elementos bem marcados na fachada como os sheds, o volume curvo como aproveitamento da esquina e as janelas em fita, em especial as presentes no volume curvo. O edifício se encontra nos limites do lote e tem aberturas de janela diretas para a rua. A estrutura é em concreto para os pilares e metal para a cobertura e telhas, atualmente de fibrocimento (amianto). O primeiro trecho da edificação, nos limites do lote, possui uma estrutura que aparenta ter sua construção em períodos d i fe r e n t e d o r e s t a n t e d a edificação, devido a diferença da dimensão dos pilares, o desalinhamento com os pilares do restante do edifício e vigas em alturas diferentes passando numa mesma linha de pilares, como se pode ver nas fotos da página ao lado.
ESTRUTURA - PILARES
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RITMO
ABERTURAS EM TIRAS
FORMAS MARCANTES
CHEIOS E VAZIOS
ESTRUTURA - TRELIÇAS
Fotos tiradas pela autora 25
REFERENCIAS Casos a serem estudados
1 26
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REFERENCIAS
O Blackhorse Workshop é um local público em Walthamstow, Inglaterra, que oferece acesso econômico à ferramentas, espaço de trabalho e conhecimento técnico. A oficina é um novo tipo de instituição, destinada a cultivar e disseminar uma cultura do fazer. O workshop é um lugar para trabalhar e aprender, desde profissionais independentes, amadores e até comerciantes com pequenos negócios. Ele oferece uma ampla gama de equipamentos, voltados para o manuseio do aço e da madeira e um programa regular de aulas e atividades. Tem como ambientes de socialização um café-padaria e cervejaria que estão abertos ao público além de um mercado mensal de alimentos e produtos desenvolvidos no workshop. A Assemble projetou e gerenciou a construção desses elementos combinando componentes industriais e prontos para uso com elementos feitos à mão para criar espaços práticos que sejam econômicos, utilitários e cheios de caráter, usando a colaboração dos membros e da equipe da Blackhorse Workshop durante a adaptação. A Assemble é um coletivo multidisciplinar que trabalha com arquitetura, design e arte. Fundada em 2010 para realizar um único projeto autoconstruído, mas hoje já forneceu um conjunto diversificado e premiado de trabalhos, mantendo um método de trabalho democrático e cooperativo que permite o trabalho construído, social e baseado em pesquisa em uma variedade de escalas, tanto fazendo coisas e fazendo as coisas acontecerem.
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REFERENCIAS
Blackhorse Workshop é composto por uma edificação de dois pavimentos ao fundo do lote, onde no térreo estão os ambientes mais sociais e de convívio, como o café/padaria e as oficinas com maquinário de marcenaria e serralheria, enquanto que o primeiro pavimento estão os ambientes mais silenciosos, com salas individuais e salas coletivas, como podemos ver melhor no esquema dá próxima página. Terreno: 1354,88 m2 Área total construída: 1035,78 m2
4
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1. Blackhorse Workshop
4. Viela Blackhorse
2. Café e padaria
5. Caminho para Sutherland
3. Pátio e acesso
6. Direção para a estação Blackhorse Road (500m)
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estúdio coletivo menor
administração
estúdio coletivo maior
almoxarifado
banheiro
sala descanso serralheria
primeira etapa de manuseio da madeira (corte)
marcenaria
marcenaria
Café/padaria 30
ambiente convívio
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REFERENCIAS
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ambiente
area
Cafe
54,90 m2
marcenaria
360,84 m2
serralheria
83,70 m2
deposito madeira
55 m2
patio
782 m2
ambiente primeiro pavimento
terreo
Quadro de รกreas
area
estudio maior 167,40 m2 estudio menor 109,74 m2 banheiro almoxarifado
30 m2 44,74 m2
35 m2 sala descanso administraรงao 54,87 m2
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9 32
REFERENCIAS
O Central Parade é um centro criativo de uso misto, com uma variedade de espaços de varejo, coworking, estúdio e exposições além de uma padaria-café, onde acontecem eventos e workshops, abertos ao público. O edifício foi projetado em 1954 por F. G. Southgate, agrimensor do bairro, e construído em 1957-58. Ele apresenta características típicas da arquitetura inglesa, misturando padrões e cores com azulejos na fachada, formas esbeltas e ritmo com marcações ao longo da disposição das janelas e com as sacadas, propondo vazios de respiro. O edifício está no local de um ataque com uma bomba voadora V1 da Segunda Guerra Mundial em 1944, que resultou em 22 mortes e 144 vítimas registradas. A requalificação do edifício foi financiada em conjunto pelo distrito londrino de Waltham Forest e o High Street Fund da Greater London Authority e
projetado pela Gort Scott Architects, operado pela While Space CIC, o projeto é uma das propostas para impulsionar o potencial da Walthamstow como um próspero centro cultural da cidade, apoiando várias áreas criativas e empresas, promovendo negócios locais permitindo que compartilhem recursos, aprendam e colaborem, fazendo parte de uma comunidade. A empresa social Meanwhile Space, especializada em fornecer espaços de trabalho temporários e acessíveis para o benefício das comunidades locais, encabeça diversos outros projetos como este.
10 33
11
12 34
REFERENCIAS
13
O restauro da fachada buscou gerar o mínimo de interferências na paisagem e no edifício em si, tendo como maiores mudanças a pintura da cobertura curva e o letreiro com o nome do lugar, buscando manter a materialidade e estética da fachada, com tijolinhos e azulejos na torre do relógio.
13 35
14
36
REFERENCIAS
Pavimento Térreo
Primeiro pavimento
Café/Padaria Lojas
15
4 Incubadoras 9 Estúdios Coworking
Com esta análise percebemos uma setorização entre os pavimentos, sendo o térreo ocupado por ambientes de maior interação, circulação de pessoas e barulho, enquanto que o primeiro piso é ocupado por ambientes de silêncio, produção individual e ambientes de escritório.
ambiente
area
Cafe CLIENTES
72 m2
Cafe COZINHA 34,25 m2 COWORKING 72 m2 36 m2/un LOJAS INCUBADORAS 7 m2 (média) 23 m2 (média) ESTUDIOS banheiros pav 17,5 m2 22,5 m2 sala reuniao
37
16 38
17
18
39
REFERÊNCIAS PONTUAIS EXTERNAS
19
20
21 40
Serão usados como referências pontuais quanto à forma, material, linguagem e elementos os exemplos das imagens que seguem. - Conservação do edifício a ser requalificado com as imperfeições de fachada; - Ma rc a ç ã o d os a c e s s os principais com materiais contrastantes ao da fachada; - Edifício novo com estrutura de pilares em concreto e revestimento externo em concreto aparente; - Substituição das janelas para aberturas mais amplas e com menos esquadrias, quando possível - Edifício novo contrastante com o edifício preservado, porém mantendo o destaque do edifício da fábrica;
REFERENCIAS 22
23
- Pro t e ç õ e s s o l a re s c o m possibilidade de abertura para fachada oeste e norte; - Te l i n h a m e t á l i c a c o m trepadeiras como segunda pele para fachada leste; - Elementos de segunda pele e protenção solar em materiais contrastantes ao da edificação utilizados para demarcar a linearidade da fachada ; - Edifício sobre pilotis para permeabilidade dos espaços e melhor aproveitamento do terreno.
24 41
REFERÊNCIAS PONTUAIS INTERNAS
25
26
27 42
- Para o interior, elementos reaproveitados como toneis, lockers, containers, blocos de concreto, osb e outros; - Design industrial com tubulações expostas e materiais puros; - Armários como um dos poucos espaços individuais; - Alguns elementos em cores, contrastando com a sobriedade dos materiais utilizados;
REFERENCIAS 28
29
- Ambientes amplos, principalmente na fábrica, preservando o caráter de galpão; - Separação dos ambientes da fábrica com divisórias, podendo ser telinhas, osb, grades metálicas, oermitindo a permeabilidade dos espaços; - Demarcação dos ambientes também pela diferenciação do piso; - Paredes interativas, onde se possa criar, anotar, pregar projetos e quaisquer outras interações dos usuários com o lugar.
30 43
LEGISLAÇAO Neste capítulo estão dispostas as leis e decretos pertinentes à proposta em questão. obs.: A legislação não se encontra neste trabalho de forma integral, algumas partes, que não tangem e não influenciam o projeto foram suprimidas. A referência aos documentos inteiros das legislações em questão foram mencionados na última parte deste trabalho.
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FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE - ESTATUTO DA CIDADE Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001 O princípio norteador do regime da propriedade urbana é a sua função social, permitindo que, por meio do Plano Diretor, o Poder Público Municipal possa exigir o cumprimento do dever do proprietário, o seu direito em benefício da coletividade, que implica numa destinação concreta do seu imóvel para atender um interesse social. Segundo Eros Grau, “... a propriedade dotada de função social, é justificada pelos seus fins, seus serviços, sua função.” Para a propriedade urbana atender sua função social, o Estatuto da Cidade aponta as seguintes diretrizes de ordenação e controle do solo, no inciso VI do artigo 2°, visando a evitar: a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização; f) a deterioração das áreas urbanizadas; g) a poluição e a degradação ambiental; Para a propriedade urbana atender a sua função social, o Plano Diretor deve ter mecanismos de modo a: c) recuperar para a coletividade a valorização imobiliária decorrente da ação do Poder Público. d) gerar recursos para o atendimento da demanda de infra-estrutura e de serviços públicos provocada pelo adensamento decorrente da verticalização das edificações e para implantação de infra-estrutura em áreas não servidas; e) promover o adequado aproveitamento dos vazios urbanos ou terrenos subutilizados ou ociosos, sancionando a sua retenção especulativa; de modo a coibir o uso especulativo da terra como reserva de valor. ALVARÁ DE ACEITE Lei Orgânica nº 051 de 1990 revisada em 12/07/2012 Art. 4° - Conceder-se à Alvará de aceite, nos termos da Lei N° 5570, de 30/10/79, para regularização de construções irregulares, edificadas até a data da promulgação desta emenda, observados os seguintes critérios: b) - nas edificações com área superior à prevista na alínea anterior (200m2), será exigido projeto de levantamento elaborado e subscrito por técnico legalmente habilitado. § 1º. - Aplica-se, no que couber, a legislação tributária vigente, referente à aprovação de projetos de edificações e da concessão do habite-se. DECRETO DE ESTACIONAMENTO Decreto n° 2081, de 04/08/1995. Art.7º - Para as edificações destinadas ao desempenho de atividades econômicas e área total edificada superior a 540m2 (quinhentos e quarenta metros quadrados), com uso não definido, será exigido para área privativa de até 540m2(quinhentos e quarenta metros quadrados), 01(uma) vaga para cada 90m2(noventa metros quadrados) ou fração e, para a área privativa excedente, 01 (uma) vaga para cada 45m2(quarenta e cinco metros quadrados) ou fração.
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PROGRAMA Tendo em vista as análises de similares do Blackhorse Workshop e do Central Parade e, a partir da análise de usos e área se propõe a seguinte tabela de programa, áreas, equipamentos que cada ambiente comportará e o número de usuários simultâneos.
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ambiente aumoxarifado
edificio requalificado
serralheria e marcenaria
183 m2
equipamentos Prateleiras, mesa, computador. Esmerilhadeira, furadeira, lixadeira de cinta, torno de bancada (morsa), mesa de apoio, transformador de solda, jogo de chaves combinadas, chaves de fenda philipps, serra esquadrejadeira de precisão, coladeira de b o rd a , f u ra d e i ra , l i xa d e i ra d e c i n t a , p l a i n a , m e s a para canal, prensa elétrica, mesa para montagem, cabine pintura, cortina d’água, estante de secagem..
n usuarios 2 10
costura
115 m2
Mesa de corte, máquina de costura reta industrial, máquina overloque, bordadeira, travete, caseadeira.
4
estamparia
60 m2
Máquinas de estampar camisetas, canecas e bonés e mesa de apoio.
4
ADMINISTRAÇAO
30 m2
estudio fotografia
27 m2
vestiarios lavanderia
Mesa, cadeiras, computador, armário, telefone
3
Parede curva, rebatedor, suporte para fundo, octo light, softbox.
4
52 m2
Cubas, bacias sanitárias, cabines, bancada, cabine adaptada para cadeirante, espaço para vestiário
8
Máquina de lavar, varal, armário, tábua de passar
logistica loja colab. estoque estacionamento
10 m2 100 m2 20 m2 100 m2 86 m2 1123 m2
ambiente
area
banheiros terreo
36 m2
foyer
edificio novo
area 54 m2
Balcão, sofás, poltronas, bancos, parede para intervenção Balcão, guarita, depósito, armário, computadores, prateleiras Balcão, vitrine, prateleira/estante Prateleiras, arquivos. Delimitação de vagas comuns e para cadeirantes
equipamentos
sala de aula
25 m2
Cubas, bacias sanitárias, cabines, bancada, cabine adaptada para cadeirante Cadeiras, mesas compartilhadas, quadro, armário, projetor
coworking
185 m2
Mesas, cadeiras, armários, aparelho internet, pu s
sala de reuniao
20m2
recepçao incub.
2 m2
incubadoras lanhouse e plotadora
3x3 m2 53 m2
Cafe
50 m2
banheiros superior
20 m2
praça eventos
376 m2
Mesa grande, cadeiras, TV Balcão, cadeira, computador, telefone Mesas, cadeiras, computador, armário, telefone Mesas, cadeiras, computadores, projetor, Impressora A4, Plotter A3, A2, A1 e A0, mesa de corte impressora de adesivo a laser. Mesas, cadeiras, balcão, caixa, cafeteira industrial, fogão industrial, fornos, geladeira, freezers, balcão de preparo, armários louças, prateleiras despensa, microondas e pias. Cubas, bacias sanitárias, cabines, bancada, cabine adaptada para cadeirante Espaço gramado livre
3 10 7 30 2 32 n usuarios 6 20/un 40 6 e 10 1 3/un 15 25 + 5
6 200
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Proposta Neste capítulo serão apresentadas as propostas finais de intervenção e requalificação da fábrica.
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PROCESSO FORMAL EDIFÍCIO NOVO Prisma com a área total determinada no programa
Conexão em cobertura com o edifício da fábrica
Subtração de volume para área de café voltado para a fachada principal
Prolongação da cobertura para o interior do prisma, gerando um pátio central.
Acréscimo da área perdida ao fundo do volume
Elevação de volume para integração do edifício com a praça de eventos
Vista tanto para a praça de eventos quanto para a praça Coronel Diógenes, com possibilidade de acesso para o terraço.
Cober tura como elemento de conexão entre os edifícios e releitura dos sheds da fábrica, para corrente de ar de nordeste a sudeste.
49
50
pROPOSTA
O novo edifício foi implantado de forma que o estacionamento fosse acessado pela rua 21 e a área de eventos ficasse ao fundo, enquanto que o edifício que oferece ambientes públicos com funcionamento diário estivesse mais próximo ao acesso público de pedestres. As setorizações internas foram feitas de modo que os ambientes
públicos estivessem voltados para a fachada principal, exceto os ambientes que necessitem de maior silêncio como as incubadoras e o coworking, que têm contato menos frequente com o público voltados para o fundo das edificações.
escala 1:450
N
51
11
12 5
10
4
3
9
8
7 2 6
1
LEGENDA
1
Foyer com recepção
7
Administração
2
Loja
8
Estúdio fotografia
3
Manufatura de Serigrafia
9
Vestiários
4
Manufatura de Costura
10
Almoxarifado
5
Manufatura de Serralheria e Marcenaria
11
Logística
12
Lavanderia e DML
6 52
Banheiros públicos
17 16
15
14 13
escala 1:250 N
13
Café
14
Área de servir, despensa, área de limpeza e área de preparo.
15
Lan House e Plotadora
16
Banheiros
17
Incubadoras, recepção e sala de reunião
53
SETORES 54
área de trabalho apoio uso público uso coletivo circulação público circulação trabalhadores
INCUBADORAS
COWORKING
MESAS LIVRES
55
5
56
2 1 3
4
escala 1:250 N
LEGENDA
1
Coworking
2
Sala de aula
3
Banheiro
4
Terraรงo
5
Mezanino, mirante e pontos para incubadoras
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A passarela é o elemento de conexão entre os edifícios, permitindo a vista desde o terraço para a praça e desde o interior da fábrica para os ambientes de produção, como a oficina de costura e estamparia. Sobre a passarela dentro da fábrica há a possibilidade de instalação de módulos de incubadoras, assim como existem os situados no térreo do novo edifício, abaixo do coworking. Estes módulos de 3x3m (podendo ser expandido para um mesmo ambiente com 2 ou 3 módulos) são feitos de perfis retangulares de metalon e vedados com vidro, sendo os da fábrica com fechamento superior em chapa metálica, com revestimento amadeirado para redução de ruído.
escala 1:200
banco em «L» de concreto módulo de floreira em concreto 2x2m guarda corpo em perfis retangulares de metalon
viga metálica em perfil «i» W 610 X 101,1
beiral do café suspenso por tirantes com fechamento em chapas de metal e tubo retangular de metalon estruturante
laje pré-moldada de painel treliçado no sentido transversal da laje
pilar metálico «i» W 150 x 13,0
escala 1:25
escala 1:200
banco em «L» de concreto módulo de floreira em concreto 2x2m guarda corpo em perfis retangulares de metalon
viga metálica em perfil «i» W 610 X 101,1
laje pré-moldada de painel treliçado no sentido transversal da laje
pilar metálico «i» W 150 x 13,0
escala 1:25
escala 1:200
A passarela que adentra a fábrica é proposta em laje pré-moldada de paineis treliçados dispostos de forma transversal, assumindo uma menor espessura de laje e um maior pé direito. O painel treliçado finalizado tem a aparência da imagem acima, se fazendo desnecessário acabamento ou forro, e ainda com uma estética industrial, que é a proposta do projeto. A viga da laje é invertida para que se aproveite ao máximo o espaço abaixo da laje e também contribuindo para o guarda corpo do terraço acima, como se pode ver no detalhe ao lado.
telha termoacústica trapézio 40x1020 perfil «u» de chapa dobrada 50x30mm
escala 1:25 viga perfil «i» W410x85
No edifício novo se propôs uma releitura dos sheds existentes na fábrica e que são seu elemento mais marcante. O shed do volume do coworking está voltado para sudeste aproveitando um pouco da principal corrente de ventos de Goiânia (sudoeste-nordeste) e permitindo uma ventilação cruzada, pois a vedação em vidro do ambiente é posta recuada da fachada de brises e não se estende até a altura dos sheds. Eles também foram desenhados para que a estrutura de vigas e a calha ficassem camuflados, como se pode ver nos desenhos.
escala 1:200
calha galvanizada forro de gesso
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FORRAĂ&#x2021;AO
grama esmeralda
trapoeraba roxa
grama amendoim
grama preta
PAGINAĂ&#x2021;AO
concregrama
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placa drenante avermelhada
placa drenante bege
O paisagismo da praça e do entorno do edifício novo foi desenhado em módulos 2x2m propondo uma variação de paginação, remetendo a pixelização e tecnologia. As forrações foram dispostas se considerando o uso das espécies e materiais da página anterior. Na praça foram mantidas as árvores existentes e realocadas as que originalmente se encontram na entrada do edifício, além de serem plantadas outras novas, seguindo as espécies existentes no local. Os espaços definidos como circulação e passsagem foram estabelecidos a partir dos caminhos já existentes na praça, oficiais ou feitos pelo cotidiano nas pessoas por meio à
grama além de um espaço livre e paginado ao redor da ‘pit-dog’ existente para que seja possível alocar mesas. A rua entre a praça e a quadra em que hoje atende as funções de estacionamento e feira livre às quartas-feiras, uma vez que não recebe fluxo, será destinada apenas para pedestres, sendo permitida a passagem de veículos apenas em circunstâncias de chegada e saída usuários do espaço.
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